Prévia do material em texto
ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES Processo: 0621280-96.2024.8.06.0000 - Agravo de Instrumento Agravante: Incorporadora e Imobiliária Sol Ltda Me. Agravado: Município de Aquiraz. Custos Legis: Ministério Público Estadual A3 EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO DE IPTU. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. QUITAÇÃO INTEGRAL DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA. MANIFESTAÇÃO DO ENTE PÚBLICO LIMITADA Á PENDÊNCIA DE QUITAÇÃO DE VERBA HONORÁRIA. VALOR QUE NÃO INTEGRA A CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA EXECUTADA. EXISTÊNCIA DE OUTROS MEIOS DE COBRANÇA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. DECISÃO REFORMADA. OBJEÇÃO ACOLHIDA. EXECUÇÃO FISCAL EXTINTA. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em conhecer do recurso para DAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do relator. Fortaleza, data e hora indicadas pelo sistema. DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES Relator ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES RELATÓRIO Trata-se de Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por Incorporadora e Imobiliária Sol Ltda. ME em face da decisão interlocutória do Juízo de Direito da 6ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza/CE, na Execução Fiscal nº 0260552-04.2020.8.06.0001, ajuizada pelo Município de Caucaia/CE, em desfavor da ora agravante. Decisão agravada: rejeitou a exceção de pré-executividade, oposta pela recorrente (págs. 163/165). Razões do recurso: afirma a recorrente, em apertada síntese, que a decisão interlocutória proferida merece ser reformada em sua integralidade, pois se mostra injusta e atentatória aos direitos da Agravante, uma vez ter restado comprovada cabalmente, através da vasta documentação apresentada, não mais existir o débito executado. Pugna pela reforma decisão atacada, para acolher a Exceção de Pré-Executividade em todos os pedidos, reconhecendo a extinção do débito diante do adimplemento da dívida, julgando extinta a execução fiscal, com base no artigo 924, inciso II do Código de Processo Civil e ordenar o cancelamento imediato da inscrição do Agravante no cadastro da dívida ativa (págs. 01/19). Custas recolhidas às págs. 21/22. Recurso recebido, em seu plano formal, sendo deferido o pedido de efeito suspensivo (págs. 171/175). Sem contrarrazões, conforme certificado à pág. 184. Parecer da Procuradoria-Geral da Justiça sem adentrar no mérito (págs. 188/192). É o relatório. ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES VOTO Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço o recurso. O caso é de provimento do Agravo de Instrumento. O recurso tem relação com a Ação Execução Fiscal nº 0260552-04.2020.8.06.0001, ajuizada pela Fazenda Pública do Município de Aquiraz/CE, agravada, em desfavor de Incorporadora e Imobiliária Sol Ltda, com fundamrnto na CDA nº 000298599/2020, que aparelha a inicial. (págs. 01/07). De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a Exceção de Pré-executividade somente é admitida naquelas situações em que se mostra desnecessária a dilação probatória ou em que as questões possam ser conhecidas de ofício pelo Magistrado. Nesse sentido, a Súmula nº 393 do STJ, cujo enunciado estabelece que “A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória”. A propósito, o seguinte julgado da Corte Superior, in verbis: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. A EXCEÇÃO DE PRÉ- EXECUTIVIDADE SOMENTE É CABÍVEL QUANDO AS PROVAS PRÉ- CONSTITUÍDAS FORAM DEMONSTRADAS À SACIEDADE. ENTENDIMENTO FIRMADO EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO: RESP 1.104.900/ES, REL. MIN. DENISE ARRUDA, DJE 1o.4.2009. SÚMULA 393/STJ. OBJEÇÃO INDEFERIDA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS ANTE A NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME. AGRAVO REGIMENTAL DA CONTRIBUINTE DESPROVIDO. 1. Não se vislumbra a apontada ofensa aos arts. 165 e 458 do CPC/1973. O acórdão recorrido adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta a debate. 2. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do REsp. 1.104.900/ES, Rel. Min. DENISE ARRUDA (DJe 1o.4.2009), sob a sistemática do art. 543-C do CPC/1973, consagrou o entendimento de que a Exceção de Pré-Executividade somente é cabível nas situações em que não se faz necessária dilação probatória ou em que as questões possam ser conhecidas de ofício pelo Magistrado. Incidência da Súmula 393/STJ. 3. A reforma do entendimento exarado pelo Tribunal de origem, no tocante à necessidade de dilação probatória para o conhecimento da Exceção de Pré-Executividade em que se pretende o reconhecimento da ilegitimidade ativa da agravante, é inviável em Recurso ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES Especial, porquanto, tal como expressamente consignado no acórdão recorrido, o acolhimento do pedido da recorrente somente seria viável mediante investigação probatória. 4. Agravo Regimental da Contribuinte desprovido. (AgRg no AREsp 653.010/ES, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2019, DJe 22/11/2019) No mesmo sentido é o entendimento deste Tribunal de Justiça, senão vejamos: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. MATÉRIA QUE NECESSITA DE MAIOR DILAÇÃO PROBATÓRIA. INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1. Sabe-se que a figura da exceção de pré-executividade é cabível quando existente vício evidenciado de plano, tratando-se de matéria conhecível de ofício e a qualquer tempo, possuindo caráter incidental. Para tanto, se faz necessário que os fundamentos constantes da exceção proposta dispensem a dilação probatória, dotada, portanto, de prova pré-constituída. 2.Desta feita, a exceção de pré- executividade somente compreende a arguição de questões atinentes à liquidez do título executivo, aos pressupostos processuais e às condições da ação executiva. O uso desse instrumento pressupõe que a matéria apresentada seja evidenciada mediante simples análise da petição e dos documentos que a instruem, não admitindo dilação probatória. 3. In casu, a questão suscitada pelo agravado, relativamente à suposta ilegitimidade passiva, necessita de maior dilação probatória, o que inviabiliza o manejo da exceção de pré-executividade. Assim, referida matéria apenas poderá ser ventilada em sede de embargos à execução, hipótese que inclusive já é objeto de debate nos embargos nº 0168196-29.2016.8.06.0001. 4. Recurso improvido. (Agravo de Instrumento nº 0631235-30.2019.8.06.0000; Relator(a): Desembargador CARLOS ALBERTO MENDES FORTE; Comarca de Fortaleza; Órgão julgador: 2ª Vara Cível; Data do julgamento: 18/12/2019; Data de registro: 18/12/2019) Voltando à análise do caso concreto, vejo que o magistrado a quo, ao rejeitar a objeção de pré-executividade, págs. 141/143, assim se pronunciou: No caso concreto, extrai-se que os documentos que acompanham os autos não se mostram suficientes à sua apreciação, não representam prova documental e pré-constituída capaz de obstar o prosseguimento da execução, e portanto não são cabíveis na exceção de pré-executividade. [...] O contrato que embasa a execução se trata de uma confissão de dívida (fls. 2/7 dos autos), contrato que, por si só, consoante pacto realizado entre as ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES partes, corresponde a título líquido, certo e exigível, sendo, portanto, dotado de executibilidade. [...] Alémdisso, o instrumento contratual em questão encontra-se devidamente firmado pelos litigantes, com a assinatura de duas testemunhas, estando, ainda, acompanhado da respectiva memória de cálculo, na qual resta apontado o saldo devedor do executado, não havendo nada nos autos que viole a validade e a executibilidade da avença. No caso dos autos, a intenção dos executados de discussão da causa debendi do título extrajudicial que instrui a inicial executória em sede de exceção de pré-executividade é descabida, por não se tratar de matéria de ordem pública. Laborou em equívoco o magistrado a quo. A prova coligida aos autos, em especial os documentos acostados com a exceção de pré-executividade, às págs. 32/100, dão conta da negociação e quitação da dívida executada, valendo destacar, nessa premissa, que o ente público exequente, instado a se manifestar sobre a objeção e a documentação apresentada, não impugnou a alegação de quitação da dívida, requerendo o prosseguimento da execução sob a alegação de pendência de quitação da verba honorária, apontando o valor de R$ 5.632,39 (cinco mil seiscentos e trinta e dois reais e trinta e nove centavos), conforme se verifica das petições de págs. 110 e 125. Conforme me manifestei na decisão interlocutória de págs. 171/175, em que deferi o pedido de efeito suspensivo requestado pela parte agravante, do compulsar dos autos do processo originário (Execução Fiscal nº 0260552-04.2020.8.06.0001), especificamente os termos de confissão de dívida acostados constata-se que a única menção a honorários está na cláusula terceira, parágrafo primeiro, de cada termo, dali se inferindo que não há cobrança adicional de honorários advocatícios, estando estes incluídos no valor de cada parcela da dívida a ser adimplida, de modo que, o Município de Aquiraz, ao requerer o prosseguimento da execução quanto ao valor remanescente de R$ 5.632,39, está, na verdade, a cobrar honorários próprios do âmbito administrativo, uma vez que a verba honorária decorrente da demanda judicial deve ser fixada pelo Juízo. ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES Nesse raciocínio, entendo que não há qualquer óbice para que seja reconhecida a quitação da dívida tributária – que, reitere-se, não foi impugnada pelo ente público credor – até porque, como se sabe, existem outros meios para buscar o pagamento da verba honorária, não se podendo olvidar que, a teor do § 14 do art. 85 do CPC, os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. Com estas razões, a reforma da decisão agravada e o acolhimento da exceção de pré-executividade é medida que se impõe. Por fim, os honorários advocatícios correspondem à contraprestação pelo trabalho efetivamente exercido pelo patrono das partes em determinada ação específica, razão pela qual havendo manifestação da parte executada nos autos, ainda que através de exceção de pré-executividade, importa reconhecer que o serviço advocatício foi prestado, sendo devida a fixação de honorários. Nesse sentido, julgado do Superior Tribunal de Justiça e desta 3ª Câmara de Direito Público, senão vejamos: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ACOLHIMENTO. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. CABIMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRA A FAZENDA. AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência do STJ entende pela possibilidade de condenação da Fazenda ao pagamento dos honorários advocatícios no caso de acolhimento da exceção de pré-executividade com a consequente extinção da execução fiscal, tal como ocorreu na espécie, em que houve o reconhecimento da prescrição intercorrente. Precedentes: REsp. 1.185.036/PE, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 1o.10.2010 (julgado mediante o rito do art. 543-C do CPC/1973); EDcl no AgInt nos EDcl nos EDcl no AREsp. 1.298.516/SC, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJe 30.8.2019; REsp. 1.695.228/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 23.10.2017. 2. Agravo Interno da FAZENDA NACIONAL a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1833968/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/03/2020, DJe 26/03/2020) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. OMISSÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. VÍCIO EXISTENTE. ACOLHIMENTO PARCIAL DA ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE EM SEDE RECURSAL. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. VERBA HONORÁRIA DEVIDA. ART. 85, §§2º E 3º, INCISO I, DO CPC. PRECEDENTES DO STJ E DESTA COLENDA CÂMARA JULGADORA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. ACÓRDÃO PARCIALMENTE REFORMADO, PARA SANAR A OMISSÃO ATINENTE À FIXAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA, ESTABELECENDO-A NO PERCENTUAL DE 10% (DEZ POR CENTO) SOBRE O VALOR DA CAUSA, NOS TERMOS DO ART. 85, §§2º E 3º, INCISO I, DO CPC. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, à unanimidade, em conhecer o recurso para dar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora, parte integrante deste. Fortaleza, data e hora informadas pelo sistema. DESEMBARGADORA JORIZA MAGALHÃES PINHEIRO Relatora (Embargos de Declaração Cível - 0630032-91.2023.8.06.0000, Rel. Desembargador(a) JORIZA MAGALHAES PINHEIRO, 3ª Câmara Direito Público, data do julgamento: 27/05/2024, data da publicação: 27/05/2024) APELAÇÃO CÍVEL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE ACOLHIDA. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL, POIS PROPOSTA CONTRA DEVEDOR FALECIDO. ÓBTIO OCORRIDO ENTRE A INSCRIÇÃO DA CDA E A DATA DA PROPOSITURA DA AÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE REDIRECIONAMENTO AO ESPÓLIO OU POSSÍVEIS HERDEIROS. SÚMULA Nº 392/STJ. INEXISTÊNCIA DE PESQUISA PRÉ-PROCESSUAL RELACIONADA À EXECUTADA. DEVER DA PROCURADORIA JUDICIAL. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. A executada veio a óbito em 30/11/2015, o que se pode extrair da Certidão de Óbito juntada pela Defensoria Pública, à fl. 23, na condição de Curadora Especial de réu revel citado por edital, precedendo, portanto, a propositura da ação executiva que se deu em 29/12/2016. 2. O redirecionamento em face do espólio ou dos herdeiros não é admitida pela jurisprudência, pois quem ainda não chegou a ser parte do processo não poderia ser substituído na forma prevista no art. 110 do Código de Processo Civil. 3. A Procuradoria do Município não demonstrou ter realizado pesquisa acerca da pessoa da executada, assim como da existência de possíveis herdeiros antes de propor a ação, o que nos leva a concluir por sua desídia, o que deu causa à judicialização do litígio e deve, portanto, arcar com a sucumbência, por força do princípio da causalidade. 4. Apelo conhecido, mas desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos, acordam os integrantes da Terceira Câmara de Direito Público do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por uma de suas turmas julgadoras, à unanimidade, em conhecer do apelo, mas para negar-lhe provimento, tudo nos termos do voto do relator, parte integrante deste. Fortaleza, data informada pelo sistema. DESEMBARGADOR WASHINGTON LUIS BEZERRA DE ARAUJO Relator (Apelação Cível - 0420705-50.2016.8.06.0001, Rel. Desembargador(a) WASHINGTON LUIS BEZERRA DE ARAUJO, 3ª Câmara Direito Público, data do julgamento: 14/03/2022, data da publicação: 14/03/2022) ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES Portanto, acolhida a exceção de pré-executividade e extinta a ação de execução, tem-se devida a condenação do exequente ao pagamento dos honorários sucumbenciais, devendo ser observados, na sua fixação, o grau de zelo do profissional, o lugar deprestação do serviço, a natureza e a importância da causa e o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para seu serviço, bem como respeitados os limites estabelecidos no art. 85, § 3º, do CPC, vez que a Fazenda Pública é parte nos autos. Assim, atento às circunstâncias dos autos, em especial a atuação desenvolvida pelo patrono da executada, aqui agravante, arbitro honorários advocatícios sucumbenciais, a serem suportados pelo ente público agravado, no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, como indicado na ação executiva (art. 85, §§ 2º e 3º, inciso I, do CPC). Ante o exposto, conheço do Agravo de Instrumento, posto que próprio e tempestivo, para DAR-LHE PROVIMENTO e reformar a decisão recorrida, para acolher a exceção de pré-executividade oposta por Incorporadora e Imobiliária Sol Ltda Me, agravante, e DECLARAR EXTINTA A AÇÃO EXECUTIVA, nos termos já explanados. É como voto. Dê-se ciência desta decisão ao Juízo de origem. Expedientes necessários. Fortaleza, data e hora do sistema. DESEMBARGADOR FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES Relator 2024-06-25T09:30:21-0300 Not specified