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<p>1</p><p>EDUCAÇÃO ESPECIAL E</p><p>INCLUSÃO</p><p>2</p><p>Olá!</p><p>É importante ressaltar que a diversidade na educação é um conceito</p><p>que propõe a inclusão de todos os indivíduos e o respeito às suas diferenças.</p><p>Ou seja, por meio dela, os estudantes são agora mais respeitados em relação</p><p>às variedades de gênero, deficiências, cor, religião e comportamento que</p><p>existem em sua sala de aula e na sociedade.</p><p>Dessa forma, a Educação inclusiva compreende a Educação especial</p><p>na escola regular e transforma a escola em um espaço para todos,</p><p>promovendo a inclusão, em que ela favorece a diversidade enquanto</p><p>considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum</p><p>momento de sua vida escolar. Por isso, é fundamental que sejam</p><p>consideradas todas as necessidades dos alunos para que a escola possa</p><p>atender adequadamente a todos</p><p>Considerando esse contexto, nesta aula, serão apresentados os</p><p>conceitos relacionados à diversidade cultural na educação inclusiva,</p><p>proporcionando uma compreensão mais aprofundada do tema.</p><p>Bons estudos!</p><p>AULA 4 – DIVERSIDADE</p><p>CULTURAL DA</p><p>EDUCAÇÃO INCLUSIVA</p><p>3</p><p>4 DIVERSIDADE CULTURAL NO CONTEXTO ESCOLAR</p><p>A cultura é um conjunto de aspectos que envolvem crenças, arte, moral,</p><p>costumes e outros elementos adquiridos na vida social e singular de cada ser humano.</p><p>Sendo resultado do processo de socialização no ambiente cultural, ela identifica</p><p>enquanto herança de um grupo e fruto de um processo cumulativo de inúmeras</p><p>gerações. Contudo, como um processo vivencial, o sujeito humano se constrói como</p><p>produto e produtor de seu meio, moldando e criticando o que recebe e aprende, e</p><p>recorrendo a inovações, invenções e diferentes simbologias que permitem a</p><p>continuidade da existência do grupo social (LEITE, 2014).</p><p>No contexto social, cada grupo é representado por uma cultura que se distingue</p><p>e estabelece uma base para comparação das experiências em relação a outros</p><p>grupos. A cultura é definida como um modo de vida que reflete a percepção do</p><p>contexto de existência, a partir de uma singularidade que estrutura um determinado</p><p>grupo. Essa singularidade é construída através de apreciações morais e valores,</p><p>símbolos, linguagem, religião, sistema de ensino e vários outros aspectos que</p><p>definem, distinguem e classificam o indivíduo em um ambiente social de acordo com</p><p>suas formas de pertencimento e cultura grupal.</p><p>Ao longo do tempo, a cultura pode sofrer mudanças e se transformar em</p><p>experiências diferentes no processo de comunicação e transmissão da vivência</p><p>humana. Elementos como comportamento, vestimenta, alimentação e outros aspectos</p><p>culturais podem mudar em resposta às necessidades e demandas que surgem em</p><p>cada geração, conforme as transformações ocorridas no tempo e no espaço das</p><p>experiências. Isso pode trazer benefícios e bem-estar para alguns, mas para outros,</p><p>pode ser uma mudança imposta, caracterizando-se como uma violência simbólica</p><p>(LEITE, 2014).</p><p>Alguns grupos podem ser influenciados pela cultura, ou melhor, pela exigência</p><p>de padrões e regras de vida estabelecidas para outros. Como exemplo, dessa</p><p>violência, utilizamos o do processo de aculturação determinado pelos europeus aos</p><p>habitantes do ‘novo mundo’, representado a violência do contato do homem branco</p><p>com o índio, considerados como o diferente, o desconhecido, de valores lidos pelas</p><p>lentes da inferioridade. Essa conexão marca a imposição de princípios culturais de um</p><p>grupo a outro e o uso do poder físico, tecnológico e subjetivo no contexto da</p><p>4</p><p>dominação.</p><p>A cultura também pode incluir um sistema de classificação que, muitas vezes,</p><p>utiliza aspectos simbólicos de identificação e exclusão para negar a existência de</p><p>outras culturas que são diferentes daquelas que são consideradas dominantes. Esse</p><p>fenômeno pode levar a conflitos violentos, como no caso do encontro entre europeus</p><p>e indígenas, onde a diferença e o desconhecimento do outro podem gerar conflitos e</p><p>violência.</p><p>Assim, cultura também pode significar homogeneidade existencial, ou seja, a</p><p>conformação dos indivíduos segundo os interesses do grupo ao qual pertencem. As</p><p>instituições sociais, como famílias, religiões, escolas, produtoras de identidades</p><p>sociais, são bons exemplos desse processo de modelagem no mundo moderno, com</p><p>a função de produzir indivíduos capazes de interação social.</p><p>Por ouro lado, as pessoas precisam de uma existência unificada através da</p><p>cultura. Sua participação em um ambiente cultural significa, portanto, uma dimensão</p><p>lhes confere um sentimento de pertencimento. A cultura proporciona uma sensação</p><p>de segurança, identidade e a dignidade de fazer parte de um todo maior, de</p><p>compartilhar a vida das gerações anteriores e as expectativas da sociedade quanto</p><p>ao seu próprio futuro (SANTOS, 2012).</p><p>Segundo Santos (2012), a cultura está voltada para o sentido humano, ou seja,</p><p>relacionada as pessoas, envolve a personalidade e as relações sociais das pessoas,</p><p>e envolve também o ambiente em que as pessoas vivem. Cultura é tudo o que não é</p><p>natural, ou seja, tudo o que os seres humanos criam, como por exemplo, a terra é</p><p>natureza e o plantar é cultura. É a evolução intelectual do ser humano e dos costumes</p><p>e princípios de uma sociedade, assim, a cultura se caracteriza por mostrar que os</p><p>seres humanos não apenas sentem, fazem e agem, mas também representam o</p><p>sentido de tudo no mundo.</p><p>Assim, no próximo tópico vamos tratar sobre o campo social enquanto produtor</p><p>e reprodutor de cultura em relação à escola. Trataremos, dessa forma, da escola como</p><p>campo de saber social, produtor e reprodutor da cultura, enquanto o melhor lugar para</p><p>a realização de atividades que tem como objetivo formar o indivíduo com concepções</p><p>próprias frente ao mundo atual, que é formado de diversidades.</p><p>5</p><p>4.1 A Escola enquanto campo social produtor e reprodutor de cultura</p><p>É fundamental compreender que a escola desempenha um papel fundamental</p><p>na construção do conhecimento sobre a diversidade cultural. A escola deve destacar</p><p>a importância das características sociais, políticas, econômicas e culturais como</p><p>objetivos da análise educacional contemporânea. É preciso garantir um espaço de</p><p>debate, compreensão e desenvolvimento de habilidades relacionadas à diversidade</p><p>cultural, a fim de buscar um mundo mais justo e humano</p><p>Nesse sentido, é necessário que a escola promova a liberdade de expressão</p><p>das diferentes identidades culturais em um determinado contexto, reconhecendo que</p><p>todas as expressões culturais são igualmente importantes. Isso implica em criar um</p><p>ambiente onde as expressões culturais sejam permitidas e valorizadas, ao mesmo</p><p>tempo em que sejam respeitados os direitos dos indivíduos e as normas da sociedade.</p><p>Para os PCN (1997):</p><p>A contribuição da escola na construção da democracia é a de promover os</p><p>princípios éticos de liberdade, dignidade, respeito mútuo, justiça e equidade,</p><p>solidariedade, diálogo no cotidiano; é a de encontrar formas de cumprir, o</p><p>princípio constitucional de igualdade, o que exige sensibilidade para a</p><p>questão de diversidade cultural e ações decididas em relação aos problemas</p><p>gerados pela injustiça social (PCN, 1997. p. 36).</p><p>Segundo Silveira, Nader e Dias (2007), a educação visa sistematizar as ideias</p><p>acumuladas na sociedade humana por meio de métodos educativos que</p><p>proporcionem acesso e potencializem a cidadania. Esses conceitos são formalizados</p><p>em toda a escola e sua função principal é construir um conhecimento comum que</p><p>permita aos alunos usar os bens culturais de maneira apropriada, ou seja,</p><p>historicamente produzidos pela sociedade.</p><p>Desta forma, sistematizar e disseminar conhecimentos historicamente</p><p>articulados é a função originária e social da escola. Consequentemente, os processos</p><p>educativos</p><p>mais comuns, especialmente os de impacto interno, são construídos na</p><p>dinâmica da socialização cultural. Assim, a escola deve incluir metodologias que</p><p>promovam a socialização dos indivíduos, de forma a torná-los agentes capazes de</p><p>amparar e proteger os processos de normatização social. Para isso, é importante que</p><p>a escola esteja aberta ao diálogo e à reflexão sobre a diversidade cultural e que</p><p>desenvolva metodologias que incentivem o respeito, a tolerância e a compreensão</p><p>das diferenças culturais (LEITE, 2014).</p><p>6</p><p>Nessa mesma linha de pensamento, a educação tem a função normativa em</p><p>relação aos padrões de sociabilidade, imprimindo e construindo a identidade social</p><p>com o objetivo de formar cidadãos críticos e influentes em uma dada sociedade. A</p><p>escola, assim, enquanto campo social produtor e reprodutor de cultura se constitui</p><p>como um lugar especial para uma série de atividades, desafiando a formação original</p><p>do homem de forma sistemática, contínua, ordenada, colocando o ser humano diante</p><p>da sociedade, voltado para o mundo social (LEITE, 2014).</p><p>Assim, a escola se apresenta como um campo produtor e reprodutor de cultura,</p><p>responsável por sistematizar e disseminar conhecimentos historicamente articulados</p><p>pelas sociedades. Nessa perspectiva, a socialização cultural é um processo educativo</p><p>fundamental para a construção do indivíduo como agente de amparo e proteção aos</p><p>processos de normatização social. Conforme o Plano Nacional de Educação em</p><p>Direitos Humanos, a escola pode contribuir para a promoção da cultura dos direitos</p><p>humanos no espaço escolar, fomentando o fortalecimento desses direitos e ajudando</p><p>a construir uma rede de apoio para enfrentar todas as formas de discriminação e</p><p>violação de direitos (2006).</p><p>Com o intuito de eliminar atitudes e comportamentos rígidos e preconceituosos</p><p>contra grupos e/ou pessoas vulneráveis ou em risco pessoal e social, é importante</p><p>integrar no currículo escolar a problemática da diversidade sociocultural. Dessa forma,</p><p>o espaço escolar pode desenvolver projetos e programas educativos e culturais, em</p><p>parceria com redes assistenciais e de proteção social, que promovam uma cultura de</p><p>paz, prudência e resistência às mais diversas formas de violência existentes.</p><p>É importante que a escola se paute pela honestidade na sistematização dos</p><p>conhecimentos estabelecidos pelo meio social, promovendo e ampliando sua parte</p><p>pedagógica de participação e democracia. Isso deve ser construído por meio do</p><p>diálogo e da historicidade do ser humano, que inclui conteúdos, metodologias,</p><p>princípios, costumes e procedimentos administrados para a concepção, solicitação e</p><p>defesa dos direitos humanos. Além disso, é necessário que a escola promova a</p><p>retaliação em caso de violação desses direitos.</p><p>De acordo com as transformações e os reforços vivenciados no contexto atual</p><p>das identidades fracionadas, como nos diria Hall (1997) a escola impõe-se como um</p><p>espaço multifacetado que deve adaptar-se às novas realidades sociais de natureza</p><p>interdisciplinar. Seu projeto político pedagógico deve ser baseado em diferentes</p><p>7</p><p>necessidades coexistentes que diferem em forma e conteúdo. Assim, poderemos</p><p>perceber uma cultura escolar que exercite e beneficie o protagonismo de crianças e</p><p>jovens como sujeitos de direitos, construindo e ampliando cooperativamente uma</p><p>postura coletiva e ativa de cidadania.</p><p>Partindo deste princípio, a concepção e o desenvolvimento da prática educativa</p><p>devem levar em conta a experiência dos alunos, tendo em vista que uma pedagogia</p><p>estruturada no diálogo e na participação coletiva pode ser potencializada com a</p><p>realização de seminários pedagógicos, rodas de diálogo, debates, rodas culturais e</p><p>de lazer, dentre outros.</p><p>Entende-se, assim, que não é possível expressar a socialização da cultura de</p><p>uma escola sem a formação de espaços participativos que só podem ser alcançados</p><p>por meio da interação e participação de seus agentes. Na promoção da ação</p><p>democrática, a escola precisa defender o respeito à diversidade e a tolerância às</p><p>diferenças, levando em consideração as diferentes formas de pensar, agir e sentir,</p><p>informações indispensáveis para o bom desempenho dos professores na construção</p><p>de uma cultura escolar baseada na vivência com a diversidade (LEITE, 2014).</p><p>Na perspectiva acima, os alunos devem ser capazes de relacionar os valores</p><p>discutidos em sala de aula com as realidades dentro e fora da escola. É fundamental</p><p>enfatizar a importância de estabelecer novos valores e práticas de relações sociais</p><p>que reconheçam e valorizem a existência de diferenças, como as culturais,</p><p>transtornos psicológicos, deficiências, diferenças raciais e desigualdades</p><p>econômicas. O objetivo é formar indivíduos mais humanos, tolerantes e solidários</p><p>diante das diversas realidades presentes em seu meio. A vida escolar é uma arena</p><p>de múltiplos discursos e lutas conflitantes, onde a cultura da sala de aula colide com</p><p>a cultura de outros espaços sociais, como a rua, o que também deve ser considerado</p><p>em um ambiente pedagógico e produtivo (MOREIRA; TADEU, 2013).</p><p>A vida escolar é uma oportunidade para os alunos adquirirem consciência e</p><p>experiência em relação a questões que contribuem para o seu discernimento em</p><p>relação a injustiças e manifestações de discriminação e preconceito, que eles mesmos</p><p>possam enfrentar e também testemunharem. É fundamental que o currículo e toda a</p><p>equipe escolar estejam abertos a novas abordagens de ensino e aprendizagem, não</p><p>apenas para promover o desenvolvimento intelectual dos alunos, mas também para</p><p>fomentar a compreensão da cultura e de sua diversidade (MOREIRA; TADEU, 2013).</p><p>8</p><p>Isso é possível porque as escolas são instituições sociais que ampliam as</p><p>capacidades humanas, a fim de permitir que as pessoas intervenham na formação de</p><p>suas próprias subjetividades e sejam capazes de exercer poder com o objetivo de</p><p>transformar as condições ideológicas e materiais de dominação em práticas que</p><p>promovam o fortalecimento do poder social e demonstrem as possibilidades da</p><p>democracia (MOREIRA; TADEU, 2013).</p><p>As escolas e os professores devem, portanto, assegurar a legitimidade dos</p><p>seus papéis, porque ensinar e aprender depende de identificar os elementos culturais</p><p>mais importantes que serão assimilados pelos indivíduos para se tornarem mais</p><p>humanos e quais as melhores estratégias para o conseguir meta.</p><p>Para Malanchen (2016,), é necessário implantar, no ambiente escolar, acima</p><p>de tudo, os elementos das culturas consideradas subalternizadas, a fim de discutir as</p><p>diferenças socioeconômicas e reconstruir o conhecimento como objeto de crítica,</p><p>nunca aceito como única verdade. Nesse sentido, a apresentação de perspectivas</p><p>multiculturais nas escolas é relevante, uma vez que a diversidade cultural pode existir</p><p>para encontrar a universalidade e as diferenças podem servir de estímulo para buscar</p><p>a universalidade.</p><p>O currículo e a cultura caminham juntos, especialmente no contexto escolar,</p><p>onde a compreensão das bases do ensino nas diferentes culturas existentes é</p><p>fundamental. Conhecimento, cultura e currículo estão intimamente relacionados, uma</p><p>vez que o ensino e a aprendizagem acontecem em todos os lugares. Por isso, é</p><p>importante discutir a diversidade cultural nas escolas, para os alunos aplicarem os</p><p>conhecimentos adquiridos na sala de aula em situações reais, refletindo e</p><p>compreendendo as diferentes realidades.</p><p>Em uma sociedade contemporânea marcada por mudanças globais,</p><p>tecnológicas, econômicas, políticas e culturais, a compreensão da sociedade na</p><p>totalidade é fundamental. É necessário desenvolver novos pensamentos que superem</p><p>as visões limitadas de grupos com perspectivas diferentes e que não considerem um</p><p>determinado modo de pensar como universal.</p><p>Por fim, as práticas educativas são indicadoras de pertenças sociais,</p><p>constituídas por ações, encaminhamentos e modos de ser e viver que regem nossas</p><p>vidas. A escola, como ambiente de transformação social, visa (ou deve visar)</p><p>desenvolver o pensamento crítico dos alunos, formandos cidadãos capazes de</p><p>9</p><p>construir uma sociedade mais justa. Entende-se, assim, que uma experiência</p><p>formativa integral, deve se basear em práticas capazes aproximar os alunos do mundo</p><p>concreto.</p><p>Dessa forma, vamos finalizar o conteúdo desta aula, apresentando para você</p><p>sobre as práticas educativas como indicadoras dos processos de pertencimento e</p><p>reconhecimento social, visando fazer aparecer o caráter transformador da escola.</p><p>4.2 As práticas educativas como indicadoras de pertenças sociais</p><p>Segundo Edgar Morin (1997), desde do final da década de 1980, o conceito de</p><p>cultura foi acentuado como um agrupamento de diferentes formas de fazer as coisas,</p><p>definidas por grupos sociais, e pelas estratégias utilizadas e representadas em</p><p>situações sociais específicas. Na perspectiva do autor,</p><p>O termo "cultura" na sociedade atual oscila entre o significado total e o</p><p>significado residual, entre os significados sócio etnográficos e moral-estéticos sendo</p><p>a primeira tendência, derivada do estruturalismo, e a segunda fundamentada no</p><p>plasma existencial. A fim de compreender as mudanças culturais que ocorreram no</p><p>final dos anos 1960 e início dos anos 1970, ele sugeriu a análise cultural como um</p><p>programa de estudos.</p><p>Em outra corrente de pensamento, oriunda da década de 1960 tematizada nos</p><p>textos de Edgar Morin, que impactaram na Europa e nos Estados Unidos,</p><p>compreendem as teorias sistêmicas, como um conjunto variado de modos de fazer e</p><p>proceder. Para este autor, um sistema não é uma unidade dada objetivamente, mas</p><p>sim o resultado de uma ação seletiva de observadores, determinados por padrões</p><p>culturais, de acordo com seus interesses cognitivos e pressupostos teóricos. As</p><p>formas culturais na sociedade são construídas e se tornam situações cotidianas,</p><p>embora no momento da interação, serem possíveis processos de transformação</p><p>mediado pelos chamados meios de comunicação, isto é, a verdade, o amor, o</p><p>dinheiro, o direito e o poder.</p><p>Nos sistemas sociais, a comunicação não ocorre apenas por meio da</p><p>linguagem, mas também pode ser moldada por instituições complementares</p><p>relacionadas à linguagem, como modos de comunicação e expectativas mútuas de</p><p>vida, através de símbolos concretos de vivência da atualidade (MORIN, 1997).</p><p>10</p><p>Atualmente, o tema do multiculturalismo, como conceito e como projeto, ocupa</p><p>cada vez mais espaço nos debates no campo da educação, colocando em evidência</p><p>o problema da diversidade cultural no mundo moderno, um dos grandes desafios da</p><p>educação básica é lidar com precisão com a diversidade que existe em todas as suas</p><p>formas, nível socioeconômico, gênero, raça, etnia, orientação sexual, religião, idade,</p><p>deficiências, entre outros. No contexto atual, a educação tem se mostrado um terreno</p><p>fértil para analisar as questões da diversidade, muitas vezes sob a ótica das diferenças</p><p>étnicas, culturais e linguísticas (MORIN, 1997).</p><p>O princípio da educação intercultural é a interação entre as diversas formas de</p><p>expressão cultural que compõem a sua paisagem, e não basta saber reconhecer as</p><p>diferenças, requer a interação entre elas, a consciência e vivência da diferença. É</p><p>sempre bom lembrar que viver em sociedade envolve situações inesperadas e por</p><p>vezes difíceis de absorver e entender pelo estranhamento vivido. A relação com o</p><p>outro, apesar da dificuldade de convivência não é impossível, pois nos deparamos</p><p>com o problema de respeitar a diferença e a convivência em sociedade, e neste caso</p><p>é preciso tratar o outro com igualdade e honestidade. É sempre bom lembrar que viver</p><p>em sociedade é conviver com pessoas Situações inesperadas e por vezes difíceis de</p><p>assimilar e compreender por nós (MORIN, 1997).</p><p>O pensamento de Michel Foucault também é bastante pertinente para a</p><p>discussão sobre as relações de poder presentes na escola e sua relação com a cultura</p><p>ou culturas que caracterizam um ambiente escolar. Em suas obras, Foucault propõe</p><p>uma análise crítica das instituições sociais, mostrando como elas estão inseridas em</p><p>um sistema de poder que atua de forma difusa e muitas vezes invisível. Nas palavras</p><p>de Foucault (1999, p. 181) “na escola, não são só as relações de poder, habilidade e</p><p>a fonte de lidar com as coisas, mas também os meios de mecanismos de comunicação</p><p>que constituem os sistemas regulados e ajustados”.</p><p>No caso da escola, Foucault argumenta que o poder não está concentrado</p><p>apenas nas figuras de autoridade, como os professores e diretores, mas está presente</p><p>em toda a estrutura da instituição. Isso inclui os mecanismos de comunicação, como</p><p>as regras, normas e procedimentos que são usados para regular o comportamento</p><p>dos alunos e garantir a ordem na sala de aula. Contudo, você precisa observar a</p><p>conexão entre os conteúdos e a relação do autor com os outros. Foucault é situado</p><p>por Morin o campo do estruturalismo.</p><p>11</p><p>Uma escola é uma instituição regida por um conjunto de normas e regras, eles</p><p>procuram unir e determinar a ação de seus sujeitos. Por pertencerem a uma estrutura</p><p>social mais ampla que inclui crianças pobres e crianças com maior poder aquisitivo e</p><p>privilégio, as escolas acabam por representar mais uma cultura de classe privilegiada,</p><p>vista no conceito de normas e regras.</p><p>A função social da escola é preparar os alunos com esses valores, é possível</p><p>percebê-los, invertê-los e redimensioná-los de acordo com suas reais proporções e</p><p>consequências. É primordial que uma escola observe, ouça, perceba e identifique as</p><p>ideias, conhecimentos, atitudes, princípios e cultura de sua população em suas</p><p>atividades cotidianas. As escolas devem se adaptar a seus alunos, pais e</p><p>comunidades dessa maneira e realizar seu próprio processo educacional</p><p>(FOUCAULT, 1999).</p><p>A escola é um espaço disciplinar cuja função é desenvolver os alunos levando</p><p>em consideração as formas, valores, interesses e normas que prevalecem na</p><p>sociedade também é considerado um espaço autoritário, individualista, excludente,</p><p>bem como, um espaço de resistência por parte dos alunos. Assim, as respostas dos</p><p>alunos indicarão se são necessárias alterações na estrutura.</p><p>Conforme Foucault (1997), a disciplina é um meio de exercício do poder, uma</p><p>técnica de poder nascida e desenvolvida na sociedade moderna. O poder da atividade</p><p>disciplinar ocorre em diferentes ambientes sociais: em instituições especializadas, tais</p><p>como, prisões ou instituições corretivas, em instituições onde é utilizado como</p><p>ferramenta essencial para uma finalidade específica, como as instituições de ensino,</p><p>hospitais, em instituições que a preexistem e a incorporam a família, o aspecto</p><p>administrativo cuja função é fazer prevalecer a disciplina na sociedade, a polícia.</p><p>Professores e alunos têm ideias e expectativas diferentes sobre</p><p>relacionamentos e conteúdo em sala de aula. Precisamos entender onde essas</p><p>pessoas estão e quais são as suas respectivas atividades e interesses. Os</p><p>professores podem ser boas pessoas, desenvolver relacionamentos muito próximos</p><p>com os alunos e até atuar como facilitadores das interações em sala de aula, mas não</p><p>abrem mão de seu papel de autoridade, fazendo a diferença entre os objetivos</p><p>propostos e a vida real. Os papeis sociais são delimitados como fator de</p><p>posicionamento e normatização (FOUCAULT, 1997).</p><p>Para enfatizar que a aprendizagem não se limita apenas ao ambiente escolar,</p><p>12</p><p>muitos outros espaços têm sido reconhecidos como locais de interação social e de</p><p>cultura. Segundo Bourdieu (1979), a cultura é um sistema com significados</p><p>hierárquicos e um campo de batalha entre grupos que buscam preservar benefícios</p><p>exclusivos.</p><p>Observa-se, assim, que a cultura é uma prática social que ocorre em esferas</p><p>de experiência distintas, devido à coexistência de diferentes culturas e práticas</p><p>organizadas que são dominantes, testemunhando</p><p>a existência de uma especialização</p><p>crescente dos agentes culturais legitimados em símbolos presentes na cultura</p><p>dominante. Dessa forma, as práticas culturais, incluindo suas formas de produção e</p><p>consumo, tendem a identificar o pertencimento social segundo uma lógica de</p><p>distinção.</p><p>Portanto, embora o termo "cultura escolar" seja frequentemente considerado</p><p>único, ele engloba uma miríade de áreas específicas do funcionamento escolar. A</p><p>cultura escolar não é apenas um conceito teórico, mas também envolve implicações</p><p>práticas. Vários estudiosos têm enfatizado que essa compreensão tem agregações</p><p>positivas e carrega esperança, especialmente diante dos desafios enfrentados</p><p>diariamente nas escolas.</p><p>A abordagem antropológica reconhece a existência de culturas exclusivas e</p><p>confere autoridade à diversidade de expressões culturais e suas diferentes</p><p>manifestações na definição do conceito de cultura escolar. Nesse sentido, podemos</p><p>dizer que a cultura escolar é construída no ambiente escolar. No entanto, a relação</p><p>entre cultura e escola ocorre de forma espontânea e é implementada por meio de</p><p>grupos sociais. Assim, a cultura e a escola caminham juntas com o propósito de</p><p>melhorar a vida escolar (WALTEROVÁ, 2001).</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BOURDIEU, P., L. distinction, Ed. Minuit, Paris, 1979.</p><p>BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:</p><p>pluralidade cultural, orientação cultural. Brasília: MEC/SEF, 1997.</p><p>13</p><p>FOUCAULT, M. Soberania e Disciplina. In: Microfísica do Poder, 1999.</p><p>HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso</p><p>tempo. Revis: Educação & Realidade, v. 22, nº 2, p. 15-46, jul.1997.</p><p>LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Jorge</p><p>Zahar Editor, 2001.</p><p>MALANCHEN, J. Cultura, conhecimento e currículo: contribuições da pedagogia</p><p>histórico- crítica. São Paulo: Autores Associados, 2016.</p><p>MARIA, A. L. Diversidade cultural no contexto escolar. 2014. Monografia</p><p>apresentada ao Curso de Especialização Fundamentos da Educação: Práticas</p><p>Pedagógicas Interdisciplinares da Universidade Estadual da Paraíba, em convênio</p><p>com a Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba, em cumprimento à exigência</p><p>para obtenção do grau de especialista, Itaporanga – PB, 2014.</p><p>MOREIRA, A. F; TADEU, T. Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez,</p><p>2013.</p><p>MORIN, E. Cultura de massas no século XX: neurose. (Tradução de Maura Ribeiro</p><p>Sardinha). 1ª Edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.</p><p>SANTOS, G. Três pilares no conceito secular de cultura. 2012.</p><p>SILVEIRA, R. M. G; NADER, A. A. G; DIAS, A. A. Subsídios para a elaboração das</p><p>diretrizes gerais da educação em direitos humanos: versão preliminar. João</p><p>Pessoa: Editora Universitária, UFPB, 2007.</p><p>WALTEROVÁ, E. Možnosti a limity případové studie školy – Úvod sympozia.</p><p>(Possibilities and limits of case study of school. Nové možnosti vzdělávání a</p><p>pedagogický výzkum. In Sborník příspěvků IX. celostátní konference ČAPV s</p><p>mezinárodní účastí ostrava. p. 75-76, 2001.</p><p>14</p><p>15</p>

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