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Universidade Federal do Maranhão Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia Disciplina: Fenômenos Mecânicos Prof. Paulo Dias Resolução de Exercício (2) No nível do solo, uma bomba é disparada com velocidade inicial de 80, 0 m/s a 60◦ sobre a horizontal e sem sofrer resistência signi�cativa do ar. (a) Ache os componentes horizontal e vertical da velocidade inicial da bomba. (b) Quanto tempo ela leva para atingir seu ponto mais alto? (c) Ache sua altura máxima sobre o solo. (d) A que distância de seu ponto de disparo a bomba aterrisa? (e) No seu ponto mais alto, ache os componentes horizontal e vertical da sua aceleração e velocidade. Solução: (a) Trata-se de um problema de lançamento oblíquo, em que a resistência do ar é desconsiderada, isto é, desconsideramos a força de arraste do ar. Vamos con- siderar que o lançamento ocorra próximo à superfície da Terra, onde a aceleração da gravidade (g) é constante, e considerar a bomba como uma partícula pon- tual. Pelo princípio da independência dos movimentos simultâneos de Galileu, o movimento bidimensional da bomba pode ser decomposto num movimento uniforme na horizontal e num movimento uniformemente acelerado na vertical. Primeiramente, vamos encontrar os componentes horizontal e vertical da velocidade inicial da bomba. Os componentes x e y da velocidade inicial, v0, são dados por: v0x = v0 cos θ, (1) v0y = v0 sin θ. (2) onde θ é o ângulo de inclinação da velocidade inicial em relação à horizontal. Substituindo a velocidade inicial v0 = 80, 0 m/s e θ = 60◦ nas eqs. (1) e (2), temos v0x = (80, 0) cos 60◦ = 40, 0 m/s, (3) v0y = (80, 0) sin 60◦ = 69, 3 m/s. (4) Estes são os componentes horizontal e vertical, respectivamente, da velocidade inicial do lançamento da bomba. (b) O tempo que a bomba leva para atingir seu ponto mais alto pode ser en- contrado a partir da função horária da velocidade do movimento uniformemente acelerado: vy(t) = v0y − gt. (5) No ponto mais alto, a componente y da velocidade é nula, ou seja, vy = 0. Então, a eq. (5) resulta tH = v0y g , (6) onde tH é o tempo que a bomba leva para chegar à altura máxima. Substituindo a eq. (2) em (6), temos tH = v0 sin θ g . (7) Substituindo a velocidade inicial v0 = 80, 0 m/s, θ = 60◦ e g=9, 80 m/s2, temos tH = (80, 0) sin 60◦ 9, 80 = 7, 07 s. (8) Este é o valor que a bomba leva para atingir o ponto mais alto de sua trajetória. (c) Podemos encontrar a altura máxima a partir da equação da trajetória y em função de x: y(x) = y0 + tan θ x− gx2 2v20 cos 2 θ . (9) Para isso, devemos encontrar a posição x da bomba na altura máxima a partir da função horária da posição do movimento uniforme: x(t) = x0 + vxt ⇒ x(t) = x0 + v0xt. (10) onde vx = v0x. Com x0 = 0 e substituindo as eqs. (1) e (7) em (10), temos xH = v20 cos θ sin θ g , (11) 2 onde xH é a posição no eixo x quando a bomba está na altura máxima. Como sin 2θ = 2 sin θ cos θ, podemos escrever a eq. (11) na forma xH = v20 sin (2θ) 2g . (12) Agora podemos obter a altura máxima, yH . Substituindo a eq. (12) em (9), isto é, xH → x, temos com y0 = 0 que y(x) = tan θ v20 cos θ sin θ g − g 2v20 cos 2 θ ( v20 cos θ sin θ g )2 . (13) Assim, simpli�cando a eq. (13), temos yH = v20 sin 2 θ 2g . (14) Poderíamos ter obtido a mesma expressão a partir da equação de Torriceli: v2y = v20y − 2g(y − y0), (15) com vy = 0, y0 = 0, y = yH e usando a eq. (2), temos 0 = v20 sin 2 θ − 2gyH , (16) yH = v20 sin 2 θ 2g , (17) que coincide com a eq. (14). Substituindo a velocidade inicial v0 = 80, 0 m/s, θ = 60◦ e g=9, 81 m/s2 na eq. (17), temos yH = (80, 0)2 sin2 60◦ 2× 9, 80 = 244, 9 m. (18) Este é o valor da altura máxima da bomba em relação ao solo. (d) A bomba aterrisa no ponto 2xH , ou seja, o dobro da posição x da bomba na altura máxima. Desse modo, usando a eq. (9), temos xat = v20 sin(2θ) g , (19) onde xat = 2xH é a posição x da bomba quando ela aterrisa. 3 Podemos obter a mesma expressão a partir da eq. (10), fazendo y(x) = 0 nela. Então, vamos ver�car isso, com y0 = 0, 0 = tan θ x− gx2 2v20 cos 2 θ . (20) Colocando em evidência x, temos x [ tan θ − gx 2v20 cos 2 θ ] = 0, (21) onde as raizes são x1 = 0 e tan θ − gx2 2v20 cos 2 θ = 0, (22) gx2 2v20 cos 2 θ = tan θ, (23) x2 = 2v20 sin θ cos θ g , (24) x2 = v20 sin(2θ) g . (25) Observamos que a raiz x2 coincide com a eq. (19), então x2 = xat. Substituindo a velocidade inicial v0 = 80, 0 m/s, θ = 60◦ e g=9, 80 m/s2 na eq. (19), temos xat = (80, 0)2 sin(2× 60◦) 9, 80 = 565, 6 m. (26) Este é o valor da distância (de seu ponto de disparo até o ponto de aterrisagem) em que a bomba aterrisa. (e) No seu ponto mais alto da trajetória, os componentes horizontal e vertical da aceleração são, respectivamente, ax = 0, (27) ay = −g, (28) já que há movimento uniforme no eixo x e temos movimento uniformemente acelerado (com aceleração constante dada pela aceleração da gravidade) no eixo 4 y. Então, os valores dos componentes x e y da aceleração são ax = 0, (29) ay = −9, 80 m/s 2 . (30) Na altura máxima, os componentes horizontal e vertical da velocidade são, respectivamente, vx = 40, 0 m/s, (31) vy = 0, (32) já que no eixo x temos um movimento uniforme com velocidade constante v0x e, no ponto mais alto, temos que a velocidade instantânea, vy, é nula, pois a bomba muda seu sentido de movimento. 5