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<p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE</p><p>SARGENTOS - EFAS</p><p>CEFS/2024</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>(Unidade VII – Direito de família e sucessões)</p><p>PAULO ROBERTO M. MARÇAL</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO</p><p>2 Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>2. Parte Especial: Livros:</p><p>(IV) Direito de Família — arts. 1.511 a 1.783;</p><p>(V) Direito das Sucessões — arts. 1.784 a 2.027.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Parte Especial: livro IV - Direito de Família — arts. 1.511 a 1.783;</p><p>Origem e conceito</p><p>trata-se de um conjunto de normas princípios e normas regras jurídicas que regulam as</p><p>relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem casamento, tendentes à promoção da</p><p>personalidade humana, através de efeitos pessoais, patrimoniais e assistenciais</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Família pré-Constituição de 1988:</p><p>Família hierarquizada: Com o pátrio poder pertencendo ao varão (as decisões não eram tomadas em</p><p>conjunto, quem decidia era somente o homem, inclusive sobre o trabalho da mulher).</p><p>Família matrimonializada: formada EXCLUSIVAMENTE com o casamento, qualquer união que não</p><p>fosse dessa forma era tratada como concubinato. O Estado não protegia nem mesmo os filhos havidos</p><p>fora do casamento. O vínculo matrimonial era indissolúvel, apenas se admitia o desquite (não estar quite</p><p>com as obrigações matrimoniais) liberando tão somente o dever de fidelidade e coabitação, porém não</p><p>sendo possível outro casamento, considerando inclusive uma vergonha para a mulher desquitada.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Família pós-Constituição de 1988:</p><p>Art. 5º, CF/88 à Isonomia (homem e mulher passam a ser iguais perante a lei) e</p><p>art. 226 e 227, CF/88 (isonomia entre homem e mulher no casamento "isonomia conjugal"), bem como</p><p>isonomia entre os filhos ("Isonomia filial"), independentemente da constância ou não no casamento.</p><p>Família isonômica: Não há mais o PÁTRIO PODER, a partir de então existe o PODER FAMILIAR, em</p><p>que as decisões são tomadas em conjunto, caso não haja consenso, estas deverão ser suprimidas pelo</p><p>judiciário.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Família plural: Hoje existem várias formas das famílias serem constituídas, além do casamento</p><p>(Art. 226 § 2º e 3º), inclusive com a união estável (Art. 1723, CC/02).</p><p>Tipos de famílias:</p><p>» Família monoparental: Art. 226 § 4º, Comunhão entre qualquer dos pais com filhos, recebendo todas</p><p>as garantias das famílias.</p><p>» Família anaparental: Família formada somente por irmãos, sem os pais. (ANA = falta, parental =</p><p>parentes, ou seja, falta de parentes, ou falta dos pais).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Família personalizada: A partir da CR/88 visa a promoção da dignidade da pessoa</p><p>humana, valorizando muito mais o SER que o TER, diferentemente da família patrimonialista. O direito</p><p>de família atualmente é analisado muito mais pelo lado afetivo do que na ótica estritamente legal. Sai de</p><p>cena o patrimônio e entra a personalidade.</p><p>Disposição do direito de família no Código Civil:</p><p>A) Do direito pessoal (Art. 1511 a Art. 1638);</p><p>B) Do direito patrimonial (Art. 1639 a Art. 1722);</p><p>C) Da união estável (Art. 1723 a Art. 1727 );</p><p>D) Da tutela e curatela (Art. 1728 a Art. 1783).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Relação de parentesco (Art. 1591 a 1595 Código Civil - 2002).</p><p>Vínculos:</p><p>heteróloga</p><p>Matrimonial (casamento, união estável, etc.);</p><p>De parentesco: Natural (consanguíneo); Civil (adoção, inseminação artificial</p><p>(quando se utiliza material genético de um dos cônjuges e terceiro) e socioafetividade).</p><p>Afinidade: Vínculo que liga o cônjuge ou companheiro aos parentes do outro (não resultando</p><p>obrigações no mundo jurídico).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Parentesco:</p><p>» Linha reta: São provenientes do mesmo tronco descendendo umas das outras. Podem ser</p><p>ascendestes (Pais, avós, bisavós...) e descendentes (Filhos, netos, bisnetos), não existindo limitação de</p><p>grau de parentesco em linha reta, sendo contados os graus de acordo com o número de gerações.</p><p>» Na linha colateral, transversal ou oblíquo, Art. 1592 - CC/02: São provenientes do mesmo tronco,</p><p>porém não descendendo umas das outras.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>1) O parentesco na linha colateral se limita ao 4º grau.</p><p>2) Não existe parentesco colateral de 1º grau.</p><p>2º GRAU: IRMÃOS somente (não importando se são de pai e mãe em comum (chamados</p><p>bilaterais) ou de somente de um dos pais ("unilaterais uterinos" da mesmamãe e "unilaterais</p><p>consanguíneos" do mesmo pai).</p><p>3º GRAU: TIOS e SOBRINHOS</p><p>4º GRAU: TIOS AVÓS, SOBRINHOS NETOS E PRIMOS.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Em se tratando de parentesco por afinidade em linha colateral, a contagem se limita ao segundo</p><p>grau. (Art. 1595, § 1º CC/02). A contagem de grau é feita da mesma forma que no parentesco</p><p>consanguíneo.</p><p>O parentesco por afinidade em linha reta jamais se extingue, nem mesmo com a morte ou</p><p>dissolução do casamento, não havendo, pois, casamento entre, por exemplo, genro e sogra</p><p>(concubinato, Art. 1521 CC/02). Diferentemente dos afins colaterais que desde que o casamento haja se</p><p>dissolvido, não mais existe parentesco.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Casamento (Art. 1511 a 1565 CC/02).</p><p>É a união de duas pessoas (independentemente do sexo) reconhecida e regulamentada pelo Estado,</p><p>constituída com o objetivo de constituição de família e baseada num vínculo de afeto. Idade núbil 16</p><p>anos (art. 1520).</p><p>Teoria mista, híbrida ou eclética (corrente majoritária):</p><p>O casamento não é apenas um contrato nem somente uma instituição, pois no momento da formação é</p><p>um contrato, visto que depende da manifestação de vontade das partes; quanto ao conteúdo, seria uma</p><p>instituição posto que sua forma é regida pelo Estado.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Impedimentos matrimoniais (Art. 1521 CC/02):</p><p>Decorrentes de parentesco:</p><p>I) Ascendentes com os descendentes com o parentesco natural ou civil.</p><p>II)Afins em linha reta (pessoas que se casam ou estabelecem união estável se tornam parentes do</p><p>cônjuge, não podendo se casar).</p><p>III)O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante (Por exemplo,</p><p>não poderá se casar o padrasto com a enteada, pelo parentesco por afinidade em linha reta).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>IV) Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive (Irmãos,</p><p>parentesco de segundo grau ou tios e sobrinhos, excluindo- se os primos).</p><p>De acordo com o Decreto Lei 3.200/41, que segundo a doutrina majoritária ainda vigora, há a</p><p>possibilidade de casamento entre tios e sobrinhos, desde que realizado um exame chamado de "pré</p><p>nupcial" com ponto de vista de dois médicos, comprovando a possível saúde da futura prole.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>V) O adotado com o filho do adotante (Irmãos civis).</p><p>Impedimento decorrente do princípio da monogamia:</p><p>VI)As pessoas casadas.</p><p>Impedimento da ordem do crime:</p><p>VII)O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu</p><p>consorte (doutrinariamente, ocorre tal impedimento somente se o homicídio for doloso).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Causas Suspensivas do Casamento (Art. 1523 CC/02):</p><p>A consequência da infringência às causas supressivas não é a invalidade do casamento. A sanção é de</p><p>ordem administrativa, qual seja a imposição aos nubentes do regime da separação total obrigatória, nos</p><p>termos do disposto no Art. 1641, I. O casamento é válido, ou seja, não há que se falar em nulidade ou</p><p>em anulabilidade do ato.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Casamento em virtude de moléstia grave: (Art. 1539 CC/02) Se qualquer um dos cônjuges estiver</p><p>acometido de doença grave que o impossibilite de ir até o cartório, o juiz de paz poderá celebrar o ato</p><p>onde se encontrar o impedido, perante duas testemunhas.</p><p>Casamento nuncupativo (Art. 1540 e 1541 CC/02): diante de um iminente risco de vida, se realiza</p><p>independentemente da presença da autoridade competente, com seis testemunhas que não sejam</p><p>parentes</p><p>dos nubentes.</p><p>Casamento por procuração (Art. 1542 CC/02): Quando um ou ambos os nubentes não puderem estar</p><p>presentes na celebração, poderá ser realizado por procuração, desde que instrumento público e com</p><p>poderes especiais com validade de 90 dias.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Efeitos jurídicos do casamento:</p><p>1) Emancipação legal, Art. 5º (não se limita a idade mínima de 16 anos);</p><p>2) Gera alteração de estado civil;</p><p>3) Gera presunção legal de paternidade;</p><p>4) Institui família, constitui- se formalmente (Art. 226, § 1º e 2º, CR/88);</p><p>5)Gera a necessidade de autorização do cônjuge (outorga uxória ou marital) para a prática de alguns</p><p>atos tipificados no Art. 1647, CC, sob pena de anulação, em até dois anos após o término do</p><p>casamento, Art. 1649, CC. (Excetuando- se quando o casamento foi celebrado no regime de separação</p><p>total de bens)</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Efeitos jurídicos da união estável:</p><p>1) Não é causa de emancipação;</p><p>2) Não modifica o estado civil;</p><p>3) Não gera presunção legal de paternidade;</p><p>4) Institui família, união informal (Art. 226, § 3º, CR/88).</p><p>5)Não gera a necessidade de autorização para a prática dos atos tipificados no Art. 1647 como uma</p><p>forma de proteger terceiros que não tem como saber se a pessoa vive ou não em união estável.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Deveres dos cônjuges/companheiros (arts. 1566 e 1574):</p><p>1) Fidelidade recíproca;</p><p>2) A vida em comum no domicílio conjugal; (não se exige para a união estável).</p><p>3) Guarda, sustento e educação dos filhos;</p><p>4) Mútua assistência.</p><p>5) Respeito e consideração mútua.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Regimes de bens do casamento</p><p>O casamento produz diversos efeitos econômicos, para o sustento do lar, para as despesas comuns e</p><p>para atendimento dos encargos da família. Diante da necessidade de se estabelecer o regime de bens</p><p>que realizará o casamento, o CC cuida de estabelecer normas com o objetivo de determinar a origem, a</p><p>titularidade e o destino dos bens conjugais facilitando algumas opções convencionais de livre escolha do</p><p>regime conjugal de bens em pacto antenupcial.</p><p>Precedente recente do STF: o regime obrigatório de separação de bens nos casamentos e uniões estáveis</p><p>envolvendo pessoas com mais de 70 anos pode ser alterado pela vontade das partes.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Regime de comunhão parcial de bens (Art. 1658 a 1666): mais comum – aplica-se à união estável</p><p>Regras:</p><p>- Comunicam-se os bens adquiridos a título oneroso (aquestos) na constância do casamento.</p><p>- Não se comunicam os bens adquiridos a qualquer título, anteriormente à celebração do casamento.</p><p>-Também não se comunicam os bens adquiridos na constância do casamento a título gratuito (leia- se</p><p>herança e doação).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Regime de comunhão parcial de bens (Art. 1658 a 1666): mais comum – aplica-se à união estável</p><p>Art. 1725: Na falta de contrato escrito aplica- se à união estável, no que couber, o regime da</p><p>comunhão parcial de bens.</p><p>Regras:</p><p>- Comunicam-se os bens adquiridos a título oneroso (aquestos) na constância do casamento.</p><p>- Não se comunicam os bens adquiridos a qualquer título, anteriormente à celebração do casamento.</p><p>-Também não se comunicam os bens adquiridos na constância do casamento a título gratuito (leia- se</p><p>herança e doação).</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>União estável</p><p>União não eventual entre pessoas desimpedidas para se casar)é diferente de concubinato (união não</p><p>eventual entre pessoas impedidas de se casar) Art. 1727 CC, 1521CC</p><p>Diploma legal: Art. 226, § 3ºCR/88, Lei 8.971/94 (Direitos sucessórios e direitos a alimentos),</p><p>Lei 9.278/96 (Direito real de habitação e aboliu a necessidade de tempo ou filho para caracterização de</p><p>família),Art. 1723 a 1727 CC/02.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>União estável</p><p>União não eventual entre pessoas desimpedidas para se casar)é diferente de concubinato (união não</p><p>eventual entre pessoas impedidas de se casar) Art. 1727 CC, 1521CC</p><p>Diploma legal: Art. 226, § 3ºCR/88, Lei 8.971/94 (Direitos sucessórios e direitos a alimentos),</p><p>Lei 9.278/96 (Direito real de habitação e aboliu a necessidade de tempo ou filho para caracterização de</p><p>família),Art. 1723 a 1727 CC/02.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>União estável</p><p>Quem pode constituir união estável: As pessoas desimpedidas de se casar com exceção das pessoas</p><p>casadas mas que se encontrem separadas de fato ou judicialmente (até 13 de julho de 2010, com a</p><p>emenda const. Nº 66/2010).</p><p>Art. 1723, § 1º: A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se</p><p>aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou</p><p>judicialmente.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>União estável</p><p>União entre pessoas do mesmo sexo: Consoante o artigo 226 § 3º "Para efeito da proteção do Estado, é</p><p>reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar</p><p>sua conversão em casamento". Em 2011, através de julgamento da ADPF nº 132/DF e ADIN nº</p><p>4277/RJ, decidiu- se unanimemente que as relações homoafetivas serão regidas pelos mesmos direitos</p><p>decorrentes da união estável. Há entendimentos decorrentes que interpretam na possibilidade de</p><p>casamento homoafetivo.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Parte Especial: livro V - Direito das Sucessões — arts. 1.784 a 2.027;</p><p>Origem e conceito</p><p>É um conjunto de normas que estabelecem como será a transferência dos bens e direitos</p><p>do falecido aos seus herdeiros ou legatários.</p><p>A sucessão é realizada em decorrência de lei ou de testamento.</p><p>A sucessão que ocorre em virtude da lei é chamada de sucessão legítima. Por sua vez, à sucessão em</p><p>decorrência de testamento dá-se o nome de sucessão testamentária.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Regra geral</p><p>A herança é transmitida aos herdeiros quando é aberta a sucessão, a qual ocorre com</p><p>o falecimento do de cujus. Em outras palavras, após a morte, a herança é, desde logo, transmitida, pelo</p><p>princípio da Droit de saisine.</p><p>Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e</p><p>testamentários.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>“Saisine” vem do francês, “saisir”, que significa posse, para fins sucessórios.</p><p>Sua finalidade é impedir que o patrimônio fique sem titular enquanto não ocorre a transferência definitiva</p><p>dos bens aos sucessores. Isso porque não se admite direito subjetivo sem titular, logo, como a</p><p>existência da pessoa termina com a morte real, utiliza-se esse momento para a abertura da sucessão.</p><p>É importante observar que a transferência imediata da herança para os herdeiros legítimos e</p><p>testamentários é uma ficção jurídica, ou seja, não é permitido aos sucessores dispor da herança sem</p><p>autorização judicial ou enquanto não for concluído o arrolamento ou inventário, ainda que se trate de um</p><p>herdeiro único.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Foro competente</p><p>O artigo 48 do Código de Processo Civil prevê que o foro do domicílio do autor da herança é competente</p><p>para:</p><p>•Inventário;</p><p>•Partilha;</p><p>•Arrecadação;</p><p>•Cumprimento de disposições de última vontade;</p><p>•Impugnação ou anulação de partilha extrajudicial;</p><p>•Todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Espécies de sucessão</p><p>Sucessão legítima: nela, os bens são transferidos para os herdeiros previstos em lei, segundo a</p><p>presunção de que esta seria a vontade do autor da herança. Nesta modalidade, não há incidência de um</p><p>testamento válido. É importante observar que, na sucessão legítima, o sucessor mais próximo exclui o</p><p>mais remoto.</p><p>Sucessão testamentária: advém do testamento, instrumento formal através do qual o autor da herança</p><p>dispõe de seus bens de forma total ou parcial ou sobre outros aspectos não patrimoniais tendo em vista</p><p>a ocasião de sua morte.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Caso alguém venha a falecer e não tenha deixado testamento, a herança será transmitida aos herdeiros</p><p>legítimos. O mesmo ocorre em relação aos bens que não foram abrangidos pelo testamento, caso este</p><p>exista. Também ocorrerá a sucessão legítima se o testamento caducar ou for julgado nulo.</p><p>Herdeiros necessários: de acordo com o artigo 1.845 do Código Civil, são herdeiros necessários os</p><p>descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Eles possuem direito à parte legítima da herança.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Caso alguém venha a falecer e não tenha deixado testamento, a herança será transmitida aos herdeiros</p><p>legítimos. O mesmo ocorre em relação aos bens que não foram abrangidos pelo testamento, caso este</p><p>exista. Também ocorrerá a sucessão legítima se o testamento caducar ou for julgado nulo.</p><p>Herdeiros necessários: de acordo com o artigo 1.845 do Código Civil, são herdeiros necessários os</p><p>descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Eles possuem direito à parte legítima da herança.</p><p>No que diz respeito aos herdeiros necessários, o STF equiparou o cônjuge e o companheiro para fins de</p><p>sucessão, inclusive em uniões homoafetivas, em decisão proferida no julgamento dos Recursos</p><p>Extraordinários 646721 e 878694, ambos com repercussão geral reconhecida.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Em relação à sucessão testamentária, caso haja herdeiros necessários, o testador só poderá dispor</p><p>da metade da herança. Por exemplo, caso o falecido tenha um filho, que é considerado um herdeiro</p><p>legítimo, sendo ele o único, não poderá o de cujus direcionar, no seu testamento, mais da metade da</p><p>sua herança para um terceiro, sendo resguardada pelo menos a metade da herança aos herdeiros</p><p>necessários.</p><p>Levando-se em consideração o regime de bens da comunhão parcial, o supérstite é meeiro dos</p><p>bens adquiridos, sendo herdeiro nos bens particulares do de cujus, obervando-se a ordem de</p><p>vocação hereditária do art. 1829.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Inventário e partilha</p><p>Inventário é um procedimento que visa levantar, conferir e avaliar os bens, dívidas e direitos deixados</p><p>pelo falecido, para que, ao fim, estes possam ser divididos entre os sucessores.</p><p>Enquanto o inventário não for finalizado, o espólio, ou seja, o conjunto de bens deixados pelo falecido,</p><p>será tratado como um só e não poderá ser dividido.</p><p>É importante destacar, também, que existem duas modalidades de inventário, inventário judicial e</p><p>inventário extrajudicial.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>Requisitos inventário extrajudicial:</p><p>•Não pode haver menores ou incapazes na sucessão;</p><p>•Deve haver concordância entre todos os herdeiros;</p><p>•Deve haver a presença de um advogado para todos os interessados;</p><p>•O falecido não pode ter deixado testamento;</p><p>•Não haver partilha parcial;</p><p>•Os tributos devidos devem estar quitados; e</p><p>•O último domicílio do falecido deve ser no Brasil.</p><p>Código Civil (Lei nº 10.406/2002)</p><p>A partilha, por sua vez, é a efetiva divisão do patrimônio do falecido depois que todo o procedimento de</p><p>inventário é feito. É por meio dela que os herdeiros recebem a sua parte nos bens que foram</p><p>inventariados.</p><p>Dessa forma, enquanto o inventário serve para conferir e avaliar todo o patrimônio, a partilha</p><p>divide esses bens entre todos os herdeiros de acordo com seus direitos na sucessão.</p><p>O formal de partilha deve ser registrado no cartório de imóveis, pois a herança é bem imóvel!</p>