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<p>. '</p><p>100 conse os para ,melhorar seu níve enxadrís 1co</p><p>.</p><p>'</p><p>O XADREZ</p><p>DOS GRANDES MESTRES</p><p>L864x López Manzano, Antonio</p><p>O xadrez dos grandes mestres/ Antonio López Man­</p><p>zano e José Monedero González; trad. Abrão Aspis. - Por­</p><p>to Alegre : Artmed, 2002.</p><p>1. Esporte - Xadrez. I. Monedero González, José. II.</p><p>Título.</p><p>CDU 794.1</p><p>Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto - CRB 10/1023</p><p>ISBN 85-363-0026-4</p><p>XADREZ</p><p>DOS GRANDES MESTRES</p><p>400 conselhos para melhorar seu nível enxadrístico</p><p>ANTONIO LÓPEZ MANZANO</p><p>Secretário da Federação Catalã de Xadrez.</p><p>Árbitro nacional de xadrez.</p><p>JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Ex-campeão da Catalunha.</p><p>Tradução:</p><p>AbrãoAspis</p><p>Ex-presidente da Federação Gaúcha de Xadrez.</p><p>Benemérito do Xadrez Brasileiro.</p><p>~</p><p>ARMO</p><p>f 1. 1 1 '~ 1; /,</p><p>2002</p><p>Obra originalmente publicada sob o título</p><p>Ajedrez esencial: 400 consejos para mejorar tu nivel ajedrecístico</p><p>© Editorial Paidotribo, 2000</p><p>ISBN 84-8019-479-0</p><p>Design de capa:</p><p>Flávio Wild</p><p>Assistente de design:</p><p>Gustavo Demarchi</p><p>Preparação do original:</p><p>Laura Ávila</p><p>Leitura final:</p><p>Micheline Moraes</p><p>Supervisão editorial:</p><p>Cláudia Bittencourt</p><p>Editoração eletrônica:</p><p>Formato Artes Gráficas</p><p>Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à</p><p>ARTMED® EDITORA S.A.</p><p>Av. Jerônimo de Omelas, 670 - Santana</p><p>90040-340 Porto Alegre RS</p><p>Fone (51) 3330-3444 Fax (51) 3330-2378</p><p>É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no</p><p>todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios</p><p>(eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web</p><p>e outros), sem permissão expressa da Editora.</p><p>SÃO PAULO</p><p>Av. Rebouças, 1073 - Jardins</p><p>05401-150 São Paulo SP</p><p>Fone (11) 3062-3757 Fax (11) 3062-2487</p><p>SAC 0800-703-3444</p><p>IMPRESSO NO BRASIL</p><p>PRINTED IN BRAZIL</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>A Ángel Martín González, Florentino</p><p>Rodríguez Celdrán, José Adrián Navarro</p><p>Cárdenas, Máximo Borrell Vidal e</p><p>Jordi Bover, cuja ajuda foi fundamental para</p><p>a elaboração e para as correções deste livro.</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Este livro se destaca, em primeiro lugar, por sua originalidade e simplicidade. Em</p><p>vez de seguir as diretrizes da maioria dos tratados de xadrez, os autores se dispuseram a</p><p>fazer um manual em que os ensinamentos provêm diretamente dos grandes jogadores da</p><p>história do xadrez.</p><p>Cada capítulo pode ser estudado de modo independente, sendo dedicado a um</p><p>dos campeões mundiais ou a grandes jogadores que se destacaram em suas épocas e</p><p>cujo legado foi importante para a história do xadrez. Nas fichas dedicadas a esses</p><p>jogadores, o leitor encontrará suas principais conquistas, assim como a sua contri­</p><p>buição ao conjunto de conhecimentos da atual teoria enxadrística. Para isso, nada</p><p>melhor que apresentar partidas cuidadosamente selecionadas e comentadas de cada</p><p>jogador. Somando esses conhecimentos ao seu back.ground, o leitor desenvolverá ainda</p><p>mais suas habilidades de jogo.</p><p>Devido à grande quantidade de dados levantados, este livro se comporta como</p><p>uma pequena enciclopédia dedicada aos melhores jogadores da história do xadrez,</p><p>revisando as principais escolas do pensamento enxadrístico. Além disso, cada capítulo</p><p>contém um conjunto de finais, com posições instrutivas, inclusive para jogadores</p><p>experientes, e ainda uma série de exercícios com os quais o leitor, qualquer que seja seu</p><p>nível enxadrístico, poderá exercitar suas habilidades táticas enquanto se diverte. Os</p><p>jogadores iniciantes encontrarão uma seção de mates típicos, com a apresentação de</p><p>uma série de finais que todo jogador deve conhecer.</p><p>Além disso, a fim de amenizar a leitura, cada capítulo contém seções dedicadas a</p><p>anedotas e curiosidades, muitas das quais são pouco conhecidas, bem como a conselhos</p><p>em que as experiências de jogadores são transformadas em sentenças que, às vezes,</p><p>parecem elementares, mas nem sempre são consideradas pelos enxadristas.</p><p>O xadrez dos grandes mestres é precisamente isto: a recopilação de conhecimentos</p><p>fundamentais para uso de todo jogador, seja do ponto de vista histórico como do pura­</p><p>mente enxadrístico. Este livro é destinado tanto a jogadores de clubes que querem me­</p><p>lhorar seu nível como àqueles mais credenciados, que, além de extrair lições proveitosas,</p><p>podem empregar este texto para o ensino do xadrez.</p><p>Meus elogios aos autores. Infelizmente, os livros de xadrez de escritores espa­</p><p>nhóis não abundam no mercado. Assim, cabe felicitar aos autores desta obra por muitos</p><p>motivos, mas especialmente por terem realizado um bom trabalho. Antonio López</p><p>8 APRESENTAÇÃO</p><p>Manzano, que demonstrou qualidades didáticas com seu primeiro livro, Iniciación al</p><p>ajedrez1</p><p>', que, com cinco edições em apenas quatro anos, se converteu em um grande</p><p>êxito comercial, e José Monedero Gonzaléz, duplo campeão da Catalunha (absoluto e</p><p>de veteranos), que trouxe ao livro, dentre outras particularidades, sua enorme expe­</p><p>riência de quase cinqüenta anos como enxadrista.</p><p>Ángel Martín González</p><p>Mestre Internacional,</p><p>três vezes campeão espanhol</p><p>e cinco vezes campeão catalão.</p><p>* Publicado no Brasil sob o título Iniciação ao xadrez (Artmed, 2002).</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO .......................................... ······································································· 19</p><p>CAPÍTULO 1- OS PILARES DA ESTRATÉGIA ENXADRÍSTICA· ····························· 21</p><p>François André Philidor</p><p>Partida 1 - A importância dos peões. Conde Brühl - Philidor, 1783 ............................. 22</p><p>Final - Estudo de Rinck ....................................................................... ·· .. .. .. ... . ... . . . . . . ... 23</p><p>Mates ó picos. Mate de Philidor ··. · · · · · · · · · ................. · .. ·· ··· ....... ·. · · · .. ·· · ·· · · · · · ............. ·· ·· ·· · · · · 23</p><p>Exercício 1. Alekhine - Supico, 1945 ...................................... . .................................... 23</p><p>Anedotas e curiosidades ............. ·. · · · ··· · · ·· · · · · · · · · ·· ·· · ·· ..... ·· ··· · · ·· ·· · ·· ·· ··· · · · · · · ·· · · · ·· · · ·· · · ··· · 24</p><p>O peão envenenado ............................................................................................... , . .. . . 24</p><p>Partida 2. J. López - A. López, 1972 ············································································ 24</p><p>Partida 3 - Outro exemplo de peão envenenado. Kunin - Oxengoit, 1958 ................. 24</p><p>Quantas jogadas você pode calcular? ......................... · ................................................ · 25</p><p>Conselhos . .. .. . . . .. . . . .. . . ... . . ... . . . .. . . . .. . . . ..... .. .. ... . . . . . . . .. . . . .. . . . .. . . . .. . . .. . . . .. .. . .. . . .. . . ... . . .. . . . . . . .. . . . . 25</p><p>CAPÍTULO 2 - O ESPÍRITO ROMÂNTICO ······················ ......................................... ·· 26</p><p>Adolf Anderssen</p><p>Partida 4 - A Imortal: a partida mais famosa da história do xadrez.</p><p>A. Anderssen - L. Kieseritzky, 1851 .......................................................................... 27</p><p>Final. Estudo de Prokop, 1930 ........ · .. ·· ................................................ ·· ..................... · 28</p><p>Mates típicos. Mate de Anderssen .................................................... ····· ....................... 29</p><p>Exercício 2. Maroczy - Vidmar, 1922 · ·· ............ ··· · · -·· ·· · ·· ................... · ... ·· ..... ·· .. · · · · -·· · · ·· · · 29</p><p>Exercício 3. Schmidt - Richter ········· ·········································· ..... ····· ························ 30</p><p>Anedotas e curiosidades .................................... · · · ........................................ · .. · · · · · 30</p><p>Partida 5. J. Quesada - A. López, 1978 ··············· ····· ·············································· ···· ·· 30</p><p>Anderssen e o hoteleiro ............................................................................................... 31</p><p>Conselhos ........................................................... ..... ................... ..............................</p><p>.</p><p>9. tt'ia4</p><p>E perdi a dama e a partida .</p><p>8 1 .t</p><p>7 '</p><p>6</p><p>5</p><p>4l'i) lb88</p><p>3 8</p><p>2 "8 8 8</p><p>1; 'if@i.. :</p><p>abcde gh</p><p>Partida 3 - Outro exemplo</p><p>de peão envenenado</p><p>Kunin - Oxengoit</p><p>Moscou, 1958</p><p>Defesa francesa</p><p>1. e4 e6 2. d4 d5 3. tt'ic3 i.b4 4. i.d2</p><p>Entregando um peão central à custa do de­</p><p>senvolvimento e de ameaças imediatas.</p><p>4 . ... dxe4 5. ~g4 ~xd4</p><p>As pretas podem fartar-se com tantos</p><p>peões. Mais seguro seria 5 .... tt'if6 6. 'i/Vxg7 l:tg8</p><p>7. ~h6 tbc6, devolvendo o peão e ativando o</p><p>jogo.</p><p>6. 0-0-0 f5</p><p>As pretas tentam conservar a vantagem</p><p>material em detrimento de sua posição.</p><p>7. ~g5!? '1/Ve5?</p><p>Na partida Marshall contra Tchigorin, jogada</p><p>em Montecarlo, em 1901, as pretas venceram</p><p>com: 7 .... ~xf2 8. 'i!Vh3 i.e7 9. ~bl ~d7 10. g4</p><p>tt'ic6 11. gxfS 'i/VxfS 12. i.xe7 ~xh3 13 . .i.xh3</p><p>Wxe7 14. tbxe4 tt'if6, e as pretas ficam com dois ·</p><p>peões de vantagem.</p><p>8. l;td8+ @f7 9. ll:lf3!</p><p>Acrescentando outra peça ao ataque das</p><p>brancas.</p><p>9 . ... ~a5?</p><p>Um grave erro. Seria melhor ter jogado: 9.</p><p>... exf3! 10.~xb4 cS 11. 'iWh4 ll:lc6 12. i..f4 ~f6</p><p>13. i..gS ~g6 14. 1Wg3! ll:lxd8 15 . ..Wc7+ <;t>f8</p><p>16. 'iid6+ que resultaria empate.</p><p>10. i.b5!</p><p>Ameaçando mate.</p><p>8 •1</p><p>7 .,,</p><p>6 ' 5 • ..i 'i.</p><p>4 .t ' 'fi</p><p>3 ~ ~</p><p>2 8 8 8 •8 ' 8 8</p><p>@ :</p><p>a b e d e g h</p><p>10 .... ll:lc6</p><p>Não seria válido 10 .... ll:lf6 11. ~hS+ g6</p><p>12. ll:le5+ ~e7 13. lhh8 gxh5 14. J:e8+ Wd6</p><p>15. ll:lf7+ @c5 16. i..e3 mate.</p><p>Ou também 10 .... g6 11. ll:le5+ ~g7 12.</p><p>'ii'h4 i..xc3 13. i..h6+ ll:lxh614. ~e7+ ll:lf7 15.</p><p>'i!Vxf7+ ~h6 16. l':txh8 e mate em poucas joga­</p><p>das.</p><p>11. ll:le5+ ll:lxe5 12. i.e8+ ~f8 13.</p><p>i.g6 mate.</p><p>Quantas jogadas</p><p>você pode calcular?</p><p>Conta a lenda que, há muitos anos, o todo­</p><p>poderoso Capablanca jogou contra um esperto</p><p>enxadrista de Nova York. Esquecendo-se mo­</p><p>mentaneamente que era invencível, Capablanca</p><p>perdeu a partida. Ante esse imprevisto, os espec­</p><p>tadores ficaram assombrados. Como pode um</p><p>campeão do mundo perder para um jogador</p><p>muito inferior a ele?</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 25</p><p>Quantos lances à frente o senhor pode pre­</p><p>ver? - perguntou um aficionado seu.</p><p>- Pelo menos dez - respondeu o campeão</p><p>do mundo.</p><p>- E quantas jogadas você pode pensar ante­</p><p>cipadamente? - perguntou ao ganhador da par­</p><p>tida.</p><p>Ele respondeu:</p><p>- Só uma.</p><p>- Aqui há uma paradoxo: como pode um</p><p>jogador que só prevê uma jogada ganhar de</p><p>outro que pode antever dez?</p><p>Então, o vencedor explicou:</p><p>- Eu penso um só lance, mas é sempre o</p><p>melhor!</p><p>CONSELHOS</p><p>1. No meio-jogo, estude a possibilidade de che­</p><p>gar a um final favorável: nem sempre se ga­</p><p>nha com uma brilhante combinação de mate.</p><p>2. Compreender adequadamente a transição</p><p>do meio-jogo para o final é um dos ele­</p><p>mentos essenciais do jogo de xadrez.</p><p>3. As posições, aparentemente simples em</p><p>algumas ocasiões, podem esconder temas</p><p>combinatórios ou estratégicos ocultos. Re­</p><p>corde o que disse Anderssen: "Nunca confie</p><p>demasiadamente; muitas vezes não é fácil</p><p>jogar em posições simples".</p><p>4. Quando estiver em vantagem, atue sempre</p><p>com energia e não perca a iniciativa.</p><p>5. Surpreenda o adversário com jogadas ines­</p><p>peradas que possam lhe trazer vantagem</p><p>psicológica.</p><p>6. Tente conhecer a si próprio o melhor que</p><p>puder para melhorar seus pontos fracos e</p><p>evitar um tipo de jogo que não se adapte ao</p><p>seu estilo.</p><p>7. Estude seu adversário tanto quanto pos­</p><p>sível a fim de saber que tipo de jogo lhe</p><p>cria maiores problemas.</p><p>8. A paciência é a virtude básica do enxa­</p><p>drista: qualquer tipo de precipitação duran­</p><p>te a partida pode trazer conseqüências</p><p>negativas.</p><p>9. A prepotência é uma má conselheira; tente</p><p>ser objetivo sobre seu nível de jogo e o de</p><p>seus adversários.</p><p>10. "O peão passado é um criminoso que deve</p><p>estar na prisão, não o trate com medidas</p><p>suaves." (Nimzowitsch)</p><p>CAPÍTULO 2 O espírito</p><p>romântico</p><p>N Ataque, sempre ataque.•</p><p>(Anderssen)</p><p>Na metade do século XIX, surgiu a concepção romântica do jogo de xadrez caracterizada por</p><p>ataques diretos ao rei. Os seguidores dessa escola buscavam dar mate de uma forma rápida e</p><p>brilhante, mediante espetaculares sacrifícios de material. O representante mais legítimo desse</p><p>movimento foi o alemão Adolf Anderssen.</p><p>ADOLF ANDERSSEN</p><p>Nacionalidade: Alemão</p><p>Nascimento: Breslau, 6 de agosto de 1818.</p><p>Morte: 1879.</p><p>Características de jogo: Jogo de ataque com belas combinações. Era também</p><p>dotado de boas aptidões para o jogo posicional.</p><p>Melhores torneios: Londres, 1851; Manchester, 1862; Baden-Baden, 1870.</p><p>Façanhas: Ganhou as mais famosas partidas da história do xadrez: A Imortal e a</p><p>Sempre-viva.</p><p>Principal derrota: Seu encontro com Morphy, quando perdeu sete partidas e</p><p>ganhou apenas duas.</p><p>Principal debilidade: Era melhor jogador em torneios que em encontros indivi­</p><p>duais.</p><p>Vida privada: Levava uma vida burguesa e era professor de matemática.</p><p>Legado: Foi um excelente criador de problemas de xadrez, dos quais nos ficaram</p><p>belos exemplos.</p><p>Consideração final: Considerado o último romântico e, também, o melhor joga­</p><p>dor do mundo entre 1860 e 1866.</p><p>Partida 4 - A imortal:</p><p>a partida mais famosa</p><p>da história do xadrez</p><p>A. Anderssen - L. Kieseritzky</p><p>Londres, 1851</p><p>Gambito de Rei</p><p>Esta obra-prima do xadrez é, sem dúvida, a</p><p>partida mais conhecida e admirada pelos enxa­</p><p>dristas de todo o mundo. Foi analisada inúmeras</p><p>vezes e, apesar de apresentar lances errados de</p><p>ambos os lados, a partida não perdeu nem um</p><p>pouco de sua extraordinária beleza.</p><p>1. e4 e5 2. f4</p><p>O Gambito de Rei é a abertura mais ca­</p><p>racterística da época romântica do xadrez. O prin­</p><p>cipal objetivo é atacar diretamente ao rei me­</p><p>diante sacrifícios e combinações brilhantes.</p><p>2 . ... exf4 3 . .tc4</p><p>As brancas permitem o xeque da dama</p><p>preta em troca de um maior desenvolvimento</p><p>de suas peças.</p><p>3 . ... fi'b4+ 4. <Ji>fl b5</p><p>Com a intenção de desviar o bispo branco</p><p>de sua melhor diagonal (a2-t7).</p><p>5 . .txb5 ©f6 6. ©t'3 ft6</p><p>Atualmente se considera melhor 6 .... fihS</p><p>7. ©c3 .ib7 8 . .tc4 ©xe4 (8 ..... .ib4 9. d3</p><p>.ixc3 10. bxc3 gS 11. h4) 9. ©xe4! dS 10.</p><p>.tbs+ c6.</p><p>7.d3</p><p>Melhor seria 7. ©c3 .ib7 (ou 7 .... gS 8. d4</p><p>.tg7 9. eS ©hS (partida Raphael - Morphy, Nova</p><p>York, 1857) 8. ft'e2 .ib4 9. eS ©hS 10. :g1 0-0</p><p>11. d4 'ifb6 com vantagem para as brancas.</p><p>7 •••• ©h5</p><p>Outra possibilidade seria 7 .... .tcs 8. d4 i.b6</p><p>9. ©c3 .ib7 (partida Anderssen - Pollmãcher;</p><p>1852) 10 . .id3 gS 11. h4 :g8, com melhor jogo</p><p>para as pretas.</p><p>8. ©h4</p><p>Segundo análises mais recentes, seria me­</p><p>lhor: 8. :gl 'i'b6 9. lLic3 c6 10. J.c4 'i'cS</p><p>11. ft'e2 i.a6 12 . .txa6 ©xa6 13. d4 fias 14.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 27</p><p>©eS g6 15. ©c4 llt'c7 16. eS complicando</p><p>o jogo.</p><p>8 . ... ft'g5</p><p>Ou 8 .... g6 9. g4 ©f6 10. ©g2 ft'h3 11. i.xf4</p><p>©xg4 com vantagem para as pretas.</p><p>9. ©fS c6</p><p>A alternativa era 9 .... g6 10. h4</p><p>a) 10 .... ©g3+</p><p>al) 11. ..r.,e 1 llt'f6 12. ©xg3 fxg3 13.</p><p>'1We2. Ou (13. ft'f3 lance sugerido</p><p>por Steinitz e que dá vantagem às</p><p>brancas).</p><p>a2) 11. ©xg3 11. ... 'iVxbS (11. ... llt'xg3</p><p>12. :h3 com vantagem para as</p><p>brancas) 12. ©c3 fies 13. ©ge2</p><p>i.h6 14. g3 f3 15. ©f4, e as brancas</p><p>ficariam melhor.</p><p>b) 10 .... 'i'f611. ©c3 c612. i.a4 (12 . .ic4</p><p>dS) 12 .... ©a6 com vantagem para as</p><p>pretas.</p><p>10.g4?</p><p>Posteriormente se considerou que a melhor</p><p>continuação seria 10 . .ta4 g6 11. ©g3 ©xg3+</p><p>12. hxg3 llt'xg3 13. ©c3 .tcs 14. fiel fixel +</p><p>15. 'it>xel gS 16. l:thS .ie7 17. g3 com vanta­</p><p>gem para as brancas.</p><p>10 . ... ©f6</p><p>Ou 10 .... g6 11. ©d4 .tg712. c3 .ixd413.</p><p>cxd4 'ifxbS 14. ©c3 ft'b6 15. gxhS 'i'xd4 16.</p><p>ft'f3 .ta6 17. ~e2 gS 18. :dl d6, com melhor</p><p>jogo para as pretas .</p><p>11. :g1 cxb5?</p><p>O melhor seria 11. ... hS 12. h4 'ifg6 13. gS</p><p>©g4 14. ©c3 (14 . .ta4 dS 15. ©d4 .tcS 16.c3</p><p>.ixd4 17. cxd4 dxe4 com vantagem para as</p><p>pretas) 14 .... cxbS 15. ©ds ©a6 (15 .... d6?! 16.</p><p>©d4; 15 .... i.d6?! 16. ©xf4 .txf4 17 . .ixf4)</p><p>16 . .ixf4 i.b7 17. c4 i.xdS 18. cxdS ft'b6 com</p><p>melhor jogo para as pretas.</p><p>12. h4 ft'g6 13. h5 'i'gS 14. ~t'3 ©g8</p><p>Euwe propôs continuar com 14 .... ©xg4,</p><p>mas, depois</p><p>de 15. l1xg4 'ifxhS 16 . .txf4, as</p><p>brancas ficariam com clara vantagem.</p><p>15. J.xf4 'ii'f6 16. ©c3 J.cs 17. ©d5</p><p>Parece melhor 17. d4! seguido de 18.</p><p>©dS.</p><p>28 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>17 . ... 'ii'xb2</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 8'il8</p><p>:</p><p>a b e d e g h</p><p>18. i.d6!!</p><p>Apesar de a análise posterior, que deta­</p><p>lharemos a seguir, tentar demonstrar que se</p><p>trata de um lance incorreto, na realidade é</p><p>um movimento de extraordinária beleza em</p><p>que Anderssen sacrificou nada menos do que</p><p>duas torres.</p><p>18 . ... hgl</p><p>Outra possibilidade seria 18 .... ~xal + 19.</p><p>~e2 'i'b2! 20. ~d2 e agora:</p><p>a) 20 .... g6</p><p>al) 21. .Uel i.b7 22. i.xc5 i.xdS 23.</p><p>exd5+ ~d8 24. i.d4 'it'b4+ 25.</p><p>i.c3 "i!i'cs 26. tbe3 com melhor jogo</p><p>das brancas.</p><p>a2) 21. l':.bl 21. ... gxfS 22. l':.xb2 i.xd6</p><p>23. e5 i.xeS 24. 'ii'e3 d6 25. d4 com</p><p>as seguintes subvariantes:</p><p>a2a) 25 .... i.b7 26. tbc7+ 'it>d8 27.</p><p>tbxa8 com vantagem para as</p><p>brancas.</p><p>a2b) 25 .... ~d8 26. dxe5 favo­</p><p>recendo as brancas.</p><p>b) 20 .... hgl 21. e5 i.a6! 22. tbc7+ ~d8</p><p>23. 'li'xa8 i.b6 24. 'it'xb8+ .ic8 25. tbd5</p><p>i.as+ 26. <,l.>e3 'ti'xc2 com ligeira vanta­</p><p>gem para as pretas.</p><p>19. e5! "i!i'xal+</p><p>Ou 19 .... i.a6 20. tbc7+ ~d8 21. tbxa6</p><p>'Wxal + (21. . ... .ib6 22. 'i!Vxa8 'ii'xc2 23.</p><p>'i'xb8+ bom para as brancas) 22. ~e2, e as</p><p>brancas ficariam melhor.</p><p>8 • ••</p><p>7 '</p><p>,. ,. ,.</p><p>6 .t</p><p>5 tl)8tl) 8</p><p>4 8</p><p>3 8 ...</p><p>2 8 8</p><p>1 .. <i>.t</p><p>a b e d e g h</p><p>20. ~ e2 tba6</p><p>Se 20 .... f6 21. tbxg7+ ~f7 22. tbxf6 i.b7</p><p>(22 .... ~xg7 23. tbe8+ ~h6 24. ~f4 mate) 23.</p><p>tbd5 + 'it>xg7 24. 1i'f8 mate.</p><p>21. tbxg7+ ~ d8 22. 'Wf6+ tbxf6 23.</p><p>i.e7 mate.</p><p>8 .... 1</p><p>7 ,. .i. ,. lL) ,.</p><p>6 • 5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8 8 @</p><p>• a b e d e</p><p>Final</p><p>Estudo de Prokop, 1930</p><p>Cavalo e peão contra bispo</p><p>8</p><p>8</p><p>...</p><p>g h</p><p>A seguir, um exemplo de final de cavalo e</p><p>peão contra bispo quando o jogador com o peão</p><p>de vantagem ganha a partida ao bloquear, usando</p><p>seu cavalo, a diagonal dominada pelo bispo.</p><p>Vejamos os possíveis movimentos:</p><p>1 . c;t>eS!!</p><p>Ganhando um tempo precioso.</p><p>8</p><p>7 8</p><p>6</p><p>5</p><p>4 ti)</p><p>3</p><p>2</p><p>•</p><p>.t</p><p>a b e d e g h</p><p>Com qualquer outra jogada, as pretas pode­</p><p>riam infiltrar-se nas casas criticas c7 ou c8. Por</p><p>exemplo:</p><p>1. ©b6 .ib7 2. tbdS ~d8 3. @d6 @c8 4.</p><p>tbe7+ @d8 5. ltJdS c;t,cs, e as pretas conseguem</p><p>o empate.</p><p>1 . ... .ia8</p><p>Não seria melhor 1. ... .ib7 2. ~d6 c;t,d8 (2 .</p><p>.ig2 3. tbb6 .ib7 4. Wc7 .ig2 5. tbc8!</p><p>chegando à variante da linha principal) 3. lbb6 e</p><p>por transposição se segue novamente a linha prin­</p><p>cipal. Ou 1. ... .if3 2. lbb6 para tentar bloquear a</p><p>ação do bispo mediante tbdS. 2 .... .ib7 3. @e6!</p><p>ganhando conforme detalharemos adiante.</p><p>2. tbb6 .ib7</p><p>Se forem até f3, g2 ou hl, seguiria tbdS</p><p>bloqueando o bispo.</p><p>3. @e61</p><p>Perdendo um tempo importante.</p><p>Não seria interessante 3. ~d6? 'it>d8, pois</p><p>as brancas não poderiam impedir que o rei</p><p>preto se infiltrasse em c8 ou c7.</p><p>3 .... ~d8 4.@d6</p><p>Agora cabe às pretas jogar e estão em</p><p>zugzwang*; no entanto, se a vez fosse das</p><p>brancas, ocorreria o empate.</p><p>4 . ... @e8 5. Wc7</p><p>O rei branco consegue o primeiro dos seus</p><p>objetivos: colocar-se em c7.</p><p>* N. do T. Zugzwang - Situação na qual perde o jogador</p><p>que tem o lance por fazer.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 29</p><p>5 . ... .ig2 6. ltJc8! .ia8 7. @b8 ~d8</p><p>Único lance, já que há a ameaça de tbd6+ e</p><p>tbb7 obstruindo a diagonal do bispo.</p><p>8. tbd61</p><p>Agora já não se pode evitar lbb7.</p><p>8 . ... @d7 9. lbb7 @c6 10. 'iha8 @c7</p><p>11. tbd6</p><p>E as brancas ganham, já que as pretas não</p><p>evitam a manobra @b8 e a8.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Anderssen</p><p>Anderssen - Zukertort</p><p>Barmen, 1869</p><p>1. ~xh7+ @xh7 2. f6+! @g8</p><p>8</p><p>7 l</p><p>6 ..t</p><p>s'I</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8</p><p>l</p><p>1</p><p>• l8</p><p>abcdefgh</p><p>Se 2 .... '11txd3 3. llh3+ @g8 4. l:t.h8 mate.</p><p>Ou então 2 .... @h6 3. nh3 mate.</p><p>3 . .ih7+ c;t,xh7 4. l:lh3+ ~g8 5 . .:h8</p><p>mate.</p><p>Exercício 2</p><p>Maroczy - Vidmar,</p><p>Ljubljana, 1922</p><p>Geza Maroczy foi um Grande Mestre hún­</p><p>garo (1870-1951) e um dos melhores jogadores</p><p>do começo do século XX. Apesar de receber</p><p>30 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>muitos prêmios pela beleza do seu estilo, des­</p><p>tacou-se especialmente pelo jogo estratégico e</p><p>pelos seus finais. Foi grande sua contribuição à</p><p>teoria das aberturas, especialmente referentes à</p><p>Defesa Siciliana, Francesa e ao Gambito de Rei.</p><p>Seu melhor torneio aconteceu em Carlsbad, no</p><p>ano de 1923, onde compartilhou o primeiro</p><p>lugar com Alekhine e Bogoljubow.</p><p>Milan Vidmar (1885-1962), Grande Mes­</p><p>tre iugoslavo, também foi um dos jogadores mais</p><p>destacados da primeira metade do século XX.</p><p>Brilhou no jogo combinatório e foi um grande</p><p>especialista em partidas rápidas.</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>8 1 .... 1</p><p>7 A ••• i i</p><p>6 • :</p><p>5 ii</p><p>4 • ~ 3</p><p>2 888</p><p>1 : .i</p><p>a b e</p><p>Exercício 3</p><p>Schmidt - Richter,</p><p>Alemanha</p><p>d e</p><p>~ ;,t.. ,..</p><p>8</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>8 1 J. 1</p><p>til</p><p>8</p><p>8</p><p>@</p><p>g h</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>•</p><p>i !ili. i</p><p>,. i</p><p>ti)</p><p>8 4a 8 •</p><p>3 ..</p><p>-.--!-----'.-- W8</p><p>.i@ 8 2</p><p>abcde gh</p><p>A posição do diagrama pode ser ganha</p><p>com uma série de sacrifícios brilhantes. Você</p><p>sabe dizer quais são as entregas de peças ne­</p><p>cessárias para obter-se a vitória?</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 5</p><p>J. Quesada - A. López</p><p>Barcelona, 1978</p><p>Gambito Budapest</p><p>Minha cilada favorita</p><p>O melhor de uma cilada é que nós jogamos</p><p>certo mesmo que o adversário nem sempre caia</p><p>na armadilha. Isso aconteceu com uma variante</p><p>teórica da Defesa Budapest que eu jogo segui­</p><p>das vezes. A presente partida foi disputada num</p><p>campeonato social do meu clube contra um</p><p>adversário muito mais forte. Meus colegas de</p><p>clube não acreditavam que eu pudesse pontuar</p><p>contra um rival tão qualificado. A partida trans­</p><p>correu da seguinte maneira:</p><p>1. d4 lt::lf6 2. c4 eS 3. dxe5 lt::lg4 4 . .if4</p><p>lt::lc6 5. lt::lt'3 .ib4+ 6. lt::lbd2 'ife7 7. a3</p><p>lt::lgxeS</p><p>8 1 J. • 1</p><p>7 •• , • •••••</p><p>6 •</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2</p><p>1:</p><p>J..</p><p>ti)</p><p>.. tJJ 8 •A 8 8</p><p>... <if;> .i :</p><p>abcde gh</p><p>Até aqui se obedeceu a linha teórica. Agora,</p><p>o importante é disfarçar, fazendo o adversário</p><p>pensar que você se equivocou gravemente ao</p><p>deixar tomarem seu bispo. Meu rival pensou uns</p><p>segundos, olhou-me no rosto e jogou sem va­</p><p>cilar:</p><p>8. axb4??</p><p>Sua surpresa foi imensa, e hoje, 25 anos mais</p><p>tarde, ele ainda recorda seu desastrado lance.</p><p>8 . ... lbd3 mate.</p><p>8 1 .t • 1 7,,,,.,,~</p><p>6 lj</p><p>5</p><p>4 88 i. ,</p><p>3 • t'iJ</p><p>2 8 !iJ8888</p><p>1 lt 1f <Jt i. :</p><p>a b e d e 9 h</p><p>Anderssen e o hoteleiro</p><p>Contam que Adolf Anderssen, protagonista</p><p>da mais famosa partida de xadrez, A Imortal,</p><p>chegou um dia a um hotel. O dono do estabele­</p><p>cimento, que se gabava de ser um grande en~a­</p><p>drista, desafiou Anderssen para uma partida</p><p>oferecendo uma dama de vantagem. Anderssen</p><p>aceitou encantado e resolveu perder para pre­</p><p>gar uma peça no adversário. Então, propôs q~e</p><p>voltassem a jogar, mas desta vez quem tena</p><p>uma dama a menos seria ele, pois considerava</p><p>que perdera a partida por ficar preocupado com</p><p>a segurança dessa peça. O hoteleiro, com um</p><p>sorriso irônico, aceitou. Qual não foi sua sur­</p><p>presa ao ser derrotado com toda a facilidade.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 31</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Não permita que a sua preocupação em</p><p>atacar faça-o esquecer do adversário. Lem­</p><p>bre-se de que uma ameaça de mate, às ve­</p><p>zes é defendida com outro mate, mais</p><p>fuli'iiinante, do seu oponente.</p><p>2. Quando realizamos uma incursão no cam­</p><p>po do inimigo, devemos assegurar a retira­</p><p>da de nossas peças.</p><p>3. Desconfie sempre dos presentes inespera­</p><p>dos do adversário.</p><p>4. Devemos controlar as manobras do cavalo</p><p>visualizando os caminhos que ele pode per­</p><p>correr.</p><p>5. As peças mais potentes, no centro do tabu­</p><p>leiro, são a dama e os cavalos.</p><p>6. Os lances simétricos na abertura não po­</p><p>dem seguir indefinidamente, já que, se o</p><p>tentarmos, as brancas sempre levarão van­</p><p>tagem.</p><p>7. Se lhe apresentam uma abertura desco­</p><p>nhecida, você deve seguir os princípios ge­</p><p>rais do xadrez, que envolvem o desenvol­</p><p>vimento das peças, o domínio do centro do</p><p>tabuleiro e o jogo lógico.</p><p>8. Nas aberturas, é mais importante conhecer</p><p>os planos que se tem em mente que as joga­</p><p>das reais.</p><p>9. Se seu oponente não ocupa o centro, você</p><p>deve ocupar.</p><p>10. Se entregarem a você um peão em um</p><p>gambito, não se apaixone por ele; devolva­</p><p>º na situação que considerar mais vanta­</p><p>josa.</p><p>CAPÍTULO 3 A filosofia do</p><p>jogo aberto</p><p>•Apoderar-sede linhas abertas é</p><p>vantajoso para quem ataca."</p><p>(Morphy)</p><p>A entrada em cena do americano Paul Morphy significou uma nova e importante revolução</p><p>no jogo de xadrez, caracterizada pelo jogo posicional com rápido desenvolvimento das peças,</p><p>controle do centro do tabuleiro e utilização de linhas abertas.</p><p>PAULMORPHY</p><p>Nacionalidade: Norte-americano.</p><p>Nascimento: New Orleans, 22 de junho de 1837.</p><p>Morte: New Orleans, 10 de julho de 1884.</p><p>Títulos: Foi considerado o melhor jogador do mundo em sua época.</p><p>Características de jogo: Extraordinária habilidade tática, jogo inigualável em posi­</p><p>ções abertas e capacidade inata para jogar xadrez.</p><p>Principais debilidades: Seus problemas psíquicos.</p><p>Legado: Estão registradas cerca de 400 partidas jogadas por ele, sendo que 75 em jogos</p><p>de campeonatos. Estabeleceu as bases do jogo moderno, desenvolvidas posteriormente por</p><p>Steinitz.</p><p>Consideração final: Foi um dos jogadores mais geniais de todos os tempos. Antecipou­</p><p>se à sua época com uma concepção moderna de jogo. Era dotado de um extraordinário talento</p><p>natural para o jogo de xadrez.</p><p>Partida 6</p><p>L. Paulsen - P. Morphy</p><p>Nova York, 1857</p><p>Abertura dos Quatro Cavalos</p><p>Uma entrega de dama espetacular</p><p>1. e4 e5 2. lt:lf3 lt:lc6 3. lt:lc3 lt:lf6 4 . .tb5</p><p>.tc5</p><p>Outras possibilidades seriam 4 .... .ib4, ou</p><p>4 .... lt:ld4.</p><p>5. 0-0</p><p>Se 5. lt:lxe5 lt:lxe5 6. d4 .tb4 7. dxe5 lt:lxe4</p><p>8. 'i!Vd4 lt:lxc3 (8 .... .txc3+ 9. bxc3 lt:lg5 10.</p><p>.ta3 lt:le6 11. 'it'e4 'it'g5 12. g3) 9. bxc3 .te?</p><p>10 . .tf4! E as brancas obteriam pequena van­</p><p>tagem.</p><p>5 . ... 0-0 6. lt:lxe5 l:!e8</p><p>Também seria possível jogar 6 .... lt:lxe5 7.</p><p>d4, com melhores possibilidades para as bran­</p><p>cas.</p><p>7. lt:lxc6</p><p>A teoria atual oferece como melhor conti­</p><p>nuação 7. lt:lf3! lt:lxe4 8. d4 lt:lxc3 9. bxc3 .tf8</p><p>10. d5 lt:le5 11. lt:lxe5 ~xe5 12 . .if4, com</p><p>ligeira vantagem posicional.</p><p>7 . ... dxc6 8 . .tc4 b5</p><p>Não se poderia jogar 8 .... lt:lxe4? 9. lt:lxe4</p><p>l:txe410 . .txf7+ <itxf7 11. 'iif3+, pois as bran­</p><p>cas ganhariam uma peça.</p><p>9 . .te2</p><p>Não seria bom 9 . .tb3? devido a .tg4 10.</p><p>'it'el b4.</p><p>9 . ... lt:lxe4 10. lt:lxe4</p><p>Se 10 . .tf3 lt:lxf2 11. l:txf2 ~d4 12. lt:le4</p><p>(12. fifl 'iixf2+ 13. 'iixf2 llel mate) 12.</p><p>.. . .l;:txe4 13 . .txe4 'ii'xf2+ 14. @hl .tg4 15.</p><p>.tf3 l:te8 com vantagem decisiva das pretas.</p><p>10 . ... lb:e4 11 . .if3 Iile6 12. c3?</p><p>Seria melhor 12. d3 b4 13 . .te3 .txe3 14.</p><p>fxe3 lhe3 15. ~d2 com jogo mais ou menos</p><p>equilibrado.</p><p>12 . . .. 'i'd3!</p><p>Bloqueando o avanço do peão branco em</p><p>d4.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 33</p><p>13. b4</p><p>Ou então 13. llel :Xel + 14. 'i'xel ~.fS 15.</p><p>'iie2 l:!d8 16. 'li'xd3 .txd3, e a posição das bran­</p><p>cas não ficaria nada confortável.</p><p>13. . .. .tb6 14. a4 bxa4 15. 'it'xa4</p><p>.td7</p><p>Parece melhor 15 .... .tb716 . .f!a2 l:tae817.</p><p>'iidl .ta6!</p><p>16. Jia2?</p><p>Melhor seria 16. 'li'a6 'it°f5 17. d4 l:tae8 18.</p><p>.ie3 c5 19. bxc5 .txc5 20. 'i!Vb7 (20. 'i'e2 .tb6</p><p>21. .tg4 11xe3 22 . .txf5 l:txe2 23 . .txd7 com</p><p>jogo igual. Não é bom, no entanto, 20. 'i'a5?</p><p>J:!.g6 21. '.t>hl 'i'xf3 22. gxf3 .tc6 com vantagem</p><p>para as pretas) 20 .... .td6 21. c4 com ligeira</p><p>vantagem das brancas.</p><p>16 . ... .f!ae8 17. 'iia6</p><p>Apesar da igualdade de material, a posição</p><p>das pretas é superior.</p><p>17 . ... 'i'xf3!!</p><p>8 1 • 7 ' iJ. ''' 6 1i'J.j 1</p><p>5</p><p>4 8</p><p>3 8 • 2 : 8 888</p><p>J.. : @</p><p>a b e d e f g h</p><p>Excelente entrega de dama, que desmante­</p><p>la o roque das brancas .</p><p>18. gxf3 l:tg6+ 19. ~ hl .th3 20. l:tdl</p><p>As outras jogadas possíveis tampouco evita­</p><p>riam a vitória das pretas. Por exemplo: 20. 'i!Vd3</p><p>fS! 21. 'iic4+ ~ f8 22. l:tdl, ou 20. l:tgl l:txgl +</p><p>21. ~xgl l:tel + .</p><p>20 . ... .tg2+ 21. @gl .txf3+ 22. @fl</p><p>.tg2+</p><p>Todavia seria melhor 22 .... ?:g2! 23. i'd3</p><p>l:txf2+ 24. ~gl l:tg2+ 25. ~hl llgl mate.</p><p>34 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>23. -J;gl .ih3+</p><p>Ou 23 .... ..i.e4+ 24. ~fl ..i.fS! 25. 'ir'e2</p><p>.ih3+ 26. ~el 1:tgl mate.</p><p>24. ~hl .txf2 25. 'ii'fl .txfl 26. :Xfl</p><p>1:te2 27. l:tal 1:th6 28. d4 .ie3</p><p>E as brancas abandonam, já que o mate é</p><p>inevitável: 29 . .txe3 l%hxh2+ 30. ~gl l:teg2</p><p>mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 8 8</p><p>3 8 J..</p><p>2 1 8</p><p>: i. : <it></p><p>a b e d e f g h</p><p>Final</p><p>Sárichev, 1929</p><p>Rei e peão contra rei, peão e bispo</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>Esta posição, composta em 1929 pelos ir­</p><p>mãos Sárichev, é uma variante do estudo de</p><p>triangulação de Réti.</p><p>A posição das brancas parece desespe­</p><p>radora, pois, apesar de terem um peão na séti-</p><p>ma fila, o bispo pode controlar a casa da coroa­</p><p>ção. Entretanto, existe a seguinte manobra para</p><p>empatar a partida:</p><p>1. ~ c8! bS 2. 'ôt>d7! b4 3. ~d6 .ifS</p><p>Jogada obrigatória para deter o peão pres­</p><p>tes a se coroar.</p><p>4.'ôt>eS!</p><p>Para ameaçar o bispo que bloquearia o</p><p>peão preto e para entrar no quadrado.</p><p>4 . ... ..i.c8 5. ~ d4</p><p>E agora as pretas não podem defender seu</p><p>peão e a coroação das brancas ao mesmo tempo.</p><p>5. .. . b3 6. ~ c3 ..i.e6 7. c8-.t .ixc8 8.</p><p>~b3. Empate.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Morphy</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>1. '1Wxf6 gxf6 2. l:tgl + ~ h8 3 . .ixf6</p><p>mate.</p><p>Exercício 4</p><p>Morphy - Harrwitz</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>A seguinte posição reproduz a situação</p><p>final de uma partida do genial Morphy, que sou­</p><p>be surpreender seu oponente com uma sutil</p><p>manobra. Você é capaz de descobrir a conti­</p><p>nuação vencedora?</p><p>8 • 7 J.</p><p>-~~</p><p>6 ' A 1</p><p>5 8 A</p><p>•</p><p>t'iJ .</p><p>4 8</p><p>3</p><p>2 8 8· 1f~A 8</p><p>a b e d</p><p>Exercício 5</p><p>Cochrane - Staunton</p><p>Londres, 1842</p><p>,@</p><p>e f g</p><p>•</p><p>'</p><p>:</p><p>8</p><p>h</p><p>Howard Staunton (1810-1874) foi o me­</p><p>lhor jogador inglês do século XIX e um dos me­</p><p>lhores do mundo em sua época. Alegou certas</p><p>desculpas para não enfrentar Morphy quando</p><p>este fez um giro pela Europa. Dominava o jogo</p><p>posicional e foi um extraordinário analista. Es­</p><p>creveu, entre outros, The Chess Player Handbook,</p><p>baseado no Handbuch de Bilguer. Deu seu nome</p><p>ao Gambito Staunton da Defesa Holandesa e ao</p><p>modelo de peças mais utilizadas na atualidade</p><p>pela maioria dos enxadristas, desenhadas por</p><p>seu amigo Nathaniel Cook.</p><p>As pretas jogam e ganham</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 1 • _ ,. .</p><p>'*'</p><p>3 8 8</p><p>2 i.</p><p>a b e d e f g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 35</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A genialidade de Morphy</p><p>Paul Morphy é considerado por alguns es­</p><p>tudiosos como o jogador mais genial de todos</p><p>os tempos. Nasceu em Nova Orleans em 1837 e</p><p>morreu com desequilíbrios psíquicos em 1884.</p><p>Aos vinte anos de idade, surpreendeu o mundo</p><p>com sua brilhante vitória no Primeiro Congres­</p><p>so de Xadrez dos Estados Unidos. No ano se­</p><p>guinte, viajou para a Europa, onde venceu mui­</p><p>tos dos melhores enxadristas da época, entre</p><p>eles Anderssen, num encontro onde venceu se­</p><p>te, empatou duas e perdeu cinco partidas. Suas</p><p>exibições simultâneas às cegas causaram furor</p><p>na época, e seus dotes naturais para entender</p><p>com profundidade o jogo de xadrez converte­</p><p>ram-no num mito. Foi também precursor de</p><p>conceitos estratégicos, tais como a importância</p><p>da iniciativa e do desenvolvimento das peças.</p><p>Partida 7 - A vantagem</p><p>da dupla de bispos</p><p>H. Bird - P. Morphy</p><p>Londres, 1858</p><p>Defesa Philidor</p><p>1. e4 eS 2. tbf3 d6 3. d4 f5 4. tbc3</p><p>Outras possibilidades seriam:</p><p>4. exf5 4. ... e4 5. tbg5 ~ 6. tbc3</p><p>tbf6 7. f3 com ligeira vantagem para as brancas.</p><p>4. dxe5 fxe4 5. tbg5 dS 6. tbc3 com jogo</p><p>melhor para as brancas.</p><p>4 . .ic4, dando lugar a incontáveis variantes</p><p>complicadas.</p><p>4 . ... fxe4</p><p>Ou então 4 .... tbf6 S. dxe5 tbxe4 6. tbxe4</p><p>fxe4 7. tbg5 dS 8. e6 .icS 9. tbxe4 .te? 10 .</p><p>~h5+ g611. 'ii'eS l:tg8 12. tbgS com vantagem</p><p>para as brancas.</p><p>5. tbxe4 dS</p><p>Se 5 .... tbf6 6. tbxf6+ 'ii'xf6 7 . .igS com</p><p>jogo igual.</p><p>6. tbg3?!</p><p>Depois de 6. ltJxeS dxe4 7. i'hS+ g6 8.</p><p>tbxg6 tbf6 9. 'ii'eS+ ~f7 10 . .ic4+ ~g7 (10 ....</p><p>36 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ</p><p>MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>~xg6 11. 'i/Vg5 mate) 11. J.h6+ ~xh6 12.</p><p>lbxh8 J.b4+ 13. c3 'i!Vxh8 14. cxb4 com van­</p><p>tagem branca.</p><p>6 •••• e4 7. lbe5 lbf6 8. J.g5?!</p><p>Com o lance 8. f3!, as brancas teriam van-</p><p>tagem.</p><p>8 . ... J.d6</p><p>Mais tranqüilo seria J.e7.</p><p>9. lbh5</p><p>Seria melhor seguir o desenvolvimento me­</p><p>diante 9. J.e2, ou então 'i'd2.</p><p>9 . ... 0-0 10. if d2?</p><p>Jogada fraca, embora aparentemente seja</p><p>lógica. Seria melhor 10. ~e2 para sustentar o</p><p>cavalo de h5 e facilitar a retirada do cavalo de</p><p>e5 por g4.</p><p>10 . ... '1/ie81</p><p>Excelente jogada. As brancas não podem</p><p>agora jogar 11. lbxf6 + gxf6 perdendo material.</p><p>Também não seria proveitoso jogar ~xf6 gxf6</p><p>12. 'ilih6 'i'e7, com vantagem decisiva para as</p><p>pretas. A melhor jogada parece ser 11. ©g3,</p><p>mas as pretas ganhariam um peão, e sua po­</p><p>sição ficaria satisfatória.</p><p>11. g4? lbxg4 12. tl:\xg4 'i'xh5 13. tl:\e5</p><p>lt:lc61</p><p>Morphy ficou com um peão a mais, con­</p><p>servou o par de bispos, e o desenvolvimento de</p><p>suas peças foi adequado.</p><p>14 . .i.e2 'i!fh3 15. tl:\xc6 bxc6 16 . .i.e3</p><p>:.b8 11. o-o-o</p><p>Agora Morphy encontrou uma bela combi­</p><p>nação graças ao poder de sua dupla de bis­</p><p>pos.</p><p>17 . ... 1.txf2!!</p><p>Sacrifício inesperado da torre na ala con­</p><p>trária àquela onde se encontra o rei.</p><p>18. ~xf2 'i!Va3!!</p><p>Agora não adiantaria 19. bxa3, pois 20.</p><p>ha3 mate.</p><p>19. c3 'ii'xa2 20. b4</p><p>Obrigado ante a ameaça 20. ... °i*'al +</p><p>seguido de 1!fxb2 mate.</p><p>20 . ... 'ii'al + 21. 'i2ilc2 'i/Va4+ 22. ~b2</p><p>~xb4 23. cxb4 Ilxb4+ 24. Wxb4</p><p>Lance obrigatório. Se 24. ~c3 há mate na</p><p>seguinte jogada mediante 'iVb3. E se 24. ~cl</p><p>lli'al + ~c2 25. 'ib2 mate.</p><p>24 . ... 'i'xb4+ 25. @c2??</p><p>Um grave erro que permite ao bispo entrar</p><p>no jogo com resultados catastróficos para Bird.</p><p>O lance correto seria 25. ~a2, e as pretas te­</p><p>riam dificuldades para conseguir um resultado</p><p>positivo.</p><p>25 . ... e3! 26 . .i.xe3 ~fS+ 27. :ld3</p><p>Se 27. J.d3 'i'c4+, e as pretas ganhariam</p><p>uma peça.</p><p>27 . ... 'ii'c4+ 28. ~d2 'ilia2+ 29. 'i2ildl</p><p>Ou então 29. ~c3 'i'xe2.</p><p>29 . ... 'ifbl+</p><p>E as brancas abandonam ante a inevitável e</p><p>decisiva perda de material.</p><p>A psicologia de Lasker</p><p>Esta anedota mostra que Lasker se preocu­</p><p>pava mais com o jogador (jogo psicológico) que</p><p>com as peças do tabuleiro. Uma vez, terminada</p><p>uma partida no torneio de Nottingham, um</p><p>espectador lhe perguntou o que teria ocorrido</p><p>se ele houvesse tomado um cavalo que apa­</p><p>rentemente seu adversário lhe presenteava.</p><p>Lasker respondeu:</p><p>- Estava jogando contra um mestre forte, e</p><p>se o mestre forte pensa durante meia hora e</p><p>joga uma peça que pode ser capturada, creio</p><p>que não seria bom tomá-la e por isso a deixei</p><p>tranqüila.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. As torres necessitam de colunas abertas</p><p>para otimizar sua eficácia.</p><p>2. Conseguir colocar uma torre na sétima fi­</p><p>la representa uma boa vantagem. É muito</p><p>conhecido entre os enxadristas o dito: "Tor­</p><p>re na sétima colocarás, e a partida ganha­</p><p>rás".</p><p>3. As torres são mais úteis atrás de uma cadeia</p><p>de peões próprios.</p><p>4. Duas torres solidárias na sétima ou oitava</p><p>fila podem proporcionar um efeito devas­</p><p>tador no campo contrário.</p><p>5. Coloque suas torres atrás de seus peões</p><p>passados.</p><p>6. A torre é uma peça que pode ser facilmente</p><p>bloqueada quando há muitas peças no tabu­</p><p>leiro. Fique atento a essa possibilidade.</p><p>7. As torres são peças de movimentos lentos;</p><p>por esse motivo, sua maior eficácia ocorre</p><p>no final da partida, quando há espaços</p><p>abertos.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 37</p><p>8. Os cavalos não são muito úteis para deter</p><p>peões passados avançados, especialmente se</p><p>estes estão na coluna da torre.</p><p>9. "Um cavalo mal situado é sempre um</p><p>desastre posicional." (Nimzowitsch)</p><p>10. Os bispos podem ser bloqueados por peões,</p><p>por isso devemos ter muito cuidado antes</p><p>de tomar um peão, pois pode estar "en­</p><p>venenado". Antes de realizar a captura de</p><p>um peão, devemos saber com segurança</p><p>por onde poderá se retirar nossa peça.</p><p>CAPÍTULO 4 A fantasia a serviço</p><p>do xadrez</p><p>"Zukertort foi o jogador mais forte que</p><p>encontrei em meu caminho enxadrístico."</p><p>(Steinitz)</p><p>Zukertort foi o sucessor de Anderssen. Aplicou as teorias românticas dotando-as de uma</p><p>destreza combinatória excepcional, graças a sua fantasia, memória prodigiosa e capacidade</p><p>matemática.</p><p>JOHANNESZUKERTORT</p><p>Nacionalidade: Polonês.</p><p>Nascimento: Lublin (Polônia), 7 de setembro de 1842.</p><p>Morte: Londres, 20 de junho de 1888.</p><p>Características de jogo: Herdeiro da escola romântica. Possuía prodigiosa memória e</p><p>grande capacidade de cálculo.</p><p>Melhores torneios: Londres, 1872; Leipzig, 1877; Colônia, 1878; Paris, 1881; Berlim,</p><p>1883.</p><p>Façanhas: Ganhou o torneio de Londres em 1883 com 3,5 pontos de vantagem sobre</p><p>Steinitz.</p><p>Principal derrota: Contra Steinitz, em disputa pelo campeonato do mundo.</p><p>Principal debilidade: Sua saúde precária.</p><p>Legado: Escreveu uma recopilação de problemas e um resumo das principais aberturas.</p><p>Foi editor e redator da revista Chess Monthly entre 1879 e 1888.</p><p>Vida privada: Possuidor de uma memória prodigiosa e de urna grande versatilidade,</p><p>dominava vários idiomas, foi crítico musical, editor de jornal e um grande espadachim.</p><p>Consideração final: Um dos melhores jogadores de sua época, talvez o melhor depois</p><p>de Steinitz.</p><p>Partida 8 -A imortal de Zukertort</p><p>Zukertort - Blackburne</p><p>Londres, 1883</p><p>Defesa Índia de Dama</p><p>A seguinte partida foi jogada por Zukertort</p><p>contra o Grande Mestre britânico Joseph Henry</p><p>Blackburne (1841-1924), um dos maiores joga­</p><p>dores do século XIX.</p><p>1. c4 e6 2. e3 ©f6 3. ©f'3 b6 4 . .i.e2</p><p>.i.b7 5. 0-0 d5 6. d4 i.d6 7. ©c3 0-0 8. b3</p><p>©bd7 9. i.b2 'if e7</p><p>Seria melhor jogar c5 para pressionar os</p><p>peões centrais brancos.</p><p>10. ©b5 ©e4 11. ©xd6 cxd6</p><p>As brancas conservam a dupla de bispos,</p><p>mas as pretas podem ocupar a coluna "c" com</p><p>suas torres.</p><p>12. ©d2 ©df6?</p><p>A jogada f5 poderia evitar problemas pos­</p><p>teriores às pretas.</p><p>13. f'3 ©xd2 14. l\Vxd2 dxc4 15 . .i.xc4</p><p>d5 16. i.d3 l:tfc8</p><p>Segundo comentários do próprio Zukertort,</p><p>Blackburne subestimou as possibilidades de</p><p>ataque das brancas. Mais prudente seria ocupar</p><p>a coluna com a torre da dama e deixar a torre</p><p>do rei no seu lugar.</p><p>17. l:tael!</p><p>8 1 · • 7</p><p>1f' '' 6 ,.</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 8 1i. 8 8</p><p>::@</p><p>a b e d e g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 39</p><p>Uma profunda visão da posição demons­</p><p>tra a Zukertort que não há nenhum perigo no</p><p>flanco da dama, e ele continua com seu plano</p><p>de dominar o centro.</p><p>17 .... ltc7 18. e4 :ac8 19. e5 ©e8</p><p>Segundo Steinitz, seria melhor jogar 19 ... .</p><p>©d7, seguido de ©f8, protegendo o ponto fraco</p><p>h7.</p><p>20. f4 g6</p><p>Melhor para as pretas seria jogar f5 em vez</p><p>de g6.</p><p>21. :e3 f5 22. exf6 ©xf6</p><p>A outra possibilidade 22 .... 'iVxf6 23. fkel</p><p>©g7 24. g4 proporcionaria às brancas um</p><p>fortíssimo ataque.</p><p>23. fS!</p><p>Posição típica de ataque na qual se tenta</p><p>abrir linhas de penetração.</p><p>23 . ... ©e4 24. i.xe4 dxe4</p><p>Aparentemente as pretas atingiram o obje­</p><p>tivo de eliminar o bispo que protegia a entra­</p><p>da das torres pela casa c2, mas as brancas che­</p><p>garam antes em seu ataque pelo flanco do rei.</p><p>25. fxg6!</p><p>8 1 ••</p><p>7 j J. 1 ' 6 ' 8</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 8 .t 11 8 l!:i</p><p>11@</p><p>a b e d e g h</p><p>Menos vistoso mas mais efetivo seria 25. d5!</p><p>l:tc2 (se 25 .... e5 26. d6 'iVd7 27. fxg6 com bom</p><p>ataque) 26. 'iVd4 e5 27. 'iVxe4 com ataque vence­</p><p>dor.</p><p>40 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MO~EDERO GONZÁLEZ</p><p>25 . ... l:tc2</p><p>Se 25 .... hxg6 26. l:tg3 ~g7 27. d5 e5</p><p>28. 'iig5 l!e8 29. l:tf6 com vitória das bran­</p><p>cas.</p><p>26. gxh7+ 'it>h8</p><p>No caso de 26 .... 'it>xh7 27. l:th3+ ~g8</p><p>28. ~h6 sem defesa possível das pretas. E</p><p>se 26 .... ~h7 27. :g3+ <J.>h8 28.d5+ga­</p><p>nhando.</p><p>27. d5+ e5 28. 'iib4!!</p><p>Jogada surpreendente e magistral.</p><p>28 . ... l;t8c5</p><p>Não adiantaria tomar a dama branca já que</p><p>se entra numa seqüência de mates. Por exemplo:</p><p>28 .... 'i'xb4 29. i.xe5+ <Jó,xh7 30. :.h3+ ~g6</p><p>31. l:tg3+ ~h6 32. l:tf6+ ~h5 33. :fS+ <j.,h6</p><p>34. i.f4+ 'it>h7 35. :h5 mate.</p><p>8</p><p>7 j J.</p><p>6 j</p><p>5</p><p>4 " 3 8</p><p>2 8 .t 1</p><p>a b e</p><p>29. :r8+t</p><p>•</p><p>d e</p><p>: • 8</p><p>g h</p><p>Segundo comentário posterior</p><p>de Steinitz,</p><p>trata-se de uma das mais belas jogadas já conce­</p><p>bidas sobre o tabuleiro.</p><p>29 . ... 'it>xh7</p><p>Não seria válido 29 .... 'i'xf8 30. i.xe5+</p><p><j.,xh7 31. 'i'xe4+ ~h6 32. :h3+ Wg5 33.</p><p>:g3+ Wh5 34. ~g6+ ~h4 35. :h3 mate.</p><p>30 . ... 'i/Vxe4+ ~g7 31. i.xe5+ ~xf8</p><p>32. i.g7+!</p><p>Um brilhante arremate em consonância</p><p>com o resto da partida.</p><p>8 • 7 j .t • ~</p><p>6 j</p><p>5 1 8</p><p>4 • 3 8 :</p><p>2 8 1 8 8</p><p>~</p><p>a b e d e g h</p><p>32 . ... ..t,g8</p><p>Se 32 .... 'i'xg7 33. 'i'e8 mate. E no caso de</p><p>32 .... ~xg7 33. ~xe7+ ~g6 34. l:g3+ ~fs 35.</p><p>: g5 + cJ;,f4 36. 'iie5 mate .</p><p>33. 'i/Vxe7</p><p>E as pretas se entregam .</p><p>Final - Torre contra peão</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>.l</p><p>•</p><p>a b e d e g h</p><p>A posição do diagrama mostra uma situa­</p><p>ção na qual o jogador forte, apesar de ter o</p><p>lance, não pode obter a vitória.</p><p>Vejamos como prosseguir:</p><p>1.~c6</p><p>No caso de 1. ~d6 'loid4!! Esta posição</p><p>é fundamental neste tipo de finais. Se se jo­</p><p>ga por exemplo: (1. ... ~b2? 2. :b8+ ~a2 3.</p><p>l:c8 <it>b3 4. 'ittd5 c3 5. ~d4 c2 6. 'ittd3, ganha­</p><p>se um peão) 2. <it>e6+ <it>e3 3. <it>e5 c3 4. llc8</p><p>'iPd2 5. l:d8+ 'iPe2 6. l:c8 ~d2 e há um em­</p><p>pate.</p><p>1. ... 'iPb2 2. ~dS c3 3. l:b8+ ~a2 4.</p><p>l:c8 'iPb2 e empate.</p><p>Porém, na mesma posição, sendo o peão de</p><p>torre ou de cavalo, o jogador que possuísse a</p><p>torre obteria facilmente a vitória.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Zukertort</p><p>1. e4 eS 2. lbt3 ttlc6 3 . .ibS ttlge7 4. c3</p><p>d6 5. d4 .id7 6. 0-0 ttlg6 7. ttlgS h6</p><p>8 1 ••.t 1</p><p>7 j j j J. jj</p><p>6 • j •• 5 i. j tb</p><p>4 88</p><p>3 8</p><p>2 8 8 8 8 8</p><p>: tbJ.1" : 'iit</p><p>a b e d e g h</p><p>8. lrud'7! ~ 9 • .ic4+ <it>e7 to. 'i!t'bs</p><p>'it'e8 11. 'it'g5+ hxg5 12. hg5 mate.</p><p>Exercício 6</p><p>J. Monedero - A. Hernández</p><p>Open Internacional dei Foment</p><p>Barcelona, 1998</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>A posição do diagrama corresponde a uma</p><p>partida jogada por José Monedero, um dos au­</p><p>tores deste livro. O exercício consiste em en­</p><p>contrar as duas jogadas-chave que levam a um</p><p>engenhoso mate. Você é capaz de encontrar a</p><p>solução ganhadora?</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 41</p><p>: 1</p><p>8</p><p>7 j</p><p>6 ' 5 j tb.</p><p>4 j 8</p><p>3 • 8 8</p><p>2 8 @</p><p>1 1</p><p>a b e d e g</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 9</p><p>Ed. Lasker - G. Thomas</p><p>Nova York, 1912</p><p>Defesa Holandesa - Pode-se</p><p>melhorar o que já é perfeito?</p><p>h</p><p>A partida a que se refere esta anedota é</p><p>uma das mais famosas da história do xadrez</p><p>e foi jogada em Nova York, em 1912, entre</p><p>Edward Lasker (não confundir com Em.manuel</p><p>Lasker, campeão do mundo) e o forte jogador</p><p>britânico George Thomas.</p><p>1. d4 f5</p><p>A Defesa Holandesa é uma das mais anti­</p><p>gas, mas continua sendo muito utilizada contra</p><p>o lance inicial d4.</p><p>2. ttlc3</p><p>O mais corriqueiro é g3 ou ttlf3, mas as</p><p>brancas tentam jogar rapidamente e4.</p><p>2 . ... ttlf6 3 . .igS e6</p><p>&te último lance permite a ruptura central me­</p><p>diante a jogada e4, que dá vantagem às brancas.</p><p>4. e4 fxe4 5. ttlxe4 .ie7 6 . .ixf6 .ixf6</p><p>7. ttlf3 0-0 8 . .id3 b6 9. ttleS .ib7 10.</p><p>'it'bs ! 'ir' e 7?</p><p>Após esta jogada, Lasker anunciou a seu</p><p>adversário mate em 8 jogadas!</p><p>11. 'it'xh7+!!</p><p>42 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 •• ~</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 888 888</p><p>: :</p><p>a b e d e g h</p><p>11 . ... ~xh7 12. ltlxf6+ ~h6</p><p>Se 12 .... ~h8 13. lbg6 mate.</p><p>13. lbeg4+ WgS 14. h4+ 'it>f4 15. g3+</p><p>~ f3 16. i.e2+ ~g2 17. l:th2+ ~gl 18. o-</p><p>0-0 mate.</p><p>Após a partida, o vencedor exultava de feli­</p><p>cidade, mas então aconteceu um fato curioso.</p><p>O campeão do mundo, Emmanuel Lasker foi</p><p>felicitar seu homônimo, Edward Lasker (não</p><p>eram parentes apesar de ambos serem alemães</p><p>contemporâneos e grandes jogadores) e Ih~</p><p>disse: '</p><p>- A partida não foi de todo correta.</p><p>- Por quê?, perguntou o vencedor da dis-</p><p>puta, um tanto aborrecido. - Todas as jogadas</p><p>das pretas foram forçadas. Nem você, como</p><p>campeão mundial, poderia superá-las.</p><p>- Sim, eu a ganharia duas jogadas an­</p><p>tes - contestou Emmanuel e, em seguida,</p><p>mostrou como fazê-lo. - Quando você jo­</p><p>gou 14. h4+, a melhor jogada era 14. f4!</p><p><J.>xf4 (se 14 .... Wh4 15. g3+ Wh3 16. i.fl</p><p>mate) 15. g3+ @f3 (se 15 .... ~g5 16. h4 ma­</p><p>te) 16. 0-0 mate.</p><p>Realmente foi uma aula de humildade pa­</p><p>ra o vencedor desta famosa e brilhante par­</p><p>tida.</p><p>O xadrez proibido</p><p>O xadrez foi proibido no Irã por seu líder</p><p>político e religioso Aiatolá Komeini, que o qua­</p><p>lificou como "um jogo diabólico que perturba</p><p>a mente de quem o pratica".</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Não execute variantes fantasiosas que po­</p><p>dem provocar problemas de tempo. Em caso</p><p>de dúvida, descarte essas continuações com­</p><p>plicadas e procure outras mais simples.</p><p>2. Quando estamos com problemas de tempo,</p><p>devemos confiar em nossos instintos. Não</p><p>tente jogar variantes complexas se não puder</p><p>calculá-las com exatidão.</p><p>3. Um excesso de concentração pode ser tão</p><p>perigoso quanto sua falta. Não tenha obses­</p><p>são pela vitória, jogue tranqüilamente. Mes­</p><p>mo se você perder, o mundo não vai acabar.</p><p>4. Os finais nunca devem ser jogados de for­</p><p>ma apressada; paciência e cálculo preciso</p><p>são os dois melhores conselhos frente a um</p><p>final de partida.</p><p>5. No final, como em qualquer parte da partida,</p><p>deve-se seguir um plano lógico que nos leve a</p><p>obter sucessivas vantagens.</p><p>6. Os conhecimentos técnicos são imprescin­</p><p>díveis nos finais. Deve-se estudar os méto­</p><p>dos teóricos para ganhar certas posições de</p><p>uma forma matemática.</p><p>7. Aprenda com os jogadores clássicos que</p><p>marcaram época, não se limite a contemplar</p><p>apenas partidas dos torneios mais recentes.</p><p>8. Ataque sempre que puder a estrutura de peões</p><p>do adversário pela base dessa estrutura.</p><p>9. Se numa partida você tiver uma peça não-de­</p><p>senvolvida ou bloqueada, é como se estivesse</p><p>jogando com uma peça a menos.</p><p>10. Conserve seus cavalos nas posições cerradas· . - - . , . , nessa s1tuaçao sao peças mais uteis.</p><p>CAPÍTULO 5 O primeiro campeão</p><p>do mundo</p><p>·No começo da minha carreira, atacava sem parar,</p><p>fazendo partidas magníficas que perdia com freqüência.</p><p>Depois modifiquei meu estilo por um mais defensivo.</p><p>Então, minhas partidas se tornaram mais difíceis e menos</p><p>agradáveis de conduzir, mas em troca ganhava cada vez</p><p>mais, e cheguei a ser campeão do mundo.•</p><p>(Steinitz)</p><p>Steinitz passou para a história do xadrez, entre outras coisas, por ser considerado o primeiro</p><p>campeão oficial do mundo. Foi um pensador profundo que desenvolveu novas concepções da</p><p>estratégia do xadrez. Sistematizou, ampliou e aperfeiçoou as idéias de Philidor a respeito das</p><p>estruturas de peões, do jogo defensivo e do acúmulo de pequenas vantagens.</p><p>WILHELM STEINITZ ("O PENSADOR")</p><p>Nacionalidade: De origem austríaca, naturalizou-se americano.</p><p>Nascimento: Praga, 18 de maio de 1836.</p><p>Morte: Nova York, 12 de agosto de 1900.</p><p>Títulos: Primeiro campeão oficial do mundo entre 1886 (após vencer Zukertort) e 1894.</p><p>Características de jogo: Grande analista, virtuoso na defesa e na capacidade de</p><p>acumular pequenas vantagens.</p><p>Melhores torneios: Dublin, 1865; Londres, 1872; Viena, 1873 e 1882; Nova York, 1894;</p><p>São Petersburgo, 1895.</p><p>Façanhas: Vencer Anderssen em 1866 e autoproclamar-se campeão do mundo quando</p><p>não existia oficialmente esse título.</p><p>Principal derrota: Diante de Lasker, que o destronou em 1894.</p><p>Principal debilidade: Sua instabilidade psíquica (em 1897, teve de ser internado em</p><p>um sanatório psiquiátrico).</p><p>Vida privada: Nasceu no seio de uma numerosa família judia que desejava que fosse</p><p>rabino. Apesar de se destacar em matemática, dedicou sua vida ao xadrez. Possuía caráter</p><p>difícil, agressivo, polêmico e dado à crítica. Foi protagonista de violentos confrontos com</p><p>outros jogadores da época.</p><p>Legado: Mudou a concepção romântica do jogo, dominante em sua época, por uma mais</p><p>pragmática. Enquanto Morphy foi o mestre das posições abertas, Steinitz o foi do jogo fechado</p><p>e posicional. Escreveu, além de numerosos artigos em revistas e jornais, o livro Modem Chess</p><p>Instructor, no qual idealizou uma classificação das aberturas.</p><p>Consideração final: Foi um grande inovador, pai do xadrez moderno. Seu critério era</p><p>claro: o ataque pode e deve ser realizado quando se possui vantagem</p><p>posicional.</p><p>44 ANTONIO LóPEZ MAt--ZANO E Jos~ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 10</p><p>Quando estamos</p><p>rocados, sempre devemos</p><p>considerar um possível</p><p>sacríficio na casa h 7.</p><p>Steinitz - Golmayo</p><p>Havana, 1888</p><p>Defesa Francesa</p><p>Em muitas ocasiões, após o avanço do</p><p>peão branco da casa eS, as pretas se vêem</p><p>obrigadas a retirar seu cavalo de f6 e deixar</p><p>desprotegida a casa h7. O problema é ain­</p><p>da maior se levarmos em conta que o peão</p><p>branco adiantado em eS domina também a</p><p>possível saída do rei por d6 . Vejamos um be­</p><p>lo exemplo de sacrifício de bispo na casa h7</p><p>efetuado por Steinitz no torneio de Havana</p><p>de 1888.</p><p>1. e4 e6 2. d4 d5 3. lt:lc3 lt:lf6 4. eS lt:l</p><p>d7 5. f4 cS 6. dxc5 i.xc5 7. lt:lf3 lt:lc6 8.</p><p>.id3 0-0</p><p>Nesta posição não seria possível nenhum</p><p>sacrifício do bispo branco contra o roque das</p><p>pretas, devido ao insuficiente desenvolvimento</p><p>das brancas.</p><p>9.h4</p><p>No caso de 9 . .ixh7+ ~xh710. ltlg5+ ~g6</p><p>11. 'i!Vd3+ fS 12. exf6+ ~xf613. lt:lh7+ ~f714.</p><p>ltlxf8 lt:lxf8, as pretas ficam melhor.</p><p>Depois do lance 9. h4, as brancas estão</p><p>ameaçando o mencionado sacrifício, pois de­</p><p>pois de ~g6, o lance hS + decidiria.</p><p>9 . ... f6?</p><p>Seria muito melhor 9 .... fS 10. lt:lgS (10.</p><p>exf6 lt:lxf6 com igualdade) 10 .... ~e8.</p><p>10. lt:lgS!</p><p>Apesar de tudo.</p><p>10 . ... fxg5 11 . .ixh7+ ~xh7 12.</p><p>hxgs+ ~ g8 13. 'i!Vhs</p><p>As brancas ameaçam g6 com um mate</p><p>inevitável. As pretas têm tempo de tirar a tor­</p><p>re para dar saída ao rei, mas isso não bas­</p><p>ta, porque a casa d6 está dominada pelas bran­</p><p>cas.</p><p>8 1 .i.. ••</p><p>7 ' ' • ' 6 • ' 5 .i.i8 8°f/</p><p>4 8</p><p>3 ltJ</p><p>2 8 8 8 8</p><p>: .i <i> :</p><p>a b e d e 9 h</p><p>13 . ... lt:ldxeS 14. fxe5 : fS</p><p>A idéia das pretas é responder :es contra</p><p>g4, mas ...</p><p>15. g4!</p><p>Planejando que a torre vá a eS e uma vez</p><p>deslocada essa peça, realizar o mortal movi­</p><p>mento de peão a g6.</p><p>15 . ... l:txes+ 16. ~ dl .ie3</p><p>As brancas ameaçam .if4!</p><p>17. i.xe3 l:txe3</p><p>E agora o lance decisivo do ataque branco.</p><p>18. lt:lbS!</p><p>Cobrindo a casa de escape do rei em d6, as</p><p>brancas ganham definitivamente o domínio</p><p>dessa casa vital.</p><p>18 . ... : f3 19. g6</p><p>As pretas abandonam, já que o mate é ine­</p><p>vitável.</p><p>Por exemplo: 19 .... ~f8 20. 'i!Vh8+ ~e7</p><p>21. 'i'xg7 + l:tf7 22. 'i'xf7 mate.</p><p>Final - O percurso exato do rei</p><p>É necessário estudar as manobras típicas</p><p>do rei nos finais, pois pode ser a diferença</p><p>entre ganhar ou perder a partida.</p><p>Na posição do diagrama, as brancas não têm</p><p>nenhum obstáculo para ganhar o peão em a7: o</p><p>problema é que se deixarem o rei preto chegar a</p><p>c7, o resultado será empate. Por isso, é neces­</p><p>sário fazer um percurso exato com o rei para</p><p>capturar o peão no momento preciso.</p><p>8</p><p>7 i</p><p>6 8</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 •</p><p>a b e d e g h</p><p>1. ~ e6! ~ c3 2. <3.>dS!I</p><p>8</p><p>7 ,.</p><p>6 8</p><p>5</p><p>4</p><p>3 • 2</p><p>abcde gh</p><p>Única manobra ganhadora.</p><p>No caso de 2. <otd6?? ~d4 3. ~c6 ~eS 4.</p><p><3.>b7 'ôt>d6 5. ~xa7 <tic7, as brancas teriam de se</p><p>conformar com o empate.</p><p>2 . ... ~ b4 3. ~c6 ~ as 4. ~ b7 ~ bs s .</p><p>..t,xa7 ~ c6 6 . ..t,b8</p><p>E as pretas não podem evitar a coroação do</p><p>peão.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate com cavalos</p><p>Steinitz - Walsh,</p><p>1870</p><p>1. e4 c5 2. tbc3 tbc6 3. tbt'3 h6 4. d4</p><p>cxd4 5. tbxd4 'iW1>6 6. i.e3! 'i'xb2 7. tbdb5</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 45</p><p>'ifb4 8. t2::lc7+ ~ d8 9. ~ d2 ltb8 10 . .:b1</p><p>'i'd4 11. J.d3 lbb4? 12. t2::l3b5 tbxd3+ 13.</p><p>cxd3 'i'xd3</p><p>8 1 J.. J.lj _l</p><p>7 iitiliiii</p><p>6 i</p><p>5 til</p><p>4 8</p><p>3 • 2 8 J.. 888</p><p>: 'if si> l:í</p><p>a b e d e g h</p><p>14. t2::le6+ ~ e8 (se o cavalo for tomado</p><p>com qualquer um dos peões, perde-se a dama</p><p>com xeque a descoberto do bispo em aS) 15.</p><p>lt:lbc7 mate.</p><p>Exercício 7</p><p>H. Cordes, 1895</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Nesta posição, as brancas têm uma gran­</p><p>de desvantagem material, mas em xadrez a</p><p>posição das peças importa mais que o material.</p><p>Você é capaz de encontrar a continuação ga­</p><p>nhadora?</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5 J. i ,.</p><p>4 • 3 'if 8</p><p>2 til 8</p><p><it</p><p>a b e d e g h</p><p>46 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MO'IEDERO GONZÁLEZ</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 11</p><p>Steinitz - Bardelebem</p><p>Hastings, 1895</p><p>Abertura Italiana</p><p>Aprendamos a jogar com</p><p>os campeões do mundo.</p><p>A partida seguinte foi jogada por Steinitz</p><p>quando, então com cinqüenta anos, já não era</p><p>campeão do mundo e, apesar disso, jogou uma</p><p>miniatura brilhante.</p><p>1. e4 e5 2. lbf3 lbc6 3. i.c4 i.c5 4. c3</p><p>lt:lf6 5. d4 exd4 6. cxd4 i.b4+ 7. lbc3 d5</p><p>Seria melhor lbxe4, obtendo um bom jogo.</p><p>8. exd5 lbxd5 9. 0-0 i.e6</p><p>Não seria válido 9 .... lbxc3 10. bxc3 i.xc3</p><p>11. 'i!Vb3 i.xal 12. i..xf7 +, e as brancas ganham.</p><p>Não seria bom também 9 .... i.xc3 10. bxc3</p><p>lbxc3 11. 'i'el+, ganhando o cavalo.</p><p>Assim, as pretas não poderiam ganhar o</p><p>peão em c3.</p><p>10. i..g5 i.e7 11. i.xd5 i.xd5 12.</p><p>lbxd5 'i'xd5 13. i.xe7 lbxe7 14. :e1 f6</p><p>A fim de buscar um refúgio para o rei.</p><p>15. 'ife2 'ifd7 16. lfacl</p><p>Parece melhor 16. dS ~f7 17. :adl lbxd5</p><p>18. lbgs+ fxg5 19. iff3+ ~g8 20. llxdS com</p><p>clara vantagem das brancas.</p><p>16 . ... c6? 17. d5!</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>• ••</p><p>abcdefgh</p><p>Um sacrifício de peão que dá vantagem às</p><p>brancas.</p><p>17 . ... cxd5</p><p>Não seria melhor 17 .... ~f7 18. dxc6 bxc6</p><p>19. 1Wc4+ 'ii'd5 20. 'ii'xd5+ cxd5 21. llc7 com</p><p>predomínio das brancas.</p><p>18. lbd4 ~f7 19. lbe6 :hc8 20. 'i'g4</p><p>g6 21. lbg5+ ~e8</p><p>Neste momento se produziu uma das mais</p><p>belas combinações da história do xadrez:</p><p>22.l:lxe7+!</p><p>8</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>abcdefgh</p><p>22 . ... ~f8</p><p>Não serviria jogar 22 .... ~xe7 23. llel +</p><p>'it>d6 24. 'iltb4+ llcS (24 .... ~c7 25. lbe6+ 'it>b8</p><p>26. 'iVf4+ l:lc7 27. lbxc7 'i'xc7 28. lle8 mate)</p><p>25. :Ce6+.</p><p>23. :Cf7 + ! 'it>g8 24. :g7 + ! 'it>h8 25.</p><p>hh7+</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Com efeito, se 25 .... ~g8 26. ng7+ ~h8</p><p>27. 'ifh4+ 'it>xg7 28. ~h7+ ~f8 29. 'ii'h8+ 'it>e7</p><p>30. 'it'g7+ ~e8 31. 'ii'g8+ ~e7 32. 'i'f7+ 'it>d8</p><p>33. 'i'f8+ 'i'e8 34. lbf7+ ~d7 35. 'ii'd6 mate.</p><p>Glória ou dinheiro</p><p>Um admirador de Steinitz, no final de sua</p><p>carreira, perguntou-lhe por que não se retirava</p><p>da vida enxadrística com a glória que tinha</p><p>acumulado durante todos seus anos de inúme­</p><p>ras conquistas. Steinitz retrucou:</p><p>- Posso prescindir da glória, mas necessito</p><p>do dinheiro dos prêmios dos torneios para</p><p>comer.</p><p>Em 1899, regressando a Nova York, depois</p><p>de seu fracasso no torneio de Londres, Steinitz</p><p>sofreu uma crise mental (chegou a dizer que</p><p>jogava com Deus pelo telégrafo) e foi internado</p><p>em um manicômio de Ward's Island, onde</p><p>morreu em 12 de agosto de 1900.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Pense bem antes de trocar peças pelos seus</p><p>peões de roque.</p><p>2. Quando pretender realizar uma entrega</p><p>de peça para dar mate, examine sempre as</p><p>possíveis casas de escape do rei.</p><p>3. Calcule, com exatidão, o percurso do seu</p><p>rei nos finais de peão, já que, às vezes, a</p><p>jogada mais natural e evidente não é neces­</p><p>sariamente a melhor.</p><p>4. As peças têm um valor relativo no xadrez</p><p>em função de sua posição no tabuleiro e</p><p>mobilidade presente e futura.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 47</p><p>5. Os tempos de vantagem no desenvolvi­</p><p>mento das peças podem ser mais impor­</p><p>tantes, em algumas circunstâncias, que a</p><p>vantagem material.</p><p>6. Apesar de as regras de abertura aconse­</p><p>lharem a rocar tão cedo quanto possível,</p><p>em algumas aberturas esperar um certo</p><p>tempo pode ser uma boa estratégia.</p><p>7. Jogue sempre de acordo com um plano e</p><p>responda a esta pergunta: onde estarão</p><p>melhor colocadas minhas peças daqui a</p><p>umas tantas jogadas?</p><p>8. Não dê pistas ao adversário com gestos ou</p><p>expressões faciais sobre a situação da par­</p><p>tida: é uma informação extra que pode aju­</p><p>dá-lo.</p><p>9. Não supervalorize, nem tampouco menos­</p><p>preze, seu oponente. Ou seja, não jogue com</p><p>medo, nem tampouco com auto-suficiência.</p><p>Considere sempre que o adversário fará a</p><p>melhor jogada possível.</p><p>10. Aprenda a jogar xadrez estudando as par­</p><p>tidas dos grandes jogadores de todos os</p><p>tempos.</p><p>CAPÍTULO 6 O precursor da</p><p>escola russa</p><p>"Chigorin era uma pilha de nervos, capaz de</p><p>ver as combinações mais complicadas e passar por</p><p>alto outras muito mais simples.•</p><p>(Marshall)</p><p>A União Soviética foi o berço dos melhores jogadores da história do xadrez. O primeiro dos</p><p>grandes enxadristas russos foi Mikhail Chigorin. Sua contribuição ao desenvolvimento do xadrez na</p><p>Rússia foi determinada por sua faceta de organizador de torneios, editor de revistas e fundador de</p><p>clubes de xadrez.</p><p>MIKHAIL CHIGORIN</p><p>Nacionalidade: Russo.</p><p>Nascimento: 12 de novembro de 1850.</p><p>Morte: 25 de janeiro de 1908.</p><p>Característica de jogo: Combinatório, adepto das posições abertas e representante da</p><p>escola romântica.</p><p>Melhores torneios: São Petersburgo, 1879; campeão da Rússia, 1899, 1901 e 1903;</p><p>Nova York, 1889; Hastings, 1895; Budapest, 1896.</p><p>Principal derrota: Contra Steinitz em 1889 e 1892 pelo campeonato do mundo.</p><p>Principal debilidade: Sua propensão à bebida.</p><p>Legado: É considerado o pai da moderna escola de jogadores soviéticos.</p><p>Consideração final: Suas observações como analista e teórico, especialmente em</p><p>aberturas, são muito apreciadas.</p><p>Partida 12</p><p>O desenvolvimento pode</p><p>ser mais importante que</p><p>a vantagem material.</p><p>Chigorin - Davidov</p><p>Londres, 1883</p><p>Gambito de Rei</p><p>1. e4 eS 2. f4 exf4 3. lt:if'3 g5 4. i.c4 g4</p><p>5. 0-0</p><p>Segunda entrega de material em apenas</p><p>cinco lances, um recorde.</p><p>5 . ... gxf'3 6. iVxf'3 'ii'f6 7. e5 ~xe5 8.</p><p>d3 .i.h6 9. lt:ic3 lt:ie7 10. i.d2 lt:ibc6 11.</p><p>l:tael 'i!Vf5</p><p>As pretas têm peças de vantagem, mas seu</p><p>desenvolvimento está muito atrasado.</p><p>12. lt:id5 ,;t.,d8</p><p>Perde-se o roque, mas não havia jogada</p><p>melhor.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1 J.• 1 ,.,, ... , .l</p><p>• J.</p><p>ti) 'if</p><p>i. ' J. 8 'if</p><p>8 8 8 8 8</p><p>: : @</p><p>abcde gh</p><p>13. i.c3?!</p><p>Seria melhor 13. ~e2! lt:ixdS 14. i.xdS</p><p>~xdS 15. i.c3 i.g5 16. i.xh8 iVe6 17. 'i'h5</p><p>'i!Vg6 18. fixg6 fxg6 19. l:!.xf4 d5 20. l:tf7 com</p><p>compensação pelo material perdido.</p><p>13 . ... l:te8 14. i.f6 i.gS 15. g4 'Wg6</p><p>Evidentemente não seria proveitoso 15 ....</p><p>fxg3?? devido a 16. °i'xf5.</p><p>16 . .i.xgS ~xg5 17. h4 'i'xh4 18. 'i'xf4</p><p>d6 19. lt:if6 lt:ieS!</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 49</p><p>8 1 .t• 1</p><p>7 .l .l ' • .l ' 6</p><p>,. ti)</p><p>5 • 4 i.. V8V</p><p>3</p><p>abc d efg h</p><p>As pretas decidem entregar sua torre de e8,</p><p>mas não é a intenção de Chigorin tomá-la.</p><p>20. l:ixeSI dxe5 21. 'i'xeS i.xg4?</p><p>Davidov cometeu um grave erro. Melhor</p><p>seria 21. ... i.e6! ! 22. 'i/Vd4+ lt:id5 23. i.xd5</p><p>'Wg3+ 24. i.g2+ ~d6 25. l\Vxd6+ cxd6 26.</p><p>lt:ixe8 ~xe8 com jogo igual.</p><p>22. 'i'd4+ ,;t.,c8 23. i.e6+ !</p><p>8 1 • 1</p><p>7</p><p>,. ,. ,. .,.</p><p>6 J.. ti)</p><p>5</p><p>4 • J. •</p><p>3 8</p><p>2 888</p><p>:I@</p><p>abcdefgh</p><p>O bispo branco está cravado e, se tomar o</p><p>peão, haverá mate.</p><p>23 . ... ~b8</p><p>Se 23 .... fxe6 24. 'i/Vd7+ ~b8 25. 'i'xe8+</p><p>lt:ic8 26. lt:id7 mate.</p><p>24. lt:id7+</p><p>Outra possível continuação seria 24. i.xg4</p><p>'i'g3+ 25. ,;t.,hl lt:ic6 (se 25 .... 'i'h4+ 26. Wg2</p><p>50 ANTONIO lóPEZ MANZANO e Jos~ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>com vantagem decisiva). 26. lbd7+ ~c8 27.</p><p>lbes+ ~b8 28. lbxc6+ bxc6 29. 'i'b4 mate.</p><p>24 . ... ~c8 25. lbcS+ 'it>b8 26. lba6+</p><p>bxa6 27. 'i'b4 mate.</p><p>8 .1.</p><p>7 A</p><p>6 A</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8~8</p><p>1</p><p>a b e</p><p>Final</p><p>Pomar - Cuadras</p><p>Olot, 1974</p><p>l:t @</p><p>d e g h</p><p>Surpresa de em um final de dois</p><p>A seguinte posição pertence a uma parti­</p><p>da disputada pelo Grande Mestre Arturo Po­</p><p>mar e o jogador catalão, Mestre da PIDE, Jordi</p><p>Cuadras. Após um surpreendente avanço de</p><p>peões, as brancas ficaram à mercê da ruptura</p><p>das pretas, que conseguem em todas as va­</p><p>riantes coroar seu peão e, portanto, ganhar a</p><p>partida.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e g h</p><p>A posição, que é muito instrutiva, foi jo­</p><p>gada da seguinte maneira:</p><p>1 . ... f4!!</p><p>Magnífica jogada que conduz a uma vitória</p><p>segura.</p><p>2. ~ds</p><p>No caso de 2. gxf4 h4 3. ~dS h3, as brancas</p><p>não poderiam impedir a coroação do peão.</p><p>Não adiantaria 2. exf4, pois 2. . .. h4! 3.</p><p>gxh4 g3! 4. fxg3 e3, e o peão seria coroado.</p><p>2 . ... h4! 3. ~e4</p><p>Se 3. gxh4 g3 4. fxg3 f3 5. gxf3 exf3, o peão</p><p>seria igualmente promovido.</p><p>3 . ... f3 4. gxf3 h3</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Chigorin</p><p>1. e4 eS 2. lbf3 d6 3. i.c4 f5 4. d4 lbf6</p><p>s. lbc3 exd4 6. 'ií'xd4 .id7</p><p>8 •• ••.t 1</p><p>7 A A A ..t A A</p><p>6 A • 5 A</p><p>4 i.. 8</p><p>3 ~ ~</p><p>2 888 8 8 ~</p><p>J:t J. @ :</p><p>a b e d e g h</p><p>7. lbgS lbc6 8. i.f7+ ~e7 9. 'iWxf6+</p><p>c,txf6 10. lbds+ ~es 11. lbf3+ c,txe4 12.</p><p>lbc3 mate.</p><p>Exercício 8</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Na posição do diagrama, as brancas têm</p><p>uma forte desvantagem material, mas, ape-</p><p>sar disso, conseguem a vitória de uma forma</p><p>sutil.</p><p>Você consegue descobrir o lance vencedor</p><p>das brancas?</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e g</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A fortaleza</p><p>Grigoriev, 192 7</p><p>h</p><p>Em algumas posições, especialmente em fi­</p><p>nais de dama contra torre e peões, apesar da gran­</p><p>de desvantagem material, o jogador que estiver</p><p>perdendo pode construir "fortalezas", posições</p><p>inexpugnáveis contra as quais nada pode fazer o</p><p>jogador que está em vantagem. É o caso do exem­</p><p>plo seguinte, no qual para as pretas basta impedir</p><p>o avanço do peão da coluna "h", ou a possível</p><p>incursão da dama por f8, para conseguir o empate .</p><p>8 • ,..,»·'11/',</p><p>7 , .•</p><p>6 1</p><p>~</p><p>..</p><p>~ 5 ~</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e f g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 51</p><p>Vejamos alguns lances possíveis:</p><p>1. 'ilkd4+</p><p>Outras formas de romper a defesa preta</p><p>também fracassariam. 1. ~d3 l:th6 2. 't!Vb3 1:te6</p><p>3. ~g3 Wh7 4. <Jí>fS l:th6.</p><p>1 . ... ~h7 2. ~c3</p><p>Com 2. ~f2 Wg7 3. ~fS .:116 4. 'i!fh3 ~h7, a</p><p>posição também não prospera.</p><p>2 . ... lih6 3. 'i!VcS ~g7!</p><p>Para evitar ~f8.</p><p>Não seria válido 3 ..... . l:te6? 4. 't!Vf8! 1:tf6 5. h6</p><p>:t.g6+ 6. WhS l:tg8 7. 'ifxf7 + 'it>h8 8. h7? (8. 'i'fS</p><p>l:tgl 9. 'ifeS+ ~h7 10. ~e4+ ~g8 11. 'ifa8+</p><p>'it>h712. 'ilka7+, e a torre ganharia) 8 .... l:tgS+ 9.</p><p>~h4 l1g4+ e haveria empate.</p><p>4. 'i'c8 l:te6, e a situação não evolui.</p><p>O exemplo anterior pertence, como já dis­</p><p>semos, a um estudo realizado por Grigoriev em</p><p>1927. Setenta anos depois, no campeonato por</p><p>equipes da Catalunha, foi jogada a seguinte</p><p>partida, que reproduz uma posição quase idên­</p><p>tica a do estudo.</p><p>Collado - Jerez</p><p>Campeonato da Catalunha</p><p>por equipes, 1997</p><p>abcde gh</p><p>É certamente surpreendente a similaridade</p><p>com a posição do estudo.</p><p>78 . ... l:th6 79. 'ifh7 1:te6 80. ~b2+</p><p>'it>h 71</p><p>Não seria bom 80 .... 'it>g8? 81. h6! l:tg6+</p><p>82. <Ji>hs <Ji>h7 83. 'i'c2 ~h8 84. 'i'c8+ ~h7 85.</p><p>1i'fs <Jí>g8 86. 'ikc8+ ~h7 87. 'iff8 l1gl 88. 'ifxf7 +</p><p>52 ANTONIO LóPEZ MA~ZANO E )OSÊ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>~h8 89. '1Wf5 l:tg8 90. -.,e4! Onde as negras</p><p>fossem, perderiam a torre e levariam mate. Por</p><p>exemplo: 90 .... l:.f8 (90 .... .i::r.gl 91. '1Wd4+ ~h7</p><p>92. 'ii'xgl) 91. ~es+ cJ;>h? 92. 'i'g7 mate.</p><p>81. 'ii'c3 l:.h6 82. 'ii'd3+ ~ g7 83. 'i'd4+</p><p>'.th7 84. 'i'e4+ ~ g7 85. 'iVe5+?? Com pro­</p><p>blema de tempo, as brancas fazem a pior jogada</p><p>possível.</p><p>85 .... f6+ 86. 'ii'xf6+ :Xf6</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>O talento de Alekhine</p><p>Quando estourou a Primeira Guerra Mun­</p><p>dial, Alekhine encontrava-se jogando um tor­</p><p>neio na Alemanha e foi preso junto com o resto</p><p>dos participantes. Porém, fingindo uma pertur­</p><p>bação mental, conseguiu que o encaminhassem</p><p>para a Suíça.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. É necessário dominar o centro do tabuleiro</p><p>pelos seguintes motivos:</p><p>a) Permite uma mobilidade superior das</p><p>peças.</p><p>b) Restringe a mobilidade das peças do</p><p>adversário.</p><p>c) O centro é a base de operações para</p><p>qualquer ataque ou contra-ataque.</p><p>d) Qualquer peça, excetuando a torre, tem</p><p>mais poder junto ao centro.</p><p>e) Proporciona vantagem de espaço.</p><p>f) As aberturas irregulares têm em comum</p><p>o fato de entregarem o centro ao adver­</p><p>sário. Segundo Reinfeld, as aberturas</p><p>irregulares devem ser consideradas co­</p><p>mo realmente são: más aberturas.</p><p>2. Para iniciar um ataque, deve-se seguir uma</p><p>ou várias das seguintes condições:</p><p>a) Que o jogador atacado não domine o</p><p>centro.</p><p>b) Que a dama defensora esteja deslocada do</p><p>cenário da luta e não possa defender o rei.</p><p>c) Que haja superioridade das peças ata­</p><p>cantes.</p><p>d) Que existam debilidades no roque do</p><p>adversário.</p><p>e) Que as colunas abertas sejam dominadas</p><p>pelas torres atacantes.</p><p>3. É necessário conhecer a si mesmo e saber</p><p>que tipo de aberturas permite um jogo de</p><p>acordo com seu gosto e estilo.</p><p>4. É importante, caso seja possível, conhecer o</p><p>estilo do nosso oponente para conduzir a</p><p>partida por caminhos desagradáveis para ele.</p><p>5. O xadrez é apaixonante, mas é mais diver­</p><p>tido quando se ganha; por isso, embora se</p><p>trate de um entretenimento, se você quer</p><p>desenvolver todo seu jogo, deve esforçar-se</p><p>para melhorar.</p><p>6. A posição dos peões determina o valor re­</p><p>lativo das peças, o espaço de que dispõe cada</p><p>jogador e os planos estratégicos a seguir.</p><p>7. Os peões permitem realizar rupturas para</p><p>abrir linhas de penetração das peças.</p><p>8. Um peão atrasado é uma fraqueza em um</p><p>final, em especial se seu avanço está blo­</p><p>queado por uma peça inimiga.</p><p>9. Utilize o tempo do adversário para analisar a</p><p>partida do seu ponto de vista. Levante-se, se</p><p>achar conveniente, e observe a partida do</p><p>outro lado do tabuleiro.</p><p>10. Os livros com pouco texto, que só analisam</p><p>variantes sem explicar as idéias, são pouco</p><p>recomendáveis.</p><p>CAPÍTULO 7 Um gênio</p><p>efêmero</p><p>"Pi llsbury abriu novos caminhos teóricos, foi uma fonte constante</p><p>de prazer e alegria e um mestre para milhões de enxadristas.•</p><p>(Lasker)</p><p>Harry Nelson Pillsbury foi um dos gênios do xadrez que mais se sobressaíram no final do</p><p>século XIX. Dotado de uma impressionante memória e capacidade de cálculo, foi um extraordinário</p><p>jogador tático e um especialista em partidas às cegas. Sua morte prematura impediu que disputasse</p><p>o campeonato mundial.</p><p>HARRY NELSON PILLSBURY</p><p>Nacionalidade: Norte-americano.</p><p>Nascimento: Somerville (EUA), 5 de dezembro de 1872.</p><p>Morte: 17 de junho de 1906.</p><p>Características de jogo: Arriscado e combinatório.</p><p>Melhores torneios: Hastings, 1895; Viena, 1898; Munique, 1900; Buffalo,</p><p>1901. Campeão dos Estados Unidos de 1897 e 1898.</p><p>Façanhas: Estabeleceu o recorde da época em simultâneas às cegas na cidade de Moscou</p><p>(1902), com o resultado de dezessete vitórias, quatro empates e uma só derrota. Venceu o</p><p>torneio de Hastings de 1895 diante de Steinitz, Lasker, Schlechter, Chigorin e Tarrasch.</p><p>Vida privada: Dotado de uma extraordinária memória, tinha um caráter alegre e</p><p>extrovertido. Morreu tragicamente aos 34 anos, vítima de sífilis.</p><p>Consideração final: Sua carreira enxadrística só durou dezesseis anos, mesmo assim é</p><p>considerado um dos maiores gênios da história do xadrez.</p><p>54 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 13</p><p>H. Pillsbury - G. Marco</p><p>Paris, 1900</p><p>Gambito de Dama</p><p>Se um jogador sai com o peão</p><p>da dama, não significa que</p><p>seja um jogador posicional.</p><p>1. d4 d5 2. c4 e6 3. lbc3 ll::if6 4. i.g5</p><p>i.e7 5. e3 0-0 6. lbf.3 b6 7 . .id3 i.b7 8.</p><p>cxd5 exd5 9. lbe5</p><p>Pillsbury idealizou um ataque mediante o</p><p>avanço do peão f4, seguido de f5, para debilitar</p><p>o roque preto.</p><p>9 . ... lbbd7 10. f4 c5 11. 0-0 c4</p><p>As pretas fecharam o centro sem nenhuma</p><p>contrapartida clara no flanco da dama, enquanto</p><p>as brancas têm boas perspectivas no flanco do rei.</p><p>12. i.c2 a6 13. it'f.3 b5 14. ~h3 g6</p><p>Se 14 .... h6 15. lbxd7 lbxd7 16. i.xh6</p><p>gxh617. 'i!Vxh6 f5 18.1"g6+ ~h8 19. l:!f3 i.h4</p><p>20. l:th3 'ii'f6 21. 'ii'g3 :f7 22. !txh4+ com</p><p>vantagem decisiva para as brancas.</p><p>15. f5 b4 16. fxg6 hxg6</p><p>Depois de 16 .... bxc3 17. lbxd7 \txd7 (Se 17.</p><p>fxg6 18. lbxf8 it'xf8 com clara vantagem</p><p>branca.) 18. gxh7+ ~h8 19 . .i.xf6+ i.xf6 20.</p><p>'ifxd7, ganhando a dama e a partida.</p><p>17. 'iht4!</p><p>8 1 •••</p><p>7 .t ljJ..'</p><p>6 .,</p><p>5 '~ ,J.</p><p>4 ' ' 8 ,.</p><p>3 • ~</p><p>2 8 8 i..</p><p>1%%</p><p>8 .8</p><p>: ~~</p><p>abcde g h</p><p>Pillsbury não leva em consideração o ata­</p><p>que das pretas no flanco da dama, já que che­</p><p>gará antes à ala do rei.</p><p>17 . ... bxc3 18. lbxd7 'i!Vxd7 19. l:!xffi! a5</p><p>Evidentemente não se deveria jogar 19 ....</p><p>i.xf6??, pois 20. i.xf6 seguido de mate.</p><p>20. !tafl l:!a6 21. i.xg6!</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8 8</p><p>abcd efg h</p><p>Outra espetacular entrega de peça que deixa</p><p>as pretas numa posição desesperadora.</p><p>21 . ... fxg6 22. :xf8+ .ixf8 23. lb:fS+!</p><p>8</p><p>7 J. • 6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 88</p><p>a b e d e g h</p><p>23 . ... <;i,)xf8 24. 11Vh8+ <:t;f7 25. 1"h7+</p><p>As pretas se entregam, já que, se:</p><p>25 .... ~e8 26. 'ikg8 mate.</p><p>25 .... ~f8 26. 'iitxd7, seguido de 27. i.h6+</p><p>e 28. 1"g7 mate.</p><p>25 .... @e6 26. ~xg6 mate.</p><p>Final - Final de peões</p><p>O diagrama a seguir representa uma posição</p><p>na qual se mostra que a superioridade material</p><p>não é suficiente para ganhar um final de peões.</p><p>Vejamos como devem jogar as brancas para ga­</p><p>nhar.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>·*"';;;;</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e g h</p><p>1.gSI</p><p>Única jogada para não perder, ao contrário,</p><p>com ela se vence.</p><p>1. ... @eS</p><p>Se 1. ... hxgS 2. h6, o peão branco se pro­</p><p>move.</p><p>2. gxh6Wf6</p><p>Também é a única jogada que impede que o</p><p>peão seja coroado de imediato. Se 2 .... c4 3. h7, o</p><p>peão se converteria em dama inevitavelmente.</p><p>3. @c2!</p><p>Esta jogada deixa as pretas em posição de</p><p>zugzwang.</p><p>3 . ... c4 4. @cl!!</p><p>Aqui a regra é a seguinte: quando três</p><p>peões ligados estão na mesma fila, o rei deve</p><p>manter duas casas de distância dos peões. No</p><p>momento em que um deles avança, o rei deve</p><p>se colocar diante dele.</p><p>Um erro seria 4. @bl? d3 5. @cl c3 6.</p><p>~dl b3 7. ~cl b2+ 8. ~bl d2 9. ~c2 bl'i'+</p><p>10. Wxbl dl'i'+, as pretas ganhariam.</p><p>4 . ... c3</p><p>Se 4 .... b3 5. ~b2 d3 6. ~c3, o rei bloqueia</p><p>os peões.</p><p>5. Wc2 d3+ 6 , Wxd3 c2 7, lhc2 b3+</p><p>8. ~b3 ~gS 9. h7 ~xhS 10. h8'ii'+, as</p><p>brancas ganham.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 55</p><p>Mates típicos</p><p>Pillsbury - Judd,</p><p>1899</p><p>1. d4 dS 2. c4 e6 3. li:Jc3 b6 4. li:Jf3 .ib7</p><p>5 . .if4 .id6 6 . .ixd6 ~xd6 7. cxdS i.xdS 8.</p><p>e4 .ib7 9. l:kl a6 10 . .id3 li:Je7 11. 0-0 0-0</p><p>12. eS 'ii'd8 13 . .ixh7+ ~7 14. li:JgS+</p><p>@h6 15. ~d2 @g6 16. li:Je2 li:Jd5 17. ~d3+</p><p>~gS 18. f4+ ~h6 19. ~3+ @g6 20. f5+</p><p>exf5 21. J:txf5 li:Jf6 22. li:Jf4 mate.</p><p>3</p><p>a b e d e</p><p>Exercício 9</p><p>Andruet - Spassky</p><p>Bundersliga, 1988</p><p>r 'ii'</p><p>8 [8</p><p><i></p><p>g h</p><p>As pretas jogam e ganham</p><p>A posição seguinte foi brilhantemente</p><p>jogada pelo ex-campeão mundial Boris Spassky.</p><p>Qual é a continuação vencedora?</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>K</p><p>a</p><p>t •</p><p>l:[</p><p>b</p><p>i 'if:</p><p>' e d</p><p>:A ~</p><p>l:1888</p><p>~ ·</p><p>e g h</p><p>56 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 14 - Quando três</p><p>peças valem mais que uma dama</p><p>Monedero - Sanabria</p><p>Campeonato da Espanha</p><p>Salamanca, 1972</p><p>Defesa Grünfeld</p><p>1. d4 tbf6 2. c4 dS 3. tbc3</p><p>Não aceitei o convite das pretas para entrar</p><p>na linha recomendada por Alekhine: 3. cxdS</p><p>tbxdS 4. g3!</p><p>3 . ... g6 4.1\Vb3</p><p>Uma idéia popular nos anos 30.</p><p>4 . ... dxc4 5. 1\Vxc4 c6</p><p>As pretas jogam defensivamente sem que­</p><p>rer aproveitar a colocação da dama no centro</p><p>do tabuleiro.</p><p>6.e4</p><p>Eu decido por um forte centro de peões em</p><p>atitude agressiva.</p><p>6 . ... i.g7 7. tbt'3 tbbd7?!</p><p>Uma jogada de valor duvidoso que impede</p><p>o desenvolvimento rápido do bispo da dama</p><p>preta.</p><p>8. eSI?</p><p>Preparando uma ação-surpresa ante o lan­</p><p>ce lógico 8 .... lbb6.</p><p>8 . ... tbb6</p><p>Seria melhor 8 .... tbg4 com as seguintes</p><p>alternativas: .</p><p>a) 9. e6 fxe6 10. tbgS (10. 'i'xe6 êôdeS</p><p>11. 'i'b3 tbxf3+ 12. gxf3 tbf6 13.</p><p>i.e3 seguido de 0-0-0 com vanta­</p><p>gem para as brancas) 10 .... lbb6!</p><p>11. 'i'b3 i.xd4! com vantagem das</p><p>pretas.</p><p>b) 9. h3 ©b6 10. 'i'cs ©h6 11. i.gs f6!</p><p>com bom jogo das pretas.</p><p>c) 9. ©gS 0-0 10. e6 ©b6 11. exf7+ Wh8</p><p>seguido de i.xd4, com vantagem tam­</p><p>bém para as pretas.</p><p>9. exf6!!</p><p>Entregando a dama por três peças.</p><p>8 1 ...... a</p><p>7 li l l ..t ..</p><p>6 ... 8 l</p><p>5</p><p>4 fil8</p><p>3 ~ ~</p><p>2 8 8 8 8 8</p><p>: .i. si? .i. :</p><p>a b e d e g h</p><p>9 . ... ©xc4 10. fxg7 l!g8 11. i.xc4</p><p>l!xg7 12. i.h6 !tg8 13. ©gS e6 14 . .:dl</p><p>'i'e7 15. 0-0 bS 16. i.b3 i.b7?</p><p>8 1</p><p>7 '..t</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>l</p><p>l</p><p>3 J.. ~</p><p>2 8 8</p><p>• 1f ..</p><p>'</p><p>1</p><p>abcde gh</p><p>A atividade das peças brancas e a falta</p><p>de desenvolvimento das pretas conferem às</p><p>brancas uma situação estupenda. Também na­</p><p>da traz de positivo para as pretas: 16 .... b4</p><p>17. ©ce4 i.a6 18. l!fe 1 0-0-0 19. ©cs i.bS</p><p>20. ©xf7 com vantagem decisiva para as bran­</p><p>cas.</p><p>17. ©ge4?!</p><p>Seria muito boa a continuação 17. dS! cxdS</p><p>18. i.xdS .:d8 19. i.xb7 'i'xb7 20. ©ge4 com</p><p>vantagem para as brancas.</p><p>8 1 J. 1</p><p>7 ' •• ' 6 j !ilAA.t</p><p>5 j</p><p>4 8</p><p>3 i.. tiJ</p><p>2 88 888</p><p>: : @</p><p>a b e d e g h</p><p>17 . ... f6 18. lbc5 i.cs 19 . .l;ifel ~f7</p><p>20. lbxe6!</p><p>20 . ... i.xe6 21. d5 g5</p><p>Não se recomenda 21. ... cxd5 22. lbxd5!</p><p>'i'd6 23. lbc? 'i'xc7 24. i.xe6+ ~e8 25. i.xg8+</p><p>com vitória branca. Nem tampouco 21. ... i.d7</p><p>22. dxc6+ i.e6 23. :Xe6 com imensa vantagem.</p><p>22. lhe6 'i'd7 23. dxc6 'i'xe6 24. ltd7+</p><p>E as brancas ganham a rainha e a partida.</p><p>A miniatura mais famosa</p><p>Talvez a miniatura mais famosa da his­</p><p>tória do xadrez tenha sido a que Paul Morphy</p><p>jogou contra o Duque de Brunswick ajudado</p><p>pelo Conde Isouard. A partida se realizou na</p><p>Ópera de Paris durante a representação do</p><p>Barbeiro de Sevilha.</p><p>Partida 15</p><p>Morphy - Duque de Brunswick</p><p>e Conde Isouard,</p><p>1858</p><p>Defesa Philidor</p><p>1. e4 e5 2. lbt'3 d6 3. d4 .ig4 4. dxe5</p><p>.ixt'3 5. 'ilVxt'3 dxe5 6. i.c4 lbf6 7. 'ii'b3</p><p>1We7 8. lbc3 c6 9. i.g5 b5 10. lbxb5 cxb5</p><p>11. -txb5+ lbbd7 12. 0-0-0 l;tdS 13. :xd7</p><p>lhd7 14. :dl l!i'e6 15. i.xd7+ lbxd7 16.</p><p>'in>8+! lbxb8 17. l:td8 mate.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 57</p><p>8 • : •.• 1</p><p>7 ' ''' 6 ..</p><p>5 ' .t</p><p>4 8</p><p>3</p><p>2 888 888</p><p>@</p><p>a b e d e g h</p><p>O xadrez e a vida</p><p>Se, para Boris Spassky, "O xadrez é como a</p><p>vida" e, para Victor Korchnoi, "O xadrez é mi­</p><p>nha vida", para Bobby Fischer, o mais rebelde,</p><p>mítico e genial, "O xadrez é a vida".</p><p>CONSELHOS</p><p>1. "Partidas rápidas não constituem um xa­</p><p>drez sério." (Botvinnik)</p><p>2. "O final é a parte do jogo na qual as vanta­</p><p>gens conseguidas durante a abertura e o</p><p>meio-jogo se convertem em vitórias." (Keres)</p><p>3. As torres devem ser mantidas o mais ativas</p><p>possíveis no final, já que são boas atacando</p><p>e más defendendo.</p><p>4. Nos finais em geral, e em especial no de ca­</p><p>valos, é muito importante ter iniciativa.</p><p>5. Um fundamento muito importante nos finais</p><p>são as jogadas de espera para deixar o adver­</p><p>sário em situação de zugzwang.</p><p>6. Nos finais, os peões de torre são fortes</p><p>quando lutam contra os cavalos, mas não</p><p>contra as demais peças.</p><p>7. Quando um peão seu e um do seu adver­</p><p>sário estão a ponto de coroar, comprove</p><p>sempre se o fazem com xeque.</p><p>8. Quanto mais você gostar e se interessar por</p><p>finais, maior número de partidas ganhará.</p><p>9. Estando os reis um frente ao outro e se o</p><p>número de casas entre eles é par, quem</p><p>jogar primeiro ganhará a oposição.</p><p>10. Quando a maior parte dos peões se encon­</p><p>tra nas casas da mesma cor que o bispo, o</p><p>cavalo é, quase sempre, preferível.</p><p>CAPÍTULO 8 O preceptor</p><p>A • german,co</p><p>·o xadrez, como o amor ou a música,</p><p>tem o poder de nos fazer feliz!</p><p>(Tarrasch)</p><p>Tarrasch foi um dos mais importantes pensadores da história do xadrez. Dogmatizou as teorias</p><p>de Steinitz e as registrou em seus escritos, que tiveram grande influência entre os enxadristas de todo</p><p>o mundo. Seu dogmatismo rígido não teria sentido hoje em dia, mas foi pedagogicamente útil em sua</p><p>época. Foi considerado como o campeão do mundo em torneios, modalidade na qual se destacou</p><p>como ninguém havia feito até então.</p><p>SIEGBERT TARRASCH ("PRECEPTOR GERMÂNICO")</p><p>Nacionalidade: Alemão.</p><p>Nascimento: Breslau (Alemanha), 5 de março de 1862.</p><p>Morte: 17 de fevereiro de 1934.</p><p>Títulos: Candidato ao título mundial em 1908. Foi um dos cinco jogadores Gunto com</p><p>Capablanca, Alekhine, Marshall e Lasker) proclamados pela primeira vez "Grandes Mestres" no</p><p>torneio de São Petersburgo de 1914.</p><p>Características de jogo: Teórico e meticuloso, herdeiro das teorias de Steinitz.</p><p>Melhores torneios: Nuremberg, 1888; Breslau, 1889; Manchester, 1890; Dresden, 1892;</p><p>Leipzig, 1894; Viena, 1898; Montecarlo, 1903; Ostende, 1907; Manheim, 1922.</p><p>Façanhas: Ganhou mais torneios que qualquer outro jogador da sua época. Chegou a ser</p><p>chamado de campeão do mundo em torneios.</p><p>Principal derrota: Contra Lasker, pelo título mundial, em 1908.</p><p>Principal debilidade: Foi demasiadamente dogmático.</p><p>Vida privada: Dedicou grande parte de sua vida ao exercício da medicina.</p><p>Legado: Foi um prolífico autor de artigos e livros de xadrez. O mais instrutivo é The game of chess</p><p>(1935). Foi um dos melhores teóricos de sua época e colaborou na confecção do rrútico Handbuch de</p><p>Bilguer. Tarrasch desenvolveu e ampliou as teorias de Steinitz dando-lhes forma científica. Deixou para</p><p>a posteridade a inconfundível Defesa Tarrasch.</p><p>Consideração final: Um dos melhores jogadores de torneios de todos os tempos, influen­</p><p>ciou fortemente com seus dogmas o xadrez no princípio do século XX.</p><p>Partida 16</p><p>Uma debilidade na</p><p>estrutura de peões pode nos</p><p>levar a perder a partida.</p><p>Breyer - Tarrasch</p><p>Goteborg, 1920</p><p>Abertura do peão da dama</p><p>1. d4 d5 2. e3 tbf6 3. tbf'3 e6</p><p>A alternativa de tirar o bispo por g4 ou fS é</p><p>possível, mas as pretas devem enfrentar, então,</p><p>o plano das brancas (c4, ~3), ameaçando o</p><p>ponto fraco das pretas em b7.</p><p>4. tbbd2 i.d6 5. c4 b6</p><p>Para permitir a saída do bispo da casa</p><p>branca e prevenir o possível avanço cS das</p><p>brancas.</p><p>6. fic2 .ib7 7. c5</p><p>Um erro estratégico que permite às pretas</p><p>uma futura ocupação do centro.</p><p>7 . ... bxc5 8. dxc5 .ie7 9. b4 0-0</p><p>O plano das pretas deve ser o avanço do peão</p><p>da coluna "e" para compensar o domínio de</p><p>espaço das brancas no flanco da dama.</p><p>10. i.b2 a5 11. b5?</p><p>O peão de cS ficou fraco, e, mesmo assim,</p><p>as brancas não completaram seu desenvolvi­</p><p>mento.</p><p>u .... c6</p><p>Previne o avanço do peão branco da coluna</p><p>''c" e mantém a debilidade de cS.</p><p>12. a4tbbd7</p><p>Está claro que as pretas não podem tomar o</p><p>peão da coluna "b", pois ficaria um perigoso peão</p><p>passado na coluna "e'. Por outro lado, a ameaça</p><p>do ponto cS já é uma realidade.</p><p>13 . .id4</p><p>Seria melhor proteger o peão mediante</p><p>.ia3, mas então não seria possível impedir o</p><p>avanço eS.</p><p>13 . ... .l:r.e8!</p><p>Deixando espaço para o bispo em f8 e</p><p>apoiando o peão da coluna "e".</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 59</p><p>14. : c1 .if8 15. f*'b2 tbg4!</p><p>8 1 • 1 J. • : ..-'~---.& • ·$'</p><p>7 .t • •i•=•</p><p>6 ' , :</p><p>5 ' 8 8 ' 4 8 j_ r \. .</p><p>3 8 tb"'</p><p>2 • lb 8 8 8</p><p>* f: 1 ~ @ .i. = •</p><p>a b e d e g h</p><p>Continuando com a ameaça do avanço do</p><p>peão até eS e com a futura idéia de levar o</p><p>cavalo à casa e6 via h6-f7-d8.</p><p>16. h3 tbh6 17. tbb3</p><p>Reforçando a defesa do peão em cS.</p><p>17 . ... f6 18. 'it'a3 e5</p><p>Por fim, pode-se realizar o avanço pla­</p><p>nejado.</p><p>19. i.c3 'iic7 20. i.b2</p><p>Não seria válido jogar 20. b6? ~xb6 21.</p><p>cxb6 .ixa3.</p><p>20 . ... l:tec8!</p><p>Planejando jogar cxbS. Neste momento não</p><p>seria conveniente jogar 20 .... cxbS? 21. .ixbS</p><p>i.c6 com bom jogo para as brancas.</p><p>21. ~a2 'it'd8</p><p>Com a idéia de levar a dama à casa f8</p><p>depois de tirar o bispo por e7. Se 21. ... cxbS?</p><p>22. c6 .ixc6 23. axbS, uma peça seria per­</p><p>dida.</p><p>22. b6 i.e7 23. 'iihl ~f8 24. 'iic2 tbf7</p><p>O lento plano de levar o cavalo para e6</p><p>parece agora uma realidade.</p><p>25.h4</p><p>Com a intenção de tirar o bispo do rei por</p><p>h3, onde dominava uma importante diago­</p><p>nal.</p><p>25 . ... tbd8 26. g3 tbe6 27 . .ih3 tbexc5!</p><p>60 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 1 1 •• 7 .... '' 6</p><p>5 ' 4 8 8</p><p>3 ltJ 8ltJ8J.</p><p>2 i.'if 8</p><p>: @ I:t</p><p>a b e d e f g h</p><p>Apesar do bispo em h3, Tarrasch toma o</p><p>peão de cS convencido de que ficará em melhor</p><p>situação, mesmo com a perda de sua torre em</p><p>c8.</p><p>28. lbxc5 lbxc5 29. i.a3</p><p>Teria sido melhor tomar a torre preta de</p><p>c8 sem jogar previamente 29. i.a3, mas as</p><p>brancas parecem que subestimaram o plano das</p><p>pretas.</p><p>29 . ... lbd3+ 30. 'i'xd3 i.xa3 31. i.xc8</p><p>nxc8</p><p>É hora de fazer o balanço: as brancas ga­</p><p>nharam qualidade, mas as pretas contam com</p><p>um peão de vantagem (que está passado e pro­</p><p>tegido), o domínio do centro, a dupla de bispos,</p><p>uma melhor estrutura de peões e o rei branco</p><p>no centro do tabuleiro.</p><p>32. n a1 i.b4+ 33. lbd2 e4 34. 'iib3</p><p>Se 34. 'i'e2, a resposta poderia ser 34 ....</p><p>nas seguida de i.a6.</p><p>34 . ... c5</p><p>Agora se deve impor o peão passado e pro­</p><p>tegido da coluna "c", já que as peças brancas</p><p>estão completamente inativas.</p><p>35. @dl c4 36. 'i'a2 'i'd6 37. cJ;e2 i.a6</p><p>38. b7 nh8</p><p>Segundo Tarrasch, é o melhor lance, embo­</p><p>ra a situação das brancas seja muito má, e qual­</p><p>quer outra jogada também</p><p>daria vantagem às</p><p>pretas.</p><p>8 • • 7 8 ' ' 6 .t • ' 5 ' ' 4 8 J. ' ' 8</p><p>3 ~ 8</p><p>2 'ti' ltJ@ 8</p><p>: :</p><p>a b e d e f g h</p><p>39. ~dl l::txb7 40. t'3</p><p>Uma jogada desesperada. A mobilidade das</p><p>peças brancas está muito reduzida, e já não se</p><p>trata de fazer jogadas boas ou más, mas, sim,</p><p>de tentar salvar-se a qualquer preço.</p><p>40 . ... @h8</p><p>Para tirar o rei da diagonal a2-g8, domi­</p><p>nada pela dama preta, e poder efetuar o avanço</p><p>do peão da coluna "c".</p><p>41. fxe4 dxe4 42. ~cl '1i'xg3 43. lbft</p><p>Não seria válido 43. lbxc4? i.xc4 seguido</p><p>de nc7 com um ataque demolidor.</p><p>43 . ... 'i'el+ 44. ~c2 'i'c3+ 45. ~ dl</p><p>'i'd3+ 46. @cl nd7</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 ,.</p><p>: <i>. ltJ :</p><p>a b e d e f g h</p><p>As brancas abandonam. Se 47. 'i'c2 i.a3+ 48.</p><p>:.Xa3 'i'xa3+ 49. 'i'b2 :d1 + 50. ~c2 'i'd3 mate.</p><p>Segundo palavras do próprio Tarrasch, essa</p><p>foi uma das melhores e mais difíceis partidas que</p><p>jogou em sua vida.</p><p>Final - Final de peões: quando</p><p>as aparências enganam</p><p>Lasker - Tarrasch</p><p>São Petersburgo, 1914</p><p>Na posição do diagrama, Tarrasch pensou</p><p>que Lasker abandonaria, já que sua vitória pa­</p><p>recia assegurada. Mas Lasker se superou, como</p><p>era seu costume, e conseguiu o empate.</p><p>8</p><p>7 @</p><p>6</p><p>5 • 4</p><p>3 8</p><p>2 8</p><p>a b e d e g h</p><p>Vejamos como prosseguiu a partida:</p><p>1. h4@g4!</p><p>Caso contrário, perderia rapidamente com</p><p>qualquer avanço de peão.</p><p>Se 1. ... a4 2. bxa4 bxa4 3. h5 c4 4. h6 a3 5.</p><p>bxa3 c3 6. h7 c2 7. h81i' cl 'it', no mínimo,</p><p>haveria empate.</p><p>2.@g6!</p><p>Ganha um tempo precioso, já que as pretas</p><p>não têm outro remédio senão capturar o peão</p><p>branco da torre, porque ameaça hS. Tarrasch só</p><p>havia considerado a seguinte variante: 2. @f6</p><p>c4 3. bxc4 bxc4 4. @eS c3! 5. bxc3 a4, e o peão</p><p>preto não poderia ser detido.</p><p>2 . ... ~xh4 3. @f5 @g3</p><p>Agora não seria válida a manobra 3 .... c4 4.</p><p>bxc4 bxc4 5. <t>e4 c3 6. bxc3 a4? (podia, entre­</p><p>tanto, haver empate com 6 .... WgS 7. <J;ldS) 7. <J;ld3</p><p>a3 8. ~c2 a2 9. ~b2, e o rei detém o peão preto.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 61</p><p>4. We5 ~t'2 s. ~ds ~e3 6. ~cs ~d3 7.</p><p>~bS 'i&?c2 8. <bxas ~b3 e ocorre empate.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate do Calabrês</p><p>1. e4 e6 2. d4 lt:lf6 3. i.d3 lt:lc6 4. lt:lf3</p><p>i.e7 S. h4 0-0 6. eS tl:ldS</p><p>8 1 .t. 1.•</p><p>7 .&.&.&iJ.i.li</p><p>6 • j</p><p>5 • 8</p><p>4 8 8</p><p>3 i. ti) '</p><p>2 888 88</p><p>1 : t'i)~1i'~ l:t</p><p>a b e d e f g h</p><p>7. i.xh7+ ~xh7 8. tllgS+ i.xgS 9.</p><p>hxgS+ ~g6 10. 'iVbs+ @f5 11. 't'nt3+ ~g6</p><p>12. 'ih17 mate.</p><p>Exercício 1 O</p><p>Dama e bispo contra dama</p><p>abcde gh</p><p>Na posição do diagrama, as brancas jogam</p><p>e ganham.</p><p>62 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEOERO G ONZÁLEZ</p><p>Você é capaz de encontrar a solução vence­</p><p>dora?</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Os dois gêmeos</p><p>Gêmeo 1</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcde gh</p><p>Neste diagrama, as brancas ganham a par­</p><p>tida graças a um xeque salvador que as conduz</p><p>à vitória.</p><p>1. d4~c4</p><p>Não adiantaria jogar 1. ... ~d6 2. ~e4 ~e6</p><p>3. d5+ ~d7 4. 'it>e5 ~e7 5. d6+ ~d7 6. ~d5</p><p>~d8 7. ~c6 ~c8 8. ~xb5 ~d7 9. ~c5, as</p><p>brancas ganhariam facilmente.</p><p>2. ~e4 ~b4 3. d5 'it>c5</p><p>Única alternativa para que o peão branco</p><p>não coroe em três jogadas.</p><p>Se 3 .... 'it>c3 4. d6 b4 5. d7 b3 6. d8'it' b2</p><p>7. 'i!i'd3+ @b4 8. 'it'bl, as brancas ganhariam.</p><p>4. ~e5 b4 5. d6 b3</p><p>Depois de 5 .... 'iitc6 6. ~e6 com vitória das</p><p>brancas.</p><p>6. d7 b2 7. d8'i!V bl'i!i'</p><p>Os dois peões coroam, mas cabe o lance às</p><p>brancas, que têm um xeque ganhador.</p><p>8. 'i!Vc8+ <tib4 9. 'i!Vb8+</p><p>E as brancas ganham a dama e a partida.</p><p>Gêmeo 2</p><p>A seguinte posição é gêmea da anterior,</p><p>porém todas as peças estão deslocadas um</p><p>quadro à direita. Curiosamente, nesta situação,</p><p>as brancas não podem alcançar a vitória, apesar</p><p>do peão de vantagem.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>Vejamos como se pode continuar:</p><p>1.e4</p><p>Não é melhor 1. ~e2 ~e4 2. ~d2 ~f5 3.</p><p>@d3 ot>e5 4. ~e2 ~e4, a situação não evoluiria.</p><p>1 .... ~d4 2. ~f4 ~xc4 3. e5</p><p>À primeira vista, tudo se encaminha como</p><p>no exemplo anterior, mas agora aparece uma</p><p>surpresa.</p><p>3 .... ~b3!!</p><p>Não adiantaria jogar 3 .... <tid5? 4. ~f5 c4</p><p>5. e6 c3 6. e7 c2 7. e8'ii cl°lt 8. 'i!Vd8+ ot>c4 9.</p><p>'it'c8+, as brancas ganhariam da mesma</p><p>maneira que no exemplo anterior. Tampouco</p><p>serviria 3 .... ~d3 4. e6 c4 5. e7 c3 6. e8li' c2 7.</p><p>'i'e3+ ~c4 8. 'i!i'cl, as brancas ganhariam.</p><p>4. e6 c4 5. e7 c3 6. e8'it' c2 e se entra</p><p>em uma situação típica de empate.</p><p>As superstições de Alekhine</p><p>Alekhine era supersticioso. Por exemplo,</p><p>durante seu segundo encontro com Euwe pelo</p><p>campeonato do mundo, levava um blusão com</p><p>um gato negro bordado no peito.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Ganhar um peão na abertura ao contrário</p><p>de um maior desenvolvimento do adver­</p><p>sário não é uma boa troca.</p><p>2. As colunas abertas devem ser ocupadas tão</p><p>cedo quanto possível por nossa torre e de­</p><p>vemos dobrar ou triplicar nossas forças</p><p>usando a outra torre e a dama.</p><p>3. Não há muitos lances perfeitos, ou seja,</p><p>toda jogada tem prós e contras. Muitas</p><p>vezes devemos ceder uma vantagem para</p><p>obter outra que nós consideramos superior.</p><p>4. Não é conveniente que uma peça defenda</p><p>mais de um ponto, já que pode produzir uma</p><p>sobrecarga que dê origem a problemas tá­</p><p>ticos.</p><p>Ü XADREZ OOS GRANDES MESTRES 63</p><p>5. Os pontos mais importantes de uma coluna</p><p>dominada são habitualmente a sétima e a</p><p>oitava filas.</p><p>6. Se colocarmos nossas duas torres e a da­</p><p>ma numa coluna aberta, devemos manter</p><p>as torres diante da dama, a não ser que a</p><p>dama se beneficie colocando-se adiante.</p><p>7. Nunca se deve trocar uma peça ativa por</p><p>uma passiva.</p><p>8. Na abertura, a segurança do rei deve ser</p><p>um dos primeiros objetivos.</p><p>9. Os cavalos e os bispos devem ser colocados</p><p>em jogo antes que as torres e a dama.</p><p>10. Não devemos nos desvalorizar por termos</p><p>feito más jogadas; todos os grandes mes­</p><p>tres, incluindo os campeões mundiais, co­</p><p>metem erros.</p><p>CAPÍTULO 9 O jogo</p><p>psicológico</p><p>"O bom observador pode resistir a quase tudo."</p><p>(Tarrasch)</p><p>Emmanuel Lasker foi o primeiro jogador da história do xadrez que utilizou o método psico­</p><p>lógico para lutar contra seus adversários. Além de ser um mestre em todas as fases do jogo, soube</p><p>como ninguém encontrar o ponto fraco de seus adversários e jogar em função desse fator. Lasker foi</p><p>um dos maiores campeões mundiais e conservou seu título durante quase três décadas.</p><p>EMMANUEL LASKER ("O LUTADOR")</p><p>Nacionalidade: Alemão.</p><p>Nascimento: Berlim, 24 de dezembro de 1868.</p><p>Morte: Nova York, 11 de janeiro de 1941.</p><p>Títulos: Campeão mundial de 1894 a 1921. Ganhou seu título vencendo Steinitz e o</p><p>defendeu com êxito ante o mesmo Steinitz em 1896-1897; Marshall, em 1907; Tarrasch, em</p><p>1908; Janowsky, em 1909, e Shlechter em 1910.</p><p>Características de jogo: Herdeiro das teorias de Steinitz, as adaptou ao seu particular</p><p>estilo de jogo. Lutador incansável, tinha excelente técnica defensiva e usava o jogo psicológico</p><p>considerando as características de cada adversário.</p><p>Melhores torneios: Londres, 1892; Paris, 1900; São Petersburgo, 1909 e 1914; Berlim,</p><p>1918; Ostrava, 1923; Nova York, 1924.</p><p>Façanhas: Manter-se campeão mundial durante 27 anos; vencer o torneio de Nova York</p><p>de 1924, já com 50 anos, ficando à frente de Capablanca e Alekhine.</p><p>Principal derrota: Para Capablanca, pelo campeonato do mundo de Havana, em 1921.</p><p>Principal debilidade: Pouco interesse pelo xadrez por longos períodos de sua vida.</p><p>Vida privada: Seu irmão Bertoldo, um bom jogador, o iniciou no jogo. Muito jovem</p><p>decidiu dedicar-se profissionalmente ao xadrez para ganhar dinheiro. Foi um grande mate­</p><p>mático e filósofo, assuntos que preferia ao xadrez.</p><p>Legado: Sua melhor obra escrita foi El manual de ajedrez. Também escreveu outros livros e</p><p>artigos de filosofia e de xadrez, dentre eles El sentido común en ajedrez, traduzido para o espanhol.</p><p>Consideração final: Marcou a história do xadrez por um longo período. Foi pioneiro na</p><p>defesa dos direitos dos jogadores profissionais. Apesar de seu enorme talento e contribuição</p><p>ao mundo do xadrez, não é considerado pelos especialistas como um dos melhores jogadores</p><p>de todos os tempos. Talvez tenha lhe faltado a paixão que</p><p>31</p><p>CAPÍTULO 3 - A FILOSOFIA DO JOGO ABERTO ····················································· 32</p><p>Paul Morphy</p><p>Partida 6. L. Paulsen - P. Morphy, 1857. ................. ........ ...................................... .... .... 33</p><p>Final. Sárichev, 1929 ·· · ............... ··. ·. ·· .. ·· ·· · · ···· · ·· ·· ·· · · · ··· · · ·· · · · · ·· · ·· · · · ·· · · ··· ·· ·· ·· ··· · · · · ·· · ·· · ··· · · ·· · 34</p><p>Mates típicos. Mate de Morphy · ·· · · · · · · · ··· · · · ·· ·· ·· · ·· ·· · · ··· ·· · · · ·· ·· · · · ·· · · · · · · · ·· · · · ·· · · ·· · · · ··· · · · · · · · · ·· ·· ·· 34</p><p>Exerdcio 4. Morphy - Harrwitz ......... ····························································· ····· ···· ···· 34</p><p>Exercício 5. Cochrane - Staunton, 1842 ····· ·········· ···· ···················· ····· ··· ·· ···· ········ ········· 35</p><p>10 SUMÁRIO</p><p>Anedotas e curiosidades ................................................ ··· ·· ··· ··· ·· · · ··· · ···· · · ··· · · ··· · · ·· · · 35</p><p>A genialidade de Morphy .............................................................. · ... ·. ·. · · · ·· · ·. · · · · · · · · · · · · · · · 35</p><p>Partida 7 - A vantagem da dupla de bispos. H. Bird - P. Morphy, 1858 ························ 35</p><p>A psicologia de Lasker ................................................................... ··· ····· · ··· ·· ···· · · ··· ····· · · · 36</p><p>Conselhos ............................................................................ ··· ....... ··· ········· · ···· · ··· · ··· ·· 36</p><p>CAPÍTULO 4 - A FANTASIA A SERVIÇO DO XADREZ·············································· 38</p><p>Johannes Zukertort</p><p>Partida 8 - A imortal de Zukertort. Zukertort - Blackbume, 1883 ............................... 39</p><p>Final - Torre contra peão . ·· ·· · .... · · ... · ·· ··· · · ··· · · ·· · ·· ·· · · · · ·· ····· · · ··· · · ····· · ·· ····· ··· ·· ·· ··· ·· ··· · ······ ··· · · 40</p><p>Mates típicos. Mate de Zukertort ················································································· 41</p><p>Exercício 6. J. Monedero-A. Hemández, 1998 ·························································· 41</p><p>Anedotas e curiosidades ......................... ·· ·· ··· · ·· .. ·········· · ·· ·· · ··· · ··· ·· · ···· ··· · · ·· · · ···· ·· ·· · · · 41</p><p>Partida 9. Ed. Lasker- G. Thomas, 1912 ..................................................................... 41</p><p>O xadrez proibido .......................................................... · ...... · ····· · · ···· ·· ·· ···· · · ··· · · ··· ·· ··· · · ·· 42</p><p>Conselhos .............................................................................................................. ··· 42</p><p>CAPÍTULO 5 - O PRIMEIRO CAMPEÃO DO MUNDO·············································· 43</p><p>Wilhelm Steinitz</p><p>Partida 10. Steinitz - Golmayo, 1888 ........................................................................... 44</p><p>Final - O percurso exato do rei ........................................................................ · .. · .... ·· ·· 44</p><p>Mates típicos. Mate com cavalos · ····· ····· ········ · · · ··· · ···· · · ··· ·· · ·· · · ··· ·· ··· · · · ·· ····· · · ·· · ····· ·· ··· · · ·· ·· · 45</p><p>Exercício 7. H. Cordes, 1895 ································ ·········· ·············································· 45</p><p>Anedotas e curiosidades . . ..... .. ....... .... .. ........ .. .. ... ..... ..... ... . . . .. .. . .. . . ..... ... .. ... . ..... ... . . . 46</p><p>Partida 11. Steinitz - Bardeleben, 1895 ······································································· 46</p><p>Glória ou dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . .. . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46</p><p>Conselhos ... ... ......... ...... ........... ................... .... ... ... ............ ... .. . .. . . ... .. ... . . .. . .. . .. . ... . . . . .. . . 4 7</p><p>CAPÍTULO 6 - O PRECURSOR DA ESCOLA RUSSA····· ············································ 48</p><p>Mikhail Chigorin</p><p>Partida 12. Chigorin- Davidov, 1883 ........................................................................... 49</p><p>Final. Pomar- Cuadras, 1974 ...................................................................................... 50</p><p>Mates típicos. Mate de Chigorin. ..... .. ... . . .. ......... .. .. ... . . ..... ...... .. . . . .. . . . ... . ... . . ... .. ... . . ... .... ... 50</p><p>Exercício 8 .................... · ..... · .. · · .. ·. · · · · · ·. · · · · · ·. · · · · · · · ·. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 50</p><p>Anedotas e curiosidades . ......... .. .. .. . ... .. .. . . .... .. ... . ... ... ... .. ... .. ... . . ... . ... . . . .. . . . .. . . ....... .. . . 51</p><p>A fortaleza · ...... ·. ·. · · ·. · · · · · · .. · · · · · · · · · .. · · · · · · · ·. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 51</p><p>O talento de Alekhine .............................. ................................................................ ···· 52</p><p>Conselhos ......... .. ... .. . . . .... ... .. .. . . . .. . .. ... . . ... . . ... . . . .. . . ... .. ...... .. .. . .. . . . ... . ... .. ... . ...... ... .. ..... ..... 52</p><p>CAPÍTULO 7 - UM GÊNIO EFÊMERO········································································· 53</p><p>Harry Nelson Pillsbury</p><p>Partida 13. H. Pillsbury- G. Marco, 1900 .................................................................... 54</p><p>Final - Final de Peões .......................... · ..... · · ....... · · ... · .... · .. ·. · .... · .. ·. · · .. · · · ·. · · · ·. · · · · · · · · · · · · · · · · · · 54</p><p>Mates típicos. Pillsbury - Judd, 1899 .............. ..................... ............... ......................... 55</p><p>Exercício 9. Andruet - Spassky, 1988 ................................................ ·· .... · ··· .. ····· ··· ·· ·· ··· 55</p><p>Anedotas e curiosidades .................... ·· ...... · ... · .............. ··· · ······ ··· ·· ..... ··· ·· ····· ··· ·· ··· · · 56</p><p>Partida 14 - Quando três peças valem mais que uma dama.</p><p>Monedero - Sanabria, 1972 ... · · ·· ·· · ··. ···· · ·· · ·· ·· ·· · ·· ·· · ·· ······· · ····· ····· ···· ··· ·· · ···· .. · ··· · ····· · ..... 56</p><p>A miniatura mais famosa ............. · ......... ················ ..... ···. ···· .. ··· .. ····· ·· ...... ······· ··· · · ···· ·· ·. · 57</p><p>Partida 15. Morphy - Duque de Brunswick e Conde Isouard, 1858 ............................. 57</p><p>O xadrez e a vida............................................... .......................................................... 57</p><p>Conselhos .. . . . ... . ... . . ... .. ... . . ... . . ... . . ..... ... . . . ... . ... . . ..... ..... .... .. ... . . ........ .. ... .. ... .. ... . . .. . .. .. .. . .. . 57</p><p>SUMÁRIO 11</p><p>CAPÍTULO 8 - O PRECEPTOR GERMÂNICO... ............................... .... ... .. ............. ... .. 58</p><p>Siegbert Tarrasch</p><p>Partida 16. Breyer - Tarrasch, 1920 . · ····. ... . . .......... .... ...... ... .. ... . . .. .. .............. .... ... .. .... .... 59</p><p>Final - Final de peões: quando as aparências enganam. Lasker - Tarrasch, 1914 ........ 61</p><p>Mates típicos. Mate do Calabrês ................................................................................... 61</p><p>Exercício 10. Dama e bispo contra dama ........ .................... .................... .... ................. 61</p><p>Anedotas e curiosidades ... . ... . . ..... ... . . .......... ... . . ... . . .... .......... ... . . .. . . . .... ..... ... . .. . . .. . . . .. 62</p><p>Os dois gêmeos ......... · · · .. ·. · · ·....... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . 62</p><p>Gêmeo 1 ··················································································································· 62</p><p>Gêmeo 2 ........................................................</p><p>tiveram pelo xadrez, mais tarde,</p><p>Alekhine, Fischer e Kasparov.</p><p>Partida 17</p><p>E. Lasker - J. Capablanca</p><p>São Petersburgo, 1914</p><p>Abertura Espanhola</p><p>O aspecto psicológico também</p><p>conta nas partidas de xadrez.</p><p>Capablanca liderava a classificação a três</p><p>partidas do final e lhe bastava um empate para</p><p>ganhar o torneio São Petersburgo de 1914.</p><p>Surpreendentemente, Lasker jogou a variante</p><p>de trocas da Abertura Espanhola, uma linha</p><p>aparentemente fácil para as pretas que ficam</p><p>com o par de bispos em troca de um peão</p><p>dobrado. Lasker, bom conhecedor da psico­</p><p>logia de Capablanca, tentou com êxito entrar</p><p>em uma abertura que seu adversário espe­</p><p>rava.</p><p>1. e4 eS 2. lt:lf3 lt:lc6 3. i.bS a6 4.</p><p>.ixc6 dxc6 5. d4 exd4 6. 'i!Nxd4 '1Wxd4 7.</p><p>lt:lxd4</p><p>A estrutura de peões outorga vanta­</p><p>gem posicional às brancas, que, em um hi­</p><p>potético final de peões, teriam melhores</p><p>perspectivas de vitória. Portanto, seria um</p><p>erro por parte das pretas jogar para empatar.</p><p>As pretas deveriam tentar jogar com agres­</p><p>sividade, mas, desafortunadamente, para Ca­</p><p>pablanca bastava o empate para ganhar o tor­</p><p>neio.</p><p>7 . ... .i.d6</p><p>Segundo Réti, esse bispo está bem situado</p><p>em sua casa, já que, se as brancas tentassem</p><p>eliminar essa peça, a debilidade na estrutura de</p><p>peões desapareceria.</p><p>8. lt:lc3 lt:le7 9. 0-0 0-0</p><p>Muito melhor parece ser 9. ... i.d7!,</p><p>seguido de 0-0-0.</p><p>10. f4 nes</p><p>Seria mais enérgico, segundo Réti, 10 ....</p><p>.icS ! 11 . .ie3 com ligeira vantagem para as</p><p>pretas.</p><p>Também seria possível jogar 10 .... fS!?</p><p>11. eS .ics 12 . .ie3 i.xd4 13. i.xd4 lt:ldS</p><p>com jogo igual.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 65</p><p>11. lt:lb3 f6?!</p><p>Uma perda de tempo que mostra o pobre</p><p>espírito de luta de Capablanca, que joga na</p><p>defensiva. O possível avanço do peão para eS</p><p>só beneficiaria as pretas que obteriam o</p><p>domínio das casas dS e fS.</p><p>12. fS!?</p><p>Um jogada inesperada que outorga mais</p><p>espaço de manobra ao bispo branco e restringe</p><p>o movimento do cavalo e o do bispo da dama</p><p>preta. Além disso, o domínio da casa e6 por</p><p>parte das brancas é crucial.</p><p>8 1 ..t 1 • 7 .l .l • '' 6 ' 'J. ' 5 8</p><p>4 8</p><p>3 ti) tb</p><p>2 888 8 8</p><p>: .a : @</p><p>a b e d e g h</p><p>12 . ... b6</p><p>Não parece uma boa idéia tirar o bis­</p><p>po do controle do ponto crítico e6. Teria si­</p><p>do muito melhor 12 .... .id7!, seguido de</p><p>J;la d8. Por exemplo: 13 . .if4 .ixf4 14. l;txf4</p><p>lt:lc8.</p><p>Também seria uma opção aceitável 12 ....</p><p>gS!? para impedir i.f4 e no caso de 13. fxg6</p><p>lt:lxg6 14. lhf6 .ieS! 15. ~fl .i.xc3 16. bxc3</p><p>gxe4 com jogo igual.</p><p>13. i..f4 .ib7?1</p><p>As pretas deveriam jogar 13 .... i..xf4! 14.</p><p>lhf4 com as seguintes opções:</p><p>a) 14 .... cS! 15. lldl .ib716 . .l:i'.f2 l;tad817.</p><p>l'txd8 hd8 18. ltd2 ltxd2 19. lt:lxd2</p><p>lt:lc6! com ligeira vantagem para as pre­</p><p>tas.</p><p>b) Ou 14 .... .i.d7, seguido de Iiad8.</p><p>14. J.xd6 cxd6 15. !2Jd4!</p><p>66 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 1 1 • 7 J. • j'</p><p>6 ,,,, ' 5 8</p><p>4 !iJ 8</p><p>3 !iJ</p><p>2 888 8 8</p><p>: :<t></p><p>a b e d e g h</p><p>15 . ... l:lad8?!</p><p>Seria interessante 15 .... i.c8 16. l:ladl cS</p><p>17. lbe6 i.e6 com jogo equilibrado.</p><p>16. lbe6 l:ld7 17. l:tadl lbc8?1</p><p>A melhor jogada nesta posição seria 17 ....</p><p>cS! 18. lbdS (18. l:lf2 dS 19. exdS i.xdS 20.</p><p>lbxdS l:lxdS 21. l:txdS lbxdS com jogo igual)</p><p>18 .... .txdS 19. exdS bS com igualdade.</p><p>18. IH'2 b5 19. ltfd2 .Ude7 20. b4 ~ f7</p><p>21. a3 i.a8?</p><p>Seria melhor 21. ... l:txe6! 22. fxe6+ l:lxe6</p><p>com jogo complicado.</p><p>22. c;pf2 .:ta7 23. g4 h6 24. l:td3 as 25.</p><p>h4 axb4 26. axb4 l:tae7?</p><p>Outro erro de Capablanca. Aqui seria me-</p><p>lhor 26 .... l:ta3 !</p><p>27. ~ f3 l:lg8 28. ~f4 g6</p><p>Parece melhor 28 .... gS+ diretamente.</p><p>29. ltg3 g5+ 30. ~ f3 lbb6 31. hxg5</p><p>hxg5 32. l:th3 l:td7 33. 'it;>g3!</p><p>Uma sutil jogada que prepara a combinação</p><p>final e resguarda o rei de possíveis xeques.</p><p>33 . ... ~e8 34. lldhl i.b7 35. e51 d.xe5</p><p>36. lbe4 lbd5 3 7. lb6c5 i.c8</p><p>As pretas perdem, no mínimo, qualidade.</p><p>Se 37 .... lle7 38. lbxb7 l:txb7 39. lbd6+.</p><p>38. lbxd7 i.xd7 39. llh7 l:tf8 40. l:lal</p><p>'it>d8 41. .:as+ .tcs 42.lbcs.</p><p>E as pretas abandonam. Por exemplo,</p><p>poderia seguir: 43. lbb7 + lle8 44. lbd6+ ~e8</p><p>45. :.b8, mas as pretas continuariam irremedia­</p><p>velmente perdidas.</p><p>Final</p><p>Henneberger - Nimzowitsch,</p><p>1931</p><p>Evite entrar em um final</p><p>de partida com um bispo fraco.</p><p>8</p><p>7</p><p>6 • , .</p><p>5 ' 4 ' '8 8i</p><p>3 8 @ 8</p><p>2 8</p><p>a b e d e g h</p><p>Às vezes, não é fácil ganhar um final, em­</p><p>bora o inimigo tenha um bispo fraco. Na</p><p>partida seguinte, veremos como, graças à</p><p>maestria de Nimzowitsch, se consegue ganhar</p><p>a partida. Conceitos como triangulação e</p><p>oposição desde muito tempo são básicos pa­</p><p>ra ganhar este precioso e preciso final de par­</p><p>tida.</p><p>1 . ... lbe4 2. 'it'e2</p><p>O bispo não pode mover-se sem perder um</p><p>dos peões ameaçados em g3 e c3.</p><p>2. . .. 'it'd5 3. 'i&?e3 'i&?d6 !</p><p>Buscando a triangulação.</p><p>4. ~e2 ~ c6 5. ~ e3 ~ d5 6. ~ e2 lbd6</p><p>O cavalo libera a casa e4 para seu rei e vai</p><p>ameaçar o peão c3 desde a casa bS.</p><p>7. 'it'e3 lbb5 8. i.d2 lba3! 9. i.cl</p><p>Não há opção melhor. Se 9. i.el lbc2+ 10.</p><p>~ d2 lbxel 11. ~el ~e4 12. 'it'e2 a3! Com</p><p>fácil vitória para as pretas, que se infiltrariam</p><p>por d3 ou f3.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 67</p><p>9 . ... it)bU 10. i.b2 a3 11 . .tal Mates típicos</p><p>No caso de 11 . .icl it)xc3 12. i.xa3 it)xa2,</p><p>as pretas ganhariam facilmente. Mate de Epaulet</p><p>11. ... ~ d61 12. 'it>e2</p><p>Por exemplo: 12. 'it>f2 perde por 12.</p><p>it)d2 13. ~g2 it)b3! 14. axb3 cxb3.</p><p>12 . ... ~ c6 13. 'it>dl</p><p>No caso de 13. ~e3 ~ds 14. ~e2 ~e4,</p><p>voltando a ganhar a oposição.</p><p>13 . ... ~ d5 14. ~ c2 ~ e4 15. ~xbl</p><p>~f3</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 ,.</p><p>2 8</p><p>1 J.@</p><p>abcde gh</p><p>Magnífica entrega de peça que dá a vitória</p><p>às pretas.</p><p>16. i.b21</p><p>Única alternativa para não perder rapida­</p><p>mente.</p><p>16 . ... axb2</p><p>Não adiantaria 16 .... ~xg3 17. i.xa3 'it>f3</p><p>18 . .icS g3 19. dS, o bispo detém o peão.</p><p>17. a4 ~ xg3 18. as ~ h2! 19. a6 g3</p><p>20. a7 g2 21. aS'iiV gl~+ 22. ~ xb2 ~g2+!</p><p>Agora se vê claramente o motivo da exis­</p><p>tência do ponto de exclamação no lance 18 ....</p><p>~ h2!.</p><p>23. 'iixg2 + ~ xg2 24. ~ a3 ~f'3 25.</p><p>'it>b4 ~xf4 26. ~c4 ~ e3 27. d5 exd5+</p><p>28.<it>xdS f4 29. c4 f'3 30. c5 f'2 31. c6</p><p>fl'i'.</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8 8</p><p>2@ 8</p><p>• a b e d e g h</p><p>1. 'iif6+ ~ h6</p><p>Se 1. ... ~g8 2. ~e6+ ~g7 3. ~es+ ~g8 4.</p><p>~xb8+ ~g7 5. ~f8 mate.</p><p>2. ft4+ ~ g7 3. tr'd4+ ~ h6 4. 'it'f4+</p><p>~ g7 s. 'it'es+ ~ h6 6. l::.hs+ gxhs 7. ~f6</p><p>mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8 8</p><p>2 @8</p><p>• a b e d e</p><p>Exercício 11</p><p>Torre contra dois peões</p><p>As pretas jogam</p><p>g h</p><p>O lance cabe às pretas: ganham, perdem ou</p><p>empatam? Justifique sua resposta.</p><p>68 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 1</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>•</p><p>a b cd efg h</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 18</p><p>Abertura Irregular</p><p>O barão e o aldeão</p><p>Conta-se a história de um vaidoso barão</p><p>alemão que incomodava os aldeãos de sua</p><p>localidade obrigando-os a jogar com ele e</p><p>gabando-se de ser o melhor jogador do país.</p><p>Um dia chegou à aldeia um jovem estudante</p><p>que tivera ocasião de praticar xadrez com</p><p>fortes jogadores em Viena. Ao inteirar-se das</p><p>humilhantes derrotas que o barão infringia aos</p><p>seus antigos camaradas da aldeia, acertou com</p><p>ele uma partida a fim de vingá-los.</p><p>Chegado o dia da partida, toda a popu­</p><p>lação se concentrou para assistir o jogo. Antes</p><p>de começar, o orgulhoso barão ofereceu uma</p><p>peça de vantagem ao seu oponente, o que foi</p><p>rejeitado.</p><p>O aldeão, com as peças brancas, iniciou o</p><p>jogo:</p><p>1. lüc3</p><p>O barão sorriu ligeiramente e replicou:</p><p>1 . ... e5 2. lüf3</p><p>- Mas, filho, não sabe que primeiro se deve</p><p>abrir o jogo com os peões centrais? perguntou</p><p>o barão.</p><p>2 . ... d6 3. d4</p><p>- Tenho tempo para mover meus peões</p><p>centrais, não se preocupe por mim e siga jogan­</p><p>do, replicou o aldeão.</p><p>3 . ... lüc6 4. d5 l2Jce7 5. e4 f5 6 . .ig5</p><p>- Isto é um erro, não está vendo que esse bispo</p><p>terá de bater em retirada?, perguntou o barão.</p><p>6 . ... h6 7 . .ih4 g5</p><p>- Não observou o que eu disse? Agora seu</p><p>bispo está perdido!, exclamou o barão.</p><p>8. lüxe5</p><p>- Você joga com muita precipitação, jovem.</p><p>Agora perderá também o cavalo, disse o barão.</p><p>8 . ... dxe5</p><p>- Bem, agora vou lhe dar um pequeno</p><p>xeque, disse o aldeão.</p><p>9.'i'h5+</p><p>9 . ... ~d7 10. i.xg5</p><p>8 1 A• .... 1</p><p>7 ,, •••</p><p>6 j</p><p>5 8Aii'ii'</p><p>4</p><p>3 (i)</p><p>2 8 8 8</p><p>1:</p><p>8</p><p>a b e d e</p><p>J.</p><p>g h</p><p>- Bravo, jovem, olhando bem, você não jo­</p><p>ga tão mal, só perdeu uma peça.</p><p>10 . ... i.g7 11. i.b5+ <;t,d6 12. i.e3 f4</p><p>- Longe, muito longe com seu bispo, ob­</p><p>servou o barão.</p><p>13 . .txf4</p><p>- Ah! Se você me presenteia com outra pe­</p><p>ça, eu a tomo.</p><p>13 . ... exf4 14. e5+</p><p>O semblante do barão começou a mudar, e</p><p>ele replicou:</p><p>- Você tem muita sorte.</p><p>14 . ... ~c5 15. lüa4+ <lo>xb5</p><p>- Obrigado. Outra peça para mim, disse o</p><p>barão.</p><p>16. 'i!Ve2+ 'it>xa4</p><p>- Mas você está louco? Não vê que não lhe</p><p>sobram peças para matar meu rei?</p><p>17. \\Vc4+</p><p>- Darei mate com a ajuda de meus pobres</p><p>peões, respondeu o aldeão.</p><p>17 . ... ~as 18. b4+ @a4 19. ft3+</p><p>~bs 20. a4+</p><p>- Que calor horrível faz hoje, disse o barão</p><p>com uma expressão sombria.</p><p>20 . ... ~b6 21. as+ ~bs 22. c4+ 'it>a6</p><p>23. bS mate.</p><p>Depois dessa humilhante derrota, o barão</p><p>não voltou a jogar uma só partida pelo resto de</p><p>sua vida.</p><p>8 1 J..</p><p>7 ' '' • 6 • 5 88 88</p><p>4 8</p><p>3 • 2</p><p>: <.it</p><p>a b e d e</p><p>As simultâneas às cegas</p><p>de Alekhine</p><p>•1</p><p>J.</p><p>.&</p><p>.&</p><p>888</p><p>:</p><p>g h</p><p>Em 1925, Alekhine jogou 32 partidas em</p><p>uma sessão de simultâneas às cegas, na qual só</p><p>perdeu três partidas e empatou três. A sessão</p><p>durou treze horas, durante as quais não comeu</p><p>nada sólido, apenas bebeu café e fumou cigarros.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 69</p><p>CONSELHOS</p><p>1. A dama não deve ser movimentada prematu­</p><p>ramente, já que é uma peça que pode se ver</p><p>em perigo durante a abertura quando invade</p><p>o terreno do adversário.</p><p>2. Não analise unicamente suas partidas per­</p><p>didas; também é importante saber exata­</p><p>mente por que se ganhou ou empatou uma</p><p>partida.</p><p>3. O xadrez é uma atividade que ensina a ser</p><p>humilde, uma vez que um jogador teori­</p><p>camente inferior pode vencer.</p><p>4. A torre é uma peça que exerce todo o seu</p><p>potencial mesmo distante, especialmente</p><p>nos finais.</p><p>5. Sempre se deve analisar as partidas depois de</p><p>tê-las jogado. É melhor fazer uma análise pré­</p><p>via sozinho e depois pedir aos companheiros</p><p>de clube e amigos que o ajudem a analisar.</p><p>6. Tente pensar sempre uma jogada a mais do</p><p>que você acredita ser necessária: às vezes,</p><p>aí se encontra a diferença entre a vitória e a</p><p>derrota.</p><p>7. O jogador fraco, quando tem uma posição</p><p>vencedora, diz: "a partida está ganha"; o</p><p>jogador com uma certa experiência diz:</p><p>"tenho uma clara vantagem"; o mestre diz:</p><p>"agora é necessário começar a jogar com mais</p><p>precisão". Nada é tão difícil quanto ganhar</p><p>uma partida já ganha.</p><p>8. O relaxamento não é um bom companheiro</p><p>do xadrez. Depois de algumas jogadas con­</p><p>troladas em que você se vê com pouco tempo,</p><p>surge a ocasião na qual se cometem os pio­</p><p>res erros.</p><p>9. Enquanto corre o tempo do adversário,</p><p>aproveite para pensar na estratégia geral</p><p>da partida.</p><p>10. Não divague em variantes fantasiosas;</p><p>pense sempre de acordo com a lógica de</p><p>sua posição.</p><p>CAPÍTULO 10 A melhor defesa</p><p>é um bom ataque</p><p>"Sempre gostei das partidas abertas e procuro deixar fora de</p><p>combate meus adversários o mais rápido possível.•</p><p>(Marshall)</p><p>Frank Marshall foi o melhor jogador norte-americano e um dos maiores jogadores do mundo</p><p>no início do século XX. Por seu estilo de jogo repleto de brilhantes combinações, pertenceu à escola</p><p>romântica de xadrez.</p><p>FRANK MARSHM.L</p><p>Nacionalidade: Norte-americano.</p><p>Nascimento: Nova York, 10 de agosto de 1877.</p><p>Morte: Nova York, 9 de novembro de 1944.</p><p>Títulos: Melhor jogador americano do princípio do século XX. Candidato a campeão</p><p>mundial em 1907, quando foi derrotado por Lasker.</p><p>Características de jogo: Jogo de ataque com brilhantes combinações. Junto com</p><p>Spielmann ("O cavalheiro do Gambito de Rei"), foi considerado um dos últimos românti­</p><p>cos.</p><p>Melhores torneios: Campeão dos EUA, em 1909 e 1935; Cambridge Springs, 1904</p><p>(enfrentando Lasker); Nuremberg, 1906; Dusseldorf, 1908; Budapeste, 1912; Havana, 1913</p><p>( enfrentando Capablanca).</p><p>Façanhas: Ganhou as Olimpíadas com a equipe do seu país em 1931, 1933, 1935 e</p><p>1937.</p><p>Principais derrotas: Contra Capablanca, por 8 a 1, em 1909, e contra Lasker, em</p><p>1907, sem ganhar uma só partida.</p><p>Principal debilidade: Perder para os grandes da época devido a seu pequeno</p><p>conhecimento de estratégia.</p><p>Vida privada: Aprendeu a jogar com 11 anos. Toda a sua vida foi dedicada ao xadrez.</p><p>Dirigiu, em seus últimos anos, o clube de Nova York que leva seu nome.</p><p>Legado: Além de suas belas partidas, deu seu nome a uma famosa variante da Abertura</p><p>Espanhola.</p><p>Consideração final: Apesar de nunca ter sido um aspirante real ao título de campeão</p><p>do mundo, será sempre recordado como um dos representantes mais qualificados da escola</p><p>romântica do xadrez.</p><p>Partida 19</p><p>Lewistzky - Marshall,</p><p>1912</p><p>Defesa Francesa</p><p>Cuidado com as</p><p>jogadas surpreendentes.</p><p>Na partida a seguir, protagonizada por</p><p>Lewistzky e Marshall, aconteceu uma das</p><p>jogadas mais belas da história do xadrez. A</p><p>dama vai parar em uma casa onde pode</p><p>ser capturada por nada menos que três pe­</p><p>ças.</p><p>1. d4 e6 2. e4 d5 3. tl'ic3 c5 4. tl'if3 tl'ic6</p><p>5. exd5 exd5 6. i.e2 tl'if6 7. 0-0 i.e7 8.</p><p>i.g5</p><p>Poderia jogar 8. i.e3 i.e6 9. dxcS 0-0 10.</p><p>tl'id4 tl'ixd4 11. ~xd4 ~c7 12 . .if3 ~fd8 13. b4</p><p>as 14. a3 axb4 15. axb4 l:txal 16. fixal 'i!\Vf4</p><p>(partida Leonhart - Tarrasch, 1905).</p><p>8 . ... 0-0 9. dxc5 i.e6 10. ll'id4 i.xc5</p><p>11. tl'ixe6 fxe6 12. i.g4 ~d6 13. S4h3?</p><p>Esse foi um erro posicional. Para conservar</p><p>o par de bispos, as brancas colocaram o bispo</p><p>das casas brancas em um lugar afastado do</p><p>campo de luta. Contudo, não havia muitas</p><p>opções melhores.</p><p>13. . .. l;tae8 14. 'i/Vd2 ~b4 15. i.xf6</p><p>: xf6 16. ~adl ~c5</p><p>Se 17. a3 .i.xc3 18. 'i'xc3 'i'xc3 19. bxc3</p><p>tl'iaS 20. l:tfel @f7 21. a4 tl'ic4 22. ~d4 tl'id6</p><p>com final ligeiramente vantajoso para as pre­</p><p>tas.</p><p>17. ~e2 .ixc3 18. bxc3 'ti'xc3 19.</p><p>nxd5 tl'id4 20. 'iih5</p><p>Parece melhor 20. fie4 l;tf4 21. 'i'eS 'tic4</p><p>22. ~el ~xc2 23. f3 fia4 24. l:td6 com jogo</p><p>melhor das brancas.</p><p>20 . ... l:tef8 21. l:te5</p><p>As peças brancas estão totalmente des­</p><p>coordenadas, enquanto as pretas apontam para</p><p>uma mesma direção.</p><p>21. ... ~h6 22. 'i!\Vg5 1!xh3 23 . .14c5</p><p>'i'g3!!</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 71</p><p>8 1•</p><p>7 . ' . '</p><p>6 ' 5 ·:</p><p>4 • 3 ••</p><p>2 8 8 8 8</p><p>: @</p><p>a b e d e g h</p><p>As brancas abandonam. No melhor dos</p><p>casos, perderiam uma peça.</p><p>De fato, se:</p><p>24. fxg3 tl'ie2+ 25. '3.>hl l;txfl mate.</p><p>24. hxg3 ll'ie2 mate.</p><p>24. 'i'xg3 tl'ie2+ 25. @hl tl'ixg3+ 26. ~gl</p><p>tl'ie2 + com vantagem decisiva.</p><p>Final</p><p>Ljubojevic - Browne,</p><p>1972</p><p>Ljubomir Ljubojevic nasceu na Iugos­</p><p>lávia no ano de 1950 e mais tarde fixou resi­</p><p>dência na Espanha. Esteve dentre os cinco</p><p>melhores jogadores do mundo na década de</p><p>80. Seu estilo se caracteriza por um jogo de ata­</p><p>que rico em criatividade e sempre imprevisí­</p><p>vel. Em Barcelona, é lembrado por sua magní­</p><p>fica atuação na Copa do Mundo, celebrada</p><p>em 1989.</p><p>Em um final cada lance é</p><p>importantíssimo. Pense</p><p>sempre antes de jogar.</p><p>Na posição do diagrama, temos um belo</p><p>exemplo de final de peões no qual a diferença</p><p>entre uma jogada e outra significa vencer ou</p><p>não. Browne se equivocou fazendo um movi­</p><p>mento de peão aparentemente lógico, e uma</p><p>posição ganhadora se converteu em empate. A</p><p>seguir mostramos a continuação que poderia</p><p>dar a vitória às pretas.</p><p>72 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>8</p><p>7</p><p>6 • 5 @</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e f g h</p><p>1 .... ~ dS!!</p><p>Se 1. ... f5? 2. ~b4 f4 (2 .... ~d5 3. Wc3</p><p>~e4 4. ~d2 e as pretas só conseguem o em­</p><p>pate) 3. ~c3 com empate.</p><p>2. ~ b4</p><p>No caso de 2. b4 fS 3. b5 f4 4. b6 ~c6!</p><p>2 . ... ~ d4! 3. @as</p><p>Ou melhor, 3. @a3 f5 4. @b2 f4 5. @c2</p><p>@e3! 6. @dl @f2 7. b4 f3 8. b5@g2 9. b6 f210.</p><p>b7 fl~+ e ganha.</p><p>3 . ... f5 4. b4 f4 5. bS ~ cS! 6. b6 ~ c6</p><p>7. @a6</p><p>As brancas coroam antes, porém per­</p><p>dem.</p><p>7 •••• f3 8. b7 f2 9 . bs'it' fl 'i'+ 10. ~ as</p><p>'iial+ 11. ~ b4 'it'bl+,</p><p>ganhando a dama e a</p><p>partida.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Marshall</p><p>Marshall - Alapin,</p><p>1905</p><p>1. e4 eS 2. f4 d5 3. exd5 e4 4. d3</p><p>tbf6 5. dxe4 tbxe4 6. tbf3 .i.c5 7. ~ e2 f5</p><p>8. tbc3 il.f2+ 9. @dl 0-0 10 . .id2 tbxc3+</p><p>11. i.xc3 'i'xd5+ 12. ~cl lld8 13. b4</p><p>.i.b6</p><p>8 1•..t1 • 7 ••• ••</p><p>6 ..t</p><p>5 • • 4 8 8</p><p>3 ~ ~</p><p>2 8 8 'fl 8 8</p><p>1: <J;> J.. :</p><p>a b e d e g h</p><p>14. 'iie7 'i!Vd7? 15. .i.c4+ ~ h8 16.</p><p>i.xg7 mate.</p><p>Exercício 12</p><p>Composição de Timman, 1976</p><p>Jan Timman nasceu na Holanda, no ano de</p><p>1951. Na década de 80, foi considerado o me­</p><p>lhor jogador do mundo ocidental. Timman é um</p><p>perspicaz analista, editor da prestigiosa revista</p><p>New in Chess e autor de diversos livros, dentre os</p><p>quais se destaca El arte del análi.si.s. Foi candidato</p><p>ao título mundial da FIDE em 1993.</p><p>As brancas jogam</p><p>As brancas podem obter o</p><p>empate nesta posição?</p><p>8 <J;> • 7 8</p><p>6</p><p>5 J.</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d</p><p>• 8</p><p>8</p><p>8</p><p>e g h</p><p>Exercício 13</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Spielmann - Denker</p><p>Busum, 1934</p><p>Rudolf Spielmann (1883-1942), jogador</p><p>profissional austríaco, foi um dos melhores enxa­</p><p>dristas da primeira metade do século XX. Em seu</p><p>livro El arte del sacrifício en el ajedrez, expôs seus</p><p>pontos de vista românticos sobre o jogo.</p><p>1 .t 1 8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>' ' •• , ..</p><p>•• ' '8 ti)</p><p>J. 8</p><p>8 8 (i:)888</p><p>: i.</p><p>a b e d e</p><p>Exercício 14</p><p>Luchovsky - Gridnev</p><p>Correspondência, 1976</p><p>@ :</p><p>g h</p><p>O lance cabe às brancas, e sua situação</p><p>parece desesperadora; no entanto, existe uma</p><p>simples, porém assombrosa, forma de ganhar a</p><p>partida. Você saberia dizer qual é?</p><p>8 • 7 ' '' 6 j J.</p><p>5 .t 1</p><p>4 8 j</p><p>3 1W 8 11</p><p>2 8 8 8</p><p>: @</p><p>a b e d e g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 73</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Batuyev - Simagin</p><p>Riga, 1954</p><p>Os perigos de jogar "sem pensar"</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 • 3 ' 2</p><p>• a b e d e g h</p><p>A posição do diagrama pertence a uma</p><p>partida entre Batuyev e Simagin do torneio de</p><p>Riga de 1954. As pretas, em sua ânsia de ga­</p><p>nhar, realizam uma "excelente" jogada de</p><p>autômato.</p><p>1. ... e2?? 2. 'figl+ 'it>d2 3. ~cl+ ~ d3</p><p>4. 'fic3 mate.</p><p>As pretas infringiram, em seu primeiro</p><p>lance, 1... e2??, alguns dos mais elementares</p><p>princípios do xadrez, como: não considerar as</p><p>conseqüências de um xeque do adversário, jo­</p><p>gar rápido e sem pensar, encerrar seu rei numa</p><p>rede de mate, etc. São os perigos de jogar o</p><p>primeiro lance que vem à mente .</p><p>CONSELHOS</p><p>1. As jogadas surpreendentes são uma das</p><p>causas pelas quais se pode perder uma par­</p><p>tida. O segredo está em considerar todas as</p><p>jogadas, começando pelos xeques, as trocas</p><p>de peças e as entregas.</p><p>2. Uma característica do jogador de alto nível</p><p>é não se deixar envolver pelo encanto das</p><p>jogadas naturais ou evidentes.</p><p>3. Deve-se tentar sempre ser o mais objetivo</p><p>possível diante de uma posição. Às vezes,</p><p>74 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>deve-se limitar a defender em vez de "for­</p><p>çar" a partida.</p><p>4. Todas as peças de seu adversário são im­</p><p>portantes; para evitar surpresas, não se</p><p>concentre somente em uma única parte do</p><p>tabuleiro.</p><p>5. Antes de começar a partida, assegure-se de</p><p>que as condições do material de jogo e do</p><p>mobiliário sejam adequadas. Informe-se on­</p><p>de ficam os lavabos em caso de necessidade.</p><p>6. "Não coloque os peões nas casas da cor do</p><p>seu bispo." (Fine)</p><p>7. "Cada peão potencialmente é uma dama."</p><p>(Mason)</p><p>8. Na abertura, trate de mobilizar suas peças e</p><p>peões.</p><p>9. Às vezes, sem se dar conta, inverte-se a or­</p><p>dem das jogadas em uma determinada po­</p><p>sição e, por desgraça, no xadrez, a ordem</p><p>dos fatores altera o produto. Um conselho</p><p>que pode evitar esse tipo de erro é o se­</p><p>guinte: uma vez convencido da jogada a</p><p>realizar, deixe de olhar o tabuleiro, respire</p><p>fundo, anote a jogada em sua planilha e</p><p>volte a olhar com uma nova perspectiva,</p><p>para verificar se não se esqueceu de um de­</p><p>talhe importante.</p><p>10. Um rei ativo nos finais é básico. ''A boa mo­</p><p>bilidade do rei é uma das principais carac­</p><p>terísticas de toda a estratégia dos finais."</p><p>(N imzowi tsch)</p><p>CAPÍTULO 11 A filosofia da arte</p><p>do xadrez</p><p>•Quando um ataque é repelido, o</p><p>contra-ataque deve ser decisivo.•</p><p>(Réti)</p><p>Ricardo Réti foi um investigador do xadrez na faceta mais artística do jogo. Compositor de</p><p>belos estudos, é considerado, junto com Nimzowitsch, o maior representante da escola hiper­</p><p>moderna. Seu livro Los grandes maestros dei tablero é tido como um dos mais importantes da</p><p>história do xadrez.</p><p>RICARDO RÉTI</p><p>Nacionalidade: Tchecoslovaco. (Nasceu em terras húngaras que posteriormente pas-</p><p>saram a pertencer à Tchecoslováquia.)</p><p>Nascimento: Pezzinok, 28 de maio de 1889.</p><p>Morte: 6 de junho de 1929.</p><p>Títulos: Grande Mestre.</p><p>Melhores torneios: Kaschau, 1918; Rotterdam, 1919; Amsterdã, 1920: Viena; 1920;</p><p>Teplitz-Schõnau, 1922; Viena, 1928.</p><p>Características de jogo: Um grande estrategista representante da escola hiper­</p><p>moderna.</p><p>Façanhas: No torneio de Nova York de 1924, foi o único que venceu Capablanca e</p><p>obteve o prêmio de beleza por sua partida com Bogoljubow. Em 1925 bateu o recorde de</p><p>simultâneas às cegas em São Paulo ao jogar 29 partidas. Ganhou 20, empatou 7 e perdeu</p><p>apenas 2.</p><p>Principal debilidade: Morreu jovem, com apenas 40 anos, e não pôde dar de si tudo o</p><p>que era capaz.</p><p>Vida privada: Era um homem culto e educado. Considerava o xadrez, sobretudo, uma</p><p>arte.</p><p>Legado: Deu seu nome à Abertura Réti. Seu livro Los grandes maestros del tablero é</p><p>considerado como uma das melhores obras do xadrez. Devido a suas idéias hipermodernistas,</p><p>seu outro livro, Nuevas ideas en ajedrez, é um clássico da literatura enxadrística.</p><p>Consideração final: Um dos grandes jogadores de sua época; grande perito nas teorias</p><p>da escola hipermoderna; excelente compositor de estudos e finais.</p><p>76 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 20</p><p>R. Réti - E. Bogoljubow</p><p>Nova York, 1924</p><p>Abertura Réti</p><p>Se tiver melhor desenvolvimento,</p><p>procure abrir o jogo com</p><p>rupturas centrais.</p><p>Os comentários desta partida estão basea­</p><p>dos nas observações de Alekhine registradas</p><p>em seu livro sobre o torneio de Nova York de</p><p>1924.</p><p>1. ll:lf3 ll:lf6 2. c4 e6 3. g3 d5 4 . .ig2</p><p>.id6 5. 0-0 0-0 6. b3 lle8 7 . .ib2 ll:lbd7 8.</p><p>d4 c6 9. ll:lbd2 ll:le4</p><p>O movimento libertador e5, recomen­</p><p>dado por Rubinstein, é melhor que o feito</p><p>por Bogoljubow; mas, ainda assim, depois</p><p>da seguinte variante, as brancas ficam com</p><p>vantagem. Por exemplo 9 .... e5 10. cxd5</p><p>cxd5 11. dxe5 ll:lxe5 12. ll:lxe5 i.xe5 13.</p><p>i.xe5 ltxe5 14. ll:lc4 lte8 15. ll:le3 i.e6 16.</p><p>'ii'd4.</p><p>10. ll:lxe4</p><p>Com esta troca de cavalos, não são solucio­</p><p>nados os problemas do mau desenvolvimento</p><p>das pretas.</p><p>10 . ... dxe4 11. ll:le5 f5 12. f3!</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1 ... • 1 •</p><p>'' • '' , ... ,</p><p>lt)i</p><p>8 8 i</p><p>8 8 8</p><p>8 J. 8 J. 8</p><p>: ... :~</p><p>a b e d e g h</p><p>Este é um plano mais adequado. De­</p><p>pois das pretas enfraquecerem sua posição</p><p>no centro, o propósito das brancas é tro­</p><p>car o jogo cerrado por uma partida mais</p><p>aberta.</p><p>12 . ... exf3 13. i.xf3</p><p>Não é bom tomar com e2, já que esse</p><p>peão servirá para participar de outra ruptura</p><p>central.</p><p>13 . ... ~c7</p><p>Depois de 13 .... ll:lxe5 14. dxe5 i.c5+ 15.</p><p>~g2 i.d7, o bispo preto que está na casa branca</p><p>não tem nenhum tipo de jogo.</p><p>14. ll:lxd7 .ixd7 15. e4 e5</p><p>De outra forma seguiria e5 combinado</p><p>com a ruptura central mediante d5 ou c5 .</p><p>Embora aparentemente as pretas tenham se</p><p>libertado de seus principais problemas, Réti</p><p>encontrou uma maneira de materializar sua</p><p>vantagem.</p><p>16. c5 i.f8 17. 'ir'c2</p><p>Com esta jogada, são ameaçados simul­</p><p>taneamente os dois peões centrais das pre­</p><p>tas.</p><p>17 . ... exd4</p><p>Não serviria 17 .... fxe4 18. i.xe4 com</p><p>dupla ameaça em h7 e em e5.</p><p>18. exf5 !:tad8</p><p>No caso de 18 .... l:Le5, seria muito forte 19.</p><p>°ir'c4+ ~h8 20. f6 .</p><p>19. i.h5</p><p>A jogada inicial da manobra decisiva que</p><p>premiará o excelente jogo de Réti.</p><p>19 . ... lte5 20. i.xd4 :xf5</p><p>Não seria válido 20 .... ltd5 21. ~c4 ~h8</p><p>22. i.g4 com um peão a mais e em melhor</p><p>posição.</p><p>21. llxf5 i.xf5 22. 'ii'xf5 hd4 23. llfl</p><p>.:.d8</p><p>Tampouco serviria 23. . .. ~e7 24. i.f7 +</p><p>~h8 25 . .id5 ft'f6 26. ~c8, as pretas ficariam</p><p>sem defesa.</p><p>24. i.f7 + ÇPh8 25. i.e8!</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>8 l..tJ. • 7 "'" '' 6 ' 5 8</p><p>4</p><p>3 8 8</p><p>2 8 8</p><p>l:t@</p><p>a b e d e g h</p><p>Final</p><p>Estudo de Réti, 1928</p><p>As jogadas naturais nem</p><p>sempre são boas.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5 • 4</p><p>3</p><p>2 ' ' ' :1 @</p><p>a b e d e g h</p><p>Na posição seguinte, que corresponde a um</p><p>estudo de Réti, o lance é das brancas, e elas</p><p>podem ganhar a partida, desde que façam as</p><p>jogadas precisas.</p><p>A maneira de continuar é a seguinte:</p><p>1. <ot>f2!</p><p>1. ~xg2? Esta seria uma jogada infeliz das</p><p>brancas, pois, sem uma reflexão cuidadosa,</p><p>parece que se ganha facilmente, mas não é</p><p>assim, uma vez que, depois de:</p><p>1 . ... ~e4 2. ~f2 el~+ 3. 'iPxel ~d3 4. l:.al</p><p>(4. ~f2 ~d2 e empate) 4 .... <ot>c3 5. l::kl '.td3 6.</p><p>: a1, as brancas só conseguiriam o empate.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 77</p><p>1. ... ~ e4 2. ~ xe2 ~ d4 3. !:tgl ~ e4</p><p>Se 3 .... ~c3 4. <t>e3 'it>b2 5. <ot>d2 <3.'b3 6. :Xg2</p><p>~b2 7. ~d3 'it>bl 8. :Xc2, as brancas ganhariam.</p><p>4. : eu ~es s. 'it>e3! <ot>e6 6. l:gt 'it>ds</p><p>7. ~ d2</p><p>E agora se pode tomar os dois peões e ganhar.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Réti</p><p>Réti - Tartakower</p><p>Viena, 1911</p><p>8 141.i.</p><p>7''</p><p>6 '</p><p>.... 1</p><p>'''</p><p>abcde gh</p><p>1. ~d8+ ~d8 2. ~ gS+ 'it>c7</p><p>Se 2 .... <t>e8 3. !:td8 mate.</p><p>3. ~d8 mate.</p><p>Exercício 15</p><p>8 1</p><p>7</p><p>6</p><p>5 '</p><p>4</p><p>3</p><p>'</p><p>2 8 8</p><p>a b</p><p>: ••</p><p>,. ' ' ,.</p><p>e d e f g h</p><p>78 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Na posição do diagrama, as brancas joga­</p><p>ram l2Je7+. Foi um bom lance? Explique.</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Mestre - desafiante</p><p>simultânea</p><p>Por que você não</p><p>abandona, se eu tenho uma</p><p>dama de vantagem?</p><p>8</p><p>7 i</p><p>6 8</p><p>i</p><p>• 5 8 • i</p><p>4 '8</p><p>3 8</p><p>2 8..t'if</p><p>1 @</p><p>a b e d e f g h</p><p>Na posição do diagrama, as pretas jogam.</p><p>Esta partida pertence a uma simultânea jogada</p><p>entre um mestre e seu desafiante. A partida</p><p>continuou da seguinte maneira:</p><p>1. ... l2Jh3?</p><p>O adversário se apressou, em sua ânsia de</p><p>ganhar do mestre, e não jogou o lance correto,</p><p>que era 1. l2Jf3.</p><p>2 . .ixh3 fkxh3+??</p><p>O segundo e definitivo erro. Com a joga­</p><p>da 2 .... 'ifhl + ou a gxh3 se ganhava facilmen­</p><p>te.</p><p>3. ~gl!</p><p>Após este lance o adversário pergun­</p><p>tou:</p><p>- Por que você não abandona, se tenho</p><p>uma dama de vantagem?</p><p>Ao que o mestre respondeu:</p><p>- Você é que deve abandonar, porque rece­</p><p>berá um mate inevitável em seis lances.</p><p>Efetivamente, a dama estava bloqueada, e</p><p>nada poderia ser feito para salvar seu rei.</p><p>3 . ... bS 4. axb6 as s. b7 a4 6. bS'it' a3</p><p>7. 't!Vf8 mate.</p><p>O xadrez e seus recordes</p><p>O recorde de partidas simultâneas às ce­</p><p>gas foi estabelecido por George Koltanowsky</p><p>em 1951, com 50 partidas. Grandes jogado­</p><p>res na história do xadrez foram especialistas</p><p>em partidas às cegas. Por exemplo, Miguel</p><p>Najdorf chegou a jogar contra 45 tabuleiros</p><p>em 1946, durante mais de 23 horas, com</p><p>jogadores mais fortes que lutaram contra</p><p>Koltanowsky, por isso seu recorde tem mais</p><p>mérito. Alexandre Alekhine enfrentou 32</p><p>tabuleiros em 1932, e Ricardo Réti, 29 tabu­</p><p>leiros em 1925.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Não confie nas linhas teóricas, pois elas</p><p>podem ser refutadas. Faça sua própria</p><p>análise em casa e durante a partida pense</p><p>com lógica cada movimento que fizer.</p><p>Não aceite, portanto, a teoria como in­</p><p>falível: podem existir sempre novas pos­</p><p>sibilidades não analisadas até o momen­</p><p>to.</p><p>2. Normalmente, nos finais, cada movimento</p><p>tem uma importância transcendental e</p><p>pode significar a diferença entre a vitória e</p><p>a derrota.</p><p>3. No xadrez, a ordem das jogadas é impor­</p><p>tante. Quando estudar uma variante, pen­</p><p>se sempre na possibilidade de alterar a</p><p>ordem dos lances e comprove qual é o</p><p>mais conveniente.</p><p>4. Apesar do grande poder de movimen­</p><p>to que a dama tem, ela pode ficar blo­</p><p>queada até mesmo pelas nossas demais</p><p>peças.</p><p>5. Quando tiver um peão isolado, busque</p><p>jogar agressivamente no meio-jogo, pois,</p><p>se a partida chegar ao final, você ficará em</p><p>desvantagem.</p><p>6. Para que um ataque prospere, o número</p><p>de peças atacantes deve ser superior ao de</p><p>defesa.</p><p>7. Na abertura, como regra geral, é melhor</p><p>movimentar peças que peões, já que o</p><p>mais importante é o nosso desenvolvi­</p><p>mento.</p><p>8. Tente sempre ser objetivo ao avaliar seu</p><p>jogo; não considere que suas partidas se­</p><p>rão sempre vitoriosas, como fazem certos</p><p>jogadores.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 79</p><p>9. Uma estratégia comum nos finais de torre</p><p>é perseguir o rei contrário com xeques;</p><p>por isso, é bom levar as torres o mais longe</p><p>possível do rei adversário.</p><p>10. Quando seu oponente estiver com proble­</p><p>mas de tempo, não jogue rápido; ao con­</p><p>trário, trate de fazer as melhores jogadas,</p><p>que levam mais tempo.</p><p>CAPÍTULO 12 A escola</p><p>hipermoderna</p><p>"Uma ameaça é mais forte que sua execução.•</p><p>(Nimzowitsch)</p><p>Aaron Nimzowitsch foi o mais destacado representante da escola hipermoderna. Sistematizou</p><p>conceitos estratégicos como a prevenção, o bloqueio, a superproteção e a ocupação do centro pelo</p><p>controle de peças, não de peões. Nimzowitsch passou para a história do xadrez como um excelente</p><p>jogador e também como pedagogo.</p><p>AARON NIMZOWITSCH</p><p>("O PRÍNCIPE DA DINAMARCA")</p><p>Nacionalidade: Dinamarquês, letão de origem.</p><p>Nascimento: Riga, 7 de novembro de 1886.</p><p>Morte: Copenhague, 16 de março de 1935.</p><p>Títulos: Grande Mestre e um dos melhores jogadores da época, embora nunca tenha</p><p>chegado a ser campeão mundial.</p><p>Características de jogo: Renovador. Apresentou conceitos hipermodernos, como o</p><p>bloqueio e a prevenção.</p><p>Melhores torneios: Copenhague, 1923; Marienbad, 1925; Dresden, 1926; Hannover,</p><p>1926; Londres, 1927; Carlsbad, 1929; Copenhague, 1933 e 1934.</p><p>Façanhas: Primeiro lugar no torneio de Carlsbad de 1929, no qual participaram os</p><p>jogadores mais fortes da época.</p><p>Principal derrota: Não conseguir vencer Capablanca em toda a sua carreira.</p><p>Principal debilidade: Sua saúde precária e seu caráter arrogante, irritadiço e desconfiado.</p><p>Vida privada: Nasceu em uma família judia. Deixou os estudos de matemática pelo</p><p>xadrez.</p><p>Legado: Escreveu duas obras fundamentais sobre a teoria moderna de jogo: Mi sistema e</p><p>La práctica de mi sistema (que curiosamente foram redigidas em alemão, uma vez que não</p><p>dominava o idioma dinamarquês). Renovou a teoria das aberturas, dentre outras a famosa</p><p>Defesa Nirnzoíndia.</p><p>Consideração final: Tinha grande capacidade pedagógica e foi um revolucionário do</p><p>xadrez. Trouxe novas e excelentes idéias estratégicas. É considerado por muitos como o terceiro</p><p>melhor jogador do mundo em sua época, superado apenas por Capablanca e Alekhine.</p><p>Partida 21</p><p>Bogoljubow - Nimzowitsch</p><p>Carlsbad, 1929</p><p>Defesa Nimzoíndia</p><p>Evite que dobrem os peões,</p><p>especialmente se estiverem isolados.</p><p>A seguinte partida é um claro exemplo de</p><p>como se deve gerar e depois explorar os peões</p><p>dobrados.</p><p>Este tipo de posição é facilmente atacável,</p><p>em especial, no final da partida.</p><p>1. d4 lbf6 2. c4 e6 3. lbc3 i.b4</p><p>Nimzowitsch foi o primeiro a adotar esta</p><p>linha de jogo, e, por isso, ela recebeu o nome de</p><p>Defesa Nimzowitsch. Anos depois, foi rebatizada</p><p>de Nimzoíndia, como é conhecida atualmente.</p><p>4. 'bf3 i.xc3 +</p><p>Esta jogada pode efetuar-se depois da</p><p>ameaça do bispo mediante a3; contudo, Nim­</p><p>zowitsch realizou essa troca como se tivesse</p><p>previsto que era possível demonstrar a debili­</p><p>dade dos peões dobrados.</p><p>5. bxc3 b6 6. g3</p><p>Com a intenção de opor seu próprio bispo</p><p>ao das pretas emfianchetto.</p><p>6 . ... i.b7 7. i.g2 o-o 8. O-O : e8 9.1:tel</p><p>Preparando e4 para obter o domínio abso­</p><p>luto do centro.</p><p>9 . ... d6 10. ~c2 i.e4</p><p>Impede a jogada e4 e ameaça a dama.</p><p>11. 'iWb3 lbc6 12. i.fl</p><p>As brancas querem expulsar com seu cavalo</p><p>a indesejada peça colocada em e4, mas, antes,</p><p>pretendem evitar a troca de bispos.</p><p>12 . ... e5 13. dxe5 lbxe5</p><p>Objetivo alcançado: as brancas ficaram</p><p>com dois peões brancos isolados.</p><p>14. lbxe5 lbe5</p><p>Nimzowitsch torna com a torre para evitar</p><p>o sacrifício do peão branco em cS, o qual ofere­</p><p>cia um jogo mais conveniente para as brancas.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 81</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>j</p><p>8</p><p>:</p><p>•</p><p>"</p><p>8</p><p>°i/8</p><p>..t</p><p>1lf 1 • ••• • • • A</p><p>tfJ8</p><p>88 8</p><p>: i.<i></p><p>a b e d e g h</p><p>15. i.f4 :e8 16. f3 i.b7 17. l:tadl lbd7</p><p>Para controlar as casas eS e cS.</p><p>18. e4 'i!Vf6</p><p>Ameaçando expulsar o bispo de f4 e tornar</p><p>o peão em f3.</p><p>19. i.g2 'be5</p><p>Voltando a pressionar sobre o ponto f3.</p><p>20. : d2 l:te7 21. :edl i.c6!</p><p>Uma boa jogada, já que libera o bispo e per­</p><p>mite tomar com o peão do cavalo ante um</p><p>eventual cS. No caso de tomar com o peão da</p><p>dama, após um possível cS, a coluna da dama</p><p>seria dominada pelas brancas.</p><p>22. :f2</p><p>As brancas renunciam ao ataque e se con­</p><p>formam em defender seu ponto fraco em f3.</p><p>22 . ... .:tae8 23. i.fl h6 24. i.e2 ~h8</p><p>Outra jogada sutil das pretas. Seu plano é</p><p>efetuar a jogada fS e, para isso, necessitam se-</p><p>parar o rei da diagonal b3-g8, que está indi­</p><p>retamente dominada pela dama branca.</p><p>25. ~a3 'ijfe6</p><p>Seguindo com seu plano de efetuar fS.</p><p>26. ~cl</p><p>Evidentemente, não se pode tomar o peão</p><p>de a7, visto que a dama seria perdida após :as.</p><p>26 . ... fs 27. exf5 'i'xf5 28. 'i'd2 'iir?</p><p>Começa a pressão sobre os peões passados.</p><p>82 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>29. ~d4 lbg6!</p><p>Obrigando as pretas a criar uma nova ilha</p><p>de peões dobrados, uma vez que se ameaça o</p><p>bispo de e2.</p><p>30. ~d3 lbxf4 31. fixf4 't!t'xf4 32. gxf4</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 8</p><p>3 8 i.</p><p>2 8</p><p>:</p><p>8</p><p>8</p><p>:</p><p>•</p><p>8</p><p>a b e d e g h</p><p>A estrutura dos peões brancos não pode ser</p><p>pior. Aliás, a única coluna aberta está dominada</p><p>por torres pretas.</p><p>32 . ... l':.f8 33. f5 ~ d7 34. l:ldd2</p><p>Para tentar contrabalançar o domínio da</p><p>coluna "e".</p><p>34. . .. ~ 35. l1fe2 ~xe2 36. ixe2</p><p>:.es</p><p>Além de tudo, a coluna do rei está domi­</p><p>nada pelas pretas.</p><p>3 7. ~ f2 l:.e5 38. ~d5</p><p>Para não permitir a intromissão da torre</p><p>preta no debilitado flanco da dama.</p><p>38 . ... g5</p><p>Impede a jogada f4 das brancas.</p><p>39. l':.xe5 dxe5 40. c5 bxc5</p><p>As brancas conseguiram se desfazer de</p><p>um dos peões dobrados, mas à custa de sua</p><p>perda. A partida será ganha facilmente pelas</p><p>pretas.</p><p>41. ~a6 e4</p><p>Para eliminar o peão do bispo e criar uma</p><p>superioridade no flanco do rei.</p><p>42. a4 ~g7 43. as ex.f3 44. @xf3 ~f6</p><p>45. c;t.,e3 c;t.,es</p><p>O rei está ativo no centro, de acordo com os</p><p>cânones.</p><p>46. ~c4 ~g4 4 7. ia6</p><p>As brancas necessitam de planos ou joga­</p><p>das aceitáveis .</p><p>47 . ... h5 48. 1'.c4 h4 49. ia6 ~dl 50.</p><p>~b7 g4</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>Partida 22</p><p>Nimzowitsch - Salwe</p><p>Karlsbad, 1911</p><p>Defesa Francesa</p><p>Aprenda a bloquear com Nimzowitsch</p><p>O conceito de bloqueio foi introduzi-do</p><p>por Nimzowitsch no princípio do século XX. O</p><p>que agora é urna ferramenta habitual em</p><p>jogadores de qualquer categoria, foi uma ver­</p><p>dadeira revolução no seu tempo. O cavalo é a</p><p>peça mais adequada para bloquear, pois, en­</p><p>quanto impede o avanço dos peões, não perde</p><p>sua efetividade.</p><p>Vejamos um exemplo de bloqueio e con­</p><p>trole central do tabuleiro com as peças a cargo</p><p>do mestre Nimzowitsch.</p><p>1. e4 e6 2. d4 d5 3. e5</p><p>Esta variante clássica da Defesa Francesa foi</p><p>aplicada por Nimzowitsch com idéias renovadas.</p><p>Seu sistema de bloqueio, que consiste em neutra­</p><p>lizar a cadeia de peões mediante diversas peças,</p><p>causou urna revolução na sua época.</p><p>3 . ... c5 4. c3 lbc6 5. lbf3 ft6</p><p>Desenvolvimento típico da dama nesta va­</p><p>riante para exercer pressão sobre d4 e b2.</p><p>6. ~d3 i d7 7. dxc5</p><p>Nirnzowitsch começa sua estratégia de</p><p>substituir o bloqueio de peões com peões pelo</p><p>bloqueio de peões com peças.</p><p>7 . ... i xc5 8. 0-0 f6 9. b41'.e7 10.1'.f4</p><p>As brancas permitem o desenvolvimento de</p><p>seu peão em e5 à custa de colocar uma peça</p><p>menor no centro.</p><p>10 . ... fxe5 11. ltixe5 tbxe5 12. he5 ltif6</p><p>13. ltid2 0-0 14. ttira .td6 15. 'i'e2</p><p>A casa eS permanece bloqueada por peças</p><p>brancas. Sempre há uma peça nova para apoiar</p><p>as companheiras.</p><p>15 . ... l:tac8 16 . .i.d4 iVc7 17. ltie5</p><p>Nimzowitschjá colocou onde quis o cavalo, a</p><p>peça bloqueadora por excelência.</p><p>17 . ... i.e8 18. l:tabel i.xe5 19. i.xe5</p><p>iVc6 20. i.d4 i.d7 21. "fr'c2 l:tf7</p><p>Ameaça .i.f6 seguido de i.h7+.</p><p>22. l:te3!</p><p>Os peões pretos seguem imóveis, e as</p><p>brancas ameaçam l:tfel, pressionando a fra­</p><p>queza de e6.</p><p>22 . ... b6 23. l;;t.g3</p><p>Volta a ameaçar .tf6.</p><p>23 . ... ~ h8? 24. i.xh7!</p><p>Apesar de tudo!</p><p>24 . ... e5</p><p>8 1 • 7 ,. J. 1 ,. J..</p><p>6 ,. • 5 ,. ,.</p><p>4 8 J..</p><p>3 8 ]:</p><p>2 8 w 888</p><p>:~</p><p>a b e d e g h</p><p>Por fim, os peões pretos são liberados, mas</p><p>já é muito tarde.</p><p>Não adiantaria 24 .... ltixh7 25. "fr'g6 ~g8</p><p>26. i.xg7 ltif8 27. ifh6 com vitória branca.</p><p>25 . .i.g6 l:te7 26. l:!.el 'i'd6 27. i.e3 d4</p><p>28. i.g5 l:txc3 29. l:txc3 dxc3 30. 'i'xc3</p><p>~g8 31. a3</p><p>A dupla de bispos e o peão de vantagem são</p><p>suficientes para ganhar.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 83</p><p>31 . ... ~ f8 32. i.h4 i.e8 33. i.fS 1\td4</p><p>34. ~xd4 exd4 35. lhe7 ~ xe7 36 . .i.d3</p><p>Outra vez o bloqueio do peão por uma peça</p><p>menor.</p><p>36 . ... ~ d6 37 . .txf6 gxf6 38. ~fl i.c6</p><p>39.h4</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>8</p><p>7 ,.</p><p>6 ,. j_. ,.</p><p>5</p><p>4 8 ,.</p><p>3 8 ~</p><p>2 8 8</p><p><i></p><p>a b e d e 9 h</p><p>Por exemplo: 39 .... .te8 40. g4 ~es 41. hS</p><p>~e6, e os peões são incontíveis .</p><p>Final</p><p>Estudo de Wotawa, 1952</p><p>Duas torres contra</p><p>dois peões na sétima</p><p>O seguinte estudo é um interessante exem­</p><p>plo de como duas torres podem vencer dois</p><p>peões na sétima fila.</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefg h</p><p>84 ANTONIO LóPEZ MANZANO E )OSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>1. l:lbaS</p><p>Ameaça mate mediante o movimento l:8a6+.</p><p>1. ... ç,i,c6 2. @c8 <;t>d6 3. ç,i,d8 @e6</p><p>Se 3 .... ~c6 4 . .l:tc8+ @b7 ou (4 .... @b6 5.</p><p>llxa2 bl 'if 6. :bs+ <;t,c5 7. :.Xbl; 4 .... <;t>d6 5.</p><p>l:lac5 ~e6 6. @e8 @f6 7. l:l8c6+ 'i;g7 8. l;Xg5+</p><p>@h7 9. @f7 bl'it' 10. :h5 mate) 5. ln,5+ '3iJa7 (5.</p><p>... @a6 6. :Xb2 al 'ilt' 7. l:ta8 mate) 6. 'l;c7 al 'i\V 7.</p><p>l:lb7+ ~a6 8. l:ta8 mate.</p><p>4 . l:l8a6+ @f7 5. l:lf5+ ~ g7 6 . .l:tgS+</p><p>@f7 7. :tgg6 b 1 'ifi' 8 . .l:taf6 mate.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate do rei encurralado</p><p>Imbusch - Hering,</p><p>1899</p><p>1. e4 eS 2. tbc3 tbf6 3. i..c4 lbxe4 4.</p><p>hf7 + @xf'7 s. lbxe4 il)c6? (Aqui era necessá­</p><p>rio jogar 5 .... d5.) 6. 'it'f.J+ @g8?</p><p>8 1 ..t • ..t• I</p><p>7 "''' j'</p><p>6 41</p><p>5 j</p><p>4 ltJ</p><p>3 •</p><p>2 8 8 8 8 888</p><p>: J. @ tb:</p><p>abcde gh</p><p>7. tbgS! 'it'xgS 8. 'it'dS mate.</p><p>Exercício 16</p><p>Estudo de K. Tattersoll,</p><p>1910</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Você é capaz de encontrar a solução ganha­</p><p>dora para este final, aparentemente simples?</p><p>8</p><p>7</p><p>6 • 5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8@</p><p>a b e d e g</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Uma dupla de bispos inúteis</p><p>8 J.</p><p>7 ..t • 6 ' ' 5 i ' ltJ i i</p><p>4 8 8 8 8</p><p>3 8 J. 8@</p><p>2</p><p>h</p><p>abcde gh</p><p>A pos1çao do diagrama reflete um caso</p><p>extremo onde se comprova a inutilidade que po­</p><p>dem apresentar os bispos em posições fechadas.</p><p>Uma historinha explica que esta posição foi</p><p>apresentada pelo jogador Neumann a Nimzo­</p><p>witsch, que era um fanático admirador da força</p><p>do par de bispos.</p><p>O mestre lhe disse:</p><p>- Você acredita que o par de bispos é sem­</p><p>pre decisivo?</p><p>- Sim, respondeu Nimzowitsch.</p><p>- Pois, na posição do tabuleiro, posso te</p><p>entregar minhas peças e você não poderá me</p><p>ganhar com seus dois bispos, disse Neumann.</p><p>- Como?, retrucou Nimzowitsch.</p><p>- Assim, respondeu Neumann.</p><p>1. ~xeS! dxeS 2. tbxb6!! i.xb6.</p><p>- Agora tente me vencer, desafiou.</p><p>O ginasta Nimzowitsch</p><p>Durante os torneios em que tomava parte,</p><p>Nimzowitsch fazia ginástica e se punha de ca­</p><p>beça para baixo, o que deixava surpresos todos</p><p>os espectadores. Nimzowitsch se justificava</p><p>dizendo que realizava esses exercícios sob</p><p>prescrição médica e que lhe melhoravam o</p><p>rendimento enxadrístico.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Não deprecie nunca a importância dos</p><p>peões, como disse Philidor, eles são a alma</p><p>do xadrez.</p><p>2. O bloqueio é um dos princípios funda­</p><p>mentais da estratégica enxadrística. Apren­</p><p>da a bloquear estudando as partidas de</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 85</p><p>Nimzowitsch e seus livros Mi sistema e La</p><p>práctica de mi sistema.</p><p>3. Contra-atacar no centro pode ser uma boa</p><p>estratégia em um ataque no flanco.</p><p>4. Se tiver vantagem material, procure trocar</p><p>peças, mas não</p><p>peões.</p><p>5. Quando estiver em desvantagem material,</p><p>busque trocar peões, em vez de peças.</p><p>6. Quando jogar contra jogadores mais</p><p>fortes, tente complicar, não simplificar</p><p>a posição; eles também podem se equivo­</p><p>car.</p><p>7. Se trabalharem coordenadas e estiverem</p><p>ativas, duas torres podem ser superiores a</p><p>uma dama.</p><p>8. Fazer o roque o mais cedo possível é um</p><p>bom critério, mas em algumas posições é</p><p>melhor esperar um certo tempo para saber</p><p>de onde vêm os "tiros".</p><p>9. Procure não praticar aberturas ou tipos de</p><p>jogos que não o agradam.</p><p>10. A criação de peões passados é a chave para</p><p>ganhar a maioria dos finais.</p><p>CAPÍTULO 13 O xadrez</p><p>como arte</p><p>'Ganhar um peão na abertura, à custa do</p><p>próprio desenvolvimento, não compensa."</p><p>(Rubinstein)</p><p>Akiba Rubinstein é um daqueles jogadores com os quais podemos nos deleitar, uma vez que</p><p>suas partidas contêm grande riqueza de recursos táticos e estratégicos. Suas observações sobre a</p><p>teoria das aberturas e dos finais são muito significativas. A sua busca da perfeição e da arte</p><p>enxadrística em estado puro o caracterizou como um dos maiores gênios da primeira metade do</p><p>século XX.</p><p>AKIBA RUBINSTEIN</p><p>Nacionalidade: Polonês.</p><p>Nascimento: Stawiski, 12 de outubro de 1882.</p><p>Morte: Bruxelas, 14 de março de 1961.</p><p>Títulos: Um dos melhores jogadores da primeira metade do século XX.</p><p>Características de jogo: Grande técnica em finais, grande estrategista e mestre do</p><p>jogo posicional e tático. Foi também um excelente teórico que colaborou no Ldrobok de</p><p>Collijn.</p><p>Melhores torneios: Bremen, 1905; Ostende, 1907; Carlsbad, 1907; Lodz, 1908; São</p><p>Sebastião, 1912; Breslau, 1912; Campeonato da URSS de 1908 e 1912; Viena, 1922;</p><p>Hastings, 1922-1923; Southport, 1924; Marienbad, 1925; Hamburgo, 1930.</p><p>Vida privada: Por sua condição de judeu, foi prejudicado pelas duas guerras mundiais.</p><p>Principal derrota: São Petersburgo, em 1914.</p><p>Principal fraqueza: Sua frágil saúde psíquica.</p><p>Legado: Deu nome a três variantes das Defesas Nimzoíndia, Francesa e Tarrasch,</p><p>respectivamente.</p><p>Consideração final: Foi aspirante ao título mundial, mas seu encontro com Lasker e</p><p>Capablanca nunca aconteceu.</p><p>Partida 23</p><p>O par de bispos posto em diagonais</p><p>abertas tem uma força arrasadora.</p><p>Rotlewi - Rubinstein</p><p>Lodz, 1907</p><p>Defesa Tarrasch</p><p>1. d4 d5 2. lbf3 e6 3. e3 c5 4. c4 lbc6</p><p>5. lbc3</p><p>Chegamos à Defesa Tarrasch por inversão</p><p>de lances.</p><p>5 . ... lbf6 6. dxc5?!</p><p>Permite o desenvolvimento do bispo preto</p><p>sem perder tempo.</p><p>6 . ... ..ixcS 7. a3 a6 8. b4 ..id6 9 . .ib2</p><p>0-0 10. 'it'd2?!</p><p>Seria melhor desenvolver o bispo por d3</p><p>antes de mover a dama.</p><p>10 . ... 'i'e7!</p><p>Um bom lance que implicitamente indica o</p><p>sacrifício de um peão em troca de uma maior</p><p>atividade das peças pretas.</p><p>11 . .id3</p><p>Não seria melhor 11. cxd5 exd5 12. lbxd5</p><p>lbxd5 13. 'it'xd5 lbxb4! 14. axb4 .ixb4+ 15. ~e2</p><p>.ie6 16. 'ikd4 fS com forte ataque preto.</p><p>11 . ... dxc4 12 . .ixc4 b5 13 . .id3 l::td8</p><p>14. ,..e2</p><p>Reconhecendo seu erro no décimo lance</p><p>das brancas.</p><p>14. .. . ..ib7 15. 0-0 lbe5 16. lbxe5</p><p>.ixeS 17. f4?</p><p>Esta jogada é ruim, já que debilita o roque.</p><p>Seria melhor 17 . .l:tfdl 'i'c7 18. l:tacl ..ixh2+</p><p>19. ~hl ..ie5 20. lbxb5 ..ixg2+ com jogo com­</p><p>plicado.</p><p>17 . ... .ic7 18. e4 l:tac8 19. e5 .ib6+</p><p>20. 'it>hl</p><p>Com um domínio absoluto das diagonais</p><p>abertas por parte dos bispos pretos.</p><p>20 . ... lbg4! 21 . ..ie4</p><p>Não seria bom 21. 'ir'xg4? .l:txd3 ameaçando</p><p>o cavalo em c3.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 87</p><p>Outras possibilidades seriam 21. .ixh7+</p><p><i>xh7 22. 'Wxg4 l:td2 com vantagem para as</p><p>pretas. Ou 21. lbe4 l:txd3! 22. ft'xd3 ..ixe4 23.</p><p>,..xe4 'i'h4 24. h3 'i'g3 25. hxg4 'ii'h4 mate.</p><p>21. ... 'i!t'h4 22. g3?</p><p>Jogada fraca que não prevê o massacre que</p><p>virá a seguir.</p><p>A outra alternativa seria 22. h3 l:txc3! 23.</p><p>.ixc3 (23 . ..ixb7 l:txh3 + 24. gxh3 'i!Vxh3+ 25.</p><p>'i'h2 fixh2 mate; e se 23. 'i'xg4 l:txh3+ 24.</p><p>,..xh3 'i'xh3+ 25. gxh3 .ixe4+ 26. ~h2 l:td2+</p><p>27. ~g3 l:tg2+ 28. <i>h4 .id8+ 29. 'it>h5 i..g6</p><p>mate) 23 ... . .ixe4 24. 'i'xg4 'tlkxg4 25. hxg4 .l:td3</p><p>26. ~h2 l::txc3 com clara vantagem para as</p><p>pretas.</p><p>22 .... l:txc3!1</p><p>8 1 • 7 J. ,. ,. ,.</p><p>6 '.t ,.</p><p>5 ' 8</p><p>4 8 .i8'iV</p><p>3 8 1 8</p><p>2 .i 'ti' 8</p><p>1 ]:[ : @</p><p>a b e d e g h</p><p>O começo de uma das combinações mais</p><p>belas já executadas.</p><p>23.gxh4</p><p>Ou 23 . ..ixc3 .ixe4+ 24. ~xe4 'ifxh2 mate .</p><p>E se 23 . .ixb7 l:txg3 24. l:tf3 .l:txf3 25 . .ixf3 lbf2+</p><p>26. 'it.?gl lbe4+ 27. ~fl lbd2+ 28. ~g2 lbxf3 29.</p><p>'i'xf3 l:td2+ com vitória das pretas.</p><p>23 . ... l:td2!! 24. 'i'xd2</p><p>As demais possibilidades tampouco salvam</p><p>as brancas da derrota. Por exemplo:</p><p>24 . .ixb7 l::txe2 25 . ..ig2 l::lh3!, as pretas ga­</p><p>nham.</p><p>24. ~xg4 .ixe4+ 25. l::lf3 l:txf3 com van­</p><p>tagem decisiva das pretas.</p><p>24. .ixc3 l:txe2 25. lU2 ..ixe4+ 26. ~gl</p><p>.ixf2+ 27. <i>fl ..if3 28. l::tdl lbxh2 mate.</p><p>88 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>24 . ... .i.xe4+ 25. 'ili'g2 i:'th3!! 26. ~f3</p><p>Se 26 . .:f2 ~2 27. ~xe4 l:.xh.2 mate.</p><p>26 . ... ~xf3 27, ~xf3 :Xh2 mate.</p><p>Esta é considerada a melhor partida jogada</p><p>por Rubinstein.</p><p>Partida 24</p><p>Rubinstein - Marshall</p><p>Breslau, 1912</p><p>Defesa Tarrasch</p><p>Não permita que o adversário</p><p>enfraqueça sua posição</p><p>criando peões isolados.</p><p>Os peões isolados representam uma grande</p><p>debilidade no transcurso da partida, mas espe­</p><p>cialmente no final. A não ser que faça uma troca</p><p>vantajosa, não permita que isolem seus peões,</p><p>pois poderá pagar caro pelas conseqüências.</p><p>Na partida seguinte, jogada entre dois magní­</p><p>ficos jogadores, Rubinstein dá uma grande lição</p><p>estratégica em Marshall com um Gambito de Da­</p><p>ma. Os comentários estão baseados nas notas de</p><p>Réti em seu livro Curso científico de ajedrez.</p><p>1. d4 d5 2. lbf3 c5 3. c4 e6 4. cxd5</p><p>exd5 5. lbc3 lbc6 6. g3 lbf6 7. ~g2</p><p>Segundo Réti, nesta variante, as brancas</p><p>não têm intenção de mobilizar seu peão do rei.</p><p>O fianchetto neste flanco está perfeitamente</p><p>enquadrado dentro das mais exigentes normas</p><p>estratégicas.</p><p>7 .... cxd4</p><p>Com a intenção de jogar o bispo do rei sem</p><p>perder tempo. Também poderia jogar 7 .... i.e7</p><p>8. 0-0 .i.e6 9. dxcS .i.xcS 10. lba4 (para</p><p>controlar a importante casa d4) 10 .... i.e7 11.</p><p>.i.e3 com a intenção de seguir com .i.cS debi­</p><p>litando as casas centrais do inimigo.</p><p>8. lbxd4 i.cs 9. lbb3 i.b4 10. O-O</p><p>i.xc3 11. bxc3 0-0 12. i.g5 i.e6 13. lbcs</p><p>'1We7 14. lbxe6 fxe6?</p><p>Embora aparentemente a troca efetuada</p><p>reforce o centro das pretas, na realidade, res­</p><p>ponde plenamente a idéia da variante Ru­</p><p>binstein, favorecendo as brancas. Seria me­</p><p>lhor: 14 .... ~xe6.</p><p>15. c4!</p><p>Não só elimina o peão isolado, como cria</p><p>um para o adversário. Agora o bispo do fian­</p><p>chetto terá grande importância.</p><p>15 . ... dxc4 16. i.xc6! bxc6</p><p>Deixando as pretas com uma desastrosa</p><p>estrutura de peões.</p><p>17. 'i'd4 'i'd8 18 . .i.xf6 ~ 19. 'ili'xc4</p><p>8 1</p><p>7 ' 6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 ~</p><p>:</p><p>•</p><p>'1</p><p>•</p><p>''</p><p>a b e d e f g h</p><p>As brancas não só recuperam o peão, como</p><p>deixam o adversário com dois peões fracos, cuja</p><p>exploração Rubinstein levará de forma impecável.</p><p>19 . ... ~ds 20. l;[acl .:af8 21. e4 't/hts</p><p>22. f4</p><p>Neste momento não seria bom 22. ~xc6 .:h6</p><p>23. h4 gS com posição ganhadora para as pretas.</p><p>22 . ... ~as 23. es tl.h6</p><p>A torre em h6 fica fora de jogo. Agora é só</p><p>uma questão de técnica para as brancas ga­</p><p>nharem a partida.</p><p>24. I;f.c2 'i'b6+ 25. ~g2 ~d8 26. l';f.ff2</p><p>l'k8 27. l:tfd2 ~h8 28. !'Ld6</p><p>As brancas conseguiram seu objetivo: a posi­</p><p>ção perfeita de suas peças para aniquilar as pretas.</p><p>28 . ... ~1 29. !1xc6 !1g8</p><p>Depois de 29 .... 1:txc6 30. ~xc6, as pretas</p><p>sucumbiriam em poucas jogadas.</p><p>30. lk8 ~b7+ 31. ~gl!</p><p>Melhor que 31. 'iic6 llxc8 32, 'i'xb7 l:t.xc2+</p><p>33. ~f3, que igualmente daria vantagem as bran­</p><p>cas, embora não facilitasse a vitória.</p><p>31. ... ~6+ 32. '1\Yc5 '1\Yxc5+</p><p>Agora já não serve 32. ... J:txc8 por 33.</p><p>~xb6.</p><p>33. l:!.2xc5 g5 34. l:!.xg8+ ~xg8 35.</p><p>fxg5 :h5?</p><p>Pode-se aceitar melhor a posição com 35 ....</p><p>l:!.g6.</p><p>36. h4 h6 37. gxh6 ltxh6 38. lks+</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Por exemplo: 38 .... <3.>h7 39. l:k7+ ~g6</p><p>40.</p><p>ltxa 7 ~fS, etc.</p><p>Final</p><p>Estudo de Averbak,</p><p>1962</p><p>Iouri Averbak nasceu na Rússia em</p><p>1922. Foi um conceituado Grande Mestre, can­</p><p>didato ao título mundial em 1953. Destacou­</p><p>se como analista de finais e foi autor de livros</p><p>sobre o tema. Viaje ai reino dei ajedrez é um de</p><p>seus textos mais famosos .</p><p>Dama e peão contra dama</p><p>Os finais de dama e peão contra dama são</p><p>difíceis de ganhar devido à grande quantida­</p><p>de de xeques que se podem produzir. Contudo,</p><p>em certas posições, como na do diagrama, exis­</p><p>tem métodos ganhadores. O plano das brancas</p><p>consiste em conseguir uma posição na qual</p><p>se pode trocar damas para, então, ao receber um</p><p>xeque, poderem retirar seu rei dando um xeque a</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 89</p><p>descoberto. Vejamos como devem jogar as bran­</p><p>cas para conseguir a coroação de seu peão:</p><p>1. 'ii'g8+ @b7 2. 'ii'f7+ @c6</p><p>Se 2 .... cJ.?a6 3. <3.'g8 'i'g3+ 4. ~f8 'ijVb3+ 5.</p><p>rbg7 '1\YeS+ (5 .... fig3+ 6. 'iig6+ ganhando)</p><p>6. 'ili'f6+ ganhando.</p><p>No caso de 2 .... ~c8 3. 'i'e8+ ! ~b7 4.</p><p>~g8 'i'g3+ 5. ~f8 e agora já não há bons</p><p>xeques. 5 .... 'it'c3 (5 .... ~h3 6. 'i'f7+ <;Í;)a8 7.</p><p>1!Vg8 'i'fS+ 8. ~g7+ e entra a dama.) 6. 11Vf7+</p><p>~a6 (6 .... ~a8 7. ~g8 'ili'f6+ 8. ~e81/Vc6+ 9.</p><p>rbf7+ e ganha.) 7. 'i!i'g6+ ~as 8. 'i!i'hs+, se­</p><p>guido da coroação do peão.</p><p>3. fies+ @b7 4. ~g8 'i'g3+ 5. ~ fs</p><p>'i'c3 6. 'iVf7+ cJ.?a6 7. 1!Vg6+ cJ.?a5 8. 1!Vh5+</p><p>~ b4 9. h8'i' ganhando.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Meek</p><p>1. e4 e5 2. f4 exf4 3. lt:.\f:'3 d5 4. exd5</p><p>'i'xd5? 5. lt:.\c3 'i'd8 6. lt:.\e4 i.g4?</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>• ..... 1 j. j</p><p>a b e d e f</p><p>7. 'ii'e2 i.xf:'3?? 8. lt:.\f6 mate.</p><p>Exercício 17</p><p>Cavalo e peão contra cavalo</p><p>As brancas jogam</p><p>g h</p><p>Na posição do diagrama jogam as l:>rancas.</p><p>Você é capaz de ganhar graças à vantagem ma­</p><p>terial?</p><p>90 ANTONIO L óPEZ M ANZANO E Jos~ M ONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 •</p><p>7</p><p>6 ti)</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e g h</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A importância dos</p><p>tempos de vantagem</p><p>Conta a lenda que o Barão de Münchhausen</p><p>(personagem fictício), em um torneio de Mos­</p><p>cou, em 1935, propôs aos mestres participarem</p><p>de um divertido jogo. Oferecia tantas peças de</p><p>vantagem quantos movimentos de jogo lhe des­</p><p>sem em troca. Os mestres aceitaram o desafio</p><p>de Münchhausen, e se expressaram em tom jo­</p><p>coso.</p><p>- Bem, vamos experimentar, primeiro, com</p><p>todas as peças, disseram rindo.</p><p>- Se me tiram sete peças eu lhes dou mate</p><p>em sete jogadas, que são meus tempos de van­</p><p>tagem - observou Münchhausen.</p><p>8 11j .t •• J. lj 1</p><p>7 ,.,.,.,.,.,.,.,.</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8 8 8 8 8 8 8 8</p><p>1 @</p><p>a b e d e g h</p><p>A seqüência de lances de Münchhausen foi</p><p>a seguinte: 1. e4, 2. g4, 3 . e5, 4. g5, 5 . g6,</p><p>6. e6, 7. exf7 mate.</p><p>Os mestres disseram então:</p><p>- Parece que demos tempos de vantagem</p><p>excessivos. Experimentaremos com todas as pe­</p><p>ças, menos o bispo do rei.</p><p>A resposta do barão foi a seguinte : 1. e3, 2 .</p><p>.ic4, 3 . g4, 4. g5, 5 . g6, 6 . .ixf7 mate.</p><p>a 1 •A•• A• 1 7,.,.,.,.,.,.,.,.</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>a b e d e g h</p><p>- Bem, desta vez lhe deixaremos o cava­</p><p>lo do rei, responderam rapidamente os mes­</p><p>tres.</p><p>A continuação agora foi: 1. lt:lf3, 2 . lt:lgS,</p><p>3 . e4, 4 . e5, 5 . e6, 6 . exf7 mate.</p><p>a J lj.t••.t• 1 7,.,.,.,.,.,.,.,.</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>a b e d e</p><p>Então disseram:</p><p>g h</p><p>- Agora iremos deixar o bispo e o cavalo em</p><p>fl e gl.</p><p>- Neste caso, os previno de que me serão</p><p>de grande utilidade essas duas peças, disse</p><p>Münchhausen, e anunciou mate em cinco jo­</p><p>gadas.</p><p>Efetivamente: 1. e4, 2. ~c4, 3. ll\f'3, 4.</p><p>ll\g5, 5. i.xf7 mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>a b e d e g h</p><p>A anedota evidentemente não é verda­</p><p>deira, mas é útil para mostrar, aos que se</p><p>iniciam no jogo, a importância dos tempos de</p><p>vantagem no xadrez.</p><p>A memória de Alekhine</p><p>Dez anos após Alekhine ter jogado uma si­</p><p>multânea às cegas, Najdorf, que era um dos que</p><p>o haviam derrotado, lembrou esse fato ao cam­</p><p>peão do mundo. Najdorf estava convencido de</p><p>que Alekhine não se recordaria, e qual não foi</p><p>sua surpresa quando Alekhine respondeu:</p><p>- Sim, você foi quem sacrificou a torre em</p><p>h7 ... (e em continuação reproduziu a partida).</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 91</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Os peões isolados constituem, normalmen­</p><p>te, em uma séria fraqueza, especialmente</p><p>nos finais de partida.</p><p>2. Jogue com adversários mais fortes para</p><p>aprender mais e melhor, mas procure aque­</p><p>les cuja superioridade não seja muito gran­</p><p>de, para que não seja uma perda de tempo</p><p>para ambos.</p><p>3. Tenha sempre um comportamento ético na</p><p>sala de jogos e durante as partidas.</p><p>4. Para melhorar seu xadrez, o principal con­</p><p>selho é praticar, procure jogar tantas parti­</p><p>das quanto puder. A maneira ideal de fazer</p><p>isso é tornar-se sócio de um clube de xadrez</p><p>e participar dos torneios organizados pela</p><p>federação local.</p><p>5. O estudo das partidas dos jogadores clássicos</p><p>é uma das melhores formas de aprender os</p><p>princípios fundamentais do xadrez.</p><p>6. Numa situação de falta de tempo, é melhor</p><p>sacrificar material e ter a iniciativa que se de­</p><p>fender. As jogadas defensivas são muitas ve­</p><p>zes as mais difíceis de encontrar e as mais</p><p>perigosas na hora de cometer erros.</p><p>7. É uma boa idéia anotar o tempo dedicado a</p><p>cada jogada para posteriormente analisar</p><p>quando o utilizou de forma inadequada.</p><p>8. Quando a jogada é obrigada, não perca</p><p>tempo pensando; jogue e que corra o reló­</p><p>gio do adversário.</p><p>9. "Os finais de torres e os finais de peões são a</p><p>essência dos finais de partida." (Z. Borovsky)</p><p>10. "O roque é o primeiro passo de uma vida</p><p>ordenada." (Tartakower)</p><p>_C_A_Pl_,T_U_Lo_1_4 _____ O talento</p><p>natural</p><p>"Tira-se mais proveito de uma partida</p><p>perdida que de cem ganhas.•</p><p>(Capablanca)</p><p>José Raul Capablanca é, sem dúvida, o jogador dotado de maior talento natural da história do</p><p>xadrez. Foi invencível durante grande parte de sua carreira graças à perfeição de sua técnica.</p><p>Analisando suas partidas, parece que o xadrez é simples e que a lógica, em seu estado mais puro,</p><p>resolve qualquer problema. Só outro verdadeiro gênio como Alekhine soube encontrar suas</p><p>debilidades e demonstrar que ninguém é infalível no xadrez.</p><p>JOSÉ RAUL CAPABLANCA GRAUPERA</p><p>Nacionalidade: Cubano.</p><p>Nascimento: Havana, 19 de novembro de 1888.</p><p>Morte: Nova York, 8 de março de 1942.</p><p>Títulos: Campeão do mundo desde 1921 (após vencer Lasker em Havana) até 1927.</p><p>Características de jogo: Jogava com simplicidade, lógica e muita rapidez de cálculo.</p><p>Possuía uma visão de jogo perfeita. Evitava as complicações, embora possuísse grande</p><p>domínio tático.</p><p>Melhores torneios: São Sebastião, 1911; Hastings, 1919; Londres, 1922; Nova York,</p><p>1927; Barcelona, 1929; Nottingham, 1936; Moscou, 1936.</p><p>Façanhas: Aprendeu a jogar vendo seus pais, com quatro anos. Venceu Corzo sendo</p><p>apenas um menino de doze anos. Durante oito anos não perdeu uma só partida (em toda a sua</p><p>carreira só perdeu 36 jogos de campeonato). Diz-se que Capablanca era para o xadrez o que</p><p>Mozart era para a música.</p><p>Principal fracasso: Sua derrota pelo campeonato do mundo frente a Alekhine em</p><p>Buenos Aires (Argentina), em 1927.</p><p>Principal debilidade: Excesso de confiança em si mesmo. Era pouco lutador.</p><p>Legado: Três livros muito importantes para a história do xadrez: A primer of chess, My</p><p>chess career e Fundamentos del ajedrez.</p><p>Vida privada: Era diplomata de profissão. Casou-se duas vezes. Atraente e dotado de</p><p>todos os dons da natureza, foi amante da boa vida.</p><p>Consideração final: É considerado como o maior talento natural da história do xadrez</p><p>e um dos maiores campeões mundiais. Sem dúvida, o melhor enxadrista hispânico de todos os</p><p>tempos. Um verdadeiro gênio.</p><p>Partida 25</p><p>J. Capablanca - J. Mieses</p><p>Bad Kissingen, 1928</p><p>Gambito de Dama</p><p>O ataque no flanco de dama</p><p>A partida seguinte, jogada por José Raul</p><p>Capablanca com as brancas, é um belo exemplo</p><p>de ataque no flanco da dama.</p><p>1. d4 ©f6 2. c4 e6 3 . ©c3 d5 4. Jtg5</p><p>Jte7 5. e3 ©bd7 6. ©f3 0-0 7. l:.cl a6 8.</p><p>cxd5!</p><p>Com esta jogada as brancas destroem o</p><p>plano das pretas</p><p>de fazer-lhes perder tempo</p><p>com 8. Jtd3 dxc4 9. Jtxc4 bS seguido de cS.</p><p>8 . ... exd5</p><p>8 1 .t'if 1•</p><p>7 1. i 41.t 1. 1. 1.</p><p>6 ,. • 5 ,. i.</p><p>4 8</p><p>3 ti) 8 ti)</p><p>2 8 8 888</p><p>1 : 11 <"b .i :</p><p>a b e d e g h</p><p>Aqui temos uma típica estrutura de peões</p><p>no flanco da dama para iniciar um ataque das</p><p>minorias por parte das brancas, mas Capa­</p><p>blanca idealiza uma maneira mais original de</p><p>criar debilidade nos peões do adversário.</p><p>9. 'it'b3 c6 10. Jtd3 ©h5?</p><p>Com a idéia de simplificar material, mas com</p><p>o inconveniente de que as pretas perdem dois pre­</p><p>ciosos tempos. Seria melhor 10 .... ©e8!? 11.</p><p>Jtf4! com ligeira vantagem para as brancas.</p><p>11. Jtxe7 'ili'xe7 12. 0-0 ©hf6 13. ©a4!</p><p>Uma manobra utilizada por Capablanca</p><p>várias vezes no campeonato do mundo contra</p><p>Alekhine.</p><p>Ó XADREZ DOS GRANDES MESTRES 93</p><p>13 . ... ©e4?!</p><p>Jogada de valor duvidoso, uma vez que a</p><p>troca de peças só favorece as brancas. Parece</p><p>melhor a opção 13 .... l:.e8 seguido da ©f8.</p><p>14. Jtxe4</p><p>Com a troca de cavalo e anteriormente com a</p><p>dos bispos, a casa cS fica indefesa.</p><p>14 . ... tí'xe4</p><p>No caso de 14 .... dxe4 15. ©d2 ©f6 16.</p><p>©cS, as brancas ficam melhor.</p><p>15. 'i'b4!</p><p>Com a intenção de dominar as casas pretas</p><p>pela dama.</p><p>15 . ... 'ilr'g6 16. 'ili'e7 f6 17. l:.c3 'i'e8</p><p>18. 'i'd6 l:tf7 19. l:tfcl 'ili'f8 20. 'ili'xf8+ ~ xf8</p><p>Se 20 .... ©xf8 21. ©b6 l:.b8 22. ©xdS</p><p>ganhando um peão.</p><p>21. ©el!</p><p>O primeiro salto do cavalo numa das ma­</p><p>nobras que tanta fama deram a Capablanca.</p><p>21 . ... 'i2i'e8 22. ©d3 l:tb8 23. f3 l:.e7 24.</p><p>~ f2 ©f8 25. l:!b3 ©d7 26. g4</p><p>Tentando estabelecer o domínio em ambos</p><p>os flancos.</p><p>26 . ... b5 2 7. © ac5 ©b6</p><p>Não foi bom. A variante 27 .... ©xcS 28. :.XcS</p><p>..ib7 29. ©b4 daria vantagem para as brancas.</p><p>28. ©b4 Jtb7 29. ©xb7 l:.bxb7 30. :Xc6</p><p>as 31. :Xb6! axb4 32. :Xb7 l:txb7 33. lhb4</p><p>E as pretas abandonam, visto que as brancas</p><p>ganharam dois peões e também têm melhor posição.</p><p>8 • 7 1 '' 6 ,.</p><p>5 ,. ,.</p><p>4 : 8 8</p><p>3 8 8</p><p>2 88 @</p><p>a b e d e g h</p><p>94 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 26</p><p>Capablanca - Tartakower</p><p>Nova York, 1924</p><p>Defesa Holandesa</p><p>Utilize seu rei como uma</p><p>poderosa arma nos finais.</p><p>A seguinte partida é um claro exemplo da</p><p>força do rei atacando o campo adversário durante</p><p>um final de partida. Capablanca, como é costume</p><p>seu, desenvolve um jogo aparentemente simples</p><p>e cheio de lógica.</p><p>1. d4 f5 2. tbf3 e6 3. c4 ltJf6 4. i.g5 i.e7</p><p>Com este movimento não se soluciona o</p><p>problema das pretas, que consiste basicamente</p><p>no desenvolvimento adequado das peças do</p><p>flanco da dama e na conveniente construção de</p><p>sua cadeia de peões.</p><p>Outra possibilidade seria 4. ... i.b4+ 5.</p><p>lbbd2 tbc6 6. e3 0-0 seguido de d6 e e~.</p><p>5. ltJc3 0-0 6. e3 b6 7. i.d3 i.b7 8. 0-0</p><p>'ife8</p><p>Melhor que lbe4. Agora as negras ameaçam</p><p>um ataque por meio de '1Wh5 e ltJg4.</p><p>9. 'ife2</p><p>Com a intenção de contestar e4 contra</p><p>'ifhS, o que proporcionaria melhor jogo para as</p><p>brancas. Por esse motivo, as pretas tentam levar</p><p>a cabo uma manobra de simplificação da</p><p>posição.</p><p>9 . ... tbe4 10. i.xe7 tbxc3 11. bxc3</p><p>'ifxe7 12. a4</p><p>Para responder a 12 .... tbc6 com 13. l:tfbl</p><p>(ameaçando a5) tba5 14. cS, seguido de l:bS.</p><p>12 . ... i.xf3</p><p>Esta troca se efetua para evitar a variante</p><p>que acabamos de comentar. Todavia, como a</p><p>formação de peões é móvel, o bispo é superior</p><p>ao cavalo. O resto da partida será uma de­</p><p>monstração desse axioma.</p><p>13. '1i'xf3 ll:lc6 14. l:Ubl llae8</p><p>Esta jogada, todavia, não é necessária.</p><p>Poderia ter-se jogado g5 ou 14 .... tba5 15. c5</p><p>bxc5 16. l:tb5 c4, etc.</p><p>15.'ir'b3</p><p>Para deixar livre o caminho do peão da</p><p>coluna "f".</p><p>15 .... llf6 16. f4 tba5 17. 'iff3 d6</p><p>Se as negras tivessem jogado c5, as bran­</p><p>cas teriam respondido com um ataque no flan­</p><p>co do rei mediante g4. Sem dúvida, depois da</p><p>jogada anterior, as melhores perspectivas para</p><p>as brancas se encontram no centro.</p><p>18. l:tel 'if d7</p><p>Contra eS teria seguido com e4 com me­</p><p>lhores perspectivas para as brancas.</p><p>19. e4 fxe4 20. 'ifxe4 g6 21. g3</p><p>As brancas tentarão, no momento preciso,</p><p>um ataque mediante seu peão da coluna "h".</p><p>21 . ... <ili>f8 22. <ili>g2 l:.f7 .</p><p>Também poderia jogar 22. '1i'c6 23. 'ifxc6</p><p>lbxc6 24. c5 com a ameaça de i.b5.</p><p>23. h4 d5</p><p>Tentando simplificar a posição ante o</p><p>ataque branco. Entretanto, as debilidades das</p><p>pretas aparecerão no final da partida. Seria</p><p>melhor para as pretas 23 .... tbxc4 24. i.xc4 dS</p><p>25. i.xdS 'ifxdS 26. aS!</p><p>24. cxd5 exd5 25. 'ifxe8+ 'ifxe8 26.</p><p>lixes+ Wxe8 27. h5</p><p>abcdefgh</p><p>27 . ... l:tf6 28. hxg6 hxg6 29. l:thl ~f8</p><p>30. l:th7 l:tc6 31. g4 tbc4 32. gS</p><p>Ameaça l:th6 seguido de fS, contra o qual</p><p>não haveria defesa.</p><p>32 . ... lt:ie3+ 33. ~t'3 lt:if5</p><p>Outra possibilidade seria 33 .... lt:idl 34. 1lh6</p><p>'it>f7 35. f5 :Xc3 36. fxg6+ ~g8 37. 'itte2 lt:ib2 38.</p><p>..i.fS, as brancas ganhariam com facilidade.</p><p>34. i.xf5</p><p>O mais simples.</p><p>34 . ... gxf5 35. r;!,,g31</p><p>8 •</p><p>7 ' ' 6 ,1</p><p>5</p><p>,.</p><p>'8</p><p>4 8 8 8</p><p>3 8 @</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e 9 h</p><p>As brancas sacrificam um peão, mas conse­</p><p>guem infiltrar o rei no campo inimigo.</p><p>35 . ... l::txc3+ 36. 'it>h4 l::tt'3 37. g6</p><p>:lxf4+ 38. ~ g5 l:i.e4 39. 'ittf6 ~ g8 40.</p><p>l::tg7+ 'itth8 41. nxc7 l::te8 42. ~ xf5</p><p>Melhor que 42. ~f7 nas.</p><p>42 . ... ne4 43. ~f6 l::tf4+ 44. 'itte5 llg4</p><p>45. g7+ 'ittg8 46. llxa7 l::tgl 47. ~d5 llcl</p><p>48. 'ittd6 llc2 49. d5 l::tcl 50. lk7 llal 51.</p><p>~c6 nxa4 52. d6</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Partida 27</p><p>Capablanca - Spielmann</p><p>Nova York, 1927</p><p>Gambito de Dama</p><p>Valorize a importância dos</p><p>peões passados no m eio-jogo.</p><p>1. d4 d5 2. lt:if.J e6 3. c4 lüd7 4 . tt:ic3 lt:igf6</p><p>5. i.gS i.b4 6. cxdS exdS 7. 'i'a4 hc3+</p><p>Perdendo inutilmente a dupla de bispos.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 95</p><p>8. bxc3 0-0 9. e3 c5 10. i.d3 c4 11.</p><p>i.c2 ~e7 12. 0-0 a6 13. l:tfel ~e6 14.</p><p>lt:id2 b5 15. 'iia5 lt:ie4?</p><p>Era necessário jogar 15 . ..i.b7.</p><p>16. lt:ixe4 dxe4 17. a4 ~d5 18. axb5!!</p><p>8 1 ..t ••</p><p>7 • ''' 6 ' 5 V/18 .. ..t</p><p>4 ' ~ ,.</p><p>3 8 8</p><p>2 i. 888</p><p>1: ]: <1></p><p>a b e d e f 9 h</p><p>Capablanca fica impassível ante a amea­</p><p>ça ao seu bispo e não hesita em sacrificá-lo por</p><p>dois peões, um deles passado na sexta fila.</p><p>18 . ... W/xg5 19. i.xe4 l::tb8</p><p>Era interessante 19 .... l:r.a7 20. b6 ~xa5</p><p>21. bxa7 ~xal 22. l:txal lt:ib6 23. a8~ lt:ixa8</p><p>24. i.xa8, etc.</p><p>20. bxa6 nh5 21. Wic7 lt:ib6 22. a7</p><p>Com a ameaça latente de coroar o peão.</p><p>22 . ... ..i.h3 23. llebl!</p><p>8 ••</p><p>7 8 1W '.& '</p><p>6 • 5 1</p><p>4 '8 i..</p><p>3 8 8 ..t</p><p>2 888</p><p>1 : : <1></p><p>a b e d e 9 h</p><p>A melhor jogada nesse momento.</p><p>96 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>23 . ... lhbl + 24. l:;txbl f5 25 . .it'3 f4</p><p>26. exf4, as pretas abandonam.</p><p>Não havia nenhuma boa defesa. Por exemplo:</p><p>26 .... l1c8 27. °i!ixc8+ frucc8 28. fxgs fruca7 29. gxh3.</p><p>Ou 26 .... lt.:\dS 27. 'i'xc4 'i'xf4 28. 'iit'xdS+, etc.</p><p>Partida 28</p><p>O. Bernstein - Capablanca</p><p>Moscou, 1914</p><p>Gambito de Dama</p><p>Não subestime o poder</p><p>dinâmico dos peões unidos.</p><p>A seguinte e instrutiva partida, como é</p><p>habitual em Capablanca, é ganha mediante o</p><p>avanço de seus peões unidos e uma posterior</p><p>jogada surpresa.</p><p>1. d4 d5 2. c4 e6 3. lbca lbf6 4. lbf3 .ie7</p><p>5 . .i.g5 0-0 6. e3 lbbd7 7. l1cl b6 8. cxd5 exd5</p><p>9. ~ a4 .ib7 10 . .ia6 .ba6 11. 'ii'xa6 c5</p><p>Se 11. ... c6 12. 0-0 'tlkc8 (12. lt.:\e4? 13 . .ie7</p><p>'i!Ve7 14. 'i'b7 %tfc8 15. lt.:\dS! 'i'd6 16 . .l:k6</p><p>Marshall - Kline, Nova York, 1913) (1-0) 13.</p><p>'ii'a4 com ligeira vantagem das brancas.</p><p>12 . .ixf6?!</p><p>Esta troca não é necessária, uma vez que</p><p>ajuda o desenvolvimento das pretas.</p><p>12 . ... lt.:\xf6 13. dxc5 bxc5</p><p>8 1</p><p>7 i</p><p>61f</p><p>5</p><p>4</p><p>3 tb</p><p>2 8 8</p><p>abcde gh</p><p>As pretas ficam com dois peões unidos que</p><p>podem constituir uma debilidade no final da</p><p>partida. Porém, no meio-jogo, essa estrutura de</p><p>peões tem um potencial dinâmico que pode ser</p><p>aproveitado mediante o avanço de um dos peões.</p><p>14. 0-0 ft6 15. 'ii'e2</p><p>As brancas recusam a troca de damas, já que</p><p>supõem um reforço na cadeia de peões pretos.</p><p>15 . ... c4!</p><p>A intenção desta jogada é deixar a diagonal</p><p>aberta ao seu bispo de e7. O fato de deixar um</p><p>agulheiro em d4 não preocupava Capablanca</p><p>nesta posição.</p><p>16. J:tfdl l:tfd8 17. lt.:\d4 .ib4</p><p>Esta jogada ameaça trocar o bispo em c3 e</p><p>depois pressionar com o cavalo mediante a</p><p>jogada lbe4.</p><p>18.b3</p><p>Com a intenção de deixar um peão de Ca­</p><p>pablanca isolado.</p><p>18 . ... l1ac8 19. bxc4 dxc4 20. l1c2</p><p>.ixc3 %txc3 lt.:\d5!</p><p>O plano das pretas é desbloquear o peão e</p><p>iniciar seu avanço.</p><p>22. l1c2</p><p>Não valeria 22. l'hc4 ©c3, com ganho de</p><p>qualidade por peão.</p><p>22 . ... c3 23. l1dcl l1c5 24. lbb3 lk6</p><p>25. ©d4 lk7 26. ©bS l1c5</p><p>Aparentemente se perde o peão, visto que</p><p>é atacado por três peças e defendido só por duas.</p><p>27. lbxc3 lbxc3 28. l:;txc3 lhc3 29. lhc3</p><p>Contudo, Capablanca vê uma jogada a mais que</p><p>Bernstein e realiza um surpreendente movimento.</p><p>29 . ... 'i!Vb2!!</p><p>8</p><p>7 '</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 :</p><p>2 8.</p><p>a b e d</p><p>•</p><p>'''</p><p>e g h</p><p>te.</p><p>30. ~xb2</p><p>As brancas perdem a torre ou recebem ma-</p><p>Vejamos todas as variantes possíveis:</p><p>30. l:tc2 ~1+ 31. ~fl ~xc2</p><p>30. ~d3 'Wcl+ 31. .l;tdl ~xdl+</p><p>30. lk8 ~bl + 31. ~fl ~xfl + 32. <t>xfl</p><p>.l;txc8</p><p>30. lli'el 'i\i'xc3 31. 'i\i'xc3 l:tdl+</p><p>30. ~c2 'ijt'xc2 31. :xc2 l:!dl mate.</p><p>30. ~d3 ~al+! 31. ~fl ~xc3</p><p>30 . ... ~ dl mate.</p><p>Final</p><p>Bronstein - Botvinnik</p><p>Campeonato do Mundo</p><p>de Moscou, 1951</p><p>Não jogue mecanicamente.</p><p>8 tl)</p><p>7</p><p>6</p><p>5 j</p><p>4 8 • 3 @8 j</p><p>2</p><p>abcde gh</p><p>Nesta posição, o Grande Mestre Bronstein</p><p>realizou mecanicamente a jogada @c2?? e</p><p>perdeu. Todavia, conseguiria empatar facil­</p><p>mente com o movimento ll:le6+.</p><p>Realizar uma determinada jogada sem</p><p>prestar a devida atenção é um dos erros mais</p><p>comuns entre os enxadristas de todas as cate­</p><p>gorias. No xadrez, o evidente, às vezes, não es­</p><p>tá tão claro. Nunca nos cansaremos de acon­</p><p>selhar que se reflita constantemente sobre ca­</p><p>da jogada.</p><p>Vejamos o que ocorreu:</p><p>1. <3.'c2??</p><p>Se jogasse 1. ll:le6+ ~f3 2. ll:ld4+ 'iir>f2</p><p>3. @a4 e2 4. ll:lxe2 @xe2 5. @xaS @d3 6.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 97</p><p>Wb4 b6 7. Wb3 Wd2, a posição seria de em­</p><p>pate.</p><p>1 .... Wg3!</p><p>Bronstein esperava ~f3, mas Botvinnik</p><p>jogou <.t>g3, evitando a manobra do cavalo</p><p>branco via f7 e eS, com o qual se consegue</p><p>um precioso tempo para a defesa.</p><p>No caso de 1. ... @f3?? 2. ll:lf7 ~f2 3. ll:leS, já</p><p>não se pode evitar que o cavalo ocupe a casa d3,</p><p>destruindo a coroação do peão.</p><p>2. Wd3</p><p>Tampouco se pode evitar a coroação do</p><p>peão com 2. ll:lf7 e2 3. @d2 @f2.</p><p>2 . ... <;pf'2 3. ll:lxb7 e2 4. ll:lxa5 el~, as</p><p>brancas devem abandonar.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Boden</p><p>Schulten - Boden</p><p>Londres, 1844</p><p>O nome do mate de Boden nasceu devido</p><p>à seguinte partida, na qual o jogador Samuel</p><p>Boden (1826-1882) realizou um espetacular</p><p>mate:</p><p>1. e4 e5 2. ll:lf3 d6 3. c3 f5 4 . .tc4 ll:lf6</p><p>5. d4 fxe4 6. dxe5 exf3 7. exf6 'i!fxf6 8.</p><p>gxf3 ll:lc6 9. f4 .id7 10 . .ie3 0-0-0 11.</p><p>ll:ld2 1le8 12. ~f3 .tf5 13. 0-0-0 d5 14 .</p><p>.i.xd5??</p><p>8 •</p><p>7 ' ' ' 6 •</p><p>5</p><p>4</p><p>1 ..t 1</p><p>''</p><p>abcde gh</p><p>14 . ... ~xc3+!! 15.bxc3 1'..a3 mate.</p><p>98 ANTONIO LóPEZ MANZANO E )OSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Exercício 18</p><p>Ahues - Hans Müller</p><p>Berlim, 1920</p><p>As pretas jogaram</p><p>corretamente ao abandonar?</p><p>Depois da jogada 1. 'it'xf6, as pretas aban­</p><p>donam sem efetuar movimento algum. Vo­</p><p>cê acha que houve um equívoco nessa drás­</p><p>tica decisão? Explique o porquê de sua res­</p><p>posta.</p><p>8 1</p><p>7 '.t'</p><p>6 '</p><p>5</p><p>4 818</p><p>3 ..t l:t</p><p>2 8 8</p><p>1</p><p>a b e d</p><p>1•</p><p>''' •</p><p>8</p><p>'ii88</p><p>@</p><p>e f g h</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A composição de Capablanca</p><p>Em uma ocasião, perguntaram a Capa­</p><p>blanca por que não realizava algumas com­</p><p>posições sendo tão bom finalista. O campeão do</p><p>mundo contestou:</p><p>- Quando jovem, compus um problema tão</p><p>difícil que ninguém pôde resolvê-lo. Desde en­</p><p>tão, não me interessei na composição de estu­</p><p>dos, pois considero inútil compô-los se nin­</p><p>guém consegue solucioná-los.</p><p>Aqui está o estudo a que se referia Capa­</p><p>blanca:</p><p>1. ~ c4 'it>a5 2. Wxc5 Wa6 3. 'itixc6 ~a7</p><p>4. tods 1:th2</p><p>Se 4 .... g2? 5. lcic7 ameaçando mate em</p><p>b7.</p><p>5. lcic3 f5</p><p>No caso de 5 .... g2? 6. lcibS + r;l.>a8 7. lcic7+</p><p>'iii>a7 8. J:tb7 mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5 4.</p><p>3</p><p>2</p><p>abcde gh</p><p>6. J:tb7+ ~ a6 7. J:tb6+ ~as 8. :bs+</p><p>Wa6 9. Itb4 Wa7 10. lcibS+ r;i.>b8 11. lcid6+</p><p>'iii>a8 12. lcic4 J:ta2 13. Wc7 :a7+ 14. ~ c8</p><p>1fa6 15. J:tb8+ <;j;>a7 16. J:tb7+ 'iii>a8 17.</p><p>lcib6+ l:!xb6 18. l:.xb6 <ot>a7 19. l:tb2 f4 20 .</p><p>~ c7 ~a6 21. ~c6 ~as 22. Wc5 Wa4 23.</p><p>~ c4 @a3 24. l:tg2 f3 25. l:txg3 ~ b2 26.</p><p>l:txg4 'it>cl 27. l:tg3 g4 28. 'iii>d3 <;j;>b2 29.</p><p>l:txg4 f2 30. ltg2, e a torre acaba por capturar</p><p>todos os peões.</p><p>Em 1965, o Grande Mestre e compositor de</p><p>xadrez G. Kasparjan descobriu que a posição de</p><p>Capablanca 13 .... g2, em lugar de 13 .... lta7+,</p><p>levava ao empate. E, em 1977, o Grande Mestre</p><p>e teórico N. Novotelnov indicou que as pretas</p><p>jogam melhor por meio de 6. ... r;i.>a8, e as</p><p>brancas não ganham. Realmente era difícil</p><p>resolver o problema se não havia solução.</p><p>O jovem Capablanca</p><p>Capablanca tinha só 4 anos quando cor­</p><p>rigiu seu pai em uma das habituais partidas que</p><p>jogava em sua casa. Sem que ninguém lhe hou­</p><p>vesse ensinado o movimento das peças, apren­</p><p>deu apenas olhando os outros jogarem. O mais</p><p>incrível é que, na primeira partida que disputou</p><p>com o pai, o derrotou para surpresa de todos os</p><p>presentes.</p><p>Além disso, Capablanca, sendo apenas um</p><p>menino, venceu Corzo e foi considerado o cam­</p><p>peão de Cuba. O jovem Capablanca visitou uma</p><p>pequena cidade cubana onde seu pai tinha ne­</p><p>gócios. Pela tarde entrou em um cassino onde</p><p>se jogava xadrez. O campeão daquela locali-</p><p>dade perguntou se sabia jogar xadrez, e Capa­</p><p>blanca respondeu que sim e que gostaria de</p><p>jogar com ele. O veterano jogador local lhe</p><p>ofereceu um cavalo de vantagem (prática habi­</p><p>tual naquele tempo), que Capablanca aceitou</p><p>humildemente. A partida foi ganha por Capa­</p><p>blanca com grande facilidade. Então, voltaram</p><p>a jogar com forças iguais, e o jovem Capablanca</p><p>ganhou novamente com autoridade. José Raul</p><p>lhe ofereceu então a vantagem de um cavalo, e</p><p>o resultado da partida voltou a ser o mesmo. O</p><p>veterano jogador local ficou estupefato e lhe</p><p>perguntou o nome. Ao reconhecê-lo como cam­</p><p>peão cubano, disse:</p><p>- Nunca imaginaria que um menino pudes­</p><p>se jogar tão bem.</p><p>Anos após, quando Capablanca se tomou</p><p>campeão mundial, o veterano entrou no cas­</p><p>sino gritando entusiasmado:</p><p>- Capablanca foi proclamado o melhor</p><p>jogador do mundo, e eu joguei com ele e até lhe</p><p>dei um cavalo de vantagem!</p><p>CONSELHOS</p><p>1. As peças devem se localizar nas melhores</p><p>casas sempre de acordo com um plano</p><p>preestabelecido, mas de uma maneira</p><p>harmônica, a fim de que colaborem entre si</p><p>e não se atrapalhem.</p><p>2. No xadrez, as minorias podem vencer as</p><p>maiorias. Um peão pode avançar certas</p><p>posições para criar debilidades frente a</p><p>uma maioria frontal de peões.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 99</p><p>3. Nunca jogue mecanicamente. Um tempo</p><p>mínimo de reflexão é imprescindível antes</p><p>de cada movimento.</p><p>4. Nunca se renda em uma partida, a não ser</p><p>que não veja nenhum tipo de salvação. Pen­</p><p>se sempre que o xadrez é muito rico em re­</p><p>cursos, e uma posição aparentemente per­</p><p>dida pode ter salvação. Lembre que nunca</p><p>se ganhou uma partida que se abandonou.</p><p>5. O xadrez é uma arte. Tente que suas</p><p>partidas sejam as mais criativas possíveis;</p><p>desfrute jogando e criando beleza.</p><p>6. Para jogar bem os finais, há dois conselhos</p><p>básicos a seguir: tenha paciência e nunca se</p><p>precipite por mais clara que pareça a jogada.</p><p>7. Os conhecimentos técnicos são imprescindí­</p><p>veis para ser um bom finalista. É necessário</p><p>conhecer e estudar os princípios básicos,</p><p>como a triangulação e a oposição.</p><p>8. Quando cometer uma imprecisão ou erro,</p><p>não se abale: seu adversário também pode</p><p>se equivocar. Busque jogar as melhores</p><p>jogadas possíveis a partir do momento em</p><p>que se equivocou.</p><p>9. Após cada movimento, deve-se considerar</p><p>a posiçãq por meio de uma nova pers­</p><p>pectiva. As vezes cremos que uma peça</p><p>exerce uma determinada função, e não é o</p><p>que ocorre.</p><p>10. Estude as aberturas observando muitas</p><p>partidas com a variante que pretende</p><p>praticar. Aprenda</p><p>os planos que deve seguir</p><p>e, quando tiver uma idéia geral sobre essa</p><p>abertura, passe a estudar a teoria, não faça</p><p>o contrário.</p><p>CAPÍTULO 15 Um gênio lutador</p><p>e brilhante</p><p>·A habilidade para controlar o tempo do relógio de</p><p>xadrez é tão importante como a técnica de jogar finais.•</p><p>(Alekhine)</p><p>Alekhine foi talvez o jogador mais completo da história do xadrez. Dotado de uma extra­</p><p>ordinária facilidade para dominar todo tipo de jogo, ampliou e melhorou os conceitos enxadrísticos de</p><p>iniciativa, ataque e combinação. Além disso, foi um excelente comentarista de suas partidas,</p><p>registrando suas colaborações para a teoria das aberturas e seus profundos conhecimentos de finais e</p><p>de meio-jogo. Sua avassaladora força de vontade e seu amor ao xadrez fizeram que este jogo se</p><p>elevasse à categoria de arte.</p><p>ALEXANDRE ALEKHINE (ALIOJIN)</p><p>Nacionalidade: Russo, naturalizado francês.</p><p>Nascimento: Moscou, lº de novembro de 1892.</p><p>Morte: Estoril (Portugal), 23 de março de 1946.</p><p>Títulos: Campeão mundial entre 1927-1935 e 1937-1946.</p><p>Características de jogo: Adotou uma visão dinâmica das teorias estabelecidas até en­</p><p>tão. Sua profundíssima concepção lógica do jogo e sua absoluta falta de dogmatismo o levaram</p><p>a um nível de jogo praticamente insuperável. Foi extraordinário no jogo tático e estratégico. Era</p><p>original, profundo, imaginativo, lutador, excelente teórico e amante da iniciativa e do jogo</p><p>complicado.</p><p>Melhores torneios: Moscou, 1908; São Petersburgo, 1912; Hastings, 1922; Carlsbad,</p><p>1923; Baden-Baden, 1925; São Remo, 1930; Bled, 1931; Londres, 1932; Dresden, 1936; Mon­</p><p>tevidéu, 1938; Salzburgo, 1942; Madrid, 1945.</p><p>Façanhas: Vencer Capablanca no seu encontro pelo Campeonato do Mundo em Buenos</p><p>Aires no ano de 1927; suas partidas simultâneas às cegas; único campeão do mundo que mor­</p><p>reu na posse do título.</p><p>Principal derrota: Sua derrota ante Euwe pelo campeonato do mundo em 1935.</p><p>Principal debilidade: Sua propensão à bebida.</p><p>Vida privada: Filho de uma abastada família russa. Foi ensinado pela mãe a jogar, e logo</p><p>desenvolveu grande destreza no jogo. Casou-se cinco vezes. Suas últimas mulheres eram muito</p><p>mais velhas que ele. Levou uma vida azarada, própria de um filme de suspense e aventura.</p><p>Dizem que suas duas maiores paixões eram o xadrez e ele mesmo.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 101</p><p>Legado: Foi um excelente comentarista das partidas próprias e de outros jogadores.</p><p>Escreveu, dentre outras, três obras mestras da literatura enxadrística: El torneo de Nueva York</p><p>de 1924, Mis mejores partidas 1908-1923 e Mis mejores partidas 1924-1937.</p><p>Consideração final: Um dos mais brilhantes e imaginativos gênios da história do</p><p>xadrez. Revolucionou a teoria das aberturas e nos deixou a original Defesa Alekhine. Foi</p><p>considerado por muitos como o melhor jogador de todos os tempos. Dotado de uma grande</p><p>capacidade de trabalho, batalhador incansável, arrebatou o título de um dos mitos mais</p><p>famosos do xadrez: Capablanca.</p><p>Partida 29</p><p>A. Alekhine - E. Bõõk</p><p>Margate, 1938</p><p>Gambito de Dama Aceito</p><p>O rei não rocado pode ser</p><p>o motivo decisivo de um</p><p>ataque adversário.</p><p>1. d4 d5 2. c4 dxc4</p><p>Entrando na variante do Gambito de Da­</p><p>ma Aceito. As outras opções básicas são e6 ou</p><p>c6.</p><p>3. tbf3 tbf6 4. e3 e6 5. i.xc4 c5 6. 0-0</p><p>lbc6 7. ~e2 a6</p><p>A resposta das pretas no Gambito de Dama</p><p>Aceito deve basear-se na expansão de seus</p><p>peões no flanco da dama.</p><p>8. lbc3 b5 9. i.b3 b4?!</p><p>Esta jogada não é boa, pois cria algumas</p><p>debilidades.</p><p>10. d5!</p><p>Com a intenção de abrir linhas de ata­</p><p>que, aproveitando que o rei ainda não ro­</p><p>cou.</p><p>10 . ... lba5</p><p>Se 10 .... bxc3 11. .ta4! 'ifxd5 12. e4, recu-</p><p>peraria a peça e obteria melhor posição. E se</p><p>10 .... exd5 11. tbxd5 lbxd5 12. l:tdl i.e6 13.</p><p>e4 tbce7 14. exd5 i.g4 15. d6, ganharia uma</p><p>peça.</p><p>11. i.a4+ i.d7 12. dxe6 fxe6</p><p>No caso de 12 .... i.xa413. exf7+ ~xf714.</p><p>.!bxa4, ganharia um peão, e o rei preto ficaria</p><p>numa posição perigosa.</p><p>13. :dl!!</p><p>Alekhine entrega o cavalo segundo uma</p><p>concepção muito profunda do jogo combi­</p><p>natório.</p><p>13 . ... bxc3</p><p>No caso de não aceitar a entrega do cava­</p><p>lo 13 .... ..Wc7 14 . .txd7 + tbxd7 15. lbe5, as</p><p>brancas obtêm grande superioridade posicio­</p><p>nal.</p><p>14. :xd7!</p><p>Uma nova entrega, desta vez de qualidade,</p><p>deixa as pretas sem possibilidade de respirar.</p><p>14 . ... lbxd7 15. lbe5 lfa7</p><p>8 .....</p><p>7 • 6 ·' 5 ~</p><p>4</p><p>3 ' ,8</p><p>2 8 8 fl 8 8 8</p><p>1 : i. <.f.,</p><p>a b e d e g h</p><p>16. bxc3!</p><p>Não adiantaria 16. 'ti'h5+? g6 17 . .!bxg6</p><p>hxg6 18. 'i'xh8 ~f7 sem obter nada positivo</p><p>para as brancas.</p><p>16 . ... <it>e7</p><p>Outras possibilidades não são melhores:</p><p>16 .... i.d6 17. 'i'h5+ g6 18. lbxg6 com</p><p>vantagem para as brancas.</p><p>102 A N TONIO LóPEZ MANZANO E Jos~ M O NEDERO GONZÁLEZ</p><p>16 .... g6 17. 'ii'd3 'i'e7 18. e4, e o bispo das</p><p>casas pretas já pode começar a jogar.</p><p>16 .... it'h417. e4! i.d618. g3 'i'e719. lrucd7</p><p>lúd7 20. 'ii'xa6 com vantagem para as brancas.</p><p>17. e4! ltif6 18. i.gs 'ii'c7 19. i.f4 'ii'b6</p><p>Se 19 .... 'ii'b7 20. 'it'e3! lruce4 21. i.gS+ lrucg5</p><p>22. 'i'xgS+ ~d6 23. l:!.dl + @c7 24. 'i'd8 mate.</p><p>20. :tdl g6 21. i.gS i.g7 22. ltid71</p><p>Com ameaça à dama, e o lance e5 recupera</p><p>material.</p><p>8</p><p>7 1</p><p>6 ' • 5 • 4 ~ 8</p><p>3 ~</p><p>2 8 ,.. 8 8 ~ .</p><p>: • si>·</p><p>a b e d e f g h</p><p>22 . ... :txd7 23. :txd7+ <otif8 24. i.xf6</p><p>i.xf6 25. eS!</p><p>E as pretas desistem. Com efeito, se 25 ....</p><p>i.g7 [25 ..... i.e7 26. ~f3+ <;pg8 (26 .... @g7 27.</p><p>l:txe7+ ~ h6 28. fí'f4+ gS 29. 'i'f6+ @h5 30.</p><p>i.dl + g4 31. :tg7, e o mate é inevitável.) 27.</p><p>:Xe7 'ii'hl + 28. i.dl 'i!kfS 29. 'i!t'a8+ 'i'f8 30. l%e8</p><p>ganhando.] 26. it'f3+ @e8 27. 'i'f7 mate.</p><p>8 .;</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 8 • 8 8 t3></p><p>"'</p><p>@.</p><p>a b e d e g h</p><p>Partida 30</p><p>Alekhine - Tartakower</p><p>Viena, 1922</p><p>Defesa Francesa</p><p>Quando se encontrar em um</p><p>final de bispos e torres de cores</p><p>distintas, e tiver algum tipo de</p><p>vantagem, não troque as torres.</p><p>A seguinte partida, comentada segundo as</p><p>anotações do próprio Alekhine em seu livro Mis</p><p>mejores partidas 1908-1923, é um magnífico</p><p>exemplo de como se deve conduzir um final de</p><p>torres e bispos de cores distintas .</p><p>1. e4 e6 2. d4 dS 3. lbc3 ltif6 4. i.gS</p><p>dxe4 5. i.xf6</p><p>A continuação 5. lbxe4 i.e7 6. i.xf6 i.xf6</p><p>7. lllf3 não oferece nenhuma vantagem às</p><p>brancas.</p><p>5 . ... gxf6 6. lllxe4 f5 7. lllc3</p><p>A jogada 7. lllg3 não seria boa devido a 7 .</p><p>... c5!</p><p>7 . ... i.g7 8. lbf3 0-0 9. 'it'd2</p><p>No caso de 9. i.c4 cS! 10. dS bS 11. i.xbS</p><p>'i'aS 12. i.e2 i.xc3+ 13. bxc3 ~xc3+ seguido</p><p>de exdS com vantagem para as pretas.</p><p>9 . ... cSI</p><p>Com a intenção de fortalecer a ação do</p><p>bispo do rei preto.</p><p>10. dxcs ~as 11. lllbs ~xd2+ 12.</p><p>lllxd2</p><p>A troca de damas favoreceu as pretas, visto</p><p>que eliminou as possibilidades do ataque</p><p>branco no flanco do rei.</p><p>12 . ... llla6</p><p>Melhor que 12 .... i.xb2 13. l:tbl i.eS 14.</p><p>lllc4 com jogo melhor para as brancas.</p><p>13. c3 lbxcs 14. lllb3 lbxb3 15. axb3</p><p>a6 16. llld6 l:lb8 17. b4</p><p>Com a intenção de eliminar um dos peões</p><p>dobrados.</p><p>17 . ... l:td8 18. 0-0-0 i.eS 19. fuc8</p><p>l:!.xdl + 20. <.t>xdl l:lxc8</p><p>8 • 7 ' 6</p><p>5</p><p>4 8</p><p>3 8</p><p>2 8</p><p>1 st></p><p>a b e d e g h</p><p>O presente final oferece melhores pers­</p><p>pectivas às brancas, já que têm o rei mais</p><p>ativo, a maioria de peões no flanco da dama,</p><p>todos os peões pretos estão em casas da mes­</p><p>ma cor do bispo branco, e, ainda, um deles</p><p>está isolado.</p><p>21. i.e2 ~f8 22. ~c2 lk7 23. l:tal ~ e7</p><p>24. h3 f4?</p><p>Um plano equivocado. Seria melhor 24 ....</p><p>i.d4 seguido de i.b6.</p><p>25. ~b3</p><p>Impedindo definitivamente o lance i.d4</p><p>das pretas.</p><p>25 . ... l:ld7 26. :as!</p><p>Com a intenção de passar a torre para o</p><p>flanco do rei.</p><p>26 . ... i.c7</p><p>Não valeria jogar 26 .... f6 27. i.f3 ~d8 28.</p><p>bS axbS 29. lhbS ~c8 30. Ab6 Ae7 31. ~c4</p><p>seguido de ~d3, e o avanço dos peões no flanco</p><p>da dama.</p><p>27. l:lh5 .Ud2 28. i.f3 b6 29 . .Uxh7</p><p>l:lxf2 30. i.h5! l:lxg2 31. l:lxf7+ ~ d8!</p><p>Muito melhor que 31. ... ~d6 32 . .Uxf4 com</p><p>clara vantagem das brancas.</p><p>32. i.g4 e5 33. l:td7+ ~ c8 34. nd2+</p><p>.l:txg4 35. hxg4 f3!</p><p>Se 35 . ... e4 36. l:td4! f3 37. llxe4 f2 38.</p><p>l:te8 + seguido de l:tf8</p><p>........................................................... 62</p><p>As superstições de Alekhine . .. ... .. ..... ... .. .. . . . ..... .......... ... . . ... ..... .. ... . ... . ...... .. . . .. . . . .. .. .. ... .... 62</p><p>Conselhos . . . ... . ..... .......... ..... ..... ... .. ...... .... .......... ... .. . .... ..... .... ..... ..... ... . . .... .... ... .. ... . ... .. 63</p><p>CAPÍTULO 9 - O JOGO PSICOLÓGICO ...................................................................... 64</p><p>Emmanuel Lasker</p><p>Partida 17. E. Lasker - J . Capablanca, 1914 .... ..... ......................... ............................... 65</p><p>Final. Henneberger - Nimzowitsch, 1931 ... ........... ..... .... .......... .... .... ..... ... . ..... ..... ... . .... 66</p><p>Mates típicos. Mate de Epaulet .................................................................................... 67</p><p>Exercício 11. Torre contra dois peões........................................................................... 67</p><p>Anedotas e curiosidades ... .... ..... ... ... . ... . .. ... ....... .. . . .. . ..... ....... .. . . ... .. ... .... .. ... . ... . ... .. .. 68</p><p>Partida 18. Abertura irregular...................................................................................... 68</p><p>As simultâneas às cegas de Alekhine .... ..... .... .. ... . . ... . . ..... .... ..... ..... ... . . .. .. .... ..... .. . . ... . ...... 69</p><p>Conselhos . ...... ... ........... ..... ...... .... ..... .. .... .... ..... ..... ...... ... ..... .......... .... ...... ... . ... .. ... ...... 69</p><p>CAPÍTULO 10 - A MELHOR DEFESA É UM BOM ATAQUE ................. ................... 70</p><p>Frank Marshall</p><p>Partida 19. Lewistzky - MarshaJl, 1912········································································ 71</p><p>Final. Ljubojevic - Browne, 1972 . .. ... . ... .. .... ............ ... . ... . .... ..... ..... ......... .... ...... ... .... ..... 71</p><p>Mates típicos. Mate de Marshall··················································································· 72</p><p>Exercício 12. Composição de Timman, 1976 ............................................................... 72</p><p>Exercício 13. Spielmann - Denker, 1934 ...................................................................... 73</p><p>Exercício 14. Luchovsky- Gridnev, 1976 ..................................................................... 73</p><p>Anedotas e curiosidades . .... ..... ...... .. .. ..... ........... ... . ..... ...... ... . ... . .... ..... .... .... .... ..... .. 73</p><p>Batuyev - Simagin, 1954 . .. ... ..... .. .. ...... .. ... .. ... .. ... ...... ... . . ........ ..... ...... ... . ... . .... ..... ..... ... . . 73</p><p>Os perigos de jogar "sem pensar"................................................................................. 73</p><p>Conselhos ... . ..... .......... ..... ..... ............... ..... ... .. ... .. ..... ..... .... ..... ..... .... ..... .... ... . . .... .... .... 73</p><p>CAPÍTULO 11 - A FILOSOFIA DA ARTE DO XADREZ ............................................ 75</p><p>Ricardo Réti</p><p>Partida 20. R. Réti - E. Bogoljubow, 1924. ... .. .......... ..... ... . ... .. ... . ... .. ..... .... ... .... .. ... . ... .. .. 76</p><p>Final. Estudo de Réti, 1928 ··. .... ...... .. . ...... ... . . ..... ..... ... . ..... .... ...... .... ..... .... .... ..... .... ... .. .. 77</p><p>Mates típicos. Mate de Réti .. ., ......... .......... ... .......... ...... ...... ... ..... ..... ............. .... .. ... .... ... 77</p><p>Exercício 15 ............... · · · · · · ·. · ·............ .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77</p><p>Anedotas e curiosidades . . . . . ..... .. .. ... .. . .. ... .. .. ... .. . . . .. .. ... .. ... .. ... . . .. .. ... .... .. ..... .. . . . . .. . .. . . 78</p><p>Mestre - desafiante: simultânea··········· ....................................................................... 78</p><p>Por que você não abandona se eu tenho uma dama de vantagem?.............................. 78</p><p>O xadrez e seus recordes........................ ...................................................................... 78</p><p>Conselhos .................. · · ··· ·.. .. . .... ...... ...... ... .. ... . . ... .. ... . ...... .. . .... .. ... . . .. . .... ......... ...... ... .... 78</p><p>CAPÍTULO 12 - A ESCOLA IIIPERMODERNA··························································· 80</p><p>Aaron Nimzowitsch</p><p>Partida 21. Bogoljubow - Nimzowitsch, 1929 .............................................................. 81</p><p>Partida 22. Nimzowitsch - Salwe, 1911 ....................................................................... 82</p><p>Final. Estudo de Wotawa, 1952 ... . ...... ... . . . .. .. .. ... ... .. .. . ...... ...... .... ... .. .. . . ... .. ........ ... .. ... . ... 83</p><p>12 SUMÁRIO</p><p>Mates típicos. Mate do rei encurralado .. . . ...... .. . .. ... . . . . . . . ... . . . . . . . ... . . . . . . . ... . . . .. . . ... . . . .. . . .. . . . . . 84</p><p>Exercício 16. Estudo de K. Tattersoll, 1910 .................................................................. 84</p><p>Anedotas e curiosidades . . . . ... . . . .. . . . .. . . . . .. . . ... . . ... . . ... . . . .. . . ... . . . .. . . . ... . . ... .. .. . . .. . .. . .. . . ... .. . . 84</p><p>Uma dupla de bispos inúteis . ... .. ... ..... .. ... .. .. . . . ... .. . .. . .. ... .. ... .. ... . . . .. .. ... . . . ... . . . . .. ... . . ... .. ... . . . 84</p><p>O ginasta Nimzowitsch ................................................ · ··· · · ···. · · · ·· · · ·· ·. · .. · · · .............. ··· .. .. 85</p><p>Conselhos ... . ... ... .. .. . . . .. ........... .. .. . .. .. .. . .. . .. ...... .. . . . . . . . . ... . . . . . . . .. . . . . . . . . ... . . ... . .. . . . . .. . . . .. . . ... .. . 85</p><p>CAPÍTULO 13 - O XADREZ COMO ARTE ................ .................................................. 86</p><p>Akiba Rubinstein</p><p>Partida 23. Rotlewi - Rubinstein, 1907 ........................................................................ 87</p><p>Partida 24. Rubinstein - Marshall, 1912 ...................................................................... 88</p><p>Final. Estudo de Averbak, 1962 .................................. · ·· .. ... .. . .. ........ .. . . . .. .. ... .......... .. .. . . 89</p><p>Mates típicos. Mate de Meek · ........ ·· · ............................. · .. · ... . . .. . . . .. . . .. .. . ... . . ... . . ... . . . .. . . .. . . 89</p><p>Exercício 17. Cavalo e peão contra cavalo ............................................................. ...... 89</p><p>Anedotas e curiosidades . . ..... ...... ... . . . ... . . .. . . . ... . . . . . . . . .. . . . .. . . . ... . . .. . . ... . . ... .. ... . . . .. .. .. . .. .. . 90</p><p>A importância dos tempos de vantagem .. . .. .. ... .. ... . . . ..... .. . .. ... .. . . . . . ... .. . . . . . ... .. . . . . . .. . . . ... . . .. 90</p><p>A memória de Alekhine ··· ... · ... .. .. . . . ... .. ... . . . .. . . .. . . . . ... . ...... .. . . . . . . . . .. . .. .. . . . .. . . . . .. . . . . .. . .. ... .. .. . .. . 91</p><p>Conselhos ................................................................... .............................................. 91</p><p>CAPÍTULO 14 - O TALENTO NATURAL ............................................................. ..... ... 92</p><p>José Raul Capablanca Graupera</p><p>Partida 25. J. Capablanca - J. Mieses, 1928 ................................................................. 93</p><p>Partida 26. Capablanca -Tartakower, 1924 ................................................................. 94</p><p>Partida 27. Capablanca - Spielmann, 1927 .................................................................. 95</p><p>Partida 28. O. Bernstein - Capablanca, 1914 ............................................................... 96</p><p>Final. Bronstein - Botvinnik, 1951 ··············································································· 97</p><p>Mates típicos. Mate de Boden .. . . . .. . . . .. . . . .. . . . .. . ..... .. . .. .. . . . .. ... . . . . . .. ... . . . . . . . .. . . ...</p><p>ganhando a partida.</p><p>0 XADREZ DOS GRANDES MESTRES 103</p><p>Parece que as pretas têm boas perspectivas,</p><p>mas ...</p><p>36.l:td5U</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>• J.</p><p>abcdefgh</p><p>36 . ... e4</p><p>Depois de 36 .... f2 37. l:tdl e4 38. ~c2</p><p>i.f4 39. nn e3 40. ~dl, e o rei detém os</p><p>peões ao estar nas casas de mesma cor que</p><p>seu bispo.</p><p>37. n t'S i.g3 38. g5 ~ d7 39. g6 ~e6</p><p>40. g7 ~ xt'S 41. g8'i' i.f4 42. 'i'f7+ ~g4</p><p>43. 'i'g6+ i.g5 44. 'ikxe4+ Wg3 45. 'ii'g6</p><p>~ g4 46. 'i'xb6</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Partida 31</p><p>Alekhine - Nimzowitsch</p><p>San Remo, 1930</p><p>Defesa Francesa</p><p>Ocupe as colunas abertas</p><p>com suas peças maiores.</p><p>A seguinte partida, disputada entre dois</p><p>excelentes jogadores (Alekhine e Nimzowitsch)</p><p>é uma amostra perfeita da estratégia a se­</p><p>guir para aproveitar o potencial das colunas</p><p>abertas. O jogador que consegue apropriar-se</p><p>de uma coluna exerce uma pressão sobre o</p><p>campo contrário que muitas vezes o conduz</p><p>à vitória.</p><p>104 ANTONIO LóPEZ MANZA'-1O E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>1. e4 e6 2. d4 d5 3. lbc3 ..ib4</p><p>Com esta jogada, entra-se na conhecida</p><p>variante Winaver da Defesa Francesa.</p><p>4.e5</p><p>Com a intenção de se adonar da casa f6.</p><p>4 . ... c5</p><p>Característico ataque sobre a base da ca­</p><p>deia de peões, típica nestas posições.</p><p>5 . ..td2 lbe7 6. lbb5</p><p>Ameaça lbd6+ impedindo o roque do rei</p><p>preto.</p><p>6 . ... .ixd2 + 7. ~xd2 0-0 8. c3</p><p>Para reforçar a cadeia de peões.</p><p>8 . ... b6?</p><p>Outras possibilidades melhores seriam as</p><p>seguintes:</p><p>8 .... lbbc6.</p><p>8 .... lbfS 9. i.d3 (9. g4!? lbh4!) 9 .... i.d710.</p><p>00 ..ixbS 11. i.xbS 'ilfb6 12 . .id3 lbc6 com jogo</p><p>igual (partida Stolz - Nimzowitsch, 1934).</p><p>8 .... f6!? 9. exf6 gxf6 10. dxc5 lbd7! 11. b4</p><p>as (11. ... b6) 12. lbf3 b6 com igualdade</p><p>(partida Martínez -Arencibia, Cuba, 1988).</p><p>9. f4</p><p>Outro peão para reforçar a estrutura dos</p><p>peões brancos.</p><p>9 . ... ..ia6 10. lbf3 'ir'd7 11. a4 lbbc6</p><p>Se 11 ... c4 12. lbd6 (12. lba3 '1Wxa4) 12 ....</p><p>lbc8.</p><p>12. b4!</p><p>8 1 1•</p><p>7 " •• ,,,</p><p>6</p><p>.t ". ' 5 t2:Jii8</p><p>4 8 8 8 8</p><p>3 8 tb</p><p>2 • 88</p><p>1 : ~.t 11</p><p>a b e d e f g h</p><p>A vantagem branca é clara: possui o bispo</p><p>bom, grande vantagem de espaço, sua estrutura</p><p>de peões é sólida, e suas peças têm maior mo­</p><p>bilidade. Agora só falta abrir linhas de penetra­</p><p>ção no campo inimigo.</p><p>A ótima jogada das brancas obriga a aber­</p><p>tura da coluna do bispo da dama.</p><p>12 . ... cxb4</p><p>Depois de 12 .... c4 13. lba3 lbd8 14. lbc2</p><p>com melhor jogo para as brancas. Segundo</p><p>Euwe, 13. lbd6 também daria vantagem para as</p><p>brancas.</p><p>13. cxb4 ..ib7 14. lbd6 f5?!</p><p>Com a intenção de bloquear o flanco do</p><p>rei.</p><p>Se 14 .... as 15. bS lbb4 16 . ..td3 fs</p><p>com ligeira vantagem das brancas (15 . ..ibS</p><p>axb4 16. 0-0 com vantagem branca), ou</p><p>15. bxaS lbxaS 16. 'i'b4 .ia6! com jogo</p><p>igual.</p><p>15. a5! lbc8</p><p>É necessário expulsar o incômodo cavalo</p><p>situado em d6.</p><p>Se 15 .... bxaS 16. bS lbd8 17. !IxaS, e</p><p>vantagem branca.</p><p>16.lbxb7</p><p>Troca de bispo para debilitar as casas de cor</p><p>branca.</p><p>16 . ... '1Wxb7 17. a6 '1i'f7</p><p>Depois de 17 .... 'i'e7 18 . ..tbS lbxb4 19. ::Cbl</p><p>com clara vantagem para as brancas.</p><p>18 . .ib5 lb8e7 19. 0-0 h6</p><p>Outra interessante continuação, segundo</p><p>Alekhine, seria 19 .... 1Hc8? !</p><p>20. l:tfcl</p><p>O começo da luta pela coluna aberta.</p><p>20 . ... l:tfc8 21. lk2 'i'e8</p><p>Segundo análise de Alekhine, 21. ... lbd8</p><p>22 . .!:tacl l:txc2 23. 1Ixc2 !Ic8 24 . ..id7 .l;;txc2</p><p>25. 'it'xc2. Ou 24. l:txc8 lbxc8 25. ~c3 lbe7</p><p>26. '1i'c7 com vantagem para as brancas .</p><p>22. lfacl</p><p>Seria melhor 22 . .:a3! l:k7 23 . .:ac3 :ac8</p><p>24. 'i'cl com vantagem das brancas.</p><p>22 . ... : ab8 23. '1We3 : c7 24. : c3!</p><p>Com a intenção de colocar toda a artilharia</p><p>pesada na única coluna aberta.</p><p>24 . ... 'i!Vd7 25. JUc2 wf8</p><p>8 1 • 7 ' ••• ' 6 8 ' • ' ' 5 i. '8'</p><p>4 8 8 8</p><p>3 : tb</p><p>2 : 88</p><p>• @</p><p>a b e d e 9 h</p><p>O rei acode para ajudar suas peças no ce­</p><p>nário da luta.</p><p>26. 'ii'ct!</p><p>O plano prossegue como estava previsto, sem</p><p>que as pretas possam fazer algo para impedir.</p><p>26 . ... : bc8 27. ~ a41</p><p>Começam as ameaças. No momento, a in­</p><p>tenção é jogar b5 para ganhar peças.</p><p>27 . ... bS 28. ~ xbS <lóle8 29. ~ a4</p><p>A entrega do peão do cavalo não serviu para</p><p>nada, as brancas voltam com suas ameaças.</p><p>29 . ... 'i&'d8</p><p>O rei chega a tempo de defender suas tor­</p><p>res. O problema é que se produziu uma posição</p><p>na qual as pretas não têm boas jogadas.</p><p>30. h4!</p><p>Movimento de espera, já que as pretas es­</p><p>tão em zugzwang.</p><p>30 . ... hS 31. <ot>h2 g6 32. g3 'i!Ve8?</p><p>Uma má jogada porque perde, mas não</p><p>havia nenhuma manobra salvadora.</p><p>33.bS</p><p>E as pretas abandonam ante a perda ine­</p><p>vitável de material.</p><p>Ü XA0RLZ DOS GRA'-IDES MESTRES 105</p><p>Final</p><p>Estudo de Grigoriev,</p><p>1932</p><p>Busque com cuidado as vias</p><p>adequadas para que seu cavalo</p><p>detenha o peão passado.</p><p>8</p><p>7</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 tb</p><p>a b e d e g h</p><p>A posição do diagrama é um bom exemplo da</p><p>luta do cavalo contra o peão passado. O cavalo é</p><p>uma peça pouco ágil para deter peões, mas, em</p><p>certas circunstâncias, pode encontrar uma via de</p><p>acesso que tome impossível a coroação.</p><p>l. ©b4 hS 2. © c6</p><p>E não 2. ~5+? ~f3! (oposição do rei em</p><p>diagonal), desde este quadro, o rei preto controla</p><p>toda intenção do cavalo de deter o peão.</p><p>2 . ... <lóle4</p><p>Se 2 .... h4 3. ©e5 h3 (ou 3 . ... w f4 4.</p><p>©g6 + e empate) 4. ©g4+, e as brancas detêm</p><p>o peão com o cavalo.</p><p>3. ©aSII</p><p>Paradoxalmente, o cavalo se afasta do peão</p><p>preto, mas de fato é a única casa aonde pode ir</p><p>para empatar.</p><p>Depois de 3. ©d8? h4 4. ©e6 <lólf5 5. ©d4+</p><p><l.lg4 6. ©c2 Wf4 7. ©el h3 8. ©d3+ Wg3, as</p><p>pretas ganham.</p><p>3 . ... h4 4 . ©c4!</p><p>Não seria melhor 4. ©b3? <ot>e3, dado que o</p><p>rei cortaria o passo do cavalo conseguindo com</p><p>ele a coroação do peão.</p><p>106 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>4 . ... h3 5.lt:ld2+'.tie3 6.lt:lfl+ ~ 7.tbh2 1. lbe6 ~xe6? (~xh5!) 2. lt:lg5 ~g6 3.</p><p>~ 8.lt:lg4'itig3 9.tbea~ 10. lt:lfl@g211. .:txh7+ fixh7 4. lt:lf7 mate.</p><p>tbea+ e empate, pois o peão não pode coroar.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate dos dois bispos de Alekhine</p><p>Alekhine - Vasic</p><p>1. e4 e6 2. d4 d5 3. lt:lc3 .ib4 4 . .id3</p><p>.ixc3+ 5. bxc3 h6 6 . .ia3 lt:ld7 7. 'i'e2</p><p>dxe4 8 . .ixe4 lt:lgf6 9 . .id3 b6?</p><p>s J .t. ••</p><p>7' '.</p><p>6 '</p><p>5</p><p>4 8</p><p>3 i. 8 i.</p><p>2 8 8 'ii'888</p><p>1: @ ti):</p><p>a b e d e f g h</p><p>10. 'ilt'xe6+ fxe6 11 . .ig6 mate.</p><p>Mate do recuo</p><p>Atkinson - NC</p><p>Manchester, 1929</p><p>8 1</p><p>7</p><p>6 '</p><p>5</p><p>4</p><p>a b e d e g h</p><p>8 1</p><p>4</p><p>3 fl i.</p><p>2 8 .t 888</p><p>1 @</p><p>a b e d e f g h</p><p>Exercício 19</p><p>Hort-Byrne</p><p>Olimpíada de Varna,</p><p>1962</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>8 1 .tff</p><p>7</p><p>6 j '" 5 j • 4 8t2)8 8</p><p>3 t2) .t 8</p><p>2 8 8</p><p>1: @ l:L</p><p>a b e d e f g h</p><p>As brancas têm uma típica posição de ata­</p><p>que sobre a coluna aberta "h". Mas não é sim­</p><p>ples encontrar um arremate, já que o cavalo</p><p>em f6 defende o ponto crítico h7.</p><p>Você é capaz de encontrar o procedimento</p><p>ganhador das brancas?</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Alekhine toma seu próprio remédio</p><p>Alekhine - Feldt</p><p>Tarnopol, 1916</p><p>Em uma sessão de simultâneas às cegas,</p><p>Alekhine foi capaz de realizar uma verdadeira</p><p>obra de arte mediante a seguinte combinação:</p><p>1. lbf7!! ~f7 2. 'ilt'xe6+! Wg6</p><p>Se 2 .... ~e6 3. lbgS mate.</p><p>Ou então 2 .... <;t,f8 3. lbgs lbes 4. dxeS</p><p>com vantagem decisiva.</p><p>8 1 VI</p><p>7 i.i. • .i.</p><p>6 '</p><p>,.</p><p>5 ' tlJ ' 4 8 8 i.</p><p>3 i. tlJ</p><p>2 8 8 'f/J888</p><p>: : @</p><p>abcde gh</p><p>3. g4! ..ie4 4. lbh4 mate.</p><p>Euwe - Alekhine</p><p>Zurich, 1934</p><p>abcde gh</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 107</p><p>Após dezoito anos, Alekhine, em uma par­</p><p>tida contra Euwe, encontrou-se na situação do</p><p>diagrama anterior.</p><p>As brancas jogam:</p><p>1. e4!</p><p>Uma boa jogada, que requer um minucioso</p><p>cálculo. Alekhine respondeu:</p><p>1 . ... lbxe4 2. lbxe4 dxe4 3. l:Xe4 f6?</p><p>Sem dúvida, Alekhine não recordava a</p><p>maravilha que havia criado dezoito anos an­</p><p>tes e permitiu que Euwe realizasse o seguinte</p><p>lance:</p><p>4. lbf7!l 'c!Ve8</p><p>Se 4 .... <;t,xf7 5. 'ifhS+ ~e7 6. ltxe6+</p><p>~xe6 7. l:lel+ ~d7 (7 .... 'itld6 8. 'ii'cS+ ~d79.</p><p>'it'fs+ ~d6 10. 'ilt'e6 mate) 8. 'ii'fS+ ~d6 9.</p><p>'it'e6 mate.</p><p>5. lbe6 ,..xe6 6. lbd8</p><p>Após esta jogada, Euwe ganhou o peão de</p><p>c6 e, pouco mais tarde, a partida.</p><p>O</p><p>xadrez como língua materna</p><p>Réti disse uma vez de Capablanca: "O que</p><p>mais me surpreende em Capablanca é a sua</p><p>grande segurança e a quase ausência de erros</p><p>no seu jogo. Sem dúvida, é conseqüência de ter</p><p>aprendido a jogar com quatro anos. Em certo</p><p>sentido, o xadrez era como se fosse sua se­</p><p>gunda língua materna".</p><p>CONSELHOS</p><p>l. Não tema que seus adversários tenham</p><p>muito ELO na hora de enfrentá-lo. Vo­</p><p>cê deve jogar o melhor que puder. Con­</p><p>sidere que nenhum enxadrista, por mais</p><p>forte que seja (incluindo os campeões</p><p>mundiais), pode calcular tudo, e, por­</p><p>tanto, todos podem se equivocar.</p><p>2. Não abra nem permita que seu oponente</p><p>abra as colunas centrais se seu rei ainda</p><p>não estiver rocado.</p><p>3. No xadrez também é válido, na maioria das</p><p>vezes, o velho ditado: a melhor defesa é. um</p><p>bom ataque.</p><p>108 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZALEZ</p><p>4. O peão que avança deixa atrás de si alguma</p><p>casa desprotegida que não poderá voltar a</p><p>defender.</p><p>S. A estrutura formada pelos peões é um dos</p><p>elementos básicos para elaborar nossos</p><p>planos estratégicos.</p><p>6. Os peões passados devem ser bloqueados</p><p>com nossas peças de tal forma que não</p><p>possam avançar.</p><p>7. Evite mover uma mesma peça várias vezes</p><p>na abertura, embora possa haver exceções,</p><p>como é o caso da Defesa Alekhine.</p><p>8. Siga como modelo um bom jogador (se</p><p>possível, um Grande Mestre). Escolha</p><p>aquele que tenha a ver com a sua prefe­</p><p>rência nas aberturas e na maneira de jo­</p><p>gar.</p><p>9. O xadrez é um jogo de paciência e de lógica:</p><p>procure cultivar essas virtudes.</p><p>10. Psicologicamente, a ameaça é mais forte</p><p>que sua execução: se a levarmos a cabo,</p><p>nosso adversário se libera da tensão que lhe</p><p>produz essa ameaça.</p><p>CAPÍTULO 16 A confiança e</p><p>o otimismo</p><p>"Quando jogo com as brancas ganho porque tenho a iniciativa,</p><p>e quando fico com as pretas ganho porque sou Bogoljubow."</p><p>(Bogoljubow)</p><p>Efim Bogoljubow foi um dos mais destacados jogadores da sua época. Não chegou a se tornar</p><p>um campeão do mundo porque teve de se confrontar com o genial Alekhine, que o derrotou em seus</p><p>encontros pelo título mundial. Sua afirmada qualidade como jogador e sua infinita confiança em si</p><p>mesmo foram os fatores essenciais de seus êxitos.</p><p>EFIM BOGOLJUBOW</p><p>Nacionalidade: Alemão de origem ucraniana.</p><p>Nascimento: Stanislawsik, 14 de abril de 1889.</p><p>Morte: 18 de junho de 1952.</p><p>Títulos: Grande Mestre Internacional, candidato ao título mundial em duas ocasiões.</p><p>Características de jogo: Engenhoso e com vigoroso estilo posicional, mas não-isento</p><p>de grande talento tático.</p><p>Melhores torneios: Pistyan, 1922; Carlsbad, 1923; Moscou, 1925 (diante de Capa­</p><p>blanca e Euwe); Berlim, 1926; Bad Kissinguen, 1928; Stuttgart, 1939.</p><p>Principal derrota: Frente a Alekhine em duas ocasiões pelo título mundial, em 1929 e</p><p>1934.</p><p>Principal debilidade: Sua irregularidade, excessivo otimismo e falta de objetividade.</p><p>Legado: Foi um bom teórico e nos deixou a Defesa Bogo-Índia. Dentre suas obras escritas</p><p>se destacam: Moscú 1925 e d4!, la apertura moderna.</p><p>Vida privada: Foi considerado inimigo da URSS ao se naturalizar alemão. Dotado de</p><p>um grande senso de humor, tinha um caráter afável e simpático.</p><p>Consideração final: Um dos melhores jogadores da primeira metade do século XX.</p><p>Segundo Réti, "uma corrente selvagem que rompe todos os diques".</p><p>110 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 32</p><p>E. Bogoljubow - A. Rubinstein</p><p>Estocolmo, 1920</p><p>Abertura Espanhola</p><p>Surpreenda seu adversário</p><p>com jogadas audazes.</p><p>1. e4 e5 2. tbf3 tbc6 3. tbc3 tbf6 4 . .ib5</p><p>tbd4 5. tbxe5</p><p>A opção mais utilizada é 5. ~a4.</p><p>5 . ... tbxe4</p><p>A única jogada correta nesta posição seria</p><p>5 .... ~e7! 6. f4 tbxb5 7. tbxb5 d6 8. tbf3</p><p>'1/kxe4+ 9. <.t>f2 tbg4+ 10. '.\)g3 'i!i'g6 11. tbh4</p><p>~h5 com jogo melhor para as pretas.</p><p>6. tbxe4 lbxb5 7. tbxf7!</p><p>Surpreendente jogada de Bogoljubow, com</p><p>a qual consegue vantagem.</p><p>7 . ... 'ii'e7</p><p>Depois de 7 .... <ik.?xf7 8. ~h5+ 'i'b5 recupe­</p><p>rando a peça.</p><p>8. tbxh8 'ii'xe4+ 9. '.\)fl! tbd4 10. d3</p><p>~f5 11. h4!!</p><p>Excelente jogada, que permite a entrada da</p><p>torre do rei via h3. Ameaça também ~gS.</p><p>• ..t</p><p>6</p><p>5 • 4 • 8 .</p><p>3 8</p><p>2 8 8 8 8 8</p><p>: ~- <i> :</p><p>a b e d e 9 h</p><p>11 . ... b6</p><p>Se 11 .... bS 12 . .tgs seguido de ~5.</p><p>12. ~g5 g6</p><p>13. ~d2 i.g7 14. l:tel + tbe6 15. h5!</p><p>gxh5 16. :Xh5 ~xh8</p><p>As pretas têm vantagem material, mas seu po­</p><p>bre desenvolvimento e a descoordenação de suas pe­</p><p>ças faz com que se encontrem em uma má situação.</p><p>17. '11Yh4!</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>a b e d</p><p>• J.</p><p>.&</p><p>e f g h</p><p>Lance que permite a decisiva entrada da</p><p>dama em jogo.</p><p>17 . ... c5</p><p>Se 17 .... d6 18. g4! 'i'g6 19. ~bS+ .id7</p><p>20. ~fS! com grande vantagem das brancas.</p><p>Ou 17 .... 'ittf7 18. 'i'e7+ 'ittg8 19. :xe6</p><p>dxe6 20. i.h6! com vantagem das brancas.</p><p>18. 'it'h4 @f7 19 . .id81</p><p>Esta jogada conduz as pretas a uma si­</p><p>tuação desesperadora.</p><p>19 . ... 1i'g6 20. lith6</p><p>8 .t</p><p>7 • .&</p><p>6 'ifli</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8 8 8 ,8 8</p><p>1 l:l si></p><p>a b e d e f 9 h</p><p>20 . ... 'i!Vxh6</p><p>A dama não tem saída. Por exemplo: 20 ....</p><p>'ii'fS 21. g4 'ii'd5 22. 'ii'e7+ '.Pg8 23. 'i!Vxh7+ '.Pf8</p><p>24. 'i'xh8+ c;pf7 25. lH6 mate.</p><p>21. 'it'xh6 lbxd8 22. 'ilt'bs+</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Com efeito, se 22 .... Wf6 23. '1i'es+ Wg6</p><p>24. 'iiie4+ ganhando a torre.</p><p>E se 22 .... Wg7 23. l:te7+ 'it>f6 24. '1i'h4+</p><p>'iPf5 25. g4+ '.Pg6 26. 'ii'hs+ '.Pf6 27. 'i!Ves+</p><p>Wg6 28. 'ii'f5+ '.Ph6 29. 'it'h5 mate.</p><p>Final - A oposição em</p><p>um final de peões</p><p>A seguinte posição é muito instrutiva, pois</p><p>acontece com assiduidade na prática. As bran­</p><p>cas ganham, mas devem ter o cuidado de fazer</p><p>as jogadas precisas porque, caso contrário,</p><p>podem inclusive chegar a perder.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>O modo de ganhar é o seguinte:</p><p>1. ~c4!</p><p>A única jogada vencedora.</p><p>Se 1. '.Pd4 '.Pd8!, as pretas ganhariam a</p><p>oposição.</p><p>t. ... Wd7</p><p>Outra possibilidade é 1. . . . <;t,f7 para</p><p>tentar capturar o peão branco. Mas fracassa</p><p>por 2. 'iPc5 'iPg6 3. '.Pc6! Um erro grave seria</p><p>3 . '.Pd6? por 3 .... '.Pf5! 1 e as brancas ficariam</p><p>em zugzwang. E se 3 .... ~g5 4. Wd7! WfS 5.</p><p>~d6.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 111</p><p>2. 'it>bS!</p><p>A oposição em diagonal.</p><p>Não seria válido 2. '.Pc5? por 2 .... Wc7!, e</p><p>as pretas ganhariam a oposição.</p><p>2 . ... Wc7 3. 'it>cs ~ d7 4 . <ot>b6 ~ d8 s.</p><p><;t,c6 <tJe7 6. '.Pc7 '.Pe8 7. '.Pd6 '.Pf7 8. '.Pd7, e</p><p>as brancas tomam o peão e ganham a partida.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Ponziani</p><p>Lorenzo Domenico Ponziani (1719-</p><p>1796) foi um dos mais destacados jogadores da</p><p>escola enxadrística de Módena (Itália); em</p><p>1769, publicou o livro El incomparable juego del</p><p>ajedrez.</p><p>1. e4 eS 2 . .tc4 ll)f6 3. d4 exd4 4. eS</p><p>'1i'e7? 5. °fj'e2 ll)g8 6. lõf3 c5 7. 0-0 tbc6 8. i.gS</p><p>f6</p><p>8 1 .i.</p><p>7 ••</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>..... 1 '" ,.</p><p>abcde g h</p><p>9. exf6 'ii'xe2 10. f7 mate.</p><p>Exercício 20</p><p>Lasker - Moll,</p><p>1904</p><p>Na posição que mostra o diagrama, o cam­</p><p>peão mundial, E. Lasker, jogou f4. Você acha</p><p>que com esta jogada se ganha, se perde ou se</p><p>empata? Em qualquer caso, indique o melhor</p><p>método para conduzir a partida.</p><p>112 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8</p><p>7 '' 6 j</p><p>5 8 8</p><p>4 • 8</p><p>3 A</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Você quer trocar de cores?</p><p>Efim Bogoljubow foi um dos maiores joga­</p><p>dores de sua época, inclusive chegou a jogar as</p><p>finais pelo campeonato mundial com Alekhine.</p><p>Era ucraniano de nascimento, mas viveu a maior</p><p>parte de sua vida na Alemanha. Em uma partida</p><p>amistosa, jogada contra uma senhora (supos­</p><p>tamente a campeã feminina da Alemanha em</p><p>1935), se produziu a seguinte situação:</p><p>1. e4 e6 2. d4 d5 3. tbc3 dxe4 4. tbxe4</p><p>tbd7 5. tbt'3 tbgf6 6. tbegS ~e7 7. tbxf7</p><p><ihc.f7 8. tbgs +</p><p>8 1 J.1' 1 7,,, ..... ,,</p><p>6 '. 5</p><p>4</p><p>3</p><p>2888 88l!l</p><p>1 : j_ 'ti' <t> .t l:t</p><p>a b e d e g h</p><p>Bogoljubow, vendo o semblante preocu­</p><p>pado de sua oponente, perguntou-lhe o que</p><p>ocorria, ao que a senhora respondeu:</p><p>- Creio que estou perdida, porque se movi­</p><p>mento meu rei para e8 ou f8 perco a dama e se</p><p>movo para g8, depois de tbxe6 seguido de tbxc7,</p><p>perco a torre.</p><p>Bogoljubow respondeu amavelmente:</p><p>- O que podemos fazer, se lhe parecer</p><p>adequado, é trocar de cores.</p><p>A senhora aceitou, encantada. Após isso, a</p><p>partida continuou.</p><p>8 . ... ~ g8 9. tbxe6 ~e8 10. tbxc7??</p><p>i.b4! mate.</p><p>T artakower e os</p><p>campeões do mundo</p><p>Tartakower disse:</p><p>- Philidor foi o primeiro a se dar conta</p><p>da importância dos peões; Morphy levou suas</p><p>peças ao ataque contra o rei; Steinitz ten­</p><p>dia para o metódico; Lasker se caracterizava</p><p>pela elasticidade; Capablanca pela lógica</p><p>de luta; Alekhine, diferente de todos os de­</p><p>mais campeões, perseguia o combate por si</p><p>mesmo.</p><p>Por outro lado, quando lhe perguntaram</p><p>quem era o melhor jogador de todos os tempos,</p><p>respondeu:</p><p>- Se consideramos o xadrez como ciência:</p><p>Capablanca. Se consideramos o xadrez como</p><p>arte: Alekhine. Se consideramos o xadrez como</p><p>luta: Lasker.</p><p>Naturalmente, Tartakower não conhecia</p><p>Fischer nem Kasparov, gênios posteriores a sua</p><p>época que, sem dúvida, deveriam ser incluídos</p><p>dentre os melhores.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Se um jogador tem muitos planos para es­</p><p>colher; sua posição é boa; mas, quando se</p><p>está em inferioridade, as jogadas podem ser</p><p>obrigatórias.</p><p>2. Uma das habilidades mais importantes do</p><p>enxadrista deve ser encontrar as fraquezas</p><p>do seu adversário para, com base nelas,</p><p>gerar um plano ganhador.</p><p>3. Não ataque se o adversário não tiver ne­</p><p>nhum ponto fraco. Temos que criar debili­</p><p>dades para logo após atacar.</p><p>4. Sempre existe uma casa de nosso adver­</p><p>sário mais fraca que as demais. Sobre es­</p><p>te objetivo devemos dirigir nosso exérci­</p><p>to.</p><p>5. Uma peça indefesa deve ser sempre um</p><p>objetivo a explorar.</p><p>6. No xadrez, devemos tentar ter o objetivo</p><p>mais claro possível; se trocarmos continua­</p><p>mente de plano, não obteremos bons re­</p><p>sultados.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 113</p><p>7. Se você conduz as peças brancas, deve tentar</p><p>ganhar; não deve jogar pelo empate, a vitória</p><p>é mais difícil de se obter com as peças pretas.</p><p>8. Cavalos em posições fechadas e estáticas</p><p>são mais potentes que bispos.</p><p>9. Os cavalos são peças de curto alcance: evite</p><p>colocá-los nos extremos do tabuleiro.</p><p>10. Os cavalos se coordenam, em termos gerais,</p><p>melhor com a dama que com os bispos.</p><p>CAPÍTULO 17 A revisão de</p><p>antigos dogmas</p><p>"Os erros estão sempre esperando que alguém os cometa.•</p><p>(Tartakower)</p><p>Tartakower foi um personagem genial, tanto em seu jogo como em seus escritos. Criou</p><p>novas aberturas como a Catalã e a Orangotango. Suas revisões teóricas contemplam não só as</p><p>aberturas como também conceitos estratégicos e finais. Suas novas idéias participaram na for­</p><p>mação da escola hipermoderna, cujos representantes maiores foram Nimzowitsch e Réti.</p><p>SAVIELLY TARTAKOWER</p><p>Nacionalidade: Francesa, de origem russa.</p><p>Nascimento: Rostov (Rússia), 9 de fevereiro de 1887.</p><p>Morte: Paris, S de fevereiro de 1956.</p><p>Título: Grande Mestre.</p><p>Características de jogo: Inovador e imaginativo, representante da corrente hiper­</p><p>moderna. Foi um dos melhores jogadores do final de sua época.</p><p>Melhores torneios: Nuremberg, 1906; Munique, 1909; Viena, 1920; Bartfeld, 1926; Lon­</p><p>dres, 1927; Hastings, 1928; Barcelona, 1929 e 1934; Nice, 1930; Liege, 1930; Lodz, 1935;</p><p>Hastings, 1945; Veneza, 1947; Budapest, 1948; Beverwijk, 1949.</p><p>Façanhas: Foi o criador de famosas aberturas, como a Catalã e a Orangotango. Revi­</p><p>talizou a Defesa Holandesa e criou linhas essenciais no Gambito de Dama.</p><p>Principal debilidade: Seus resultados irregulares.</p><p>Vida privada: Nasceu na Rússia e era de origem judaica. Viveu a maior parte de sua vida</p><p>na França. Em 1909, se doutorou em leis. Grande poliglota, dominava mais de cinco idiomas.</p><p>Lutou ativamente na Primeira Guerra Mundial. Foi um perfeito cavalheiro diante do tabuleiro</p><p>ou sem ele. Dotado de fino humor, foi um escritor brilhante e genial.</p><p>Legado: Sua obra escrita mais famosa é La partida del ajedrez hipermoderna, mas tem</p><p>outros livros magníficos como: Estrategia moderna, Breviario del ajedrez e Os habla Tartakower.</p><p>Foi um incansável escritor e um dos periodistas mais famosos dedicados ao xadrez.</p><p>Consideração final: Um dos jogadores mais fortes dos anos 1926 a 1935.</p><p>Partida 33</p><p>Utilize seus peões para</p><p>debilitar o roque inimigo.</p><p>S. Tartakower - S. Tarrasch</p><p>Goteborg, 1920</p><p>Abertura dos dois cavalos</p><p>1. e4 e5 2. lbt'3 tbc6 3. i.c4 lbf6 4. d4</p><p>exd4 5. 0-0 tbxe4 6. l:tel d5 7. i.xd5</p><p>'ifxd5 8. tbc3 'i!Va5 9. lbxe4</p><p>Se 9. llxe4+ ?! i.e6 10. tbxd4 0-0-0 11. i.e3</p><p>i.fS com vantagem das pretas; ou então 9. lbxd4</p><p>lbxd4 10. 'i!Vxd4 fS, e as pretas ficariam melhor.</p><p>9 . ... i.e6 10. tbeg5 0-0-0 11. lbxe6</p><p>fxe6 12. J:txe6 i.e7 13. tbe5 lt:lxe5</p><p>Depois de 13 .... ~d5 14. ~g4! lbxe5 15.</p><p>l:txe5+ ~d7 16. 'ili'xg7, e as brancas estariam</p><p>melhor.</p><p>14 . .Uxe7 l:td7</p><p>Outras possibilidades seriam 14 .... .Uhe8</p><p>15. i.d2! (Não 15. :xg7? lbf3 + com vantagem</p><p>das pretas. 15 .... 'ifd5 16. l:txe8 :lxe8 17. 'i!VhS</p><p>com vantagem das brancas. Ou 14 .... lfüf8 15.</p><p>i.d2; ou ainda 14 .... d3 15. i.f4.</p><p>15. hd7 tbxd7 16. i.f4 ~e8 17. h31\Vf5</p><p>Se 17 .... 'in>4 18. 'i!r'h5! l:tel+ 19. ~h2!</p><p>com jogo melhor para as brancas.</p><p>18. i.g3 'ili'e4 19. 'i!Vd2 b6 20. b4</p><p>Ou então 20. l:l.dl c5 21. ~h2! aS 22.</p><p>c3 d3 23. f3! (23. 'ii'xd31i'xd3 24 . .l::txd3 l:re2 com</p><p>8 • 7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>~ -~--"fl/'</p><p>3 ~8</p><p>' . ·~"'· <</p><p>2 • 8 8</p><p>; :~.</p><p>a b e d e g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 115</p><p>igualdade) 23 .... ~e2 24. 1Wf4 l:l.e5 25. l:l.el 'i'xel</p><p>26. i.xel hel 27. 'i!Vd2 l:re2 28. 'i!Vxd3 :Xb2 29.</p><p>fixh7 com vantagem para as brancas.</p><p>20 .... lbf6 21. l:dl ~ b7 22. a4 'i'e2 23.</p><p>~xd4 ~xc2 24. as .lite4 25. 'i!Val ~ e2 26.</p><p>.l::tcl l!c4 27. axb6 axb6 28. b5 ~ b8 29. l!el</p><p>'i'c2 30. '*'a6 l;te4 31. lital.</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Final</p><p>Estudo de Horwitz e Kling,</p><p>1851</p><p>Torre contra bispo</p><p>A seguinte posição é muito instrutiva, já que</p><p>demonstra a possibilidade real de a torre vencer o</p><p>bispo. Apesar de ser um estudo, reflete alguns dos</p><p>planos básicos que deve seguir o lado que tem a</p><p>torre para atingir a vitória.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcde gh</p><p>1 . ... i.gl!</p><p>Única alternativa, dado que de outra ma­</p><p>neira o bispo seria ameaçado e haveria o mate.</p><p>Se 1. ... i.h8? 2. lk7 'ii,?f8 3. lk8+ ganhando</p><p>o bispo.</p><p>Ou 1. ... i.c5 2. J:!c7 i.f8 3. lk8 ganhando.</p><p>2. l:Ul!</p><p>Outras possibilidades não seriam boas .</p><p>Por exemplo: [2. l:l.d7? ~f8 3. ~ f6 i.b6!! (3.</p><p>. .. <.t>e8? 4. ~e6 ~ f8 5. l:tf7 + ~g8 6. ~f6</p><p>.td4+ 7. ~g6 voltando à posição ganhadora</p><p>do início)].</p><p>116 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JosÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>2 ••.• i..h2</p><p>Não valeria 2 .... i..d4? 3. lldl i..b6 4. llbl,</p><p>já que ganharia o bispo.</p><p>3. llt'2 i..g3</p><p>Se 3 .... i..gl 4. l:tg2 i..d4, entrando na va­</p><p>riante principal.</p><p>4. ltg2! i..e5</p><p>Mas não 4 .... .ih4? 5. ~h5+, e ganharia o</p><p>bispo.</p><p>Ou 4 .... i..d6 5. l1d2 i..e7 6. 11c2 'it>f8 7.</p><p>l'k8+ ganhando.</p><p>Tampouco valeria 4 .... i..c7? 5. l:tc2, ga­</p><p>nhando o bispo.</p><p>5. l:te2</p><p>Melhor que 5. ~f5+ .ig7, e as brancas não</p><p>progridem na sua intenção de ganhar.</p><p>5 . ... i..d6 6. !1e8+ i..f8 7. l:!a8 @h8 8.</p><p>11xf8 mate.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Bird</p><p>Henry Bird foi um jogador amador inglês,</p><p>contador de profissão, que jogava um xadrez de</p><p>alto nível. A abertura 1. f4 leva seu nome, uma</p><p>vez que foi utilizada por este jogador com</p><p>muita freqüência.</p><p>Asther - Bird,</p><p>1858</p><p>8 tt) .A..</p><p>7 . ,. ,.</p><p>6</p><p>5</p><p>4 • 3 1ii'</p><p>2 888 l:88</p><p>: tb.,t 1 i.@</p><p>abcde gh</p><p>1. e4 e5 2. ©f.l ©c6 3. d4 exd4 4. ©xd4</p><p>'ii'h4 5 . ©b5 i..cS 6. llff.l ©f6 7. ©xc7 + @d8</p><p>8. ©xa8 l:te8 9. i..d3 ©xe4 10. 0-0 ©xt'2 11.</p><p>h t'2 l:tel + 12 . .ifl</p><p>12 . ... ©d4 13. ~xf7 ©e2+ 14. Whl</p><p>l:txfl + 15 . .l:!xfl ©g3 mate.</p><p>Exercício 21</p><p>Estudo de Platov,</p><p>1927</p><p>Na seguinte posição, cabe às brancas jo­</p><p>gar. Você acha que podem empatar, ganhar ou</p><p>têm de se conformar com a derrota? Explique</p><p>sua resposta indicando as melhores jogadas</p><p>para os dois lados.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 :</p><p>a b e</p><p>Exercício 22</p><p>Short - Arnason</p><p>Reykjavik, 1987</p><p><;t,</p><p>d e g h</p><p>Nigel Short nasceu em Leigh (Inglaterra)</p><p>em 1965. Foi subcampeão</p><p>mundial da PCA em</p><p>1993, após perder para Kasparov. Tem um esti­</p><p>lo agressivo e combinativo. Faz parte da atual</p><p>elite mundial do xadrez.</p><p>Você é capaz de descobrir o elegante ar­</p><p>remate que permitiu a Short ganhar a parti­</p><p>da?</p><p>8 J. • 7 .,,</p><p>6</p><p>5</p><p>4 • fj</p><p>3 fj</p><p>2</p><p>fj '</p><p>1 <.ft :</p><p>a b e d e f g</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 34</p><p>Tolstoi - M. Goldenveiser,</p><p>1910</p><p>Gambito de Rei</p><p>fj</p><p>1</p><p>.t</p><p>h</p><p>Leão Tolstoi, patriarca da literatura russa,</p><p>tinha o xadrez como uma grande paixão. Nor­</p><p>malmente jogava com um dos seus melhores</p><p>amigos, M. Goldenveiser, professor do conser­</p><p>vatório de Moscou. Jogou sua última partida</p><p>em 4 de agosto de 1910, quando tinha 83</p><p>anos, e só lhe restavam três meses de vida.</p><p>Antes de jogar, disse ao amigo:</p><p>- Não é agradável jogar com você porque,</p><p>quase sempre, você ganha, mas hoje jogo a</p><p>última partida da minha vida e vou ganhar.</p><p>Quero me despedir do xadrez com uma vi­</p><p>tória.</p><p>A partida transcorreu da seguinte ma­</p><p>neira.</p><p>1. e4 e5 2. f4 exf4 3. tbf'3 g5 4 . .ítc4 g4</p><p>5. tbe5 ft4+ 6. 'it>fl d5 7 . .ítxd5 f'3 8. gxf'3</p><p>'ii'h3+ 9. ~ el g3 10. d4 g2 11. : gl 'i'h4+</p><p>12. ~e2 tbh6 13. lhg2 c6 14 . .ítxh6 cxd5</p><p>15 . .ítxf8 ~ xf8 16. '1/Vel ~e7 17. tbc3 f6 18.</p><p>tbxd5 'i!f d6 19. '1Wg3 fxe5 20. ~g7 + 'it>e8</p><p>21. 'i'xh8+ 'i!Vf8 22. 'ti'xe5+ ~ d8 23. l:tg7</p><p>tbd7 24. 'i'g5+ <;f;>e8 25. tbc7 mate.</p><p>Tolstoi ganhou tal como havia anunciado,</p><p>com uma formosa partida de estilo romântico</p><p>das que hoje já não se jogam mais.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 117</p><p>8 1 .t • • 7 ' ' lt).</p><p>6</p><p>5</p><p>4 fj fj</p><p>3 fj</p><p>2 fj fj fj <.ft</p><p>1 :</p><p>a b e d e g h</p><p>A criação da Abertura Catalã</p><p>Tartakower introduziu pela primeira vez,</p><p>no torneio de Barcelona de 1929 (evento que</p><p>se celebrou como um dos atos especiais da</p><p>Exposição Universal), o movimento 2. g3, que</p><p>posteriormente recebeu o nome de Abertura</p><p>Catalã.</p><p>Partida 35</p><p>Tartakower - Torres</p><p>Barcelona, 1929</p><p>Abertura Catalã</p><p>1. d4 tbf6 2. g3 g6</p><p>Torres optou pela variante simétrica. Outras</p><p>opções seriam 2 .... e6 ou 2 .... dS.</p><p>3. c4 c5</p><p>Na partida Tartakower - Monticelli, deste</p><p>mesmo torneio, se jogou 3 .... .ítg7 4. i.g2 0-0</p><p>5. e4 com melhores perspectivas para as bran­</p><p>cas.</p><p>4. dS d6</p><p>Curiosamente este tipo de estrutura corres­</p><p>ponderia atualmente à Defesa Benoni.</p><p>5. tbc3 .tt'S 6. i.g2 .ítg7 7. e4 .ítg4 8. f.3</p><p>i.cS 9. tbge2 tbbd710. O-O h5 11. h3 as</p><p>Não serviria 11 .... tbeS? 12. f4 tbxc4? 13.</p><p>'i'a4+ ganhando uma peça.</p><p>118 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>12. i.e3 lt:\b6 13. b3 i.d7 14. a4 'ii'c8</p><p>15. ~ h2 lt:\h7 16. 'i'd2 g5 17. f4</p><p>Não seria conveniente 17. i.xg5? lt:\xg5 18.</p><p>'i!t'xg5 i.e5, e as pretas teriam um forte ataque</p><p>pelo peão perdido.</p><p>17 . ... h4 18. gxh4</p><p>Seria mais sólido 18. g4, mas as brancas</p><p>querem entrar em um jogo mais agressivo.</p><p>18 . ... g4 19. f5 gxh3 20. i.xh3 i.f6</p><p>21. i.g5 lt:\xg5 22. hxg5 i.e5+ 23. ~ g2</p><p>'i'c7 24. lt:\gl</p><p>Com a idéia de ocupar a casa f3 e expul­</p><p>sar o indigesto bispo situado em eS.</p><p>24 . ... 0-0-0 25. lt:\f3 i.g7 26. lt:\b51</p><p>Um sacrifício posicional para manter a</p><p>iniciativa.</p><p>26 . ... i.xb5 27. axb5 i.xal 28. l:.xal</p><p>lMg8 29. 'ii'xa5 ~ d7</p><p>8 1</p><p>7</p><p>6</p><p>8 8</p><p>4 8</p><p>3 8 ltJ .i</p><p>2 <.ti></p><p>11:[ :</p><p>a b e d e g h</p><p>Se 29 .... f6 30. g6 ~d7 31. i.g4 l:ta8 32.</p><p>'ii'c3 l:txal 33. 'ii'xal ltd8 34. 'ii'h2, e as brancas</p><p>estariam melhor graças ao seu perigoso peão</p><p>passado em g6.</p><p>30. f6+ ltxh3 31. ~ xh3 exf6 32. gxf6</p><p>'ii'd8 33. 'i!t'c3 ~c7 34. lt:\h4 'iic8+ 35. lt:\fS</p><p>l:.g6 36. l:tfl lt:\d7 37. Wa5+ lt:\b6</p><p>Em caso de 37 .... ~b8 38. b6! 'i'h8+</p><p>39. lt:\h4 lhf6 40. l:tal ~c8 41. Wa8+ lt:lb8</p><p>42. l:ta7 com clara vantagem para as bran­</p><p>cas.</p><p>38. e5!</p><p>8 ..</p><p>7 ••</p><p>6 • ' 8 1</p><p>5 1i'8i88lt:J</p><p>4 8</p><p>3 8 <.ti></p><p>2</p><p>a b e d e f g h</p><p>38 . ... l:th6+?</p><p>Uma boa opção para as pretas seriam 38 ....</p><p>l:tgl 39. l:txgl 'ii'xf5+ 40. :.g4 ft'f3+ 41. ~h4</p><p>com grandes possibilidades de empate pelos</p><p>incômodos xeques da dama preta.</p><p>39. ~g2 l:.g6+ 40. lt:\g3 'iVd8 41. b4 <3õ>b8</p><p>42. bxc5 dxc5 43. l:tf3 l:tg4 44. e61 'ii'd6</p><p>Outras alternativas não serviriam. Por exem­</p><p>plo: 44 .... fxe6? 45. f7!; 44 .... lhc4 45. e7. l:r.c2+</p><p>46. ~fl!</p><p>45. e7 l:.g8 46. 'ii'el l:r.e8 47. lt:\fS!</p><p>As pretas abandonam, visto que todas as</p><p>projeções levam à vitória das brancas. Por</p><p>exemplo:</p><p>47 .... 'i'xf6 48. 'ii'g3+ ~c8 49. lt:\d6+ com</p><p>clara vantagem.</p><p>47 .... li'd7 48. 'ii'e5+ 'i'c7 49. 'ii'xc7+ ~xc7</p><p>50. lt:\g7 com vantagem decisiva.</p><p>47 ..... l:tg8+ 48. lt:\g7 com vitória das brancas.</p><p>8 • 1</p><p>7 ' 8i</p><p>6 • • 8</p><p>5 8i8 ltJ</p><p>4 8</p><p>3 :</p><p>2 @</p><p>a b e d e g h</p><p>Uma Abertura Catalã espetacular</p><p>Partida 36</p><p>A. Alekhine - K. Junge</p><p>Praga, 1942</p><p>Abertura Catalã</p><p>1. d4 d5 2. c4 e6 3. tbt'3 tbf6 4. g3 dxc4</p><p>5. 'i/ka4+ tbbd7</p><p>Na partida Junge - Alekhine (Munique,</p><p>1942), Alekhine jogou 5 .... i.d7, com</p><p>um plano completamente diferente ao des­</p><p>ta partida. A pretensão de Junge é o rápio</p><p>avanço dos peões do flanco da dama com­</p><p>binado com o desenvolvimento do bispo por</p><p>b7.</p><p>6. i..g2 a6 7. 'i'xc4 b5 8. 'ir'c6</p><p>O habitual é a retirada da dama para c2,</p><p>mas a intenção de Alekhine era tirar a torre pre­</p><p>ta da coluna "a".</p><p>8 . ... :h8</p><p>Uma jogada correta, mas talvez fosse mais</p><p>flexível a 8. ... lla7, com a possibilidade de</p><p>deslocar a torre no futuro para c7 ou d7.</p><p>9. 0-0 i.b7 10. 'i/jc2 c5 11. a4!</p><p>Um magnífico sacrifício posicional: a</p><p>aceitação do peão cedido ocasionará graves</p><p>problemas às pretas.</p><p>11 . ... i..xt'3 12. i.xt'3 cxd4 13. axb5</p><p>axb5 14. ~dl ~b6</p><p>Não seria bom 14 .... i..c5? 15. i.f4 e5 16.</p><p>i..xe5 tbxe5 17. 'ir'xc5 tbxf3+ 18. exf3 'i'e719.</p><p>'ir'xd4 com vantagem das brancas.</p><p>15. tbd2 e5 16. tbb3 tbc5?</p><p>Teria sido melhor 16 .... i.e7 17. e3 dxe3</p><p>18. i.xe3 'ir'e6, e as brancas ganhariam van­</p><p>tagem posicional em troca do peão cedi­</p><p>do.</p><p>17. tbxc5 i.xc5</p><p>Se 17 . ... 'ii'xcS 18. i.c6+ tbd7 19. 'i!Vxc5</p><p>i.xcS 20. l:laS recuperando o peão e ficando em</p><p>melhor posição.</p><p>18.l:a6!!</p><p>Ó XADREZ DOS GRANDES MESTRES 119</p><p>8 • 7</p><p>6 : .</p><p>5</p><p>' J. 4</p><p>3 J..8</p><p>2 8'fl 8 8 8</p><p>i..: @</p><p>a b e d e g h</p><p>Um magnífico e inesperado sacrifício de</p><p>Alekhine, que é perfeitamente correto.</p><p>18 . ... 'i/kxa6 19. 'i'xc5</p><p>Impedindo o roque das pretas, tal como</p><p>havia previsto Alekhine.</p><p>19 . ... 'ii'e6</p><p>No caso de 19 .... tbd7 20. i..c6 f6 21. 'iid6</p><p>com múltiplas ameaças por parte das brancas.</p><p>20. i..c6+ tbd7</p><p>Não seria bom 20 .... ~d8? 21. i..d2 b4 22.</p><p>l:tal! l:tc8 23. 'ilkb6+ ~e7 24. i.xb4+, as</p><p>brancas ganhariam.</p><p>21. i..xd7+ 'it>xd7</p><p>Muito mal seria 21. ... ~xd7?? 22. 'i/kxe5+,</p><p>e se ganha a torre de b8.</p><p>22. 'ir'a7 + 'it>c6</p><p>Não vale 22 .... 'it>c8? 23. i.d2 seguido de l:lcl + .</p><p>23. i..d2 :hc8 24. e4 ~b3</p><p>8</p><p>7 fl</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 • 8</p><p>2 8 i.. 8 8</p><p>: ®</p><p>a b e d e g h</p><p>120 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>As brancas ameaçam 25. l:.cl + 'ifd6 26.</p><p>i.b4+.</p><p>As pretas deveriam ter jogado 24 .... b4! 25.</p><p>:a1 @b5! para escapar via c4-d3. 26. 'ilfa4+ @c4</p><p>27. 'i'c2+ ~bS, e as brancas deveriam se</p><p>conformar com o empate.</p><p>25. : at b4</p><p>Não 25 .... l:b7 por 26. l:cl +.</p><p>26. l:.a6+ Wb5 27. :.as+ Wc6</p><p>Não se pode jogar 27 .... ~c4 28. 'i'a6+</p><p>l:.b5 29. ~xbS mate.</p><p>28. 'ti'c5+ Wd7 29. lta7+</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Fischer e suas 60</p><p>memoráveis partidas</p><p>Quando Bobby Fischer escreveu o livro Mis</p><p>memorables 60 partidas, primeiro comentou</p><p>50, mas logo teve um ataque de paranóia e</p><p>rasgou seus comentários. O editor do livro lhe</p><p>disse que sem seus comentários aquelas par­</p><p>tidas não teriam nenhum valor. Muito tempo</p><p>depois, refez os comentários, porém, como</p><p>havia jogado muitas outras partidas, teve de</p><p>acrescentar mais dez, originando finalmente</p><p>o livro.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Um contra-ataque no centro é a melhor</p><p>estratégia ante um ataque do nosso adver­</p><p>sário em um dos flancos.</p><p>2. A ordem das jogadas é muito importante no</p><p>xadrez; tenha cuidado em não alterar a</p><p>seqüência de lances.</p><p>3. "Em um ataque, o material tem impor­</p><p>tância secundária." (Fine)</p><p>4. "Roque quando sentir necessidade, não sim­</p><p>plesmente porque pode fazê-lo." (Napier)</p><p>5. Cálculos</p><p>de variantes não se devem mis­</p><p>turar. Primeiro deve-se analisar uma linha</p><p>de jogo e, quando esgotar, analisar uma</p><p>outra.</p><p>6. Não se trata de fazer sempre a melhor joga­</p><p>da, mas uma que nos proporcione algum</p><p>tipo de vantagem segundo um determinado</p><p>plano lógico.</p><p>7. O valor das peças é sempre relativo e de­</p><p>pende da posição no tabuleiro a cada mo­</p><p>mento, por isso, no xadrez, se podem reali­</p><p>zar sacrifícios e entregas de material.</p><p>8. O xeque a descoberto é uma das jogadas</p><p>mais efetivas no xadrez.</p><p>9. Normalmente a dama combina melhor com</p><p>o cavalo que com o bispo.</p><p>10. "O rei é uma peça poderosa; utilize-a." (Fine)</p><p>CAPÍTULO 18 O jogo científico</p><p>"Da mesma forma que um médico deve ter uma imagem clara do</p><p>estado patológico para planejar um tratamento, o jogador de xadrez</p><p>deve traçar um plano de acordo com as característi cas da posição.•</p><p>(Euwe)</p><p>Max Euwe conseguiu chegar a campeão mundial sem deixar de exercer suas tarefas de profes­</p><p>sor universitário. O xadrez foi para ele objeto de investigação científica, estudou a teoria das</p><p>aberturas e sistematizou todos os seus descobrimentos. Foi um jogador amante do jogo sólido,</p><p>embora também dominasse o jogo tático. Se converteu no mais prolífico escritor dentre todos os</p><p>campeões mundiais.</p><p>MAXEUWE</p><p>Nacionalidade: Holandês.</p><p>Nascimento: Watergrafsmeer, 20 de maio de 1901.</p><p>Morte: 1981.</p><p>Títulos: Campeão do mundo entre 1935 e 1937.</p><p>Características de jogo: Grande preparação técnica. Primeiro teórico das aberturas</p><p>modernas.</p><p>Melhores torneios: Treze vezes campeão da Holanda; Amsterdã, 1924; Haia, 1928;</p><p>Hastings, 1930 e 1934; Londres, 1946; Berlim, 1950; Gijón, 1951.</p><p>Façanhas: Vencer Alek.hine na Holanda, em seu encontro pelo campeonato do mundo em</p><p>1935, quando Alekhine era o claro favorito.</p><p>Principal derrota: Ante Alekhine em 1937, pelo campeonato do mundo.</p><p>Principal debilidade: Não se dedicar por inteiro ao xadrez. Compartilhou sua paixão</p><p>pelo xadrez com sua carreira de professor de matemática.</p><p>Vida privada: Foi professor universitário e presidente da PIDE entre 1970 e 1978. É</p><p>considerado por quem o conheceu como um grande cavalheiro em todos os aspectos.</p><p>Legado: Foi o mais prolífico escritor dentre todos os campeões do mundo. Seu mais famoso</p><p>trabalho são suas monografias sobre aberturas. Escreveu, dentre outros, Estrategia y tácti.ca, Criterio y</p><p>táct:ica, The developments of Chess Style, El Medio juego (em colaboração com Kramer) e The Road to</p><p>Chess Mastery (escrito em parceria com Meiden).</p><p>Consideração final: Jogador de grande preparação teórica, muito hábil em todas as</p><p>fases do jogo.</p><p>122 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 37</p><p>Cuidado com o "trem".</p><p>M. Euwe - B. Fischer</p><p>Nova York, 1957</p><p>Gambito de Dama</p><p>Esta partida ocorreu em um encontro</p><p>jogado em Nova York, quando o jovem</p><p>Bobby Fischer enfrentou o ex-campeão mun­</p><p>dial Dr. Euwe. É uma partida de jogo posi­</p><p>cional, na qual Euwe demonstrou a efeti­</p><p>vidade do ataque conhecido como "o trem",</p><p>que consiste em ameaçar mate com a da­</p><p>ma protegida por um bispo. Por isso, não</p><p>desanime! Se a Fischer, que seria mais tar­</p><p>de campeão mundial, puderam aplicar a</p><p>"máquina do trem", também poderão ten­</p><p>tar sobre você, mas nem por isso desista</p><p>do empenho de seguir melhorando cada vez</p><p>mais.</p><p>1. d4 tbf6 2. c4 e6 3. lbc3 d5 4. cxd5</p><p>Por inversão de jogadas voltamos ao Gam­</p><p>bito da Dama, Defesa Ortodoxa, em que as</p><p>brancas elegem a variante da troca.</p><p>4 . ... exd5 5. i.g5 i.b4</p><p>Embora não se possa qualificar como uma</p><p>má jogada, este movimento é menos natural</p><p>que a simples e teórica 5. i.e7.</p><p>6.e3</p><p>Este é melhor que 6. tbf3, já que reserva a</p><p>possibilidade de desenvolver o cavalo por e2.</p><p>Devemos tentar, sempre que possível, jogar</p><p>da forma mais "flexível" que pudermos, para</p><p>não dar pistas ao adversário sobre nossos</p><p>planos.</p><p>6 . ... h6 7 . .ih4 c5</p><p>O jovem Bobby Fischer jogou com a mesma</p><p>agressividade que Botvinnik, na sua idade (14</p><p>anos), mostrou quando lutou contra Capa­</p><p>blanca numa sessão de simultâneas que o ge­</p><p>nial cubano realizou em Leningrado no ano de</p><p>1925. Nessa ocasião, e onde Capablanca, após</p><p>ver-se superado, afirmou que seu jovem rival</p><p>chegaria a campeão mundial, vaticínio que se</p><p>cumpriu em 1972.</p><p>Voltando à posição, é digna de conside­</p><p>ração a simples 7. c6, pois, para poder retirar</p><p>o bispo a e7, as pretas se vêem obrigadas a</p><p>trocar peões, com o que perdem um tempo</p><p>muito valioso.</p><p>8. ~d3 tbc6</p><p>Inferior seria 8. c4 9. ~c2, porque as</p><p>brancas terminariam seu desenvolvimento</p><p>com os lances tbe2 e 0-0, e logo obteriam</p><p>uma clara superioridade mediante f3 segui­</p><p>do de e4!</p><p>9. lbge2 cxd4</p><p>Não se pode demorar mais nesta troca. Se</p><p>9 .... 0-0 10. 0-0 cxd4 11 . .ixf6 'i\fxf6 12. tbxd4</p><p>e ganharia um peão.</p><p>10. exd4 0-0 11. 0-0 ~e6</p><p>Uma vez mais, observamos o típico proble­</p><p>ma das pretas no Gambito de Dama: o desen­</p><p>volvimento do bispo da dama. Má seria a alter­</p><p>nativa: 11 .... .ig4 12. f3 .ih5 13. g4 .ig6 14.</p><p>.ixg6 fxg6 15. tbf4.</p><p>12 . .ic2!</p><p>As brancas aproveitam o frágil avanço pre­</p><p>to h6 para preparar um ataque sobre a diagonal</p><p>bl-h7, dado que g6 das pretas debilitaria ainda</p><p>mais o roque e ofereceria possibilidades de</p><p>sacrifícios.</p><p>12 . ... .te7 13. lbf4</p><p>Não serviria 13. lit'd3 por causa de lbb4.</p><p>Agora as brancas especulam com a má coloca­</p><p>ção do bispo da dama preta e preparam seu</p><p>cavalo para o sacrifício em g6, no caso das pre­</p><p>tas adiantarem seu peão "g" contra a amea­</p><p>ça lit'd3.</p><p>13 . ... 'tli'b6?</p><p>A situação das pretas já é muito difícil, mas</p><p>este lance precipita o desenlace. Melhor teria sido</p><p>13 .... g5 14. tbxe6 fxe6 15 . .ig3 lit'e8 16 . .ie5</p><p>~5 com certo contrajogo.</p><p>14 . .ixf6 .ixf6 15. 'i\f d3 l:tfd8</p><p>Evidentemente, se 15 .... g6 16. lbxg6 fxg6</p><p>17. ~xg6+ i.g718. 't\i'xe6+, etc.</p><p>16. l:tfel lbb4</p><p>Ante a ameaça ~h7+. Tampouco seria</p><p>solução: 16 .... g6 17. litxe6.</p><p>17. ft7+ @f8</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5 .l</p><p>4 • 8</p><p>3 ti)</p><p>2 8 8 .i 888</p><p>1 : 1:1 @i</p><p>a b e d e f g h</p><p>18. a31</p><p>Magnífica jogada que distingue um grande</p><p>jogador como Euwe e que termina a partida</p><p>com um formoso remate.</p><p>18 . ... lbxc2 19. lbcxdS l:!.xdS 20.</p><p>lbxds</p><p>E as pretas abandonam ante a inevitável</p><p>perda da dama ou mate com ~h8.</p><p>Final - Antigeometria enxadrística</p><p>Estudo de Réti,</p><p>1921</p><p>O xadrez contra as</p><p>regras da geometria</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>abcde gh</p><p>Ó XADREZ DOS GRANDES MESTRES 123</p><p>O presente estudo de Ricardo Réti im­</p><p>pressiona à primeira vista. Como o rei bran­</p><p>co, longe duas casas do peão em h5, pode</p><p>impedir sua coroação? Não vale o caminho</p><p>reto 1. ~h7, h4; 2. ~h6, h3, etc. Como se</p><p>fosse pouco, o rei preto controla a coroação</p><p>do peão em c6, do qual se encontra a uma</p><p>casa de distância.</p><p>O lance das brancas para deter o peão da</p><p>coluna "h" é o seguinte:</p><p>1. ~g71</p><p>Genial! As brancas seguem o caminho em</p><p>forma triangular via f6, e5, f4, g3, h2.</p><p>1 . ... h4 2. ~f61 ~b6</p><p>Depois de 2 .... h3 3. ~e7 h2 4. c7 ~b7 5.</p><p>~d7, ambos os peões coroariam e ocorreria no</p><p>empate.</p><p>3. ~eSI ~xc6</p><p>Novamente falhava 3 .... h3 4. ~d6 h2 5. c7</p><p>~b7 6. 'it>d7.</p><p>4. ~f4 h3 5. ~g3 h2 6. ~xh2 e em-pate.</p><p>Demonstra-se com esse estudo que no xa­</p><p>drez a linha reta não é o caminho mais curto</p><p>entre dois pontos.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Anastasia</p><p>Nome tomado da novela de Wilhelm Hein­</p><p>se Anastasia und das Schachspiel (Frankfurt,</p><p>1803).</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 8 lj 8 8 8</p><p>: j_ :; @</p><p>a b e d e g h</p><p>124 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>1 . ... 'it>e7!! 2. t'3 lbh2+ 3. ~2 llh8+</p><p>4. i.h6 llxh6 mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8 8</p><p>2 8 • 8@</p><p>1 : :</p><p>a b e d e g h</p><p>Exercício 23</p><p>Estudo de Przepiorka</p><p>As brancas jogam e ganham 4 jogadas</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>Nesta estranha posição, as brancas devem dar</p><p>mate o mais rapidamente possível. Você é capaz de</p><p>encontrar uma forma de dar mate em 4 jogadas?</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Não aceito empate!</p><p>A seguinte posição ocorreu em Nova York,</p><p>em 1888. A partida e o diálogo entre os adver­</p><p>sários continuou da seguinte forma:</p><p>O jogador das brancas:</p><p>- Ofereço empate.</p><p>O jogador das pretas:</p><p>- Sinto muito, mas a partida está ganha</p><p>para mim.</p><p>1. ... hS 2. <J.,f'3</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 • .t</p><p>a b e d e g h</p><p>O jogador das brancas:</p><p>- Mas você não sabe que os finais com bispos</p><p>de diferente cor não se podem ganhar?</p><p>2 .... cJ;>gs</p><p>O jogador das pretas:</p><p>- Se é empate, logo veremos no final da</p><p>partida.</p><p>3.~e2</p><p>As brancas:</p><p>- Renovo minha oferta de empate, você não</p><p>vê que é impossível ganhar?</p><p>3 .... ~h4</p><p>As pretas:</p><p>- Por favor, não me moleste mais com sua</p><p>oferta de empate.</p><p>4. <j.,t'3</p><p>-Empate?</p><p>4 .... ~h3</p><p>- Mas você não percebe que só tem um</p><p>bispo e eu não posso perder?</p><p>5. <J.,e2 h4??</p><p>O jogador das pretas percebe, de repente, seu</p><p>erro e oferece a mão ao adversário, dizendo:</p><p>- Bem, agora sim, creio que é empate.</p><p>6. 'it>f3</p><p>- Vamos jogar mais um par de jogadas.</p><p>Agora eu não quero empate.</p><p>6 . ... i.gl 7 . .tg2; mate!</p><p>Viver para e pelo xadrez</p><p>Ruben Fine opina sobre Alekhine: '1\1.ekhi­</p><p>ne amava o xadrez, para ele era a sua própria</p><p>vida. Em suas viagens em trem ou barco, de­</p><p>dicava longas horas a analisar novas linhas.</p><p>Qualquer partida jogada por ele ou por qual­</p><p>quer outro era interessante para originar no­</p><p>vas idéias. Em seus dias livres, divertia-se jo­</p><p>gando partidas rápidas. Vivia para o xadrez e</p><p>só para o xadrez".</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Denomina-se "trem", em termos enxa­</p><p>drísticos, a combinação de dama e bispo</p><p>apontados contra o roque adversário. Trata­</p><p>se de uma arma de alto risco para o bando</p><p>defensor, já que pode produzir perigosas</p><p>combinações sobre o rei.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 125</p><p>2. No xadrez, a linha reta não é o caminho</p><p>mais curto entre dois pontos.</p><p>3. Nunca conte o material fora do tabuleiro,</p><p>mas apenas as peças que estão dentro dele;</p><p>suas peças podem estar misturadas com as</p><p>dos outros jogadores.</p><p>4. Considere que, toda vez que você avança</p><p>um peão, domina novas casas, mas deixa</p><p>de dominar outras.</p><p>5. É necessário compreender a "filosofia" das</p><p>aberturas, suas idéias fundamentais.</p><p>Aprender jogadas de memória sem enten­</p><p>dê-las não serve para nada.</p><p>6. Estude em profundidade umas poucas</p><p>aberturas. É interessante conhecer um</p><p>pouco de todas e se aprofundar apenas em</p><p>duas ou três com as brancas e com as</p><p>pretas.</p><p>7. Cuidado ao mover os peões, pois são as</p><p>únicas peças que não podem retroceder.</p><p>8. "No xadrez, quando se joga com um ad­</p><p>versário mais forte, as duas armas dispo­</p><p>níveis para vencê-lo são a lógica e a ima­</p><p>ginação." (J. R. Capablanca)</p><p>9. Os finais não são entediantes; podem ser</p><p>ricos em possibilidades táticas e estra­</p><p>tégicas.</p><p>10. Nunca jogue para empatar ou para ganhar,</p><p>mas simplesmente se limite a fazer sempre</p><p>a melhor jogada que a posição requer.</p><p>CAPÍTULO 19 O princípe</p><p>coroado</p><p>•o final é a parte do jogo em que as vantagens conseguidas</p><p>na abertura e ~o meio-jogo se convertem em vitórias.•</p><p>(Keres)</p><p>Paul Keres talvez seja o mais forte jogador da história do xadrez que não chegou a ser campeão</p><p>mundial. Seu jogo se caracterizava, a princípio, por audazes combinações para passar depois a um</p><p>estilo mais repousado, mas não isento de brilhantismo. De caráter organizado e metódico, foi um</p><p>dos jogadores mais talentosos de sua época.</p><p>PAULKERES</p><p>Nacionalidade: Estoniano.</p><p>Nascimento: Narva (Estônia), 7 de janeiro de 1916.</p><p>Morte: Junho de 1975.</p><p>Títulos: Grande Mestre Internacional.</p><p>Características de jogo: Evoluiu de um jogo agressivo e audaz para um mais pausado,</p><p>posicional e teórico.</p><p>Melhores torneios: Sete vezes candidato ao Campeonato Mundial; AVRO, 1938; Campeão</p><p>da URSS de 1947, 1950 e 1951; Talin, 1936; Margate, 1937; Buenos Aires, 1939; Salzburgo,</p><p>1943; Madri, 1943; Riga, 1945; Budapeste, 1952; Hastings, 1954; Mar del Plata, 1957; Hastings,</p><p>1958; Zurique, 1961; Los Angeles, 1963; Estocolmo, 1966; Bamberg, 1968; Budapeste, 1971;</p><p>Tallin, 1975; Vancouver, 1975.</p><p>Façanhas: Vencer o torneio de AVRO, que lhe deu o direito de disputar o campeonato do</p><p>mundo contra Alekhine.</p><p>Principal derrota: Seu encontro com Alekhine pelo Campeonato Mundial não pôde ser</p><p>disputado devido à Segunda Guerra Mundial.</p><p>Principal debilidade: Sua má sorte.</p><p>Legado: Junto com Euwe, foi o melhor autor de textos relacionados com a teoria das</p><p>aberturas. Escreveu excelentes livros sobre suas melhores partidas.</p><p>Vida privada: Pessoa de modos esquisitos, espírito ordenado e caráter autocrítico. Toda</p><p>a vida teve infortúnios que marcaram sua carreira enxadrística. Suas idéias democráticas lhe</p><p>ocasionaram grandes problemas.</p><p>Consideração final: Um dos Mestres mais fortes, consistentes e populares de sua</p><p>época. Ganhou o título de "Príncipe coroado".</p><p>Partida 38</p><p>Thomas - Keres</p><p>Marga te, 193 7</p><p>Abertura Espanhola</p><p>Procure não colocar</p><p>seus cavalos nos extremos</p><p>do tabuleiro, já que é o lugar</p><p>onde são menos efetivos</p><p>e mais vulneráveis.</p><p>A seguinte partida, jogada por Keres no</p><p>torneio de Margate, nos mostra que, ape­</p><p>sar deste genial enxadrista nunca ter chega­</p><p>do a ser campeão mundial, foi um dos gran­</p><p>des jogadores da história do xadrez. Ke­</p><p>res tinha grandes conhecimentos teóricos e</p><p>se distinguiu por seu magistral jogo combi­</p><p>nativo.</p><p>1. e4 e5 2 . tbt'3 lbc6 3 . .ib5 a6 4 . .ta4</p><p>lbf6 5. lt:lc3</p><p>Uma continuação pouco usual.</p><p>5 . ... b5 6 . .ib3 d6!?</p><p>Convidando as brancas a jogar lbgS.</p><p>7. lbg5 d5 8. lbxdS</p><p>No caso de 8. exdS lbd4 9. d6 lbxb3 10.</p><p>dxc7 'i'xc7 11. axb3 i..b7, a vantagem seria das</p><p>pretas, apesar do peão cedido.</p><p>8 . ... lt:ld4 9 . lbe3</p><p>Outra possibilidade seria 9. lt:lc3 lbxb3 10.</p><p>axb3 b4 11. /t)a4 h6 12. lbf3 /t)xe4 13. 'i'e2</p><p>.ib7 14. d3 lbg5 com jogo complicado.</p><p>9 . ... lbxb3 10. axb3 h6 11. lbt'3 lbxe4</p><p>12. lt:lxe5 'iVf6 13. lbt'3 .ib7 14. 'i!Ve2 0-0-0</p><p>15. 0-0 .id6 16. lt:lg4 'i'fS 17 . d3</p><p>A /t)e3 seguiria 'i'hS com diferentes amea­</p><p>ças, como lt:lc3 seguido de i..xf3.</p><p>17 . ... lbg5 18. lbh4 'it'd5 19. c4?</p><p>Parece melhor 19. f4, pois, após este lance,</p><p>as pretas jogariam 19. .. . /t)e6 com boas</p><p>perspectivas de ataque.</p><p>19 . ... 'i:lh3+!</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 127</p><p>8</p><p>7</p><p>6 ' 5 ' 4 8 tb tb</p><p>3 8 8 • 2 8 fl 8 8 8</p><p>: i. l:t @</p><p>a b e d e f g h</p><p>20. ~ hl 'ii'h5!</p><p>O cavalo de h4 não tem como se retirar</p><p>bem.</p><p>21. c5 J:the8 22. 'it'c2</p><p>No caso de 22. i.e3 'ii'xh4 23. cxd6 .ixg2+</p><p>24. cJ;,xg2 lt:lf4+ ganhando a dama.</p><p>22 . ... 'ii'xh4</p><p>Também seria bom o simples .txcS.</p><p>23. cxd6?</p><p>Tampouco adiantaria 23. c6 i..xc6 24.</p><p>'ii'xc6 lt:lxf2+! 25. ~gl lbxg4 26. 'ikxa6+ ~d7.</p><p>Melhor seria 23. f3! .ixcS 24. 'ii'xcS l:te2 25.</p><p>~fS+ <t>b8 26. lbe3 ante a ameaça hS. Se 26 . ...</p><p>tbf2+ 27. ~gl lbxd3 28. 'i'xf7 'i'd4 29. _,e7</p><p>tbxcl 30. l:taxcl 'ii'xe3+ com clara vantagem</p><p>das pretas.</p><p>23 . ... .i.xg2 +!</p><p>8 •••</p><p>7 ' ' ' 6' 8 j</p><p>5</p><p>4 '</p><p>3 8 8</p><p>2 8 ..</p><p>1 : ~</p><p>a b e d e f g h</p><p>128 ANTONIO LóPEZ MANZANO E José MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>24. 'li'xg2 'i'xg4+ 25. <i>hl 'i'f.3 mate.</p><p>Final</p><p>Estudo de Batuyev,</p><p>1940</p><p>Final de bispo contra peões</p><p>O seguinte diagrama mostra um instrutivo</p><p>final de bispo e peão contra três peões que de­</p><p>monstra a utilidade de ter conhecimentos so­</p><p>bre esta fase da partida. A estratégia branca</p><p>consistirá, como é evidente, em não permitir a</p><p>troca de seu único peão. Os tempos de espera</p><p>com o bispo, sem se precipitar em tomar o</p><p>peão da coluna "d", são vitais para conseguir a</p><p>vitória.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4''</p><p>3</p><p>2</p><p>•</p><p>a b e d e</p><p>O final se ganha como segue:</p><p>1. i.f6!</p><p>g h</p><p>Não serviria: 1. i.xb4? Wb5 2. i.f8 a3!!,</p><p>uma surpresa inesperada. Se 3. bxa3 empa­</p><p>te, dado que o peão da torre coroa em casa</p><p>branca, de cor diferente das casas onde circula</p><p>o bispo branco. E se 3. i.xa3 ~c4 4. i.e7 ~b3</p><p>5. i.a3 ~c4 6. Wf3 'it>b3 7. ~e2 'it>c2 com em­</p><p>pate.</p><p>1 . ... 'it>c5! 2. Wd3!</p><p>Não seria bom 2. i.xd4+? ~c4 3. i.e5 ~b3</p><p>4. 'it>d3 a3 com empate.</p><p>2 . ... b3 3. i.g7!</p><p>Um tempo de espera necessário. Não seria</p><p>bom 3. i.xd4+ ~b5! 4. 'it>c3 a3! 5. bxa3, e o</p><p>peão da torre ficaria solitário e não poderia</p><p>ganhar a partida.</p><p>3 . ... ~ d5 4. i.fs ~e5 5. c;tc4! ~e4</p><p>6. 'it>b4</p><p>d3 7. i.h6 'Í'd4 8. Wxa4 'it>c4 9.</p><p>i.d2</p><p>E as pretas se encontram em zugzwang e</p><p>não podem evitar perder os peões e a par­</p><p>tida.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Keres</p><p>Keres - Friedrich,</p><p>1956</p><p>1. e4 e5 2. tzlf3 tzlc6 3. d4 exd4 4.</p><p>tzlxd4 tzlge7 5. tzlc3 g6? 6. i.g5 i.g7</p><p>8 1 ...... 1</p><p>7 .1,,,., ... ,</p><p>6 • ' 5 .i.</p><p>4 ~8</p><p>3 ti)</p><p>2 888 888</p><p>: 'if@i. :</p><p>abcdefg h</p><p>7. tzld5! i.xd4 8. 'i'xd4!! tzlxd4 9.</p><p>tzlf6+ ~f8 10. i.h6 mate.</p><p>Exercício 24</p><p>Capablanca - Spielmann</p><p>San Sebastián, 1911</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Na partida de Capablanca contra Spiel­</p><p>mann no torneio de San Sebastián, em 1911,</p><p>se produziu a seguinte posição:</p><p>8</p><p>7' '. 6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 8 i.. 1</p><p>J. • i.&</p><p>abcde gh</p><p>Capablanca encontrou um plano ganha­</p><p>dor. Você saberia indicar como ele continuou</p><p>a partida?</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 39</p><p>A. López - J. Hernández</p><p>Barcelona, 1980</p><p>Abertura do peão da dama</p><p>Quando o adversário o obriga a ganhar</p><p>No xadrez, não é suficiente desenvolver as</p><p>peças; estas devem se colocar nas casas mais</p><p>adequadas de acordo com um plano predeter­</p><p>minado. A partida seguinte, disputada por</p><p>um dos autores deste livro, é um interessante</p><p>exemplo de como castigar a falta de um plano</p><p>adequado por parte do adversário.</p><p>1. d4 lbf6 2. i.g5 g6</p><p>Fsta última jogada das pretas permite às</p><p>brancas dobrar um peão preto e, em certas varian­</p><p>tes, atacar perigosamente o flanco do rei preto.</p><p>3. i.xf6</p><p>Outra possibilidade seria 3. lbd2 .ig7 4. c3</p><p>dS (4 .... cS 5 . .i.xf6 i.xf6 6. lbe4 'i'b6 7. lbxf6+</p><p>exf6 8. l:.bl d6 9. e3 0-0 10. lbf3 lbc6 11. i.d3; 4.</p><p>... d6 5. e4 0-0 6. i.c4 lt:ibd7 7. lbe2 cS 8. f3 'i'aS</p><p>com igualdade) 5. e3 0-0 6. 1..f4 b6 7 . .1d3 .ib7</p><p>8. lbgf3 lbe4 com jogo mais ou menos igualado.</p><p>Ü XADREZ DOS GRA'lDES MESTRES 129</p><p>3 . ... exf6 4. e3 i.g7 5. i.d3 d5</p><p>Também seria possível 5 .... d6 6. lbe2 fS 7.</p><p>lbf4 lbd7 8. c3 c6 9. lbd2 lbf6 10. °ii'b3 0-0 com</p><p>ligeira vantagem para as brancas.</p><p>Ou então 5 .... fS 6. 'ii'f3 lbc6 7. c3 b6 8.</p><p>lbe2 i.b7 9. l\t'g3 0-0 10. h4 hS 11. lbd2 lbe7</p><p>12. lbf4 lbd5 13. lbxdS i.xdS 14. 0-0-0 as 15.</p><p>~b 1 com jogo igual.</p><p>6. lt:ie2 0-0 7. h4 f5 8. lbf4 b6 9. lbd2</p><p>.ib7 10. h5 l:.e8</p><p>Se 10 .... gS 11. h6 i.f6 12. lbhS, e as</p><p>brancas ficariam melhor.</p><p>11. hxg6 hxg6?</p><p>Seria melhor: 11. ... fxg6.</p><p>a) 12. g4 'i'gS (12 .... ~d613. 'i'f3 i.xd414.</p><p>0-0-0 fxg4 15. 'i/Vxg4 i.eS 16. lbc4 ~d7</p><p>17. lbxeS) 13. 'i'e2 lbc6 14. c3 fxg4 15.</p><p>l:.gl i.c8 16. i.bS .id7 17 . .i.xc6.</p><p>b) 12. g4.</p><p>12. l!Vf3!?</p><p>Uma jogada arriscada para preparar rapida­</p><p>mente o roque grande. Mais tranqüilo seria 12. c3</p><p>cS 13.dxcS bxcS 14. 'i'f3 lbd7 15 . .tbS</p><p>Com vantagem posicional das brancas.</p><p>12 . ... °ii'd6?</p><p>Um erro claro. Aqui se deveria jogar 12 ....</p><p>.i.xd413. 0-0-0 i.eS 14. 'ittbl com jogo mais ou</p><p>menos igual.</p><p>13. 0-0-0 lbd7</p><p>As pretas conseguiram acabar seu desen­</p><p>volvimento, mas suas peças estão descoorde­</p><p>nadas, enquanto as brancas apontam para um</p><p>claro objetivo: o rei preto.</p><p>14. g4!</p><p>Com a intenção de abrir uma nova coluna.</p><p>14 . ... fxg4 15. 'i'xg4 c5</p><p>Se 15 .... lbf6 16. l!Vgs cS 17. lbf3 com</p><p>melhor jogo para as brancas.</p><p>16. lldgt c4?</p><p>Sem considerar a entrega do bispo em g6. Se</p><p>16 .... cxd4 17. exd4 i.xd4? 18. lbxg6 fxg6 19.</p><p>i.xg6 hb2+ 20. ~bl, as pretas perderiam .</p><p>17. i.xg6!</p><p>130 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 1 1</p><p>7 i J. • 6 j • 5 ' 4 i 8</p><p>3 8</p><p>2 8 8 8 ltJ</p><p>@</p><p>a b e d e</p><p>17 . ... fxg6 18. lbxg6!</p><p>Ameaçando lth8 +.</p><p>18 . ... lbf6</p><p>• i J.</p><p>.t</p><p>ltJ 1f</p><p>8</p><p>: :</p><p>9 h</p><p>No caso de 18 .... 'it'e6 19. 'i'h4 ~f6 20.</p><p>'i'h7+ ~f7 21. lth6!, a ameaça lbeS+ seria</p><p>decisiva.</p><p>19. 'i!Vg5</p><p>Ameaçando lbh4.</p><p>19 . ... ltac8?</p><p>A posição estava ruim para as pretas, mas</p><p>este erro acelera o seu final. Se 19 .... lbh7 20.</p><p>'ii'h4 lbf8 21. lbes J:txeS 22. 'ilih8+ 'it>f7 23.</p><p>~xg7 + com clara vitória das brancas.</p><p>20. Xlh8+l</p><p>Fazendo as pretas entrarem em uma espe­</p><p>tacular rede de mate.</p><p>20 . ... ~f7</p><p>Não seria bom 20 .... .ixh8? 21. lbxh8+</p><p>~xh8 22. '1/Vg7 mate.</p><p>21. lbe5+ ~ e6 22. ~xg7 Jlxh8 23.</p><p>~f7+ c,i;)f5</p><p>Neste momento, muito apurado no tempo,</p><p>rocei a torre com uma mão e instintivamente dis­</p><p>se: J'adoube! Meu adversário, muito nervoso,</p><p>disse que eu era obrigado a mover a torre porque</p><p>a havia tocado e a palavra J'adoube havia sido</p><p>pronunciada depois de tocar a peça. Refleti du­</p><p>rante alguns segundos e joguei:</p><p>24.1!g5+!1</p><p>8 1 1</p><p>7 'J. 'ir'</p><p>6 i • • 5 i lt:l.:</p><p>4 i8</p><p>3 8</p><p>2 8 8 8 ltJ 8</p><p>1 ct,</p><p>a b e d e 9 h</p><p>Precisamente a entrega decisiva, que levou</p><p>a um belo final.</p><p>24 . ... ~ xg5 25. 'i!Vg6+ <Jí>h4 26. lbdt'3+</p><p>~h3 27. 'i'g3 mate.</p><p>Graças a meu adversário, realizei uma das</p><p>melhores partidas de toda a minha vida.</p><p>Capablanca: mais que</p><p>uma pessoa, uma máquina</p><p>Alekhine comentou em uma ocasião: "No</p><p>torneio de São Petersburgo de 1914, Capa­</p><p>blanca jogava partidas rápidas a um minuto</p><p>contra cinco de qualquer mestre da localidade</p><p>e sempre vencia. Era incrível sua velocidade</p><p>de pensamento".</p><p>CONSELHOS</p><p>l. Não esqueça que o roque é uma das jogadas</p><p>imprescindíveis em quase todas as partidas.</p><p>2. Procure centralizar seus cavalos. Nos extre­</p><p>mos do tabuleiro, eles apresentam pouca</p><p>efetividade.</p><p>3. Muitas vezes é pior uma peça desenvolvida</p><p>em uma casa ruim que uma peça não-de­</p><p>senvolvida.</p><p>4. A vantagem material pode ser determinante</p><p>para obter a vitória numa partida, mas a po­</p><p>sição é sempre mais importante.</p><p>s. Quando se inicia um ataque no flanco, deve­</p><p>se ter o centro bastante protegido ou fecha-</p><p>do para que nosso inimigo não consiga um</p><p>contra-ataque nessa parte do tabuleiro.</p><p>6. Se o centro está dominado por nossos peões,</p><p>devemos colocar as peças de tal forma que</p><p>apóiem um possível avanço para invadir o</p><p>terreno do adversário.</p><p>7. No jogo posicional, não se deve perder</p><p>muito tempo calculando grandes variantes,</p><p>e sim buscar as melhores casas para nossas</p><p>peças e conseguir uma estrutura ótima de</p><p>peões.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 131</p><p>8. Num final de torre contra peão, o cava­</p><p>lo e o rei débil devem manter-se unidos</p><p>e nunca ir a uma das esquinas do tabu­</p><p>leiro.</p><p>9. Para defender-se em um final de torre contra</p><p>bispo, o rei deve tentar ir à esquina de cor</p><p>distinta do seu bispo.</p><p>10. A maior ou menor quantidade de erros</p><p>graves é o que determina a categoria dos</p><p>jogadores de xadrez.</p><p>CAPÍTULO 20 O menino-prodígio</p><p>da Polônia</p><p>"Reshevsky foi um dos dez melhores</p><p>jogadores da história do xadrez."</p><p>(Fischer)</p><p>Muitos dos melhores jogadores da história do xadrez se destacaram como grandes jogadores</p><p>desde sua mais jovem infância. Morphy, Capablanca, Alekhine, Spassky, Fischer, Pomar, Karpov e</p><p>Kasparov, dentre outros, deixaram antever desde sua infância que seriam excelentes enxadristas.</p><p>Um caso atípico foi o do jogador Samuel Reshevsky, que foi acolhido na América do Norte com a</p><p>condição de se dedicar aos estudos e deixar de realizar simultâneas. Graças à sua longevidade, pôde</p><p>pôr em prática seu jogo intuitivo e imaginativo durante quase um século.</p><p>SAMUEL RESHEVSKY</p><p>Nacionalidade: Norte-americano de origem polonesa.</p><p>Nascimento: Ozerkov (Polônia), 26 de novembro de 1911.</p><p>Morte: 1992.</p><p>Títulos: Grande Mestre. Esteve entre os aspirantes ao título mundial.</p><p>Características de jogo: Intuitivo e posicional.</p><p>Melhores torneios: Seis vezes campeão dos Estados Unidos; Margate, 1935; Nottin­</p><p>gham, 1936; Hastings, 1938; Dallas, 1957; Buenos Aires, 1960.</p><p>Façanhas: Graças à sua longevidade, jogou contra todos os campeões mundiais menos</p><p>Steinitz e Kasparov.</p><p>Principal debilidade: A teoria de aberturas, na qual não era um especialista.</p><p>Legado: Entre os livros que escreveu destacam-se Reshevsky on Chess (1948) e How Chess</p><p>Games are Won (1962).</p><p>Vida privada: Foi um dos mais destacados meninos-prodígios do xadrez. Reshevsky</p><p>começou sua carreira enxadrística com 6 anos. Percorreu meio mundo exibindo-se em sessões</p><p>de simultâneas. Em 1920, sua família emigrou para os EUA, e Samuel passou a se dedicar aos</p><p>estudos. A partir de 1934, voltou a participar de torneios.</p><p>Partida</p><p>40</p><p>Uma miniatura de Reshevsky</p><p>S. Reshevsky - R. Persitz</p><p>Tel Aviv, 1958</p><p>Abertura Inglesa</p><p>1. ©f3 ©f6 2. c4 e6 3. g3 b6 4. i.g2</p><p>i.b7 5. 0-0 c5 6. d3 i.e7 7. e4 0-0 8. ©c3</p><p>©c6 9. ©el</p><p>Com a intenção de começar uma avalanche</p><p>de peões: f4, g4, etc.</p><p>9 . ... ~c7 10. f4 Aad8</p><p>A reação central das pretas é uma missão</p><p>impossível. Parece melhor d6 na previsão de eS</p><p>por parte das brancas.</p><p>11. g4 ©d4 12. g5 ©e8 13. fS!</p><p>As peças brancas já estão dispostas para o</p><p>assalto ao roque preto.</p><p>13 . ... g6?</p><p>Uma defesa perigosa que oferece vantagem</p><p>às brancas. Tampouco seria melhor, no entanto,</p><p>frear o ataque mediante 13 .... f6 14. g6 h6 (14.</p><p>... hxg6 15. fxg6 f5 16. e5 'iWxe5 17. i.f4 com</p><p>vantagem decisiva das brancas) 15. 'iih5 ©d6</p><p>16. i.xh6 gxh6 17. 'i'xh6.</p><p>14. i.f4 "iic8?</p><p>Um grave erro. Aqui se deveria jogar 14 ....</p><p>e5! 15 . .i.e3 f616. fxg6 hxg6 l 7. ©d5 Wd6 com</p><p>boas possibilidades de defesa.</p><p>15. f6 i.d6 16. i.xd6 lbxd6 17. 1ltg4</p><p>©e8 18. 'i'h4 e5 19. ~6 ©e6 20. ©e2</p><p>'i'c6 21. :f3!</p><p>A torre branca se dirige à casa h3. As pre­</p><p>tas, por sua vez, não dispõem de jogadas ati­</p><p>vas e devem se limitar a esperar os aconteci­</p><p>mentos.</p><p>21 . ... i.c8 22. ©c2</p><p>As brancas podem manobrar à vontade e</p><p>colocar as peças nas melhores casas.</p><p>22 . ... d6 23. ©e3 ©6c7</p><p>24. 4Jf51</p><p>Um golpe definitivo.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 133</p><p>8 L 1 • 1 •</p><p>7 • • • • 6 ••• 8iW</p><p>5 • i l!l</p><p>4 8 8</p><p>3 8 lt) :</p><p>2 8 l!l tb i. 8</p><p>1 ]:[ ~</p><p>a b e d e g h</p><p>24 . ... gxfS</p><p>Não adiantaria tampouco 24 .... i.xf5 25.</p><p>exfS, as pretas não teriam defesa.</p><p>25. :!h3 ©xf6 26. gxf6</p><p>O mate é inevitável.</p><p>Final</p><p>Ed. Lasker - Capablanca</p><p>Nova York, 1915</p><p>Como ganhar um final</p><p>com ligeira vantagem</p><p>1. d4 d5 2. ©t'3 ©f6 3. c4 e6 4. lbc3 ©bd7</p><p>5. i.gS i.b4 6. e3 cS 7. i.d3 'iVa5 8. Wb3 ©e4</p><p>9. 0-0 ©xg5 10. tàxg5 cxd4 11. ©b5 ©cS</p><p>12. 'i'c2 lbxd3 13. 1Wxd3 a6 14. lbxd4 dxc4</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 tb</p><p>2 8 8</p><p>1:</p><p>abcdefgh</p><p>134 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JosÉ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>15. 'ii'xc4 J.d7 16. ltJb3 'ii'xgS 17. 'i'xb4 .ic6</p><p>18. e4 as 19. 'ii'd2 'ii'xd2</p><p>Capablanca possui a iniciativa, e seu bispo é</p><p>superior ao cavalo de Lasker. Contudo, a ma­</p><p>neira como se pode ganhar é uma questão que só</p><p>um mestre como o genial cubano poderia prever.</p><p>20. ltJxd2 0-0-0</p><p>Ganha urh tempo, dado que ataca o cavalo</p><p>e leva seu rei ao flanco da dama.</p><p>21. ltJc4</p><p>Se 21. l::Hdl l::td4 22. ltJb3 l:.xdl + 23. l:.xdl</p><p>i.xe4 24. ltJxa5 i.d5 com um final similar ao da</p><p>partida.</p><p>21 . ... .ixe4 22. 1Ucl @b8 23. t'3</p><p>Se 23. ltJxa5 i.d5 24. ltJc4 i.xc4 25. l::txc4</p><p>l::td2, e as pretas conservariam a iniciativa.</p><p>23 . ... i.dS 24. ltJxaS l::tc81</p><p>Um excelente movimento que oferece às</p><p>pretas boas perspectivas de ganhar em todas as</p><p>variantes.</p><p>25.b3</p><p>No caso de 25. l:.xc8+ :.Xc8, as pretas amea­</p><p>çariaml:.c2, além de b6,já que, se ltJb3, a troca de</p><p>peças ofereceria um final de torres vantajoso para</p><p>as pretas. Ou 25. ltJb3 i.xb3 26. axb3 :.Xcl + 27.</p><p>:.Xcl l:.d8 28. l:.c2 l:.d3, ganhando um peão.</p><p>25 . ... :.Xcl+ 26. l:.xcl l:.c8 27. l:.xc8+</p><p>Capablanca pretende entrar em um final</p><p>de peões, questão que Ed. Lasker não havia</p><p>considerado como boa para as pretas.</p><p>27 . ... @xc8 28. @t'2@c711</p><p>Um movimento simples, mas estrategica­</p><p>mente perfeito. Com o movimento mais natu­</p><p>ral 28 .... b6 29. ltJc4 i.xc4 30. bxc4 <j;c7 31.</p><p><j;e3 ~c6 32. ~d4, e as pretas não poderiam</p><p>alcançar a casa crítica c5.</p><p>29. 'íi?e3 'íi?b6 30. ltJc4+ i.xc4 31. bxc4</p><p>'íi?cs</p><p>Esta é a posição que Capablanca queria ob­</p><p>ter após a troca de damas. Sua visão da posição</p><p>é insuperável.</p><p>32. ~d3 eS 33. g4 f6 34. h4 g6 35. ~e4</p><p>Se 35. ~c3 f5 36. ,;i;>d3 ~b4 com posição</p><p>ganhadora para as pretas.</p><p>35 . ... @d6 36. f4</p><p>No caso de fazer a jogada 36. h5 ~e6, se­</p><p>guido da f5, haveria vantagem para as pretas.</p><p>36 . ... exf4 37. @xf4 'íi?cs 38. hS ~xc4</p><p>39. ~e4 bS 40. a3 <j;cS</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de dama e cavalo</p><p>1 . ... ltJa311</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 ~ J..</p><p>1 :</p><p>a b e d e</p><p>• ~</p><p>f g h</p><p>Nesta partida, disputada eor Padjaiev e Mu­</p><p>ratov, as pretas jogaram 1. ... ©e5+ 2. <j;d2 i.f5</p><p>3. 'ii'xb7 + <;i.?f6 4. 'ii'a6 e acabaram perdendo.</p><p>2.1:fl</p><p>Ante a ameaça 'i'f2 e 'i'e3 mate.</p><p>2. . .. 11Vg6+ 3. ~d2 ft'c2+ 4. <3.'el</p><p>'ii'xc3+ 5. <;i.?t'2 'ii'd4+ 6. @g2 'ii'g7+ 7. @hl</p><p>'i'h6+ 8. ~g2 'i'gS+ 9. ~h2 ft4+ 10.</p><p>~g2 ltJc2 11. ltJh3 ltJe3 + 12. ~gl 'ii'g3 +</p><p>13. <j;hl 'it'g2 mate.</p><p>Exercício 25</p><p>Alekhine - M. Prat</p><p>Paris, 1913 (sessão de simultâneas)</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Aproveitando a eficácia do xeque duplo a</p><p>descoberto, as brancas encontram uma bri­</p><p>lhante continuação de mate. Você saberia en­</p><p>contrar essa solução?</p><p>8 VII • 7 ..t .,</p><p>6 ' .t ' • ' 5 ' 88</p><p>4 ' 8</p><p>3 .i. 8</p><p>2 8</p><p>1</p><p>a b</p><p>Exercício 26</p><p>Fine -Dake</p><p>Detroit, 1933</p><p>e d</p><p>'if 88</p><p>: :</p><p>e f g h</p><p>Reuben Fine, Grande Mestre norte­</p><p>americano (1914-1993), foi um dos melhores</p><p>jogadores dos anos 30. Seu êxito mais reve­</p><p>renciado foi a vitória, empatado com Keres,</p><p>no mítico torneio de AVRO de 1938, no qual</p><p>passou à frente de Capablanca, Euwe, Alekhi­</p><p>ne e Botvinnik. Durante alguns anos, abando­</p><p>nou o xadrez para se dedicar à sua profissão</p><p>de psicanalista. Foi um extraordinário joga­</p><p>dor tático e se destacou, sobretudo, pelo jogo</p><p>de contra-ataque. Fine editou a sexta e me­</p><p>lhor edição de Modern Chess Openings (1939)</p><p>e escreveu, dentre outros, Basic Chess Ending</p><p>(1941), um dos livros clássicos da época.</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>8 1 ..t</p><p>7 ' .... '</p><p>6 ' 8 ' 5 1 ' ' 4 .. ~</p><p>3 ~ 8</p><p>2 8 : 8 8</p><p>1 v: ~</p><p>a b e d e f g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 135</p><p>Você seria capaz de encontrar a solução</p><p>ganhadora dessa interessante posição?</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 41</p><p>As linhas teóricas podem ser refutadas .</p><p>Averbakh - Estrin</p><p>Campeonato da URSS, 1964</p><p>Gambito de Dama</p><p>As análises superficiais podem ser perigo­</p><p>sas; por isso, devemos sempre questionar nossas</p><p>jogadas e não confiar cegamente no que diz a</p><p>teoria. Bobby Fischer foi um especialista em</p><p>refutar linhas que o restante dos Grandes Mes­</p><p>tres da época consideravam boas. A seguinte</p><p>partida é um dos exemplos desse tema.</p><p>1. d4 dS 2. c4 e6 3. tbc3 tbf6 4. tbf3</p><p>..tb4 5. i.gS dxc4 6. e4 cS 7 . ..txc4</p><p>Se 7. eS cxd4 8. 'i'a4+ tbc6 9. 0-0-0 i.d7,</p><p>com jogo complicado.</p><p>7 . ... cxd4 8. tbxd4 ~c7 9. 'ikb3!</p><p>Em 1946, Ragozinjogou 8 .... ~c7, que sempre</p><p>se havia considerado uma jogada correta. A conti­</p><p>nuação normal seria 9. 'i1Va4+ tbc6 10. tbxc6</p><p>hc3+ 11. bxc3 .id7! com um bom jogo das pretas.</p><p>Mas Averbakh, que já em 1946 havia encon­</p><p>trado uma refutação à jogada 'W/c7, a guardou</p><p>durante 18 anos e a aplicou na presente partida.</p><p>9 . ... .ixc3+ 10. ~xc3 liJxe4 11. lbbS</p><p>~cs 12. ~xg7!</p><p>8 1 .... • 1</p><p>7 '' i V A</p><p>6 ' 5 ~- .i.</p><p>4 .i. • 3</p><p>2 88 888</p><p>li ri> ~</p><p>a b e d e f g h</p><p>136 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Uma surpresa que Estrin não havia cal­</p><p>culado. Agora de nada serve a ameaça em</p><p>f2.</p><p>12 . ... l:U8 13. i.h6 '1Wxf2+ 14. ~dl</p><p>'õd7 15. l:tel lõef6 16. i.xe6 'i!Yxb2 17.</p><p>llcl! E as pretas se rendem.</p><p>Se 17 .... 'i'xbS 18. i.c4+; e se 17 .... ~d8</p><p>18 . .ixd7 llg8 19. 'i'xt7 'i'xcl+ 20 . .txcl, as</p><p>pretas perderiam igualmente.</p><p>Partida 42</p><p>Cuidado com os movimentos</p><p>da dama na abertura.</p><p>Krogius - N. Aratovsky,</p><p>1945</p><p>Defesa Philidor</p><p>O seguinte exemplo de partida demons­</p><p>tra a facilidade de perder a dama quando se</p><p>move, na abertura, de uma forma defeituo­</p><p>sa.</p><p>1. e4 e5 2. lõt'3 d6 3. d4 'õd7 4. i.c4</p><p>c6 5. lõg5 lõh6 6. a4 ..ie7</p><p>Seria possível jogar 6 .... dS 7. exdS cxdS 8.</p><p>.txdS 'i'as+ 9. lõc3 ..ib4 10. 'ii'f3 0-0 11. 0-0</p><p>exd4 12. lõbS 'õf6;</p><p>Ou 6 .... lõb6 7 . ..ib3 'tlkf6 (7 .... ..ie7 8. 'õf3</p><p>'õd7).</p><p>7. i.xf7+ tõxf7 8. lõe6 ft6 9. as 'tlkh4+</p><p>10. c3 ~c4 11. 'õc7+ ~ d8 12. b3, e não há</p><p>solução para a dama.</p><p>8 1 .t• 1</p><p>7 '' !tJ•.t• ,. '</p><p>6 ' ' 5 8 ' 4 W88</p><p>3 8 8</p><p>2 888</p><p>: tb.i'i'~ l:[</p><p>abcde gh</p><p>Partida 43</p><p>Desenvolva as demais peças antes da</p><p>dama: se desenvolvê-la prematuramente,</p><p>ela poderá ser capturada.</p><p>Botvinnik - Spielmann</p><p>Moscou, 1935</p><p>Defesa</p><p>Caro-Kann</p><p>1. c4 c6 2. e4 d5 3. exd5 cxd5 4. d4</p><p>Incrementando o controle central nas ca­</p><p>sas d4 e eS.</p><p>4 . ... lõf6</p><p>As pretas optam por desenvolver suas peças</p><p>e não mover os peões.</p><p>5. lõc3 lõc6</p><p>Pressionando em d4, enquanto as brancas o</p><p>fazem em dS.</p><p>6. i.g5 ~b6?</p><p>Jogada fraca, já que primeiro se deve de­</p><p>senvolver as peças menores e depois a dama.</p><p>7. cxd5 'i'xb2 8. llcl!</p><p>O plano das pretas era 8. lõa4 'ib4+ 9. i.d2</p><p>'ilfxd410. dxc6 lõe4 ll. ..ie31ib4+ 12. ~e2 bxc6</p><p>com a idéia de ..ia6. Mas tudo isso é uma análise</p><p>errônea, posto que depois da jogada l:tcl!, o</p><p>cavalo de c6 deve deslocar-se. Se o faz a b8, então</p><p>9. lõa4, ifh4 10. i.d2, e as brancas ganhariam</p><p>uma peça. Se 8 .... 'õd8 9 . ..if6, e6 10. i.bS com</p><p>vantagem branca. Por isso, o lance lõb4 é único.</p><p>8 . ... 'õb4 9. lõa4 'i'xa2 10 . .ic4 .ig4</p><p>11. lõt'3 i.xt'3 12. gxt'3</p><p>E abandonam, uma vez que se 12 .... 't!Va3</p><p>13. llc3 ganhando a dama e a partida.</p><p>8 1 .... 1</p><p>7 '' '''' 6 • 5 8 J.</p><p>4 lbl)i.. 8</p><p>3 • : 8</p><p>2 8 8</p><p>'i<@ ]:[</p><p>a b e d e g h</p><p>As qualidade do xadrez</p><p>O xadrez pode desenvolver mais de vinte</p><p>qualidades básicas muito úteis para a vida do ser</p><p>humano: imaginação, concentração, planificação,</p><p>previsão, memória, espírito de luta, controle ner­</p><p>voso, capacidade de decisão, criatividade, orga­</p><p>nização, autocrítica, objetividade, intuição, capa­</p><p>cidade de cálculo, visão espacial, sociabilidade,</p><p>lógica, superação do fracasso e vontade, dentre</p><p>outras. Além disso, o xadrez é especialmente</p><p>recomendado não só para os mais jovens, mas</p><p>também para adultos, porque mantém suas men­</p><p>tes despertas e previne um dos males mais terrí­</p><p>veis de nossa época, o Mal de Alzeimer.</p><p>CONSELHOS</p><p>Decálogo do enxadrista</p><p>1. Preferir o xadrez a todos os demais jogos.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 137</p><p>2. Propagar suas virtudes.</p><p>3. Refletir sobre as jogadas sempre antes de</p><p>executá-las.</p><p>4. Não molestar de nenhuma forma o nosso</p><p>adversário.</p><p>5. Não intervir numa partida na qual não está</p><p>jogando.</p><p>6. Utilizar com cuidado o material de jogo:</p><p>não golpear as peças, o tabuleiro ou o re­</p><p>lógio.</p><p>7. Não se retirar de uma competição sem um</p><p>motivo justificado.</p><p>8. Acatar o regulamento do jogo e as decisões</p><p>dos árbitros.</p><p>9. Saber perder com humildade e dar a mão a</p><p>nosso adversário após a derrota.</p><p>10. Estreitar laços de amizade entre todos os</p><p>enxadristas do mundo, tal como reza o le­</p><p>ma da FIDE: Gens una sumus (Os enxadris­</p><p>tas formam uma só família).</p><p>CAPÍTULO 21 A nova escola</p><p>soviética de xadrez</p><p>·o xadrez é a arte da análise."</p><p>(Botvinnik)</p><p>Botvinnik foi um campeão do mundo excepcional em diversos sentidos. Por um lado, pôde compartilhar</p><p>sua carreira de cientista com sua dedicação ao xadrez; por outro, foi o único campeão mundial a recuperar o</p><p>tíntlo em duas ocasiões e, por último, criou uma escola para jovens talentos por onde passaram, dentre outros,</p><p>Kasparov e Karpov. Foi um profundo analista de todas as fases do jogo e outorgou à teoria das aberturas a</p><p>importância que merece na atualidade. Dotado de um grande rigor científico e de uma enorme força de</p><p>vontade, foi um dos jogadores que marcaram a época gloriosa do xadrez na Rússia.</p><p>MIJAIL BOTVINNIK</p><p>Nacionalidade: Russo.</p><p>Nascimento: Kuokkala (perto de São Petersburgo), 14 de abril de 1911.</p><p>Morte: Moscou, 5 de maio de 1995.</p><p>Títulos: Campeão mundial entre 1948 e 1963. Ganhou seu título no torneio de candi­</p><p>datos celebrado em Haia e Moscou em 1948, ap6s a morte de Alekhine. Perdeu o título contra</p><p>Smyslov, em 1957, e o recuperou no ano seguinte. Perdeu novamente contra Tal, em 1960, e</p><p>voltou a recuperá-lo em 1961; finalmente, perdeu o título para Petrosian, em 1963.</p><p>Características de jogo: Jogava com maestria em todas as fases da partida, tanto no meio­</p><p>jogo como no final e nas aberturas. Utilizava poucas aberturas, mas as jogava de uma maneira</p><p>excelente. Seus conhecimentos teóricos foram extraordinários e era também um grande analista.</p><p>Dominou tanto o jogo tático como o posicional. A contínua evolução de seu jogo se deve a seu</p><p>empenho autocrítico, a sua grande capacidade de trabalho e a análise científica de suas partidas.</p><p>Melhores torneios: Campeão da URSS em 7 ocasiões; primeiro lugar em Leningrado, em</p><p>1930, 1932, 1933, 1934 e 1938; Moscou, 1935, 1947 e 1956; Nottingham, 1936; Sverdlovsk,</p><p>1943; Groningen, 1946; Hastings, 1961 e 1966; Noordwijk, 1965; Wijk aan Zee, 1969.</p><p>Façanhas: Na história do xadrez, é o jogador com a melhor pontuação a seu favor frente</p><p>aos 9 campeões do mundo contra os quais jogou: Lasker, Capablanca, Alekhine, Euwe,</p><p>Smyslov, Petrosian, Tal, Fischer e Spassky.</p><p>Principal derrota: A perda definitiva do título para Petrosian.</p><p>Principal debilidade: Não teve uma marcada superioridade sobre os melhores joga­</p><p>dores de sua época.</p><p>Vida privada: Compartilhou sua tarefa enxadrística com sua profissão de engenheiro</p><p>elétrico, na qual também teve grande sucesso. Foi casado e teve um filho. Contou com o apoio</p><p>incondicional do governo do seu país, o que facilitou sua carreira no xadrez.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 139</p><p>Legado: É considerado o pai da escola de enxadristas soviéticos. Dentre seus alunos,</p><p>destacam-se os campeões do mundo Karpov e Kasparov. Foi pioneiro do xadrez aplicado à</p><p>informática.</p><p>Consideração final: Um dos mais brilhantes e imaginativos gênios da história do xadrez.</p><p>Batalhador incansável, derrotou todos os melhores jogadores da sua época.</p><p>Partida 44</p><p>Botvinnik - Capablanca</p><p>AVRO, 1938</p><p>Defesa Nimzoíndia</p><p>Quando atacar o rei, tente</p><p>levar as peças defensoras do seu</p><p>adversário para longe dele.</p><p>Segundo o próprio Botvinnik, esta partida foi</p><p>a melhor que jogou em sua vida. A importância</p><p>do campeonato (classificava para o mundial), a</p><p>beleza das combinações finais e a grandeza do</p><p>adversário confirmam sua afirmação. O presente</p><p>comentário se baseia nos do próprio Botvinnik.</p><p>1. d4 tl:lf6 2. c4 e6 3. tl:lc3 .i.b4 4. e3</p><p>Com este lance, as brancas aspiram a</p><p>fortalecer o centro durante toda a partida.</p><p>4 . ... d5</p><p>Depois de 4 .... 0-0 5. a3 .ixc3 + 6. bxc3, as</p><p>brancas poderiam sentir-se incômodas pela</p><p>debilidade de c4.</p><p>5. a3 i.xc3+</p><p>Se 5 .... .ie7 6. lbf3.</p><p>Chegando a uma posição típica de gambito</p><p>de dama, mas com a jogada a3.</p><p>6. bxc3 c5</p><p>Esta é a melhor jogada possível, posto que o</p><p>plano principal das brancas é jogar f3 e e4 para</p><p>liberar seu bispo da dama e que o lance das</p><p>pretas não torna fácil seguir esse plano, pois as</p><p>pretas pressionam em d4.</p><p>7. cxd5 exd5</p><p>Tomando de peão para evitar e4 das brancas.</p><p>8- .id3 0-0 9. lbe2</p><p>A peça mais forte das brancas é o bispo em d3;</p><p>por esse motivo, as pretas devem tentar eliminá-lo.</p><p>9 . ... b6 10. 0-0 i.a6 11 . .ixa6</p><p>Talvez fosse melhor conservar o bispo levan­</p><p>do-o a c2, mas as pretas obteriam um bom jogo.</p><p>11 . ... lbxa6 12 . .i.b2</p><p>Jogada passiva, seria muito melhor 'i!Vd3,</p><p>obrigando as pretas a jogar '1Wc8 para defender</p><p>o cavalo.</p><p>12 . ... 'i'd7! 13. a4</p><p>As brancas estão com dificuldades para</p><p>corrigir a imprecisão da jogada anterior. Agora,</p><p>se 'ii'd3, então 'ilt'a4!</p><p>13 . ... lUe8?</p><p>Um erro inconcebível de Capablanca. Era</p><p>fácil encontrar a continuação 13 .... cxd4 14.</p><p>cxd4 J:tfc8 com o domínio da coluna "c" por</p><p>parte das pretas</p><p>14. fid3 c4?</p><p>8 1 • 7 .. ,. .l ,.</p><p>6 • 5</p><p>,.</p><p>4 8 ,. 8</p><p>3 8f/J8</p><p>2 .i. ~888</p><p>1 : :~</p><p>a b e d e g h</p><p>Este é um erro posicional sério. Capa­</p><p>blanca tinha previsto a manobra lba6-b8-c6-</p><p>a5-b3, depois da qual seria difícil defender o</p><p>peão de a4. Mas a vantagem das pretas no</p><p>flanco da dama não era relevante na posição.</p><p>Seria melhor contentar-se com o lance defen­</p><p>sivo 14 .... 'tib7.</p><p>140 ANTONIO LóPEZ MANZA.'-10 E Jos~ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>15. 'i'c2 lbb8</p><p>Iniciando uma manobra que custa muito</p><p>tempo. Seria mais lógico lbc7 via e6.</p><p>16. :lael lbc6</p><p>As pretas consideram, equivocadamente,</p><p>que a luta pelo peão a4 será decisiva. Contudo,</p><p>seria melhor 16 .... lbh5 17. h3 f5 18. i.cl lbc6</p><p>19. f3 lba5 20. g4 fxg4 21. hxg4 com jogo com­</p><p>plicado.</p><p>17. lZ:lg3 lZ:las 18. f3 lbb3 19.</p><p>e4 'i'xa4</p><p>20. e5 lbd7</p><p>Não seria válido 20 .... lbc5? 21. :le2, e</p><p>seria perdido um dos dois cavalos.</p><p>21. 'vi'f2!</p><p>Ante a ameaça lbc5, mas também o deslo­</p><p>camento da dama ao flanco do rei dificulta os</p><p>planos dos brancos.</p><p>21 . ... g6 22. f4 f5 23. exf6 lbxf6 24.</p><p>fS.:Xel</p><p>Se 24 .... lbg4 25. 'i'f3.</p><p>25. l:Xel lte8</p><p>Capablanca considerou, erroneamente, que</p><p>a troca de peças o beneficiaria. Tampouco seria</p><p>melhor 25 .... :lf8 26. fif4! 'vi'a2 (26 .... ft'd7</p><p>27. :te6 lbe4 28. 'vi'e5 lbxg3 29. l:te7) 27. fxg6</p><p>'i'xb2 (27 .... hxg6 28. 'i'g5 ~g7 29. lbf5+)</p><p>28. g7 ~xg7 29. lbf5+ 'Íih8 30. ft'd6 com</p><p>vitória das brancas em todos os casos.</p><p>26. !te6! ltxe6</p><p>Se 26 .... lbe4 27. lbxe4 dxe4 28. fxg6! ! ga­</p><p>nhando.</p><p>26 .... lbg4 27. 'i'e2! com vantagem das</p><p>brancas.</p><p>26 .... ~g7 27. :xf6! ~xf6 28. fxg6+</p><p>'if.?xg6 29. 'ii'fS+ 'if.?g7 30. lZ:lhS+ ~h6 31. g4</p><p>'vi'c6 32. i..a3, e acabaria a defesa das pre­</p><p>tas.</p><p>27. fxe6 ~g7 28. 'i'f4! 'i'e8 29. 'ti'es 'i'e7</p><p>Se 29 .... lZ:laS 30. i..cl ameaçaria i..h6+</p><p>ou 'i'c7+ 30 .... lbc6 31. i.h6+ @xh6 32. '1i'xf6</p><p>seguido de lbf5 +.</p><p>30. i..a3!!</p><p>A jogada-chave da partida, a qual Capa­</p><p>bianca não previu.</p><p>30 . ... 'ti'xa3</p><p>8</p><p>7 .& • • .&</p><p>6 ' 8.,</p><p>5 ,.</p><p>4 .&8</p><p>3 _tlj 8 tb</p><p>2 8 8</p><p>@</p><p>a b e d e g h</p><p>No caso de 30 .... 'i'e8 31. ft'c7 + ~g8 32.</p><p>i..e7 lbg4 33. '1i'd7 ganhando.</p><p>31. lZ:lh5+ gxh5</p><p>Não valeria tampouco 31. ... 'it.?h6 32. lbxf6</p><p>ft'cl + 33. ~f2 '1i'd2+ 34. c;tig3 'vi'xc3+ 35. ~h4</p><p>'Ut'xd4+ 36. lbg4+.</p><p>32. 'i'g5+ ~f8 33. 'i'xf6+ ~g8 34. e7</p><p>'vi'cl+ 35. <;t>f2 'i'c2+ 36. ~g3 'i'd3+ 37.</p><p>c;tib4 'i'e4+ 38. ~xh5 'i'e2+</p><p>Se 38 .... 'i'g6+ 39. ft'xg6+ hxg6+ 40.</p><p>'Íixg6, o peão seria coroado.</p><p>39. <;t>b4 'i'e4+ 40. g4 'i'el+ 41. <;t>b5</p><p>E as pretas abandonam. Poucas vezes Capa­</p><p>bianca se viu derrotado de uma maneira tão</p><p>magistral.</p><p>Partida 45</p><p>M. Botvinnik - M. Vidmar</p><p>Nottingham, 1936</p><p>Gambito de Dama</p><p>Quando tiver possibilidade</p><p>de ataque, abra as colunas</p><p>para incorporar suas</p><p>torres à luta.</p><p>1. c4 e6 2. lbf3 d5 3. d4 lbf6 4. i..gS</p><p>i..e7 5. lbc3 0-0 6. e3 lbbd7 7. i..d3 c5 8.</p><p>0-0 cxd4 9. exd4 dxc4 10. i..xc4</p><p>Posição característica da variante Tarrasch</p><p>do Gambito de Dama, na qual as brancas ficam</p><p>com o peão da dama isolado em troca do jogo</p><p>mais livre de suas peças.</p><p>10. . .. ll:lb6 11., .tb3 .td7 12. 'iid3</p><p>ttlbdS 13. ttle5 .tc6 14 . .Uadl ttlb4 15.</p><p>'tlí'h3 .tds 16. lbxdS tZ:lbxd5 17. f4!</p><p>8 • ••</p><p>7</p><p>J. ' ' '</p><p>6 ,.</p><p>5 -ti) i..</p><p>4 8 ~</p><p>3 J.. ,..</p><p>2 88 8 8</p><p>: : <J?</p><p>a b e d e 9 h</p><p>A pos1çao das pretas aparentemente é</p><p>muito segura; suas peças defendem o roque</p><p>e não apresentam debilidades. Por outro la­</p><p>do, as brancas têm no centro um peão isola­</p><p>do que, no caso de o jogo ser simplifica­</p><p>do, representaria uma debilidade. O único</p><p>plano correto parece ser iniciar um ataque</p><p>no flanco do rei tentando abrir a coluna "f"</p><p>e permitir que as torres brancas entrem em</p><p>jogo.</p><p>17 . ... l:tc8</p><p>Não seria interessante a jogada defensiva</p><p>17 .... g6 18 . .ih6 lte8 19 . .ta4, pois as brancas</p><p>ganhariam qualidade.</p><p>No caso de 17 .... tZ:le4 18 . .ic2 .ixgS (18 .</p><p>... tZ:lxgS 19. fxgS g6 20. tZ:lxf7 l'.txf7 21. Axf7</p><p>'itixf7 22. 1li'xh7 + We8 23 . .ia4+ @f8 24. l'.tfl +</p><p>tZ:lf6 25. gxf6 '*xd4+ 26. Whl i.xf6 27. 'ii'h8+</p><p>~f7 28. 'i'xa8 'i'xa4 29. 1li'xb7+) 19. i.xe4</p><p>.th6 20. tZ:lg4 fS, em todos os casos com melhor</p><p>jogo para as brancas.</p><p>18. f5 exf5</p><p>A defesa do peão ocasiona grandes proble­</p><p>mas às pretas. Se 18 ... . 'i'd6 19. fxe6 'ii'xe6</p><p>20. 'i'f3 Itfd8 21. .txf6 .ixf6 22. tl:lg4 .igS</p><p>23. l'.tfel 'i'd6 24. Aes. Ou então 18 .... tZ:le4</p><p>Ó XADREZ DOS GRANDES MESTRES 141</p><p>19 . .ixe7 'i'xe7 20. l:tdel ttlef6 21. ti:ld3 e o</p><p>peão de e6 estaria sentenciado à morte.</p><p>19. :.xf5 'iid6?</p><p>Uma jogada ruim, mas não há outra que</p><p>seja muito melhor.</p><p>20. tZ:lxf7 l'.txf7 21. i.xf6 .txf6</p><p>Se 21. ... tZ:lxf6 22. Axf6 i.xf6 23. 'ii'xc8+.</p><p>22. :Xd5 'i'c6 23. :.d6 'ii'e8 24. Ad7, e</p><p>as pretas abandonam.</p><p>Final</p><p>Mugnos, 1941</p><p>Torre e peão contra</p><p>bispo e peão</p><p>A luta de torre e peão contra bispo e peão</p><p>não é simples. O ·exemplo seguinte demonstra a</p><p>complexidade do tema.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 ' 3.</p><p>2</p><p>abcde gh</p><p>1. l:td4 .th2 2. l'.td2 .ib8</p><p>Outras possibilidades seriam as seguin­</p><p>tes:</p><p>2 .... i..g3 3. 1td3+ tomando o bispo.</p><p>2 .... .tf4 3.1itd3+ Wb2 4. l:td4 ganhando o</p><p>peão pela dupla ameaça.</p><p>2 .... .tes 3. l'.tds seguido de :tbs.</p><p>2 .... i.c7 3. Ad7 seguido de l'.tb7.</p><p>3. ?td7! .th2</p><p>No caso de 3 .... ~a2 4. l'.tb7.</p><p>142 ANTONIO lóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>4. :.b7 <J;a2 5. @g6 a3 6. <J;fS <J;a1 7.</p><p><J;e4 a2 8. ~d3 ~d6 9. <J;c2 .ic7 10. :.b5</p><p>~e5 11. :.d5 .id4 12. c7</p><p>E o mate em dois lances é inevitável.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de peão</p><p>abcdefgh</p><p>1. :.h6 gxh6 2. g7 mate.</p><p>Exercício 27</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Na seguinte posição as brancas têm urna</p><p>jogada com a qual conseguem uma vantagem</p><p>decisiva. Você é capaz de encontrar a continua­</p><p>ção ganhadora?</p><p>8 11</p><p>7 ~ j</p><p>6 • 5 • 4</p><p>3</p><p>2</p><p>abcdefgh</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A beleza do xadrez</p><p>As pessoas que não vivem no mundo do xa­</p><p>drez custam a entender o conceito de beleza do</p><p>nosso jogo. Há, entretanto, características bem­</p><p>definidas sobre as condições que urna partida</p><p>deve ter para receber um prêmio de beleza:</p><p>A correção: As jogadas devem ser as mais</p><p>corretas possíveis por parte do jogador que re­</p><p>cebe o prêmio. O jogo tático predomina sobre o</p><p>planejamento estratégico.</p><p>A dificuldade: A partida é tanto mais</p><p>bela quanto mais difícil for descobrir as jogadas</p><p>ganhadoras.</p><p>A originalidade: O esbanjamento imagi­</p><p>nativo deve ser um elemento essencial em um</p><p>prêmio de beleza.</p><p>O primeiro prêmio de beleza outorgado em</p><p>um encontro oficial foi recebido por Steinitz pela</p><p>sua partida número oito do campeonato do</p><p>mundo contra Chigorin em 1889.</p><p>Vejamos a seguir uma partida típica desse</p><p>tipo de prêmio.</p><p>Partida 46</p><p>Leepin - Mross</p><p>Munique, 1941</p><p>Abertura Inglesa</p><p>Não permita que seu rei seja</p><p>levado ao centro do tabuleiro.</p><p>A seguinte partida recebeu um prêmio de</p><p>beleza no torneio de Munique de 1941. O tema</p><p>tático da extração do rei até o centro do tabuleiro,</p><p>à base de sacrifícios de peças, foi executado de</p><p>urna forma magistral por parte das pretas.</p><p>1. c4 tbf6 2. tbc3 b6 3. d4 e6 4. f3</p><p>As brancas não necessitavam preparar o</p><p>avanço do peão do rei. Seria melhor jogar</p><p>diretamente 4. e4 d5 5. cxd5 exdS 6. e5 com</p><p>vantagem para as brancas.</p><p>4 . ... d5! 5 . .i.g5</p><p>A partir de agora, o avanço do peão do rei</p><p>tem seus inconvenientes pela vulnerabilidade</p><p>do centro branco. Por exemplo, se 5. e4 dxe4 6.</p><p>fxe4 .ib7, etc.</p><p>5 ..•. .ie7 6. e3</p><p>Neste momento, era possível 6. e4 lbxe4! 7 .</p><p>.ixe7 lbxc3 8 . .ixd8 lbxdl 9 . .ixc7 lbxb2 10.</p><p>cSI recuperando o peão.</p><p>6 . ... h6 7 . .ih4 0-0 8. 'ii'b3?</p><p>Uma jogada inútil e nociva. Deveria ter</p><p>jogado 8 . .id3 seguido de lble2.</p><p>8 . ... .ib7 9 . .id3 lbc6! 10. cxdS lbaS</p><p>Aproveitando a má colocação da dama</p><p>branca.</p><p>11. 'i!i'dl lbxdS 12 . .ixe7</p><p>Seria melhor conservar o par de bispos com</p><p>.if2.</p><p>12 . ... 'i!i'xe7 13. Wf2 :ad8 14. lbge2</p><p>cS 15. l:tcl</p><p>Um erro de graves conseqüências. As bran­</p><p>cas descuidaram-se das possibilidades táticas</p><p>das pretas.</p><p>8 1 ••</p><p>7 i J. • i i</p><p>6 i i i</p><p>5 • i •</p><p>4 8</p><p>3 lt:J.i 8 8</p><p>2 8 8 lt:J@ 8 8</p><p>: .. :</p><p>a b e d e g h</p><p>15 . ... lbxe3!! 16. <it>xe3 cxd4+ 17.</p><p>lbxd4 :xd4! 18 . .ih7+</p><p>As brancas confiavam neste golpe tático,</p><p>mas foram despertadas cruelmente deste so­</p><p>nho. Evidentemente não seria válido 18. <it>xd4</p><p>'ii'cS mate.</p><p>18 . ... ~7 19. 'ii'xd4 :d8!</p><p>Esta jogada é decisiva. As brancas perdem,</p><p>no mínimo, a dama.</p><p>20. 'li'g4</p><p>Tampouco valeria 20. 'iia4 it'cs+ 21. <it>e2</p><p>.ia6+ 22. <it>el 'i!i'e3+ 23. lbe2 'iixe2 mate.</p><p>0 XADREZ DOS GRANDES MESTRES 143</p><p>20 .... fies+ 21. <it>f4 'i!i'd6+ 22. <it>e3</p><p>'i!i'd2 mate.</p><p>Fischer na escola</p><p>Graças à professora do colégio de Bobby</p><p>Fischer, ele adquiriu uma habilidade especial para</p><p>jogar mentalmente o xadrez, uma vez que a mes­</p><p>tra o proibia, como é lógico, de colocar o tabuleiro</p><p>no meio da classe, o qual</p><p>. . . ... . . .. ..... .... 97</p><p>Exercício 18. Ahues - Hans Müller, 1920 ..................................................................... 98</p><p>Anedotas e curiosidades . . .. . . . .. . .... .. . ... .. .. . .. . . . .. . ..... .. . . . .. . . ... . . . .. . . ... . . . .. . . ... . . . . .. . .. . .. .. . . . 98</p><p>A composição de Capa bianca . ... . . . .. . . . .. . . . .. . . . ... . . . .. . . ..... .. . . . . .. ... .. .. . .. .. ... . . . .... ... . . . .. . . .. . . . ... . . 98</p><p>O jovem Capablanca · .. · · · ·· · · · ·· · · ··· · · ··· ·· · ·· ·· ··· ·· ··· ·· · ··· ....... ·· ·· ·· · · ·· ··· ..... ·. ··· ·. ···....... .. . . ... . . ... . . 98</p><p>Conselhos .. . . .. . .. ... .. ... .. ... . . ... .. .. . . . .. . . . ... . . .. . . . . . . . . ... . . . .. . . . .. .. . .. .. ..... ... ..... ....... ..... .. . .. ... . . .. . . 99</p><p>CAPÍTULO 15 - UM GÊNIO LUTADOR E BRILHANTE ............................................ 100</p><p>Alexandre Alekhine</p><p>Partida 29. A. Alekhine - E. Bõõk, 1938 ...................................................................... 101</p><p>Partida 30. Alekhine -Tartakower, 1922 ..................................................................... 102</p><p>Partida 31. Alekhine - Nimzowitsch, 1930 .................................................................. 103</p><p>Final. Estudo de Grigoriev, 1932 .................................................................................. 105</p><p>Mates típicos. ............................................................................................................... 106</p><p>Mate dos dois bispos de Alekhine ................................................................................ 106</p><p>Mate do recuo.............................................................................................................. 106</p><p>Exercício 19. Hort - Byrne, 1962 ................................................................................. 106</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 107</p><p>Alekhine toma seu próprio remédio ............................................................................. 107</p><p>O xadrez como língua materna ....... ............................................. ..... ...... .... .......... ....... 107</p><p>Conselhos ........ ............................................ ...... ....................................................... 107</p><p>CAPÍTULO 16 - A CONFIANÇA E O OTIMISMO······················································· 109</p><p>Efim Bogoljubow</p><p>Partida 32. E. Bogoljubow - A. Rubinstein, 1920 .................................. .... ..... .............. 110</p><p>Final - A oposição em um final de peões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . .. . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111</p><p>Mates típicos. Mate de Ponziani . . ... .. ... ...... ........... ... .. ....... ... ... ..... .. . .. .. .. . . . . . . . . .. . . ...... .. ... . 111</p><p>Exercício 20. Lasker - Moll, 1904 . .. . .. .. ... .. . . .. . ... . . ... . . .... . ... . .... .. . . . .. . .. .. . .. . . . .. .. .. . . . ... . . .... . .. 111</p><p>SUMÁRIO 13</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 112</p><p>Você quer trocar de cores? ........................................................... .............. .... .... ..... ..... 112</p><p>Tartakower e os campeões do mundo .... ...................................................................... 112</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 112</p><p>CAPÍTULO 17 - A REVISÃO DE ANTIGOS DOGMAS ··············································· 114</p><p>Savielly Tartakower</p><p>Partida 33. S. Tartakower - S. Tarrasch, 1920 .............................................................. 115</p><p>Final. Estudo de Horwitz e Kling ............................................ ...................................... 115</p><p>Mates típicos. Mate de Bird ....... .............................. ................... ...................... ......... ... 116</p><p>Exercício 21. Estudo de Platov, 1927 ................................................. .......................... 116</p><p>Exercício 22. Short - Arnason, 1987 ... . . .. . .. . .. .. . .. . . ... . . ... . . .. . . . .. . . ... . . .. . . . .. .. .. . . ... . . .. . . ... . ... ... 116</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................... ····. · ......... · 117</p><p>Partida 34. Tolstoi - Goldenveiser, 1910 ········ ·········· ·········· ···· ····· ········· ········ · ············· ·· 117</p><p>A criação da Abertura Catalã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117</p><p>Partida 35. Tartakower - Torres, 1929 ......................................................................... 117</p><p>Uma Abertura Catalã espetacular ................................................................................ 118</p><p>Partida 36. A. Alekhine - K. Junge, 1942 ..................................................................... 118</p><p>Fischer e suas 60 memoráveis partidas ........................................................................ 120</p><p>Conselhos . . . .. . . . .. . . . .. . . . .. . . . .. . .. .. . . ... . . . ... . ... . . ... . . . .. . . ... . . . .. . . .. . . . .. . . .. . . . .. . . . ... . . .. . ... . . .. . . . . . . . .. . . . 120</p><p>CAPÍTULO 18 - O JOGO CIENTÍFICO ········································································ 121</p><p>Max Euwe</p><p>Partida 37. M. Euwe - B. Fischer, 1957 ........................................................................ 122</p><p>Final - Antigeometria enxadrística ··············································································· 123</p><p>Estudo de Réti, 1921 ...................................... .............................................................. 123</p><p>Mates típicos. Mate de Anastásia ................................................................................. 123</p><p>Exercício 23. Estudo de Przepiorka .............................................................................. 124</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 124</p><p>Não aceito empate! ...................................................................................................... 124</p><p>Viver para e pelo xadrez .............................................................................................. 125</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 125</p><p>CAPÍTULO 19- O PRÍNCIPE COROADO ··································································· 126</p><p>Paul Keres</p><p>Partida 38. Thomas - Keres, 1937 ................................................................................ 127</p><p>Final. Estudo de Batuyev, 1940 .................................................................................... 128</p><p>Mates típicos. Mate de Keres ....... .......... ..... ..... ......... ................... ..... .... ..... .... ......... .... .. 128</p><p>Exercício 24. Capablanca - Spielmann, 1911 ···························· ··································· 128</p><p>Anedotas e curiosidades . . ... . ..... ... .. ... . . . ... . ... . . .. . . . .. . .. ... . ..... ... . . .. . . . . . . . ... . . . . . . .. . . ... . . .. . . . 129</p><p>Partida 39. A. López - J. Hemández, 1980 .................................................................. 129</p><p>Capablanca: mais que uma pessoa, uma máquina ... ............................ ......... .... .... ....... 130</p><p>Conselhos ................. ............... ................................................................................. 130</p><p>CAPÍTULO 20 - O MENINO-PRODÍGIO DA POLÔNIA ············································ 132</p><p>Samuel Reshevsky</p><p>Partida 40. Uma miniatura</p><p>ele procurava trazer</p><p>sempre que podia. Seu coeficiente intelectual,</p><p>superior ao de gênios como Albert Einstein, não</p><p>estava destinado a aprender coisas tão "triviais"</p><p>para ele, como essas que se ensinam nas escolas;</p><p>seu pensamento estava voltado para o xadrez -</p><p>sua grande paixão e obsessão.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Nunca responda às jogadas do adversário</p><p>sem ponderá-las; espere sempre até enten­</p><p>der por que ele fez cada movimento.</p><p>2. "A arte de jogar bem o xadrez é a arte de utilizar</p><p>o tempo do relógio eficientemente." (Gligoric)</p><p>3. Para ganhar tempo, você pode anotar suas</p><p>jogadas enquanto corre o relógio do seu</p><p>adversário.</p><p>4. "Não utilize menos de um minuto para</p><p>cada movimento, a não ser que seja absolu­</p><p>tamente necessário." (Short)</p><p>5. Jogue em um ritmo uniforme, isto é, não</p><p>faça jogadas muito rápidas e outras de</p><p>pensamento longo. Somente em certas</p><p>situações críticas se justifica uma reflexão</p><p>muito demorada.</p><p>6. Ser objetivo ante uma posição é a melhor</p><p>maneira de economizar tempo.</p><p>7. Esqueça-se, durante a partida, dos erros come­</p><p>tidos até o momento. cada nova jogada é uma</p><p>oportunidade para melhorar sua posição.</p><p>8. Não relaxe nunca; enquanto seu adversário</p><p>tiver peças, ele as poderá utilizar para ven­</p><p>cer ou empatar.</p><p>9. Se estiver com pouco tempo, utilize o tem­</p><p>po de reflexão do adversário para pensar</p><p>em seus planos e jogadas.</p><p>10. Ninguém ganhou uma partida depois de</p><p>perder por tempo; complete sempre suas</p><p>jogadas antes do limite, mesmo que à custa</p><p>de algum erro .</p><p>CAPÍTULO 22 Um amor</p><p>incondicional ao xadrez</p><p>·Não sei quem é o melhor jogador do mundo,</p><p>mas sei quem mais ama o xadrez: M iguel Najdorf."</p><p>(Najdorf)</p><p>Miguel Najdorf foi um dos melhores jogadores do pós-guerra na Europa. Dotado de um</p><p>grande talento e de uma memória prodigiosa, destacou-se por sua participação em numerosos</p><p>torneios que disputou ao largo de sua extensa vida enxadrística. É especialmente dotado para o</p><p>jogo tático, mas será lembrado pela posteridade devido à variante Najdorf da Defesa Siciliana: sem</p><p>dúvida, a linha mais popular dessa defesa.</p><p>MIGUEL NAJDORF</p><p>Nacionalidade: Argentino (de origem polonesa).</p><p>Nascimento: Varsóvia, 15 de abril de 1910.</p><p>Morte: Marbella (Espanha), 5 de julho de 1997.</p><p>Títulos: Grande Mestre Internacional.</p><p>Características de jogo: Agressivo e tático.</p><p>Melhores torneios: Ganhou, ao longo de sua extensa carreira enxadrística, mais de 50</p><p>torneios de primeira linha, dentre os quais se destacam: Praga, 1946; Barcelona, 1946;</p><p>Veneza, 1948; Bled, 1950; Amsterdã, 1950; Havana, 1962; e o torneio de Mar del Plata, em 9</p><p>ocasiões.</p><p>Façanhas: Bateu o recorde de simultâneas às cegas em 1947 com 39 partidas ganhas, 2</p><p>perdidas e 4 empates.</p><p>Principal derrota: Não conseguiu se classificar para disputar o título mundial.</p><p>Principal debilidade: Seu caráter excessivamente temperamental.</p><p>Vida privada: Levou urna vida muito ativa até a sua morte, repleta de aventuras e</p><p>viagens constantes. Foi uma lenda viva, personagem que originaria um filme interessantísimo.</p><p>Legado: A variante mais famosa da Defesa Siciliana leva seu nome.</p><p>Consideração final: Um dos jogadores mais fortes da história do xadrez.</p><p>Partida 47</p><p>Glücksberg - Najdorf</p><p>Varsóvia, 1935</p><p>Defesa Holandesa</p><p>A imortal polaca</p><p>A partida seguinte, conhecida como a Imor­</p><p>tal Polaca, foi protagonizada por Miguel Naj­</p><p>dorf, um dos melhores jogadores da história do</p><p>xadrez. Trata-se de uma miniatura de 22 joga­</p><p>das na qual as pretas oferecem diversas peças e</p><p>peões ao adversário. O nome de Imortal Polaca</p><p>foi dado por Tartakower. Najdorf é conhecido</p><p>universalmente por ser o pai da variante que</p><p>leva seu nome na Defesa Siciliana, que é uma</p><p>das mais praticadas por muitos dos melhores</p><p>jogadores do mundo.</p><p>1. d4 f5 2. c4 lt:Jf6 3. lbc3 e6 4. lt:Jf3 d5</p><p>Entrando na Defesa Holandesa, variante do</p><p>"muro de pedra". A estrutura é muito sólida para</p><p>as pretas, mas tem o inconveniente de dificultar</p><p>a entrada em jogo do bispo da dama preta.</p><p>5. e3 c6 6. ~d3 .i.d6 7. 0-0 0-0 8. lbe21?</p><p>Uma jogada de valor duvidoso. Seria me­</p><p>lhor, por exemplo, b3, para tentar o desenvol­</p><p>vimento do bispo da dama e apoiar o peão c4.</p><p>Ou então lt:JeS seguido de f4.</p><p>8 . ... lbbd7 9. lt:Jg5?</p><p>Uma jogada absurda, além de um grave</p><p>erro que conduz as pretas a ter o dominio da</p><p>partida.</p><p>9 . ... i.xh2+1</p><p>8 1 J.. 1•</p><p>7 '' • '' 6 ' ,.</p><p>5 ' ' ti)</p><p>4 8 8</p><p>3 J. 8</p><p>2 8 8 ti) 8 8 J.</p><p>: .i ... :~</p><p>a b e d e f g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 145</p><p>10.@hl</p><p>No caso de 10. ~xh2 lt:Jg4+ 11. 'it>gl</p><p>'i'xgS recuperaria a peça e levaria a dama ao</p><p>ataque.</p><p>10 . ... lt:Jg4 11. f4</p><p>Não seria válido jogar 11. lt:Jxe6?, porque</p><p>11 .... 'iih4, e as brancas perderiam a parti­</p><p>da ante o ataque incontrolável das pretas.</p><p>11. ... fies 12. g3 'i'h5 13. 'it>g2</p><p>Para tentar o lance salvador llhl. Mas ...</p><p>13 . ... .i.gl!!</p><p>Primeira entrega de uma brilhante com­</p><p>binação.</p><p>8 1 .t ••</p><p>7 j' • '' 6 ' ' 5 ' 'ti).</p><p>4 8 8 8.</p><p>3 J. 8 8</p><p>2 8 8 ti) <1></p><p>: J.'il : J.</p><p>a b e d e g h</p><p>14. lt:Jxgl 'i'h2+ 15. 'it>f3 e511 16. dxe5</p><p>lt:Jdxe5+ 17. fxe5 lt:Jxe5+ 18. ~f4 lt:Jg6+</p><p>19. ~f3 f4!!</p><p>Aqui se escondia o sentido do magnífico</p><p>15 .... eS!!, já que agora o bispo da dama se­</p><p>rá uma arma mortífera, ameaçando lt:JeS +</p><p>e fxg3 + .</p><p>20. exf4</p><p>Outra possível continuação seria 20. i.xg6</p><p>.i.g4+! 21. ~xg4 'ifxg3+ 22. ~hS hxg6+ 23.</p><p>~g6 llf6+ 24. ~ h5 l::th6 mate.</p><p>20 . ... i.g4+!</p><p>21. ~xg4 lt:Je5+!</p><p>Nova entrega para abrir a coluna "f", que</p><p>conduz a um mate inevitável.</p><p>22. fxe5 h5 mate.</p><p>146 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>8 1 ••</p><p>7 ' ' ii</p><p>6 • 5 ~</p><p>4 8 8.i.</p><p>3 A @8</p><p>2 88 " 1: .t 1f :~</p><p>abcdefgh</p><p>Final</p><p>Estudo de Réti,</p><p>1922</p><p>Final de torre contra peão</p><p>Na posição seguinte, que corresponde a um</p><p>estudo de Réti, as brancas jogam e ganham.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>,.</p><p>:</p><p>a b e d e g h</p><p>Vejamos o caminho ganhador idealizado</p><p>por Réti em 1922:</p><p>1. l:td21</p><p>A jogada l::ld3 também ganharia, posto que</p><p>se trata de perder um tempo para ganhar a</p><p>oposição. Não seria bom, porém, l. l::ldl ?; com</p><p>esta jogada, aparentemente lógica, as brancas só</p><p>conseguiriam o empate.</p><p>1. ... d4! 2. Wd7 ~dS!! 3. ~c7 @cS 4. 'itib7</p><p>~c4 e empate, já que o rei branco não teria</p><p>tempo de se acercar do peão.</p><p>1 • ..• d4 2. l:tdll!</p><p>Agora são as brancas que obtêm a oposição.</p><p>2 . ... ~ ds 3. '.t>d7!1 ~cs</p><p>Se 3 .... ~es 4. Wc6 We4 s. ~cs d3 6. ~c4,</p><p>e as brancas ganhariam.</p><p>4. We6 ~ c4 5. ~es d3 6. ~e4, e as</p><p>brancas tomam o peão.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate das dragonas ( charreteras)</p><p>1 . .:t8+ 'i'xffi 2. ::xftl+ .:xftl 3. 'ii'xg6 mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 88</p><p>3</p><p>2 888 8</p><p>1 : <i,</p><p>a b e d e</p><p>Exercício 28</p><p>Criação de um peão passado</p><p>As brancas jogam</p><p>8</p><p>7</p><p>6 i '</p><p>s8 8</p><p>4 8 8</p><p>3</p><p>2</p><p>g h</p><p>•</p><p>a b e d e g h</p><p>No diagrama anterior jogam as brancas. Elas</p><p>ganham, perdem ou empatam? Explique suares­</p><p>posta indicando as jogadas corretas.</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 48</p><p>J. Monedero - A. Martín</p><p>Campeonato absoluto da Catalunha,</p><p>1973</p><p>Abertura Inglesa</p><p>A partida que valeu um título</p><p>Esta partida, jogada em 1973, significou</p><p>meu maior êxito desportivo ao ganhar o sempre</p><p>difícel Campeonato absoluto da Catalunha.</p><p>1.c4</p><p>Sabendo que meu adversário era bom</p><p>teórico, tentei distanciar-me das aberturas</p><p>que jogava normalmente, pois ele devia ter</p><p>alguma linha de resposta preparada.</p><p>1. ... c5 2. ©c3 ©c6 3. g3 g6 4 . .ig2</p><p>.ig7 5. llbl l:tb8 6. a3 a6</p><p>As pretas optam pela variante simétrica da</p><p>Abertura Inglesa.</p><p>7. b4 cxb4 8. axb4 b5 9. cxb5 axb5</p><p>10. ©t'3 d6</p><p>Por fim, as pretas abandonam a simetria.</p><p>Também se poderia jogar 10 .... d5 11. d4 e6</p><p>12 . .if4 l:tb6 13. e4 ©f6 14. e5 ©e4 15. ©xe4</p><p>dxe4 16. ©d2 0-0 17 . .ie3 f5 18. exf6 .ixf6</p><p>19. ©xe4 .ixd4 20. 0-0 e5 21. .ig5 ©e7 22.</p><p>llcl .ib7 23. ~c2 l:tf7 24. 'i'd2 ~a8 25. 'i'd3</p><p>©d5 26. 'i'b3 ©c3! 27. l:xc3 .ixc3 28. ©f6+</p><p>llbxf6 29 . .ixb7 'i'xb7 30 . .ixf6 'i'f3 31. 'iWe6</p><p>'i'xf6 e empate (partida Kasparov - Kramnik,</p><p>Nova York, 1995).</p><p>11. 0-0 e6</p><p>Esta jogada não foi boa, visto que no futuro</p><p>o bispo das casas brancas ficará muito passivo.</p><p>Teria sido melhor o desenvolvimento 11. ...</p><p>.ig4 ou então a manobra 11 .... ©h6 seguida de</p><p>©fs. Outra opção seria 11. ... e5 12. 'i'c2 ©ge7</p><p>13. e4 0-0 14. llel .ie6 15. d3 f5 com bom jogo</p><p>das pretas.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 147</p><p>12. d4 ©ge7 13. e4</p><p>Se 13. 'i'd3 'iib6 14. l:dl 0-0 15. d5 exd5</p><p>16. ©xd5 ©xd5 17. 'i'xd5 .ie6 18. 'ikd2 com</p><p>possibilidades mais ou menos equivalentes.</p><p>13 . ... 0-0 14 . .ie3 'ti'c7 15. 'i'd2 .id7</p><p>16. llfcl 'iib7 17 . .ifl</p><p>As brancas obtêm uma ligeira vantagem</p><p>posicional.</p><p>17 . ... ©a7</p><p>A colocação do cavalo nessa casa é muito</p><p>infeliz, mas 17 .... ©d8 tampouco resolveria o</p><p>problema de defender o ponto b5. O mais</p><p>adequado teria sido o contra-ataque mediante</p><p>17 .... f5.</p><p>18 . .ih6 f5 19 . .ixg7 ~xg7 20 . .ig2</p><p>fxe4 21. ©xe4!</p><p>8 1</p><p>7 ...</p><p>6</p><p>5</p><p>4 8 tf:J</p><p>3 tf:J /j</p><p>2 • /j i. /j</p><p>: : @</p><p>a b e d e f g h</p><p>Uma interessante entrega de peça.</p><p>21 . ... 'i'xe4 22. ©g5 'i'f5</p><p>Se 22 .... ~g4 23 . .ih3 ~h5 24. l:c7 com</p><p>vantagem das brancas.</p><p>23 . .ih3 ~d5 24. l:tc7 1Ud8</p><p>Embora a posição das pretas seja muito</p><p>ruim, ficaria um pouco melhor se 24 .... 1lb7 25.</p><p>J:txd7 1lxd7 26. ©xe6 com vantagem para as</p><p>brancas.</p><p>25. l:xa7</p><p>Seria bom 25 . .ixe6 .ixe6 26. l:xe7+ <;t>f8</p><p>27. l:xa71ld7 28. ~f4+ ~g7 29. ©xe6+ 1/r'xe6</p><p>30. d51/r'e7 31. l:tbal 1lxa7 (31. ... lk8 32. 'i!Ve3</p><p>lle8 33. lbd7 'i'xd7 34 . .:a7 ganhando) 32.</p><p>'i!Vd4+ 'i'e5 33. 'iixa7+ ganhando.</p><p>148 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>25 . ... l:.b7 26 . .ixe6!</p><p>8 1</p><p>7 : 1 ..l • .,</p><p>6 'i. j</p><p>5 ' • l2J</p><p>4 /j 8</p><p>3 8</p><p>2 8 8</p><p>: @</p><p>a b e d e g h</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>Com efeito, se 26 .... .ixe6 27. lhb7 ::td7</p><p>28. tbxe6+ l\i'xe6 29. dS com vantagem deci­</p><p>siva das brancas.</p><p>O problema imortal</p><p>Dr. Conrad Bayer - Mate em 9</p><p>Da mesma maneira que existe a partida imor­</p><p>tal, jogada em Londres em 1851 por Anderssen</p><p>contra Kieseritzky, também existe o problema que</p><p>foi batizado como "imortal". Trata-se de um estu­</p><p>do criado pelo Dr. Conrad Bayer em 1856.</p><p>O fato de poder-se sacrificar todas as peças</p><p>brancas e dar mate com um solitário peão, em</p><p>nove jogadas, realça a beleza deste problema.</p><p>A seqüência para o mate em nove jogadas</p><p>com um só peão é a seguinte:</p><p>8 • 7 • • 6 ' '' 5 <i>.I ltJ .t</p><p>4 : :</p><p>3 1</p><p>2 • 8</p><p>abcdefg h</p><p>1. l;tb7 'ii'xb7 2. ~ xg6+ ~g6 3. ~g8+</p><p>~xfS 4. ~g4+ ~es s. ~s+ .t;tfS 6. f4+</p><p>.ixf4 7. 'i'xe2+ ~xe2 8. ::te4+ dxe4 9. d4</p><p>mate .</p><p>8</p><p>7</p><p>6 ' ' 5 •• 4</p><p>/j ' J.</p><p>3</p><p>2 .t</p><p>abcdefgh</p><p>O mau humor dos</p><p>campeões mundiais</p><p>Alguns campeões do mundo não se distin­</p><p>guiram por seu bom humor. Uma curiosa ane­</p><p>dota protagonizada por Steinitz explica que</p><p>uma vez um de seus admiradores pediu ao</p><p>campeão do mundo para explicar uma das</p><p>jogadas que havia feito. A resposta de Steinitz</p><p>foi cortante:</p><p>- Não é possível que você entenda esta</p><p>jogada. Conhece algum macaco que entende</p><p>como funciona um relógio? Da mesma ma­</p><p>neira, esta jogada não está ao alcance de sua</p><p>inteligência.</p><p>Alekhine e Nimzowitsch, dois dos melhores</p><p>jogadores da história do xadrez, não se carac­</p><p>terizavam tampouco pela simpatia. Alekhine,</p><p>numa ocasião, abandonou sua partida pegando</p><p>o próprio rei com força e jogando-o tão longe</p><p>quanto possível. Nimzowitsch, por sua vez, não</p><p>pôde suportar uma derrota e exclamou: "- Por</p><p>que tenho de perder para este idiota?".</p><p>CONSELHOS</p><p>1. O lugar onde o rei é mais vulnerável é o</p><p>centro do tabuleiro, portanto evite sempre</p><p>que seu adversário leve-o a essa situação na</p><p>abertura ou no meio-jogo.</p><p>2. A superioridade dos peões no flanco afas­</p><p>tado do rei supõe uma vantagem inques­</p><p>tionável no final da partida.</p><p>3. Não tenha ganância por material até o fi­</p><p>nal da partida: muitas vezes a posição deve</p><p>ser ganha devolvendo a superioridade de</p><p>material em troca de outro tipo de vanta­</p><p>gem.</p><p>4. A meta do enxadrista deve ser cometer o</p><p>mínimo de erros possíveis durante a partida.</p><p>5. No xadrez, há jogadas boas e más; as jo­</p><p>gadas "lógicas" ou "naturais" têm tantas ex­</p><p>ceções que nunca devemos jogá-las meca­</p><p>nicamente.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 149</p><p>6. Quanto menos peças ficam sobre o tabu­</p><p>leiro mais importante se tornam os peões e</p><p>os reis.</p><p>7. "Os erros estão sempre esperando que al­</p><p>guém os cometa." (S. Tartakower)</p><p>8. Torre e bispo coordenam-se melhor, em ter­</p><p>mos gerais, que torre e cavalo.</p><p>9. Não jogue pensando em ciladas. Elas só ser­</p><p>vem para situações desesperadas ou par­</p><p>tidas amistosas.</p><p>10. Buscar o domínio das casas centrais do</p><p>tabuleiro é um objetivo básico não só na</p><p>abertura, mas também no meio-jogo.</p><p>CAPÍTULO 23 A lógica a</p><p>serviço do xadrez</p><p>"O jogo lógico e metódico de</p><p>Geller é o principal fator de seu êxito."</p><p>(Kotov)</p><p>Efim Geller é um dos jogadores com melhor história enxadrística de todos os tempos. Durante</p><p>mais de vinte anos, manteve-se entre os dez melhores jogadores do mundo. Suas contribuições à</p><p>teoria das aberturas, com a revisão de novas linhas de jogo, são muito apreciadas. Apesar de não ter</p><p>conseguido o título de campeão mundial, foi um dos poucos jogadores que conseguiu derrotar a</p><p>maioria dos melhores jogadores de sua época.</p><p>EFIM GELLER</p><p>Nacionalidade: Ucraniano.</p><p>Nascimento: 8 de março de 1925.</p><p>Títulos: Grande Mestre e aspirante ao título mundial em 1953, 1956, 1962, 1965, 1968</p><p>e 1971.</p><p>Características de jogo: Extraordinária preparação teórica, jogo lógico e metódico.</p><p>Melhores torneios: Campeonato da URSS de 1955; Dresden, 1959; Gotenburgo 1967;</p><p>Budapeste, 1973; Moscou, 1975; Las Palmas, 1976.</p><p>Façanhas: Obter resultados positivos, mais de 30 vitórias no total, contra os campeões do</p><p>mundo Botvinnik, Smyslov, Petrosian, Fischer, Euwe, Tal, Spassky e Karpov.</p><p>Principal debilidade: Não era muito forte no jogo posicional.</p><p>Legado: Criador de novos sistemas de aberturas, como a Espanhola, o Gambito de Dama</p><p>e a Siciliana.</p><p>Consideração final: Um forte e muito perigoso jogador de ataque.</p><p>Partida 49</p><p>Geller - Portisch</p><p>Moscou, 1967</p><p>Abertura Espanhola</p><p>Tenha especial cuidado</p><p>com os ataques contra o roque</p><p>pequeno quando seu peão do</p><p>bispo do rei está cravado.</p><p>Na seguinte partida, um erro grave no mo­</p><p>vimento 17 das pretas (©a4 em lugar de ©d8)</p><p>criou uma reação em cadeia das peças brancas,</p><p>capaz de fazê-las conseguir uma vitória espeta­</p><p>cular.</p><p>1. e4 eS 2. fbf.3 ©c6 3. il.bS a6 4. i.a4</p><p>©f6 5. 0-0 i.e7 6. l:el bS 7. i.b3 d6 8. c3</p><p>0-0 9. h3 h6 10. d4 l:te8 11. ©bd2 i.f8 12.</p><p>©fl i.b7</p><p>No caso de 12 .... i.d7 13. ©g3 ©as 14.</p><p>i.c2 ©c4 15. a4 cS 16. dxc5 dxc5 17. ©h2</p><p>©d6, as brancas levariam ligeira vanta­</p><p>gem.</p><p>13. ©g3 'ii'd7!?</p><p>Teria sido melhor com 13 .... ©as ou en­</p><p>tão g6 com pequena vantagem para as bran­</p><p>cas.</p><p>14. dxeS! dxeS?</p><p>Um erro grave. Seria um pouco melhor 14.</p><p>... ©xe5 15. ©xe5 dxeS 16. 'ii'f3, as brancas</p><p>ficariam melhor.</p><p>15. ©hS! 'ilt'e7</p><p>Depois de 15 .... 'i'xdl 16. ©xf6+ gxf617.</p><p>i.xdl i.c8 18. ©h4 i.e6, as brancas ficam com</p><p>vantagem graças às debilidades das pretas, sua</p><p>boa estrutura de peões e o melhor jogo das suas</p><p>peças.</p><p>16. ©h4!</p><p>Outro golpe muito forte que abre caminho</p><p>para o jogo da dama.</p><p>16 . ... ©xhs 17. 'i!fxhs ©as?</p><p>Aqui seria melhor 17 .... ©d8, ou então 17.</p><p>... 'iWf6 18. i.g5 hxg5 19. ©g6, mas as brancas</p><p>mantiveram a vantagem.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 151</p><p>8 1</p><p>7</p><p>6 ' 5 J. 'ir'</p><p>4 t2)</p><p>3 ~8 8</p><p>2 8 8 8 8</p><p>1: : cii></p><p>a b e d e g h</p><p>18. i.gSI!</p><p>Extraordinária jogada que outorga uma</p><p>vantagem decisiva às brancas.</p><p>18 . ... 'i'd7</p><p>Se 18 .... hxgS 19. ©g6 ganhando.</p><p>E se 18 .... 'ii'xgS 19. 'ii'xf7+ seguido de</p><p>'i'g8 mate.</p><p>19. l:tadl i.d6 20. i.xh6 gxh6</p><p>No caso de 20 .... lbxb3 21. i.xg7! ~xg7</p><p>22. ©fs+ ~g8 23. 'i'g5+ ~h8 24. 'i'g7 mate.</p><p>21. 'ii'g6+ ~ f8 22. 'i'f6! ~ g8</p><p>8 1 1 • 7 ' 6 ' • 5 .,</p><p>4 t2)</p><p>3 J. 8 8</p><p>2 88 8 8</p><p>: : @</p><p>a b e d e g h</p><p>23. lte3 com vitória.</p><p>As pretas estão perdidas, uma vez que se:</p><p>23 .... ~h7 24. l:lxd6 (24. i.xf7 ltg8 25.</p><p>©fs com vantagem decisiva) 'i!fxd6 25. 'ifxf7 +</p><p>~h8 26. l:g3 e mate.</p><p>152 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JosÉ MONEDERO</p><p>GONZÁLEZ</p><p>Em caso de 23 .... .txe4 24. J;.g3+ @f8</p><p>25. tt'ig6+ .ixg6 26. l:lxg6 l:le6 27. li'g7+</p><p>@e7 28. l:txe6+ @d8 29. 'i/Vg8+ i.f8 30. 'i/Vxf8</p><p>mate.</p><p>Final - Dama contra dama,</p><p>um caso excepcional</p><p>Dama contra dama é empate, evidentemen-</p><p>te, a não ser que se produza uma posição de rede</p><p>de mate ou de ambição incontida da dama contrá-</p><p>ria. É importante conhecer esse tipo de posição</p><p>devido à dificuldade de saber; antecipadamente,</p><p>em um final de peões que coroam, se ganharemos</p><p>ou não a partida.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 • • a b e d e g h</p><p>1. 'fi'h2+</p><p>Também se ganharia com 1. 'i/Vg8+ @h3 2.</p><p>'i1Yh7+ ~g2 3. 'ii'g6+ c,t,h3 4. 'ii'hS+ ~g2 5.</p><p>li'g4+ ~fl 6. ~e2+ ~gl 7. ~f2 mate.</p><p>1 .... c,t,ga 2. li'g7+ ~ha a. ~h6+ ~g2</p><p>4. ~g5+ ~fl 5. ~f4+ ~g2 6. l\Vg4+ ~h2</p><p>7. c,t,f2, e qualquer jogada da dama acaba em</p><p>mate das brancas.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Lolli</p><p>O jogador Giambattista Lolli (1698-</p><p>1769) publicou uma série de mates, dentre os</p><p>quais o que a seguir detalhamos.</p><p>1. 'i'h6 l!g8 2. 'i'xh7+ o;h_h7 3. llltl</p><p>mate.</p><p>8 • 7 ' 6 j</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8 8 8</p><p>1 @</p><p>a b e d</p><p>Exercício 29</p><p>Estudo de Troitzky,</p><p>1896</p><p>As brancas jogam</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a •</p><p>' j</p><p>j 8 j</p><p>ti'</p><p>8</p><p>:</p><p>e g h</p><p>abcde gh</p><p>As brancas podem conseguir a coroação do</p><p>peão? Explique quais as melhores jogadas de</p><p>ambos os lados.</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A influência dos espectadores</p><p>A seguinte posição se produziu entre dois afi­</p><p>cionados jogadores de um clube de Viena. O joga­</p><p>dor das brancas estava convencido de que conse­</p><p>guiria o mate com a seguinte sucessão de jogadas:</p><p>8 1 •• 7 •• •• ,</p><p>6 • 5 ti) ~</p><p>4 • 8'if</p><p>3 ' • :</p><p>2 8</p><p>: <i></p><p>a b e d e f g h</p><p>1. tZ:le7+ ~h8 2. ~xh7+ ~xh7</p><p>Neste momento percebeu que sua torre estava</p><p>cravada e que havia fracassado sua intenção de dar</p><p>mate em h3. Um instante antes de abandonar; ouviu­</p><p>se a voz, dentre o público, do Grande Mestre Ma­</p><p>roczy, que assistia a partida e exclamou: "Magrú­</p><p>fico!". Só então o jogador das brancas percebeu que,</p><p>se jogasse 3. dS!!, o mate seria inevitável.</p><p>Vejamos que possibilidades existiam:</p><p>3. d5!! g6</p><p>Uma defesa que fracassa devido a i.f6.</p><p>Tampouco serviria 3 .... ~c8 4. l:.d4 tZ:le4 5.</p><p>:Xe4 ~g4 6. llxg4 g6 7. l%h4+ ~ g7 8. i.f6 mate.</p><p>4. ~f6 'ifcs 5. l:td4 g5 6. l1dd3 g4 7.</p><p>: f4 ~fS 8. l%h3+ gxh3 9 . .l;th4+ 1h15 10.</p><p>J:xh5 mate.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 153</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Recorde sempre a citação de Tartakower:</p><p>"A ameaça é mais forte que a sua exe­</p><p>cução".</p><p>2. Contrariamente ao que muitos crêem, o</p><p>aprendizado dos finais de partida é um</p><p>passo primordial para ter-se um domínio</p><p>geral do jogo de xadrez. Estudar finais é</p><p>mais efetivo que memorizar variantes de</p><p>abertura.</p><p>3. Ante um ataque, é uma boa estratégia</p><p>tentar trocar peças.</p><p>4. "Mantenha o rei longe do campo de luta no</p><p>meio-jogo e na abertura." (Philidor)</p><p>S. "Quem toma a iniciativa tem vantagem."</p><p>(La Bourdonnais)</p><p>6. "Tente apoderar-se o quanto for possível</p><p>das colunas abertas." (Morphy)</p><p>7. ''A rejeição de um sacrifício é normalmente</p><p>a sua aceitação." (Steinitz)</p><p>8. Na abertura, é de capital importância bus­</p><p>car o domínio das casas centrais do tabu­</p><p>leiro e o ganho de um tempo de desenvol­</p><p>vimento das suas peças.</p><p>9. No xadrez, deve-se sempre estar descon­</p><p>fiado: nosso adversário pode querer nos</p><p>armar uma "cilada" a qualquer momento</p><p>da partida.</p><p>10. Quando seu oponente faz uma jogada, a</p><p>primeira coisa que você deve entender é o</p><p>porquê deste movimento.</p><p>CAPÍTULO 24 Um turbilhão</p><p>tático</p><p>"Há dois tipos de sacrifícios: os corretos e os meus."</p><p>(M. Tal)</p><p>Seria muito difícil encontrar um jogador na história do xadrez melhor dotado para o jogo</p><p>combinativo que Mikhail Tal. Seus espetaculares sacrifícios são a delícia de milhões de aficionados</p><p>do jogo de xadrez, que vêem em Mikhail Tal o arquétipo do jogador audaz e imaginativo. Possuidor</p><p>de um grande senso de humor e de uma enorme qualidade humana, foi um dos jogadores mais</p><p>queridos pelos enxadristas de todo o mundo.</p><p>MIKHAILTAL</p><p>Nacionalidade: Letão.</p><p>Nascimento: Riga, 9 de novembro de 1936.</p><p>Morte: Moscou, 28 de junho de 1992.</p><p>Títulos : Campeão mundial em 1960 após derrotar Botvinnik em Moscou. -</p><p>Características de jogo: Tático, imaginativo, agressivo e intuitivo.</p><p>Melhores torneios: Campeão da URSS em seis ocasiões. Campeão da Letônia em 1953</p><p>e 1965. Interzonal de Portoroz, 1958; Zurique, 1959; Estocolmo, 1961; Bled, 1961; Hastings,</p><p>1964 e 1973; Reykjavik, 1964; lnterzonal de Amsterdã, 1964; Sarajevo, 1965; Palma de</p><p>Mallorca, 1966; Tiblisi, 1968 e 1986; Wijk aan Zee, 1972; Novi Sad, 1974; Leningrado, 1977;</p><p>Montreal, 1979; lnterzonal de Riga, 1979; Yurmala, 1985; Berlim, 1985; Rio Hondo, 1987.</p><p>Façanhas: Permaneceu invicto durante 86 partidas em campeonatos de elite.</p><p>Principal derrota: A perda do título de campeão mundial ante Botvinnik, um ano após</p><p>tê-lo conquistado.</p><p>Principal debilidade: Sua frágil saúde, prejudicada por sua propensão ao tabaco e à</p><p>bebida. Tinha o mau costume de perder muitas de suas primeiras partidas nos torneios que jogava.</p><p>Vida privada: Foi um dos jogadores mais queridos de sua época, graças ao seu fino</p><p>sentido de humor. Dedicou-se com grande êxito ao periodismo enxadrístico.</p><p>Legado: Nos deixou um arsenal de mais de 4.000 partidas de campeonato, recorde só</p><p>igualado por Karpov. Seu jogo imaginativo, audaz e surpreendente dificilmente é imitado.Todos</p><p>podemos usufruir de suas belas combinações e sacrifícios. Seus livros Al ataque e o do Campeonato</p><p>del Mundo de 1960 Tal - Botvinik dão boa mostra de seu talento como jogador e escritor.</p><p>Consideração final: Talvez seja o gênio mais imaginativo da combinação e do ataque</p><p>em todos os tempos.</p><p>Partida 50</p><p>Teschner - Tal</p><p>Campeonato dos EUA por equipes,</p><p>1957</p><p>Defesa Siciliana</p><p>Conserve seu bispo</p><p>bom para obter</p><p>vantagem no final.</p><p>1. e4 c5 2. tl:if3 tl:ic6 3. d4 cxd4 4.</p><p>tl:ixd4 tl:if6 5. tl:ic3 d6 6. g3 g6 7 . .ig2</p><p>Seria melhor 7. tl:i3e2 para não ter de to­</p><p>mar a dama no caso de tl:ixd4.</p><p>7 . ... tl:ixd4 8. 'Wxd4 .ig7 9. 0-0 0-0 10.</p><p>'ii'd3 .ie6 11. tl:id5 l:tc8 12. c3</p><p>Fechando a diagonal al-h8 ao bispo em</p><p>fianchetto.</p><p>12 .... : e8</p><p>Para poder mover a dama que está defen-</p><p>dendo o peão de e7.</p><p>13 . .ie3</p><p>Teria sido mais ativo .igS.</p><p>13 . ... "i'a5 14. h3</p><p>Para evitar o salto do cavalo preto a g4.</p><p>Segundo Tal, o melhor para as brancas seria 14.</p><p>a4, após o que ele teria jogado 14. a4 .ixdS 15.</p><p>exdS a6.</p><p>14 . ... 'ii'a4!</p><p>Aumentando a pressão sobre e4.</p><p>15. l:t.fel b5 16 . .ig5?</p><p>É uma perda de tempo. As brancas pode­</p><p>riam ter jogado 16. tl:ixf6+ .ixf6 17 . .id4, for­</p><p>çando a troca de bispos, mas as brancas não</p><p>deram a importância devida ao bispo das casas</p><p>pretas de Tal.</p><p>16 . ... tl:ixd5 17. exd5 .if5 18. 'it'd2</p><p>b41</p><p>Pressionando em c3, o ponto mais fraco das</p><p>pretas.</p><p>19.c4</p><p>Não valeria 19. cxb4 por l:c2.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 155</p><p>19 . ... 'ii'c2!</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>abcdefgh</p><p>20. 'Wxc2 .i.xc2</p><p>Agora se verá a importância do bispo bom</p><p>das pretas.</p><p>21. l:t.acl .id3 22. :e3</p><p>Contra 22. b3 se jogaria 22. . .. .ib2 23.</p><p>l:kdl .ic2 24. l:t.d2 .ic3 com vantagem das</p><p>pretas.</p><p>22 . ... .ixb2! 23. l:t.xd3 .ixcl 24 . .i.xcl</p><p>l:txc4 25 . .id2 l:t.b81</p><p>26 . .ie3 as</p><p>Os bispos seguem sem ter um jogo satis­</p><p>fatório, enquanto as pretas ameaçam criar um</p><p>perigoso peão passado.</p><p>8 • 7 ' 6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8 8</p><p>2 8 8 .i</p><p>1 @</p><p>a b e d e f 9 h</p><p>156 A NTONIO Ló PEZ M ANZANO E Jost M ONEDERO G ONZÁLEZ</p><p>27. l%d2 a4 28. i fl ltcl 29. llb2 l:tal</p><p>30. ~ g2 a3 31. l:tc2 b3! 32. axb3 a2 33.</p><p>i e2 Agl+ 34. ~ xgl al'i'+ 35. ~g2 llxb3</p><p>36. 1:tc8+ ~g7 37. l:tc4 'i'a8, e as brancas</p><p>abandonam.</p><p>Final</p><p>Averbakh - Final de</p><p>torre contra cavalo</p><p>A peça aprisionada</p><p>O diagrama seguinte mostra a posição em</p><p>que um cavalo é capturado pelo jogador forte. O</p><p>tema da peça aprisionada (no caso, o cavalo) se</p><p>produz com certa freqüência nos finais, e é bom</p><p>conhecer sua existência e funcionamento.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>abcdefgh</p><p>Vejamos o procedimento ganhador a partir</p><p>da posição do diagrama.</p><p>1. ~ d5 ~ f6 2. ~c6!!</p><p>É necessário jogar com prec1sao. Por</p><p>exemplo, não seria bom 2. ~cS? por 2 .... ~ eS!,</p><p>e o cavalo escaparia; uma sutileza digna de ser</p><p>aprendida. 3. l:.d2 lt:la4+ 4. ~ b4 lt:lb6 5. ~ cS</p><p>lt:la4+ e empate.</p><p>2 . ... ~e5, e as pretas não têm mais o que</p><p>jogar.</p><p>2. 'it>c5</p><p>A mesma posição na qual o cavalo escapa, mas</p><p>agora jogam as pretas, e elas estão em zugzwang.</p><p>3 . . .. ~ fS 4. ~ b4 ~ e5 5. : d2, e se ganha</p><p>o cavalo e a partida.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate da andorinha</p><p>Von Holzhausen - Tarrasch</p><p>Simultânea, Hamburgo, 1910</p><p>1. e4 e5 2. lt:lf3 lt:lc6 3. i c4 lt:lf6 4. d4</p><p>exd4 5. 0-0 d6 6. lt:lxd4 ~ e7 7. lt:lc3 0-0 8 .</p><p>h3 l:te8 9. : e 1 lt:ld 7?</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 i.tb 8</p><p>3 tb 8</p><p>2 888 8 8</p><p>: .i. : @</p><p>a b e d e f g h</p><p>10. ~xf7+ ~f7 11. lt:le6 ~e6 12.</p><p>'1Wd5+ ~ f6 13. 'iWfS mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 8</p><p>3 tb 8</p><p>2 888 8 8</p><p>1 : i. : @</p><p>a b e d e f g h</p><p>Exercício 30</p><p>Tal-Timman</p><p>Skopje, 1972</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>8 11 • 7,,. ' J.i</p><p>6 .l J..l.l.i</p><p>5 ••</p><p>4</p><p>3 .t</p><p>2 8 8 8</p><p>1:</p><p>abcdefgh</p><p>Exercício 31</p><p>Tal-Devski</p><p>Moscou, 1961</p><p>8 • J. 1</p><p>7.lJ..lllj</p><p>6 i</p><p>5 t2J 8i</p><p>4 .l J..</p><p>3 8 • 2 8 8 8</p><p>1 <it> :</p><p>a b e d e f g</p><p>.t</p><p>:</p><p>h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 157</p><p>Exercício 32</p><p>Tal - Rantanen</p><p>Tallin, 1979</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2 8</p><p>a b</p><p>Exercício 33</p><p>Tal - Unzicker</p><p>1966</p><p>2 8 8</p><p>e</p><p>w</p><p>88</p><p><it></p><p>d e f g h</p><p>li •</p><p>.... '.l'</p><p>i. i</p><p>8</p><p>•</p><p>t2J</p><p>88</p><p><it></p><p>abcdefg h</p><p>158 A NTONIO LóPEZ M ANZANO E Jos~ M ONEOERO GONZÁLEZ</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Um efeito psicológico</p><p>chamado Fischer</p><p>Fischer é um dos mitos mais evidentes da</p><p>história do xadrez mundial. Suas legendárias</p><p>vitórias contra Larsen e Taimanov, nas quais</p><p>não cedeu nem um só empate aos adversários,</p><p>deram a volta ao mundo. Entretanto, é difícil</p><p>entender como pôde conseguir tão grandiosas</p><p>vitórias. Talvez o segredo deva ser buscado nos</p><p>intrincados aspectos psicológicos da mente</p><p>humana. Vejamos uma posição de seu encontro</p><p>com Taimanov, no qual este grande jogador</p><p>comete um erro incompreensível.</p><p>Fischer - Taimanov</p><p>Vancouver, 1971</p><p>Na posição do diagrama, Taimanov cometeu</p><p>um erro incompreensível para um Grande Mestre,</p><p>o que o conduziu à derrota.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e</p><p>81. ... ~e4??</p><p>g h</p><p>Entretanto, com 81. ... tZ'ld3 seria empate,</p><p>pois 82. h4 lZ'lf4 83. <t>fS ct>d6, e o rei branco</p><p>não poderia tomar o cavalo, pois o rei preto</p><p>chegaria à casa de coroação do peão e haveria o</p><p>empate.</p><p>82 . .ic8!</p><p>Fischer aproveitou o presente do rival rea­</p><p>lizando as melhores jogadas de que dispunha.</p><p>Se 82 . .te6? thf3! 83. i.g4 lhh4 84. 'Í'gS</p><p>~eS 85 . .ihS tZ'lg2 86. i.f3 lhh4 acabaria em</p><p>empate. Novamente o rei não pode tomar o</p><p>cavalo, porque o rei chegaria a casa de coroa­</p><p>ção h8, e as brancas não poderiam ganhar por</p><p>ser seu bispo de cor diferente da casa em que</p><p>coroa o peão.</p><p>82 . ... Wf4 83. h4! tZ'lf3</p><p>Se 83 .... tZ'lg4+ 84. ~g7.</p><p>84. hS! tZ'lgS 85. i.fS tZ'lf3 86. h6 tZ'lgS</p><p>87. 'itig6 tZ'lf3 88. h7 tZ'les+ 89. ~f6.</p><p>O que é bom para o estômago</p><p>não é bom para o xadrez</p><p>Jeremy Silman afirma que, sempre que po­</p><p>de, convida o adversário para comer antes da</p><p>partida.</p><p>- Não há nada pior que uma boa bisteca</p><p>condimentada para jogar uma boa partida -</p><p>afirma Silman.</p><p>Sem dúvida, uma digestão pesada não é a</p><p>melhor forma de se enfrentar uma partida.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Procure ter a iniciativa da partida; o jo­</p><p>gador que ataca sempre tem mais opções</p><p>de vitória que o jogador defensor.</p><p>2. Quando a situação é vantajosa, não deve­</p><p>mos nos precipitar para ganhar rapida­</p><p>mente a partida.</p><p>3. Quando se tem vantagem, é mais fácil en­</p><p>contrar planos estratégicos que quando se</p><p>está em inferioridade.</p><p>4. Quando nosso oponente está no ataque,</p><p>devemos tentar trocar peças, em especial,</p><p>as damas.</p><p>5. Se temos clara vantagem material, não de­</p><p>vemos nos arriscar complicando o jogo, ao</p><p>contrário, devemos simplificá-lo.</p><p>6. "A troca é a alma do xadrez." (Kieninger)</p><p>7. Coloque seus bispos fora das cadeias de</p><p>seus próprios peões.</p><p>8. Tente trocar seu bispo "mau" para não ter</p><p>de enfrentar um final em desvantagem.</p><p>9. O par de bispos em posições abertas é uma</p><p>bela vantagem.</p><p>10. Um bispo pode dominar as casas por onde</p><p>passa o cavalo e, portanto, aprisioná-lo.</p><p>CAPÍTULO 25 Melodia</p><p>enxadrística</p><p>"Taimanov fez grandes contribuições para a teoria</p><p>das aberturas, em especial a Defesa Nimzoíndia. •</p><p>(Hooper)</p><p>Taimanov, junto com Philidor, foi o músico mais famoso da história do xadrez. Suas contribui­</p><p>ções para a teoria das aberturas são valiosas. Durante os anos 50 foi um dos melhores jogadores do</p><p>mundo. Contudo, após sua derrota gritante ante Fischer, foi desprezado pelo seu país. Mas, sendo um</p><p>otimista incorrigível, declarou: ''Ao menos sempre me fica a minha música para desfrutar da vida".</p><p>MARK TAIMANOV</p><p>Nacionalidade: Russo.</p><p>Nascimento: Jarkov, 7 de fevereiro de 1926.</p><p>Títulos: Grande Mestre Internacional.</p><p>Características de jogo: Grande perito em aberturas.</p><p>Melhores torneios: Campeão da URSS em 1956; Dresden, 1959; Leningrado, 1960;</p><p>Rostov, 1961; Reykjavik, 1968; Wijk-aan-Zee, 1970; Bucareste, 1973; Albena, 1974; duas</p><p>vezes campeão do mundo de veteranos em 1993 e 1994.</p><p>Principal derrota: Contra Fischer por 6 a O no enfrentamento de candidatos ao título</p><p>mundial de 1970.</p><p>Principal debilidade: Excessivo otimismo.</p><p>Vida privada: É um excelente pianista. Foi desprezado pelo seu país após sua derrota</p><p>para Fischer.</p><p>Consideração final: Um dos melhores jogadores russos da sua época.</p><p>160 A'ITONIO LóPEL MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 51</p><p>Taimanov - Lisitsin</p><p>Leningrado, 1949</p><p>Gambito de Dama</p><p>Ocupe as colunas abertas</p><p>com suas torres dobradas.</p><p>A seguinte partida, jogada por Taimanov, um</p><p>dos jogadores mais fortes de sua época, é um</p><p>exemplo da estratégia que se deve seguir para</p><p>aproveitar as colunas abertas. A última parte da</p><p>partida nos mostra também como utilizar as</p><p>torres na oitava fila com o fim de perseguir o rei e</p><p>as demais peças do inimigo.</p><p>1. d4 d5 2 . c4 e6 3 . ltJf3 c6 4 . 'ii'c2 lbd7</p><p>Considera-se melhor 4 .... lbf6 seguido de</p><p>.i.e7 e 0-0.</p><p>5. g3 .id6 6 . .ig2 f5?!</p><p>Uma jogada de duvidoso valor. Seria me­</p><p>lhor continuar com o desenvolvimento habitual</p><p>mediante lbf6. Com a última jogada das pretas</p><p>se produz uma debilidade na casa eS que devia</p><p>ser ponto de ruptura por parte das pretas.</p><p>7 . 0-0 lbgf6 8. cxd5! cxd5</p><p>As brancas conseguiram, em apenas oito</p><p>jogadas, uma vantagem posicional considerável</p><p>ao obter o domínio da coluna "c".</p><p>9 . lbc3 a6 10 . .if4!</p><p>Com a intenção de eliminar a peça defen­</p><p>sora das casas pretas.</p><p>10 . ... .i.xf4</p><p>Não seria bom 10 .... i..e7 por 11. lbbS! que</p><p>ameaçaria ganhar a dama com i..c7.</p><p>11. gxf4 0-0 12. lba4!</p><p>Muito boa jogada: abre a coluna "c" e busca a</p><p>excelente casa cS para seu cavalo.</p><p>12 . ... lbb6</p><p>Única jogada para tentar completar o de­</p><p>senvolvimento das peças pretas.</p><p>13. lbc5 'ii'd6 14. lbe5 l:tbS?</p><p>Teria sido melhor tentar 14 .... lbbd7 para</p><p>eliminar um dos dois cavalos que restringem a</p><p>liberdade de movimentos das pretas.</p><p>15. a41 lba8</p><p>Novamente as pretas deveriam ter tentado</p><p>lbbd7.</p><p>16.a5</p><p>Apontando para o peão em b7 e conse­</p><p>guindo que o cavalo situado em cS seja um</p><p>pesadelo para as pretas.</p><p>16 . ... .id7 17 . .l:!.fcl</p><p>Para reforçar a decisiva coluna "c".</p><p>17 . ... .ib5 18 . e3 l:tfc8 19. l:ta3! l:tc7</p><p>20. l:tc3</p><p>Todas as peças pesadas das brancas já estão</p><p>na coluna aberta.</p><p>20 . . .. 'i'e7 21. i..f l!</p><p>As brancas põem em jogo a única peça que</p><p>não exercia pressão sobre o flanco da dama .</p><p>21 . .. . i..xfl 22. ~ xfl l:tbc8 23. 'ii'b3!</p><p>lbe8</p><p>Aparentemente tudo está defendido, mas</p><p>Taimanov encontra o ponto fraco das pretas na</p><p>casa b7.</p><p>24. lbxb7 l:txb7 25. 'ii'xb7!!</p><p>25 . ... ~ xb7 26. :txc8 <ot>f8 27 . .l:bSII</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>•</p><p>' 8</p><p>1</p><p>•</p><p>:</p><p>8</p><p>:</p><p>• • • '' '</p><p>' t'i:) ' 8 8</p><p>8</p><p>8 8</p><p><t></p><p>abcdefgh</p><p>Dando espaço na oitava fila à segunda torre</p><p>branca.</p><p>27 . .. . '1i'e7</p><p>Não seria bom 27 ....</p><p>'1Wxb8 28. lbd7+,</p><p>tampouco 27 .... 'i'a7 28. :.xe8+ 'i1,xe8 29.</p><p>l:k8+ <l;;e7 30. lbc6+ ganhando.</p><p>28. lhas g6 29. l;tcc8 <bg7 30. !!.xe8</p><p>~c7 31. llecS ~b7 32. l;;\'.abS ~a7 33. ~h8!</p><p>~e7 34. l:tbg8+ <bh6 35. r!xg6+ <bh5 36.</p><p>l:lg3 @h4 37. lt:it'3+ @h5 38. l;thgS</p><p>E as pretas abandonam ante a ameaça</p><p>mortal :lh3 +.</p><p>Final - Dois peões contra um</p><p>Nesta curiosa posição, se couber às brancas</p><p>jogar, o resultado é empate; se jogam as pretas,</p><p>as brancas ganham .</p><p>8 • 7 A</p><p>6 <t></p><p>5 n n</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e g h</p><p>Se o lance for das pretas, a continuação é a</p><p>seguinte:</p><p>1. ... @d8</p><p>O mesmo resultado se obtém com 1. ... ~b8</p><p>2. <bd7 <bb7 3. ~d8 <bb6 4. ~c8 ~xbS 5. <bxc7,</p><p>e as brancas ganham.</p><p>2. <bb7!</p><p>Não se poderia jogar 2. d6? por 2 .... @c8!</p><p>3. d7+ ~d8 4. b6 cxb6 s. @d6 bS 6. ~cs e</p><p>empate.</p><p>2 . ... <bd7 3. <bbS <bd8 4. d6! cxd6 5.</p><p>b6@d7 6.@a7</p><p>E as pretas não podem evitar que o peão</p><p>das brancas se converta em dama.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate suicida</p><p>Ü XADREZ DOS GRA'iDES MESTRES 161</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>abcde gh</p><p>4 . ... ~xe4 mate.</p><p>Exercício 34</p><p>Spassky - Marszalek</p><p>Leningrado, 1960</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Na seguinte posição, o ex-campeão mun­</p><p>dial Boris Spassky encontrou uma brilhante jo­</p><p>gada que forçou o mate. Você conseguiria</p><p>descobrir essa jogada?</p><p>8 1 1•</p><p>7</p><p>.t ,. J. i . ~ •</p><p>6 i A • 5 ti).</p><p>4 n i,lj</p><p>3 ti) J..</p><p>2 n n n n</p><p>1 11 : @</p><p>a b e d e g h</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>A partida eterna</p><p>A partida batizada por Steinitz como Ever-</p><p>1. e4 e5 2. f4 i.cS 3. fxeS? ~+ 4. 'it>e2?? green (Sempre-viva é uma tradução suis generis</p><p>162 ANTONIO LóPEZ M ANZANO E Jos~ M ONEDERO GONZÁLEZ</p><p>do inglês que seria melhor lembrada como Par­</p><p>tida Eterna ou Sempre Jovem) é a segunda ma­</p><p>ravilha criada por Anderssen, um ano depois de</p><p>jogar a Imortal. Trata-se também de uma das</p><p>partidas mais famosas e analisadas de todos os</p><p>tempos, jogada por Anderssen em um encontro</p><p>amistoso contra seu amigo Dufresne.</p><p>Partida 52</p><p>A. Anderssen - J. Dufresne</p><p>Berlim, 1852</p><p>Gambito Evans</p><p>1. e4 eS 2. lbf3 lbc6 3 . .ic4 .icS 4. b4</p><p>O Gambito Evans foi uma das aberturas</p><p>mais utilizadas na época romântica do xadrez.</p><p>Dá lugar a um jogo complicado e é recomen­</p><p>dável para os amantes das combinações. Ape­</p><p>sar de não ser muito utilizada na atualidade</p><p>pelos Grandes Mestres, tanto Bobby Fischer</p><p>como Kasparov a jogaram em algumas oca­</p><p>siões com muito êxito.</p><p>4 . ... i..xb4</p><p>Os gambitos devem ser, normalmente, acei-</p><p>tos para que se consiga refutá-los.</p><p>s. c3 .ias</p><p>A outra possibilidade seria jogar 5 . .ie7.</p><p>6. d4 exd4 7. 0-0 d3</p><p>Outra opção seria 7. dxc3 8. 'ifb3, seguido</p><p>de .ia3 e lbxc3.</p><p>8. 'i'b3 'i'f6 9. es 'i'g6</p><p>Não seria boa jogada 9. lbxe5?, devido a</p><p>10. !Iel d6 11. lbxe5 dxe5 12. 'i'a4+.</p><p>10. !Iel lbge7 11 . .ia3</p><p>O material está amplamente compensado</p><p>pelo desenvolvimento das peças brancas.</p><p>11 . ... bS 12. 'ifxbS !Ib8 13. 'if a4 i..b6</p><p>14. lbbd2 .ib7 15. lbe4 'iff5 16. i..xd3</p><p>'t\Yhs</p><p>As brancas têm uma enorme vantagem e</p><p>muitas possibilidades para iniciar um ataque</p><p>decisivo. A jogada seguinte é típica de Anderssen.</p><p>17. lbf6+11</p><p>Kasparov comentou: "Há dois motivos de</p><p>admiração pela jogada anterior. Anderssen</p><p>levou a cabo uma das mais belas combinações</p><p>da história do xadrez, que começa com este</p><p>lance. Mas, objetivamente, a busca da beleza</p><p>criou uma série de complicações desneces­</p><p>sárias. A jogada tradicional 17. lbg3 'ifh6 18.</p><p>i..cl ~e6 19 . .ic4 lbd5 (19 .... 'i'g6 20. lbh4</p><p>'i'g4 21. .i.xf7+) 20. lbg5 'i'g4 21. :e4 ga­</p><p>nharia a partida sem nenhum problema, po­</p><p>rém o xadrez teria perdido uma das suas jóias</p><p>mais preciosas".</p><p>17 . ... gxf6 18. exf6 ltg8!</p><p>8 1 • 1 7, ... ,,., '</p><p>6 .t. 8</p><p>5</p><p>4 • 3 .t 8i.. ti)</p><p>2 8 888</p><p>1 : : @</p><p>a b e d e g h</p><p>Aparentemente a coluna "g" aberta ofe­</p><p>rece boas perspectivas de ataque às pretas,</p><p>mas Anderssen tinha um "ás embaixo da man­</p><p>ga".</p><p>19. l:tadl! 'i'xf3?</p><p>Considera-se que a melhor opção para as</p><p>pretas era 19 .... :g4!, mas mesmo assim An­</p><p>derssen teria conservado sua vantagem. Lasker</p><p>indicou que a jogada 19 das brancas é uma das</p><p>mais nobres da história do xadrez.</p><p>20. l:txe7 + ! lbxe7?!</p><p>A melhor defesa seria 20 .... ~d8 21.</p><p>!1xd7+! ~c8, ou (21. ... ..t>xd7 22. i..f5+ <,t,e8</p><p>23. i..d7 + c,t,d8 24. i..xc6+ com mate) 22.</p><p>!Id8+ ! Wxd8 (22 .... :Cxd8) 23. gxf3 ou 22 ....</p><p>lbxd8 23. 'iid7+!! ou 23 . .ie2+. Menos claro</p><p>seria (23 . .if5+ ~xdl+ 24. ~xdl+ lbd4 25.</p><p>g3 llg5! 26. i..h3 i..f3!) 23 .... lbd4 24 . .i.xf3</p><p>.ixf3 25. g3 i.xdl 26. 'ifxdl entrando num</p><p>final vencedor.</p><p>21. 'i'xd7+!!</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e g h</p><p>21 . ... <Ji>xd7 22 . .i.f5+ ~ e8 23 . .i.d7+</p><p>~f8 24 . .i.xe7 mate.</p><p>8 1 ~· 1 .</p><p>1&.t&J..ti . ,</p><p>_,,. ... _ '/l'i .· .· ,«,'\</p><p>6 .t ----- 8 ,</p><p>5</p><p>4</p><p>3 v:</p><p>2 8</p><p>:</p><p>J8~ 8 8*</p><p>; @,</p><p>a b e d e g h</p><p>Um final impressionante, digno de um gê­</p><p>nio do xadrez.</p><p>A relação entre T arrasch e lasker</p><p>Tarrasch e Lasker estavam inimizados des­</p><p>de a vez em que se conheceram, ocasião em que</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 163</p><p>Tarrasch se negou a jogar contra o jovem Las­</p><p>ker, que considerava não ter suficiente nível en­</p><p>xadrístico. Em um dos seus famosos encontros,</p><p>Tarrasch recusou-se a apertar a mão de Lasker,</p><p>e com uma ligeira inclinação, exclamou: "Para</p><p>você, senhor Lasker, só tenho uma palavra:</p><p>xeque-mate!".</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Se tiver medo de perder uma partida, seu</p><p>jogo nunca evoluirá. Se lhe oferecem</p><p>empate, e sua posição é melhor, não acei­</p><p>te.</p><p>2. Se cometer um erro, não se preocupe: seu</p><p>adversário também pode se equivocar.</p><p>3. Quando estiver com pouco tempo, evite o</p><p>jogo complicado.</p><p>4. Se estiver perdido, venda caro sua derrota.</p><p>Siga realizando as jogadas que podem</p><p>ocasionar mais problemas ao seu adver­</p><p>sário.</p><p>5. Se não puder evitar que o jogo se compli­</p><p>que, não se apure no tempo.</p><p>6. Se seu adversário tem problemas de tempo,</p><p>não se apresse: ele deve se apressar, não</p><p>você.</p><p>7. Se você se distrair, pelo motivo que for, não</p><p>faça sua jogada até recuperar a concen­</p><p>tração.</p><p>8. Seja pontual na hora do começo da partida -</p><p>o tempo desperdiçado ao chegar tarde po­</p><p>derá fazer falta depois.</p><p>9. Não fique nervoso se o adversário não se</p><p>apresentar na hora prevista: o tempo des­</p><p>perdiçado é dele.</p><p>10. Tente jogar as partidas na melhor forma</p><p>física possível: não coma em excesso antes</p><p>de jogar, tampouco jogue de estômago</p><p>vazio. Muitos jogadores costumam comer</p><p>ou beber algo que lhes dê forças depois de</p><p>umas tantas horas de jogo.</p><p>CAPÍTULO 26 O jogo criativo</p><p>"Se um jogador tem medo de perder uma</p><p>competição, nunca poderá ter um jogo criativo."</p><p>(Bronstein)</p><p>David Bronstein foi um dos jogadores que nunca chegou a ser campeão mundial, mas esteve</p><p>perto de o conseguir ao empatar com Botvinnik em seu enfrentamento no ano de 1951. Foi um</p><p>jogador dotado de uma extraordinária imaginação e chegou a criar verdadeiras obras de arte graças</p><p>ao seu jogo arriscado e combinativo.</p><p>DAVID BRONSTEIN</p><p>Nacionalidade: Ucraniano.</p><p>Nascimento: Bielaia (Ucrânia), 19 de fevereiro de 1924.</p><p>Títulos: Grande Mestre Internacional.</p><p>Características de jogo: Agressivo e combinativo.</p><p>Melhores torneios: Campeão do Interzonal de Saltsjobaden, 1948; campeão da URSS,</p><p>1949; Moscou, 1959; Berlim, 1968; San José, 1974; Budapeste, 1977; Yurmala, 1978; Tallin,</p><p>1983.</p><p>Principal derrota: Não poder conquistar o título mundial contra Botvinnik em 1951.</p><p>Legado: Contribuiu notavelmente para a teoria das aberturas. Três de seus melhores</p><p>livros são: El aprendiz de brujo, escrito em colaboração com T. Furstenberg, Ajedrez de torneo</p><p>(Zurique, 1953) e El arte del combate dei ajedrez.</p><p>Vida privada: Seu avô o ensinou a jogar quando tinha só seis anos. Tem sido um jogador</p><p>admirado e querido pela maioria de seus adversários, graças ao seu caráter íntegro, amigável</p><p>e sociável.</p><p>Consideração final: Um dos melhores jogadores de sua época, que não chegou a campeão</p><p>mundial por muito pouco, uma vez que empatou no seu desafio a Botvinnik em 1951.</p><p>Partida 53</p><p>S. Reshevsky - D. Bronstein</p><p>Torneio de</p><p>Candidatos, 1953</p><p>Defesa Índia do Rei</p><p>O zu~ang é um elemento</p><p>essencial em finais de partida.</p><p>1. d4 lêif6 2. c4 g6 3. g3 i.g7 4. i.g2 0-0</p><p>s. t2:'lc3 d6 6. tbt'3 t2:'lbd7 7. O-O e5 8. e4 .:e8</p><p>Um movimento pouco habitual, mas total­</p><p>mente correto; o normal nesta posição é jogar</p><p>8 .... c6.</p><p>9.h3</p><p>Outro plano seria jogar 9. d5 .Uf8 seguido</p><p>de t2:'le8 e f5.</p><p>9 . ... exd4 10. t2:'lxd4 t2:'lc5 11. l:tel as</p><p>12. 'ii'c2 c6</p><p>Não seria bom tentar ganhar um peão me­</p><p>diante 12 .... t2:'lfxe4 13. tbxe4 .ixd4 14. i.g5</p><p>'ii'd7 15. t2:'lf6+ (15. 'ií'd2 tbxe4 16. i.xe4 J.g7</p><p>17 . .id5 c6 18. I:txe8+ 'ir'xe8 19. l:tel i.e6 20.</p><p>i.xe6 fxe6 21. 'ir'xd6 com vantagem das bran­</p><p>cas) 15 .... i.xf6 16. i.xf6 com melhor jogo das</p><p>brancas.</p><p>13 . .ie3</p><p>Seria interessante 13. .if4!? t2:'lfd7 14.</p><p>t2:'lb3! com vantagem das brancas.</p><p>13 . ... t2:'lfd7</p><p>Ou 13 .... a4!? 14. l:Labl .id715. b4 axb3 16.</p><p>axb3 'ii'e7 (partida Smejkal- Planinc).</p><p>14. l:Ladl a4 15. t2:'lde2?1</p><p>8 1 .... 1 • 7 ' • ' J. '</p><p>6 ' ' ' 5 •</p><p>4 '</p><p>8 8</p><p>3 ltJ .t 88</p><p>2 8 8 'ir' tb 8 .t</p><p>:: c;t;</p><p>a b e d e g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 165</p><p>Parece melhor 15. l:Le21? 'i'aS 16. l:.ed2</p><p>com jogo complicado.</p><p>15 . ... 'i'a5!</p><p>Uma jogada um tanto surpreendente, mas</p><p>muito forte.</p><p>16. i.fl</p><p>Se 16. I:txd6?! tbe5.</p><p>a) 17. b3 axb3 18. axb3 i.xh3! 19. i.xh3</p><p>tbf3+ 20. <;t>fl tbxel 21. ~xel tbxe4 22.</p><p>l:Ld3 'ii'al + 23. lbbl (23. lbdl :a2 24.</p><p>'iVcl t2:'lxf2! + 25. ~xf2 .:Xe2+ com vanta­</p><p>gem das pretas) 23 .... l:La2 com melhor</p><p>jogo para as pretas.</p><p>b) 17. l:i.ddl 17 .... tbxc4 18. i.d4 'iWb4</p><p>(partida Smyslov - Cioceltea).</p><p>16 . ... t2:'le5 17. lêid4 a3!</p><p>Agora as pretas dispõem de duas boas casas</p><p>para seus cavalos: b4 e c5.</p><p>18. f4 t2:'led7 19. b3 t2:'la61 20 . .if2</p><p>t2:'ldc5 21. l:e3 t2:'lb4 22. ~e2</p><p>As pretas têm uma melhor posição do</p><p>ponto de vista estratégico.</p><p>22 . ... i.d7 23. e5?! dxe5 24. fxe5</p><p>ltad8 25. g4 t2:'le6 26. i.h4</p><p>Com este movimento entra-se em um com-</p><p>plicado jogo tático.</p><p>26 . ... t2:'lxd4 27. l:Lxd4 'ii'c5 28. l:.de4</p><p>Se 28. l:Ldl %be5!</p><p>28 . ... i.h61</p><p>8 11 • 7 J. ' ' 6 ' 'J.</p><p>5 • 8</p><p>4 • 8 : 8i.</p><p>3 .. 8 tf:J : 8</p><p>2 8 ...</p><p>1 i.@</p><p>abcde gh</p><p>29. ~hl i.e6 30. gS</p><p>Depois de 30. i.xd8 !:txd8 31. ltg3 :d2 32.</p><p>~el tbxa2, e as pretas têm vantagem.</p><p>166 ANTONIO LóPEZ MANZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Ou 30. i.f6 i.xe3 31. l:txe3 'ii'd4! com</p><p>superioridade das pretas.</p><p>30 . ... i.g7 31. l:r.f4 i.fS 32. /be4 i.xe4+</p><p>Não seria válido 32 .... 'ii'xe5? 33. 1:txfS! gxf5</p><p>(33 .... 'ifxfS 34. /bf6+ i.xf6 35. :.xe8+ l:txe8 36.</p><p>'i!Vxe8+ cJ.>g7 37. gxf6+ com vantagem das</p><p>brancas) 34. /bf6+ i.xf6 35. gxf6! 'i'xe3 36.</p><p>'iig2+ com vantagem branca.</p><p>33. ... l:lfxe4 /ba6! 34. e6 fxe6 35.</p><p>l:r.xe6 l:r.f8 36. l:te7 i.d4 37. l:l3e6 'ií'fS! 38.</p><p>l:r.e8!</p><p>Se 38. i.g2 lbc5 com vantagem das pretas.</p><p>38 . ... /bc5 39. :.xd8 /bxe6 40. l:r.xf8+</p><p><3.'xf8!</p><p>Nesta posição a partida se prorrogou,</p><p>mas as brancas não têm possibilidade de vi­</p><p>tória.</p><p>41. i.g3 'li'xg5!</p><p>Muito melhor que 41. ... /bxg5 42. i.d6+</p><p>'it>g7 43. 'i'e7+ lbf7 44. °iVf8+ ~f6 45. 'li'e7+</p><p>com xeque perpétuo.</p><p>42. 'iVxe6 'lixg3 43. 'i'c8+ cJte7 44. 'lig4</p><p>Não 44. 'i'xb7+? cJ.>d8 45. 'ii'a8+ ~c7 46.</p><p>'i'a5+ i.b6+ 47. °iVd2 'i'gl mate.</p><p>44 . ... 'lic3 45. ~g2 'i'b2+ 46. 'i!Ve2+</p><p><ir>d6 4 7. cJtf3</p><p>As brancas não podem tomar o peão de b2,</p><p>pois se 47. 'l!Vxb2 axb2 48. i.d3 ~e5 49. ~f3 i.c5</p><p>50. i.bl cJ.>f6 51. 'iPe4 h5 52. i.c2 g5 53. i.bl i.d6</p><p>54. i.c2 g4 55. hxg4 hxg4 56. i.bl g3 57. cJ.>f3</p><p>i.f4 com vantagem das pretas.</p><p>47 . ... i.c5 48. cJ.>e4 'i'd4+ 49. cJ.>f3</p><p>'ii'f6+ 50. cJ.>g2 <i;c7 51. 'l!Vf3 'iih2+</p><p>As pretas evitam a todo o custo a troca de</p><p>damas, já que a disposição de suas peças é</p><p>muito mais ativa.</p><p>52. °iVe2 °iid4 53. 'it>f3 h5 54. 'iPg2 g5</p><p>Com a intenção de avançar os peões do rei</p><p>para restringir a posição branca.</p><p>55. 'it.>g3 'ii'f4+ 56. cJ.>g2 g4 57. hxg4</p><p>hxg4 58. 'it>hl ~b6 59. ~g2 ~c7 60. cJ.>hl</p><p>i.d6 61. @gl @b6</p><p>As pretas vão realizando tempos de espera</p><p>com seu rei para encurralar as brancas, que</p><p>quase não dispõem de jogadas.</p><p>62. 'i'g2 i.c5+ 63. cJ.>ht 'i'h6+ 64.</p><p>'iih2 'i!Ve3 65. b4 i.d4</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 ~ 8 J.</p><p>3 j ..</p><p>2 8 • i. @</p><p>a b e d e 9 h</p><p>As brancas abandonam, dado que estão em</p><p>zugzwang. Se 66. c5+ ~a7 67. ~g2 g3 68. i.e2</p><p>(68. 'ifc2 'i'gl mate.) 68 .... 'ifh6+ 69. 'i!Vh3</p><p>'ii'xh3 mate.</p><p>Final</p><p>Karstedt, 1909</p><p>Torre e peão contra torre</p><p>Na seguinte posição existem as condições</p><p>oportunas para que o jogador que tem o peão</p><p>possa progredir e ganhar a partida.</p><p>8@</p><p>7 8</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>abcde gh</p><p>Vejamos como acontece:</p><p>1 . .Uc8 ~d6!</p><p>Se 1. ... cJ.>d7 2. ltb8 :hl 3. 'it;b7 ltbl + 4.</p><p>'it>a6 Aal + 5. 'it>b6 llbl + 6. ~c5 e ganhariam.</p><p>2. ltb8 ltal 3. Wb7 ltbl+ 4. ~c8 ltcl+</p><p>s. ~d8 lthl! 6. ltb6+ ~cs 7. l:tc6+!!</p><p>Jogada-chave da posição.</p><p>7 .... ~d5</p><p>Se 7 .... ~xc6? 8. a8iV+. Tampouco serviria</p><p>7 .... WbS 8. l:k8 l:tdl + 9. Wc7 ltcl + 10. 'it.'b8 e</p><p>já não haveria mais xeques.</p><p>8. lta6 l:th8+ 9. ~ c7 l:th7+ 10. ~b6</p><p>l:th6+ 11. ~bS, e as pretas não podem evitar</p><p>a coroação do peão.</p><p>O peão da torre não pode avançar no caso de</p><p>o rei do bando débil se acercar do peão.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Malon</p><p>1. e4 e5 2. lbf3 lbc6 3 . .tc4 .tcs 4. d3</p><p>lbge7 S. lbgS 0-0 6. iVbS h6</p><p>ai .t'lr 1• 7,,,,.,,</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>• .t</p><p>.t</p><p>abcde gh</p><p>7, lbxf7 'ii'e8 8. lbxh6+ Wh8 9, lbf7+</p><p>~ g8 10. 'ir'h8 mate.</p><p>Exercício 35</p><p>Bolton, 1873</p><p>As brancas jogam</p><p>Na posição do diagrama, as brancas po­</p><p>dem alcançar a vitória ou devem se conformar</p><p>com o empate ou a derrota? Explique suares­</p><p>posta indicando as melhores jogadas para os</p><p>dois lados.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES</p><p>8 • 1</p><p>7 ' ' 6 88</p><p>5 @</p><p>4</p><p>3 .t</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e f g</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Tal - Botvinnik</p><p>Campeonato do Mundo, 1961</p><p>O engano de Botvinnik</p><p>'</p><p>h</p><p>167</p><p>No encontro de revanche pelo campeonato</p><p>do mundo entre Botvinnik e Tal, Botvinnik expli­</p><p>cou em seu livro autobiográfico, Alcanzar la meta,</p><p>a seguinte anedota. A partida número 20 foi adia­</p><p>da numa posição em que Tal era superior. Após</p><p>longa análise, Botvinnik encontrou uma conti­</p><p>nuação com a qual poderia obter o empate caso</p><p>Tal se equivocasse. Sua estratégia foi a seguinte:</p><p>primeiro, fez correr entre os periodistas especia­</p><p>lizados que sua posição era perdedora e, depois,</p><p>decidiu fazer um pouco de teatro no reinício da</p><p>partida, de maneira que Tal imaginasse que a po­</p><p>sição não tivesse solução. Além disso, não vestiu</p><p>seu habitual temo de café, para dar a entender</p><p>que o encontro terminaria em poucos lances. A</p><p>partida continuou da seguinte maneira:</p><p>8 :</p><p>7 • 6 8 i</p><p>5 8' ' 4 8 8</p><p>3 @</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e g h</p><p>168 ANTONIO LóPEZ MANLANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>1. ~a2 ltb5 2 . a7 lta5+ 3. ~b3 ~b7 4 .</p><p>l:f8</p><p>Nesta posição, Botvinnik esteve meditando</p><p>para dar a entender que não havia encontrado</p><p>nenhuma solução em sua análise. Lançando um</p><p>suspiro, jogou:</p><p>4 . ... :.bs+</p><p>Mijail Tal respondeu de imediato e com</p><p>segurança.</p><p>5. <t>a4?</p><p>Agora já não era necessário dissimular: Tal</p><p>havia caído na cilada, e a posição era de empate.</p><p>5 . ... ct>xa7 6 . :Xf5 l:tbl 7 . l:tf6</p><p>Neste momento, Tal compreendeu que não</p><p>adiantaria 7. :f7+ ~a6 8. l:.c7 devido a 8 ....</p><p>:b4+ 9. ~b4 afogado!! A partida continuou:</p><p>7 . ... ~ b7 8 . f5 l:.al + 9 . ~ b4 l:tal 10.</p><p>~c3 :.c1 + 11. 'iii>d2 l:tfl 12. ~ e3 ~c7 13.</p><p>l:tf7+ ~ d8 14. ~ e2 l:tf4 15. ~ d3 l'U3 + e</p><p>acertaram o empate.</p><p>O final do encontro foi ganho por Botvin­</p><p>nik, que recuperou seu título de campeão mun­</p><p>dial.</p><p>Fischer e as mulheres</p><p>Fischer afirmou certa vez que uma mulher</p><p>jamais conseguiria obter dele um empate, in­</p><p>clusive se se tratasse de uma simultânea. Até</p><p>agora, ao que se sabe, cumpriu sua palavra.</p><p>CONSELHOS</p><p>l.As partidas dos maiores jogadores de todos</p><p>os tempos são a maior escola para se apren­</p><p>der a jogar bem xadrez.</p><p>2.Não se deve esquecer que uma peça, mes­</p><p>mo que esteja cravada, pode seguir exer­</p><p>cendo uma função útil na partida.</p><p>3.Quando realizar uma troca de peças,</p><p>observe se foi criada alguma</p><p>debilidade na</p><p>sua estrutura de peões ou na do seu adver­</p><p>sário.</p><p>4. Uma boa forma física é uma maneira ótima</p><p>para suportar as pressões a que se é sub­</p><p>metido durante uma partida de xadrez.</p><p>S.Busque um Grande Mestre com quem se</p><p>identifique na sua forma de jogar e o utilize</p><p>como modelo a seguir.</p><p>6. Os peões centrais são normalmente mais</p><p>importantes que os laterais.</p><p>7.0s peões dobrados, além de serem débeis,</p><p>às vezes impedem o movimento de nossas</p><p>peças, em especial, dos bispos.</p><p>8.Estude detalhadamente o regulamento do</p><p>jogo dos torneios que for disputar e conheça</p><p>em profundidade o regulamento geral do</p><p>jogo.</p><p>9. "Estudar as variantes de abertura sem vin­</p><p>culá-las à estratégia do jogo, no meio-jogo,</p><p>é como separar a cabeça do corpo." (Pe­</p><p>trosian)</p><p>10. "A função primordial da abertura é conduzir</p><p>a um bom meio-jogo." (Portisch)</p><p>CAPÍTULO 27 Em busca da</p><p>harmonia enxadrística</p><p>"Meu estilo no xadrez e minhas preferências</p><p>musicais se inclinam para um ideal de perfeita</p><p>beleza, de harmonia essencial, que para mim</p><p>é a expressão da mais alta espiritualidade.·</p><p>(Smyslov)</p><p>Vasili Smyslov declarou-se como um dos herdeiros das teorias enxadristicas de Tarrasch. Seu</p><p>estilo posicional, lógico e metódico o levou a conquistar o título mundial. Destacou-se também pela</p><p>sua grande sensibilidade para os finais, nos quais alcançou grande maestria. Simpático e de modos</p><p>refinados, ganhou o afeto dos companheiros enxadristas de todo o mundo.</p><p>V ASILI SMYSLOV</p><p>Nacionalidade: Russo.</p><p>Nascimento: Moscou, 24 de março de 1921.</p><p>Títulos: Campeão mundial em 1957, após vencer Botvinnik.</p><p>Características de jogo: Técnico, profundo, imaginativo e lógico. Destacou-se por sua</p><p>destreza para jogar finais de partida.</p><p>Melhores torneios: Foi campeão da URSS, empatado com Bronstein, em 1949; obteve o</p><p>primeiro lugar, dentre outros, nos torneios de Zagreb, 1955; Candidatos de Zurique, 1953;</p><p>Candidatos de Amsterdã, 1956; segundo lugar no torneio dos Candidatos de La Haya-Moscou,</p><p>1948; campeão do mundo de veteranos, 1991.</p><p>Façanhas: Venceu Botvinnik no campeonato do mundo de 1957.</p><p>Principal derrota: Perder seu trono contra o mesmo Botvinnik em 1958.</p><p>Principal debilidade: Falta de agressividade.</p><p>Vida privada: Compartilhou sua paixão pelo xadrez com sua profissão de músico. É</p><p>religioso e crê em experiências místicas. Seu pai foi um grande aficionado do xadrez e um</p><p>forte jogador, que chegou a derrotar Alekhine. Por toda a vida, foi uma pessoa simpática,</p><p>agradável, culta e de bom gosto.</p><p>Legado: Trouxe novas idéias para a teoria das aberturas, em especial a Abertura Ruy</p><p>Lopez, a Defesa Francesa, Grünfeld, Nimzoíndia. Seu livro mais importante é My best games of</p><p>chess 1935-57.</p><p>Consideração final: Apesar de ser um extraordinário estrategista e finalista, nunca foi</p><p>considerado como um dos melhores campeões do mundo.</p><p>170 ANTONIO LóPEZ MANZANO e Jost MONEDERO GONZÁL~Z</p><p>Partida 54</p><p>V. Smyslov- J. Pelikan</p><p>Mar dei Plata, 1966</p><p>Defesa Holandesa</p><p>A coroação de peões</p><p>também é um elemento</p><p>tático do meio-jogo.</p><p>t. d4 f5 2. c4 ltJf6 3. ltJc3 d6 4. ltJf3</p><p>g6</p><p>Entrando na variante Leningrado, uma das</p><p>linhas mais jogadas na Defesa Holandesa. O</p><p>bispo se coloca na casa g7 ocupando uma</p><p>diagonal com grandes perspectivas.</p><p>s. g3 ~g7 6. ~g2 o-o 7. o-o as</p><p>Com este avanço, Pelikan procura obter</p><p>algum contrajogo no flanco da dama, espe­</p><p>cialmente se as brancas jogassem b3.</p><p>8. i.gS ltJc6</p><p>Nesta mesma posição, Pelikan, em sua</p><p>partida contra Guimard no mesmo torneio de</p><p>Mar del Plata de 1966, jogou 8 .... ltJbd7.</p><p>9. d5 ltJes 10. ltJxeS dxeS 11. 'iVd2 e4</p><p>12. l:adl</p><p>Rossetto jogou contra o mesmo adver­</p><p>sário, em outra partida, 12. i.h6 i.xh6 13.</p><p>'it'xh6 e6 14. l:tadl We7, etc. Em troca, o</p><p>movimento realizado nesta partida 8 .... ltJc6</p><p>tem o inconveniente de dificultar o avanço</p><p>e6.</p><p>12 . ... l2Jg4 13. f3 ltJeS 14. b3 a4</p><p>O correto seria 14 .... exf3 com jogo difícil.</p><p>Pelikan, lutando para ficar com a iniciativa,</p><p>sacrifica um peão, mas suas tendências agressi­</p><p>vas encontram um eficaz antídoto.</p><p>15. fxe4 axb3 16. axb3 l:ta3 17. ltJbS</p><p>Axb3 18. ltJd4!</p><p>Este excelente movimento resulta em uma</p><p>surpresa pouco agradável para as pretas.</p><p>18 . ... l:b6</p><p>Jogada única, como demonstra a seguinte</p><p>análise:</p><p>Se 18 .... ltJxc4 19. 'ii'a2 lk3 (19 .... Ab4</p><p>20. ltJc2! com vantagem das brancas)</p><p>20. ltJbS com vantagem das brancas.</p><p>8 .t. ••</p><p>7 ' ' A .t'</p><p>6 ' 5 8.' i.</p><p>4 8~8</p><p>3 1 8</p><p>2 • 8 i..8</p><p>: : <ilt</p><p>a b e d e g h</p><p>19. c5 l:ta6 20. exfS J;.a4</p><p>Se 20 .... gxfS 21. ii'c2 seria muito forte.</p><p>21. ltJe6 i.xe6 22. fxe6 :Xfl+ 23.</p><p>l:xfl b6 24. d61</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 1</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>•</p><p>abcdefgh</p><p>Enérgico avanço de peões centrais, que</p><p>destrói todas as esperanças das pretas.</p><p>24 . ... cxd6 25. cxd6 J;.d4 26. i.xe7</p><p>Evidentemente não seria válido 26. 'it'xd4?</p><p>ltJf3 + perdendo a dama.</p><p>26 . ... '1We8</p><p>Se 26 .... l:txd2 27. i.xd8 :xd6 28. e7 l:te6</p><p>29. i.dS ganhando de imediato.</p><p>27. 'ii'xd4!</p><p>Com esta entrega de dama, as brancas ob­</p><p>têm a máxima cooperação de suas peças com</p><p>seus dois peões passados.</p><p>27, ... lbf3+ 28. ::txf3 i.xd4+ 29. e3</p><p>i.g7 30. 1tf7</p><p>E as pretas abandonam, pois não há defesa</p><p>possível contra a forte ameaça d7.</p><p>8 • • 7 i.1%.A.i</p><p>6 j 8 8 j</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 i. 8</p><p>1 <1></p><p>a b e d e g h</p><p>Final</p><p>Salvio, 1634</p><p>Final de cavalo contra dois peões</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>abcdefg h</p><p>Só em casos excepcionais, como o que apre­</p><p>senta o diagrama, o jogador que tem o cavalo</p><p>solitário pode vencer.</p><p>Vejamos a solução no caso em que o primei­</p><p>ro lance cabe às pretas:</p><p>1 . ... gS</p><p>Se 1. ... ~hl 2. lbf6 ~h2 (2 .... h2 3. lbg4</p><p>g5 4. lbe3 g4 5. lbfl g3+ 6. lbxg3 mate) 3.</p><p>lbg4+ ~hl 4. <iPfl g5 5. <iPf2 h2 6. lt'.\e3 g4 7.</p><p>lbfl g3+ 8. lbxg3 mate.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 171</p><p>2. lt'.\f6 ~ hl</p><p>No caso de 2 .... g4 3. lbxg4+ <iPhl 4. <iPfl</p><p>h2 5. lbf2 mate.</p><p>3. lbg4 h2 4. lbe3 g4 s. lt'.\fl g3+ 6 .</p><p>lbxg3 mate.</p><p>No caso do lance pertencer às brancas, a</p><p>vitória seria mais simples:</p><p>1. lbf6 ~ h1</p><p>Se 1. ... gS 2. lbg4+ Whl 3. Wfl h2 4. lbf2</p><p>mate.</p><p>2. lbg4 gS 3. ~fl h2 4 . lbf2 mate.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de fantasia em três jogadas</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 ti)</p><p>3 j</p><p>2 ti)</p><p>i.</p><p>a b e d e f g</p><p>• 8</p><p>h</p><p>O compositor espanhol José Tolosa compôs</p><p>este original mate em três jogadas no ano de</p><p>1887.</p><p>1. lbb2! cxb2 2. lbal! bxal 'ili 3. 'ii'xal</p><p>mate.</p><p>Exercício 36</p><p>Capablanca - Lasker,</p><p>1914 (partida rápida de 5 minutos)</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>A posição do diagrama pertence a uma</p><p>partida entre Capablanca e Lasker. O Mestre</p><p>172 ANTONIO lóPEZ MA'lZANO E JOSÉ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>cubano demorou cinco segundos para encon­</p><p>trar a solução. Você seria capaz de encontrar o</p><p>método ganhador em um tempo razoável, por</p><p>exemplo, dois minutos?</p><p>8</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>:</p><p>abcdefgh</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Partida 55</p><p>Botvinnik - Ragosin</p><p>Sacherenne, 1936</p><p>Defesa Siciliana</p><p>Contra-ataque no centro ante</p><p>um ataque no flanco.</p><p>Ragosin, um Grande Mestre nascido em Le­</p><p>ningrado, conseguiu excelentes resultados em</p><p>sua carreira enxadrística. Na presente partida,</p><p>demonstra como derrotar um campeão do</p><p>mundo com um jogo aparentemente simples,</p><p>mas cheio de engenho e vitalidade.</p><p>1. e4 cS 2. lbt'3 e6 3. d4 cxd4 4. lbxd4</p><p>ibf6 5. lbc3 d6 6 . .ie2 a6 7 . .ie3 'ili'c7 8. a4</p><p>b6 9. f4 .ib7 10. i.t'3 lbbd7 11. 'ii'e2 .ie7</p><p>12. 0-0 0-0 13. g4 dS!</p><p>Contra um ataque no flanco, o contra­</p><p>ataque no centro. Além disso, dS é uma jogada</p><p>temática de liberação das pretas nos esquemas</p><p>da Defesa Siciliana.</p><p>14. e5 lbe4 15. lbxe4 dxe4</p><p>Em troca do peão dobrado, as pretas</p><p>deixaram um bastião que controla casas muito</p><p>importantes do tabuleiro.</p><p>16 . .ig2 .idS 17. lUcl l:tac8!</p><p>Muito melhor que 17 .... as 18 . .if2 lbcs</p><p>19. lbbS 'ii'h7 20. lbc3 .ic6 21. l:tel.</p><p>18 . .if2</p><p>Não teria sido bom 18. ~xa6 .ics 19. lbbS</p><p>'ili'c6 20. lbd4 .ixd4 21. .ixd4 .ic4 22. 'ili'a7</p><p>l:.a8.</p><p>18 . ... lbcs 19. b4?</p><p>Coerente com o plano branco, mas não é</p><p>uma boa jogada.</p><p>No caso de 19. l:.el 'iji'd7 20. b3</p><p>f6 a posição</p><p>das brancas ficaria difícil.</p><p>19 . ... lbd3!1</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>''</p><p>8 8</p><p>:</p><p>1</p><p>•</p><p>8</p><p>:</p><p>••</p><p>J. ' ' '</p><p>' .t 8</p><p>!ili88</p><p>• 'iii.i. 8</p><p>@</p><p>abcdefgh</p><p>Ragosin troca a dama e um cavalo por duas</p><p>torres. Segundo o valor nominal das peças,</p><p>perde dois pontos; contudo, o valor posicional</p><p>dos bispos brancos e das torres compensa com</p><p>vantagem o sacrifício.</p><p>As brancas, por sua parte, não têm escolha.</p><p>20. cxd3 'iji'xcl+ 21. l:.xcl lhcl+ 22.</p><p>.ifl 1Uc8!</p><p>As pretas não precisam se precipitar, pois</p><p>têm suas peças perfeitamente colocadas.</p><p>23. 'ili'h2 exd3 24. b5</p><p>Continuação desesperada, mas já não há</p><p>mais boas jogadas.</p><p>24 . ... axbS 25. axbS l:.dl!</p><p>Nessa posição, embora as brancas tenham</p><p>todas suas peças próximas da torre, ela está</p><p>segura.</p><p>26. ltJc6 i.f8 27. i.xb6</p><p>O ataque das brancas é uma ilusão.</p><p>27 . ... d2!</p><p>8 1 .....</p><p>7 ,. ,. ,.</p><p>6 i. lZ) ,.</p><p>5 8 J. 8</p><p>4 8 8</p><p>3</p><p>2 ,. 8</p><p>1 J.. @</p><p>a b e d e g h</p><p>Como evitar que este peão se converta em</p><p>dama?</p><p>28. 'ii'c2 i.f3</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>Por exemplo: 29. ltJe7+ i.xe7 30. 'i!Vxc8+</p><p>.tf8 31. fr'c2 [31. 'ili'd8 .td5 32 . .tc5 .:xf1+ 33.</p><p>'i&i>xfl dlfr'+ 34. ~f2 'ir'd2+ 35. c,1.,fl i.c4+] 31.</p><p>... .:xf1 + 32. ~xfl dl 'ii'+ 33. 'ir'xdl .txdl.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MES íRES 173</p><p>CONSELHOS</p><p>1. Lembre que o xadrez é um jogo em que</p><p>você deve entender os conceitos, não ape­</p><p>nas os memorizar.</p><p>2. Busque ser crítico com o que aprender,</p><p>comprove por si mesmo, raciocine sempre e</p><p>procure suas próprias verdades.</p><p>3. Não deixe suas peças desprotegidas, elas</p><p>podem ser objetos de ataque.</p><p>4. Os pequenos detalhes da posição podem</p><p>ser importantes; não concentre sua atenção</p><p>em uma só área do tabuleiro.</p><p>5. Jogue sempre com coerência, guiado por um</p><p>plano geral sem trocá-lo a todo o momento.</p><p>6. Na abertura, sempre há uma máxima que</p><p>se deve cumprir: o desenvolvimento rápido</p><p>das peças.</p><p>7. Não se deve apenas atacar os pontos fracos</p><p>do adversário; é necessário criar outras</p><p>novas fraquezas.</p><p>8. Seja prático e não desperdice seu tempo em</p><p>intermináveis variantes que depois não</p><p>serão levadas a cabo.</p><p>9. Não realize sua jogada antes de ter com­</p><p>preendido o objetivo do seu adversário.</p><p>10. Não inicie ataques nos flancos sem possuir</p><p>o domínio das casas centrais.</p><p>CAPÍTULO 28 O mestre da</p><p>-prevençao</p><p>HPetrosian jogava como nenhum outro mestre do</p><p>passado ou do presente; seu estilo é único e pessoal."</p><p>(Chernev)</p><p>Tigran Petrosian foi o jogador de xadrez melhor dotado para prevenir os ataques dos adversá­</p><p>rios. Pragmático, precavido, de técnica apurada e extremamente cuidadoso, levou às últimas con­</p><p>seqüências as teorias da escola hipermodema de prevenção. Com um tipo de jogo oposto ao de Mijail</p><p>Tal, Petrosian foi um jogador diferente de todos os seus antecessores e conseguiu, com todo o mere­</p><p>cimento, o título de campeão do mundo.</p><p>TIGRAN PETROSIAN</p><p>Nacionalidade: Georgiano.</p><p>Nascimento: Tbilisi (Georgia), 17 de julho de 1929.</p><p>Morte : Moscou, 13 de agosto de 1984.</p><p>Títulos: Campeão mundial entre 1963 (quando derrotou Botvinnik) e 1969 (ano em que</p><p>foi vencido por Spassky).</p><p>Características de jogo : Preventivo, tentava destruir o jogo do adversário e vencê-lo</p><p>acumulando pequenas vantagens. Era pouco amante de complicações, embora tivesse um</p><p>grande domínio de tática. Foi um grande especialista em partidas relâmpagos (5 minutos por</p><p>jogador).</p><p>Melhores tomeios: Campeão da URSS em 1959, 1961, 1969 e 1975; candidato ao Cam­</p><p>peonato do Mundo em 1953, 1956, 1959, 1971, 1974, 1977 e 1980. Venceu, dentre outros, os</p><p>torneios de Copenhague, 1960; Los Angeles, 1963; Buenos Aires, 1964; Moscou, 1966; Las Palmas,</p><p>1973; Lone Pine, 1976; Tallin, 1979; Las Palmas; 1980, e Yereván, 1980.</p><p>Façanhas: Despojar Botvinnik do título de campeão do mundo.</p><p>Principal derrota: Ante Fischer no torneio de candidatos de 1971.</p><p>Principal debilidade: Jogo excessivamente precavido.</p><p>Vida privada: Seus pais morreram durante a Segunda Guerra Mundial, e Petronian teve</p><p>de manter os irmãos com seu trabalho. Seu grande consolo foi o xadrez, ao qual dedicou</p><p>grande parte de sua vida. Cuidava da forma física e dormia sempre que podia antes de seus</p><p>jogos. A surdez contribuiu, segundo suas próprias palavras, a concentrar-se melhor nas</p><p>partidas.</p><p>Legado: Foi diretor da revista semanal de xadrez 64. Vale destacar que sua obra Algunos</p><p>problemas de lógica en el análisis ajedredstico foi originalmente a tese que lhe proporcionou o</p><p>doutorado em filosofia da ciência.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 175</p><p>Consideração final: É considerado um dos campeões do mundo menos populares, sem</p><p>dúvida por causa de seu jogo pouco brilhante e arriscado. Seu estilo peculiar, baseado nos</p><p>princípios de prevenção enunciados por Nimzowitsch, não tem sido bem aceito pelos</p><p>aficionados, apesar de ter-lhe proporcionado grandes êxitos.</p><p>PARTIDA56</p><p>A. Tolush - T. Petrosian</p><p>Moscou, 1957</p><p>Abertura Ponciani</p><p>1. e4 e5 2. ltlf3 ltlc6 3. c3 ltlf6 4. d4</p><p>d6 5. d5</p><p>Aparentemente as brancas ganham espaço e</p><p>fazem o cavalo retroceder ao seu redil, mas, uma</p><p>vez fechado o centro, as pretas não têm proble­</p><p>mas de desenvolvimento, e as brancas também</p><p>terão de realizar manobras lentas e perdas de</p><p>tempo. Seria interessante a continuação 5.</p><p>i.b5!?, e também 5. dxe5 ltlxe5 6. ltlxe5 dxe5 7.</p><p>'ifxd8+ ~d8 8. i.c4 ltlxe4! 9. i.xf7 i.c5! 10. 0-</p><p>0 l:tf8 com melhor desenvolvimento e perspec­</p><p>tivas para as pretas.</p><p>5 . . .. ll::ib8 6. i.d3 g6 7. h3 ltlbd7 8.</p><p>i.e3 i.g7 9 . ltlbd2</p><p>Também seria possível 9. c4 seguido de 10.</p><p>ltlc3.</p><p>9 . ... ltlh5</p><p>Com a intenção de fazer f5 e um eventual</p><p>ltlf5.</p><p>10. g3 0-0 11. 'vi'e2</p><p>Parece melhor 11. 'if c2 seguido de c3-c4.</p><p>11 . . .. c6 12. c4 c5!</p><p>Se 12 .... cxd5? 13. cxd5 seguido de ltlc4</p><p>com bom jogo para as brancas.</p><p>13. 0-0-0?</p><p>Melhor seria 13. ltlfl.</p><p>13 . ... a6 14. h4.</p><p>Seria muito melhor 13 .... ltlf4! 14. gxf4 exf4</p><p>15 . .b:f4 'vi'f6 16. e5 'vi'xf4 17. exd6 ltlf6 18. 'vi'e5</p><p>ltlh5 com vantagem das pretas.</p><p>14, ... ltlf41</p><p>Sacrifício que permite a abertura da grande</p><p>diagonal al-h8.</p><p>8 1 J.. 1•</p><p>7 .l • .l J. .l</p><p>6 ' ' ' 5 i 8 i</p><p>4 8 8 . 8</p><p>3 .t i. ti) 8</p><p>2 8 8 t'iJV8</p><p>1 @ : :</p><p>a b e d e f g h</p><p>15. gxf4 exf4 16. h f4 'vi'f6</p><p>Agora se recupera a peça devido à ameaça</p><p>em b2 e h4.</p><p>17. l:tdgl 'vi'xf4 18. h5 b5 19. hxg6</p><p>Ou então, 19. l:th4 'vi'f6 20. ltlg5 h6! Com</p><p>vantagem das pretas.</p><p>19 . ... bxg6 20. ~ dl</p><p>Jogada preventiva com ameaças perigosas.</p><p>Depois de 20. ltlg5 bxc4 21. i.xc4 ltle5, as</p><p>pretas estariam muito melhor.</p><p>20 . ... 'iVf6 21 . ll::ig5 l:te8 22. l:th4 ltlb6</p><p>23. i.c2 ltlxc4 24. e5!?</p><p>Jogada arriscada para complicar a posição</p><p>que parece má para as brancas.</p><p>24 . ... lixes 25. ltlde4 'vi'e7</p><p>Não seria válido 25 .... l:.xd5+? 26. ~el</p><p>'vi'xb2 27. ltlf6+ 'iixf6 28. 'ife8+ i.f8 29.</p><p>l:th8+! 'ifxh8 30. 'ifxf7 mate.</p><p>26. f4 lbd5+ 27. ~ el i.f5</p><p>Também seria bom 27 .... f6 com vantagem</p><p>das pretas.</p><p>28.l:tghl</p><p>Ameaça 29. l1h8+! i.xh8 30. l:.xh8+ i,xh8</p><p>31. 'iih2+.</p><p>176 A"ITONIO LóPEZ M'\NZANO E Jost MoNEOERO GONZÁLEZ</p><p>28 •••• l:ld2!</p><p>Outra possibilidade seria 28 .... f6 29. tt'id2</p><p>'iixe2 + 30. 'ôitxe2 l:le8 + ! com vantagem para</p><p>Petrosian.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1 • • '.t</p><p>' ' ' '' .t ti)</p><p>• ti) 8</p><p>88i.116</p><p>@</p><p>-</p><p>:</p><p>:</p><p>abcdefgh</p><p>29 .... f'3</p><p>Não valeria 29. tt'ixd2 'iixe2+ 30. 'it>xe2</p><p>l:le8+ 31. 'ôitdl (31. tt'ide4 f6 recuperando a</p><p>peça) 31. ... tt'ie3 +.</p><p>29 . ... f6</p><p>Um grave erro seria 29. ... l:xc2?? 30.</p><p>l:th8+ ~xh8 31. l:xh8+ 'ôitxh8 32. fr'hl+ Wg8</p><p>com vantagem das brancas.</p><p>30. ~fl fxgS 31. tt'if6+ fixf6 32.</p><p>'iixa8+ ~f7 33. l:h8 ~d3+!</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>8 .. :</p><p>7 •.t</p><p>6 ' '</p><p>.,</p><p>5 '' ' 4 • 8</p><p>3 .t</p><p>2 8 8 i. 1</p><p>:</p><p>abcdefgh</p><p>Não haveria solução se 34. .i.xd3 34.</p><p>'i'xf4+ 35. 'ôitgl ~d4 mate. E se 34. 'ôitel 'iie6+</p><p>seguido de mate.</p><p>Final</p><p>Stoltz - Nimzowitsch</p><p>Berlim, 1928</p><p>Final de peões</p><p>No diagrama a seguir, as pretas parecem ter</p><p>problemas por causa dos dois peões passados e</p><p>unidos das brancas. Entretanto, Nimzowitsch,</p><p>com</p><p>as peças pretas, encontra uma elegante</p><p>maneira de ganhar a partida .</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4 8</p><p>3</p><p>2</p><p>'</p><p>.,</p><p>' 8</p><p>abcde gh</p><p>1. ... f4! 2. gxf4+ 'ôitd6!!</p><p>Jogada, à primeira vista, desconcertante,</p><p>mas excelente. Desta posição, o rei preto pode</p><p>controlar os peões passados das brancas, e, em</p><p>troca, seus dois peões passados se mostram</p><p>incontíveis.</p><p>3.as</p><p>Se 3. f5 g3 4. f6 g2 5. f7 We7, o rei preto</p><p>alcança o peão branco, e o peão preto torna-se</p><p>incontível.</p><p>3 . ... g3 4. a6 ~ c7 5. f5 g2</p><p>As pretas coroam o peão e ganham a</p><p>partida.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de raio X</p><p>Mate de bispo e cavalo</p><p>1. 'i'g7+ 'it>xg7 2. tt'ifS+ 'ôitg8 3. tt'ih6</p><p>mate.</p><p>8 ••</p><p>7 .l .l</p><p>6 11 .l</p><p>5</p><p>4 t1J</p><p>3 i. • 2 1 8</p><p>1</p><p>a b e d e</p><p>Exercício 37</p><p>Capablanca - Raubitschek,</p><p>1906</p><p>f</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>@</p><p>g h</p><p>Na partida Capablanca contra Raubitschek</p><p>em 1906, produziu-se a seguinte situação. Você</p><p>é capaz de encontrar a jogada ganhadora?</p><p>8 . , 1</p><p>7 ,. : ,. ,. .l</p><p>6 ~ 8</p><p>5 :</p><p>4 8 .l • 3 .l ,. 8</p><p>2 8@</p><p>abcde gh</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>O carteiro sempre chama duas vezes</p><p>As possibilidades no xadrez são pratica­</p><p>mente infinitas; no entanto, é de muita utili­</p><p>dade conhecer os temas táticos e estratégicos</p><p>porque podem nos ajudar a ganhar partidas. O</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 177</p><p>exemplo que comentamos a seguir corresponde</p><p>a duas partidas de Petrosian, curiosamente jo­</p><p>gadas no mesmo lugar (Moscou). Ambas as</p><p>posições repetem quase que em idênticas con­</p><p>dições, com dez anos de diferença, um mesmo</p><p>tema tático, o do xeque duplo de cavalo.</p><p>Vejamos o primeiro exemplo:</p><p>Petrosian - Simagin</p><p>Moscou, 1956</p><p>8</p><p>7 ,.</p><p>6 • 5 .l</p><p>4 8 8</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d</p><p>• 1</p><p>,.</p><p>e</p><p>... .i.</p><p>@</p><p>g h</p><p>1. ~as+ ~ g7 2. i.xe5+ ~xe5 3 .</p><p>'i'h8+! ~ xh8 4. lt:lxf7+ @g7 5. lt:lxe5, e as</p><p>pretas abandonam.</p><p>Dez anos depois, produziu-se a seguinte</p><p>posição, muito similar à anterior, na qual Petro­</p><p>sian ganha de outro ex-campeão mundial, Boris</p><p>Spassky .</p><p>Petrosian - Spassky</p><p>Moscou, 1966</p><p>8</p><p>7 1</p><p>6 .l t1J .i</p><p>5 .,.,.8</p><p>4 8</p><p>3 8</p><p>2 8V</p><p>a b e d e</p><p>• 1 .l</p><p>8</p><p><i></p><p>f g h</p><p>178 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>1 . .txf'l+ .:xt"7 2. lht8+! ~8 3.</p><p>tiJxf7 + ~g7 4. lbxg5, e as pretas abandonam.</p><p>Esse dois exemplos, além de divertidos, são</p><p>muito instrutivos para os principiantes, porque</p><p>o tema do xeque duplo de cavalo é um dos mais</p><p>freqüentes na prática enxadrística.</p><p>Alekhine futurólogo</p><p>Alekhine disse em 1914 que estava prepa­</p><p>rado para seu encontro contra Capablanca pelo</p><p>campeonato do mundo: quando lhe disseram</p><p>que o campeão era Lasker e não Capablanca,</p><p>ele replicou: "Capablanca não é o campeão,</p><p>mas logo o será".</p><p>CONSELHOS</p><p>1. A valorização de uma posição deve susten­</p><p>tar-se nos seguintes conceitos básicos:</p><p>a) Superioridade material.</p><p>b) Estrutura de peões.</p><p>c) Debilidades de ambos os lados.</p><p>d) Atividade das peças.</p><p>e) Segurança dos reis.</p><p>f) Vantagem de espaço e iniciativa.</p><p>g) Possíveis rupturas.</p><p>h) Tempos de desenvolvimento.</p><p>i) Possibilidades táticas, começando pelas</p><p>variantes obrigadas de trocas, sacrifícios,</p><p>etc.</p><p>2. Quanto menor é o valor da peça que blo­</p><p>queia um peão passado, mais efetivo é seu</p><p>resultado.</p><p>3. Em algumas posições, onde existe maioria</p><p>de peões em um flanco, o jogador com</p><p>minoria pode realizar um ataque avançando</p><p>seus peões para atacar a base de peões</p><p>contrários e aproveitar a coluna ou colunas</p><p>abertas adjacentes. Este tipo de jogada se</p><p>denomina "ataque das minorias".</p><p>4. As linhas de jogo devem ser revistas men­</p><p>talmente até que você se sinta seguro de que</p><p>não existe nenhum erro de cálculo - uma</p><p>falha em uma jogada pode significar a perda</p><p>da partida.</p><p>5. Na medida do possível, busque averiguar</p><p>todas as informações disponíveis sobre seu</p><p>adversário (idade, estilo de jogo, aberturas</p><p>preferidas, etc.), isso pode lhe proporcionar</p><p>uma vantagem psicológica.</p><p>6. A força das peças não se mede apenas pelas</p><p>casas que dominam, mas pelas que poderão</p><p>dominar.</p><p>7. A dama e o rei ganham normalmente de</p><p>torre e rei, mas deve-se evitar as posições de</p><p>afogamento e os xeques de torre se o rei</p><p>tiver a sua dama na mesma fila ou coluna.</p><p>8. Um bispo pode lutar normalmente com êxi­</p><p>to contra três peões se estes não se encon­</p><p>tram muito avançados.</p><p>9. Uma dama contra um peão na sétima, si­</p><p>tuado nas colunas a, c, f ou h, só pode</p><p>ganhar se seu rei está próximo do peão.</p><p>10. Uma dama ganha praticamente sempre</p><p>contra torre, enquanto torre e peão têm boas</p><p>possibilidades de defesa contra dama se o</p><p>peão se encontrar protegido pelo rei e pela</p><p>torre.</p><p>CAPÍTULO 29 Omenino­</p><p>prodígio espanhol</p><p>"Pomar tem excepcionais dotes de intuição para</p><p>levá-lo a ser um grande jogador de xadrez."</p><p>(Alekhine)</p><p>Segundo comentou numa ocasião o Grande Mestre soviético Kotov, se Arturo Pomar tivesse</p><p>nascido na URSS, seria um sério aspirante a campeão mundial. Por desgraça, a Espanha pós-guerra</p><p>não era o melhor momento nem lugar para a preparação de um jogador genial como Arturo Pomar.</p><p>Dotado de qualidades inatas para o jogo do xadrez, contribuiu para a popularização desse esporte</p><p>no país como nenhum outro jogador espanhol o havia feito até então.</p><p>ARTURO POMAR</p><p>Nacionalidade: Espanhol.</p><p>Nascimento: Mallorca, 1º de setembro de 1931.</p><p>Títulos: Grande Mestre.</p><p>Características de jogo: Bom jogador tático e estratégico, especialista em finais. Re­</p><p>cebeu aulas particulares de Alekhine, tal como se pode ver no livro do campeão mundial:</p><p>Legado.</p><p>Melhores torneios: Campeão da Espanha em 1946, 1950, 1957, 1958, 1962 e 1966;</p><p>Gijón, 1955; Madri, 1960; Torremolinos, 1961; Málaga, 1964; Palmª de Mallorca, 1966; Mála­</p><p>ga, 1971.</p><p>Façanhas: Foi um menino-prodígio que se tornou campeão de Baleares com apenas 10</p><p>anos.</p><p>Principal debilidade: Sua saúde e seu pouco espírito de luta.</p><p>Legado: Popularizou o xadrez nos anos que se seguiram à Guerra Espanhola.</p><p>Consideração final: Junto com Illescas, é o melhor jogador espanhol de todos os tem-</p><p>pos.</p><p>180 ANTONIO LóPEZ MANZAls.0 E Jos~ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 57</p><p>Pomar - Ljubojevic</p><p>Las Palmas, 1974</p><p>Abertura Escocesa</p><p>1. e4 ltlf6</p><p>Ljubojevic planeja uma Defesa Alekhine</p><p>que Fischer colocou em moda dois anos antes</p><p>de seu duelo contra Spassky.</p><p>2. lt:\c3</p><p>Pomar recusa o oferecimento do adver­</p><p>sário para entrar na Defesa Alekhine, por</p><p>exemplo, com os lances 2. eS ltldS 3. d4 d6 4.</p><p>c4, etc.</p><p>2 . ... e5</p><p>Por inversão de jogadas, chega-se a uma</p><p>Abertura Vienense.</p><p>3. ltlf3 lt:lc6 4. d4</p><p>Depois de produzir a pos1çao típica da</p><p>Abertura dos Quatro Cavalos, Pomar decide</p><p>convertê-la em uma variante da Escocesa.</p><p>4 . ... exd4 5. lt\xd4 .ib4 6. ltlxc6 bxc6</p><p>7 . .id3 O-O 8. O-O :es</p><p>Ljubojevic se afasta do caminho mais co­</p><p>nhecido, que é 8 .... dS 9. exdS cxdS 10 . .igS</p><p>com jogo mais ou menos equilibrado.</p><p>9 . .ig5 h6 10 . .ih4</p><p>Pomar joga de uma forma agressiva, sem</p><p>se importar com a possível perda do peão em</p><p>e4.</p><p>10 . ... g5</p><p>Jogada arriscada que debilita o roque</p><p>das pretas, mas, se não jogasse assim, esta­</p><p>ria sujeito à variante 10 .... d6 11. f4! com</p><p>o que as brancas obteriam vantagem posi­</p><p>cional.</p><p>11. i.g3 d6</p><p>Se 11 .... i.xc3 12. bxc3 ltlxe4 com a po­</p><p>tente ameaça 'i!fhS.</p><p>12. e51</p><p>Uma forte ruptura central que abre o jogo</p><p>em benefício das brancas. Não seria bom 12. f4</p><p>i.xc3 13. bxc3 i.g4, e a dama branca não teria</p><p>boas casas para onde ir.</p><p>12 . ... dxe5 13. i.xe5 ltlg4</p><p>É evidente que se 13 .... l:txeS?? 14 . .ih7+</p><p>ganhando a dama.</p><p>14. i.g3 f5</p><p>As pretas se vêem forçadas a jogar com</p><p>energia para não cair na rede do adversá­</p><p>rio.</p><p>15.h3</p><p>Uma possibilidade interessante segundo o</p><p>próprio Pomar seria 15. f4.</p><p>15 . ... lt:\f6 16. '1Wf3!</p><p>Pomar não recusa as· complicações e entra</p><p>na linha do complexo joga combinativo.</p><p>16 . ... f4 17. 1i'xc6!</p><p>8 1 J.lf 1 • 7 ' ' 6 1V • ..</p><p>5 ' 4 J. ' 3 tb .i. i. 8</p><p>2 8 8 8 8 8</p><p>: :t@</p><p>a b e d e g h</p><p>17 ..•. l:tb8</p><p>Se 17 .... .ixc3 18. 'i!fxa8 i.xb2 19. l:Labl</p><p>i.d4 20 . .i.h2, e as brancas ficariam com van­</p><p>tagem.</p><p>18. ltld5!</p><p>A jogada-chave da partida.</p><p>Pomar entrega</p><p>uma peça especulando com o tema das peças</p><p>sobrecarregadas.</p><p>18. i.h2 seria um lance muito passivo.</p><p>18 . ... :e6</p><p>Se 18 .... ltlxdS 19. °fig6+ ~f8 20. 1i'xh6+.</p><p>a) 20 .... ~g8 21. .i.h7+! ~f7 (21. ...</p><p>~h8? 22. i.g6+ ~g8 23. 'i!fh7+ ~f8</p><p>24. 'it'f7 mate) 22. i.g6+ 'it;e7! 23.</p><p>1i'xg5+ ~d6 24. i.xf4+ ~c6 (24 ....</p><p>ttlxf4 25. :adl + !) 25 . .ixe8+ 'i¼'xe8</p><p>26 . .ig3 com clara vantagem branca.</p><p>b) 20 .... @f7 21. .ig6+ com vantagem das</p><p>brancas.</p><p>19. ttlxb4!!</p><p>Pomar entrega sua dama em troca das duas</p><p>torres, com a intenção de fazê-las entrar rapi­</p><p>damente em jogo.</p><p>19 . ... l:txc6</p><p>8 1 J.. • 7' i</p><p>6 11 1. i</p><p>5 ' 4 i</p><p>3 i.. ~8</p><p>2 8A8 8 8</p><p>1 : l:@</p><p>a b e d e g h</p><p>Outra possibilidade seria 19 .... :.xb4 20.</p><p>.ic4 ~c4 21. 'iWxc4 fxg3 22. fxg3, mas as bran­</p><p>cas continuariam melhor.</p><p>20. ttlxc6 ~d6 21. ttlxb8 fxg3</p><p>A esperança das pretas é capturar o cavalo</p><p>mediante fib6+.</p><p>22. fxg3</p><p>As pretas tomaram o bispo, mas está aberta</p><p>uma perigosa coluna.</p><p>22 . ... .ixh3! 23. l:tael!</p><p>Não seria válido 23. gxh3? ~xg3+ 24. @hl</p><p>~xh3+ 25. @gl ~g3+ 26. ~hl ttlg4 com</p><p>vitória das pretas.</p><p>23 . ... i.g4</p><p>Não 23 .... ~xg3 devido a 24. lle2!</p><p>24. lU2!</p><p>Ameaça dobrar as torres e se protege ante</p><p>um possível xeque da dama.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 181</p><p>24 . ... .th5?</p><p>Protege a casa e8, mas deixa livres as casas</p><p>pelas quais pode escapar o cavalo branco. Teria</p><p>sido melhor 24 .... ~6.</p><p>25. i..c4+ @h8 26. : e6</p><p>As peças brancas atuam harmonicamente, e</p><p>o rei branco segue protegido.</p><p>26 . ... llí'dl+ 27. ltfl 'ifd4+ 28. @hl</p><p>'t/lxc4</p><p>Se 28 .... lbg4? 29. l:tf8+ ~g7 30. ltg8+!</p><p>ganhando. 30 .... @xg8 31. l:te4+ ~xc4 32.</p><p>:xc4 com vantagem decisiva das brancas.</p><p>29. llfxf6 1i'd5</p><p>Tomando medidas contra a ameaça lte7.</p><p>30. ttlc6!</p><p>8</p><p>7 ..</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>•</p><p>i</p><p>A J.</p><p>1 <i></p><p>a bc d efg h</p><p>Recusa comer o peão de h6, preferindo</p><p>fazer seu cavalo entrar em jogo.</p><p>30 . ... 'i'dl+ 31. @h2 @g7</p><p>Se 31. ... i.f7 32. :e? ~h5+ 33. @gl</p><p>~dl + 34. :n ! ganhando uma peça.</p><p>32. llt'2 i.g6 33. lte7 + ~g8 34. ,l;.xc7</p><p>~5+ 35. c,t,gl llí'dl+ 36. ltfl 'tlid6 37.</p><p>ttle7+@h7</p><p>Se 37 .... @h8 38. lbxg6+ ganhando.</p><p>38. lbd5 + ! '.t>g8</p><p>Se 38 .... '.t>h8 39. ,l;.f6 ~xd5 40. :f8+ ~g8</p><p>41. l;txg8+ ~xg8 ganhando.</p><p>182 ANTONIO LóPEZ MANZANO e Jost MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>39. lbf6+ 'ith8 40. ltc8+ ~g7 41. l:tg8+</p><p>8 :</p><p>7 • 6 ·~j_.</p><p>.,, .. ·'$:C .</p><p>5 • 4</p><p>3 8</p><p>2 88 8 8</p><p>: c;i;></p><p>a b e d e f g h</p><p>E as pretas abandonam, já que se 41. ...</p><p>'3.'f7 42. lbe4+, e as brancas ganhariam a</p><p>dama.</p><p>Partida 58</p><p>J. P. Hernández - R J. Pérez</p><p>Copa de Cuba, 1967</p><p>Contragambito Albin</p><p>Nunca ataque prematuramente sem</p><p>ter desenvolvido suas peças.</p><p>A presente partida foi protagonizada por</p><p>Francisco José Pérez, um dos melhores joga­</p><p>dores espanhóis da época, que, depois de se</p><p>tornar campeão da Espanha em mais de uma</p><p>ocasião, se auto-exilou em Cuba, onde ainda</p><p>permanece. Um exemplo de sua grande cate­</p><p>goria enxadrística nos é oferecido nesta par­</p><p>tida, na qual, com uma "miniatura", castiga a</p><p>ousadia branca de um ataque prematuro sem o</p><p>desenvolvimento prévio das peças.</p><p>1. d4 dS 2. c4 eS 3. dxeS d4 4. lbf3</p><p>lbc6 5. a3 i.g4</p><p>Melhor que 5 .... lbge7 6. lbbd2 i.e6 7. b4</p><p>lbg6 8. i.b2 lbgxe5 9. b5 lbxf3+ 10. exf3 lba5</p><p>11. i.d3, e o jogo das brancas seria melhor.</p><p>6. lbbd2</p><p>Parece mais interessante para as brancas 6.</p><p>g3 'i'd7 7. i.g2 0-0-0 8. h3.</p><p>6 . ... 'i!Vd7 7. b4 0-0-0 8. i.b2 lbge7 9.</p><p>'iia4?1</p><p>Seria melhor 9. b5 i.xf3 10. lbxf3 lba5 11.</p><p>.:c1.</p><p>9 . ... lbg6 10. bS lbcxeS 11. ~xa7</p><p>O ataque branco é só uma ilusão. Se 11.</p><p>lbxd4 i.c5, seguido de l:e8, seria bom para as</p><p>pretas.</p><p>11 . ... 'iie6 12. e3?</p><p>Um erro grave. Seria muito melhor 12.</p><p>lbxe5 lbxe5 com jogo complicado. Por exem­</p><p>plo: 13. i.xd4 lbd3+ 14. 'itdl 1fd6 15. lbf3</p><p>lbxf2+ 16. '3.'el i.xf3 17. gxf3 ifxd4 18. ~xd4</p><p>ltxd419. ~xf2, etc.</p><p>12 . ... dxe3 13. ~xe3 i.cS! 14. i.d4</p><p>Tampouco haveria salvação com 14. 'ife4</p><p>i.fS 15. 'l!Ve2 lbd3+ ganhando.</p><p>14 . ... :Xd4! 15. lbxd4 i.xd4 16. ~xd4</p><p>lbd3 mate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2</p><p>1 J:t</p><p>a b</p><p>Final</p><p>Prokes, 1946</p><p>Bispo e peão</p><p>contra cavalo</p><p>8 •</p><p>• ti)</p><p>e d</p><p>1</p><p>••• . ,. •</p><p>.t</p><p>888</p><p>~ i.. :</p><p>e f g h</p><p>Na seguinte posição, as brancas parecem</p><p>sentenciadas à derrota, mas existe uma genial</p><p>maneira de conseguir o empate.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5 l'iJ</p><p>4 @</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e</p><p>A solução é a seguinte:</p><p>1. ©b3+ .ixb3+</p><p>g h</p><p>Uma continuação muito interessante seria 1.</p><p>... ~d5 2. ©d2 ~ d4 3. lübl! única para empatar</p><p>(não seria bom 3. ~a3? ~c3 4. lt:lbl + @c2 5.</p><p>lüd2 .tg8, e as brancas ficariam em zugzwang:</p><p>quem tem a vez de jogar perde), 3 .... @d3 4.</p><p>lt:\a3 .ia2 5. lt:\bl!! ~c2 6. tba3+ <J;>c3 7. ©b5+</p><p>'it>c4 8. tba3+ @c5 9. ©bl.</p><p>2. ~a3!!</p><p>E não se pode evitar o empate, uma vez que:</p><p>2 . ... bl~</p><p>Afogado. Se o peão se coroasse como cavalo</p><p>ou como torre, também seria empate. Se qualquer</p><p>outra jogada fosse feita, o rei capturaria o peão.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Bristol</p><p>8 1•</p><p>7 ,.</p><p>6</p><p>5</p><p>4 i.</p><p>3 8</p><p>2 8 8</p><p>• J.. 1 ,. ,. ,.</p><p>$ .</p><p>8 ' liJ 8 8 '</p><p>l:Cil.i.11 I1 c1></p><p>a b e d e g h</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 183</p><p>1. e4 e5 2. f4 d5 3. exd5 e4 4 . .ib5+</p><p>c6 5. dxc6 bxc6 6 . .ta4? 1\Vd4 7. c3 ~d6 8.</p><p>lüe2 .tg4 9. 0-0?</p><p>9. . .. ~d3! 10. l':tel i.c5+ 11. ~fl</p><p>'i!kf3+ 12. gxf3 i.h3 mate.</p><p>Exercício 38</p><p>Bonner - Medina</p><p>Haifa, 1976</p><p>Antonio Medina Garcia nasceu em Bar­</p><p>celona no dia 2 de outubro de 1919. É um dos</p><p>jogadores espanhóis mais destacados de todos os</p><p>tempos. Sua história inclui três campeonatos da</p><p>Catalunha, sete da Espanha e três da Venezuela,</p><p>país onde viveu longa parte de sua vida. Medina</p><p>é um cavalheiro do xadrez mundial, tranqüilo,</p><p>agradável no trato e um grande conversador .</p><p>Também se destacou como árbitro internacional.</p><p>As pretas jogam e ganham</p><p>A seguinte posição corresponde à partida</p><p>Bonner - Medina, da Olimpíada de Haifa, 1976.</p><p>Apesar da igualdade de material, as pretas têm</p><p>uma jogada com a qual decidem a partida. Você</p><p>conseguiria descobrir de que jogada se trata?</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3 8</p><p>2 88</p><p>([)</p><p>a b e d e</p><p>Exercício 39</p><p>Ángel Martín González -</p><p>José García Padrón</p><p>Montilla, 1977</p><p>• &</p><p>8.l</p><p>8</p><p>@</p><p>8</p><p>g h</p><p>Ángel Martin, Mestre Inter:nacional, é um dos</p><p>melhores jogadores espanhóis de todos os tem-</p><p>184 ANTONIO LóPEZ MANZA\JO e Jost MüNEDERO GONZÁLEZ</p><p>pos. Campeão da Espanha em três ocasiões e cin­</p><p>co vezes campeão da Catalunha, destacou-se tam­</p><p>bém como escritor de livros e colaborador habi­</p><p>tual de revistas especializadas de xadrez.</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>8</p><p>7</p><p>6 '</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>abcde gh</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>Paolo Boi 1</p><p>Conta a lenda que, no final do século XVI,</p><p>Paolo Boi, que era considerado o melhor jogador</p><p>da época, enfrentou o diabo. Disfarçado de mu­</p><p>lher, este desafiou o campeão. Depois de uma luta</p><p>intensa, a posição no tabuleiro era a seguinte:</p><p>8 ..t</p><p>7 ~ 8</p><p>6 ,.</p><p>5 : •. ,</p><p>4 n••</p><p>3 8 A</p><p>2 8 8</p><p><J;></p><p>a b e d e f g h</p><p>Paolo Boi anunciou ao diabo mate em duas</p><p>jogadas:</p><p>1. lbxe6 l:.xf6</p><p>Se 1. ... lbec6 2. ~xfs mate.</p><p>2. l:txe5 mate.</p><p>Paolo Boi 2</p><p>O diabo, com sua poderosa magia, conver­</p><p>teu a dama branca em preta de forma que a</p><p>posição ficou assim:</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5 :</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e f g h</p><p>Mas Paolo Boi, depois de um tempo de refle­</p><p>xão, teve uma inspiração divina e disse:</p><p>- Apesar de tudo, darei mate em dois lan-</p><p>ces da seguinte maneira:</p><p>t. lbbs 'ii'xe7</p><p>Se 1. ... lbxc4 2. lbc3 mate.</p><p>2. l%.xd4 mate.</p><p>Paolo Boi 3</p><p>O diabo não ficou satisfeito com esta partida</p><p>e se apresentou a Paolo Boi na forma de peregri­</p><p>no, voltando a desafiá-lo para uma partida. O dia­</p><p>bo desta vez jogou com as brancas e, graças a seu</p><p>poder maligno, chegou à seguinte posição ganha­</p><p>dora:</p><p>8q)</p><p>7 .& •• 6 .. 1</p><p>5 1 .& q)</p><p>4 8</p><p>3 • ' 2 <J;></p><p>: 1t</p><p>a b e d e g h</p><p>E o diabo anunciou mate em seis jogadas.</p><p>1. .l:txg7+ ~f6 2. l!Vxc6+ ltxc6 3.</p><p>lbc6+ '1Wd6 4. l:txd6+ cxd6 5. ll:Jc7 d5 6.</p><p>lt:lxd5+ ~e6</p><p>8</p><p>7 :</p><p>6 • 5 ~' ~</p><p>4 f3l</p><p>3 ' 2 cJ;;</p><p>a b e d e g h</p><p>Mas Deus, que havia estado ao lado</p><p>de Reshevsky ..................................................................... 133</p><p>Final. Ed. Lasker - Capablanca, 1915 ................................................. ......................... 133</p><p>Mates típicos. Mate de dama e cavalo............................................ .............................. 134</p><p>Exercício 25. Alekhine - M. Prat, 1913 ........................................................................ 134</p><p>Exercício 26. Fine - Dake, 1933 ................................................................................... 135</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 135</p><p>Partida 41 - As linhas teóricas podem ser refutadas. Averbakh - Estrin, 1964 ............. 135</p><p>Partida 42. Krogius - N. Aratovsky, 1945 ..................................................................... 136</p><p>14 SUMÁRIO</p><p>Partida 43. Botvinnik- Spielmann, 1935 ..................................................................... 136</p><p>As qualidades do xadrez .............................................................................................. 136</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 137</p><p>CAPÍTULO 21 - A NOVA ESCOLA SOVIÉTICA DE XADREZ.................................... 138</p><p>Mijail Botvinnik</p><p>Partida 44. Botvinnik - Capablanca, 1938 .................................................................. · 139</p><p>Partida 45. M. Botvinnik - M. Vidmar, 1936 ................................................................ 140</p><p>Final. Mugnos, 1941 .................................................................................................... 141</p><p>Mates típicos. Mate de peãO························································································· 142</p><p>Exercício 27. As brancas jogam e ganham ................................................................... 142</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 142</p><p>A beleza do xadrez....................................................................................................... 142</p><p>Partida 46. Leepin - Mross, 1941 ................................................................................. 142</p><p>Fischer na escola .......................................................................................................... 143</p><p>Conselhos ... .... ... .. ... . . .. . .. ... . . . . . . . ... .. . . ... ...... ..... .. ...... .. ... ..... .. ... . . .. . ..... .. ..... ... .. ... ... .. .. ... .. 143</p><p>CAPÍTULO 22 - UM AMOR INCONDICIONAL AO XADREZ ................................... 144</p><p>Miguel Najdorf</p><p>Partida 47. Glücksberg- Najdorf, 1935 ....................................................................... 145</p><p>Final. Estudo de Réti, 1922 .......................................................................................... 146</p><p>Mates típicos. Mate das dragonas ................................................................................ 146</p><p>Exercício 28. Criação de um peão passado--································································· 146</p><p>Anedotas e curiosidades ... . . .. ... .. .. ........... ... .. ..... ... .. ... . . ... .. ... . . ... .. ... .. . . . . . ... .. .. ... ..... .. 14 7</p><p>Partida 48. J. Monedero - A. Martin, 1973 ........ ..... .... ... ... .. . .. ... .. .. ... .. ... . . ... .. ... . . .. . .. . . . .. . 14 7</p><p>O problema imortal. Dr. Conrad Bayer - Mate em 9 .................................................... 148</p><p>O mau humor dos campeões mundiais . ..... ... . .. .. .. . .. ....... ...... ..... ...... .. .. ... .. .. . .. ... . ...... ... . . 148</p><p>Conselhos ... .. . . ..... ..... .. . .. ....... ........ ........ .. ..... ...... ... ....... .. . .. .. . . . ..... ... .. ..... .. ... ... .. .. .. ...... 148</p><p>CAPÍTULO 23 - A LÓGICA A SERVIÇO DO XADREZ ............................................... 150</p><p>Efim Geller</p><p>Partida 49. Geller - Portisch, 1967 ............................................................................... 151</p><p>Final. Dama contra dama, um caso excepcional........................................................... 152</p><p>Mates típicos. Mate de Lolli . ... .. ..... ... .. ... .. . ..... ... .. ........ ..... .. ... .. .. ... ... . . . ... . ... .. . .. . ...... ... .. .. 152</p><p>Exercício 29. Estudo de Troitzky, 1896 ........................................................................ 152</p><p>Anedotas e curiosidades....................................................................................... 152</p><p>A influência dos espectadores ...................................................................................... 152</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 153</p><p>CAPÍTULO 24- UM TURBILHÃO TÁTICO································································· 154</p><p>Mikhail Tal</p><p>Partida 50. Teschner - Tal, 1957 .................................................................................. 155</p><p>Final. Averbakh - Final de torre contra cavalo .. . .. .. ... ..... ..... ... .. ....... ... . . ... . . .. . .. ... . .... .. ... . 156</p><p>Mates típicos. Mate da andorinha ................................................................................ 156</p><p>Exercício 30. Tal -Timman, 1972 ................................................................................ 157</p><p>Exercício 31. Tal - Devski, 1961 .................................................................................. 157</p><p>Exercício 32. Tal- Rantanen, 1979 .............................................................................. 157</p><p>Exercício 33. Tal- Unzicker, 1966 ............................................................................... 157</p><p>Anedotas e curiosidades....................................................................................... 158</p><p>Um efeito psicológico chamado Fischer ....................................................................... 158</p><p>O que é bom para o estômago não é bom para·o xadrez ................ ............................. 158</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 158</p><p>SUMÁRIO 15</p><p>CAPÍTULO 2 5 - MELODIA ENXADRÍSTICA ······························································ 159</p><p>M ark Taimanov</p><p>Partida 51. Taimanov- Lisitsin, 1949 .......................................................................... 160</p><p>Final. Dois peões contra um ......................................................................................... 161</p><p>Mates típicos. Mate suicida .......................................................................................... 161</p><p>Exercício 34. Spassky - Marszalek, 1960 ..................................................................... 161</p><p>Anedotas e curiosidades . ... . .... ... ... . .... ..... .... ...... .... ...... ...... .. . ...... ... . ..... ... .. .. . . ... . . .. .. 161</p><p>A partida eterna ........................................................................................................... 161</p><p>Partida 52. A. Anderssen - J. Dufresne, 1852 .............................................................. 162</p><p>A relação entre Tarrasch e Lasker ................................................................................ 163</p><p>Conselhos ................ .......................................................................... ....................... 163</p><p>CAPÍTULO 26-0 JOGO CRIATIVO ············································································ 164</p><p>David Bronstein</p><p>Partida 53. S. Reshevsky- Bronstein, 1953 ................................................................. 165</p><p>Final. Karstedt, 1909 ···· ·· ... ·· ........ ·····.. ... .. ..... ...... ..... ... . ... .. ... . . .. . . . .. . . ... . . ... . ... . ... . . ... . ... .. .. . 166</p><p>Mates típicos. Mate de Malon ····································</p><p>de</p><p>Paolo Boi, fez com que o mate não ocorresse,</p><p>já que, no momento em que o diabo ia realizar</p><p>a jogada decisiva, percebeu que com ela</p><p>formava uma cruz e abandonou, irado, a par­</p><p>tida.</p><p>7. l:le7 mate.</p><p>Alekhine e os jogadores</p><p>espanhóis de sua época</p><p>O comentário de Alekhine, no ano de 1944,</p><p>sobre os jogadores espanhóis da época foi o</p><p>seguinte:</p><p>- Creio que Medina e o doutor Rey Ardid</p><p>são os melhores jogadores espanhóis. Medina</p><p>tem grande capacidade, afeição e juventude.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 185</p><p>Quanto a Arturo Pomar, tem uns dotes excep­</p><p>cionais de serenidade e intuição. Sua partida</p><p>comigo foi a de um verdadeiro mestre e co­</p><p>nheço vários profissionais estrangeiros, mui­</p><p>to experientes nessas lutas, que não teriam</p><p>feito melhor. Creio que, se não for prejudi­</p><p>cado por esforços prematuros e conseguir</p><p>passar pela idade de desenvolvimento sem</p><p>problemas de saúde, fará sucesso no xadrez</p><p>internacional.</p><p>CONSELHOS</p><p>1. ''A vitória é do jogador que vê uma jogada a</p><p>mais que seu adversário." (Lasker)</p><p>2. Se seu oponente chegar tarde à sala de jo­</p><p>gos, não valorize o valor do tempo que tiver</p><p>a mais: às vezes se trata de uma manobra</p><p>de alguns jogadores para deixar nervosos</p><p>seus adversários.</p><p>3. Quando o rei contrário perde o roque, de­</p><p>ve-se tentar atrai-lo para o centro, mesmo</p><p>que à custa de sacrifícios.</p><p>4. O grande roque apresenta mais fragilidades</p><p>que o roque curto.</p><p>5. Quando existe roque em ambos os lados, a</p><p>luta vai até a morte.</p><p>6. "Quando nosso cavalo não pode se posicionar</p><p>em f3 ou em f6 defendendo h2 ou h7, temos o</p><p>recurso de defender esses pontos com o cavalo</p><p>situado em f1 ou f8 respectivamente." (Lasker)</p><p>7. Ante um final de damas e torres, é con­</p><p>veniente deixar uma saída de escape ao</p><p>nosso rei para evitar que receba um mate</p><p>na primeira ou oitava fila.</p><p>8. Deixar nosso rei no centro do tabuleiro é pior</p><p>que deixá-lo rocar estando o roque debilitado.</p><p>9. Não inicie ataques prematuros na abertura.</p><p>10. Coloque seus peões onde sejam úteis para</p><p>apoiar suas peças.</p><p>CAPÍTULO 30 Uma luta</p><p>terrível</p><p>•o xadrez é minha vida."</p><p>(Kortchnoi)</p><p>Víctor Kortchnoi destacou-se como um dos mais combativos lutadores do mundo do xadrez.</p><p>Seu estilo caracterizava-se pelo jogo de contra-ataque e uma depurada defesa. Nos jogos</p><p>complexos, age como um peixe dentro da água e sabe evitar como ninguém os mais perigosos</p><p>ataques de seus adversários. Sua grande qualidade enxadrística permite que se defronte com</p><p>qualquer jogador da elite mundial.</p><p>VÍCTOR KORTCHNOI</p><p>Nacionalidade: Russo, naturalizado suíço.</p><p>Nascimento: Leningrado, 23 de julho de 1931.</p><p>Títulos: Grande Mestre Internacional.</p><p>Características de jogo: Lutador, depurada técnica defensiva, amante do jogo com­</p><p>plexo.</p><p>Melhores torneios: Campeão da URSS em 1960, 1962, 1964 e 1970; Bucareste,</p><p>1954; Cracóvia, 1959; Budapeste, 1961; Havana, 1963; Yerevan, 1965; Palma de Mallorca,</p><p>1968; Biel, 1979; Tilburg, 1985; Las Palmas, 1991; Madri, 1995; Copenhague, 1996.</p><p>Façanhas: Sua grande longevidade esportiva.</p><p>Principal derrota: Suas derrotas contra Karpov pelos campeonatos do mundo.</p><p>Principal debilidade: Uma certa irregularidade.</p><p>Vida privada: Foi repudiado no seu país por se tornar dissidente.</p><p>Partida 59</p><p>Roques artificiais</p><p>Kortchnoi - Timman</p><p>Úbeda, 1997</p><p>Defesa Nimzoíndia</p><p>1. d4 ©f6 2. c4 e6 3 . ©c3 .ib4 4. e3 b6</p><p>5. ©ge2 c5 6. a3 .tas 7. l:tbl ©a6 8. ©g3</p><p>Uma jogada da moda, mas parece que a</p><p>clássica 8 . .id2 seria melhor.</p><p>8 . ... .ib7</p><p>Seria possível também 8 .... 0-0 9 . .id3 cxd4</p><p>10. exd4 .ixc3+ 11. bxc3 dS 12. cxdS ~xdS 13.</p><p>iVe2 ©c7 14. ©e4 ©fe8 15 . .ib2 f5 16. c4.</p><p>9 . .id3</p><p>Um sacrifício de peão com conseqüên-cias</p><p>pouco claras. Merece atenção 9. f3!?</p><p>9 . ... .ixc3+</p><p>Na partida Vaisser - Serper (Novosibirisk,</p><p>1993) jogou 9 .... hS!? (com a idéia de expulsar o</p><p>cavalo de g3) 10. dS!? exdS 11. ©fS 1/Vb8 12.</p><p>cxdS g6 13. ©g3 ©xdS 14 . .id2 ©xc3 15. bxc3</p><p>iVeS 16. f4 'i'e7 com possibilidades equivalentes.</p><p>10. bxc3 .ixg2</p><p>Também seria muito interessante 10 .... hS!?</p><p>11. :gl .ib7 12. e4 d6 13. ©h5!</p><p>se 13 . .tgs h6 14 . .txf6 'i'xf6 1s. ©hs iVh4</p><p>16. ©xg7+ <Ji;e7, as pretas jogariam como­</p><p>damente. Kortchnoi decidiu, com bom critério,</p><p>conservar sua dupla de bispos.</p><p>13 . ... lt:\xh5</p><p>Teria sido ruim a jogada 13 .... ©xe4?? 14.</p><p>©xg7 + <Ji;d7 (14 .... <Ji;e7 15. 'i'f3 fS 16 . .tgs+ !</p><p>©xgS 17. 'i'xb7+ com vantagem decisiva das</p><p>brancas) 15 . .ixe4! (15. 'i'f3) 15 .... .txe4 16.</p><p>'iia4+ <Ji;c7 (16 .... <Ji;e7 17. 'iixa6 .ixbl 18 .</p><p>.igS+ f6 19. 1/Vb7+ 'iVd7 20 . .txf6+ com vitória</p><p>das brancas) 17. iVxa6 .ixbl 18. ©xe6+ fxe619.</p><p>:g7+ 'iid7 20. :Xd7+ ~d7 21. 'i!Vb7+, e as</p><p>brancas ganhariam.</p><p>14 .... xh5 iVf6 15. :g3?1</p><p>Este lento movimento oferece a Timman</p><p>a possibilidade de fechar a posição. É interessan­</p><p>te a ruptura central 15. eS!? dxeS 16. dxeS g6</p><p>(16 . ... 'i'e7 17. :Xg7; 16 .... li'f317. li'xf3 .txf3</p><p>18. :xg7 lld8 19 . .ic2) 17. exf6 gxhS 18 . .ih6</p><p>com boa compensação pelo peão.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 187</p><p>15 . ... e5 16. d5</p><p>Depois de 16. dxeS?! dxeS 17. l:lgS?!</p><p>0-0-0! E as pretas obteriam vantagem.</p><p>16 . ... h6 17. a4! g6 18. 'i'dl .ic8</p><p>No caso de 18 .... ©b8 19. as ©d7 20 .</p><p>.ic2!? com jogo complexo.</p><p>19. as 'i'd8</p><p>A opção 19 .... .J:lb8!? ofereceria boas pos­</p><p>sibilidades às pretas.</p><p>20. 'it>fl</p><p>O rei inicia um roque artificial levando seu</p><p>rei a hl, com a intenção de mobilizar suas tor­</p><p>res na coluna "g".</p><p>20 . ... ©b8?!</p><p>sl.J.8'•</p><p>'{ •-~</p><p>7 .t. t.</p><p>6</p><p>4</p><p>'**-</p><p>3 li</p><p>Í' 'I A 2 ·A</p><p>·*" >«- .... : ~ 'ili\ i@</p><p>a b e d e f g h</p><p>Também poderia ter jogado 20 .... bxaS?!</p><p>21. iVa4+ 'i\t'd7 22. ~a2 bxa5 23.</p><p>'i'xa5 'i'd8 24. 'iia4+ <Ji;f8</p><p>Timman também renuncia ao roque. O pla­</p><p>no é levar seu rei a g7, abrindo passo até o</p><p>centro para a torre de h8.</p><p>25. ~gl <J;;g7 26. f4! as</p><p>Merece ser considerada a continuação 26.</p><p>... 'iVf6 27. fS!? (27. fxeS 'i'xeS 28 . .id2 as 29.</p><p>:n) 27 .... as 28 . .id2 .id7 29. 'i'b3 a4 30.</p><p>... b7 .J:la6 31. .J:lfl.</p><p>27. fxe5 dxes 28. i.e3 ©d7 29. :n</p><p>iVe7 30 • .J:lgf3 l:U8</p><p>Melhor teria sido 30 .... f6!? 31. l:tbl 'i'd6</p><p>32 . .J:lbS 'i'c7 33. !:tf2 .ia6! 34. li'xaS '1Wc8! com</p><p>melhor jogo das pretas.</p><p>188 AN I ONIO LOPEL MANZANO E jOSE MONEDERO GONZALEZ</p><p>31. lUt2 :a6 32 . .ic2 'tWd6 33. '1/Vat a4!?</p><p>Se 33 .... f6 34 . ..lta4 'i!Vc7 35 . .ib5 lild6 36. Jita2.</p><p>34 . .ixa4 lbb6??</p><p>8</p><p>.._ 1</p><p>7 ,.</p><p>6 1. • '' 5 '8'</p><p>4 .t 8 8</p><p>3 8 ~:</p><p>2 : 8</p><p>11W @</p><p>a b e d e 9 h</p><p>Um erro decisivo. Aqui se deveria jogar 34.</p><p>... f5!? 35. exf5 :txf5 36. l:txf5 (36. ~dl tbf6</p><p>37 . .ic2 :txf3 38. 'i!Vxf3 ..ltg4 39. ~g3 llal + 40.</p><p>@g2 .ih5) 36 .... gxf5 37. 'ii'dl lõf6.</p><p>35. lU6! l'l.xa4</p><p>Se 35 .... ~e7 36. 'i!Ycl! tbxa4 37 . .ixh6+</p><p>~g8 38 . .ixf8 'ili'xf8 (38 .... ~8 39. ~6+ '.tg8</p><p>40. :txf7 'ii'xf7 41. .l:;txf7 ~xf7 42. 'ilí'h7+ c.t>e8 43.</p><p>~8+ @d7 44. 'i!Vxe5 com vantagem das bran­</p><p>cas) 39. :txa6 .ixa6 40. ~a3 'i!Ve8 41. l:ta2 com</p><p>vantagem decisiva das brancas.</p><p>Outra opção seria 35 .... '1Wxf6 36. :txf6</p><p>~xf6 37. 'ii'fl + @g7 38 . ..ltb5 com vantagem</p><p>para as brancas. (38 . .ib5 l:a2 39 . ..ltxc5 com</p><p>vantagem das brancas).</p><p>36 . ..ltxh6+!</p><p>E as pretas abandonam.</p><p>8</p><p>.._ 1</p><p>7 ,.</p><p>6 • • : 'i..</p><p>5 .l8.l</p><p>4 1 8 8</p><p>3 /J</p><p>2 l: 8</p><p>11f g,</p><p>a b e d e 9 h</p><p>Por exemplo, se 36 . .ixh6+ ~g8 (36 ....</p><p>~xh6 37. 'i'cl + ganhando a dama) 37. ~1 +</p><p>'i'xf6 38. Itxf6 lõd7 39. 'i!Vdl l:txc4 40. 'i'f3</p><p>l'l.xe4 41. 'ikxe4 tbxf6 42. 'i!t'xe5 com vantagem</p><p>decisiva das brancas .</p><p>Final</p><p>Sahovic - Kortchnoi</p><p>Biel, 1979</p><p>Possibilidades táticas</p><p>nos.finais</p><p>Para os que não crêem que nos finais exis­</p><p>tam possibilidades de aplicar os conhecimentos</p><p>táticos, a seguir analisaremos um final em que</p><p>Kortchnoi venceu em uma posição favorável</p><p>com um belo ataque de mate.</p><p>8</p><p>7 ' 6 ' 5 1 ' 4 /J /J ' @ /J</p><p>3 81</p><p>2 :</p><p>:</p><p>a b e d e 9 h</p><p>1. ... h5+!</p><p>Uma bonita entrega de peão para levar o</p><p>rei branco a uma rede de mate .</p><p>2. ~xh5 :tdS! 3. hxg5+</p><p>Não serviria 3. ~g4 gxh4! 4. lk2. (Ou 4 .</p><p>~h2 l:tg8+ 5. ~h5 :tfS+ 6. ~4 l:th8+ 7. ~g3</p><p>l:tg5 +</p><p>.................................................. 167</p><p>Exercício 35. Bolton, 1873 ··························································································· 167</p><p>Anedotas e curiosidades ······················································································· 167</p><p>Tal - Botvinnik, 1961. O engano de Botvinnik ...... ....................................................... 167</p><p>Fischer e as mulheres ................................................................................................... 168</p><p>Conselhos . ... . . ... . ...... ... . . ... . . ... . . ... ... .. . . ... .. ..... ... .. ... ..... .. .... ... .. ... . . .... ..... ... .. .. .. ... .... .. ... . .. 168</p><p>CAPÍTULO 27 - EM BUSCA DA HARMONIA ENXADRÍSTICA ................................ 169</p><p>Vaslli Smyslov</p><p>Partida 54. V. Smyslov - J. Pelikan, 1966 . ..... .. .. .. . ... .. . .. . . ... ..... .... .. ... . . ... . ... .. ... . ... .. ... . ... .. 170</p><p>Final. Salvio, 1634 ...................................... ................................................................. 171</p><p>Mates típicos. Mate de fantasia em três jogadas .. ... .. ... ....... .. . . ... ....... ... . ... ... . . . ... . . .. . . ... . . 171</p><p>Exercício 36. Capablanca - Lasker, 1914 ...................................................................... 171</p><p>Anedotas e curiosidades . ... . . ... . . ... . . ... . . ... . . ... .. . .. . . ... . . ... . . ... . .... ...... ... . ... . . ... . ... . ... .. ... . . 172</p><p>Partida 55. Botvinnik - Ragosin, 1936 .......................... .... ........................................... 172</p><p>Conselhos . . . .... .... ...... ......... ..... ..... .. ... . . ..... ... ....... .... ..... ... . . ... . ... ....... ... .. .. .. ... . ... .. ... . ... . . 173</p><p>CAPÍTULO 28 - O MESTRE DA PREVENÇÃO ........................................................... 174</p><p>Tigran Petrosian</p><p>Partida 56. A. Tolush -T. Petrosian, 1957 .................................................................... 175</p><p>Final. Stoltz - Nimzowitsch, 1928················································································ 176</p><p>Mates típicos. Mate de raio X · ...... ...... .... ...... ..... ... . . ... . . . .. . . ... . . .. . . ... . . ... . ... .. ... . ... .. .... ... . . ... 176</p><p>Exercício 37. Capablanca - Raubitschek, 1906 ............................................................ 177</p><p>Anedotas e curiosidades .. . ... . .. ... . . ... . . ... . .. .. . . ... . . .. . . . .. . . ... . . ... . ... .. ... . ..... ... . ..... ... . ... .. ... 177</p><p>O carteiro sempre chama duas vezes ....... ... . .... .. ... .. ... . ... . . ........ .. ... . ..... ... . ..... .... ..... ... . ... 177</p><p>Alekhine futurólogo . .. ... . . . . . .. ... . . . ... . ... . . . .. . . ... .. ...... .. . . .......... ... .. ... . ... . . ... . ......... ... .. ........... 178</p><p>Conselhos ... ....... ... ... . . . . ... .. .... .. .. ... .. . ..... .. ... .. ... . ... . . ... ... .. . . ... . . .. . . . .. . . ... . .. .. . ... . ... . . ... . . .. . . .. 178</p><p>CAPÍTULO 29 - O MENINO-PRODÍGIO ESPANHOL ················································ 179</p><p>Arturo Pomar</p><p>Partida 57. Pomar - Ljubojevic, 1974 .. ..... .......... .......................................................... 180</p><p>Partida 58. J. P. Hemández - E J. Pérez, 1967 ............................................................. 182</p><p>Final. Prokes, 1946 ...................................................................................................... 182</p><p>Mates típicos. Mate de Bristol ...................................... ..... ........................................... 183</p><p>Exercício 38. Bonner - Medina, 1976 .......................................................................... 183</p><p>Exercício 39. Ángel Martín González - José Garcia Padrón, 1977 ........ ........................ 183</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 184</p><p>Paolo Boi 1 ··················································································································· 184</p><p>16 SUMÁRIO</p><p>Paolo Boi 2 ................ · ·· · ·· ·· · .. ... .... ... .. .. . .. .. ... . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . .. . . ........ .. ... .. .......... .. ... .. .. ... . . 184</p><p>Paolo Boi 3 ..................... ..... .......... ............................................ ..... ..... ......................... 184</p><p>Alekhine e os jogadores espanhóis de sua época.......................................................... 185</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 185</p><p>CAPÍTULO 30 - UMA LUTA TERRÍVEL ... .................................................. .............. ... 186</p><p>Víctor Kortchnoi</p><p>Partida 59. Kortchnoi -Timman, 1997 ........................................................................ 187</p><p>Final. Sahovic - Kortchnoi, 1979 ················································································· 188</p><p>Mates típicos. Mate de Teed ......................................................................................... 189</p><p>Exercício 40. As brancas jogam e ganham ................................................................... 189</p><p>Anedotas e curiosidades ....................................................................................... 189</p><p>Sanz - Ortueta, 1934. Um final espetacular ................................................................. 189</p><p>Alekhine replica a Najdorf ..................................... ...................................................... 189</p><p>Conselhos .................. · .................... · .......................... ··· .. .. . .. ... .. . . .. . ... .. . . . . . . . . . . .. . . ... . . ... 190</p><p>CAPÍTULO 31- O ESTILO UNIVERSAL ..................................................................... 191</p><p>Boris Spassky</p><p>Partida 60. Os riscos do rei sem rocar ................. .......... ............................................... 192</p><p>Final. Grigoriev, 1933 . . . . ... . .. . . . ... . . . . . ...... ... ... .. .. ...... ......... ... . . ... . . .. . . . ... . ... . . . ... . ... .. ... .. .. ... .. 193</p><p>Mates típicos. Mate árabe · .. ·· · ···· ... .. ... . . .. ... . . ... . . .. . . . . . . . . .. . . . .. . . ... .. . .. . . ... .. . . . . . ... .. ... .. .. . . .. . . . .. 193</p><p>Exercício 41. As brancas jogam e ganham ... .. . . ... ....... ... .. .. . . . . .. . . .. . . . ... . . . . ... ... . ... .. ..... ... ... 194</p><p>Anedotas e curiosidades . ··· ......... · ·· ·· ···· ............... · · ·· · · ·· · ·· ··· .. ··· ....... · ·· · · ··. ·· ···.. .. . . ..... 194</p><p>A fuga de Napoleão, 1824···························································································· 194</p><p>Não era suficientemente bom para jogar . .. ... ... . . . . . . . ... . . .. . . . . .... ... .. . .. .. . . . . . . .. .. .. . . . .. . . ... . . . . . . 194</p><p>Conselhos .... .. . .. .. . .. . . .. . . . . . . . ...... .. . . . ..... .. . . . .. .. ........ .. ... .. . .. . . .. . .. .. . . . .. . . . ... . . .. . . . ... . ... .. ... .. ... . 194</p><p>CAPÍTULO 32 - JOGAR PARA GANHAR ............................................ ························ 196</p><p>Bent Larsen</p><p>Partida 61. Larsen - Petrosian, 1966 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . 197</p><p>Final. Final de três peões contra dois ........................................................................... 198</p><p>Mates típicos. Mate dos guardas-marinhas ................................... ............................... 198</p><p>Exercício 42. Botvinnik - Yudovich, 1933 ... ··... .. .. . .. . . . .. . . . .. . . . .. . . ...... .. .. ... .. .. . .. .. .. . . .. . . . . .. .. 198</p><p>Anedotas e curiosidades .. . . . . . ... .. .. . . . ... . . ... . . . .. .. . . . .. . .. .. .. . .. ... . . ... . . . . . . . .. . . . ... .. . ...</p><p>... . ....... 199</p><p>Partida 62 - Descontente apesar de tudo. Réti - Euwe, 1920 . ...... .. ... .. ... . ... .. . . . .. ... . . .. . . . 199</p><p>O xadrez na Rússia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199</p><p>Conselhos . . .. .. ... . . .. . . . ... . . .. . . ... .. . .... ... .. . .. .. ... .. . . . .. . . . . . . .. . . . .. .. ... . . .. . . . ... .. . .. .. ... .. .. . . ... . . . .. . . . . . . 199</p><p>CAPÍTULO 33 -A OBSESSÃO PELO XADREz ........................................................... 201</p><p>Robert James Fischer</p><p>Partida 63 - Empates magistrais. Gligoric - Fischer, 1959 ........................................... 202</p><p>Final. Estudo de Neustadtl ............................ ................................................. .............. 203</p><p>Mates típicos. Mate com sacrifício em h7 ····································································· 203</p><p>Exercício 43. Morphy - Mongredien, 1859 ..... ............................................................. 204</p><p>Anedotas e curiosidades ... ·· ......... · · · ·· · ·· ··· · .. · ........... · ··· .................... · · ··· · · ··· ·· ··· ........ 204</p><p>Fischer e os irmãos Byrne ... . . .. ... .. ... .. ... . . . . . .. ... . .. . . . . . . . . . .. . . . .. .. ... .. ... . . ... .. .. . . . ... . . . . . . . . . . . . .. .. .. 204</p><p>Partida 64 - A partida do século. D. Byrne - R. Fischer, 1957 ............ .......................... 204</p><p>Partida 65. R. Byme - R. Fischer, 1963 ............. ...................................................... ..... 206</p><p>A sorte e o xadrez ...... · ······ · ................ · ........................ ··· .......... .. .. . . . .. . . ... . . . .... .. ... ... . ... ... 207</p><p>Conselhos ... .... .. .. ... ..... ... . . . . .. . . .. . . . . .. . .. ... .. . . . ... . .. . .. .. ... . . . .. . . . .. . . . ... . . ..... .. .. ... .. . .. ..... .. .. . . . .. . 207</p><p>CAPÍTULO 34 - O HOMEM-MÁQUINA ...................................................................... 208</p><p>Anatoli Karpov</p><p>Partida 66. Karpov - Spassky, 1973 . . . ... . . .. . . . .. . . . .. ..... ... .. . ....... ... . ... ... ... . . .. ........ .. . . . .. . . . ... . . 209</p><p>SUMÁRIO 17</p><p>Partida 67. Taimanov - Karpov, 1973 ··········································································· 210</p><p>Final - Final de bispos da mesma cor ............................... · ... · · ·. · · · .. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 211</p><p>Mates típicos. Mate de Damiano .................................................................................. 212</p><p>Exercício 44. Peresipkin - Romanishin, 1972 ............................................................... 212</p><p>Anedotas e curiosidades .................... ................................................................... 212</p><p>Partida 68. A. López - J. Martínez, 1968 ····································································· 212</p><p>O senso de humor em BogoljuboW··············································································· 213</p><p>Conselhos ................................................................................................................. 213</p><p>CAPÍTULO 35 - O ATUAL MELHOR JOGADOR DO MUNDO ···•····························· 214</p><p>Gari Kasparov</p><p>Duas aberturas espanholas antológicas ............... ..... .................................................... 215</p><p>Partida 69. G. Kasparov - A. Karpov, 1986 .................................. · · ... · · .. · · · .. · .. · · ·. · · · ·. · · · · · · · 215</p><p>Partida 70. G. Kasparov - A. Karpov, 1990 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217</p><p>Partida 71 - Feliz aniversário. G. Kasparov-V. Salov, 1989 ........................................ 219</p><p>Final. Final de dama e bispo contra dama···································································· 221</p><p>Mates típicos. Entrega de torre em h7 ......................................................................... 221</p><p>Exercício 45. As brancas jogam e ganham ........................ ··········································· 221</p><p>Anedotas e curiosidades . . .. . . . .. . . . ... . . .. . . . .. . . ... . . . .. . . .. . .. .. . . . .. . . . . . . . .. .. . . . . . .. .. ....... .. .. .. .. .. .. 222</p><p>Partida 72. E. Z. Adams - C. Torre, 1920 ..................................................................... 222</p><p>Kasparov e a internet ..................................................... · ... ·. · .. · · .. ·· · .. ·· .. · · .. · ·· · · ·· ·· ·· · · ··· · · ·· 223</p><p>Conselhos ................................................................................... ·· .. · .... · · ·· · · ... · ···· · ·· · · · · 223</p><p>CAPÍTULO 36 - O MELHOR JOGADOR ESPANHOL ······ ···· ········· ····························· 224</p><p>Miguel Illescas</p><p>Partida 73. Illescas - Karpov, 1999 ............................................................................... 225</p><p>Partida 74. Illescas-Nunn, 1986 ................................................................................. 227</p><p>Final. H. Rimnck ........................................ · ........... · .. ··. · · ·. · · ·· ·. · · .. ·. · .. ··· ·· · · ·· · · ··· .. ·· .. ·· ·· · ··· · 228</p><p>Mates típicos. Mate do corredor··················································································· 228</p><p>Exercício 46. Jogam as brancas .............................................................. · ........ · ... ·. ·· ·. ·· · 228</p><p>Anedotas e curiosidades . .. . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. .. . . . .. . . . .. . . .. . . . . . . . . .. . . .. . . .. . . . . . . . .. . . .. .. . .. 229</p><p>Partida 75. Karpov - Miles, 1980 ·· ·. · ·· · · ·. ·· · ··· ·. ···· ·. ·· · · ··· · ·· · · · ··· · · ·· · · · ·· · · ·· · · · · · · · ··· · ·· · · ··· · · ·· · · · · · 229</p><p>O xadrez e as relações do casal . . . .. . . . .. . . . . . . . ... . . ... . . . . . . . . . . . ... . . ... . . .. . . . . . . . .. . . .. . . . .. . . .. . . . .. . . .. . . .. . 229</p><p>Conselhos ............................................................................ ·· ....... · ... · · ....... ·· .. ··· · · · ... ·· 229</p><p>CAPÍTULO 37 - UMA MENTE DE PRODIGIOSA RAPIDEZ····································· 231</p><p>Wiswanathan Anand</p><p>Partida 76. Kasparov - Anand, 1992 ··· · · .. · · · ·· · · · ·· · · · ·· ·. · · · · · ·· · · · ·· · · · ·· · · ·· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·· · · · · ·, · · · 232</p><p>Final. Petrosian - Chetskoski, 1976 .............................................................................. 233</p><p>Mates típicos. Mate de Blackburne ......... , .............. · ...... · ..... · ... · ............ ··. · ·· ·· ·· .. · ·· ·· ·· · ··· · 234</p><p>Exercício 4 7. Os três gêmeos .............. · ........ · · ... · ... ·. ·. · · ·. · .. · · · · · · ·. · · ·. · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 234</p><p>Anedotas e curiosidades . ... .. . .. . . .. . .. .. . . . .. . . . .. . . ... .. .. . .. ... . ... .. .. . . . . . .. .. . .. .... .. .. ... .. .... ... .. . . 235</p><p>Partida 77. Averbach - Kotov, 1953 .............. ............................................................... 235</p><p>A partida mais curta ................................................................ · ... ·· ... ······ .... ········· .. ······· 236</p><p>Conselhos . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . .. . . . .. .. . .. .. .. . ... .. .. .. ... . . .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. . . . .. ... . ... .. .. .. .. . . . .. .. .. . ... . . . 236</p><p>CAPÍTULO 38 - O SUCESSOR DE TAL ········· ·········· ···· ····· ····· ·················· ···· ········· ······· 237</p><p>Alexei Shirov</p><p>Partida 78. Kamsky - Shirov, 1988 .......... ....... · · ........ ·· .... · ........... ·· ... · ... ·· .. ····· ·· ·· ·· .. · ··. · ·· · 238</p><p>Final. Halberstadt, 1938 . .. . .. ..</p><p>... .. ... ... .... ... .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. ... .. .. .. . . . .. .. ... . . .. . . .. .. . .. . . .. .. . .. . . .. .. 239</p><p>Mates típicos. Mate de Greco . ... .. .. . . . .. ....... ... .. . .. .. ... .. .. . . . .. . .. .. .. .. . .. .. . . ... . . .. .. .. . . ... .. .. . . .. . . ... 239</p><p>Exercício 48. Regio - Mieses .. . .. .. .. . .. . .. .. ... .. . .. .. ... .. .. . . . .. .. . .. ... . . .. .. . . ... .. .. . . . .. . . .. .. . . . . ... .. .. . . .. 240</p><p>18 SUMÁRIO</p><p>Anedotas e curiosidades ...................................................................................... .</p><p>O estranho fenômeno Polgar .................. · ··· · · ·· · ·· ·· · ·· · ·· · · · ·· · · · ·· · ·· ··· · ········· ·· ·· · ·· ·· ··· ······· · ·· ···</p><p>Exercício 49 - As pretas jogam e ganham. A. Kolev - Judit Polgar, 1993 · · · · · · · · · ·· ·· · ····· ··</p><p>Exercício 50 - As pretas jogam e ganham. J. Timman - Judit Polgar, 1992 .. ·· ··· ··· ····· · ·</p><p>Exercício 51 - As brancas jogam e ganham. Judit Polgar - J. L. Fernández, 1993 ·· · ··· ·</p><p>Exercício 52 - As pretas jogam e ganham. S. Stefanova - Sofia Polgar, 1984 ............. .</p><p>Exercício 53 - As brancas jogam e ganham. Sofia Polgar - L. Felegyhazi, 1986 · · · ·· · · ··· ·</p><p>Exercício 54 - As brancas jogam e ganham. Susan Polgar - A. Pollac, 1982 ........... ··· .</p><p>A abertura de Hersigni .............................................. ·· ............................................. ···.</p><p>Conselhos ................................................................................................................ .</p><p>CONSELHOS GERAIS ................................................................................................. .. .</p><p>Conselhos sobre aberturas ................................................................................. ··</p><p>Conselhos sobre aspectos psicológicos ................. ·· ... ··· ·· · · · ·· ··· ··· · · ·· · · · ··· · · ··· · · ··· ··</p><p>Conselhos sobre finais ......................................................................................... .</p><p>Conselhos sobre as peças .................................................................................... .</p><p>Os peões··················································································:································</p><p>Os cavalos·················································································································</p><p>Os bispos··················································································································</p><p>As torres .................................................................................................................. .</p><p>A dama·····················································································································</p><p>As relações entre as peças ............................ ···· ··· ............................................... .</p><p>Conselhos sobre o tempo de reflexão e o relógio ......................................... .</p><p>&:!:e:~~~~lli~·::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::</p><p>240</p><p>240</p><p>240</p><p>241</p><p>241</p><p>241</p><p>241</p><p>242</p><p>242</p><p>242</p><p>243</p><p>248</p><p>249</p><p>250</p><p>251</p><p>251</p><p>252</p><p>252</p><p>253</p><p>253</p><p>253</p><p>254</p><p>255</p><p>257</p><p>RESPOSTAS rios EXERCÍCIOS · ..... · ......... · .. · ............................................ · ..... · .. ....... ... 258</p><p>ÍNDICE</p><p>De partidas ............................. ·· .......... ··· ·· · ·· · · · ·· ··· ··· · ·· ·· · · · ·· ·· · ··· · ··· ·· ··· · · ···· · ···· · · ·· · ····· · ···· 264</p><p>De aberturas ................................................................ ········ ·· · ···· ·· · · ....... ·· ·· ·· ··· ··· ·· ··· · 265</p><p>ANEXO: DOIS POEMAS DE XADREZ ......................................................................... 266</p><p>REFEdNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 268</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Este livro foi escrito objetivando preencher o vazio existente na literatura en­</p><p>xadrística atual, em língua espanhola, para jogadores de nível intermediário e avançado.</p><p>Editam-se muitos livros de iniciação ao xadrez, mas, superados os primeiros passos, exis­</p><p>tem poucos livros escritos recentemente que ofereçam um guia adequado para melhorar</p><p>nosso nível de jogo e nossa cultura enxadrística.</p><p>O xadrez dos grandes mestres pretende preencher esse vácuo e difundir todas as</p><p>questões básicas que o enxadrista deve conhecer. O caráter pedagógico do livro é</p><p>evidente, mas também tratamos de mostrar esse milenar esporte da mente em sua faceta</p><p>mais lúdica. Por isso, apresentamos muitas das melhores partidas da história do xadrez e</p><p>as mais divertidas anedotas ainda não publicadas em livros.</p><p>Consideramos ainda que qualquer disciplina que se queira conhecer tem de ser</p><p>analisada do ponto de vista histórico. O caráter cronológico do livro mostra a evolução do</p><p>pensamento enxadrístico através de seus protagonistas mais destacados, uma vez que</p><p>levantamos a história das principais correntes do xadrez desde a aparição dos primeiros</p><p>teóricos até hoje. Essa visão de conjunto deve nos ajudar a conhecer os fatos mais</p><p>importantes da evolução do xadrez moderno.</p><p>A ESTRUTURA DO LIVRO</p><p>Este livro está estruturado em capítulos que podem ser estudados independentemente</p><p>uns dos outros. Apesar de seguir uma ordem cronológica, desenvolvemos uma série de seções</p><p>que se repetem a cada capítulo e que permitem estudar qualquer parte do livro separadamente.</p><p>OS CONSELHOS</p><p>Copiamos, cremos que pela primeira vez, ao menos em língua espanhola, mais de</p><p>quatrocentos conselhos essenciais em relação a temas tão importantes como aberturas,</p><p>meio-jogo, finais, tática, estratégia, peças, psicologia, preparação de torneios, problemas</p><p>de tempo e muitos outros de caráter geral. Esses conselhos surgem paulatinamente em</p><p>cada capítulo e são, no final, agrupados por tema, visando facilitar o estudo.</p><p>20 ANTONIO Ló PEZ MANZANO E )OS~ MONEOERO GONZÁLEZ</p><p>CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO CONTEÚDO DO LIVRO</p><p>A maioria dos atuais jogadores busca ansiosamente as últimas novidades em aberturas</p><p>e as partidas jogadas nos torneios mais recentes e se esquece de que ninguém pode tomar-se</p><p>um bom enxadrista se não estudar os jogadores clássicos. As partidas foram selecionadas pelo</p><p>seu caráter pedagógico, pela sua qualidade e por sua importância dentro da história do</p><p>xadrez. Cremos ter reproduzido as melhores partidas de todos os tempos. Os comentários</p><p>apóiam-se no que realizaram os próprios protagonistas, todos eles campeões do mundo ou</p><p>grandes mestres. Tratamos de enriquecer esses comentários com nossa própria análise e</p><p>contamos, para isso, com a ajuda dos mais poderosos programas de informática.</p><p>EXERCÍCIOS E MATES TÍPICOS</p><p>Os exercícios propostos envolvem uma ampla gama de aspectos do jogo, desde</p><p>finais até os temas táticos e estratégicos mais importantes da teoria enxadrística. Os</p><p>monitores, treinadores e estudiosos de xadrez encontrarão neste livro um fiel aliado</p><p>de consulta e aprendizado.</p><p>Os mates típicos constituem outra seção, dentro de cada capítulo, especialmente</p><p>dedicada a jogadores iniciantes, a qual deverá ajudá-los a memorizar todas aquelas</p><p>posições que numa partida serão de grande utilidade para a elaboração de planos</p><p>táticos e sacrifícios brilhantes.</p><p>FINAIS, ANEDOTAS E CONSELHOS</p><p>O final da partida é um dos elementos mais importantes do conhecimento enxadrístico;</p><p>por isso lhe destinamos um destacado espaço em cada capítulo. Se os grandes jogadores de</p><p>xadrez tiveram algo em comum, foi o domínio dessa faceta do jogo.</p><p>As melhores anedotas, os mais úteis conselhos, todo saber que ficou gravado na</p><p>memória dos jogadores veteranos foi transcrito nesta obra que o leitor agora tem em mãos</p><p>e que foi concebida para deleite e diversão de todos os aficionados do xadrez.</p><p>FICHAS BIOGRÁFICAS</p><p>Incluímos, na maioria dos capítulos, informações dos mais destacados jogadores de</p><p>todos os tempos em forma de fichas, com a intenção de resumir extensas biografias</p><p>a uma</p><p>breve leitura com os dados principais da vida de cada enxadrista. Assim, as fichas estão</p><p>organizadas de modo a facilitar a localização das informações essenciais de cada jogador,</p><p>o que também auxilia na leitura.</p><p>OBJETIVOS BÁSICOS</p><p>Esperamos que nosso objetivo básico, elaborar um manual do interesse de todos</p><p>aficionados, tenha sido cumprido. O xadrez toma-se mais divertido quanto mais o</p><p>conhecemos e mais nos aprofundamos no seu conhecimento; por isso, a melhora do</p><p>nosso nível técnico e intelectual sobre esse maravilhoso jogo é um investimento que nos</p><p>garantirá prazer e diversão para o resto de nossas vidas.</p><p>CAPÍTULO 1 Os pilares da</p><p>estratégia enxadrística</p><p>"Os peões são a alma do xadrez."</p><p>(Philidor)</p><p>Pode-se afirmar que a era moderna do xadrez começa com Philidor. Seus antecessores foram,</p><p>dentre outros, o espanhol Ruy López e os italianos Paolo Boi (1528-1598) e Leonardo da Cutri, que</p><p>possuíam uma concepção rudimentar do jogo. Philidor foi o primeiro a introduzir, em seu livro</p><p>Análisis deljuego dei ajedrez, uma visão científica da estratégia enxadrística e mais particularmente</p><p>a importância da estrutura de peões na evolução da partida.</p><p>FRANÇOIS ANDRÉ PHILIDOR</p><p>Nacionalidade: Francês</p><p>Nascimento: Dreux, 7 de setembro de 1726.</p><p>Morte: Londres, 31 de agosto de 1795.</p><p>Títulos: Melhor jogador do mundo do século XVIII.</p><p>Melhores torneios: Venceu todos os melhores jogadores da época.</p><p>Façanhas: Foi um grande especialista em partidas às cegas, que realizava com fre­</p><p>qüência no Café de la Regence. Esse local foi um dos mais famosos centros enxadrísticos da</p><p>história, onde, posteriormente, outro enxadrista, La Bourdonnais (1795-1840), se tornaria</p><p>o mais destacado jogador da primeira metade do século XIX.</p><p>Vida privada: Compartilhava sua paixão pelo xadrez com a profissão de músico, carreira na</p><p>qual também se destacou, em especial como compositor de óperas.</p><p>Le gado: Sua obra Análisis dei juego dei ajedrez causou uma revolução a respeito das</p><p>idéias enxadrísticas da época. Destacou a importância dos peões como elemento essencial de</p><p>estratégia; assentou as bases das futuras escolas posicionais; antecipou-se a Nimzowitsch nos</p><p>conceitos de bloqueios, prevenção, sacrifício posicional e importância da estrutura de peões.</p><p>Também foi o primeiro a analisar em profundidade o final de torre e bispo contra torre. Legou</p><p>para a posteridade a importante Defesa Philidor, muito utilizada por enxadristas de todo o</p><p>mundo.</p><p>Consideração final: Foi considerado campeão (oficioso) do mundo por cinqüenta</p><p>anos.</p><p>22 ANTONIO LóPEZ MANZANO e Josl MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>Partida 1 - A importância</p><p>dos peões</p><p>Conde Brühl - Philidor</p><p>Londres, 1783</p><p>Abertura do Bispo do Rei</p><p>Esta partida foi realizada em uma simultâ­</p><p>nea que Philidor disputou, às cegas, contra</p><p>três enxadristas em 1783.</p><p>1. e4 e5 2. i.c4 c6</p><p>Lance um tanto estranho, mas deve-se con­</p><p>vir que na época não existia a teoria das aber­</p><p>turas.</p><p>3. 'ii'e2 d6 4. c3 f5 5. d3?</p><p>Sem dúvida, uma perda de tempo, já que a</p><p>idéia das brancas, como veremos depois, era</p><p>fazer d4.</p><p>5 . ... tbf6 6. exfS i.xfS 7. d4 e4</p><p>Philidor prepara a formação de uma forte</p><p>cadeia de peões.</p><p>8. i.g5 d5 9. i.b3 i.d6 10. tbd2 tbbd7</p><p>11. h3 h6 12. i.e3 'ii'e7 13. f4</p><p>As pretas têm um peão passado, mas no</p><p>momento este está bloqueado pelo bispo bran­</p><p>co situado em e3.</p><p>13 . ... h5</p><p>Essa jogada impede a expansão das bran­</p><p>cas no flanco do rei mediante gS e g4.</p><p>14. c4 a6</p><p>8 1 • 7 • •• 6 • J. • 5 • J.</p><p>4 88i 8</p><p>3 i. i. 8</p><p>2 8 8 !iJ 'ir 8</p><p>1 : '<ifs, ~:</p><p>a b e d e g h</p><p>Para impedir uma possível entrada da dama</p><p>por bS após a troca de peões centrais.</p><p>15. cxd5 cxd5 16. 'ii'f2 0-0 17. tbe2</p><p>b5</p><p>Para se apoderar do espaço das brancas no</p><p>flanco da dama.</p><p>18. 0-0 tbb6 19. tbg3 g6 20. llacl tbc4</p><p>21. tbxfS gxfS 22. 'i'g3+ 'i'g7</p><p>As pretas têm interesse na troca de damas</p><p>para entrar com vantagem no final.</p><p>23 . ..Wxg7 + <;\)xg7 24. i.xc4 bxc4 25.</p><p>g3 l:tab8 26. b3 i.a3 27. l:lc2 cxb3 28.</p><p>axb3 l;!bc8 29. l:.xc8 l:.xc8 30. l:.al lLb4</p><p>31.lha6</p><p>Aparentemente, as pretas perderam um</p><p>peão, mas Philidor preparou uma maneira</p><p>de recuperá-lo e melhorar sua posição.</p><p>31. ... l:tc3 32. <;\)f2 l:.d3 33. l:.a2 1Lxd2</p><p>34. l:txd2 l:txb3 35. l:tc2 h4</p><p>O sacrifício posicional do peão foi feito</p><p>para debilitar a estrutura dos peões brancos no</p><p>flanco do rei.</p><p>36. l:.c7 + ~g6 3 7. gxh4 tbh5</p><p>O cavalo preto é muito superior ao bispo</p><p>branco, que atua como simples pivô.</p><p>38. l:.d7 tbxf4!</p><p>Um belo recurso tático.</p><p>39. i.xf4 l:tf'3+ 40. @g2 l:txf4</p><p>As pretas dispõem de dois peões passados e</p><p>unidos .</p><p>41. l:.xd5 l:.f'3 42. l:.d8 l:.d3</p><p>As brancas têm um peão de vantagem, mas</p><p>sua estrutura está debilitada. Por outro lado,</p><p>a torre preta apóia o avanço dos peões.</p><p>43. d5 f4 44. d6 l:Id2+ 45. <,f;fl <i;f7 46.</p><p>h5 e3 47. h6 f'3</p><p>E as brancas abandonam.</p><p>Philidor demonstrou nessa partida a im­</p><p>portância dos peões como elemento básico de</p><p>estratégia. Por exemplo: 48. <i;gl f2+ 49. <i;g2</p><p>Adl, e as brancas não podem impedir a coroa­</p><p>ção do peão preto.</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>a b e d e g h</p><p>Final - Estudo de Rinck</p><p>O final abaixo corresponde a um belo</p><p>final no qual um cavalo e uma torre vencem</p><p>uma dama. A ação de um cavalo num canto do</p><p>tabuleiro não impede que esta exerça sua força</p><p>demolidora com os múltiplos xeques duplos</p><p>que realiza ao longo de uma combinação.</p><p>8 • 7</p><p>6</p><p>5 8</p><p>4 • 3</p><p>2 8 8</p><p>@</p><p>a b e d e f g h</p><p>1. llh8!</p><p>Começa o cerco à dama.</p><p>1 . ... 'in>5!</p><p>A única das 17 casas de que dispõem as</p><p>pretas para não perderem a dama.</p><p>Naturalmente que, se 1. ... ~xh8 2. lbg6+</p><p>e tomaria a dama.</p><p>2. lbfS+ ~f6</p><p>Novamente é a única casa. O duplo de ca­</p><p>valo é um tormento para as pretas.</p><p>Ü XADREZ DOS GRANDES MESTRES 23</p><p>3. l:fü6+ ~e5 4. lte6+</p><p>Nova entrega da torre para desviar o rei e</p><p>permitir a dupla ameaça de cavalo.</p><p>4 . ... ~f4</p><p>Se 4 .... ~d5 5. c4+!, e tanto faz se a captura</p><p>for realizada com o rei ou a dama, pois o cavalo</p><p>aplica um duplo, capturando a dama.</p><p>5 . l:le4+ ~xe4</p><p>Agora já não há mais escolha. Se 5 .... o;t>f3</p><p>6. lbd4+, também se ganharia a dama.</p><p>6. lbd6+</p><p>E finalmente se ganha a dama e a partida.</p><p>Mates típicos</p><p>Mate de Philidor</p><p>8</p><p>7</p><p>6</p><p>5</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>a b e d e</p><p>1. lbf7+ ~g8</p><p>g h</p><p>Se 1. ... l:txf7 2. '1\i'xc8+ llf8 3. ~xf8 mate.</p><p>2. lbh6+ ~h8 3. 'i!t'g8+!! :xg8 4. lbf7</p><p>mate.</p><p>Exercício 1</p><p>Alekhine - Supico,</p><p>1945</p><p>As brancas jogam e ganham</p><p>Na partida entre Alekhine e Supico, em</p><p>1945, aconteceu a posição retratada no dia­</p><p>grama a seguir. Você consegue encontrar a es­</p><p>petacular jogada vencedora?</p><p>24 ANTONIO LóPEZ MANZANO E Jos~ MONEDERO GONZÁLEZ</p><p>8 •• " 1 • 7 i</p><p>' ti) ' ' '</p><p>6 .t' ..</p><p>5 ' 8 l'i)</p><p>4 .t</p><p>3 8 :</p><p>2 888</p><p>l:t@</p><p>a b e d e g h</p><p>ANEDOTAS E CURIOSIDADES</p><p>O peão envenenado</p><p>Deve-se ter cuidado ao tomar um peão</p><p>aparentemente presenteado, já que</p><p>pode se tratar de uma cilada mortal.</p><p>A partida a seguir, que surge de uma va­</p><p>riante Najdorf da Defesa Siciliana, é um claro</p><p>exemplo do perigo de se tomar um peão em</p><p>plena abertura. A dama é uma peça especial­</p><p>mente delicada e fácil de atacar nos primeiros</p><p>movimentos da partida, por isso é mais prudente</p><p>desenvolver o resto das peças antes de colocá-la</p><p>em jogo. No entanto, toda regra tem exceção, e o</p><p>genial Bobby Fischer demonstrou em algumas</p><p>partidas que, em certas situações, é recomen­</p><p>dável e até proveitoso capturar esse tipo de peão</p><p>(evidentemente que não na situação a seguir).</p><p>Partida 2</p><p>J. López - A. López</p><p>Barcelona, 1972</p><p>Defesa Siciliana</p><p>A seguinte partida foi disputada por um dos</p><p>autores deste livro num encontro escolar. In­</p><p>fluenciado por Fischer, o grande mito de toda</p><p>uma geração de enxadristas, dentre os quais me</p><p>encontro, joguei inocentemente a Defesa Sici­</p><p>liana. Vejamos como transcorreu a partida:</p><p>1. e4 c5 2. tbt'3 d6 3. d4 cxd4 4. tbxd4</p><p>tbf6 5. tt'ic3 a6 6. i.g5 tt'ibd7 7. f4 'it'b6 8. a3</p><p>"Se Fischer pode tomar, por que eu não pos­</p><p>so?", pensei.</p><p>8 . ... 'iWxb2??</p><p>Minha ignorância foi duramente castigada</p>

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