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ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA 
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
 
 
 
RONDONÓPOLIS - MT 
 
 
CENTRO DE ENSINO SÃO LUCAS 
ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
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SUMÁRIO 
 
1. APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................03 
2. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ...................................................................................16 
3- CUIDADO CORPORAL ..................................................................................................25 
4- ALIMENTAÇÃO ............................................................................................................36 
5 - COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES ......................................................................42 
6. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ......................................................................47 
7- PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS......................................................................................59 
8- SONDAS E DRENOS .....................................................................................................75 
9. MAUS TRATOS NA INFÂNCIA ......................................................................................95 
10- ASSISTÊNCIA A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE .......................................................100 
11. VAMOS FALAR DE SEXO ..........................................................................................114 
12. A ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL NAS DIRETRIZES PARA A ATENÇÃO À SAÚDE DA 
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .......................................................................................130 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................137 
ANEXOS ..........................................................................................................................138 
 
 
 
 
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1. APRESENTAÇÃO 
O Técnico de Enfermagem assume um papel primordial na assistência de enfermagem, 
atendendo as necessidades básicas e biopsicossociais da criança e do adolescente 
hospitalizados, apresentando atendimento em situações de agravo à saúde, promovendo a 
recuperação e a reabilitação junto à família e à sociedade, no seu aspecto holístico e ético da 
profissão. 
Este componente curricular tem por objetivos: 
• Discernir as características próprias da criança nos diferentes estágios de desenvolvimento; 
• Identificar as técnicas específicas da Pediatria; 
• Conhecer os cuidados de enfermagem prestados nas intercorrências próprias da família; 
• Conhecer as principais patologias pediátricas; 
• Reconhecer os aspectos psicossociais e físicos da transição da infância para adolescência; 
• Dominar as técnicas e cuidados necessários para o atendimento de cada fase da vida; 
• Desenvolver no aluno a capacidade de pesquisa e a busca da prevenção de doenças 
sexualmente transmissíveis. 
 
1.1 SINAIS VITAIS 
 
 
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A temperatura, pulso, respiração e pressão arterial são reguladas por mecanismos 
extremamente sensíveis, capazes de sofrer oscilações a qualquer alteração orgânica. A correta 
mensuração dos sinais vitais é fundamental para a avaliação do estado geral do paciente. 
Cada um desses sinais é medido através de um procedimento específico. Em pediatria, 
sempre que se vai executar uma série de procedimentos, deve-se ter em mente que, aqueles 
mais desagradáveis, dolorosos ou que requeiram maior manuseio da criança, devem ser 
deixados para o final, pois desencadeiam ansiedade e choro. 
Portanto, recomenda -se como medida para minimizar a interferência da ansiedade e 
choro nos sinais vitais de que a verificação seja efetuada na seguinte sequência: respiração, 
batimentos cardíacos, temperatura e pressão arterial. 
 
1.2 RESPIRAÇÃO 
Respiração é a troca de gases entre o ar ambiente e a corrente sanguínea em ambos os 
sentidos. Ao ser avaliada a respiração, deve-se observar a frequência, o ritmo e a amplitude. 
A determinação da frequência, ou seja, o número de movimentos respiratórios por minuto 
(mrm) é o modo mais prático de avaliar o estado funcional dos pulmões. 
Valores normais em relação à idade: 
Recém-nascidos (0 -28 dias) ...................................................................... 40- 45mrm 
Lactentes (29 dias -2 anos) ........................................................................ 25- 35mrm 
Pré-escolares (2-6 anos) ............................................................................ 18- 25mrrn 
Escolares (acima de 6 anos) ........................................................................ 18-20mrm 
Valores acima dos níveis normais são denominados TAQUIPNEIA e, comumente vêm 
acompanhados de tiragem, cianose, gemido e agitação. 
Valores abaixo dos níveis normais são denominados BRADIPNEIA, sendo esta, menos 
comum que a taquipneia. 
Chamamos EUPNEIA a respiração com frequência normal que ocorre sem esforço. 
 
 
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APNEIA: É a cessação dos movimentos respiratórios por um período de 20 segundos ou 
mais. A apneia constitui um sinal de gravidade do estado geral, frequentemente vem 
acompanhada de palidez, cianose e bradicardia. Nestas situações deve-se tentar revertê-la 
através de estímulo cutâneo. Caso o estímulo seja insuficiente, imediatamente iniciar 
manobras de ressuscitação cardiorrespiratória. 
Sabe-se que a respiração de recém-nascidos e lactentes é do tipo abdominal, por isso 
qualquer compressão do abdômen ocasiona dificuldade respiratória. Contraindica-se o uso de 
roupas apertadas, bem como, elevar as pernas da criança para efetuar a higiene perineal ou 
substituir fraldas, pois esse procedimento comprime o diafragma, ocasionando ou 
aumentando a dificuldade respiratória. 
O ritmo respiratório é constatado pela presença ou ausência de regularidade entre um e 
outro movimento respiratório. Chama-se respiração regular aquela em que os intervalos entre 
os movimentos respiratórios são iguais e irregular aquela em os intervalos são desiguais. Em 
recém-nascidos o ritmo é irregular. 
 
 
A amplitude é avaliada através da menor 
ou maior expansão da caixa torácica 
observando-se respiração superficial ou 
profunda. 
 
 
 
1.3 VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 
É a constatação da frequência, ritmo e amplitude respiratória através da ausculta ou por 
observação direta dos movimentos respiratórios. Esta técnica é a realizada no mínimo uma 
vez por turno. Considerando- se que até certo ponto a respiração pode ser controlada, deve-
se evitar que a criança perceba que este procedimento está sendo executado. 
VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO PELO MÉTODO AUSCULTATÓRIO 
 
 
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MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Estetoscópio; 
• Relógio com ponteiro de segundos; 
• Algodão embebido em álcool iodado. 
ETAPAS 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Efetuar a desinfecção das ogivas e diafragma do estetoscópio; 
• Acomodar a criança expondo sua região torácica; 
• Aquecer o diafragma do estetoscópio e posicioná-lo na região onde os ruídos respiratórios 
sejam mais audíveis; 
• Contar o número de respirações em um minuto; 
• Observar o ritmo e amplitude da respiração; 
• Vestir e acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar na folha de controles a frequência, ritmo e a amplitude 
respiratória; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer anormalidade. 
VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO PELO MÉTODO DA OBSERVAÇÃO 
MATERIAL: 
• Relógio com ponteiro de segundos. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos; 
• Acomodar a criança expondo a região tóraco abdominai; 
 
 
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7• Observar os movimentos respiratórios, lembrando que no lactente a respiração é mais 
auxiliada pelos músculos abdominais do que pelos torácicos; 
• Contar o número de movimentos respiratórios em um minuto, observando também o ritmo 
e a amplitude deles. Se a respiração for superficial, colocar a mão sobre o tórax do paciente 
tara sentir os movimentos; 
• Vestir e acomodar a criança; 
• Registrar na folha de controles a frequência, o ritmo e a amplitude respiratória; 
• Comunicar a enfermeira ou módico qualquer anormalidade. 
 
1.4 BATIMENTOS CARDÍACOS 
 
 
A verificação dos batimentos 
cardíacos pode ser feita através da 
ausculta cardíaca (PULSO APICAL) ou da 
palpação de uma artéria (PULSO 
PERIFÉRICO). A opção por um ou outro 
método depende da idade criança. 
Em recém-nascidos e lactentes verifica-se rotineiramente o pulso apical, devido à 
dificuldade em sentir as pulsações periféricas. São características do pulso, a frequência, o 
ritmo e o volume. Denomina-se frequência, o número de batimentos cardíacos por minuto 
(bpm). Esse número varia de acordo com a idade. 
VALORES NORMAIS: 
Recém nascidos..................................................................................... 140 +/- 10bpm 
Primeiro ano.......................................................................................... 120 +/- 10bpm 
Segundo ano.......................................................................................... 110 +/- 10bpm 
De 3 a 5 anos.......................................................................................... 90 +/- 10bpm 
 
 
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De 6 a 11 anos ....................................................................................... 80 +/- 10bpm 
Valores acima dos níveis normais são denominados TAQUICARDIA e valores abaixo dos 
níveis normais BRADICARDIA. 
Em pediatria este sinal é mais alarmante do que a taquicardia, devendo ser comunicado 
imediatamente à enfermeira ou medido, pois, pode evoluir para parada cardiorrespiratória. 
O ritmo é avaliado pelo intervalo entre um batimento e outro. Considera-se PULSO 
RÍTMICO quando os intervalos são idênticos. No PULSO ARRÍTMICO os intervalos entre uma 
pulsação e outra são diferentes. É fisiológico recém-nascidos apresentarem pulso arrítmico. 
PULSO INTERMITENTE é aquele onde o ritmo normal é interrompido por períodos irregulares. 
VOLUME é a resistência oferecida pelas artérias à pressão exercida pelo sangue. Sua 
avaliação é obtida através da compressão digital de artérias periféricas. Chamamos de PULSO 
FRACO aquele facilmente obliterável à compressão. Nos casos em que a obliteração requer 
maior compressão chamamos de pulso forte. 
 
VERIFICAÇÃO DO PULSO APICAL 
É a constatação da frequência e ritmo das contrações cardíacas através da ausculta. Esta 
técnica é realizada no mínimo uma vez por turno. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Algodão embebido em álcool iodado; 
• Estetoscópio; 
• Relógio com ponteiro de segundos. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
 
 
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• Efetuar a desinfecção das ogivas e diafragma do estetoscópio; 
• Acomodar a criança expondo sua região torácica; 
• Aquecer o diafragma do estetoscópio, friccionando-o entre as mãos; 
• Apoiar suavemente o diafragma do estetoscópio sobre a região infra mamária esquerda, 
observando o ritmo e contando a frequência dos batimentos cardíacos em um minuto; 
• Reconhecer o material e registrar na folha de controles a frequência e o ritmo cardíaco; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer anormalidade. 
 
VERIFICAÇÃO DO PULSO PERIFÉRICO 
Consiste em palpitar uma artéria, com o objetivo de sentir a pulsação produzida pela onda 
de sangue que é enviada a cada sístole ventricular. As artérias mais facilmente palpáveis em 
crianças são a radial, braquial, femoral e pediosa dorsal. 
Recomenda-se em recém-nascidos, a palpação simultânea do pulso femoral e radial. Uma 
assincronia destes dois pulsos sugere coarctação da aorta. 
Comunicar imediatamente à enfermeira ou médico pois esta situação requer avaliação 
cardiológica. 
MATERIAL: 
• Relógio com ponteiro de segundos. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, solicitando-lhe que fique quieta 
um instante; 
• Acomodar a criança e escolher a artéria a ser palpada; 
• Colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria, exercendo pressão moderada; 
 
 
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• Contar o número de pulsações em um minuto; 
• Registrar na folha de controles e frequência, ritmo e amplitude; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer anormalidade. 
 
1.5 TEMPERATURA 
Em condições normais a temperatura de uma criança sofre oscilações de 1 a 2°C no 
transcorrer de um dia. No período compreendido entre 3 e 5 horas da madrugada a 
temperatura é mínima e no final da tarde ela é mais elevada. 
Recém-nascidos apresentam temperatura corporal instável. 
Em recém-nascidos pré-termo e de baixo peso, as variações da temperatura corporal 
ocorrem até mesmo com pequenas oscilações da temperatura ambiental. A manutenção da 
estabilidade térmica é um dos mais importantes aspectos da assistência de enfermagem a 
essas crianças. 
Padrões de temperatura corporal que não requerem ação de enfermagem: 
Temperatura axilar................................................................................. 36,5 – 37,5°C 
Temperatura real.................................................................................... 37,5 – 38,5°C 
Temperatura acima desses padrões chama-se HIPERTERMIA e comumente vem 
acompanhada de taquipneia, prostração ou irritabilidade, olhos brilhantes e rubor de face. 
Frente a situações de hipertermia e enfermagem deve imediatamente utilizar medidas de 
redução de temperatura segundo técnica ou administrar antitérmicos, pois, com a 
hipertermia há riscos de convulsões. Temperatura abaixo dos níveis descritos é denominada 
de HIPOTERMIA e comumente vem acompanhada de prostração, pele fria e fraca resposta a 
estímulos. 
A hipotermia é uma emergência em pediatria, principalmente quando ocorre em recém-
nascidos pré-termo e de baixo peso. Nestas crianças, além da sintomatologia citada, ocorre 
dificuldade respiratória e de sucção. A hipotermia leva à hipoglicemia e está, à acidose 
 
 
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metabólica. Medidas gerais de enfermagem devem ser tomadas para aumentar a 
temperatura corporal segundo técnica. 
 
VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA AXILAR 
 
 
Consiste em verificar a temperatura 
corporal da criança através de um 
termômetro clínico colocado sob a axila. 
 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Termômetro clínico; 
• Algodão embebido em álcool iodado; 
• Relógio; 
• Gaze ou similar. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Posicionar a criança confortavelmente; 
• Fazer desinfecção do termômetro com algodão embebido em álcool iodado, evitando 
segurá-lo pelo bulbo; 
• Verificar se a coluna de mercúrio está em seu nível mais baixo. Caso não esteja, baixá-la; 
 
 
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• Secar a axila do paciente com uma gaze; 
• Colocar o termômetro no oco da axila tendo o cuidado para que o bulbo fique em contato 
direto com a pele do paciente; 
• Flexionar o braço do paciente sobre o corpo, mantendo-o nesta posição. Em crianças 
menores o termômetro deve ficar na posição vertical, com o braço estendido ao longo do 
corpo; 
• Aguardar 3 a 5 minutos e retirar otermômetro; 
• Efetuar a leitura; 
• Recolher o material e registrar o dado obtido na folha de controle; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer anormalidade. 
 
VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA RETAL 
 
 
A temperatura retal, em condições 
normais é aproximadamente 1°C mais 
elevada que a temperatura axilar. 
Embora forneça um dado mais preciso, 
ela é pouco usada pois: 
 
A verificação pode causar problemas de ordem física e psicológica nos pacientes; 
• A desinfecção do termômetro deve ser efetuada com mais rigor; 
• A verificação requer termômetro de uso individual. 
O termômetro usado para verificação de temperatura retal apresenta corpo mais calibroso 
e o bulbo arredondado para evitar traumatismo na mucosa retal. 
MATERIAL: 
 
 
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• Bandeja; 
• Termômetro clínico; 
• Vaselina líquida; 
• Papel higiênico; 
• Álcool iodado ou álcool 70%; 
• Relógio. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Retirar as fraldas e/ou calças da criança; 
• Efetuar a higiene perineal; 
• Deitar a criança em decúbito lateral direito com a perna esquerda flexionada ou vice-versa; 
• Verificar se a coluna de mercúrio está em seu nível mais baixo. Caso não esteja, baixá-la; 
• Lubrificar o bulbo e parte do corpo do termômetro com vaselina líquida; 
• Proteger uma das mãos com papel higiênico e afastar os glúteos; 
• Introduzir lentamente o bulbo em cerca de 3cm do corpo do termômetro no reto da criança; 
• Aguardar três minutos e retirar o termômetro; 
• Limpá-lo com papel higiênico, segurando-o pelo corpo; 
• Proceder a leitura; 
• Vestir e acomodar a criança; 
• Recolher o material; 
• Registrar a temperatura obtida na folha de controles, salientando o local da verificação; 
 
 
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• Comunicar à enfermeira casos de hiper ou hipotermia; 
• Lavar o termômetro com água corrente e sabão; 
• Secá-lo e desinfetá-lo com álcool iodado; 
• Guardar o termômetro em estojo rotulado com o nome do paciente e número do leito. 
 
1.6 PRESSÃO ARTERIAL 
A pressão arterial em criança varia de acordo com a idade. Recomenda-se a utilização da 
seguinte fórmula para a determinação de níveis de pressão arterial (PA): 
A escolha do manguito é de grande importância para a medicação da PA. Segundo HUQHES, 
erros de até 25mm de Hg podem ser ocasionados por um manguito de tamanho impróprio. 
Como regra geral, o manguito deve cobrir cerca de 2/3 do braço da criança. 
Na dúvida entre um tamanho e outro, escolher o manguito mais largo. A verificação da PA 
pode ser realizada pelos métodos auscultatório, de fluxo e da palpação digital. 
 
VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL PELO MÉTODO AUSCULTATÓRIO 
Consiste em exercer pressão sobre uma artéria com o auxílio de um manguito e auscultar 
o momento em que os ruídos de Korotkoff tornam-se novamente audíveis. Esta técnica é 
realizada no mínimo uma vez ao dia nos pacientes em idade escolar. Em lactentes a PA deve 
ser verificada no momento da internação e sempre que necessário. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Esfigmomanômetro; 
• Estetoscópio clínico; 
• Algodão embebido cm álcool iodado; 
PA Max = Idade em anos x 2 + 80 
 
 
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• Manguito adequado. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Proceder a desinfecção das ogivas e diafragma do estetoscópio com algodão embebido em 
álcool iodado; 
• Aquecer o diafragma do estetoscópio, friccionando-o entre as mãos; 
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal com o braço estendido ao longo do corpo; 
• Expor completamente o braço do paciente, nunca colocando o manguito sobre a roupa; 
• Colocar o manguito de 2 a 4cm acima do cotovelo, com a parte que infla em contato com a 
pele; 
• Localizar a artéria braquial através de palpação e apoiar o diafragma do estetoscópio sobre 
ela; 
• Fechar a válvula da pêra de borracha e posicionar o manômetro de modo a visualizá-lo; 
• Palpar a artéria radial e inflar rapidamente o manguito aproximadamente 20mmhg cima do 
ponto em que cessarem as pulsações. A insuflação lenta resultará em falha auscultatória; 
• Abrir a válvula desinflando lentamente o manguito. Permanecer olhando para o manômetro; 
• Efetuar a leitura ao ouvir o primeiro som dos batimentos que corresponde à pa máxima; 
• Continuar desinflando o manguito. Fazer a leitura no momento em que o som se tornar 
abalado ou deixar de ser audível. Havendo diferenças entre estes dois parâmetros 
recomenda-se que os dois sejam registrados; 
• Desinflar totalmente o manguito e solicitar ao paciente que mova os dedos; 
• Aguardar 1 minuto e repetir os 6 itens anteriores; 
 
 
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• Recolher o material, registrar na folha de controles os níveis de pa, indicando o tamanho do 
manguito utilizado; 
• Comunicar ao médico qualquer alteração. 
OBSERVAÇÃO: 
Esta técnica pode ser aplicada à artéria poplítea. Neste caso o manguito deve cobrir 1/3 da 
coxa e ser colocado com a borda inferior aproximadamente 2cm acima do joelho e o 
diafragma do estetoscópio na fossa poplítea. O paciente deve ficar com a perna 
semiflexionada. Para identificar até que nível o manguito deve ser inflado, palpar a artéria 
pediosa dorsal. 
 
2. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
ANTROPOMETRIA é o processo ou técnica de mensuração do corpo humano, ou de suas 
várias partes. 
 
Em Pediatria, as MEDIDAS 
ANTROPOMÉTRICAS são tomadas como o 
objetivo de avaliar o crescimento da 
criança, servir de diretriz para o diagnóstico 
e prescrição médica e de enfermagem. 
Dentre as medidas antropométricas, 
abordaremos o peso, estatura, perímetro, 
cefálico, perímetro torácico e circunferência 
abdominal. 
 
 
2.1 PESO 
Consiste em medir a massa corporal. Este procedimento deve ser realizado diariamente, 
no turno da manhã, antes da criança receber a primeira refeição. A execução fica a cargo do 
 
 
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funcionário da equipe de enfermagem responsável pelo paciente. Objetivando facilitar o 
estabelecimento da relação entre peso e idade, salientaremos algumas regras práticas. 
Na primeira semana após o nascimento, o recém-nascido pode perder até 10% de seu peso 
corporal, recuperando-o até final da segunda semana de vida. Assim, uma criança que nasceu 
com 3,300g poderá apresentar uma perda fisiológica de até 330g. A partir daí a criança deverá 
ganhar peso. Em condições normais, uma criança deverá apresentar o seguinte ganho de 
peso: 
700g/mês 1º trimestre 
600g/mês 2º trimestre 
500g/mês 3º trimestre 
400g/mês 4º trimestre 
200g/mês 1º trimestre do 2º ano 
180g/mês 1º semestre do 2º ano 
 
 
Pode-se utilizar como parâmetro a relação entre a idade da criança e o peso do nascimento 
PN: 
 
 
 
Cálculo do peso: no período compreendido entre 2 a 12 anos: 
n = idade em anos. 
A técnica de pesagem, bem como o tipo de balança utilizada, varia de acordo com a idade 
da criança. Recém-nascidos e lactentes devem ser pesados em balanças eletrônicas devido a 
sua precisão e facilidade de manuseio. Na falta dessas, utiliza-se balanças do tipo pesa-bebê. 
Pré-escolares e escolares devem ser pesados em balanças antropométricas do tipo adulto. 
5 meses ............................................................. PN x 2 
12 meses............................................................ PN x 3 
24 meses............................................................ PN x 4 
P = n x 2 + 8 
 
 
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PESAGEMDE RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES 
A pesagem de recém-nascidos e lactentes em balança eletrônica não será abordada pois 
trata-se de um procedimento extremamente simples. 
MATERIAL: 
• Balança; 
• Fralda ou similar. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Aquecer a sala quando necessário, evitando correntes de ar; 
• Tarar (equilibras) a balança; 
• Cobrir a bandeja com uma fralda; 
• Verificar o peso da fralda; 
• Travar a balança e marcar o peso que a criança tinha no dia anterior, caso este dado seja 
conhecido; 
• Despir completamente a criança e colocá-la na balança; 
• Destravar a balança – procurar o equilíbrio movendo os pesos que indicam gramas e 
quilogramas; 
• Descontar do peso obtido o peso referente à fralda. Caso a criança esteja com tala, descontar 
o peso dela; 
• Retirar a criança da balança. Vesti-la e acomodá-la no berço; 
• Zelar e travar a balança; 
• Registrar na folha de controles o peso obtido. 
 
 
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OBSERVAÇÃO: 
• Sugere-se que seja registrado em cada tala o seu peso. 
 
PESAGEM DE PRÉ-ESCOLARES E ESCOLARES 
MATERIAL: 
• Balança 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e explicar o procedimento à criança; 
• Aquecer a sala quando necessário evitando correntes de ar; 
• Tarar (equilibrar) a balança e travá-la á; 
• Marcar na balança o peso do dia anterior caso este dado seja conhecido; 
• Retirar todo o excesso de roupa e calçados da criança; 
• Solicitar à criança que suba na balança permanecendo no meio do prato; 
• Destravar a balança; 
• Procurar o equilíbrio movendo os pesos que indicam gramas e quilogramas; 
• Solicitar à criança que desça da balança e vista-se auxiliando-a se necessário; 
• Zerar e travar a balança; 
• Descontar o peso de talas, caso a criança esteja usando; 
• Registrar o dado obtido na folha de controles. 
OBSERVAÇÃO: 
• Caso haja impossibilidade de manter a criança na balança, recomenda-se que seja efetuada 
a pesagem da criança no colo de um adulto, realizando-se após, a pesagem diferencial. 
2.2 ESTATURA 
 
 
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A estatura média das meninas ao nascer é de 49cm e dos meninos é de 50cm. Em condições 
normais, nos meses subsequentes, as crianças apresentam o seguinte aumento de estatura. 
 
 
 
 
 
Assim, as crianças crescem em média 15cm no 1º semestre e 10cm no segundo semestre, 
estando no final do primeiro ano de vida com um acréscimo de 50% de estatura em relação 
ao nascimento. Durante o segundo ano de vida as crianças crescem aproximadamente 10cm. 
Cálculo da altura de crianças de 2 a 12 anos de idade. 
 
n = idade em anos. 
Apesar de reconhecermos a praticidade das regras acima descritas, sabe-se que a 
adequada avaliação pondo-estatural de uma criança requer mensurações frequentes, no 
mínimo a cada 3 meses. 
 
A técnica de verificação da estatura, bem como o material utilizado, varia de acordo com 
o desenvolvimento da criança. Este procedimento deve ser executado no momento da 
internação hospitalar e quanto necessário. 
 
VERIFICAÇÃO DA ESTATURA DE RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES 
MATERIAL: 
• Régua antropométrica. 
ETAPAS: 
1º mês = 4cm 6º mês = 2 cm 11º mês = 1 cm 
2º mês = 3cm 7º mês = 2cm 12 mês = 1cm 
3º mês = cm 8º mês = 2cm 13º - 18º mês = 1 cm/mês 
4º mês = 2cm 9º mês = 2cm 19º - 24º mês = 0,7cm/mês 
5º mês = 2cm 10º mês = 1cm 
Altura = n x 5 + 80 
 
 
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21 
• Lavar as mãos; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Colocar a régua totalmente aberta sobre a mesa de exames; 
• Retirar os calçados da criança e deitá-la em decúbito dorsal; 
• Encostar a extremidade superior da régua na cabeça da criança; 
• Efetuar, com as pontas dos dedos, movimentos circulares sobre os joelhos da criança para 
que os membros inferiores fiquem completamente estendidos; 
• Deslizar a porção inferior da régua até a planta dos pés e efetuar a leitura da medida. 
• Calçar e acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar o dado obtido na folha de controles. 
 
VERIFICAÇÃO DA ESTATURA DE PRÉ-ESCOLARES E ESCOLARES 
MATERIAL: 
• Régua antropométrica acoplada à balança. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e explicar o procedimento à criança; 
• Solicitar à criança que tire os calçados, suba na balança, permaneça com os pés juntos e 
calcanhares encostados no ponto zero da régua. Durante o procedimento a criança deverá 
olhar para frente; 
• Colocar a haste do nível sobre a cabeça da criança e proceder a leitura; 
• Solicitar à criança que desça da balança e recoloque os calçados; 
• Registrar o dado obtido na folha de controles. 
 
2.3 PERÍMETRO CEFÁLICO E PERÍMETRO TORÁCICO 
 
 
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22 
O perímetro cefálico reflete o crescimento dos órgãos intracranianos. O recém-nascido a 
termo apresenta um perímetro cefálico de aproximadamente 34cm, sendo cerca de 2cm 
maior que o torácico. 
Durante o primeiro ano de vida observa-se um acentuado crescimento do perímetro 
cefálico, que corresponde à aproximadamente: 
Posteriormente, o crescimento ocorre com menor velocidade. 
Uma regra prática para avaliar a normalidade da dimensão do perímetro cefálico no 
primeiro ano de vida é a seguinte: 
 
O aumento ou diminuição exagerada do PERÍMETRO CEFÁLICO indica crescimento cerebral 
anormal. Assim, o aumento é chamado MACROCEFALIA, sendo a doença mais comum, a 
HIDROCEFALIA. A diminuição é chamada de MICROCEFALIA. 
 
VERIFICAÇÃO DO PERÍMETRO CEFÁLICO 
Consiste em medir a circunferência craniana. 
MATERIAL: 
• Fita métrica. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
 
ESTRUTURA 
PC = ----------------- + 10 
2 
2cm/mês................................................ 1º trimestre 
1cm/mês................................................ 2º trimestre 
0,5cm/mês............................................. 2º semestre 
 
 
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23 
• Colocar a fita métrica sobre a porção mais proeminente do occipital e ao redor da fronte, 
logo acima das sobrancelhas; 
• Proceder a leitura; 
• Registrar o dado obtido na folha de controles e comunicar à enfermeira ou médico qualquer 
anormalidade. 
 
VERIFICAÇÃO DO PERÍMETRO TORÁCICO 
Consiste em medir a circunferência torácica. 
MATERIAL: 
• Fita métrica. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Deitar a criança em decúbito dorsal expondo sua região torácica; 
• Colocar a fita métrica em torno do tórax da criança, passando-a sobre os mamilos; 
• Proceder a leitura; 
• Vestir e acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar o dado obtido na folha de controles; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer anormalidade. 
 
RELAÇÃO ENTRE PERÍMETRO CEFÁLICO E PERÍMETRO TORÁCICO: 
Até 6 meses: PC > PT 6 meses: PC = PT 
Acima de 6 meses: PC < PT 
 
VERIFICAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL 
 
 
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24 
Em crianças normais, a parede abdominal mantém-se no nível da parede torácica. É comum 
lactentes apresentarem discreta saliência da parede abdominal, sem que isso tenha qualquer 
significação patológica. No entanto, acentuado abaulamento do abdômen pode indicar desde 
acúmulo de gases até obesidade, edema de parede, ascite, peritonite, obstrução intestinal, 
visceromegalia ou mesmo presença de tumores. Qualquer dessas situações, além de ter uma 
significação patológica, ocasiona disfunção respiratória. 
Em pediatria, a distensão abdominal é mais frequente que a retração. Consiste em 
adequado cuidado de enfermagem medir a circunferência abdominal para obterum dado 
preciso sobre aumento ou diminuição da distensão. Recomenda-se manter em decúbito 
elevado todas as crianças que apresentarem distensão abdominal, a fim de minimizar o 
desconforto respiratório. 
MATERIAL: 
• Fita métrica. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Deitar a criança em decúbito dorsal, expondo sua região abdominal; 
• Colocar a fita métrica contornando o abdômen da criança na altura da cicatriz umbilical e 
proceder a leitura; 
• Vestir e acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar o dado obtido na folha de controles; 
• Comparar o dado obtido com os anteriores e comunicar à enfermeira ou ao médico qualquer 
anormalidade. 
 
3- CUIDADO CORPORAL 
 
 
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25 
Sabe-se que criança hospitalizada é mais suscetível a contrair infecção cruzada, por isso 
todos os procedimentos realizados em ambiente hospitalar devem ter como objetivos a 
prevenção de doenças e a recuperação da saúde. 
No que se refere ao cuidado corporal esses objetivos são mais amplos, pois a formação de 
adequados hábitos de higiene tem fundamental importância na promoção e manutenção da 
saúde após a alta hospitalar. Para alcançarmos esses objetivos, tanto as mães quanto as 
crianças, deverão ser orientadas. 
 
3.1 HIGIENE ORAL 
 
Consiste na adequada limpeza da 
boca da criança. Este procedimento 
deve ser executado, após episódio 
de vômito e pelo menos uma vez 
por turno nas crianças em NPO 
(nada por via oral), com sonda naso 
ou oro gástrica e com tubo 
endotraqueal. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Abaixador de língua; 
• Gaze; 
• Fralda ou similar; 
• Água fervida (af). Água filtrada (af) ou água destilada (ad); 
• Solução antisséptica oral. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
 
 
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26 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, ou à mãe se estiver presente; 
• Acomodar a criança em decúbito elevado e proteger o tórax com uma fralda; 
• Diluir a solução antisséptica em água; 
• Envolver uma das pontas do abaixador de língua na gaze e mergulhá-la solução; 
• Restringir a face da criança com uma das mãos; 
• Introduzir o abaixador de língua na boca da criança e fazer movimentos leves e circulares; 
• Repetir as duas etapas anteriores se necessário, trocando a gaze; 
• Recolher o material. 
 
3.2 ESCOVAÇÃO DE DENTES 
É indispensável motivar crianças a realizarem a escovação de dentes pela manhã ao acordo, 
após as refeições e antes de dormir. 
MATERIAL: 
• Copo com água; 
• Escova de dentes; 
• Creme denta; 
• Toalha. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Ensinar a criança a lavar as mãos; 
• Ensinar a criança a manusear a escova, movendo-a de cima para baixo nos dentes superiores 
e de baixo para cima nos inferiores; 
• Repetir esses movimentos em todas as faces de todos os dentes; 
• Fazer a criança enxaguar e enxugar a boca com a toalha; 
• Recolher o material. 
 
 
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27 
 
3.3 ANTISSEPSIA DO COTO UMBILICAL 
 
 
É todo cuidado de higiene realizado 
com o coto umbilical para prevenir 
infecções, hemorragias e acelerar a 
mumificação dele. Esta técnica é 
realizada no mínimo uma vez por turno, 
até a queda do coto. 
 
 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Álcool 70%; 
• Gaze. 
ETAPAS: 
• Reunir o material; 
• Lavar as mãos e fazer a antissepsia com álcool 70%; 
• Descobrir totalmente o abdômen da criança; 
• Examinar as condições do coto, observando sinais de sangramento e presença de secreção; 
• Examinar as condições da pele da região periumbilical, observando sinais de vermelhidão e 
calor; 
• Apoiar o coto na mão espalmada e protegida com gaze; 
• Aplicar álcool 70% na inserção e em toda a extensão do coto, evitar que o álcool escorra para 
a pele do abdômen; 
 
 
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• Rebater o coto para cima, habituando-o a esta posição, visando evitar a umidade pelo 
contato com fezes e urina; 
• Vestir e acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar na folha de controles as condições do coto umbilical; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer anormalidade. 
 
3.4 BANHO 
 
O banho tem o objetivo de limpar a pele do paciente, proporcionar conforto e bem-estar e 
estimular a circulação. Do ponto de vista da enfermagem, o banho é também momento 
importante para a realização de exame físico sumário. Em pediatria este momento deve ser 
aproveitado para a estimulação sensória! Afetiva. Recomenda-se conversar com a criança, 
acariciá-la e oferecer-lhe brinquedos. 
Quando a mãe estiver presente, deverá ser orientada sobre a higiene e cuidado corporal e 
incentivada a participar dos cuidados com a criança. A técnica do banho, na ausência da mãe, 
será realizada pelo auxiliar de enfermagem responsável pelo paciente. 
 
BANHO DE IMERSÃO 
MATERIAL: 
 
 
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29 
• Banheira ou bacia; 
• Água morna; 
• Sabonete; 
• Toalha; 
• Roupas; 
• Luva de banho ou similar; 
• Algodão; 
• Brinquedo plástico para colocar na água. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Fechar janelas e portas evitando correntes de ar; 
• Aquecer a sala se necessário; 
• Dispor as roupas limpas na ordem sequencial de uso; 
• Testar a temperatura da água molhando a face interna do antebraço, pois esta é uma área 
bastante sensível; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente, 
incentivando-a a participar dos cuidados; 
• Higienizar o rosto com algodão úmido, para a limpeza dos olhos realizar movimentos de cima 
para baixo, cuidando para que a pálpebra esteja fechada, e do canto interno para o externo; 
• Higienizar as narinas e ouvidos com fusos de algodão embebidos em água morna, realizando 
movimentos rotatórios; 
• Proceder, separadamente, em crianças pequenas, a lavagem da cabeça; 
• Deitar a criança, ainda vestida, sobre a toalha dobrada em triângulo, envolvê-la firmemente 
e apoiá-la sobre o braço; 
• Segurar a cabeça da criança fechando os ouvidos com os dedos polegar e mínimo; 
 
 
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• Lavar o couro cabeludo com sabonete e enxaguá-lo. Se necessário friccioná-lo com a luva de 
banho, removendo crostas. A aplicação de vaselina salicilada a 1% uma hora antes do banho 
também facilita a remoção; 
• Despir a criança; 
• Remover fezes com auxílio de fralda limpa e última, passando-a no sentido antero- posterior; 
• Higienizar a genitália afastando os grandes lábios nas meninas e retraindo o prepúcio nos 
meninos; 
• Segurar a criança com firmeza e colocá-la lentamente na água, iniciando pelos pés; 
• Lavar a parte anterior do tronco e membros com sabonete dando atenção especial às pregas 
e às dobras; 
• Lavar a parte posterior do tronco, dando maior ênfase à região das fraldas; 
• Permitir que a criança brinque na água; 
• Retirar a criança da água e colocá-la sobre a toalha; 
• Secá-la comprimindo a toalha, sem esfregar; 
• Vestir inicialmente a parte superior do corpo, mantendo a inferior coberta com a toalha; 
• Vestir totalmente a criança e acomodá-la no berço. As roupas de cama devem ter sido 
trocadas previamente; 
• Recolher o material e proceder o registro das eliminações bem como de qualquer alteração 
observada durante o banho. 
BANHO NO LEITO OU NA INCUBADORA 
Opta-se pelo banho no leito ou incubadora, somente quando a criança não tem condições 
de tomar banho de imersão. Entre as situações em que esse tipo de banho deve ser realizado 
destacamos: 
• Crianças em ventilação mecânica; 
• Criançasem oxigenoterapia; 
• Crianças com tendência a hipotermia como recém-nascido pré-termo e de baixo peso; 
• Crianças inconscientes; 
• Crianças com tração e curativos extensos. 
 
 
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31 
Comumente essas crianças permanecem acamadas por vários dias, constituindo em 
importante cuidado de enfermagem a prevenção de escaras. Além da troca de decúbito, deve-
se, durante o banho, examinar atentamente a pele em busca de hiperemia e utilizar medidas 
que ativem a circulação local nas zonas de maior pressão. 
O banho no leito ou incubadora deve ser realizado no sentido céfalo-caudal. No entanto 
alguns cuidados devem ser ressaltados: 
• Fechar a sala evitando correntes de ar; 
• Aquecer a sala para evitar hipotermia; 
• Proteger o colchão com impermeável; 
• Executar todo o procedimento petas portinholas da incubadora. Deve-se evitar abrir a tampa 
acrílica, pois ocorrerá perda de calor ambiente e risco de contaminação; 
• Iniciar higienizando olhos, ouvidos e narinas; 
• Massagear a pele, principalmente nas proeminências ósseas, para ativar a circulação local. 
Secá-la completamente e aplicar benjoim nas zonas de maior pressão, objetivando a 
prevenção de escaras; 
• Encher luvas cirúrgicas com água morna e colocá-las sob a região dorsal de recém-nascidos 
pré-termo e de baixo peso. 
• Essas luvas funcionarão como colchão d'água; 
• Proteger curativos, drenos, talas ou gesso com impermeável para evitar que molhem 
durante o banho. 
• Vestir a criança, exceto as que estão em incubadora, e acomodá-la no leito; 
• Trocar a roupa de cama; 
• Verificar a temperatura da criança, se ocorreu hipotermia, adotar medidas para aumentar a 
temperatura corporal conforme técnica. 
• Reconhecer o material e registro na folha de controles as reações apresentadas pela criança 
durante o banho. 
 
3.5 CUIDADOS À CRIANÇA COM DERMATITE AMONIACAL 
 
 
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A dermatite amoniacal é uma 
afecção cutânea que acomete a região 
coberta pelas fraldas. A principal 
causa desta afecção é o contato direto 
da pele com urina e bactérias fecais, 
associados à umidade e calor local. 
Há, no entanto, fatores que predispõem ao aparecimento da dermatite amoniacal, entre 
eles: obesidade, higiene e vestuário inadequados, uso de talco, calça plástica, fralda 
descartável, sabonete perfumado e lavagem incorreta das fraldas. 
O tratamento da dermatite amoniacal envolve cuidados com a criança e com as fraldas. 
Salienta-se a importância de orientar as mães quando a esses cuidados, objetivando prevenir 
ser reaparecimento. 
 
CUIDADOS COM AS FRALDAS 
• Lavar as fraldas com água e sabão de glicerina enxaguando-as bem; 
• Mergulhar por meia hora as fraldas em solução de água e vinagre na proporção de uma 
colher de sopa de vinagre para um litro de água; 
• Secar as fraldas preferentemente ao sol; 
• Passar a ferro dos dois lados. 
 
CUIDADOS COM A CRIANÇA 
• Evitar o uso de talco, sabão, calça plástica e fralda descartável. 
• Manter a criança limpa e seca. Suspender o uso das fraldas durante o tratamento ou trocá-
las após cada eliminação. 
• Realizar limpeza do períneo e nádegas com água morna após cada eliminação. 
 
 
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33 
• Secar a região do períneo e nádegas, após cada eliminação, utilizando secador de cabelos. 
Recomenda-se que o secador seja mantido na temperatura morna, a uma distância de 
30cm da criança. A utilização do secador de cabelos dispensa o uso de pasta d’água ou banho 
de permanganato de potássio. 
• Aplicar pasta d’água no períneo e nádegas 3 vezes por dia. 
• Realizar banho de sol ou luz durante 15 minutos 3 vezes por dia, segundo técnica abaixo. 
 
BANHO DE LUZ: 
No tratamento da dermatite amoniacal, o banho de luz consiste em expor a região perineal 
e nádegas da criança à ação da luz objetivando cicatrizar as lesões. Este procedimento deve 
ser executado no mínimo 3 vezes ao dia. 
MATERIAL: 
• Foco de luz com lâmpada de 40 ou 60 watts. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente, 
solicitando seu auxílio; 
• Expor a região perineal; 
• Realizar limpeza da região perineal e nádegas com água morna; 
• Observar as características das lesões; 
• Ligar a luz colocando-a a uma distância de aproximadamente 30cm da região afetada. 
Recomenda-se uma distância maior para os meninos, pois há risco de urinarem na lâmpada, 
quebrando-a; 
• Manter a luz incidindo sobre a região afetada por aproximadamente 15 minutos, 
permanecendo junto à criança durante todo o procedimento devido ao risco de queimadura; 
 
 
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34 
• Acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar na folha de controles o procedimento realizado, bem como 
as características das lesões. 
 
3.6- CUIDADOS NAS PIODERMITES POR ESTAFILOCOCOS 
Denomina-se Pio dermite as afecções cutâneas que se caracterizam por pústulas 
generalizadas. Em ambiente hospitalar essa afecção é causada principalmente por 
Staphylococcus aureus. Constata-se que esse tipo de Pio dermite é frequente e grande número 
de crianças recém-nascidas. O método de tratamento tradicional desta lesões consiste em 
perfurar as pústulas e banhar a pele com solução de KMnO4 (permanganato de potássio). 
O Laboratório de Microbiologia da Fundação Universidade do Rio Grande, realizou in vitro, 
pesquisa sobre o comportamento de espécies bacterianas frente ao vinagre, comprovando 
que a 50%, ele exerceu ação bactericida sobre amostras de Staphylococcus aureus. 
Esta experiência foi repetida in vivo obtendo-se resultado satisfatório. A grande vantagem 
no uso desta solução é que se trata de uma alternativa de baixo custo e fácil obtenção. 
Recomenda-se que todas as mães de recém-nascidos sejam orientadas quanto a esse 
procedimento considerando a alta incidência de Pio dermite em nosso meio. Outra solução 
eficiente para o tratamento da Pio dermite é o PVPI alcoólico. Este produto não precisa ser 
diluído e sua aplicação é idêntica à do ácido acético. 
 
 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
 
 
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35 
• Cuba com ácido acético a 2,5%. 
Essa concentração pode ser obtida de duas maneiras: 
• A partir de ácido acético glacial a 100%. Diluir 25ml por litro de água destilada (ad); 
• A partir do vinagre. Diluir 1:1 com água destilada (ad); 
• Folhas de gaze esterilizadas; 
• Agulha estéril. 
ETAPAS: 
• A lavar as mãos e reunir o material; 
• Aquecer o ambiente se necessário; 
• Expor a região afetada; 
• Molhar algumas foi de gaze em ácido acético e passar vigorosamente na pele, rompendo as 
pústulas. Caso não se consiga rompê-las com a gaze, utilizar uma agulha estéril; 
• Deixar a pele secar naturalmente, vestir e acomodar a criança; 
• Repetir esse procedimento uma vez a cada turno, até a completa cicatrização das lesões, o 
que normalmente ocorre entre 24 a 48 horas; 
• Reunir o material; 
• Registrar na folha de controles o procedimento realizado e as características da pele. 
 
3.7 - CUIDADOS A CRIANÇA PORTADORA DE PEDICULOSE 
É uma infestação que ocorre pelo Pediculus humanus capitis no couro cabeludo, por piolhos 
adultos, larvas ou lêndeas-ovos, podendo permanecer no vestuário, toalhas e lençóis. Provoca 
prurido intenso e escoriações do couro cabeludo podendo, sem tratamento, levar a infecções 
secundárias. 
 
 
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O modo de transmissão é pelo contato direto com pessoas infestadas ou indiretamente 
através de objetos de uso pessoal. O desenvolvimento dos ovos dura em torno de uma 
semana, portantodevem ser retirados para que não inicie um novo ciclo. 
As técnicas de eliminação de piolhos e lêndeas-ovos devem ser ensinadas à mãe ou 
responsável pela criança, para que ela saiba procederem tal situação, tanto para esta criança 
como para os demais membros da família. 
4- ALIMENTAÇÃO 
 
A alimentação constitui uma das necessidades básicas prioritárias do ser humano, 
interferindo no equilíbrio biopsicossocial quando realizada de maneira inadequada. Para as 
crianças, a importância da função nutritiva se faz ainda mais presente, pois dela depende o 
crescimento e desenvolvimento normais. Sabe-se que para recém-nascidos e lactentes a 
alimentação é uma fonte de prazer proporcionando-lhes satisfação oral. 
A maior parte das crianças hospitalizadas apresenta problemas alimentares, decorrentes 
da própria doença ou mesmo do stress gerado pela hospitalização. E, pois, de inestimável valor 
 
 
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37 
a atenção que a equipe de enfermagem dispensa à alimentação delas. Sugere-se que no 
momento da internação os pais ou acompanhantes sejam entrevistados quanto aos hábitos 
alimentares da criança, tais como o número de refeições diárias, horários, dieta oferecida, 
método de preparo e uso ou não de mamadeira. 
Esses dados serão úteis tanto para facilitar o atendimento individualizado, quanto para 
detectar aspectos a serem incluídos no plano de preparo de alta. Entre esses, é de 
fundamental importância o incentivo ao aleitamento materno. 
Durante o período de hospitalização, recomenda-se que todas as crianças que deambulam 
recebam suas refeições no refeitório ou sala de recreação, pois este ambiente lhes é 
agradável. 
A hora da refeição deve ser aproveitada para socialização e estimulação da criança, assim 
o hábito de lavar as mãos antes das refeições, bem como escovar os dentes após, devem ser 
cultivados. No que se refere a lactentes é necessário que a troca de fraldas seja efetuada antes 
da mamada, assim a criança se sentirá mais confortável. É importante também que a oferta 
da mamadeira ocorra em ambiente tranquilo. 
 
4.1 ALIMENTAÇÃO POR MAMADEIRA 
A administração da mamadeira constitui uma tarefa rotineira, porém complexa quando 
estamos tratando de crianças hospitalizadas. Todo profissional encarregado de administrar 
mamadeira a uma criança deve ter em mente o risco de aspiração, por isso recomenda-se: 
• Jamais oferecer a mamadeira com a criança deitada no berço; 
• Manter a criança no colo, em decúbito elevado, durante a mamada; 
• Esperar a criança arrotar antes de acomodá-la no berço. 
MATERIAL: 
• Mamadeira com fórmula prescrita; 
• Babador ou similar. 
ETAPAS: 
 
 
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38 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Verificar se o tipo de leite e o volume prescrito coincidem com o conteúdo da mamadeira; 
• Agitar a mamadeira para tornar a fórmula homogênea; 
• Retirar o protetor do bico e verificar se o orifício é apropriado às condições da criança; 
• Pingar uma gota de leite no antebraço, verificando se a temperatura está adequada; 
• Pegar a criança no colo e sentar-se confortavelmente; 
• Verificar se as narinas estão desobstruídas. Se necessário, desobstruí-las para facilitar a 
respiração e a sucção; 
• Proteger o pescoço da criança com babador; 
• Colocar a mamadeira na boca da criança, inclinando-a suficientemente para evitar deglutição 
de ar; 
• Observar as reações da criança durante a mamada tais como aparecimento de cianose, tosse 
e dispneia. Se necessário interromper a mamada permitindo que a criança descanse; 
• Oferecer o restante da mamada sem forçar a aceitação. Manter a criança no coió em 
decúbito elevado até arrotar; 
• Acomodar a criança no berço em decúbito lateral direito ou ventral; 
• Recolher o material e anotar na folha de controles o volume aceito e reações da criança 
como regurgitação, vômito e outros. 
 
4.2- ALIMENTAÇÃO POR SONDA ORO OU NASGÁSTRICA 
 
 
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39 
 
 
Consiste em introduzir alimento através 
de uma sonda previamente instalada 
segundo técnica. esta técnica é realizada 
segundo prescrição médica. 
 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Seringa de uso individual adequada ao volume de alimento prescrito; 
• Recipiente com água destilada (ad), soro fisiológico (sf) ou água fervida (af); 
• Recipiente com alimento morno e no volume prescrito; 
• Lençol para contenção, se necessário. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Realizar, se necessário, contenção da criança utilizando lençol; 
• Oferecer uma chupeta molhada no leite para que a criança sugue durante a alimentação, 
proporcionando-lhe satisfação oral; 
• Manter a criança em decúbito elevado; 
• Verificar se a sonda está no estômago aspirando-a com seringa. A presença de suco gástrico 
indica o correto posicionamento. Na ausência deste, realizar testes segundo técnica. É 
necessário pingar a sonda com os dedos toda a vez que a seringa for conectada ou 
desconectada. Esse procedimento evita a entrada de ar no estômago; 
 
 
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40 
• Continuar aspirando todo o resíduo gástrico (rg) e medi-lo. Caso o volume de rg seja superior 
a 30% do volume total do alimento a ser administrado ou apresente coloração borrácea ou 
sanguinolenta, comunicar a enfermeira ou médico antes de dar sequência ao procedimento; 
• Reintroduzir o rg suavemente; 
• Diminuir do volume total de alimento prescrito a quantidade do rg; ex: prescrição 
médica:10ml de leite 
• Rg =2ml administrar apenas 8ml; 
• Desconectar a seringa da sonda e retirar o êmbolo; 
• Conectar o corpo da seringa à sonda, mantendo-a pinçada; 
• Despejar o alimento na seringa e solta a pinça; 
• Elevar a seringa, permitindo que o líquido escoe através da sonda pela força da gravidade; 
• Desconectar a seringa e levá-la com ad: 
• Introduzir, utilizando a seringa, 2ml de ad na sonda para evitar sua obstrução; 
• Desconectar a seringa e fechar a sonda; 
• Desfazer a contenção caso tenha sido feita; 
• Manter a criança em decúbito lateral ou ventral elevados por um período mínimo de 30 
minutos; 
• Recolher o material na folha de controles as reações apresentadas pela criança durante a 
alimentação; a quantidade e o tipo de alimento oferecido; o volume e característica do rg, 
bem como o volume de alimento aceito. 
OBSERVAÇÃO: 
O volume de AD utilizado para lavagem da sonda deve ser incluído no balanço hídrico. Por 
este motivo, na alimentação de recém-nascido pré-termo e baixo peso, ou seja, na 
 
 
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41 
alimentação de crianças que recebem pequeno volume de leite, recomenda-se a substituição 
da AD por 2ml de ar. 
 
4.3 ALIMENTAÇÃO POR GASTROSTOMIA 
 
 
Consiste em administrar alimento 
através de uma sonda colocada no 
estômago, pelo cirurgião, quando existe 
uma obstrução do esôfago. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Recipiente com alimento prescrito; 
• Seringa de uso individual, com adequado a quantidade de alimento prescrito; 
• Cuba com água destilada (ad), soro fisiológico (sf) ou água fervida (af). 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explorar o procedimento a criança, se houver compreensão, e a mãe se estiver presente; 
• Manter a criança semissentada e fazer contenção das mãos, se necessário; 
• Pinçar a sonda sempre que for manuseá-la, evitando a entrada de ar no estômago e alças 
intestinais; 
• Oferecer uma chupeta a criança durante a administração do alimento, visando proporcionar 
satisfação oral; 
• Conectar o corpo da seringa à sonda mantendo-a pinçada; 
 
 
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42 
• Despejar o alimento na seringa e soltar a pinça; 
• Elevar a seringa, permitindo que o líquido escoe a sonda pela força da gravidade; 
• Desconectar a seringa da sonda e fechá-la; 
• Lavar a seringa com ad; 
• Lavar a sonda com 5mi de ad; 
• Fechar a extremidade da sonda com uma proteção de equipo de soro ou similar e fixá-la 
sobre o abdômen; 
• Soltar a contenção das mãos, caso tenha sido feita; 
• Manter o paciente em decúbito elevado por 30 minutos; 
• Secar a pele ao redor do estoma e protegê-la com a substância prescrita, evitando assim 
lesões pelo contato com secreções ácidas do estômago; 
• Reunir o material e registrar na folha de controles o volume administrado, reações do 
paciente e qualquer alteração ocorrida durante o procedimento. 
 
5 COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES 
Neste capítulo abordaremos a coleta de urina, fezes e líquor para a realização de exames 
laboratoriais. Em pediatria há duas situações totalmente distintas no que se refere à coleta de 
urina e fezes: 
1ª – criança possui controle esfincteriano; 
2ª - criança não possui controle esfincteriano. 
No primeiro caso, a coleta de urina deve ser realizada após cuidadosa antissepsia da 
genitália externa. Preferencialmente colhe-se a primeira urina da manhã. Se o exame 
solicitado for urocultura, deve-se tentar colher o jato intermediário em recipiente estéril. A 
coleta de fezes é simples, bastante solicitar à criança que avise o momento em que deseja 
evacuar. 
 
 
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43 
No segundo caso, os procedimentos são bem mais complexos, por isso optamos por 
detalhá-los. A coleta de urina e fezes é realizada segundo solicitação médica. 
 
5.1 COLETA DE URINA 
COLETA DE URINA PARA EXAME QUALITATIVO (EQU) 
MATERIAL: 
• Bacia com água morna; 
• Sabão neutro; 
• Fralda ou similar; 
• Impermeável; 
• Toalha de uso individual ou similar 
• Rótulo contendo o nome da criança, número do leito, data e assinatura de quem colheu; 
• Saco coletor com orifício redondo para meninos e oval para meninas; 
• Tintura de benjoim. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Acomodar a criança no leito, colocando o impermeável sob suas nádegas; 
• Expor totalmente a genitália e proceder a higiene com água morna e sabão neutro. Meninas: 
limpar afastando os grandes e pequenos lábios. Realizar movimentos no sentido 
anteroposterior, ou seja, do clitóris para o ânus. Meninos: limpar da glande para o saco 
escrotal. Retrair o prepúcio quando possível higienizando a glande; 
• Enxaguar a região com água morna, secá-la e aplicar tintura de benjoim; 
 
 
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44 
• Aderir o saco coletor à genitália, lembrando que nos meninos o saco escrotal deverá ficar 
fora do coletor; 
• Oferecer água ou chá à criança; 
• Elevar as nádegas com um rolo de pano para evitar a contaminação da urina com fezes; 
• Manter a criança no leito por 1 hora. Se nos primeiros 30 minutos não houver urina no saco 
coletor, realizar medidas que estimulem a micção como: percutir a região supra pública, 
imergir os pés e pernas da criança em bacia com água morna, abrir uma torneira em local 
onde a criança veja a água e escute seu baralho ou aplicar calor na região supra púbica. Se 
nos próximos 30 minutos o coletor continuar vazio, trocá-lo e realizar nova higiene. Quando 
houver aproximadamente 10ml de urina no coletor, retirá-lo e fechá-lo pressionando as 
partes aderentes; 
• Rotular o saco coletor; 
• Seca e vestir a criança; 
• Recolher o material; 
• Enviar a urina imediatamente ao laboratório com a requisição. 
OBSERVAÇÃO: 
• A aplicação de tintura de benjoim facilita a fixação do saco coletor. Contraindica-se apenas 
em crianças que apresentem lesões perineais. 
 
COLETA DE URINA PARA UROCULTURA 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Bacia com água morna; 
• Sabão neutro; 
• Gaze estéril; 
 
 
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45 
• Impermeável; 
• Toalha de uso individual ou similar; 
• Rótulo contendo o nome da criança, número do leito, data e assinatura de quem colheu; 
• Saco coletor com orifício redondo para meninos e oval para meninas; 
• Tintura de benjoim; 
• Soro fisiológico. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Acomodar a criança no leito, colocando o impermeável sob suas nádegas; 
• Expor totalmente a genitália e proceder a higiene com água morna e sabão neutro conforme 
técnica de coleta de urina para equ; 
• Enxaguar a região com soro fisiológico, secar com gaze estéril e aplicar tintura de benjoim; 
• Aderir o saco coletor à genitália, lembrando que nos meninos o saco escrotal deverá ficar 
fora do coletor; 
• Oferecer água ou chá à criança; 
• Elevar as nádegas com um rolo de pano para evitar a contaminação da urina com fezes; 
• Manter a criança no leito por 30 minutos. Se nos primeiros 15 minutos não houver urina no 
saco coletor, realizar medidas que estimulem a micção como: percutir a região supra pública, 
imergir os pés e pernas da criança em bacia com água morna, uma torneira em local onde a 
criança veja a água e escute seu barulho ou aplicar calor na região supra-o pública. Se nos 
próximos 15 minutos o coletor continuar vazio, trocá-lo e realizar nova higiene. Quando 
houver aproximadamente 10ml de urina no coletor, retirá-lo e fechá-lo pressionando as 
partes aderentes; 
 
 
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46 
• Rotular o saco coletor; 
• Secar e vestir a criança; 
• Recolher o material; 
• Enviar a urina imediatamente ao laboratório com a requisição. 
 
5.2 COLETA DE LÍQUOR 
A coleta de líquor é feita pela equipe médica através de punção lombar. É de 
responsabilidade da equipe de enfermagem selecionar o material necessário para sua 
realização, bem como auxiliar na execução do 
procedimento. Recomenda-se que as unidades tenham sala desinfectada, pois trata-se de 
um procedimento invasivo e deve ser realizado com técnica rigorosamente asséptica. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Luvas estéreis; 
• Agulha de punção número 7 ou 8 para crianças maiores e butterfly 23 para criança menores; 
• Campo fenestrado; 
• Campo comum; 
• Gaze; 
• Esparadrapo; 
• Tesoura estéril; 
• Frascos estéreis; 
• Pinça auxiliar; 
• Pvpi ou álcool iodado. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos; 
 
 
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47 
• Preparar todo o material, deixando-o pronto para uso, antes de trazer a criança ao local onde 
se realizará o procedimento; 
• Explicar o que vai ser feito à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Posicionar a criança de acordo com orientação médica, mantendo firme contenção; 
• Acompanhar o procedimento; 
• Deitar a criança e mantê-lo em posição horizontal imediatamente após a retirada da agulha. 
Proteger o local da punção com tira de esparadrapo; 
• Fechar e rotular o frasco que contém o líquor; 
• Enviá-lo ao laboratório juntamente com a requisição; 
• Recolher o material utilizado; 
• Observar as reações da criança durante e após o procedimento, comunicando à enfermeira 
ou ao médico qualquer anormalidade. 
 
6. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
A administração de medicamentos é uma ação conjunta da equipe médica e de 
enfermagem, cabendo ao médico a prescrição dele. Todo o medicamento administrado deve 
ser previamente prescrito, exceto em emergências, quando o médico solicita verbalmente a 
medicação e após a prescreve. A prescrição completa deve conter a identificação do paciente, 
medicamento, dose, via, horário ou intervalo entre as doses e assinaturalegíveis. 
 
 
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Cabe à enfermagem o preparo, administração e observação das reações da criança aos 
medicamentos administrados. Tradicionalmente os "CINCO CERTOS" têm servido como guia 
para a administração de medicamentos: Droga certa, dose certa, via certa, hora certa e 
paciente certo. E fundamental que o prazo de validade seja observado. 
Comumente crianças têm aversão a medicamentos, principalmente quando esses são 
injetáveis. Torna- se necessário que o pessoal de enfermagem de uma unidade de internação 
pediátrica seja alertado para esse fato e adote alguns princípios básicos como: 
1° - Jamais administrar medicamentos na sala de recreação. Considera-se esta sala como 
o local onde a criança deve ser estimulada a desenvolver suas potencialidades do ponto de 
vista motor, adaptativo e de relações interpessoais. A criança deve perceber este local como 
agradável e seguro. 
2° - Jamais mentir para a criança que determinado medicamento é gostoso ou que não 
dói. Deve-se, no entanto, orientá-la sobre a necessidade da administração, permitindo ou 
mesmo incentivando as reações comuns nesta faixa etária tais como o choro. 
3° - Jamais amedrontar as crianças com medicamentos. Essa recomendação deve ser dada 
também às mães, pois é comum presenciarmos situações onde é dito; "Se não ficares quieta 
aquela moça vai te fazer uma injeção". Esse tipo de ameaça faz com que a criança veja o 
medicamento injetável como um castigo e não como algo necessário para melhorar seu 
estado de saúde. 
4° - Jamais efetuar contenção desnecessária. O objetivo da contenção é possibilitar que o 
procedimento seja executado com segurança. 
5° - Que seja permitido às crianças brincarem com frasco de soro e outros materiais de 
uso hospitalar. A dramatização, ou seja, a brincadeira com bonecas e a repetição de situações 
angustiantes diminui a tensão, facilita a aceitação do tratamento e, consequentemente, 
acelera o processo de cura. 
Todo o medicamento administrado deve ser devidamente checado e qualquer alteração 
apresentada pela criança deve ser comunicada ao médico ou enfermeira e anotada na folha 
de evolução. 
 
 
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49 
 
6.1 OBTENÇÃO DO ACESSO VENOSO 
O acesso venoso pode ser obtido através de: 
• BUTTERFLY; 
• ABOCATH; 
• INTRACATH; 
• FLEBOTOMIA. 
 
PUNÇÃO DE VEIA PERIFÉRICA COM BUTTERFLY 
As veias periféricas mais comumente utilizadas são as do couro cabeludo (epi craneanas), 
do dorso da mão e as do antebraço. Deve-se evitar puncionar veias sobre articulação, pois 
limitam os movimentos do paciente. Deve-se ainda evitar puncionar veias nos membros 
inferiores devido aos fenômenos tromboembólicos. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Seringa contendo água destilada (ad), soro fisiológico (sf) ou heparina diluída a 25 u/ml. 
• Butterfly n° 23, 25 ou 27, sendo este o de menor calibre, indicado para recém-nascidos e 
lactentes de baixo peso; 
• Luvas; 
• Algodão embebido em álcool iodado; 
• Material para tricotomia; 
• Garrote de borracha ou manguito com esfigmomanômetro; 
• Tala adequada ao tamanho da criança e previamente pesada. 
ETAPAS 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Conectar o butterfly à seringa; 
• Retirar o ar do butterfly; 
 
 
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50 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Posicionar confortavelmente a criança; 
• Escolher uma veia de fácil acesso e íntegra, ou seja, que não tenha sido puncionada 
anteriormente e que permita à criança ficar bem acomodada; 
• Solicitar auxílio de alguém para executar restrição da criança ou fazer firme contenção com 
o lençol; 
• Fazer tricotomia ampla da região, se a punção for em veia epi craneana; 
• Palpar o vaso certificando-se de que não é uma artéria; 
• Calçar as luvas; 
• Realizar manobras para facilitar a visualização da veia: manter a região em nível inferior ao 
do corpo; 
• Colocar garrote de borracha ou pneumático, o garrote pneumático é feito com manguito e 
esfigmomanômetro. Inflar o manguito acima da pressão sistólica, depois desinflá-lo até um 
pouco acima da pressão diastólica. Mantê-lo neste nível até realizar a punção; 
• Esfregar a região com algodão embebido em éter; 
• Golpear levemente a região com a mão; 
• Aplicar compressas quentes no local a ser puncionado; 
• Solicitar à criança que abra e feche a mão caso a veia escolhida seja do membro superior; 
• Efetuar antissepsia da região com álcool iodado; 
• Distender a pele do local com uma das mãos e com a outra introduzir a agulha com o bizel 
voltado para cima e paralelamente à veia; 
• Aspirar com seringa observando se houve refluxo de sangue para o tubo de polietileno, o 
que indica que a veia foi puncionada; 
• Retirar o garrote caso o tenha usado; 
 
 
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51 
• Injetar aproximadamente 0,5ml de ad para avaliar a permeabilidade da veia. Se esta foi 
transfixada, haverá formação de pápula. Se acidentalmente uma artéria foi puncionada o 
vaso se rompe; 
• Fixar o butterfly com esparadrapo. Caso a agulha tenha ficado inclinada em relação a pele, 
calá-la com algodão; 
• Imobilizar a extremidade com tala, caso a punção tenha sido realizada nos membros 
superiores ou inferiores. 
OBSERVAÇÃO: 
• Após a punção, o acesso venoso pode ser mantido através de heparinização do butterfly — 
Terapia intermitente — ou com infusão contínua de líquidos — Terapia Contínua. 
 
INSTALAÇÃO DE ABBOCATH 
Abbocath é um dispositivo formado por um cateter de teflon que possui em seu interior 
uma agulha. Este cateter é liso e flexível para minimizar o trauma mecânico e evitar 
acotovelamento. Acoplado ao canhão da agulha há uma câmara transparente através da qual 
abbocath é manuseado. As veias prioritariamente escolhidas para instalação de abbocath são 
as do braço e antebraço. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Luvas; 
• Frasco com solução prescrita; 
• Equipo de gotas, microgotas ou equipo de bomba de infusão; 
• Abbocath n° 20, 22 ou 24 sendo este o de menor calibre; 
• Algodão embebido em álcool iodado; 
• Garrote de borracha ou pneumático; 
 
 
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52 
• Tala adequada ao tamanho da criança e previamente pesada. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Preparar a solução segundo técnica; 
• Calçar luvas; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Posicionar confortavelmente a criança; 
• Escolher uma veia de fácil acesso, íntegra, ou seja, que não tenha sido puncionada 
anteriormente e que permita à criança ficar bem acomodada; 
• Solicitar o auxílio de alguém para restringir os movimentos da criança; 
• Realizar manobras para facilitar a visualização da veia, segundo técnica acima; 
• Retirar o protetor do abbocath; 
• Distender, com uma das mãos, a pele do local a ser puncionado e com a outra, introduzir a 
agulha com o bizel voltado para cima e paralelamente à veia; 
• Observar se houve refluxo de sangue para a câmara transparente, indicando que a veia foi 
puncionada; 
• Retirar a agulha do abbocath; 
• Avançar o cateter pelo interior da veia puncionada, obtendo assim uma via venosa segura; 
• Retirar o garrote; 
• Conectar o equipo ao abbocath e liberar o gotejo; 
• Fixar o abbocath com esparadrapo; 
• Imobilizar a extremidade com tala, se necessário; 
• Ajustar o gotejo conforme prescrição médica. 
 
 
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53 
OBSERVAÇÃO: 
• Em nosso serviço o abbocath é utilizado apenas para terapia contínua. Quando esse acesso 
é utilizado também para administração de fármacos, adaptamos cânula ou equipocom 
injetor lateral objetivando diminuir o risco de contaminação e evitar refluxo de sangue. 
 
INSTALAÇÃO DE INTRACATH 
Consiste na penetração percutânea de grandes veias periféricas como a subclávia, veia 
jugular interna e externa, podendo ainda ser realizada a cateterização venosa central. Trata-
se de um procedimento relativamente recente, executado pela equipe médica em sala 
previamente desinfectada. Requer profundo conhecimento de anatomia e domínio da 
técnica. Os principais objetivos na instalação de um intracath são: 
• Monitorizar a pressão venosa central; 
• Administrar nutrição parenteral total; 
• Infundir rapidamente grandes volumes de líquidos; 
• Fornece um acesso venoso, quando as veias periféricas menores não estão disponíveis, ou 
seja, quando não há mais êxito na venopunção através de butterfly ou abbocath. 
Inúmeras são as complicações desse acesso, entre elas temos: pneumotórax, hidro tórax, 
infiltração pleural, hemotórax, endocardite, tromboflebite, enfisema subcutâneo, lesão do 
plexo braquial, lesão do ducto torácico, embolia gasosa e outras. 
O correio posicionamento do cateter deve ser confirmado através de Raio X. A atuação da 
enfermagem durante a instalação e manutenção do intracath é idêntica a de flebotomia. 
 
INSTALAÇÃO DE FLEBOTOMIA 
Flebotomia é a introdução de um cateter através da dissecção de uma veia. Esta técnica é 
realizada pela equipe médica, em sala previamente desinfectada, pois trata-se de um 
procedimento invasivo. 
 
 
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54 
Recomenda-se que a equipe de enfermagem de cada instituição padronize o material 
necessário para esse procedimento. Cabe ainda à enfermagem auxiliar na execução e 
posteriormente cuidar para que a terapia endovenosa tenha êxito. 
ETAPAS: 
A) Atuação da enfermagem no preparo do material e instalação da flebotomia: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Auxiliar o médico a paramentar-se; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Transportar a criança até a sala de procedimento, somente quando tudo estiver pronto; 
• Ajudar a posicionar e imobilizar a criança; 
• Ajustar a posição do foco de luz; 
• Ficar junto à criança durante todo o procedimento, observando suas reações e estado geral. 
Atentar para a manutenção da temperatura corporal e boa ventilação; 
• Cortar e alcançar o esparadrapo, ao término do procedimento, observando atentamente a 
execução do curativo; 
• Rotular o esparadrapo do curativo com data e turno da execução; 
• Ajudar na colocação da tala, se necessário; 
• Trocar o sf pela solução ev prescrita e ajustar o gotejo; 
• Transportar a criança e acomodá-la no leito, observando a manutenção do gotejo da infusão; 
• Recolher o material, limpá-lo e encaminhá-lo à esterilização; 
• Anotar na folha de controles as reações da criança durante o procedimento. 
B) Atuação da enfermagem na manutenção de terapia endovenosa por flebotomia: 
• Certificar-se do adequado funcionamento do cateter: 
• Observar a manutenção do gotejo da infusão. Se o cateter estiver obstruído não tentar 
desobstruí- lo injetando solução sob pressão, pois o deslocamento do coágulo pode levar à 
embolia; 
• Observar presença de edema; 
 
 
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55 
• Observar a extremidade do cateter evitando torções do mesmo e adaptando um extensofix, 
se necessário; 
• Observar sinais e sintomas de tromboflebite: dor, rubor, calor e edema no trajeto do vaso; 
• Administrar medicação ev através de cânula, equipo com injetor lateral ou equipo com 
bureta graduada. Nunca desconectar o cateter do equipo. Não administrar nem colher 
sangue pela flebotomia; 
• Trocar o equipo a cada 24 horas; 
• Trocar o primeiro curativo após 24 horas e os demais de 72/72 horas usando sf e pvpi ou 
iodo for aquoso; 
• Retirar, puxando suavemente, o cateter de flebotomia quando prescrito; 
• Colocar a ponta cateter em frasco estéril e enviar ao laboratório para cultura; 
• Retirar os pontos da pele após cicatrização. 
 
6.2 MANUTENÇÃO DO ACESSO VENOSO 
O acesso venoso pode ser mantido através de: 
• Terapia contínua; 
• Terapia intermitente. 
TERAPIA CONTÍNUA 
Consiste na administração por tempo prolongado de soluções como soro e nutrição 
parenteral total NPT. 
• PREPARO DO SORO 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Frasco com soro prescrito; 
• Ampolas com os fármacos prescritos; 
• Algodão embebido em álcool iodado; 
 
 
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56 
• Tesoura estéril; 
• Luvas; 
• Seringa; 
• Agulha; 
• Serrilha; 
• Equipo de gotas, microgotas ou equipo de bomba de infusão; 
• Rótulo contendo: nome, número do leito, componentes da solução, velocidade de infusão, 
ou seja, o número de gatas ou microgotas, data e local para registrar o horário do início da 
infusão; 
• Móbile. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Serrar os gargalos das ampolas e limpá-los com algodão embebido em álcool iodado, 
evitando assim que fragmentos caiam no interior da ampola; 
• Quebrar os gargalos protegendo os dedos com algodão; 
• Desinfectar, com algodão embebido em álcool iodado, a parte do frasco que vai se cortada; 
• Cortar o frasco de soro, utilizando tesoura estéril. É importante que o corte seja oblíquo para 
que não ocorra vazamento durante o período de infusão. Há frascos que dispensam o uso 
de tesoura; 
• Introduzir a agulha no interior da ampola sem tocar suas bordas; 
• Aspirar lentamente, girando a mão que segura a ampola até que o conteúdo desejado passe 
para a seringa; 
• Introduzir o volume aspirado no frasco de soro. Repetir os dois itens anteriores com os 
demais fármacos prescritos; 
• Conectar o equipo ao frasco e retirar o ar; 
• Fixar o rótulo ao frasco de soro; 
 
 
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57 
• Levar o frasco ao quarto do paciente e pendurá-lo no suporte; 
• Calçar luvas; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Adaptar o equipo ao acesso venoso; 
• Ajustar o gotejo da solução e prender o equipo em forma de argola, fixando-o com 
esparadrapo, esse procedimento, visa evitar alterações do gotejo, quando estamos usando 
equipo com regulador de “latinha”. 
• Anotar no rótulo o horário de início da infusão; 
• Pendurar um brinquedo ou móbile ao alcance da criança para estimulá-la; 
• Recolher o material e observar constantemente: 
• Se não está ocorrendo infiltração, ou seja, edema no local de punição; 
• Se não há sinais de flebite, como rubor e dor no trajeto do vaso; 
• Se não houver obstrução do butterfly, para isso colocar o frasco de soro em nível mais baixo 
que o paciente. Contraindica-se desconectar o equipo do butterfly apenas para teste de 
refluxo devido ao risco de contaminação; 
• Se o gotejo continua correto. 
OBSERVAÇÃO: 
• O local de punção deve ser trocado a cada 48 horas, utilizando-se um butterfly novo. O 
equipo deve ser trocado a cada 24 horas. 
 
• CONTROLE DO GOTEJAMENTO DO SORO 
Objetivando manter constante a velocidade de infusão, recomenda-se a elaboração de 
uma escala onde será previsto o volume em mililitros a ser infundido a cada duas horas. Essa 
escala deve ser fixada ao suporte de soro e consultada frequentemente. Havendo atrasos ou 
aceleração na velocidade de infusão alterar o gotejo. É importante salientar que a alteração 
do gotejo não pode ser superior a 10% da velocidade de infusão. 
Exemplo: 
SG 5% .......................................................................................... 150ml 
 
 
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58 
gotejo............................................................................................ 10mgts/min 
Horário de instalação...................................................................7 horas 
Considerando que o número de microgotas prescrito é sempre igual ao volume em 
mililitros a ser infundido em horas temos: 
 
Então: 10 microgotas/minutos = 10ml em 1 hora 
20 microgotas/minuto = 20ml em 1 hora 
 
Elaborando a escala teremos: 
HORÁRIO VOLUME NO FRASCO 
7h ............................................................................................ 150ml 
9g.............................................................................................. 130ml 
11h............................................................................................ 110ml 
13h............................................................................................ 90ml 
15h............................................................................................ 70ml 
17h............................................................................................ 50ml 
19h............................................................................................ 30ml 
21h............................................................................................ 10ml 
22h............................................................................................ Zero 
Essa regra prática é utilizada tanto para calcular gotejo quanto velocidade de infusão. 
• Exemplo: Em quanto tempo ocorrerá a infusão de 180ml de SG5% com um gotejo de 9 
mgts? Basta efetuar o cálculo: 
180: 9 = 20 horas 
 
• Exemplo: Qual deve ser o gotejo para que a infusão de 135ml de SG 55 ocorra em 15 horas? 
Basta efetuar o cálculo: 
Número de microgotas/minuto = Volume em mililitros/hora 
 
 
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135: 5 = 9 microgotas ou 3 gotas pois 1 gota é igual a 3 microgotas 
7- PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS 
As doenças que acometem o aparelho respiratório constituem, sem dúvida alguma, as mais 
frequentes no grupo pediátrico, sendo responsáveis por elevado número de hospitalizações 
infantis. 
No que se refere aos cuidados de enfermagem à criança com problemas respiratórios, 
alguns aspectos devem ser ressaltados: 
• Manter ambiente arejado evitando correntes de ar; 
• Evitar o uso de roupas apertadas pois dificultam a respiração; 
• Manter as crianças em decúbito elevado, objetivando a adequada expansão pulmonar; 
• Desobstruir as vias aéreas superiores com fusos de algodão ou através de aspiração sempre 
que necessário. 
 
7.1 ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES 
A aspiração está indicada sempre que a criança apresenta excesso de secreção na boca, 
nasofaringe ou traqueia. Tradicionalmente, esta técnica é realizada com a utilização de uma 
sonda adaptada a um sistema de vácuo. 
Observou-se que frequentemente este procedimento ocasiona lesão quando o látex não é 
manuseado adequadamente. Objetivando anular esse problema, em nosso serviço optou-se 
por substituir a sonda por um conta-gotas de ponta arredondada. 
Nesse caso, retira-se a borracha do conta-gotas e adapta-se o cilindro ao látex e este à 
fonte de vácuo. É possível que durante a aspiração ocorra parada cardiorrespiratória por 
estimulação vogal. Neste caso medidas de ressuscitação cardiorrespiratória devem ser 
imediatamente iniciadas. 
MATERIAL: 
• Conta-gotas ou sonda de aspiração n° 6, 8 ou 10; 
• Látex; 
 
 
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• Frasco coletor com aproximadamente 50ml de água fervida (AF) ou água destilada (AD); 
• Frasco estéril com soro fisiológico (SF) ou água destilada (AD), com rótulo indicando: 
conteúdo, data, hora e assinatura (frasco n° 1); 
• Frasco estéril seco com o seguinte rótulo: frasco para colocar a AD durante a aspiração, data, 
hora e assinatura (frasco n° 2); 
• Frasco estéril seco protegido com gaze e rotulado da seguinte maneira: frasco para 
manutenção da sonda nos intervalos das aspirações, data, hora e assinatura (frasco n° 3); 
gaze estéril; 
• Esparadrapo; 
• Lençol para contenção; fusos de algodão; 
• Cuba-rim. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Acomodar a criança em decúbito dorsal (dd) com a cabeça em hiperextensão, realizando 
firme contenção com o lençol se necessário; 
• Desobstruir as narinas com fusos de algodão umedecidos em ad; 
• Adaptar a sonda ao látex e este ao sistema de aspiração; 
• Colocar aproximadamente 100ml de ad do frasco n° 1 no frasco n° 2; 
• Ligar o aspirador. A pressão negativa não deve ser excessiva pois a extremidade do cateter 
pode aderir à mucosa traumatizando-a; 
• Segurar a sonda com a gaze estéril, lubrificá-la aspirando ad do frasco n° 2; 
• Pinçar o látex dobrando-o entre os dedos para evitar traumatismos de mucosa durante a 
introdução da sonda; 
 
 
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• Proceder primeiramente a aspiração da cavidade oral, soltando a pinça do látex. Executar 
movimentos lentos de semi rotação evitando que a sonda se fixe a um ponto da mucosa, 
lesando-a; 
• Retirar a sonda e aspirar ad do frasco n° 2 para remover a secreção contida na mesma; 
• Pinçar o látex e introduzir a sonda através de uma das narinas da criança. Soltar a pinça do 
látex e proceder a aspiração executando movimentos de semi rotação. Para avaliar o tempo 
de aspiração, a pessoa que está executando o procedimento deve suspender a própria 
respiração ao introduzir a sonda, retirando-a lentamente quando sentir um leve desconforto 
respiratório. 
• Aspirar ad do frasco n° 2 para remover secreção da sonda; 
• Repetir os dois itens anteriores alternando as narinas, até que seja removido todo o excesso 
de secreção; 
• Aspirar a ad restante no frasco n° 2 mantendo-o seco e protegido com gaze até a próxima 
aspiração; 
• Desligar o aspirador; 
• Colocar a sonda no frasco n° 3 e cobri-lo com gaze; 
• Proteger a extremidade do látex; 
• Desfazer a contenção, posicionar confortavelmente a criança, higienizando seu rosto e 
avaliando suas condições respiratórias; 
• Recolher o material, limpar o frasco coletor e adaptá-lo novamente ao sistema; 
• Registrar na folha de controles do paciente a quantidade e aspecto da secreção aspirada, 
reações da criança durante a aspiração e condições respiratórias; 
• Trocar a sonda e os frascos pelo menos de 12/12 horas. 
 
7.2 NEBULIZAÇÃO 
 
 
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Consiste em passar uma corrente de oxigênio ou ar comprimido através de uma solução 
transformando- a em pequenas partículas que devem ser inaladas pelo paciente, com o 
objetivo de fluidificar secreções das vias aéreas (VA). Utiliza-se AD ou SF associado a bronco 
dilatadores, conforme prescrição médica. 
MATERIAL: 
• Nebulímetro com máscara de uso individual; 
• Látex; 
• Fonte de oxigênio, ar comprimido ou compressor; 
• Água destilada estéril (ad) ou soro fisiológico (sf); 
• Medicamento prescrito; 
• Fusos de algodão; 
• Seringa. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Adaptar o nebulímetro ao látex e este à fonte de ar; 
• Colocar 5ml de ad ou sf no nebulímetro, utilizando seringa, e acrescentar o medicamento se 
prescrito; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Acomodar a criança em decúbito semi elevado, ou no colo da mãe, para facilitar a 
penetração das partículas nas va; 
• Ligar o compressor observando a formação de névoa; 
• Manter o nebulímetro próximo ao paciente, de modo que a máscara cubra a boca e nariz; 
• Orientar a criança para que mantenha a boca semiaberta, realizando movimentos de 
inspiração profunda; 
 
 
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63 
• Proceder a nebulização até o término da solução; 
• Encorajar a criança a tossir após o término do procedimento e realizar drenagempostural, 
tapotagem; ordenha e aspiração de vás segundo técnicas; 
• Acomodar a criança e observar as condições respiratórias; 
• Recolher o material e proceder a desinfecção do nebulímetro; 
• Registrar na folha de controles do paciente as reações da criança durante o procedimento, 
suas condições respiratórias, a quantidade e aspecto das secreções drenadas após a 
fisioterapia respiratória. 
 
7.3 VAPORIZAÇÃO ATRAVÉS DE VAPORIZADOR - INALAÇÃO 
Consiste em fazer com que a criança inale vapor d'água aquecida com o objetivo de 
fluidificar secreções das vias aéreas. Recomenda-se que seja efetuada antes das refeições 
objetivando melhorar as condições respiratórias e facilitar a alimentação. Se realizada após as 
refeições, pode provocar vômitos. 
MATERIAL: 
• - Fusos de algodão; 
• Vaporizador dístico; 
• Água; 
• 1 colher de chá de bicarbonato de sódio; 
• 1 lençol grande; 
• Roupas de cama; 
• Roupas para a criança; 
• Medicamento prescrito. 
ETAPAS: 
 
 
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• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Encher o vaporizador com água até o nível indicado; 
• Adicionar uma colher de chá de bicarbonato de sódio; 
• Colocar o medicamento, se prescrito, no recipiente adequado. Nunca adicionar na água; 
• Orientar a mãe sobre risco de queimaduras e as medidas para evitá-las; 
• Desobstruir as narinas com fusos de algodão; 
• Posicionar a criança confortavelmente no leito; 
• Colocar o vaporizador próximo ao leito e em nível inferior a este, de modo que o vapor incida 
sobre a cabeça da criança; 
• Fazer uma tenda, utilizando um lençol, de modo que cubra a criança e o vaporizador. Utilizar 
para isto as grades da cama ou suportes de soro; 
• Ligar o vaporizador; 
• Solicitar à criança que inspire profundamente; 
• Colocar o aparelho fora do alcance da criança orientando-a para que não toque no mesmo, 
a fim de evitar queimaduras. O aparelho deve ficar a um metro de distância para que o vapor 
inalado não seja demasiadamente quente; 
• Trocar as roupas de cama e da criança quando se tornarem molhadas; 
• Manter a vaporização por 30 minutos ou permanentemente, se estiver prescrito vapor 
contínuo; 
• Trocar as roupas da cama e as da criança ao término do procedimento; 
• Recolher o material, lavar o vaporizador e guardá-lo seco; 
• Encorajar a criança a tossir após a inalação. Realizar drenagem postural, tapotagem, ordenha 
e aspiração de vas segundo técnicas. 
 
 
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• Manter a criança no quarto pelo menos 30 minutos após a vaporização, para evitar 
mudanças bruscas de temperatura ambiental; 
• Comunicar à enfermeira ou médico qualquer alteração observada durante o procedimento; 
• Limpar o bastonete do vaporizador cuidadosamente após 50 horas de uso, imergindo-o em 
vinagre por 12 horas. 
 
7.4 DRENAGEM POSTURAL 
Drenagem postural consiste em posicionar a criança de modo a facilitar a eliminação de 
secreções existentes na árvore brônquica. Considerando que a drenagem é gravitacional, 
torna-se indispensável a identificação da área afetada, pois só assim pode-se selecionar as 
posições corretas que deverão ser adotadas durante sua realização. 
A identificação da (s) área (s) pode ser feita através de ausculta pulmonar ou Raio X de 
tórax. Na ausculta pulmonar é a modificação dos ruídos normais que indica a área 
comprometida, enquanto através do Raio X, é a diminuição da transparência. 
Cabe à enfermeira orientar as mães sobre a importância da drenagem postural, bem como 
o posicionamento que está indicado para seu filho. Esta conduta poderá motivá-las a 
participar do tratamento, tornando-o mais frequente e efetivo nos hospitais com escassos 
recursos de pessoal. 
 
ANATOMIA DO PULMÃO 
a) PULMÃO DIREITO 
Lobo superior: segmento apical, posterior e anterior. Lobo médio: segmento lateral e 
medial. 
Lobo inferior: segmento apical, basal medial, basal anterior, basal lateral e basal posterior. 
Lobo inferior: segmento apical, basal medial, basal anterior, basal literal e basal posterior. 
b) PULMÃO ESQUERDO 
 
 
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66 
Lobo superior: segmentos ápico-posterior, anterior, lingular superior e linguar inferior. 
Logo inferior: segmentos apical, basal Antero-medial, basal lateral e basal posterior. 
Há camas e berços com elevador de decúbito. Estes dispositivos facilitam o adequado 
posicionamento do paciente. Na falta destas, é útil a colocação de tacos de madeira sob os 
pés do leito. Outra opção é o uso de vários travesseiros para a elevação ou o declive desejado. 
É comum as crianças escorregarem durante a drenagem postural ficando mal acomodadas 
e diminuindo a eficiência do procedimento. Para evitar essa situação, sugere-se que sejam 
colocados sacos de areia em locais de apoio, como nádegas e ombros. Nas drenagens em 
decúbito elevado, pode-se atravessar uma fralda fixando-a nos lados do berço e manter a 
criança montada sobre ela. 
 
DURAÇÃO DAS POSIÇÕES DE DRENAGEM 
A duração das posições de drenagem será de no mínimo 30 minutos e no máximo de 2 
horas. Em menos de 30 minutos não se alcança o objetivo e mantendo por mais de 2 horas há 
risco de escaras. 
 
7.5 TAPOTAGEM 
Consiste em percutir o tórax do paciente, mais especificamente a área pulmonar afetada, 
com o objetivo de desprender a secreção brônquica, facilitando sua eliminação. Em recém-
nascidos e lactentes pequenos, a tapotagem é efetuada com as pontas dos dedos. Nas demais 
crianças a tapotagem é feita com uma das mãos em concha, a qual bate no tórax do paciente 
de maneira firme e rítmica. Esse procedimento deve ser totalmente indolor. 
O êxito na remoção de secreções depende em grande parte da precisão com que as 
medidas são efetuadas. É fundamental que os procedimentos sejam realizados na seguinte 
sequência: 
• Desobstrução das narinas; 
• Aspiração das vias aéreas superiores; 
• Nebulização ou vaporização; 
 
 
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• Drenagem postural associada à tapotagem; 
• Ordenha de nariz; 
• Aspiração. 
A ordenha e a aspiração devem ser efetuadas durante a drenagem postural sempre que 
necessário. Em crianças maiores, deve-se incentivar a tosse. 
 
7.6 OXIGENOTERAPIA 
Consiste em administrar oxigênio (O2) com o objetivo de aliviar a angústia respiratória e 
restabelecer a concentração de O2 sanguíneo. 
As causa mais frequentes de problemas respiratórios em crianças são a síndrome da 
angústia respiratória, mais conhecida como membrana hialina, taquipneias transitória do 
recém-nascido, bronquite, bronquiolite, broncopneumonias e asma brônquica. 
Antes de iniciar a oxigenoterapia, devem ser observados os seguintes itens: 
 
• Desobstruir vias aéreas superiores; 
• Acomodar a criança em decúbito elevado; 
• Manter em npo as crianças com intensa 
dificuldade respiratória, pelo risco de aspiração; 
• Manter temperatura corpórea entre 36,5 e 37,5°c; 
• Manter equipamento de emergência disponível para o uso em caso de parada 
cardiorrespiratória; 
• Atentar para o risco de explosões. Orientar familiares para que não fumem nem risquem 
fósforos no quarto e manter óleos ou graxas derivadas de petróleo longe da fonte de 
oxigênio. 
 
OXIGENOTERAPIA POR CATETER NASAL 
 
 
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Consiste na administração de oxigênio através de um cateter introduzido em uma das 
narinas do paciente. Este tipo de terapia está indicado quando se deseja obter concentração 
de oxigênio até 44%. 
MATERIAL: 
• Fluxômetro adaptado à fonte de O2; 
• Látex em tamanho suficiente para permitir a movimentação da criança no leito; 
• Frasco umidificador contendo água destilada (AD) no nível indicado; 
• Cateter nasal de acordo com o tamanhodo paciente; 
• Esparadrapo; 
• Cuba com água destilada; 
• Fusos de algodão; 
• Abaixador de língua. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Adaptar o umidificador ao fluxômetro; 
• Restringir a criança com lençol ou no colo da mãe, se necessário; 
• Realizar higiene das narinas com fusos algodão ume umedecidos; 
• Medir o cateter da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e marcar com esparadrapo; 
• Introduzir lentamente o cateter através de uma das narinas; 
• Fixar o cateter na face da criança com micropore ou esparadrapo, de maneira semelhante à 
fixação de sonda nasogástrica, segundo técnica; 
• Solicitar à criança que abra a boca e, com auxílio de um abaixador de língua, certificar-se do 
correto posicionamento do cateter, observando sua extremidade junto à úvula; 
• Conectar o látex ao umidificador; 
• Abrir lentamente a válvula até obter a quantidade de litros prescrita por minuto. Para que o 
fluxo de O2 seja medido corretamente, é a porção mediana da esfera metálica do fluxômetro 
que deve ser colocada no número de litros prescrito por minuto; 
 
 
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69 
• Conectar o cateter no látex. Recomenda-se efetuar esta conexão após ter ajustado o 
fluxômetro para evitar que uma saída acidental de elevado fluxo de O2 venha a provocar 
desconforto no paciente; 
• Orientar a criança, se houver compreensão, que respire pelo nariz para maior 
aproveitamento do O2 ; 
• Acomodar confortavelmente a criança e orientar para que não tracione o cateter; 
• Recolher o material e registrar o horário de colocação do cateter, a narina utilizada, o fluxo 
de O2 e as reações da criança durante o procedimento; 
• Avaliar constantemente as condições respiratórias da criança, comunicando à enfermeira ou 
médico qualquer alteração; 
• Trocar o cateter de narina a cada 6 horas, evitando o ressecamento da mucosa; 
• Trocar o frasco umidificador e o cateter diariamente; 
• Observar frequentemente se o fluxômetro continua ajustado. 
 
OXIGENOTERAPIA POR CÂNULA NASAL 
A oxigenoterapia por cânula nasal, popularmente conhecida como óculos nasal: consiste 
no método mais simples e mais bem tolerado pelo paciente para administração de O2. 
Através dela, obtém-se concentrações de até 35% com um fluxo de O2 entre 2 a 4 litros por 
minuto. Contra indicado fluxos mais elevados pelo risco de ressecamento da mucosa nasal. 
MATERIAL: 
• Fluxômetro adaptado à fonte de O2; 
• Látex de tamanho suficiente para permitir a livre movimentação da criança; 
• Frasco umidificador contendo água destilada (AD) no nível indicado; 
• Cânula; 
• Fusos algodão. 
ETAPAS: 
 
 
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• Lavar as e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Adaptar o umidificador à válvula de O2; 
• Solicitar à mãe ou acompanhante que restrinja os movimentos da criança; 
• Realizar higiene das narinas com fusos do algodão umedecidos; 
• Adaptar a cânula às narinas, fixando-a atrás das orelhas; 
• Conectar o látex à válvula de O2; 
• Abrir lentamente a válvula de O2, até obter a quantidade de litros prescrita por minuto. Para 
que o fluxo de O2, seja medido corretamente, a metade da esfera metálica do fluxômetro 
deve ser colocada no número de litros prescrito por minuto; 
• Conectar a cânula ao látex. Recomenda-se efetuar esta conexão após ter ajustado o 
fluxômetro para evitar que uma saída acidental de elevado fluxo de O2 venha provocar 
desconforto no paciente; 
• Orientar a criança, se houver compreensão, que respire pelo nariz para maior 
aproveitamento do O2; 
• Acomodar confortavelmente a criança e orientar para não tracionar o látex; 
• Recolher o material e registrar na folha de controles o horário de colocação da cânula, o 
fluxo de O2 utilizado e as reações da criança durante o procedimento; 
• Avaliar constantemente as condições respiratórias da criança, comunicando à enfermeira ou 
medico qualquer alteração; 
• Trocar diariamente a cânula de O2o látex e o frasco umidificador; 
• Observar frequentemente se o fluxômetro continua ajustado. 
 
OXIGENOTERAPIA POR MÁSCARA VENTURI 
 
 
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Consiste em administrar O2 através de máscara facial. Esse tipo de terapia fornece O2, à 
concentração de 25 a 50%. 
É contraindicada em pacientes comatosos pelo risco de vômitos e aspiração. 
MATERIAL: 
• Fluxômetro adaptado à fonte de O2; 
• Máscara Venturi de número adequado ao tamanho da criança; 
• Umidificador com água destilada (AD) no nível indicado; 
• Látex com tamanho suficiente para permitir a movimentação da criança no leito. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Colocar a máscara sobre o nariz e boca da criança, fixando-a na região occipital; 
• Ligar a fonte de O2 e ajustar o fluxo prescrito; 
• Retirar a máscara de hora em hora, e secar o rosto da criança; 
• Trocar a máscara e o umidificador diariamente. 
 
 
OXIGENOTERAPIA POR CAMPÂNULA 
Consiste em administrar O2 através uma campânula de acrílico adaptada à cabeça da 
criança. Este método é escolhido quando são necessárias altas concentrações de oxigênio, 
conseguindo-se obter até 100% de O2. 
MATERIAL: 
• Campânula; 
• Fonte de ar comprimido; 
• Fonte de O2; 
 
 
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• Fluxômetros; 
• Umidificadores com água destilada (ad) no nível indicado; 
• T ou y para as conexões; 
• Oxímetro. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Adaptar cada umidificador a um fluxômetro; 
• Adaptar os fluxômetros às fontes de ar comprimido e O2; 
• Adaptar as extremidades dos látex aos fluxômetros e à campânula; 
• Ligar o O2 e o ar comprimido para elevar a concentração de O2 no interior da campânula; 
• Posicionar a criança no leito e adaptar a campânula de forma que a cabeça permaneça 
constantemente dentro desta; 
• Ajustar o fluxo de O2 e ar comprimido a fim de obter a concentração prescrita. Observar que 
há campânulas com diferentes capacidades. O somatório dos fluxos de O2 e ar comprimido 
deve ser idêntico à capacidade da campânula. A concentração de O2 é verificada com o 
oxímetro. Na falta deste obtém-se a concentração aproximada através da seguinte fórmula: 
 
• Controlar frequentemente a concentração de O2 dentro da campânula, pois a criança que 
recebe altas concentrações de O2 por tempo prolongado corre o risco de desenvolver 
fibroplasia retro lenticular, que leva à cegueira permanente. Segundo Fanar off, altas 
concentrações de O2 por período de 3 a 10 dias pode motivar o aparecimento da doença; 
 
 
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73 
• Adaptar máscara de O2 à boca e nariz da criança quando for indispensável retirá-la da 
campânula para realizar procedimentos como punção de veias epi craneanas pesagem e 
outros; 
• Controlar sinais vitais no mínimo de 3/3 horas ou conforme prescrição médica; 
• Proceder mudanças de decúbito h/h, aliviando as zonas de maior pressão; 
• Realizar desinfecção diária da campânula com água morna sabão neutro; 
• Observar as reações da criança ao tratamento comunicando à enfermeira ou médico 
qualquer anormalidade. 
 
OXIGENOTERAPIA POR OXITENDA 
Consiste em administrar O2 através de uma tenda acrílica, adaptada à cabeça da criança. 
Este tipo de terapia fornece O2 à concentração de até 50%. A oxitenda é usada com uma 
mistura de ar comprimido e O2. 
• FUNCIONAMENTO DA OXITENDA 
MATERIAL: 
• Oxitenda; 
• Fontede ar comprimido; 
• Fonte de O2; 
• 2 fluxômetros; 
• 2 umidificadores com água destilada (ad) no nível indicado; 
• T ou y para as conexões; 
• Oxímetro, 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
 
 
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74 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Adaptar cada umidificador a um fluxômetro; 
• Adaptar os fluxômetros às fontes de ar comprimido e O2; 
• Adaptar as extremidades dos látex aos fluxômetros e à oxitenda; 
• Ligar o O2 e o ar comprimido para elevar a concentração de O2 no interior da oxitenda; 
• Posicionar a criança no leito e adaptar a oxitenda de forma que a cabeça permaneça 
constantemente dentro desta; 
• Manter a portinhola da oxitenda semiaberta para que o CO2, possa sair; 
• Ajustar o fluxo de O2. E ar comprimido a fim de obter a concentração prescrita. Observar que 
a capacidade máxima de uma oxitenda é de 141/min. A concentração de O2 é verificada com 
o oxímetro. Na falta deste obtém-se a concentração aproximada através da seguinte 
fórmula: 
• Controlar frequentemente a concentração de O2 dentro da campânula, pois a criança que 
recebe altas contrações de O2 por tempo prolongado corre o risco de desenvolver fibroplasia 
retro lenticular, que leva à cegueira permanente. Segundo fanar off, altas concentrações de 
O2 por período de 3 a 10 dias pode o aparecimento da doença; 
• Adaptar máscara de O2 à boca e nariz da criança quando for indispensável retirá-la da 
campânula para realizar procedimento como punção de veias epi craneanas, pesagem e 
outros. 
• Contar sinais vitais no mínimo de 3/3 horas ou conforme prescrição médica; 
• Proceder mudanças de decúbito de h/h, aliviando as zonas de maior pressão; 
• Realizar desinfecção diária da oxitenda com água morna e sabão neutro; 
• Trocar a água do umidificador pelo menos uma vez por dia; 
• Observar as reações da criança ao tratamento comunicando à enfermeira médico qualquer 
anormalidade. 
 
 
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75 
 
8- SONDAS E DRENOS 
8.1 SONDAGEM VESICAL 
É a introdução de um cateter ou sonda através da uretra até a bexiga. A cateterização 
vesical pode ser realizada a fim de: 
• Colher urina asséptica para exames laboratoriais ou esvaziar a bexiga na retenção urinária. 
Neste caso chamamos de sondagem de alívio e a sonda é retirada logo após a eliminação da 
urina; 
• Facilitar o controle rigoroso de diurese, principalmente na insuficiência renal aguda ou coma 
diabética. Esta técnica é chamada sondagem vesical de demora ou drenagem vesical. 
A sondagem vesical deve ser realizada com técnica rigorosamente asséptica, por 
profissional treinado e com conhecimento suficiente de anatomia, assepsia e esterilização, 
pois a bexiga é uma cavidade estéril. Por tratar-se de uma técnica complexa deve ser 
executada com o auxílio de outra pessoa. As complicações que podem resultar deste 
procedimento são infecções e traumatismos do sistema urinário. 
SONDAGEM VESICAL DE DEMORA 
MATERIAL: 
• Jarro com égua morna; 
• Sabão; 
• Bacia; 
• Lençol móvel; 
• Impermeável! 
• Soro fisiológico (sf) ou água destilada (ad); 
• Sonda foley, ou seja, sonda de borracha com balonete inflável; 
• Esparadrapo; 
• Sistema de drenagem fechado do tipo ureofix, na falta deste, frasco coletor montado com 
látex, ambos estéreis; 
• Pacote de curativo; 
 
 
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• Pinça servente; 
• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba redonda, cuba-rim, pinça hemostática, folhas 
de gaze, torundas, campo fenestrado, seringa de 5m1; 
• Luvas estéreis; 
• Pvpi ou outra solução antisséptica; 
• Xilocaína em geleia; 
• Álcool iodado; 
• Foco de luz auxiliar. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Posicionar o foco de luz aos pés da criança; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Acomodar as meninas em posição ginecológica e os meninos em decúbito dorsal com as 
pernas semiflexionadas; 
• Colocar o impermeável e o lençol móvel sob as nádegas da criança; 
• Expor a região perineal; 
• Realizar higiene cuidadosa com água o sabão utilizando pinças e torundas. Nas meninas 
executar movimentos no sentido anteroposterior e nos meninos retrair o prepúcio 
higienizando da glande para o saco escrotal; 
• Enxaguar com sf ou ad; 
• Cobrir a criança com um lençol; 
• Realizar antissepsia das mãos com álcool iodado. Abrir o pacote de cateterismo e a 
embalagem sem contaminar o material; 
• Colocar a solução antisséptica na cuba redonda e a xilocaína em folha de gaze; 
• Calçar as luvas; 
• Testar o balonete injetando 5ml de sf. Retirar o soro fisiológico aspirando -o; 
• Colocar o campo fenestrado expondo a vulva ou pênis; 
• Afastar os grandes e pequenos lábios nas meninas e retrair o prepúcio nos meninos; 
• Proceder a antissepsia do meato urinário utilizando pinça e torunda; 
 
 
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• Lubrificar a sonda e introduzi - ia lentamente através da uretra. No momento em que ocorrer 
emissão de urina avançar mais 1cm. Nas meninas a sonda deve ser dirigida para baixo pois a 
uretra toma a forma de um c, nos meninos deve-se tracionar suavemente o pênis no sentido 
caudal, para que a uretra adote urna forma reta facilitando a passagem da sonda; 
• Permitir que a urina escoe para o frasco coletor ou cuba-rim. A extremidade da sonda não 
deve tocar na urina coleta- da; 
• Inflar o balonete com o auxílio da seringa injetando lentamente 5ml de sf. Nos meninos, 
enquanto o balonete é inflado, palpar a base do pênis para certificar-se de que o balonete 
não se encontra nesta região. A este nível o risco de ruptura da uretra é grande; se sentir 
• Uma mínima dilatação na região palpada, introduzir a sonda mais 1cm para alcançar a 
bexiga; 
• Tracionar suavemente a sonda para testar sua fixação. Retirar o campo fenestrado; 
• Adaptar a sonda ao sistema de drenagem e fixá-lo à coxa. Fixar o sistema de drenagem ao 
leito deixando-o suficientemente frouxo para que a sonda não seja tracionada com os 
movimentos da criança; 
• Manter o frasco coletor sempre em nível inferior ao do paciente, sem no entanto deixá-lo 
no chão. Rotular o frasco indicando o horário de início da coleta; 
• Recolher o material e acomodar a criança; 
• Registrar na folha de controles o volume e características da urina colhida e enviar uma 
amostra ao laboratório se solicitado. 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM SONDA VESICAL DE DEMORA 
• Utilizar sistema de drenagem fechado e estéril, evitando manobras que resultem em refluxo 
de urina para a sonda, como por exemplo elevar o frasco para observar as características da 
urina. 
• Desinfetar diariamente com PVPI o meato urinário e a porção da sonda que entra em contato 
com este. 
• Trocar o sistema de drenagem do tipo Ureofix a cada 7 dias. Caso esteja sendo usado o látex 
com frasco coletor, este deverá ser trocado a cada 24 horas. 
 
 
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78 
• Medir e registrar o volume urinário a cada 6 horas. 
• Aprazar a troca da sonda vesical, de acordo com normas da comissão de controle de infecção 
hospitalar; 
Estes cuidados visam diminuir o risco de infecção por via ascendente através da luz do 
cateter. 
 
SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO 
MATERIAL: 
• Jarro com água morna; 
• Sabão, bacia; 
• Impermeável; 
• Lenço! Móvel; 
• Soro fisiológico (sf) ou água destilada (ad); 
• Sonda nelaton com diâmetro adequado ao tamanho da criança; 
• Pacote de curativo; 
• Pinça servente; 
• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba redonda, cuba-rim, pinça hemostática, folhas 
de gaze, torundas, campo fenestrado; 
• Luvas estéreis; 
• Pvpiou outra solução antisséptica; 
• Xilocaína em geleia; 
• Álcool iodado; 
• Foco de luz auxiliar. 
ETAPAS: 
• Executar todos os procedimentos para estimular a micção segundo técnica. Se não houver 
êxito proceder a sondagem; 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
 
 
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• Posicionar o foco de luz aos pés da criança; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Acomodar as meninas em posição ginecológica e os meninos em decúbito dorsal com as 
pernas semiflexionadas; 
• Colocar o impermeável e o lençol móvel sob as nádegas do paciente; 
• Realizar higiene cuidadosa com água e sabão utilizando pinças e torundas. Nas meninas 
executar movimentos no sentido anteroposterior e nos meninos retrair o prepúcio 
higienizando da glande para o saco escrotal; 
• Enxaguar com se ou ad; 
• Cobrir a criança com um lençol; 
• Realizar antissepsia das mãos com álcool iodado. Abrir o pacote de cateterismo e a 
embalagem da sonda sem contaminar o material; 
• Coloca solução antisséptica na cuba redonda e a xilocaína em folha de gaze; 
• Expor a região perineal; 
• Calçar as luvas; 
• Colocar o campo fenestrado expondo a vulva ou pênis; 
• Afastar os grandes e pequenos lábios nas meninas e retrair o prepúcio nos meninos; 
• Proceder a antissepsia do meato urinário utilizando pinças e torundas; 
• Lubrificar a sonda e introduzi-la lentamente através da uretra. No momento em que ocorrer 
a emissão de urina avançar mais 1cm. Nas meninas a sonda deve ser dirigida para baixo pois 
a uretra toma a forma de um c. Nos meninos deve-se tracionar suavemente o pênis no 
sentido caudal, para que a uretra adote uma forma reta facilitando a passagem da sonda; 
• Permitir que a urina escoe para a cuba-rim. A extremidade da sonda não deve tocar na urina 
coletada; 
 
 
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• Retirar a sonda e acomodar a criança; 
• Recolher o material e registrar na folha de controles do paciente o volume e características 
da urina, bem como qualquer alteração ocorrida com a criança durante o procedimento. 
 
8.2 INSTALAÇÃO DE SONDA NASOGÁSTRICA 
 
Consiste em introduzir uma sonda 
através da narina, até que alcance o 
estômago. A sondagem nasogástrica é 
realizada com seguintes objetivos: 
• Alimentar um paciente incapaz de fazê-lo 
por via oral; 
• Realizar lavado gástrico principalmente nos 
casos de ingestão de produtos tóxicos; 
 
• Injetar contraste para realização de exames radiológicos; 
• Aliviar distensão gástrica; 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Cuba com soro fisiológico (sf), água destilada (ad) ou água fervida (af); 
• Seringa de 1oml; 
• Esparadrapo; 
• Recipiente para desprezar o material; 
• Lençol para contenção; 
• Estetoscópio; 
• Chupeta; 
 
 
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• Sonda nasogástrica n° 6, 8, 10 ou 12 ou sonda uretral n° 6 ou 8. Para a alimentação de recém-
nascidos contraindica-se a utilização da sonda nasogástrica pois esta apresenta vários 
orifícios que poderão ficar situados no esôfago aumentando o risco de aspiração. Para estas 
crianças recomenda-se o uso de sonda uretral que possui apenas um orifício na extremidade. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Posicionar a criança em decúbito dorsal; 
• Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e daí ao apêndice xifoide. Em crianças 
maiores de um ano acrescentar 2cm a esta medida. Durante a realização deste procedimento 
a cabeça da criança não deverá ser hiper estendida nem flexionada pois ocorrerá erro na 
medida; 
• Marcar o ponto medido com esparadrapo; 
• Verificar frequência cardíaca (fc), pois pode ocorrer parada cardiorrespiratória (pcr) por 
estímulo vagai durante a introdução de uma sng. Um dos sinais de iminente pcr é a 
bradicardia, portanto é fundamental que se conheça a fc da criança antes de introduzir a 
sonda; 
• Realizar contenção com um lençol; 
• Umedecer a sonda com água destilada; 
• Oferecer a chupeta à criança, o ato de sugar e deglutir facilita a introdução da sonda; 
• Colocar uma das mãos na região occipital, flexionando a cabeça até que o queixo encoste no 
peito; 
• Introduzir a sonda através de uma das narinas, direcionando-a para o occipital através do 
assoalho da cavidade nasal. Em presença de tosse ou cianose, retirar a sonda e aguardar 
alguns minutos até a completa recuperação da criança. Se ocorrer pcr iniciar imediatamente 
manobras de ressuscitação cardiorrespiratória (rcr); 
• Continuar introduzindo a sonda até o ponto marcado; m) fixar a sonda conforme; 
• Fixar a sonda; 
• Verificar se a sonda está no estômago através dos seguintes testes: 
 
 
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• Mergulhar sua extremidade na cuba com água destilada. 
• Se borbulhar é sinal de que a sonda está na traqueia. Neste caso retirá-la imediatamente; 
• Aspirar, utilizando a seringa, a presença de suco ou resíduos alimentares indica a correta 
localização da sonda; 
• Injetar, utilizando uma seringa, 2ml de ar na sonda e auscultar simultaneamente com 
estetoscópio sua entrada no estômago; 
• Desfazer a contenção inicial; 
• Manter crianças pequenas com luvas para evitar a retirada acidental da sonda; 
• Recolher o material e registrar na folha de controles do paciente a data em que foi 
realizado o procedimento bem como qualquer anormalidade; 
• Trocar a sonda de narina a cada 3 dias; 
• Realizar higiene oral com solução antisséptica e gaze estéril no mínimo uma vez por turno. 
 
ASPIRAÇÃO E LAVADO GÁSTRICO 
Consiste em remover o conteúdo estomacal. A aspiração e lavado gástrico são indicados 
com maior frequência nos seguintes casos: 
• Ingestão de produtos tóxicos, exceto nos casos de derivados do petróleo e produtos ácidos 
ou cáusticos; 
• Sangramento gástrico. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Cuba redonda; 
• Soro fisiológico (sf), água destilada (ad) ou água fervida (af); 
• Seringa de 20ml; 
• Esparadrapo; 
• Recipiente para desprezar o material; 
 
 
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• Lençol para contenção; 
• Chupeta; 
• Sonda nasogástrica n° 6, 8, 10 ou 12 ou sonda uretral n° 6 ou 8. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Instalar a sng segundo técnica acima; 
• Manter a criança em decúbito lateral com a cabeça em nível inferior ao corpo para diminuir 
o risco de aspiração, principalmente nos casos de substâncias tóxicas 
• Aspirar o conteúdo gástrico medindo o volume e observando as características do mesmo; 
• Injetar lentamente sf com auxílio da seringa. O volume administrado de cada vez depende 
da idade e do peso da criança: 
Lactentes = 10ml; 
Crianças maiores = 20ml; 
• Aspirar o conteúdo gástrico retirando pelo menos o mesmo volume que foi injetado. Nos 
casos em que o volume aspirado é inferior ao injetado, os lavados subsequentes devem ser 
proporcionalmente menores. 
Ex.: Injetou 10ml Aspirou 7ml 
Injetar apenas 7ml Tentar aspirar 10mI ou mais. 
• Desprezar o material o aspirado no recipiente adequado observando características; 
• Repetir os três itens anteriores até que o líquido aspirado seja límpido; 
• Observar as reações da criança. Em presença de vômitos retirar a sonda e manter e retirá-la 
suavemente; 
• Fechar a sonda e retirá-la suavemente; 
• Recolher o material e acomodar a criança; 
 
 
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• Anotar na folha de controles o volume e características do conteúdo gástrico, bem como o 
volume total de sf utilizado.Registrar também as reações da criança durante o 
procedimento. 
 
8.3 INSTALAÇÃO DE SONDA OROGÁSTRICA 
Consiste em introduzir uma sonda através da boca da criança, até que está alcance o 
estômago. A principal vantagem na utilização dessa técnica é a possibilidade de manter livres 
as narinas, facilitando o processo respiratório. 
Através da utilização da SOG, pode-se ainda estimular a sucção nos recém-nascidos pré-
termo, quando estiver próxima a substituição da nutrição parenteral ou da nutrição através 
de SNG pela alimentação por via oral. Nesse caso, a sondas é adaptada a uma chupeta. 
Tanto o material utilizado, quanto etapas e cuidados de enfermagem para instalação e 
manutenção de uma SOG, são idênticos aos da SNG. 
 
8.4 DRENAGEM DE TÓRAX 
Os pulmões são estruturas elásticas contidas dentro da caixa torácica. São revestidos por 
um saco seroso, a pleura, que se divide em dois folhetos sendo um aderido ao pulmão, pleura 
visceral, e outro aderido à parede torácica, pleura parietal. Entre esses dois folhetos existe um 
espaço virtual que contém líquido. Sempre que houver um acúmulo de qualquer substância 
no espaço Inter pleural a expansão pulmonar fica prejudicada. 
Drenagem de tórax é a introdução de um tubo no espaço Inter pleural com o objetivo de 
retirar ar, líquido ou secreção aí existente. Considerando que a pressão dentro de caixa 
torácica é menor que a atmosférica, qualquer sistema aí instalado deve ser vedado de forma 
a impedir a entrada de ar na tubulação e, por consequência, no espaço Inter pleural. 
Em pediatria geralmente utilizasse um sistema de drenagem com frasco único que depende 
da força da gravidade e da mecânica respiratória para seu funcionamento. Ao instalar este 
sistema conecta-se a extremidade do tubo torácico a uma tubulação que submerge cerca de 
3cm em liquido estéril; o líquido age como válvula de direção única impedindo que ar seja 
 
 
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aspirado para dentro da cavidade. Este sistema deve ter um respiro para evitar acúmulo de ar 
no frasco. 
Em escolares, eventualmente, pode ser necessário utilizar um sistema com aspiração para 
apressar a ré expansão pulmonar ou compensar um escape persistente de ar. Nestes casos é 
utilizado um sistema com dois frascos sendo o primeiro chamado de frasco coletor e o 
segundo de frasco redutor. 
A tubulação que vem do paciente é conectada ao frasco coletor e fica submersa cerca de 
3cm em líquido estéril; este frasco é conectado ao frasco redutor por meio de um tubo curto. 
No segundo frasco um tubo longo é imerso em líquido e sua outra extremidade é aberta ao 
ar; a altura da coluna líquida indica a força de aspiração no sistema. 
O frasco redutor é conectado ao aparelho de aspiração através de um Sempre que a força 
de aspiração ultrapassar o indicado ar é aspirado para dentro do frasco redutor. Em escolares 
a força de aspiração não deve ultrapassar 5cm de água. 
TROCA DE FRASCO DE DRENAGEM DE TÓRAX 
• Consiste na troca do frasco coletor do sistema de drenagem. 
• Deve ser realizada pela enfermeira, ou pessoal devidamente treinado, uma vez a cada 24 
horas ou quando necessário. Devemos lembrar que quanto maior for a coluna de líquido em 
que está submerso o dreno maior pressão intratorácica será necessária para retirar ar ou 
líquido do espaço Inter pleural, 
• Durante a troca de frasco o dreno deve permanecer pinçado. 
MATERIAL: 
• Pacote para troca de frasco contendo: 
• Frasco coletor, 
• Uma tampa com tubo curto (respiro), e 
• Um tubo longo (que fica submerso); 
• Soro fisiológico; 
 
 
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• 2 pinças hemostáticas com a ponta protegida com equipo de soro ou látex; 
• Esparadrapo. 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão, e à mãe se estiver presente; 
• Abrir o pacote e colocar soro fisiológico no frasco; 
• Adaptar a tampa ao frasco certificando-se que o tubo longo fique imerso cerca de 3cm no 
líquido; 
• Pinçar o dreno em dois pontos, um próximo ao tórax e outro próximo ao frasco; 
• Desconectar o frasco do dreno; conectar o novo frasco ao sistema vedando esta conexão 
com esparadrapo; 
• Retirar as pinças; 
• Fixar o frasco ao chão com esparadrapo ou em suporte próprio; 
• Rotular o frasco coletor indicando a quantidade de sf utilizada, data e hora da troca, a borda 
superior do rótulo deve ficar no mesmo nível do líquido; 
• Recolher o material e registrar na folhas de controles a quantidade de liquido drenado e suas 
características; 
• Para determinar a quantidade de líquido drenado subtrair do volume total de líquido contido 
no frasco o volume de sf colocados inicialmente. 
CUIDADOS AO PACIENTE COM DRENAGEM DE TÓRAX 
• Trocar o frasco coletor uma vez ao dia ou quando o nível de líquido estiver prejudicando a 
drenagem; 
• Manter frasco coletor em suporte próprio ou fixo ao chão; 
• Evitar manobras que permitam refluxo de líquido para o espaço inter pleural como elevar o 
frasco acima da região drenada; 
• Manter duas pinças hemostáticas com ponta protegida na cabeceira do leito ou maca (em 
caso de transporte); pinçar o dreno caso haja vazamento no sistema; 
 
 
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• Pinçar o dreno enquanto retira o paciente do leito; retirar as pinças assim que o paciente 
estiver posicionado; 
• Pinçar o dreno durante troca de frasco; 
• Manter o dreno pinçado apenas por pequenos intervalos; 
• Trocar curativo no local de inserção do dreno uma vez ao dia utilizando gaze vaselinada 
(mantém impermeável local de inserção); 
• Passar antisséptico no dreno uma vez ao dia; 
• Fazer massagem tipo ordenha, do dreno para o frasco, de 6/6h; 
• Pesquisar vazamentos no sistema, como conexões mal vedadas ou látex perfurado, caso 
borbulhe o líquido no frasco coletor. Se não houver vazamento o borbulhar indica saída 
constante de ar para o espaço inter pleural, registrar e comunicar ao médico; 
• Observar oscilação do líquido no frasco coletor; quando a oscilação cessar certificar-se que 
o dreno e conexões estão desobstruídos; 
• Observar aparecimento de enfisema subcutâneo através de palpação; 
• Estimular, sempre que possível, respiração profunda e tosse; 
• Fazer exercícios com ombro do lado afetado; 
• Não deitar o paciente sobre o dreno; 
• Fixar o dreno à peie do paciente e à guarda da cama para evitar tração acidental. 
 
8.5 DRENO COM ASPIRAÇÃO POR SANFONA 
Os drenos com aspiração por sanfona são utilizados para retirar líquido (sangue ou 
exsudato) de feridas cirúrgicas. São instalados pelo médico em bloco cirúrgico e, devido ao 
vácuo formado pela sanfona, fazem uma aspiração suave. 
 
ESVAZIAMENTO DO DRENO COM ASPIRAÇÃO POR SANFONA 
 
 
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Consiste na retirada do líquido drenado e na formação de vácuo no sistema. É realizado 
pelo funcionário responsável pelo paciente no mínimo a cada 12 horas. 
MATERIAL: 
• Bandeja; 
• Recipientes para desprezar material; 
• Soro fisiológico (se). 
ETAPAS: 
• Lavar as mãos e reunir o material; 
• Explicar o procedimento à criança, se houver compreensão e à mãe se estiver presente; 
• Pinçar o dreno; 
• Destampar a sanfona e desprezar seu conteúdo em um dos recipientes; 
• Lavar a sanfona com sf desprezando-o no outro recipiente; 
• Comprimir a sanfona até retirar todo o ar e fechá-la imediatamente; 
• Soltar a pinça; 
• Reunir o material; 
• Medir e registrar na folha de controles o volume drenado e sl características. 
 
CUIDADOS AO PACIENTE COM DRENAGEM COM ASPIRAÇÃO POR SANFONA 
• Fixar a sanfona à cama do paciente, sempre em nível inferior ao da região drenada. 
• Evitar manobras que permitam o refluxo de líquido, como por exemplo, elevar a sanfona.• Trocar o curativo no local de inserção do dreno uma vez ao dia ou quando estiver úmido. 
Observar do local e registrar. 
• Passar antisséptico no dreno junto ao local de inserção uma vez ao dia. 
 
 
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• Fixar o dreno à pele de forma a evitar tração e deslocamento acidental. 
 
RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 
Parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser definida como “a cessação súbita e não prevista 
da respiração e circulação em indivíduos sem expectativa imediata de morte”. As manobras 
realizadas para a manutenção da vida são chamadas de ressuscitação cardiorrespiratória 
(RCR). 
Sabe-se que o êxito na RCR é diretamente proporcional ao tempo gasto para o diagnóstico 
e o início das manobras. O aparecimento de lesões neurológicas irreversíveis acontece após 
5 minutos de PCR. 
Torna-se necessário portanto que os membros da equipe estejam preparados para 
identificar as situações de risco de PCA, bem como os sinais que a acompanham. 
SITUAÇÕES DE RISCO DE PARADA CARDIORRESPIRATÁRIA: 
• Disfunção respiratória grave (taquipneia, dispneia, tiragem, batimentos de asa de nariz, 
respiração superficial e irregular, gemidos respiratórios, expiração prolongada, cianose e 
apneia); 
• Gasping; 
• Arritmias cardíacas graves; 
• Pós-operatório imediato; 
• Aspiração traqueal e introdução de sonda gástrica, por estimulação vogal; 
• Sedação. 
PRINCIPAIS SINAIS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 
• Apneia; 
• Ausência de pulso nas artéria carótida e femoral; 
 
 
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• Frequência cardíaca in a 40bpm em recém-nascidos e inferior a 20bpm em lactentes e 
crianças maiores; 
• Pele pálida, úmida e cianótica. 
O atendimento adequado um paciente em PCR envolve material e medicamentos 
facilmente acessíveis, bem como pessoal preparado. Recomenda-se que o material e 
medicamentos utilizados na ECE sejam revisados diariamente pela equipe de enfermagem e 
que em todas as situações de risco o carro de urgências seja deixado próximo ao paciente. 
MATERIAL PARA VENTILAÇÃO E MASSAGEM CARDÍACA: 
• Fonte de oxigênio; 
• aspirador montado com cateter para aspiração; 
• Ambu com máscaras de diversos tamanhos; 
• laringoscópio com lâminas retas e curvas de vários tamanhos e pilhas em bom estado (as 
pilhas devem ser guardadas fora do aparelho e testadas diariamente; 
• Tubos endotraqueais; 
• Conectores para tubos endotraqueais; 
• Cânula orofaríngea (guedel); 
• Luvas estéreis n° 7.5, 8.0 e 8.5; 
• Sonda gástrica. 
MEDICAMENTOS: 
• Adrenalina-Epinefrina 
• Água destilada 
• Aminofilina 
• Atropina 
• Bicarbonato de sódio 8.4% 
• Cedilanide 
 
 
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• Cloridrato de dobutamina-Dobutrex 
• Dexametasona – Decadron 
• Diazepan-Valium 
• Dipirona-Novalgina 
• Dopamina-Revivan 
• Fenobarbital-Gardenal 
• Furosemide-Lasix 
• Glicose a 50% 
• Gluconato de cálcio a 10% 
• Heparina-Liquemine 
• Hidantoinato de sódio-Hidantal 
• Prometazina-Fenergan 
• Soro fisiológico 
• Soro glicosado a 5% 
• Soro glicososado a 10% 
• Soro glicofisiológico 
• Thio Nenbutal 
• Vitamina K-Kanakion 
• Xilocaína 2% sem vasoconstritor 
 
EQUIPE / PESSOAL 
A reversão de uma PCR, tem como objetivo reduzir ao mínimo a duração dela, através da 
atuação rápida e precisa de uma equipe multiprofissional, que necessita treinamento e 
atualização constantes 
Recomenda-se que seja fixado ao leito de cada paciente e dose exata dos medicamentos 
que poderão ser utilizados em caso de PCR. Em nosso serviço usamos o seguinte formulário: 
Recomenda-se ainda que no mínimo três pessoas atendem a uma PCR, sendo 
considerado ideal, o atendimento prestado por quatro elementos. É importante, no 
 
 
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entanto, que cada elemento saiba suas atribuições e que estas sejam efetuadas 
concomitantemente. 
 
ELEMENTOS ATRIBUIÇÕES 
1. Enfermeira • Manter via aérea permeável através do posicionamento adequado e 
aspiração das vias a aéreas superiores; 
• Realizar ventilação; 
• Introduzir sng, se necessário. 
2. Médico • Realizar massagem cardíaca e ausculta; 
• Avaliar a eficácia da massagem; 
• Prescrever os medicamentos; 
• Realizar intubação traqueal; 
• Administrar medicamentos por via endotraqueal e intracardíaca. 
3. Auxiliar • Trazer o carro de urgência; 
• Puncionar veia; 
• Preparar e administrar medicamentos; 
• Preparar e alcançar ao material de intubação. 
4. Auxiliar • Chamar o médico; 
• Verificar na folho de controle o peso do paciente; 
• Registrar as doses exatas de todo medicamento administrado; 
• Providenciar todo material necessário. 
 
ETAPAS 
• Dar o alarme logo que diagnosticar a PCR, solicitando a presença do médico. Registrar a hora 
exata do diagnóstico; 
 
 
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• Iniciar imediatamente a ventilação e massagem cardíaca externa: 
• Colocar a criança em decúbito dorsal sobre uma superfície dura com os membros inferiores 
elevados para facilitar o retorno venoso; 
• Tracionar a mandíbula para frente e manter a cabeça estendida colocando um coxim sob o 
pescoço para facilitar a ventilação; 
• Aspirar as vias aéreas superiores; 
• Ligar o ambu a uma fonte de oxigênio com fluxo de 2 a 5 1/min e adaptar a máscara ao rosto 
da criança cobrindo boca e nariz; 
• Iniciar sempre pela ventilação; 
• Proceder a massagem cardíaca externa. Em recém-nascidos e lactentes pequenos, 
massagear, colocando os dedos polegares sobre a porção inferior do esterno. Espalmar os 
demais dedos em torno das costelas e dirigidos para a axila do paciente. A massagem 
efetuada com os dedos comprimindo o abdômen, na grande maioria dos casos, leva a criança 
ao vômito e à aspiração. 
Exercer 100 compressões por minuto. É fundamental que haja sincronia entre a 
massagem e a ventilação. Executar 5 massagens e uma ventilação. Para facilitar a obtenção 
de movimentos sincrônicos deve-se contar em voz alta, um, dois, três, quatro, cinco e 
executar uma ventilação. 
Em crianças maiores massagear colocando a palma de uma das mãos no terço inferior do 
esterno. Colocar a outra mão sobre a primeira mantendo os dedos elevados. Exercer 80 
compressões por minuto ou seja, 4 massagens para uma ventilação. As compressões devem 
ser exercidas sobre o corpo do esterno e não sobre o apêndice xifoide pois há risco de lesão 
hepática. Para facilitar a obtenção de movimentos sincrônicos deve-se contar em voz alta, 
um e dois e três e quatro e executar uma ventilação; 
• Verificar a eficiência da massagem cardíaca observando: 
• Presença de pulso palpável nas artérias carótida e femoral; 
• Melhora na cor do paciente; 
• Redução no diâmetro das pupilas; 
• Puncionar uma veia; 
• Administrar medicamentos segundo prescrição médica; 
 
 
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• Auxiliar o médico na intubação endotraqueal, se necessário. 
• Instalar sonda gástrica aberta para minimizar a distensão causada pela entrada de ar durante 
a ventilação; 
• Registrar os procedimentos executados; a dose, tipo e via dos medicamentos administrados; 
o tempo que a criança permaneceu em PCR e as reações da mesma após a RCR; 
• Manter rigorosa vigilância da criança nas primeiras horas após a RCR; 
• Repor no carro de urgência o material e medicamentos utilizados. 
 
 
9. MAUS TRATOS NA INFÂNCIA 
COMO RECONHECER E PROCEDER 
 
Em 1946, Caffey, um radiologista, descreveu uma síndrome de múltiplas fraturas 
associadas a hematoma subdural crônico, suspeitando de sua etiologia. Por 16 anos seu 
trabalho não foi considerado, até 1962, quando Kempe descreveu a Síndrome da Criança 
Espancada, mostrando aos profissionaisde saúde uma face de um problema que transita pela 
negligência, abandono, abuso sexual podendo chegar ao homicídio. 
A partir da década de 70, em nosso meio, muitos casos foram relatados. Obviamente, não 
há dificuldades em reconhecer aquela criança que chega ao serviço de saúde trazida por um 
vizinho, parente ou pelas autoridades, onde o diagnóstico é evidenciado pela própria história. 
 
 
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95 
Queremos alertar para aquela criança, acuada indefesa, que vem à consulta por encontrar-
se "doente”, com os familiares dissimulando as agressões. Devem, os profissionais de saúde, 
estar alerta para algumas características da consulta, da família, da criança e das lesões. 
Características essas, que se olhadas em conjunto e interpretadas adequadamente 
configuram o diagnóstico. Essa consulta, pode representar o término de uma condição de 
indesculpável afronta à dignidade e à decência, bem como a prevenção da tragédia do abuso 
sexual ou mesmo do homicídio, sempre uma possibilidade concreta. Basta que esses 
profissionais estejam motivados e mobilizados para o reconhecimento, sabendo que ninguém 
chega ao serviço de saúde dizendo: "espanquei meu filho". 
 
9.1 COMO RECONHECER 
A CONSULTA: 
• Há um desacordo entre a circunstância que produziu o trauma os achados clínicos; 
• Demora, entre o evento que produziu o trauma e procura por socorro; 
• Várias consultas por acidentes, às vezes em diferentes serviços de saúde; 
• Um comportamento inadequado dos pais em relação ao pessoal do serviço de saúde, indo 
desde a beligerância até o abandono da criança; 
• Evasões e contradições em relação às circunstâncias do acidente; 
• Revolta com a criança pelo trauma; 
• Falta de interesse ou interesse desusado, teatral, pelo prognóstico das lesões; 
• Insensibilidade ao sofrimento da criança. 
A CRIANÇA: 
• Maior incidência no pré-escolar; 
• Evita olhar para os pais, podendo inclusive manifestar medo; 
• Aspecto de negligência; 
• Asma, hiperatividade, diarreia, desnutrição ou outra doença crônica. 
A FAMÍLIA: 
 
 
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96 
• Pais muito jovens; 
• Quebra da unidade familiar; 
• Alcoolistas; 
• Usuários de drogas; 
• Doentes mentais; 
• Momento de crise (conjugal, financeira, emocional); 
• Pais que foram maltratados. 
AS LESÕES: 
• ÓSSEAS: 
– Associação de fraturas antiga e novas; 
– Descolamento epifisário; 
– Falta de compatibilização entre a história do trauma e as fraturas. 
• PARTES MOLES: 
– São as únicas em crianças maiores; 
– Lesões antigas e novas; "coagulopatias" pouco claras e indefinidas; 
– Lesões de face e nádegas; 
– Lesões dos genitais e ânus (abuso sexual); 
– Marcas de corda nos punhos, tornozelos e região cervical; 
– Queimaduras por cigarro e ferro de passar; escoriações nos joelhos (tampinha, cascalho 
etc.); 
– Hemorragias retinianas; 
– Trauma abdominal (baço, fígado e rim) sem acidente de tráfego; 
– Poli trauma sem acidente de tráfego; 
 
9.2 DISCUSSÃO 
 
 
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97 
A CONSULTA — Geralmente é tensa, não havendo auxílio das pessoas que trazem a criança. 
Com a possibilidade de serem desmascaradas, existe um antagonismo marcado entre esse 
pessoal, a criança e os profissionais de saúde. Devemos proceder com tranquilidade, sem 
hostilização e não demonstrarmos nossa suspeita até que haja fundamentadas evidências 
pelo exame clínico. 
A FAMÍLIA — Em nossa experiência, a incidência de maus tratos nos filhos de pais muito 
jovens é grande. São filhos não planejados, indesejados e que são responsabilizados pelas 
mudanças do plano de vida desses pais, fato agravado quando, por imposição social, ainda 
frequente em nosso meio, são obrigados a viver juntos. Também frequente, é a quebra da 
unidade familiar, com pessoas refazendo sua união conjugal e levando consigo os "filhos do 
outro ou da outra”. Alcoolistas, drogados e doentes mentais, perdem qualquer noção de 
valores familiares, quando fora de si, ficando as crianças expostas ao seu desatino. A situação 
se agrava em momentos de crise e, principalmente quando a criança é responsabilizada por 
essa crise; são pessoas frágeis emocionalmente, que apanham da vida e ‘’descarregam" toda 
a sua frustração no único ser que é mais frágil que eles, a CRIANÇA. 
A CRIANÇA — O pré-escolar e as crianças com doença crônica estão mais expostos, porque 
tem menor autonomia, estão sempre no ambiente familiar e mal conseguem caminhar e fugir. 
AS LESÕES — O espancamento é, praticamente, a única forma de poli trauma na infância, 
excetuando os acidentes de tráfego. Se lembrarmos que, dificilmente um pré-escolar sai à rua 
sozinho, o diagnóstico fica altamente possível, ainda mais, se encontrarmos evidência de 
traumas passados e repetidos, como lesões antigas associadas a lesões novas. O achado de 
lesões multiformes em um único acidente, com a falta de compatibilização entre a história do 
trauma e a lesão, é altamente sugestivo. Devem os profissionais de saúde ficar céticos com a 
‘’quebra do berço", principalmente se associada a fraturas ósseas ou lesões graves. 
 
 
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98 
 
Marcas nos joelhos, queimaduras de cigarro, ferro de passar, lesões nas nádegas e face são 
altamente suspeitas de maus tratos, assim como marcas de cordas ou coleiras no pescoço, 
tornozelos e punhos. 
Os sinais acima, se olhados isoladamente nada dizem, mas no conjunto tornam os maus 
tratos muito prováveis. Não é necessária a presença de todos os fatores de risco, porém deve-
se lembrar que quanto maior o número de achados, maior a probabilidade de agressão. 
COMO PROCEDER 
REGRAS BÁSICAS JUSTIFICATIVAS 
Internar, mesmo que a 
criança não necessite de 
cuidados hospitalares. 
O internamento da criança de agressão pelo pessoal do 
Ambulatório ou Pronto Socorro, é a ‘’REGRA DE OURO’’. 
Este, permite que se elabore o diagnóstico, a fim de afastar 
o agredido do ambiente de influência do agressor. 
Agir com prudência. Evitar precipitação. Só falar em maus tratos quando o 
diagnóstico estiver firmado. 
Porta-se de maneira técnica, 
não - emocional, evitando a 
indignação e a retaliação. 
Por maior que seja a brutalidade evitar o confronto e a 
retaliação com a família. A equipe médica e de 
enfermagem deve fazer apenas o seu papel que é de 
firmar o diagnóstico, tratar as lesões e comunicar ás 
autoridade. 
Realizar exame de fundo de 
olho. 
A realização do exame de fundo de olho tem o mesmo 
sentido da anterior. A presença de hemorragias retinias 
antigas e novas comprova o diagnóstico. 
 
 
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99 
Descrever todas as lesões 
sem adjetivar. 
Descrever as lesões de maneira clara e objetiva, 
dimensionando-as em centímetros. Evitar o uso de 
adjetivos como ‘’grande volumosa, extensa, etc...’’. Isso 
permite que as autoridades formem seu próprio juízo em 
relação à gravidade. Lembrar que médicos e enfermeiras 
podem ser arrolados como testemunhas nesses processos 
independente do tempo decorrido. 
Comunicar a Assistente social 
do hospital ou setor jurídico. 
Cabe a assistente social ou responsável pelo setor 
jurídico comunicar oficialmente ás autoridades. No 
entanto, a equipe médica e de enfermagem deve estar 
apta a prestar todos os esclarecimentos solicitados. 
Evitar o sensacionalismo e a 
particularização perante a 
imprensa. 
Sempre que possível, evitar o contato com a imprensa, 
no sentido de particularizar a informação (em relação 
aquele caso especificamente), abominando sempre o 
sensacionalismo. A imprensa deve ser utilizada pelos 
profissionais no sentido de campanhas de esclarecimento 
e informação de cunho genérico, sempre com clareza e 
prudência. 
Comunicar às autoridadescompetentes se o agressor ou a 
família fizerem ameaças a 
equipe médica e de 
enfermagem. 
Eventualmente, o agressor dirigirá ameaças inclusive 
físicas a equipe. Essas não devem ser minimizadas. O 
caminho é a comunicação ás autoridades. 
Muitos poderíamos discutir em relação à criança que sofre agressões ou maus tratos. Muito 
também tem se discutido em relação aos aspectos psicológicos e sociológicos do problema. 
Cremos porém que o objetivo deste capítulo é colocar em termos práticos a conduta a ser 
tomada a essa situação. Voltamos a afirmar que o alto índice de suspeição e engajamento das 
equipes médica e de enfermagem representa o restabelecimento de uma condição de vida 
mais digna para essas crianças 
‘’... Quantas vezes pode um homem desviar o olhar, fazendo que não enxerga?...’’ 
(BOB DYLAN, Blowing the Wind 1963.) 
10- ASSISTÊNCIA A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE 
O papel da família: Cuidados na atenção a criança e ao adolescente. 
Nas últimas décadas, a assistência à criança, no processo saúde doença, tem sofrido 
modificações acentuadas, não se admitindo atualmente que os profissionais de saúde 
 
 
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100 
ignorem a importância do papel da mãe, da família e da comunidade. Mais ainda, cuidar da 
criança envolve também cuidar de sua família, considerando suas necessidades nos diferentes 
aspectos. 
Esses novo modelo de assistência tem sido utilizado e divulgado pela enfermagem, no 
atendimento a toda e qualquer criança, bem como no trato do adolescente, desde aquele que 
necessita de atendimento sanitário básico até aquele que requer internação de pequena, 
média e alta complexidade (exames, tratamento especializado). 
A equipe de enfermagem, ao atender uma criança e a sua mãe com algum agravo a saúde, 
quer seja na comunidade quer seja no hospital, deverá atentar não só para o que é referido 
sobre a doença atual, mas também os motivos que possam tê-la levado ao quadro de 
morbidade. Assim, é necessário: 
• Conhecer como se deu o crescimento e o desenvolvimento, desde o nascimento até a 
atualidade, e como podem ter afetados; 
• Conhecer as condições do meio ambiente em que vive, atentando para as condições físicas, 
os recursos disponíveis para o sustento da família, a sua constituição, suas crenças, hábitos 
e valores, considerar os aspectos afetivos, e sociais; 
• Estabelecer uma relação de respeito e confiança com a família, de modo a favorecer relação 
de ajuda; 
• Identificar os problemas de saúde, oferecendo suporte para o atendimento às necessidades 
do cliente/ família, possibilitando-lhes, quando possível, participar de maneira ativa do 
processo da saúde 
Por exemplo, você identifica uma criança que apresenta um quadro de diarreia. 
Conversando com a mãe, constata que vivem em dois cômodos, sem água encanada, filtro, 
vaso sanitário e coleta adequada de lixo. Você concluirá, certamente, que diante de tal 
situação, a higiene das pessoas que ali vivem, como também a limpeza do ambiente, deverá 
estar precária. O local facilita a instalação e proliferação de germes os mais variados. 
O técnico de enfermagem deverá dar as seguintes orientações a criança/ família: 
a) Quanto a condutas com a higiene pessoal e cuidados com a pele; 
 
 
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101 
• Fazer toda e qualquer higiene do corpo utilizando sabão para facilitar a remoção de gordura, 
suor, poeira e germes que possam estar aderidos a pele; 
• Lavar as mãos antes do preparo da alimentação e das refeições; 
• Manter as unhas cortadas e limpas, assim como os pelos do corpo; 
• Usar roupas limpas; 
b) Quanto a condutas em relação à ingestão de água e alimentos: 
• Ingerir água filtrada e fervida (por 15 minutos); 
• Manter os recipientes de água tapados; 
• Lavar o filtro uma vez por semana; 
• Lavar com água e sabão todos os alimentos, principalmente aqueles que serão consumidos 
crus. 
c) Quanto a condutas em relação ao ambiente; 
• Manter o lixo em depósito ou em sacos plástico, para posterior coleta e tratamento. 
• Não jogar fezes e urina em rios nem em valas; 
• Usar fossa séptica (reservatório onde a maioria orgânica é decomposta e descarregada em 
escavação profunda). 
d) Quanto à ingestão de líquidos e alimentação: 
• Fazer com que a criança beba líquidos e eletrólitos (soro caseiro) em grande quantidade, 
para evitar desidratação; 
• Reforçar sua alimentação, mantendo o aleitamento materno ou introduzindo o leite 
artificial. 
• É importante que a responsável pelo atendimento ofereça apoio mantenha a família sob 
vigilância. 
 
10.1 A CRIANÇA / ADOLESCENTE NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
 
 
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102 
A atenção á saúde da criança e do adolescente no Brasil tem suas metas traçadas pelo 
Ministério da Saúde, a parte do conhecimento dos agravos que mais acontecem esses grupos 
e dos fatores causados de mortes, principalmente. 
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) feita me 1992 pelo Instituto 
Brasileiro ed Geografia e Estatística (IBGE), 53% das crianças e adolescentes brasileiros 
integram famílias com renda mensal inferior a meio salário mínimo. 
Tal condição de miséria teve como consequências, nos anos posteriores: alta de moralidade 
infantil (64 óbitos para 1000 nascidos vivos); grande números de crianças com diarreia, 
desidratação, infecção respiratória (sendo está a primeira causa de internação em crianças 
menores de 1 ano, e a pneumonia a principal causa de óbito) com deficiência nutricional 
(anemia, falta de vitamina A) e com doenças evitáveis com o uso de vacinas, como sarampo, 
coqueluche, difteria, tétano neonatal e acidental, hepatite B: aumento da gravidez na 
adolescência, levando ao nascimento de crianças com peso abaixo de 2.500 gramas, grade 
número de morte materna por doenças no período pré-parto, e no puerpério. “Para você o 
que representa o hospital?’’ Essa foi feita a criança e adolescente de diferentes idades que já 
haviam passado pela experiência de internação. 
Nessa pesquisa, a conclusão foi que para aquelas crianças e adolescentes o hospital se 
identifica com local de tortura, de violência e rupturas’’. 
No entanto, deve-se lembrar que as reações da criança/ adolescente a hospitalização pode 
ser variadas, dependendo da idade, do estágio de desenvolvimento sobre si mesmo e sobre a 
doença. Acredita-se que as crianças/ adolescentes portadoras de doença agudas apresentam 
necessidades diferentes daquelas com doenças crônicas pois estas geram mudanças na rotina 
diária do doente e da família, interferindo praticamente nos aspectos emocionais. 
De maneira geral, a doença altera sua capacidade de expressar seu mundo interior e 
dificulta sua interação com o meio. Por isso, é natural que nas enfermarias de pediatria elas 
se recusem a falar coma equipe, a expressar seus medos e ansiedades. 
 
 
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103 
É indispensável que a equipe identifique essa problemática e procure tornar cada contato 
o menos traumático e agressivo. Deve-se tratar a criança e a família com carinho, com palavras 
de conforto, chamando-os pelo nome. 
Acima de tudo, cada procedimento a ser realizado deve ser-lhes explicados, com uma 
linguagem acessível ao seu atendimento. A enfermagem realiza grande parte dos 
procedimentos indispensáveis à criança, como também tem maior possibilidade de estar a 
seu lado. 
Portanto, esse contato deve ser afetivo e efetivo, feito pra amenizar o sofrimento, a dor da 
criança/ adolescente, de modo a lhe restabelecer a saúde. Isso deve ser explicado ao cliente 
e deve constituir objetivo de toda a equipe. 
Toda ação deve ser realizada de maneira delicada, com tranquilidade e sem pressa. Se o 
profissional está tentando puncionar uma veia e não conseguefazê-lo até a terceira tentativa, 
se possível, deve passar a tarefa para outro membro da equipe. Se não houver ninguém, deve 
aguardar e tentar em outro momento, evitando-se, assim, aumentar o sofrimento da criança. 
Evite conter a criança no leito com ataduras ou qualquer outro tipo de material. Mesmo 
aquelas que ficam querendo retirar cateteres, sondas. Procure descobrir os reais motivos do 
que está acontecendo e discuta com outro profissional e a família o que pode ser feito para 
acalma –lá. 
Procure respeitar seus momentos de descanso. O sono e o repouso também são 
necessários para seu restabelecimento. 
Os adolescentes podem considerar a doença como castigo ou fraqueza do corpo, o que 
pode manifestar pela falta de apetite, de sono e até mesmo por depressão. Alguns 
medicamentos podem também levar a esse quadro, como, por exemplo, os corticoides. 
O técnico de enfermagem deve estar sempre alerta ao seguinte: 
• Surgimento de reações de sofrimento e de dor, mesmo que a criança não fale, este poderá 
ser identificado nas crianças muito caladas, que não interagem com os colegas da 
enfermaria, que recusam alimentação. 
 
 
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• Necessidade do respeito à criança/ adolescente, explicando-lhe o que será feito, o que 
facilitará sua colaboração; 
• Conveniência de possibilitar o apoio, o carinho e a presença da família, fortalecendo a 
confiança na equipe de saúde, favorecendo a recuperação, a autoestima. 
 
10.2 ASPECTOS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
Acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança e do adolescente é dever do 
Estado e direito da população, o que tem sido recomendado pelas organizações mundiais com 
um compromisso universal a ser seguido por todos os países. Cumprindo tal determinação, 
desde 1984, o Ministério da Saúde que fazê- lo constituir uma das cinco ações básicas da 
assistência à saúde da população infantil. 
Para esse seguimento, devemos utilizar como instrumento o Cartão da Criança, que 
contém a curva de crescimento e a ficha de acompanhamento do desenvolvimento. 
Avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança/ adolescente significa acompanhar 
seu amadurecimento biológico, psicológico, intelectual e moral. Esses fatores determinarão 
seu modo de viver e interagir com o ambiente e as pessoas. Para que tudo se passe de modo 
harmônico é necessário que antes de tudo a criança/ adolescente mantenha vínculos de afeto, 
proteção e aceitação. 
Cabe aos pais/ responsáveis e/ ou cuidadores promover uma passagem natural pelas 
diversas fase, para que a construção desse novo indivíduo se constitua de momentos e 
situações que possibilitem a formação de ser humano equilibrado, consciente das suas 
limitações e possibilidades. 
A psicologia moderna tem sido influenciada pelos estudos de Piaget sobre os estágios de 
manutenção da criança, que segundo ele são marcados pelo desenvolvimento do 
pensamento. Para isso, é preciso que a criança, desde a formação inicial, seja motivada para 
a aquisição de experiências. 
As experiências por que a criança/ adolescente são influenciadas pela quantidade e 
qualidade dos momentos ricos de afeto e prazer proporcionados pelos adultos no lar de fora 
 
 
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105 
dele. Disso irá depender desde a formação de sua personalidade até seu comportamento e o 
desenvolvimento da sexualidade. 
10.3 INFÂNCIA 
Nesta fase compreende três estágios, a saber a primeira infância (até os 2 anos de idade), 
a segunda infância ou fase pré-escola (dos 2 aos 6 anos) e a terceira infância ou fase escolar 
(dos 6 anos até o início da puberdade). 
A primeira infância --- fase do lactante – é o período no qual a principal alimentação da 
criança é o leite, principalmente materno. Ela passa por modificações importantes durante 
seu desenvolvimento físico, e vai adquirindo habilidades, por exemplo: a partir de 3 meses já 
ri, observa o ambiente que a cerca; senta-se aos 6 meses; engatinha aos 9 meses até um ano 
andará sozinha. 
A família deve estar orientada para promover a estimulação da criança, com medidas 
simples, mas muito eficazes, como: conversando, emitindo sons diferentes, acariciando-a. 
Também poderá utilizar materiais coloridos, luminosos, que muitas vezes são por nós jogados 
fora como sucata (caixas de papelão de diferentes tamanhos, rolos de papel higiênico, argila, 
jornais usados, garrafas de plásticos e latas vazias com as tampas, tintas coloridas, papeis 
brilhantes, de cor, restos de mechas de lã de várias cores). 
Além disso, por uma fase de descobertas, a família também deve ter o máximo cuidado 
com acidentes a que a criança possa estar sujeita. Por isso, não se deve deixar a criança ter 
contato com peças pequenas ou substâncias nocivas que possa engolir, deve-se evitar quedas, 
queimaduras e sufocação com plásticos. 
Todos esses são fatos comuns em que o próprio adulto coloca a criança em situação de 
risco. Dar alimentos a criança deitada, por exemplo, é uma delas, bem como oferecer-lhe 
alimentos que estejam há muito tempo e não conservados adequadamente, o que pode 
provocar intoxicação alimentar. 
A partir dos dois anos a criança está em pleno desenvolvimento motor, começa a ficar 
independente e se interessar pelo outro, participando de brincadeiras, ouvindo histórias. 
Encontra-se plena fase de curiosidade, querendo saber o que e o porquê das coisas a sua volta, 
 
 
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106 
já conhecendo um número maior de palavras. Reage muitos a separação dos pais, suporta 
períodos curtos de ausência. 
À medida que os ano passam, a criança mostra-se ativa, independente, confiante e quer 
fazer tudo o que vem a sua cabeça, precisando haver, portanto, atenção redobrada da família 
que precisa impor-lhe limites. Ela está aprimorado suas habilidades musculares, bem como 
buscado conhecer e dominar coisas novas, em busca de sua independência. Também passa a 
ter preferência, escolhendo seu grupo. 
O indivíduo nesta fase está em processo de formação da personalidade e começando a 
conhecer valores como responsabilidade, compromisso, cooperação, moral. 
 
10.4 PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA 
A adolescência caracteriza-se por alterações biológicas, psicológicas, sociais e culturais, e 
pode ter duração variada, dependendo do indivíduo. As modificações que ocorrem com o 
adolescente se dão em todos os órgãos e estruturas do corpo, devido à ação dos hormônios. 
Trata-se da fase chamada de puberdade, que quando para o crescimento dos ossos e conclui-
se o amadurecimento das gônadas, quando o indivíduo já pode gerar filhos. 
Durante esse período os jovens estão em busca de identidade, formada através da 
interação do mundo interior com o exterior, o que poderá levá-lo ao sentimento de perda, 
devido à passagem da fase infantil para a adulta: à procura de autonomia, autoafirmação 
evoluem sexualmente; reivindicam seu espaço na sociedade, tendendo a reunir-se em grupos 
afins; estão sujeitos a constantes mudanças de comportamento, por isso necessitam de 
diálogo e apoio. 
Para a avaliação do crescimento do adolescente, o Ministério da Saúde determina que se 
faça o acompanhamento da altura e da idade, através da curva de crescimento para o sexo 
feminino e masculino. A curva é adotada na forma de gráfico e cabe à equipe de saúde anotar 
aos dados do cliente. 
 
 
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107 
Por meio dessa curva, também podemos ter informações sobre o estado nutricional nessa 
faixa etária, avaliando os dados a situá-los em relação a estado de desnutrição ou de 
obesidade, por exemplo. 
Ainda até importante avaliar o estirão de crescimento e alguns caracteres sexuais, como o 
crescimento das gônadas, a primeira menstruação (menarca), o desenvolvimentodas mamas 
(telarca) e a aparecimento dos pelos pubianos (pubarca). 
Considera-se que o adolescente apresenta uma puberdade normal quando nas meninas há 
o surgimento do broto mamário e dos pelos pubianos entre os 8 e os 13 anos; já nos meninos, 
quando há o aumento do volume dos testículos e o aparecimento dos pelos pubianos entre 
os 9 e ao 14 anos. 
Dentre os problemas encontráveis na adolescência, pode-se falar da puberdade precoce, 
ou seja, quando os caracteres sexuais já citados surgem antes dos 8 anos de idade. Pode haver 
também a puberdade retardada, quando o adolescente ainda não apresenta os caracteres 
sexuais desenvolvidos após os 14 anos de idade. 
Quando há evidências de desenvolvimento física anormal (baixa estatura, aquisição de 
massa muscular, demora ou precocidade ao aparecimento dos caracteres sexuais), o 
profissional de saúde deve agendar as sessões de acompanhamento do adolescente a 
intervalos regulares não-superior a seis meses. Deve ser investigada a história familiar, a 
presença de patologias como desnutrição, parasitoses, doenças crônicas. Se houver 
necessidade, deve-se encaminhá-lo para serviços especializados de referência na região. 
Outro aspecto importante a ser observado na adolescência é ao desenvolvimento 
psicológico. Todos sabemos ser esta fase um momento difícil na vida do indivíduo e de sua 
família. O adolescente começa a querer expressar opinião e pensamento próprio, o que 
muitas vezes, pode levar a brigas, revoltas e inconformismo. Cabe à família proporcionar um 
convívio saudável, através do diálogo. 
Caso seja detectada alteração marcante no comportamento do adolescente (conduta 
agressiva, isolamento, desinteresse e consequente abandono da escola, desleixo pessoal, 
 
 
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dificuldades convívio familiar e no relacionamento interpessoal), o profissional de saúde deve 
encaminhá-lo para atendimento nos setores de saúde mental. 
O término da adolescência de maneira distinta para cada indivíduo, por isso é difícil precisar 
a época. Alguns fatores como determinados sinais de maturidade, desenvolvimento sexual e 
a estrutura familiar são indicadores e determinantes nesse processo. 
 
10.5 SEXUALIDADE 
A sexualidade normalmente manifesta-se antes adolescência, por meio da masturbação 
praticada por meninos e meninas. Na adolescência há uma evolução sexual, quando o 
conhecimento e o desenvolvimento do aparelho genital estimula a pratica do sexo e leva à 
escolha de parceiro. De início, de forma úmida e superficial, mas aos poucos progride no 
sentido de maior intensidade e busca de intimidade, tornando o adolescente sexualmente 
ativo. 
A educação sexual deve ser iniciada na família e na escola desde o ensino fundamental e 
reforçada nos períodos posteriores, principalmente na adolescência, Deve ser dada ênfase aos 
cuidados com a higiene do corpo e ao comportamento sexualmente responsável, com a 
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e como o uso de práticas contraceptivas, 
além de se abordar outros pontos, ás vezes polêmicos, como masturbação, namoro, aborto, 
homo e heterossexualidade e atitude pornográfica. 
A iniciação sexual precoce tem sido motivo de preocupação da família e da área de saúde. 
Ocorre devido à falta de orientação segura por parte de todos os responsáveis pela educação 
do adolescente nos diferentes espaços. Tal procedimento tem ocasionado graves 
consequência tanto física quando ele e tem levado, em número crescente de casos, à gravidez 
indesejada, à promiscuidade sexual e ao aborto. 
Cabe aos profissionais de saúde, no caso especialmente ao auxiliar de enfermagem, 
promover uma prática de saúde na comunidade (praticando educação para a saúde na visita 
domiciliar, em escolas, associações) e nas instituições, colaborando na mudança de hábitos 
prejudiciais à saúde, o autocuidado. 
 
 
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O profissional de saúde como educador deve ser um facilitador, um ouvinte que leva em 
conta o saber do adolescente e adota uma postura compreensiva e crítica, buscando as 
soluções em conjunto com os envolvidos. 
10.6 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 
A gravidez na adolescência é fator preocupante, correspondendo a 24,63% das internações 
obstétricas do sistema Único de Saúde e tem havido ultimamente um aumento de incidência. 
As consequências da gravidez e da maternidade nesse período da vida são de ordem 
sanitária ---biológica, psicológica ---social e demográfica. As crises daí implicam a necessidade 
de reestruturação e reajustamento. Por exemplo, o dados estatísticos demonstram que cerca 
de 40% dos filhos de adolescentes foram fruto de gravidez indesejada. Pode haver 
consequências indesejáveis para a mãe, para a criança e para família. Além disso, a mulher 
pode estar sujeita a contrair doenças sexualmente transmissíveis (principalmente a AIDS), 
como também contaminar o próprio filho. 
Esse fenômeno está presente nas diferentes classes sociais, porém tem maior incidência 
nas mais pobres. As reações da adolescência à gravidez podem manifestar-se diferentes 
maneiras, dependendo das experiências e da aceitação do novo papel antes ser adolescente 
e agora ser adolescente gestante. 
Atualmente a gravidez na adolescência não é mais considerada como sendo 
biologicamente desvantajosa somente para o feto, mas também par a mãe, que geralmente, 
necessita abandonar a escola, prover o seu sustento e ainda sofrer pressões emocionais por 
parte da família e da sociedade. É necessário frisar que a adolescente grávida está sujeita a 
riscos relativos à sua saúde e à do feto, tais como: trabalho de parto prematuro, recém-
nascido com baixo peso a idade gestacional materna, anemia por falta de ferro (ferropriva) e 
outros. 
O risco gestacional na adolescência não está relacionado apenas ao fator idade, mais à falta 
de condições adequadas para o acompanhamento da gravidez, do porto e do puerpério, como 
a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, a desinformação, a nutrição deficiente. Essa 
responsabilidade é das instituições governamentais, bem como dos profissionais da saúde. 
 
 
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O cuidado profissional deve favorecer o conhecimento da adolescente gestante sobre as 
transformações porque ala vai passar, estimulando-a ao autocuidado e ao enfrentamento das 
dificuldades e conflitos, através da formação de grupos de discussão nos serviços da saúde e 
na comunidade, onde as adolescentes encontrem soluções para seus próprios problemas e 
dificuldades. Um diálogo franco e aberto é fundamental. 
Deve-se tentar reduzir as consequências psicossociais de uma gestação precoce e outros 
agravos aos filhos, à própria mulher e à família. Dentre essas consequências, podemos 
destacar o modelo; a insegurança; a não-aceitação da gravidez pelos familiares; a rejeição à 
gravidez pela própria gestante; a responsabilidade com um ser. 
Um tratamento pré-natal de qualidade deve estar disponível durante todo processo até o 
período posterior ao nascimento do bebê, o que certamente resultará em situações tão 
favoráveis quando nos casos de gravidez de mulheres de maior idade. 
Devem ser dadas orientações em relação aos cuidados com o corpo e a mente; informações 
sobre as transformações corporais; sexualidade; nutrição adequada; sono; cuidados com o 
recém-nascido. É preciso que a adolescente aceite a maternidade como um processo que 
pode ser saudável e conscientize-se do seu papel de mãe. 
Facilitar sua adaptação à nova situação, oferecendo-lhe suporte e recuperação da 
autoestima é indispensável. 
 
10.7 ADOLESCÊNCIA: UMA FASE DE MUDANÇAS 
Do nascimento à idade adulta, o ser humano passa por mudanças profundas. A mais visível 
é o desenvolvimento de seu corpo. Esse desenvolvimento é acompanhadopor grandes 
alterações em sua mente, maneira de viver e de se relacionar com os outros. 
Quando nasce, o nenê depende em quase tudo dos adultos, especialmente da mãe. Ele 
precisa ser amamentado, banhado, vestido, carregado. Não é capaz de sobreviver sozinho. A 
única maneira que tem de se comunicar é o choro. Chora quando tem fome, quando está 
molhado, quando sente frio ou calor, quando quer companhia. 
 
 
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Aos poucos, torne-se capaz de fazer algumas coisa por si mesmo: brinca com suas mãos, 
pés e brinquedos, senta-se, fica de pé sozinho, começa a se locomover, balbucia, depois 
aprende a falar. 
Mais tarde, a criança vai pra a escola, passa a conviver com crianças e adultos fora de sua 
família, aprende a ler, desenvolver seus conhecimentos, torna-se cada vez mais 
independente. 
Por volta dosa 12 ou 13 anos, grades mudanças ocorrem em seu corpo e mente: 
A pessoa começa a deixar de ser criança e vai aos poucos se tornando adulta. Essa fase é a 
adolescência. O corpo se transforma: os órgãos sexuais amadurecem e surgem as 
características de homem e mulher adultos. A mente tem de se adaptar a essas 
transformações. A adolescência é uma fase de transição: a pessoa ainda tem características 
infantis, mas começa também a ter interesses, obrigações e responsabilidades da vida adulta. 
Virar gente grande é complicado, porque exige muitas decisões: o adolescente vai escolher 
seu modo de vida, suas crenças, seus namorados ou namoradas, começa a pensar na profissão 
etc. Vai tornar-se um ser independente. 
 
SEU CORPO ESTÁ MUDANDO 
A adolescência começa com a puberdade, ou seja, com as mudanças que ocorrem no corpo 
de meninos e meninas por volta de 12 ou 13 anos de idade. Essa palavra vem do termo latino 
púbis (penugem, pelos porque é nessa fase que surgem os pelos na região dor órgãos sexuais 
e nas axilas. 
A puberdade é desencadeada por um aumento na produção dos hormônios sexuais 
fabricados nos ovários e testículos, esses hormônios são lançados no sangue e vão agir em 
várias regiões do corpo, produzindo mudanças que podem ser facilmente notadas. 
Na menina, as transformações começam por volta dos 12 anos. Ela começa a perceber que 
nasceram pelinhos debaixo de seus braços e ao redor dos órgãos genitais. Ao mesmo tempo, 
os seios crescem, a cintura fica mais fina e os quadris e coxa, mais arredondados. Nessa época 
 
 
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as meninas têm sua primeira menstruação. Isso significa que ela é fértil, isto é, pode gerar 
filhos, isto é pode gerara filhos. 
Essas transformações ocorrem graças aos dois hormônios produzidos pelos ovários: a 
progesterona e o estrogênio. Nos meninos, as transformações começam um pouco mais 
tarde, a por volta dos 13 anos. Eles percebem que estão crescendo mais depressa. Seus órgãos 
sexuais se desenvolvem, isto é, o pênis e os testículos adquirem o tamanho adulto. É normal 
a um testículo ficar mais baixa que o outro. 
À medida que a puberdade avança, os pelos pubianos aumentam e ficam encaracolados. 
Os ombros tornam-se mais largos que os quadris e os números se desenvolvem no rosto, 
aparece uma penugem que se transformam em barba. A voz vaia ficando mais grossa. É nessa 
época que o menino tem a primeira ejaculação. Isso significa que ele já pode gerar filhos, já 
pode engravidar uma mulher. 
 
O RITMO DE CADA UM 
Essas mudanças de que falamos não acontecem ao mesmo tempo para todos jovens. Cada 
pessoa tem próprio ritmo. Com 13 anos, um menino pode já ter crescido bastante falar com 
voz mais grosso e ter órgãos sexuais desenvolvidos. Outro, com a mesma idade, ainda tem 
jeito de criança. Isso não tem importância nenhuma. Logo, logo, as mudanças vão começar 
para ele também. 
Portanto, se uma amiga sua já tem seios grandes e você ainda não, não se preocupe, sua 
vez chegara. Se seu amigo já mudou de voz, e você não, calma. Sua voz engrossará também. 
Cada um é um, com seu próprio desenvolvimento. 
As meninas não devem se preocupar com desenvolvimento desigual dos seios, pois é 
comum um seio crescer mais que o outro, no início. Essa diferença desaparece ao final do 
crescimento. 
Outra preocupação dos jovens nessa fase são as famosas espinhas. Na puberdade, as 
glândulas sebáceas começam a fabricar mais óleo, ocasionando cravos e espinhas. Quase 
 
 
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todos os jovens passam por esse problema. É melhor não espremer espinhas e cravos, para 
que o rosto não fiquem marcado. 
As glândulas sudoríparas também se desenvolvem na puberdade, aumentando a 
quantidade de suor e ocasionando o cheiro característico. Um bom banho diário resolve o 
problema. 
Os meninos devem lavar muito bem, diariamente, com água e sabonete, a parte superior 
do pênis. Emb da pele que recobre a glândula (cabeça do pênis) forma-se uma secreção que 
se acumula e pode provocar mau cheiro e até infecção. Às vezes essa pele é muito apertado 
(fimose), sendo necessário fazer urna cirurgia para corrigir o problema. Isso é muito comum. 
 
E NA CABEÇA, O QUE MUDA? 
Até agora falamos das transformações físicas que ocorrem na adolescência. Mas essa fase 
é marcada também por alterações psicológicas. A adolescência é um período de crise, quando 
a pessoa está em transição entre a infância e a idade adulta. 
A situação do adolescente na família muda, até agora, você era apenas acriança, poucas 
responsabilidades eram exigidas de você. Daqui por diante, seus pais passam a cobrir atitudes 
mais adultas, querem mais seriedade, menos brincadeiras, amais aplicação nos estudos, e lhe 
dão mais tarefas para fazer. Alguns jovens já precisam começara a trabalhara. Ao mesmo 
tempo, os adultos ainda tratam o adolescente coma criança, que não sabe das coisas, que 
precisa obedecer sem reclamar. 
Em sua cabeça também há muitos conflitos. Você ama seus pais, mas às vezes os odeia. 
Quer ser independente, mais ainda depende da família. Não quer ser mimado, mais ainda 
necessita de proteção. 
Essas brigas dentro de você são normais nesse período da vida. Mas são muito construtivos, 
pois é a partir dessa confusão toda que você vai descobrir o que quer de verdade, como será 
que, caminhos seguirá. 
O adolescente questiona o mundo e os valores da sociedade. Por isso, é comum o jovem 
se revoltar contra todas as regras impostas a ele. Até agora, ele obedecia. Daqui para frente, 
 
 
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ele quer seguir seu coração e sua cabeça, formar suas próprias opiniões, adquirir suas 
experiências sozinho. 
Nessa fase acontecem os primeiros namoros, aparecem os desejos sexuais, as emoções são 
vividas coma muito intensidade. É comum o adolescente perguntar: o que é sexo? Quando e 
com quem posso ter relações sexuais? Amo ou odeio essa pessoa? 
É bom descobrir coisas novas sobre a vida e sobre nós mesmos. Conhecer, perguntar, 
experimentar, discutir, são atitudes benéficas e construtivas. Mais adiante, procuremos 
responder a muitas de suas perguntas sobre sexualidade. 
 
11. VAMOS FALAR DE SEXO 
PARA QUE SERVE O SEXO? 
Essa pergunta tem mais de uma resposta possível. Provavelmente, a primeira de qualquer 
livro de Ciências seria: o sexo serve para garantir a reprodução das espécies. 
De fato, a primeira função da atividade sexual dos seres vivos é dar origem a novos seres e 
assim manter a espécie. Na maioria dos animais, o macho só cruza com a fêmea quando ela 
está no cio, isto é, quando está fértil, quando seu organismo está pronto para gerar filhotes. 
E no ser humano? Será que também é assim? 
Definitivamente não. A reprodução é apenas uma das funções da atividade sexual. Uma 
prova disso é que homens e mulheres estão aptos para a relação sexual em qualquer época e 
não só quandovão ater filhos. As mulheres têm vontade de ter relações mesmo quando estão 
grávidas ou menstruadas, ou seja, fora do período fértil. 
No ser humano, a relação sexual é uma forma de obter prazer e alegria e de dar e receber 
carinho e afeto. É a forma mais íntima de duas pessoas se relacionarem e envolve emoções 
muito profundas. Não é à toa que a relação sexual também é chamado “fazer amor”. 
 
COMO ACONTECE A EJACULAÇÃO? 
 
 
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Quando um rapaz fica excitado, seu pênis fica ereto (duro), pois acumula-se sangue dentro 
dele. Num certo momento, o esperma jorra pela uretra, numa série de jatos; é a ejaculação. 
Cada ejaculação produz um pouco mais que uma colher pequena de esperma. 
Às vezes a ejaculação ocorre durante o sono; nesse caso chama-se polução noturna. Isso 
pode ou não acontecer quando o rapaz tem sonhos relacionados com sexo. A polução noturna 
é natural e não a faz mal nenhum. 
Antes da puberdade, mesmo em crianças pequenas, pode ocorrer ereção, mas sem 
ejaculação. Quando um menino começa a ter ejaculação, significa que seu organismo já 
produz espermatozoides, que ele já pode engravidar uma mulher. 
 
O QUE É A MENSTRUAÇÃO? 
Um belo dia, quando a menina tem por volta de 12 anos, sua calcinha aparecer manchada 
de sangue. Que susto! Calma! é apenas a primeira menstruação. 
Como já vimos, a partir da puberdade, a cada mês amadurece um óvulo no organismo da 
mulher. se o óvulo não for fecundado por um espermatozoide, ele se desfaz. A mucosa uterina 
começa a se desmanchar e seus fragmentos são expelidos pela vagina, junto com sangue. Isso 
é a menstruação. Essa perda de sangue pode durar de três a cinco dias, mais ou menos. 
Algumas meninas ficam envergonhadas com a menstruação deve ser motivo de orgulho, 
pois mostra que a menina já fértil, que virou mulher mesmo. É, afinal, todas as mulheres 
menstruam. Por que ter vergonha? Durante a menstruação, é preciso usar um absorvente 
para impedir que o sangue manche a roupa. 
Existem absorventes de diversos tipos e marcas. Experimentando vários deles, você vai 
descobrir com qual se sente melhor. Se não puder comprar absorventes, use toalhinhas. Nesse 
caso, a é preciso lavá-las muito bem para poder usá-las novamente. Não use papel ou 
toalhinhas mal lavadas. Ficam coma cheiro ruim e podem causar infecções. 
Existe à venda também o tampão, que é um tubo de algodão para ser colocado dentro da 
vagina. Em geral, é usada por mulheres que já tiveram relação sexual. 
 
 
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Durante a menstruação, pode –se fazer tudo que se faz no resto do mês: lavar a cabeça, 
nadar, fazer ginástica, comer comida normal, tomar sorvete, andar de bicicleta, andar 
descalça etc. Tomar banho, então, nem é precisa dizer: ele é absolutamente necessário para 
manter a higiene e não faz mal nenhum. 
As mulheres não precisam deixar de ter relações sexuais nesse período. Só se elas ou seus 
parceiros não se sentirem bem. 
Algumas mulheres sentem cólicas (dores na barriga) quando estão menstruadas. Se as 
cólicas forem fortes, aspirina e bolsa de água quente ajudam. Exercícios físicos, como 
caminhadas e natação, também aliviam as dores. Se elas forem fortes demais e muito 
prolongadas, é bom procurar o médico. 
 
É ERRADO SE MASTURBAR? 
Masturbação significa mexer nos órgãos sexuais ou cariciá-los para sentir prazer. Essa 
manipulação dos órgãos sexuais começa na infância – quando a criança está descobrindo seu 
próprio corpo – e pode acontecer durante toda a vida. Na adolescência ela é mais comum. 
Antigamente – e mesmo ainda hoje dizia-se que a masturbação fazia mal, deixava as 
pessoas fracas, coma dor de cabeça, fazia crescer pelos nas mãos, viciava e outras bobagens 
assim. Dizia-se também que quem se masturbava ficava incapaz de ter relações sexuais. 
Nada disso é verdade. A masturbação não faz mal, não é doença nem vício. É um modo de 
satisfazer a vontade sexual, conhecer o corpo, experimentar suas sensações. 
 
O QUE É HOMOSSEXUALIDADE? 
É atração sexual por pessoas do mesmo sexo. Existem homens e mulheres homossexuais. 
O homossexuais é uma pessoa absolutamente igual às outras. Tem características hormonais, 
glandulares e sanguíneas iguais às de qualquer pessoa de seu sexo. O que o diferencia é sua 
escolha sexual: ele só se sente atraído por pessoas do mesmo sexo e é assim que sua 
sexualidade se realiza. 
 
 
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A homossexualidade não é vício nem doença. A escola sexual de uma pessoa deve ser 
respeitada. Piadas, comentários grosseiros sobre homossexuais ou, pior ainda, ofensa a uma 
pessoa que tem essa característica demonstram uma profunda ignorância e uma enorme falta 
de respeito para com um ser humano. 
Na adolescência, é muito comum surgirem amizades muito íntimas entre meninos ou 
meninas. Isso é proibido da idade e não significa que a pessoa vá tornar-se homossexual. A 
opção sexual vai-se definindo aos poucos. Na adolescência não dá para saber ainda se uma 
pessoa será ou não homossexual. 
 
O QUE É SER VIRGEM? 
Uma pessoa – homem ou mulher- é virgem quando nunca teve relações sexuais. Nas 
mulheres virgem existe uma pele fina que recobre a entrada do canal da vagina: é o hímen. 
Ele tem um orifício, através do qual escoa o sangue menstrual e a secreção da vagina. 
Geralmente o hímen se romper na primeira relação sexual. Às vezes dói um pouquinho, 
mas nem sempre. Durante muito tempo, as normas sociais foram diferentes para homens e 
mulheres. As moças deviam permanecer virgens até o casamento; os rapazes; ao contrário, 
eram incentivados a ter relações sexuais desde o início da puberdade. 
Isso ainda acontece muito. Em algumas famílias essas regras são tão rígidas que não 
admitem qualquer discussão. Mas há um número cada vez maior de pessoas que não pensam 
assim. Vamos refletir sobre isso. Será que uma moça vale menos porque teve relações sexuais 
antes do casamento? Será que um rapaz é obrigado a ter relações sexuais para ser valorizado? 
Atualmente, em alguns grupos de jovens acontece o contrário com relação às meninos; as 
que se mantêm virgens são chamadas de atrasadas e caretas. Vamos pensar sobre isso 
também: uma pessoa tem obrigação de ter relações sexuais? Neste assunto, só uma regra 
precisa ser rígida: todas as pessoas devem ter liberdade de escolher o que querem ou não 
querem fazer. 
 
QUANDO TER A PRIMEIRA RELAÇÃO SEXUAL? 
 
 
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Se você acha que vai encontrar aqui uma resposta prontinha, uma receita para ser seguida, 
avisamos que não vai, não. Essa é uma decisão que ninguém pode tomar por você. Podemos 
ajudar você a refletir sobre o assunto, mas quem vai resolver é você mesmo. É o seu corpo, 
são os seus sentimentos, sua cabeça e seu coração que têm a palavra final. 
Sexo é uma união muito íntima entre duas pessoas. Por isso, é bom quando envolve duas 
pessoas que se querem bem, sentem atração uma pela outra, confiam uma na outra, querem 
dar alegria e prazer uma à outra. 
O sexo pode trazer grande alegria, mas também pode magoar. Um rapaz que tem relações 
e depois sai por aí contando vantagem, dizendo que “faturou” aquela menina, anão está 
respeitando essa moça. Provavelmente, não-está se respeitando também: ter relações sexuais 
para mostrar aos outros em geral não dá satisfação ou contentamento. 
Uma moça que concorda em ir para a cama só para não ser chamada de careta, ou só párea 
saber como é, ou simplesmente para agradar ao namorado, também tem muita chance de 
sair magoada. Para ter relação sexual é preciso carinho, confiança, entendimento, respeito. É 
muito importante, é preciso tomar providências para prevenir uma gravidez não desejada. 
Não dar para falara de sexo semfalar de sentimentos, fazer aquilo que não se tem vontade 
ou obrigar o outro a fazer coisa que não querem só poder deixar as pessoas magoadas e sem 
alegria. Há outra coisa muito importante a ser lembrada. Muitas pessoas acham que as 
relações sexuais só devem acontecer depois do casamento. Em certas religiões, essas normas 
é muito severa. Cada pessoa tem direito de seguir as regras que acha corretas. 
Se uma pessoa resolver desobedecer às normas de sua família ou de sua religião, deve levar 
em conta a que terá de enfrentar opiniões contrárias e sentimentos complicados, como culpa 
e medo. É importante conversar sobre essas coisas com os amigos, com o namorado ou 
namorada, com adultos compreensivos. Assim fica um pouco mais fácil resolver as coisas e 
preparar-se para assumir a responsabilidade da decisão. 
 
COMO É A RELAÇÃO SEXUAL? 
 
 
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A relação sexual inicia-se com muito carinho. O homem e a mulher se abraçam, e se beijam, 
trocam carícias. Isso faz com que fiquem excitados: o pênis do homem fica ereto e a vagina da 
mulher torna-se bem úmida. 
Em geral, a mulher excita mais devagar que o homem. Os dois continuam a fazer carinhos 
e, quando a mulher demonstra que está pronta, o homem coloca o pênis dentro de sua vagina. 
A sensação é muito boa para ambos. 
No momento em que a excitação está no máximo, acontece o orgasmo: o homem ejacula 
e a mulher sente contrações em toda a região genital. O orgasmo é o momento de maior 
prazer. Mas nem sempre os dois têm orgasmo ao mesmo tempo. 
Aos poucos, o casal vai descobrindo como realizar a relação sexual da maneira mais 
satisfatória para os dois. Nem sempre dá tudo certo nas primeiras vezes. É assim mesmo. 
 
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS 
A partir da puberdade, os rapazes e as moças podem gerar filhos. Mas ter filhos e uma 
decisão muito séria. Cuidar de uma criança exige muitas condições, que os adolescentes não 
têm. As crianças precisam de cuidado constante, carinho, a orientação de adultos 
responsáveis, muito tempão disponível e condições financeiras para criá-los. 
Uma criança é uma pessoa. Fazer uma pessoa é uma responsabilidade enorme. Quem quer 
ter relações sexuais mais não pode correr o riso de uma gravidez precisa utilizar algum método 
anticoncepcional. 
O casal deve conversara claramente sobre como evitar a gravidez. É preciso que isso seja 
feito antes de iniciar um relacionamento sexual. Depois é tarde. É a mulher que fica grávida, 
mas ela não fica grávida sozinha. A responsabilidade é dos dois. Se não dá para conversar 
sobre o assunto, ainda não chegou a hora de ter relação sexual. Vamos ver agora quais os 
métodos anticoncepcionais mais comuns. 
CAMISINHA 
 
 
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A camisinha, chamado também camisa-de-vênus ou preservativo, é o método 
anticoncepcional mais simples. É vendida em farmácia e supermercado e qualquer homem 
pode usá-la. 
É uma espécie de saquinho de borracha que deve ser colocado no pênis já ereto, antes da 
penetração na vagina. O esperma ejaculado fica dentro da camisinha, impedindo que os 
espermatozoides entrem no corpo da mulher. 
Ao colocar a camisinha, é preciso deixar um espaço livre no fundo, para que o esperma se 
deposite ali. 
PÍLULA 
É um comprimido feito com hormônios não naturais que impedem a ovulação 
(amadurecimento do óvulo) é um método quase 100% seguro de evitar a gravidez. 
Aa pílula deve ser tomada todos os dias, no mesmo horário. Cada cartela tem 21 
comprimidos. O primeiro deve ser tomado no quinto dia a partir Ada vinda da menstruação. 
Assim: 
1º dia da menstruação 
1 2 3 4 5... 
Tomar a 1ª pílula da cartela 
A adolescente não deve tomar pílula, pois seus hormônios podem interferir no 
desenvolvimento sexual, que ainda não está completo. Para algumas mulheres, a pílula pode 
trazer problema de saúde. Por isso, esse anticoncepcional só pode ser receitado por medito, 
que avaliará a saúde da mulher antes de indicá-lo. É importante também que todas as 
mulheres que tomam pululas façam consultas médicas periódicas (pelo menos uma vez por 
ano). 
No primeiro mês em que se toma pílula, é bom usar também outro método, como a 
camisinha. Isso porque às vezes ainda ocorre ovulação nesse primeiro mês. 
QUANTA BOBAGEM! 
 
 
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• É a primeira vez. Não vou ter esse azar 
• Em pé não engravida. 
• Se lavar bem depois, não fica grávida. 
• Uma boa lavagem com vinagre ou Coca-Cola mata os espermatozoides. 
Nada disso é verdade. Se os espermatozoides encontrarem um óvulo maduro no corpo da 
mulher, engravida, sim! 
Pode ser a primeira vez, tomar mil duchas ter relações na posição que for. 
Por isso, conversar com seu par e escolher de comum acordo um método anticoncepcional 
é a única coisa inteligente a fazer quando se quer ter relação sexual sem gravidez à vista 
Antes de começar um relacionamento sexual, a mulher deve ir ao ginecologista. Se puder 
ser com o parceiro, melhor. O médico explicará os métodos apropriados ao seu caso, dará 
orientação e explicará direito o uso. 
DIU 
DIU significa “dispositivo intrauterino”. E uma peça de cobre ou plástico, que é colocado, 
pela médico, dentro do útero, ela impede que o espermatozoide chegue ao óvulo ou que o 
óvulo fecundado (ovo) se implante no útero e se desenvolva. 
Só um médico pode colocar o DIU. As mulheres que usam esse método devem consultar o 
médico periodicamente, pois as vezes ele provoca sangramentos ou outros problemas de 
saúde 
DIAFRAGMA 
É uma capinha de borracha que deve ser colocada na parte mais profunda da vagina, de 
modo a tampar a entrada do útero, impedindo a penetração dos espermatozoides. Deve ser 
colocado antes da relação e retirado oito horas depois. 
 
 
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A colocação do diafragma não é muito simples, é preciso um pouco de treino. Deve-se 
consultar um médico; que indicará o tamanho do diafragma adaptado para cada mulher e 
ensinará a usá-lo. 
O diafragma não prejudica a saúde e não é sentido nem pela mulher e nem pelo homem 
durante a relação. 
 
TABELINHA 
É método natural, pois não utiliza nem um material ou remédio. Consiste em não ter 
relações no período fértil, ou seja, no período em que existe um óvulo maduro no organismo 
da mulher. só dá certo se a mulher for bem regulada, quer dizer, se sua menstruação não 
adiante nem atrase. 
Como você já estudou, aproximadamente do meio ciclo menstrual ocorre o 
amadurecimento de um óvulo, e uma mulher pode engravidar. Para determinar o período 
certo da ovulação, primeiro a pessoa tem de saber direitinho qual é o seu ciclo, e se ele é bem 
regular. Isso pode ser feito anotado, durante pelo menos 8 meses, os dias da menstruação. Se 
for regular, a menstruação virá sempre de 27 em 27 dias, e de 28 em 28, de 30 em 30. 
Para usar a tabela, a mulher deve anotar em uma folhinha o início da menstruação e o 
primeiro dia do ciclo, numa mulher que menstrua em 28 e 28 dias 14º dia será o dia da 
ovulação. Se menstruar de 30 a 30 dias será o a 15º. 
Não se deve ter relação 4 dias antes e 4 dias depois da ovulação. Os dias mais seguro de 
ter relações sexuais sem engravidar são: 
• Dias da menstruação; 
• Os dias da menstruação; 
• Dias após a menstruação. 
É preciso muito cuidado: o método da tabelinha falha. Em mulheres com menstruação 
regular, ele não funciona mesmo. E até quando o ciclo é bem certinho, apode ocorrer uma 
 
 
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irregularidade passageira. Por isso, não é um método adequado para quem quer evitar de 
todo jeito uma gravidez. 
COITO INTERROMPIDO 
Consiste em retirar o pênis da vagina da mulher antes da ejaculação. Não é ummétodo 
seguro. Às vezes, saem gotas de esperma antes da ejaculação. Como uma gotinha tem milhões 
de espermatozoides, poderá ocorrer gravidez. Além disso, dificilmente os homens têm 
controle suficiente sobre seu próprio corpo para interromper a relação no momento exato. 
Também não é um método satisfatório, pois pode atrapalhar o prazer sexual do par. 
 
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST’s) 
São as doenças que uma pessoa transmite a outra através da relação sexual. São também 
chamadas doenças venéreas. As mais comuns são a gonorreia, a sífilis e a AIDS. 
 
COMO EVITAR? 
Há duas maneiras principais de evitar essas doenças: 
• Limitar o número de parceiros. Quando uma pessoa tem relações sexuais com várias outras, 
suas chances de pegar uma doença venérea aumentam, pois há maior probabilidade de 
algum os parceiros estar contaminado. 
• Usar camisinha em todas as relações sexuais. A camisinha evita o contato direto entre o 
pênis e a vagina, impedindo que a doença seja transmitida através dos órgãos sexuais do 
homem para a mulher ou vice-versa. 
 
ESSAS DOENÇAS SÃO CURÁVEIS? 
A gonorreia e a sífilis, sim. Seu tratamento é feito com antibióticos, que matam as bactérias 
causadoras dessas doenças. A AIDS, porém, ainda não tem cura. É uma doença mortal. A única 
maneira de se proteger é saber tudo sobre ela para poder evitar o contágio. 
 
 
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GONORREIA 
 
 
• QUAIS SÃO OS SINTOMAS? 
O homem com gonorreia sente dor e ardência quando urina, e elimina gotas de pus pela 
uretra. Pode aparecer íngua na virilha. As mulheres não apresentam sintomas no início. 
Depois aparece dor no abdome. A mulher pode ficar estéril se a doença não for tratada. 
• QUE FAZER? 
Quando aparecerem esses sintomas, é preciso avisar ao parceiro deixar de ter relações 
sexuais e ir ao médico. O tratamento é fácil, mas só um médico pode orientá-lo. Remédio 
caseiro não adianta. Vergonha de ir ao medido é bobagem; só piora as coisas. Como os 
sintomas não são claros nas mulheres, elas dificilmente desconfiam quando estão doentes. 
Por isso, é importantíssimo ir ao ginecologista uma vez por ano. 
O parceiro de uma pessoa que está com gonorreia (ou qualquer outra doença sexualmente 
transmissível) também deve procurar o médico para ver se pegou a doença e fazer o 
tratamento adequado. 
SÍFILIS 
 
 
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125 
 
• É UMA DOENÇA GRAVE? 
É muito grave, se não for tratada corretamente. Pode causar problemas sérios, como 
cegueira, paralisia, loucura e até levar à morte. Por isso, precisa ser tratada com 
acompanhamento médico e exames de laboratório, para evitar que avance no organismo. 
Como todas as outras doenças sexualmente transmissíveis, a contaminação se dá na 
relação sexual. A mãe sifilítica também passa a doença para o nenê. 
• QUAIS OS SINTOMAS DA SÍFILIS? 
A sífilis manifesta-se inicialmente por uma feridinha nos órgãos sexuais, que pode nem ser 
percebida e sara sozinha, mesmo sem tratamento. Mas o micróbio continua no organismo. 
Em seguida, aparecem manchas avermelhadas no corpo, que também desaparecem sozinhas. 
A fase mais grave da doença ocorre quando ao micróbio atinge o sistema nervoso e órgãos 
internos, levando ao paciente a ter febre alta, perda de cabelo, rachaduras nos pés e nas mãos, 
gânglios inchados. 
 
AIDS 
• O QUE É? 
AIDS é a sigla da expressão inglesa que significa síndrome da imunodeficiência adquirida. É 
causada por um grupo de vírus que invadem certos glóbulos brancos, responsáveis pelas 
defesas do organismo contra as doenças. 
O vírus multiplica-se dentro dessas células e acaba por destruir todo o sistema imunológico 
(sistema de defesa do organismo) da pessoa. O organismo do doente de AIDS torna-se 
 
 
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completamente incapaz de se defender contra infecções, como a pneumonia, a meningite, as 
infecções intestinais. Cada vez mais fraco, o doente acaba morrendo de uma dessas doenças 
que seu corpo não consegue combater. 
 
A AIDS é uma doença nova. Os 
primeiros casos aparecem em 1979, nos 
Estados Unidos. No Brasil, a doença foi 
registrada pela primeira vez em 1982. 
atualmente, os países com maior número 
de aidéticos são os Estados Unidos, o 
Brasil, Uganda e França. 
 
 
• COMO É TRANSMITIDA A AIDS? 
A AIDS passa de uma pessoa para outra através de esperma, sangue e secreção vaginal de 
pessoas contaminadas com o vírus. 
Portanto, pode-se pegar AIDS: 
⁻ Tendo relação sexual com pessoas contaminadas; o homem contaminado passa a doença 
para outro homem ou para uma mulher. a mulher contaminada pode transmitir AIDS para 
um homem. 
⁻ Recebendo sangue contaminado através de transfusões; 
⁻ Usando seringa e agulhas de injeção utilizadas anteriormente por portadores do vírus. 
⁻ Mães aidéticas podem passar a doença para o nenê durante a gravidez, na hora do parto ou 
pela amamentação. 
• ENTÃO, COMO EVITAR A AIDS? 
Agora que você já sabe como a doença é transmitida, fica fácil entender como pode ser 
evitada: 
 
 
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127 
⁻ A transmissão por via sexual pode ser prevenida usando camisinha em todas as relações 
sexuais e tendo menor número possível de parceiros sexuais. Quanto maior o número de 
parceiros, maior a chance de que algum deles esteja contaminado. Quem tem relações 
sexuais com várias pessoas correm grandes risos. Lembre-se de que tanto o homem quanto 
a mulher podem transmitir a doença. Pessoas portadoras do vírus, mesmo que ainda não 
estejam doentes, contaminam seus parceiros. 
⁻ O sangue usado em transfusões deve ser rigorosamente controlado. O governo deve exigir 
que os bancos de sangue façam testes em todo o sangue, antes de distribuí-lo. 
⁻ Só se deve tomar injeção com seringa e agulhas descartáveis novas ou com seringas e 
agulhas esterilizadas. Isso porque, quando duas pessoas usam a mesma seringa e agulha, o 
sangue delas se mistura; se uma estiver contaminada, a outra pega o vírus. É por isso que há 
muitos casos de AIDS entre os viciados em drogas, pois frequentemente vários deles usam a 
mesma seringa e agulha. 
⁻ Agulhas de acupuntura, de furar as orelhas ou de fazer tatuagens também precisam ser 
cuidadosamente esterilizadas. Isso vale também para instrumentos utilizados por barbeiros 
e manicures (giletes, alicates etc.). como esses instrumentos podem entrar em contato com 
sangue de pessoas contaminadas, precisam ser adequadamente esterilizados antes de cada 
uso. É bom cada pessoa ter sua própria gilete, seu alicate etc. 
• PICADAS DE INSETOS TRANSMITEM AIDS? 
Não existe nenhum estudo que comprove isso. Também não se pega AIDS em apertos e 
mão, abraços, beijos no rosto, espirros, piscinas, vasos sanitários, toalhas, copos ou qualquer 
outro objeto. Basta que esses objetos sejam normalmente limpos. 
• CONVIVER COM DOENTES DE AIDS É PERIGOSO? 
A convivência social ou familiar com aidéticos não apresenta perigo nenhum, desde que se 
tomem os cuidados higiênicos normais. 
As pessoas que tratam dos doentes com sangue ou outros líquidos do corpo do doente. 
 
 
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Mas é totalmente errado deixar de visitar um doente ou abandonar um colega que está 
com AIDS. O aidético precisa de carinho e amizade para aliviar seu sofrimento. É uma 
desumanidade abandonar uma pessoa porque ficou doente. E é uma grande bobagem 
também: ninguém pega AIDS porque visitou um aidético, conversou e foi acarinhado com ele. 
• COMO UMA PESSOA SABE QUANDO ESTÁ COM AIDS? 
Uma pessoa pode estar contaminada e não apresenta sintomas: o vírus permanece no 
organismo sem se manifestar por um período de seis meses a cinco anos. Nesse período, a 
pessoa podetransmitir a doença. 
Os principais sintomas da AIDS são febres, diarreia constante, emagrecimento, sapinho, 
gânglios inflamados pelo corpo, manchas roxas na pele que não desaparecem com o tempo, 
cansaço, falta de ar, tosse, desequilíbrio mental repentino e não explicado. 
Uma pessoa coma alguns desses sintomas deve procurar um médico. Não é possível saber 
sozinho se está com AIDS, pois esses sinais podem indicar outras doenças. O diagnóstico 
definitivo é feito apenas pelo médico através do exame do paciente e de testes de laboratório. 
• EXISTE REMÉDIO CONTRA A AIDS? 
Até o momento não há nenhum medicamento que destrua o vírus da AIDS. Por isso, o 
tratamento médico resume-se a cuidar das infecções que o paciente contrai pela fala de 
defesa de seu organismo. Os medicamentos usados apenas prolongam a vida do doente e 
melhoram seu estado geral. A cura definida da AIDS ainda não existe. 
• EXISTE VACINA CONTRA A AIDS? 
Infelizmente, ainda não. Em diversos países, principalmente nos Estados Unidos e na 
França, estão sendo feitas pesquisas para descobrir uma vacina que imuniza as pessoas contra 
o vírus da AIDS. Mas ela ainda não foi obtida. 
Enquanto a vacina não vem, só é possível prevenir a contaminação através das medidas já 
explicadas. É bom lembrar: qualquer pessoa pode pegar AIDS. É preciso tomar todos os 
cuidados possíveis. 
 
 
 
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129 
AGRAVOS SOCIAIS (ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS) 
Em nossa sociedade existem drogas que são permitidas (lícitas) e outras que são proibidas 
(ilícitas). O uso do álcool e do fumo e permitido, exceto aos menores de 18 anos. No entanto, 
isso não impede que criança e adolescentes os utilizem, as vezes com o conhecimento. Muitas 
delas experimentam cigarros na infância e mais tarde passam a fazer uso do fumo em ocasião 
especiais, como festas, em clubes e a partir daí não param mais. 
O tipo de droga utilizada pela população infanto juvenil depende de diversos fatores, como 
situação sócio econômica e história familiar. 
Álcool, fumo e outras drogas são encontradas em grande variedades e coma grande 
facilidade de aquisição. Hoje em dia, estão presentes em todos os espaços em que há crianças 
e adolescentes – na rua, nas casas, nas escolas – propagandas pelo adulto. Muitos acidentes 
de trânsito, provocados por jovens, estão relacionados ao uso do álcool e de outras drogas, 
como a maconha, cocaína. 
Os adolescentes, em processo de autoafirmação e busca de identidade, muitas vezes 
apresentam a manifestações de rebeldia e são alvo fácil. Se acrescentarmos a isso o dado da 
aceitação social, chega-se ao consumo indiscriminado. 
De maneira geral, as substâncias mais utilizadas por essa faixa da população são o álcool e 
o fumo (tabagismo). Em nossa sociedade, assistimos diariamente, nos meios de comunicação, 
propagandas com imagens sedutoras associando fumantes e alcoolistas a pessoas bonitas, 
ricas e bem-sucedidas. Tudo isso mexe com a fantasia das crianças e adolescentes, 
estimulando o consumo. 
Os adultos devem discutir com eles os perigos do fumo, como a redução da capacidade do 
pulmão, informar que a adolescente grávida por exemplo, poderá ter um filho com baixo peso 
ao nascer, enfim, abordar os diversos problemas relacionados, principalmente, para aqueles 
que são alérgicos. 
No que se refere ao consumo de álcool, seu uso produz uma sensação de relaxamento e 
de prazer, porém as consequências advindas do uso são variadas, podendo gerar desde 
problemas no seio da família até no ambiente sociocultural mais amplo. 
 
 
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130 
É preciso investir em medidas preventivas, como promoção da educação em saúde junto 
ao adolescente e a criança, incentivando, por exemplo, a prática de esportes. Devemos mantê-
los informados sobre os risos e sequelas (consequências) que podem comprometê-los de 
forma permanente, principalmente pelo fato de estarem em fase de transformações 
biológicas, físicas, emocionais. Deve-se discutir com eles os motivos que levam as pessoas ao 
consumo de drogas, seus efeitos no organismo, os problemas e as complicações do uso. 
Assim procedendo, poderemos ajudar na desmistificações da imagem da droga como 
produtora de prazer e facilitadora de boas relações. 
 
12. A ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL NAS DIRETRIZES PARA A ATENÇÃO À SAÚDE DA 
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
Nos últimos anos, o governo brasileiro tem instituído leis e colocado em ação, por 
intermédio do Ministério da Saúde, vários programas de saúde para atender à população 
materno-infantil e os adolescentes em nível nacional. Essas diretrizes, vigente no ano de 2000, 
serão detalhadas a seguir: 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
Este Estatuto foi instituído pela Lei Federal nº 8.069 de 1990, em substituição ao Código de 
Menores e tem como finalidade a proteção, defesa e desenvolvimento da criança e do 
adolescente. Ele determina os seus direitos e o que se espera da família, considerada os seus 
direitos e o que se espera da família, considerada como a primeira e principal cuidadora. 
A lei ressalta que esse grupo deve ter todos os direitos como toda pessoa humana, bem 
como oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, social e espiritual. 
Cabe ao poder público, à sociedade a comunidade dar prioridade ao atendimento dos 
direitos dos direitos da criança e do adolescente, ou seja, o direito à vida, saúde, educação, 
alimentação, lazer e esporte, cultura, profissionalização, dignidade, respeito e poder conviver 
no seio da família. O Estatuto prevê como fiscalizadores desses direitos o Conselho dos 
Direitos e do Adolescente (atua nos níveis federal, estadual e municipal) e o Conselho Tutelar 
(atua nos municípios). 
 
 
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Apesar disso, a realidade tem mostrado que a população infanto-juvenil está submetida a 
situações de risco, explorando do seu trabalho, violência, drogas e outros problemas. Tal 
situação nos obriga a constatar que a lei não tem sido cumprida no país, necessitando que 
todos os responsáveis se unam em prol da garantia de uma adequada qualidade de vida para 
esse grupo, principalmente dos oriundos das classes menos favorecidas, em situação de 
pobreza quase absoluta. É preciso dar condições de exercício da cidadania a esses brasileiros! 
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PAISAC) 
Este programa objetiva criara condições para ao atendimento à saúde da criança de zero a 
cinco anos. A ênfase do programa e dada à atenção àquelas crianças consideradas como grupo 
de risco de adoecer e morrer, visando a reduzir essas condições através da melhoria da 
qualidade da assistência, tentando aumentar ao número de crianças atendidas nos serviços 
de saúde pertencentes ao Sistema Único de Saúde. 
O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Materno-Infantil e em conjunto com 
outros órgãos nacionais e internacionais, tem avaliado o cumprimento das Metas da Cúpula 
Mundial em Favor da infância. Dentre essas metas, para o ano de 2000, foi estabelecida a 
redução da mortalidade infantil, principalmente dos menores de cinco anos, por doenças 
diarreicas e pelas infecções respiratórias agudas. 
Conforme dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (1996), algumas ações 
têm contribuindo para a redução das taxas de moralidade, como o aumento do número de 
domicílios abastecimento com água, o Programa de Saúde Materno, cuja atenção está voltada 
para o pré-natal, parto e as campanhas de vacinação. Entretanto, constata-se que a redução 
se deu em partes das áreas urbanas. A área rural e outras também carentes de serviços de 
atenção primaria (saúde, educação e saneamento) permanece em condições ainda muito 
precárias. Nessas áreas a mortalidade infantil ainda é muito alta (207 para 1000 nascidosvivos), devido à falta de acompanhamento às mães no pré-natal e durante o parto. 
As condições nutricionais infantis também são precárias. A desnutrição provocada pela 
falta de proteínas e calorias acomete um grande número de crianças, principalmente na região 
Nordeste, onde em 1996 exista o maior contingente desnudos do país Também a anemia 
ferropriva, as doenças provocadas pela falta de iodo (bócio) e a carência de vitamina A 
 
 
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132 
(cegueira noturna, retardo do crescimento, esmalte dentário defeituoso, pele grossa) são 
problemas que afetam a saúde de nossas criança. 
Ainda podemos citar a existência de projetos em parceria com a sociedade civil, por 
exemplo, o Programa Comunidade Solidária. Esses projetos objetivam intensificar os 
programas já instituídos pelo governo federal. A luta contra a mortalidade infantil é uma das 
metas principais, a ênfase é dada às áreas mais pobres, intermédio da articulação com outros 
setores como educação, agricultura, saneamento, segurança alimentar e meio ambiente. 
O Programa dos Agentes Comunitários de Saúde e a Pastoral da Criança têm contribuído 
para a divulgação da terapia de reidratação ora, utilizada com eficácia no combate à 
desidratação ocasionada por diarreias, o que mata muitas de nossas crianças. É necessário 
destacar o trabalho desenvolvido pela Pastoral da Criança em prol da qualidade de vida da 
criança brasileira. Esse serviço tem incentivado a alimentação enriquecida, fazendo com que 
mães e outras pessoas da comunidade aprendam como aproveitar alimentos que, em geral, 
são desperdiçados. 
São preparadas e servidas as crianças diagnosticadas como desnutridas, receitas variadas 
feitas com diversos tipos de folhas, sementes de casca de alimentos, casca de ovos e outras 
disponíveis na própria comunidade. Essa alimentação é conhecida como multimistura e tem 
recuperado, com sucesso, crianças em estado de extrema desnutrição, por oferecer uma 
gama de orientações que auxiliam na redução dos índices de morbimortalidade infantil. 
Paralentamente à erradicação da poliomielite no ano de 1994, observa-se um aumento do 
número de crianças acometidas por sarampo, tuberculose e outras doenças preveníveis por 
vacina. Isso demonstra que os governos instituídos têm muito ainda a realizar em prol da 
população, com a ajuda da sociedade civil. As ações já colocadas em prática precisam ser 
intensificadas, mas, principalmente, é necessário e urgente melhorar as condições de vida da 
população brasileira, com oferta de emprego, distribuição de terra, saúde e educação para 
que, desse modo, as famílias possam prover seu sustento e exercer sua cidadania. 
ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI) 
 
 
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133 
A taxa de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento é um fator nas avaliações de 
qualidade de vida. No Brasil essa taxa varia conforme a região, oscilando entre quinze por mil, 
em alguns municípios das regiões Sul e Sudeste e mais de cem por mol em regiões do 
Nordeste. A maior parte das mortes na infância poderia ser evitada com medidas simples e 
eficazes, como a utilização do soro caseiro, práticas de higiene e vacinação. Mais de setenta 
por cento das mortes deve se à pneumonia, diarreia, desnutrição, malária e doenças 
perinatais. 
Considerável declínio da taxa de moralidade nos últimos anos deve-se às ações 
implementadas especificamente para a infância, tais como: estímulo ao aleitamento materno, 
aumento de cobertura vacinal, utilização de sais de reidratação oral, programa de controles 
das doenças diarreicas e respiratórias, suplementação e acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento. Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o UNICEF 
elaboraram o AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância). A fim de alcançar 
as doenças as que chegam ao nível primário de atenção. Em vez de treinamentos específicos 
para cada doença, a estratégia AIPDI propõe um atendimento sistematizado envolvendo as 
doenças mais comuns até os cinco anos. Considerando as limitações de tempo e de recursos, 
o AIPDI inicia uma abordagem completa que pretende avaliar, classificar e estabelecer normas 
para encaminhamentos e/ ou tratamentos, incluindo ações educativas e de orientação a mãe/ 
responsável. Essa estratégia pretende, também, intervir na organização dos serviços de saúde 
fazendo com que alcancem uma maior resolutividade. 
Entendendo que as doenças não são fenômenos isolados, mais que ao contrário, se 
constitui em um processo com vários fatores interligados, a estratégia pretende alcançar, pelo 
menos, os fatores de ordem biológica e cultural, promovendo um impacto sobre a 
morbimortalidade infantil nos países do Terceiro Mundo. 
O AIDPI é adaptado, em cada país, às normas nacionais e às características epidemiológica 
da população, atende as principais razões pelas quais se leva uma criança ao médico, assim 
como capacita o profissional que utiliza a buscar as referências adequadas a cada caso. A 
estratégia não é definir diagnósticos, mas, por intermédio dos sinais e sintomas avaliados, 
definir o grau de risco em que se encontra a criança, estabelecendo a intervenção apropriada. 
 
 
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Para que se alcancem as metas estabelecidas para o AIDPI é necessário que aconteçam 
treinamentos e divulgações, por meio dos demais programas governamentais, objetivando 
uma cobertura nacional. 
PROGRAMA DE ATENDIMENTO AOS DESNUTRIDOS E ÀS GESTANTES EM RISCO 
NUTRICIONAL 
Este programa está baseado no diagnóstico precoce do estado nutricional de gestantes e 
crianças entre seis e vinte três meses de idade. O diagnóstico é feito na comunidade, nos 
postos e centros de saúde e os dados são encaminhados para o Sistema de Vigilância 
Alimentar e Nutrição (SISVAN), que está sob a responsabilidade dos estados e municípios. 
Aquelas crianças que passam por uma avaliação nutricional e foram consideradas em 
situação ed risco recebem do governo uma suplementação alimentar com leite integral em pó 
ou pasteurizado e óleo de soja, periodicamente, bem como recebem tratamento e 
acompanhamento adequados. 
É fornecido à mãe um litro de leite ou 120 gramas de leite integral em pó pro dia e uma 
lata de óleo de soja por mês. 
PROGRAMA SAÚDE DO ADOLESCENTE (PROSAD) E PROJETO ACOLHER: UM COMPROMISSO 
DA ENFERMAGEM COM O ADOLESCENTE BRASILEIRO. 
A preocupação com a saúde dos adolescentes tem aumentada nos últimos anos, mais 
precisamente na última década, devido aos problemas encontrados nesta população, 
agravados pela situação sócio e econômica. A adolescência é considerada pelo Ministério da 
Saúde como a fase compreendida entre os 10 e os 19 anos. Durante esse período. Ocorrem 
mudanças e transformações marcantes na vida do indivíduo, como já vimos. Este grupo tem 
sido considerado de risco porque os jovens estão cada vez mais sujeitos a situações e privação, 
quais sejam: fome, desnutrição, analfabetismo; defrontam-se com a violência; sujeitam-se à 
prostituição e às drogas; vivem situações de desintegração familiar e social. 
Ao atender um adolescente nas unidades de saúde, os profissionais da área devem levar 
em consideração que ele poderá estar passando por alterações biológicas, psicológicas, sociais 
e culturais. Pensando em tais possibilidades, o Ministério da Saúde propõe como ação básica 
 
 
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atender o adolescente de maneira integral, determinando como prioridade e 
acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento. 
O Projeto Acolher, criado por uma parceria do Ministério da Saúde e da Associação 
Brasileira de Enfermagem, tem como objetivo propor e escrever ações integradasque 
proseiem transformações no modo de pensar e de fazer enfermagem, renovando seu 
compromisso a integridade da assistência ao adolescente. Para tal, é necessário sensibilizar o 
corpo profissional e dar condições para que enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem 
atuem de maneira diferenciada na atenção à saúde do adolescente, planejando, 
implementando e avaliando as ações previstas no projeto. 
A equipe de enfermagem deve proporcionar ao adolescente a possibilidade de exercer um 
papel ativo na construção de sua vida pessoal e nas relações em seu contexto social, na busca 
de autonomia, exercício da cidadania e assunção da responsabilidade social. Devemos 
reconhecer a adolescência como um momento diferenciado da vida do indivíduo; assim, é 
preciso abandonar os preconceitos e julgamentos e manter com o jovem uma relação 
humanizada. Esse cuidado deve incluir sua família, pois é aí que ele estabelece vínculos que 
levam à construção da sua identidade e totalidade como ser humano. 
PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) 
Este programa consiste numa estratégia implantada pelo Ministério da Saúde, visando a 
reorganizar a atenção básica da vigilância à saúde, de modo a proporcionar qualidade de vida 
à população necessitada. A meta proposta objetiva garantir e facilitar o acesso aos serviços 
oferecidos, nos diferentes níveis de atenção (primária, secundária, terciária). 
A atenção a criança/adolescente no PSF está voltado para as necessidades e cuidados 
durante as várias fases do crescimento e desenvolvimento (desde o recém-nascido, lactente, 
passando pelo pré-escolar, escolar até o adolescente), por meio de ações e intervenções 
direcionadas a criança/adolescente, a sua família e ao meio onde vive. 
Nas suas ações, as equipes de saúde do programa deverão priorizar os seguintes pontos: 
• Prevenção dos fatores de risco inerentes a cada faixa etária, inclusive no que se refere ao 
meio em que a criança/adolescente está inserida, de modo a promover a prevenção das 
 
 
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doenças que mais acometem a população, como diarreia, problemas respiratório, dentre 
outros. 
• Incentivo ao aleitamento materno e à nutrição adequada; 
• Sensibilização da família sobre a importância das vacinas na qualidade de vida da criança. 
Em relação ao adolescente, os profissionais devem oferecer atenção e apoio não só quanto 
ao desenvolvimento emocional e afetivo, como também aos fatores de risco a que ele pode 
estar sujeito, como as doenças sexualmente transmissíveis, a gravidez indesejada e o uso de 
drogas. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
• JAN LANGMAN. Embriologia Médica.4ªedição. Atheneu. São Paulo. 2015. 
 
• JOSÉ, ANTONIO. Assistência ao Recém Nascido. 2ªedição. Atheneu, Rio de Janeiro 2018. 
 
• REZENDE, MONTENEGRO. Obstetrícia Fundamental. 5ª edição. Guanabara. Rio de Janeiro 
2017. 
 
• SMELTZER, S. C; BARE B. G. Brunner e Suddarth- Tratado de Enfermagem Médico Cirurgico. 
8ªedição. Edit. Guanabara. Rio de Janeiro 2018. Vol 1 e 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS 
ATIVIDADE 01 
1- Quais são os Sinais Vitais que devem ser mensurados para que se realize a correta 
avaliação do estado geral do paciente? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
2- Conceitue: 
a) Taquipneia: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
b) Bradipneia: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
c) Eupneia: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
 
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d) Apneia: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
3- Qual é o tipo de respiração recorrente em recém nascidos e lactentes? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
4- De que forma deve ser realizada a verificação dos batimentos cardíacos em crianças? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
5- Diferencie: 
a) Hipertermia: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
b) Hipotermia: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
 
 
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
6- O que é a Antropometria? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
7- Como deve ser realizado o cuidado corporal da criança hospitalizada? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
8- E a sua Higiene oral? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
9- De que forma deve ser realizado, e quais os tipos de Banhos que podem ser dados em 
bebês, ou crianças hospitalizadas? 
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
10- Cite os diferentes tipos de Alimentação para a criança hospitalizada: 
 
 
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
11- Como é realizada... 
a) A coleta de Urina da criança? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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b) A coleta de Líquor da criança? 
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ATIVIDADE 02 
1- Ao que corresponde a administração de medicamentos? 
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2- Quais são os Cinco Certos da Medicação? 
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3- O acesso venoso pode ser obtido através de...? 
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4- As doenças que acometem o aparelho respiratório constituem, sem dúvida alguma, as 
mais frequentes no grupo pediátrico, sendo responsáveis por elevado número de 
hospitalizações infantis. No que se refere aos cuidados de enfermagem à criança com 
problemas respiratórios, alguns aspectos devem ser ressaltados. Quais são estes aspectos? 
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5- No que consiste a Oxigenoterapia? 
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6- O que é a Sondagem Vesical? 
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7- No que consiste a instalação de sonda nasogástrica? 
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8- De que forma é realizada a drenagem de Tórax? 
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9- Cite os principais Cuidados ao Paciente com Drenagem de Tórax: 
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10- Defina Parada Cardiorrespiratória (PCR): 
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11- Quais são as Situações de Risco da Parada Cardiorrespiratória? 
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12- E os seus principais sinais? 
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ATIVIDADE 03 
1- Como podemos reconhecer os sinais de Maus tratos na infância? 
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2- De que forma deve-se proceder? 
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3- A equipe de enfermagem, ao atender uma criança e a sua mãe com algum agravo a saúde, 
quer seja na comunidade quer seja no hospital, deverá atentar não só para o que é referido 
sobre a doença atual, mas também os motivos que possam tê-la levado ao quadro de 
morbidade. Assim, que fatores se tornam necessários? 
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4- Quais orientações o técnico de enfermagem deverá dar a criança e sua família... 
a) Quanto a condutas com a higiene pessoal e cuidados com a pele? 
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b) Quanto a condutas em relação à ingestão de água e alimentos? 
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
c) Quanto a condutas em relação ao ambiente? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
d) Quanto à ingestão de líquidos e alimentação? 
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___________________________________________________________________________
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5- Nesta fase compreende três estágios, a saber a ___________________ 
____________________ (até os 2 anos de idade), a ___________________ 
____________________ ou fase pré-escola (dos 2 aos 6 anos) e a ___________________ 
____________________ ou fase escolar (dos 6 anos até o início da puberdade). 
 
6- A adolescência caracteriza-se por...? 
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7- Fale sobre os diferentes tipos de métodos anticoncepcionais: 
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8- Cite cinco tipos de doenças sexualmente transmissíveis: 
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