Prévia do material em texto
<p>GERENCIAL III</p><p>DA ASSISTÊNCIA</p><p>TÉCNICA E GERENCIAL</p><p>©2021. FATECNA - Faculdade CNA a Distância</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,</p><p>constitui violação dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).</p><p>Fotos</p><p>Banco de imagens do SENAR</p><p>Getty Images</p><p>Shutterstock</p><p>Informações e Contato</p><p>SBN – Quadra 1, Bloco F. Edifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar</p><p>Asa Norte - Brasília – CEP 70.040-908</p><p>Telefone: (061) 3878-9500</p><p>Site: www.faculdadecna.com.br/ead/</p><p>Presidente do Conselho Deliberativo</p><p>João Martins da Silva Júnior</p><p>Entidades integrantes do Conselho Deliberativo</p><p>Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA</p><p>Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego - MTE</p><p>Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA</p><p>Ministério da Educação - MEC</p><p>Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB</p><p>Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI</p><p>Diretor Geral</p><p>Daniel Klüppel Carrara</p><p>Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial</p><p>Matheus Ferreira Pinto da Silva</p><p>Gerencial III da Assistência</p><p>Técnica e Gerencial</p><p>Módulo 4</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 4</p><p>Sumário</p><p>Introdução do módulo ............................................................................................................... 6</p><p>Praticando... ............................................................................................................................. 8</p><p>Desafios da jornada ................................................................................................................ 8</p><p>Tema 1: Introdução ao estudo de indicadores ..................................................................10</p><p>Introdução ..............................................................................................................................10</p><p>Tópico 1: Gestão de desempenho ......................................................................................12</p><p>Tópico 2: Introdução aos indicadores técnicos e econômicos ......................................16</p><p>Tópico 3: Indicadores e informações técnicas e econômicas ........................................22</p><p>Tópico 4: Aplicação dos indicadores técnicos na atividade de fruticultura ................31</p><p>Tópico 5: Aplicação dos indicadores econômicos na produção de uva .......................46</p><p>Encerramento do tema ........................................................................................................56</p><p>Atividade de passagem ........................................................................................................57</p><p>Tema 2: Indicadores das principais cadeias produtivas .................................................59</p><p>Introdução ..............................................................................................................................59</p><p>Tópico 1: Indicadores na atividade da cafeicultura ........................................................61</p><p>Tópico 2: Indicadores na fruticultura (produção de mamão) ........................................79</p><p>Tópico 3: Indicadores na produção de soja ......................................................................97</p><p>Tópico 4: Indicadores na horticultura (produção de cebola) .......................................104</p><p>Tópico 5: Indicadores na floricultura ...............................................................................119</p><p>Encerramento do tema ......................................................................................................136</p><p>Atividade de passagem ......................................................................................................137</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 5</p><p>Tema 3: Principais formas de interpretação de indicadores técnicos</p><p>e econômicos........................................................................................................................... 138</p><p>Introdução ............................................................................................................................138</p><p>Tópico 1: Análise da composição dos custos ..................................................................140</p><p>Tópico 2: Interpretação de indicadores técnicos e econômicos .................................152</p><p>Tópico 3: Análise comparativa ..........................................................................................163</p><p>Tópico 4: Evolução dos indicadores .................................................................................174</p><p>Tópico 5: Aplicação das principais formas de interpretação dos indicadores ..........181</p><p>Encerramento do tema ......................................................................................................189</p><p>Atividade de passagem ......................................................................................................190</p><p>Encerramento do módulo .................................................................................................... 191</p><p>Final de etapa ......................................................................................................................... 193</p><p>Gabarito das questões ......................................................................................................... 195</p><p>Referências .............................................................................................................................. 197</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 6</p><p>Introdução do módulo</p><p>Bem-vindo! Você está iniciando o módulo Gerencial III da Assistência</p><p>Técnica e Gerencial. Observe no infográfico a sua posição no curso e atente-</p><p>se ao seu progresso!</p><p>Você está aqui!</p><p>Início da</p><p>jornada Final da</p><p>jornada</p><p>Módulo 1</p><p>Metodologia da</p><p>Assistência Técnica</p><p>e Gerencial</p><p>Aprimorar conhecimentos</p><p>metodológicos para o</p><p>desempenho necessário</p><p>de ações de assistência</p><p>técnica, destacando as</p><p>competências requeridas</p><p>ao exercício da atividade.</p><p>Módulo 2</p><p>Gerencial I da</p><p>Assistência</p><p>Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Reconhecer os</p><p>conceitos gerenciais</p><p>da Metodologia de</p><p>Assistência Técnica</p><p>e Gerencial.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III</p><p>da Assistência</p><p>Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Calcular e</p><p>interpretar</p><p>indicadores técnicos</p><p>e econômicos nas</p><p>principais cadeias</p><p>produtivas da</p><p>pecuária ou da</p><p>agricultura.Módulo 3</p><p>Gerencial II</p><p>da Assistência</p><p>Técnica e</p><p>Gerencial</p><p>Contextualizar os</p><p>conceitos gerenciais</p><p>da Metodologia de</p><p>Assistência Técnica</p><p>e Gerencial.</p><p>Módulo 5</p><p>Planejamento</p><p>da Propriedade</p><p>Rural</p><p>Definir em</p><p>que consiste o</p><p>planejamento</p><p>estratégico da</p><p>propriedade rural</p><p>assistida pela</p><p>Metodologia de</p><p>ATeG, facilitando</p><p>sua compreensão e</p><p>aplicabilidade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 7</p><p>Na prática, este módulo tem o objetivo de apresentar a você os indicadores,</p><p>ferramentas essenciais para guiar as melhores decisões e monitorar</p><p>constantemente o desempenho das empresas. Por isso, dominar suas</p><p>definições, cálculos e resultados se torna fundamental para que você seja um</p><p>gestor cada vez melhor.</p><p>O módulo foi dividido em três temas:</p><p>Tema 1</p><p>Introdução</p><p>ao estudo de</p><p>indicadores</p><p>Tema 2</p><p>Indicadores</p><p>das principais</p><p>cadeias da</p><p>linha de</p><p>produção</p><p>vegetal</p><p>Tema 3</p><p>Principais formas</p><p>de interpretação</p><p>dos indicadores</p><p>técnicos e</p><p>econômicos</p><p>Nossa expectativa é que, ao final do módulo, você entenda como utilizar os</p><p>indicadores técnicos e econômicos na gestão das principais cadeias produtivas</p><p>da linha de produção vegetal, podendo definir, calcular, interpretar e usá-los</p><p>para basear a tomada de decisões e o monitoramento do negócio.</p><p>Tudo isso para que você possa se tornar um gestor capaz de:</p><p>• entender cálculos, definições e interpretações de indicadores técnicos e</p><p>econômicos, assim como sua aplicação nas principais cadeias da linha de</p><p>produção vegetal,</p><p>• conhecer melhor o desempenho, suas dimensões e subdimensões, aprendendo</p><p>a coletar informações técnicas</p><p>a todas as benfeitorias,</p><p>máquinas, equipamentos e utensílios da propriedade, ou seja, é o valor</p><p>do capital que a propriedade possui.</p><p>Indicadores econômicos</p><p>Agora, observe a aplicação dos indicadores econômicos, custo, gasto e margem</p><p>nesta cadeia produtiva!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 70</p><p>Custos</p><p>Custo operacional efetivo / saca (R$/saca)</p><p>Custo operacional efetivo no ano dividido pela produção anual de sacas de</p><p>café, ou seja, desembolso necessário para produzir uma saca de café.</p><p>Custo operacional total / saca (R$/saca)</p><p>Custo operacional total no ano dividido pela produção anual de sacas, isto é,</p><p>o custo operacional total referente à produção de uma saca de café.</p><p>Custo total / saca (R$/saca)</p><p>Custo total no ano dividido pela produção anual de sacas, que equivale a todos</p><p>os gastos envolvidos para a produção de uma saca de café.</p><p>COE</p><p>Produção</p><p>COT</p><p>Produção</p><p>CT</p><p>Produção</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 71</p><p>Custo operacional efetivo médio / preço da saca (%)</p><p>É a porcentagem do preço da saca de café comprometida para pagar o custo</p><p>operacional efetivo.</p><p>O preço médio ponderado (PMP) de saca é dado pela fórmula:</p><p>Custo operacional total médio / preço da saca (%)</p><p>É a porcentagem do preço da saca de café comprometida para pagar o custo</p><p>operacional total.</p><p>Custo total / preço da saca (%)</p><p>É a porcentagem do preço da saca de café comprometida para pagar o</p><p>custo total.</p><p>COE / Produção</p><p>Preço médio ponderado da saca</p><p>x 100</p><p>Renda do café vendido</p><p>sacas vendidas</p><p>COT / Produção</p><p>Preço médio ponderado da saca</p><p>x 100</p><p>CT / Produção</p><p>Preço médio ponderado da saca</p><p>x 100</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 72</p><p>Gastos</p><p>Gasto com</p><p>mão de obra</p><p>contratada /</p><p>renda bruta da</p><p>atividade (%)</p><p>Corresponde à porcentagem do gasto com a mão de obra</p><p>contratada ao longo do ano em relação à renda bruta da</p><p>atividade.</p><p>Gasto com mão de obra</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>x 100</p><p>Este indicador é utilizado para mensurar o quanto da</p><p>renda da atividade está comprometido para pagar a mão</p><p>de obra. Ele é muito importante, pois a mão de obra é um</p><p>componente essencial do custo, especialmente em casos em</p><p>que a escala de produção é baixa.</p><p>Gasto com</p><p>produtos</p><p>fitossanitários</p><p>na atividade /</p><p>renda bruta da</p><p>atividade (%)</p><p>Corresponde à porcentagem de gasto com produtos</p><p>fitossanitários ao longo do ano em relação à renda bruta.</p><p>Consideramos tanto as despesas relacionadas ao controle de</p><p>pragas e doenças como aquelas associadas ao controle de</p><p>ervas daninhas quando realizado com químicos.</p><p>Gasto com produtos fitossanitários</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>x 100</p><p>Margem</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 73</p><p>Margem bruta</p><p>É a diferença entre a renda bruta da atividade e o COE.</p><p>RB COEMB</p><p>Este indicador pode ser analisado sob vários aspectos. Conheça os possíveis</p><p>desdobramentos!</p><p>Margem bruta unitária (R$/saca)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela produção anual de sacas de café.</p><p>Margem bruta por área para produção de café (R$/ha)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada na produção de</p><p>café, não incluindo:</p><p>• reservas,</p><p>• áreas de preservação permanente,</p><p>• demais áreas da propriedade (caso apenas essa atividade seja desenvolvida</p><p>no local).</p><p>Este indicador, assim como a taxa de retorno do capital, é utilizado para</p><p>comparar uma atividade com outras.</p><p>MB</p><p>Produção de sacas</p><p>MB</p><p>Área em hectares</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 74</p><p>Margem bruta por saca de café vendida (R$/saca)</p><p>É o valor da margem bruta da atividade dividido pelo número médio de sacas</p><p>vendidas para o mercado ao longo do ano. Ela tem a função de mostrar qual</p><p>é o ganho direto com a venda de uma saca de café.</p><p>Vale destacar que, se a propriedade trabalhar com o processamento do produto,</p><p>a venda do café em quilogramas pronto para o consumo e a venda de café</p><p>em sacas para o mercado, a renda bruta e o COE devem ser separados,</p><p>porque são duas atividades.</p><p>Margem líquida</p><p>É a diferença entre a renda bruta e o COT.</p><p>RB COTML</p><p>Também se calcula por saca e por hectare. Acompanhe!</p><p>Margem líquida unitária (R$/saca)</p><p>É a margem líquida da atividade dividida pela produção anual de sacas de café.</p><p>MB</p><p>Sacas de café vendidas</p><p>É definida uma MB por</p><p>tipo de produto</p><p>(MB = RB - COE) e</p><p>aplicada a fórmula em</p><p>cada uma delas.</p><p>Assim, são encontradas</p><p>a margem bruta por</p><p>saca e a margem bruta</p><p>por quilograma de café</p><p>para consumo.</p><p>O gestor pode,</p><p>então, definir qual</p><p>produto deixa maior</p><p>contribuição para o</p><p>sistema.</p><p>ML</p><p>Produção de sacas</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 75</p><p>Margem líquida por área para produção de café (R$/ha)</p><p>É a margem líquida da atividade dividida pela área total utilizada para a</p><p>produção de café.</p><p>Margem líquida quilograma ou saca vendida (café processado</p><p>ou não processado – R$/kg ou por saca)</p><p>É a margem líquida da atividade dividida pelos quilogramas ou sacas de café</p><p>vendidas ao longo do ano.</p><p>Quando a propriedade vende café como produtos diferentes (com</p><p>processamento ou sem processamento), o gestor deve separar a renda e os</p><p>custos de cada um dos produtos para calcular a margem líquida do café em</p><p>cada um deles.</p><p>Para qualquer tipo de produto, a fórmula para o cálculo será:</p><p>ML</p><p>Área em hectares</p><p>ML do tipo de produto</p><p>Quantidade de café vendido</p><p>em um tipo de produto</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 76</p><p>Outros indicadores</p><p>Observe, agora, outros indicadores importantes para essa atividade!</p><p>COE da atividade (R$)</p><p>Preço médio unitário (R$ por saca)</p><p>Ponto de cobertura operacional efetivo (em R$)</p><p>O ponto de cobertura operacional efetivo é calculado</p><p>por meio do COE da atividade dividido pelo preço médio</p><p>unitário por saca.</p><p>Ponto de cobertura operacional total (em R$)</p><p>O ponto de cobertura operacional total é calculado por meio do COT da atividade</p><p>dividido pelo preço médio unitário por saca.</p><p>Ponto de cobertura total (em R$)</p><p>O ponto de cobertura total é calculado por meio do CT da atividade dividido</p><p>pelo preço médio unitário por saca.</p><p>COT da atividade (R$)</p><p>Preço médio unitário (R$ por saca)</p><p>CT da atividade (R$)</p><p>Preço médio unitário (R$ por saca)</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 77</p><p>Estoque de capital sem terra</p><p>O estoque de capital sem terra é calculado em função da soma dos seguintes</p><p>componentes:</p><p>Estoque de capital com terra</p><p>O estoque de capital com terra é calculado somando o valor da terra.</p><p>Taxa de retorno do capital sem terra (% ao ano)</p><p>Este indicador é calculado em função da ML dividida pelo estoque de capital</p><p>sem terra e multiplicado por 100 (%).</p><p>Taxa de retorno do capital com terra (% ao ano)</p><p>Este indicador é calculado em função da ML dividida pelo estoque de capital</p><p>com terra e multiplicado por 100 (%).</p><p>ML da atividade</p><p>Estoque de capital sem terra</p><p>x 100</p><p>ML da atividade</p><p>Estoque de capital com terra</p><p>x 100</p><p>Benfeitorias Máquinas Forrageiras Refloresta-</p><p>mento</p><p>Terra</p><p>Benfeitorias Máquinas Forrageiras Refloresta-</p><p>mento</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 78</p><p>Relação benefício-custo</p><p>A relação benefício-custo é calculada em função da renda bruta total</p><p>dividida pelo custo total. O resultado dessa relação aponta quanto está</p><p>retornando quando se investiu R$ 1,00. Nesse sentido, o resultado deve</p><p>ser sempre acima de R$ 1,00 para ser positivo.</p><p>RB total (R$ por ano)</p><p>CT (R$ por ano)</p><p>O Senar em Campo mostra uma história de sucesso da</p><p>produção de café. Acesse o link: https://www.cnabrasil.</p><p>org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-</p><p>sucesso-caf%C3%A9-es</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste primeiro tópico, você:</p><p>Entendeu como aplicar</p><p>os indicadores na</p><p>produção de café.</p><p>Reconheceu as</p><p>peculiaridades dessa</p><p>cadeia produtiva,</p><p>entendendo quais</p><p>cálculos realizar para</p><p>esse processo.</p><p>Aprendeu qual é a forma</p><p>correta de interpretar</p><p>as informações e os</p><p>dados gerados por esses</p><p>indicadores.</p><p>https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-caf%C3%A9-es</p><p>https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-caf%C3%A9-es</p><p>https://www.cnabrasil.org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-sucesso-caf%C3%A9-es</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 79</p><p>Tópico 2: Indicadores na fruticultura</p><p>(produção de mamão)</p><p>Você conhece as peculiaridades da produção de mamão</p><p>para a aplicação correta dos indicadores?</p><p>Neste tópico, você verá mais a fundo os indicadores da produção</p><p>de mamão, entendendo suas particularidades.</p><p>Essa cadeia é bastante complexa, com particularidades que devem ser</p><p>consideradas no momento do plano de gestão e gerenciamento.</p><p>Gerenciar corretamente uma propriedade dessas cadeias ajudará a</p><p>alavancar ainda mais este setor.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 80</p><p>Fruticultura (produção de mamão): indicadores técnicos</p><p>Acompanhe como aplicar os indicadores técnicos e interpretar as informações</p><p>das fases de reprodução das plantas matrizes e produção de mudas.</p><p>Idade de</p><p>frutificação</p><p>das plantas</p><p>Taxa de</p><p>fecundação</p><p>Idade da</p><p>planta na</p><p>primeira</p><p>colheita</p><p>Idade de</p><p>floração</p><p>das plantas</p><p>matrizes</p><p>Idade de floração das plantas matrizes</p><p>É a idade em que a planta atinge sua primeira produção de frutos e sementes,</p><p>ou seja, sua idade reprodutiva. Esse indicador expressa o resultado do manejo</p><p>empregado no desenvolvimento das plantas matrizeiras.</p><p>A referência considera vários aspectos na seleção de uma planta matrizeira,</p><p>como altura, ramificação e tamanho de frutos.</p><p>Referência: de 120 a 180 dias de idade, dependendo da região.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 81</p><p>Idade de frutificação das plantas</p><p>É a idade em que a planta de mamão teve seus primeiros frutos. É importante</p><p>conhecer esse período para o produtor monitorar a produção e observar perdas</p><p>de frutos por ataque de pragas ou alguma deficiência nutricional que possa</p><p>causar abortamento de frutos.</p><p>Referência: de 40 a 60 dias após o início da floração.</p><p>Idade da planta na primeira colheita</p><p>É a idade em que a planta de mamão produz seus primeiros frutos e que estão</p><p>aptos a serem colhidos.</p><p>• Idade de reprodução: de 20 a 180 dias.</p><p>• Período de frutificação da planta matriz de mamão: de 40 a 60 dias.</p><p>• Frutos aptos para colheita e comercialização: 120 dias após a floração.</p><p>O período de produção do mamão varia de região para região e pode ter, em</p><p>geral, um ciclo de vida de 3 a 4 anos ou mais, com a necessidade de nova</p><p>implantação da área após esse tempo.</p><p>Assim, a idade na primeira produção é:</p><p>Referência: 120 dias após o início da floração.</p><p>Taxa de fecundação</p><p>É a porcentagem de número de flores de mamão abertas em uma planta no</p><p>universo de número de frutos destacados na mesma planta.</p><p>Esse indicador mostra a eficiência da polinização, já que é uma característica</p><p>da cultura existirem plantas de ambos os sexos (masculinas e femininas).</p><p>De 120 a 180</p><p>De 240 a 300</p><p>dias, ou de 8 a</p><p>10 meses</p><p>120 dias</p><p>(média)</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 82</p><p>Ela é calculada seguindo a seguinte fórmula:</p><p>Intervalo entre a colheita e o início da nova frutificação</p><p>É o intervalo entre o término da colheita (a colheita é realizada quando as frutas</p><p>ainda estão com aspecto e coloração verdes) e a nova frutificação que gerou</p><p>uma nova colheita. O monitoramento desse período é muito importante para</p><p>a cultura, pois ele influencia o intervalo entre uma produção e outra, que pode</p><p>ser mais tardia ou mais precoce, e, ao longo do tempo, também influencia o</p><p>número total de colheitas.</p><p>Não existe uma referência concreta para esse indicador já que a</p><p>cultura do mamoeiro produz o ano todo, exceto em algumas regiões</p><p>que apresentam épocas do ano com temperaturas baixas. O intervalo</p><p>entre a colheita e a nova frutificação é de aproximadamente 2 meses.</p><p>Taxa de reposição das plantas matrizes</p><p>É a porcentagem de substituição de plantas matrizes por causa de problemas</p><p>sanitários, reprodutivos, baixa qualidade dos frutos ou baixa produção de frutos.</p><p>Esse cálculo apresenta a seguinte fórmula:</p><p>Plantas</p><p>matrizes</p><p>novas</p><p>Total de</p><p>plantas</p><p>matrizes</p><p>100</p><p>Taxa de</p><p>reposição de</p><p>plantas</p><p>Não existe uma referência específica para a reposição de plantas, pois isso</p><p>depende da quantidade de área de produção e, principalmente, da quantidade</p><p>de semente a ser produzida.</p><p>Número de</p><p>frutos</p><p>Número de</p><p>flores abertas 100Taxa de</p><p>fecundação</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 83</p><p>Na prática</p><p>Considere os dados sobre uma propriedade</p><p>produtora de sementes de mamão:</p><p>• território = 2 hectares;</p><p>• quantidade de plantas = 3.000 com média de</p><p>1.500 plantas por hectare;</p><p>• ciclo do mamão = 3 anos</p><p>O produtor tem que atender à demanda de sementes de mamão o ano todo.</p><p>Sabendo disso, ele escalonou a produção em três etapas:</p><p>3.000</p><p>plantas 3 etapas 1.000</p><p>plantas</p><p>Número de</p><p>plantas</p><p>por etapa</p><p>1.000</p><p>plantas</p><p>3.000</p><p>plantas 100</p><p>Taxa de</p><p>reposição</p><p>após 3 anos</p><p>33,3%</p><p>Taxa de</p><p>reposição</p><p>após 1,5 ano</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 84</p><p>Vida útil das plantas matrizes de mamão</p><p>A vida útil das plantas matrizes é o tempo médio que elas permanecem em</p><p>produção no pomar.</p><p>Referência: 3 anos.</p><p>Indicadores da produção de mamão</p><p>São dois os principais indicadores da produção de mamão. Observe!</p><p>Relação fruto-semente</p><p>É a quantidade de semente por fruto de mamão. É um importante indicador</p><p>de eficiência na produção de mudas.</p><p>A referência para esse indicador é de 200 a 500 sementes por fruto.</p><p>Ciclos produtivos por ano</p><p>Expressa a média de ciclo de produção por ano (considera-se em média um</p><p>ciclo de 10 meses ou 300 dias). Esse indicador é calculado ao dividir 365 dias</p><p>do ano pela duração de um ciclo.</p><p>Veja a fórmula:</p><p>365 dias</p><p>Duração de um</p><p>ciclo produtivo</p><p>Ciclos produtivos</p><p>por ano =</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 85</p><p>Pare para pensar</p><p>Talvez você pense que a diferença de 1,5 para 2 ciclos produtivos por ano</p><p>seja pequena. Observe o resultado dessa variação para uma propriedade com</p><p>3.000 plantas de mamão:</p><p>• 1,5 ciclo x 50 frutos por planta = 75 frutos/planta/ano, aproximadamente;</p><p>• 2 ciclos x 50 frutos por planta = 100 frutos/planta/ano;</p><p>• 25 frutos/planta x 3.000 plantas = 75.000 frutos/ano;</p><p>• 75.000 frutos x 500 g de peso por fruto = 37.500 kg de frutos não</p><p>comercializados naquele ano.</p><p>37.500 kg</p><p>frutos não comercializados</p><p>R$ 2,00</p><p>quilo da fruta</p><p>R$ 75.000,00 a menos de</p><p>faturamento para o produtor no ano.</p><p>x</p><p>Indicadores da fase de produção de sementes e</p><p>mudas de mamão</p><p>Veja a seguir os principais indicadores da fase de sementes e mudas!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 86</p><p>Altura das mudas</p><p>30 dias após a</p><p>semeadura</p><p>Total de mudas</p><p>produzidas por</p><p>planta/ano</p><p>Sementes</p><p>por</p><p>planta/ano</p><p>Porcentagem de</p><p>sementes não</p><p>germinadas</p><p>Porcentagem de</p><p>germinação de</p><p>sementes</p><p>índice de</p><p>desenvolvimento</p><p>diário da muda</p><p>Sementes por planta/ano</p><p>Este indicador permite avaliar o potencial genético das plantas matrizes para</p><p>produzir sementes, assim como o manejo no pomar e a fase de reprodução</p><p>das plantas. Ele é um indicador muito amplo, que deve ser constantemente</p><p>monitorado pelos gestores.</p><p>O cálculo é pela fórmula:</p><p>Referência: de 15.000 a 25.000 sementes/planta/ano.</p><p>Porcentagem de germinação de sementes</p><p>Este indicador pode apontar se ocorreram problemas de manejo na reprodução</p><p>ou mesmo questões sanitárias que envolvam as plantas matrizes.</p><p>Segue a fórmula:</p><p>Número de frutos por ano</p><p>×</p><p>Número de sementes por fruto</p><p>Sementes germinadas</p><p>Sementes semeadas</p><p>x 100</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 87</p><p>Porcentagem de sementes não germinadas</p><p>Este indicador também pode demonstrar problemas sanitários, de manejo na</p><p>reprodução ou de extração da semente.</p><p>A fórmula dele é:</p><p>Referência: 20%.</p><p>Total de mudas</p><p>produzidas por planta/ano</p><p>Este indicador expressa o manejo do pomar e o potencial genético das plantas</p><p>matrizes de produzirem sementes e, em consequência, mudas.</p><p>A fórmula para ele é:</p><p>Referência: de 15.000 a 20.000 mudas por ano por planta.</p><p>Essa análise pode ser restrita a cada ano ou a cada ciclo produtivo. Assim,</p><p>basta contar quantas mudas foram produzidas pela planta matriz avaliada.</p><p>Índice de desenvolvimento diário da muda</p><p>O crescimento diário das mudas expressa o manejo a que estas estão sendo</p><p>submetidas, com influência no vigor e na força que a planta apresenta para se</p><p>desenvolver, e também pode evidenciar problemas sanitários ou nutricionais.</p><p>Sua fórmula:</p><p>Referência: de 1,5 cm a 2 cm de crescimento diário.</p><p>Sementes não germinadas</p><p>Sementes semeadas</p><p>x 100</p><p>Total de mudas produzidas</p><p>Nº de plantas matrizes</p><p>Altura média das mudas</p><p>Idade em dias</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 88</p><p>Esse indicador é muito utilizado na avaliação das mudas provenientes de cada</p><p>planta matriz. Depois, é feita a média de todas as plantas matrizes para saber</p><p>o resultado médio do pomar.</p><p>Altura das mudas 30 dias após a semeadura (altura de</p><p>transplante a campo)</p><p>A altura das mudas 30 dias após a semeadura é um importante indicador,</p><p>pois, se estiverem abaixo da altura indicada, as plantas poderão ter seu</p><p>desenvolvimento comprometido nas outras fases.</p><p>Referência: 20 cm.</p><p>Indicadores da fase de transplante das</p><p>mudas a campo</p><p>Os indicadores são:</p><p>Mortalidade</p><p>Nutrição de</p><p>plantas</p><p>Referência para</p><p>espaçamento de</p><p>plantio</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 89</p><p>Mortalidade</p><p>O indicador de mortalidade expressa a situação sanitária do</p><p>lote de mudas e o efeito do manejo ao qual essas plantas são</p><p>submetidas.</p><p>A fórmula para este indicador é:</p><p>Referência: 1,0%.</p><p>Nutrição de plantas</p><p>A nutrição de plantas mostra o quanto de nutriente uma planta</p><p>necessita para converter em ganho de altura ou em matéria seca</p><p>ou, ainda, em produtividade. Isto é, qual é a resposta de uma</p><p>planta em relação a uma determinada quantidade de nutrientes</p><p>disponível para ela. O gasto com adubação é o principal custo</p><p>a partir dessa fase, logo, a conversão dos nutrientes em altura,</p><p>matéria seca e principalmente produtividade é muito importante</p><p>para a saúde financeira da propriedade.</p><p>Sua fórmula:</p><p>O indicador mostra, além do efeito da nutrição na produção</p><p>vegetal, o efeito de todo o sistema, pois plantas com problemas</p><p>sanitários, submetidas a estresse térmico, com injúrias, entre</p><p>outros problemas, não expressarão o seu potencial genético de</p><p>produção.</p><p>Referência: é possível citar como referência uma pesquisa da</p><p>Embrapa Trigo. Entenda melhor pelo Saiba Mais!</p><p>Plantas mortas</p><p>x 100</p><p>Total de plantas</p><p>transplantadas</p><p>Nutrição</p><p>de plantas =</p><p>kg de nutrientes</p><p>fornecidos no período</p><p>Quantidade de quilogramas</p><p>de grãos produzidos</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 90</p><p>Referência para espaçamento de plantio</p><p>A referência para o espaçamento de plantio é extremamente</p><p>importante, uma vez que esse indicador reflete-se diretamente na</p><p>produção de mamão por área e, consequentemente, nos custos</p><p>de produção, já que, com mais ou menos plantas, irá demandar</p><p>mais ou menos insumos.</p><p>Referência: 3,0 m x 2,0 m, 3,0 m x 3,0 m ou 4,0 m x 2,5 m.</p><p>Referência em relação ao número de plantas por hectare:</p><p>1.666 plantas, 1.111 plantas e 1.000 plantas por hectare,</p><p>respectivamente.</p><p>Cálculo para determinar a densidade de plantio para o espaçamento:</p><p>Densidade = 10.000 m² / 3,0 × 2,0</p><p>Densidade = 10.000 m² / 6 m²</p><p>Densidade = 1.666 plantas por hectare</p><p>Saiba Mais</p><p>Não há uma referência específica para a indicação “nutrição de</p><p>plantas”, principalmente a campo, onde existem vários fatores que</p><p>interferem nos resultados, diferentemente dos testes realizados</p><p>em laboratório, ou seja, a campo o produtor pode trabalhar com</p><p>esse indicador para gerar uma estimativa de produção em relação</p><p>à quantidade de adubo disponibilizado para a cultura. No entanto,</p><p>podemos citar como referência uma pesquisa da Embrapa Trigo,</p><p>mencionada por SF Agro, em relação à adubação com doses de</p><p>nitrogênio e ao resultado em produção.</p><p>“A Embrapa Trigo avaliou a máxima eficiência econômica de</p><p>cultivares semeadas em 32 experimentos, conduzidos durante</p><p>dez anos (1990 a 2000) no Rio Grande do Sul. O melhor</p><p>resultado foi alcançado com 83 kg por hectare de N, o que</p><p>produziu 3.410 kg por hectare no rendimento de grãos.”</p><p>Disponível em: <http://sfagro.uol.com.br/aplicacao-de-fertilizante-na-medida-</p><p>certa-melhora-produtividade-do-trigo/>. Acesso em: 4 jun. 2018.</p><p>3,0 m x 2,0 m</p><p>em uma área de 1 hectare</p><p>10.000 m²</p><p>http://sfagro.uol.com.br/aplicacao-de-fertilizante-na-medida-certa-melhora-produtividade-do-trigo/</p><p>http://sfagro.uol.com.br/aplicacao-de-fertilizante-na-medida-certa-melhora-produtividade-do-trigo/</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 91</p><p>Indicadores da produção de mamão</p><p>Mortalidade de plantas adultas no pomar</p><p>A mortalidade nesta fase pode sinalizar diversos problemas</p><p>nutricionais e sanitários, entre outros.</p><p>Referência: para a fase é de 0,5% de mortalidade de plantas.</p><p>Nutrição de plantas</p><p>Com as mesmas importâncias definidas nas fases anteriores, não</p><p>há uma referência específica para este indicador, e sim pode-se</p><p>realizar uma estimativa de produção.</p><p>Para cada quilograma de fruta produzida, o produtor gastou</p><p>100 g de adubo, ou seja, é apenas uma estimativa de gasto</p><p>sobre a produção, mas, a partir dela, o produtor pode melhorar</p><p>esse resultado, por exemplo, realizando uma análise de solo e</p><p>adequando a adubação — quanto mais quilogramas de frutas</p><p>produzidas, menor é o gasto com a adubação, ou seja, o custo</p><p>será diluído na quantidade de produção.</p><p>Nutriente fornecido</p><p>no períodoNutrição</p><p>de plantas =</p><p>Quilogramas de frutos</p><p>produzidos no período</p><p>2,5 kg</p><p>de adubo por planta Nutrição</p><p>de plantas =</p><p>25 kg de frutas por planta</p><p>Nutrição</p><p>de plantas 100 g de fertilizante=</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 92</p><p>Indicadores técnicos da produção de</p><p>plantas adultas</p><p>Este indicador refere-se ao efeito do espaçamento de plantio sobre a produção</p><p>em quilogramas de mamão, bem como número de frutos por planta, produção</p><p>em toneladas, número de frutos por hectare e peso médio de frutos de mamão.</p><p>Seguem os indicadores de referência para cada item. Observe!</p><p>Espaçamento de plantio e número de plantas por hectare</p><p>Como exemplo, pense em pomares onde todas as fases sejam realizadas</p><p>manualmente. O produtor utiliza o espaçamento de 3,0 m x 3,0 m, ou</p><p>seja, o espaçamento entre fileiras e na fileira, respectivamente.</p><p>Veja o cálculo para o número de plantas por hectare:</p><p>• Número de plantas = 3,0 x 3,0 = 9 m²</p><p>• Um hectare = 10.000 m²</p><p>Número de plantas = 10.000 m² / 9 m²</p><p>Número de plantas = 1.111 plantas</p><p>Produção por planta</p><p>A produção por planta pode ser expressa em quilogramas por planta</p><p>ou número de frutos por planta. Por exemplo, um produtor possui em</p><p>sua propriedade:</p><p>• Plantas = 1.111</p><p>• Colheita da safra = 60.000 frutos</p><p>Veja o cálculo:</p><p>Número de frutos por planta = 60.000 frutos / 1.111 plantas</p><p>Número de frutos por planta = 54 frutos por planta</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 93</p><p>Para o cálculo de quilogramas por planta:</p><p>• Plantas = 1.111</p><p>• Produção = 30.000 kg</p><p>Cálculo:</p><p>Kg de frutas = 30.000 kg / 1.111 plantas</p><p>Kg de frutas = 27 kg de frutas por planta</p><p>Produção por hectare</p><p>A produção por hectare pode ser expressa em toneladas de mamão</p><p>por hectare ou número de frutos por hectare. Veja o cálculo utilizando</p><p>valores anteriores:</p><p>Número de frutos por hectare = 1.111 plantas x 54 frutos por planta</p><p>Número de frutos por hectare = 60.000 frutas por hectare</p><p>Para calcular a produção em toneladas, é necessário outro indicador,</p><p>que é o peso médio dos frutos. Supondo que o produtor tenha produzido</p><p>frutos com peso médio de 500 gramas, o cálculo fica da</p><p>seguinte forma:</p><p>Toneladas por hectare = 60.000 frutas x 500 gramas por fruta</p><p>Toneladas por hectare = 30 toneladas de mamão por hectare</p><p>Peso médio dos frutos</p><p>Este indicador refere-se à qualidade dos frutos produzidos. Nesse sentido,</p><p>o valor de mercado é maior, e o produtor torna-se mais competitivo.</p><p>Observe o cálculo:</p><p>Peso médio dos frutos = 30 toneladas x 1.000 kg</p><p>Peso médio dos frutos = 30.000 kg x 1.000 g</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 94</p><p>Peso médio dos frutos = 30.000.000 g de frutas</p><p>Peso médio dos frutos = 30.000.000 g / 60.000 frutas</p><p>Peso médio dos frutos = 500 gramas por fruto</p><p>Todos esses indicadores são considerados ideais para o espaçamento utilizado</p><p>e pelo nível tecnológico empregado na produção, ou seja, para a produção</p><p>manual da fruta, eles servem como referência.</p><p>Indicadores econômicos e de produtividade na</p><p>produção de mamão</p><p>Entenda melhor cada um desses indicadores!</p><p>Indicadores de produtividade</p><p>Indicador Fórmula Unidade Função</p><p>Produção média de</p><p>frutos/matriz/ano</p><p>Produção total de frutos</p><p>Nº médio de plantas</p><p>matrizes</p><p>Kg/planta/ano Avaliar a produtividade</p><p>da planta matriz</p><p>Sementes</p><p>produzidas/matriz/</p><p>ano</p><p>Total de quilogramas de</p><p>sementes produzidas</p><p>Nº médio de plantas</p><p>matriz</p><p>Quilogramas</p><p>Avaliar a produtividade</p><p>da planta matriz com</p><p>enfoque na melhoria</p><p>da produção</p><p>Indicadores econômicos</p><p>Indicador Fórmula Unidade Observações</p><p>Renda bruta unitária</p><p>Renda bruta</p><p>Produção total de</p><p>mamão</p><p>R$/Kg</p><p>Riqueza gerada por</p><p>funcionário no mês</p><p>Renda bruta</p><p>Nº de funcionários</p><p>R$/func/ano</p><p>COE/Kg de mamão</p><p>COE</p><p>Produção total de</p><p>mamão</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por kg</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 95</p><p>COT/Kg de mamão</p><p>COT</p><p>Produção total de</p><p>mamão</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por kg</p><p>CT/Kg de mamão</p><p>CT</p><p>Produção total de</p><p>mamão</p><p>R$/Kg Avaliar o custo por kg</p><p>Representatividade</p><p>do COE na RB (%)</p><p>COE unitário</p><p>Renda bruta</p><p>unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>COE</p><p>Representatividade</p><p>do COT na RB (%)</p><p>COT unitário</p><p>Renda bruta</p><p>unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>COT</p><p>Representatividade</p><p>do CT na RB (%)</p><p>CT unitário</p><p>Renda bruta</p><p>unitária</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>CT</p><p>Gasto com</p><p>fertilizantes/RB da</p><p>atividade</p><p>Gasto com adubos</p><p>na atividade</p><p>RB da atividade</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>uso de fertilizantes</p><p>Gasto com MDO/RB</p><p>da atividade</p><p>Gasto com MDO</p><p>na atividade</p><p>RB da atividade</p><p>x 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>MDO</p><p>Gasto com</p><p>fertilizante/</p><p>Produção anual de</p><p>mamão</p><p>Gasto com fertilizantes</p><p>Produção anual de</p><p>mamão</p><p>R$/Kg</p><p>Definir quanto em</p><p>R$ de fertilizante</p><p>é necessário para</p><p>produzir 1 kg de</p><p>mamão</p><p>Margem bruta</p><p>unitária</p><p>Margem bruta</p><p>Produção anual de</p><p>mamão</p><p>R$/KG</p><p>Avaliar a margem</p><p>de contribuição de</p><p>cada kg de mamão</p><p>produzido</p><p>Margem bruta por</p><p>planta produtiva</p><p>Margem bruta</p><p>Nº médio de plantas</p><p>produtivas</p><p>R$/planta</p><p>Avaliar a margem de</p><p>contribuição de cada</p><p>planta</p><p>Margem líquida</p><p>unitária</p><p>Margem líquida</p><p>Produção anual de</p><p>mamão</p><p>R$/KG</p><p>Margem líquida por</p><p>área de produção da</p><p>cultura (ha)</p><p>Margem líquida</p><p>Área de produção da</p><p>cultura (ha)</p><p>R$/ha</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 96</p><p>Lucro Renda bruta – CT R$</p><p>Lucro unitária</p><p>Lucro</p><p>Produção anual de</p><p>mamão</p><p>R$/KG</p><p>Lucro por área de</p><p>produção da cultura</p><p>(ha)</p><p>Lucro</p><p>Área de produção da</p><p>cultura (ha)</p><p>R$/ha</p><p>Estoque de capital</p><p>por Kg de mamão</p><p>Estoque de capital</p><p>Produção anual de</p><p>mamão</p><p>R$/Kg</p><p>Avaliar a eficiência na</p><p>utilização do capital</p><p>(estrutura, máquinas</p><p>etc.)</p><p>Estoque de capital</p><p>por área em</p><p>hectares</p><p>Estoque de capital</p><p>Área em hectares</p><p>R$/ha</p><p>Avaliar a eficiência na</p><p>utilização do capital</p><p>(estrutura, máquinas</p><p>etc.)</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste segundo tópico, você:</p><p>Compreendeu a forma</p><p>correta de aplicar</p><p>os indicadores na</p><p>produção de mamão.</p><p>Entendeu as</p><p>particularidades dessa</p><p>cultura, identificando</p><p>os cálculos adequados</p><p>para ela.</p><p>Conheceu a forma correta</p><p>de interpretar os dados</p><p>e informações extraídos</p><p>dos indicadores dessa</p><p>produção.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 97</p><p>Tópico 3: Indicadores na</p><p>produção de soja</p><p>Será que a aplicação de indicadores vistos até agora</p><p>funciona da mesma forma na produção de soja?</p><p>A partir de agora, você verá como aplicar os indicadores na produção</p><p>de soja, entendendo suas particularidades e como interpretá-los.</p><p>Estimativa de produtividade (EP)</p><p>A estimativa de produtividade é o principal indicador a ser utilizado para analisar</p><p>o desempenho de lavouras anuais — neste caso, de uma lavoura de soja. Ele</p><p>é um indicador composto e influenciado por quatro outros:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 98</p><p>Peso de</p><p>mil grãos</p><p>(g)</p><p>Sementes</p><p>por vagem</p><p>Número de</p><p>plantas por</p><p>área</p><p>Vagens por</p><p>planta</p><p>Entenda, agora, cada um dos componentes desse índice!</p><p>Número de plantas por área</p><p>É o parâmetro de maior influência sobre o EP e possui grande importância para</p><p>a produção de grãos, visto que a população de plantas por hectare representa</p><p>o item de maior influência na produtividade.</p><p>Para realizar o cálculo de número de plantas por área, é necessário</p><p>contar o número de plantas por 10 metros em linha, ou verificar</p><p>o número de plantas em quatro linhas de 2,5 metros. Para obter a</p><p>estimativa de plantas por metro, o número total dessas plantas deve</p><p>ser dividido por 10.</p><p>Considere o seguinte exemplo: em uma lavoura com espaçamento de 45 cm</p><p>entre linhas, foram contadas plantas em 10 metros lineares, totalizando 120</p><p>plantas. Dessa forma, teremos:</p><p>Plantas por</p><p>metro 12 plantas por metro=</p><p>Plantas por</p><p>metro =</p><p>120 plantas</p><p>10 metros lineares</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 99</p><p>Logo, o cálculo por hectare fica da seguinte forma:</p><p>Número de</p><p>plantas por ha x 10=</p><p>Número de plantas</p><p>por metro</p><p>Espaçamento</p><p>(metros)</p><p>Número de</p><p>plantas por ha x 10=</p><p>12 plantas</p><p>0,45 m</p><p>Número de</p><p>plantas por ha 266,6 mil plantas/ha=</p><p>Vagens por planta</p><p>É o produto da divisão do número total de vagens pelo número de plantas</p><p>avaliadas. O número de plantas por hectare ou por área é grandemente</p><p>influenciado pelo manejo da lavoura, já que o ganho de vagens por planta é</p><p>importante na produção final da lavoura.</p><p>Observe o cálculo:</p><p>Vagens por planta = Número total de vagens / Número de plantas avaliadas</p><p>Considere os dados como exemplo:</p><p>• Plantas de soja = 10</p><p>• Vagens = 300</p><p>Cálculo:</p><p>Vagens</p><p>por planta 30 vagens por planta=</p><p>Vagens</p><p>por planta =</p><p>300 vagens</p><p>10 plantas</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 100</p><p>Sementes por vagem</p><p>De uma forma geral, uma boa estimativa de grãos por vagem é de 2,5 sementes.</p><p>Essa estimativa é feita com a contagem do número de grãos por vagem. O</p><p>resultado desse valor deve ser dividido pelo número de vagens contadas.</p><p>Observe o cálculo!</p><p>Sementes</p><p>por vagem =</p><p>Número total</p><p>de grãos</p><p>Número total de</p><p>vagens contadas</p><p>Considere os dados como exemplo:</p><p>• Vagens: 50</p><p>• Total de grãos: 228</p><p>Cálculo:</p><p>Sementes</p><p>por vagem =</p><p>128 grãos</p><p>50 vagens</p><p>Sementes</p><p>por vagem = 2,6 grãos</p><p>por vagem</p><p>Peso de mil grãos</p><p>A variação no peso dos grãos pode ser influenciada pela cultivar que está sendo</p><p>utilizada, bem como pelas condições de manejo da lavoura. Esses valores</p><p>variam entre 140 e 220 g por 1.000 grãos, porém, para fins de estimativa,</p><p>utilizaremos o valor de 170 g por 1.000 grãos.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 101</p><p>Considere os dados para a estimativa de produção:</p><p>• Número de plantas por hectare = 267 mil plantas</p><p>• Vagens por planta = 30 vagens</p><p>• Grãos por vagem = 2,6 grãos</p><p>• Peso de mil grãos = 170 gramas</p><p>• Peso em gramas de uma saca de soja = 60.000 g</p><p>O cálculo fica da seguinte forma:</p><p>EP =</p><p>Planta por ha x Vagens por planta x Sementes por vagem x Peso de mil grãos</p><p>60.000</p><p>EP =</p><p>267 x 30 x 2,6 x 170</p><p>60.000</p><p>EP = 59,0 sacas por ha</p><p>Seguindo essa metodologia, é possível ter a estimativa da produtividade da</p><p>lavoura, porém sua precisão será mais próxima da realidade se forem amostrados</p><p>mais pontos dentro da área.</p><p>Pare para pensar</p><p>Na sua opinião, após estudar este tópico, quais são as</p><p>principais diferenças entre os indicadores das cadeias</p><p>produtivas apresentadas? Com qual item se deve ter mais</p><p>atenção em cada um deles?</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 102</p><p>Indicadores econômicos</p><p>A produção de soja requer o acompanhamento de alguns indicadores econômicos.</p><p>Observe!</p><p>Indicador Fórmula Unidade Observações</p><p>Renda bruta unitária</p><p>Renda bruta</p><p>Produção total de soja</p><p>R$/saca</p><p>Riqueza gerada por</p><p>funcionário no ano</p><p>Renda bruta</p><p>Nº de funcionários</p><p>R$/</p><p>funcionários/</p><p>ano</p><p>COE unitário</p><p>COE</p><p>Produção total de soja</p><p>R$/saca Avaliar o custo por</p><p>saca de soja</p><p>COT unitário</p><p>COT</p><p>Produção total de soja</p><p>R$/saca Avaliar o custo por</p><p>saca de soja</p><p>CT unitário</p><p>CT</p><p>Produção total de soja</p><p>R$/saca Avaliar o custo por</p><p>saca de soja</p><p>Representatividade do</p><p>COE na RB (%)</p><p>COE unitário × 100</p><p>Renda bruta unitária</p><p>%</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>COE</p><p>Representatividade do</p><p>COT na RB (%)</p><p>COT unitário × 100</p><p>Renda bruta unitária</p><p>%</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>COT</p><p>Representatividade do</p><p>CT na RB (%)</p><p>CT unitário × 100</p><p>Renda bruta unitária</p><p>%</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com o</p><p>CT</p><p>Gasto com</p><p>fertilizante/RB da</p><p>atividade</p><p>(Gasto com fertilizante na</p><p>atividade/RB da atividade)</p><p>× 100</p><p>%</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>fertilizante</p><p>Gasto com MDO/RB</p><p>da atividade</p><p>(Gasto com MDO na atividade/</p><p>RB da atividade) × 100 %</p><p>Avaliar a % da renda</p><p>comprometida com</p><p>MDO</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 103</p><p>Gasto com adubo/</p><p>Produção de soja</p><p>Gasto com adubo</p><p>Produção de soja</p><p>R$/saca</p><p>Definir quanto em</p><p>R$ de fertilizante</p><p>é necessário para</p><p>produzir uma saca de</p><p>soja</p><p>Margem bruta unitária</p><p>Margem bruta</p><p>Produção de soja</p><p>R$/saca</p><p>Avaliar a margem de</p><p>contribuição de cada</p><p>saca de soja produzida</p><p>Margem bruta por</p><p>saca vendida</p><p>Margem bruta</p><p>Nº sacas vendidas</p><p>R$/saca</p><p>Avaliar a margem de</p><p>contribuição de cada</p><p>saca de soja</p><p>Margem líquida</p><p>unitária</p><p>Margem líquida</p><p>Produção de soja</p><p>R$/saca</p><p>Margem líquida por</p><p>saca vendida</p><p>Margem líquida</p><p>Nº sacas vendidas</p><p>R$/saca</p><p>Lucro unitário</p><p>Lucro</p><p>Produção de soja</p><p>R$/saca</p><p>Lucro por saca</p><p>vendida</p><p>Lucro</p><p>Nº de sacas produzidas</p><p>R$/saca</p><p>Estoque de capital por</p><p>saca de soja vendida</p><p>Estoque de capital</p><p>Produção de soja</p><p>R$/saca</p><p>Avaliar a eficiência na</p><p>utilização do capital</p><p>(estrutura, máquinas</p><p>etc.)</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste terceiro tópico, você:</p><p>Conheceu mais a fundo</p><p>os indicadores da</p><p>produção de soja.</p><p>Entendeu como aplicar</p><p>os indicadores no</p><p>processo produtivo,</p><p>considerando suas</p><p>particularidades.</p><p>Compreendeu como</p><p>interpretar os dados e</p><p>as informações dessa</p><p>produção.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 104</p><p>Tópico 4: Indicadores na</p><p>horticultura (produção de cebola)</p><p>Em quais outras culturas você acredita ser possível aplicar</p><p>os indicadores técnicos e econômicos?</p><p>No decorrer deste tópico, você conhecerá mais a fundo a produção</p><p>de cebola, entendendo suas particularidades e seus indicadores,</p><p>como interpretá-los e criar um bom plano de gestão e gerenciamento</p><p>para esta cadeia produtiva.</p><p>Na produção de cebola, o uso da irrigação é indispensável, exceto na Região</p><p>Sul, onde os índices pluviométricos atendem à necessidade da cultura. Nesse</p><p>sentido, a produção da hortaliça é maior, gerando maior renda para o produtor</p><p>quando aliada a uma boa gestão da atividade. Aqui, também se aplicam os</p><p>indicadores técnicos e econômicos.</p><p>Sabendo como interpretá-los, você terá embasamento para a tomada</p><p>de decisões, pensando assertivamente em prol do crescimento da</p><p>propriedade rural.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 105</p><p>Área total (ha)</p><p>Em propriedades produtoras de cebola, mede-se a área total destinada</p><p>à atividade, incluindo as áreas dos depósitos de água para irrigação, das</p><p>construções, das estradas, da reserva legal etc.</p><p>A mensuração das áreas deve ser a mais precisa possível, pois influencia</p><p>diretamente o indicador de taxa de retorno do capital com terra e também do</p><p>capital empatado na atividade.</p><p>Área de produção (ha)</p><p>A mensuração das áreas de produção deve ser a mais precisa possível, pois</p><p>influencia diretamente o indicador da produtividade por área — geralmente,</p><p>utiliza-se a unidade de medida em hectares. No caso da produção de cebola,</p><p>são três as formas de implantar uma lavoura. Conheça cada uma delas:</p><p>Semeadura direta</p><p>Sabe-se que 1 ha equivale a 10.000 m², por isso a medida mais</p><p>comum é em hectares, por se tratar de uma medida universal. Ela</p><p>será utilizada para o cálculo dos indicadores técnicos e econômicos.</p><p>A semeadura em áreas maiores é realizada por sementes, e</p><p>geralmente é o método de cultivo utilizado por grandes produtores.</p><p>São usados de 3 kg a 5 kg de sementes por hectare, o que resulta</p><p>em uma população de 800 a 1.200 mil plantas por hectare na</p><p>semeadura.</p><p>Transplante de mudas</p><p>Na implantação de uma lavoura por mudas, é necessário produzir</p><p>a muda por meio da semeadura de sementes em bandejas de</p><p>isopor com número e tamanho de células variados.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 106</p><p>Esse método exige conhecimento técnico por parte do produtor,</p><p>uma vez que um erro na produção de mudas compromete a</p><p>produção final.</p><p>Cultivo de pequenos bulbos</p><p>Usa-se a cebola na fase jovem. Nesses casos, a área a ser utilizada</p><p>é variada e pode ser em hectares ou em metros quadrados.</p><p>A produção de bulbinhos para serem transplantados definitivamente</p><p>é realizada:</p><p>• em canteiros,</p><p>• em linhas espaçadas de 10 cm,</p><p>• na profundidade de 1 cm a 1,5 cm.</p><p>São necessário:</p><p>• de 2 g a 4 g de sementes por m² de canteiro,</p><p>• de 1 kg a 2 kg de sementes para a obtenção de 1.500 a 1.800</p><p>bulbinhos.</p><p>Isso é suficiente para o plantio de um hectare. A área a ser</p><p>semeada para a produção de bulbinhos para um hectare é de</p><p>800 m². Para obter a unidade de medida metros quadrados, é</p><p>simples: basta multiplicar um lado pelo outro = m².</p><p>Em todos os casos, a área identificada como útil para a atividade desconsidera</p><p>APPs, reservas legais, estradas, construções etc.</p><p>Entenda os indicadores para essa atividade!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 107</p><p>Produção (kg)</p><p>É a produção de cebola no período analisado. Esse volume é utilizado para a</p><p>determinação da renda bruta e da produtividade por área em quilos por hectare.</p><p>Ao fazer o levantamento, nenhum valor deve ser esquecido, pois isso</p><p>causaria erro no cálculo de outros indicadores fundamentais para a</p><p>tomada de decisão dentro da empresa rural.</p><p>Entram também:</p><p>Produção por área</p><p>(kg/ha)</p><p>Renda bruta do ciclo</p><p>(R$/safra)</p><p>Preço médio de venda</p><p>(R$/safra)</p><p>Produção de cebola no</p><p>período analisado pela área</p><p>de produção.</p><p>Renda obtida com a venda da</p><p>produção e dos subprodutos</p><p>do beneficiamento da</p><p>produção, se houver.</p><p>Preço médio recebido a cada</p><p>quilo vendido ao longo do</p><p>período analisado. Como já</p><p>visto, o valor é calculado</p><p>pela divisão da renda bruta</p><p>total apurada e a quantidade</p><p>produzida.</p><p>Aqui, também são aplicáveis outros indicadores ativos, que já foram estudados</p><p>neste módulo e que também se aplicam a esta atividade. Não se esqueça de</p><p>considerá-los em seu processo de gestão e gerenciamento!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 108</p><p>Gastos</p><p>Gasto com mão de obra contratada para a atividade</p><p>(R$/safra)</p><p>Total dos gastos com pagamento da mão de obra contratada para a produção</p><p>de cebola ao longo do período analisado.</p><p>Gasto com água para irrigação (R$/safra)</p><p>Na cultura da cebola com irrigação, o gasto com água é um fator importante</p><p>a ser considerado em termos de gestão e deve ser contabilizado ao longo do</p><p>período. A quantidade de água</p><p>a ser utilizada na cultura pode variar de acordo</p><p>com as condições climáticas e o ciclo da cultura.</p><p>A necessidade de água para a cultura gira em torno de 350 mm a 650 mm,</p><p>isto é, de 350 a 650 litros de água por metro quadrado por hectare durante</p><p>seu ciclo de produção (que é em torno de quatro meses).</p><p>Custos</p><p>Conheça os indicadores de custos envolvidos na produção de cebola com</p><p>irrigação!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 109</p><p>Custo operacional efetivo</p><p>da atividade (R$/safra)</p><p>Custo operacional total da</p><p>atividade (R$/safra)</p><p>Custo total da atividade</p><p>(R$/safra)</p><p>Total dos gastos diretos</p><p>ao longo do ano para a</p><p>produção de cebola. Envolve</p><p>os gastos com mão de obra,</p><p>insumos em geral, impostos</p><p>e taxas, manutenção de</p><p>máquinas e benfeitorias etc.</p><p>Custo operacional efetivo</p><p>da produção de cebola</p><p>somado às despesas com</p><p>a mão de obra familiar e</p><p>às depreciações dos bens</p><p>utilizados na atividade ao</p><p>longo da safra.</p><p>Custo operacional total da</p><p>atividade somado ao custo</p><p>de oportunidade investido na</p><p>atividade ao longo da safra.</p><p>Utiliza a taxa de juros de 6%</p><p>ao ano.</p><p>Também é importante considerar:</p><p>Ponto de cobertura total (PCT) (kg/safra)</p><p>Custo total da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda do quilograma</p><p>da cebola ao longo do período.</p><p>Ponto de cobertura operacional efetivo (PCOE) (kg/safra)</p><p>Custo operacional efetivo da atividade no ano dividido pelo preço médio de</p><p>venda do quilograma da cebola ao longo do período.</p><p>Ponto de cobertura operacional total (PCOT) (kg/safra)</p><p>Custo operacional total da atividade na safra dividido pelo preço médio de</p><p>venda da cebola ao longo do período.</p><p>E para finalizar os indicadores de custos:</p><p>PCT =</p><p>CT da atividade na safra</p><p>Preço médio de venda no período</p><p>PCOE =</p><p>COE da atividade na safra</p><p>Renda bruta no período</p><p>PCOT =</p><p>COT da atividade na safra</p><p>Preço médio de venda no período</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 110</p><p>Custo operacional efetivo/produção de cebola no período (R$/kg)</p><p>Custo operacional efetivo da atividade na safra dividido pela produção de</p><p>cebola no período em quilogramas. Esse indicador mostra qual é o COE de</p><p>cada quilograma de cebola produzido (R$/kg).</p><p>Custo operacional total/produção de cebola no período (R$/kg)</p><p>Custo operacional total da atividade na safra dividido pela produção de cebola</p><p>no período em quilogramas. Esse indicador mostra qual é o COT de cada</p><p>quilograma de cebola produzido (R$/kg).</p><p>Custo total/produção de cebola no período (R$/kg)</p><p>Custo total da atividade na safra dividido pela produção de cebola no período</p><p>em quilogramas. Esse indicador mostra qual é o CT de cada quilograma de</p><p>cebola produzido (R$/kg).</p><p>Custo operacional efetivo/preço do quilo da cebola (%)</p><p>Custo operacional efetivo da atividade na safra dividido pelo preço médio de</p><p>venda da cebola.</p><p>COE da atividade na safra</p><p>Produção total em kg</p><p>COT da atividade na safra</p><p>Produção total em kg</p><p>CT da atividade na safra</p><p>Produção total em kg</p><p>COE unitário</p><p>x 100</p><p>Preço médio de venda de cebola</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 111</p><p>Custo operacional total/preço do quilo da cebola (%)</p><p>Custo operacional total da atividade na safra dividido pelo preço médio de</p><p>venda da cebola.</p><p>Custo total/preço do quilo da cebola (%)</p><p>Custo total da atividade na safra dividido pelo preço médio de venda do</p><p>quilograma da cebola.</p><p>Estoques de capital</p><p>Na produção de cebola, existem diferentes tipos de estoque. Observe!</p><p>COT unitário</p><p>x 100</p><p>Preço médio de venda de cebola</p><p>CT unitário</p><p>x 100</p><p>Preço médio de venda de cebola</p><p>Estoque de capital em</p><p>benfeitorias, máquinas e</p><p>equipamentos (R$/safra)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>benfeitorias, máquinas e</p><p>equipamentos cadastrado</p><p>para a atividade, somado</p><p>ao valor total da terra</p><p>usada na cultura.</p><p>Estoque de capital em</p><p>benfeitorias, máquinas,</p><p>equipamentos e terra</p><p>(R$/safra)</p><p>Estoque de capital em</p><p>máquinas e</p><p>equipamentos (R$)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>benfeitorias, máquinas e</p><p>equipamentos cadastrado</p><p>para a propriedade,</p><p>somado ao valor total</p><p>da terra.</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>máquinas e</p><p>equipamentos cadastrado</p><p>para a propriedade.</p><p>Estoque de capital em</p><p>benfeitorias (R$)</p><p>Estoque de capital em</p><p>terra (R$)</p><p>É o capital médio</p><p>referente a todas as</p><p>benfeitorias cadastrado</p><p>para a propriedade.</p><p>É o capital total referente</p><p>a toda a área da</p><p>propriedade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 112</p><p>Margem</p><p>Margem bruta</p><p>Margem bruta (R$/safra)</p><p>Renda bruta da atividade descontando o custo operacional efetivo da atividade.</p><p>A partir da apuração da margem bruta passamos a ter noção da capacidade</p><p>da atividade de arcar com os custos fixos. Estes sendo pagos, passaremos</p><p>para o cenário de lucro positivo.</p><p>Margem bruta unitária da atividade (R$/kg)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela produção de cebola no período</p><p>analisado. Permite analisar o valor da margem bruta por unidade produzida.</p><p>Margem bruta por área produtiva (R$/ha)</p><p>Margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada para a atividade.</p><p>Importante indicador para analisar a eficiência no uso da área disponível para</p><p>a produção, permitindo fazer comparações com outras atividades.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 113</p><p>Interpretações da margem bruta</p><p>MB > 0</p><p>MB = 0</p><p>MB < 0</p><p>MB < 0 | Margem bruta negativa</p><p>Quando a margem bruta for negativa, significa que a atividade está sendo</p><p>antieconômica, pois o produtor não está conseguindo pagar os seus custos</p><p>operacionais efetivos. Podemos dizer que o produtor está pagando para produzir</p><p>cebolas, já que seus desembolsos estão sendo maiores que suas receitas.</p><p>Neste caso, é preciso tomar medidas urgentes e efetivas no sentido de corrigir</p><p>as falhas para que se possa sair o mais rápido possível dessa situação, pois</p><p>caso ela persista, o produtor será obrigado a deixar a atividade.</p><p>MB = 0 | Margem bruta igual a zero</p><p>Mesmo se a margem bruta for igual a zero, isso ainda é sinal de alerta, pois</p><p>apesar de pagar os custos operacionais efetivos, o produtor não está pagando</p><p>o custo da própria mão de obra (mão de obra familiar) nem a depreciação –</p><p>aliás, nenhum dos seus custos fixos.</p><p>Neste caso, a atividade se mostra inviável no curto prazo.</p><p>MB > 0 | Margem bruta positiva</p><p>Quando a margem bruta for maior que zero, significa que, pelo menos no curto</p><p>prazo, a atividade está sendo viável. Neste caso, a análise deve avançar para</p><p>a margem líquida e para o lucro.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 114</p><p>Margem líquida</p><p>Margem líquida da</p><p>atividade (R$/safra)</p><p>Margem líquida unitária</p><p>(R$/kg ou R$/L)</p><p>Margem líquida por área</p><p>(R$/ha)</p><p>Renda bruta da atividade,</p><p>descontando o custo operacional</p><p>total da atividade.</p><p>Margem líquida da atividade</p><p>dividida pela produção de</p><p>cebolas no período analisado.</p><p>Margem líquida da atividade</p><p>dividida pela área total</p><p>utilizada para a produção de</p><p>cebolas.</p><p>Interpretações da margem líquida</p><p>ML > 0</p><p>ML = 0</p><p>ML < 0</p><p>ML < 0 | Margem líquida negativa</p><p>Quando a margem líquida for menor que zero, significa que a atividade está</p><p>cobrindo os custos variáveis, mas não consegue cobrir todas as depreciações</p><p>e o custo com a mão de obra familiar. Além disso, não remunera o capital</p><p>investido na atividade.</p><p>Analisando economicamente, podemos dizer que a atividade é viável apenas no</p><p>curto prazo e, caso a situação de margem líquida negativa persista, ocorrerá o</p><p>empobrecimento da empresa, inviabilizando a atividade tanto no médio prazo</p><p>como no longo prazo.</p><p>ML = 0 | Margem líquida igual a zero</p><p>Quando a margem líquida for igual a zero, significa que, pelo menos no médio</p><p>prazo, o produtor pode continuar na atividade, pois ele consegue manter o</p><p>seu sistema de produção.</p><p>Cabe ressaltar que essa situação não é estável no longo prazo, pois normalmente</p><p>existe a necessidade de aplicar novas tecnologias e modelos produtivos o que</p><p>Módulo</p><p>4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 115</p><p>requer novos investimentos, tornando o sistema produtivo atual obsoleto e</p><p>não mais competitivo no mercado.</p><p>ML > 0 | Margem líquida positiva</p><p>Quando a margem líquida for maior que zero, isso significa que a atividade</p><p>está sendo economicamente viável tanto no curto prazo como no médio prazo.</p><p>Nesse caso, a análise deve avançar para o lucro da atividade.</p><p>Lucro</p><p>Lucro total da atividade (R$/safra)</p><p>Renda bruta da atividade descontando o custo total da atividade.</p><p>Lucro unitário da atividade (R$/kg)</p><p>Lucro total da atividade dividido pela produção total de cebola.</p><p>Lucro por área (R$/ha)</p><p>Lucro da atividade dividido pela área total utilizada para a produção de cebola.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 116</p><p>Interpretações do lucro</p><p>Lucro negativo</p><p>Quando o lucro for negativo com margem líquida positiva,</p><p>significa que a renda bruta da atividade não está sendo suficiente</p><p>para cobrir o custo operacional efetivo, a mão de obra familiar, a</p><p>depreciação e o custo de oportunidade do capital de acordo com</p><p>a taxa de 6% estabelecida pela metodologia de ATeG.</p><p>Isso caracteriza que a atividade está sendo rentável, porém não</p><p>atrativa economicamente. Portanto, será mais vantajoso para o</p><p>produtor investir todo o capital imobilizado na propriedade em</p><p>outro negócio que apresente maior rentabilidade.</p><p>Lucro igual a zero</p><p>O lucro igual a zero é a situação que chamamos de lucro normal</p><p>e é buscado pela maioria das empresas, pois neste ponto todos</p><p>os custos estão sendo pagos e o produtor obtém a atratividade</p><p>mínima determinada (custo de oportunidade do capital).</p><p>Quando a empresa atinge esse patamar, está no seu ponto de</p><p>cobertura total.</p><p>Lucro positivo</p><p>Quando o lucro é maior que zero, temos o que se chama de</p><p>lucro supernormal. Isso significa que a empresa está cobrindo</p><p>todos os custos de produção, tanto os variáveis quanto os fixos.</p><p>Assim, a atividade pode ser considerada atrativa economicamente</p><p>e viável no curto, no médio e no longo prazo.</p><p>Essa situação mostra que o empresário deve investir mais na</p><p>atividade, pois ela está remunerando seus investimentos.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 117</p><p>Capital empatado por unidade produzida – CEU</p><p>(R$/kg)</p><p>É a soma do capital médio empatado na atividade dividido pela produção total</p><p>no período analisado. Demonstra a eficiência de uso dos bens para a produção</p><p>de cebola.</p><p>Quanto menor o valor de</p><p>capital empatado por</p><p>quilograma, melhor</p><p>estão sendo utilizados os</p><p>bens para produzir.</p><p>Por outro lado, valores</p><p>elevados podem indicar que</p><p>a produção alcançada está</p><p>sendo insuficiente para</p><p>justificar os investimentos</p><p>em infraestrutura produtiva.</p><p>A fórmula de cálculo é a seguinte:</p><p>Estoque de capital médio</p><p>empatado na atividade</p><p>Produção total</p><p>Como a produção de cebola é um ramo de negócio muito versátil e com algumas</p><p>especificidades, não é possível traçarmos valores padronizados para servirem</p><p>de meta. Entretanto, veja o exemplo de uma propriedade que produz essa</p><p>hortaliça.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 118</p><p>Fazenda São João</p><p>Fazenda São João</p><p>O Brasil é um país privilegiado no cenário da</p><p>aquicultura, graças ao seu tamanho e à riqueza</p><p>de suas bacias hidrográficas. Praticante da</p><p>aquicultura, no ano anterior a propriedade</p><p>produziu muito bem, trazendo grande satisfação</p><p>ao seu proprietário, que agora passou a contar</p><p>com a Assistência Técnica e Gerencial.</p><p>Atente-se aos dados:</p><p>• Proprietário: Sr. Antônio.</p><p>• Atividade principal: produção de cebola, com cultivares do tipo baia periforme.</p><p>• Técnica de Campo: Natália.</p><p>Até aqui, foi possível perceber que o resgate de dados tem por</p><p>finalidade identificar os resultados alcançados no exercício anterior</p><p>da atividade, nos moldes de análise da metodologia de Assistência</p><p>Técnica e Gerencial, acelerar a análise comparativa com o exercício</p><p>atual e auxiliar a gestão do negócio de forma mais rápida e eficiente.</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste quarto tópico, você:</p><p>Conheceu a atividade</p><p>de produção de cebola,</p><p>suas características e</p><p>particularidades.</p><p>Entendeu como aplicar</p><p>os indicadores técnicos</p><p>e econômicos nessa</p><p>atividade, da forma mais</p><p>aderente a ela.</p><p>Compreendeu a</p><p>interpretação dos</p><p>indicadores, considerando</p><p>as diferenças dessa</p><p>atividade para com as</p><p>demais apresentadas.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 119</p><p>Tópico 5: Indicadores na floricultura</p><p>Você já imagina como aplicar os indicadores na</p><p>floricultura?</p><p>Neste tópico, você conhecerá mais a fundo a floricultura, suas</p><p>particularidades e seus indicadores, sabendo como interpretá-los</p><p>obtendo informações para o futuro planejamento e gerenciamento</p><p>da atividade.</p><p>A floricultura tem como objetivo a produção de rosas, orquídeas, cravos,</p><p>margaridas e outros produtos dependendo da espécie de flor utilizada. Um</p><p>maior intercâmbio de técnicas e experiências contribuiu decisivamente para o</p><p>estabelecimento da produção de flores como setor importante da agropecuária</p><p>brasileira.</p><p>Hoje, existe um número significativo de produtores atuando nesta</p><p>cadeia, o que reforça a importância de um bom gerenciamento das</p><p>empresas rurais que atuam neste setor.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 120</p><p>Número de plantas por hectare</p><p>A mensuração do número de plantas é obtida por meio da média anual durante</p><p>o ano produtivo das quantidades de plantas que estão em produção somadas</p><p>àquelas que vão começar a produzir (plantas em desenvolvimento vegetal).</p><p>É importante separar esse indicador por espécie de flor produzida na propriedade</p><p>para facilitar a compreensão e a tomada de decisão em relação à produtividade.</p><p>Colheita da produção (botões florais, hastes ou plantas inteiras)</p><p>Na floricultura, são produzidos cravos, orquídeas, rosas, margaridas, crisântemos,</p><p>bocas-de-leão, copos-de-leite, bromélias, entre muitos outros. Portanto, é</p><p>possível ter vários produtos que podem se tornar atividades produtivas na</p><p>floricultura ao mesmo tempo.</p><p>No cálculo da renda bruta da atividade, devemos somar todos os produtos e</p><p>subprodutos comercializados, considerando sua produção anual.</p><p>Preço médio de venda do produto (R$/un.)</p><p>É o preço médio recebido a cada haste, botão floral ou unidade vendida ao longo</p><p>do período analisado. Como já foi mostrado neste módulo, o valor é calculado</p><p>por meio de uma média ponderada pela quantidade vendida do produto ao</p><p>longo do período produtivo.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 121</p><p>Renda bruta da floricultura</p><p>É a renda obtida com a comercialização de orquídeas, rosas, margaridas, cravos,</p><p>crisântemos, bocas-de-leão, copos-de-leite, bromélias etc. no ano produtivo.</p><p>Caso o foco do empresário rural seja somente produzir rosas, ele pode obter sua</p><p>renda bruta ao calcular a quantidade de rosas vendidas em hastes multiplicada</p><p>pelo preço médio ponderado no período avaliado.</p><p>Representatividade por produto</p><p>É a porcentagem da renda do produto comercializado em relação à renda total</p><p>da atividade de produção de flores.</p><p>Caso um empresário rural tenha foco na produção de rosas e esse produto</p><p>represente 80% do faturamento da atividade de produção de rosas, a</p><p>representatividade da rosa será de 80%. Essa porcentagem será utilizada</p><p>para rateio dos custos.</p><p>O mesmo raciocínio vale para todos os produtos da floricultura.</p><p>Custos</p><p>Para este estudo, os custos estão divididos em:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 122</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Total</p><p>Custo Total</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Efetivo</p><p>COE</p><p>COT</p><p>CT</p><p>Custo operacional efetivo da atividade (R$/ano)</p><p>Total dos gastos diretos ao longo do ano para produção dos produtos da</p><p>floricultura como um todo ou por espécie. Envolve os gastos com mão de obra,</p><p>impostos e taxas, manutenção de máquinas e benfeitorias etc.</p><p>Caso um empresário rural tenha foco na produção de orquídeas e esse produto</p><p>represente 60% do faturamento da atividade</p><p>de produção de flores, o custo</p><p>operacional efetivo da produção de orquídea será 60% do custo operacional</p><p>efetivo da atividade de produção de flores.</p><p>Custo operacional efetivo por planta (R$/planta)</p><p>É o custo operacional efetivo da atividade de produção de flores dividido pelo</p><p>número de plantas dessa espécie de flores.</p><p>COE da espécie</p><p>Nº de plantas dessa espécie</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 123</p><p>Custo operacional efetivo por produto (R$/un.)</p><p>É o custo operacional efetivo da atividade da produção de flores (por espécie)</p><p>multiplicado pela porcentagem de representatividade do produto no faturamento</p><p>e dividido pela quantidade do produto que foi produzido no ano produtivo.</p><p>Na prática</p><p>Uma fazenda produtora de orquídeas precisa calcular seu</p><p>custo operacional efetivo</p><p>Observe os dados:</p><p>• representatividade de orquídea no faturamento: 80%;</p><p>• custo operacional efetivo da atividade de produção</p><p>de orquídea: R$ 8.000/ano;</p><p>• produção de orquídeas: 10.000 un./ano.</p><p>80 %</p><p>x</p><p>R$ 8.000,00</p><p>R$ 6.400,00</p><p>R$ 6.400,00</p><p>10.000 unid</p><p>= R$ 0,64</p><p>Ou seja, o custo operacional efetivo por unidade de</p><p>orquídea produzido foi de R$ 0,64 naquele ano.</p><p>COE da atividade da produção de flores</p><p>x</p><p>% representatividade do produto</p><p>Quantidade de produto</p><p>produzido no ano produtivo</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 124</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Total</p><p>Custo Total</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Efetivo</p><p>COE</p><p>COT</p><p>CT</p><p>Custo operacional total da atividade (R$/ano)</p><p>Total dos gastos diretos para obtenção dos produtos das plantas somado às</p><p>despesas com a mão de obra familiar e às depreciações dos bens utilizados na</p><p>atividade ao longo do ano. O cálculo pode ser realizado com o total de espécies</p><p>que existem dentro da propriedade ou por cada espécie de flores.</p><p>Caso um empresário rural tenha na produção margaridas e esse produto</p><p>represente 65% do faturamento da atividade de produção de flores, o</p><p>custo operacional total para a produção de margaridas será 65% do custo</p><p>operacional total da atividade de floricultura.</p><p>Custo operacional total por planta (R$/planta)</p><p>É o custo operacional total da atividade da produção de flores, porém com o</p><p>custo operacional total de cada espécie dividido pelo número de plantas dessa</p><p>espécie.</p><p>COT</p><p>Nº de plantas da espécie</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 125</p><p>Custo operacional total por produto (R$/un.)</p><p>É o custo operacional total da atividade produção de flores (por espécie)</p><p>multiplicado pela porcentagem da representatividade do produto e dividido</p><p>pela quantidade do produto que foi produzido no ano produtivo.</p><p>Na prática</p><p>Ainda sobre a fazenda produtora de orquídeas, veja como</p><p>realizar o cálculo do custo operacional total por produto.</p><p>Dados:</p><p>• representatividade da orquídea no faturamento: 80%;</p><p>• custo operacional total da atividade de produção de</p><p>flores: R$ 15.000/ano;</p><p>• produção de orquídea: 10.000 un./ano.</p><p>80 %</p><p>x</p><p>R$ 15.000,00</p><p>R$ 12.000,00</p><p>R$ 12.000,00</p><p>10.000 unid</p><p>= R$ 1,20</p><p>Assim, o custo operacional total por unidade de orquídea</p><p>produzida é de R$ 1,20 naquele ano.</p><p>COT</p><p>x</p><p>% representatividade</p><p>do produto</p><p>quantidade de produto</p><p>que foi produzido</p><p>no ano produtivo</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 126</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Total</p><p>Custo Total</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Efetivo</p><p>COE</p><p>COT</p><p>CT</p><p>Custo total da atividade (R$/ano)</p><p>Custo operacional total da atividade somado aos custos de oportunidade do</p><p>capital empatado na atividade ao longo do ano. O cálculo pode ser realizado</p><p>com o total de espécies de flores que existem na propriedade ou por cada</p><p>espécie de flor.</p><p>Custo total por planta (R$/planta)</p><p>É o custo total de uma determinada espécie de flor dividido pelo número de</p><p>plantas dessa espécie.</p><p>Custo total por produto (R$/un.)</p><p>É o custo total da atividade de produção de flores (por espécie) multiplicado</p><p>pela porcentagem da representatividade do produto e dividido pela quantidade</p><p>que foi produzida no ano produtivo.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 127</p><p>Na prática</p><p>Caso uma propriedade rural seja focada na produção de</p><p>crisântemos, considere o exemplo!</p><p>Dados:</p><p>• representatividade: 80%;</p><p>• custo total da atividade de produção de flores:</p><p>R$ 16.000/ano;</p><p>• produção de crisântemos: 8.000 un./ano.</p><p>80 %</p><p>x</p><p>R$ 16.000,00</p><p>R$ 12.800,00</p><p>R$ 12.800,00</p><p>8.000 unid</p><p>= R$ 1,60</p><p>Assim, o custo total por unidade de crisântemos produzida</p><p>foi de R$ 1,60 naquele ano.</p><p>Margem</p><p>Conheça os indicadores de margens bruta e líquida na floricultura!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 128</p><p>Margem bruta</p><p>Margem bruta da atividade</p><p>de produção de flores</p><p>(R$/ano)</p><p>Margem bruta por planta</p><p>(R$/planta)</p><p>Margem bruta por produto</p><p>(R$/un.)</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>descontando o custo</p><p>operacional efetivo da</p><p>atividade, utilizando o total de</p><p>espécies de flores implantadas</p><p>na propriedade ou por espécie</p><p>individualmente.</p><p>Margem bruta da atividade</p><p>dividida pelo número de</p><p>plantas da mesma espécie.</p><p>Margem bruta da atividade</p><p>de produção de flores (por</p><p>espécie) multiplicada pela</p><p>especificação e dividida pela</p><p>produção do produto no</p><p>período analisado.</p><p>Na prática</p><p>Ainda considerando a propriedade produtora de crisântemos,</p><p>vamos calcular sua margem bruta por produto:</p><p>• representatividade: 80%;</p><p>• margem bruta da atividade: R$ 7.000/ano.</p><p>• produção de crisântemos: 6.000 un./ano.</p><p>80 %</p><p>x</p><p>R$ 7.000,00</p><p>R$ 5.600,00</p><p>R$ 5.600,00</p><p>6.000 unid</p><p>= R$ 0,93</p><p>Assim, a margem bruta por unidade de crisântemos</p><p>produzida foi de R$ 0,93 naquele ano.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 129</p><p>Interpretações da margem bruta</p><p>MB > 0</p><p>MB = 0</p><p>MB < 0</p><p>MB < 0 | Margem bruta negativa</p><p>Quando a margem bruta for negativa, isso indica que a atividade está sendo</p><p>antieconômica, pois o produtor não está conseguindo pagar os seus custos</p><p>operacionais efetivos.</p><p>Podemos dizer que o produtor está pagando para produzir, já que seus</p><p>desembolsos estão sendo maiores que suas receitas.</p><p>Nesse caso, o produtor terá que tomar decisões e agir de forma efetiva</p><p>para sair da situação em que se encontra, caso contrário poderá ser</p><p>obrigado a deixar a atividade.</p><p>MB = 0 | Margem bruta igual a zero</p><p>Mesmo que a margem bruta for igual a zero, isso ainda é sinal de alerta, pois</p><p>apesar de pagar os custos operacionais efetivos, o produtor não está pagando</p><p>o custo da própria mão de obra (mão de obra familiar) e nenhum dos seus</p><p>custos fixos.</p><p>Nesse caso, a atividade é considerada inviável, inclusive no curto prazo.</p><p>MB > 0 | Margem bruta positiva</p><p>Quando a margem bruta for maior que zero, isso significa que, pelo menos</p><p>no curto prazo, a atividade está sendo viável.</p><p>Nesse caso, a análise deve avançar para o cálculo da margem líquida</p><p>e do lucro.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 130</p><p>Margem líquida</p><p>Margem líquida da</p><p>atividade da produção de</p><p>flores (R$/ano)</p><p>Margem líquida por planta</p><p>(R$/planta)</p><p>Margem líquida por</p><p>produto (R$/un.)</p><p>Renda bruta da atividade,</p><p>descontando o custo</p><p>operacional total da atividade.</p><p>Margem líquida da atividade</p><p>(por espécie) dividida pelo</p><p>número de plantas dessa</p><p>espécie.</p><p>Margem líquida da atividade</p><p>de produção de flores</p><p>(por espécie) multiplicada</p><p>pela porcentagem da</p><p>representatividade específica</p><p>do produto e dividida pelo</p><p>volume produzido no período</p><p>analisado.</p><p>Na prática</p><p>Agora, considerando uma propriedade produtora de rosas,</p><p>veja como calcular a margem líquida desse produto.</p><p>Dados:</p><p>• representatividade: 80%;</p><p>• margem líquida: R$ 6.000/ano;</p><p>• produção de rosas: 3.000 hastes/ano</p><p>80 %</p><p>x</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 4.800,00</p><p>R$ 4.800,00</p><p>3.000 hastes</p><p>= R$ 1,60</p><p>Assim, a margem líquida por haste de rosa produzida</p><p>foi de R$ 1,60 naquele ano.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 131</p><p>Interpretações da margem líquida</p><p>ML > 0</p><p>ML = 0</p><p>ML < 0</p><p>ML < 0 | Margem líquida negativa</p><p>Quando a margem líquida for menor que zero,</p><p>significa que a atividade está</p><p>cobrindo os custos variáveis, mas não consegue cobrir todas as depreciações, o</p><p>custo com mão de obra familiar e não remunera o capital investido na atividade.</p><p>Analisando economicamente, é possível dizer que a atividade é viável apenas</p><p>no curto prazo.</p><p>Caso a situação de margem líquida negativa persista, ocorrerá o empobrecimento</p><p>da empresa, inviabilizando a atividade tanto no médio prazo como no longo</p><p>prazo.</p><p>ML = 0 | Margem líquida igual a zero</p><p>Se a margem líquida for igual a zero, isso significa que, pelo menos no médio</p><p>prazo, o produtor pode continuar com a atividade, pois ele consegue manter</p><p>o seu sistema de produção.</p><p>Cabe ressaltar que ela não é viável no longo prazo, pois normalmente existe a</p><p>necessidade de aplicar novas tecnologias e modelos produtivos, o que requer</p><p>novos investimentos, tornando o sistema produtivo atual obsoleto e não mais</p><p>competitivo no mercado.</p><p>ML > 0 | Margem líquida positiva</p><p>Quando a margem líquida for maior que zero, isso significa que a atividade</p><p>está sendo economicamente viável no curto prazo e no médio prazo.</p><p>Nesse caso, a análise deve avançar para o cálculo do lucro da atividade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 132</p><p>Lucro</p><p>Veja os indicadores de lucro para a atividade de produção de flores:</p><p>Lucro total da atividade</p><p>de produção de flores</p><p>(R$/ano)</p><p>Renda bruta da atividade</p><p>descontando seu custo total.</p><p>Também se pode realizar o</p><p>cálculo por espécie.</p><p>Lucro unitário da</p><p>atividade (R$/planta)</p><p>Lucro total de uma</p><p>espécie de flor dividido</p><p>pelo número de plantas</p><p>dessa mesma espécie.</p><p>Interpretações do lucro</p><p>Lucro negativo</p><p>Quando o lucro for menor que zero, significa que a remuneração</p><p>da atividade não está sendo suficiente para cobrir o custo de</p><p>oportunidade do capital de acordo com a taxa de 6% estabelecida</p><p>pela metodologia de ATeG.</p><p>Isso caracteriza que a atividade não está sendo atrativa</p><p>economicamente, portanto, caso todo o capital imobilizado na</p><p>propriedade seja investido em outro negócio que apresente</p><p>maior rentabilidade, será mais vantajoso para o empresário. No</p><p>longo prazo, manter-se na situação de lucro negativo inviabiliza</p><p>a atividade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 133</p><p>Lucro igual a zero</p><p>O lucro igual a zero é a situação que chamamos de lucro normal</p><p>e é buscado pela maioria das empresas, pois nesse ponto todos</p><p>os custos estão sendo pagos e o produtor obtém a atratividade</p><p>mínima determinada (custo de oportunidade do capital).</p><p>Quando a empresa atinge esse patamar, está no seu PCT.</p><p>Lucro positivo</p><p>Quando o lucro é maior que zero, temos o chamado lucro</p><p>supernormal. Isso significa que a empresa está cobrindo todos</p><p>os custos de produção, tanto os variáveis quanto os fixos.</p><p>Dessa forma, a atividade pode ser considerada atrativa</p><p>economicamente e viável no curto, no médio e no longo prazo.</p><p>Essa situação mostra que o empresário deve investir mais na</p><p>atividade, pois ela está remunerando seus investimentos.</p><p>Capital empatado por planta (R$/planta)</p><p>Demonstra a eficiência de uso dos bens para a produção na floricultura.</p><p>...melhor será a utilização dos</p><p>bens para a produção.</p><p>Quanto menor for o valor</p><p>por planta...</p><p>Como já mostrado neste módulo, também pode ser calculado o capital empatado</p><p>por produto produzido na floricultura.</p><p>Exemplo: capital empatado por unidade de orquídea produzida.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 134</p><p>Ponto de cobertura total</p><p>Corresponde à quantidade de plantas que a empresa deve possuir para cobrir</p><p>os custos totais de produção.</p><p>O indicador é obtido dividindo o custo total de cada espécie que compõe</p><p>a atividade da floricultura pelo resultado obtido com a divisão da renda</p><p>bruta da espécie pela quantidade de plantas dessa mesma espécie.</p><p>Na prática</p><p>Ainda sobre a propriedade com produção de crisântemos em que foi calculado</p><p>o PCT.</p><p>Dados:</p><p>• renda bruta da produção de crisântemos: R$ 30.000,00/ano;</p><p>• número de plantas: 600;</p><p>• custo total da produção de crisântemos: R$ 20.000,00/ano;</p><p>• renda bruta por planta = R$ 30.000,00 ÷ 600 = R$ 50,00/planta.</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 50,00</p><p>= 400 plantasPCT =</p><p>Caso as estruturas de custos e a produtividade média das plantas não se</p><p>alterem, serão necessárias 400 plantas para o empresário rural cobrir todos</p><p>os custos da atividade de produção de flores.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 135</p><p>Observe os dados e o cálculo:</p><p>• preço do pacote de crisântemos: R$ 13,00/pacote;</p><p>• quantidade de pacotes produzidos: 100/ano;</p><p>• custo total do crisântemo: R$ 1.000,00/ano;</p><p>• ponto de cobertura total = R$ 1.000,00 ÷ R$ 13,00 = R$ 76,00/pacote.</p><p>Isso significa que para cobrir seus custos totais o produtor deverá produzir 76</p><p>pacotes, desde que a estrutura de custos identificada (variáveis + fixos) não</p><p>seja alterada.</p><p>Também podemos calcular o ponto de cobertura total por produto produzido na</p><p>floricultura. Veja o exemplo do cálculo do ponto de cobertura total de pacotes</p><p>de crisântemos.</p><p>R$ 1.000,00</p><p>R$ 13,00/pacote</p><p>= 76 pacotesPCT =</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste quinto tópico, você:</p><p>Conheceu melhor</p><p>a floricultura, suas</p><p>características e</p><p>peculiaridades.</p><p>Compreendeu a</p><p>forma de aplicar os</p><p>indicadores nessa</p><p>cadeia produtiva que</p><p>está em plena expansão</p><p>no Brasil.</p><p>Entendeu como</p><p>interpretar dados</p><p>e informações</p><p>extraídos dela.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 136</p><p>Encerramento do tema</p><p>Você chegou ao final do segundo tema e, durante os estudos, pôde conhecer</p><p>os diversos indicadores técnicos e econômicos das principais cadeias produtivas</p><p>da linha de produção vegetal em nosso país. Agora, finalizada esta etapa, você</p><p>é capaz de:</p><p>Avaliar qualquer</p><p>tipo de atividade</p><p>rural, já que não há</p><p>grande variação na</p><p>forma como esses</p><p>indicadores são obtidos</p><p>e na finalidade para a</p><p>qual são utilizados.</p><p>Reconhecer que</p><p>a anotação e a</p><p>mensuração dos</p><p>indicadores de</p><p>forma correta são</p><p>fundamentais para a</p><p>análise de viabilidade</p><p>técnica e econômica</p><p>dos negócios rurais.</p><p>Aplicar esses</p><p>conhecimentos para</p><p>a identificação de</p><p>entraves tecnológicos</p><p>ou de gestão.</p><p>Esta etapa está no fim, mas foi bem relevante e aprofundada sobre indicadores</p><p>e informações essenciais para a gestão da propriedade rural!</p><p>Agora, para finalizar, acesse o Ambiente de Estudos</p><p>para assistir ao vídeo de Encerramento do Tema e</p><p>continue acompanhando Marcelo e o seu trabalho na</p><p>Fazenda Santa Felicidade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 137</p><p>Atividade de passagem</p><p>Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!</p><p>Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo</p><p>estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?</p><p>Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao</p><p>assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre</p><p>em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.</p><p>Questão</p><p>Sobre indicadores econômicos e técnicos das cadeias, podemos afirmar:</p><p>a. Os indicadores das cadeias de soja e fruticultura (produção de mamão) surgiram</p><p>a partir dos indicadores adotados na cadeia de produção de café.</p><p>b. Cada cadeia agrícola possui os seus indicadores, conhecer e compreender</p><p>as particularidades de cada cadeia contribui para o planejamento de ações</p><p>assertivas.</p><p>c. Os indicadores econômicos são semelhantes entre as cadeias. Os indicadores</p><p>técnicos, por sua vez, são específicos para cada cadeia.</p><p>• Somente A é verdadeira.</p><p>• Somente B é verdadeira.</p><p>• Somente C é verdadeira.</p><p>• A e B são verdadeiras.</p><p>• B e C são verdadeiras.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 138</p><p>Tema 3: Principais formas</p><p>de interpretação de</p><p>indicadores técnicos e</p><p>econômicos</p><p>Introdução</p><p>Você está iniciando o terceiro tema do módulo. O objetivo é que você entenda,</p><p>na prática, que os indicadores apontam a situação da empresa no momento da</p><p>análise, pois são o reflexo dos custos e receitas da propriedade. Interpretando</p><p>os indicadores, você terá embasamento para</p><p>a tomada de decisões.</p><p>Ao final deste tema, você será capaz de:</p><p>• reconhecer que os indicadores ajudam nas decisões internas da empresa rural,</p><p>• manter a consonância com a realidade de uma propriedade rural,</p><p>• garantir o aproveitamento máximo das condições favoráveis.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 139</p><p>Estrutura do tema</p><p>Para facilitar o entendimento do conteúdo, este tema está dividido em tópicos.</p><p>Conheça o objetivo de cada um deles.</p><p>Tema 3</p><p>Tópico 1</p><p>Tópico 2Tópico 5</p><p>Tópico 4 Tópico 3</p><p>Análise e composição dos custos</p><p>Entender como analisar os custos e os fatores que o compõem, tomando como</p><p>base o princípio ou Lei de Pareto.</p><p>Interpretação dos</p><p>indicadores técnicos e</p><p>econômicos</p><p>Aprofundar os</p><p>conhecimentos sobre os</p><p>indicadores que serão</p><p>utilizados na gestão do</p><p>negócio.</p><p>Aplicação das</p><p>principais formas de</p><p>interpretação dos</p><p>indicadores</p><p>Aplicar os conceitos vistos</p><p>ao longo do módulo no</p><p>exemplo da Fazenda</p><p>Santa Felicidade.</p><p>Evolução dos indicadores</p><p>Aprender a aferir se o trabalho desenvolvido</p><p>dentro da propriedade está gerando</p><p>resultados positivos, se as metas estão</p><p>sendo alcançadas e, até mesmo, verificar</p><p>a necessidade de alterações no que foi</p><p>planejado devido a mudanças no cenário</p><p>interno ou externo da propriedade.</p><p>Análise comparativa</p><p>Compreender melhor</p><p>os métodos de análise</p><p>para comparar os valores</p><p>encontrados nos cálculos</p><p>realizados ao longo do curso.</p><p>Agora que você conhece o objetivo de cada um, siga em frente e ótimos estudos!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 140</p><p>Tópico 1: Análise da composição</p><p>dos custos</p><p>Você reconhece a composição dos custos quando está</p><p>analisando os dados da propriedade?</p><p>No decorrer deste tópico, você verá como os indicadores podem</p><p>mostrar pontos críticos presentes nas propriedades e que, muitas</p><p>vezes, são negligenciados.</p><p>A análise segmentada das estruturas dos custos é uma alternativa rápida e</p><p>altamente viável de ser implementada na maioria das empresas rurais.</p><p>Esse é um ponto de partida para a redução dos custos totais de produção,</p><p>que culminará numa perspectiva de maior lucro ao final do período apurado.</p><p>Vale destacar que não estamos afirmando que uma redução de custos é</p><p>garantia de maior lucro. Isso porque o lucro vai variar não somente em</p><p>função de fatores internos (custos), mas também de fatores externos,</p><p>como nos preços dos produtos pagos ao produtor.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 141</p><p>Custo total</p><p>Observe um esquema básico, que demonstra a inter-relação existente entre</p><p>as estruturas do custo total (CT), para facilitar o entendimento e a tomada de</p><p>decisões. Isso ajuda a identificar a origem de cada custo e em qual deles o</p><p>administrador deve agir.</p><p>Analisando de maneira detalhada e entendendo intimamente a estrutura</p><p>dos custos, o administrador poderá tomar decisões mais assertivas para</p><p>o negócio, do ponto de vista gerencial.</p><p>Observe a ligação indireta que há entre o custo fixo e o estoque de capital</p><p>médio (inventário da infraestrutura da empresa rural), cuja entrada nos</p><p>custos de produção se dá através das depreciações e remunerações</p><p>sobre o capital empatado na atividade.</p><p>Assim, quanto maior o estoque, maiores serão os custos em depreciações</p><p>e o custo de oportunidade, e vice-versa.</p><p>Custo</p><p>Total</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Total</p><p>Juro Sobre</p><p>Capital</p><p>Próprio</p><p>Estoque de</p><p>Capital</p><p>Médio</p><p>Depreciação</p><p>Pró-labore do</p><p>Administrador</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>efetivo</p><p>Custo Fixo</p><p>Custo</p><p>Total</p><p>Juro Sobre</p><p>Capital</p><p>Próprio</p><p>Estoque</p><p>de Capital</p><p>Médio</p><p>Depreciação</p><p>Pró-labore do</p><p>Administrador</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>efetivo</p><p>Custo Fixo</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Total</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 142</p><p>Esse tipo de análise de composição dos custos indica os principais pontos</p><p>que, ao serem trabalhados, podem causar maior impacto nos resultados</p><p>financeiros da empresa rural.</p><p>Por exemplo, ao analisar detalhadamente os grupos de despesa que</p><p>compõem o custo operacional efetivo (COE) e identificar quais estão</p><p>onerando mais o COE, é possível identificar os gargalos da atividade</p><p>na empresa rural.</p><p>O ideal é analisar com base em parâmetros de propriedades que alcançam</p><p>bons resultados (benchmarking), até porque ao simplesmente eleger os itens</p><p>de maior peso na composição do COE como os vilões, é possível cometer</p><p>equívocos. Naturalmente alguns grupos serão de maior vulto, como concentrado,</p><p>volumoso e mão de obra na produção leiteira, por exemplo.</p><p>Estes grupos de maior peso merecem sim maior atenção por parte dos</p><p>gestores e técnicos, já que são mais representativos no montante total</p><p>do COE, portanto se estiverem em desequilíbrio, o impacto negativo</p><p>será maior.</p><p>Para facilitar a análise, sugerimos a utilização de uma teoria chamada Princípio</p><p>ou Lei de Pareto.</p><p>Entenda melhor a Lei de Pareto lendo o quadro a seguir!</p><p>Custo</p><p>Total</p><p>Juro Sobre</p><p>Capital</p><p>Próprio</p><p>Estoque de</p><p>Capital</p><p>Médio</p><p>Depreciação</p><p>Pró-labore do</p><p>Administrador</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>efetivo</p><p>Custo Fixo</p><p>Custo</p><p>Operacional</p><p>Total</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 143</p><p>Lei de Pareto</p><p>O papo de hoje é sobre a Lei de Pareto. Você a conhece?</p><p>Essa lei também é chamada de Princípio 80-20, pois</p><p>ela afirma que, para muitos fenômenos, 80% das</p><p>consequências é resultado de 20% das causas.</p><p>Mas o que isso tem a ver com os custos?</p><p>Bom, de acordo com esse pensamento, as causas</p><p>seriam os grupos de elementos de despesa que</p><p>compõem o custo de produção.</p><p>Já as consequências seriam os resultados econômicos.</p><p>No momento de definir as metas e decidir em que</p><p>direção devem ser investidos os maiores esforços, é</p><p>coerente utilizar a Lei de Pareto.</p><p>Na prática, seria identificar os grupos de maior impacto.</p><p>Ou seja, entre todos os grupos, quais são os 20%</p><p>responsáveis por 80% dos resultados.</p><p>Dessa forma, ao resolver os problemas responsáveis</p><p>por essa porcentagem, teoricamente pelo menos 80%</p><p>dos problemas com os custos estariam resolvidos.</p><p>Assim fica mais prático, não é?</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 144</p><p>Composição do COE na atividade de citricultura</p><p>Observe um exemplo de composição do COE na atividade de citricultura em</p><p>uma propriedade.</p><p>19,73%</p><p>28,97%</p><p>0,10%</p><p>0,66%</p><p>8,89%</p><p>11,01%</p><p>13,80%</p><p>16,84%</p><p>Transporte</p><p>Mão de obra contratada</p><p>Produção</p><p>Compras</p><p>Administração e gestão</p><p>Comercialização</p><p>Manutenção dos pomares</p><p>Adubação de cobertura</p><p>dos pomares</p><p>Você pode observar que três grupos de despesas (adubos, transporte e mão</p><p>de obra contratada) representam mais de 60% do desembolso do produtor no</p><p>período analisado.</p><p>Se no planejamento de melhorias o foco estiver em mais eficiência na utilização</p><p>desses insumos e fatores de produção, com certeza será possível alcançar</p><p>melhores resultados econômicos.</p><p>É importante ressaltar que o trabalho de gestão do custo de produção</p><p>não é simples e depende de análise técnica especializada. Em alguns</p><p>momentos, ao invés de reduzir custos, talvez seja necessário aumentá-</p><p>los, para que se possa alcançar os resultados almejados através da</p><p>economia de escala.</p><p>Esse é um processo que deve ser tratado permanentemente pelo Técnico de</p><p>Campo que vai usar a metodologia de ATeG para alcançar o equilíbrio dos custos.</p><p>Além disso, ao identificar o grupo de elementos de despesas que será alvo da</p><p>intervenção na empresa, o Técnico de Campo precisa avaliar quais são os</p><p>elementos mais impactantes, ou seja, qual ou quais deles estão contribuindo</p><p>mais para o somatório das despesas.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 145</p><p>Pare para pensar</p><p>É bastante comum que a ideia inicial de quem quer “cortar</p><p>custos” seja eliminar os gastos considerados supérfluos,</p><p>uma vez que, à primeira vista, eles não são indispensáveis</p><p>ao processo produtivo.</p><p>Sob esse ponto de vista, um gasto “supérfluo” pode ser</p><p>a própria contratação da Assistência Técnica e Gerencial.</p><p>Afinal, o produtor tende a pensar que “antes de contratar</p><p>e econômicas,</p><p>• conhecer os indicadores técnicos e econômicos aplicados a cada uma das</p><p>principais cadeias, entendendo como são calculados e qual é a origem das</p><p>referências,</p><p>• interpretar os indicadores, usando decomposição dos custos, análise comparativa</p><p>e análise evolutiva.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 8</p><p>Praticando...</p><p>Agora que você conhece os temas que serão trabalhados no módulo, o que</p><p>acha de ver esses conceitos de forma mais prática?</p><p>Assista ao vídeo Introdução no Ambiente de Estudos</p><p>e entenda como poderá praticar e refletir durante</p><p>todo o módulo, acompanhando a história do Técnico</p><p>Marcelo e da Fazenda Santa Felicidade.</p><p>Desafios da jornada</p><p>Vale lembrar que o conteúdo é todo interligado, por isso, você precisa conhecer</p><p>o primeiro tema, lendo todos os tópicos, e realizar a Atividade de Passagem,</p><p>para depois iniciar o tema seguinte.</p><p>Veja os ícones abaixo e relembre os tipos de desafios que você encontrará</p><p>ao longo do módulo!</p><p>Pense e Decida</p><p>Situações práticas e objetivas em que você deve analisar o cenário</p><p>e tomar uma decisão. Não possui valor para a certificação.</p><p>Atividade de Passagem</p><p>Tem o objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento</p><p>em relação ao conteúdo do tema correspondente para prosseguir</p><p>para o tema seguinte.</p><p>Estudo de Caso</p><p>Obrigatório e de valor avaliativo, o Estudo de Caso consiste em</p><p>uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 9</p><p>Simulado</p><p>Depois de passar por todos os temas do módulo e tiver completado</p><p>a última atividade, você deverá responder o Simulado.</p><p>Avaliação</p><p>A Avaliação é obrigatória e tem como objetivo verificar o seu</p><p>desempenho em cada módulo.</p><p>Fórum</p><p>O Fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre</p><p>você e o tutor. Existe um Fórum por módulo, que fica aberto</p><p>durante todo o seu período de estudos nesta fase.</p><p>Ah, não se esqueça:</p><p>• Realize, no Ambiente de Estudos, a pesquisa de satisfação.</p><p>• A nota do módulo é composta por uma média simples.</p><p>• Para passar: Avaliação + Estudo de Caso ÷ 2 = 6 ou mais.</p><p>Tenha uma ótima jornada de conhecimento e crescimento. Bons estudos!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 10</p><p>Tema 1: Introdução ao</p><p>estudo de indicadores</p><p>Introdução</p><p>Você está iniciando o primeiro tema do módulo. O objetivo é que você conheça</p><p>o desempenho em suas duas dimensões – esforço e resultado – e a</p><p>mensuração deles, feita pelos indicadores técnicos e econômicos. Além disso,</p><p>é preciso compreender esses conceitos aplicados na linha de produção</p><p>vegetal, já que a composição e a interpretação dos indicadores é a base para</p><p>a gestão.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 11</p><p>Ao final deste tema, você será capaz de:</p><p>• utilizar os conceitos de desempenho e seus indicadores,</p><p>• diferenciar informações técnicas e econômicas de indicadores técnicos e</p><p>econômicos,</p><p>• realizar corretamente os cálculos dos indicadores,</p><p>• aplicar esses conceitos na linha de produção vegetal.</p><p>Estrutura do tema</p><p>Em um bom gerenciamento, é importante medir o desempenho nas propriedades</p><p>e evitar que as decisões sejam tomadas empírica e automaticamente com o</p><p>risco de que os resultados encontrados sejam aleatórios. Para garantir que</p><p>esse conteúdo seja melhor assimilado por você, o tema foi dividido em tópicos.</p><p>Conheça o objetivo de cada um.</p><p>Tema 1</p><p>Tópico 1</p><p>Tópico 2Tópico 5</p><p>Tópico 4 Tópico 3</p><p>Gestão de desempenho</p><p>Conhecer o conceito de desempenho em suas</p><p>duas dimensões: esforço e resultado.</p><p>Introdução aos</p><p>indicadores técnicos e</p><p>econômicos</p><p>Aprofundar seus</p><p>conhecimentos sobre cálculo</p><p>e sobre as definições que os</p><p>indicadores devem utilizar</p><p>na gestão do negócio.</p><p>Tópico 5: Aplicação</p><p>dos indicadores</p><p>econômicos na</p><p>produção de uva</p><p>Aplicar os indicadores</p><p>econômicos na</p><p>produção de uva.</p><p>Aplicação dos</p><p>indicadores técnicos na</p><p>atividade de fruticultura</p><p>Aplicar os indicadores</p><p>técnicos para avaliar a</p><p>atividade de fruticultura.</p><p>Indicadores e informações</p><p>técnicas e econômicas</p><p>Obter as principais</p><p>informações técnicas e</p><p>econômicas que fundamentam</p><p>a produção de indicadores</p><p>técnicos e econômicos.</p><p>Tópicos bem interessantes, não? Agora que você já sabe qual é o tema de</p><p>cada um, siga em frente!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 12</p><p>Tópico 1: Gestão de desempenho</p><p>Muito se fala sobre desempenho, mas o que esse conceito</p><p>significa na gestão de uma propriedade rural?</p><p>No decorrer deste tópico, você vai conhecer o que são indicadores,</p><p>quais são os tipos de desempenho e como analisar os resultados</p><p>obtidos, para ter em mente todos os aspectos que envolvem essa</p><p>etapa da gestão.</p><p>A palavra desempenho possui algumas variações em sua interpretação, mas</p><p>na área dos negócios, existe um consenso para o seu entendimento.</p><p>O desempenho pode ser definido pela quantidade de esforços aplicada</p><p>num sistema de produção, que tenha sido capaz de alcançar os resultados</p><p>predefinidos pela organização. Ou seja,</p><p>Esforços ResultadosDesempenho</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 13</p><p>Para sua aplicação prática, o desempenho precisa ser medido. Essa mensuração</p><p>é realizada pelos indicadores, que são distribuídos de forma setorizada pelo</p><p>sistema de produção para dimensionar os esforços e os resultados.</p><p>Indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de</p><p>monitoramento e avaliação das propriedades, pois permitem:</p><p>Acompanhar o</p><p>alcance das metas</p><p>Correção de problemas Melhorias de qualidade</p><p>Identificar avanços</p><p>Verificação de</p><p>necessidades de</p><p>mudança</p><p>Isso significa que os indicadores são as ferramentas de mensuração do</p><p>desempenho.</p><p>“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não</p><p>se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia”</p><p>(DEMING, 1989).</p><p>Sistema de produção e cadeia de valor</p><p>O sistema de produção é o conjunto de processos e ações realizadas</p><p>sobre uma base de recursos (máquinas, equipamentos, benfeitorias, pessoas,</p><p>terra, animas e vegetais) para se produzir algo.</p><p>No meio agropecuário os sistemas são amplos e complexos, sujeitos</p><p>a forças da natureza, como clima, vegetação, solo, biologia etc. Isso</p><p>faz com que parte do sistema de produção não esteja sempre sob o</p><p>controle de decisão do gestor.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 14</p><p>Já a cadeia de valor é definida como o somatório de toda ação ou processo</p><p>necessário para gerar ou entregar produtos ou serviços a um beneficiário. É</p><p>uma representação organizacional que permite melhor visualização do valor ou</p><p>do benefício agregado no processo, sendo utilizada amplamente na definição</p><p>dos resultados e impactos de organizações.</p><p>Mensurar o desempenho com base nos elementos da cadeia de valor permite que</p><p>as organizações analisem suas principais variáveis associadas ao cumprimento</p><p>dos seus objetivos:</p><p>Quantos e quais insumos são</p><p>requeridos.</p><p>Quais ações serão</p><p>executadas.</p><p>Quantos e quais produtos/</p><p>serviços serão entregues.</p><p>Quais impactos finais serão</p><p>alcançados.</p><p>Modelo dos “6 Es” do desempenho</p><p>O modelo dos “6 Es” é uma sistematização da análise do desempenho.</p><p>O estudo desse modelo permite entender o desempenho sob a ótica de</p><p>6 subdimensões que derivam do esforço e do resultado.</p><p>O detalhamento desse estudo é a base para a análise dos indicadores</p><p>técnicos e econômicos que serão apresentados no decorrer do módulo. Os</p><p>indicadores são as ferramentas utilizadas para medir o desempenho em suas</p><p>subdimensões.</p><p>Os “6 Es” são distribuídos da seguinte forma: 3 na dimensão do esforço e</p><p>3 na dimensão do resultado. Entenda!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 15</p><p>Dimensão do Esforço</p><p>Dentro de um sistema de produção, são definidos procedimentos,</p><p>tarefas e metas a serem alcançadas, que são as bases para a</p><p>mensuração do esforço. Ele se divide em três pilares, que serão</p><p>vistos adiante.</p><p>Dimensão do Resultado</p><p>As três dimensões dos resultados estão</p><p>a assistência, eu já produzia”.</p><p>Entretanto, a lógica do equilíbrio de custos é analisar as</p><p>despesas mais impactantes para o custo total. Sem essas</p><p>orientações gerenciais, a tomada de decisões pode ser</p><p>equivocada.</p><p>Pense nisso!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 146</p><p>Composição dos custos fixos e variáveis</p><p>Ao identificar o gasto com a mão de obra contratada como o mais relevante</p><p>item de despesa, devemos colocar em prática ações que visem à melhoria</p><p>do resultado desse elemento de despesa.</p><p>São exemplos de investimento em mais produção (ganhos de escala) e que</p><p>visam a melhor eficiência da mão de obra na atividade:</p><p>tecnologias,</p><p>entre outras</p><p>ações.</p><p>sistema de</p><p>bonificação,</p><p>treinamento e</p><p>capacitação da</p><p>mão de obra,</p><p>bom</p><p>relacionamento</p><p>entre patrão e</p><p>colaborador,</p><p>Não se pode esquecer que também deve ser analisada a composição dos custos</p><p>totais, pois é principalmente neles em que se verifica o impacto dos custos</p><p>fixos (depreciações, custo de oportunidade do capital e mão de obra familiar).</p><p>Veja um exemplo de composição dos custos fixos e variáveis em uma</p><p>atividade rural.</p><p>Custos variáveis: 80%</p><p>Custos fixos: 20%</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 147</p><p>Essa é uma análise importante, pois os custos fixos tendem a ser “invisíveis”</p><p>ao produtor.</p><p>Se a atividade</p><p>não estiver</p><p>pagando esses</p><p>custos fixos...</p><p>a propriedade</p><p>entrará</p><p>numa fase de</p><p>descapitalização,</p><p>não poderá</p><p>substituir seus</p><p>bens ou investir</p><p>mais na atividade,</p><p>o que inviabiliza</p><p>o negócio em</p><p>médio e longo</p><p>prazo.</p><p>Os custos fixos tendem a se manter constantes em curto e médio prazos, não</p><p>sofrendo alterações significativas de valor global de acordo com o volume</p><p>produzido – se as mesmas estruturas forem mantidas.</p><p>A retirada de bens do inventário por meio da venda, doação ou exclusão,</p><p>em caso de benfeitorias, pode contribuir para a redução dos custos</p><p>fixos, já que cessa a incidência de depreciação sobre o valor do bem, o</p><p>que acarretará a redução do capital empatado para a atividade.</p><p>Entretanto, é possível diluir os custos fixos individualmente nas unidades</p><p>produzidas, através do ganho de escala, mantendo-se as mesmas estruturas.</p><p>Dentro de uma visão</p><p>sistêmica genérica, pode-</p><p>se dizer que não existe</p><p>parâmetro de limite</p><p>financeiro para o COE, pois</p><p>ele vai variar de acordo com</p><p>o volume que se deseja</p><p>produzir.</p><p>Porém, isso não anula a</p><p>necessidade de analisar</p><p>frequentemente sua</p><p>composição e participação</p><p>esperada dentro de cada</p><p>sistema, de acordo com</p><p>parâmetros técnicos médios</p><p>do mercado.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 148</p><p>Custo operacional total</p><p>O COT deve ser o mais próximo possível do COE, o que indica baixo impacto</p><p>das depreciações e da mão de obra familiar na estrutura de custos da</p><p>empresa rural.</p><p>Consequentemente, o CT também deverá ficar o mais próximo possível do COT,</p><p>o que indicará baixo impacto do custo de oportunidade do capital empatado</p><p>na atividade.</p><p>O gráfico a seguir apresenta dois cenários distintos.</p><p>0% 20% 40% 60% 80% 100%</p><p>COE COT CT</p><p>A barra inferior representa o elevado distanciamento entre COE, COT e CT,</p><p>demonstrando ineficiência na gestão dos custos fixos.</p><p>0% 20% 40% 60% 80% 100%</p><p>COE COT CT</p><p>Na barra superior, há proximidade entre os indicadores de custos, demonstrando</p><p>uma boa gestão dos custos fixos.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 149</p><p>Agora, veja se o conceito foi bem entendido. Pense um pouco sobre e responda!</p><p>Considere que duas propriedades rurais:</p><p>• produzem os mesmos produtos,</p><p>• obtêm as mesmas receitas e os mesmos custos variáveis e</p><p>• contam com a mesma estrutura de mão de obra familiar.</p><p>Porém, nas análises comparativas a partir do cálculo do COT, elas apresentam</p><p>diferenças significativas, conforme mostra a tabela.</p><p>Descrição</p><p>Propriedades</p><p>A B</p><p>Renda Bruta (RB) R$ 600.000,00 R$ 600.000,00</p><p>Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 350.000,00 R$ 350.000,00</p><p>Custo Operacional Total (COT) R$ 450.000,00 R$ 500.000,00</p><p>Custo Total (CT) R$ 490.000,00 R$ 560.000,00</p><p>Lucro R$ 110.000,00 R$ 40.000,00</p><p>Levando em conta a mesma estrutura de custos da mão de obra familiar, é</p><p>possível atribuir essa discrepância de lucro entre as duas propriedades a:</p><p>Componentes essenciais do custo total</p><p>(CT)</p><p>Demais componentes de custo fixo</p><p>(COT)</p><p>Justifique aqui a sua escolha!</p><p>Pense e decida</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 150</p><p>Feedback</p><p>É essencial se atentar a todos os dados apresentados a você durante a</p><p>análise financeira. O contexto já dizia que os custos da mão de obra familiar</p><p>têm a mesma estrutura. Logo, fica mais claro atribuir a discrepância entre</p><p>os lucros das duas propriedades considerando os outros dois componentes</p><p>do custo fixo: a depreciação e o custo de oportunidade.</p><p>• Diante de um resultado como esse, cabe ao Técnico de Campo analisar:</p><p>• se há “excesso” ou subutilização de infraestrutura na propriedade, o</p><p>que leva ao aumento do COT e, por consequência, do CT, fazendo com</p><p>que o seu lucro fique menor.</p><p>• se é possível um aumento de produção para diluir os custos de</p><p>depreciação e custo de oportunidade, tendo isso como objetivo futuro.</p><p>• se é possível ajustar a produção, realizar um planejamento e as</p><p>adequações técnicas e econômicas que possam aumentar a produção</p><p>sem comprometer a saúde financeira do produtor.</p><p>Realidade do campo</p><p>É interessante ressaltar que na maioria dos casos,</p><p>ao se deparar com propriedades em situação como</p><p>as apresentadas no exemplo, você pode ouvir que</p><p>ambos os produtores obtêm o mesmo lucro em suas</p><p>respectivas atividades.</p><p>Mas na realidade, eles estão calculando o que, na</p><p>metodologia de ATeG, é caraterizado como margem</p><p>bruta, ou seja, MB = RB - COE. Ou seja, os custos</p><p>fixos, por não exigirem desembolso financeiro, estão</p><p>sendo negligenciados ou são desconhecidos.</p><p>O Técnico de Campo deve também analisar se esse “excesso de estrutura”</p><p>não fazia parte do planejamento estratégico da empresa, a qual estaria ciente</p><p>desse impacto, pois tem um projeto de expansão e de aumento de produção.</p><p>Portanto, fique sempre atento!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 151</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste primeiro tópico, você:</p><p>Se aprofundou na</p><p>composição dos custos,</p><p>conhecendo cada elemento</p><p>que faz parte desses</p><p>indicadores.</p><p>Entendeu como</p><p>encontrar esses</p><p>elementos em algumas</p><p>cadeias produtivas</p><p>apresentadas.</p><p>Compreendeu a forma</p><p>correta de analisar</p><p>esses indicadores,</p><p>considerando os</p><p>aspectos relacionados</p><p>a eles.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 152</p><p>Tópico 2: Interpretação de</p><p>indicadores técnicos e econômicos</p><p>Você saberia interpretar os indicadores de forma</p><p>detalhada na propriedade que atende?</p><p>Neste tópico, você vai aprender a interpretar detalhadamente</p><p>o que os indicadores apontam, para criar estratégias gerenciais</p><p>inteligentes com suas indicações, entre os aspectos da propriedade.</p><p>Depois de estimar os custos de produção e seus gargalos, o próximo passo é</p><p>analisar os resultados técnicos e econômicos, para identificar a viabilidade</p><p>econômica e a perpetuidade da atividade em questão.</p><p>Vale destacar que a literatura reúne uma grande variedade de</p><p>indicadores técnicos e econômicos, mas o importante não é o cálculo</p><p>do maior número possível de indicadores, mas sim de um conjunto que</p><p>permita conhecer a situação da propriedade rural, segundo o grau de</p><p>profundidade pretendido pela análise aplicada.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 153</p><p>A quantidade de indicadores que deve ser utilizada depende exclusivamente</p><p>da profundidade da análise que se pretende fazer.</p><p>A interpretação de indicadores pode ser segmentada em duas vertentes:</p><p>técnicos e econômicos. Acompanhe!</p><p>Índices técnicos</p><p>Técnico</p><p>Econômico</p><p>Os índices técnicos são indicativos do desempenho da planta dentro do</p><p>sistema produtivo e:</p><p>• podem ser analisados individual ou coletivamente,</p><p>• possibilitam um diagnóstico</p><p>sobre a eficiência do sistema,</p><p>• fornecem dados para a tomada de decisões gerenciais.</p><p>Eles são obtidos por meio da escrituração da propriedade, abastecida pela</p><p>coleta e registro de dados específicos para cada cadeia produtiva.</p><p>Esses dados são muito importantes e</p><p>precisam ser monitorados no decorrer</p><p>do processo produtivo, devendo</p><p>permanecer sem alterações por todo o</p><p>período, para evitar possíveis</p><p>distorções.</p><p>A partir deles, o técnico e o produtor</p><p>poderão observar se os resultados</p><p>alcançados a cada etapa estão dentro</p><p>do esperado para a atividade escolhida</p><p>e na época e na região em que está</p><p>inserida.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 154</p><p>Entenda melhor a importância das anotações para o produtor assistido!</p><p>A importância das anotações para o</p><p>produtor assistido</p><p>Vamos falar sobre anotações?</p><p>Parece bobagem, mas essa é uma prática essencial</p><p>para a gestão de diversas coisas, principalmente, de</p><p>uma empresa.</p><p>Por isso, é muito importante que você, técnico de</p><p>campo, faça com que o grupo de produtores que você</p><p>atende se sensibilize sobre isso.</p><p>Um gerenciamento baseado na realidade de uma</p><p>propriedade é fundamental para garantir resultados</p><p>efetivos.</p><p>Então, reforçar que eles façam anotações no momento</p><p>da ocorrência, permite essa fidelidade.</p><p>Existe uma tática usada em propriedades atendidas</p><p>pela ATeG, que tem feito sucesso.</p><p>A ideia é estimular o envolvimento da família, como</p><p>cônjuge, filhos e outros familiares, no processo de</p><p>gestão.</p><p>Como você sabe, muitos produtores dizem que a culpa</p><p>pelos problemas de gestão é a falta de tempo ou</p><p>cansaço.</p><p>Outros, mais conscientes, assumem a falta de</p><p>habilidades para lidar com planilhas ou fazer anotações.</p><p>Assim, envolver uma terceira pessoa pode ser um</p><p>motivador para que a metodologia seja aplicada.</p><p>Isso se torna ainda mais relevante quando consideramos</p><p>que existe um índice bem alto de analfabetismo adulto</p><p>nas comunidades rurais, o que pode inviabilizar as</p><p>anotações de campo.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 155</p><p>Por isso, vale sensibilizar e também observar a realidade</p><p>dessas pessoas. para poder ajudá-las nessa questão</p><p>tão importante para a propriedade.</p><p>Uma boa dica para o Técnico de Campo é demonstrar sua organização pessoal,</p><p>apresentando a planilha de controle de custos e mostrando que entende dos</p><p>pontos necessários para a execução da assistência técnica.</p><p>Assim, ele ficará mais confortável quando cobrar do produtor a anotação dos</p><p>dados, não caindo no dito popular “Faça o que eu digo, mas não faça o que</p><p>eu faço”.</p><p>Na prática</p><p>Em uma propriedade de produção de erva-mate, o Técnico</p><p>de Campo encontra uma produtividade de 300 @/ha/ano.</p><p>Como a referência de produtividade é igual a 500 @/ha/</p><p>ano, fica nítido que a propriedade se encontra abaixo do</p><p>esperado.</p><p>A situação vai comprometer os resultados econômicos da</p><p>propriedade, uma vez que esse indicador está fortemente</p><p>atrelado ao sucesso, ou não, da atividade.</p><p>Apenas essa constatação, por si só, não vai alterar o resultado econômico</p><p>– deve haver uma tomada de decisão no campo prático. É aí que entra o</p><p>conhecimento técnico!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 156</p><p>A causa para o fraco desempenho desse indicador deverá ser investigada:</p><p>• Nutrição das plantas?</p><p>• Doenças que estão influenciando a produção?</p><p>• Baixa eficiência dos produtos fitossanitários usados no controle de doenças</p><p>ou pragas?</p><p>• Baixa densidade de plantas por hectare?</p><p>• Alta taxa de mortalidade de plantas: qual é a causa?</p><p>• Baixa quantidade de massa verde por planta (manejo incorreto na colheita</p><p>anterior)?</p><p>O Técnico de Campo deve realizar uma investigação completa no sistema de</p><p>produção para identificar corretamente qual (ou quais) dos pontos analisados</p><p>deve ser aprofundado, em vista do resultado encontrado.</p><p>Indicadores econômicos</p><p>Técnico</p><p>Econômico</p><p>A interpretação de indicadores econômicos visa analisar apenas os resultados</p><p>financeiros apurados no período analisado. Portanto, para o entendimento</p><p>correto dos resultados obtidos, é imprescindível o conhecimento conjunto</p><p>dos indicadores técnicos e econômicos, que estão intimamente ligados.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 157</p><p>É por meio dessa visão de conjunto, em que a análise técnica é utilizada</p><p>para melhorias econômicas, que a ATeG se diferencia das demais</p><p>metodologias em nível de exigência e comprometimento do Técnico de</p><p>Campo. Outro fator diferencial é a limitação do número de propriedades</p><p>em que profissional vai atuar.</p><p>Assim, a metodologia de ATeG se baseia na melhoria dos resultados econômicos</p><p>das propriedades assistidas. Se não for para “ganhar dinheiro”, o produtor não</p><p>precisa de assistência técnica.</p><p>Nesse sentido, é fundamental que o Técnico de Campo conheça e use o quadro</p><p>a seguir, que resume os indicadores econômicos já estudados!</p><p>Situação Análise da RB Resultado Tendência</p><p>1 RB < COE</p><p>RB = COE MB negativa ou zero Sair da atividade</p><p>2 COE < RB < COT MB positiva, com ML</p><p>negativa ou zero</p><p>Sucateamento da</p><p>infraestrutura</p><p>3 COT < RB < CT ML positiva, com</p><p>lucro negativo</p><p>Permanência na</p><p>atividade</p><p>4 RB = CT Lucro zero (normal) Crescimento estável</p><p>5 RB > CT Lucro positivo</p><p>(supernormal)</p><p>Possibilidade de</p><p>investimentos</p><p>O alinhamento da produção com o mercado consumidor é fundamental na</p><p>etapa de planejamento, antes do início da atividade, com a interpretação dos</p><p>indicadores para o planejamento da atividade em curso e futura. Assim, o</p><p>produtor poderá mitigar os efeitos do meio externo, ajustando-se à relação</p><p>entre preço e demanda, podendo assim atuar em um mercado com preços</p><p>justos e custos competitivos.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 158</p><p>[informação extra]</p><p>Uma vez fixado o conceito de que é necessário ficar atento</p><p>aos valores dos indicadores técnicos como forma de obter</p><p>um melhor retorno econômico da atividade, podemos</p><p>lançar mão de uma ótima ferramenta para avaliarmos o</p><p>desempenho da atividade monitorada.</p><p>A ferramenta consiste em criar um quadro de referências</p><p>bibliográficas para aquela cultura, de preferência na região</p><p>em que se está trabalhando.</p><p>É muito importante buscar esses dados de produção locais para termos</p><p>comparativos mais realistas, não frustrando expectativas ao superestimar os</p><p>indicadores, nem correndo o risco de subestimá-los naquela região, gerando a</p><p>sensação de que a produção está dentro do ótimo referenciado, mas sem que</p><p>tenham sido consideradas as características edafoclimáticas e econômicas locais.</p><p>Fazenda Boa Esperança e Fazenda Campo Santo</p><p>Vamos conhecer um exemplo para a viticultura, uma das cadeias mais estudadas</p><p>da fruticultura e que possui muitas referências técnico-econômicas, possibilitando</p><p>o benchmarking.</p><p>Veja no quadro a seguir, índices hipoteticamente alcançados em duas fazendas</p><p>(fictícias) atendidas pela ATeG: Fazenda Boa Esperança e Fazenda Campo Santo:</p><p>1 Indicadores</p><p>técnico-econômicos Referência Fazenda</p><p>Boa Esperança</p><p>Fazenda</p><p>Campo Santo</p><p>2</p><p>Total de plantas em produção</p><p>(PP) sobre o total de plantas</p><p>adultas (PA)</p><p>83% 70% 95%</p><p>3</p><p>Total de plantas em produção</p><p>(PP) sobre o total de plantas do</p><p>pomar (PPo)</p><p>40% 39% 20%</p><p>4 Gasto com fertilizantes sobre</p><p>COE da uva 30% 34% 15%</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 159</p><p>Observando a tabela, é possível que gestores realizem diversas análises</p><p>que vão subsidiar a tomada de decisões na empresa rural.</p><p>Essas medidas de referência devem ser sempre levadas em consideração</p><p>como um parâmetro a ser atingido, porém não significa que, ao alcançar</p><p>essas metas, será possível dizer que a atividade é totalmente viável,</p><p>pois teremos que considerar as características locais do negócio.</p><p>Ao analisar o total de plantas em produção (PP) sobre o total de plantas</p><p>adultas (PA), é possível ver a referência de 83% (meta).</p><p>Na fazenda Boa Esperança, o alcançado foi de apenas 70%.</p><p>Na fazenda Campo Santo, o alcançado foi superior ao esperado,</p><p>95%.</p><p>Em ambos os casos os gestores devem realizar um levantamento de</p><p>dados para complementar a análise desse cenário.</p><p>Fazenda Boa Esperança: fica nítido que há um grande número de plantas</p><p>que não estão produzindo ou com pouca produção e que deveriam estar</p><p>em boa produção. O dever do técnico, agora, é investigar o motivo para</p><p>essa situação:</p><p>• Reprodução (taxa de fecundação de frutos)?</p><p>• Aumento do número de plantas?</p><p>• Erros técnicos no momento de uma pulverização?</p><p>• Problemas sanitários e/ou nutricionais?</p><p>• A medição utilizada foi a mensal ou a média anual?</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 160</p><p>Fazenda Campo Santo: os questionamentos também devem ser realizados,</p><p>pois se esse indicador se mantiver, poderá haver período de escassez</p><p>do produto. Isso porque cada safra é diferente, ou seja, na próxima</p><p>safra, o número de plantas produtivas pode ser menor por causa de</p><p>um problema relacionado à produção, o que causará uma queda brusca</p><p>desse indicador.</p><p>• Houve morte de plantas?</p><p>Enfim, tudo deve ser analisado, já que um grande número de fatores</p><p>está envolvido.</p><p>Ao analisar o total de plantas em produção (PP) sobre o total de plantas</p><p>do pomar (PPo), é possível ver:</p><p>Fazenda Boa Esperança: o índice alcançado de 39% foi bem próximo</p><p>ao desejado (40%). Isso indica que o pomar está estabilizado e essa</p><p>diferença de um ponto percentual pode ter sido causada por um aumento</p><p>de plantas produtivas do pomar.</p><p>Fazenda Boa Esperança: é possível notar que a fazenda possui grande</p><p>quantidade de plantas em fase não produtiva (áreas sendo implantadas</p><p>e áreas com plantas em desenvolvimento vegetativo), o que faz com o</p><p>que o índice alcançado fique abaixo do ideal.</p><p>Quando analisamos esse indicador com o anterior, podemos supor que o</p><p>produtor está projetando um aumento de produtividade, mas, no momento,</p><p>encontra-se com boa parte do pomar em fase de desenvolvimento. Pode</p><p>ter havido remoção de uma área com plantas muito velhas (com padrão</p><p>genético/produtivo não desejado para suas metas) e a consequente</p><p>abertura de novas áreas de cultivo da videira, em consonância com seu</p><p>planejamento estratégico para o negócio.</p><p>2</p><p>3</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 161</p><p>Ao analisar o “Gasto com fertilizantes sobre COE da uva”, já se percebe</p><p>que a referência é o limite de 30% do COE.</p><p>• Fazenda Boa Esperança: 34%</p><p>• Fazenda Campo Santo: 15%</p><p>Esse indicador exerce forte impacto nos custos totais de produção, porém</p><p>sua análise é cercada de complexidades, por ser justamente um custo</p><p>“obrigatório” ao se decidir produzir.</p><p>Não existe uma determinação para seus limites mínimos ou máximos.</p><p>É importante termos um parâmetro para os seus componentes mais</p><p>importantes (gastos com concentrado e mão de obra contratada). Uma</p><p>vez definido em porcentagem, e não em valores, esse indicador sofrerá</p><p>alterações sempre que o COE total foi modificado.</p><p>Fazenda Boa Esperança: devemos observar a rotina da propriedade para</p><p>identificar o motivo desse distanciamento da meta.</p><p>• Distribuição inadequada do fertilizante?</p><p>• As plantas estão ou não divididas em áreas por faixa de produção</p><p>(tempo de produção), premiando as áreas mais produtivas?</p><p>• Há métodos alternativos para baratear a nutrição das plantas,</p><p>mantendo o mesmo nível de uso de fertilizantes ou até o diminuindo?</p><p>• O mercado está remunerando de forma compensatória o valor do</p><p>quilo da uva, a tal ponto que justifique elevar a produção por meio</p><p>do maior fornecimento de fertilizante?</p><p>Assim, notamos que devem ser avaliados diversos fatores antes da</p><p>tomada de decisão de reduzir, manter ou até mesmo de aumentar o</p><p>alcançado neste indicador.</p><p>4</p><p>4</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 162</p><p>Fazenda Campo Santo: foi identificado que a empresa opera abaixo do</p><p>limite estabelecido, não necessariamente indicando uma boa gestão</p><p>desse recurso.</p><p>O melhor custo não é o menor ou o maior, mas quando existe equilíbrio</p><p>em relação à renda bruta gerada.</p><p>No entanto, é preciso analisar o cenário em que essa empresa se encontra,</p><p>pois é possível identificar se é necessário:</p><p>• reduzir ainda mais o indicador, por meio dos mesmos questionamentos</p><p>realizados para a fazenda Boa Esperança,</p><p>• aumentar esse gasto, para que a empresa alcance um maior patamar</p><p>produtivo, diluindo custos fixos, aumentando sua participação no</p><p>mercado e alcançando competitividade suficiente para discutir preços</p><p>com fornecedores e clientes.</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste segundo tópico, você:</p><p>Entendeu como</p><p>interpretar os indicadores</p><p>técnicos e econômicos</p><p>considerando as diversas</p><p>cadeias produtivas</p><p>apresentadas.</p><p>Compreendeu a forma</p><p>de análise usada na</p><p>prática, acompanhando</p><p>os estudos de caso.</p><p>4</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 163</p><p>Tópico 3: Análise comparativa</p><p>Você sabe no que consiste uma análise comparativa em</p><p>uma gestão de propriedade rural?</p><p>A partir de agora, você vai ver como interpretar comparativamente</p><p>os indicadores, entendendo melhor suas particularidades quando</p><p>analisados paralelamente, entre os índices da propriedade rural e</p><p>também em relação a outras propriedades.</p><p>A análise comparativa pode ser feita de várias formas:</p><p>entre</p><p>estados etc.</p><p>entre</p><p>regiões</p><p>entre</p><p>grupos de</p><p>produtores</p><p>entre</p><p>fazendas</p><p>dentro da</p><p>fazenda</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 164</p><p>O produtor, juntamente com o Técnico de Campo, deve mensurar e classificar</p><p>índices técnicos e econômicos de sua propriedade segundo cada sistema,</p><p>identificando unidades produtoras de referência ou benchmarking.</p><p>A utilização de índices dentro da empresa rural é importante para a avaliação</p><p>da capacidade produtiva do negócio e para a adequação da tecnologia utilizada,</p><p>com vistas às metas estabelecidas no planejamento.</p><p>Caso sejam realizadas comparações com outras empresas rurais, elas</p><p>sempre devem ser feitas com empresas bem-sucedidas. O objetivo das</p><p>comparações com essas empresas é poder identificar os pontos a serem</p><p>trabalhados, conhecendo o caminho que já levou a bons resultados.</p><p>Fazenda São Matias</p><p>Fazenda São Matias</p><p>Propriedade com produção de</p><p>arroz irrigado. – Está recebendo</p><p>atendimento de ATeG.</p><p>O Técnico de Campo realizou o diagnóstico e identificou seus indicadores</p><p>técnicos e econômicos mais relevantes.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 165</p><p>Porém, para fugir da visão limitada que essa análise possibilita, ele resolveu</p><p>fazer a comparação com a média obtida nas 10 propriedades superiores</p><p>da região em que a propriedade rural está inserida.</p><p>Observe a tabela!</p><p>Indicadores técnicos e</p><p>econômicos Unidade Fazenda</p><p>São Matias</p><p>Fazendas</p><p>superiores Variação</p><p>Produção por área de arroz* Sacas/ha 130 150 ‒13,34%</p><p>COE por área de arroz R$/ha 2.149,20 2.073,55 ‒3,64%</p><p>CT por saca R$/saca 50,93 43,88 ‒36,57%</p><p>CT por área de arroz R$/ha 7.232,44 6.782,35 ‒6,63%</p><p>O Técnico de Campo pôde notar que, mesmo com uma produção aparentemente boa por área</p><p>de arroz, a propriedade possui desempenho inferior à média de produção (13,34%), quando</p><p>comparada às 10 propriedades superiores de sua região.</p><p>Caso ele se aprofunde mais na análise, fazendo a comparação com uma</p><p>propriedade superior nesse indicador em específico, poderia descobrir uma</p><p>discrepância maior que a encontrada. Isso porque o termo “média” significa</p><p>assumir que metade dos valores está abaixo e outra metade está acima</p><p>do valor encontrado.</p><p>Para solucionar esse “problema”:</p><p>Será necessária uma</p><p>análise de mercado</p><p>e de indicadores</p><p>técnicos.</p><p>Ela deve justificar</p><p>a busca do valor</p><p>superior</p><p>(150 sacas/ha).</p><p>O técnico ainda</p><p>pode definir esse</p><p>valor como meta no</p><p>planejamento.</p><p>Na análise financeira, observou-se que a propriedade está com sua estrutura de</p><p>custos, desde o COE até o CT, mais elevada que a média das 10 propriedades</p><p>superiores em sua região. Assim, também o técnico também deverá buscar</p><p>soluções para essa situação, que são basicamente gerenciais (ambiente interno).</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 166</p><p>Fazenda Campo Largo</p><p>Fazenda Campo Largo</p><p>Propriedade com foco na produção</p><p>de feijão com variedade de média</p><p>tecnologia. – Está recebendo</p><p>atendimento de ATeG.</p><p>O Técnico de Campo realizou o diagnóstico e identificou seus indicadores</p><p>técnicos e econômicos, conforme mostra o quadro a seguir.</p><p>Para fugir da visão limitada que essa análise possibilita, ele também resolveu</p><p>fazer a comparação com a média obtida nas 25 propriedades superiores</p><p>da região em que a propriedade rural está inserida.</p><p>Indicadores técnicos e</p><p>econômicos Unidade Fazenda</p><p>Campo Largo Superiores Variação</p><p>Produção por hectare de feijão Sacas/ha 35 45 22,23%</p><p>COE por hectare de feijão R$/ha 3.650,00 4.200,00 ‒41,82%</p><p>CT por saca R$/saca 152,85 107,77 ‒41,82%</p><p>CT por hectare de feijão R$/ha 5.350,00 7.650,00 30,07%</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 167</p><p>Notou-se que, mesmo com uma produção aparentemente boa por área de</p><p>feijão, a propriedade possui desempenho inferior nesse indicador (22,23%),</p><p>quando comparada com a média de produção das 25 propriedades superiores.</p><p>Para solucionar esse “problema”, deve haver uma análise de mercado e de</p><p>indicadores técnicos que justifique a busca pelo valor superior (45 sacas/ha),</p><p>podendo defini-lo como meta no planejamento.</p><p>Por exemplo:</p><p>sementes certificadas,</p><p>com alto potencial de</p><p>germinação e vigor.</p><p>Para elevar a</p><p>produtividade, a</p><p>fazenda precisará</p><p>investir em</p><p>tecnologias.</p><p>Devem ser</p><p>considerados</p><p>os reflexos</p><p>ambientais e</p><p>econômicos dessa</p><p>decisão.</p><p>Isso vai alterar os custos variáveis com gasto de combustível (semeadura</p><p>de qualidade), os custos fixos com depreciação e os juros anuais. Além disso,</p><p>haverá um maior custo com mão de obra.</p><p>A análise comparativa dos indicadores financeiros mostra que essa fazenda possui</p><p>um COE inferior (13,1%) à média das propriedades superiores. Entretanto, deve-</p><p>se ter em mente que a produção por hectare também é menor, o que justifica</p><p>o menor gasto com sementes, por exemplo, que é o principal componente do</p><p>COE na produção de feijão.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 168</p><p>Pare para pensar</p><p>De outro modo, mesmo com o COE mais oneroso, as</p><p>propriedades superiores apresentam uma média de CT</p><p>por saca inferior (41,82%) à fazenda analisada.</p><p>Isso se dá, principalmente, pela diluição dos custos fixos</p><p>em um maior volume produzido em uma mesma área,</p><p>mesmo que o CT por hectare seja maior (30,07%).</p><p>Assim, será obtida uma renda bruta maior na comercialização</p><p>devido ao volume, considerando-se a prática dos mesmos</p><p>preços para ambos.</p><p>Benchmarking</p><p>Esse conceito já foi apresentado no módulo 1, então é hora de aprofundar um</p><p>pouco mais o nosso conhecimento sobre ele!</p><p>Conceito</p><p>Benchmarking é um processo de comparação de produtos, serviços e</p><p>práticas empresariais com os valores de referência de empresas bem-</p><p>sucedidas, visando ao aperfeiçoamento de métodos e melhoria de desempenho</p><p>de negócios. Esses valores são obtidos por meio de pesquisas para comparar</p><p>as ações de cada empresa.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 169</p><p>Objetivo</p><p>Além de servir para melhorar as funções e os processos de determinada empresa,</p><p>o benchmarking também é um importante aliado para vencer a concorrência,</p><p>uma vez que os valores de referência podem determinar estratégias e possibilitar</p><p>à empresa ter ideias novas em cima do que já é realizado, ou criar algum</p><p>diferencial.</p><p>Referência</p><p>Os valores de referência devem ser utilizados para comparação entre propriedades</p><p>com a mesma realidade de produção ou de uma mesma região, além de serem</p><p>analisados sob o mesmo crivo metodológico. Dessa forma, os valores ficam</p><p>reais e alcançáveis para cada situação.</p><p>Na literatura ainda não foram definidos os melhores índices produtivos para</p><p>as empresas rurais que possam ser aplicados de forma padronizada em todo</p><p>o território nacional. Tal fato deve-se à diversidade edafoclimática brasileira,</p><p>que causa grandes diferenças nos sistemas de produção, com diferentes níveis</p><p>de sucesso em explorações mais ou menos complexas.</p><p>Benchmarking e a propriedade rural</p><p>Neste quesito, a ATeG possui um ótimo diferencial, uma vez que o</p><p>Técnico de Campo atua em propriedades rurais inseridas em uma</p><p>mesma região, geralmente com uma amostragem de dados elevada</p><p>(até 30 propriedades por técnico).</p><p>A busca pelo benchmarking nas propriedades trabalhadas é um processo</p><p>constante, mesmo dentro de um grupo atendido por um único Técnico de</p><p>Campo. Isso porque a produção agropecuária é dinâmica e as estruturas</p><p>de custos e tecnologias são sempre alteradas. O processo deve levar em</p><p>consideração indicador por indicador.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 170</p><p>Se dentro do grupo, uma única</p><p>propriedade detiver os melhores</p><p>indicadores técnicos e econômicos,</p><p>ótimo! Mas, isso é um fato pouco</p><p>comum.</p><p>Sob essa ótica, uma propriedade listada</p><p>como a melhor colocada em</p><p>determinado indicador, na próxima</p><p>análise pode não ser mais.</p><p>Assim, o produtor deverá adequar seu</p><p>sistema produtivo em busca de</p><p>melhorias.</p><p>O benchmarking estimula e facilita as mudanças organizacionais e a melhoria</p><p>de desempenho através da aprendizagem com os outros. O processo de</p><p>avaliação e comparação pode ser efetuado para a propriedade como um</p><p>todo ou para verificar apenas um determinado processo, atividade ou unidade</p><p>de negócio.</p><p>A força do benchmarking concentra-se em:</p><p>• possibilitar a tomada de decisões baseadas em fatos, e não em intuições,</p><p>• apresentar um potencial enorme de benefícios para as empresas rurais quando</p><p>usado como um processo contínuo,</p><p>• identificar de áreas de potencial mudança e como um processo de medição para</p><p>monitorar as melhorias atingidas.</p><p>A metodologia de ATeG adota dois indicadores diferentes quando o assunto é</p><p>“área” em hectares:</p><p>Segundo</p><p>É a chamada área total da</p><p>propriedade.</p><p>Primeiro</p><p>É contabilizada somente a</p><p>quantidade de hectares destinada à</p><p>atividade, ou seja, a área produtiva,</p><p>que pode ser denominada de área</p><p>para pecuária, área de pomar etc.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 171</p><p>No processo de análise de benchmarking, é crucial analisar separadamente</p><p>esses dois indicadores, visto que o Brasil é um país de dimensões continentais</p><p>e que apresenta diversos biomas e uma das mais completas (e complexas)</p><p>legislações ambientais do mundo.</p><p>Consequentemente, esses fatos podem gerar divergências nas análises,</p><p>caso comparemos propriedades que estão localizadas em diferentes</p><p>biomas.</p><p>A delimitação da área para a reserva legal vai variar não somente em função</p><p>do bioma, mas também em relação à sua localização geográfica.</p><p>Entenda!</p><p>Na prática</p><p>Ao analisar duas fazendas distintas com cálculos simples, uma localizada no</p><p>estado do Acre e outra no estado de Goiás, foram obtidos os seguintes dados:</p><p>Item Fazenda Acreana Fazenda Goiana</p><p>Bioma Amazônico Cerrado</p><p>Área de reserva legal* 80% 20%</p><p>Área total da propriedade 100 hectares 100 hectares</p><p>Área para produção (máximo) 20 hectares 80 hectares</p><p>*Sem considerar a área de preservação permanente (APP) e demais tratativas do Novo Código Florestal</p><p>Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012).</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 172</p><p>Caso esses detalhes não sejam observados pelo gestor, poderão ocorrer graves</p><p>erros ao se buscar comparações técnicas e econômicas de propriedades rurais</p><p>em outras regiões.</p><p>Por outro lado, eliminar esse efeito por meio do estudo das áreas realmente</p><p>utilizadas para as atividades poderá se constituir em uma rica ferramenta</p><p>de gestão.</p><p>Ela deve estar sempre evoluindo, conforme evoluem as tecnologias, os processos</p><p>produtivos e gerenciais.</p><p>Com a metodologia de ATeG, o efeito da utilização do benchmarking pode ser</p><p>potencializado, principalmente porque é possível tomar como referência</p><p>não apenas os indicadores das propriedades e sim todos os processos de</p><p>produção</p><p>e manejos utilizados.</p><p>Na prática</p><p>Um técnico que atende 25 propriedades leiteiras</p><p>analisou os indicadores e identificou as 25% melhores.</p><p>Além disso, percebeu que algumas práticas de</p><p>manejo e procedimentos eram comuns entre elas,</p><p>o que as diferenciava dos demais produtores.</p><p>Para melhorar os resultados dos produtores com resultados</p><p>inferiores, bastou replicar as práticas que ele identificou como</p><p>responsáveis pelos resultados dos produtores em melhor situação.</p><p>Tudo isso, respeitando obviamente as particularidades</p><p>de cada propriedade e produtor.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 173</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste terceiro tópico, você:</p><p>Conheceu como</p><p>funciona a análise</p><p>comparativa</p><p>no contexto da</p><p>propriedade rural.</p><p>Se aprofundou</p><p>no conceito de</p><p>benchmarking,</p><p>entendendo como usá-lo</p><p>na realidade do campo.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 174</p><p>Tópico 4: Evolução dos indicadores</p><p>Como funciona a evolução dos indicadores considerados</p><p>nas propriedades rurais?</p><p>No decorrer deste tópico, você vai entender como analisar a evolução</p><p>dos indicadores, com exemplos práticos para ajudá-lo a interpretar</p><p>e fixar os conceitos.</p><p>Por meio da análise de evolução dos indicadores, é possível medir e aferir se:</p><p>• o trabalho desenvolvido dentro da propriedade está gerando resultados positivos,</p><p>• as metas estão sendo alcançadas,</p><p>• há necessidade de alterações no que foi planejado devido a mudanças no cenário</p><p>interno ou externo da propriedade.</p><p>É preciso ter cuidado nas análises de evolução para verificar se fatores externos,</p><p>como anomalias no mercado ou na propriedade, não influenciaram os resultados</p><p>de maneira significativa. Essas influências podem ser tanto positivas quanto</p><p>negativas, mascarando os resultados e levando a uma avaliação equivocada</p><p>do trabalho desenvolvido.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 175</p><p>A análise</p><p>Esta análise representa o último grau de sofisticação na interpretação dos</p><p>indicadores, pois para que se chegue a ela, é necessário:</p><p>Manter o rigor na identificação</p><p>de custos e resultados</p><p>Manter a mesma metodologia</p><p>Preservar sistematicamente</p><p>os dados obtidos em ciclos anteriores</p><p>Além disso, nesta etapa há um processo de melhoria interna, uma espécie de</p><p>autoconcorrência, em que se busca obter resultados superiores aos anteriores,</p><p>ainda que não se tenha atingido o benchmarking ou mesmo se ele já tiver</p><p>sido superado.</p><p>Na realidade do campo</p><p>Para muitos gestores, é mais difícil encontrar as</p><p>limitações ou gargalos internos que estão inclusos na</p><p>atividade da empresa, do que simplesmente buscá-</p><p>los em referências externas e traçar suas metas. É o</p><p>que se chama de círculo vicioso da rotina de trabalho</p><p>– por isso é tão importante a consultoria, a qual traz</p><p>uma visão sistêmica e externa do negócio.</p><p>Veja na tabela algumas análises da evolução de indicadores de uma mesma</p><p>fazenda ao longo de vários ciclos (anos):</p><p>Indicador Ano 0* Ano 1 Ano 2 Variação no último ano</p><p>Área para produção (hectares) 80 80 50 -37,5%</p><p>*“Ano 0” diz respeito ao diagnóstico realizado na propriedade e se refere ao ciclo anterior à</p><p>implantação da metodologia de ATeG.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 176</p><p>Ao analisar esse indicador, foi observado que a área destinada à produção:</p><p>• No primeiro ano de ATeG (ano 1), se manteve igual ao exercício anterior (80</p><p>hectares).</p><p>• No segundo ano (ano 2) houve uma redução dessa mesma área na ordem de</p><p>37,5% em relação ao ciclo anterior.</p><p>Com base nesses dados, é possível pensar em diversas possibilidades para</p><p>descobrir o que houve com essa área, além de atualizar o cálculo de todos os</p><p>indicadores técnicos e econômicos.</p><p>Análise da evolução</p><p>Um produtor, ao apurar o valor da sua margem bruta por hectare, resolveu</p><p>comparar esse índice com os índices alcançados por outros produtores no entorno.</p><p>Percebendo que a sua atividade estava rendendo menos, resolveu reduzir</p><p>sua área plantada para não correr o risco de ter prejuízos e buscou assistência</p><p>técnica para realizar uma análise detalhada de sua produção a fim de descobrir</p><p>qual ponto deveria ser melhorado para aumentar sua renda e voltar a produzir</p><p>no total de sua área.</p><p>Agora, essa área reduzida (exemplo: 30 hectares) deve sair do inventário de</p><p>recursos da atividade, afinal a metodologia de ATeG usa o conceito de centro</p><p>de custos de cada atividade, e essa área não pertence mais a ela.</p><p>Acompanhe um exemplo prático!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 177</p><p>Na prática</p><p>Em uma fazenda com foco na produção de laranjas, será necessário analisar</p><p>a evolução do indicador da mortalidade de plantas de citros durante seu</p><p>desenvolvimento.</p><p>Objetivo:</p><p>• compreender por que é tão importante não apenas registrar os indicadores</p><p>e adotar medidas para corrigi-los, mas também compartilhar esses dados</p><p>com seus produtores (feedback),</p><p>• estimular os produtores para que continuem constantemente buscando</p><p>melhores resultados ou para que se mantenham no mesmo patamar</p><p>Observe a tabela a seguir!</p><p>Indicador Ano 0 Ano 1 Ano 2 Variação no</p><p>último ano</p><p>Mortalidade de</p><p>plantas durante seu</p><p>desenvolvimento</p><p>30% 5% 2% -60%</p><p>Este é um indicador muito importante em todos os pomares, pois é um reflexo</p><p>claro do manejo que a propriedade adota. É mais importante ainda quando</p><p>se trabalha com pomares de alta produção, pois essas plantas que estão</p><p>morrendo, antes mesmo de se iniciar uma produção, seriam a garantia de</p><p>uma longevidade produtiva do pomar.</p><p>O indicador reflete-se</p><p>diretamente na renda</p><p>obtida na atividade,</p><p>pois...</p><p>haverá menos plantas</p><p>e produção de frutas</p><p>para ofertar ao</p><p>mercado e...</p><p>uma quantidade menor</p><p>para diluir os custos fixos</p><p>da atividade por unidade</p><p>produzida (CFM – custo</p><p>fixo médio).</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 178</p><p>Continuando o raciocínio, mesmo não havendo um parâmetro claro que informe</p><p>ao Técnico de Campo qual é a porcentagem ideal para manter, ele sabe que é</p><p>a mais próxima possível de zero.</p><p>Quando constatou a taxa de 30% de mortalidade no ano zero, o Técnico de</p><p>Campo utilizou toda a sua experiência para identificar corretamente quais eram</p><p>os fatores que estavam fazendo com que a propriedade tivesse esse péssimo</p><p>índice e reverteu a situação.</p><p>Fazendo mais uma vez um resgate do tema anterior, além do conhecimento</p><p>e da experiência do técnico, ele pode se valer de indicadores e padrões de</p><p>manejo de outras propriedades que obtêm resultados melhores, ou seja, fazer</p><p>benchmarking.</p><p>Benchmarking na prática</p><p>Na prática</p><p>Considere o seguinte cenário!</p><p>O Técnico de Campo identificou que as plantas em produção</p><p>de uma propriedade não estavam sendo devidamente</p><p>cuidadas antes e durante o ciclo produtivo, acarretando</p><p>uma baixa eficiência na produção e na sanidade da planta.</p><p>Além disso, quando as plantas passavam por uma poda de</p><p>limpeza ou poda verde (geralmente, após a colheita), não</p><p>eram realizadas aplicações de produtos fitossanitários para prevenir a entrada</p><p>de doenças nos ferimentos das podas, pois se acreditava que os ferimentos</p><p>ocasionados iriam cicatrizar somente com a ação do sol.</p><p>Outro problema identificado pelo técnico foi a constatação de várias pragas e</p><p>fungos em plantas daninhas localizadas no meio e nas laterais do pomar, ou</p><p>seja, plantas hospedeiras de pragas e doenças.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 179</p><p>Sugestão</p><p>O técnico prontamente sugeriu ao produtor que providenciasse o uso de calda</p><p>bordalesa (produto à base de sulfato de cobre) para aplicar sobre os ferimentos</p><p>da planta ocasionados pela poda.</p><p>Também instaurou um cronograma sanitário e de monitoramento de pragas</p><p>e doenças que contemplava todas as plantas do pomar, de acordo com as</p><p>necessidades da região, assim como uma rotina de limpeza (eliminação de</p><p>plantas daninhas) de toda a área do pomar, especialmente nas bordas da área</p><p>de produção.</p><p>Resultado</p><p>Assim, foi possível diminuir a mortalidade</p><p>drasticamente de 30% para 5%.</p><p>Ou seja, uma variação de 500%.</p><p>Conclusão</p><p>Quando apresentou ao produtor os dados obtidos com a implementação das</p><p>melhorias, ele ficou muito empolgado e resolveu acompanhar mais de perto</p><p>esse processo.</p><p>Assim, ele pôde observar que no pomar havia plantas com baixa habilidade*</p><p>genética para produção. Por isso, ficou atento em adquirir mudas de produtores</p><p>idôneos, orientando ainda a eliminação dessas plantas do pomar.</p><p>*A baixa habilidade genética para produção é um fenômeno que se observa em plantas</p><p>com baixa produção, baixa taxa de fecundidade de flores (que dão origem ao fruto)</p><p>ou, até mesmo, frutos de tamanho pequeno e retardo no crescimento da planta, que</p><p>acaba não respondendo às aplicações de fertilizantes.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 180</p><p>Vale destacar que o técnico deve estar sempre atento para realizar essa análise</p><p>de evolução em conjunto com a análise comparativa, em especial com as</p><p>propriedades superiores (benchmarking).</p><p>Da mesma forma que a propriedade evolui individualmente, também</p><p>estão em constante evolução as referências (indicadores) superiores,</p><p>forçando a revisão e o estabelecimento de novas metas. Afinal, a gestão</p><p>é um processo contínuo, e não estático.</p><p>O ideal é que se estabeleça um sistema de registros de procedimentos e</p><p>controles de gastos e receitas para que seja possível monitorar e medir os</p><p>efeitos de cada ação realizada. Ou seja, se a partir de determinada data algo</p><p>diferente começou a ser feito, quais foram os resultados obtidos a partir desse</p><p>momento? Assim, a evolução dos indicadores nos mostra se estamos ou não</p><p>no caminho correto.</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste quarto tópico, você:</p><p>Conheceu o conceito de</p><p>evolução dos indicadores</p><p>e como ele influencia</p><p>a análise dos dados da</p><p>propriedade rural.</p><p>Compreendeu a</p><p>importância de</p><p>registrar e controlar os</p><p>indicadores para melhor</p><p>gestão da propriedade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 181</p><p>Tópico 5: Aplicação das principais</p><p>formas de interpretação dos</p><p>indicadores</p><p>O que acha de aplicar os conceitos na prática?</p><p>Neste tópico, você verá como aplicar tudo o que foi visto na Fazenda</p><p>Santa Felicidade, entendendo melhor como analisar todos os</p><p>indicadores na prática.</p><p>Para concluir os estudos sobre indicadores, o que acha de aplicar os conceitos</p><p>vistos no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade?</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 182</p><p>Margem bruta</p><p>Acompanhe os dados para este indicador!</p><p>Fazenda Santa Felicidade</p><p>A Fazenda Santa Felicidade possui margem bruta positiva,</p><p>conforme mostram os dados:</p><p>• MB = RB - COE</p><p>• RB = R$ 281.565,38</p><p>• COE = R$ 58.981,20 [LSCR2]</p><p>• MB = R$ 281.565,38 - R$ 58.981,20</p><p>• MB = R$ 222.584,18</p><p>Interpretação: MB positiva significa que este negócio é</p><p>sustentável no curto prazo.</p><p>Comparação</p><p>As propriedades da agricultura</p><p>não devem comprometer mais</p><p>que 70% de sua renda para</p><p>pagar o COE, pois isso as</p><p>torna muito suscetíveis a</p><p>variações de mercado.</p><p>As mais eficientes na</p><p>atividade leiteira</p><p>comprometem entre 50% e</p><p>70% da renda bruta com o</p><p>COE.</p><p>Ou seja, possuem margem</p><p>bruta de 30% a 50% da</p><p>renda bruta.</p><p>É preciso critério para seguir esses parâmetros, até porque vão variar</p><p>significativamente conforme o sistema de produção analisado. Um sistema de</p><p>produção intensivo tende a ter uma margem bruta menor, porém normalmente</p><p>ela é compensada pelo volume produzido.</p><p>Fazenda Santa Felicidade</p><p>Sendo assim, a fazenda apresenta os seguintes números:</p><p>MB ÷ RB × 100</p><p>R$ 222.584,18 ÷ R$ 281.565,38 × 100 = 79,05%</p><p>Ou seja, a margem bruta corresponde a 79,05% da renda,</p><p>ficando acima da faixa desejável.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 183</p><p>Estratificação dos custos</p><p>Mesmo estando com uma margem bruta saudável, será que o negócio explora</p><p>bem os custos?</p><p>Para descobrir isso, é necessário decompor os custos em seus vários componentes</p><p>e analisar a participação percentual de cada estrato no custo total.</p><p>Observe a tabela com a distribuição dos custos da Fazenda Santa Felicidade.</p><p>Despesas de custeio Valor anual (R$) %</p><p>Mão de obra temporária (diarista) 3.300,00 5,59%</p><p>Técnico agrícola (assessoria) 2.400,00 4,06%</p><p>Sementes 11.700,00 19,83%</p><p>Fertilizantes químicos 6.000,00 10,17%</p><p>Adubos orgânicos 1.170,00 1,98%</p><p>Substrato 7.800,00 13,22%</p><p>Fungicida 720,00 1,22%</p><p>Inseticida 960,00 1,62%</p><p>Energia 1.600,00 2,71%</p><p>Combustível 2.280,00 3,8%</p><p>Aquisição de resíduos orgânicos para compostagem 2.000,00 3,39%</p><p>Embalagens 1.800,00 3,05%</p><p>INSS + impostos + contribuição sindical 4.350,00 7,37%</p><p>Impostos sobre as vendas 2.401,20 4,07%</p><p>Reparos de benfeitorias 5.000,00 8,47%</p><p>Reparos de máquinas e equipamentos 3.500,00 5,93%</p><p>Outros gastos de custeio 2.000,00 3,39%</p><p>Total R$ 58.981,20 100,00%</p><p>Nessa distribuição de custos, o empresário procura as oportunidades de melhoria,</p><p>ou seja, verifica em qual item é possível reduzir os custos sem perder eficiência.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 184</p><p>Evolução</p><p>A Fazenda Santa Felicidade, no ano anterior, apresentava uma margem bruta</p><p>de R$ 195.998,53, que correspondia a 42% da renda. Ou seja, no ano atual</p><p>melhorou o valor absoluto e também a participação da MB na renda.</p><p>Ao avaliar a evolução do indicador, o produtor e o Técnico de Campo elencaram</p><p>as seguintes justificativas:</p><p>Melhora no fluxo de produção com menor dependência de mão</p><p>de obra externa</p><p>Isso foi medido no indicador de eficiência da mão de obra, que era de 150</p><p>unidades de alface/dia homem, e agora é de 329 unidades de alface/dia homem</p><p>(considerando três homens em uma produção anual de 360.365 unidades, ou</p><p>uma produção diária de 927 unidades de alface).</p><p>Ajustes no manejo de produção</p><p>Permitiram um melhor manejo da produção de mudas. Isso antecipa o plantio</p><p>e resulta em menos perdas de mudas ou plantas por morte ou um aumento</p><p>no poder de germinação. Tudo isso gerou receitas que anteriormente eram</p><p>geradas de forma tardia ou que não eram geradas.</p><p>Essas mudanças foram conferidas com os seguintes indicadores técnicos:</p><p>• Taxa de mortalidade de plantas: melhor quando mais próxima de zero.</p><p>• Taxa de germinação de sementes: sempre melhor quando mais próxima</p><p>de 100%.</p><p>Melhor planejamento da produção de alface com o uso de</p><p>adubos orgânicos</p><p>Resultou em melhor qualidade do produto, consequentemente, menor demanda</p><p>por fertilizantes químicos — um dos principais itens da planilha de custo.</p><p>Isso foi constatado com os seguintes indicadores:</p><p>• Gasto com fertilizante/renda bruta da alface.</p><p>• Produção de composto em sacas por ano. Por exemplo: saiu de 200 para</p><p>500 sacas por ano.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 185</p><p>Essa análise nos permite afirmar que a Fazenda Santa Felicidade, operando</p><p>na atividade de produção de alface, é viável no curto prazo e possui uma boa</p><p>estrutura de COE.</p><p>Mas a escala de produção justifica a estrutura? Para responder essa questão,</p><p>é preciso evoluir a análise para a margem líquida.</p><p>Fazenda Santa Felicidade</p><p>Veja os dados da Fazenda Santa Felicidade:</p><p>• RB = R$ 281.565,38</p><p>• COT = R$ 91.863,85</p><p>ML = R$ 281.565,38 - R$ 91.863,85</p><p>ML = R$ 189.701,53</p><p>Interpretação</p><p>A Fazenda Santa Felicidade apresenta margem líquida positiva. Isso significa</p><p>que a escala de produção trabalhada nessa unidade produtiva, que já possui</p><p>margem bruta positiva, é capaz de justificar depreciações e o serviço da</p><p>mão de obra familiar.</p><p>Pode-se concluir que esse negócio se sustenta no longo prazo, mantendo sua</p><p>estrutura de recursos ativa e renovando-os sempre que necessário.</p><p>Você Sabia</p><p>Se uma empresa rural possui margem bruta positiva</p><p>e suficiente para pagar as depreciações e a mão de</p><p>obra familiar, poderá se tornar mais eficiente e atrativa</p><p>aumentando sua escala de produção, pois os valores da</p><p>depreciação não se alteram à medida que a produção</p><p>aumenta, desde que não seja necessária uma revisão</p><p>na estrutura.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência</p><p>Técnica e Gerencial pg. 186</p><p>Observe no exemplo a seguir!</p><p>Na prática</p><p>Imagine as seguintes situações de renda e custos da Fazenda Santa Felicidade.</p><p>• Cenário 1: ela produz 100 unidades de alface por dia.</p><p>• Cenário 2: ela produz 400 unidades de alface usando a mesma estrutura</p><p>Cenário 2 – Produzindo 400 unidades</p><p>• COE = custo operacional efetivo</p><p>• d = depreciação</p><p>• MOF = mão de obra familiar</p><p>Cenário 1 – Produzindo 100 unidades</p><p>COE + d + MOF ÷ renda bruta</p><p>• COE = custo operacional efetivo</p><p>• d = depreciação</p><p>• MOF = mão de obra familiar</p><p>Entenda!</p><p>No cenário 1, se a Fazenda Santa Felicidade produzisse uma média de 100</p><p>unidades por dia, não seria capaz de cobrir o COE, d e MOF. Já no cenário 2,</p><p>com produção de 400 unidades por dia, a propriedade foi viável.</p><p>Como a renda bruta aumentou em maior proporção que o COE e o custo de</p><p>depreciações e da mão de obra familiar não variou, isso resultou em um ganho</p><p>de escala.</p><p>COE d MOF Renda bruta</p><p>COE d MOF Renda bruta</p><p>COE d MOF Renda bruta</p><p>COE d MOF Renda bruta</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 187</p><p>Por fim, vem a questão: esse negócio é atrativo economicamente? Para responder,</p><p>é preciso evoluir a avaliação para o indicador de lucro.</p><p>Fazenda Santa Felicidade</p><p>Veja os dados da Fazenda Santa Felicidade:</p><p>• RB = R$ 281.565,38</p><p>• CT = R$ 97.988,89</p><p>• L = R$ 281.565,38 - R$ 97.988,89 = R$ 183.576,49</p><p>Interpretação</p><p>A Fazenda Santa Felicidade apresenta lucro maior que zero, ou seja,</p><p>lucro supernormal. Dessa forma, podemos dizer que o negócio é atrativo</p><p>economicamente. Para verificar o quanto o negócio é atrativo, devemos evoluir</p><p>a avaliação para a taxa de retorno do capital (TRC), com terra (TRCCT) e sem</p><p>terra (TRCST).</p><p>Acompanhe!</p><p>TRC sem terra (TRCST)</p><p>Dados e cálculo:</p><p>• Estoque de capital sem terra (ECST) = R$ 287.750,00</p><p>• ML = R$ 189.701,53</p><p>x 100TRC sem terra =</p><p>Margem líquida</p><p>ECST</p><p>R$ 189.701,53</p><p>R$ 287.750,00</p><p>TRCST = x 100 TRCST = 65,92%</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 188</p><p>TRC com terra (TRCCT)</p><p>Dados e cálculos:</p><p>• Estoque de capital com terra = R$ 292.750,00</p><p>• ML = R$ 189.701,53</p><p>Em termos médios, ambas as taxas de retorno são boas e mostram a viabilidade</p><p>econômica de longo prazo, pois estão acima dos 6% considerados como</p><p>referência mínima. Porém, cada produtor pode definir qual é a sua própria</p><p>taxa mínima de atratividade, de acordo com o custo de oportunidade que ele</p><p>tem para o seu capital.</p><p>Em linhas gerais, as taxas de retorno do capital sem terra de 71,6% e</p><p>com terra de 70,4% representam bons resultados econômicos.</p><p>Viu só como com muito estudo e dedicação os cálculos e interpretações ficam</p><p>mais fáceis? Lembre-se de que eles são fundamentais para seu bom desempenho</p><p>como Técnico de Campo.</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste quinto tópico, você:</p><p>Compreendeu como</p><p>aplicar os indicadores na</p><p>prática, usando o estudo</p><p>de caso da Fazenda</p><p>Santa Felicidade.</p><p>Entendeu como</p><p>interpretar os dados</p><p>extraídos de todos os</p><p>indicadores aplicados</p><p>no caso.</p><p>Aprendeu a usar a</p><p>evolução e a comparação</p><p>dos indicadores</p><p>para melhor gerir a</p><p>propriedade rural.</p><p>Margem líquida</p><p>ECCT</p><p>TRC com terra =</p><p>R$ 189.701,53</p><p>R$ 292.750,00</p><p>TRCCT = × 100 TRCCT = 64,79%</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 189</p><p>Encerramento do tema</p><p>Você chegou ao final do terceiro tema e, com esses estudos, pôde conhecer uma</p><p>série de indicadores técnicos e econômicos que se tornam importantíssimas</p><p>ferramentas na gestão de qualquer empresa. Agora, finalizada esta etapa,</p><p>você é capaz de:</p><p>Demonstrar aos</p><p>produtores que os</p><p>indicadores refletem,</p><p>em números objetivos,</p><p>os custos e as receitas</p><p>da propriedade,</p><p>mas não são eles os</p><p>responsáveis pela</p><p>situação (positiva ou</p><p>negativa) da empresa.</p><p>Ter cuidado</p><p>com números</p><p>“catastróficos” no</p><p>resultado da atividade,</p><p>entendendo que nem</p><p>tudo que resta depois</p><p>do pagamento das</p><p>despesas diretas é</p><p>lucro.</p><p>Identificar o principal</p><p>entrave na empresa</p><p>analisada e, caso</p><p>ela não esteja sendo</p><p>eficiente, determinar</p><p>se há um fraco</p><p>desempenho técnico,</p><p>o que vai refletir</p><p>negativamente no</p><p>aspecto econômico.</p><p>Você está no final desta terceira etapa, que estava repleta de informações</p><p>importantes para um gerenciamento financeiro eficiente.</p><p>Agora, para finalizar, acesse o Ambiente de Estudos</p><p>para assistir ao vídeo de Encerramento do Tema e</p><p>continuar acompanhando Marcelo e o seu trabalho na</p><p>Fazenda Santa Felicidade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 190</p><p>Atividade de passagem</p><p>Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!</p><p>Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo</p><p>estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?</p><p>Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao</p><p>assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre</p><p>em contato com o tutor no Ambiente de Estudos.</p><p>Questão</p><p>Os indicadores são ferramentas importantes para a análise técnica e econômica</p><p>dos negócios, porém, para que essas ferramentas auxiliem o gestor na tomada</p><p>de decisão, ele precisa saber interpretá-las. Para isso, fazemos distribuição dos</p><p>custos, benchmarking e sua evolução. Com base no estudo de interpretação</p><p>dos indicadores, assinale a alternativa correta.</p><p>a. Entender o percentual dos itens de custo serve para o gestor limitar os gastos</p><p>de cada item, não autorizando a equipe a gastar mais do que o previsto. Isso</p><p>auxilia o controle dos custos. No meio rural, ganha-se muito adotando a lei</p><p>dos custos mínimos.</p><p>b. Benchmarking consiste em comparar seus resultados, processos e práticas com</p><p>os das empresas de referência, que servirão para o produtor se nortear por</p><p>aquelas que obtêm os melhores resultados em sistemas semelhantes ao seu.</p><p>c. O acompanhamento da evolução dos indicadores tem como função constantemente</p><p>aumentar as metas das equipes e, dessa forma, melhorar os resultados da</p><p>empresa. No mundo dos negócios não se pode retroagir.</p><p>d. Uma função importante do benchmarking é copiar as ações das empresas que</p><p>obtêm maiores ganhos sem fazer qualquer adaptação. Afinal, se deu certo na</p><p>fazenda superior, vai dar certo na minha.</p><p>e. A análise dos indicadores de custo não serve para o produtor tomar a decisão</p><p>de gastar mais de um determinado insumo. Analisar os custos pela lógica é</p><p>para gastar menos. Se gastamos pouco é bom. Temos de avaliar nossas ações</p><p>que permitem manter isso.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 191</p><p>Encerramento do módulo</p><p>Durante este módulo você se aprofundou no processo de gestão de um negócio,</p><p>compreendendo o que são os indicadores e como podemos utilizá-los para</p><p>a tomada de decisão nas principais cadeias produtivas da linha de produção</p><p>vegetal. Relembre!</p><p>• Os indicadores são</p><p>ferramentas para medir</p><p>o desempenho nas</p><p>dimensões do esforço</p><p>e do resultado. O</p><p>objetivo do gestor é,</p><p>com o menor esforço</p><p>possível, buscar</p><p>o maior resultado</p><p>possível.</p><p>• A primeira coisa a fazer</p><p>é coletar informações e</p><p>produzir os indicadores.</p><p>Depois vamos interpretá-</p><p>los, saber se operam</p><p>em níveis ótimos e fazer</p><p>o acompanhamento de</p><p>forma perene.</p><p>• Em qualquer cadeia</p><p>produtiva escolhida para</p><p>trabalhar, a técnica e a</p><p>tecnologia são meios para</p><p>que o empresário rural</p><p>ganhe mais dinheiro.</p><p>• Antes de implementar</p><p>uma mudança de</p><p>processo ou de</p><p>aplicar qualquer</p><p>tecnologia estrutural na</p><p>propriedade, é preciso</p><p>fazer uma análise</p><p>mais profunda dos</p><p>investimentos, usando</p><p>todas as ferramentas</p><p>gerenciais, e criar um</p><p>planejamento.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 192</p><p>E, para finalizar esta etapa, acesse o seu Ambiente</p><p>de Estudos e assista ao vídeo de Encerramento do</p><p>Módulo 04!</p><p>Siga em frente e acesse no Ambiente de Estudos o Estudo de Caso, o Simulado</p><p>e a sua Avaliação.</p><p>Sucesso e até o próximo módulo!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 193</p><p>Final de etapa</p><p>Parabéns pelo seu percurso até aqui!</p><p>Este é mais um momento para você aplicar os seus conhecimentos! Então, para</p><p>finalizar o módulo, você deverá realizar as três atividades abaixo, que estão</p><p>disponíveis no seu Ambiente de Estudos. Veja o que deve ser feito!</p><p>Estudo de Caso</p><p>Será apresentada para você, uma situação-problema relacionada</p><p>aos temas estudados no módulo. Analise a situação e responda</p><p>em forma de texto. Essa atividade será corrigida pelo tutor, que</p><p>dará uma nota e um feedback.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 194</p><p>Simulado</p><p>São 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo.</p><p>Você pode realizar o Simulado três vezes, permitindo que você</p><p>se prepare bem para a Avaliação.</p><p>A realização dessa atividade é obrigatória, porém não vale nota.</p><p>Ela é uma ótima oportunidade para verificar o seu conhecimento,</p><p>estudar e ter uma prévia de como será a Avaliação. Aproveite!</p><p>Avaliação</p><p>Depois de realizar o Simulado, você terá acesso à Avaliação.</p><p>Ela também é composta por 17 questões objetivas de múltipla</p><p>escolha e é composta por todo o conteúdo estudado no módulo.</p><p>Essa atividade é obrigatória e vale nota.</p><p>O seu desempenho nela será contabilizado na sua média. A</p><p>correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a correção da</p><p>atividade.</p><p>Onde acessar?</p><p>Para realizar essas atividades, acesse o seu Ambiente de Estudos, no menu</p><p>“Minhas Avaliações”.</p><p>Início | Ambientação | Conteúdo | Biblioteca | Minhas Avaliações | Turma | Comunicação |</p><p>Importante! A Avaliação estará disponível somente depois que você</p><p>passar pelo Simulado. Comece apenas quando tiver a segurança e</p><p>a confiança necessárias nos seus estudos, pois você terá somente</p><p>uma tentativa de acerto.</p><p>Para obter informações mais detalhadas sobre o acesso ou se tiver</p><p>qualquer dúvida, por favor, entre em contato pelo Tira-Dúvidas ou pelo</p><p>e-mail faleconoscoead@faculdadecna.com.br ou ainda pelo telefone</p><p>0800 006 4849 de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h,</p><p>no horário de Brasília.</p><p>Até o próximo módulo!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 195</p><p>Gabarito das questões</p><p>Tema 1</p><p>Alternativa correta: D</p><p>Todas as afirmações são verdadeiras, veja o feedback sequencial delas:</p><p>A. Entre outras funções, a mensuração do esforço permite que o gestor verifique</p><p>se são realizados os procedimentos e as técnicas previstas, ao passo que medir</p><p>o resultado permite ao gestor verificar se o esforço empregado está produzindo</p><p>os resultados técnicos e econômicos esperados.</p><p>B. As informações técnicas são os dados do sistema que permitem ao gestor</p><p>produzir indicadores e tomar decisões. Sem informação não existe gestão.</p><p>C. Os indicadores econômicos são a conversão de informações e números</p><p>capazes de mensurar o desempenho econômico nas atividades.</p><p>D. Esta alternativa é verdadeira e muito importante: diversos gestores,</p><p>especialmente os de formação na área, incidem em uma falha clássica que é</p><p>querer o maior desempenho do animal sem considerar os aspectos econômicos.</p><p>E. A produtividade medida em quilogramas de uva/hectare/ano expressa todas</p><p>as operações técnicas aplicadas na propriedade, podendo promover avanços</p><p>ou retrocessos. Se em uma propriedade for melhorado o sistema de formação</p><p>do pomar, reduzindo a idade da planta na primeira produção em seis meses,</p><p>vai aumentar a produção de uva, pois a mesma quantidade de plantas passou</p><p>a produzir mais.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 196</p><p>Tema 2</p><p>Alternativa correta: E</p><p>A afirmativa A é incorreta, porque os indicadores utilizados nas cadeias não</p><p>foram adaptações de outros. A afirmativa B está correta, pois realmente</p><p>conhecer as especificidades de cada cadeia ajuda a propor um plano de ação</p><p>mais assertivo. Da mesma forma, a afirmativa C também é correta, pois os</p><p>indicadores técnicos variam conforme as características de cada atividade e</p><p>cadeia.</p><p>Tema 3</p><p>Alternativa correta: B</p><p>É muito importante comparar os produtores que estejam em sistemas de</p><p>produção semelhantes e que possuem bons resultados. Dessa forma, você</p><p>pode definir o que fazer para melhorar o seu sistema, sem ter de trocá-lo.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 197</p><p>Referências</p><p>BAHIA, J. Veja a importância de um bom gerenciamento para a empresa.</p><p>Revista Gestão em Negócios. [s.d.]. Disponível em: http://revistagestaoenegocios.</p><p>uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-</p><p>empresa/3016/#. Acesso em: 11 jan. 2017.</p><p>BERNARDO, L. T.; QUEIROZ, A. M. Revista de Economia, v. 7, n. 2, p. 48-</p><p>65, Anápolis, jul./dez. 2011. ISSN: 1809 970-X. 2011. Disponível em: http://</p><p>www.nee.ueg.br/seer/index.php/economia. Acesso em: 13 out. 2016.</p><p>DALCIN, D.; OLIVEIRA, S. V.; TROIAN, A. Gestão rural e a tomada de</p><p>decisão: estudo de caso no setor olerícola. In: 48. Congresso da SOBER –</p><p>Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Tecnologias,</p><p>desenvolvimento e integração social. Campo Grande, 2010.</p><p>UECKER, G. L.; BRAUN, M.; UECKER, A. D. A gestão dos pequenos</p><p>empreendimentos rurais num ambiente competitivo global e de grandes</p><p>estratégias. In: XLIII Congresso da SOBER – Sociedade Brasileira de Economia,</p><p>Administração e Sociologia Rural. Anais […], Ribeirão Preto, 2005.</p><p>mais ligadas aos indicadores</p><p>econômicos, pois são a expressão dos esforços. As dimensões dos</p><p>resultados podem sofrer alterações devido às dimensões dos esforços.</p><p>O entendimento sobre as subdimensões do desempenho pelo modelo dos “6 Es”</p><p>permite identificar que o desempenho pode e deve ser medido nas empresas</p><p>em todas suas dimensões.</p><p>Conheça cada uma das subdimensões do modelo dos</p><p>“6 Es” assistindo ao vídeo que está disponível no seu</p><p>Ambiente de Estudos!</p><p>A mensuração do desempenho é a base para que o gestor de um empreendimento</p><p>tome decisões técnicas ou econômicas. Existe uma máxima que diz: o que</p><p>não se mede não se gerencia.</p><p>Na prática das atividades agropecuárias, são gerados dados por meio de</p><p>medições dentro do sistema de produção e, para que esses dados se</p><p>tornem úteis para tomadas de decisões nas empresas, são transformados em</p><p>indicadores técnicos e econômicos.</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste primeiro tópico, você:</p><p>Conheceu os conceitos</p><p>de desempenho e</p><p>indicadores, entendendo</p><p>a importância deles</p><p>para a gestão.</p><p>Compreendeu que o</p><p>estudo do desempenho</p><p>nas empresas serve</p><p>para ajudar nas</p><p>tomadas de decisões</p><p>assertivas.</p><p>Conheceu o modelo de gestão</p><p>“6 Es”, entendendo que</p><p>qualquer decisão depende da</p><p>mensuração do desempenho</p><p>na dimensão do esforço e na</p><p>dimensão do resultado.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 16</p><p>Tópico 2: Introdução aos</p><p>indicadores técnicos e econômicos</p><p>Quando o assunto é indicadores técnicos e econômicos, a</p><p>mensuração é parte essencial de um modelo de gestão do</p><p>desempenho. Mas será só isso?</p><p>Neste tópico, você verá como mensurar os indicadores, conhecendo</p><p>as diferenças entre quantidade e qualidade, assim como as</p><p>características técnicas e econômicas inerentes a eles.</p><p>A mensuração não deve se restringir apenas à ação que, em sentido estrito,</p><p>apura valores ou medidas dos esforços e resultados, por meio de indicadores. Um</p><p>sistema de mensuração é muito mais do que apenas a geração de indicadores.</p><p>Antes de realizar uma mensuração, devem ser considerados os seguintes</p><p>fatores:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 17</p><p>Dimensões distintas de esforços e resultados</p><p>Gerar indicadores em dimensões distintas de esforços e resultados, com diferentes pesos</p><p>entre eles (uma vez que representam medidas de importâncias distintas). Isso porque, do</p><p>ponto de vista de negócios, esforços sem resultados não conduzem a empresa ao sucesso.</p><p>Uma nota para cada indicador</p><p>Gerar uma nota para cada indicador, ou seja, o resultado de cada indicador</p><p>tem sentido apenas quando associado a um parâmetro a ser alcançado. A</p><p>distância entre o realizado e o esperado direciona as decisões gerenciais.</p><p>Mensuração agregada e ponderada</p><p>Encontrar uma mensuração agregada e ponderada, que permita gerar</p><p>uma nota global, a qual, de certa forma, carregará nela um componente</p><p>avaliativo (do real apurado em relação a um ideal).</p><p>Para o trabalho com indicadores de desempenho, deve-se esquecer o mito</p><p>da “medição absoluta”. Não é necessário monitorar e controlar tudo, nem</p><p>todos ao mesmo tempo, nem na mesma hora.</p><p>A postura correta é a alta seletividade, ou seja, medir apenas o que é</p><p>importante e significativo. A quantidade ideal sofrerá mudanças pelo nível de</p><p>amadurecimento da propriedade, principalmente no que tange ao tratamento</p><p>das questões que envolvem avaliação de performance e desempenho.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 18</p><p>Sempre de acordo com o amadurecimento</p><p>gerencial dos envolvidos.</p><p>Seguir aumentando gradativamente.</p><p>É possível começar com poucos indicadores,</p><p>medindo apenas os processos básicos.</p><p>Os indicadores apontam a situação da empresa no momento da análise,</p><p>porém não são os culpados pela situação do empreendimento, mas apenas o</p><p>reflexo dos custos e receitas da propriedade. Interpretando os indicadores,</p><p>constituímos um embasamento para a tomada de decisão.</p><p>Qualidade e quantidade de indicadores</p><p>A qualidade dos indicadores depende da qualidade dos dados coletados</p><p>na empresa rural. Para garantir a qualidade dessas informações é importante</p><p>que o gestor verifique se as informações condizem com a realidade do sistema</p><p>de produção.</p><p>Isso pode ser feito com:</p><p>• revisão dos registros,</p><p>• controle de estoque,</p><p>• entrevistas com a equipe e</p><p>• checagem in loco.</p><p>Enfim, é fundamental a proximidade</p><p>do gestor com os setores, para</p><p>que ele garanta que o realizado</p><p>está próximo do planejado e que o</p><p>registrado foi o realizado.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 19</p><p>Com relação à quantidade de indicadores, é importante que se produzam os</p><p>indicadores para serem utilizados na tomada de decisão. Do contrário,</p><p>pode desmotivar a equipe, pois causa a percepção de pura burocracia.</p><p>Na prática</p><p>Uma propriedade possui diversos itens</p><p>elétricos em seu inventário de recursos.</p><p>Possivelmente, essa</p><p>propriedade tem falhas</p><p>nos registros dos custos</p><p>de vários itens, o que pode</p><p>comprometer os indicadores</p><p>gerados a partir deles!</p><p>Porém, não tem</p><p>registros de despesas</p><p>com energia elétrica.</p><p>A medição tem que ser orientada para a melhoria do desempenho e vice-versa,</p><p>pois ela extrai informações de gestão, garantindo a qualidade do procedimento.</p><p>Ela deve começar a partir do momento em que o gestor e/ou consultor</p><p>inicia um processo produtivo.</p><p>A realidade do campo</p><p>No meio rural, é comum encontrar pessoas que</p><p>possuem certa aversão a registros e anotações.</p><p>Porém, é essencial que você conscientize o</p><p>empresário rural sobre a importância de registrar</p><p>informações técnicas, mantendo o controle da sua</p><p>propriedade e da produção.</p><p>A gestão do desempenho precisa ser dinâmica e gerar indicadores úteis para</p><p>a tomada de decisões e a melhoria dos resultados do negócio.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 20</p><p>Tomar uma decisão</p><p>não é sinônimo</p><p>de promover</p><p>alterações.</p><p>Manter um processo,</p><p>procedimento ou</p><p>método, também</p><p>é uma tomada de</p><p>decisão.</p><p>A medição dos indicadores deve ser realizada a partir do momento que eles</p><p>passam a ser discutidos. Dessa forma, o produtor rural entende a importância</p><p>da medição.</p><p>É importante destacar que, mesmo que uma meta seja atingida, o indicador</p><p>deve continuar sendo medido. Manter bons indicadores pode ser mais</p><p>difícil do que alcançá-los, especialmente no meio rural, devido a fatores não</p><p>controláveis.</p><p>Na prática</p><p>Uma propriedade chegou à produção média de 300 unidades</p><p>de repolho por dia. Logo após a mudança de um colaborador</p><p>responsável pela área, essa média caiu para 200 unidades</p><p>por dia. Desesperado, o proprietário:</p><p>É possível observar que a simples mudança de um colaborador desencadeou uma série</p><p>de problemas. Na rotina das fazendas isso é muito comum e, portanto, é importante</p><p>definir bem os padrões de procedimento, com o objetivo de manter a excelência.</p><p>Checou os</p><p>procedimentos e</p><p>identificou o problema.</p><p>O novo colaborador não</p><p>estava executando a</p><p>irrigação e a adubação</p><p>conforme o recomendado.</p><p>Por causa disso, as</p><p>plantas apresentavam</p><p>retardamento no seu</p><p>desenvolvimento, o que</p><p>comprometia a escala</p><p>de produção da cultura,</p><p>entre outros problemas.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 21</p><p>Diante de situações como essas, é possível elencar algumas utilidades dos</p><p>indicadores:</p><p>• Mensurar os resultados e gerir o desempenho.</p><p>• Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada de</p><p>decisão.</p><p>• Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais.</p><p>• Facilitar o planejamento e o controle do desempenho.</p><p>• Viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização.</p><p>Para alcançar um melhor entendimento, os indicadores foram divididos em:</p><p>Indicadores</p><p>Técnicos</p><p>de</p><p>Produtividade</p><p>de</p><p>Produção</p><p>Econômicos</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste segundo tópico, você:</p><p>Compreendeu que</p><p>os indicadores</p><p>são utilizados na</p><p>mensuração dos</p><p>esforços e dos</p><p>resultados e, assim,</p><p>fundamentam as</p><p>tomadas de decisão</p><p>nas empresas rurais.</p><p>Entendeu</p><p>que a</p><p>análise dos indicadores</p><p>permite estratificar</p><p>custos, comparar uma</p><p>empresa em períodos</p><p>diferentes e com outras</p><p>empresas similares,</p><p>e estabelecer metas,</p><p>além de ter outras</p><p>funções.</p><p>Viu que os indicadores</p><p>bons dependem</p><p>da qualidade das</p><p>informações coletadas,</p><p>e que é importante ter</p><p>uma rotina de análise</p><p>da consistência dos</p><p>dados registrados na</p><p>empresa.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 22</p><p>Tópico 3: Indicadores e informações</p><p>técnicas e econômicas</p><p>Você consegue identificar os indicadores e as informações</p><p>técnicas e econômicas de uma propriedade rural?</p><p>A partir de agora, você vai conhecer os tipos de informações e de</p><p>indicadores técnicos e econômicos, além da sua importância e a</p><p>forma como devem ser interpretados durante o processo de gestão.</p><p>Acompanhe cada uma das informações e dos indicadores!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 23</p><p>Informações</p><p>técnicas</p><p>Indicadores</p><p>técnicos</p><p>Informações</p><p>econômicas</p><p>Indicadores</p><p>econômicos</p><p>Informações técnicas</p><p>Os dados de dimensionamento do sistema de produção e seus componentes,</p><p>como processos, procedimentos, ações e recursos, assim como os dados de</p><p>produção de cada componente do sistema, são conhecidos como informações</p><p>técnicas.</p><p>Essas informações são essenciais para fundamentar a elaboração dos</p><p>indicadores e podem estar presentes em diversos momentos.</p><p>Conheça a seguir cada um deles!</p><p>Entrada e saída de</p><p>funcionários</p><p>Ano da primeira</p><p>colheita ou primeira</p><p>comercialização</p><p>Quantidade de insumos</p><p>aplicados</p><p>Estoque de insumos</p><p>(entrada e saída)</p><p>Tarefas realizadas e</p><p>pendências</p><p>Número de plantas e</p><p>de produção por planta</p><p>Quantidade de hectares plantados</p><p>ou m², dependendo da cultura</p><p>(como a alface, por exemplo)</p><p>Perda de plantas</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 24</p><p>Informações</p><p>técnicas</p><p>Indicadores</p><p>técnicos</p><p>Informações</p><p>econômicas</p><p>Indicadores</p><p>econômicos</p><p>Indicadores técnicos</p><p>Os indicadores técnicos são obtidos relacionando as informações técnicas</p><p>entre si, para analisar o desempenho do sistema de produção. Com eles, é</p><p>possível avaliar o negócio ou uma atividade agropecuária específica,</p><p>considerando os “6 Es” do desempenho.</p><p>Para sua boa utilização, deve-se dividir o sistema de produção e</p><p>atribuir a cada setor os indicadores que melhor representam um bom</p><p>desempenho.</p><p>A setorização permite uma análise mais específica sobre cada área de uma</p><p>atividade agropecuária. É importante ressaltar que não é preciso medir tudo.</p><p>O processo de gestão de indicadores deve amadurecer junto com a empresa.</p><p>Dessa forma, são usados os indicadores mais representativos de um setor e,</p><p>aos poucos, a análise será aprofundada.</p><p>A setorização não é padrão para todas as</p><p>propriedades que trabalham na mesma atividade.</p><p>Cada propriedade tem suas peculiaridades</p><p>no sistema de produção, como porte, estrutura,</p><p>mão de obra, mecanização etc.</p><p>Consequentemente, o número de setores é</p><p>definido de acordo com a complexidade do</p><p>sistema.</p><p>Observe, na tabela a seguir, um exemplo de setorização e de definição de</p><p>indicadores por fase em uma propriedade de produção de tomate:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 25</p><p>Fase Indicadores</p><p>1. Produção de mudas</p><p>• Germinação (indicador de % de sementes germinadas)</p><p>• Vigor (indicador da capacidade da planta de emergir,</p><p>medido em %)</p><p>• Quantidade de mudas por hectare</p><p>2. Desenvolvimento</p><p>vegetativo</p><p>• Número de hastes por planta que será conduzida para</p><p>produção (geralmente, duas hastes por planta)</p><p>• Altura de inserção da primeira inflorescência</p><p>• Espaçamento de plantio de 1,0 a 1,2 m entre linhas e de</p><p>0,5 a 0,7 m entre plantas</p><p>3. Nutrição de plantas</p><p>• kg de fertilizante / kg de tomate</p><p>• % de custo da adubação por planta</p><p>• kg de fertilizante por hectare ou por planta</p><p>4. Produção de frutos</p><p>• kg ou caixas / hectare</p><p>• Caixas por ano</p><p>• kg / planta</p><p>• Quantidade de frutos ou inflorescência por planta</p><p>5. Reprodução (produção de</p><p>sementes)</p><p>• Longevidade das sementes (tempo de durabilidade)</p><p>• Quantidade de sementes produzidas por planta</p><p>• Produção de sementes em kg / hectare</p><p>• Quantidade de sementes por grama ou por fruto</p><p>Porém, não basta apenas calcular os indicadores. Eles devem ser fornecidos e</p><p>discutidos com o responsável de cada setor, pois isso vai fazer com que ele seja</p><p>capaz de medir o resultado do seu trabalho, o que representa um importante</p><p>motivador da equipe.</p><p>Informações</p><p>técnicas</p><p>Indicadores</p><p>técnicos</p><p>Informações</p><p>econômicas</p><p>Indicadores</p><p>econômicos</p><p>Informações econômicas</p><p>As informações econômicas são, basicamente, os dados de despesas e</p><p>receitas. Essas informações podem ser discriminadas por itens ou grupos,</p><p>especialmente no caso das receitas.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 26</p><p>Conheça a seguir quais são os grupos de despesas!</p><p>Energia e combustíveis</p><p>Fertilizantes</p><p>Serviços preliminares</p><p>para cultivo</p><p>Manutenção de benfeitorias</p><p>e ferramentas</p><p>Impostos e taxas Aluguel e mão de obra</p><p>Produtos fitossanitáriosProdução de mudas</p><p>(sementes, substrato etc.)</p><p>Manutenção de máquinas</p><p>e equipamentos</p><p>Essas informações devem passar por uma análise de consistência, pois é</p><p>preciso tomar cuidado para não esquecer nenhum registro e também para não</p><p>atribuir às atividades despesas que não são delas.</p><p>Entenda!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 27</p><p>Na prática</p><p>• Propriedade: trabalha com atividade de produção de banana.</p><p>• Atividades: banana (fruta) e mudas da planta.</p><p>• Problema: muitas vezes, as despesas e receitas se misturam.</p><p>Considerando que o produtor compra fertilizante e produtos fitossanitários para as</p><p>duas atividades, devendo separar os custos para uma e outra.</p><p>Para melhorar essa gestão, seria melhor que a muda da bananeira, quando pronta</p><p>para o plantio, fosse vendida para a atividade de produção de muda.</p><p>Assim, ele vai compor uma nova atividade, com despesas separadas.</p><p>O estoque de capital médio investido na atividade também faz parte das</p><p>informações econômicas. Ele pode ser:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 28</p><p>capital</p><p>em terra</p><p>Estoque</p><p>capital médio em</p><p>máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>capital em</p><p>animais</p><p>capital médio</p><p>em benfeitorias</p><p>Informações</p><p>técnicas</p><p>Indicadores</p><p>técnicos</p><p>Informações</p><p>econômicas</p><p>Indicadores</p><p>econômicos</p><p>Indicadores econômicos</p><p>Indicadores econômicos são relações feitas com os itens de despesas,</p><p>receitas, recursos de produção e informações técnicas que permitam</p><p>ao gestor tomar decisões.</p><p>Veja alguns exemplos de indicadores econômicos:</p><p>Custo /</p><p>unidade</p><p>de alface</p><p>Gasto com</p><p>fertilizante /</p><p>renda bruta</p><p>COT /</p><p>renda</p><p>bruta</p><p>Margem</p><p>bruta /</p><p>mão de</p><p>obra</p><p>Margem</p><p>líquida /</p><p>unidade</p><p>de alface</p><p>Margem</p><p>líquida /</p><p>estufa de</p><p>produção</p><p>Lucro /</p><p>mão de</p><p>obra</p><p>Fluxo de</p><p>caixa</p><p>Custo /</p><p>muda de</p><p>alface</p><p>Gasto com</p><p>substrato /</p><p>muda</p><p>Margem</p><p>bruta /</p><p>unidade</p><p>de</p><p>alface</p><p>Margem</p><p>bruta /</p><p>estufa de</p><p>cultivo</p><p>Margem</p><p>líquida /</p><p>mão de</p><p>obra</p><p>Lucro /</p><p>unidade de</p><p>alface</p><p>Lucro /</p><p>estufa de</p><p>produção</p><p>Taxa de</p><p>remuneração</p><p>do capital com</p><p>terra</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 29</p><p>Os indicadores econômicos, assim como os técnicos, ajudam na avaliação do</p><p>desempenho dos setores e também do negócio como um todo.</p><p>A implementação de uma técnica ou tecnologia não quer dizer que o negócio</p><p>ficou mais lucrativo. A análise da evolução dos indicadores econômicos</p><p>permite ao gestor verificar se suas decisões estão tornando o negócio mais</p><p>rentável.</p><p>Antes de seguir em frente, o que acha de reforçar alguns conceitos?</p><p>Pense e decida</p><p>Uma propriedade produtora de amendoim, por meio da implementação</p><p>de tecnologias de nutrição e genética de plantas, consegue colher sua</p><p>lavoura 15 dias antes do ciclo normal da cultura.</p><p>Essa otimização na produção significa dizer que a propriedade agora é</p><p>mais lucrativa?</p><p>Com certeza, pois esse tipo</p><p>de esforço já garante retornos</p><p>financeiros imediatos.</p><p>Não necessariamente,</p><p>já que nem</p><p>sempre esses esforços sozinhos</p><p>resultam em ganhos.</p><p>Justifique aqui a sua escolha!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 30</p><p>Feedback</p><p>Nem sempre esses esforços sozinhos resultam em ganhos. Somente depois</p><p>da análise dos indicadores econômicos desse negócio será possível afirmar</p><p>se a otimização está sendo convertida em lucratividade.</p><p>E é essa a principal função dos indicadores econômicos: medir o resultado</p><p>dos esforços aplicados na produção sob o ponto de vista financeiro.</p><p>Para deixar esses conceitos mais claros, acesse o seu</p><p>Ambiente de Estudos e assista ao vídeo Na voz do</p><p>Especialista, no qual o Prof. Erno explica a importância</p><p>dos indicadores!</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste terceiro tópico, você:</p><p>Entendeu a importância</p><p>dos indicadores, como</p><p>as informações técnicas</p><p>e econômicas.</p><p>Conheceu em</p><p>detalhes o conceito</p><p>e a relação entre</p><p>indicadores e</p><p>informações técnicas.</p><p>Viu em detalhes o</p><p>conceito e a relação entre</p><p>indicadores e informações</p><p>econômicas.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 31</p><p>Tópico 4: Aplicação dos indicadores</p><p>técnicos na atividade de fruticultura</p><p>Afinal, como deve ser a aplicação desses indicadores</p><p>técnicos em uma atividade produtiva?</p><p>No decorrer deste tópico, você conhecerá mais a fundo a aplicação</p><p>dos indicadores técnicos e suas informações técnicas em uma</p><p>atividade de fruticultura.</p><p>Produção por planta em produção</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 32</p><p>Um dos indicadores técnicos bastante usados pelo produtor rural é a produção</p><p>por planta que está produzindo.</p><p>Ele permite avaliar a evolução genética das plantas quanto à produção</p><p>média de uma determinada fruta considerando o ambiente específico</p><p>da propriedade e seus fatores de produção.</p><p>Se o produtor tem um pomar especializado com baixa produção média, isso pode</p><p>representar um problema nutricional, reprodutivo (polinização, abortamento</p><p>de frutos etc.), sanitário, ou outro qualquer. O cálculo desse indicador é bem</p><p>simples.</p><p>Observação! A produção considera frutas vendidas + frutas consumidas.</p><p>A avaliação final desse indicador deve ser feita considerando a média dos</p><p>resultados de 12 meses.</p><p>Isso se deve à sazonalidade da produção em algumas propriedades, por causa</p><p>do cultivo geralmente de mais de uma espécie de frutas ou de variedades</p><p>diferentes dentro de uma mesma espécie, ou seja, a produção é variável de</p><p>acordo com o sistema de produção.</p><p>Entenda!</p><p>Produção por</p><p>planta em</p><p>produção</p><p>=</p><p>Produção total anual</p><p>Total de plantas produtivas</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 33</p><p>Na prática</p><p>Assim, é recomendado que na avaliação seja utilizada a média desse indicador em</p><p>12 meses. Observe!</p><p>Uma propriedade usa</p><p>sistemas de produção</p><p>de citros com mais</p><p>de uma variedade</p><p>implantada no pomar.</p><p>Assim, o produtor organiza a</p><p>produção de modo que consiga</p><p>atender ao mercado com uma</p><p>variabilidade de citros e por um</p><p>período maior de tempo. Desse</p><p>modo, o produtor também</p><p>consegue agregar mais valor</p><p>ao seu produto.</p><p>Isso faz com que a</p><p>média de produção</p><p>de citros durante os</p><p>meses do ano fique</p><p>homogênea.</p><p>Mês Colheita JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ. Média</p><p>Laranja</p><p>valência</p><p>toneladas</p><p>Outubro a</p><p>janeiro 12 13 15 20 5 t</p><p>Limão taiti</p><p>toneladas</p><p>Dezembro</p><p>a maio 6 4 5 6 7 5 2.75 t</p><p>Tangerinas:</p><p>ponkan,</p><p>dancy e</p><p>Montenegrina</p><p>toneladas</p><p>Março a</p><p>setembro 8 9 10 12 10 9 11 5.75 t</p><p>Ao longo do ano, o número de plantas em produção é variável. Para este</p><p>cálculo, deve ser registrada a quantidade de plantas em produção por mês</p><p>– normalmente, esse registro é feito sempre na mesma época, por exemplo,</p><p>nos meses de colheita de cada espécie de citros. Depois, é calculada a média</p><p>entre os 12 meses.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 34</p><p>Produção por total de plantas</p><p>Este indicador tem como objetivo avaliar a situação do pomar de laranja valência</p><p>como um todo, mas principalmente em relação à produção, ou seja, se o produtor</p><p>possui, além de plantas produzindo, uma área de pomar em formação.</p><p>Ele pode ser calculado anualmente para saber a produção por planta do total</p><p>de plantas e, a partir desse indicador, avaliar o crescimento da produção por</p><p>ano, seguindo o mesmo raciocínio utilizado no cálculo da produção por planta</p><p>em produção.</p><p>Vale destacar que uma variação muito negativa, ou mesmo a</p><p>estabilização da produção em anos diferentes, pode significar uma</p><p>disfunção no pomar que pode ser na parte reprodutiva das plantas ou</p><p>um problema fitossanitário que esteja levando à morte de plantas.</p><p>A referência para esse indicador depende da genética e do manejo adotado</p><p>para o pomar.</p><p>Para definir a quantidade de plantas, deve ser usada a mesma estratégia no</p><p>cálculo de plantas em produção.</p><p>Somamos o registro de unidades produtivas e o registro anual da</p><p>quantidade de plantas ainda não produtivas para definir o total de unidades</p><p>anualmente. Depois, calculamos a média dos 12 meses.</p><p>Observe!</p><p>Produção por total de</p><p>plantas =</p><p>Produção</p><p>+Nº de plantas</p><p>produtivas</p><p>Nº de plantas</p><p>ainda não</p><p>produtivas</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 35</p><p>Porcentagem de plantas em produção (% PP)</p><p>A porcentagem de plantas em produção sobre o total de</p><p>plantas é outro indicador que mostra o manejo produtivo</p><p>do pomar.</p><p>Digamos que a tangerina seja o principal produto para a</p><p>geração de renda na atividade de fruticultura, então, quanto</p><p>mais alto for esse indicador, mais eficiente será o negócio.</p><p>O cálculo desse indicador é feito anualmente.</p><p>Referência: usualmente, para esse indicador é calculada ao dividir o</p><p>período de produção (PP) esperado pelo intervalo entre produções (IP)</p><p>esperado.</p><p>Cálculo anual</p><p>% plantas em produção = plantas em produção ÷ total de plantas × 100</p><p>Cálculo por período</p><p>% plantas produtivas no total de plantas = PP ÷ IP × 100</p><p>Entenda melhor acompanhando o exemplo a seguir!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 36</p><p>Na prática</p><p>Em pomares de tangerina, limão e laranja com nível</p><p>de especialização produtiva médio, encontramos os</p><p>seguintes dados:</p><p>• período de produção esperado = 12 meses (utilizando</p><p>mais que uma espécie e variedade de citros,</p><p>construindo uma escala de produção);</p><p>• intervalo entre produções esperado = 12 meses</p><p>(uma safra por ano).</p><p>Nesse caso, a referência será:</p><p>Logo, a porcentagem de plantas em produção desejada é 100%. É importante</p><p>salientar que produtores que optam por cultivar citros com várias espécies</p><p>e variedades distribuídas em determinadas épocas do ano conseguem</p><p>produções o ano todo, ou seja, os 100% das plantas.</p><p>% plantas em</p><p>produção no total</p><p>de plantas</p><p>= x 100</p><p>PP</p><p>IP</p><p>% plantas em</p><p>produção no total</p><p>de plantas</p><p>= x 100</p><p>12</p><p>12</p><p>= 100%</p><p>Em pomares, em que se utiliza somente uma espécie de citros de alta produção,</p><p>mas que apresentam uma produção concentrada em uma determinada época</p><p>do ano, essa referência pode ser reavaliada, pois se aceita um menor período</p><p>de produção em um mesmo, mas não terá, logicamente, produção o ano inteiro.</p><p>Referência: o valor de referência para pomares, em que se utiliza somente</p><p>uma espécie de citros de alta produção, deve ser calculado de acordo com</p><p>a realidade de cada propriedade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 37</p><p>Se o período de produção é curto, por exemplo, quatro meses, e o intervalo de</p><p>produção se mantém (12 meses), a porcentagem de plantas em produção</p><p>esperada pode diminuir.</p><p>Na prática</p><p>Numa propriedade de produção de laranja,</p><p>encontramos os seguintes dados:</p><p>• período de produção = 4 meses;</p><p>• intervalo entre produção = 12 meses.</p><p>Nesse contexto, a referência para a porcentagem de plantas produtivas no</p><p>total de plantas é a seguinte:</p><p>% plantas</p><p>produtivas no total</p><p>de plantas</p><p>= x 100</p><p>4</p><p>12</p><p>% plantas</p><p>produtivas no total</p><p>de plantas</p><p>= 33,3%</p><p>Para a apuração da situação produtiva do pomar, é necessário registrar e</p><p>calcular a média dos</p><p>últimos anos (12 anos) das porcentagens de plantas</p><p>em produção sobre o total de plantas do pomar. Esse é um processo a ser</p><p>repetido ano a ano, pois o resultado poderá variar se ocorrer uma concentração</p><p>de produção ou a introdução de uma nova variedade que produza em uma</p><p>época diferente das demais variedades dentro do ano.</p><p>Veja um exemplo na tabela a seguir:</p><p>2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Média</p><p>% Plantas</p><p>produtivas</p><p>sobre o total</p><p>de plantas</p><p>71 69 79 81 86 90 94 87 65 73 75 97 80,58</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 38</p><p>Observação: espécie é o conjunto de indivíduos (plantas) muito</p><p>semelhantes, capazes de cruzar entre si e gerar descendentes. Variedade</p><p>é o cruzamento natural entre plantas da mesma espécie.</p><p>Plantas em produção / total de plantas</p><p>Este indicador expressa a pressão para manter um fluxo de caixa positivo em</p><p>relação às plantas em produção, ou seja, quanto maior a porcentagem de</p><p>plantas em produção no pomar, menor será a pressão sobre o fluxo de caixa.</p><p>Isso acontece porque, quanto maior for o número de plantas produtivas dentro</p><p>do pomar, maior será a produtividade e maior será a renda, o que torna o fluxo</p><p>de caixa mais estável.</p><p>A seguir, conheça alguns fatores que podem influenciar o cálculo do total</p><p>de plantas.</p><p>Presença de</p><p>plantas</p><p>masculinas em</p><p>pomares de kiwi</p><p>Taxa de</p><p>mortalidade</p><p>de plantas</p><p>Taxa de</p><p>reposição</p><p>de plantas</p><p>Idade da planta</p><p>para a primeira</p><p>produção</p><p>Presença de plantas masculinas em pomares de kiwi</p><p>É importante destacar a importância e a influência da utilização de plantas</p><p>masculinas no pomar. Para haver uma boa produção de kiwi, é fundamental o uso</p><p>dessas plantas para que ocorra a fecundação das flores e, consequentemente,</p><p>a formação do fruto.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 39</p><p>Nesse sentido, o pomar já está com plantas não produtivas, e isso determina</p><p>uma porcentagem menor de plantas produtivas em relação ao total, ou seja,</p><p>em casos de necessidade de introdução de plantas masculinas no pomar, este</p><p>não terá 100% das plantas produzindo, além de as plantas masculinas terem</p><p>praticamente os mesmos custos que uma planta produtiva.</p><p>Na produção de kiwi, a recomendação é utilizar uma planta masculina para</p><p>oito plantas femininas distribuídas de forma homogênea no pomar, ou seja,</p><p>no total, são necessárias 500 plantas por hectare.</p><p>O cálculo</p><p>Na prática</p><p>Esse indicador não quer dizer que a produção de kiwi não seja viável,</p><p>apenas mostra que convém manter a separação dos centros de custos</p><p>para um cálculo correto.</p><p>PM</p><p>Número de plantas</p><p>por hectare</p><p>Número de plantas femininas</p><p>por planta masculina</p><p>=</p><p>62,5 plantas masculinas</p><p>por hectare PM</p><p>500</p><p>8</p><p>= PM =</p><p>PM</p><p>Número de plantas</p><p>por hectare</p><p>Número de plantas femininas</p><p>por planta masculina</p><p>=</p><p>62,5 plantas masculinas</p><p>por hectare PM</p><p>500</p><p>8</p><p>= PM =</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 40</p><p>Presença de</p><p>plantas</p><p>masculinas em</p><p>pomares de kiwi</p><p>Taxa de</p><p>mortalidade</p><p>de plantas</p><p>Taxa de</p><p>reposição</p><p>de plantas</p><p>Idade da planta</p><p>para a primeira</p><p>produção</p><p>Taxa de reposição de plantas</p><p>A taxa de reposição das plantas mede a porcentagem de plantas substituídas</p><p>no pomar no período de um ano. Ela é calculada pela seguinte fórmula:</p><p>Taxa de reposição de</p><p>plantas = x 100</p><p>Plantas substituídas</p><p>Total de plantas</p><p>Essa taxa é utilizada especialmente para medir a eficiência no manejo sanitário</p><p>do pomar. Problemas reprodutivos como fecundação, por exemplo, fitossanitários</p><p>e podas drásticas são os fatores que mais afetam esse indicador.</p><p>Presença de</p><p>plantas</p><p>masculinas em</p><p>pomares de kiwi</p><p>Taxa de</p><p>mortalidade</p><p>de plantas</p><p>Taxa de</p><p>reposição</p><p>de plantas</p><p>Idade da planta</p><p>para a primeira</p><p>produção</p><p>Idade da planta para a primeira produção</p><p>Como medida que expressa a eficiência de produção das plantas, este indicador</p><p>está associado ao peso e à quantidade de frutos por planta na primeira produção.</p><p>No cultivo de ameixa, por exemplo, a primeira colheita pode ser realizada</p><p>com 2 anos, mas não é o recomendado. Isso gastaria boa parte de suas</p><p>reservas, o que prejudicaria tanto seu crescimento como sua recuperação e,</p><p>consequentemente, atingiria uma menor produção nas próximas safras.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 41</p><p>A referência para esse</p><p>indicador é de 3 anos para o</p><p>início da produção</p><p>A expectativa de produção é</p><p>de 14 kg a 15 kg por planta</p><p>no terceiro ano</p><p>A quantidade é variável,</p><p>dependendo do manejo</p><p>do pomar, do clima e de</p><p>outros fatores.</p><p>Presença de</p><p>plantas</p><p>masculinas em</p><p>pomares de kiwi</p><p>Taxa de</p><p>mortalidade</p><p>de plantas</p><p>Taxa de</p><p>reposição</p><p>de plantas</p><p>Idade da planta .</p><p>para a primeira</p><p>produção</p><p>Taxa de mortalidade de plantas</p><p>Este é um importante indicador para avaliar os cuidados iniciais, ou seja, na</p><p>formação do pomar, principalmente a irrigação. Ele também expressa a qualidade</p><p>do trabalho realizado na fase de plantio do pomar, abrangendo o sistema de</p><p>preparo de solo, a adubação, a limpeza da área e a forma de plantio de fato.</p><p>Veja a fórmula:</p><p>Plantas mortas Plantas</p><p>plantadas</p><p>100%TMP</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 42</p><p>Indicadores de produtividade da terra: plantas</p><p>produtivas / área total</p><p>Este indicador pode ser calculado anualmente ou considerando mais que um</p><p>ano para gerar um indicador mais expressivo. A oscilação do valor dele depende</p><p>de se a propriedade teve aumento ou diminuição de plantas produtivas* de</p><p>um ano para outro.</p><p>A variação das plantas produtivas é gerada por início de produção de um pomar novo, morte</p><p>de plantas etc.</p><p>O cálculo é feito pela simples divisão da média de plantas produtivas</p><p>pela área utilizada para toda a produção, incluindo aquelas de reserva e</p><p>benfeitorias, estradas e pátios.</p><p>Esta é a fórmula!</p><p>Média de</p><p>plantas</p><p>produtivas</p><p>Área totalPP / área</p><p>total</p><p>A média de plantas produtivas é calculada ao somar o número de plantas em</p><p>produção de cada ano (cálculo de 8 anos) e dividindo o total por 8. Observe!</p><p>Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016</p><p>Plantas</p><p>produtivas</p><p>por ano</p><p>350 430 425 410 550 530 650 700 800</p><p>O cálculo é o seguinte:</p><p>Média de plantas</p><p>em produção =</p><p>Soma do número de plantas em cada ano</p><p>=</p><p>8 anos</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 43</p><p>Total de plantas</p><p>em produção = 350 + 430 + 425 + 410 + 550 + 530 + 650 + 700 + 800</p><p>= 4.845 plantas</p><p>Média de plantas</p><p>em produção</p><p>Média de plantas</p><p>em produção 605,62 plantas</p><p>=</p><p>=</p><p>4.845</p><p>8</p><p>Neste exemplo, caso a propriedade tenha 10 hectares, o cálculo da quantidade</p><p>de plantas em produção sobre a área total será este:</p><p>PP / área total =</p><p>Média de plantas em produção</p><p>área total</p><p>PP / área total =</p><p>605,62</p><p>10</p><p>PP / área total 60,56 plantas/hectare=</p><p>Esse indicador é afetado pelo manejo reprodutivo das plantas e pela persistência</p><p>destas no que diz respeito a maximizar a porcentagem de plantas produtivas</p><p>no pomar. Expressa, também, a eficiência da utilização da terra para a</p><p>atividade. O indicador é calculado pela fórmula:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 44</p><p>Média de</p><p>plantas em</p><p>produção em</p><p>8 meses</p><p>Área total da</p><p>propriedade</p><p>PP por área</p><p>total</p><p>Vale destacar que existe a necessidade de rateio das áreas improdutivas em</p><p>propriedades que possuam mais de uma atividade. Confira os itens a seguir:</p><p>Plantas produtivas por mão de obra</p><p>A divisão da quantidade de plantas produtivas pela quantidade</p><p>de pessoas envolvidas na atividade identifica:</p><p>A partir disso, o produtor pode tomar decisões, como aumentar a</p><p>área de produção ou contratar mão de obra para suprir a demanda.</p><p>Quilos de frutas por mão de obra</p><p>A produção pela mão de obra expressa a capacidade produtiva que</p><p>cada pessoa possui dentro da atividade. Neste sentido, o produtor</p><p>pode avaliar se a produção foi alta ou baixa em relação à mão</p><p>de obra, e assim saber se a mão de obra está ou não onerosa.</p><p>a capacidade</p><p>de</p><p>trabalho que cada</p><p>indivíduo que</p><p>compõe a mão de</p><p>obra precisa alcançar</p><p>para atender à</p><p>demanda de serviços</p><p>da atividade em um</p><p>determinado período</p><p>de tempo</p><p>e em cada fase da</p><p>cultura (poda de</p><p>produção, poda</p><p>verde, adubação,</p><p>colheita etc.).</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 45</p><p>Quilo de frutas/hectare/ano</p><p>Este é um importante indicador dos sistemas de produção de frutíferas e</p><p>está atrelado a diversos fatores, tais como:</p><p>• Persistência de produção das plantas.</p><p>• Média de produção das plantas.</p><p>• Afeta a média de produção das plantas.</p><p>• Porcentagem de plantas em produção.</p><p>• Precocidade das plantas para a primeira colheita</p><p>(permite ao produtor produzir mais na mesma área).</p><p>• Afeta a média de produção por safra.</p><p>• Afeta a reprodução das plantas, causando os efeitos já citados.</p><p>• Afeta a média de produção das plantas por motivos diversos</p><p>(aborto de flores e frutos, morte de plantas etc.).</p><p>Para definir a área da propriedade usada nos indicadores de utilização da terra</p><p>em todas as cadeias produtivas do agronegócio, é preciso considerar toda a</p><p>área da propriedade, como APP, reserva legal, área de construção, estradas</p><p>e outras não produtivas.</p><p>Numa propriedade que tenha mais de uma atividade, essas áreas não</p><p>produtivas devem ser rateadas com base na área útil ocupada em cada</p><p>atividade.</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste quarto tópico, você:</p><p>Conheceu mais a fundo a</p><p>aplicação dos indicadores</p><p>e informações técnicas</p><p>considerando a produção</p><p>da atividade de</p><p>fruticultura.</p><p>Entendeu como realizar</p><p>os cálculos, relembrando</p><p>fórmulas importantes de</p><p>indicadores técnicos.</p><p>Compreendeu a</p><p>importância das</p><p>informações técnicas</p><p>para decisões gerenciais</p><p>relevantes na cadeia</p><p>produtiva.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 46</p><p>Tópico 5: Aplicação dos indicadores</p><p>econômicos na produção de uva</p><p>Você consegue aplicar os principais indicadores e</p><p>informações econômicas no gerenciamento de uma</p><p>produção de uva?</p><p>Neste tópico, você vai entender mais a fundo os indicadores</p><p>econômicos e sua aplicação na área de produção de uva.</p><p>Você sabe que indicadores econômicos servem para medir as diferentes rotas</p><p>que podem ser tomadas pela atividade econômica em nível empresarial ou</p><p>de rentabilidade, ajudando a tomar decisões importantes pensando no futuro.</p><p>A seguir, conheça de forma mais aprofundada alguns indicadores econômicos</p><p>e a aplicação deles na produção de uva.</p><p>Para facilitar o entendimento, eles estão divididos aqui em 3 grupos:</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 47</p><p>Custos</p><p>Gastos</p><p>Margem</p><p>Bruta</p><p>Acompanhe!</p><p>Custos</p><p>Custo operacional efetivo em equivalentes a quilos de uva</p><p>(kg/ano) – PCOE</p><p>O custo operacional efetivo da atividade é o valor encontrado durante o</p><p>ano. Para encontrar o COE equivalente em quilogramas de uva, devemos dividir</p><p>esse valor pelo valor médio de venda de uva ao longo do período.</p><p>PCOE =</p><p>COE</p><p>Preço</p><p>Esse resultado permite que seja feita uma análise histórica dos custos, verificando</p><p>o quanto da produção está comprometido para pagar o COE.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 48</p><p>Custo operacional total da atividade em equivalentes a quilos</p><p>de uva (kg/ano) – PCOT</p><p>O custo operacional total da atividade no ano é dividido pelo valor médio de</p><p>venda da uva ao longo do período.</p><p>Esse resultado permite uma análise histórica dos custos, verificando o quanto</p><p>da produção está comprometido para pagar o COT.</p><p>Custo total da atividade em equivalentes a quilos de uva</p><p>(kg/ano) – PCT</p><p>O custo total da atividade no ano é calculado dividindo o valor total encontrado</p><p>pelo valor médio de venda da uva ao longo do período.</p><p>Esse resultado permite uma análise histórica dos custos, verificando o quanto</p><p>da produção está comprometido para pagar o CT. Ele é também chamado de</p><p>ponto de cobertura total.</p><p>Custo operacional efetivo unitário (R$/kg)</p><p>O custo operacional efetivo unitário da uva no ano é obtido pela divisão do</p><p>custo pela produção anual da fruta.</p><p>PCOT =</p><p>COT</p><p>Preço</p><p>PCT =</p><p>CT</p><p>Preço do</p><p>quilograma</p><p>da uva</p><p>COE</p><p>Produção anual</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 49</p><p>Esse resultado permite ao gestor analisar o custo e o preço de comercialização,</p><p>para que ele possa tomar decisões mais adequadas ao negócio. Adotar estratégias</p><p>para manter os resultados também é uma tomada de decisão.</p><p>Custo operacional total unitário (R$/kg)</p><p>É o custo dividido pela produção anual de uva. A análise deste indicador segue</p><p>o mesmo raciocínio adotado no cálculo do COE/kg.</p><p>Custo operacional efetivo / preço da uva (%)</p><p>É a porcentagem que corresponde ao custo operacional efetivo do quilograma</p><p>da uva em relação ao seu preço médio ao longo do ano.</p><p>Parâmetro: o COE deve representar entre 65% e 70% do preço recebido</p><p>pelo quilograma da uva.</p><p>Custo operacional total / preço da uva (%)</p><p>É a porcentagem que corresponde ao custo operacional total do quilograma</p><p>da uva em relação ao seu preço médio ao longo do ano.</p><p>COT</p><p>Produção anual</p><p>COE</p><p>Preço médio do quilograma da uva</p><p>COT</p><p>Preço médio do quilograma da uva</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 50</p><p>Custo total da uva / preço da uva (%)</p><p>É a porcentagem que corresponde ao custo total do quilograma da uva em</p><p>relação ao seu preço médio ao longo do ano.</p><p>Parâmetro: o CT deve ficar o mais próximo possível do valor do COT,</p><p>demonstrando o baixo efeito dos custos fixos na produção.</p><p>Gastos</p><p>Gasto com mão de obra contratada para a atividade</p><p>da viticultura / renda bruta da uva (%)</p><p>Trata-se da porcentagem que corresponde ao gasto com a mão de obra</p><p>contratada ao longo do ano em relação à renda bruta da uva.</p><p>Como se sabe, o custo da mão de obra contratada é um dos principais</p><p>componentes do custo da produção de uva. Para diluir esse custo, é necessário</p><p>aumentar a produtividade d/h (dia/homem).</p><p>Parâmetro: valor menor que 15%.</p><p>O produtor também tem o gasto com fertilizantes. O indicador</p><p>representa a porcentagem correspondente a esse gasto ao longo do</p><p>ano em relação à renda bruta da uva. Aqui, são consideradas todas as</p><p>despesas relacionadas à manutenção da cultura.</p><p>CT</p><p>Preço médio do quilograma da uva</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 51</p><p>Gasto com produtos fitossanitários na atividade</p><p>da viticultura / renda bruta da uva (%)</p><p>Este indicador representa a porcentagem correspondente ao gasto com produtos</p><p>fitossanitários ao longo do ano em relação à renda bruta da uva.</p><p>O gasto com produtos fitossanitários é o maior componente do custo de produção</p><p>da uva na maioria dos sistemas de produção no Brasil. Ao contrário da mão</p><p>de obra, o menor gasto possível de produtos fitossanitários não corresponde à</p><p>maior rentabilidade, pois, com menos produtos fitossanitários, a produtividade</p><p>das plantas se torna muito baixa, diminuindo a receita da atividade.</p><p>Portanto, é preciso ter equilíbrio</p><p>na utilização desse insumo.</p><p>Quando existe um gasto</p><p>excessivo em sistemas de alta</p><p>produtividade, o</p><p>comprometimento da</p><p>rentabilidade vem justamente</p><p>pela elevação dos custos</p><p>variáveis.</p><p>É importante avaliar o que a soma dos gastos com produtos fitossanitários e</p><p>mão de obra representa em relação à receita, pois, em sistemas de cultivo</p><p>protegido, os produtos fitossanitários chegam a representar em torno de 10%</p><p>dela. Quando isso ocorre, pode haver um aumento do gasto com a mão de</p><p>obra, que então não deve ultrapassar 30%.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 52</p><p>Parâmetro: o somatório desses dois indicadores deve girar entre 30%</p><p>e 40% (no máximo) para não inviabilizar a atividade.</p><p>Esse parâmetro deve ser utilizado com cautela, pois não representa uma verdade</p><p>absoluta que se aplique a todas as propriedades e sistemas de produção.</p><p>Margem bruta</p><p>Margem bruta anual da atividade de viticultura (R$ por ano)</p><p>É a renda bruta da uva descontando o custo operacional efetivo da atividade.</p><p>Veja a fórmula:</p><p>RB COEMB</p><p>Este indicador permite</p><p>ao gestor analisar a capacidade que o negócio tem</p><p>para se manter no curto prazo. A margem não deve ser confundida com</p><p>fluxo de caixa.</p><p>Vale lembrar que o fluxo de caixa consiste nas entradas e saídas</p><p>de dinheiro do negócio como as entradas e saídas de empréstimos</p><p>bancários, por exemplo.</p><p>Margem bruta unitária da atividade de viticultura (R$/kg)</p><p>A margem bruta unitária é um indicador dado pela margem bruta da atividade</p><p>dividida pela produção anual de uva.</p><p>MB unitária</p><p>MB produção anual</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 53</p><p>Este indicador permite ao gestor saber quanto sobra por quilograma depois</p><p>de pagar o COE. Conhecendo esse valor, ele pode definir a produção necessária</p><p>para atingir determinada meta financeira.</p><p>Observe um exemplo!</p><p>Na prática</p><p>Considere um produtor que deseja comprar</p><p>um pulverizador cujas prestações são de R$</p><p>2.000,00 por ano. Ele quer saber quanto de uva</p><p>deve produzir a mais por mês, para pagar as</p><p>prestações.</p><p>Os dados que temos são estes:</p><p>• Margem bruta unitária = R$ 0,40</p><p>• Meta financeira = R$ 2.000,00</p><p>Então, o volume de produção adicional necessário para atingir a meta</p><p>financeira neste exemplo é de 5.000 kg/ano.</p><p>= 5.000 kg/ano</p><p>Meta financeira</p><p>MB unitária</p><p>R$ 2.000</p><p>R$ 0,40</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 54</p><p>Margem bruta por área para a viticultura (R$/ha)</p><p>É a margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada para a viticultura.</p><p>Esse indicador, assim como a taxa de retorno do capital, é utilizado na comparação</p><p>com outras atividades.</p><p>Margem bruta</p><p>Área total</p><p>Antes de analisar</p><p>possíveis</p><p>alternativas, é</p><p>interessante verificar</p><p>se estão sendo</p><p>eficientes na</p><p>atividade atualmente</p><p>trabalhada</p><p>Permite avaliar a</p><p>capacidade de cada</p><p>atividade gerar retorno</p><p>para remuneração dos</p><p>custos fixos e para compor</p><p>o lucro do empresário por</p><p>unidade de área.</p><p>Uma vez analisadas</p><p>as oportunidades na</p><p>atividade exercida,</p><p>este indicador serve</p><p>como base para</p><p>comparação com</p><p>outras atividades.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 55</p><p>Margem bruta por planta produtiva (R$/planta)</p><p>É a margem bruta da atividade dividida pelo número de plantas produtivas ao</p><p>longo do ano.</p><p>Margem bruta</p><p>Plantas produtivas</p><p>Ela é interpretada de três formas: margem bruta negativa, igual a zero ou</p><p>maior que zero.</p><p>Agora, assista ao vídeo Na voz do Especialista</p><p>disponível no seu Ambiente de Estudos e veja a</p><p>explicação do Prof. Erno sobre a importância dos</p><p>indicadores e das informações econômicas!</p><p>Resumindo o tópico</p><p>Neste quinto tópico, você:</p><p>Conheceu mais a</p><p>fundo os indicadores</p><p>e as informações</p><p>econômicas aplicados</p><p>em uma produção da</p><p>atividade de viticultura.</p><p>Entendeu como</p><p>realizar os cálculos,</p><p>relembrando fórmulas</p><p>importantes relativas</p><p>aos indicadores</p><p>econômicos.</p><p>Compreendeu que os</p><p>indicadores econômicos</p><p>servem para medir</p><p>as diferentes rotas</p><p>que podem ser</p><p>tomadas pela atividade</p><p>econômica em nível</p><p>empresarial ou de</p><p>rentabilidade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 56</p><p>Encerramento do tema</p><p>Você chegou ao final deste primeiro tema. No decorrer deste estudo, pode</p><p>compreender os conceitos de desempenho nas dimensões do esforço e</p><p>dos resultados, entendendo que muito esforço com pouco resultado representa</p><p>perda de energia e, consequentemente, de dinheiro. Agora, finalizada esta</p><p>etapa, você é capaz de:</p><p>Medir o esforço e o</p><p>resultado por meio</p><p>dos indicadores</p><p>– métricas que</p><p>direcionam a tomada</p><p>de decisão nos</p><p>negócios.</p><p>Registrar e coletar</p><p>dados que vão gerar</p><p>indicadores técnicos</p><p>e econômicos,</p><p>transformando</p><p>os dados em</p><p>informações.</p><p>Aplicar os cálculos</p><p>dos indicadores</p><p>técnicos e</p><p>econômicos</p><p>da viticultura,</p><p>melhorando</p><p>os valores de</p><p>referência para a</p><p>tomada de decisão.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 57</p><p>Esta primeira etapa foi intensa e repleta de informações numéricas, conteúdo</p><p>prático essencial para o gerenciamento de excelência e rentabilidade na</p><p>propriedade atendida!</p><p>Agora, para finalizar, assista ao vídeo de Encerramento</p><p>do Tema no Ambiente de Estudos e siga acompanhando</p><p>Marcelo e o seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade.</p><p>Atividade de passagem</p><p>Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!</p><p>Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo</p><p>estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?</p><p>Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao</p><p>assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre</p><p>em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.</p><p>Questão</p><p>Até aqui, você pôde entender a importância da gestão do desempenho,</p><p>medindo nas organizações o esforço e os resultados obtidos. Para confirmar</p><p>isso, é importante realizar o registro das informações técnicas. A partir delas,</p><p>é possível gerar indicadores, que são ferramentas importantes para a medição</p><p>do desempenho nas empresas.</p><p>Também pôde compreender como aplicar esses conceitos, abordando os</p><p>indicadores técnicos e econômicos.</p><p>Com base em seus estudos, indique quais das afirmações a seguir estão corretas:</p><p>a. Para as organizações, a mensuração do esforço e dos resultados é importante,</p><p>pois permite avaliar o andamento das ações propostas, o que possibilita ao</p><p>gestor avaliar se os esforços empregados produzem os resultados esperados.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 58</p><p>b. Informações técnicas são registros que circundam a produção em qualquer</p><p>atividade. Ex.: produção, data de início da colheita, data de término da colheita,</p><p>número de pessoas contratadas etc.</p><p>c. Indicadores econômicos referem-se ao processamento das informações</p><p>econômicas, transformando-as em números que são utilizados pelo gestor</p><p>para tomar decisões.</p><p>d. Os indicadores técnicos e econômicos devem ser analisados em conjunto,</p><p>pois uma melhoria nos indicadores técnicos que comprometa os indicadores</p><p>econômicos não faz sentido do ponto de vista empresarial.</p><p>e. A produtividade na viticultura é medida em quilogramas de uva/hectare/ano.</p><p>Esse é um indicador influenciado por todas as ações técnicas na propriedade</p><p>produtora de uva, tanto da parte botânica como da agronômica.</p><p>1. A, B, C e D.</p><p>2. B, C e E.</p><p>3. A, B, D e E.</p><p>4. A, B, C, D e E.</p><p>5. C, B e D.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 59</p><p>Tema 2: Indicadores</p><p>das principais cadeias</p><p>produtivas</p><p>Introdução</p><p>Você está iniciando o segundo tema do módulo. O objetivo é que você conheça</p><p>os indicadores das principais cadeias produtivas da agricultura sendo</p><p>aplicados na cafeicultura, na fruticultura (produção de mamão), na produção</p><p>de soja, na horticultura (produção de cebola) e na floricultura.</p><p>Ao final deste tema, você será capaz de:</p><p>• entender o desempenho nas cadeias produtivas da agricultura,</p><p>• diferenciar os conceitos que envolvem os indicadores técnicos e econômicos,</p><p>• aplicar esses conceitos nas cadeias produtivas, realizando os cálculos corretos,</p><p>• adaptar os conceitos aos diferentes tipos de propriedades, traçando planos de</p><p>gestão e gerenciamento assertivos.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 60</p><p>Estrutura do tema</p><p>Entender a aplicação dos conceitos relativos aos indicadores é essencial para</p><p>garantir um gerenciamento empresarial rentável para a propriedade rural.</p><p>Então, para facilitar o entendimento desse conteúdo, este tema está dividido</p><p>em tópicos. Conheça o objetivo de cada um deles.</p><p>Tema 2</p><p>Tópico 1</p><p>Tópico 2Tópico 5</p><p>Tópico 4 Tópico 3</p><p>Indicadores na atividade da cafeicultura</p><p>Aplicar o conteúdo de indicadores na atividade da</p><p>cafeicultura.</p><p>Indicadores na</p><p>fruticultura</p><p>Aplicar o conteúdo de</p><p>indicadores na produção</p><p>de mamão.</p><p>Indicadores na</p><p>floricultura</p><p>Aplicar o conteúdo de</p><p>indicadores na produção</p><p>de flores.</p><p>Indicadores na horticultura</p><p>Aplicar o conteúdo de indicadores</p><p>na produção de cebola.</p><p>Indicadores na</p><p>produção de soja</p><p>Aplicar o conteúdo de</p><p>indicadores na produção</p><p>de soja.</p><p>Agora que você já conhece o objetivo</p><p>de cada um, siga em frente e ótimos</p><p>estudos!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 61</p><p>Tópico 1: Indicadores na atividade</p><p>da cafeicultura</p><p>Você acredita que a aplicação dos indicadores é a mesma</p><p>para diferentes cadeias produtivas?</p><p>No decorrer deste tópico você verá a aplicação dos indicadores</p><p>técnicos e econômicos da cafeicultura, reconhecendo suas</p><p>particularidades e entendendo como interpretá-los.</p><p>Quando se analisa a produção de café, muitas características são distintas em</p><p>relação a outras espécies que produzem frutos, porém com indicadores comuns</p><p>em alguns casos. Essa é uma das cadeias produtivas por atividade que figura</p><p>entre as mais presentes em nosso país.</p><p>Vale destacar que nos últimos anos o Brasil alcançou excelentes índices</p><p>de produção e exportação de café. Isso se deve a inúmeros fatores, entre</p><p>eles a qualidade do sistema produtivo nacional e a confiança crescente</p><p>no conceito de alimento saudável, especialmente pela produção de</p><p>café de qualidade.</p><p>Acompanhe a aplicação dos principais indicadores!</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 62</p><p>Indicadores técnicos</p><p>Observe a aplicação dos indicadores técnicos nesta cadeia produtiva!</p><p>Área para produção da cafeicultura (ha)</p><p>É a área total destinada à atividade e inclui a área de produção de café,</p><p>construções, estradas, reservas etc.</p><p>A mensuração das áreas deve ser a mais precisa possível, pois ela influencia</p><p>diretamente:</p><p>o indicador da</p><p>produtividade da</p><p>área para</p><p>produção de café</p><p>a quantidade</p><p>de plantas</p><p>e o capital</p><p>empatado na</p><p>atividade.</p><p>Além da área total, deve ser considerada em algumas situações aquela área</p><p>destinada à atividade somada aos locais de reserva da propriedade, incluindo</p><p>áreas de preservação permanente (APPs).</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 63</p><p>Total de plantas produtivas e ainda</p><p>não produtivas (plantas/ano)</p><p>O total de plantas produtivas é dado pela média anual do número de plantas</p><p>em produção da propriedade. Esse valor é proveniente da evolução da</p><p>produção de café conforme cálculo feito anualmente pelo técnico e de acordo</p><p>com as informações levantadas pelo produtor.</p><p>Neste item, são levados em consideração:</p><p>o número de</p><p>plantas que</p><p>estão</p><p>produzindo no</p><p>início do</p><p>período</p><p>o número de</p><p>plantas no</p><p>final do</p><p>período</p><p>as</p><p>plantações</p><p>de novas</p><p>áreas</p><p>as mortes de</p><p>plantas</p><p>A apuração do total de plantas na atividade requer um levantamento preciso</p><p>e imprescindível, uma vez que esse valor determina:</p><p>• a taxa de mortalidade de plantas,</p><p>• a taxa de aumento na quantidade de plantas,</p><p>• o percentual de plantas produtivas em relação ao total de plantas,</p><p>• outros indicadores.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 64</p><p>Pode-se dizer que ele indica a média anual do número de plantas na</p><p>atividade.</p><p>Para o cálculo dessa informação, devem ser incluídas todas as plantas,</p><p>independentemente da fase de desenvolvimento em que se encontram.</p><p>Número de plantas por hectare (plantas/ha)</p><p>O número de plantas por hectare é calculado levando em consideração as</p><p>fileiras de plantas e o espaçamento entre elas. Nesse sentido, para alcançar</p><p>o resultado do número de plantas por hectare, devemos utilizar também no</p><p>cálculo o valor correspondente a 1 hectare, que possui 10.000 m².</p><p>Esse indicador demonstra o nível de intensidade de exploração da atividade,</p><p>e, para calcular a taxa de lotação de uma área, basta aplicar a seguinte fórmula:</p><p>10.000 m²</p><p>(1 ha)</p><p>Distância entre</p><p>fileiras</p><p>Distância entre</p><p>plantas</p><p>Número de</p><p>plantas por</p><p>hectare</p><p>Caso não se conheçam os espaçamentos entre fileiras e plantas, podem-se usar</p><p>os valores que dependem do sistema de cultivo. Conheça alguns espaçamentos</p><p>recomendados de acordo com os sistemas de produção mais utilizados na</p><p>atualidade.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 65</p><p>Sistema de plantio com espaçamento único (semiadensado)</p><p>para zonas montanhosas (sem mecanização)</p><p>Entre plantas de 0,5 m</p><p>Entre fileiras de 4,0 m</p><p>5.000 plantas por hectare</p><p>Sistema de plantio adensado (sem mecanização)</p><p>Entre plantas de 0,5 m</p><p>Entre fileiras de 1,75 m</p><p>11.430 plantas por hectare</p><p>Sistema semiadensado (sem mecanização)</p><p>Entre plantas de 0,5 m</p><p>Entre fileiras de 3,2 m</p><p>6.250 plantas por hectare</p><p>Sistema extremamente adensado (realização de podas</p><p>das plantas com frequência)</p><p>Entre plantas de 0,5 m</p><p>Entre fileiras de 1,0 m</p><p>20.000 plantas por hectare</p><p>Sistema de plantio com espaçamento único (semiadensado)</p><p>para zonas montanhosas (sem mecanização)</p><p>Entre plantas de 0,5 m</p><p>Entre fileiras de 4,0 m</p><p>5.000 plantas por hectare</p><p>Sistema de plantio com espaçamento único (semiadensado)</p><p>para zonas montanhosas (sem mecanização)</p><p>Entre plantas de 0,5 m</p><p>Entre fileiras de 2,0 m</p><p>10.000 plantas por hectare</p><p>Fonte: Embrapa</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 66</p><p>Produção anual de sacas (sacas/ano)</p><p>Este indicador se refere à produção de sacas em um período de 12 meses.</p><p>Ele pode ser calculado bianualmente no caso do café; em outras culturas,</p><p>como milho, soja, trigo etc., geralmente é calculado anualmente.</p><p>Uma área da produção é calculada da seguinte forma:</p><p>Peso médio por planta (kg/planta)</p><p>Esse indicador leva em consideração o peso de frutos no momento da sua</p><p>venda para o mercado. O manejo nutricional e a genética das plantas são</p><p>os principais fatores que influenciam este indicador, além do clima, que tem</p><p>sua importância destacada por estar diretamente relacionado à renda obtida</p><p>pelo produtor.</p><p>Total de kg</p><p>produzido</p><p>60 (kg por</p><p>saca)</p><p>Produção de</p><p>sacas</p><p>Total de kg</p><p>produzido</p><p>Quantidade</p><p>de plantaskg por planta</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 67</p><p>Taxa de mortalidade de plantas (%)</p><p>Para o cálculo deste indicador, utiliza-se o número de plantas que morreram</p><p>durante o ano em relação ao número total de plantas da área. O indicador é</p><p>influenciado por índices produtivos e de mortalidade obviamente, bem como</p><p>pelo desempenho de desenvolvimento das plantas.</p><p>Esse indicador é extremamente importante, uma vez que o produtor pode</p><p>observar e encontrar problemas em relação ao solo, a pragas e doenças ou ao</p><p>manejo da cultura, como podas drásticas que levam à morte de plantas.</p><p>Observe!</p><p>Esse valor é calculado com base no total de plantas, e não nas que morreram.</p><p>Além disso, esse indicador também pode ser usado na avaliação da eficiência</p><p>produtiva.</p><p>Número de</p><p>plantas mortas</p><p>Número total</p><p>de plantas 100</p><p>Taxa de</p><p>mortalidade de</p><p>plantas %</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 68</p><p>Produção/área para atividade (sacas/ha/ano)</p><p>É o resultado da divisão da produção anual de sacas pela área total utilizada</p><p>para produção de café, não são incluídas as áreas de reserva, de preservação</p><p>permanente e todas as demais áreas da propriedade.</p><p>Para a maioria das regiões, a produtividade por área é o melhor</p><p>indicador técnico para predizer se a propriedade é ou não eficiente</p><p>economicamente, já que envolve um conjunto de fatores necessários à</p><p>melhoria desse indicador.</p><p>Observar a área a ser plantada aliado ao espaçamento de plantio é fator</p><p>preponderante para alcançar boas produtividades, e, para isso, é preciso realizar</p><p>replantio para reposição das plantas mortas com a finalidade de se manter o</p><p>stand de plantas planejado no plantio.</p><p>Módulo 4</p><p>Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 69</p><p>Gastos com fertilizantes na atividade (R$/ano)</p><p>Um dos indicadores mais importantes na produção de café é o gasto com</p><p>fertilizantes, que remete ao total dos gastos com a nutrição de plantas,</p><p>ao longo do ano.</p><p>Gasto com mão de obra contratada na atividade (R$/ano)</p><p>Total dos gastos com pagamento da mão de obra contratada para manejo</p><p>das plantações de café ao longo do ano, incluídas as despesas com encargos</p><p>trabalhistas.</p><p>Estoque de capital em lavouras, benfeitorias, máquinas,</p><p>equipamentos e utensílios (R$/ano)</p><p>Está relacionado ao capital médio referente</p>