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ANA CLÁUDIA OLIVERA SILVA TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE ENFERMAGEM Goianésia do pará - PA 2023 RESUMO No modelo da gestão da oferta historicamente praticado no Sistema Único de Saúde (SUS), a população resume-se a uma soma de indivíduos, com a criação de vínculos e responsabilidades entre os profissionais de saúde (especificamente da enfermagem) e as pessoas usuárias. Este vínculo e importante tanto para o profissional quanto para o usuário, pois a aproximação de ambos proporcionará confiança para um diálogo, relativamente na imunização se estabelece registros potentes das famílias usuárias da Atenção Primária à Saúde (APS). Para tanto, faz-se necessário organizar alguns macroprocessos básicos da APS, tais como: a territorialização, o cadastramento das famílias, a classificação de riscos familiares, a vinculação da população às equipes de APS, a identificação de subpopulações com riscos individuais biopsicológicos e a estratificação dos riscos das subpopulações nas condições crônicas. Definir uma população de responsabilidade sanitária e econômica, estabelecer um registro dessa população, conhecer profundamente os seus riscos sociais e sanitários, classificá-la em subpopulações segundo estratos de risco, elaborando um diagnóstico fidedigno, são a base da gestão da saúde da população. Assim, o trabalho irá vai abordar os processos básicos – territorialização, cadastramento e diagnóstico local, imunização, como ponto de partida na APS. Convidamos todos a revisitarem seus territórios, com o intuito de melhor compreendê-los, por meio do diagnóstico local e assim propor e colocar em prática, intervenções que possam ser efetivas e que contribuam com a melhoria da qualidade de vida e saúde das pessoas. Palavras chaves: Territorialização. Saúde. Enfermagem. Atenção Básica. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO………………………………......................………………………...4 2. DESENVOLVIMENTO…………………………........................................………...5 2.1 TERRITORIALIZAÇÃO…………………...............................................................…6 2.2 ATIVIDADE I DE TERRITORIALIZAÇÃO...............................................................7 2.3 ATIVIDADE II DE TERRITORIALIZAÇÃO..............................................................8 2.4 ATIVIDADE III DE TERRITORIALIZAÇÃO...........................................................10 3. EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A TRANSFORMAÇÃO DO CONHECIMENTO PELOS USUÁRIOS....................................................................................................12 3.1 APRESENTAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES GERENCIAIS DO ENFERMEIRO DA UNIDADE...................................................................................13 3.2 EDUCAÇÃO CONTINUADA E PERMANENTE.....................................................14 3.3 IMUNIZAÇÃO, IMUNOBIOLÓGICOS.....................................................................15 4. MÉTODO ……………………………………………...............................................18 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………….......................……….…….19 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................20 4 1. INTRODUÇÃO A territorialização do Sistema Único de Saúde significa organizar os serviços de acordo com o território, ou seja, conhecer o território onde a vida acontece e organizar os serviços de acordo com as necessidades desse território. Isso é de extrema importância, pois não há uma fórmula mágica de organização que funcionará em qualquer território. Todos os territórios são muito diferentes uns dos outros, então uma maneira de organizar os serviços que funciona bem em um local pode funcionar muito mal em outro. MARQUES (2007). Por isso é necessário conhecer o território. Isso significa conhecer a população, o ambiente, e as suas relações. A partir disso, é possível conhecer as suas necessidades e, então, organizar o serviço de forma eficaz. Os serviços de saúde devem se ajustar às demandas da população, e não o contrário. Em virtude disso, tal serviço está inserido na Atenção Primária, que é porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), na qual, visa um cuidado voltado à prevenção. Com o intuito de obter uma intervenção eficaz e integral nas práticas em saúde, foi criada a Estratégia de Saúde da Família (ESF), tornando-se uma forma de inserir as famílias dentro da UBS, através de seus profissionais, mais especificamente, dos enfermeiros. (ACS) (MONKEN E BARCELLOS, 2005). A educação permanente valoriza as situações de trabalho atuais e seus processos. Isso permite a problematização dos processos no local de trabalho e cria novos conhecimentos entre os profissionais. A educação continuada, por outro lado, é a continuidade da educação inicial com foco no aprimoramento profissional. Não necessariamente atende às necessidades do local de trabalho ou altera o conhecimento sobre o trabalho. Para garantir a manutenção adequada, o Programa Nacional de Imunização tem um sistema completo e uma estrutura técnica-administrativa, incluindo normatização, planejamento e avaliação. BRASIL 2015). A enfermagem na educação em saúde requer a capacidade flexível para desvelar a realidade e propor ações transformadoras que levam as pessoas à autonomia e emancipação como sujeitos sociais e históricos, capazes de propor e opinar sobre as decisões de saúde. Com o intuito de contribuir com o fortalecimento da concepção do território em saúde, seguiremos algumas etapas do processo de aprendizagem, representadas pelos seguintes objetivos: Objetivo geral: Analisar o território como elemento estruturante para o planejamento local em saúde. Objetivos específicos: Discutir o conceito de território, sua evolução e aplicabilidade no planejamento em saúde. Discutir o processo de territorialização 5 em saúde. Compreender o processo de cadastro familiar e sua importância na organização da atenção à saúde. E justificável no sentido de buscar aperfeiçoar a ação institucional do setor saúde, porque é preciso reconhecer nos territórios mais do que a sua delimitação “ótima” do ponto de vista funcional, percebendo como uma instância de poder, do qual participam as populações a eles adstritas bem como reconhecer as múltiplas e diversas territorialidades existentes na “arena territorial”. 6 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 TERRITORIALIZAÇÃO A política nacional de atenção básica foi definida em 2017 como: Um conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, recuperação, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvidas por meio de práticas de cuidado integral e gestão adequada, realizadas com equipe multiprofissional e dirigidas à população em geral. Além disso, afirma que a Atenção Básica servirá como a principal porta de entrada, centro de comunicação e centro de informações da Rede de Atenção à Saúde, além de coordenar o cuidado e supervisionar as ações e serviços que a rede oferece. Cada território tem as suas particularidades, que configuram diferentes perfis demográficos, epidemiológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos, os quais se encontram em constante transformação são pontos importantes de estratégia de cuidado da população. Assim, a atuação das equipes de saúde sobre esse território tem de considerar esses perfis. Os profissionais de saúde que trabalham na Atenção Básica devemse apropriar dessas características e interagir com os atores para que possam agir sobre a realidade onde trabalham. UNGLERT(1999). A territorialização em saúde é o processo de reconhecimento do território. Pode ser definido como uma estratégia ou método de fazer que permite o reconhecimento do ambiente, das condições de vida e da condição de saúde da população em um território específico, bem como o acesso dessa população a ações e serviços de saúde. Isso permite o desenvolvimento de práticas de saúde que atendem à vida cotidiana das pessoas (G.M.; M, MONKEN M 2008). Para administrar o atendimento à população, em algumas circunstâncias, o território é considerado apenas em seus limites geográficos. Em alguns casos, os funcionários da Atenção Básica sabem que é importante ter uma visão mais ampla do território, mas não conseguem incorporar essas informações em seus processos de trabalho. Quando isso ocorre, as equipes de saúde se concentram na doença, o que os torna menos resolutivos e paliativos. O território é a consequência e o resultado de diferenças sociais e ambientais, e essas diferenças têm impactos significativos no desenvolvimento de grupos sociais. O território é um lugar onde diferentes grupos sociais interagem; mesmo compartilhando o mesmo espaço, eles podem ter diferentes modos de vida, relações de trabalho e relações com o ambiente. 7 Na ESF, o território é dividido em três níveis de atuação: Território moradia: Espaço de menor agregação social, permitindo aprofundar o conhecimento para o desenvolvimento de ações de saúde. Território micro área: Subdivisão do território-área. Corresponde à área de atuação do ACS. Espaços onde se concentram grupos populacionais homogêneos, de risco ou não, com vistas à programação e acompanhamentos das ações destinadas à melhoria das condições de saúde Território-área: Representa o espaço-população adstrita, que estabelece vínculo com uma Unidade de Saúde, permitindo a melhor relação e fluxo população/serviços Um dos sentidos da territorialização é a delimitação de uma área para a operação de uma ESF, e não podemos negar a sua importância. No entanto, um grande desafio é encontrar uma maneira de qualificar esse uso com ênfase no reconhecimento do ambiente, da população, do acesso às atividades e serviços de saúde, bem como da dinâmica social existente em cada território. Neste sentido, a territorialização é vista como uma técnica capaz de modificar o modelo de atendimento e as práticas de saúde existentes. As equipes podem desenvolver seus próprios instrumentos para registrar e avaliar as observações que fazem sobre a área e a população onde trabalham. Para que a equipe possa usar e compartilhar esses dados com a gestão, é necessário que esses dados sejam computados com precisão. A ESF se concentra em garantir todos os serviços de saúde de acordo com o programa SUS na área de abrangência. As áreas de influência são aquelas atingidas direta e indiretamente pela expectativa positiva ou negativa do investimento durante o ciclo de implantação e operação. Essas áreas mostram tamanho individualizado (biótico, físico ou socioeconômico). 2.2 ATIVIDADE I DE TERRITORIALIZAÇÃO Desta forma, no contexto da Atenção Básica/Atenção Primária à Saúde (AB/APS) recomendam-se dois tipos de mapas na Unidade Básica de Saúde (UBS): o mapa de delimitação geográfica/delimitação do território e o mapa inteligente. O mapa do território e/ou de delimitação geográfica tem por objetivo representar graficamente a área de responsabilidade da equipe de saúde de forma a permitir a visualização espacial do território e, com isso, auxiliá-la apreender suas particularidades. Sugere-se que este mapa seja exposto na recepção da UBS. Ele pode ilustrar a divisão das micro áreas do território de responsabilidade dos agentes comunitários de saúde (ACS) e 8 também apresentar a localização da UBS e dos equipamentos sociais (escolas, creches, centros comunitários, clubes, igrejas e outros serviços) presentes em cada micro área. Este mapa pode ser obtido através de um mapa territorial (geofísico) ou de ferramentas gratuitas da internet como Google Earth que localize a área da UBS e suas delimitações. Figura 1 – Mapa de áreas de abrangências e área de influência I. Micro área 1: Rua Asa Norte; Rua Nacional; Rua Asa Sul; Rua Planalto; Rua da Assembleia. (1 agente comunitário de saúde). II. Micro área 2: Rua da torre; Rua Genésio Geraldo; Av. Santo Cassaro; Rua do Congresso; Rua da Esperança. (1 agente comunitário de saúde). III. Micro área 3: Rua Tuiuti; Rua Monte Castelo; Rua das Embaixadas; Rua 8 Itamaraty; Rua da Ermida. (1 agente comunitário de saúde). IV. Micro área 4: Rua Madri; Rua Victorio Gorla; Rua Barcelona; Rua Agostinho Resende; (1 agente comunitário de saúde). V. Micro área 5: Rua Conrado Scheller; Rua Antônio Forastieri; Rua Maximiano Góes. (1 agente para as micro áreas 4 e 5). 2.3 ATIVIDADE II DE TERRITORIALIZAÇÃO A territorialização é um processo que pode começar, mas nunca termina, porque deve sempre estar no centro das conversas das equipes de saúde. Demonstramos que o processo de territorialização está vinculado ao trabalho de equipe, ou seja, deve fazer parte de sua rotina. Área Abrangência Área Influência 9 Considere que, por exemplo, ao fazer uma visita domiciliar no local, você já pode coletar e registrar informações a partir das observações que fez durante o trajeto. Muitas vezes, as equipes já se deparam com informações prontas acerca do território. Outras vezes, precisarão buscar os da dos necessários para sua compreensão. De todo modo, compete às equipes administrar com o organizar as informações do seu território. Didaticamente, estabelecemos três fases para o processo de territorialização, embora elas não ocorram, necessariamente, de modo linear. Figura 2 – Fases para o processo de territorialização Fase 1 - preparatória ou de planejamento: Para realizar o processo de territorialização primeiramente deve-se realizar um planejamento para que seja decidido quais as informações serão necessárias e qual a melhor maneira de se conseguir chegar até elas, através de discussões em grupo. Fase 2 - Coleta de Dados Refere-se ao momento de colher as informações que serão necessárias para a realização do trabalho, através de observações nos locais escolhidos, entrevistas, análises de documentos em sistemas e prontuários. Fase 3 - Informações e Análise de dados Essa etapa refere-se ao momento em que a equipe irá analisar todos os dados que foram colhidos na territorialização para logo após, transforma-los em informações onde se possa entender a real situação de saúde da população e, a partir dessa compreensão, estabelecer o planejamento das ações em saúde. Figura 3 – Principais fontes de dados primário e Secundário 10 A utilização de roteiros é normalmente necessária para a coleta de dados primários, pois permitem o registro do que deve ser coletado. Quando se trata de entrevistas, o roteiro é muito útil porque permite que os entrevistadores não se esqueçam de nenhuma informação importante ou desejável. 2.4 ATIVIDADE III DE TERRITORIALIZAÇÃO De acordo com o mapa abaixo, quais ações de saúde poderiam ser realizados para a comunidade? Figura 4 – Mapa geográfico Verificação de Pressão Arterial; Realização de Teste de Glicemia Capilar; Ações de Conscientização contra Violência; Ações de Práticas Corporais, atividades físicas e lazer; Promoção e Avaliação de SaúdeBucal; Verificação e atualização da situação vacinal; Promoção da alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil; Direito sexual e reprodutivo e prevenção de IST/AIDS; A ESF deve cobrir as condições gerais de saúde das pessoas em sua área, estudando as interações entre fatores sociais, políticos, econômicos e culturais e suas consequências nas diferentes situações de saúde-doença. Mapa é uma representação gráfica na qual podem ser organizados e comunicados dados que dizem respeito aos territórios, como os objetos (casas, fábricas, parques, quadras de 11 esporte, escolas), as redes que ligam esses objetos (ruas, ciclovias, rede de água, rede de esgoto), os fluxos das pessoas, as fontes de contaminação ambiental, os grupos populacionais segundo suas vulnerabilidades, a distribuição de eventos – relacionados ou não à produção de saúde ou doença –,bem como pontos estratégicos e de apoio. Ao lado da Unidade Básica, existem praças que podem ser utilizadas para atividades coletivas, como palestras. Como outros recursos de apoio, a igreja, que possui uma forte conexão com a população. 12 3. EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A TRANSFORMAÇÃO DO CONHECIMENTO PELOS USUÁRIOS As ações de educação em saúde e a articulação entre a transformação do conhecimento teórico dos indivíduos participantes em habilidades práticas. As pautas de educação em saúde estão em processo de mudanças, principalmente, envolvendo a enfermagem. A educação em saúde como atribuição do enfermeiro implica em promoção ao autocuidado do paciente (Neves 2015). Nesse contexto a equipe de enfermagem apresenta um papel transformador da promoção de cuidados do indivíduo por meio do contato físico, no olhar de confiança, nas trocas de comunicação, saberes e transferência do conhecimento científico (LOPES 2009). Para além disso, a Educação em Saúde requer do profissional de enfermagem análise crítica da sua atuação durante as abordagens aos pacientes, uma vez que, o estabelecimento do vínculo de confiança é instrumento para a construção da participação popular nos serviços de saúde e aprofundamento da intervenção da ciência no cotidiano das famílias e sociedade (Progianti 2012 p. 256). Neste contexto, com vistas ao alcance do acompanhamento eficiente da saúde do paciente, é imperativo promover Educação em Saúde pautada na participação ativa e valorização das necessidades do indivíduo, famílias, comunidade e profissionais de saúde (MARQUES 2018). Assim, a Educação em Saúde deve ser realizada pelos enfermeiros por meio de ações conforme o reconhecimento das necessidades singulares de cada usuário e da comunidade (SANTANA 2013). Uma das técnicas pedagógicas mais usadas para o desenvolvimento das práticas de ações em saúde é a de problematização, na qual o indivíduo conta seus problemas e experiências, em uma troca contínua de saberes. Essa técnica facilita a aproximação dos pacientes com os profissionais de saúde principalmente dos adolescentes, com uma proposta de estudo em grupo, garantindo a obtenção de mais informações e que se relacionem entre si, para obter vínculo de comunicação, facilitando a intervenção científica profissional da enfermagem para a prevenção de doenças (CORTEZ 2010). É necessário o rompimento do atendimento verticalizado e de se propor a Educação em Saúde pautada no diálogo entre educadores e educandos. Assim, o indivíduo será capaz de assumir um papel ativo no seu processo educativo, considerando suas necessidades, alicerçadas em suas experiências, aprendendo a partir do que lhe é significativo (Unglert p. 221 1999). Ao apoiar os indivíduos, os profissionais de saúde possibilitam a socialização do conhecimento a partir das experiências individuais, contribuem para a reflexão, aprendizado, desenvolvimento da autonomia e mudança no modo de se cuidar de forma mais participativa (NEGRÃO MLB 2018). Além disso, essa prática transformadora, mediada pela participação 13 do indivíduo em todo o processo educativo visa fortalecer a relação entre o profissional e usuário para legitimar a Educação em Saúde Oliveira 2014). Nesse contexto, a transferência de conhecimento científico para a prática da promoção da saúde do indivíduo ocorre a depender de cada cultura e forma de entender da população, o que possibilita o usuário a acreditar que pode absorver saberes resultando em mudanças de rotinas ou hábitos para garantir uma vida saudável. Ademais, o enfermeiro precisa compreender como e qual abordagem educativa será realizada, para que as informações transmitidas ao paciente sejam apreendidas de forma a respondê-lo em seus questionamentos e dúvidas. Outra estratégia a ser utilizada na Educação em Saúde abrange o uso de materiais de apoio como imunização, o que oportuniza efeitos positivos na compreensão do tema abordado. 3.1 APRESENTAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES GERENCIAIS DO ENFERMEIRO DA UNIDADE Uma parte imprescindível da gestão de uma unidade, e o cuidado é a organização dos serviços de saúde. É necessário implementar uma variedade de técnicas e métodos para melhorar o acesso aos serviços e a gestão do processo de trabalho para tal organização. Neste sentido, para garantir um atendimento completo, o APS requer um esforço significativo por parte de seu coordenador, no caso do enfermeiro, desde a gestão do atendimento na UBS até a administração burocrática. O papel do fluxograma é crucial porque é a partir dele que o paciente será direcionado para a unidade. Figura 5 – Fluxograma de acolhimento Fonte: Acolhimento à Demanda Espontânea. Atenção Básica SMS-SP.-2015. 14 O cotidiano dos enfermeiros APS no SUS é marcado pelo conflito de responsabilizar- se pelo conjunto de atividades que compõem a dinâmica de funcionamento do serviço de saúde, bem como pelo trabalho específico exigido pelo novo modelo de atenção. Isso ocorre enquanto as estratégias de gestão e os elementos ideológicos sustentam o modelo tradicional de funcionamento do sistema de saúde. Nestas linhas, as responsabilidades do enfermeiro se concentram cada vez mais em procedimentos relacionados à organização do serviço, à supervisão dos ACS e à prestação de cuidados à equipe de enfermagem. Além de toda a gerencial, o enfermeiro também cumpre os protocolos do Ministério da Saúde, incluindo atendimento a hipertensos, imunização, diabéticos, crescimento e desenvolvimento infantil, gestante e puérpera e muitos outros cuidados de atenção primária. 3.2 EDUCAÇÃO CONTINUADA E PERMANENTE A educação em saúde está presente em todos os lugares e áreas de trabalho dos enfermeiros, desde a Atenção Primária em Saúde até os setores especializados, com o foco na educação em saúde da população. Além disso, inclui todos os processos de formação profissional, incluindo formação inicial, acadêmica, formação continuada e/ou permanente e formação em serviço. No que diz respeito à educação em saúde para a população, refere-se ao processo de ajudar as pessoas a aprender e compreender comportamentos e atitudes relacionados ao cuidado em saúde que devem ser incorporados no cotidiano de vida com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a saúde do paciente. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) foi criada em 2004 e serve como um marco para a educação e o trabalho em saúde no país. Educação Continuada e Educação Permanente em Saúde (EPS) são seus conceitos. A educação continuada contempla as atividades que possui período definido para execução e utiliza, em sua maior parte, os pressupostos da metodologia de ensino tradicional,como exemplo as ofertas formais nos níveis de pós-graduação. Relaciona-se ainda às atividades educacionais que visam promover a aquisição sequencial e acumulativa de informações técnico-científicas pelo trabalhador, por meio de práticas de escolarização de caráter mais formal, bem como de experiências no campo da atuação profissional, no âmbito institucional ou até mesmo externo a ele. 15 O Ministério da Saúde definiu a EPS como aprendizagem no trabalho, ou seja, quando o aprendizado e o ensino são incorporados ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A EPS se baseia na capacidade de transformar as práticas profissionais e acontecer no cotidiano do trabalho. A educação permanente é um tipo de educação centrada no processo de trabalho em saúde. Tem como objetivo mudar as práticas profissionais e organização do trabalho, tomando em consideração as necessidades de saúde das pessoas e das populações, reorganizando a gestão setorial e fortalecendo as conexões entre a formação e o controle social em saúde. 3.3 IMUNIZAÇÃO, IMUNOBIOLÓGICOS O Programa Nacional de Imunizações (PNI) desempenha um papel significativo no SUS, e sua política afeta diretamente a redução, eliminação e erradicação de doenças por meio de vacinas e vigilância. O PNI dirige o processo e define as políticas de imunização em nível estadual e municipal. Não importa qual política de imunização adotada pelo PNI, a imunização deve ser realizada de forma segura em áreas de atenção básica e de assistência, salas de vacina e Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Soros, vacinas e imunoglobulinas são imunobiológicos, que podem proteger, reduzir a severidade ou combater certas doenças e agravos. Funcionam no sistema imunológico, que é caracterizado biologicamente pela capacidade de identificar certas estruturas moleculares, os antígenos, e realizar uma resposta eficaz an esses estímulos, resultando na destruição ou inativação deles. Os produtos termolábeis (sensíveis ao calor e ao frio) e fotossensíveis são chamados de imunobiológicos. Portanto, para manter sua eficácia e potência, ou seja, sua capacidade de resposta, devem ser armazenados, transportados, organizados, monitorados, distribuídos e administrados adequadamente. MORAES(2013). O Calendário Nacional de Vacinação inclui todas as pessoas, incluindo crianças, adolescentes, adultos, pessoas com 65 anos et. As 19 vacinas contra mais de 20 doenças estão disponíveis, e a proteção começa desde o nascimento e pode durar toda a vida. Os calendários de vacinas a segundo Ministério da Saúde (2022) é mostrado nas Figuras abaixo. 16 Figura 6 - Calendario de vacinação para criança. Fonte: PNI Figura 7 - Calendario de vacinação para adolescentes Fonte: PNI Figura 8 - Calendario de vacinação para adultos Fonte: PNI 17 Figura 9 - Calendario de vacinação para idosos Fonte: PNI 18 4. MÉTODO Este trabalho trata-se de uma Pesquisa Convergente-Assistencial, cujo produto é uma tecnologia de administração para o trabalho do enfermeiro dentro da Estratégia Saúde da Família. O produto – resultado deste trabalho – se deu a partir de um levantamento bibliográfico nas bases de plataformas digitais com: Lilacs, CidSaúde, Google acadêmico BDENF, Respostas em Atenção Primária, CVSP, Coleciona SUS, usando a palavra-chave territorialização. O termo territorialização não é considerado descritor de assunto mas, pelo fato de ser amplamente utilizado na área de Saúde Pública e na prática dos serviços, optou-se por aplicá-lo às buscas, correndo o risco de encontrar textos que apenas citavam o termo, pois o localizador bibliográfico, ao encontrá-lo, seja entre as palavras do título ou resumo, o seleciona. Após a leitura das publicações na íntegra, foram eliminadas as duplicadas e aquelas que apenas citavam a territorialização sem aprofundar a discussão a respeito. As publicações foram organizadas por ordem cronológica e descritas conforme sua coerência com o objetivo deste trabalho, ou seja, trabalhos que apresentavam ou analisavam propostas de “leitura” do território. O foco de análise escolhido foi especificamente a metodologia aplicada para realizar a territorialização. Estas propostas foram analisadas à luz da fundamentação teórica deste estudo e foi feita uma discussão sobre as aquelas que mais se adequariam à escolha teórica e que poderiam ser aplicadas à realidade da Unidade Saúde da Família. 19 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Territorialização e voltado à promoção da saúde em diversas áreas da comunidade, por meio de atividades educativas realizadas por múltiplas equipes da saúde. Envolve aspectos práticos que facilitam, evitam ou retarda a presença de doenças na comunidade. Evidencia-se que o processo pedagógico na realização de uma atividade educativa, em enfermagem pode apresentar melhor resultado, quando aplicado com a confiança de um bom atendimento para um fácil aprendizado. Dessa forma, o profissional enfermeiro compartilha informações e trabalha para a conquista do vínculo paciente-profissional, demostrando respeito pelo paciente. Além disso, adota uma atitude agradável em suas abordagens que objetivam melhorar a comunicação e compreensão, do que se fala, por parte do indivíduo participante, com finalidade de garantir o empoeiramento do paciente para o autocuidado e promover uma assistência de enfermagem segura e com qualidade. Assim, a promoção da saúde por meio de ações de educação e troca de informações envolvendo a relação dialógica, o conhecimento científico e a vivência dos indivíduos, favorece a promoção da saúde, uma vez que, os pacientes passam adquirir hábitos que contribuem para a sua qualidade de vida. Ademais, estudos futuros que abordem a temática contexto da atenção básica. 20 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Guilherme Bruno et al. Territorialização em saúde como instrumento de formação para estudantes de medicina: relato de experiência. SANARE-Revista de Políticas Públicas, v. 16, n. 1, 2017. AMESTOY SC, SCHVEITZER MC, MEIRELLES BHS, BACKES VMS, ERDMANN A. L. 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