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TCC HANNAH CASAGRANDA - CORRIGIDO

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<p>UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA</p><p>HANNAH RODRIGUES CASAGRANDA</p><p>CONCRETO:</p><p>Evolução das suas aplicações, da sua origem até a atualidade</p><p>Florianópolis</p><p>2019</p><p>HANNAH RODRIGUES CASAGRANDA</p><p>CONCRETO:</p><p>Evolução das suas aplicações, da sua origem até a atualidade</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso</p><p>apresentado ao Curso de Engenharia Civil</p><p>da Universidade do Sul de Santa Catarina</p><p>como requisito parcial à obtenção do título</p><p>de Bacharel em Engenharia Civil.</p><p>Orientador: Prof. Roberto de Melo Rodrigues, Esp.</p><p>Florianópolis</p><p>2019</p><p>HANNAH RODRIGUES CASAGRANDA</p><p>CONCRETO:</p><p>Evolução das suas aplicações, da sua origem até a atualidade</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso</p><p>apresentado ao Curso de Engenharia Civil</p><p>da Universidade do Sul de Santa Catarina</p><p>como requisito parcial à obtenção do título</p><p>de Bacharel em Engenharia Civil.</p><p>Dedico este trabalho a minha avó, meus</p><p>pais, tio André e ao meu marido que com</p><p>muito amor e carinho me apoiaram e não</p><p>mediram esforços para que eu</p><p>conseguisse chegar aonde cheguei. E</p><p>principalmente as minhas filhas, Sophia e</p><p>Chloey. Vocês mesmo sem saberem me</p><p>deram forças e provaram que tudo é</p><p>possível se realmente quiser.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Ao meu bisavô Mathäus Germann Desiderius Casagranda (in memorian) e ao</p><p>meu avô Leo Casagranda (in memorian), sem o trabalho de vocês este trabalho de</p><p>conclusão de curso não teria sido possível.</p><p>Ao Professor Roberto de Melo Rodrigues, sou grata por toda orientação e ajuda</p><p>incansável, não somente para a realização deste trabalho, mas durante todo o curso.</p><p>“Para ser feliz até um certo ponto, é preciso ter sofrido até esse mesmo ponto.”</p><p>(EDGAR ALLAN POE, 1849).</p><p>RESUMO</p><p>O concreto, desde sua descoberta, teve diversos aprimoramentos e modificações,</p><p>sempre adaptando-se às tecnologias disponíveis em cada época. Mapear e destacar</p><p>estas mudanças foi o objetivo deste trabalho de conclusão de curso, assim como citar</p><p>e comparar três tabelas de traços de concreto que foram utilizados em épocas</p><p>diferentes. Com base nestas três tabelas de traços, foi possível visualizar e comparar</p><p>as diferentes interpretações e aplicações dos traços de concretos disponíveis,</p><p>oriundos também das diversas normalizações e procedimentos que foram criados,</p><p>visando sempre o melhor aproveitamento da matéria prima e técnicas disponíveis.</p><p>Apesar de ocorrem diferenças sutis entre as épocas, é possível visualizar a transição</p><p>de um concreto mais rígido e inflexível para um concreto mais maleável e com menor</p><p>resistência, dadas as alterações nas quantidades de areia e agregados. Para que</p><p>fosse possível observar tais alterações, foram coletados dados quantitativos e</p><p>estruturados em tabelas e gráficos, de modo a ilustrar de forma condensada e objetiva</p><p>as mudanças supracitadas que ocorreram na época.</p><p>Palavras-chave: Criação do Concreto; Traços; História do Concreto.</p><p>0544~~~JHABSTRACT</p><p>Since its discovery, concrete had many improvements and modifications, always</p><p>adapting the technologies available in each era. Mapping and highlighting these</p><p>changes were the purpose of this monograph, as well as quoting and comparing three</p><p>concrete trace tables that were used at different times. Based on these traces, it was</p><p>possible to visualize and compare the different interpretations and applications of the</p><p>available concrete traces, also coming from the various standardizations and</p><p>procedures that were created aiming at the best use of the available raw material and</p><p>techniques. Although there are subtle differences between times, it is possible to see</p><p>the transition from a more rigid and inflexible concrete to a more malleable and less</p><p>resistant concrete, given the changes in the amount of sand and aggregates. In order</p><p>to observe such changes, quantitative and structured data were collected and</p><p>organized in tables and graphs in order to illustrate in a condensed and objective</p><p>manner the changes mentioned above.</p><p>Keywords: Concrete Creation; Traces; History of Concrete</p><p>LISTA DE ILUSTRAÇÕES</p><p>Figura 1 - Soalho de concreto em Yiftah El ............................................................... 19</p><p>Figura 2 - Microestrutura do concreto encontrado em Yiftah El ................................ 20</p><p>Figura 3 - Mapa mostrando as descobertas das bases concreto no período neolítico</p><p>.................................................................................................................................. 21</p><p>Figura 4 - Imagens das amostras de Jericho ............................................................ 21</p><p>Figura 5 - Chão em Lepenski .................................................................................... 22</p><p>Figura 6 - Área de Daichiwan .................................................................................... 23</p><p>Figura 7 - Chão com cobertura de cimento ............................................................... 23</p><p>Figura 8 - Primeiros moldes de bloco ........................................................................ 24</p><p>Figura 9 - Torre de Babel .......................................................................................... 24</p><p>Figura 10 - Codigo de Hammurabi ............................................................................ 25</p><p>Figura 11 - Ilustração na pirâmide de Thebes ........................................................... 26</p><p>Figura 12 - Ilustração na pirâmide de Thebes ........................................................... 26</p><p>Figura 13 - Decoração em argamassa pozolanica em uma decoração no edifício D em</p><p>El Tajin ...................................................................................................................... 27</p><p>Figura 14 – Núcleo de uma furadeira ancestral feito de tobermorita de alumínio ..... 29</p><p>Figura 15 - Teatro de Pompeia .................................................................................. 30</p><p>Figura 16 - Casa de Banho em Campania ................................................................ 30</p><p>Figura 17 - Pont du Gard ........................................................................................... 33</p><p>Figura 18 - Abertura da cúpula do Parthenon ........................................................... 34</p><p>Figura 19 - Visões do Parthenon ............................................................................... 34</p><p>Figura 20 -, Projeto e Farol na Ilha de Shappel ......................................................... 35</p><p>Figura 21 - Barragem de Farris em Larvik ................................................................. 36</p><p>Figura 22 - Amostra da barragem de Farris na Noruega ........................................... 37</p><p>Figura 23 - Patente do cimento Portland ................................................................... 37</p><p>Figura 24 - Forte Erguido na Vila São Vicente .......................................................... 40</p><p>Figura 25 - O primeiro prédio em “Cimento armado” em São Paulo (R. São Bento,</p><p>esquina atual Praça do Patriarca) – Cortesia de J. Leticia Notaroberto. ................... 41</p><p>Figura 26 - Copacabana Palace nos dias de hoje ..................................................... 42</p><p>Figura 27 - Imagem do Projeto Original da Igreja de Manhumirim ............................ 43</p><p>Figura 28 – Á esquerda, esboço da entrada da Igreja. À direita, a parte frontal da igreja</p><p>já construída. ............................................................................................................. 44</p><p>Figura 29 - À esquerda, esboço do vão central da igreja de Manhumirim / À direita, o</p><p>vão</p><p>classificados levando-se em conta a origem, a densidade</p><p>e o tamanho dos elementos</p><p>Pode-se utilizar como agregados materiais de natureza artificial ou pura, que</p><p>sua resistência não interfira no endurecimento do concreto. Os agregados</p><p>selecionados devem estar devidamente higienizados, isto é, livres de impurezas como</p><p>por exemplo argila, terra, substâncias orgânicas, mais do que 0,02% de cloretos e de</p><p>1% de sulfatos. (ALMEIDA, 2002)</p><p>Para a melhor anteposição dos agregados é necessário ter ciência de que a</p><p>sua forma interfere diretamente em seu resultado na massa. Os agregados</p><p>arredondados e com superfície lisa tem uma maior facilidade na homogeneização e</p><p>adensamento. Já os agregados de superfície áspera, ampliam sua resistência a</p><p>tração.</p><p>Uma das funções dos agregados é a redução das retrações (variação de</p><p>volume). Além de ajudar na redução do custo do concreto e caso tenda a ter uma</p><p>resistência superior à da pasta, contribui na resistência.</p><p>57</p><p>4.3 PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO</p><p>4.3.1 Consistência e Trabalhabilidade</p><p>A consistência informa as propriedades intrínsecas da mistura fresca</p><p>relacionada com a mobilidade da massa e a coesão entre os elementos componentes,</p><p>tendo em vista a homogeneidade e o nível de compactação do concreto.</p><p>É dado o nome de trabalhabilidade à propriedade que caracteriza se o concreto</p><p>fresco pode ser lançado na forma na qual foi designada, preenchendo-a</p><p>completamente e assim adensando (eliminando vazios) e transformando em uma</p><p>massa compacta.</p><p>“...quando se trata do assunto trabalhabilidade do concreto, deve-se</p><p>abordar os fatores internos que caracterizam sua reologia, ou seja,</p><p>capacidade de deformar-se quando é aplicado um esforço externo.</p><p>Simplificadamente, esses fatores são a consistência (oposto da fluidez)</p><p>e coesão (oposto da segregação).” (PRUDÊNCIO JUNIOR, 2011)</p><p>Segundo Neville (2011) um dos principais fatores que afetam a trabalhabilidade</p><p>do concreto é o fator de água na mistura. Para Giammusso (1992) a mistura pode ser</p><p>prejudicada também pela presença de ar pois gera vazios no concreto, e assim simula</p><p>o excesso de água no concreto. Os concretos bem adensados tem em média entre</p><p>1% e 2% de teor de vazios.</p><p>Tabela 1 - Tabela comparativa entre teor de vazios e redução da resistência.</p><p>Teor de vazios 1% 2% 3% 4% 5% 10%</p><p>Redução da</p><p>resistência</p><p>8% 17% 24% 31% 37% 60%</p><p>Fonte: Giammusso (1992)</p><p>Durante o processo de adensamento, é possível analisar a capacidade que o</p><p>concreto tem de manter sua forma. Isso se deve a quantidade de água em sua mistura.</p><p>Quanto maior a quantidade de água na mistura mais liquida esta mistura fica sendo</p><p>assim, fica mais trabalhável (plástica).</p><p>Fica a encargo da quantidade de agregados miúdos, agregados graúdos e do</p><p>cimento a quantidade necessária de água presente na mistura. Numa mistura na qual</p><p>58</p><p>o tamanho do agregado graúdo é maior, vai ser necessário uma quantidade de água</p><p>menor para obter a mesma consistência, pois a área total a ser coberta diminuiu.</p><p>4.3.2 Coesão</p><p>Denomina-se coesão a propriedade que o concreto tem de manter seus</p><p>componentes misturados. Apesar de não haver um método para mensurar esta</p><p>propriedade, em campo, é possível analisar pelo seu aspecto, que de acordo com</p><p>Giammusso (1992), as características a serem observadas são: a aparência dos</p><p>agregados que não devem parecer lavados, as bordas do concreto devem-se mostrar</p><p>convexas e não se pode haver sinais de separação da agua na pasta, principalmente</p><p>nas extremidades da mistura, como pode ser visto na Figura 38.</p><p>Figura 37 - Representação esquemática do aspecto de mistura</p><p>Fonte: Giammusso (1992)</p><p>4.3.3 Exsudação</p><p>A propriedade da água de amassamento que sobe para superfície do concreto</p><p>recém lançado é denominada de exsudação. Segundo Petrucci (1980) este</p><p>acontecimento ocorre devido uma maior ou menor dificuldade dos materiais da</p><p>mistura de manter a água dispersa na massa. A consequência é um material</p><p>possivelmente poroso, com uma resistência baixa e sujeito a se desintegrar pela</p><p>percolação da água.</p><p>4.4 PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO</p><p>4.4.1 Massa específica</p><p>59</p><p>De acordo com Petrucci (1980), a massa da unidade de volume (incluindo os</p><p>vazios presentes) é denominado massa específica. A mesma, deve variar entre 2.300</p><p>e 2.500 kg/m³, sendo 2.300kg/m³ para concreto simples e 2.800kg/m³ para concreto</p><p>armado. Caso seja utilizado agregados leves o valor pode ser reduzido para um valor</p><p>de 1.800kg/m³.</p><p>De acordo com Prudêncio Junior (2011), é muito importante avaliar o parâmetro</p><p>da massa específica do concreto no estado fresco, pois será avaliado indiretamente o</p><p>teor de ar incorporado/aprisionado no concreto. Caso o teor de ar no material seja</p><p>elevado, a resistência do concreto haverá uma redução significativa como pode ser</p><p>observado na Figura 39.</p><p>Figura 38 - Relação entre a redução da resistência do concreto e o teor de vazios</p><p>Giammusso 1992, p 33</p><p>De acordo com a NBR 9833 (2009), o cálculo da massa específica ( 𝛾 𝑐𝑓 ) é</p><p>expresso em kg/dm³ e com um arredondamento de 0,001kg/dm³. Para obter a massa</p><p>específica deve-se dividir a massa do concreto no recipiente pelo volume.</p><p>Com a informação obtida 𝛾 𝑐𝑓 é possível calcular o teor de ar na massa de</p><p>concreto fresco com a seguinte expressão:</p><p>Equação 1</p><p>𝑇𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑟 (%) = (1 −</p><p>𝛾𝑐𝑓</p><p>𝛾𝑐𝑎</p><p>) 𝑥100</p><p>Onde:</p><p>𝛾𝑐𝑎 = Massa específica do concreto fresco</p><p>60</p><p>Equação 2</p><p>𝛾𝑐𝑎 =</p><p>𝑀𝑐 + 𝑀𝑚 + 𝑀𝑔 + 𝑀𝑎</p><p>𝑀𝑐</p><p>𝛾𝑐</p><p>𝑀𝑚</p><p>𝛾𝑚</p><p>𝑀𝑔</p><p>𝛾𝑔 + 𝑀𝑎</p><p>Onde:</p><p>Mc = Massa específica do concreto</p><p>Mm = Massa de agregados miúdos seco</p><p>Ma = Massa da água</p><p>𝛾𝑐 = Massa específica do cimento (NBR 6774)</p><p>𝛾𝑚 = Massa específica do agregado miúdo (ASTM – C – 128)</p><p>𝛾g = Massa específica do agregado graúdo (ASTM – C – 127)</p><p>4.4.2 Deformações</p><p>É possível considerar duas particularidades nas deformações do concreto. A</p><p>primeira é de que suas variações são causadas devido ao ambiente causadas pela</p><p>oscilação de temperatura ou da umidade. A outra particularidade que pode ocorrer é</p><p>a deformação.</p><p>4.4.3 Retração</p><p>De acordo com Almeida (2002), a retração ocorre quando há uma diminuição</p><p>do volume do concreto até o momento em que ocorre a cura do concreto. Este</p><p>processo ocorre aceleradamente até cerca de 3 a 4 meses e depois sua velocidade</p><p>diminui, como é possível analisar no gráfico à seguir. Sendo que um quarto da</p><p>retração ocorre na primeira semana, um terço na segunda semana, metade no</p><p>primeiro mês e três quartos nos 6 meses seguintes, como pode se observar na figura</p><p>40.</p><p>61</p><p>Figura 39 - Variação da retração X tempo</p><p>Fonte: Almeida (2008)</p><p>4.4.3.1 RETRAÇÃO PLASTICA</p><p>Com uma contração do volume na ordem de 1% do volume utilizado de cimento</p><p>seco, é denominado retração plástica. Ela ocorre quando a pasta ainda se encontra</p><p>no estado plástico. A retração plástica ocorre porque a massa de concreto perde água</p><p>devido a evaporação da mesma na superfície ou por absorção do cimento seco que</p><p>está abaixo.</p><p>Segundo Neville e Brooks (2013) “A retração plástica é maior quanto maior for</p><p>a velocidade de evaporação dá água, que por sua vez depende da temperatura do ar,</p><p>da temperatura do concreto, da umidade relativa do ar e da velocidade do vento”</p><p>4.4.3.2 RETRAÇÃO AUTÓGENA</p><p>De acordo com Neville 2016, “Essa retração é a consequência da saída de</p><p>água dos poros capilares em função da hidratação do cimento ainda não hidratado,</p><p>processo que é conhecido como autodessecação.”</p><p>É possível observar esta retração em concretos que utilizaram elevada</p><p>quantidade de cimentos e com cimentos mais finos. A temperatura também interfere</p><p>na retração sendo que tende a ocorrer mais com temperaturas altas. Além de quanto</p><p>menor o fator A/C maior a probabilidade de ocorrer.</p><p>4.5 NORMATIZAÇÃO</p><p>A Normatização é elaborada</p><p>e utilizada de forma a padronizar e regulamentar</p><p>as melhores práticas dentro do desenvolvimento e utilização profissional de técnicas,</p><p>testes e materiais na construção civil, e todas essas informações são disseminadas</p><p>pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Elas visam obter resultados</p><p>62</p><p>desejáveis profissionalmente nos processos como confiabilidade, sustentabilidade,</p><p>segurança, eficiência bem como custos econômicos.</p><p>A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), emite e divulga as</p><p>Normas Brasileiras, conhecidas com NBR. O seu assunto é estudado por diversos</p><p>especialistas do meio acadêmico e profissional, e quando entram em acordo é levado</p><p>aos profissionais da área para o consentimento e aprovação da futura norma.</p><p>De acordo com SIENGE (2016), as NBR’s, por serem aprovadas por uma</p><p>entidade sem fins lucrativos e privada, elas geralmente não possuem força de lei.</p><p>Contudo, são elas que ajudam a orientar a respeito do material a ser utilizado, seus</p><p>produtos e processos; evitar incompatibilidade e até mesmo erros durante os</p><p>processos, além de padronizar o produto.</p><p>Acerca de concreto temos 3 normas a serem analisadas: A NBR 12655</p><p>(Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação -</p><p>Procedimento); NBR 6118 (Projeto de estrutura de concreto - Procedimento) e a NBR</p><p>14931 (Execução de estruturas de concreto - Procedimento), como observado na</p><p>figura 41.</p><p>Figura 40- Organograma das NBR's</p><p>Fonte: do Autor</p><p>Questionado em entrevista o motivo pela qual a NBR 12655, NBR 6118 e NBR</p><p>14931 em conjunto são consideradas as principais e mais importantes normas do</p><p>concreto Britez respondeu que:</p><p>63</p><p>“No Brasil, são concebidas muitas estruturas de</p><p>concreto. Então, é pré-requisito para um engenheiro civil ter</p><p>conhecimento sobre projeto, execução, materiais e manutenção</p><p>de uma estrutura. E estas normas, de certa forma, estão</p><p>correlacionadas. A 6118 (Projeto de estruturas de concreto –</p><p>Procedimento) trata de projetos e está vinculada com a 12655,</p><p>que também está relacionada com a 14931 (Execução de</p><p>Estruturas de Concreto – Procedimentos). Elas são</p><p>complementares e não há como aplicá-las isoladamente no</p><p>contexto de uma obra.”</p><p>E segundo LISBOA (2017),</p><p>“As atividades que devem ser realizadas na construção civil têm sua</p><p>organização controlada, devido às ações repetidas realizadas por diferentes</p><p>pessoas, ao utilizarem de regras ou normas e assim evitar perdas e a</p><p>execução de forma segura. A normalização técnica, dessa forma, tem por</p><p>objetivo garantir:</p><p>• Qualidade (padrão requerido pelo usuário final da obra e manutenção</p><p>da reprodutibilidade dos operários);</p><p>• Produtividade (controle do processo de construção, dos custos e da</p><p>mão de obra);</p><p>• Tecnologia (parametrizar o processo em comum entre todos os</p><p>envolvidos pela boa qualidade de produtos e serviços oferecidos de forma</p><p>segura);</p><p>• Marketing (equilibrar as ações comerciais e de serviços com atributos</p><p>de confiança); e</p><p>• Eliminação de barreiras técnicas e comerciais (facilitar intercâmbio</p><p>comercial entre nações).”</p><p>4.5.1 NBR 12655 - Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e</p><p>aceitação - Procedimento</p><p>Esta norma é aplicável a concreto de cimento Portland para estruturas</p><p>moldadas na obra, estruturas pré-moldadas e componentes estruturais pré-fabricados</p><p>para edificações e estruturas de engenharia. (ABNT,2006)</p><p>64</p><p>4.5.1.1 Contexto histórico</p><p>Esta NBR manteve o contexto de sua versão anterior ao ano de 2006, mas</p><p>foram apresentados novos conceitos voltados para o controle de degradação precoce</p><p>observados nas estruturas de concreto armado. As exigências de durabilidade e</p><p>sustentabilidade no setor da Construção Civil contribuíram para que o conceito de vida</p><p>útil fosse incorporado ao texto deste documento. A compatibilização necessária com</p><p>as outras normas relacionadas ao concreto também foram realizadas com a</p><p>publicação deste documento em 2006.</p><p>O principal conceito apresentado foi a classificação da agressividade do</p><p>ambiente, com base nas condições de exposição da estrutura ou suas partes,</p><p>levando-se em conta o clima e o macroclima atuantes sobre a obra e suas partes</p><p>críticas. A figura 42 apresenta a classificação da agressividade ambiente que deve ser</p><p>considerada na etapa de elaboração do projeto da estrutura de concreto.</p><p>Figura 41 - Classes de Agressividade Ambiental</p><p>Fonte: NBR ABNT (2015)</p><p>A partir da classificação da agressividade do meio ambiente, simplificadamente</p><p>para fins dos projetos correntes são apresentadas na figura 43, os principais</p><p>65</p><p>parâmetros de dosagem e controle de qualidade do concreto a ser usado nas</p><p>estruturas atualmente.</p><p>Figura 42 - Tabela de Classes de Concreto por Agressividade</p><p>Fonte: ABNT (2015)</p><p>Para condições especiais de exposição, devem ser atendidos os requisitos</p><p>mínimos de durabilidade expressos na figura 43 para a máxima relação água/cimento</p><p>e a mínima resistência característica.</p><p>Figura 43 - Requisitos para o concreto, em condições especiais da exposição</p><p>Fonte: ABNT (2015)</p><p>Na sua terceira revisão no ano de 2015 com sua publicação foi cancelada a</p><p>NBR ABNT 12654/1992 e no seu título passou a ser Concreto de Cimento Portland –</p><p>66</p><p>Preparo, Controle, Recebimento e Aceitação – Procedimento. O escopo deste</p><p>documento estabelece os requisitos para:</p><p>a) Propriedades do concreto fresco e endurecido e suas verificações;</p><p>b) Composição, preparo e controle do concreto; e</p><p>c) Recebimento e aceitação do concreto.</p><p>Este escopo se aplica a concretos normais, pesados e leves. Não se aplica a:</p><p>concreto massa, concretos aerados, espumosos e com estrutura aberta (sem finos).</p><p>No que se refere ao controle de aceitação da estrutura de concreto o</p><p>documento especifica que há três situações possíveis para a realização desta etapa</p><p>importante para a execução de estruturas de concreto:</p><p>a) Controle por amostragem total;</p><p>b) Controle por amostragem parcial; e</p><p>c) Controle para casos especiais.</p><p>No que se refere ao controle de qualidade dos materiais o documento salienta</p><p>a importância de serem realizados os ensaios físicos conforme as respectivas Normas</p><p>dos materiais usados nas dosagens e o seu adequado armazenamento. Com relação</p><p>aos procedimentos de dosagem são apresentados os critérios técnicos para a</p><p>realização de dosagem empírica ou racional do concreto.</p><p>No seu item 6.2.4 fica estabelecido que:</p><p>Conformidade dos lotes de concreto Os lotes de concreto, no caso de</p><p>amostragem parcial, e os exemplares, no caso de amostragem total, devem ser</p><p>aceitos, quando o valor estimado da resistência característica, ou o valor de cada</p><p>exemplar de uma amostragem a 100 %, calculado conforme 6.2.3, atender à</p><p>resistência característica do concreto à compressão especificada no projeto estrutural.</p><p>Ou seja, o valor calculado para o Fckest ≥ Fck. Para as situações em que não</p><p>seja verificada o atendimento indicado deve-se verificar os procedimentos na NBR</p><p>ABNT 7680/2015.</p><p>67</p><p>4.5.2 NBR 6118 - Projeto de estrutura de concreto - Procedimento</p><p>A NBR6118 é a norma que define os padrões e regulamenta os requisitos</p><p>básicos necessários e exigidos para projetar estruturas de concreto simples, armado</p><p>e protendido, com exceção de aplicações de concreto leve, pesado ou outros que</p><p>sejam específicos e de caráter especial (NBR:6118, 2014).</p><p>4.5.2.1 Contexto Histórico</p><p>A NBR 6118 foi publicada pela primeira vez em 1940, no mesmo ano em que a</p><p>entidade Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi fundada. Esta norma,</p><p>por sua vez, é proveniente historicamente da norma brasileira NB-1, que</p><p>regulamentava projetos de estrutura de concreto. A principal mudança conceitual da</p><p>publicação na NBR 6118 em 2003 foi que o documento anterior tratava do</p><p>dimensionamento e execução</p><p>de estruturas de concreto armado, enquanto o novo</p><p>documento passou a tratar somente do dimensionamento, deixando a execução para</p><p>ser tratada na nova NBR 14931/2003.</p><p>Com sua publicação no ano de 2003, buscou-se atender a comunidade técnica</p><p>nacional e com isso, despertou o interesse da ISO (International Standard</p><p>Organization). Em 2007, sofreu mais adequações e atualizações conforme a evolução</p><p>das tecnologias do concreto e foi republicada, onde, no mesmo ano, foi indicada para</p><p>a ISO como “norma-mãe” para projetos com concreto e algumas derivações.</p><p>Na versão de 2003, novos critérios de desempenho e de durabilidade foram</p><p>incorporados, exigindo-se o aumento de cobrimentos, novas considerações sobre a</p><p>rigidez dos elementos estruturais e a elevação das resistências mínimas requeridas</p><p>para concretos com finalidade estrutural.</p><p>A última revisão da ABNT NBR 6118 de 2014 teve principal alteração a inclusão</p><p>do grupo II de resistências à compressão do concreto, compreendendo o intervalo da</p><p>classe C55 à classe C90 de resistência à compressão, e a nomeação do grupo I,</p><p>referente aos concretos com resistência característica à compressão compreendida</p><p>no intervalo da classe C20 à classe C50. Além disso, em vários casos de cálculo foram</p><p>adicionadas formulações distintas para concretos do grupo I e do grupo II, como no</p><p>cálculo da resistência à tração do concreto, no módulo de elasticidade entre 7 e 28</p><p>dias, no módulo de elasticidade aos 28 dias, entre outros.</p><p>68</p><p>Com esta revisão também ocorreu o reconhecimento como Norma</p><p>Internacional, devido a sua abrangência e qualidade dos requisitos, colocando a</p><p>construção civil nacional em um patamar de grande importância no meio internacional</p><p>(SANTOS, Altair, 2015), e elevou os padrões de construção civil no país, assim como</p><p>aumentou a visibilidade do Brasil internacionalmente.</p><p>4.5.3 NBR 14931 - Execução de estruturas de concreto - Procedimento</p><p>Esta norma estabelece os requisitos gerais para a execução de estruturas de</p><p>concreto. Em particular, esta norma define requisitos detalhados para a execução de</p><p>obras de concreto, cujos projetos foram elaborados de acordo com a ABNT NBR 6118.</p><p>(ABNT,2004)</p><p>4.5.3.1 principais recomendações</p><p>A NBR 14931 que designa o modo de operação na fase de execução de</p><p>projetos com concreto, deve ser utilizada juntamente com a norma NBR 6118,</p><p>considerada a “norma-mãe”, pois só assim será possível a sua completa compreensão</p><p>e a correta aplicação de suas orientações.</p><p>4.6 EVOLUÇÃO DOS TRAÇOS</p><p>Para realização de comparativo de traços para observar a evolução num período</p><p>de 55 anos, será utilizado três tabelas de traços. O primeiro comparativo será</p><p>realizando entre a tabela de escrita por Leo Casagranda por volta dos anos 1953, a</p><p>tabela de traços de Abílio de Azevedo Caldas Branco na qual foi amplamente difundida</p><p>em 1974 e a tabela contida na 53 edição da revista Concreto e Construção em 2008.</p><p>4.6.1 Leo Casagranda</p><p>Léo Casagranda nasceu dia 03 de julho de 1927 em Manhuaçu, Minas Gerais.</p><p>Filho de Mathäus Germann Desiderius Casagranda e Irene Casagranda, seguiu os</p><p>passos do pai se tornando engenheiro civil e engenheiro eletromecânico em 23 de</p><p>dezembro de 1953 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.</p><p>69</p><p>Esta tabela a seguir foi utilizada nos primeiros anos de sua carreira, não há</p><p>informações se estes traços são de sua época ou são traços utilizados pelo seu pai e</p><p>fornecidos a ele no início de sua carreira. Para melhorar a visualização das</p><p>proporções, foram inseridos os gráficos 1, 2 e 3 em sequência à tabela 2.</p><p>Tabela 2 - Leo Casagranda</p><p>Concreto Cimento Areia Agregados Água</p><p>Traço em volume Litros Quilos Litros Quilos Litros Quilos Litros Quilos</p><p>1:2:3 214 280 428 659 642 897 257 257</p><p>1:2:4 189 246 378 582 756 1051 227 227</p><p>1:3:6 134 175 402 619 804 1118 215 215</p><p>Fonte: Do Autor</p><p>Léo Casagranda durante sua carreira foi responsável por diversas construções</p><p>habitacionais e empresariais em Porto Alegre e em Florianópolis. Um dos marcos em</p><p>sua carreira foi ser o responsável técnico pela empresa Brown Boveri (atual ABB) na</p><p>implementação da usina Jorge Lacerda, na qual era responsável pelo fornecimento e</p><p>instalação das turbinas e da subestação.</p><p>Gráfico 1 - Traço 1:2:3 de Léo Casagranda</p><p>Fonte: do Autor</p><p>Traço 1:2:3</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do</p><p>traço = 2093 kg</p><p>70</p><p>Gráfico 2 - Traço 1:2:4 de Léo Casagranda</p><p>Fonte: do Autor</p><p>Gráfico 3 - Traço 1:3:6 de Léo Casagranda</p><p>Fonte: do Autor</p><p>4.6.2 Caldas Branco</p><p>Conhecido como o criador do “Calculador Caldas Branco”, o engenheiro Abílio</p><p>de Azevedo Caldas Branco foi ganhador do prêmio Ary Frederico Torres “Destaque</p><p>do Ano em Tecnologia do Concreto” (premiação realizada pela IBRACON) em 1984</p><p>pelo seu trabalho de organização da produção do concreto.</p><p>De acordo com Thomaz, [20--?] “Os traços divulgados pelas Tabelas Caldas</p><p>Branco eram traços de concretos pré-ensaiados em laboratório, com grande número</p><p>de ensaios. Para cada traço eram previamente realizados ensaios de compressão em</p><p>corpos de prova cilíndricos 15cm x 30cm.”</p><p>Os traços a seguir na tabela 3 são três traços encontrados e retirados de sua</p><p>publicação “Concreto: Dosagem em “peso” ou volume - 12 traços em sequência” para</p><p>Traço 1:2:4</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do</p><p>traço = 2106kg</p><p>Traço 1:3:6</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do</p><p>traço = 2127 kg</p><p>71</p><p>servir de comparação neste trabalho. Os gráficos 4, 5 e 6 representam a</p><p>proporcionalidade descrita na tabela 3, de forma a melhorar a visualização dos dados.</p><p>Tabela 3 – Caldas Branco</p><p>Concreto Cimento Areia Agregados Água Resistencia a</p><p>compressão</p><p>(28 dias)</p><p>Traço em</p><p>Volume</p><p>Litros Quilos Litros Quilos Litros Quilos Litros Quilos Kg/cm² MPa</p><p>1:2:3 243 345 486 748 728 1012 210 210 254 22,36</p><p>1:2:4 210 298 420 647 840 1168 202 202 210 20,59</p><p>1:3:6 147 209 441 679 882 1226 198 198 100 9,81</p><p>Fonte: Do autor / BRANCO, Abílio de Azevedo Caldas, 2019</p><p>Gráfico 4 - Traço 1:2:3 de Caldas Branco</p><p>Fonte: Do autor / BRANCO, Abílio de Azevedo Caldas, 2019</p><p>Traço 1:2:3</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do traço = 2315 kg</p><p>72</p><p>Gráfico 5 - Traço 1:2:4 de Caldas Branco</p><p>Fonte: Do autor / BRANCO, Abílio de Azevedo Caldas, 2019</p><p>Gráfico 6 - Traço 1:3:6 de Caldas Branco</p><p>Fonte: Do autor / BRANCO, Abílio de Azevedo Caldas, 2019</p><p>4.6.3 IBRACON</p><p>O IBRACON é uma organização técnico-cientifica de âmbito nacional na qual</p><p>tem seu objetivo fornecer informações e conhecimento sobre pesquisa</p><p>desenvolvimento e inovação a respeito da tecnologia do concreto. Fundada em 1972,</p><p>ela tem seu caráter associativo, mas sem fins lucrativos. O IBRACON proporciona</p><p>cursos, eventos técnicos, publicações técnicas e anualmente organiza o Congresso</p><p>Brasileiro do Concreto. (IBRACON,2008)</p><p>Traço 1:2:4</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do traço = 2315 kg</p><p>Traço 1:3:6</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do traço = 2312 kg</p><p>73</p><p>Neste trabalho foi retirado da 52ª edição uma tabela de traço de concreto</p><p>ilustrada a seguir, para comparação. Este trabalho utilizará o traço na qual a</p><p>resistência de dosagem esperada (Mpa) na idade de 28 dias seja mais próxima da</p><p>resistência de dosagem esperada (Mpa) da tabela de Caldas Branco, representada</p><p>na figura 45 e pelo gráfico 7.</p><p>Figura 44 - Traços de concretos com cimento CP II-E-32</p><p>Fonte: IBRACON, 2008</p><p>Gráfico 7 - Traço 20 Mpa de IBRACON</p><p>Fonte: do Autor</p><p>Traço 20 Mpa</p><p>Cimento Areia Agregados Água</p><p>Peso total do traço = 2268kg</p><p>74</p><p>4.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS</p><p>No traço 1:2:3 é possível observar conforme gráfico 8 uma mudança de acordo</p><p>com o tempo e a tecnologia. Com a redução de 65 quilos de cimento e de 47 quilos</p><p>de água, o fator água cimento teve uma redução de 0,31. A areia e os agregados</p><p>também tiveram um aumento sendo de 89 quilos e de 115 quilos respectivamente</p><p>entre os traços de Léo Casagranda e Caldas Branco.</p><p>Os resultados entre a tabela de Caldas Branco e do traço publicado na</p><p>revista do IBRACON podem ser observados onde o traço utilizado por Caldas Branco</p><p>continha 76 quilos cimento e 14 litros de água a mais, possuía 164 quilos a menos de</p><p>areia e 121 quilos a mais de agregados.</p><p>Para uma comparação direta entre a tabela de Leo Casagranda e a tabela</p><p>publicada pelo IBRACON, visualmente representada pelo gráfico 8, é possível verificar</p><p>uma redução de 11 quilos de cimento e 61 litros de água, gerando uma redução do</p><p>fator A/C de 0,19. Já o agregado, não houve uma redução significativa, sendo de</p><p>apenas 6 quilos. Já a areia, houve um acréscimo de 253 quilos.</p><p>Gráfico 8 - Comparativo de Traços 1:2:3 entre Leo Casagranda, Caldas Branco e IBRACON</p><p>Fonte: do Autor</p><p>0</p><p>200</p><p>400</p><p>600</p><p>800</p><p>1000</p><p>1200</p><p>Cimento Água A/C Areia Agregados</p><p>Traço 1:2:3</p><p>Leo Casagranda Caldas Branco IBRACON*Fator A/C x 100</p><p>75</p><p>Tabela 4 - Traço 1:2:3</p><p>No traço 1:2:4, gráfico 9, foi observado entre a tabela de Léo Casagranda e a</p><p>tabela de Caldas Branco uma redução de 0,24 no fator água cimento, isso ocorreu</p><p>devido ao aumento de 52 quilos de cimento e a redução de 25 quilos de água. Os</p><p>agregados tiveram um aumento de 65 quilos de areia e de 117 quilos de agregados</p><p>no total, estas alterações podem ser observadas no gráfico 9. O peso total do traço</p><p>teve um ganho de 209 quilos, saindo de 2106 quilos para 2315 quilos</p><p>Entre o traço de Caldas Branco e o traço publicado na revista do IBRACON,</p><p>ocorreu um aumento do fator A/C de 0,05, consequência da diminuição de 29 quilos</p><p>de cimento e 6 quilos de água. Ocorreu um acréscimo de 265 quilos de areia e uma</p><p>redução de 277 quilos de agregados.</p><p>Comparando o traço de Léo Casagranda com o traço publicado na revista do</p><p>IBRACON podemos observar que ocorreu um aumento de 23 quilos de cimento, uma</p><p>redução de 31 litros de água gerando uma redução do A/C de 0,19. Ocorreu um</p><p>acréscimo de 330 quilos de areia e a redução de 160 quilos de agregado. Isso gerando</p><p>uma economia financeira no concreto além de diminuir as chances de prováveis</p><p>retrações.</p><p>Gráfico 9 - Comparativo de Traços 1:2:4 entre Leo Casagranda, Caldas Branco e IBRACON</p><p>Fonte: do Autor</p><p>0</p><p>200</p><p>400</p><p>600</p><p>800</p><p>1000</p><p>1200</p><p>1400</p><p>Cimento Água A/C * Areia Agregados</p><p>Traço 1:2:4</p><p>Leo Casagranda Caldas Braco IBRACON*Fator A/C x 100</p><p>76</p><p>Com um aumento de 185 quilos no seu peso final no traço 1:3:6 entre a tabela</p><p>de Leo Casagranda e Caldas Branco, foi possível observar que o fator água cimento</p><p>teve uma redução de 0,28 com a diferença de 17 quilos de água e de 34 quilos de</p><p>cimento. Os agregados tiverem um aumento de 108 quilos e a areia de 60 quilos como</p><p>demostrado no gráfico 10.</p><p>O traço 1:3:6 tanto da tabela de Leo Casagranda como da tabela de Caldas</p><p>Branco não pode ser comparado com a tabela publicada na revista do IBRACON pois</p><p>a resistência de dosagem esperada (MPa) no traço de Caldas Branco é inferior a</p><p>mínima encontrada na tabela publicada na revista do IBRACON.</p><p>Gráfico 10 - Comparativo de Traços 1:3:6 entre Leo Casagranda e Caldas Branco</p><p>Fonte: do Autor</p><p>0</p><p>200</p><p>400</p><p>600</p><p>800</p><p>1000</p><p>1200</p><p>1400</p><p>Cimento Água A/C * Areia Agregados</p><p>Traço 1:3:6</p><p>Leo Casagranda Caldas Branco*Fator A/C x 100</p><p>77</p><p>5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇOES</p><p>5.1 CONCLUSÃO</p><p>Apesar da dificuldade em encontrar material na língua portuguesa referente a</p><p>história do concreto, após uma extensa busca em fontes diversas foi possível realizar</p><p>um levantamento bibliográfico relevante sobre o tema, assim, tendo êxito na</p><p>visualização dos primórdios da criação e desenvolvimento de práticas com o concreto,</p><p>assim com sua produção e utilização em épocas remotas e apresentar sua evolução</p><p>ao longo do tempo com a inserção de novas tecnologias.</p><p>Com tabelas de traços de concreto brasileiras de diferentes décadas foi</p><p>possível fazer uma comparação de traços em relação a sua época e suas tecnologias,</p><p>podendo então observar o impacto gerado com estas alterações e perceber as</p><p>diferentes modificações feitas ao longo do tempo, adequando-se às realidades da</p><p>construção civil de cada momento.</p><p>É possível afirmar, com base nos gráficos e dados coletados, que a principal</p><p>diferença entre os traços, se concentra na alteração de areia e agregados. Enquanto</p><p>o traço de Leo Casagranda possuía mais agregados e menos areia, o traço de Caldas</p><p>Branco é o oposto, onde é possível afirmar que Leo Casagranda utilizava um concreto</p><p>com menor flexibilidade e maior resistência, e Caldas Branco, por sua vez, utilizava</p><p>um concreto com maior maleabilidade, e menor resistência. Com a tabela do</p><p>IBRACON é possível observar que há um volume quase que igual de areia e</p><p>agregados, fazendo com que o concreto possua menos vazios, consequentemente</p><p>com uma maior resistência.</p><p>5.2 RECOMENDAÇÕES</p><p>Após as análises teóricas comparativas realizadas neste trabalho de conclusão</p><p>de curso, seria recomendado efetuar estudos práticos em laboratórios com os</p><p>materiais disponíveis na atualidade.</p><p>Desta forma, torna-se possível avaliar os resultados, buscando verificar as</p><p>mudanças entre os materiais utilizados nos dias de hoje e antigamente, quais as</p><p>diferenças práticas entre os traços, em relação a sua resistência, viabilidade financeira</p><p>e o impacto sustentável.</p><p>78</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARAGÃO, Guilherme; HELENE, Paulo. No Prumo. Rio de Janeiro: Asx Produções,</p><p>2017. 170 p.</p><p>ASSOCIAÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (Brasil). UMA BREVE</p><p>HISTÓRIA DO CIMENTO PORTLAND. 2009. 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Acesso em: 15 set. 2019.</p><p>SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO (Brasil)</p><p>(Ed.). História. Disponível em: <http://snic.org.br/historia.php>. Acesso em: 11 ago.</p><p>2019.</p><p>THOMÉ, Brenda Bressan. NR e NBR: quem é quem na construção civil? Disponível</p><p>em: <https://www.sienge.com.br/blog/nr-e-nbr-quem-e-quem-na-construcao-civil/>.</p><p>Acesso em: 11 out. 2019.</p><p>central após sua construção. .............................................................................. 44</p><p>Figura 30 – Imagem do interior da igreja atualmente. ............................................... 45</p><p>Figura 31 - (PROJETO) O primeiro prédio em “Cimento armado” em São Paulo ..... 47</p><p>Figura 32 - Edifício Martinelli na atualidade .............................................................. 48</p><p>Figura 33 - Marco Zero e Esplanada dos Ministérios em 30/09/1958 ....................... 49</p><p>Figura 34 - Oscar Niemeyer ...................................................................................... 49</p><p>Figura 35 - Catedral de Brasília ................................................................................. 50</p><p>Figura 36 - Ponte Octavio Frias de Oliveira em São Paulo ....................................... 51</p><p>Figura 37 - Representação esquemática do aspecto de mistura .............................. 58</p><p>Figura 38 - Relação entre a redução da resistência do concreto e o teor de vazios . 59</p><p>Figura 39 - Variação da retração X tempo ................................................................ 61</p><p>Figura 40- Organograma das NBR's ......................................................................... 62</p><p>Figura 41 - Classes de Agressividade Ambiental ...................................................... 64</p><p>Figura 42 - Tabela de Classes de Concreto por Agressividade ................................ 65</p><p>Figura 43 - Requisitos para o concreto, em condições especiais da exposição ....... 65</p><p>Figura 44 - Traços de concretos com cimento CP II-E-32 ......................................... 73</p><p>LISTA DE GRÁFICOS</p><p>Gráfico 1 - Traço 1:2:3 de Léo Casagranda .............................................................. 69</p><p>Gráfico 2 - Traço 1:2:4 de Léo Casagranda .............................................................. 70</p><p>Gráfico 3 - Traço 1:3:6 de Léo Casagranda .............................................................. 70</p><p>Gráfico 4 - Traço 1:2:3 de Caldas Branco ................................................................. 71</p><p>Gráfico 5 - Traço 1:2:4 de Caldas Branco ................................................................. 72</p><p>Gráfico 6 - Traço 1:3:6 de Caldas Branco ................................................................. 72</p><p>Gráfico 7 - Traço 20 Mpa de IBRACON .................................................................... 73</p><p>Gráfico 8 - Comparativo de Traços 1:2:3 entre Leo Casagranda, Caldas Branco e</p><p>IBRACON .................................................................................................................. 74</p><p>Gráfico 9 - Comparativo de Traços 1:2:4 entre Leo Casagranda, Caldas Branco e</p><p>IBRACON .................................................................................................................. 75</p><p>Gráfico 10 - Comparativo de Traços 1:3:6 entre Leo Casagranda e Caldas Branco . 76</p><p>LISTA DE TABELAS</p><p>Tabela 1 - Tabela comparativa entre teor de vazios e redução da resistência. ........ 57</p><p>Tabela 2 - Leo Casagranda ....................................................................................... 69</p><p>Tabela 3 – Caldas Branco ......................................................................................... 71</p><p>Tabela 4 - Traço 1:2:3 ............................................................................................... 75</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 17</p><p>1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................ 17</p><p>1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 17</p><p>1.3 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 17</p><p>1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 17</p><p>1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E ESTRUTURA DO TRABALHO ....................... 18</p><p>2 HISTÓRIA DO CONCRETO ................................................................................ 19</p><p>2.1 INTERNACIONAL .............................................................................................. 19</p><p>2.1.1 7000 A.C - Israel ............................................................................................ 19</p><p>2.1.2 5600 a.C - Yoguslavia .................................................................................... 21</p><p>2.1.3 3000 a.C - China ............................................................................................ 22</p><p>2.1.4 2500 A – Mesopotâmia .................................................................................. 23</p><p>2.1.5 1950 A.C – Egito ............................................................................................ 25</p><p>2.1.6 1100-850 A.C – América Central .................................................................. 26</p><p>2.1.7 300 A.C – Síria/Arábia ................................................................................... 27</p><p>2.1.8 150 A.C – Roma ............................................................................................. 28</p><p>2.1.9 1756 – John Smeaton .................................................................................... 35</p><p>2.1.10 1764 – Noruega .............................................................................................. 35</p><p>2.1.12 1824 – Joseph Aspdin ................................................................................... 37</p><p>2.2 NO BRASIL ....................................................................................................... 38</p><p>2.2.1 1536 - Bertioga .............................................................................................. 39</p><p>2.2.2 1904 – Carolos Poma .................................................................................... 40</p><p>2.2.3 1909 – Francesco Notaroberto ..................................................................... 41</p><p>2.2.4 1922 – Mathäus Germann Desiderius Casagranda .................................... 41</p><p>2.2.5 1924 – Giuseppe Martinelli ........................................................................... 46</p><p>2.2.6 1960 - Brasília ................................................................................................ 48</p><p>2.2.7 2008 – São Paulo ........................................................................................... 50</p><p>3 METODOLOGIA DO TRABALHO ....................................................................... 52</p><p>3.1 METODO UTILIZADO ....................................................................................... 52</p><p>3.2 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS .............................................................................. 52</p><p>3.2.1 Escolha do tema ............................................................................................ 52</p><p>3.2.2 Levantamento bibliográfico preliminar ....................................................... 53</p><p>3.2.3 Organização logica do assunto ................................................................... 53</p><p>3.2.4 Ampliação do levantamento bibliográfico .................................................. 53</p><p>4 CONCRETO ......................................................................................................... 55</p><p>4.1 PASTA ............................................................................................................... 55</p><p>4.2 AGREGADOS ................................................................................................... 56</p><p>4.3 PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO .................................................... 57</p><p>4.3.1 Consistência e Trabalhabilidade ................................................................... 57</p><p>4.3.2 Coesão ............................................................................................................</p><p>58</p><p>4.3.3 Exsudação ...................................................................................................... 58</p><p>4.4 PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO ........................................... 58</p><p>4.4.1 Massa especifica ............................................................................................ 58</p><p>4.4.2 Deformações ................................................................................................... 60</p><p>4.4.3 Retração .......................................................................................................... 60</p><p>4.4.3.1 RETRAÇÃO PLASTICA ................................................................................ 61</p><p>4.4.3.2 RETRAÇÃO AUTÓGENA ............................................................................. 61</p><p>4.5 NORMATIZAÇÃO ............................................................................................... 61</p><p>4.5.1 NBR 12655 - Concreto de cimento Portland – Preparo, controle,</p><p>recebimento e aceitação - Procedimento .............................................................. 63</p><p>4.5.1.1 Contexto histórico .......................................................................................... 64</p><p>4.5.2 NBR 6118 - Projeto de estrutura de concreto - Procedimento ................... 67</p><p>4.5.2.1 Contexto Histórico ......................................................................................... 67</p><p>4.5.3 NBR 14931 - Execução de estruturas de concreto - Procedimento ........... 68</p><p>4.5.3.1 principais recomendações ............................................................................. 68</p><p>4.6 EVOLUÇÃO DOS TRAÇOS ................................................................................ 68</p><p>4.6.1 Leo Casagranda ............................................................................................. 68</p><p>4.6.2 Caldas Branco ................................................................................................ 70</p><p>4.6.3 IBRACON ......................................................................................................... 72</p><p>4.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 74</p><p>5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇOES ................................................................ 77</p><p>5.1 CONCLUSÃO .................................................................................................... 77</p><p>5.2 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................... 77</p><p>17</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS</p><p>O interesse no desenvolvimento deste trabalho é oriundo da curiosidade de</p><p>como o concreto foi criado e se modificou ao longo do tempo. Quais foram as suas</p><p>implicações e impactos causados na evolução da construção civil desde os primórdios</p><p>até a modernidade, tendo como base, uma fundamentação teórica especializada e</p><p>análise quantitativa de dados a respeito do tema.</p><p>1.2 JUSTIFICATIVA</p><p>Não há dúvidas de que o concreto está sempre em desenvolvimento a cada dia</p><p>que passa, entretanto, não é possível saber onde pode ser melhorado se não antes</p><p>conhecermos suas origens e como foi a sua evolução através da história.</p><p>De acordo com (Designing and Proportioning Normal Concrete Mixtures,</p><p>Chapter 9) “Compreendendo o princípio básico da mistura é tão importante quanto o</p><p>cálculo usado para estabelecer as proporções da mistura. Apenas com a seleção</p><p>adequada de materiais e características da mistura é que se pode obter as qualidades</p><p>do concreto na construção”.</p><p>Este trabalho condensa a história do concreto para poder compreender o</p><p>princípio básico e seu surgimento, até o momento em que estabeleceu as primeiras</p><p>proporções de mistura do concreto e estudá-las para avaliar a evolução da mesma.</p><p>1.3 OBJETIVO GERAL</p><p>Analisar por meio de fundamentação teórica por meio de de uma linha do tempo</p><p>as alterações nos traços de concreto desde sua criação até os dias de hoje.</p><p>1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS</p><p>• Realizar uma pesquisa bibliográfica aprofundada a respeito do material</p><p>concreto;</p><p>• Apresentar a evolução tecnológica do material concreto;</p><p>18</p><p>• Descrever as diferenças das alterações nos traços de concreto ao longo do</p><p>tempo; e</p><p>• Demonstrar o impacto das alterações do concreto por meio dos resultados</p><p>oriundos da análise das informações obtidas.</p><p>1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E ESTRUTURA DO TRABALHO</p><p>A maior barreira enfrentada durante a estruturação e elaboração deste trabalho</p><p>de conclusão de curso se deu pela escassez de material bibliográfico em língua</p><p>nacional, sendo necessário buscar conteúdo em bibliografias disponíveis em outros</p><p>idiomas. Por muitas vezes, foi necessário revisitar as mesmas referências para</p><p>embasar vários pontos na construção da linha do tempo que compõe a monografia,</p><p>de modo que foram relativamente poucas obras consultadas, com tudo, as mesmas</p><p>foram bastante exploradas, possibilitando um embasamento sólido e preciso.</p><p>Esta pesquisa delimitou-se a coletar e analisar dados bibliográficos de diversos</p><p>meios, em sua predominância livros, de forma a embasar-se para a realização de uma</p><p>análise quantitativa de dados, coletadas por períodos ao longo da história, refinando</p><p>os resultados em três diferentes proporções de traços estudados com maior afinidade</p><p>ao longo deste trabalho de conclusão de curso.</p><p>19</p><p>2 HISTÓRIA DO CONCRETO</p><p>“O concreto moderno, utilizado atualmente para construção dos mais diversos</p><p>tipos de estrutura é fruto do trabalho de inúmeros homens, que durante milhares de</p><p>anos observaram a natureza e se esmeraram por aperfeiçoar materiais, técnicas,</p><p>teorias e formas estruturais.” (KAEFER, 1998)</p><p>2.1 INTERNACIONAL</p><p>2.1.1 7000 A.C - Israel</p><p>Nos anos de 1985, durante a construção de uma rodovia em Yiftah El ao sul da</p><p>Galiléia, Israel (RONEN ET AL, 1991), foi encontrado o concreto catalogado mais</p><p>antigo até os dias de hoje. Ele data de 7000 AC e segundo BCA (1999), consistia em</p><p>Cal produzida por meio da calcinação de calcário, que ao misturar com a água e pedra</p><p>se transformou no primeiro concreto da história, que se encontra envolto em pequenas</p><p>vegetações rasteiras, conforme figura 1.</p><p>Figura 1 - Soalho de concreto em Yiftah El</p><p>Fonte: BCA (1999)</p><p>Assentado em uma base lisa de site, o soalho de 180m² de concreto, que ao</p><p>ser analisada por um microscópio, possuía uma espessura que varia entre 30 à 80mm,</p><p>O concreto possuía uma microestrutura densa, como é observado na figura 2, e após</p><p>20</p><p>avaliação do material se chegou a resultados que passaram o valor de 30Mpa.</p><p>(RONEN ET AL, 1991).</p><p>Figura 2 - Microestrutura do concreto encontrado em Yiftah El</p><p>Fonte: Bentur (2003)</p><p>Foi encontrado também na Galiléia segundo Per e Tongbo (2017) na cidade de</p><p>Jericho uma base de concreto com medidas variando de 60 a 80 mm de espessura.</p><p>O agregado, com uma cobertura muito bem distribuída de argamassa, possuía um</p><p>tamanho em média de 10mm. Sendo este concreto com uma coloração marrom claro</p><p>e tendo sua superfície polida. Esta base foi executada em duas partes e possuía</p><p>segundo testes de laboratório uma força a compressão de 40Mpa e cerca de 90% da</p><p>sua formação química de calcita com pequenas quantidades de quartzo. Um mapa</p><p>com a localização de Jericho encontra-se abaixo, na Figura 3, seguida de imagens</p><p>sobre as amostras encontradas, na Figura 4.</p><p>21</p><p>Figura 3 - Mapa mostrando as descobertas das bases concreto no período neolítico</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017)</p><p>Figura 4 - Imagens das amostras de Jericho</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017)</p><p>2.1.2 5600 a.C - Yoguslavia</p><p>Há evidências que em 5600 AC foi construído um soalho com cerca de 250mm</p><p>de espessura em formato de trapézio no Rio Danúbio em Lepenski Vir na Yoguslavia</p><p>(BCA, 1999). Esse concreto foi encontrado pelo Professor Dragoslav Srejovic da</p><p>universidade de Belgrado nos anos de 1965. O mesmo foi produzido com uma mistura</p><p>de cal vermelho</p><p>(trazido de mais de 320Km rio acima), areia, cascalho e água. De</p><p>acordo com Bentur (2003) isto prova que os povos antigos possuíam a tecnologia</p><p>necessária para a queima do calcário, e foi provado por vários achados arqueológicos.</p><p>Na Figura 5 está exemplificado como eram realizados os pisos na cidade de Lepenski.</p><p>22</p><p>Figura 5 - Chão em Lepenski</p><p>Fonte: BCA (1999)</p><p>Em 1966 o governo da Servia declarou o sítio arqueológico como monumento</p><p>nacional, antes mesmo de compreenderem do que se tratava ao certo, pois foi apenas</p><p>em 1967 que foi descoberto uma escultura do período mesolítico. No ano de 1971</p><p>todo o sítio arqueológico foi transferido para quase 30 metros acima para evitar</p><p>inundações devido a um rio artificial que seria efetuado, e na qual o rio Danúbio</p><p>atravessa.</p><p>2.1.3 3000 a.C - China</p><p>Enquanto algumas louças eram queimadas nos anos de 3000AC, numa</p><p>temperatura aproximada de 900°C, acidentalmente foi produzido cimento quando</p><p>houve a queima de calcário, na cidade de Daichiwan na China.</p><p>O cimento é similar ao cimento hoje conhecido como de baixo calor de</p><p>hidratação, e tem seu material parecido com cimento belítico. Ele era utilizado como</p><p>argamassa em uma camada superficial no chão, com dimensões de 10x20 metros, na</p><p>qual foi utilizado este cimento a mais de 5000 anos. Nas Figuras 6 e 7, é possível</p><p>verificar a localização e o registro de como eram feitos estes pisos antigos.</p><p>23</p><p>Figura 6 - Área de Daichiwan</p><p>Fonte: History (2019)</p><p>Figura 7 - Chão com cobertura de cimento</p><p>Fonte:history (2019)</p><p>2.1.4 2500 a.C – Mesopotâmia</p><p>Enquanto trabalhava no Instituto de Material de Construção em Wuhan na</p><p>China, Bao Ying escreveu um trabalho na qual conta com várias especulações</p><p>históricas. No livro de Per e Tongbo (2017), eles aludem a pesquisa de Bao Ying</p><p>quando discorre sobre sua tese na qual diz que o cimento mais antigo foi produzido</p><p>em Shinar Plains no Sudeste da Mesopotâmia por volta de 4500 atrás.</p><p>Eram feitos buracos no solo para o cozimento da comida, e ao término da</p><p>queima a população observou que em volta das perfurações manifestou-se pequenas</p><p>rachaduras no solo e em pequenos fragmentos e pó após alta temperatura. Ao chover,</p><p>a água hidratava este solo rachado e a conclusão era um cimento natural.</p><p>24</p><p>Com este cimento natural Bao Ying afirma que eles produziam blocos com</p><p>cerca de 50cmX35cmX10-12 cm (PxAxC), e eram utilizados não somente na</p><p>construção de casas, mas também na construção de grandes obras misturando</p><p>cimento natural, areia e água. A torre de Babel foi construída apenas até a metade,</p><p>isso porque a matéria prima do concreto era limitada. Quando o material bruto findou,</p><p>os trabalhadores acharam que era mensagem dos Deuses e decidiram por cessar a</p><p>obra. Na Figura 8 é possível visualizar um esboço desenhado de como eram os</p><p>moldes de bloco da época. Na Figura 9, a imagem da Torre de Babel.</p><p>Figura 8 - Primeiros moldes de bloco</p><p>.</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017)</p><p>Figura 9 - Torre de Babel</p><p>Fonte: Calderón (2019)</p><p>Durante o período do Rei Salomão, aproximadamente 3000 a.C., Bao Ying</p><p>declara que a queima para produção de matéria prima não estava disponível para</p><p>todos. Isso porque eram considerados sagrados estes conhecimentos. Ela faz alusão</p><p>25</p><p>segundo Per e Tongbo (2017) a dois vilarejos, Succoth e Zarethan a leste do rio</p><p>Jordão. Nestes templos havia perfurações no solo para a produção do cimento. É</p><p>apontado o velho testamento da Bíblia, Capítulo 6, Versículo 46 na qual diz que entre</p><p>essas cidades eram forjados itens em bronze em moldes de argila. Para Bao Ying</p><p>argila não seria capaz de suportar a temperatura do bronze, então ela acredita que os</p><p>moldes deveriam ser de cimento.</p><p>Na região da Mesopotâmia, foi encontrada a lei de Hammurabi, de acordo com</p><p>vários autores é a primeira lei que estipula regras para a construção civil. Há várias</p><p>traduções do código, uma delas, a versão de Per e Tongbo (2017):</p><p>“Se uma construção desmoronar e ninguém morrer, o</p><p>construtor devera construir uma construção sem custo</p><p>para o proprietário. Se a construção desmoronar e o</p><p>proprietário morrer, o construtor deverá perder sua vida.</p><p>Se a construção desmoronar e a esposa do proprietário</p><p>morrer, o construtor deverá providenciar uma esposa</p><p>nova de mesmo valor. (em outras versões é dito: Se o filho</p><p>do dono morrer, o construtor deverá perder a vida)”</p><p>Na Figura 10, está em destaque, parte do Código de Hammurabi.</p><p>Figura 10 - Codigo de Hammurabi</p><p>Fonte: Bernardes (2019)</p><p>2.1.5 1950 A.C – Egito</p><p>Até este período é viável ter estas informações por meio dos sítios</p><p>arqueológicos e muita pesquisa executada. Mas é plausível considerar as ilustrações</p><p>26</p><p>contidas nas pirâmides de Thebes (Figura 11) como a primeira prova ilustrada</p><p>referente a produção do concreto. Datada de 1950AC as ilustrações demostram</p><p>segundo Per e Tongbo (2017) as diferentes partes do processo de produção do</p><p>concreto, desde a obtenção da água, a mistura do gesso para formação da massa e</p><p>o uso da massa nos blocos. Já na segunda parte da imagem, pode ser observado a</p><p>parede central de concreto tendo suas paredes laterais sendo sustentadas por tijolos</p><p>de alvenaria.</p><p>Figura 11 - Ilustração na pirâmide de Thebes</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017)</p><p>Segundo Per e Tongbo (2017) há diversas opiniões referentes a em que local</p><p>e quando o concreto foi utilizado no Egito. Alguns afirmam que os egípcios utilizaram</p><p>concreto para a construção das pirâmides no início dos anos 5000AC outros</p><p>desmentem essas teorias. Mas uma coisa é certa, os egípcios desenvolveram um</p><p>aglomerante queimando gesso contaminado, conforme ilustra a Figura 12.</p><p>Figura 12 - Ilustração na pirâmide de Thebes</p><p>Fonte: Per e Tong bo (2017)</p><p>2.1.6 1100-850 A.C – América Central</p><p>Conforme Per e Tongbo (2017), na américa central e do sul houve construções</p><p>em concreto. É mencionado o artigo de Rivera-Villarreal e Krayer (1996) “Concreto</p><p>27</p><p>internacional”, na qual trazem a cidade de El Tajin no México. De acordo com eles</p><p>entre os anos de 1100 – 850 AC foi produzido um concreto pozolânico leve para a</p><p>execução de soalhos e amparos retos. Seus agregados eram arredondados e era</p><p>utilizado pedra pome com medida de até 100mm, assim gerando um concreto com</p><p>peso entre 1050 à 1100kg/m³. Neste sítio na cidade de El Tajin foram descobertos</p><p>cerca de 250-350 m³ deste concreto. Na época foi registrado a decoração de um</p><p>edifício, com argamassa pozolanica, caracterizada pela Figura 13.</p><p>Figura 13 - Decoração em argamassa pozolanica em uma decoração no edifício D em El Tajin</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017)</p><p>Na cidade Maia de Teotihuacan, mais de 4000 casas no estilo de ranchos foram</p><p>construídas com as paredes de pedras ou tijolos de barro secos ao sol, unidos por</p><p>argamassa na qual eram produzidas pelo meio de rochas vulcânicas trituradas e</p><p>misturadas com cal e solo. De acordo com o livro “Tetos das civilizações” citado por</p><p>Per e Tongbo (2017) os maias inclusive passavam uma camada de gesso nos soalhos</p><p>e no teto para obter uma camada vistosa e lisa.</p><p>2.1.7 300 A.C – Síria/Arábia</p><p>Nas pesquisas realizadas por Per e Tongbo (2017), os mesmos encontraram</p><p>evidências que nos ano de 300AC, uma tribo nômade chamada de Nabateus (na</p><p>região das arábias) não teria conseguido sobreviver no deserto se não fosse o</p><p>conhecimento do concreto, pois eles conseguiam produzir uma argamassa com base</p><p>pozolânica para fazer suas rodas d’agua mais justas no deserto, assim mantendo toda</p><p>sua tribo hidratada.</p><p>28</p><p>2.1.8 150 A.C – Roma</p><p>Em conformidade com alguns estudiosos é considerado o primeiro uso do</p><p>concreto na Roma antiga, aproximadamente em 150 AC. Os Etruscos nesta época</p><p>começaram a utilizar moldes, e de acordo com Per e Tongbo (2017), de madeira para</p><p>praticar a união de pedras com a ajuda da argamassa de cal. Esta tecnologia usada</p><p>pelos Romanos ganhou o nome de Opus structurae, conforme alguns pesquisadores,</p><p>deve ter sido uma tecnologia aprendida na época do rei Salomão, 1000 AC, aonde</p><p>utilizaram uma argamassa produzida com cal da ilha de Santorini (Grécia) que se</p><p>assemelha com a pozolana. Em 100 AC, os romanos criaram a tecnologia</p><p>denominada Opus Signium, que pertence a um concreto hidráulico com agregados.</p><p>Per e Tongbo (2017) citam Lea, que declara que os romanos aprenderam o</p><p>modo de preparo do concreto com os gregos já que os mesmos já teriam utilizado</p><p>uma argamassa de cal anteriormente na ilha de Creta.</p><p>O resultado deste modo de preparo pode ser observado na Figura 14, que</p><p>precede este parágrafo.</p><p>Ocorrem contradições entre pesquisadores referentes a quem “descobriu” o</p><p>concreto, se foram os Romanos ou os Gregos ou antes mesmo deles, mas é unanime</p><p>que a mais de 2000 anos os Romanos utilizaram concreto em grande escala.</p><p>Misturando cinzas de vulcão, calcário, água do mar e tobermorita de alumínio. A</p><p>tobermorita de alumínio é considerada o motivo pela qual o concreto romano continua</p><p>em pé, pois as cinzas vulcânicas que eram utilizadas pelos antigos romanos nas</p><p>proteções contra as marés, possuíam phillipsita que ao entrar em contato com a água</p><p>do mar provocava a expansão e o fortalecimento das estruturas cristalinas da</p><p>argamassa.</p><p>29</p><p>Figura 14 – Núcleo de uma furadeira ancestral feito de tobermorita de alumínio</p><p>Fonte: Lawrence Berkeley National Laboratory.</p><p>Durante 300AC e 200DC os romanos faziam a utilização de uma mistura de cal</p><p>hidratada com cinzas vulcânicas (Pozzolana) que eram encontradas perto de</p><p>Pozzuoli. Os romanos também desenvolveram o conceito de leve, na qual utilizaram</p><p>nos arcos do Coliseu e do domo do Parthenon. No livro “A vida cotidiana em Roma no</p><p>Apogeu do Império” Jérôme Carcopino (19--) diz:</p><p>“Cegamente, seu senso prático superdesenvolvido e</p><p>sempre procurando lucro os romanos nunca viram a</p><p>vantagem da pesquisa exploratória. Eles não podiam ver</p><p>do que se tratava e isso não os atraía. Eles compilaram</p><p>resultados, que outros já haviam alcançado, e levaram a</p><p>ciência seus livros, de fato, não sentindo vontade de</p><p>desenvolvê-lo ou controlá-lo ”.</p><p>O teatro de Pompeia, representado nesta monografia pela Figura 15,</p><p>construído em 55AC é considerado por muitos como a primeira construção utilizando</p><p>cimento pozolanico. Já outros pesquisadores afirmam que foi utilizado anteriormente,</p><p>na época de Julius Caesar (nos anos de 102-44AC), como o cais de Calígula e o porto</p><p>de Pozzuoli.</p><p>30</p><p>Figura 15 - Teatro de Pompeia</p><p>Fonte: MKOS83 (2016)</p><p>Per e Tongbo (2017) fazem referência a R.J.A Wilson, escritor de “O mundo</p><p>Romano”. Ele afirma que os gregos utilizaram anteriormente o concreto, mas os</p><p>romanos aperfeiçoaram a modo de revolucionarem a tecnologia até então escassa.</p><p>Ele menciona a utilização do concreto nos arcos do imenso armazém Pórtico</p><p>Emília, construído em Roma em 193AC, com 487m de largura. Wilson também</p><p>desenvolve que o concreto teve um grande papel nas casas de banhos romanas. A</p><p>primeira na qual está ainda de pé é a de Campania (Figura 16), mas para ele o uso</p><p>extraordinário do concreto foi a partir do período dos Imperadores</p><p>Figura 16 - Casa de Banho em Campania</p><p>Fonte: De Agostini/ L. Romano</p><p>31</p><p>Marcus Porcius Cato, foi o primeiro escritor a descrever como deveria ocorrer</p><p>a queima de calcário. Rapp (2002) transcreveu em seu livro parte do texto de Cato</p><p>escrito por volta de 200 AC.</p><p>“Construa o forno de calcário a três metros de largura, a</p><p>seis metros de cima a baixo, inclinando os lados até uma</p><p>largura de três pés no topo. Se você queimar com apenas</p><p>uma porta, faça um buraco dentro grande o suficiente para</p><p>conter as cinzas, para que não seja necessário limpá-las.</p><p>Tenha cuidado na construção do forno; veja que a grelha</p><p>cobre todo o fundo do forno. Se você queimar com duas</p><p>portas, não haverá necessidade de um buraco; quando for</p><p>necessário tirar as cinzas, passar por uma porta enquanto</p><p>o fogo estiver na outra. Tenha cuidado para manter o fogo</p><p>queimando constantemente e não o deixe morrer à noite</p><p>ou em qualquer outro momento. Carregue o forno, deixe</p><p>a garganta correr para baixo. Quando você cavar fundo o</p><p>suficiente, faça uma cama para o forno de modo a dar a</p><p>maior profundidade possível e a menor exposição ao</p><p>vento. Se você não tiver um local para construir um forno</p><p>de profundidade suficiente, suba o topo com tijolo ou fique</p><p>de frente para o topo do lado de fora com uma pedra de</p><p>campo presa em argamassa. Quando ele é queimado, se</p><p>a chama sair em qualquer ponto, exceto no topo circular,</p><p>pare o orifício com argamassa. Mantenha o vento,</p><p>especialmente o vento sul, se chegar à porta. A calcinação</p><p>das pedras no topo mostrará que o todo foi calcinado;</p><p>também, as pedras calcinadas comerão o fundo, e a</p><p>chama ficará menos esfumaçada quando sai”</p><p>A primeira descrição da produção do concreto foi escrita pelo engenheiro e</p><p>arquiteto Marcus Vitruvius Pollio, por volta do ano de 25AC. Per e Tongbo (2017) citam</p><p>a sua publicação “De architectura” na qual ele disserta sobre a estrutura portuária</p><p>perto da cidade de Puteopoli, aonde foram produzidos diversos blocos grandes para</p><p>a sua construção, e também comenta que “Pozolana que é misturada com cal e argila</p><p>não precisa ser utilizada somente em construções, mas também para reforçar</p><p>estruturas marinhas, porque de repente endurece, e endurece inclusive submergido</p><p>na agua”.</p><p>32</p><p>Per e Tongbo (2017) transcreve também uma citação retirada de Gartmann que</p><p>faz referência ao escrito de Vitruvius “De Arhitectura Livri X” que diz:</p><p>“Um material em pó da natureza pode fazer coisas</p><p>milagrosas. É encontrado na área perto de Baiae e nas</p><p>áreas ao redor de Vesúvio. Se misturado com cal e brita,</p><p>não dá apenas uma estrutura de construção de grande</p><p>força, mas até mesmo uma alvenaria construída no mar</p><p>será tão forte que nem mesmo as correntes poderão</p><p>destruí-las.”</p><p>Morgan (1914) publicou os Dez livros de Vitruvius, na qual é possível ler sobre</p><p>a tecnologia da cura (Livro III, capítulo 2), alvenaria de concreto leve ( livro III, capítulo</p><p>4), Areia marinha (livro IV, capítulo 2), Areia de rio (livro IV, capítulo 3), queima de</p><p>calcário (livro V, capítulo 2 e 3), Pozolana (livro VI) entre vários outros temas</p><p>relacionados ao concreto na visão de um romano.</p><p>Os primeiros aquedutos construídos pelos romanos, não eram de concreto, e</p><p>sim de chumbo. Somente anos mais tarde que começaram a utilizar o concreto como</p><p>meio para a distribuição de água. Conforme Per e Tongbo (2017) parafraseando</p><p>Donald Hill, a maioria dos aquedutos mediam 0,60m de largura e 1,52m de altura para</p><p>que os trabalhadores pudessem fazer as manutenções necessárias, como uma</p><p>camada de concreto a prova de água e um amparo para a proteção do sol.</p><p>De acordo com a recomendação de Vitruvius, os canais deveriam ter quedas</p><p>verticais a cada 36 metros, caso contrário deveriam ocorrer numa proporção de 1:200.</p><p>Per e Tongbo (2017) citam a ponte do Gard (Pont du Gard), um aqueduto romano</p><p>localizado ao sul da França. Ele foi construído em 3 níveis sendo o nível superior</p><p>possuindo 35 arcos com um comprimento de 275 metros, 3 metros de espessura e 7</p><p>metros de altura. Já o nível intermediário possuía 11 arcos com 242 metros de</p><p>comprimento, 4 metros de espessura e 20 metros de altura. O nível inferior possuía 7</p><p>arcos, 142 metros de comprimento, 6 metros de espessura e 22 metros de altura. No</p><p>total a ponte possui 49 metros de altura e 275 metros de comprimento e sua parte</p><p>inferior suporta uma estrada e o nível superior conduzia água com um gradiente de</p><p>0,4%.</p><p>33</p><p>Per e Tongbo (2017) expõe Idorn, na qual afirma que o concreto utilizado na</p><p>lateral do aqueduto Ponte do Gard, ilustrada na Figura 17, foi coberto por uma camada</p><p>grossa</p><p>de calcita.</p><p>Figura 17 - Pont du Gard</p><p>Fonte: Michael Gwyther-Jones</p><p>Uma das obras mais reconhecidas dos romanos é o Parthenon (Figura 18).</p><p>Localizado em Roma na Itália é um dos lugares mais visitados no país. Com uma boa</p><p>preservação é possível ter uma ideia do que os romanos foram capazes de produzir</p><p>com a tecnologia do concreto que tinham na época. Uma construção com três linhas</p><p>de colunas em granito sendo a primeira com 8 colunas e as duas outras com dois</p><p>grupos de quatro colunas) suportando um frontão, cúpula com 43.3 metros de</p><p>diâmetro sendo esta construída sob uma estrutura cilíndrica na qual possui o mesmo</p><p>diâmetro e com altura igual ao raio da cúpula (21,65m). Vale observar que a geometria</p><p>do Parthenon é perfeita, sendo que a altura da rotunda é igual ao diâmetro da cúpula.</p><p>Ao extremo da cúpula há uma abertura de 8,3metros de diâmetro na qual foi realizada</p><p>para ser uma fonte de luz natural.</p><p>34</p><p>Figura 18 - Abertura da cúpula do Parthenon</p><p>Fonte: Mark Cartwright (2018)</p><p>Uma maravilha da construção civil, o Parthenon é o resultado de séculos de</p><p>testes na construção civil da época. Possui até hoje a maior cúpula de concreto não</p><p>reforçado do mundo. A cúpula que pesa 5000 toneladas de concreto romano varia sua</p><p>espessura entre 6,4 metro na sua base e 1,2 metros em volta da abertura para luz</p><p>natural. Na Figura 19 é possível ter uma ideia das visões do Parthenon.</p><p>Figura 19 - Visões do Parthenon</p><p>Fonte: Parthenon (2018)</p><p>35</p><p>2.1.9 1756 – John Smeaton</p><p>Após toda a linha do tempo de evolução tecnológica do concreto, em 1756 o</p><p>inglês John Smeaton toma conhecimento de sua existência, ao buscar um bom</p><p>aglomerante para sua obra, o farol de Eddystone, representado pelo seu projeto na</p><p>Figura 20 e em seu estado atual. Em 1791 James Parker descobriu o cimento na qual</p><p>ele patenteou em 1796 com o nome de Cimento Romano. Este cimento era produzido</p><p>com sedimentos de rochas da ilha de Sheppel, uma pequena ilha da Inglaterra, na</p><p>costa nordeste de Kent, no estuário do rio Tâmisa, a leste de Londres.</p><p>Figura 20 -, Projeto e Farol na Ilha de Shappel</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017) / DIAS (2015)</p><p>2.1.10 1764 – Noruega</p><p>Na Noruega no ano de 1764 foi dado o início a obra de uma barragem (Figura</p><p>21) na qual fez grande sucesso na sua época, sendo a atração da cidade, incluindo</p><p>visitantes como em 1773, o príncipe de Hessen e em 1778 na época príncipe depois</p><p>Rei Fredrik IV.</p><p>36</p><p>Figura 21 - Barragem de Farris em Larvik</p><p>Fonte: Fritzøe Skoger</p><p>A barragem de Farris em Larvik, teve sua obra iniciada em 1764 e foi reparada</p><p>e modernizada em 1947. De acordo com Per e Tongbo (2017), no ano de 1990, Inger</p><p>Gaupset da Norwegian Building Research Institute de Oslo (Instituto de Pesquisa de</p><p>Construção Norueguesa em Oslo) conseguiu analisar uma amostra do concreto</p><p>utilizado na construção da barragem, possível observar na Figura 22, e segue os</p><p>resultados alcançados:</p><p>• Fator A/C = 0,5-0,6 (Isso baseado numa</p><p>comparação qualitativa ao concreto moderno)</p><p>• Alto nível de Hidratação</p><p>• Teor de ar = 0,33% com todos os poros</p><p>inferiores a 0,35mm</p><p>• Espaçamento crítico = 0,68</p><p>• Havia poucos poros de ar e a maior parte no</p><p>formato circular. Os poros estavam distribuídos</p><p>igualmente.</p><p>• Os fragmentos mostravam uma porcentagem</p><p>alta de hidróxido de cálcio Ca (OH)2</p><p>• Reações álcali-sílica não presentes</p><p>• Existe sinais de carbonização no aglutinante</p><p>(esta reação, no entretanto, pode ter ocorrido</p><p>durante os anos entre a retirada da amostra e</p><p>análise da mesma)</p><p>• Pode ser visto algumas microfissuras no</p><p>agregado, mas rachaduras não são encontradas</p><p>na argamassa.</p><p>• O agregado era principalmente</p><p>arredondado com distribuição uniforme.</p><p>• Volume do ligante = 40,8%”</p><p>37</p><p>Figura 22 - Amostra da barragem de Farris na Noruega</p><p>Fonte: Per e Tongbo (2017)</p><p>2.1.11 1824 – Joseph Aspdin</p><p>Mas foi apenas no dia 21 de outubro de 1824 que segundo BCA (1999), houve</p><p>um marco histórico. Na Escócia, o construtor inglês Joseph Aspdin patenteou sua</p><p>invenção, o concreto Portland (Figura 24). Ele afirmava que já utilizava o mesmo</p><p>desde 1811 e que ele optou por este nome pois achava que se assemelhava a cor da</p><p>pedra Portland, não porque era produzida em Portland como muitos deduzem. Nesta</p><p>época nas margens do rio Tamisa e Medway a produção de cimento estava sendo</p><p>estabelecido isto ocorria pois nesta área havia uma abundância de matéria prima de</p><p>alta qualidade.</p><p>Figura 23 - Patente do cimento Portland</p><p>Fonte: ABCP (2009)</p><p>38</p><p>2.2 NO BRASIL</p><p>De acordo com ABCP, os conhecimentos técnicos para a produção do cimento</p><p>Portland no Brasil ocorreram com o comendador Antônio Proost Rodovalho por volta</p><p>dos anos de 1888, quando ele instalou uma fábrica em sua propriedade em Sorocaba-</p><p>SP, na fazenda Santo Antônio.</p><p>Em 1892, na Paraíba começou a funcionar por um curto período, uma fábrica</p><p>de cimento Portland. Esta que teve seu projeto publicado antes mesmo da construção,</p><p>no livro de Louis Felipe Alves da Nóbrega, seu idealizador. O fracasso do</p><p>empreendimento não é atribuído ao material produzido na fábrica, e sim a distância</p><p>entre a fábrica e aos grandes centros consumidores e sua pequena escala, que ao fim</p><p>não conseguia competir com o material importado no preço.</p><p>A marca Santo Antônio no ano de 1897, teve sua primeira produção de cimento</p><p>pela usina de Rodovalho na qual teve que interromper suas atividades em 1904. Após</p><p>o intervalo de três anos, voltaram com a produção de cimento, mas ocorreram</p><p>problemas com a qualidade, e em 1918 teve que ser encerrada as produções</p><p>definitivamente.</p><p>Foi fundada uma fábrica de cimente pelo Governo do Espírito Santo no ano de</p><p>1912, em Cachoeiro do Itapemirim, na qual fabricou cimento até 1924. Com apenas</p><p>8.000 toneladas de cimento sendo produzidas por ano, a fábrica teve sua produção</p><p>paralisada e retomaram em 1935 após modernização.</p><p>Todas as tentativas até então culminaram, até que a Companhia Brasileira de</p><p>Cimento Portland implantou no ano de 1924 uma fábrica em Perus- SP, na qual a sua</p><p>construção é considerada um marco na indústria cimentícia brasileira. Em 1933, de</p><p>acordo com (Sindicato Cimento) a produção do cimento nacional começou a</p><p>ultrapassar as importações.</p><p>A partir do término da Segunda Guerra mundial (1945) o Brasil começou a</p><p>expandir suas indústrias e infraestruturas. De acordo com SNIC – Sindicato Nacional</p><p>da Indústria do Cimento (2019), o consumo de cimento pulou de 12,9kg/hb/ano em</p><p>1935, para 22,3kg/hab/ano no fim da guerra e em 1962 passa para 67,7kg/hab/ano.</p><p>Entre os anos de 1945 e 1955, foram inauguradas 16 novas fabricas e assim tornando-</p><p>se autossuficiente em cimento.</p><p>Após o milagre econômico da década de 70, a indústria cimentícia expandiu</p><p>consideravelmente, sendo inaugurada 22 novas fabricas. Já nos anos 80, com a</p><p>39</p><p>recessão mundial, a construção civil no Brasil teve uma queda nos seus investimentos,</p><p>sendo assim empresas de cimento chegaram a ter que operar com sua capacidade</p><p>de 55% apenas.</p><p>Nos anos de 1999, o Brasil bateu seu recorde de consumo de cimento,</p><p>chegando a 40 milhões de toneladas. Isto graças a criação do Plano Real, que</p><p>estabilizou a economia brasileira, aumentou o poder aquisitivo e abriu oportunidades</p><p>então para o investimento na construção civil.</p><p>“A partir de 2004, com o marco regulatório da construção</p><p>civil, o incentivo à construção imobiliária, o crescimento da</p><p>massa salarial, expansão do crédito, redução dos juros e</p><p>a capitalização das incorporadoras e construtoras, a</p><p>atividade da construção civil apresentou um forte</p><p>crescimento e consequentemente a indústria de cimento.</p><p>Ano após ano o consumo de cimento batia recorde,</p><p>atingindo 69,3 milhões de toneladas em 2012.” (Sindicato</p><p>Cimento).</p><p>2.2.1 1536 - Bertioga</p><p>De acordo com Aragão e Helene, 2017, o ano de 1536 foi um marco</p><p>para a</p><p>história da construção civil no Brasil. Foi neste ano que o capitão-mor Martim Afonso</p><p>de Souza chegou a Bertioga (Estado de São Paulo), e com constantes ameaças</p><p>francesas e indígenas a recém fundada vila de São Vicente foi erguido um pequeno</p><p>forte, que é possível observar na Figura 25.</p><p>“Construído com uma argamassa de areia,</p><p>conchas e óleo de baleia, e contando com uma</p><p>praça de armas de 100 metros quadrados com</p><p>guaritas, o Fortim de São Tiago (hoje Forte de São</p><p>João) não passava de uma paliçada reforçada, mas</p><p>sua importância histórica é única. A edificação</p><p>marca o início da engenharia do Brasil e representa</p><p>o período de grandes mudanças para o Império</p><p>português”. (ARAGÃO E HELENE, 2017)</p><p>40</p><p>Figura 24 - Forte Erguido na Vila São Vicente</p><p>Fonte: Aragão e Helene, (2017)</p><p>Com seus materiais retirados da região na qual estava sendo construída, as</p><p>fortificações cresceram em números tanto nas costas como no interior do Brasil</p><p>chegando a números superiores à 350. Entre esses materiais Aragão e Helene citam</p><p>“...a pedra extraída dos costões, utilizada nas paredes, muralhas e alvenarias; a</p><p>madeira, das matas vizinhas; e a cal, um aglomerante simples produzido a partir de</p><p>conchas, queimadas em caieiras rudimentares”.</p><p>2.2.2 1904 – Carlos Poma</p><p>De acordo com os registros existentes apresentados por (VASCONCELOS,</p><p>1992), Carlos Poma, que obtinha o “privilégio de Patente” que nada mais era do que</p><p>uma variante do sistema Monier desde 1892, executou as primeiras obras em concreto</p><p>armado no Brasil, nos anos de 1904. Estas obras eram casas, de habitação em</p><p>Copacabana.</p><p>Carlos Poma, também executou de acordo com Vasconcelos, 1992: “Seis</p><p>prédios, alguns com sobrados onde fundações, paredes, vigamentos, soalhos, tetos,</p><p>escadas e muros eram todos em concreto armado.” Com o sucesso no Rio de Janeiro,</p><p>ele construiu quatro prédios, contendo cada um, 2 pavimentos em Petrópolis-RJ, além</p><p>de um reservatório de água em concreto armado.</p><p>Não é possível achar registros, mas sabe-se que ele também executou obras</p><p>em São Paulo, Santos e Belo Horizonte além da Companhia Açucareira de Praia da</p><p>Saudade.</p><p>41</p><p>2.2.3 1909 – Francesco Notaroberto</p><p>De acordo com o Jornal brasileiro “Le Messager de São Paulo” de 18 de junho</p><p>de 1909, é concedido a Francesco Notaroberto o título de autor do primeiro edifício</p><p>(Figura 26) em concreto armado em São Paulo (VASCONCELOS, 1992).</p><p>Figura 25 - O primeiro prédio em “Cimento armado” em São Paulo (R. São Bento, esquina atual Praça</p><p>do Patriarca) – Cortesia de J. Leticia Notaroberto.</p><p>Fonte: Vasconcelos, 1992.</p><p>2.2.4 1922 – Mathäus Germann Desiderius Casagranda</p><p>Mathäus Germann Desiderius Casagranda era natural de Salzburgo, Áustria.</p><p>Entrou para a Universidade durante a I Guerra Mundial e como sua instituição de</p><p>ensino foi requisitada para fins militares teve que estudar em dependências do museu</p><p>e assim terminando a graduação em 1 ano. Ele teve várias propostas de emprego já</p><p>que na época os consulados estavam à procura de engenheiros e arquitetos, como</p><p>por exemplo Índia (na época, colônia holandesa). Mas durante o tempo em que</p><p>pensava a respeito de ir para Índia apareceu a oportunidade de auxiliar na construção</p><p>e montagem da Exposição-Centenário de 1922 no Rio de Janeiro e assim chegou no</p><p>Brasil em 03/01/1922.</p><p>Durante a Exposição, o engenheiro-chefe, na qual gostou muito de seu trabalho</p><p>confiou diversas tarefas de alta responsabilidade. E ao término da construção, o</p><p>contratou para diversos projetos. Entre eles a construção do Cine Odeon, Hotel</p><p>42</p><p>Copacabana Palace (Figura 27), Hotel Globo, Liceu de Artes, Palácio do Estado e do</p><p>Hotel Gloria. Todos no Rio de Janeiro.</p><p>Figura 26 - Copacabana Palace nos dias de hoje</p><p>Fonte: CORREIO, 2018.</p><p>E foi no Rio de Janeiro que ele conheceu sua esposa Irene Odebrecht, na qual</p><p>seus avós foram os fundadores de Blumenau em Santa Catarina. Após o casamento</p><p>decidiram ir para Manhuaçu, na qual colegas o convidaram informando que não havia</p><p>arquiteto. E assim, aos 23 anos, partiram para Minas Gerais local de suas primeiras</p><p>obras como arquiteto-chefe.</p><p>Em Manhuaçu construiu diversas casas e um armazém de café. Mas sua</p><p>primeira grande obra foi em Manhumirim aonde o Vigário o descobriu em 1924. E</p><p>assim ele começou o projeto da nova Igreja de Manhumirim.</p><p>Em entrevista para Pe. Demerval Alves Botelho, SDN. Casagranda explica</p><p>como idealizou e projetou a igreja de Manhumirim:</p><p>“O estilo é do 3º período gótico. Nunca tinha construído</p><p>uma igreja, e queria que a minha primeira igreja fosse a</p><p>expressão de minha fé, e em que estivesse também</p><p>expressa, no concreto, a teologia da Igreja Católica,</p><p>Apostólica e Romana, e não apenas um templo para dizer</p><p>missa e o povo rezar. Queria também que a minha obra</p><p>expressasse as ideias fundamentais do homem: vem do</p><p>pó (Entrada da igreja/fachada principal); nasce pelo</p><p>43</p><p>batismo (Capela do batistério); vive pela Eucaristia</p><p>(Capela-mor); e morre-seu corpo volta ao pó (Capela</p><p>mortuária; e sua alma volta para Deus(Lampada da vida</p><p>eterna e a torre). O homem veio do pó e volta para a terra,</p><p>saindo pela mesma porta por onde entrou na igreja.”</p><p>De acordo com Casagranda ele também pensou sobre as doze colunas na qual</p><p>a Igreja foi fundada, e em seus apóstolos. E decidiu assim construir a igreja com doze</p><p>colunas. “Peguei uma folha de papel e pensei... A Cruz é o símbolo da nossa</p><p>redenção. Vou começar por ela... e tracei uma cruz na folha de papel. (...)” (Figura</p><p>28).</p><p>Figura 27 - Imagem do Projeto Original da Igreja de Manhumirim</p><p>Fonte: Ferreira, 2018.</p><p>A entrada ele projetou para ser o símbolo da Santíssima Trindade. Assim</p><p>colocando três janelas e o triangulo. “E de cada lado dos altares, se poderia ver a</p><p>representação dos doze Apóstolos (seis janelas em cada face). (Figura 29)</p><p>44</p><p>Figura 28 – Á esquerda, esboço da entrada da Igreja. À direita, a parte frontal da igreja já construída.</p><p>Fonte: Ferreira, 2018.</p><p>A igreja possui uma torre ao centro da construção, isto porque ao analisar o</p><p>projeto, Casagrada observou as vigas e além de encarecer a obra elas teriam que ser</p><p>reforçadas, assim tirando a leveza de sua obra. Lembrando-se da basílica de São</p><p>Pedro em Roma, decidiu apoiar em quatro colunas no centro. (Figura 30)</p><p>Figura 29 - À esquerda, esboço do vão central da igreja de Manhumirim / À direita, o vão central após</p><p>sua construção.</p><p>Fonte: Ferreira, 2018.</p><p>45</p><p>Ao ser perguntado pelas ideias na qual quis passar com a construção da torre,</p><p>Casagranda respondeu:</p><p>“Primeiramente, a cúpula de onde penderia a Luz eterna</p><p>que, por uma roldana, poderia ser abaixada para a troca</p><p>do óleo. Esta cúpula, sustentada por doze pequenas</p><p>colunas, representariam os doze Apóstolos. (...)</p><p>O sr. Não pergunta, mas vou dizer o seguinte: calculei a</p><p>construção da torre contra a pressão de 220kg de vento</p><p>por metro quadrado. Ela oscila, mas nunca torcerá. Torre</p><p>que não oscila, ou está fora do prumo, ou está correndo</p><p>perigo de ruir. A torre da igreja de Manhumirim nunca</p><p>correrá o perigo de torção, por causa da técnica que</p><p>empreguei. (explicou-me tudo, mas não consegui anotar</p><p>e nem guardar). A torre está dentro de todas as regras da</p><p>engenharia.”</p><p>Figura 30 – Imagem do interior da igreja atualmente.</p><p>Fonte: Ferreira, 2018</p><p>As escavações para a fundação da igreja não passaram de 1,20 metros de</p><p>fundura. Como na época não havia testes para obter a segurança da profundidade</p><p>necessária para a fundação, dependia muito da experiencia do engenheiro/arquiteto</p><p>da época. Casagranda pediu uma perfuração de 2 metros, mas ao chegar em 1,20</p><p>metros pediu para parar pois já era seguro.</p><p>A construção foi quase toda com material importado:</p><p>46</p><p>“O cimento foi importado da Inglaterra (Cimento</p><p>Lion) e da</p><p>Alemanha (Cimento Dikerhof). Vinha tudo em barricas. O</p><p>ferro redondo era da “Manière” e foi importado da França,</p><p>e uma parte da Alemanha. O Brasil não tinha ainda fábrica</p><p>de cimento e nem siderurgia. Era o que se dizia.”</p><p>E assim Casagranda projetou a primeira igreja da América Latina toda</p><p>construída em concreto, dos alicerces à Cruz. Observa-se a falta de comunicação da</p><p>época, já que em 1924 havia ocorrido a implementação da Industria Brasileira de</p><p>Cimento Portland.</p><p>Após a instalação do para-raios e a colocação do último balde de concreto da</p><p>obra, por motivo de não cumprimento do contrato, decidiu ir para Porto Alegre pois</p><p>ouviu falar da construção da catedral e que ela seria uma miniatura da basílica de São</p><p>Pedro, Roma. Ao chegar em Porto Alegre, os Padres Capuchinhos o chamaram para</p><p>a construção da igreja de Santo Antonio, no bairro de Parthenon. Os mesmos queriam</p><p>uma igreja na qual tivesse uma excelente acústica. Após vários estudos Casagranda</p><p>conseguiu, sendo que atualmente a igreja ainda não precisa de alto falantes, mesmo</p><p>quando está lotada (a capacidade da igreja é de 2000 pessoas).</p><p>Segundo GALVÃO, GALVÃO, 2000, Casagranda projetou:</p><p>“a exemplo de um cello, uma caixa de ressonância com</p><p>as abóbodas revestidas com tijolos furados, um pouco</p><p>afastados do concreto” e “O revestimento da fachada,</p><p>Germano Casagranda criou um pó de granito, peneirado</p><p>com roxo-inglês mais cimento branco, importado da</p><p>França. Esse revestimento perdura na fachada do templo</p><p>até hoje.”</p><p>2.2.5 1924 – Giuseppe Martinelli</p><p>Giuseppi Martinelli, juntamente com o arquiteto Hungaro William Fillinger</p><p>iniciaram a construção em 1924 do projeto do mais alto prédio da América do Sul na</p><p>sua época. Localizado em bairro nobre de São Paulo, o projeto inicial possuía 12</p><p>andares, representado visualmente na figura 32, entre as ruas São Bento, Líbero</p><p>Badaró e avenida São João, e uma resistência de dosagem esperada de13,5 Mpa.</p><p>47</p><p>Figura 31 - (PROJETO) O primeiro prédio em “Cimento armado” em São Paulo</p><p>Fonte: Vasconcelos, 1992.</p><p>Com seu cimento importado da Suécia e da Noruega pela importadora de</p><p>Martinelli, mais de 600 operários, 90 artesãos tanto italianos como espanhóis</p><p>trabalhavam nos acabamentos do prédio que possuía sua fachada projetada pelos</p><p>irmãos Lacombe.</p><p>De acordo com (MARTINELLI, 2015) “Diversos imprevistos prolongaram as</p><p>obras: as fundações abalaram um prédio vizinho – problema resolvido com a</p><p>compra do prédio por Martinelli; os cálculos estruturais complexos levaram à</p><p>importação de uma máquina de calcular Mercedes da Alemanha.”</p><p>Giuseppe Martinelli não parou de receber pedidos para aumentar o número</p><p>de pavimentos, e sendo assim o projeto passou de doze para catorze, e para</p><p>dezoito e em 1928 chegou a vinte e quatro pavimentos.</p><p>Após ter a obra fiscalizada, o prédio recebeu o aval para continuar sua</p><p>construção, mas deveria ser mantido em vinte e cinco andares. Giuseppe</p><p>Martinelli não contente com o resultado decidiu que para chegar aos 30 andares</p><p>que sonhava iria construir sua casa com 5 andares no topo do prédio. Podemos</p><p>ver o edifício Martinelli nos dias de hoje, na Figura 33.</p><p>48</p><p>Figura 32 - Edifício Martinelli na atualidade</p><p>Fonte: COLLET, 2019.</p><p>2.2.6 1960 - Brasília</p><p>Para fugir de possíveis ataques marítimos na capital (Rio de Janeiro), foi</p><p>estudado desde a época do Brasil imperial a mudança da capital para um local mais</p><p>ao centro do país. Mas foi somente em 1891 que teve sua área determinada e inclusa</p><p>na primeira constituição Brasileira. Foi somente em 1956 que o presidente Juscelino</p><p>Kubitscheck deu início de fato a obra da construção da capital do Brasil, como é</p><p>possível observar na figura 34 o marco zero.</p><p>Foi realizado um concurso para o projeto da nova capital, tendo como</p><p>vencedor um projeto feito a lápis em uma folha branca com dois traços se cruzando e</p><p>ficando num formato parecido com uma cruz. Este projeto foi ideia do arquiteto e</p><p>urbanista Lúcio Costa. E de acordo com sua ideia:</p><p>“Uma dessas linhas, o Eixo Rodoviário, tinha o traço</p><p>levemente inclinado, o que dava à cruz a forma de um</p><p>avião. Ele seria a via que leva às áreas residenciais –</p><p>hoje, Asa Sul e Asa Norte. A outra linha, que representava</p><p>o Eixo Monumental, abrigaria os prédios públicos e o</p><p>palácio do Governo Federal no lado leste; a Rodoviária e</p><p>a Torre de TV no centro, e os prédios do governo local no</p><p>lado oeste.” (GOVERNO DO DISTRITO FEDRAL, 2019)</p><p>49</p><p>Figura 33 - Marco Zero e Esplanada dos Ministérios em 30/09/1958</p><p>Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal</p><p>Para construção de Brasília, segundo Aragão e Helene(2017), “na construção</p><p>de Brasília trabalharam 60 mil operários. Um milhão de metros cúbicos de concreto,</p><p>100 mil toneladas de ferro, 500 mil metros cúbicos de areia e milhões de sacos de</p><p>cimento foram usados. Um investimento de US$1,5 bilhão, quase 10% de toda riqueza</p><p>brasileira à época.”</p><p>Após a conclusão da escolha do projeto urbanístico, o presidente Juscelino</p><p>Kubitscheck convidou o arquiteto Oscar Niemeyer (figura 35) para ser o responsável</p><p>por diversas construções sendo ele:</p><p>“...autor das principais estruturas da cidade: o Congresso</p><p>Nacional, os Palácios da Alvorada e do Planalto, o Supremo</p><p>Tribunal Federal e a Catedral de Brasília. Além da dupla</p><p>Oscar e Lúcio, completavam o time que fez desta cidade um</p><p>museu a céu aberto figuras inspiradas como Burle Marx, com</p><p>jardins e praças, e Athos Bulcão, com os painéis de</p><p>azulejos que são marca registrada da capital.” (GOVERNO</p><p>DO DISTRITO FEDRAL, 2019)</p><p>Figura 34 - Oscar Niemeyer</p><p>Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal</p><p>50</p><p>Com sua pedra fundamental instalada em 12 de setembro de 1958, e sua</p><p>estrutura pronta em 1960, a Catedral de Brasília (figura 36) é considerada um dos</p><p>projetos mais ousados de Oscar Niemeyer.</p><p>Em 1960:</p><p>“...apareciam somente a área circular de setenta metros</p><p>de diâmetro, da qual se elevam dezesseis colunas de</p><p>concreto (pilares de secção parabólica) num formato</p><p>hiperboloide, que pesam noventa toneladas. O engenheiro</p><p>Joaquim Cardozo foi o responsável pelo cálculo estrutural</p><p>que permitiu a construção da catedral. Em 31 de maio de</p><p>1970, foi inaugurada de fato, já nesta data com os vidros</p><p>externos transparentes.” (CATEDRAL METROPOLITANA</p><p>NOSSA SENHORA APARECIDA, 2018)</p><p>Figura 35 - Catedral de Brasília</p><p>Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal</p><p>2.2.7 2008 – São Paulo</p><p>No dia 10 de maio de 2008, em São Paulo, foi inaugurada a primeira ponte</p><p>estaiada da américa Latina. Sendo a 13ª ponte construída sobre o Rio Pinheiros. “Com</p><p>o total de concreto usado para sua construção daria para erguer dois estádios de</p><p>futebol similar ao Parque São Jorge, na zona Leste. Só para se ter uma ideia, o estádio</p><p>Cícero Pompeu de Toledo, também chamado de Morumbi, na zona Sul, consumiu</p><p>pouco mais de 50 mil metros cúbicos.”</p><p>Tendo seu concreto distribuído num comprimento de 1668 metros, esta obra</p><p>possui uma arquitetura interessante, podendo ser observada na figura 37, com seu</p><p>mastro tendo 138 metros de altura. Para ter a sua estrutura analisada, foi criado um</p><p>software para analisar não somente o trânsito que ocorre nos dias de hoje como</p><p>fazendo uma previsão do trânsito em 100 anos. Além disso o software pode “analisar</p><p>o comportamento da estrutura ao longo do tempo, considerando a deformação</p><p>gradativa, o relaxamento do aço e a perda de proteção.”</p><p>51</p><p>Figura 36 - Ponte Octavio Frias de Oliveira em São Paulo</p><p>Fonte: PRANDI, 2019</p><p>Para a construção da ponte segundo Prandi (2019), foram necessários 2 turnos</p><p>e um total de 420 funcionários. Foi utilizado cerca de 500 toneladas de cabo de aço e</p><p>58.700 metros cúbicos de concreto.</p><p>“Outra inovação foi manter pelos próximos dois</p><p>anos um sistema de monitoramento com 144 células de</p><p>carga – uma para cada estai – permitindo que os</p><p>engenheiros saibam</p><p>em tempo real a força exata</p><p>aplicada em cada cabo. Além disso, o amarelo claro nos</p><p>cabos revestidos com polietileno foi uma forma</p><p>encontrada pelos arquitetos para valorizar a teia de</p><p>estais e, consequentemente, suavizar a visão dos</p><p>motoristas que passam nas extremidades das</p><p>marginais.” (MATA, 2008)</p><p>52</p><p>3 METODOLOGIA DO TRABALHO</p><p>De acordo com Gerhardt e Silveira (2009), “em geral, o método científico</p><p>compreende basicamente um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações</p><p>ordenadas adequado para a formulação de conclusões, de acordo com certos</p><p>objetivos predeterminados”</p><p>Antes de nos aprofundarmos na metodologia empregada nesta monografia,</p><p>observaremos o significado de pesquisa científica para conseguir elucidar a lógica do</p><p>trabalho a seguir.</p><p>Segundo Gil (2002):</p><p>“A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos</p><p>conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de</p><p>métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na</p><p>realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um</p><p>processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada</p><p>formulação do problema até a satisfatória apresentação</p><p>dos resultados.”</p><p>3.1 METODO UTILIZADO</p><p>Para a realização deste trabalho foi considerada a mais adequada, a metodologia</p><p>qualitativa bibliográfica, pois Segundo Rodrigues (2007) a metodologia qualitativa</p><p>possui uma forma de abordagem na qual as informações obtidas não podem ser</p><p>quantificáveis.</p><p>Já para Gil (2002) o método bibliográfico se resume em um desenvolvimento do</p><p>trabalho em que depende de diversos fatores podendo ser “a natureza do problema,</p><p>o nível de conhecimento que os pesquisadores dispõe sobre o assunto, o grau de</p><p>precisão que se pretende atingir com a pesquisa, entre outros.”</p><p>3.2 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS</p><p>3.2.1 Escolha do tema</p><p>O tema deste trabalho foi escolhido mediante a observação das diferentes</p><p>características contidas nas tabelas de traço de Leo Casagranda utilizadas nos anos</p><p>53</p><p>50’ com os traços estudados em sala de aula. Em uma breve revisão bibliográfica</p><p>posterior, foi encontrada a tabela de Abílio de Azevedo Caldas Branco, conhecida</p><p>como tabela de Caldas Branco, que, por sua vez, despertou o interesse em aprofundar</p><p>o assunto e estudar as diferenças teóricas que o ocorreram ao longo do uso.</p><p>3.2.2 Levantamento bibliográfico preliminar</p><p>Na condução de uma pesquisa acadêmica, é necessário a realização de um</p><p>levantamento bibliográfico preliminar, pois somente assim é possível obter um</p><p>embasamento teórico relevante, que permita ao autor dissertar com propriedade sobre</p><p>o tema. É nesta fase em que todo o material publicado é analisado e acerca e observa-</p><p>se se é possível afunilar a ideia para um tema mais objetivo.</p><p>Neste momento realizadas buscas via internet e bancos de dados, na qual</p><p>condiziam com o tema como, por exemplo, história do concreto. Após observar que o</p><p>conteúdo era escasso, considerou-se ampliar a busca para o conteúdo fora da língua</p><p>nativa brasileira, conseguindo assim, material suficiente para o início do entendimento</p><p>mais aprofundado do assunto.</p><p>3.2.3 Organização lógica do assunto</p><p>Para discorrer de forma consistente e de melhor entendimento nesta</p><p>monografia, foram selecionados todos os artigos, trabalhos, textos relacionados ao</p><p>assunto, divididos por área e data. Em um primeiro momento, realizou-se uma leitura</p><p>seletiva (na leitura seletiva separa-se o que realmente tem a ver com o tema da</p><p>pesquisa e aplica-se alguns critérios para selecionar o que importa para o trabalho.),</p><p>com todo material coletado. Em simultâneo a seleção de conteúdo, também foi</p><p>realizada uma tabela com o intuído de servir como linha do tempo e assim cada texto</p><p>foi colocado em seu lugar nesta linha para melhor coesão e compreensão das</p><p>informações obtidas.</p><p>3.2.4 Ampliação do levantamento bibliográfico</p><p>Na ampliação do levantamento bibliográfico, foi realizada uma leitura analítica</p><p>do material anteriormente pré-selecionado. Segundo Gil (2002), “A finalidade da</p><p>54</p><p>leitura analítica é a de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de</p><p>forma que estas possibilitem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa.”.</p><p>Ao observar a linha do tempo, foi possível constatar que havia períodos na qual</p><p>foram citados em outros textos, mas não possuíam nenhum texto a respeito. Portanto,</p><p>surgiu a necessidade de um segundo levantamento bibliográfico para o</p><p>preenchimento destes períodos de forma a tratar as lacunas deixadas pela falta de</p><p>conteúdo da análise anterior.</p><p>Foi nesta fase que, além da pesquisa histórica sobre o concreto, foi levantado</p><p>bibliografia mais específica a respeito de traços de concreto, seus materiais e dados</p><p>pertinentes ao seu desenvolvimento.</p><p>Com todo material organizado, e o modo em que seria apresentado o trabalho</p><p>decidido, foi o momento de leitura de todos os materiais obtidos. De acordo com Gil</p><p>(2002):</p><p>“A leitura que se faz na pesquisa bibliográfica deve</p><p>servir aos seguintes objetivos: a) Identificar as</p><p>informações e os dados constantes do material</p><p>impresso; b) Estabelecer relações entre as</p><p>informações e os dados obtidos com o problema</p><p>proposto; c) analisar a consistência das informações e</p><p>dados apresentados pelos autores.”</p><p>55</p><p>4 CONCRETO</p><p>Deve-se estudar o concreto para que seja possível obter a sua melhor</p><p>formulação, dentre diversos aspectos, como por exemplo sua resistência, se é</p><p>econômico e até mesmo seu aspecto. Por isso é necessário conhecer as propriedades</p><p>dos materiais na qual vai ser utilizado, os fatores que podem alterar nosso produto, a</p><p>proporção da mistura além do modo na qual o concreto será produzido.</p><p>De acordo com Almeida (2002):</p><p>“Para obterem-se as características essenciais do concreto,</p><p>como a facilidade de manuseio quando fresco, boa resistência</p><p>mecânica, durabilidade e impermeabilidade quando endurecido,</p><p>é preciso conhecer os fatores que influem na sua qualidade.</p><p>• Qualidade dos materiais:</p><p>Materiais de boa qualidade produzem concreto de boa</p><p>qualidade;</p><p>• Proporcionalmente adequado:</p><p>Deve-se considerar a relação entre as quantidades: de cimento</p><p>e de agregados, de agregados graúdo e miúdo, água e o</p><p>cimento.</p><p>• Manipulação adequada:</p><p>Após a mistura, o concreto deve ser transportado, lançado nas</p><p>formas e adensado corretamente.</p><p>• Cura cuidadosa:</p><p>A hidratação do cimento continua por um tempo bastante longo</p><p>e é preciso que as condições ambientes favoreçam as reações</p><p>que se processam. Desse modo, deve-se evitar a evaporação</p><p>prematura da agia necessária à</p><p>hidratação do cimento. É o que se denomina cura do concreto.”</p><p>Os ingredientes do concreto podem ser divididos em 2 partes, a pasta e os</p><p>agregados.</p><p>4.1 PASTA</p><p>Segundo Giammusso (1992) a pasta é formada pela mistura de cimento e água,</p><p>a pasta tem como função envolver os grãos dos agregados dando liga aos mesmos,</p><p>formando assim um material que terá características de pedra (bloco monolítico).</p><p>56</p><p>É possível obter o cimento aquecendo calcário e argila até que ocorra a</p><p>sintetização (clínquer de cimento). Esta mistura obtida é moída até chegar à finura do</p><p>cimento que conhecemos.</p><p>Segundo Neville (2011), “Na área da construção, o significado do termo</p><p>“cimento” é restrito a materiais aglomerantes utilizados com pedra, areia, tijolos,</p><p>blocos para alvenaria etc.” Esse cimento é formado essencialmente por silicatos e</p><p>aluminatos de cálcio, que após sofrerem hidratação passam a possuir propriedades</p><p>de endurecimento.</p><p>Além da função de ligante entre os fragmentos de agregados, pode-se também</p><p>considerar a função impermeabilizada a e trabalhabilidade ao concreto além de</p><p>preencher os vazios entre os fragmentos dos agregados e atribuir também a</p><p>resistência mecânica ao concreto.</p><p>4.2 AGREGADOS</p><p>Os agregados são materiais de granulosidade e dimensões distintas, assim</p><p>como possuem propriedades adequadas para cada tipo de uso em obras de</p><p>engenharia civil. Podem ser</p>

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