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Professor Wagner Damazio 
1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 
 
 
 
 
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c) Incorreto. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião, nos termos do art. 102 do Código Civil 
2002: “Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.” 
Além disso a súmula 340 do STF aduz o seguinte: “Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como 
os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.” 
d) Incorreto. O uso dos bens de uso comum pode sofrer restrições pelo poder público. Segundo 
Maria Sylvia de Pietro, (p.864 e 865, 2018): 
 
O uso comum admite duas modalidades: o uso comum ordinário e o uso comum extraordinário. 
(...) 
Trata-se de utilizações que não se exercem com exclusividade (não podendo, por isso, ser 
consideradas privativas), mas que dependem de determinados requisitos, como o pagamento de 
prestação pecuniária ou de manifestação de vontade da Administração, expressa por meio de ato 
de polícia, sob a forma de licença ou de autorização. O uso é exercido em comum (sem 
exclusividade), mas remunerado ou dependente de título jurídico expedido pelo Poder Público. 
(...) 
Essas exigências constituem limitações ao exercício do direito de uso, impostas pela lei, com base 
no poder de polícia do Estado, sem desnaturar o uso comum e sem transformá-lo em uso privativo; 
uma vez cumpridas as imposições legais, ficam afastados os obstáculos que impediam a utilização. 
Tem-se, nesse caso, uso comum - já que a utilização é exercida sem o caráter de exclusividade 
que caracteriza o uso privativo - porém sujeito à remuneração ou ao consentimento da 
Administração. Essa modalidade é a que se denomina de uso comum extraordinário, 
acompanhando a terminologia de Diogo Freitas do Amaral (1972:108). 
(...) 
O uso comum ordinário é aberto a todos indistintamente, sem exigência de instrumento 
administrativo de outorga e sem retribuição de natureza pecuniária. 
O uso comum extraordinário está sujeito a maiores restrições impostas pelo poder de polícia do 
Estado, ou porque limitado a determinada categoria de usuários, ou porque sujeito a remuneração, 
ou porque dependente de outorga administrativa. 
 
e) Incorreto. Não é necessário ato formal da Administração, bastando que efetivamente seja dado 
destino público. 
Para Maria Sylvia de Pietro (p.850, 2018): 
 
Pelos conceitos de afetação e desafetação, verifica-se que uma e outra podem ser expressas ou 
tácitas. Na primeira hipótese, decorrem de ato administrativo ou de lei; na segunda, resultam de 
atuação direta da Administração sem manifestação expressa de sua vontade, ou de fato da 
natureza. Por exemplo, a Administração pode baixar decreto estabelecendo que determinado 
imóvel, integrado na categoria dos bens dominicais, será destinado à instalação de uma escola; ou 
pode simplesmente instalar essa escola no prédio, sem qualquer declaração expressa. Em um e 
outro caso, o bem está afetado ao uso especial da Administração, passando a integrar a categoria 
de bem de uso especial. A operação inversa também pode ocorrer, mediante declaração expressa 
ou pela simples desocupação do imóvel, que fica sem destinação. (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Letra B. 
10. 2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz de Direito 
Considerando-se o regime jurídico dos bens públicos, pode-se afirmar que 
 
 
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a) a eles não se aplica o princípio da função social da propriedade, em razão do regime de 
impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade. 
b) a eles se aplica, com grau diferenciado, o princípio da função social da propriedade, em 
relação aos bens de uso comum do povo. 
c) a eles se aplica o princípio da função social da propriedade, em grau diferenciado, em relação 
aos bens dominiais. 
d) a eles se aplica o princípio da função social da propriedade que incide indistintamente e com 
mesmo grau de intensidade, dada sua função normativa, sobre todo o ordenamento jurídico e 
sobre o domínio público e particular. 
Comentários 
A função social da propriedade possui previsão em diversos pontos da Constituição Federal de 1988. 
A doutrina e jurisprudência convergem para o entendimento de que aos bens de uso comum e bens 
especiais se aplicam integralmente os preceitos da função social. A dúvida paira sobre a 
aplicabilidade do princípio nos bens dominiais pelo fato de já estarem desafetados, uma vez que 
esses bens nessa modalidade não estarem sendo utilizados em benefício da sociedade. 
Apesar disso, por outro lado, os bens dominiais não perdem a característica de imprescritibilidade e 
impenhorabilidade. Diante disso, os doutrinadores e a jurisprudência entendem que a aplicação do 
princípio da função social poderia se dar de forma diferenciada, em menor intensidade. Além disso, 
existem situações em que o bem, por se encontrar abandonado ou sem uso, pode gerar uma 
oportunidade de essa função social ser observada, como, por exemplo, um prédio abandonado que 
pertence ao governo estadual e, por conta da não utilização, serve de abrigo para moradores de 
ruas. A partir do momento da ocupação, o bem volta a desempenhar uma função social, que é a de 
possibilitar a moradia para um grande número de pessoas necessitadas. 
A seguir, importante julgado do STJ sobre o tema no informativo nº 594: 
RECURSO ESPECIAL. POSSE. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. BEM PÚBLICO DOMINICAL. 
LITÍGIO ENTRE PARTICULARES. INTERDITO POSSESSÓRIO. POSSIBILIDADE. FUNÇÃO SOCIAL. 
OCORRÊNCIA. 
1. Na ocupação de bem público, duas situações devem ter tratamentos distintos: i) aquela em 
que o particular invade imóvel público e almeja proteção possessória ou indenização/retenção em 
face do ente estatal e ii) as contendas possessórias entre particulares no tocante a imóvel 
situado em terras públicas. 
2. A posse deve ser protegida como um fim em si mesma, exercendo o particular o poder fático 
sobre a res e garantindo sua função social, sendo que o critério para aferir se há posse ou 
detenção não é o estrutural e sim o funcional. É a afetação do bem a uma finalidade pública 
que dirá se pode ou não ser objeto de atos possessórias por um particular. 
3. A jurisprudência do STJ é sedimentada no sentido de que o particular tem apenas detenção 
em relação ao Poder Público, não se cogitando de proteção possessória. 
4. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre 
particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse. 
5. À luz do texto constitucional e da inteligência do novo Código 
Civil, a função social é base normativa para a solução dos conflitos 
atinentes à posse, dando-se efetividade ao bem comum, com escopo nos princípios da igualdade e 
da dignidade da pessoa humana. 
 
 
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6. Nos bens do patrimônio disponível do Estado (dominicais), despojados de 
destinação pública, permite-se a proteção possessória pelos ocupantes da terra pública 
que venham a lhe dar função social. 
7. A ocupação por particular de um bem público abandonado/desafetado - isto é, sem 
destinação ao uso público em geral ou a uma atividade administrativa -, confere 
justamente a função social da qual o bem está carente em sua essência. 
8. A exegese que reconhece a posse nos bens dominicais deve ser conciliada com a regra que 
veda o reconhecimento da usucapião nos bens públicos (STF, Súm 340; CF, arts. 183, § 3°; e192; CC, art. 102); um dos efeitos jurídicos da posse - a usucapião – será limitado, devendo 
ser mantido, no entanto, a possibilidade de invocação dos interditos possessórios pelo particular. 
9. Recurso especial não provido.STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 18/10/2016 (Info 594). (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Letra C. 
11. 2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz de Direito 
Sobre a impenhorabilidade dos bens públicos, pode-se afirmar que 
a) tem natureza absoluta por decorrerem da inalienabilidade que os caracterizam. 
b) é absoluta, com exceção da hipótese de concessão de garantia da União em operações de 
crédito externo, nos termos do artigo 52, VIII, da Constituição Federal de 1988. 
c) é absoluta, com exceção da hipótese de sequestro de bens ao teor do artigo 100, parágrafo 
6°, da Constituição Federal de 1988. 
d) admite exceção para a hipótese de sequestro de bens, nos termos do artigo 100, parágrafo 
6°, da Constituição Federal de 1988, e para a concessão de garantia, em condições 
especialíssimas, em operações de crédito externo, cabendo ao Senado Federal dispor sobre 
limite e concessões, nos termos do artigo 52, VIII, da Constituição Federal de 1988. 
Comentários 
a) Incorreto. Impenhorabilidade e inalienabilidade são institutos distintos. Enquanto todos os bens 
públicos são impenhoráveis, em regra, a inalienabilidade engloba apenas os de uso comum do povo 
e uso especial. Os bens dominicais são alienáveis. 
b) Incorreta. Existe outra hipótese aceita pelo STJ de exceção à regra da impenhorabilidade de bens 
públicos. É o caso da violação do direito à saúde. Vejamos a seguir: 
PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SUS. CUSTEIO DETRATAMENTO 
MÉDICO. MOLÉSTIA GRAVE. DIREITO À VIDA E À SAÚDE. BLOQUEIO DE VALORES EM CONTAS 
PÚBLICAS. POSSIBILIDADE. ART. 461 DOCPC. I - A Constituição Federal excepcionou da exigência 
do precatório os créditos de natureza alimentícia, entre os quais incluem-se aqueles relacionados 
com a garantia da manutenção da vida, como os decorrentes do fornecimento de medicamentos 
pelo Estado. II - É lícito ao magistrado determinar o bloqueio de valores em contas públicas 
para garantir o custeio de tratamento médico indispensável, como meio de concretizar o 
princípio da dignidade da pessoa humana e do direito à vida e à saúde. Nessas situações, 
a norma contida no art. 461, § 5º, do Código de Processo Civil deve ser interpretada de 
acordo com esses princípios e normas constitucionais, sendo permitido, inclusive, a 
mitigação da impenhorabilidade dos bens públicos. III - Recurso especial parcialmente 
conhecido e, nessa parte, improvido. (grifos não constantes do original) 
c) Incorreta. Também existe a previsão do art. 52, VIII, da CF/88, in verbis: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
 
 
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VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em 
operações de crédito externo e interno; 
d) Correta. Atualmente são admitidas exceções à regra geral de impenhorabilidade dos bens 
públicos como o oferecimento de garantia em operações de empréstimos externo e interno da 
União e sequestro de valores para assegurar o tratamento médico e fornecimento de 
medicamentos. 
 
 
Gabarito: Letra D. 
12. 2017/CESPE/MPE-RR/Promotor de Justiça 
Considerando o entendimento do STJ, julgue as asserções seguintes. 
I É ilegal cobrar de concessionária de serviço público taxas pelo uso de solo, subsolo ou espaço 
aéreo. 
II A utilização do uso de bem público por concessionária de serviço público para a instalação 
de, por exemplo, postes, dutos ou linhas de transmissão será revertida em benefício para a 
sociedade. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
a) As asserções I e II são falsas. 
b) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
c) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 
d) A asserção I é falsa, mas a II é verdadeira. 
Comentários 
As duas afirmações estão corretas, conforme julgado abaixo do STJ: 
ADMINISTRATIVO. BENS PÚBLICOS. USO DE SOLO, SUBSOLO E ESPAÇO AÉREO POR 
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Cinge-se a 
controvérsia no debate acerca da legalidade da cobrança de valores pela utilização do bem público, 
consubstanciado pela faixa de domínio da rodovia federal BR-493, por concessionária de serviço 
público estadual. 2. O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência firme e consolidada no 
sentido de que a cobrança em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, 
subsolo ou espaço aéreo é ilegal (seja para a instalação de postes, dutos ou linhas de 
transmissão, por exemplo), uma vez que: a) a utilização, nesse caso, se reverte em favor 
da sociedade - razão pela qual não cabe a fixação de preço público; e b) a natureza do 
valor cobrado não é de taxa, pois não há serviço público prestado ou poder de polícia 
exercido. Nesse sentido: AgRg na AR 5.289/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira 
Seção, DJe 19.9.2014; AI no RMS 41.885/MG, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Corte Especial, 
DJe 28.8.2015; AgRg no REsp 1.191.778/RS, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira 
Turma, DJe 26.10.2016; REsp 1.246.070/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda 
Turma, DJe 18.6.2012; REsp 863.577/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, 
DJe 10.9.2010; REsp 881.937/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 14.4.2008. 3. Agravo 
Interno não provido. 
 
 
Gabarito: Letra B. 
 
 
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13. 2017/FCC/TJ-SC/Juiz de Direito 
A propósito do uso dos bens públicos pelos particulares, é correto afirmar que 
a) as concessões de uso, dada a sua natureza contratual, não admitem a modalidade gratuita. 
b) o concessionário de uso de bem público exerce posse ad interdicta, mas não exerce posse 
ad usucapionem. 
c) a autorização de uso, por sua natureza precária, não admite a fixação de prazo de utilização 
do bem público. 
d) a Medida Provisória n° 2.220/2001 garante àquele que possuiu como seu, por cinco anos, 
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel 
público situado em área urbana, utilizando-o para fins comerciais e respeitado o marco 
temporal ali estabelecido, o direito à concessão de uso especial. 
e) a permissão de uso, por sua natureza discricionária, não depende de realização de prévia 
licitação. 
 
 
Comentários 
a) Incorreto. A concessão de uso também admite a forma gratuita, como veremos na lição de Hely 
Lopes Meirelles (p.296, 2016): 
 
A concessão de uso, que pode ser remunerada ou não, apresenta duas modalidades, a saber: 
a concessão administrativa de uso e a concessão de direito real de uso. A primeira, também 
denominada concessão comum de uso, apenas confere ao concessionário um direito pessoal, 
intransferível a terceiros. Já, a concessão de direito real de uso, instituída pelo Dec.-lei 271, de 
28.2.67 (arts. 72 e 82), como o próprio nome indica, atribui o uso do bem público como direito 
real, transferível a terceiros por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária. E é isso 
que a distingue da concessão administrativa de uso, tornando-a um instrumento de grande utilidade 
para os empreendimentos de interesse social, em que o Poder Público fomenta determinado uso 
do bem público. (grifos não constantes do original) 
 
b) Correta. Os bens públicos não são adquiridos por usucapião. Desta forma, não pode haver a 
aplicação do institutoda posse ad usucapionem. Já a posse ad interdicta é aplicável, visando 
proteger a posse do bem público contra terceiros. 
Para Maria Sylvia de Pietro (p.882, 2018): 
 
Especificamente quanto aos bens de uso comum do povo, diz ele que “a regra é esta: a posse não 
é excluída senão para as coisas fora do comércio, de sorte que a ação possessória não é repudiada 
e afastada senão na medida mesma desta exceção, vale dizer, tão-somente enquanto entra em 
conflito e põe em dúvida a destinação da propriedade pública; nos limites em que é compatível 
com essa destinação, a ação possessória tem cabimento”. Se assim não fosse, não 
poderia o Estado defender os bens públicos contra terceiros, utilizando esse 
procedimento. A extracomerciabilidade exclui a posse ad usucapionem (porque 
incompatível com a inalienabilidade dos bens públicos), porém admite a posse ad 
interdicta na medida em que seja necessária para proteger a pública destinação dos bens. 
 
 
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Há de se atentar, no entanto, que o titular de uso privativo pode propor ação possessória contra 
terceiros; não cabe contra a Administração quando esta usa legitimamente seu poder de extinguir 
o uso privativo por razões de interesse público. (grifos não constantes do original) 
 
c) Incorreta. A autorização de uso admite a estipulação de prazo, nos termos dos ensinamentos 
Maria Sylvia de Pietro (p.868, 2018), 
 
A autorização pode ser simples (sem prazo) e qualificada (com prazo). 
O legislador brasileiro tem previsto a possibilidade de fixação de prazo, como ocorre com a 
derivação de águas, no interesse do particular, com fundamento no artigo 43 do Código de Águas, 
devendo a autorização ser dada por tempo não inferior a 30 anos. 
No Município de São Paulo, a Lei Orgânica de 4-4-1990, no artigo 114, § 5º, apesar de imprimir 
natureza transitória à autorização, permite a fixação de prazo, até o máximo de 90 dias. 
A fixação de prazo tira à autorização o caráter de precariedade, conferindo ao uso privativo certo 
grau de estabilidade; vincula a Administração à obediência do prazo e cria, para o particular, direito 
público subjetivo ao exercício da utilização até o termo final previamente fixado; em conseqüência, 
se razões de interesse público obrigarem à revogação extemporânea, ficará o poder público na 
contingência de ter de pagar indenização ao particular, para compensar o sacrifício de seu direito. 
Manifesta é a inconveniência de estipulação de prazo nas autorizações. (grifos não constantes do 
original) 
 
d) Incorreta. Não é para fins comerciais e sim para fins de moradia, nos termos do seu art. 1º, in 
verbis: 
 
Art. 1o Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos, 
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público 
situado em área com características e finalidade urbanas, e que o utilize para sua moradia ou 
de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem 
objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro 
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) (grifos não constantes do 
original) 
e) Incorreto. Em algumas hipóteses, a licitação para a permissão de uso é obrigatória. 
Para Maria Sylvia de Pietro (p. 870, 2018): 
Quanto à licitação, não é, em regra, necessária, a não ser que leis específicas sobre determinadas 
matérias o exijam, como ocorre no caso da permissão para instalação de bancas nas feiras livres. 
É verdade que a Lei nº 8.666, no artigo 2º, inclui a permissão entre os ajustes que, quando 
contratados com terceiros, serão necessariamente precedidos de licitação. Tem-se, no entanto, que 
entender a norma em seus devidos termos. Em primeiro lugar, deve-se atentar para o fato de que 
a Constituição Federal, no artigo 175, parágrafo único, I, refere-se a permissão de serviço público 
como contrato; talvez por isso se justifique a norma do artigo 2º da Lei nº 8.666. Em segundo 
lugar, deve-se considerar também que este dispositivo, ao mencionar os vários tipos de ajustes em 
que a licitação é obrigatória, acrescenta a expressão “quando contratados com terceiros”, o que 
faz supor a existência de um contrato. Além disso, a permissão de uso, embora seja ato unilateral, 
portanto excluído da abrangência do artigo 2º, às vezes assume a forma contratual, com 
características iguais ou semelhantes à concessão de uso; é o que ocorre na permissão qualificada, 
com prazo estabelecido. Neste caso, a licitação torna-se obrigatória. A Lei nº 8.666 parece ter em 
vista precisamente essa situação quando, no artigo 2º, parágrafo único, define o contrato como 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art77
 
 
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“todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que 
haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, 
seja qual for a denominação utilizada”. Quer dizer: ainda que se fale em permissão, a licitação será 
obrigatória se a ela for dada a forma contratual, sendo dispensada a licitação na hipótese do art.17, 
I, f, da Lei nº 8.666, alterada pela Lei nº 8.883, de 8-6-94. (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Letra B. 
14. 2017/CESPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/Procurador Municipal 
Com relação aos bens públicos, assinale a opção correta. 
a) Bens dominicais são os de domínio privado do Estado, não afetados a finalidade pública e 
passíveis de alienação ou de conversão em bens de uso comum ou especial, mediante 
observância de procedimento previsto em lei. 
b) Consideram-se bens de domínio público os bens localizados no município de Belo Horizonte 
afetados para destinação específica precedida de concessão mediante contrato de direito 
público, remunerada ou gratuita, ou a título e direito resolúvel. 
c) O uso especial de bem público, por se tratar de ato precário, unilateral e discricionário, será 
remunerado e dependerá sempre de licitação, qualquer que seja sua finalidade econômica. 
d) As áreas indígenas são bens pertencentes à comunidade indígena, à qual cabem o uso, o 
gozo e a fruição das terras que tradicionalmente ocupa para manter e preservar suas tradições, 
tornando-se insubsistentes pretensões possessórias ou dominiais de particulares relacionados 
à sua ocupação. 
Comentários 
a) Correto. Os bens públicos dominicais são os do domínio privado do Estado que não possuem 
destinação publica, ou seja, são desafetados, constituindo no patrimônio privado do Estado. Quando 
tiverem uma destinação pública especifica, podem ser afetados, tornando-se bens de domínio 
público. 
Para Maria Sylvia de Pietro (p. 850 e 851, 2018): 
Os bens do domínio privado do Estado, chamados bens dominicais pelo Código Civil, e bens do 
patrimônio disponível pelo Código de Contabilidade Pública, são definidos legalmente como 
“os que constituem o patrimônio da União, dos Estados ou Municípios, como objeto de direito 
pessoal ou real de cada uma dessas entidades” (art. 66, III, do Código Civil). (grifos não 
constantes do original) 
b) Incorreto. Uma vez que para determinar se um bem é de domínio público ou privado, elemento 
diferenciador é o da afetação ou destinação pública. 
c) Incorreto. A alternativa tenta induzir o candidato a erro ao sugerir que o conceito de bens públicos 
especiais seja o relativo a características das formas de outorga de bens de domínio público a 
particulares (permissão de uso, autorização de uso e concessãode uso). 
O conceito de bens públicos especiais consta no inciso II, art. 99, do Código Civil 2002, in verbis: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
 
 
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II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como 
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. (grifos não constantes do 
original) 
d) Incorreto. As terras ocupadas pelos índios são de domínio da União. 
Constituição Federal 1988 
 
Art. 20. São bens da União: 
(...) 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Letra A. 
15. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador Municipal 
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 
Situação hipotética: Determinado município brasileiro construiu um hospital público em parte 
de um terreno onde se localiza um condomínio particular. Assertiva: Nessa situação, segundo 
a doutrina dominante, obedecidos os requisitos legais, o município poderá adquirir o bem por 
usucapião 
 
( ) Certo ( ) Errado. 
Comentários 
Correto. O ente público pode adquirir bem de particular por usucapião. Segundo José dos Santos 
Carvalho Filho (p. 1142, 2012): 
 
Outra forma de aquisição de bens públicos é através de usucapião. O Código Civil admite 
expressamente o usucapião como forma de aquisição de bens (art. 1.238, Código Civil) e estabelece 
algumas condições necessárias à consumação aquisitiva, como a posse do bem por determinado 
período, a boa-fé em alguns casos e a sentença declaratória da propriedade. Poder-se-ia indagar 
se a União, um Estado ou Município, ou ainda uma autarquia podem adquirir bens por usucapião. 
A resposta é positiva. A lei civil, ao estabelecer os requisitos para a aquisição da propriedade por 
usucapião, não descartou o Estado como possível titular do direito. Segue-se, pois, que, observados 
os requisitos legais exigidos para os possuidores particulares de modo geral, podem as pessoas de 
direito público adquirir bens por usucapião. Esses bens, uma vez consumado o processo aquisitivo, 
tomar-se-ão bens públicos. (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Correto. 
16. 2017/CESPE/PRFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador Municipal 
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 
Situação hipotética: A associação de moradores de determinado bairro de uma capital 
brasileira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da 
cidade. Assertiva: Nessa situação, a referida associação poderá fazer uso da praça pública, 
independentemente de autorização, mediante prévio aviso à autoridade competente 
 
 
 
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( ) Certo ( ) Errado. 
Comentários 
Errado. O candidato foi induzido ao erro por acreditar que a fundamentação seria com base no inciso 
XVI, art. 5º, da CF 88, in verbis: 
 XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente" 
Veja que a CF menciona que o direito de reunião independe de autorização para ser realizada, 
devendo apenas o prévio aviso a autoridade competente. Diferentemente é o caso de um baile de 
carnaval, em que é necessário um tratamento diferenciado por conta do número imenso de 
participantes, por exemplo. 
 Segundo José dos Santos Carvalho Filho (p. 1156 e 1157, 2012): 
Autorização de uso é o ato administrativo pelo qual o Poder Público consente que determinado 
indivíduo utilize bem público de modo privativo, atendendo primordialmente a seu próprio 
interesse. Esse ato administrativo é unilateral, porque a exteriorização da vontade é apenas 
da Administração Pública, embora o particular seja o interessado no uso. É também 
discricionário, porque depende da valoração do Poder Público sobre a conveniência e a 
oportunidade em conceder o consentimento. Trata-se de ato precário: a Administração 
pode revogar posteriormente a autorização se sobrevierem razões administrativas para 
tanto, não havendo, como regra, qualquer direito de indenização em favor do 
administrado. A autorização de uso só remotamente atende ao interesse público, até 
porque esse objetivo é inarredável para a Administração. Na verdade, porém, o benefício 
maior do uso do bem público pertence ao administrado que obteve a utilização privativa. Portanto, 
é de se considerar que na autorização de uso é prevalente o interesse privado do autorizatário. 
Como o ato é discricionário e precário, ficam resguardados os interesses administrativos. 
Sendo assim, o consentimento dado pela autorização de uso não depende de lei nem 
exige licitação prévia. Em outra ótica, cabe afirmar que o administrado não tem direito 
subjetivo à utilização do bem público, não comportando formular judicialmente 
pretensão no sentido de obrigar a Administração a consentir no uso; os critérios de 
deferimento ou não do pedido de uso são exclusivamente administrativos, calcados na conveniência 
e na oportunidade da Administração. Exemplos desse tipo de ato administrativo são as autorizações 
de uso de terrenos baldios, de área para estacionamento, de retirada de água de fontes não abertas 
ao público, de fechamento de ruas para festas comunitárias ou para a segurança de moradores 
e outros semelhantes. (grifos não constantes do original) 
Dessa forma, para se organizar um baile de carnaval é necessária autorização do poder competente, 
pois não se trata de uma simples reunião para ser exposta alguma manifestação. 
Gabarito: Errado. 
17. 2017/CESPE/TJ-PR /Juiz de Direito 
Em relação aos bens públicos, assinale a opção correta. 
a) O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas 
ilhas oceânicas e costeiras. 
b) Por serem abertos a uma utilização universal, o mercado municipal e o cemitério público são 
considerados bens de uso comum do povo. 
 
 
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c) Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não podem ser 
alienados. 
d) Quando o tribunal de justiça consente o uso gratuito de determinada sala do prédio do foro 
para uso institucional da defensoria pública local, efetiva-se o instituto da permissão de uso de 
bem público. 
Comentários 
a) Correto. A CF/88 permite que terceiros possuam algumas áreas nas ilhas oceânicas e costeiras, 
nos termos do inciso IV, art. 20 e inciso II, art. 26, ambos da CF/88, in verbis: 
Art. 20. São bens da União: 
IV. as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas 
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas 
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, 
II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) 
 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste 
caso,na forma da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob 
domínio da União, Municípios ou terceiros; 
b) Incorreto. Os cemitérios e o mercado municipal são bens de uso especial, nos termos do inciso II, 
art. 99, do CC/2002, in verbis: 
 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como 
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes 
às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. 
Dessa forma, os prédios em que ficam localizados os estabelecimentos que possuem uma finalidade 
pública são classificados como bens de uso especial. 
c) Incorreto. Os bens públicos dominicais estão desafetados, ou seja, sem destinação pública 
específica, podendo ser alienados. 
d) Incorreto. O instrumento jurídico correto é por meio da cessão de uso. Segundo Hely Lopes 
Meirelles (p.645, 2016): 
 
Cessão de uso é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão 
para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, 
por tempo certo ou indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas, em que aquela 
que tem bens desnecessários aos seus serviços cede o uso a outra que deles está precisando. 
(grifos não constantes do original) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc46.htm#art1
 
 
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Gabarito: Letra A. 
18. 2017/FUNDEP-GESTÃO DE CONCURSOS/MPE-MG/Promotor de Justiça 
Analise as seguintes assertivas sobre bens públicos: 
I. A venda de bens públicos imóveis será obrigatoriamente precedida de licitação e depende 
também de autorização legislativa, interesse público devidamente justificado e avaliação 
prévia. 
II. Independe de transcrição imobiliária a concessão de domínio que tiver como destinatário 
pessoa estatal. 
III. A doação de bens móveis públicos é admissível exclusivamente para fins de interesse social 
e depende de avaliação prévia e autorização legal. 
IV. A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois 
mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, 
dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto quando a alienação ou 
concessão de terras públicas tiver por finalidade reforma agrária. 
Somente está CORRETO o que se afirma em: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
Comentários 
I - Incorreto. Nem sempre na alienação de bens imóveis será exigida a licitação na modalidade 
concorrência, nos termos do art.17, Inciso I e alíneas, da Lei 8.666/93, in verbis: 
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse 
público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: 
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e 
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá 
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes 
casos: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de 
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;(Redação dada pela Lei nº 
11.952, de 2009) 
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
d) investidura; 
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de 
governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou 
permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados 
no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social 
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (grifos não constantes do original) 
II - Correto. A concessão de domínio feita entre entes públicos não necessita de transcrição 
imobiliária, uma vez que a efetivação da operação é formalizada por lei. Para Hely Lopes Meirelles 
(p. 658 e 659, 2016): 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11952.htm#art39
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11952.htm#art39
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8883.htm#art1

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