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INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
➢ Principais conceitos 
Quando falamos em Direito do Trabalho, logo pensamos em questões judiciais, Justiça do 
Trabalho, acerto de contas com o patrão (empregador), 13º salário, férias, seguro-desemprego 
e por aí vai... 
Mas o Direito do Trabalho é muito mais que isso! 
Para estudar esse ramo do Direito, precisamos conhecer de antemão, alguns conceitos 
essenciais, considerados cruciais para o entendimento das relações trabalhistas. 
A Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT é composta de alguns conceitos básicos: 
➢ Empregador: de acordo com o art. 2º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
“considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos 
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços”. 
No âmbito do Direito do Trabalho, a CLT expressamente estabelece a exigência de que a 
empresa assuma os riscos do negócio. Assim, ela deve assumir tanto os resultados positivos 
quanto os negativos do empreendimento, não podendo estes últimos serem transferidos ao 
empregado. 
 
 
 
➢ Empregado: a CLT, em seu art. 3º, dispõe que “considera-se empregado toda pessoa 
física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência 
deste e mediante salário”. 
A doutrina jurídica acrescenta a essa definição um outro requisito: a prestação pessoal do 
serviço. Assim, podemos conceituar empregado como a pessoa física que presta pessoalmente 
a outrem serviços não eventuais, subordinados e assalariados. 
Contrato individual de trabalho: a CLT no seu art. 442 dispõe que “Contrato individual de 
trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. 
 
 
 
 
CURSO DISCIPLINA 
TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ASPECTOS LEGAIS DA ADMINISTRAÇÃO 
PROFESSOR: MARK PEREIRA DOS ANJOS 
IMPORTANTE: visar o lucro não é uma condição absoluta para caracterizar o empregador. São 
equiparados os profissionais liberais, instituições beneficentes, associações recreativas ou 
outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 
 
As características do contrato de trabalho são as seguintes: 
• é bilateral, pois produz direito e obrigações para ambos (empregado e empregador); 
• é oneroso, pois a remuneração (pagamento) é requisito essencial; 
• é comutativo, pois as prestações de ambas as partes apresentam relativa equivalência, sendo 
conhecidas no momento da celebração do ajuste contratual; 
• é consensual, pois a lei não impõe forma especial para a sua celebração, bastando anuência 
(concordância) das partes; 
• é, via de regra, um contrato de adesão, pois um dos contratantes, o empregado, limita-se a 
aceitar as cláusulas e condições previamente estabelecidas pelo empregador; 
• é pessoal, pois a pessoa do empregado é considerada pelo empregador como elemento 
determinante da contratação, não podendo aquele se fazer substituir na prestação laboral sem 
o consentimento do empregador; 
• é de execução continuada, pois a execução do contrato não se acaba numa única prestação, 
prolongando-se no tempo. 
 
Duração do contrato de trabalho: quanto à sua duração, os contratos podem ser celebrados 
por prazo determinado ou indeterminado. 
A CLT fixa o prazo máximo de 2 anos para os contratos a prazo determinado em geral, e de 
noventa dias para o contrato de experiência (art. 445 e 451). Admite -se uma única 
prorrogação, que deve ser feita dentro dos prazos que a lei fixou. Havendo uma segunda 
prorrogação, ainda que dentro do prazo legal, o contrato passará a ser considerado por prazo 
indeterminado. 
Contrato individual de trabalho 
TÁCITO: aquele que não é físico, que não 
está registrado
EXPRESSO: aquele que está redigido ou 
formalizado 
Contrato individual de trabalho
bilateral
oneroso
comutativo
consensual
via de regra, contrato de adesão
pessoal
e execução continuada
 
 
 
Além dos conceitos acima destacados, existem outras definições importantes a serem citadas: 
Empregado Doméstico: o empregado doméstico não é regido pela CLT, mas sim por lei 
especial nº 5.859/73, regulamentada pelo Decreto nº 73.626/74. Tivemos uma alteração legal 
relativa à Lei de empregados domésticos, através da Lei Complementar nº 150 de 1º de junho 
de 2015. Empregado doméstico é “aquele que presta serviços de natureza contínua e de 
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial desta, por mais de (2) dois 
dias por semana”. São exemplos de trabalhadores domésticos: o mordomo, a cozinheira, a 
copeira, a governanta, o jardineiro, o motorista particular, etc. 
Salário: é a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador a todo empregado. 
Ele pode ser pago mensal, quinzenal ou mensalmente de acordo com o piso salarial da 
categoria profissional. 
Piso Salarial: valor mínimo atribuído como salário pela prestação de certo serviço ou pelo 
exercício de dada função, tendo em conta a extensão e a complexidade do trabalho de acordo 
com o sindicato da categoria. 
Sindicato: Associação de empregadores, de empregados de trabalhadores autônomos ou 
profissionais liberais que exercem a mesma atividade, profissão atividades ou profissões 
similares e conexas, para fins de estudo dos direitos e deveres dos empregados e empresas. É 
por meio dos sindicatos que podemos ser representados coletivamente. O sindicato é 
lembrado por ser a organização que defende políticas coletivas e que luta pelo progresso dos 
trabalhadores. 
Contribuição Sindical: cota única e anual, devida aos sindicatos pelos que participam das 
respectivas categorias econômicas ou profissionais, ou das profissões liberais representadas 
pelas respectivas entidades. 
Férias: dias destinados ao descanso do trabalho. Pela CLT, todo empregado terá direito 
anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Após cada 
período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a 
férias, na seguinte proporção: 
I - 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes; 
II - 24 dias corridos, quando houver tido de 6 a 14 faltas; 
III - 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas; 
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) 
faltas. 
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. 
§ 2º - O período de férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: algumas pessoas tem o hábito de dizer que o contrato de experiência é de 3 
meses. Do ponto de vista do Direito do Trabalho, a definição correta é 90 dias, pois três meses 
corridos podem não corresponder a 90 dias! 
REFORMA TRABALHISTA: ocorrida em 2017 promoveu algumas mudanças na legislação 
brasileira em matéria de Direito do trabalho. Em se tratando de férias é possível parcela-las 
em até três vezes. A nova lei exige apenas que um dos períodos seja de, no mínimo, 14 dias 
corridos e os demais de pelo menos cinco dias corridos. 
Décimo Terceiro Salário: o 13º ou gratificação natalina é devido a todos os trabalhadores. A 
Constituição determina que seu valor seja pago com base na remuneração integral do salário 
do trabalhador proporcional ou integralmente por ano civil. Seu pagamento é realizado em 2 
parcelas: a 1ª entre os meses de fevereiro a novembro e a 2ª até o dia 20 de dezembro do ano 
vigente. 
 
 
 
➢ Princípios do Direito do Trabalho 
Os princípios são elementos formadores do Direito. Como qualquer ramo do Direito, o Direito 
do Trabalho possui princípios próprios que irão orientar as relações de trabalho. 
Destacamos aqui, os principais princípios do Direito do Trabalho: 
Irrenunciabilidade dos direitos: Fica vedado, por meio deste princípio, todo ato destinado a 
desvirtuar ou ignorar a norma trabalhista, causando, por conseguinte, a não-observação de um 
direito a ser atribuídoa determinado interessado. 
Condição mais benéfica: Estabelece tal princípio que uma condição mais vantajosa já 
conquistada na relação de emprego não deve ser reduzida, garantido as conquistas 
conquistadas ao longo do tempo. 
Princípio da norma mais favorável ao trabalhador: caso surja obscuridade, conflito 
hierárquico entre normas ou simples dúvida na elaboração ou interpretação de normas 
jurídicas, este princípio estabelece que deve prevalecer sempre a interpretação mais favorável 
ao trabalhador. 
Princípios constitucionais específicos: temos vários espalhados pela Constituição, a saber: 
liberdade sindical (artigo oitavo); não interferência do Estado na organização sindical (artigo 
oitavo); direito de greve (artigo nono); representação dos trabalhadores na empresa (artigo 
11); reconhecimento de convenções e acordos coletivos (artigo sétimo, inciso 27), entre tantos 
outros. 
Direitos e garantias fundamentais: são os princípios gerais do direito, aplicado ao direito do 
trabalho, contidos no Título I da Constituição Federal. Tais princípios podem ser encontrados 
no artigo 5º da CF/88 e, principalmente no artigo 7º da CF/88 que explicita os direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais; 
Função diretiva dos princípios: tal princípio determina que princípios constitucionais não 
podem ser contrariados por norma infraconstitucional, ou seja, norma que esteja abaixo da 
Constituição e submissa à ela; 
Função integrativa dos princípios segundo a CLT: na falta de qualquer lei específica, as 
autoridades trabalhistas deverão decidir uma questão utilizando, conforme o caso, a 
jurisprudência, a analogia, a equidade, e outros princípios e normas gerais de direito, em 
especial os do trabalho. 
 
 
Visite o site do Planalto e tenha acesso à íntegra da CLT: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm 
REFORMA TRABALHISTA: o site canaltech disponibiliza os 10 principais pontos da reforma 
trabalhista. Vale a pena conferir: https://canaltech.com.br/carreira/as-10-mudancas-mais-
importantes-da-reforma-trabalhista-97628/ 
https://canaltech.com.br/carreira/as-10-mudancas-mais-importantes-da-reforma-trabalhista-97628/
https://canaltech.com.br/carreira/as-10-mudancas-mais-importantes-da-reforma-trabalhista-97628/
➢ Conclusão 
No mundo moderno e cada vez mais tecnológico, as relações de trabalho estão em 
constante mudança. A manutenção das garantias trabalhistas é fator importante e 
determinante para o desenvolvimento justo de uma determinada sociedade. O Direito do 
Trabalho, consubstanciado na Constituição Federal de 1988 solidifica os princípios trabalhistas 
e confirma a necessidade de se proteger as conquistas até então alcançadas através de duros e 
dolorosos embates entre a classe operária e empregadora. 
Reconhecer e conhecer os Direitos trabalhistas é uma garantia para o empregado, que se 
apropria do conhecimento relativo aos seus direitos e deveres. 
 
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
Sem dúvida, um dos assuntos mais discutidos no país em 2019 foi a Reforma da Previdência! 
Após longo período de discussão, adequações políticas e econômicas, a reforma foi aprovada 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). 
A reforma da Previdência altera as regras para que aposentadorias possam ser pedidas pelos 
trabalhadores. A principal alteração consiste na fixação de uma idade mínima para que se 
possa pedir o benefício e a unificação de regras entre quem trabalha com carteira assinada e 
está vinculado ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e servidores públicos. 
O tema previdenciário está inserido no capítulo de Seguridade Social na Constituição brasileira 
e tem por finalidade assegurar, à população, proteção contra as denominadas contingências 
sociais, materializadas em situações que impedem (ou dificultam) ao indivíduo a manutenção 
de seu próprio sustento e de seus dependentes. 
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) expressamente consagrou o sistema de 
Seguridade Social no Capítulo II do Título VIII (“Da Ordem Social”), especialmente nos artigos 
194 a 204. Trata-se de inovação da Constituição de 1988 também chamada de Constituição-
cidadã, pois é esta a primeira vez em que o regime de Seguridade resta positivado pelo texto 
constitucional brasileiro. 
Vejamos alguns aspectos essenciais do art. 194 da Constituição Federal de 1988, que 
contempla o conceito da Seguridade Social: 
Art. 194, CF/88. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social 
• Objetivo da Seguridade Social, como dito, é fazer frente às contingências sociais. 
• As ações voltadas à Seguridade Social têm caráter integrado: são promovidas não 
apenas pelos Poderes Públicos, mas também pela sociedade. 
• A Seguridade Social contempla três esferas de atuação, a saber: 
 
a) Saúde (arts. 196 a 200 da CF/88 + Lei 8080/90) 
b) Previdência Social 
c) Assistência Social (arts. 203 e 204 da CF/88 + Lei 8.742/93) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
 
A Previdência Social compreende três regimes diversos: 
a) RGPS (Regime Geral da Previdência Social): regime obrigatório, destinado a todos os 
trabalhadores não abarcados por regime próprio (especialmente do setor privado), e gerido 
pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Suas normas são estudadas pelo Direito 
Previdenciário. Legislação: Leis nº 8.212 e 8.213/91 + Decreto 3048/99 + Art. 201 da CF/88. 
b) RPPS (Regime Próprio de Previdência Social): regime obrigatório, destinado aos servidores 
públicos da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas. 
Gerido pelos órgãos da Administração Pública, tem suas regras gerais previstas pelo art. 40 da 
CF/88. Suas normas são estudadas pelo Direito Administrativo. 
c) Regime complementar (Previdência Privada): regime facultativo, de natureza 
complementar aos regimes obrigatórios acima mencionados. Pode ser público ou privado (que 
será aberto, se administrado por instituições financeiras, ou fechado, se administrado por uma 
empresa ou grupo de empresas). É previsto pelas leis complementares nº 108 e 109/2001 + 
art. 202 da CF/88 + art. 40, §§14 a 16 da CF/88. Estudado pelo Direito Comercial (Direito dos 
Seguros Privados). 
 
Dessa maneira, temos a seguinte estrutura do Regime de Previdência Social no Brasil: 
 
 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Tal como os outros ramos do Direito, a Seguridade Social é dotada de princípios, ou seja, 
proposições teóricas que orientam a aplicação e a interpretação de seu sistema de normas. 
 
Segundo a CF/88, trata-se dos OBJETIVOS da Seguridade Social – porém, em termos técnicos, 
são verdadeiros PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, já que orientam as atividades e ditam as 
finalidades do sistema de Seguridade Social. 
Assim, o disposto no artigo 194 da Constituição Federal diz o seguinte: 
 
Seguridade Social
Saúde Previdência Social Assistência Social
Previdência Social
Regime Geral de Previdência Social
Regime Próprio de Previdência Social
Regime complementar
Art. 194 Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade 
social, com base nos seguintes objetivos: 
 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento identificando-se, em rubricas contábeis específicas 
para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência 
social, preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redaçãodada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019); 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, 
com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos 
órgãos colegiados. 
 
Tais princípios constitucionais servirão de guia para orientar as decisões e a formação da 
legislação complementar orientadora do Direito Previdenciário brasileiro. 
 
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS) 
Segurados são pessoas físicas que exercem ou não atividade, remunerada ou não, efetiva ou 
eventual, com ou sem vínculo empregatício, que contribuem para a Previdência Social e, por 
tal razão, podem usufruir dos benefícios por ela geridos. 
➢ Idade mínima do segurado: 16 anos (art. 7º, XXXIII, CF/88); exceto aprendiz (14 anos). 
Porém, se, porventura, o trabalhador tiver menos de 14 anos, terá direito à contagem 
de tempo de serviço para fins previdenciários, pois não pode ser prejudicado pelo 
regramento constitucional. 
Do ponto de vista didático e da estrutura do regime é preciso fazer a seguinte classificação: 
 
➢ 1. Segurados obrigatórios 
a) Segurados obrigatórios comuns (empregado, empregado doméstico e trabalhador 
avulso) 
b) Segurados obrigatórios individuais (contribuintes individuais, empresários e autônomos) 
c) Segurados obrigatórios especiais (especiais em relação à faixa de contribuição (alíquota) 
e benefícios a que tem direito) 
Somente a título de complementação, o conceito de segurado especial encontra-se regulado 
na própria CF/88, no art. 195, §8º, complementado pelo Decreto 3048/99: 
 
“Art. 195, §8º. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem 
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem 
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma 
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da 
lei”. 
 
➢ 2. Segurados facultativos 
O segurado facultativo é a pessoa física que, embora não sendo segurada obrigatória da 
Previdência Social, contribui para o RGPS, no intuito de utilizar-se dos benefícios por ele 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
assegurados (art. 9º, §12 do RPS). Para ser facultativo, o segurado não pode estar incluído 
entre os segurados obrigatórios do RGPS. 
 
FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO NO RGPS 
É importante esclarecer a diferença entre os conceitos de filiação e inscrição no RGPS. 
Filiação é o vínculo que se estabelece entre os contribuintes e a Previdência Social, do qual 
decorrem direitos e obrigações. 
Inscrição é o ato administrativo formal por meio do qual o segurado procede a seu registro e 
de seus dependentes no sistema do INSS. 
O segurado obrigatório filia-se automaticamente, no momento em que passa a exercer 
atividade remunerada abrangida pelo RGPS – trata-se de hipótese de filiação obrigatória. No 
caso de este exercer duas atividades remuneradas, há uma filiação para cada atividade, tendo 
que contribuir nas duas atividades (até o teto do INSS). 
Por seu turno, o segurado facultativo filia-se a partir da respectiva inscrição no regime 
previdenciário – é, portanto, caso de filiação facultativa. A filiação do segurado facultativo 
necessita de inscrição no sistema e só se confirma com o pagamento da primeira contribuição, 
voluntária e sem atraso. 
 
DEPENDENTES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Dependente é beneficiário da Previdência Social por força de determinado vínculo 
estabelecido com o segurado (beneficiário indireto das prestações da Seguridade Social). 
Os dependentes da Previdência Social, nos termos do artigo 16 do PBPS, podem ser divididos 
em três classes: 
a) Classe 1: O cônjuge, o(a) companheiro(a) (em união estável – pessoa que não seja casada – 
art. 16, §3º, RPS) e o filho não emancipado, de qualquer condição (legítimo, adotivo, etc – art. 
227, §6º da CF/88), menor de 21 anos ou inválido (constatada mediante perícia) ou que tenha 
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim 
declarado judicialmente; 
b) Classe 2: Os pais 
c) Classe 3: O irmão, não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou 
que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, 
assim declarado judicialmente. 
 
EXEMPLOS DE BENEFÍCIOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
➢ AUXÍLIO-DOENÇA 
Conceito: Trata-se de benefício devido ao segurado que fica temporariamente incapacitado ao 
trabalho. Destina-se a tutelar incapacidades temporárias, já que a incapacidade permanente 
enseja percepção de aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente. 
Até o 15º dia de afastamento do empregado, o empregador responde pelo salário e encargos 
decorrentes da relação de emprego; porém, a partir do 16º dia de licença, o contrato de 
trabalho fica suspenso, passando o segurado a ter direito ao auxílio doença pago pelo INSS. 
 
➢ APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
Conceito: Trata-se de benefício devido ao segurado que, em gozo ou não do auxílio-doença, 
for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe 
garanta a subsistência. Desde 1995, não é mais vitalício. 
A incapacidade será atestada por perícia a cargo da Previdência Social, podendo o segurado 
fazer-se acompanhar de médico de sua confiança, às suas expensas. 
 
➢ AUXÍLIO-RECLUSÃO 
Conceito: Benefício concedido aos dependentes do segurado no caso de reclusão deste, com o 
intuito de substituir os meios de subsistência daqueles que dependem economicamente do 
recluso. 
Beneficiários: Dependentes do segurado recluso de baixa renda cujo último salário -de-
contribuição (vigente na data do recolhimento à prisão ou na data do afastamento do trabalho 
ou cessação das contribuições), seja igual ou inferior aos limites previstos em lei. 
 
➢ SALÁRIO-FAMÍLIA 
Conceito: Benefício pago, ao segurado de baixa renda, por dependente (filho ou equiparado) 
de até 14 anos ou inválido de qualquer idade, desde que apresentada certidão de nascimento, 
comprovante de vacinação (até 6 anos de idade) e atestado de frequência à escola (a partir de 
7 anos). 
Beneficiários: empregado (urbano e rural), inclusive o doméstico, e trabalhador avulso que 
aufiram salário nos limites estabelecidos pelo INSS. Também têm direito: 
a) Empregado e trabalhador avulso aposentados por invalidez ou em gozo de auxílio-doença; 
b) Trabalhador rural e demais empregados aposentados por idade. 
 
➢ PENSÃO POR MORTE 
Conceito: benefício previdenciário pago ao(s) dependente(s) do segurado em caso de 
falecimento do mesmo ou em caso de desaparecimento tendo sua morte decretada 
judicialmente. 
Com a reforma da Previdência, o benefício terá mudanças na regra de cálculo. Ao invés de 
100% do valor de salário de benefício do segurado morto, a família terá direito a um 
percentual que varia conforme o número de dependentes: parte de 50% mais 10% por cada 
dependente, sendo o percentual mínimo de 60% e o máximo de 100%. Além disso, a reforma 
restringe o acúmulo de aposentadoria e pensão por morte. 
 
IMPORTANTE: Apesar da aprovação da reforma da previdência, há ainda alguns pontos em 
discussão que não estão pacificados e algumas movimentações de entidades de 
representação que estão recorrendo ao STF (Supremo Tribunal Federal) e, 
consequentemente, ainda pode haver mudanças na redação do texto reformado. 
CONCLUSÃO 
O Direito Previdenciário, enquanto regulador dos direitos sociais relativos à Seguridade Social 
é considerado por alguns operadores do Direito como um dos ramos mais técnicos e bastante 
delicados das ciências jurídicas. Trata-se de um ramo altamente regulamentado, com bastante 
alterações legais e particularidades. 
A Seguridade Social e o Regime de PrevidênciaSocial são uma ferramenta pública 
importantíssima no combate à pobreza, desigualdades sociais e atendimento aos cidadãos em 
momentos e situações adversas e na velhice dos trabalhadores. 
Assim, as ações conjuntas devem ser promovidas e estimuladas pelo Poder Público, atuando 
de forma ativa nas políticas públicas de orçamento destinado à manutenção do Sistema de 
Seguridade e também conscientizando e promovendo ao trabalhador as condições reais de 
contribuição para financiar a Seguridade Social no Brasil. 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 
20/11/2019. 
______. Consolidação das Leis do trabalho. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 20/11/2019. 
FARIA, Danielle Parolaria; GRAMANI, Vanessa. Noções Básicas de Direito para 
Administradores e Gestores. 2. ed. Campinas: Alínea, 2013. 
PLÁCIDO E SILVA, De. (Org.), Dicionário Jurídico. São Paulo, Saraiva, 2007. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm

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