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Brasília-DF. 
Desenvolvimento e Processos evolutivos 
Do Jovem AtletA
Elaboração
Carlos Vinicius de Souza Heggeudorn Herdy
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO ............................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INICIAÇÃO ESPORTIVA ............................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
MATURAÇÃO ......................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3
AS IDADES DO SER HUMANO ................................................................................................. 25
CAPÍTULO 4
CRESCIMENTO ....................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 5
DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................ 36
UNIDADE II
PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO ........................................................................................................... 52
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO AERÓBIO ................................................................................................. 54
CAPÍTULO 2
DESENVOLVIMENTO ANAERÓBIO ............................................................................................ 57
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 63
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Este material didático tem como objetivo reunir a literatura especializada sobre o 
trinômio crescimento, desenvolvimento e maturação, de forma a oferecer informações 
que contribuam para uma melhor compreensão de questões importantes no ensino e na 
prática pedagógica do esporte, orientados para o trabalho com crianças, adolescentes 
e jovens. 
Durante as duas primeiras décadas de vida, as principais atividades do organismo 
humano consistem em crescer e desenvolverem-se, dois fenômenos que ocorrem 
simultaneamente nesse período, sendo que sua maior ou menor velocidade depende do 
nível maturacional e, em alguns momentos, das experiências vivenciadas pela criança 
ou pelo adolescente. 
No contexto esportivo, crianças e adolescentes sonham se tornar atletas profissionais nas 
mais diversas modalidades esportivas, entretanto observamos que poucos conseguem 
esse feito, e nesta analise, tem-se grande responsabilidade aplicada aos profissionais 
que trabalham diretamente com esse público. Por isso, conhecer os estágios de 
desenvolvimento e saber as cargas e volumes corretos a serem oferecidos pela idade, é 
de suma importância para o sucesso em longo prazo desses jovens atletas.
Objetivos
 » Promover o conhecimento atualizado para prescrição de treinamento em 
crianças e adolescentes.
 » Analisar as questões aplicadas aos processos maturacionais de jovens 
esportistas.
 » Compreender o contexto de formação de atletas jovens e a importância 
de se observar as fases motoras.
9
UNIDADE I
CRESCIMENTO, 
DESENVOLVIMENTO E 
MATURAÇÃO
O ser humano não é biologicamente estático. Desde o momento da concepção até 
a morte, é por demais conhecida a ocorrência de transformações quantitativas e 
qualitativas, quer no sentido evolutivo quer no involutivo. Durante as duas primeiras 
décadas de vida, a principal atividade do organismo humano é “crescer” e “desenvolver-se”. 
Por conta da existência de forte interação entre o crescimento e o desenvolvimento, 
muitas vezes ambos os conceitos vêm sendo empregados de forma indiscriminada com 
o mesmo significado. Todavia, crescimento e desenvolvimento referem-se a processos 
que, embora indissociáveis e cuja ocorrência isolada é impossível, são fenômenos 
diferentes que sempre demonstram correspondência diretaentre si.
CAPÍTULO 1
Iniciação esportiva
Muitos são os autores e as abordagens a respeito dessa temática, amplamente 
discutida nos meios educacionais e esportivos, e que causa inúmeros conflitos 
de pensamento quando é tratada na iniciação esportiva. Aqui, cabe destacar que 
crescimento e desenvolvimento são processos diferentes, mas indissociáveis, embora 
não ocorram isoladamente, são fenômenos que nem sempre demonstram entre si 
uma correspondência direta (GUEDES; GUEDES, 1997). Como o principal objetivo, 
neste momento, é a iniciação esportiva, torna-se fundamental, em primeiro lugar, 
explicar certas mudanças que ocorrem durante as diferentes fases de crescimento que, 
seguramente, poderão ser observadas nos alunos. Para isso, é importante lembrar 
que os jovens não são adultos em miniatura, uma vez que eles têm necessidades e 
capacidades muito específicas. Um dos maiores problemas no ensino do esporte é a 
falta de conhecimento, por parte dos professores e dos pais, sobre como as crianças 
crescem e se desenvolvem. Frequentemente, isso cria expectativas irreais quanto ao 
desempenho e aos resultados, sendo, por diversas vezes, o motivo da desistência por 
10
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
crianças e jovens de praticar esporte(s). Por esse motivo, os professores devem conhecer 
e compreender as diversas mudanças que ocorrem no corpo humano desde a infância 
até a fase adulta, bem como planejar e estruturar as aulas da maneira mais adequada às 
necessidades de cada momento do crescimento e do desenvolvimento dos alunos.
Professores e/ou treinadores que trabalham na iniciação esportiva devem 
assegurar-se de que estão lidando com crianças em constante desenvolvimento 
físico, mental e emocional, e que esse desenvolvimento não ocorre de forma 
homogênea e isolada nos seres humanos. Assim, o professor deve entender as 
diversas fases, bem como as interferências e mudanças que ocorrem em cada uma 
delas, de forma a desenvolver um nível de conhecimento nessa área que permita 
identificar as causas e os resultados das atividades oferecidas aos alunos. Dessa 
forma, os professores devem, além de ter conhecimento sobre o esporte e sobre as 
especificidades das modalidades em que trabalham entender e conhecer também 
como ocorrem os processos de crescimento, de desenvolvimento e de maturação 
nas crianças nos adolescentes e nos jovens sob sua responsabilidade. Scalon afirma 
que é exatamente por causa disso que os professores têm a necessidade de estar 
preparados, pois eles não devem ser aqueles que apresentam apenas o mais amplo 
conhecimento sobre o esporte ou sobre determinada modalidade esportiva, mas 
os que igualmente possuem conhecimento profundo sobre os aspectos biológicos 
e psicossociais da criança, bem como a capacidade de integrar tais conhecimentos 
na sua preparação física, podendo identificar assim o nível adequado para a prática 
esportiva (SCALON, 2004).
Figura 1. O atletismo como processo facilitatório para iniciação esportiva.
Figura disponível em: <http://www.fpatletismo.pt/>. Acessado em: 17 jan. 2010.
11
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
De acordo com Guedes e Guedes (1997), outro fator relevante a se considerar é a 
experiência: Entenda-se que a experiência é um fato oriundo do meio ambiente que 
pode alterar ou modificar o aparecimento de algumas características, predeterminadas 
geneticamente, do desenvolvimento por meio do processo de aprendizagem. Por outro 
lado, Arruda (2008) diz que nesse sentido é revelada a existência de uma interação entre 
maturação, neste instante considerada o desabrochar das aptidões potencialmente 
presentes no indivíduo, e a aprendizagem, considerada como um processo proveniente 
da prática e do esforço do mesmo indivíduo. Portanto, não se deve iniciar o ensino 
do(s) esporte(s) com crianças, adolescentes e jovens, sem se considerar os processos 
de crescimento, de desenvolvimento e de maturação. Uma vez desenvolvidos de 
forma harmoniosa, os benefícios para os praticantes são quase sempre assegurados de 
maneira a respeitar sua individualidade biológica, otimizando, assim, a possibilidade 
de seu aprendizado e a certeza de se desenvolver de forma saudável todo o seu potencial. 
Nesse sentido, pode-se considerar comum o fato de professores confundirem as fases de 
desenvolvimento e de maturação de crianças e adolescentes, bem como superestimar 
um determinado resultado esportivo sem levar em consideração o desenvolvimento 
biológico e o estado maturacional em que se encontram. Assim, por exemplo, alguns 
alunos podem apresentar a idade cronológica de 12 anos, mas ter a idade biológica de 
14. Logo, um aluno assim precoce apresentará vantagens sobre outros que apresentam 
um desenvolvimento “normal”; esse processo pode ainda ocorrer de forma inversa, 
com alunos com idade cronológica de 14 anos, mas com desenvolvimento biológico de 
12, caracterizados como maturação tardia. 
Alguns estudos publicados pela Associação Internacional de Federações de Atletismo 
(International Association of Athletics Federations – IAAF) em seu site, sob o rótulo de 
“New Studies in Athletics” (“Novos estudos em atletismo”, em tradução livre) inclusive 
apontam e corroboram que muitos dos campeões olímpicos e recordistas mundiais 
são maturadores tardios. O mesmo pode ocorrer ao se comparar os resultados de 
meninos e meninas na faixa etária de 10 a 12 anos, pois o desenvolvimento das meninas 
acontece de forma mais prematura do que o da maioria dos meninos, não sendo 
raro que uma menina apresente desempenho motor semelhante, ou melhor, ao de 
um grupo de meninos. Tani (2002) afirma que, do ponto de vista dos estudos sobre 
o desenvolvimento infantil, pode-se afirmar que existem evidências suficientes para 
uma tomada de decisões coerente sobre o melhor momento da iniciação esportiva. Se 
respeitadas as características dos desenvolvimentos motor, cognitivo, afetivo, social e 
moral das crianças, a iniciação esportiva, com pequenas variações, e dependendo das 
especificidades das diferentes modalidades, deve ocorrer no final da segunda infância, 
ou seja, entre 10 e 12 anos de idade. 
12
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Acredita-se que, apesar de polêmica, a especialização precoce trata-se mais uma questão 
metodológica do que biológica, pois, a partir dos 10 anos, o organismo da criança já 
está desenvolvido o suficiente para o início de uma prática esportiva, no entanto, esse 
desenvolvimento não ocorre de forma homogênea. Existem capacidades físicas que 
estão desenvolvidas para um trabalho mais específico, enquanto outras, se trabalhadas 
de forma equivocada, podem resultar em prejuízo no processo de formação desses 
indivíduos. Verkhoshanski (2004) ressalta que, em muitos casos, atletas que já atingiram 
altos níveis não apresentaram, no início da carreira, desempenho satisfatório. Nessa 
direção, Zakharov et al. (1992) associam um desempenho de destaque a um trabalho de 
muitos anos, e apontam para a necessidade de serem observadas, no início do trabalho, 
as fases sensíveis do treinamento, definidas como etapas de maturação biológica e de 
desenvolvimento das capacidades físicas, que poderão ser vistas de forma mais específica 
e aprofundada no caderno 4 desta série, intitulado “Treinamento esportivo”. No entanto, 
não se pode considerar como fundamento para a prática esportiva sistemática apenas a 
idade biológica, pois, devido a vários fatores, o desenvolvimento físico não acompanha 
a idade, o que pode ser demonstrado quando são comparadas crianças de mesma idade 
que, na prática, demonstram níveis diferenciados de desenvolvimento motor.
Nessa mesma linha, Gomes (2004) observa que, para a estruturação do processo de 
aprendizado esportivo em longo prazo, é fundamental conhecer dois aspectos:
 » Os ritmos ótimos de crescimento dos resultados.
 » O período total de obtenção de tais resultados.
No primeiro aspecto, destaca-se que em algumas modalidades o desempenho dos 
jovensatletas não apresenta regularidade, apresentando um decréscimo rápido de 
rendimento nas etapas iniciais do treinamento, fato que possivelmente não ocorreria se 
o treinamento ou planejamento fosse adequado à idade; se isso ocorresse, os resultados 
se apresentariam de forma progressiva e continuada, exigindo do indivíduo apenas o 
esforço suficiente para enfrentar cada momento ou etapa do processo. Ressalte-se, ainda, 
que a prática decorrente da iniciação precoce é, na maioria das vezes, consequência 
de uma preparação forçada. Como exemplo, ao analisar a dinâmica de muitos anos, 
observou-se que os ritmos de crescimento dos resultados dos corredores russos na 
categoria juvenil em distâncias médias foram mais altos do que os dos melhores atletas 
do mundo. Porém, em uma análise da categoria adulto, esses resultados mostraram-se 
estáveis, enquanto os da elite internacional continuaram a crescer. De fato, Platonov 
e Fessenko (s.d.) destacam que o rendimento máximo somente pode ser atingido por 
meio da preparação sistemática, que, em muitas situações, pode chegar a até 10 anos de 
trabalho, sendo necessário considerar, entre outros fatores, o período de treinamento e 
a orientação das cargas empregadas. 
13
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Weineck (1999) afirma que em crianças com desenvolvimento normal há uma 
coincidência entre idade biológica e física. Em crianças precoces (com desenvolvimento 
acelerado) o desenvolvimento físico precede o biológico em um ou mais anos, e em 
crianças de crescimento tardio (retardado) ocorre o contrário, o crescimento biológico 
precede o físico. Obviamente, o crescimento físico é muito importante no que diz 
respeito aos resultados esportivos. Em primeiro lugar, deve-se observar como o corpo se 
modifica durante o desenvolvimento. Durante esse processo, sucedem-se importantes 
mudanças no tamanho corporal, tal como em suas proporções. Essas transformações 
afetam a forma como as crianças desenvolvem diferentes atividades e habilidades, e 
apresentam variações consideráveis entre os sexos e as idades.
14
CAPÍTULO 2
Maturação
Maturação, conforme Malina (2002), “refere-se ao tempo e controle temporal do progresso 
pelo estado biológico maduro”. Diz respeito às mudanças qualitativas que capacitam o 
organismo a progredir em direção a níveis mais altos de funcionamento. Dessa forma, é 
um processo inato, geneticamente determinado e resistente à influência do meio ambiente, 
que se refere às transformações que ocorrem no corpo durante um determinado período 
de tempo. A maturação diz respeito ao momento e à evolução para o desenvolvimento 
dos vários sistemas, em direção ao estado biológico maduro e às alterações qualitativas 
que capacitam o indivíduo a progredir para níveis mais altos de atividade. Com isso, 
o processo de maturação tem foco no avanço ou nos indicadores para se alcançar esse 
estado, bem como em suas decorrências individuais. A Figura 02 representa dois meios 
de avaliação maturacional: avaliação pelo nível de maturação sexual proposta por Tannen 
(complementada pelas figuras 5 e 6) e a avaliação pelo nível de desenvolvimento esquelético 
(crescimento e constituição óssea), mais utilizada na área médica.
Figura 2. Avaliação maturacional.
Fonte: Adaptado de slide de aula sobre crescimento, desenvolvimento e maturação retirado da aula de mesmo nome do 
curso de Ciências da Atividade Física da Universidade de São Paulo (USP), 2009.
Com isso, pode-se definir maturação como:
 » O processo que conduz o corpo humano à forma e às funções normais 
adultas (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2004);
 » andamento, a sequência e o progresso em direção ao estado biológico 
maduro (BAXTER-JONES; EISENMANN; SHERAR et al. 2005);
 » O processo que leva a um completo estado de desenvolvimento 
morfológico, fisiológico e psicológico e que, necessariamente, tem 
controle genético e ambiental (MATSUDO; MATSUDO, 1991a). 
15
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
As várias etapas desse processo não ocorrem simultaneamente em todas as crianças 
e jovens com a mesma idade cronológica, ou seja, crianças e jovens de idade biológica 
igual podem apresentar diferenças significativas em relação ao nível maturacional 
(MALINA; BOUCHARD, 2002). Baxter-Jones, Eisenmann e Sherar (2005) afirmam que 
o processo de maturação apresenta duas fases distintas: o timing e o tempo. O timing 
refere-se à idade em que os eventos maturacionais específicos acontecem (menarca, 
espermarca, início do desenvolvimento das mamas, aparecimento de pelos pubianos e 
idade do pico de crescimento, entre outros), enquanto o tempo diz respeito ao índice e à 
velocidade com que a maturação avança e progride em direção ao estado maturacional 
adulto. Malina e Bouchard (2002) afirmam que as diferenças maturacionais entre os 
sexos se destacam entre os 9 e os 14 anos de idade, para o sexo feminino, e entre os 11 e 
os 16 anos, para o sexo masculino. Maglischo (1999), por outro lado, traz uma referência 
mais específica, ao apontar para as faixas de 11 a 13 anos no sexo feminino, e de 13 
a 15 anos no sexo masculino. Portanto, infere-se que jovens em estado maturacional 
mais adiantado provavelmente serão mais altos, mais pesados, e terão maiores níveis 
de força e maior resistência muscular, se comparados com aqueles de maturação tardia. 
Segundo Malina e Bouchard (2002), são esses os fatores que auxiliam os jovens a ter 
maior êxito em determinados esportes, dentre eles, a natação e o atletismo. Todavia, 
essa vantagem maturacional tende a desaparecer após a puberdade. Segundo Malina, 
Bouchard e Bar-Or (2004), as medidas de maturação variam de acordo com o sistema 
biológico considerado. Geralmente, os indicadores mais utilizados são a maturação 
esquelética, a maturação sexual e a maturação somática. Sokolovas (1999) aponta 
que a maturação biológica tem relação com as medidas antropométricas específicas 
em conformidade com as características individuais, e que as melhores medidas de 
maturação biológica são as de características secundárias de gênero, tendo em vista 
uma consideração especializada.
As características sexuais primárias são aquelas relacionadas diretamente com a 
reprodução (DUARTE, 1993). No sexo feminino, dizem respeito ao desenvolvimento 
dos ovários, do útero e da vagina; no sexo masculino, refere-se ao desenvolvimento dos 
testículos, da próstata e da produção de esperma. As características sexuais secundárias 
estão relacionadas ao dimorfismo sexual externo, isto é, o desenvolvimento dos seios, 
do pênis, dos pelos faciais e pubianos, bem como a modificação da voz. Os estudos sobre 
maturação tendem a se concentrar nas características sexuais secundárias, de mais fácil 
avaliação, considerando-se a dificuldade ou mesmo a impossibilidade de se determinar 
o desenvolvimento dos órgãos sexuais internos. Em 1962, Tanner desenvolveu um 
sistema de fotos – como se pode observar nas ilustrações a seguir (Figuras 5 e 6) – que 
permite determinar: os estágios de desenvolvimento dos pelos pubianos em ambos os 
sexos, de PP1 a PP5; de desenvolvimento mamário para o sexo feminino, com os estágios 
de M1 a M5; e de desenvolvimento dos genitais do sexo masculino, com estágios de 
G1 a G5. Malina, Bouchard e Bar-Or (2004) também citam as características sexuais 
secundárias como elementos de avaliação.
16
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Devido a questões éticas e legais, na atualidade pode-se contar com a autoavaliação, 
que facilita a aplicação sistemática da avaliação junto aos jovens que praticam esportes 
de cunho competitivo. Esse procedimento, por Matsudo e Matsudo (1991), para jovens 
brasileiros, apresenta um alto índice de correlação (r = 0,80) entre a autoavaliação e a 
avaliação realizada por um profissional especializado (médico).
Figura 3. Estágios de maturação sexual masculina – Pranchas de Tanner.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/medicina/> Acessado em: 6 dez. 2013.
17CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Figura 4. Estágios de maturação sexual masculina – Pranchas de Tanner.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/medicina/> Acessado em: 6 dez. 2013.
18
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Figura 5. Estágios de maturação sexual feminina – Pranchas de Tanner.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/medicina/> Acessado em: 6 dez. 2013.
19
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Figura 6. Estágios de maturação sexual feminina – Pranchas de Tanner.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/medicina/> Acessado em: 6 dez. 2013.
20
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Sugestões aos professores
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para que os professores possam 
trabalhar com crianças e adolescentes em fase de crescimento.
 » Pensar em termos de fases de crescimento e não de idade.
 » Determinar como as alterações das proporções físicas afetam o 
desempenho e os resultados do indivíduo.
 » Ajudar as crianças a compreender as alterações que ocorrem em seus 
corpos.
 » Estabelecer normas para a avaliação de resultados, de acordo com as 
idades de desenvolvimento, e não com a idade cronológica.
 » Agrupar as crianças de acordo com seu desenvolvimento físico, 
utilizando como referência as medidas de peso e altura.
 » Estimular a aprendizagem de habilidades técnicas em todos os alunos; 
os atletas tardios poderão vir a ter sucesso mais tarde.
 » Não trabalhar com exercícios que provoquem cargas excessivas nas 
zonas de crescimento ósseo (epífise óssea), durante o período de 
crescimento acelerado.
Fatores que determinam as habilidades das 
crianças
Quando as crianças começam a praticar esportes, a jogar por si própria ou com a 
supervisão de um profissional, elas aprendem e desenvolvem habilidades. O grau de 
aprendizagem das habilidades depende do seu grau de maturação e de sua experiência, 
da qualidade de ensino que recebem, assim como do grau de dificuldade das tarefas. 
O monitoramento de programas de educação física escolar, referente ao número de 
sessões semanais e ao desenvolvimento de rotinas específicas de exercícios por um 
determinado período, tem sido utilizado na tentativa de analisar a influência da prática 
da atividade física em variáveis que demonstram os aspectos morfológicos e funcionais 
de crianças e adolescentes. Considerando-se a análise de Guedes e Guedes (1997), 
todos os estudos foram unânimes no ponto de que “não existe um estímulo maior 
quanto aos níveis de crescimento das crianças e dos adolescentes em função de um 
maior número de sessões de educação física”. Guedes e Guedes (1997) afirmam que as 
21
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
evidências parecem apontar para a hipótese de que o simples aumento no número das 
sessões de educação física escolar não é suficiente para produzir modificações benéficas 
nos aspectos morfológicos e funcionais de crianças e adolescentes. A quantidade e a 
qualidade dos estímulos motores propostos em cada sessão é que desempenham o 
papel mais importante a ser considerado no momento de introduzir modificações no 
enfoque oferecido atualmente, com o objetivo de manter os alunos fisicamente ativos 
com propostas mais apropriadas e por um período mais longo, antes de se defender o 
aumento do número de sessões.
Figura 7. Crianças com necessidades especiais e a importância do desenvolvimento de habilidades específicas.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.mage.rj.gov.br/educacao/> Acessado em: 25 nov. 2014.
Experiência
A experiência, por vezes mencionada no decorrer deste texto, refere-se a fatores do 
ambiente que podem alterar o surgimento de certas características do desenvolvimento 
no decorrer do processo de aprendizado. Quanto maior for o número de oportunidades 
e de estímulos internos e externos que a criança tiver para se movimentar, maior é a sua 
capacidade de aprendizagem. Quanto maior o leque de movimentos e de habilidades 
que a criança tiver oportunidade de praticar e vivenciar, maior será a variedade de 
experiências a que poderá recorrer para aperfeiçoar as habilidades específicas de cada 
modalidade esportiva, bem como para facilitar a aprendizagem de novas habilidades. 
Devido às experiências ou à prática, o indivíduo pode apresentar uma ou mais 
alterações na capacidade de desempenhar uma habilidade, o que pode ser inferido 
por uma melhoria relativamente permanente no seu desempenho, processo esse que é 
22
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
compreendido por Magill (1998), por aprendizagem motora. Para Schmidt e Lee (1999), 
a aprendizagem motora consiste no conjunto de processos associados com a prática 
ou a experiência, conduzindo a mudanças relativamente permanentes na capacidade 
de executar um desempenho habilidoso. A aprendizagem motora pode ser adquirida 
por meio da manipulação de vários fatores, como o conhecimento de resultados, a 
demonstração, o estabelecimento de metas, além da prática que, de acordo com Lage 
(2005), tem um papel fundamental na aquisição do comportamento habilidoso. Por 
meio da prática, o indivíduo tem a oportunidade de experimentar alternativas na busca 
de soluções para um determinado problema motor. A realização desse processo leva o 
aprendiz a selecionar as respostas adequadas para um desses problemas. A busca pela 
seleção de respostas adequadas leva à aquisição de experiência, a qual auxilia o aprendiz 
a executar a mesma tarefa ou habilidade que apresenta elementos perceptivos, motores 
e cognitivos similares, em contextos futuros (LAGE, 2005).
Tanto a aprendizagem como a execução de tarefas são limitadas ou condicionadas pelo 
grau de maturação, não apenas do esqueleto e dos músculos, mas também do sistema 
nervoso. O sistema nervoso do ser humano não atinge a maturação plena antes da 
idade adulta. Esse sistema inclui o cérebro e todos os nervos, por meio dos quais as 
mensagens nervosas são transmitidas pelo corpo. As crianças de menos idade não são 
aptas o suficiente para memorizar e selecionar os pormenores mais importantes de 
uma determinada habilidade, como ocorre com as crianças de uma idade mais elevada. 
Aquelas não tomam decisões tão acertadas, nem controlam os movimentos musculares 
tão rapidamente ou de forma tão precisa. Assim, vê-se que as habilidades das crianças, 
adolescentes e jovens são limitadas pela fase de desenvolvimento em que se encontram.
Figura 8. Crianças iniciam o desporto cada vez mais precoce.
Figura disponível em: <http://www.cbj.com.br/> Acessado em: 2 fev. 2013.
23
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Existem grandes diferenças quanto à idade em que as crianças superam as mesmas 
fases de desenvolvimento. Algumas podem apresentar formas de movimentos ainda 
imaturas durante a puberdade ou a adolescência, enquanto outras podem apresentar 
formas de movimentos perfeitas já na infância. As oportunidades criadas pelos 
professores podem revelar-se muito importantes e acelerar esse processo. Para os 
jovens de desenvolvimento mais tardio, o professor deverá proporcionar situações 
que facilitem a aprendizagem correta dos movimentos básicos antes de avançar para 
movimentos mais complexos.
Como auxiliar as crianças em maturação no 
processo de aprendizagem
Com base na experiência adquirida no trabalho do Programa Brasil Vale Ouro e de 
debates no âmbito das formações continuadas, cursos e palestras da IAAF, quando as 
crianças aprendem algo novo, elas passam por três fases de aprendizagem, descritas a 
seguir: 
I. Fase de interiorização – refletir sobre o que fazer. Antes de aprender 
alguma coisa, as crianças necessitam saber claramente o que estão 
tentando ou buscando aprender. Muitos professores inexperientes 
começam por dizer ou demonstrar como se faz uma atividade qualquer, 
sem antes explicar o que se pretende que as crianças, no papelde alunos, 
aprendam. Aqueles professores presumem incorretamente que os alunos 
sabem. Durante esse estágio, os progressos podem ser lentos, dependendo 
tanto das crianças como das próprias tarefas e da capacidade do professor 
de orientar de forma clara e de saber ouvir, quando necessário.
II. Fase de aprendizagem – experimentando vários modos de executar 
a tarefa. Foi visto que habilidades são construídas sobre aquilo que já 
se sabe e sobre o que se consegue fazer ou realizar. O aprendizado de 
habilidades mais complexas toma mais tempo, devido à dificuldade de se 
coordenar sequências de movimentos. Durante essa fase, é importante 
dar sugestões acerca da maneira de como executar a nova habilidade, 
aproveitando as experiências anteriores da criança, o que exige do 
professor um acompanhamento mais individualizado, sempre que for 
identificada alguma dificuldade.
24
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
III. Explorando as habilidades aprendidas – executar o que foi aprendido. 
Nessa fase, o controle dos movimentos torna-se automatizado, e os 
alunos aprendem prioritariamente a escolher o que fazer, quando fazer, 
mas ainda não como fazer. Essa é a fase em que se associa a noção de 
rendimento à noção de habilidade. Agora, o aluno pode aprender mais 
sobre a aplicação do esforço e da estratégia à nova habilidade. 
25
CAPÍTULO 3
As idades do ser humano 
Idade anatômica
Essa idade refere-se aos diferentes estágios de crescimento anatômico, ou seja, 
das partes do corpo humano, que podem ser reconhecidos pela identificação de 
determinadas características. Embora existam inúmeras diferenças individuais em 
relação às características de desenvolvimento motor, a idade anatômica não deixa 
dúvidas quanto às complexidades dos processos de crescimento e de desenvolvimento. 
A análise dessa idade também ajuda a explicar porque algumas crianças aprimoram o 
desenvolvimento motor e as habilidades com maior rapidez do que outras. Com isso, 
as crianças com o melhor desenvolvimento anatômico adquirirão mais habilidades, e 
com maior rapidez, do que crianças menos desenvolvidas (VERDUGO, 1997). Embora 
muitas crianças sigam padrões de crescimento semelhantes, existem variações: o clima, 
a latitude, o relevo (montanhoso ou plano), a altitude e o ambiente (urbano ou rural) são 
fatores que podem influenciar de forma decisiva o nível de desenvolvimento de crianças 
e adolescentes. Como exemplo, crianças de países de clima quente em geral apresentam 
amadurecimento sexual, emocional e físico muito mais rápido. Em consequência, o 
desempenho esportivo pode ser mais veloz em jovens entre os 14 e os 18 anos de idade, 
nesses países, do que em países de clima mais frio. Da mesma forma, crianças que vivem 
em altitudes elevadas tendem a ter um desempenho melhor em esportes de resistência, 
em relação a outras que vivem em baixas altitudes.
Figura 9. Crianças com idades iguais, mas alturas diferentes algo comum no desporto infantil.
Figura disponível em: <http:// www.almanaquedospais.com.br/tabela-de-peso-e-altura-para-criancas/> Acessado em: 18 
mar. 2010.
26
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Por exemplo, os corredores do Quênia, país do leste da África, dominam as corridas 
de fundo no atletismo. As várias gerações que viveram em altitudes elevadas, locais 
em que a proporção de oxigênio é menor do que ao nível do mar, tornaram esses 
indivíduos adaptados ao ar rarefeito. Consequentemente, eles possuem uma genética 
favorecida para o trabalho de resistência aeróbia e, com isso, utilizam o oxigênio com 
mais eficiência, o que lhes propicia uma vantagem sobre os demais atletas, originários 
de locais de baixas altitudes (VERDUGO, 1997).
Do ponto de vista do desenvolvimento esportivo, a terceira fase (dos 16 aos 18 anos) é a 
mais importante, pois os atletas podem estar em diferentes níveis de desenvolvimento. 
Em certos esportes, como o atletismo, eles estarão desenvolvendo uma variada 
gama de habilidades e de aptidões motoras, estabelecendo assim uma base para o 
desenvolvimento futuro; em outras modalidades, como a ginástica olímpica, os atletas 
estarão maximizando o seu desempenho. Pelo que foi dito, durante a fase final do 
desempenho na idade escolar, muitos alunos que desenvolveram uma base sólida e 
desejarem buscar a excelência em determinadas modalidades esportivas, estarão aptos 
a se especializar. 
Idade biológica
A idade biológica refere-se ao desenvolvimento fisiológico – ou seja, está relacionada 
ao funcionamento – dos órgãos e dos sistemas que ajudam a determinar o potencial 
fisiológico, tanto no treinamento como em competições, para a obtenção do alto nível 
de desempenho. Na classificação ou seleção de atletas, é necessário considerar a idade 
biológica do pretendente. Um sistema de classificação pela idade cronológica, no 
esporte, quase sempre resultará em julgamentos errôneos, avaliações incompletas e 
decisões inadequadas. Isso ocorre porque duas crianças praticantes de esportes, com a 
mesma idade anatômica e que apresentam semelhanças em termos de altura, de peso e 
de desenvolvimento muscular, podem ter idades biológicas e aptidões diferentes para 
o desempenho de uma determinada tarefa de treinamento. Sendo assim, uma criança 
alta e de aparência saudável não é necessariamente o aluno mais rápido da turma; por 
outro lado, sobretudo em esportes coletivos, como o futebol, o voleibol e o basquete, 
em uma determinada equipe, um jovem relativamente menor talvez seja mais ágil 
em outras posições, como o ala no basquete, o líbero no voleibol etc. Dessa forma, 
embora a idade anatômica seja visível, o desenvolvimento da idade biológica não o é. 
A eficiência do coração, bem como a eficiência da utilização do oxigênio, não podem 
ser vistas a olho nu. Um físico menos imponente pode ocultar um coração eficiente e 
forte, o que é essencial nos esportes de resistência. É por isso que se deve avaliar a idade 
biológica de forma objetiva, por meio de testes simples, para se encontrar as diferenças 
27
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
no potencial de treinamento entre as crianças e jovens. Sem se levar em consideração 
a idade biológica, é difícil determinar se certas crianças são ainda muito jovens para 
praticar determinadas habilidades ou para tolerar determinadas cargas específicas 
de treinamento. Também é difícil determinar o potencial de atletas mais tardios, que 
muitos profissionais podem considerar velhos demais para obter desempenhos notáveis. 
Infelizmente, em muitos programas esportivos, os profissionais ainda utilizam a idade 
cronológica como o principal critério de classificação ou de organização das turmas.
Em alguns casos, quando as divisões são determinadas pela idade cronológica, crianças 
nascidas no mesmo ano geralmente ficam em uma mesma categoria. Em consequência 
disso, as crianças nascidas no mês de janeiro terão vantagem sobre as que nasceram 
em dezembro. É importante, assim, considerar as diferenças individuais quando 
se analisa a idade biológica. A relação a seguir, adaptada de Winter (1987), mostra 
algumas diferenças significativas quanto à idade biológica de campeões esportivos 
internacionais:
 » o australiano Murray Wood foi medalha de prata no remo, nos Jogos 
Olímpicos de 1956, aos 39 anos;
 » nos Jogos Olímpicos de 1964, em Tóquio, o japonês Masao Takemoto 
recebeu medalha de prata na ginástica olímpica, aos 44 anos;
 » nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, Nadia Comaneci, uma romena 
de 14 anos, ganhou medalha de ouro na ginástica rítmica;
 » Petre Ceapura, da Romênia, recebeu medalha de bronze no remo nos 
Jogos de Munique, em 1972, com 30 anos, e conquistou o 4o lugar nessa 
modalidade nos Jogos de Moscou, em 1980, com 38 anos;
 » em 1988, Alisson Higson, canadense de 15 anos, quebrou o recorde 
mundial dos 100 metros na natação estilo peito; 
 » em 1991, a chinesa Fu Mingxia, com 12 anos, foi campeã mundial dos 
saltos ornamentais, na plataforma de 10m;» o canadense Gordie Howe ainda jogava hóquei na National Hockey 
League aos 52 anos (de 1946 a 1971 e de 1979 a 1980).
Essa lista representa apenas uma pequena amostra dos atletas que obtiveram 
desempenhos excepcionais no esporte, e demonstra os diferentes potenciais biológicos 
nas diversas idades cronológicas. 
28
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Maturação óssea
A maturação óssea reflete a maturidade física e é considerada representativa da idade 
biológica ou do grau de desenvolvimento da puberdade, sendo a sua relação com o 
aparecimento das alterações da puberdade muito mais direta do que qualquer outra 
medida antropométrica. A avaliação da idade óssea (IO) é de extrema importância 
na prática clínica, não apenas sob o ponto de vista diagnóstico (estudo de alterações 
de crescimento e/ou da puberdade e da criança com baixa estatura), mas também na 
monitorização da intervenção terapêutica (em situações de déficit de hormônio de 
crescimento, no hipotireoidismo ou na hiperplasia suprarrenal congênita), na avaliação 
médico-legal para efeitos de atribuição de escalão competitivo na ausência ou dúvida 
relativamente à idade cronológica (desporto de competição) e ainda no cálculo da 
previsão da estatura final. Muito embora possam ser utilizadas técnicas de ultrassons e de 
ressonância magnética, a avaliação da IO faz-se habitualmente recorrendo à radiografia 
do punho na mão não dominante. A epífise distal do rádio é o ultimo ponto de fusão 
deste complexo ósseo pelo que, quando a sua fusão ocorre, está atingida a maturidade 
esquelética. Convém referir que, nas técnicas atuais, a exposição a radiação é mínima 
(0,001mSv), inferior à radiação correspondente à visualização de 3h de televisão. A IO 
tem pouca utilidade sozinha, necessita-se a comparação com a idade cronológica (IC), 
como oportunamente será exemplificado. 
Existem 2 tipos de métodos para estimar a IO: método comparativo, utilizando 
atlas de imagens Greulich-Pyle (GP) e Fels, construídos com base em populações 
de crianças americanas ou numérico Tanner-whitehouse (TW) baseado em crianças 
inglesas. O método comparativo (GP e Fels) avalia a IO, enquanto o método numérico 
(TW) avalia scores de maturidade que são posteriormente convertidos para IO. Porque 
os critérios, os métodos e as populações de referência são diferentes, e muito embora 
se registre uma correlação entre eles, as IO resultantes não são equivalentes, razão pela 
qual a IO resultante da aplicação de cada método pode variar para um mesmo indivíduo. 
O método comparativo baseia-se na observação da radiografia de face do punho e mão 
não dominantes, comparando-a com as imagens constantes de um atlas, utilizado como 
referência. O atlas é constituído por uma coleção de fotografias de radiografias para 
distintas idades e segundo o sexo, devendo escolher-se aquela que se considera mais 
próxima do caso em análise. As características utilizadas como indicador de maturidade 
variam de acordo com a idade, sendo nas crianças mais novas a presença ou ausência de 
certos núcleos de ossificação e nas mais velhas o grau de fusão com a metáfise e a forma 
das epífises. O atlas de GP é o mais utilizado e as imagens correspondem ao punho e 
mão esquerda. Pelo anteriormente referido, a interpretação que permite a classificação 
do estádio maturacional implica sempre a comparação entre a IO e a IC, permitindo 
classificar o adolescente numa categoria maturacional.
29
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
 » Maturação tardia (IO atrasada): IO < 2 ou mais anos que IC (por doença 
crónica, deficiência nutricional, doença endócrina ou atraso constitucional 
da puberdade). 
 » Maturação adequada (IO na média): IO ± 2 anos IC. 
 » Maturação precoce (IO avançada): IO > 2 ou mais anos que IC (puberdade 
precoce).
A IO varia consideravelmente entre indivíduos para uma mesma IC, registrando, para 
o sexo masculino, a maior amplitude de variação em Tanner 2-3 e a menor cerca dos 17 
anos. Como oportunamente referido, também os fatores étnicos influenciam o processo 
maturacional, observando nos adolescentes asiáticos (japoneses e chineses) uma 
aceleração fisiológica em Tanner 2-3 e nos africanos uma aceleração pré-pubertária 
(na infância), mas com equiparação em Tanner 2-3, relativamente aos caucasianos. 
O método quantitativo mais conhecido é o de TW e implica a atribuição de uma 
pontuação a cada osso de acordo com o seu estádio maturacional, expressando a soma 
dos pontos da maturação óssea que depois tem uma correspondência para a IO. O 
método de GP é mais rápido e prático enquanto o método TW é mais preciso, mas exige 
mais tempo e treino do observador. Pelo anteriormente referido, os dois métodos não 
são comparáveis e não devem ser relacionados entre si, devendo para o seguimento 
de cada caso ser escolhido um deles e mantido ao longo do tempo. Relativamente à 
aplicabilidade especifica da avaliação da IO para fins médicos legais associados ao 
desporto de competição, de referir, segundo Malina, o seguinte. 
a. As grandes diferenças interindividuais na maturação esquelética. 
b. As diferenças entre os métodos de avaliação da IO. 
c. Os erros intra e interobservador. 
d. As diferenças entre indivíduo e população de referência usada (genética 
das etnias). 
e. As mudanças seculares na maturação esquelética levam a concluir que a 
IO e a RM não são indicadores válidos da IC para efeitos de verificação da 
idade com fins de participação competitiva. 
A atitude correta deverá, como sempre, basear-se na integridade científica do profissional 
avaliador e na honestidade do atleta e da equipa técnica.
30
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Figura 10. Radiografia do punho permitindo a avaliação da idade óssea.
Figura disponível em: <http://www.infoescola.com/medicina/> Acessado em: 7 dez. 2010.
31
CAPÍTULO 4
Crescimento
Tomando como base o estudo de Guedes e Guedes (1997), o crescimento refere-se ao 
aumento no tamanho do corpo causado pela multiplicação ou pelo aumento do número 
de células. Por definição, corresponde às alterações do corpo como um todo ou de partes 
específicas, em relação ao fator tempo. Para Tani et al (1988), o crescimento é um 
aumento do número e/ou do tamanho das células que compõem os diversos tecidos do 
organismo, o que, segundo Arruda (1993), pode ser mensurado pela realização de medidas 
antropométricas de estatura, de massa corporal, de dobras cutâneas, de circunferências e 
de diâmetros. Os protocolos e as respectivas medidas podem ser observados e conferidos 
no caderno 11 desta série, intitulado “Avaliação física”. Machado (2007) afirma que o 
crescimento diz respeito às mudanças na quantidade de substância viva do organismo, 
assim como a um aspecto quantitativo medido em unidades de tempo (cm/ano, g/dia) 
que enfatiza as mudanças normais de dimensão e que podem resultar em aumento ou 
diminuição de tamanho, aspectos que podem variar em forma e/ou proporção. Para 
Malina e Bouchard (2002), o crescimento é resultado de um complexo mecanismo 
celular que envolve basicamente três fenômenos diferentes.
 » Hiperplasia – aumento do número de células a partir da divisão celular.
 » Hipertrofia – aumento do tamanho das células a partir de suas elevações 
funcionais, particularmente com relação às proteínas e seus substratos.
 » Agregação – aumento da capacidade das substâncias intercelulares de 
agrupar as células.
Figura 11. Ilustrações sobre o processo de crescimento.
Fonte: Adaptado de slide de aula sobre crescimento, desenvolvimento e maturação retirado da aula de mesmo nome do 
curso de Ciências da Atividade Física da Universidade de São Paulo (USP), 2009.
32
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Malina e Bouchard (2002) alertam, ainda, que devem ser esclarecidos temas 
fundamentais para o entendimento do processo de crescimento, tais como os seguintes. 
 » o predomínio de um desses fenômenos, apesar de os três se apresentarem 
como característicasbásicas do crescimento, em dado momento deverá 
variar em função da idade da pessoa e do tecido envolvido.
 » a presença de um quarto fenômeno no processo de crescimento, a chamada 
destruição celular, que pode ter origem natural ou patológica, fazendo-se 
presente no crescimento negativo, quando o decréscimo excede o aumento 
celular, no crescimento estável, quando ocorre equilíbrio entre o decréscimo 
e o aumento celular, e no crescimento positivo, quando o aumento excede 
o decréscimo celular.
Nahas et al. (1992) escrevem que o crescimento físico é um fenômeno complexo 
e dependente de vários fatores pessoais e ambientais, como a herança genética, a 
condição nutricional, o nível socioeconômico, a ocorrência de doenças na infância e na 
adolescência, a atividade física, a região geográfica e as condições climáticas. Portanto, 
neste caderno, considerar-se-á crescimento como:
 » o aumento do número e/ou do tamanho das células que compõem os 
diversos tecidos do organismo (TANI et al. 1988);
 » o “aumento do tamanho, proporção e composição corporal como um 
todo ou de suas partes” (MIRWALD R. et al. apud BAXTER-JONES; 
EISENMANN; SHERAR, 2002; MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2004).
Crescimento do nascimento até a fase adulta
Modificações na forma e no tamanho do corpo são provocadas pelo crescimento 
temporalmente diferenciado dos diferentes segmentos corporais. Essas mudanças nas 
proporções corporais exercem uma grande influência na forma como as crianças e os 
jovens realizam as tarefas motoras. Por exemplo, mudanças no tamanho relativo da 
cabeça, na segunda infância, afetam o equilíbrio do corpo durante o movimento, bem 
como o tamanho reduzido das pernas, nos mais jovens, limita a habilidade na corrida. 
No início da puberdade, as crianças têm braços e pernas proporcionalmente mais 
longos; assim, estão mais habilitadas para a corrida, mas o rápido crescimento pode 
fazê-las parecer desajeitadas e conferir-lhes dificuldades de coordenação. As acelerações 
bruscas do crescimento são chamadas de saltos de crescimento. O salto de crescimento 
mais importante e mais conhecido acontece na puberdade. Nessa fase, ocorre um rápido 
33
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
aumento, tanto do peso como da altura dos indivíduos. O auge desse salto de crescimento 
ocorre por volta dos 12 anos de idade, nas meninas, e aos 14 anos, nos meninos. Antes 
disso, não se verificam diferenças significativas entre meninos e meninas no que diz 
respeito ao peso e à altura. Durante esses saltos de crescimento, grande parte da energia 
da criança é utilizada para o crescimento. Com isso, elas se cansam mais facilmente e, 
consequentemente, não aguentam o volume e a intensidade dos treinamentos normais 
utilizados com adultos. Machado (2007) diz que crianças e adolescentes também 
apresentam diferenças bioquímicas em relação aos adultos que, de certa forma, limitam 
o desenvolvimento de determinados sistemas e, consequentemente, o seu desempenho, 
tais como: menor concentração de lactato sanguíneo e muscular; e menor atividade e 
concentração das enzimas glicolíticas, especialmente da fosfofrutoquinase (PFK). Por 
outro lado, crianças e adolescentes apresentam uma maior capacidade oxidativa de 
produção de energia, que proporciona a eles melhor aptidão e resultado em atividades 
que exijam grande participação do metabolismo aeróbio, o que também os predispõe 
a um melhor desempenho em atividades de média a baixa intensidade, e de média e 
longa duração.
Figura 12. Fatores que podem influenciar no crescimento.
Figura adaptada e disponível em: slide de aula sobre crescimento, desenvolvimento e maturação retirado da aula de 
mesmo nome do curso de Educação Física da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), 2009.
A Figura 12, acima, apresenta um conjunto de fatores que podem influenciar o 
crescimento: fatores internos como a carga genética herdada dos pais, a raça e o sexo; 
e fatores externos, como o aporte nutricional e questões ambientais, como posição 
geográfica, clima etc.
34
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Diferenças entre meninos e meninas
Como dito acima, as fases de crescimento acelerado ocorrem em idades diferentes nos 
meninos e nas meninas. Normalmente, o período da puberdade inicia-se e termina mais 
cedo nas meninas do que nos meninos. Assim, as diferentes características que existem 
entre os sexos aparecem na puberdade, como resultado das mudanças hormonais 
produzidas no corpo. Tipicamente, isso resulta em um alargamento dos quadris e 
dos ombros, tanto nas meninas como nos meninos, mas em proporções diferentes. 
Essas transformações alteram a forma como os adolescentes se movimentam e como 
respondem aos estímulos motores a que são submetidos. Nas meninas, quadris mais 
largos causam uma maior angulação das coxas para dentro, o que modifica a técnica 
da corrida; por isso, é frustrante para elas perceber o quão difícil se torna realizar 
movimentos antes desempenhados com grande facilidade. Assim, os professores devem 
ficar atentos e preparar seus alunos para as transformações corporais que acontecem 
na puberdade. Pode haver um período em que se verifica pouco ou nenhum progresso 
no desempenho e nos resultados dos alunos, mas, uma vez adaptada a técnica às novas 
proporções corporais, novos progressos serão obtidos. Muitas vezes, esse período de 
reajuste pode durar até dois anos, o que torna fundamental o papel do professor, pois 
ele deve ser ao mesmo tempo um encorajador e um motivador de seus alunos.
Figura 13. Meninos e meninas e suas diferenças.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.brasil.babycenter.com/diferenças-de-desenvolvimento-entre-meninos/> 
Acessado em: 25 abr. 2012.
O desenvolvimento sexual que ocorre durante a puberdade pode causar, além das 
dificuldades físicas, preocupações ou alterações mentais e emocionais nos adolescentes. 
35
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Deve-se ter um cuidado especial com relação às garotas, principalmente quando iniciar 
a menstruação; essa transformação pode – mas não deve – inibir a participação das 
garotas nas atividades físicas. No caso das atletas, sugere-se que se tome nota de 
qualquer irregularidade no ciclo menstrual ou de quaisquer outras irregularidades 
fisiológicas, solicitando-se acompanhamento médico, se for necessário. Os professores 
podem explicar, nas aulas, os fatos ocorridos com as garotas: de acordo com referenciais 
científicos, o peso da mulher varia naturalmente durante o ciclo menstrual, podendo 
verificar-se oscilações de 0,5kg até 3kg, o que influencia no seu desempenho esportivo 
de forma geral. Como se pôde observar, informações quanto à atividade física ser um 
fator inibidor ou estimulador do crescimento de crianças e adolescentes podem ser 
obtidas em estudos e pesquisas realizadas há muito tempo na área da educação física e 
do esporte (ADAMS, 1938). Segundo Guedes e Guedes (1997), programas de exercício 
físico, quando administrados de forma adequada, não influenciarão o crescimento 
longitudinal dos ossos e, portanto, a estatura de crianças e adolescentes. Contudo, 
poderão induzir alterações significativas em seu diâmetro e conteúdo mineral, o que 
resultará em um sistema esquelético mais denso e saudável, e menos suscetível a 
eventuais disfunções em idades mais avançadas.
36
CAPÍTULO 5
Desenvolvimento
O desenvolvimento humano é um processo de crescimento e de mudança nos campos 
físico, comportamental, cognitivo e emocional, ao longo da vida dos seres humanos. 
Assim, cada fase do desenvolvimento apresenta características específicas. As linhas 
orientadoras de desenvolvimento aplicam-se a grande parte das crianças em cada uma 
dessas fases. No entanto, cada criança apresenta características individuais e únicas, e 
pode atingir as fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras crianças 
da mesma idade, sem que isso caracterize uma anormalidade. Gallahue (2000) entende 
que o desenvolvimento éum fenômeno composto por mudanças constantes e que 
acontece durante toda a vida, de forma progressiva e dependente de fatores biológicos 
como hereditariedade e desnutrição. Na mesma linha de pensamento, Connoly (2000) 
afirma que o desenvolvimento motor acontece de forma natural na realização de tarefas 
cotidianas e fundamentais para a existência humana, como andar, correr, lançar e 
saltar. Dessa forma, desenvolvimento pode ser conceituado do seguinte modo.Alteração 
adaptativa em direção a uma determinada habilidade.
 » Diferenciação e especialização celular, orgânica e sistêmica (MALINA; 
BOUCHARD; BAR-OR, 2004).
 » Alterações no nível de funcionamento de um indivíduo ao longo do tempo.
 » Produto da maturação e das experiências oferecidas ao indivíduo 
(ESPENSCHADE; ECKERT apud GUEDES; GUEDES, 1997, p. 13).
 » Aquisição de competências motoras (BAXTER-JONES et al. 2002).
 » Depende do (apoia-se no) comportamento perceptivo-motor, o qual exige 
como condição variada a oportunidades de aplicação: a exploração lúdica, 
o controle motor, a percepção figura-fundo, a integração intersensorial 
(sentidos), a noção de corpo, espaço e tempo etc. (PALAFOX, 2009).
 » Conjunto de fenômenos que, de forma inter-relacionada, permite ao 
indivíduo uma sequência de modificações evolutivas que vão desde 
a concepção, passando pela maturidade, até a morte (GUEDES; 
GUEDES, 1997).
37
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Figura 14. Componentes inter-relacionados do desenvolvimento humano.
Fonte: Adaptado de slide de aula sobre crescimento, desenvolvimento e maturação retirado da aula de mesmo nome do 
curso de Educação Física da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), 2009.
A Figura 14 apresenta a relação de interdependência do nível de desenvolvimento 
do indivíduo com os processos de crescimento, maturação, adaptação e experiências 
anteriores, reforçando os conceitos anteriormente apresentados. Apesar de o 
crescimento e o desenvolvimento humano apresentarem um padrão em suas taxas, 
deve-se sempre levar em consideração que ambos os processos ocorrem de forma 
individualizada, ou seja, cada criança apresenta seu próprio ritmo de crescimento, 
havendo diferenças maiores quando comparados os sexos, mas, de forma geral, 
estão dentro de um mesmo padrão. Para explicar o fenômeno do desenvolvimento, 
há autores (MALINA; BOUCHARD, 2002; GUEDES; GUEDES, 1997) que afirmam 
que não é recomendável ater-se apenas aos aspectos biológicos do crescimento e da 
maturação. O desenvolvimento deve ser compreendido com base em um conceito 
mais abrangente, no qual estão envolvidos aspectos biológicos e psicológicos. Essa 
interpretação baseia-se principalmente no fato de que o crescimento refere-se 
essencialmente às transformações quantitativas, enquanto que o desenvolvimento 
engloba, ao mesmo tempo, transformações quantitativas e qualitativas. Contudo, 
apesar de corresponderem a processos diferentes, não se pode deixar de ressaltar 
a existência de uma interação, já analisada pela literatura especializada, entre o 
crescimento e o desenvolvimento, motivo pelo qual, muitas vezes, interpretações 
dúbias são relacionadas aos respectivos conceitos (ARRUDA, 2008). Para Guedes 
e Guedes (1997), como mencionado acima, o desenvolvimento constitui-se em um 
conjunto de fenômenos que, de forma inter-relacionada, promove no indivíduo uma 
sequência de transformações evolutivas que vão desde a concepção, passando pela 
maturidade e chegando até a morte. Contudo, vale destacar que, em suas reflexões, 
38
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
esses autores não deixam de admitir que o fenômeno do desenvolvimento abrange, 
além dos aspectos biológicos, vários aspectos do comportamento humano.
Conforme Malina e Bouchard (2002), o conceito de desenvolvimento é utilizado em 
dois contextos distintos. O primeiro contexto é o biológico, no qual o desenvolvimento 
está associado à diferenciação de células em linhas especializadas de função. Isso 
ocorre principalmente na vida pré-natal (intrauterina), quando os tecidos e os 
órgãos estão sendo formados, mas continua na vida pós-natal, quando os diferentes 
sistemas do corpo se tornam funcionalmente refinados. O segundo contexto é o 
comportamental, e diz respeito ao incremento da competência de uma variedade 
de domínios inter-relacionados; esse contexto está relacionado à interação do 
ser humano com meio em que vive, às adaptações ocasionadas de acordo com 
as necessidades diárias. Tani et al. (1988) consideram que o desenvolvimento 
constitui um conjunto de transformações funcionais que ocorrem nas células e, 
consequentemente, nos diferentes sistemas do organismo. Esses autores reduzem 
o conceito de desenvolvimento a um complexo fenômeno biológico, o que, de certa 
forma, contradiz as premissas básicas levantadas por Malina e Bouchard (2002). 
Já Guedes e Guedes (1997), como mencionado anteriormente, apontam que o 
desenvolvimento abrange tanto fenômenos quantitativos quanto qualitativos. 
Gomes (1991) diz que o desenvolvimento deve ser entendido como um processo 
contínuo, mas não linear, no qual somente o resultado é passível de ser avaliado, 
resultado esse que significa sempre uma alteração. Em tese, essa autora percebe 
o desenvolvimento como resultante da ação conjunta de fatores endógenos, 
determinados essencialmente pela maturação, e exógenos, representados pelas 
influências do meio. Essa ideia também é compartilhada por Guedes e Guedes (1997), 
que consideram as experiências vivenciadas pelos indivíduos como fundamentais 
às exigências do meio em que se encontra.
Como se percebe, os processos de crescimento e de desenvolvimento estão extremamente 
relacionados às possíveis variações genéticas e ambientais. A genética é um fator 
determinante no crescimento, podendo até mesmo interferir nas variações relativas 
aos fatores ambientais (MARCONDES, 1989). Porém, nem mesmo a genética pode 
anular totalmente a influência que os processos de crescimento e de desenvolvimento 
sofrem dos fatores ambientais, sendo que, dentre os aspectos que podem causar 
maiores danos àqueles processos e ao estado geral de saúde de crianças e adolescentes, 
encontram-se: os fatores nutricionais (desnutrição energético-proteica), os fatores 
socioculturais (idade e nutrição materna, hábito de fumar, posição de igualdade entre 
os pais, composição da família), a condição geográfica e a condição socioeconômica da 
família, que têm reflexos diretos nos fatores anteriormente indicados. Na tentativa de 
compreender o conceito e o processo de desenvolvimento, observa-se que existem dois 
39
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
fatores essenciais, referidos na literatura, que necessitam de elucidações: a maturação 
e a experiência. Quanto à maturação, Malina (1994) define esse processo como sendo o 
andamento, a sequência e o progresso em direção ao estado biológico maduro. Todavia, 
é preciso dizer que, apesar de a maturação ser um fenômeno essencialmente biológico, 
como dizem Malina e Bouchard (2002), isso não impede que esse processo sofra forte 
influência dos contextos sociocultural e ambiental (MATSUDO; MATSUDO, 1991a, 
1992; MALINA, 1994).
De acordo com Guedes e Guedes (1997), entende-se que a experiência são fatos 
procedentes do meio ambiente, que podem induzir ou transformar o surgimento de 
certas características do desenvolvimento, predeterminadas geneticamente, por meio 
do processo de aprendizagem. Nesse contexto, conforme a afirmação de Arruda (2008) 
há uma relação de intercâmbio entre a maturação, considerada como o despertar das 
aptidões potencialmente presentes no indivíduo, e a aprendizagem, considerada como 
um processo proveniente da prática e do esforço desse mesmo indivíduo. 
Enfim, é importante destacar que os aspectos relacionados ao crescimento, ao 
desenvolvimento, à maturação e à experiência, estão intimamente relacionados um ao 
outro, sendo que sua percepção em separado é realizada somentepara fins didáticos. 
Da mesma forma, a determinação da contribuição desses processos separadamente 
torna-se impossível, como advertem Guedes e Guedes (1997). Encerrando as questões 
pertinentes à maturação e à experiência, Guedes e Guedes (1997) colocam que, em 
relação às funções filogenéticas (fatores maturacionais) o desenvolvimento depende 
essencialmente da maturação; enquanto que em relação às funções ontogenéticas 
(fatores ambientais), o desenvolvimento passa a depender predominantemente das 
experiências vividas pelo indivíduo. Existem, e com relativa frequência, diferenças de 
até 4 anos no desenvolvimento entre crianças com a mesma idade, como mostrado 
acima, nos casos de jovens com a mesma idade cronológica mas com desenvolvimento 
e maturação precoces ou tardias. Assim, quando se é professor de jovens, é mais 
importante concentrar-se nas fases de crescimento e na idade biológica, em termos de 
desenvolvimento, do que simplesmente na idade cronológica.
Os sucessos precoces podem ser resultado apenas do tamanho e da força relativos 
da fase de desenvolvimento por que passa o indivíduo. As crianças precoces podem 
ser ultrapassadas por outras, quando estas atingem a maturidade. Por outro lado, os 
atletas tardios, aqueles que se desenvolvem com algum atraso, são frequentemente 
esquecidos quando avaliados apenas por seus resultados desportivos, pois a avaliação 
evidencia apenas um corte transversal, ou seja, é pontual e não reflete o nível de 
desenvolvimento da pessoa. Portanto, não raro se encontra atletas que foram campeões 
nas categorias iniciais e que, no entanto, não apresentam resultados condizentes na 
40
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
categoria adulta, diversamente dos maturadores tardios, que alcançam desempenhos 
superiores posteriormente, normalmente a partir dos 17 ou 18 anos. Os profissionais 
que trabalham com jovens devem dedicar grande parte de seu tempo ao ensino das 
habilidades básicas, devendo também ajudá-los a desenvolver uma boa coordenação 
motora e a ampliar seu vocabulário motor.
Figura 15. Fases de desenvolvimento.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.101greatgoals.com/> Acessado em: 7 dez. 2010.
As habilidades básicas são os movimentos necessários para uma melhor aprendizagem 
da corrida, dos saltos e dos lançamentos. O desenvolvimento da coordenação deverá 
se basear na prática de exercícios que se iniciem com movimentos simples, antes de 
serem introduzidos os movimentos específicos de cada modalidade. Nos trabalhos 
desenvolvidos com iniciação esportiva nos núcleos do Programa Brasil Vale Ouro, a 
composição da sessão de treino e atividades tem-se mostrado mais eficiente do que 
simplesmente o aumento do número de sessões semanais. O aumento do número das 
sessões semanais de três para quatro ou cinco tem surtido mais efeito quando se avança 
nos ciclos de treinamento sistemático, o que não acontece nesse primeiro momento do 
Ciclo 1, correspondente à iniciação esportiva nas modalidades.
Fases sensíveis
 O treinamento direcionado à criança e ao adolescente deve privilegiar interesses 
relacionados a cada faixa etária do desenvolvimento fisiológico, respeitando as 
peculiaridades inerentes a cada fase.(WEINECK, 1991). Na idade pré - escolar (3-7 
anos), segundo Pini e Carazzatto (1983) a criança deve participar de atividades naturais 
41
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
como andar, saltar, correr, estando habilitado para realização de uma diversa gama de 
exercícios elementares, pois encontra-se com disposição e maturação suficientes. 
(WEINECK, 1991). Já na 1a infância escolar (6/7-10 anos), Weineck (1991), com a altura 
e peso aumentando paralelamente, as crianças apresentam boas condições corporais, 
sendo esta fase propícia para aprendizagem de novas habilidades motoras, que devem 
ser repetidas até sua assimilação.(DEMETER apud WEINECK, 1991). A pubescência é 
considerada, a fase da desproporcionalidade, que segundo Weineck,1991 é gerado pelo 
aumento de testosterona (nos meninos) e de outros hormônios, causando um aumento 
de massa muscular, atingindo diretamente a capacidade coordenativa. Nesta fase o 
treinamento deve conter estímulos prazerosos, pois com esta série de modificações 
ocorrendo ao mesmo tempo (biopsicossociais) o jovem tende a desmotivar-se com 
facilidade. (WEINECK,1991). Alcançando a adolescência, o jovem tem um aumento 
de força e uma melhoria nas ações coordenativas, bem como do aparelho locomotor, 
Weineck salienta, que aumenta cosideravelmente, a capacidade de suportar carga, e 
a condição geral de assimilar intensa carga corporal-esportiva, sendo o momento 
propício para o treinamento de técnicas específicas das modalidades esportivas. Faz-se 
necessário o entendimento desta fase de transição (6-7-10 / 11-14 /15 - 20), pois é a fase 
onde ocorrem as alterações funcionais da idade infantil, até chegarmos a maturação e 
assim a idade adulta. (PINI; CARAZZATTO, 1983). 
Barbanti define fases sensíveis como períodos da vida nos quais se adquire muito 
rapidamente modelos específicos de comportamento relacionados ao ambiente, e nos 
quais se evidencia uma elevada sensibilidade do organismo para realizar determinadas 
experiências (BARBANTI, 1994, p. 124). As hipóteses sobre a existência das chamadas 
fases sensíveis no desenvolvimento das capacidades motoras têm suscitado grande 
interesse nos estudiosos do esporte, e transformou-se em um tema fundamental em 
cursos de treinadores que pretendem trabalhar com crianças e jovens. Pesquisadores 
ligados à área da psicologia do desenvolvimento e da fisiologia comportamental 
preconizam que a evolução motora não é biologicamente linear, mas sim irregular. 
Demeter diz que nesse processo alternam-se períodos de desenvolvimento e de evolução 
lenta – relacionados com a idade, com as condições de vida e com as particularidades 
individuais – e outros de maturação rápida, no nível morfofuncional. Ao final desses 
períodos, observam-se condições especialmente favoráveis para o desenvolvimento 
das capacidades motoras. Esses períodos correspondem às chamadas fases sensíveis 
(DEMETER apud GROSSER; BRUGGEMANN; ZINTL, 1989). Winter (1987) afirma 
que, sob o ponto de vista linguístico, o adjetivo sensível corresponde ao objeto que se 
quer definir com a expressão fase sensível: uma fase em que existe uma sensibilidade 
particular direcionada a determinados estímulos externos. Assim, esse autor reforça 
as fases sensíveis como determinados períodos do processo de desenvolvimento do 
42
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
ser humano nos quais, ao ser submetido a certos estímulos, ele reage adaptando-se 
com muito mais intensidade do que em qualquer outro período (THIESS; SCHNABEL; 
BAUMANN apud CARVALHO, 1983). São apresentados a seguir os aspectos mais 
relevantes na área do treinamento de crianças e jovens, no que se refere às suas fases 
(GROSSER; BRUGGEMANN; ZINTL, 1989):
 » é indiscutível que o ensino das habilidades motoras, quer sejam elas 
coordenativas ou condicionantes, não têm o mesmo efeito em qualquer 
idade. Assim, os períodos ontogenéticos, nos quais se verifica uma maior 
propensão do organismo para o desenvolvimento de uma determinada 
capacidade, são consideradas fases sensíveis. A sua existência não pode 
ser colocada em dúvida, ainda que, em parte, esses períodos não sejam 
suficientemente identificados. Por outro lado, não existe uma fase sensível 
geral, mas sim várias dessas fases, diferenciadas em relação a cada uma 
das habilidades motoras;
 » é geralmente aceito que, durante o desenvolvimento ontogenético do ser 
humano, existem períodos em que são registrados importantes aumentos 
no rendimento das diferentes capacidades motoras. Tais períodos podem 
ser considerados indicações da existência de uma fase sensível. Porém, a 
verificação desses elevados incrementos de rendimento não prova, por 
si só, a existência de uma fase sensível. Por exemplo, quando um jovem 
se inicia noensino com foco na resistência, o mais provável é que ele 
melhore o seu desempenho competitivo, sendo que esse período pode ou 
não coincidir com uma fase sensível;
 » não é suficiente conhecer os períodos correspondentes às fases sensíveis 
das diferentes habilidades motoras. Torna-se igualmente fundamental 
que o professor saiba escolher os meios e os métodos mais eficazes e 
adequados para o desenvolvimento de cada uma dessas capacidades. É 
também importante que o professor se oriente, tanto quanto possível, 
pela idade biológica ou maturacional da criança e do jovem, e não por 
sua idade cronológica, levando em conta ainda as diferenças entre os dois 
sexos;
 » da mesma forma, é importante notar que é possível e necessário 
treinar também fora das idades das fases sensíveis. Não devem existir 
unilateralidade nem exclusividade no desenvolvimento desta ou daquela 
capacidade, nesta ou naquela idade. Por isso, as fases sensíveis não 
podem estar limitadas a um período de apenas um ano, como dizem, 
43
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
por exemplo, Kuznecova e Ivanovick, mas sim a um período mais longo, 
que abrange várias idades (KUZNECOVA; IVANOVICK apud WINTER, 
1987);
 » portanto respeitar o desenvolvimento físico, motor e morfofuncional dos 
alunos, crianças e adolescentes – observando sempre as diferenças entre 
os treinamentos sistematizados aplicados aos adultos – faz-se necessário 
para uma potencialização do desenvolvimento pleno de suas capacidades 
físicas e psicológicas, em um momento ideal e condizente com o nível de 
desenvolvimento e de maturação de cada fase. 
Figura 16. Exercícios lúdicos.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.101greatgoals.com/> Acessado em: 7 dez. 2010.
Com relação ao treinamento infantil, Weineck (1999) afirma que o treinamento para 
crianças e jovens consiste de um processo sistemático e em longo prazo; objetivos, 
programas e procedimentos diferem daqueles adotados em um treinamento de 
adultos. No treinamento de crianças e jovens, os problemas referentes ao crescimento 
e desenvolvimento têm prioridade. Nos períodos de crescimento e de desenvolvimento, 
as crianças adquirem muito rapidamente modelos específicos de comportamento 
que estão vinculados ao ambiente, e nos quais se evidencia uma maior sensibilidade 
do organismo para realizar determinadas experiências. Estudos evidenciam que, no 
processo de motricidade humana, existem períodos limitados de desenvolvimento nos 
quais os indivíduos reagem de modo mais intenso, porque, durante esses períodos, 
o organismo está mais preparado ou pronto para responder a estímulos motores 
apropriados. Nas fases sensíveis, as condições são mais favoráveis à aprendizagem das 
atividades motoras e ao início do treinamento direcionado para o desenvolvimento das 
capacidades físicas e para a formação geral do futuro atleta, quando for o caso. Golomazov 
(1996) afirma que para aprender um movimento, é necessário que os sistemas sensoriais 
44
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
e o aparelho motor estejam bem desenvolvidos. Enquanto não ‘amadurecem’ é inútil e 
por vezes até nocivo, obrigar as crianças a aprender determinados movimentos. Como 
se vê, o desenvolvimento das capacidades físicas, em especial da parte motora, é um 
processo especialmente individualizado; assim, cada aluno ou participante responde 
de forma diferente a determinado estímulo, pois a evolução do organismo não ocorre 
da mesma forma e em períodos iguais, ou seja, cada pessoa tem um ritmo diferenciado 
de aprendizagem.
Assim, respeitar as fases de crescimento, de desenvolvimento e de maturação, 
bem como a experiência prévia dos alunos, torna-se ferramenta fundamental para 
minimizar equívocos quanto às cargas de treinamento e, consequentemente, conduzir 
esse processo rumo à especialização precoce. A especialização precoce é causada em 
especial pelo princípio do treinamento esportivo denominado especificidade, que 
acelera a preparação dos alunos ou participantes, negligencia etapas importantes do 
desenvolvimento de crianças e adolescentes e não contempla nessa etapa um trabalho 
de caráter multilateral. Para corroborar isso, abordagens de monitoramento de 
programas de educação física escolar – referentes ao número de sessões semanais e 
ao desenvolvimento de rotinas específicas de exercícios físicos por um determinado 
período – têm sido utilizadas na tentativa de analisar a influência da prática da atividade 
física em variáveis que procuram evidenciar os aspectos morfológicos e funcionais de 
crianças e adolescentes.
Resistência
A criança e o adolescente, se adaptam com facilidade aos diversos tipos de treinamento, 
principalmente aos aeróbicos (WEINECK,1991). Robinson citado por Massicote 
(1985), foi um dos pioneiros nos estudos fisiológicos através do teste de esforço em 
crianças e adolescentes, onde encontrou diferenças na adaptação realizadas pela 
criança/adolescente e o adulto. Massicote (1985), ainda ressalta, que testes executados 
em bicicleta ergométrica, mostram que peso, altura e sexo interferem pouco no 
rendimento mecânico pois os resultados foram equivalentes ao dos adultos. Já Duarte 
(1993), considera o aumento da capacidade aeróbica, relativa ao crescimento (altura) 
e frequência cardíaca, tornando-se medida clássica de aptidão física, este aspecto foi 
constatado em estudos realizados por Godfrey (1972), citados por Massicote (1985), 
onde crianças de 5-16 anos tem VO2 diferenciados, aos 5 anos é de aproximadamente 
1 litro/min. E por volta dos 16 ultrapassa os 3 litros/min, em todos os testes e grupos 
etários os meninos apresentam valores mais elevados do que as meninas, isso devido 
ao aumento de massa muscular evidenciado nos meninos, equivalendo no final da 
puberdade ao resultado de um adulto jovem (Duarte,1993). Meller e Mellerzowick 
45
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
(1979) consideram o aumento de VO2 máx. relativo ao crescimento, e alcançando seu 
nível máximo aproximadamente aos 22 anos de idade. Massicote (1985) cita os estudos 
feitos por Macek (1977) Cassel e Morse (1962), que detectaram a utilização de energia 
proveniente do metabolismo aeróbico durante o exercício, antes em crianças, do que 
nos adultos, atingindo índices aproximados por volta dos 17 anos. 
Figura 17. Exercícios aeróbios.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.fpatletismo.pt/> Acessado em: 7 dez. 2010.
A resistência segundo Weineck (1991), deve ser introduzida como treinamento, desde a 
idade pré-escolar, principalmente quando este treinamento for baseado na resistência 
aeróbica, com índices submáximos e de maneira contínua, não excedendo o limite 
fisiológico da criança, e considerando as distâncias não deve ultrapassar 500-600 m., 
nesta faixa etária. Aliado a isto Weineck (1991) indica a pubescência e a adolescência 
como fases de início do treinamento específico, com índices máximos, pois o contexto do 
desenvolvimento muscular cardíaco e do aparelho respiratório atinge níveis altamente 
treináveis, e uma maior capacidade de suportar carga, e o planejamento deve privilegiar 
a resistência aeróbica e resistência anaeróbica aláctica (intervalado), que se sobrepõe 
ao treinamento de repetição, com distâncias que utilizem energia através do consumo 
de glicólise aeróbica. 
Estudos realizados em Moscou, com atletas adolescentes corredores (800m,1500m e 
3000m) , na faixa etária de 14-15 anos, demonstrou um aprimoramento sistemático 
quando utilizado como treinamento a base aeróbica, misto (aeróbica-aneróbica) e 
anaeróbica, alternando diferentes tipos de corrida (BONDARCHUK, 1987). Uma 
amostragem feita com universitário, em Campinas levou os pesquisadores a concluírem, 
46
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
existem variáveis que influenciam no rendimento como hora do dia, e dia da semana 
em que o trabalho está sendo realizado, considerando uma rotina normal de aula, 
em universitários, através do teste de Cooper(MOREIRA; PELLEGRINOTTI, 1986). 
Segundo Barbanti (1994), a resistência é a capacidade de se resistir à fadiga nos esforços 
de longa duração e de intensidade moderada. Sobre o treinamento de resistência 
aeróbia, Tourinho Filho afirma: 
Apesar da dificuldade em se determinar a treinabilidade da resistência aeróbica 
de crianças e adolescentes, o treinamento aeróbio, ao contrário da resistência 
anaeróbia lática, quando realizado com intensidade, frequência e duração adequada, 
é fundamental dentro de um programa de treinamento (TOURINHO FILHO, 1998). 
Segundo Weineck (1999), crianças e jovens apresentam, sob o ponto de vista metabólico 
e cardiopulmonar, grande capacidade de responder a estímulos de resistência com 
mobilização aeróbia de energia. Em contrapartida, a capacidade anaeróbia de crianças 
apresenta uma melhora em função da idade e do crescimento. Segundo o autor, a idade 
ideal para esse treinamento ocorre a partir dos 7 anos. Deve-se dar especial atenção, 
na infância e na adolescência, ao desenvolvimento da capacidade de resistência 
básica geral, pois essa capacidade, se suficientemente desenvolvida, representa um 
fundamento importante para a estimulação e para a estabilização da saúde geral, bem 
como para maior resistência contra infecções comuns (ISRAEL et al. apud WEINECK, 
1999). Enquanto isso, tratando-se da capacidade anaeróbia, mais especificamente nos 
trabalhos de resistência anaeróbia que incluem as atividades de maior intensidade e 
de curta duração, estudos demostram que crianças e adolescentes submetidos a esse 
tipo de trabalho frequentemente têm o seu desempenho prejudicado ou, ainda, sofrem 
sérias lesões físicas e psicológicas, uma vez que não conseguem suportar tais cargas de 
trabalho. É possível observar na Tabela 1 os períodos de melhor predisposição para o 
desenvolvimento da resistência de acordo com a faixa etária e o sexo.
Velocidade
Para Barbanti (1997), velocidade é a capacidade de se concluir, em um período de 
tempo mínimo, ações motoras sob dadas exigências. Weineck (1999) recomenda que 
o treinamento de velocidade deva ser iniciado na primeira idade escolar, ou seja, de 
entre os 6 e 7 aos 10 anos. Porém, esse autor alerta que o treinamento complexo de 
velocidade somente produz resultados positivos quando o nível elementar da velocidade 
influenciar qualitativamente a coordenação e a precisão do aluno. Além disso, para 
ele: Muitas crianças e jovens não alcançam mais tarde sua capacidade potencial de 
desempenho, só porque os estímulos de desenvolvimento estabelecidos durante 
os processos de crescimento para o aparelho postural e motor foram insuficientes 
47
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
(WEINECK, 1999). Hollman e Hettinger afirmam que, na faixa dos 8 aos 11 anos de 
idade, deve-se trabalhar a formação da velocidade por meio da qualidade da educação 
corporal, que deve conduzir ao aumento da frequência de movimento; por outro lado, 
dos 12 aos 15 anos, pode-se dar ênfase aos exercícios de esforço, de velocidade e de 
força (HOLLMAN; HETTINGER apud WEINECK, 1991a). Como escreve Weineck, “a 
velocidade máxima, em termos de velocidade de corrida, alcança seu ponto máximo 
nas meninas dos 15 aos 17 anos, e nos meninos de 20 a 22 anos” (WEINECK, 1991b, p. 
274). Com relação à capacidade anaeróbia lática, esta é reduzida em indivíduos antes 
da puberdade, sendo também menos passível de ser treinada em crianças, pois elas 
são menos aptas a atividades de intensidade máxima, de 30 a 60 segundos de duração 
(WEINECK, 1991).
Figura 18. Maiores empresas de material esportivo, Nike e adidas.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.fpatletismo.pt/> Acessado em: 7 dez. 2010.
Israel apud Weineck (1991), identifica a obtenção da velocidade máxima, em limites 
geneticamente estreitos, sendo indicado a velocidade de reação e a capacidade de 
aceleração e coordenação, como treinamento até a pubersência, utilizando estímulos 
variados, aumentando gradativamente o treinamento de corrida de velocidade 
(Weineck,1991). Isso deve-se ao fato de que neste período, idade pré - escolar/
pubescência, melhoram as relações de alavanca e processos nervosos ligados a 
mobilidade (KOINZER,1978 apud WEINECK,1991).
48
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Força
A força é definida por Bompa (2002) como a capacidade de se aplicar esforço contra 
uma determinada resistência. Weineck (1999) comenta que não importa saber apenas 
em que idade deve iniciar-se o treinamento com pesos; para o autor, é muito mais 
importante conhecer as correspondências das cargas utilizadas com as possibilidades 
da idade. Dessa forma, não se devem aplicar exercícios em termos máximos, quer na 
carga ou na intensidade, antes da formação plena do esqueleto, o que ocorre por volta 
dos 17 anos de idade. As crianças adaptam-se bem à força muscular e apresentam 
melhora nos padrões de recrutamento neural das unidades motoras. Entretanto, 
questiona-se a aplicação do treinamento, em doses inadequadas ou exageradas, visando 
ao desenvolvimento da força na infância, com o propósito de melhorar o desempenho, de 
treinamento esportivo precoce e de esportes de rendimento. Nas crianças e nos jovens, 
movimentos que exigem o uso da força são essenciais para manter a postura e prevenir 
doenças relacionadas ao sistema locomotor. Os estímulos devem ser aplicados no 
momento certo, para que sejam alcançados benefícios, e evitados esforços antecipados.
Figura 19. Modelo teórico para adaptações relacionadas à capacidade de força: potência anaeróbia / força 
motora.
Figura adaptada e disponível em: Adaptado e traduzido de WILMORE e COSTILL, 2004.
Na Figura 19, pode-se observar que vários fatores contribuem para a otimização 
do ganho de força e que todos evoluem de acordo com os estágios de crescimento, 
de desenvolvimento e de maturação. Com o avançar da puberdade, a produção de 
testosterona aumenta significativamente, e, com ela, aumenta também o potencial 
de desenvolvimento da força. A testosterona é um hormônio presente em homens e 
mulheres, apresentando concentrações maiores nos homens, mas ele passa a contribuir 
mais no ganho de força a partir da puberdade, período em que sua produção e 
secreção aumentam por consequência de mudanças maturacionais, culminando com 
seu potencial máximo na idade adulta, fase na qual o ganho de força é superior ao da 
49
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
puberdade. Ao longo da puberdade há também um aumento na quantidade de massa 
muscular, que pode ser relacionada ou mesmo decorrente do aumento da testosterona, 
uma vez que esse hormônio também é um fator responsável pela hipertrofia muscular. 
Consequentemente, há um aumento de massa magra, ocorrendo de forma progressiva 
e linear em comparação aos outros fatores.
A diferenciação entre os tipos de fibras musculares também interfere na força muscular, 
apesar de terem um componente genético muito alto. Assim, maiores quantidades de 
fibras dos tipos IIa e IIb são capazes de gerar mais força do que as do tipo I; entretanto, 
todas essas fibras musculares sofrem influência direta do tipo de treinamento. Outro 
fator importante para o desenvolvimento da força muscular são as adaptações que 
o sistema nervoso central promove, de acordo com a idade e com o treinamento da 
força, como maior sensibilização dos comandos neurais e dos proprioceptores, maior 
mielinização3 dos axônios e maior rapidez do transporte de mensagens; porém, essas 
adaptações também apresentam relação direta com o tipo de fibra muscular. A bainha 
de mielina é uma capa de lipídios que recobre o neurônio e permite a distribuição dos 
impulsos nervosos entre os neurônios e para as diversas partes do corpo. A maioria dos 
axônios – as partes dos neurônios responsáveis pela condução dos impulsos nervosos 
– dos neurônios motores é mielinizada, ou seja, recoberta por essa bainha, que é uma 
substância “gordurosa” que isola a membrana celular. No sistema nervoso periférico, a 
bainhade mielina é formada por células especializadas denominadas células Schwann. 
Essa bainha não é contínua, ou seja, não envolve toda a membrana do axônio; os 
espaços descobertos são conhecidos como nódulos de Ranvier. Quando o impulso 
nervoso (potencial de ação) percorre o axônio, ele salta de um nódulo para outro em um 
processo conhecido como condução saltatória. Tal fenômeno faz que o impulso nervoso 
seja conduzido muito mais rapidamente do que em axônios não mielinizados 
(Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO. Cursos online: mais de 900 cursos online com certificado. 
Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao-fisica/artigos/11567/
mielinizacao-do-neuronio#ixzz28kNEtVO0>).
Weineck (1991) destaca que, para o desenvolvimento oportuno e específico da capacidade 
física da força nas diferentes faixas etárias, é decisivo, para a evolução posterior do 
desempenho, tomar cuidado com as particularidades do organismo em crescimento. 
Isso se deve ao fato de que o sistema ósseo da criança e do adolescente é mais elástico 
devido a menores inclusões calcárias, mas, em compensação, resiste muito menos 
à pressão e à flexão, demonstrando, portanto, até a faixa de 17 a 20 anos, quando a 
ossificação do sistema esquelético é concluída, uma capacidade de carga inferior à do 
adulto. É possível observar na Tabela 3 os períodos de maior sensibilidade, ou seja, os 
momentos de maior propensão ao desenvolvimento da força, diferenciados por faixas 
etárias e sexo.
50
UNIDADE I │ CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
Figura 20. Musculação orientada cada vez mais comum no jovem.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.101greatgoals.com/> Acessado em: 7 dez. 2010.
Flexibilidade
A flexibilidade refere-se à amplitude de movimento de uma articulação. Melhorá-la é um 
dos objetivos fundamentais de um programa de educação física, pois a boa flexibilidade 
permite que os indivíduos desempenhem inúmeros movimentos e habilidades no esporte. 
Assim, maior flexibilidade significa maior amplitude de movimento e menor gasto 
energético para inúmeras atividades esportivas. Com relação à faixa etária, pode-se afirmar 
que a flexibilidade é a capacidade física tem seu pico de desenvolvimento na passagem 
da infância para a adolescência, pois, a partir desse momento, essa capacidade tende 
a diminuir gradualmente com a progressão da idade. As crianças são flexíveis, mas é 
comum que a flexibilidade diminua com a idade após a puberdade, sobretudo nos garotos, 
supostamente em consequência dos ganhos no tamanho dos membros superiores e 
inferiores e na força muscular. A flexibilidade, portanto, requer treinamento durante os 
estágios de desenvolvimento do jovem atleta (WEINECK, 1999). 
Figura 21. Jovens são extremamente flexíveis
Figura adaptada e disponível em: <http://www.fpatletismo.pt/> Acessado em: 7 dez. 2010.
51
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO │ UNIDADE I
Coordenação
A coordenação é a capacidade de se utilizar de forma produtiva os músculos esqueléticos 
(grandes músculos), o que resulta em uma ação global mais eficiente, plástica e econômica. 
Essa capacidade permite à criança dominar seu corpo no espaço, pelo controle de seus 
movimentos e pelo aperfeiçoamento dos gestos técnicos, de maneira a torná-los mais 
eficazes e menos dispendiosos do ponto de vista energético. Capacidades coordenativas 
deficientes normalmente são oriundas de uma estimulação insuficiente nos primeiros 
anos de vida e não estão relacionadas diretamente à falta de pré-disposição, mas sim 
a falta de estímulos corretos A Tabela 5 apresenta os períodos de maior sensibilidade 
ao desenvolvimento da coordenação, considerando-se diferentes faixas etárias e sexo.
Figura 22. Trabalhos coordenativos aplicados ao jovem.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.101greatgoals.com/> Acessado em: 7 dez. 2010.
O ganho de força em crianças ocorre, basicamente, como consequência das 
adaptações neurais, uma vez que a quantidade de testosterona circulante é 
reduzida nessa faixa-etária.
52
UNIDADE IIPRESCRIÇÃO DE 
TREINAMENTO
Não é nada fácil elaborar um programa de atividades físicas para crianças. A 
motivação assume papel fundamental nessa prática. A criança não é um adulto 
em miniatura, portanto torna-se quase impossível conseguir resultados através de 
exercícios em esteiras, bicicletas ergométricas ou aparelhos de musculação. 
É necessário que o profissional de educação física que se propõe a trabalhar com 
criança possua criatividade, estimulando os pequenos a realizar exercícios de 
forma lúdica para que não percam a motivação e o interesse pela prática. Além 
disso, deve ter conhecimento para conduzir esse esforço de maneira que provoque 
as adaptações fisiológicas planejadas sem causar danos, pois se trata de um ser em 
formação e qualquer erro na dosagem do treinamento poderá prejudicá-lo. 
O organismo de uma criança é muito complexo e difere em muitos aspectos 
do organismo de um adulto, sendo assim, antes de iniciarmos um programa 
específico para diminuição da gordura corporal se faz necessária uma avaliação 
das capacidades funcionais dessas crianças, através de uma avaliação apenas 
cardiovascular, ou por uma avaliação da capacidade cardiorrespiratória: teste 
ergométrico e teste ergoespirométrico respectivamente (conteúdo abordado na 
disciplina Medidas e Avaliações). Tendo em mãos os resultados, o treinamento 
poderá encaminhar-se para uma individualidade, sem a qual não se consegue 
bons resultados quando se fala em redução de gordura corporal. Não se fala em 
perder peso para uma criança, o objetivo do treinamento, na maioria das vezes é 
estacionar o peso corporal e aguardar o aumento na estatura, assim o IMC (índice 
de massa corporal) se aproximará dos índices normais, a pressão de perder peso 
geralmente é muito pesada para uma criança. A despeito de serem diferentes, o 
princípio de treinamento para uma criança é o mesmo de um adulto, ou seja, o valor 
da intensidade do treino para cada aluno é medido pela FC (frequência cardíaca). 
Estudos indicam que os limites de treinamento para crianças obesas devem girar 
em torno de 50% e 70% da reserva de frequência cardíaca. FC treinamento = (FC 
máxima - FC repouso) X (0,5 ou 0,7) + (FC rep). Acredita-se que a frequência ideal 
de treinamento seja três vezes por semana e que após três meses os resultados 
já podem ser percebidos, tanto pelos pais quanto pelas próprias crianças, mas 
alterações benéficas internas são notadas logos nas primeiras sessões.
53
PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO │ UNIDADE II
Treino aeróbio
No que respeita às funções pulmonares, é de evidenciar que todos os volumes 
pulmonares crescem em relação direta com o crescimento corporal. Estando 
a pressão arterial diretamente relacionada com o tamanho corporal. Em 
exercícios máximos e submáximos a frequência cardíaca é mais elevada do 
que a do adulto como fenômeno compensador do menor volume sanguíneo 
e do menor volume sistólico. Em exercícios submáximos o aumento da 
diferença arteriovenosa em oxigênio indica o seu aporte adequado para 
os músculos ativos. O pico do VO2 máx. é atingido entre os 17 e 21 anos 
para os rapazes e entre os 12 e os 15 anos para as moças. O treino aeróbio 
não provoca grandes alterações no VO2 máx. dos pré-adolescentes, mas a 
sua condição aeróbia aumenta com o treino aeróbio. Após a puberdade, os 
incrementos do VO2 máx. são muito mais significativos. A regulação térmica 
das crianças parece ser menos eficaz do que a dos adultos em condições 
extremas.
Treino anaeróbio
Ao nível anaeróbio a criança tem uma menor capacidade glicolítica 
principalmente causada por uma menor concentração de fosfofrutoquinase, 
produzindo menos lactato do que o adulto. As respostas de potência anaeróbia 
são menores que as do adulto. O treino anaeróbio melhora a capacidade 
anaeróbia das crianças ao aumentar os níveis basais de fosfocreatina, ATP 
e glicogênio, ao aumentar a atividade da fosfofrutoquinase e os níveis 
maximais de lactato sanguíneo.Se em termos de concentrações de ATP e CP 
não encontramos diferenças significativas em relação ao adulto, já no que 
respeita às concentrações de lactato sanguíneo tal não se verifica. O conteúdo 
mitocondrial das células musculares infantis é superior ao do adulto, sendo o 
seu metabolismo preponderantemente aeróbio. A criança não consegue fazer 
exercícios que a forcem demasiadamente à fonte glicolítica, ou seja, exercícios 
em dívida de oxigênio, pelo que as contrações musculares intensas, para 
trabalho de força, nunca deverão ultrapassar os 60 segundos, de forma a não 
ocorrer à produção energética à custa da fonte lática.
54
CAPÍTULO 1
Desenvolvimento aeróbio
Embora a criança não seja uma miniatura de gente, sabe-se que o sistema cardiovascular 
desenvolve e reage ao treinamento aeróbio e/ou de resistência da mesma forma que os 
adultos proporcionando uma boa base para outras valências físicas como a velocidade, 
e os diferentes tipos de força. Significa dizer que a corrida, o ciclismo e a natação de 
maior duração são indicados às crianças e adolescentes. Maior duração não é a mesma 
coisa que longa duração e ou distâncias exageradas. 
Essas atividades devem ser estimuladas de forma lúdica e ao gosto da criança sem a 
obrigação de percorrer distâncias fixas deixando-as livres para interromper conforme 
o cansaço individual. Estudos bem conduzidos mostram que a capacidade máxima 
de consumo de oxigênio da criança fisicamente ativa aumenta proporcionalmente ao 
crescimento. Em compensação a capacidade anaeróbia é mais limitada aumentando 
somente a partir da adolescência em função da maturação hormonal. 
Antes da adolescência a diferença entre meninos e meninas é pequena chegando, 
em alguns casos, meninas até serem mais rápidas que os meninos. As fases ótimas 
para desenvolver a resistência aeróbia seriam 10 - 12 e 17 - 18 anos de idade. Dos 13 
aos 16 podem, ser chamados de períodos de transição marcados por um conjunto de 
características anatômicas e funcionais onde pode ser melhorada a coordenação motora 
a força e a endurance. Um fundista deve começar a ser preparado a partir dos 10 anos 
de idade, mas com certa cautela. Se por um lado essa é a melhor idade para começar, 
por outro, os excessos podem levar a um abandono precoce da carreira. A preparação 
de um fundista leva de 10 a 15 anos. Um atleta que atinge o pico de performance muito 
cedo, pode não aguentar muitos anos com os rigores do treinamento principalmente 
por causa da cobrança ser cada vez maior. Uma criança já tendo talento esportivo para 
as provas de fundo aos dez anos deve contar com um planejamento lento gradual e 
progressivo em longo prazo. O problema é quando esses jovens atletas esbarram nas 
vaidades de técnicos interessados em promoção pessoal colocando-as em tudo quanto 
é campeonato juvenil tirando proveito da fama de ser “supostamente” um bom técnico. 
Para “esses”, não interessa a saúde da criança. O técnico ou profissional de Educação 
Física é, em princípio, o principal responsável por conduzir e cuidar bem da carreira do 
atleta. É a pessoa detentora do conhecimento. 
Não deve, por questões éticas e princípios, se render às pressões de dirigentes 
inescrupulosos. A transformação do corpo é muito rápida e essa é a época em que o 
55
PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO │ UNIDADE II
adolescente precisa estar física e emocionalmente bem orientado para suportar todas 
essas transformações. Até hoje, desde os estudos de Hollman 1978, tem sido citada 
a variação dos níveis de lactato durante as diversas faixas etárias. Aos três anos 1,8 
mmoles, cinco anos 2,0 mmoles, sete anos 7 mmoles até atingir os 16 a 18 mmoles por 
volta dos 25 anos de idade.
Figura 23. Maiores empresas de material esportivo, Nike e adidas.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.fpatletismo.pt/> Acessado em: 7 dez. 2010.
Prova-se assim, que as crianças têm capacidade de participar de corridas curtas e 
rápidas ou as de maior duração de média velocidade. Pesquisadores citam serem 
inadequadas as competições de 600 a 800 metros por apresentarem altos valores de 
concentração de lactato, teoricamente dissipado somente uma hora depois do estímulo. 
Da mesma forma o teste ou avaliação de desempenho usando essa distância pode não 
ser adequado ou válido. Ou seja, elas acumulam lactato, mas a capacidade de dissipar 
é pequena. Essa capacidade de acumular o lactato parece obedecer a uma ordem 
biológica porque mesmo crianças melhores treinadas ou mais desenvolvidas, essa 
valência física não apresenta evolução significativa. Ao entrar na adolescência nota-se 
um crescimento longitudinal e depois transversal ou ponderal. Aí entra a vantagem da 
musculação encorpando o adolescente e definindo a massa muscular. Os programas 
na segunda infância devem proporcionar variedade de movimentos, oportunidade 
que a escola deve dar aos alunos, ficando a cargo do profissional de Educação Física. 
O plano de aula deve ser calcado nesses fundamentos e não apenas na preferência 
pessoal. As crianças tem um excelente potencial aeróbico, mas deve-se levar em conta 
que cada faixa etária tem suas particularidades do desenvolvimento físico e intelectual. 
A prática da atividade física tem nos dias de hoje, papel importante na formação das 
crianças e jovens, a fim de terminar com o sedentarismo na infância e adolescência. 
Com o treinamento aeróbico, segundo Lazzoli e colaboradores (2000), as crianças e 
56
UNIDADE II │ PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO
adolescentes aumentam a massa corporal (crescimento) quanto a maturação, que 
se acelera durante a puberdade (desenvolvimento). Ainda ocorre um aumento do 
VO2máx em termos absolutos ao longo da idade, sendo uma maior aceleração em 
meninos do que em meninas. O aumento do VO2máx está relacionado ao aumento 
da massa muscular. Segundo Matsudo e Matsudo (1995), o VO2máx está altamente 
relacionado à massa corporal, as diferenças entre os sexos são marcantes. Shephard 
(1995): “Embora muitos relatos sugerirem que as crianças pré-púberes não respondam 
ao treinamento aeróbico ... comprova-se um aumento de 15% do VO2máx ao longo de 12 
semanas ou mais com um programa adequado de treinamento”. O período pubertário 
é especialmente susceptível aos efeitos do treinamento aeróbico e a velocidade máxima 
de crescimento da estatura corporal nos dois primeiros anos de treinamento ocorridos 
precocemente em grupos estimulados – estudo feito por Oliveira (1990). Ainda o 
mesmo autor destaca que as crianças e adolescentes necessitam menos tempo de treino 
para ter efeitos no organismo durante a puberdade, mas é preciso muito mais treino 
para manter ou melhorar os efeitos do treinamento no organismo após o estirão de 
crescimento pubertário. Segundo Matsudo e Matsudo (1995, p.53), deve-se respeitar 
“as diversas características das crianças como sexo, idade, maturação funcional e 
maturação sexual.” Estudos demonstram que as crianças podem ser metabolicamente 
imaturas e assim podem não ser tão receptivas às adaptações fisiológicas como ocorre 
em adultos.
Existem critérios para a prescrição de treinamento: curvas de maturação funcional, 
o estado nutricional, a maturação biológica e a prática esportiva, descreve Matsudo e 
Matsudo (1995). Sempre se sugere que as crianças e adolescentes pratiquem atividades 
físicas lúdicas que dão ênfase ao volume, porém de modo intervalado e mantendo a 
atividade física na faixa de 60% a 80% do VO2máx ou 70% a 85% da Fcmáx, com uma 
duração de 20 a 30 minutos com frequência semanal de 3 a 5 vezes, conforme Lazzoli 
(2000). Não existe evidências sugerindo que o treino aeróbico é contraindicado para 
crianças, os benefícios funcionais podem não ser percebidos até que a criança se torne 
metabolicamente matura, tempo no qual o treinamento pode ser mais benéfico em 
termos tanto de saúde quanto performace física, segundo Shepard (1995).
57
CAPÍTULO 2
Desenvolvimento anaeróbio
Nas crianças, a capacidade para realizar atividades do tipo anaeróbia é significativamente 
inferiorà dos adolescentes e adultos. As crianças possuem um consumo de oxigênio 
consideravelmente alto, com valores variando entre 48 58 ml.kg.min, bem acima de 
42 ml.kg.min, o que indica um bom nível de condicionamento físico em adultos e a 
determinação da intensidade de treinamento aeróbio para crianças e adolescentes 
baseado no limiar anaeróbio deve ser visto com cautela, principalmente com o 
limiar anaeróbio determinado a partir de valores fixos de lactato, pelo fato de as 
crianças possuírem uma limitação real em relação ao metabolismo glicolítico e, 
consequentemente, à produção de lactato.
Fica evidente que, conhecer os eventos que marcam a puberdade e aceitar a variabilidade 
individual em que eles ocorrem, é de suma importância para o profissional que irá 
planejar os programas de atividade física voltados para essa população específica. Os 
riscos da atividade física intensa para o crescimento de crianças em fase escolar inicial 
devem ser observados pelo professor de educação física com especial atenção. Segundo 
Pini (1990: pp. 260 e 263), a atividade esportiva dever ser orientada criteriosamente, 
para que possa agir de forma positiva para o crescimento e para o desenvolvimento 
morfofuncional do organismo. O trabalho muscular intenso excessivo, associado 
a sobrecarga funcional, pode ocasionar perturbações no desenvolvimento normal 
da criança, principalmente no ritmo do crescimento e altura, e no desenvolvimento 
somático, funcional e intelectual. Ctenas e Vitolo (1999: pp. 236 e 240), citam que o 
corpo da criança passa por rápido desenvolvimento, principalmente nas extremidades 
(braços e pernas), não estando a criança apta para fazer esforços exagerados. Para 
Rose (2002: p. 100), exercícios em excesso podem causar estresse, desviar energia 
destinada ao crescimento e provocar lesões, prejudicando a saúde da criança. Além 
disso, a intensidade é um fator que deve ser adequado. A tolerância individual de ossos, 
cartilagens, tendões e ligamentos à estímulos é um fator limitante na determinação de 
uma atividade. Crianças e jovens estão mais suscetíveis aos possíveis danos causados 
por um treinamento muito intenso (WEINECK, 2003: pp. 104 e 105). Numa mesma 
intensidade de exercício, garotos pré-púberes apresentam valores de concentração de 
lactato nos músculos 35% inferiores aos observados nos adulto (ERIKSON, KARLSON; 
SALTIN, 1971)
58
UNIDADE II │ PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO
Figura 24. Maiores empresas de material esportivo, Nike e adidas.
Figura adaptada e disponível em: <http://www.101greatgoals.com/> Acessado em: 7 dez. 2010.
Inúmeros estudos, usando diferentes métodos de investigação, têm fornecido 
evidências de que ocorrem mudanças no metabolismo anaeróbio lático durante o 
crescimento. Lactato sanguíneo e muscular, atividade enzimática glicolítica, débito e 
déficit de oxigênio, “performance” de potência máxima em exercícios de curta duração 
e velocidade máxima em testes de campo aumentam gradativamente da infância à 
fase adulta (ERIKSSON, 1980; FELLMANN, BEDU, SPIELVOGEL, FALGAIRETTE, 
VANPRAAGH, JARRIGE; COUDERT, 1988; IMBAR; BAR-Or, 1986; PATERSON, 
CUNNINGHAM; BUMSTEAD, 1986). Nesses estudos, apuberdade tem aparecido 
como um período chave das mudanças no metabolismo anaeróbio lático de jovens 
(ERIKSSON, GOLLNICK; SALTIN, 1973; FALGAIRETTE, BEDU, FELLMANN, 
VANPRAAGH; COUDERT, 1991; PATERSONETALII, 1986). 
Nas crianças, a capacidade para realizar atividades do tipo anaeróbia é significativamente 
inferior à dos adolescentes e adultos (Bar-Or, 1983). Estudos transversais com 
italianos, africanos, ingleses e americanos de ambos os sexos têm indicado uma 
progressão em relação à idade na performance de teste de potência máxima (DAVIES, 
BARNES; GODFREY, 1972; DIPRAMPERO; CERRETELLI, 1969; KUROWSKI,1977; 
MARGARIA, AGHEMO; ROVELLI, 1966). Segundo dados apresentados por Imbar 
& Bar-Or (1986) de, aproximadamente, 300 homens israelenses de 10 a 45 anos que 
realizaram o teste anaeróbio de Wingate para ciclismo ou com a utilização dos braços 
(manivela), para ambos os testes, a potência máxima em um período de cinco segundos 
e a potência média Durante todo o teste (30 segundos), foram mais baixas nas crianças 
quando expressas em unidades de potência absoluta ou corrigidas pelo peso corporal. 
59
PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO │ UNIDADE II
Disso concluíram os autores que a performance anaeróbia progride com a idade e que 
este padrão é contrário ao que é descrito para o consumo de oxigênio por quilograma de 
peso corporal, o qual, em indivíduos do sexo masculino, permanece virtualmente sem 
modificações da infância à fase adulta.
Para Sobral (1988), uma das possíveis causas para a performance inferior das crianças 
em provas de potência anaeróbia deve-se, presumivelmente, a estoques inferiores de 
fosfagênio (principalmente de CP, já que a concentração muscular de ATP é semelhante 
no adulto e na criança; 3,5 a 5 mmol/kg) e, também, ao menor valor, quer absoluto 
quer relativo, da massa muscular já que, embora aumentando regularmente com a 
idade, os incrementos da potência anaeróbia dos garotos são mais acentuados a partir 
dos 14 e 15 anos, isto é, imediatamente após o pico de velocidade de crescimento da 
musculatura esquelética. Em comparação com o adulto, a criança e o adolescente 
são ainda mais deficitários quanto a sua capacidade anaeróbia, diferença que parece 
ter determinantes fundamentais de natureza bioquímica, pois a concentração de 
lactato no músculo e no sangue destes é mais baixa do que no adulto; também a 
sua taxa de glicólise anaeróbia é inferior (Sobral, 1988). Eriksson, Karlsson e Saltin 
(1971) verificaram que, numa mesma intensidade de exercício, garotos pré-púberes 
apresentavam valores de concentração de lactato nos músculos 35% inferiores aos 
observados no adulto. Igualmente, Sobral (1988) relata que, nos jovens desportistas, 
foram observadas elevações progressivas da lactacidemia entre os 12 e os 15 anos, 
sem diferenças significativas entre garotos e garotas, porém, tais valores ainda são 
inferiores aos dos adultos. 
Para Tanaka e Shindo (1985), a concentração de lactato sanguíneo, em geral, poderia 
ser afetada pela taxa de formação de lactato e acúmulo durante a contração muscular; 
fluxo de lactato do músculo para o sangue; consumo de lactato do sangue pelo coração, 
fígado, em músculos ativos ou em repouso e rins. Embora nenhum dado esteja disponível 
para a taxa de fluxo e consumo de lactato em crianças, há algumas sugestões a respeito 
do déficit de oxigênio e perfil metabólico muscular em crianças, as quais indicam 
menos formação e acúmulo de lactato para a mesma carga de trabalho relativo quando 
comparado com adultos (TANAKA; SHINDO, 1985). Nesse sentido, foi demonstrado 
que o nível de lactato durante carga submáxima está relacionado à quantidade de 
déficit de oxigênio, isto é, quanto mais tempo o organismo levar para se ajustar a uma 
nova carga de trabalho maior será o acúmulo de lactato (TANAKA; SHINDO, 1985), 
assim, ambos, concentração de lactato sanguíneo e déficit de oxigênio na mesma carga 
de trabalho relativo, são menores em garotos do que em adultos.
60
UNIDADE II │ PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO
A aplicação de protocolos indiretos para crianças e adolescentes deve ser feita 
com muita cautela, devido tanto a carência de protocolos específicos para esta 
população, bem como devido aos processos que acompanham a puberdade. A 
adolescência é acompanhada pela maturação sexual e pelo estirão de crescimento, 
aumentando a estatura e a massa corporal do adolescente (MALINA et al., 2004). 
Esta fase é acompanhada também pelo desenvolvimento dos sistemas muscular 
e esquelético e do aumento na concentração de hemoglobina, que por sua vez 
promove um aumento da capacidade de oferta de oxigênio aos tecidos. Este 
aumento nas dimensões corporais, ocorrido na puberdade, implica em um 
aumento do tamanho pulmonar e do tamanho do coração alterando, portanto,os componentes ventilatórios e cardiovasculares das crianças (ROWLAND, 
2008). Assim, não parece ser adequada a utilização, para esta clientela, de um 
protocolo elaborado para adultos. Deste modo, os protocolos comumente 
utilizados em laboratório se mostram tanto inapropriados para a determinação 
indireta do VO2máx para crianças e adolescentes como também inespecíficos 
para a determinação de outras variáveis relacionadas à aptidão aeróbia sem uma 
diminuição da fidedignidade dos valores referentes ao VO2máx encontrados. 
Considerando ainda a carência na literatura de protocolos específicos para esta 
população.
61
Para (não) Finalizar
Considerando o tema
Por tratarem-se de temas abrangentes e cujos estudos encontram-se em constante 
evolução, não se pode considerar encerrada a discussão sobre crescimento, 
desenvolvimento e maturação, uma vez que esses conceitos deverão ser objeto de 
estudo, aplicação e aprofundamento no processo de formação. Guedes e Guedes (1997) 
apontam para a necessidade de que os países em desenvolvimento criem seus próprios 
parâmetros e indicadores referenciais relativos ao crescimento, ao desenvolvimento, à 
composição corporal e à aptidão física de crianças, adolescentes e jovens, principalmente 
por entender que questões ambientais exercem interferência direta nos diversos 
processos biológicos que acontecem nessas etapas da vida. 
Como o Brasil é um país de grande extensão e com ampla variedade de composições 
raciais, culturais e sociais, esse fator, por si só, sugere que sejam realizados estudos 
considerando os diferentes níveis socioculturais e regionais, bem como que seja 
feita uma análise completa e que se busque o entendimento dessa interferência no 
desenvolvimento, no crescimento e na maturação dos indivíduos em cada região do país. 
Não obstante, sabe-se que a prática da atividade física realizada de forma inadequada, 
principalmente nos aspectos de duração, intensidade e tipo de atividade, pode tornar-se 
tão nociva quanto à inatividade física, ou seja, a prática de atividade física na infância e 
na adolescência é um fator necessário, aconselhável e positivo para o crescimento, para 
o desenvolvimento e para a aptidão física, desde que orientado e administrado de forma 
adequada por profissionais de educação física habilitados. 
Nesse contexto, são diversas as abordagens a respeito do tema que demonstram 
segurança para nortear os trabalhos com essas faixas etárias, sendo importante que se 
compreenda que a variabilidade dos fatores crescimento, desenvolvimento e aptidão 
física, em crianças e adolescentes, é fundamental para a transferência e a multiplicação 
de informações no planejamento e na reestruturação dos programas de atividade física 
e esporte para essa população, conduzindo a prática regular de atividades físicas em 
consonância com o processo de crescimento físico e desenvolvimento motor. Enfim, 
também merece destaque o fato de que os aspectos relacionados a crescimento, 
desenvolvimento, maturação, experiência(s) e aprendizagem estão intimamente 
relacionados uns aos outros, sendo que sua análise em separado deverá ser realizada 
62
PARA (NÃO) FINALIZAR
somente para fins didáticos, tornando-se impossível com isso à determinação da 
contribuição desses processos separadamente. Dito isso, espera-se que as informações 
apresentadas neste caderno possam subsidiar a prática pedagógica dos profissionais de 
esporte do Programa Brasil Vale Ouro, de forma a permitir sua atuação em um contexto 
mais amplo e compreensível, no qual os indivíduos – crianças, jovens e adolescentes, 
em específico –, com todas as suas particularidades, encontram-se inseridos.
63
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