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<p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>As hepatites virais constituem um impor‐</p><p>tante problema de saúde pública, atingindo cen‐</p><p>tenas de milhões de pessoas, com morbidade e</p><p>mortalidade significativas.</p><p>Consistem em inflamação do fígado cujas</p><p>manifestações clínico-laboratoriais são decor‐</p><p>rentes da disfunção hepática e com possibilida‐</p><p>de de complicações extra-hepáticas.</p><p>Os indivíduos infectados podem ser portado‐</p><p>res assintomáticos ou desenvolver hepatite agu‐</p><p>da, hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepa‐</p><p>tocelular.</p><p>O termo “hepatite viral” é utilizado geralmen‐</p><p>te em referência aos vírus hepatotrópicos das</p><p>hepatites A, B, C, D e E, que são responsáveis</p><p>por mais de 90% das hepatites.</p><p>Os vírus que causam essas hepatites têm em</p><p>comum o fato de os hepatócitos lesados desenca‐</p><p>dearem respostas imunológicas e inflamatórias,</p><p>porém determinam expressões clínicas com</p><p>consequências diversas.</p><p>Na diferenciação desses agentes, a caracte‐</p><p>rística clínica mais importante é a capacidade</p><p>de possibilitar a cronificação, ou não, da doença.</p><p>Vírus não hepatotrópicos, como os da febre</p><p>amarela, varicela, caxumba, rubéola, sarampo,</p><p>mononucleose infecciosa, dengue e Coxsackie,</p><p>entre outros, podem, raramente, ocasionar in‐</p><p>flamação aguda do fígado.</p><p>CONCEITO</p><p>AGENTES VIRAIS DA HEPATITE</p><p>➡ HEPATITE A: origina uma infecção aguda,</p><p>contagiosa e autolimitada. O agente do tipo RNA,</p><p>p e r t e n c e n t e a fa m í l i a P i c o r n av i r i d a e ,</p><p>denominado hepatovírus.</p><p>Penetra no organismo pela via oral, atingindo</p><p>o fígado pela veia porta e pela circulação</p><p>sistêmica para replicar no citoplasma dos</p><p>hepatócitos. Pela via biliar, é eliminado do fígado</p><p>para o intestino, onde é reabsorvido ou</p><p>eliminado pelas fezes.</p><p>O dano causado não é pela presença do vírus</p><p>no fígado, e sim pela resposta imune do</p><p>hospedeiro.</p><p>Ocorre mais em indivíduos expostos a</p><p>condições sanitárias deficientes ou eu</p><p>consomem alimentões contaminados. Os vírus</p><p>e l iminados pelas fezes de indivíduos</p><p>contaminados podem alcançar as águas</p><p>destinadas a consumo.</p><p>A outra forma de contaminação é banho em</p><p>locais poluídos, como praias que recebem</p><p>grande quantidade de esgoto.</p><p>A transmissão vertical é rara, porém a</p><p>transmissão maior ocorre por meio fecal-oral</p><p>por meio do contato pessoal e da ingestão de</p><p>vários tipos de comida.</p><p>➡ H E PAT I T E B : per tence a famí l ia</p><p>Hepadnaviridae, composto por uma dita de</p><p>DNA. O vírus penetra no hepatócito, e após</p><p>eliminar o envelope, libera o DNA, que mantém</p><p>a infecção. As lesões no fígado estão voltados</p><p>para a intenção entre o vírus e o hospedeiro,</p><p>sendo que quanto mais ativa a resposta do</p><p>hospedeiros, mais intensa é a lesão.</p><p>O agente pode ser encontrado em todos os</p><p>líquidos orgânicos, seja em sangue, urina,</p><p>lágrima, sêmen, secreção vaginal, líquido</p><p>materno, entre outros. A transmissão ocorre</p><p>principalmente pelas vias parenteral e sexual,</p><p>e pelo contato com fluidos corporais</p><p>contaminados. Devido a isso, a hepatite B é</p><p>considerada como uma Infecção Sexualmente</p><p>Transmissível.</p><p>A transmissão vertical é causa frequente de</p><p>disseminação do HBV em região endêmica,</p><p>sendo que a via de transmissão vertical (mãe/</p><p>bebê) merece atenção especial. Pode ocorrer</p><p>intrauterino ou durante o barato, sendo que</p><p>raramente os bebes desenvolvem a hepatite</p><p>aguda, porém progride com frequência para a</p><p>cronicidade.</p><p>Pode ocasionar viremia transitória e/ou</p><p>crônica e causar uma infecção assintomática,</p><p>sintomática, cirrose e hepatocarcinoma.</p><p>A cronificação é inversamente proporcional</p><p>a idade, sendo que quanto mais jovem o</p><p>individuo, amor a probabilidade da doença</p><p>evoluir para a sua forma mais crônica.</p><p>↑</p><p>I</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>➡ HEPATITE C: é o vírus RNA que pertence à</p><p>família Flaviviridae, que possui infecção</p><p>sintomática ou assintomática, aguda ou</p><p>crônica, sendo que a maioria das vezes o</p><p>diagnóstico é feito de forma tardia, já em estado</p><p>de cronicidade da infecção.</p><p>É transmitido por via parenteral (mais</p><p>frequente), vertical e pelas mucosas.</p><p>➡ HEPATITE D: é um vírus delta, da família</p><p>Deltaviridae. Esse vírus causa lesão citopática</p><p>direta dos hepatócitos, podendo causar quadros</p><p>muito graves da infecção.</p><p>Se manifesta por diferentes quadros clínicos,</p><p>incluindo em formas assintomáticas, hepatite</p><p>aguda e hepatite crônica em indivíduos com</p><p>HBsAg-positivos.</p><p>➡ HEPATITE E: é da família Hepviridae, sendo</p><p>uma fita simples de RNA.O vírus se assemelha</p><p>muito ao HAV, sendo também de transmissão</p><p>entérica fecal-oral, mas a maioria do casos</p><p>descritos são crônicos, principalmente em</p><p>pacientes imunossuprimidos e com transplante</p><p>de órgãos.</p><p>É mais comum em local com surtos</p><p>epidêmicos e após calamidades que levam a</p><p>contaminação da agua, sendo mais comuns em</p><p>l o c a i s d e b a i x o d e s e n v o l v i m e n t o</p><p>socioeconômico, porém não esta limitado</p><p>apenas aos países pobres.</p><p>A avaliação deve ser realizada de forma</p><p>minuciosa, preferencialmente pela abordagem</p><p>centrada na pessoa, considerando os aspectos</p><p>como idade, profissão, ocupação, assim como</p><p>história detalhada da doença atual, história de</p><p>doenças hepáticas ou quadros de icterícia</p><p>a g u d a , g e s t a ç ã o , u t i l i z a ç ã o d e</p><p>medicamentoshepatotóxicos, uso de drogas,</p><p>compartilhamentos de materiais e drogas</p><p>injetáveis. Além disso, deve abordar condições</p><p>de saneamento básico e o local de procedência.</p><p>ANAMNESE</p><p>No exame fisico, os indivíduos podem ou</p><p>não apresentar sinais de comprometimento</p><p>hepático, sendo necessário considerar os</p><p>dados da anamnese e inspeção geral, assim</p><p>como a palpação abdominal.</p><p>Alguns sintomas encontrados em episódios</p><p>agudos como febre, fadiga, diminuição do</p><p>apetite, acolia fecal, colúria e icterícia,</p><p>podendo ter hepatomegalia e esplenomegalia.</p><p>O prurido pode estar com frequência na</p><p>hepatite crônica, devido a colestase. Ainda nos</p><p>quadros crônicos, pode ter gengivorragia e/ou</p><p>equimose locais.</p><p>A fase icteríca das hepatites agudas, o</p><p>quadro clinico é dividido em 3 períodos, sendo:</p><p>fase prodrômica (anicterica), ictericia e</p><p>c o l ú r i a , e p e l o ú l t i m o , p e r í o d o d e</p><p>convalescência.</p><p>A fase prodrômica é mais rica em sinais e</p><p>sintomas, como vômitos, dor abdominal, febre.</p><p>Quando surge a icterícia, os sintomas</p><p>desaparecem. A febre fica em manutenção</p><p>após o aparecimento da colúria e/ou icterícia,</p><p>na ausência de causa extra-hepática que</p><p>justifique, sugerindo reavaliar a suspeita</p><p>diagnostica de hepatite viral.</p><p>EXAME FÍSICO</p><p>I</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>EXAMES COMPLEMENTARES</p><p>Em relação às alterações laboratoriais, nas</p><p>hepatites virais agudas de evolução benigna,</p><p>observa-se linfocitose relativa, comumente as‐</p><p>sociada à leucopenia no início do quadro. A ve‐</p><p>locidade de hemossedimentação não costuma</p><p>estar muito elevada.</p><p>As alterações do fígado são avaliadas pelos</p><p>testes de (dis)função hepatocelular. As amino‐</p><p>transferases – alanina-aminotransferase (ALT)</p><p>e aspartato-aminotransferase (AST) – são mar‐</p><p>cadores sensíveis para detecção de alteração do</p><p>parênquima hepático, mas não são específicas</p><p>para nenhum tipo de lesão hepática/hepatite.</p><p>O maior aumento ocorre 1 a 2 semanas an‐</p><p>tes do início dos sintomas, com redução de seus</p><p>níveis logo após a instalação do quadro sinto‐</p><p>mático.</p><p>Os valores das aminotransferases podem</p><p>ultrapassar 10 a 20 vezes os valores normais,</p><p>mas a elevação dos níveis séricos não guarda</p><p>relação com a gravidade da doença. Em geral,</p><p>as aminotransferases voltam a seus valores</p><p>pré-infecção em 8 a 12 semanas após o início da</p><p>doença.</p><p>Muitas vezes, o diagnóstico de hepatite é feito</p><p>apenas a partir de alterações nos exames de ro‐</p><p>tina dos indivíduos ou na triagem de bancos de</p><p>sangue. Assim, o diagnóstico das hepatites B e</p><p>C pode ocorrer tardiamente, na maioria das ve‐</p><p>zes após o período agudo das infecções.</p><p>As formas crônicas das hepatites virais cos‐</p><p>tumam ser oligossintomáticas, razão pela qual</p><p>muitas vezes se reconhece a doença apenas</p><p>quando surgem as manifestações das complica‐</p><p>ções decorrentes</p><p>da progressão para cirrose ou</p><p>para carcinoma hepático.</p><p>O tipo de agente determinante da hepatite é</p><p>definido pelos marcadores virais.</p><p>➡ HEPATITE A: é a mais benigna das hepatites</p><p>que não evolui para a forma crônica.</p><p>A forma mais grave ocorre em indivíduos</p><p>coinfectados com outros vírus, como o da hepa‐</p><p>tite C e HIV, ou individuos >50 anos.</p><p>O inicio costuma ser abrupto com febre alta,</p><p>prostração e sintomas inespecífico, como ano‐</p><p>rexia, náuseas cefaleia.</p><p>Os exames laboratoriais costumam ficar ele‐</p><p>vados por um período que varia de 2 a 4 sema‐</p><p>nas, com alteração da ALT, que pode chegar até</p><p>100x do VR.</p><p>O aparecimento de anticorpo-HAV de tipo</p><p>IgM no soro confirma o diagnóstico. Esse anti‐</p><p>corpo está presente em praticamente todos os</p><p>indivíduos infectados pelo HAV, atingindo valo‐</p><p>res máximos no 1º mês de doença, declinando</p><p>de maneira gradativa; em geral, os níveis eleva‐</p><p>dos cessam após 3 a 6 meses do início da doen‐</p><p>ça.</p><p>O anticorpo anti-HAV IgG surge a partir do</p><p>2º ou 3º mês, e persiste indefinidamente, confe‐</p><p>rindo imunidade contra as reinfecções do HAV.</p><p>O HAV também pode, às vezes, determinar</p><p>manifestações clínicas extra-hepáticas, as</p><p>quais podem evoluir de forma grave: pancreati‐</p><p>te, anemia aplástica, necrose tubular aguda,</p><p>miocardite, vasculite, artrite, trombocitopenia</p><p>e mielite transversa, entre outras.</p><p>A forma mais grave da hepatite A aguda é a</p><p>hepatite fulminante que, embora rara, ocorre</p><p>com mais frequência em crianças e idosos.</p><p>Nessas circunstâncias, após o início do qua‐</p><p>dro clínico, há piora expressiva com alteração</p><p>do sensório e comprometimento importante da</p><p>coagulação sanguínea. Pode progredir muito</p><p>rapidamente, não dando tempo para o apareci‐</p><p>mento de icterícia. I</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>➡ HEPATITE B: infecção pelo HBV causa</p><p>hepatite nas formas aguda e crônica, e ambas</p><p>costumam permanecer oligossintomáticas por</p><p>longos períodos.</p><p>O tempo de incubação varia de poucas</p><p>s e m a n a s a m e s e s . Um a ch a d o c l í n i c o</p><p>relativamente comum é a presença, na fase</p><p>prodrômica, de manifestações semelhantes às</p><p>descritas na “doença do soro”: alterações</p><p>cutâneas tipo urticária ou maculopapulares,</p><p>febre e dores articulares.</p><p>Imunocomplexos circulantes (antígeno/</p><p>anticorpo de superfície) ativam o sistema do</p><p>complemento e se depositam nas paredes dos</p><p>vasos sanguíneos da pele e das membranas</p><p>sinoviais.</p><p>As reações cutâneas de tipo papular são</p><p>conhecidas como síndrome de Gianotti-Crosti.</p><p>No soro de doentes com hepatite B, há três tipos</p><p>de partículas: HBsAg, partículas numerosas e</p><p>não infecciosas; HBcAg, partículas grandes que</p><p>representam o vírion intacto, cujo anticorpo</p><p>correspondente é o anti-HBc; e HBeAg,</p><p>relacionadas com a infecciosidade.</p><p>E m g e r a l , o s n í v e i s s é r i c o s d a s</p><p>aminotransferases e do HBsAg diminuem e</p><p>desaparecem concomitantemente; em cerca de</p><p>80% dos pacientes adultos não se detecta mais o</p><p>HBsAg em 3 meses. A persistência desse</p><p>marcador por mais de 6 meses configura estado</p><p>de portador crônico.</p><p>O anti-HBc tipo IgM ocorre precocemente após</p><p>o início dos sintomas e permanece por 3 a 6 me‐</p><p>ses. Em torno de 10% dos pacientes mantêm a</p><p>positividade desse marcador por períodos lon‐</p><p>gos, superiores a 1 ano.</p><p>O anti-HBc da subclasse IgG é de aparecimen‐</p><p>to mais tardio, com redução dos seus níveis com</p><p>o passar do tempo.</p><p>A maioria dos pacientes adultos, expostos ao</p><p>HBV (em torno de 80-85%) e previamente sa‐</p><p>dios, ao recuperar-se da hepatite, passa a apre‐</p><p>sentar o anticorpo de superfície da hepatite B</p><p>(anti-HBs), que confere imunidade a reinfec‐</p><p>ções. Destes, 5 a 10% evoluem para a forma</p><p>crônica da hepatite, taxa muito inferior àquela</p><p>encontrada em recém-nascidos e lactentes</p><p>(85-90%) expostos ao HBV.</p><p>Os marcadores virais da hepatite B podem</p><p>ser separados em dois grandes grupos: os de</p><p>valor basicamente diagnóstico e os utilizados</p><p>com a finalidade de avaliar a infecciosidade e o</p><p>prognóstico.</p><p>Os marcadores HBsAg, anti-HBs e anti-HBc</p><p>são utilizados, simultaneamente, para diagnós‐</p><p>tico e prognóstico.</p><p>O curso clínico das hepatites crônicas pelo</p><p>HBV é um processo dinâmico, possuindo 5 fa‐</p><p>ses que não são necessariamente apresentadas</p><p>por todos os pacientes.</p><p>➡ Fase 1: anteriormente denominada fase</p><p>imunotolerante e atualmente chamada de</p><p>infecção crônica HBeAg-positiva –, os</p><p>pacientes apresentam níveis elevados de HBV-</p><p>DNA e níveis normais de ALT. Essa fase é mais</p><p>frequente e prolongada em indivíduos</p><p>infectados no período perinatal, com taxa de</p><p>perda espontânea de HBe Ag muito baixa. Os</p><p>níveis elevados de HBV-DNA conferem alto</p><p>poder de contágio.</p><p>➡ Fase 2: denominada hepatite crônica</p><p>HBeAg-positiva, pode ocorrer vários anos após</p><p>a primeira fase e é mais frequentemente</p><p>atingida em indivíduos infectados durante a</p><p>idade adulta.</p><p>Caracteriza-se pelos elevados níveis de HBV-</p><p>DNA e ALT. A maioria dos pacientes pode atin‐</p><p>gir a soroconversão do HBeAg e a supressão do</p><p>HBV-DNA.</p><p>➡ Fase 3: denominada infecção crônica</p><p>HBeAg-negativa (antes denominada portador</p><p>inativo).</p><p>Essa fase caracteriza-se pela presença do</p><p>anticorpo e da hepatite B (anti-HBe) detectá‐</p><p>vel, níveis baixos ou indetectáveis de HBV-</p><p>DNA (< 2.000 UI/mL) e níveis normais de ALT.</p><p>No entanto, alguns pacientes nessa fase podem</p><p>apresentar níveis de HBV-DNA > 2.000 UI/mL</p><p>e níveis de ALT persistentemente normais.</p><p>HBV nesses pac</p><p>1.</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>Esses pacientes têm baixo risco de progressão</p><p>para cirrose ou hepatocarcinoma se permanece‐</p><p>rem nessa fase, mas a progressão para a próxi‐</p><p>ma fase, de hepatite crônica, pode ocorrer. A</p><p>perda de HBsAg e/ou soroconversão ocorre es‐</p><p>pontaneamente em 1 a 3% dos casos por ano.</p><p>➡ Fase 4: chamada de hepatite B crônica</p><p>HBeA g-negat iva, é caracterizada pela</p><p>reativação do vírus, com níveis moderados a</p><p>Nessa fase, os pacientes apresentam ausência</p><p>de HBeAg sérico, geralmente com anti-HBe</p><p>detectável, níveis moderados a altos de HBV-</p><p>DNA (persistentes ou flutuantes), porém</p><p>frequentemente menores do que aqueles dos</p><p>pacientes HBeAg-positivos (fase 2), e valores de</p><p>ALT flutuantes ou persistentemente elevados.</p><p>A reativação do vírus pode ocorrer</p><p>espontaneamente, pode ser devida à presença</p><p>de mutantes virais (mutação pré-core) ou, mais</p><p>comumente, pode ser desencadeada por</p><p>terapias imunossupressoras.</p><p>P a c i e n t e s q u e r e c e b e m f á r m a c o s</p><p>imunossupressores devem sempre ser testados</p><p>quanto a HBsAg e anti-HBc, pois há risco de</p><p>reativação do HBV, com graves consequências.</p><p>Os antivirais de ação direta (AADs) indicados</p><p>na coinfecção HBV + HCV também foram</p><p>identificados como importante causa de</p><p>reativação do HBV. Essa fase está associada a</p><p>baixas taxas de remissão espontânea da</p><p>doença.</p><p>➡ Fase 5: é reconhecida como “infecção oculta”</p><p>por HBV, sendo caracterizada por HBsAg sérico</p><p>não reagente e anticorpos positivos para HBcAg</p><p>(anti-HBc), com ou sem anticorpos detectáveis</p><p>para HBsAg (anti-HBs), níveis normais de ALT</p><p>e níveis geralmente indetectáveis de HBV-DNA.</p><p>Os pacientes permanecem em risco de</p><p>progressão para cirrose e hepatocarcinoma;</p><p>portanto, a vigilância deve continuar.</p><p>➡ HEPATITE C: a infecção é assintomática,</p><p>sendo difícil de reconhecer do ponto de vista</p><p>clinico e diagnóstico, já que os sintomas são</p><p>inespecíficos e discretos.</p><p>O período de incubação é variável, de 2 a 20</p><p>semanas, e os achados clínicos não permitem</p><p>diferenciar essa infecção das outras hepatites</p><p>virais. Do ponto de vista laboratorial, os níveis</p><p>das transaminases não costumam ultrapassar</p><p>10 vezes o limite superior da normalidade.</p><p>O risco da forma fulminante é baixo (1%).</p><p>Embora cerca de 15 a 20% dos indivíduos com</p><p>cirrose devida ao HCV desenvolvam carcinoma</p><p>hepatocelular, sendo que se persistir mais que</p><p>6 meses, é crônica.</p><p>Sintomas inespecíficos associados à infecção</p><p>crônica são astenia, fadiga crônica, artralgias e</p><p>mialgia. O exame físico não costuma revelar</p><p>alterações significativas nas fases iniciais da</p><p>doença crônica além de hepatomegalia. A</p><p>e</p><p>x i s t ê n c i a d e e s p l e n o m e ga l i a i n d i c a</p><p>progressão para cirrose. Várias manifestações</p><p>extra-hepáticas de natureza autoimune e/ou</p><p>linfoproliferativa têm sido descritas na</p><p>infecção crônica pelo HCV.I</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>➡ HEPATITE D: HDV encontra-se disseminado</p><p>no mundo e manifesta-se por diferentes</p><p>q u a d r o s c l í n i c o s , i n c l u i n d o f o r m a s</p><p>assintomáticas, hepatite aguda e hepatite</p><p>crônica em indivíduos HBsAg-positivos.</p><p>A transmissão do HDV pode ser simultânea</p><p>com a do HBV (coinfecção), ou o HDV pode</p><p>infectar os indivíduos já portadores da infecção</p><p>pelo HBV (superinfecção).</p><p>Na superinfecção, o cenário é mais sombrio:</p><p>as hepatites costumam ser mais graves, com</p><p>icterícia intensa, evoluindo rapidamente para</p><p>insuficiência hepática pelo menos dois padrões</p><p>de infecção com diferentes cursos clínicos: a</p><p>coinfecção (quando o contágio é simultâneo</p><p>com o HBV) e a superinfecção (em pacientes</p><p>HBsAg-positivos).</p><p>A primeira é, em geral, autolimitada,</p><p>embora com morbidade elevada; a segunda tem</p><p>maior tendência à cronificação. O período de</p><p>incubação da superinfecção está estimado em 4</p><p>a 8 semanas; o período da coinfecção é similar</p><p>àquele do HBV (45-160 dias) teste para</p><p>d e t e c t a r o a n t i c o r p o a n t i - H DV e s t á</p><p>a m p l a m e n t e d i s p o n í v e l , e n q u a n t o a</p><p>demonstração do HDV-RNA e do antígeno Delta</p><p>no tecido hepático e no soro durante a fase</p><p>aguda da doença está restrita a laboratórios de</p><p>investigação.</p><p>➡ HEPATITE E: período médio de incubação é</p><p>de cerca de 40 dias, com uma variação entre</p><p>15 e 60 dias.</p><p>A infecção pelo HEV é geralmente</p><p>a s s i n t o m á t i c a , e p o u c o s i n d i v í d u o s</p><p>desenvolvem sintomas de hepatite aguda.</p><p>Manifesta-se, então, como uma doença aguda,</p><p>com sinais e sintomas inespecíficos, como</p><p>anorexia, febre e dor abdominal. Nas áreas</p><p>endêmicas, o quadro é mais intenso e a</p><p>icterícia é comum.</p><p>O diagnóstico da infecção costuma ser</p><p>realizado pela detecção de anticorpos anti-HEV</p><p>ou do HEV-RNA no soro das pessoas infectadas,</p><p>e é confirmado quando anticorpos do tipo anti-</p><p>HEV IgM (fase aguda) ou IgG (infectado ou</p><p>curado) são detectados no soro.</p><p>O período de viremia é curto. Em pacientes</p><p>com infecção aguda por HEV, o RNA é</p><p>detectável durante o período de incubação e</p><p>persiste por 4 a 6 semanas, tornando-se</p><p>indetectável no sangue cerca de 3 semanas</p><p>após o início dos sintomas.</p><p>Nas fezes, pode-se detectar a eliminação do</p><p>vírus por reação em cadeia da polimerase por</p><p>mais 2 semanas após a negativação da viremia.</p><p>MARCADORES SOROLÓGICOS</p><p>TRATAMENTO</p><p>O tratamento se baseia em medidas de</p><p>suporte, não havendo medicação específica</p><p>para as formas agudas. A maioria das pessoas</p><p>pode ser tratada no domicilio e receber o</p><p>acompanhamento da equipe de saude.O</p><p>prognóstico é muito bom para a hepatite A e E.</p><p>O uso de fármacos hepatotóxicos como</p><p>paracetamol deve ser evitado.</p><p>I</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>Na hepatite não alcoólica o objetivo do</p><p>tratamento não farmacológico é a perda gradual</p><p>do peso, com melhora da resistência periférica a</p><p>insulina. As consultas devem ter intervalo em 2</p><p>semanas, e nas próximas consultas com 4</p><p>semanas, para o acompanhamento das</p><p>aminotransferases, tempo de protrombina,</p><p>bilirrubinas e albumina.</p><p>O tratamento medicamentoso está indicado</p><p>para algumas formas da doença crônica,</p><p>devendo ser realizado em ambulatório</p><p>especializado.</p><p>A indicação do tratamento se baseia no grau</p><p>de acometimento hepático observado. As</p><p>indicações para o tratamento da hepatite B são:</p><p>• HBsAg positivo por >6m</p><p>• HBsAg positivo ou HBV-DNA >2.000 UI/ml</p><p>(fase de replicação)</p><p>• Apresentar ALT 2x acima do limite superior</p><p>da normalidade</p><p>Na hepatite C, o tratamento tem critérios de</p><p>exclusão par idade avançada, descompensação</p><p>hepática,a plaquetopenia, ascite de difícil</p><p>controle encefalopatia e neutrófilos <1.500</p><p>mm3.</p><p>QUANDO REFERENCIAR</p><p>• Pessoas com HBsAg positivo</p><p>• Pessoas com anti-HCV positivo</p><p>• Sinais e sintomas que indiquem gravidade</p><p>• Caso de hepatite crônica com indicação de</p><p>tratamento</p><p>• Diagnóstico de coinfecção ou superinfeccao</p><p>HBV/HDV</p><p>• Suspeita ou diagnóstico de hepatites por</p><p>outras causas.</p><p>Outra medida preventiva muito importante é</p><p>a imunização, disponível para as formas HAV e</p><p>HBV. A vacina contra hepatite A é realizada pelo</p><p>Programa Nacional de Imunização (PNI), em</p><p>dose única entre 15 e 23 meses, podendo ser</p><p>feita até 4 anos de idade.</p><p>A vacinação contra o HBV é a maneira mais</p><p>eficaz de prevenção de infecção aguda ou crônica</p><p>e também de eliminação do vírus em todas as</p><p>faixas etárias, além de reduzir a incidência de</p><p>hepatite crônica, cirrose e CHC na população</p><p>imunizada.</p><p>A profilaxia pós-infecção, deve utilizar a</p><p>imunoglobulina humana anti-hepatite B, sendo</p><p>administrada na dose de 0,5 ml para RN ou 0,06</p><p>mL/kg para as demais idades, intramuscular.</p><p>É indicado para:</p><p>• Prevenção da infecção perinatal pelo HBV.</p><p>IMUNIZAÇÃO</p><p>I</p><p>Thaís Oliveira - @dicas.demed</p><p>• Vítimas de acidentes com material biológico</p><p>positivo ou fortemente suspeito de infecção</p><p>por HBV, sem vacinação para hepatite B.</p><p>• Comunicantes sexuais de casos agudos de</p><p>hepatite B.</p><p>• Vítimas de abuso sexual.</p><p>• Imunodeprimidos após exposição de risco,</p><p>mesmo que previamente vacinados.</p><p>Todos os casos suspeitos ou confirmados e os</p><p>surtos de hepatites virais devem ser notificados e</p><p>investigados, visando à proteção dos contatos não</p><p>infectados.</p><p>Um sistema bem estruturado e eficiente</p><p>permite a geração de informações atualizadas,</p><p>servindo como instrumento eficaz para a tomada</p><p>de decisões.</p><p>➡ DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial:</p><p>condutas de atenção primária baseadas em</p><p>evidências.</p><p>➡ GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de</p><p>família e comunidade - 2 volumes: princípios,</p><p>formação e prática.</p><p>NOTIFICAÇÃO</p><p>REFERÊNCIAS I</p>

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