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<p>Centro Educacional Anhanguera – Superior Tecnologia em Radiologia</p><p>Projeto Integrado Síntese - Radiologia</p><p>Ana Caroline Rodrigues Oliveira</p><p>Capão Bonito – SP</p><p>2024</p><p>Ana Caroline Rodrigues Oliveira</p><p>PROJETO INTEGRADO CST RADIOLOGIA</p><p>Trabalho apresentado á Universidade ANHANGUERA , com intuito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas norteadoras do semestre letivo .</p><p>2024</p><p>Capão Bonito – SP</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5</p><p>GERENC. DE RESÍDUOS SÓL. DE SERV.S DE SAÚDE RESÍDO ................... 6</p><p>TRAT. DE RESÍD. SÓLIDOS DE SERV. DE SAÚDE ......................................8</p><p>CUID. NEC.AO MANUSEAR OS RESÍD. INFEC. – GRUPO A ...................... 8</p><p>EQUIP. DE PROT. IND. (EPI) QUE DEV. SER UTILIZADOS .......................... 9</p><p>LOG.E LOG. REVERSA EM AMBIENTE HOSPITALAR ................................. 12</p><p>LOGÍSTICA FARMACÊUTICA ..................................................................... 13</p><p>PAPEL DO FARMACÊUTICO ..................................................................... 13</p><p>SOBRE HOSPITAL E ADMINISTRAÇÃO DE SAÚDE .................................... 14</p><p>ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL ............................................................. 15</p><p>ETAPAS DA CADEIA ................................................................................. 15</p><p>PROCESSO LOGÍSTICO ............................................................................ 16</p><p>CADEIA DE ABAST. E CADEIA DE SUPR ................................................... 16</p><p>PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ................................................................... 17</p><p>GERENCIAMENTO LOGÍSTICO HOSPITALAR ........................................... 17</p><p>O QUE É A LOGÍSTICA REVERSA? ........................................................... 18</p><p>QUAIS SÃO AS ETAPAS DA LOGÍSTICA REVERSA? ................................... 19</p><p>QUAIS OS BENEFÍCIOS DA LOGÍSTICA REVERSA? ................................... 19</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................... 20</p><p>GER. DE RESÍDUOS RAD. DO SERVIÇO ..................................................... 21</p><p>METODOLOGIA ........................................................................................... 22</p><p>RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................................................... 22</p><p>RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE ................................................................. 22</p><p>RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO RADIOLÓGICO .............................................. 24</p><p>PELÍCULAS RADIOGRÁFICAS .............................................................................. 24</p><p>SOLUÇÕES DE PROCESSAMENTO RAD ................................................................ 24</p><p>LÂMINAS DE CHUMBO ......................................................................................... 25</p><p>FORMAS DE DESCARTE .......................................................................................... 26</p><p>ETAPAS DO GEREN. DOS RESÍD. DO SER.DE SAÚDE ............................................... 26</p><p>QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA A IMPLEM. TOTAL DA LOGÍSTICA REVERSA? ......... 28</p><p>O QUE SIGNIFICA A SIGLA RDC? ..................................................................................................... 29</p><p>O QUE É RDC 330? ........................................................................................................................... 30</p><p>A RELAÇÃO HOMEM/NATUREZA NOS EST. INICIAIS DO DESEN. HUMANO ...................................... 30 A TEMÁTICA AMBIENTAL NA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO , 1972 ............................................... 31</p><p>REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL E POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL ......................... 31</p><p>A QUESTÃO SOCIOAMBIENTAL ...........................................................................................................32</p><p>A CONSTITUIÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL NO BRASIL .................................................................... 34</p><p>COMO FUNCIONA A LOGÍSTICA REVERSA PARA EMPRESAS? ........................................................... 38</p><p>COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................................ 38</p><p>O QUE PREVÊ A LOGÍSTICA REVERSA E O QUE ELA REPRESENTA PARA A MELHORIA DA GESTÃO ... 39</p><p>É POSSÍVEL ESTIMAR QUANTOS PRODUTOS PODEM SER DEVOLVIDOS PELO CONSUMIDOR POR</p><p>MEIO DA LOGÍSTICA REVERSA? ........................................................................................................ 39</p><p>QUAIS OS OUTROS INVESTIMENTOS DO GOVERNO BRASILEIRO PARA INCENTIVAR ESSE PROCESSO?</p><p>............................................... 41</p><p>E TEM UMA VERTENTE QUE COMBATE O LIXO NO MAR. PODE FALAR SOBRE ISSO ? .................. 41</p><p>CONCLUSÃO ................................................................................................................................42</p><p>REFERENCIAS .................................................................................................................................42</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>É de fundamental importância conhecer e fazer o uso das formas adequadas de gerenciamento e descarte dos resíduos dos materiais contaminados , evitando gerar problemas ambientais e de</p><p>saúde aos profissionais de odontologia que manuseiam diretamente reveladores , fixadores ,</p><p>películas radiográficas e lâminas de chumbo , bem como aos profissionais de limpeza , que possuem um importante papel na etapa de acondicionamento e destinação dos resíduos para uma área de</p><p>coleta na Organização Militar, de onde serão posteriormente recolhidos por uma empresa de coleta.</p><p>Entretanto , políticas públicas têm sido discutidas e legislações elaboradas com vistas a garantir o desenvolvimento sustentável e a preservação da saúde pública. Essas políticas fundamentam-se em concepções abrangentes no sentido de estabelecer interfaces entre a saúde pública e as questões ambientais . O presente trabalho visa contribuir e apresentar soluções quanto ao manejo correto dos resíduos de processadores de imagem utilizados nos serviços odontológicos , evitando-se a contaminação ambiental e contaminação advinda do risco ocupacional , bem como respeitar as políticas publicas em vigor .</p><p>GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE</p><p>RESÍDUOS</p><p>São resíduos gerados por prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica e instituições de ensino e pesquisa médicos relacionados tanto à população humana quanto à veterinária, os quais possuindo potencial de risco, em função da presença de materiais biológicos capazes de causar infecção, objetos perfurantes-cortantes potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos, e mesmo rejeitos radioativos, requerem cuidados</p><p>específicos de acondicionamento, transporte, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final.</p><p>A Resolução no 05 - 5/08/93, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), classifica os resíduos sólidos em Grupos como abaixo descritos: Grupo A: resíduos com a presença de agentes</p><p>biológicos e objetos perfurocortantes; Grupo B: resíduos de natureza química; Grupo; C: rejeitos radioativos. Grupo D: resíduos comuns e todos os demais que não se enquadram nos grupos</p><p>anteriores. Gerenciamento Interno: Segregação - é a separação dos resíduos no momento e local da sua geração. Acondicionamento - deverá ser ato contínuo à sua geração, em recipientes que não</p><p>possibilitem rupturas e vazamentos . O gerenciamento do resíduo radioativo hospitalar tem como princípio garantir a proteção da saúde humana e do meio ambiente. Para isso são tomados todas as precauções nas etapas de coleta, segregação, manuseio, tratamento,</p><p>com as exigências da Resolução . O não</p><p>cumprimento da Resolução da ANVISA sucede pela falta de conhecimento sobre o assunto, além da falta de infraestrutura para realizar adequadamente o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde. Porém, aqueles que descumprirem as normas constantes na Resolução, estarão sujeitos a punições de acordo com a Lei nº 6.437/1977, recebendo desde notificações a multas. E, além dessa</p><p>lei, há duas outras, a Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) e a Lei de Política Nacional do Meio</p><p>Ambiente (Lei nº 6.938/81, Artigo 3º), que responsabiliza civil, administrativa e criminalmente as pessoas físicas e jurídicas, que sejam autoras e coautoras de atividades ou condutas lesivas ao meio ambiente. Portanto, é obrigação das fontes geradoras de RSS adotarem tecnologias mais limpas,</p><p>empregarem métodos de recuperação e reutilização sempre que for possível, além de incentivarem a reciclagem e destinarem adequadamente os resíduos, compreendendo etapas de transporte, tratamento e disposição final.</p><p>O QUE SIGNIFICA A SIGLA RDC ?</p><p>A sigla RDC significa Resolução da Diretoria Colegiada. Essa série de normas regulamentares tem como objetivo atribuir responsabilidades a empresas e profissionais, garantindo as Boas Práticas e mantendo os padrões de qualidade dos produtos e serviços destinados à saúde da população123.</p><p>A RDC 304/2019, por exemplo, dispõe sobre as Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e</p><p>Transporte de Medicamentos. Essa norma regulamenta o setor, assegurando a qualidade dos medicamentos em toda a cadeia. Alguns dos principais requisitos da RDC 304 incluem:</p><p>Rastreabilidade dos produtos: Por meio de sistemas ou outros métodos que garantam confiabilidade nas informações. Sistema de Gestão da Qualidade participativo e eficaz.</p><p>Qualificação de equipamentos e validação de processos, incluindo manutenções preventivas periódicas.</p><p>A RDC 304/2019 entrou em vigor em 18 de março de 2020, substituindo a norma anterior, a Portaria</p><p>nº 802/98. É importante que as empresas demonstrem progresso na implementação dos requisitos dessa resolução durante os primeiros 12 meses após sua publicação123 .</p><p>O QUE É RDC 330 ?</p><p>A RDC 330 é uma norma que traz as normas sobre o uso de raio-x para diagnóstico em todo o território nacional e as diretrizes básicas de proteção radiológica no âmbito da medicina e da odontologia. A RDC 330 substitui a Portaria 453, de 1998.</p><p>A RELAÇÃO HOMEM/NATUREZA NOS ESTÁGIOS INICIAIS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO</p><p>No primeiro estágio da evolução humana a relação homem/natureza permaneceu equilibrada. A extração dos recursos naturais respeitava os ritmos naturais do meio. No segundo estágio, o homem</p><p>(Homo erectus) que havia descoberto o fogo atuou como predador. Suas atividades apenas perturbaram o equilíbrio ecológico, pois caçava e pescava, mas não o suficiente para colocar em vias de extinção as espécies animais. O terceiro estágio foi marcado pelo progresso do domínio humano sobre a natureza, com a domesticação de animais e a transformação de grandes extensões de</p><p>florestas e savanas em campos de pastos, o que imprimiu grandes modificações na paisagem</p><p>natural. O surgimento da agricultura marcou o início do quarto estágio. Através da observação dos ciclos naturais de reprodução dos vegetais, o homem descobriu que pode criar ecossistemas artificiais, para suprir suas necessidades. Desde a mesopotâmia até a Idade Média o homem</p><p>esqueceu seu lugar na natureza. Essa visão antropocêntrica colocou o homem numa posição de superioridade em relação à natureza, resultando na crescente exploração dos recursos naturais.</p><p>A relação Homem/Natureza nos estágios mais recentes do desenvolvimento humano A Revolução</p><p>Industrial, ou quinto estágio, acentuou as relações de dominação e exploração ambiental, resultando em profundas rupturas nos ritmos e processos naturais. A velocidade de regeneração natural passou a ser menor que a velocidade da extração dos recursos naturais.</p><p>A consolidação do capitalismo e a crescente urbanização marcam o início do sexto estágio. As mudanças nas relações econômicas de produção e nas relações entre produtor e consumidor se</p><p>refletiram no aumento significativo da extração dos recursos naturais. A velocidade da utilização dos</p><p>recursos naturais passou a ser maior que a capacidade de regeneração natural. Verifica-se, através da análise da evolução histórica da relação homem/ natureza, que nos primeiros estágios o</p><p>ambiente natural não sofreu perturbações intensas, pois o homem sentia-se parte integrante dele.</p><p>Não tinha intenção de explorá-lo e nem meios para isso. Foi com o surgimento da agricultura que o processo de degradação ambiental tomou maiores proporções, porém, a interferência mais</p><p>significativa na natureza ocorreu com o advento da industrialização. Não só a paisagem natural deu lugar às indústrias e, consequentemente, à urbanização, mas o meio ambiente como um todo</p><p>passou a ser agredido. A exploração dos recursos naturais passou a ser mais acentuada para suprir a</p><p>demanda de produtos consumidos por uma população, que não parou de crescer e exigir melhores</p><p>padrões de vida. Os gradientes ar, água e solo sofreram alterações com o processo de poluição</p><p>resultante da industrialização. A saúde humana começou a ser afetada pelos mais variados problemas ambientais. O ritmo de crescimento econômico foi acelerado, sendo necessário produzir cada vez mais para gerar mais lucro .</p><p>A TEMÁTICA AMBIENTAL NA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO , 1972</p><p>Essa conferência representou um marco na inclusão da temática ambiental entre as preocupações internacionais relativas ao desenvolvimento econômico. O resultado prático desse evento foi à proposição de 26 princípios básicos para orientar a relação homem/natureza. Entre esses princípios foi destacado o direito humano ao meio ambiente equilibrado e o dever de preservá-lo para todas as gerações .</p><p>REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL E POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL</p><p>A questão socioambiental, na contemporaneidade, insere-se no cerne da crise da racionalidade moderna. A relação entre sociedade e recursos naturais tem sido construída a partir de uma</p><p>racionalidade capitalista, com base no mercado, em que os recursos naturais são degradados e transformados em lucro, não havendo preocupação com a questão de sua finitude. Esta razão</p><p>utilitarista decorre da visão de mundo que concebe a noção de desenvolvimento, com base nas</p><p>relações de dominação do homem pelo homem e do homem sobre natureza. No que concerne ao</p><p>modo de produção capitalista, Silva (2010), assinala que o mesmo, em sua sede insaciável pelo lucro, revela sua essência crescentemente destrutiva e perdulária, manifestando uma contradição</p><p>essencial no processo de sua reprodução, quais sejam: a crescente obsolência programada e o desperdício no trato dos recursos naturais e sociais, os quais são condições essenciais para a</p><p>expansão da produção e do consumo. Nesse sentido, o referido modo de produção confronta-se, progressivamente, com o caráter limitado das potencialidades ambientais, com a finitude de</p><p>recursos naturais, o que vem comprometendo, sistematicamente, a própria existência humana no</p><p>planeta. A contemporaneidade, em seu fluxo dinâmico, apresenta-nos um conjunto muito extenso de incertezas, configurando gigantescos desafios, que trazem consigo a necessidade de serem interpretados para que se possa vir a entabular ações para enfrentá-los de maneira diligente,</p><p>coerente e eficaz. Aos assistentes sociais cabem não de modo exclusivo, a construção de aportes teóricos que permitam interpretar, refletir e, de maneira consistente, propor alternativas para</p><p>superar os limites vigentes, potencializando as possibilidades que tanto a prática cientifica buscam,</p><p>quanto os saberes, exercitados no cotidiano da sociedade, podem oportunizar. De maneira contínua, os fenômenos da realidade fluem e são em parte captados pelo olhar apurado daqueles que atuam no fazer técnico-científico.</p><p>A QUESTÃO SOCIOAMBIENTAL</p><p>Na</p><p>contemporaneidade Neste trabalho, parte-se do pressuposto que toda sociedade desenvolve-se numa estreita relação com a natureza. Sobre a relação homem-natureza, Marx (2003), entende a</p><p>mesma, como eminentemente social, estando presente nas diversas configurações societárias, das</p><p>primitivas as ditas modernas, diferindo, somente, os modos pelos quais essas distintas sociedades se organizam 3 e se desenvolvem. Marx (2003) argumenta que a relação homem-natureza configura-se como o ponto central da atividade humana, mas, o capital na defesa de seus interesses, tratou de</p><p>reorganizar, de modo tal, o processo de trabalho e as bases da relação deste com a natureza (por meio da introdução de novas formas de divisão do trabalho, valores e hábitos) que acabou</p><p>invertendo o eixo desta relação, reduzindo a natureza e o homem a meras mercadorias a serem</p><p>submetidos ao jugo do capital, ou seja, a serviço deste. Nesse sentido, Marx (idem) declarou que era necessário procurar um equilíbrio entre natureza e sociedade, uma vez que a primeira não pode ser concebida como algo externo à segunda. Na mesma linha de pensamento, o antropólogo Godelier</p><p>(1981), afirma que a relação sociedade e natureza só podem ser compreendidas a partir da racionalidade presente em cada sociedade, pois, somente os estudos objetivos organizativos</p><p>(cultural, econômico e sociopolítico), e as representações que os indivíduos constroem sobre seu meio, permitem entender por que essas sociedades relacionam-se de forma diferenciada com a</p><p>natureza e com seus recursos. A racionalidade capitalista seguiu uma trajetória que começou na</p><p>Europa, sob influência dos filósofos greco-romanos. O antropocentrismo e o domínio humano sobre a natureza são as características mais marcantes da mesma. Tal racionalidade foi consolidada no</p><p>decorrer dos séculos XVII, XVIII e XIX. Cassirer (apud TAVOLARO, 2001) assevera que o século XVII estabeleceu, firmemente, a ideia primordial da razão como um ser supremo, de uma certeza</p><p>suprema, intuitivamente, apreendida. Portanto, durante o referido século, os procedimentos</p><p>cognitivos terem se baseado no método da dedução rigorosa, decorrente de uma certeza primordial.</p><p>Conforme o autor, o século XVIII recusou essa forma de dedução, o qual buscou outra concepção da verdade: em vez de se deduzir, preferiu-se analisar, preferiu-se buscar explicações na dinâmica interna aos fenômenos. Dentre os principais autores clássicos deste período, denominado na</p><p>história como iluminista, destacam-se: Bacon (1561-1626), Descartes (1596-1650), Voltaire (16941778), Darwin (1809-1882), Spencer (1820-1903), Kant (1724- 1804) e Stuart Mill (1806-1873). Estes autores introduziram a questão da adequação e do avanço da ciência, mostrando que as sociedades humanas tendem, inevitavelmente, ao progresso. Sendo assim, toda e qualquer atitude, em relação</p><p>aos recursos naturais, é justificada pelo progresso, na busca da melhoria do ambiente, naturalmente</p><p>“hostil” e “acabado”. A partir dessa abordagem de 4 pensamento, os indivíduos seriam os dominadores do uso dos recursos naturais. Nesse sentido, a percepção formulada, por tais autores, contribuiu para o fortalecimento de uma visão dicotômica da relação homem-natureza. Em relação ao período iluminista, Horkheimer e Adorno (1983) fazem uma crítica aos teóricos desse período,</p><p>argumentando que estes defendiam o desenvolvimento do conhecimento científico como forma de derrotar as concepções de mundo supersticiosas que balizavam as relações dos homens entre si e com a natureza. Em conformidade com a abordagem iluminista, o saber passa a significar poder, uma vez que possui a capacidade de converter-se, imediatamente, em empreendimentos que</p><p>domam que domesticam os infortúnios provenientes da natureza. Nesse sentido, pode-se situar</p><p>nesse século, o qual estava imerso em uma espécie de “aurora da razão”, algumas características</p><p>que tornam compreensíveis o diagnóstico que Weber (1991), quase dois séculos depois, faria a respeito da modernidade, como sendo o momento em que o homem aprisionou-se com os</p><p>elementos a partir dos quais ele acreditava poder emancipar-se. A esse respeito, Leff (2001),</p><p>argumenta que, a partir do pensamento moderno, a humanidade passou a viver um processo de</p><p>total subordinação aos ditames da produção, os quais sempre foram justificados e amparados pela ciência, tendo em vista que: O processo civilizatório na modernidade fundou-se em princípios de racionalidade econômica e instrumental, que moldaram as diversas esferas do corpo social: os</p><p>padrões tecnológicos, as práticas de produção, a organização burocrática e os aparelhos ideológicos do Estado. A problemática ecológica questiona os custos socioambientais derivados de uma</p><p>racionalidade produtiva, fundada no cálculo econômico, na eficácia dos sistemas e de seus meios tecnológicos. (LEFF, 2001, p. 133). Na apreciação feita pelo autor, fica evidente que o mesmo</p><p>compreende que a sociedade contemporânea vivencia uma crise dos valores que desencadeiam a questão socioambiental. Assim, deverá se fundar uma nova ética para a civilização que negue a</p><p>neutralidade científica e sua instrumentalidade como mecanismo de domínio do homem sobre a natureza. Em relação à crise contemporânea, Alan Bihr (1999 apud SILVA, 2010) a denomina de</p><p>“crise ecológica” e elenca as principais questões que se encontram em jogo neste contexto: a escassez dos recursos naturais em decorrência da pilhagem e dilapidação realizada pelo modo de exploração capitalista; a poluição dos elementos naturais (ar, água, solo) pelos dejetos industriais, com repercussão, cada vez mais catastróficos; o empobrecimento da flora e da fauna e, o que 5</p><p>considera mais grave, a ruptura de certos equilíbrios ecológicos globais, a exemplo da destruição da camada de ozônio. Este autor atribui os fundamentos da “crise ecológica” ao que denomina</p><p>“venalidade generalizada da natureza”, só podendo esta ser, plenamente superada, com a superação da ordem do capital. Assim, na perspectiva do autor a questão socioambiental: Leva a recolocar, em questão, o fundamento das sociedades contemporâneas em sua totalidade: suas</p><p>maneiras de gerir este patrimônio comum da humanidade, que é a natureza, seus modos de</p><p>produção e de consumo, os produtos que resultam de sua atividade econômica, seus próprios meios</p><p>de produção, seus sistemas de necessidades, seu modo de vida, suas ciências, suas técnicas). (BIHR,</p><p>1999 apud SILVA, 2010, p. 79). Para o aludido autor, não se trata de uma “crise ecológica” em si mesma, visto que não é o ambiente natural que se encontra em crise, mas o sistema do capital o</p><p>qual faz recair sobre os trabalhadores e sobre a própria natureza, crescentemente predatórios.</p><p>Nesse sentido, a crise ambiental veio questionar os fundamentos ideológicos e teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, negando a natureza e a cultura e as</p><p>políticas ambientais surgem para amenizar os impactos ambientais causados pelo homem . A CONSTITUIÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL NO BRASIL</p><p>No Brasil, em consonância com Medeiros (2004), desde o domínio europeu, o processo de desenvolvimento econômico foi baseado no uso dos recursos naturais para atender às demandas do mercado capitalista, seja pelas elites nacional ou internacional. É evidente que a adoção a esta</p><p>política gerou pressões sobre a capacidade de suporte ambiental no contexto brasileiro. Assim, a percepção e valor atribuído aos recursos naturais possuem um papel decisivo no processo de</p><p>tomada de decisões concernentes às questões socioambientais. Para Monosowski (1989), a política ambiental brasileira, propriamente dita, se desenvolveu de forma tardia, se comparada às demais</p><p>políticas setoriais brasileiras. A mesma é entendida, neste trabalho, como as que apresentam uma preocupação explícita quanto à proteção, conservação e uso dos recursos naturais e do meio</p><p>ambiente. Essas políticas, preconizadas na legislação e na organização institucional correspondente,</p><p>definem os instrumentos de intervenção do Estado na administração</p><p>dos recursos e da qualidade do meio ambiente. 6 Segundo a periodização proposta por Cunha & Coelho (2003, p. 46), ocorreram</p><p>três momentos na história das políticas ambientais no Brasil: a) o primeiro período, de 1930 a 1971,</p><p>que se caracterizou pela construção de uma base de regulação dos usos dos recursos naturais; b) no segundo período, de 1972 a 1987, a ação intervencionista do Estado chegou ao seu ápice; c) o terceiro período, de 1988 aos dias atuais, caracteriza-se pelos processos de democratização e</p><p>descentralização decisórias e pela rápida disseminação da noção de desenvolvimento sustentável.</p><p>Segundo Monosowski (1989), o marcos inicial das ações governamentais, no campo das políticas ambientais no Brasil, remete a década de 30, todavia, a legislação ambiental, desse período,</p><p>caracterizou-se por uma preocupação, por um lado, para racionalizar o uso e a exploração dos</p><p>recursos naturais e regulamentares as atividades extrativistas e de, por outro, para definir as áreas</p><p>de preservação. Costa (1988) também afirma que no primeiro governo de Vargas foram adotadas as primeiras medidas voltadas para o meio ambiente, as quais objetivaram tanto uma ordenação</p><p>territorial quanto uma estrita regulamentação do uso da apropriação dos recursos naturais, num contexto de transição do liberalismo para a ampliação do papel do Estado na condução da</p><p>modernização capitalista do país e na articulação, centralizada e autoritária, de sua unidade</p><p>nacional. Nesse sentido, foi a partir de 1930, com um Estado centralizador, que a regulamentação</p><p>ambiental afirmouse. Dentre os principais instrumentos legais adotados na década de 30, destacam-</p><p>se: Código Florestal (Decreto nº 23.793, de 23/01/34, foi substituída pela Lei nº 4.771, de 15/09/65 e pelo Decreto 289, de 28/02/67); Código das Águas (Decreto nº 24.643, de 10/07/34); Legislação para a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional (Decreto nº 25, de 30/11/37); Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de 30/11/64); Código da Pesca (Decreto nº 794, de 19/01/38 e foi substituído pelo Decreto-lei nº 221, de 28/02/67); Código de Mineração (Decreto nº 1.985, de 29/01/40 e foi substituído pelo Decreto-lei nº 227, de 28/02/67). Nesse sentido, na década de 30 foram</p><p>incentivadas a criação de áreas protegidas, dentre os quais, se pode citar, o Parque Nacional de Itatiaia (1937), Parque Nacional do Iguaçu (1939) e a Serra dos Órgãos (1939), com base no artigo 9 do Código Florestal de 1934. Vale destacar que a criação de parques e reservas biológicas continua</p><p>sendo aplicada e consiste num dos eixos principais da política ambiental brasileira. Machado (2008)</p><p>explicita que no início, as políticas de meio ambiente, no Brasil, sofreram forte influência da vertente preservacionista americana. 7 Esteve subjacente, a essa influência, uma visão de que se poderiam</p><p>preservar “pedaços do mundo natural”, em seus atributos intrínsecos, tais como: paisagem natural,</p><p>valores cênicos e vida selvagem, dos efeitos irreversíveis da civilização urbano-industrial sobre o mundo natural. Segundo Monosowski (1989), outra década paradoxal para a consolidação da</p><p>Política Ambiental brasileira foi à década de 60, na qual foram adotadas algumas estratégias pelo poder público relacionadas à questão ambiental, por meio da criação, em âmbito federal, das agências setoriais para o desenvolvimento da pesca, das atividades florestais, da água, da</p><p>eletricidade e da exploração dos recursos minerais, tais como: Ministério das Minas e Energias</p><p>(MME) e o Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica (DNAEE); Instituto Brasileiro de</p><p>Desenvolvimento Florestal (IBDF), vinculado ao Ministério da Agricultura; Departamento Nacional de</p><p>Prospecção Mineral (DNPM); Superintendência de Desenvolvimento da Pesca (SUPEDE); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária</p><p>(INCRA), que reagrupou três instituições, inicialmente criadas no quadro do Ministério da Agricultura para a implantação de política agrária e fundiária, tais como: o Instituto Brasileiro de Reforma</p><p>Agrária (IBRA), o Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Agrário (INDA) e o Grupo Executivo da</p><p>Reforma Agrária (GERA). De acordo com Monosowski (1989), tais instituições definiram estratégias, de modo independente, e segundo diferentes prioridades, o que conduz a ações isoladas, não</p><p>coordenadas e, às vezes, até conflitantes. Os anos 70 foram caracterizados por uma estratégia de</p><p>desenvolvimento baseada na implantação de grandes projetos de infraestrutura ou de exploração de recursos naturais, sobretudo, implementadas pelo próprio Estado ou em parcerias com</p><p>multinacionais. Maimon (1992), afirma que nesta década, o projeto “Brasil Grande Potência” era o</p><p>centro das atenções em detrimento da questão socioambiental. Ainda, Segundo essa autora (1992,</p><p>p. 59), o desinteresse “pode ser explicado, tanto pela inexpressiva, ainda que crescente ação dos ambientalistas brasileiros e, sobretudo, pelo consenso de que o crescimento econômico e a</p><p>harmonia ambiental eram dois objetivos incompatíveis”. Nesse período, em que se exaltava o</p><p>supercrescimento, a política ambiental do Estado brasileiro era inconsistente. Foi marcada por ações pontuais e simbólicas, como a criação, em 1973, da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA),</p><p>inspirada pela Primeira Conferência 8 das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Estocolmo, 1972), a partir da qual se manifestou uma vontade política explícita em relação às questões socioambientais.</p><p>Todavia, não se pode negligenciar a posição brasileira adotada em Estocolmo, no qual o Brasil sustentava a tese de que a proteção do meio ambiente seria um objeto secundário e não prioritário para os países em vias de desenvolvimento e em conflito com o objetivo central e imediato do</p><p>crescimento econômico. Essa argumentação e a palavra de ordem “poluição = progresso”, lançada na ocasião, foram muito negativas para a imagem internacional do país (MONOSOWSKI, 1989).</p><p>Machado (2008), afirma que a criação do SEMA foi recebida com grande entusiasmo por alguns ativistas que entendiam que a criação da mesma era resultado da pressão do movimento</p><p>ambientalista. Jacobi (2003) acrescenta que estas ações voltadas para construção de infraestrutura da Política Ambiental, antes de significar um compromisso efetivo do governo brasileiro com a luta para a proteção ambiental, funcionaram como uma tentativa do próprio governo para atenuar sua imagem negativa no cenário externo, devido à sua atuação na Conferência de Estocolmo. Segundo este autor, predominava, ainda, a ideia de que os recursos naturais deveriam ser utilizados para</p><p>acelerar o processo de desenvolvimento econômico, tomando alguns cuidados para minimizar os problemas de poluição e preservar alguns recursos naturais. A questão ambiental também foi</p><p>contemplada no Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento–PND, para o período 1975/79, no</p><p>qual, em seu capítulo sobre o desenvolvimento urbano, controle e poluição e preservação do meio</p><p>ambiente, o Plano definiu a prioridade para o controle da poluição industrial, por meio da adoção de</p><p>normas antipoluição de uma política de localização industrial, densamente urbanizada. Contudo,</p><p>Monosowski (1989), explicita, a aplicação do II PND, só foi implementado em 1980, quando foi promulgada a lei que estabelece as diretrizes de zoneamento industrial (Lei nº 6.803, de 02/07). São</p><p>exemplos: a campanha vitoriosa contra a fábrica de celulose Borregaard, instalada as margens do rio</p><p>Guaíba, em Porto Alegre (19731974); a luta contra a construção da represa de Sobradinho, na Bahia</p><p>(1974); o movimento contra a inundação de Sete Queda, no Paraná (1979-1983); a campanha nacional contra o desmatamento na Amazônia (1978-1979); os protestos contra a instalação de usinas nucleares na Jureia e, posteriormente, em Angra dos Reis (1975-1980), entre outros</p><p>(MACHADO, 2008, p. 123). Nesse sentido, Monosowski (1989), assinala que as ações e controle do</p><p>Estado, na década de 70, voltaram-se, prioritariamente,</p><p>para os problemas da poluição industrial, que se manifestavam, em curto prazo, e afetavam áreas limitadas, em especial áreas</p><p>metropolitanas. No entanto, os efeitos ambientais, em longo prazo, foram relegados a segundo</p><p>plano, mesmo sendo irreversíveis ou de grandes dimensões. Pode-se notar que as ações de controle voltaram-se, fundamentalmente, para as atividades do setor privado. As estratégias governamentais</p><p>não foram objeto de controle, excetuando-se as atividades de alguns setores, em função de pressões</p><p>externas. Assim, as modificações provocadas pelos grandes projetos de transformação da natureza foram objetos de uma preocupação marginal, mais influenciada pelas práticas das agencias</p><p>internacionais do que por uma decisão política nacional. É o caso, por exemplo, das primeiras</p><p>aplicações da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), na análise de projetos que dependiam de</p><p>financiamentos internacionais para sua implantação. Drummond (1998-1999, p. 141), afirma que, na década de 80, foi instituída a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), a qual foi regulamentada</p><p>em 1983. Nesse texto legal se consolidaram as estratégias atuais e os arranjos institucionais vigentes no tratamento da questão ambiental. Essa pode ser considerada a peça mais importante de</p><p>legislação ambiental promulgada no país, até hoje. A mesma institui tanto a base legal, quanto o</p><p>arcabouço de instituições para a formulação de política com respeito ao meio ambiente em todos os</p><p>níveis de governo (União, estados e municípios). Essa consolidação é completada pela criação, em 1985, do Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, que assumiu a definição das políticas e a coordenação das atividades governamentais na área ambiental. A PNMA tem como</p><p>objetivo principal “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propiciando à</p><p>vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da</p><p>segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana” (artigo 2º). Dentre as principais</p><p>inovações dessa Lei, destacam-se duas, em nível institucional, quais sejam: • A criação do</p><p>Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), diretamente vinculado a Presidência da República e encarregado da formulação das políticas ambientais. Por meio desse, definiu-se uma nova</p><p>instância política de decisões. O CONAMA, juntamente com a 10 criação dos conselhos ambientais</p><p>estaduais, propiciou a integração e a coordenação das ações de diferentes setores governamentais.</p><p>A participação política nas decisões é contemplada, embora de forma limitada, por meio da inclusão de organizações representativas da sociedade civil entre os 72 membros do Conselho. • A</p><p>criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), tendo por instância superior o CONAMA, inclui o conjunto das instituições governamentais que se ocupam da proteção e da gestão da qualidade ambiental, em nível federal, estadual e municipal e, também, os órgãos da Administração Pública Federal, cujas atividades afetem, diretamente, o meio ambiente. Segundo essa política, os recursos naturais devem ser preservados e recuperados para garantir sua utilização racional e sua disponibilidade permanente; os poluidores e predadores são obrigados a reparar ou indenizar as</p><p>degradações provocadas; o usuário deve trazer uma contribuição para a utilização econômica dos recursos naturais. Dentre os instrumentos adotados por essa legislação para aplicar a Política Nacional de Meio Ambiente, destacam-se: o zoneamento ambiental, a avaliação de impactos ambientais, os incentivos a produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de</p><p>tecnologias, voltadas para a melhoria da qualidade ambiental, o Cadastro Técnico Federal de</p><p>Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.</p><p>Para Monosowski (1989), uma das mais importantes estratégias adotadas é a responsabilização do</p><p>Estado em relação a suas próprias ações, ao se exigir que as atividades públicas e privadas sejam exercidas conforme os princípios da legislação ambiental. Essa é uma inovação importante, em</p><p>especial no que se refere aos grandes projetos que, até então, estavam fora do controle das agências governamentais para a proteção ambiental. Segundo Monosowski (1989), a</p><p>redemocratização do país, a partir de 1985, e a posterior crise do Estado brasileiro, originaram uma</p><p>nova fase de expansão e reestruturação da questão ligada à proteção da natureza no país, com uma tendência clara à “simplificação” da política, mas com alguns avanços evidentes: i) a nova</p><p>Constituição Brasileira (1988), com um capítulo especificamente dirigido à temática ambiental; II) a criação de um único órgão vinculado ao Estado para implementação e administração das áreas</p><p>protegidas (IBAMA); iii) o up grade da 11 temática ambiental sob a ótica político-institucional, por</p><p>meio da criação do Ministério do Meio Ambiente (MMA); iv) a criação de um sistema integrado de áreas protegidas (SNUC), em 2000, com o objetivo simultâneo de reduzir as sobreposições e</p><p>antagonismos da política anterior, mas também, expandir os objetivos da proteção. O referido autor enfatiza ainda, que nos primeiros dois anos da década de 1990, o Brasil abriu-se abruptamente à</p><p>concorrência econômica transnacional, enquanto tomava medidas de impacto na área ambiental</p><p>visando, fundamentalmente, conquistar credibilidade junto aos investidores externos. Nesta mesma</p><p>década, o Brasil sediou o evento internacional conhecido como Rio-92, realizada no Rio de Janeiro, o</p><p>qual marcou um novo processo em relação às preocupações ecológicas, tendo como pano de fundo a crise dos modelos de desenvolvimento dos recursos naturais e suas consequências, além das fronteiras dos estados nacionais e, finalmente, a questão da urgência quanto à solução dos problemas. O posicionamento do governo brasileiro, no Rio-92, foi oposto ao de 1972, em Estocolmo, haja vista a influência de quatro fatores:</p><p>A) Crise do modelo desenvolvimentista (economicista e predatório);</p><p>B) Sensibilização do governo em relação aos problemas ambientais, em razão da soberania, sobre 2/3 da maior floresta pluvial do mundo, sobre a qual a comunidade internacional exigia uma reavaliação;</p><p>C) Existência de uma matriz energética brasileira baseada em recursos naturais renováveis</p><p>(hidroelétrica e biomassa) num contexto em que a quase totalidade dos países é dependente de combustíveis fósseis ou de energia nuclear;</p><p>D) Pressão por um compromisso globalista, já que o Brasil era o anfitrião da Conferência (VIOLA,</p><p>2002). De fato, conforme Monosowski (1989), as políticas públicas implementadas pelo Estado, no decorrer da década de 90, foram muito limitadas quanto à sustentabilidade ambiental, favorecendo grupos econômicos regionais e locais sob a moldura da tecnoburocracia, embora tenha havido,</p><p>concomitantemente, um processo de descentralização administrativa. Eduardo Viola (2000) observa que o programa Brasil em Ação, (lançado em 1996), não teve compromisso com a sustentabilidade.</p><p>O mesmo diz Paul Little (2003), do programa Avança Brasil, (lançado em 1999), e do Plano Plurianual 2000-2003, com base em diversas pesquisas de campo. A área ambiental do governo FHC caracterizou-se, conforme enfatiza Viola (2000), pela fragmentação e incompetência gerencial, além do distanciamento em relação aos centros de decisão econômica, nos quais se definem as políticas</p><p>de desenvolvimento. Assim, tanto no debate 12 sobre as propostas de reforma tributária, quanto sobre a política energética, a política agrícola, a política dos recursos hídricos e da Amazônia,</p><p>encontram no IBAMA um déficit de liderança e de capacidade gerencial. No entanto, deve-se</p><p>reconhecer que, durante a década de 90, houve um grande avanço legislativo na área, com a</p><p>aprovação de várias leis setoriais, como a Lei Nacional de Política de Recursos Hídricos (1997), a de</p><p>Crimes Ambientais (1998) e a da</p><p>Política Nacional de Educação Ambiental (1999). A construção deste arcabouço político-institucional que hoje, no país, funciona de maneira mais integrada e</p><p>concentrada no que tange às ações voltadas para a proteção dos recursos renováveis, não foi</p><p>decorrente, apenas, de uma ação isolada ou imposição do Estado. Diversas foram às exigências,</p><p>setores e atores que se somaram, formando uma imbricada rede de interesses e demandas, atuando em diferentes níveis (nacional e internacional) e escalas (local, regional, nacional e planetária). No caso da Política Ambiental, esse papel se traduz numa complexa rede de negociação com diferentes agentes atuantes no processo.</p><p>COMO FUNCIONA A LOGÍSTICA RESERVA PARA EMPRESA ?</p><p>As empresas têm mostrado interesse em diminuir o impacto que causam com as suas embalagens, percebendo a importância da logística reversa. O melhor caminho para isso, como explicamos mais acima, é com a implementação de um sistema de logística reversa, que pode ser próprio (para</p><p>recuperar suas embalagens) ou coletivo (como no caso da eureciclo, que oferece a compensação ambiental). É importante entender que esse compromisso envolve mais de um setor, como</p><p>sustentabilidade, marketing e até mesmo o comercial, que já recebe questionamentos sobre o</p><p>assunto e pode responder positivamente no caso da companhia desenvolver a LR ou, ao menos, estar planejando. Afinal, já está claro que não basta apenas produzir e vender, é preciso se</p><p>responsabilizar por todo o ciclo de vida do produto, até o descarte e reaproveitamento. Um dos motivos para falarmos bastante sobre esse tema por aqui é inspirar projetos. E para isso, nada</p><p>melhor que um exemplo: algo que já costuma funcionar bem é a indústria de bebidas. Há alguns anos os fabricantes têm gerenciado, junto aos comerciantes, o retorno das garrafas de vidro usadas, chamadas de retornáveis.</p><p>COMPENSAÇÃO AMBIENTAL</p><p>Em um país de dimensões continentais como o Brasil, um grande desafio é o de recuperar todas as embalagens. Sendo assim, os pontos de entrega voluntária (PEVs) podem não ser o suficiente para o</p><p>atendimento à meta da PNRS! Já imaginou como é complicado recuperar uma embalagem que foi vendida no sudeste e descartada no nordeste? Nesse contexto, alternativas são aliadas e a</p><p>compensação ambiental é uma delas. O processo retira do meio ambiente resíduo equivalente. No caso de uma empresa que colocou no mercado uma quantia de toneladas de vidro, por exemplo, a reciclagem será feita para o mesmo tipo de material e na mesma região, segundo o percentual escolhido, que pode variar de 22% a 200% aqui na eureciclo. O sistema gera benefícios para a empresa, como dar escalabilidade (ou seja, ampliar resultados), simplificar a burocracia e solucionar efetivamente os problemas.</p><p>LOGÍSTICA REVERSA AVANÇA NO BRASIL E CONTRIBUI PARA A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL</p><p>O consumidor pode ajudar com descarte adequado de materiais como pilhas e baterias, pneus e óleo lubrificante. Instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e frente importante de</p><p>atuação do Programa Lixão Zero, do Ministério do Meio Ambiente, a logística reversa tem avançado no país. A logística reversa é o procedimento que permite ao consumidor retornar à empresa um</p><p>produto após seu consumo, de forma que o fabricante possibilite um descarte correto. Em 2020, o</p><p>Brasil bateu recorde reciclando 97,4% das latas de alumínio que entraram no mercado, segundo dados do setor. Com o Lixão Zero, o Governo Federal também avançou na logística reversa de</p><p>baterias de carro, eletroeletrônicos, medicamentos e óleo lubrificante. O secretário de qualidade</p><p>ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França, detalhou como esse processo contribui para a preservação do meio ambiente e destacou o papel do cidadão para ajudar na implementação da logística reversa.</p><p>O QUE PREVÊ A LOGÍSTICA REVERSA E O QUE ELA REPRESENTA PARA A MELHORIA DA GESTÃO AMBIENTAL E DA CORRETA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS?</p><p>A logística reversa é um instrumento muito importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos que neste mês de agosto completou 11 anos. A política data de 2010 e um dos instrumentos que</p><p>precisavam ser efetivamente implementados é a logística reversa que é um sistema que permite o</p><p>retorno dos produtos e embalagens após o uso pelo consumidor. É o retorno desses materiais para o ciclo produtivo, assim, eles podem ser reutilizados, reciclados ou ter outras formas de destinação</p><p>finais ambientalmente adequados. E tudo isso gerando emprego e renda com sustentabilidade, ao mesmo tempo em que também evita o descarte desses materiais em locais inadequados como os lixões e aterros controlados. Então, a logística reversa tem esse propósito.</p><p>COMO O CONSUMIDOR PODE PARTICIPAR DESSE PROCESSO?</p><p>O consumidor participa fazendo descarte adequado desse produto ou dessa embalagem. Alguns exemplos para que o consumidor tenha mais familiaridade, estamos falando aqui das embalagens de forma geral, das pilhas e baterias, dos pneus, também do óleo lubrificante usado ou contaminado, embalagem desse óleo lubrificante usado ou contaminado, as lâmpadas fluorescentes, as latas de</p><p>alumínio e também os eletroeletrônicos. São exemplos de materiais que devem ser descartados em um dos pontos de entrega voluntária. Tem mais informações sobre isso no nosso site, o</p><p>www.gov.br/mma. O descarte adequado é o primeiro passo para que esses materiais sejam destinados de forma adequada e retornem para o ciclo produtivo .</p><p>É POSSÍVEL ESTIMAR QUANTOS PRODUTOS PODEM SER DEVOLVIDOS PELO CONSUMIDOR POR MEIO DA LOGÍSTICA REVERSA?</p><p>Temos números bastante expressivos. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que no ano passado bateu recorde. Foram mais de 30 bilhões de latas recicladas no país. Também outros</p><p>números atualizados bastante expressivos, por exemplo, as embalagens de defensivos agrícolas, foram 45.500 toneladas recolhidas em 2019. Pilhas e baterias foram 155 toneladas recolhidas e</p><p>destinadas de forma adequada. O pneu tem duas formas de logística reversa, primeiro a própria reutilização por meio da reforma de pneus, uma atividade importante. Só aí são sete milhões de</p><p>pneus de transporte de carga reformado, mais de cinco milhões de pneus automotivos, ou seja, mais de 12 milhões de pneus reformados. Além daqueles que são descartados para reciclagem, em 2019 foram aproximadamente 420 mil toneladas. Outro dado importante é o do óleo lubrificante usado ou contaminado. Foram quase 490 milhões de litros, em 2019. Um litro de óleo lubrificante usado pode contaminar até um milhão de litros de água. Então veja a importância que é um sistema de</p><p>logística reversa, que recolhe e envia para reciclagem cerca de 490 milhões de litros em um ano.</p><p>Para citar um exemplo recente, que foi aprovado por meio de decreto pelo Presidente Jair</p><p>Bolsonaro, no ano passado, temos também a logística reversa de medicamentos vencidos. Esse sistema começou em 2020 a ser estruturado e hoje está presente em mais de 1.800 pontos de entrega. O cidadão pode fazer o descarte adequado do seu medicamento vencido que ele vai ter a destinação adequada.</p><p>QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO TOTAL DA LOGÍSTICA REVERSA?</p><p>A logística reversa vem avançando nessa gestão. É prioridade do Ministério do Meio Ambiente, tanto que três novos sistemas foram instituídos. Sobre as baterias automotivas - as baterias de</p><p>chumbo - foi instituído em agosto de 2019 o instrumento que prevê o recolhimento dessas baterias</p><p>de chumbo e envio para reciclagem. Esse sistema foi projetado para abranger 16 milhões de baterias de chumbo por ano, o que permite uma reciclagem de mais de 155 mil toneladas de chumbo. Chumbo esse, que se fosse descartado de forma inadequada, traria contaminação do solo e das águas. Mas a logística reversa permite que esse material seja recolhido e enviado para unidades</p><p>especializadas, que farão a desmontagem dessa bateria e é utilizado na fabricação de novas baterias. Então, esse é um bom exemplo da logística reversa. Você evita</p><p>a poluição ao mesmo tempo em que gera emprego e renda com a reciclagem, com a reutilização. Outro sistema criado recentemente foi o de eletroeletrônicos, também sancionado pelo Presidente Jair Bolsonaro em 2020, que projeta a</p><p>implantação de mais de 5 mil pontos de entrega voluntária, em todo país, para o que cidadão possa</p><p>fazer o descarte adequado, desde o fone de ouvido até a geladeira, para que esse material siga para unidade desmontagem. Dali, cada tipo de material é enviado para reciclagem ou outra forma de destinação final adequada. Têm medicamentos que nós já citamos e dois outros sistemas foram</p><p>aprimorados: a logística reversa de óleo lubrificante usado ou contaminado e também o da logística reversa das latas de alumínio para bebidas, que foi aperfeiçoado. Temos excelentes exemplos no</p><p>Brasil de logística reversa. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que, no ano passado, alcançou uma marca recorde de mais de 97% das latas recicladas. Isso totaliza um universo de mais de 30 bilhões de latas, de forma que a lata fica fora desse ciclo produtivo por apenas 60 dias, segundo dados do setor. Esse é o tempo de uma lata voltar a ser uma nova lata no âmbito da logística reversa. Esse resultado nos coloca a frente de países como Japão, Estados Unidos e União Europeia, países da OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Ninguém ganha do</p><p>Brasil. O Brasil é primeiro lugar disparado no que diz respeito à logística reversa da lata de alumínio e também assume posição de destaque em outros segmentos, como a reciclagem de pneus, a reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas, óleo lubrificante usado ou contaminado. Também somos referência para o mundo nesses outros segmentos.</p><p>QUAIS OS OUTROS INVESTIMENTOS DO GOVERNO BRASILEIRO PARA INCENTIVAR ESSE PROCESSO?</p><p>Tudo isso está contido no Programa Lixão Zero. Esse programa foi lançado em 2019 e abrange 12 ações estratégicas para aumentar a coleta seletiva, a reciclagem, o aproveitamento dos orgânicos com aquela fração que não é passível de ser reciclado ou reutilizado, o reaproveitamento</p><p>energético. Alguns resultados importantes do programa, por exemplo, foi o lançamento do Sistema</p><p>Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos, o Sinir, que era aguardado desde 2010 e foi lançado em 2019. Hoje temos as informações da gestão de resíduos informatizadas e também a</p><p>elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Para, além disso, o ministério tem desenvolvido edital para apoiar municípios e consórcios para melhorar os seus resultados de coleta, de</p><p>reciclagem, de valorização dos orgânicos e também do aproveitamento energético sempre que você não tiver a reciclagem disponível no local específico. Então, são várias as medidas em curso. Já são mais de R$ 180 milhões mobilizados para apoiar municípios, consórcios, mas também permitindo uma maior participação da iniciativa privada como, por exemplo, na logística reversa que vem</p><p>justamente dar cumprimento à Lei 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ou seja, possibilitando que esses materiais retornem para o ciclo produtivo e atribuindo</p><p>responsabilidades aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Mas tudo isso, importante reforçar, só funciona se o cidadão fizer o descarte adequado do lixo, separar os</p><p>recicláveis. Muita gente pergunta, mas como é que eu vou saber o que é reciclável? No dia a dia começa separando as embalagens que, no geral, têm indicação do que é reciclável. Começa</p><p>separando o material seco do material orgânico e dali, junto a informações que podem ser obtidas no nosso site, o cidadão vai poder fazer o descarte adequado. As empresas também são</p><p>beneficiadas com esse tipo de reciclagem por gerar economia para elas, não é isso? Exatamente.</p><p>Muitos desses materiais que voltam para o setor produtivo, o país demanda inclusive importação. É o caso das baterias de chumbo. Então, quando esse material retorna para o setor produtivo, isso</p><p>também estimula, na medida em que além de apresentar um impacto ambiental positivo, porque preservam também os recursos naturais, evita o descarte inadequado e evita a poluição, isso</p><p>também representa matéria-prima voltando para o ciclo produtivo. Se a gente observar bem, o que é o lixo? Nada mais é do que matéria-prima ou energia fora do lugar. Se o descarte for feito de maneira adequada e isso começa com o cidadão, na sua casa, no seu local de trabalho, na rua,</p><p>evitando jogar lixo no chão, evitando jogar o lixo misturado de qualquer jeito, porque isso depois</p><p>diminui a efetividade das ações de triagem para reciclagem. Isso já faz uma grande diferença.</p><p>E TEM UMA VERTENTE QUE COMBATE O LIXO NO MAR. PODE FALAR SOBRE ISSO?</p><p>Outro programa relacionado ao Lixão Zero é o nosso plano de combate ao lixo no mar. Sabe qual o item que mais se encontra, em geral, nas ações de limpeza das praias, dos rios e dos mangues? É justamente a bituca de cigarro. A pessoa tende a achar que uma bituca de cigarro não vai causar</p><p>impacto porque é algo tão pequeno, mas quando a gente faz esses mutirões de limpeza é o item que mais encontramos. Justamente porque todas aquelas pessoas acharam que aquele item pequeno</p><p>não ia fazer diferença. Mas no final faz muita diferença. Em quantidade é o item que costuma liderar em relação ao que é retirado do meio ambiente. Então, lembrar que aquele lixo jogado perto do</p><p>bueiro invariavelmente vai parar nos rios, vai parar no mar, afeta o meio ambiente e, mais do que isso, afeta também a qualidade de vida das pessoas. Então, essa orientação é muito importante. Muita gente pergunta o que eu posso fazer para um meio ambiente melhor e a gente responde: começa separando o seu lixo, separando os recicláveis e evitando o descarte inadequado desses</p><p>materiais, que muito de positivo já vem a partir daí. É importante lembrar que 85% da nossa população vivem nas cidades e são as cidades que acumulam os principais desafios ambientais. Cada um fazendo a sua parte, não fica pesado para ninguém .</p><p>CONCLUSÃO</p><p>a importância do descarte adequado dos materiais oriundos do processamento radiológico tanto</p><p>para o meio ambiente quanto para a saúde da população se traduz em uma condução harmônica da prática clínica com a preservação ambiental. observa-se uma grande preocupação dos órgãos ambientais e sanitários em todos os níveis de governo em promover regras e assim regular a</p><p>conduta dos profissionais de saúde e das empresas geradoras de resíduos de saúde. visando com isso à adequação das atividades geradoras de resíduos contaminantes e seu descarte correto. é</p><p>possível concluir, desta forma, que em relação ao gerenciamento dos resíduos radiológicos se faz necessária à conscientização sobre o descarte correto do material contaminante, visando à redução dos problemas de saúde e dos impactos ambientais.</p><p>REFERENCIAS</p><p>Bio segurança https://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material5.htm ICTQ https://ictq.com.br/farmacia-hospitalar/1007-logistica-e-logistica-reversaem-ambiente-hospitalar MR soluções ambientais https://mrsolucoesambientais.com.br/3-motivos-para-implementaralogistica-reversa-na-sua-empresa/ ELANE</p><p>https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/9624/1/Cap_Elane%20</p><p>de%20Azevedo%20Nobre%20Abreu%20.pdf Robson Fagundes- redcon</p><p>https://rdicom.com.br/blog/rdc-330/ Eu reciclo https://blog.eureciclo.com.br/importancia-logisticareversa/ Talita Melo Lira</p><p>https://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2015/pdfs/eixo9/reflexoessobre-a-questao-ambiental-</p><p>e-politicas-ambientais-no-brasil.pdf</p><p>image6.jpg</p><p>image7.jpg</p><p>image8.jpg</p><p>image1.jpg</p><p>image2.jpg</p><p>image3.jpg</p><p>image4.jpg</p><p>image5.jpg</p><p>acondicionamento, transporte, armazenamento e descarte.</p><p>A primeira etapa no gerenciamento é a armazenagem não definitiva dos resíduos no próprio local de geração, enquanto aguardam a disposição final. Sendo de responsabilidade do gerador a</p><p>armazenagem correta. Posteriormente, o resíduo é recolhido e armazenado de forma definitiva e segura. O recolhimento e armazenamento desses resíduos radioativos hospitalares são de acordo com a Lei 10.308/2001.</p><p>O descarte corretos dos resíduos hospitalares é uma atividade de responsabilidade exclusiva da</p><p>CNEN. Os resíduos radioativos são recolhidos e armazenados em depósitos existentes em unidades técnico-científicas da CNEN. Toda vez que uma unidade hospitalar for realizar o descarte dos resíduos radioativos hospitalares , a CNEN deve ser notificada.</p><p>a) para os resíduos não infectantes poderão ser utilizados sacos plásticos de qualquer cor, exceto</p><p>branca; b) para resíduos infectantes ou para totalidade dos resíduos gerados, quando não for segura a separação por grupos, serão utilizados sacos plásticos de cor branco-leitosa; c) observar que o</p><p>preenchimento dos sacos alcance somente 2/3 de sua capacidade; a) Resíduos químicos: deverão ser acondicionados em embalagens compatíveis, com a sua capacidade e com a sua natureza</p><p>química, do produto a ser contido. É indispensável rotulagem contendo: nome, simbologia (inclusive</p><p>a de risco), volume e data. É importante ressaltar, que deve manter-se um menor estoque possível de produtos químicos e que a prática de reaproveitamento, é de grande importância para o</p><p>gerenciamento desses produtos. É importante consultar o órgão competente de controle ambiental, antes do descarte de produtos químicos classificados como perigosos. Para os resíduos</p><p>farmacêuticos do tipo B2 (NBR 12.808 - ABNT), categoria que abrange os medicamentos vencidos,</p><p>contaminados, interditados ou não utilizados, recomenda-se a embalagem em sacos plásticos de cor branco-leitosa e encaminhamento à coleta e tratamento, verificando-se, no entanto, a</p><p>compatibilidade entre sua natureza química e o processo de tratamento. O retorno aos laboratórios</p><p>produtores é uma possibilidade a ser levada em conta, considerando-se que alguns possuem plantas de tratamento, para esse tipo de resíduos. b) Para rejeitos radioativos líquidos, a eliminação na rede poderá ser feita, desde que seja observada a Resolução da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) NE 6.05.</p><p>Para o descarte de excretas de pacientes submetidos à radioterapia e radiodiagnósticos é necessário consultar as normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Identificação - os</p><p>resíduos, após ser acondicionados, deverão ser identificados com a expressão e símbolo, específico para cada grupo. Coleta e Transporte - é a retirada dos sacos plásticos contendo resíduos, desde o ponto de geração até o seu armazenamento. Nessa atividade são utilizados veículos adequados e exclusivos a esse fim. Condutas importantes a serem adotadas na coleta e transporte internos a)</p><p>Nunca despejar o conteúdo da lixeira em outro recipiente, ou seja, o saco deverá ser lacrado, ainda dentro da lixeira, e depois de retirá-lo, observar a existência de vazamentos, caso haja, esta lixeira</p><p>deverá ser retirada deste ambiente, e ser encaminhada à sala ou abrigo de resíduo, onde será lavada e desinfeccionada, após todos esses procedimentos colocar-se-á um novo saco plástico e ela</p><p>retornará ao seu lugar de origem. b) Em função do volume de resíduos gerados, deverão ocorrer</p><p>alguns procedimentos padronizados como: fluxos bem definidos para o seu transporte, que deverão manter constância de horário, sentido único e fixo, evitando assim cruzamento com outros (como</p><p>roupas limpas, distribuição de alimento, visitas, administração de medicamentos etc.). c) A coleta e transporte deverão ser realizados por equipe própria do serviço, devidamente treinada e paramentada com os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários.</p><p>d) Os procedimentos têm que ser realizados de forma a evitar o rompimento dos recipientes. No caso de acidente ou derramamento, deve-se imediatamente realizar a limpeza e desinfecção simultânea do local e notificar a chefia da unidade. e) Os carros de coleta interna jamais deverão ser deixados em corredores ou áreas de acesso de público ou de pacientes. Estes carros ficarão, quando fora da unidade, na área de lavagem / higienização, e quando dentro da unidade, permanecerão na sala de material sujo. São especificações para os carros de coleta interna: a) Só poderão ser usados para essa finalidade. b) Capacidade de carga compatível com o volume a ser transportado e com o esforço ergométrico a ser desempenhado. c) Ser estanque, construídos de material liso, rígido,</p><p>lavável, impermeável de forma a não permitir vazamento de líquido, sem cantos vivos, com pontos laterais abrindo para fora, rodas giratórias que evitem barulho e derrapagem e identificação, por</p><p>expressão e símbolo, conforme o seu conteúdo. d) O diâmetro ou o perímetro da "boca" do cesto de acondicionamento dos sacos de lixo deverá ser compatível com uma fácil introdução dos mesmos;</p><p>Tratamento Preliminar dos Resíduos - este procedimento é realizado dentro da unidade de saúde geradora desses resíduos. Os métodos utilizados, de acordo com as características de cada resíduo podem ser: - Reciclagem; compostagem ou esterilização (por calor úmido ou calor seco).</p><p>Armazenamento dos Resíduos - deverão ser armazenados em abrigo destinado para essa finalidade.</p><p>A construção desse abrigo deverá seguir às normas já existentes. A lavagem e a desinfecção deverão ser simultâneas, inclusive dos carros e demais equipamentos, ao fim de cada turno de coleta. Esta área é indispensável, mesmo quando o estabelecimento fizer uso de containers .</p><p>TRATAMENTO DO RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE</p><p>Os resíduos dos serviços de saúde (RSS), também conhecidos como lixo hospitalar, são todos os resíduos gerados em hospitais, clínicas, laboratórios e outros locais relacionados à saúde. Eles representam um risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente se não forem gerenciados corretamente .</p><p>Quais são requisitos mínimos exigidos para o tratamento de resíduos de serviços de saúde? promover a redução da carga biológica dos resíduos, de acordo com os padrões exigidos. Ou seja,</p><p>eliminação do bacillus stearothermophilus no caso de esterilização, e do bacillus subtyllis, no caso de desinfecção; atender aos padrões estabelecidos pelo órgão de controle ambiental do estado para</p><p>emissões dos efluentes líquidos e gasosos; descaracterizar os resíduos, no mínimo impedindo o seu reconhecimento como lixo hospitalar; processar volumes significativos em relação aos custos de capital e de operação do sistema . Com isso , passa a ser economicamente viável em termos da economia local .</p><p>Os processos comerciais disponíveis são: Incineração, Pirólise, Autoclavagem, Microondas, Radiação Ionizante, Desativação Eletrotérmica e Tratamento Químico.</p><p>A Resolução nos 05, de 5/08/93, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estatui, que para os resíduos sólidos do grupo A (infectantes), não poderão ser dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure: - A eliminação das características de periculosidade do resíduo; a</p><p>preservação dos recursos naturais e o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública. Tendo-se em vista que pela sua própria natureza, os resíduos sólidos, enquanto matéria</p><p>resultará sempre em um rejeito para disposição final no solo e, portanto, seja qual for o processo de tratamento adotado, deverão ser dispostos em aterro sanitário. Este aterro deverá ser adequadamente projetado, operado e monitorado tanto para disposição das cinzas ou escória provenientes de incineração, como para a carga esterilizada em autoclaves ou para os rejeitos produzidos por outra tecnologia. Incineração - é um processo de combustão controlada, em</p><p>presença de oxigênio, resultando cinzas, resíduos que são combustíveis e gases. Esterilização - por processos</p><p>físicos, que podem ser por calor úmido (autoclave) ou calor seco (estufa).</p><p>CUIDADOS NECESSÁRIOS AO MANUSEAR OS RESÍDUOS INFECTANTES – GRUPO A</p><p>a) A manipulação destes resíduos deverá ser a mínima possível;</p><p>b) Manter os sacos contendo resíduos infectantes em local seguro, previamente a seu manejo para descarte;</p><p>c) Nunca abrir os sacos contendo estes resíduos com vistas a inspecionar seu conteúdo;</p><p>d) Adotar procedimentos de manuseio que preservem a integridade dos sacos plásticos contendo resíduos. No caso de rompimento com espalhamento de seu conteúdo, devem-se rever os</p><p>procedimentos de manuseio. O uso de sacos duplos, sacos mais resistentes, dispondo-os em</p><p>"containers" rígidos, mesmo que de papelão, é prática que pode ser adotada. Contactar a administração da unidade prestadora de serviços de saúde, se houver, continuamente, problemas com a integridade dos sacos plásticos;</p><p>e) Instituir o uso, pelo pessoal, de Equipamentos de Proteção Individual para o manuseio, o trânsito e durante todo o tratamento dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.</p><p>EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) QUE DEVERÃO SER UTILIZADOS</p><p>Os Equipamentos de proteção radiológica individual devem ser usados pelos operadores (técnicos em radiologia) e pelos pacientes . Todos os envolvidos no procedimento estarão expostos à radiação.</p><p>Os Equipamentos de proteção radiológica individual podem ser:</p><p>Aventais plumbíferos ;</p><p>Óculos de proteção radiológica ;</p><p>Protetor de gônadas ;</p><p>Protetor de tireóides ;</p><p>Luvas de proteção radiológica , entre outros .</p><p>Os visores radiológicos , conhecidos também como visores plumbíferos ou radiográficos , também podem ser considerados equipamentos de proteção radiológica individual . Sua função é proteger o técnico em radiologia durante a operação do equipamento. Isto porque o técnico precisa ter visibilidade durante o procedimento, de maneira que não fique exposto diretamente à radiação ionizante.</p><p>Disposição final dos resíduos produzidos em serviços de saúde - é o conjunto de elementos, processos e procedimentos, que visa à disposição dos resíduos no solo e assegurando a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente, obedecendo às normas do órgão ambiental competente.</p><p>Os resíduos pertencentes ao grupo A (resíduos biológicos) quando tratados por processo que conserve as suas características físicas ou não tratados, deverão ser encaminhados para disposição final em vala séptica ou em célula especial de aterro sanitário, devidamente licenciado em órgão ambiental competente.</p><p>Os resíduos do grupo B (natureza química), embora tratados por processo que desativem a sua constituição tóxica e/ou perigosa, e que descaracterize a sua composição físico-química, seja por queima ou outros processos licenciados por órgão ambiental competente, só podem ser</p><p>encaminhados para aterro sanitário de resíduos urbanos (resíduos comuns), se o seu produto final</p><p>for liberado por órgão ambiental competente. Os resíduos de serviços de saúde classificados como do grupo D (resíduos comuns), são passíveis de reciclagem, as cinzas provenientes .</p><p>de incineradores e outros resíduos sólidos inofensivos, oriundos de processos de equipamento de</p><p>tratamento de resíduos comuns, devem ser encaminhados para aterro sanitário de resíduos urbanos (resíduos comuns). Esse aterro, devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente.</p><p>LOGÍSTICA E LOGÍSTICA RESERVA EM AMBIENTE HOSPITALAR</p><p>A logística é essencial para o crescimento de clínicas e hospitais em qualquer mercado do mundo.</p><p>Por isso, as empresas devem efetivar seus processos logísticos baseando-se em uma visão estratégica e buscando a garantia de resultados mais satisfatórios e o aumento da vantagem</p><p>competitiva do negócio. É muito provável que os farmacêuticos, assim como os demais profissionais</p><p>da área da saúde, já tenham tido contato com a logística hospitalar, considerada o componente mais importante da administração de uma instituição de saúde. De forma operacional, a logística está</p><p>relacionada à administração dos recursos materiais, financeiros, humanos e informações envolvidas</p><p>nas atividades de uma organização. No contexto da administração de um hospital, trata-se de uma dinâmica para gerenciar, de maneira estratégica e racional, as aquisições, movimentações e</p><p>armazenamentos dos aparatos médico-hospitalares. Como não poderia ser diferente, todo trabalho</p><p>deve ser feito intencionando a proteção da vida e a recuperação da saúde dos pacientes, oferecendo um atendimento de qualidade, com baixo custo e resultado positivo à instituição. Ademais, a</p><p>logística abrange a gestão institucional, visando a assegurar a eficiência, a segurança, a qualidade,</p><p>a rastreabilidade e o bom desempenho das tecnologias aplicadas na área da saúde. A logística inclui toda gestão hospitalar, desde o planejamento e entrada na instituição até o descarte de algum</p><p>material, tendo em vista a proteção e a segurança de todo o corpo de colaboradores, pacientes e do</p><p>meio ambiente. Já a logística reversa tem dois eixos fundamentais, o consumidor final - responsável pelo descarte de medicamentos vencidos em pontos de coleta autorizados, e os gestores</p><p>hospitalares , que devem observar e aplicar recursos que permitam remanejar os medicamentos por unidades, controlar rigorosamente os prazos de validades , entre outros tantos benefícios que somam também em segurança e economia.</p><p>LOGÍSTICA FARMACÊUTICA</p><p>A logística farmacêutica é uma área essencial para a saúde e o bem-estar da população .</p><p>Consiste no transporte e distribuição de medicamentos dentro de critérios que garantam a integridade de itens indispensáveis à saúde humana .</p><p>Porém , medicamentos demandam um cuidado muito maior a depender de suas características, por isso essa é uma logística repleta de detalhes que devem ser considerados.</p><p>A logística farmacêutica é uma operação fundamental na indústria do setor, sendo responsável por armazenar e distribuir medicamentos, princípios ativos e outros produtos biológicos do fornecedor até o ponto final de venda ou consumo. Essa operação envolve diversas atividades, como o planejamento, a implementação, o controle de informação e do fluxo de distribuição, o</p><p>gerenciamento dos custos, as etapas de armazenagem e transporte.</p><p>São procedimentos que seguem critérios rígidos, bem como boas práticas de controle de qualidade que são estabelecidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Receita Federal. Todo o processo é devidamente fiscalizado, desde a produção até a entrega na ponta final.</p><p>Por fim, seu objetivo é garantir a segurança, integridade e eficácia dos produtos farmacêuticos, bem como atender às demandas do mercado com agilidade e eficiência.</p><p>PAPEL DO FARMACÊUTICO</p><p>Popularmente, o papel mais conhecido do farmacêutico é atribuído às rotinas da farmácia, como: trocar o medicamento por um genérico ou similar , se essa for a vontade do paciente ; gerenciar os documentos legais do estabelecimento; monitorar e adquirir insumos para o estoque; treinar e capacitar os demais atendentes; separar os medicamentos.</p><p>Porém, além de poder indicar alguns medicamentos e orientar quanto ao uso, o profissional também tem autonomia para: responsabilizar-se pela terapia do paciente, garantindo o uso seguro</p><p>e eficaz dos medicamentos; realizar consultas farmacêuticas nas quais o paciente pode expor suas</p><p>dúvidas, expectativas e receios sobre o tratamento; acompanhar o uso de medicamentos pelo paciente ao longo do tempo, tal como monitorar os resultados obtidos com o tratamento ;</p><p>manipular fórmulas . Além dessas atribuições, é papel do farmacêutico oferecer atendimento no plano de atenção primária . Entre os procedimentos, ele pode aferir a pressão arterial e taxas de glicose e gordura no sangue, dar orientações e suporte aos portadores de doenças crônicas (como diabetes, hipertensão arterial, bronquite), entre outras coisas.</p><p>Dessa maneira, o farmacêutico</p><p>deve promover, proteger e recuperar a saúde do paciente .</p><p>Inclusive, precisa atuar na prevenção de problemas de saúde. Hoje em dia, esse profissional deve se preocupar também com a humanização do relacionamento, acompanhando o paciente de forma completa, não focando apenas no estado de saúde atual, ou recente, da pessoa. E isso envolve</p><p>muitos âmbitos, como levar em conta as crenças, experiências, expectativas, dores, preocupações</p><p>dos pacientes e dos seus familiares , ou cuidadores. Assim , se uma pessoa demonstra ter receio de consumir um tipo de substância, o farmacêutico deverá saber como conduzir o atendimento, entender os motivos dessa resistência e encontrar a melhor alternativa para o paciente.</p><p>Em relação ao uso de medicamentos, o papel do farmacêutico vai além de apenas orientar sobre a posologia e alertar a respeito das contraindicações ou efeitos adversos. Isso porque, também, deve acompanhar o paciente, além de se responsabilizar pelos resultados. Por exemplo, o farmacêutico pode se envolver mostrando qual o melhor horário para administrar a substância prescrita , sem que isso interfira no dia a dia do paciente.</p><p>SOBRE HOSPITAL E ADMINISTRAÇÃO DE SAÚDE</p><p>Administração hospitalar é o conjunto de práticas empregadas na gestão de sistemas de saúde.</p><p>Ela engloba recursos humanos, materiais e processos, buscando qualidade no atendimento e eficiência. Também chamada de gestão hospitalar, a administração contribui para o bom funcionamento de todos os setores em organizações públicas ou privadas que atuem na área da saúde .</p><p>Para administrar hospitais , clínicas, ambulatórios , consultórios e outras instituições com sucesso , é imprescindível utilizar técnicas de gestão, considerando as particularidades do setor da saúde.</p><p>Por isso, os profissionais que respondem pelo gerenciamento dos sistemas de saúde costumam combinar anos de experiência em unidades médicas ao aprendizado avançado sobre gestão.</p><p>A administração hospitalar funciona a partir de uma estrutura semelhante a qualquer outra organização.</p><p>Isso envolve equipe multidisciplinar, divisão em setores, funções e responsabilidades, além do atendimento ao cliente , neste caso, ao paciente. Mas, como citei acima, as unidades de saúde</p><p>costumam apresentar particularidades que impactam diretamente na gestão. Muitos hospitais, por exemplo , funcionam 24 horas por dia. Isso implica na necessidade de contar com mais profissionais, a fim de cobrir todo o horário de atendimento.</p><p>A natureza do serviço prestado também tem grande peso nas decisões da administração hospitalar, pois a saúde não pode ser oferecida tão somente com o objetivo de obter lucro financeiro. É preciso observar, ainda, uma série de leis que amparam pacientes em situação vulnerável, como idosos e</p><p>gestantes . Como dá para perceber, a rotina de um administrador de hospital é cheia de desafios .</p><p>O administrador de hospital é responsável por toda a rotina de gestão da unidade de saúde, coordenando cada setor a fim de garantir o bom funcionamento da organização.</p><p>Cabe a esse profissional planejar, organizar, dirigir e coordenar as atividades, solucionar questões administrativas, burocráticas, gerir as equipes, estoque e equipamentos.</p><p>Um dos maiores desafios do administrador hospitalar está no aumento da eficiência do serviço, sem perder o foco na assistência ao paciente. Isso porque hospitais, clínicas e outras unidades de saúde costumam demandar grandes investimentos em pessoal qualificado, tecnologia e materiais específicos. Nesse sentido , uma gestão eficiente é fundamental para que o negócio consiga sobreviver e gerar lucros.</p><p>ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL</p><p>A administração do material se inicia na aquisição correta. Primeiro se identifica corretamente o que comprar, quando, quanto e como comprar - seleção, programação e aquisição de fato. “Na gestão é levada em consideração também a parte financeira e, assim, avaliados produtos e serviços na</p><p>quantidade certa, qualidade com menor custo, entrega realizada corretamente. Para a aquisição ser mais assertiva é preciso a seleção e padronização de medicamentos, observando a demanda com</p><p>todas suas particularidades. Os de uso permanente, sazonal ou em desuso, por exemplo. Podendo</p><p>ser classificadas qualitativamente ou quantitativamente”, descreve Viviane. A literatura atual mostra que a os processos de administração de materiais se subdividem em controle de estoque;</p><p>classificação de materiais; aquisição; almoxarifado; movimentação; recebimento; cadastro; inspeção de suprimentos e transporte de materiais. Segundo Mônica, tais processos devem garantir a</p><p>existência contínua de um estoque, organizado de modo á nunca faltar nenhum dos itens que o compõe, sem tornar excessivo o investimento total. “Atualmente é definido como um sistema</p><p>integrado que cuida dos materiais indispensáveis ao funcionamento da organização, no tempo</p><p>oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo”, a complementa.</p><p>Os medicamentos constituem, na grande maioria dos casos, a intervenção terapêutica com maior relação custo-efetividade, desde que prescritos e utilizados de forma racional. Por outro lado, no que tange ao acesso a medicamentos, é latente a iniquidade entre o consumo de medicamentos e distribuição demográfica, sendo 80% dos medicamentos consumidos por 18% da população que vive em países desenvolvidos - América do Norte, Europa e Japão .</p><p>ETAPAS DA CADEIA</p><p>‘’ Para manter a qualidade dos produtos farmacêuticos, todas as etapas da cadeia de distribuição devem cumprir as legislações e regulamentações. Todas as atividades de logística de produtos</p><p>farmacêuticos devem ser realizadas de acordo com os princípios das Boas Práticas de Fabricação</p><p>(BPF), Boas Práticas de Armazenagem (BPA), Boas Práticas de Distribuição (BPD) e Boas Práticas de Transporte (BPT)”, diz Loureiro. Assim, na cadeia de serviços de saúde, a assistência farmacêutica é um instrumento estratégico e deve ocorrer por meio de ações que tenham como alvos precípuos o</p><p>acesso, a qualidade e o uso racional, garantindo a sustentabilidade do sistema. “Como desafios, os profissionais envolvidos nesse campo enfrentam capacitação e qualificação nos aspectos</p><p>relacionados ao desenvolvimento de atividades de natureza clínica e gerencial. Com a homologação da Constituição Federal de 1988, suscitou-se a necessidade de implementação de políticas de saúde que envolva atividades, bem como insumos em saúde que melhorem a qualidade de vida da população” , destaca Loureiro .</p><p>PROCESSO LOGÍSTICO</p><p>O processo logístico na área de radiologia é de extrema importância para garantir a eficiência e a qualidade dos serviços prestados . Eles são ; Logística Reversa no Setor de Radiologia:</p><p>A logística reversa é um processo operacional crítico na área hospitalar. Ela se concentra na gestão do fluxo de materiais após o consumo, incluindo a reciclagem e o descarte adequado.</p><p>No contexto da radiologia, a logística reversa envolve a coleta e o tratamento adequado das radiografias após o uso. Essas radiografias são recolhidas em hospitais, clínicas e outras entidades de saúde . O objetivo é garantir que as radiografias sejam recicladas de forma responsável, minimizando o impacto ambiental e cumprindo regulamentações.</p><p>Cadeia de Suprimentos na Área de Saúde:</p><p>A cadeia de suprimentos na área de saúde abrange o planejamento, a implementação e o controle do fluxo de processos relacionados à obtenção, distribuição e gerenciamento de materiais.</p><p>Isso inclui desde a aquisição de insumos médicos até a logística de transporte e armazenamento.</p><p>O objetivo é otimizar a disponibilidade de recursos, reduzir custos e garantir a qualidade dos serviços de saúde .</p><p>Em resumo , a logística na radiologia desempenha um papel crucial na gestão eficiente dos materiais, na sustentabilidade e na conformidade com regulamentações. É uma área que requer atenção cuidadosa para garantir que os processos sejam executados de maneira eficaz e responsável.</p><p>CADEIA DE ABASTECIMENTO</p><p>E CADEIA DE SUPRIMENTO</p><p>Loureiro conta que a decisão de terceirizar parte do estoque permite que a indústria farmacêutica aperfeiçoe o uso do espaço da planta para a produção. Essa prática vem ampliando a importância do operador logístico, que de forma resumida possui a função de receber os produtos farmacêuticos ,</p><p>,estocá-los e, de acordo com os pedidos de faturamento, expedi-los. Esses agentes estão investindo em modernos centros de distribuição próprios, para se dedicar às operações de um ou mais clientes. A gestão da cadeia de suprimentos é a integração de todas as áreas envolvidas, desde a seleção dos fornecedores da matéria-prima até a entrega do produto no cliente final. “Atualmente, um termo já bem conhecido no mercado é Supply Chain Management, ou Gerenciamento da Cadeia de</p><p>Suprimentos. Consiste em planejar e controlar todas as atividades que estão relacionadas a compras</p><p>— aquisição e abastecimento — à produção e à logística: recebimento, armazenagem, movimentação, transporte, previsão de demanda, entre outras. E ainda o fluxo de informações”, acrescenta Viviane. Segundo Mônica, com a gestão da cadeia de suprimentos, a empresa atinge maior vantagem competitiva e pode obter outros benefícios, como diferenciação no mercado,</p><p>redução de custo, aumento da eficiência, diminuição no nível de serviço, aumento da satisfação do cliente, melhorias no atendimento e manutenção da atividade da empresa no mercado. É</p><p>importante deixar claro que a logística é uma parte especializada da cadeia de suprimentos.</p><p>Enquanto a primeira foca no transporte e no armazenamento de mercadorias, a segunda abrange todos os aspectos de aquisição e o fornecimento de bens. “A gestão da cadeia de suprimentos é</p><p>responsável por tarefas operacionais relacionadas, de maneira direta ou indireta, ao produto. Os</p><p>processos abrangidos vãos desde a produção até a pesquisa de satisfação, enquanto que a logística é uma das etapas da cadeia de suprimentos. Ela se refere à movimentação física de produtos e tem como foco o prazo de entrega. Portanto, por mais que esses conceitos se diferenciem, são processos dependentes e conectados”, explica Mônica .</p><p>PLANEJAMENTO LOGÍSTICO</p><p>Planejamento logístico consiste em desenvolver ou identificar formas diferentes de fazer, métodos, estratégias de armazenagem, atendimento, distribuição, objetivando reduzir custos sem perder a qualidade do serviço, além de aumentar a eficiência da operação, usando de forma racional seus</p><p>recursos, encantando e fidelizando clientes por meio do recebimento de seus produtos com rapidez, em perfeito estado e de acordo com sua solicitação. O planejamento é feito nas três esferas:</p><p>estratégico, tático e operacional. Os planejamentos são em curto, médio e longos prazos.</p><p>GERENCIAMENTO LOGÍSTICO HOSPITALAR</p><p>A logística hospitalar é um serviço essencial para a sociedade, embora possa parecer burocrático. Ela desempenha um papel crucial na indústria da saúde, abrangendo desde a administração de sistemas de TI para organizar dados de pacientes até o gerenciamento de equipamentos usados em diagnósticos .</p><p>Definição da Logística Hospitalar:</p><p>· A logística hospitalar refere-se à forma como hospitais e organizações de saúde gerenciam recursos .</p><p>· Esses recursos incluem desde insumos médicos até equipamentos e sistemas de TI. • As equipes de logística hospitalar são responsáveis por organizar materiais, controlar estoques, rastrear dados e gerenciar a cadeia de suprimentos .</p><p>Funcionamento da Logística Hospitalar:</p><p>· A logística hospitalar envolve várias atividades essenciais :</p><p>· Cadeia de Abastecimento : Organização e gerenciamento dos insumos para distribuição eficiente e ágil.</p><p>· Gerenciamento de Remessas : Certificação de que os componentes cheguem a tempo e sejam armazenados corretamente.</p><p>· Controle de Estoque: Medição do inventário disponível.</p><p>· Preparação de Remessas de Saída: Apoio às operações e coordenação do fluxo de pacientes.</p><p>· Programação de Turnos: Garantia de que o pessoal esteja disponível quando necessário.</p><p>Objetivos da Logística Hospitalar:</p><p>· Minimizar custos enquanto proporciona atendimento de qualidade aos pacientes.</p><p>· Garantir que os recursos estejam disponíveis quando necessários.</p><p>· Evitar desperdícios e otimizar a utilização dos insumos.</p><p>Importância da Logística Hospitalar:</p><p>· A logística hospitalar permite que as instalações médicas operem de forma produtiva. • Ela coordena cuidadosamente necessidades tangíveis (materiais) e intangíveis (fluxo de pacientes, programação de pessoal).</p><p>· Em tempos como a recente pandemia de COVID-19, a logística hospitalar se torna ainda mais vital para garantir o fornecimento oportuno de suprimentos necessários.</p><p>Em resumo a logística hospitalar é fundamental para o funcionamento eficiente dos hospitais, garantindo que os pacientes recebam o melhor atendimento possível .</p><p>O QUE É LOGÍSTICA RESERVA ?</p><p>A logística reversa é o conjunto de procedimentos e ações para recolher e dar encaminhamento pósvenda ou pós-consumo ao setor empresarial, a fim de reaproveitar ou destinar de forma correta os resíduos sólidos e descartes de embalagens .</p><p>Também conhecida como “logística inversa”, essa é uma área da logística que tem foco no retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo. Ou seja, está voltado para o reaproveitamento ou descarte apropriado, como citado anteriormente. A PNRS estabeleceu, em seu artigo 8º,</p><p>diretrizes para que as empresas se adequem aos propósitos da lei. Entre elas, estão: A elaboração de um plano de resíduos sólidos, que deve conter a descrição da atividade, o diagnóstico dos resíduos</p><p>sólidos gerados e administrados, ações preventivas e corretivas; Um inventário e declaração dos resíduos produzidos no ano anterior; Um sistema de coleta seletiva, política reversa e outras</p><p>estratégias relacionadas à implementação de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida de produtos; A colaboração financeira e técnica entre setores público e privado para o</p><p>desenvolvimento de pesquisas, métodos, ferramentas e tecnologia de gestão de resíduos,</p><p>envolvendo reciclagem e a reutilização de disposição final ambientalmente apropriada. As empresas</p><p>que empregam o modelo de logística reversa alcançam a sustentabilidade ambiental de seu negócio, como consequência do seu cumprimento das normas. Uma vez que o descarte incorreto pode</p><p>causar danos à saúde, é importante que a cadeia de suprimentos seja capaz de operacionalizar a devolução de produtos com a mesma eficiência que realiza a sua distribuição .</p><p>QUAIS SÃO AS ETAPAS DA LOGÍSTICAS RESERVA ?</p><p>A logística reversa pode ser dividida em três etapas principais. Durante a primeira, o consumidor devolve o produto ou a embalagem ao distribuidor ou comerciante, dependendo do tipo de</p><p>operação realizada. A partir da segunda etapa, o comerciante remete ao fabricante (ou importador) o produto recebido. Por fim, na terceira etapa ele é reencaminhado para que possa ser reutilizado, reciclado, ou descartado de forma apropriada .</p><p>QUAIS OS BENEFÍCIOS DA LOGÍSTICA REVERSA?</p><p>Ainda que os custos de manutenção da logística reversa seja mais cara, seu valor compensa por estar associado ao desenvolvimento sustentável. O resultado é o aumento da conscientização, a redução dos impactos negativos associados ao descarte incorreto dos resíduos e o aumento dos</p><p>lucros com a diminuição de aquisição de matéria prima. Outro benefício é a melhoria do processo produtivo. Investindo em uma pesquisa para determinar o ciclo de vida de cada produto e seus componentes, é possível criar diretrizes para o tratamento dos resíduos. Com isso, adapta-se a</p><p>produção e modifica-se o fluxo de distribuição. O resultado é a manutenção da cadeia em pleno funcionamento, adotando controles rigorosos e prezando a eficiência dos custos, pensando em</p><p>resultados em longo prazo. Uma das vantagens mais interessantes da logística reversa é o fato da melhoria da imagem empresarial em relação aos concorrentes, o que, por sua vez, impacta</p><p>diretamente no relacionamento com a sociedade. Quando uma empresa demonstra atitudes sustentáveis, priorizando a sustentabilidade e a proteção ambiental, a construção de uma imagem positiva junto ao público cria uma relação de parceria e confiança.</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) trouxe ao país uma série de inovações para a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos</p><p>A Lei foi resultado de 21 anos de discussões sobre o tema no Congresso Nacional. Paralelamente, o</p><p>Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou um projeto de lei que foi encaminhado ao executivo federal e, posteriormente, editou algumas resoluções abordando a logística reversa para</p><p>cadeias como as de pneus e as de pilhas e baterias, em 1999. Desde a década de 1990, as resoluções Conama apontam diretrizes para a destinação ambientalmente correta dos produtos pós-consumo.</p><p>A norma trouxe o conceito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e acolheu as resoluções Conama de quatro cadeias:</p><p>· Lei nº 9.974/2000 – que trata do destino final de resíduos e embalagens de agrotóxicos; • Resolução Conama nº 362/2005 – sobre o recolhimento, coleta, e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado;</p><p>· Resolução Conama nº 401/2008 – que estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, que substituiu a Resolução nº 257/1999;</p><p>· Resolução Conama nº 416/2009 – que dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, que substituiu as Resoluções nº 258/ 1999 e nº 301/2002 .</p><p>GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS RADIOLÓGICOS DO SERVIÇO</p><p>Constitui-se em um grande desafio a ser enfrentado mundialmente as diversas atividades que geram resíduos. Isto se dá pelo descarte inadequado de resíduos que por sua vez podem produzir danos</p><p>ambientais capazes de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida</p><p>das atuais e futuras gerações. Embora a geração de resíduos oriundos das atividades humanas faça</p><p>parte da própria história do homem, é a partir da segunda metade do século XX, com os novos padrões de consumo da sociedade industrial, que isso vem crescendo, em ritmo superior à</p><p>capacidade de absorção pela natureza. Aliado a isso, o avanço tecnológico das últimas décadas, se, por um lado, possibilitou conquistas surpreendentes no campo das ciências, por outro, contribuiu para o aumento da diversidade de produtos com componentes e materiais de difícil degradação e maior toxicidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). É o paradoxo do desenvolvimento cientifico e</p><p>tecnológico gerando conflitos com os quais se depara o homem pós-moderno diante dos graves problemas sanitários e ambientais advindos de sua própria criatividade (MINISTÉRIO DA SAÚDE,</p><p>2006). Entre esses, situam-se aqueles criados pelo descarte inadequado de resíduos que criaram, e ainda criam enormes passivos ambientais, colocando em risco os recursos naturais e a qualidade de</p><p>vida dos presentes e futuras gerações. A disposição inadequada desses resíduos decorrentes da ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, cria condições ambientais potencialmente perigosas que</p><p>modificam esses agentes e propicia sua disseminação no ambiente, o que afeta, consequentemente, a saúde humana. São as “iatrogênicas” do progresso humano. Endodontista, Escola de Formação</p><p>Complementar do Exército. Especialista em Restauradora, Escola de Saúde do Exército. Os resíduos do serviço odontológico quando não desprezados adequadamente constituem-se em um grande óbice para o meio ambiente e o seu correto manejo visa à promoção de saúde para toda a</p><p>sociedade. De acordo com Carvalho e Papaiz (1999), a presença de agentes infectocontagiosos é verificada em todas as áreas de atuação do cirurgião-dentista, incluindo os procedimentos em radiologia odontológica. Os rejeitos gerados durante a execução da técnica e processamento</p><p>radiográfico geram contaminação quando são descartados inapropriadamente. É de fundamental importância conhecer e fazer o uso das formas adequadas de gerenciamento e descarte dos resíduos dos materiais contaminados, evitando gerar problemas ambientais e de saúde aos profissionais de odontologia que manuseiam diretamente reveladores, fixadores, películas</p><p>radiográficas e lâminas de chumbo, bem como aos profissionais de limpeza, que possuem um</p><p>importante papel na etapa de acondicionamento e destinação dos resíduos para uma área de coleta na Organização Militar, de onde serão posteriormente recolhidos por uma empresa de coleta.</p><p>Diante disso, políticas públicas têm sido discutidas e legislações elaboradas com vistas a garantir o desenvolvimento sustentável e a preservação da saúde pública. Essas políticas fundamentam-se em concepções abrangentes no sentido de estabelecer interfaces entre a saúde pública e as questões ambientais.</p><p>O presente trabalho visa contribuir e apresentar soluções quanto ao manejo correto dos resíduos de processadores de imagem utilizados nos serviços odontológicos, evitando-se a contaminação ambiental e contaminação advinda do risco ocupacional, bem como respeitar as políticas publicas em vigor.</p><p>METODOLOGIA</p><p>O presente estudo, quanto à natureza, caracteriza-se por ser uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica sobre o tema. A fim de realizar a busca a respeito do assunto analisaram-se dados eletrônicos, por meio de sites de busca na internet. Foram utilizados os bancos de dados do Scholar</p><p>Google, do LILACS e do SCIELO, trabalho científico da Escola de Aperfeiçoamento de Oficias (ESAO), livros e revistas da área odontológica, manuais e diretrizes do Ministério da Saúde. Estipularamse</p><p>como critério de inclusão, estudos publicados em português, legislações nacionais que façam referência aos resíduos de saúde e ao meio ambiente, assim como artigos científicos com os</p><p>seguintes termos descritores: "resíduos de saúde”, ”radiologia", “gerenciamento de resíduos”,</p><p>“meio ambiente” e ”sustentabilidade”. Legislações revogadas, trabalhos que não deram a devida atenção ao atual cenário de preservação ambiental e textos, os quais não se enquadravam ao</p><p>objetivo principal da pesquisa, foram excluídos. Trata-se de um tipo de pesquisa aplicada, onde o</p><p>principal objetivo é a geração de conhecimento para aplicação prática e imediata, dirigidos à solução</p><p>de problemas específicos, envolvendo interesses locais. No caso do presente estudo significa dispor para os dentistas e também auxiliares de consultório dentário o gerenciamento adequado dos</p><p>resíduos do processamento de radiografias odontológicas para que não ocorra a contaminação de</p><p>pessoas e meio ambiente. Quanto ao limite, o presente estudo limitou-se a analisar os resíduos do processamento radiográfico por ser um tipo de resíduo tóxico, caracterizado por possuir metais</p><p>pesados em seu conteúdo, podendo contaminar o solo e lençóis freáticos, contaminando assim além do meio ambiente, a população. Com relação ao alcance, o trabalho pode ser uma referência, tendo por objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos</p><p>relacionados ao manejo adequado de resíduos de processamento radiográfico da área odontológica, propondo a conscientização dos profissionais da área e melhorias no processo de descarte de resíduos .</p><p>RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Resíduos sólidos referem-se a materiais descartados provenientes de atividades humanas e processos naturais, apresentando-se no estado sólido. Esses resíduos incluem uma ampla variedade de substâncias, como plásticos, metais, papel, vidro, resíduos orgânicos e outros materiais</p><p>descartados. O gerenciamento adequado dos resíduos sólidos é crucial para mitigar impactos ambientais negativos, como a poluição do solo, da água e do ar.</p><p>Estratégias de redução, reutilização e reciclagem são</p><p>fundamentais para minimizar a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários. Essa é uma das medidas para as mudanças climáticas.</p><p>RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE</p><p>Entende-se por resíduos de saúde qualquer resíduo originário de atividade de assistência humana ou animal, clínicas odontológicas, veterinárias, farmácias, centros de pesquisa, compostos por resíduos</p><p>infectantes, resíduos comuns e resíduos especiais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Os resíduos do</p><p>serviço de saúde ganharam destaque legal no início da década de 90, quando foi aprovada a</p><p>Resolução CONAMA nº 006 de 19/09/1991 que desobrigou a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde e de terminais de transporte e deu competência aos órgãos estaduais de meio ambiente para</p><p>estabelecerem normas e procedimentos ao licenciamento ambiental do sistema de coleta,</p><p>transporte, acondicionamento e disposição final dos resíduos, nos estados e municípios (MINISTÉRIO</p><p>DA SAÚDE, 2006). Posteriormente, a resolução CONAMA nº 005 de 05/08/1993, fundamentada nas diretrizes da resolução citada anteriormente, estipula que os estabelecimentos prestadores de serviço de saúde e terminais de transporte devem elaborar o gerenciamento de seus resíduos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta,</p><p>armazenamento, transporte, tratamento e disposição final de resíduos. Esta situação levou os dois</p><p>órgãos, CONAMA E ANVISA, a buscarem a harmonização das regulamentações. A sincronização demandou um esforço de aproximação que se constituiu em avanço na definição de regras</p><p>equânimes para o tratamento dos RSS no país. Segundo Ministério da Saúde (2006), no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente</p><p>(CONAMA) assumem o papel de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes, no que se refere à geração e ao manejo dos resíduos sólidos de saúde, com o objetivo de preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo sustentabilidade. Entende- se como risco para o meio</p><p>ambiente a probabilidade da ocorrência de efeitos adversos ao meio ambiente, decorrentes da ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, causadores de condições ambientais potencialmente</p><p>perigosas que favoreçam a persistência, disseminação e modificação desses agentes no ambiente</p><p>(MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006). Os resíduos do serviço de saúde (RSS) constituem um grande problema para a sociedade e para o meio ambiente, e o conhecimento de seu correto manejo é</p><p>imprescindível para a formação do profissional da saúde. Atualmente, um assunto muito abordado é a preservação do meio ambiente e, com ele, a preocupação cada vez maior em separar e reciclar o</p><p>lixo. No dia a dia, as pessoas estão se habituando a separar lixo orgânico do reciclável e, ainda, vidro, papel, plástico e metal. Na Odontologia não é diferente. O meio ambiente é uma preocupação</p><p>constante para os dentistas e governantes, uma vez que seus resíduos e o descarte incorreto podem não só ser prejudiciais ao meio ambiente, como também à saúde da população. Esses resíduos,</p><p>classificados como lixo hospitalar ou resíduos de serviços de saúde, podem ser altamente tóxicos e</p><p>infecciosos. Tudo isso é um desafio a ser superado pelo poder público, e o Exército deve ser incluído neste momento, pois são diversas as atividades humanas geradoras do grande volume de resíduos</p><p>em organizações militares de saúde, principalmente nas grandes cidades, tendo como consequência efeitos prejudiciais ao meio ambiente. Atualmente, é comum o gerenciamento inadequado dos resíduos de serviços de saúde. Além dos lixões a céu aberto, os resíduos de serviços de saúde</p><p>também são descartados em locais como matas e nascentes, causando a contaminação do solo, da água e do ar. De acordo com Silva e Hoppe (2005), são considerados resíduos de serviços de saúde aqueles gerados por prestadores de assistência médica, farmacêutica, odontológica, laboratorial e</p><p>instituições de ensino e pesquisa médica. Os resíduos de serviços de saúde, segundo Ministério da</p><p>Saúde (2006): [...] são reservatórios de microrganismos de alta periculosidade. Inúmeros são os danos decorrentes do seu mau gerenciamento, como: a contaminação do meio ambiente, a</p><p>ocorrência de acidente de trabalho que envolve profissionais de saúde, da limpeza pública e até</p><p>catadores, o que pode ocasionar uma propagação de doenças por meio de vetores, contato direto</p><p>ou indireto. Como ressalta Morais (2011), o problema não é a geração de resíduos, mas o destino final ligado à possibilidade de tratamento deles. Fenômeno agravado pela falta de recursos financeiros e tecnológicos para que haja o gerenciamento desses resíduos, situação apresentada, principalmente, nos países em desenvolvimento.</p><p>RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO RADIOLÓGICO</p><p>Os resíduos originados do processamento radiológico, que contém em sua composição resídua química perigosa são classificados como resíduos especiais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). No</p><p>serviço odontológico, incluindo a odontologia militar, os processadores de imagens assim como os materiais necessários para formar a imagem radiográfica são grandes fontes de resíduos poluidores, por isso merecem atenção especial e cuidadosa quanto ao processamento do descarte após seu uso,</p><p>não podendo ser lançado simplesmente em esgotos e lixos comuns, pois podem causar impactos severos sobre o meio ambiente. Na área da radiologia ressalta que todo procedimento produz resíduos que podem ser prejudiciais à saúde de pacientes e aos profissionais submetidos a um</p><p>contato direto ou indireto. Dentre os resíduos de processamento radiológico gerados, os mais importantes são: películas radiográficas, lâminas de chumbo provenientes das películas radiográficas e soluções processadoras de filme radiográfico.</p><p>PELÍCULAS RADIOGRÁFICAS</p><p>As películas radiográficas periapicais são instrumentos utilizados nos serviços odontológicos para se realizar radiografias intraorais, o chumbo presente na película serve como proteção contra a</p><p>radiação (OLIVEIRA, 2020). Com o descarte inconsequente e incorreto, o destino destas lâminas</p><p>termina com o chumbo em locais inapropriados, assim, o chumbo acaba penetrando no solo e</p><p>lençóis freáticos. O chumbo afeta o sistema neuromuscular, neurológico, gastrointestinal,</p><p>hematológico e renal. As pessoas acometidas pela intoxicação crônica de chumbo podem apresentar os seguintes sintomas: fraqueza, irritabilidade, falta de coordenação, náusea, dor abdominal, anemia, etc., sendo as crianças as mais suscetíveis aos efeitos do chumbo.</p><p>SOLUÇÕES DE PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICOS</p><p>Embora a radiografia digital venha sendo mais amplamente utilizada, o uso de filmes e processamento radiográfico manual ainda são rotina na prática. Para que o filme radiográfico possa ser revelado utiliza- se solução reveladora e fixadora, que durante o processo de revelação da</p><p>película produzem efluentes que contém metais pesados em sua composição. A solução reveladora reduz todos os íons de prata presentes nos cristais halogenados de prata expostos, em grãos de</p><p>prata metálica, e produz uma imagem latente. E as soluções fixadoras têm como principal função</p><p>dissolver e remover da emulsão os cristais halogenados de prata não revelados. Quando eliminados</p><p>de forma imprudente, poderão causar riscos ao meio ambiente e à saúde de animais e humanos por meio da contaminação do solo e das águas. Efeitos danosos acontecem no meio ambiente devido à bioacumulação das soluções, isto é, animais e plantas, que são contaminados, passam a ter maior concentração de substâncias nocivas em seu organismo, tornando-se, assim, menos saudáveis ou até mesmo perigosos quando consumidos com frequência, afirma.</p><p>No que diz respeito a resíduos gerados na radiologia, o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de saúde aprovado pela ANVISA apresenta os seguintes critérios: Para atingirem um pH tolerável, ou seja, em torno de 7 e 9, os reveladores</p><p>utilizados em radiologia passariam por um processo de neutralização e, somente após esse procedimento, poderiam ser lançados na rede</p><p>coletora de esgoto ou em corpo receptor, sempre respeitando as diretrizes estabelecidas por órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. Do contrário, deve-se reunir a solução em frascos identificados e enviá-los a uma empresa de tratamento biológico de resíduos líquidos, devidamente licenciados por um órgão ambiental. As soluções fixadoras exauridas</p><p>ou usadas, por terem a função de fixar a imagem após a revelação, contêm toda a prata não exposta no processo; portanto, elas devem passar por um sistema de recuperação da prata. Alguns dos efeitos do metal sobre o homem são: distúrbios digestivos, impregnação da boca pelo metal e</p><p>argiria, uma intoxicação crônica que provoca uma coloração azulada da pele. A solução fixadora causa irritação nos olhos e a reveladora, além dos olhos, prejudica a pele. Molina et al, (2017)</p><p>ressalta ainda que no processo de revelação radiográfica, a água resultante da lavagem também</p><p>constitui um componente do efluente que contém todos os compostos do revelador, do fixador e de seus produtos de reação, incluindo a prata, o que também a torna carente de tratamento antes de ser lançada na rede de esgotos .</p><p>LÂMINAS DE CHUMBO</p><p>O chumbo, na odontologia, é usado principalmente nos filmes radiográficos, como película de proteção contra radiações. A película é descartada durante o processo de revelação, descarte este</p><p>muitas vezes incorreto e inconsequente, sendo a película simplesmente jogada em aterros ou lixões. Assim, o chumbo penetra e se acomoda tanto no solo como em lençóis freáticos. De acordo com</p><p>Schifer et al, (2005) a intoxicação por via oral ainda é a mais comum para o chumbo. Cerca de 80% do chumbo ingerido são oriundos de alimentos, sujeiras e poeiras contendo o metal.</p><p>Aproximadamente 60% do chumbo são absorvidos pelo corpo, provocando inúmeras alterações bioquímicas. Esse metal afeta o sistema neuromuscular, neurológico, gastrointestinal, hematológico e renal. As pessoas acometidas pela intoxicação crônica de chumbo podem apresentar os seguintes sintomas: fraqueza, irritabilidade, falta de coordenação, náusea, dor abdominal, anemia etc., sendo</p><p>as crianças as mais suscetíveis aos efeitos do chumbo. Os materiais radiológicos utilizados, quando</p><p>não descartados corretamente, produzem risco ambiental e à saúde da população. Os resíduos desses materiais, inclusive aqueles deixados nas soluções químicas utilizadas durante o processamento radiográfico, são considerados tóxicos ao ser humano . FORMAS DE DESCARTE</p><p>Todo órgão gerador de resíduos deve elaborar um Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, baseado nas características dos resíduos produzidos e na classificação constante da RDC,</p><p>ANVISA nº 306, onde são estabelecidas as diretrizes de manejo dos resíduos do serviço de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Ministério da saúde, (2006) dispõe que, de acordo com a RDC</p><p>ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/05, os resíduos dos serviços de saúde são classificados em função de suas características e consequentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. Tal classificação se dá em cinco grupos, sendo: GRUPO A - engloba os</p><p>componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: peças anatômicas, tecidos contendo sangue, dentre outros. GRUPO B - contém substâncias químicas que podem</p><p>apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplos: resíduos contendo metais pesados. GRUPO C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham</p><p>radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear- CNEN, como por exemplo, serviço de radioterapia, etc.</p><p>GRUPO D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Exemplos: sobras de alimentos. GRUPO E - materiais perfuram cortantes ou escarificantes, tais como agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, espátulas e similares .</p><p>ETAPAS DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE</p><p>A primeira etapa do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde consiste na segregação ou separação. Nesta etapa os resíduos são separados no próprio local assim que são gerados,</p><p>considerando-se suas características biológicas, químicas, físicas e o seu estado físico, além dos</p><p>riscos envolvidos. A fim de proporcionar o correto manejo dos resíduos, a identificação dos resíduos</p><p>contidos nos sacos e recipientes de coleta interna e externa deve ser facilitada pelo uso de símbolos, cores e frases para cada grupo de resíduos. A segunda etapa do processo é o acondicionamento dos resíduos. Deve ser realizado, de acordo com suas características, em sacos simbolizados, resistentes à ruptura e ao vazamento, e devem ser impermeáveis; o limite de peso de cada saco deve ser respeitado e proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. Para o acondicionamento de resíduos líquidos, os recipientes devem além de ser compostos de material compatível com a</p><p>substância a ser armazenado, ser rígidos, resistentes e estanques, providos de tampa rosqueada e vedante. O ambiente deve ser fechado, provido de aberturas teladas para ventilação e com</p><p>dispositivo impedindo a luz solar direta. Mas caso o local do armazenamento externo seja próximo ao de geração, essa etapa pode ser pulada. A terceira etapa do gerenciamento é a coleta e</p><p>transporte interno dos RSS, que consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de</p><p>disponibilização para a coleta. É nessa fase que o processo se torna visível para o usuário e para o</p><p>público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns. Por fim ocorre o armazenamento externo dos resíduos. Consiste no</p><p>acondicionamento dos resíduos em abrigo, em recipientes adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores, no aguardo da realização da etapa de coleta externa.</p><p>Esse ambiente deve ser dimensionado em conformidade com o volume de resíduos gerados, sendo compatível a capacidade de armazenamento com a periodicidade da coleta. Deve, também,</p><p>apresentar divisões, havendo, no mínimo, uma parte destinada ao armazenamento dos resíduos do</p><p>Grupo A junto com os do Grupo E uma parte própria para resíduos do Grupo D. O abrigo deve, ainda, proporcionar fácil acesso para os veículos coletores, além de ser seguro, evitando o acesso ao local</p><p>por animais ou pessoas não autorizadas. Feito o armazenamento externo, os próximos estágios da gestão dos resíduos são: a coleta, o tratamento e a disposição final. Os estabelecimentos</p><p>prestadores de serviços de saúde podem contratar empresas terceirizadas para auxiliálos nessas etapas finais. Mas a responsabilidade pelos resíduos, além de se estender às empresas, ainda</p><p>permanece com os geradores. Portanto, na contratação, deve-se assegurar o cumprimento das</p><p>legislações vigentes para realização dos serviços. A coleta externa consiste na remoção dos RRS do</p><p>abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a</p><p>integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Alguns RSS, antes da disposição final, necessitam passar pela etapa do tratamento, que é um procedimento que, ao alterar as características dos riscos inerentes aos resíduos, elimina ou reduz o risco de contaminação, de acidentes ou de danos ao meio ambiente. Pode ser realizado no próprio estabelecimento</p><p>gerador ou em outro local (empresa terceirizada), sendo que os sistemas utilizados devem ser objeto de</p><p>licenciamento ambiental. O tratamento pode ser executado de várias maneiras: desinfecção térmica realizada pela autoclavagem, microondas ou incineração, ou desinfecção química. A última etapa do gerenciamento dos RSS consiste na disposição final dos resíduos, considerada a disposição definitiva no solo ou em locais previamente desenvolvidos para recebêlos, sendo obrigatório eles</p><p>apresentarem licenciamento ambiental, onde critérios técnicos de construção e operação são</p><p>respeitados. No Brasil, as formas de disposição final são usualmente designadas como lixão ou</p><p>vazadouro a céu aberto, aterros controlados e aterros sanitários. Não há critérios técnicos para a</p><p>escolha e operação dessas áreas, Os resíduos são depositados diretamente sobre o solo, podendo ocasionar sua contaminação, das águas subterrâneas e superficiais através do líquido percolado e</p><p>dos próprios resíduos. A falta de controle favorece o lançamento de resíduos de serviços de saúde nestas áreas. O correto gerenciamento de todos os resíduos é de responsabilidade direta dos</p><p>estabelecimentos de serviços de saúde, pois eles são os geradores. Contudo, tal responsabilidade se estende ao poder público e às empresas de coleta, tratamento e disposição final. Desde que a</p><p>ANVISA publicou, em 7 de dezembro de 2004, a RDC 306/04, esta deve ser cumprida em um prazo máximo de 180 dias pelos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde e os novos</p><p>prestadores e aqueles que pretendam retomar suas atividades só poderão entrar em funcionamento desde que estejam integralmente em cumprimento com as exigências da Resolução . O não</p><p>cumprimento da Resolução da ANVISA sucede pela falta de conhecimento sobre o assunto, além da falta de infraestrutura para realizar adequadamente o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde. Porém, aqueles que descumprirem as normas constantes na Resolução, estarão sujeitos a</p><p>punições de acordo com a Lei nº 6.437/1977, recebendo desde notificações a multas. E, além dessa</p><p>lei, há duas outras, a Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) e a Lei de Política Nacional do Meio</p><p>Ambiente (Lei nº 6.938/81, Artigo 3º), que responsabiliza civil, administrativa e criminalmente as pessoas físicas e jurídicas, que sejam autoras e coautoras de atividades ou condutas lesivas ao meio ambiente. Portanto, é obrigação das fontes geradoras de RSS adotarem tecnologias mais limpas,</p><p>empregarem métodos de recuperação e reutilização sempre que for possível, além de incentivarem a reciclagem e destinarem adequadamente os resíduos, compreendendo etapas de transporte, tratamento e disposição final.</p><p>RDC 330 E QUAIS MUDANÇAS ELA TRAZ PARA AS INSTITUIÇÕES RADIOLÓGICAS</p><p>A primeira etapa do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde consiste na segregação ou separação. Nesta etapa os resíduos são separados no próprio local assim que são gerados,</p><p>considerando-se suas características biológicas, químicas, físicas e o seu estado físico, além dos</p><p>riscos envolvidos. A fim de proporcionar o correto manejo dos resíduos, a identificação dos resíduos</p><p>contidos nos sacos e recipientes de coleta interna e externa deve ser facilitada pelo uso de símbolos, cores e frases para cada grupo de resíduos. A segunda etapa do processo é o acondicionamento dos resíduos. Deve ser realizado, de acordo com suas características, em sacos simbolizados, resistentes à ruptura e ao vazamento, e devem ser impermeáveis; o limite de peso de cada saco deve ser respeitado e proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. Para o acondicionamento de resíduos líquidos, os recipientes devem além de ser compostos de material compatível com a substância a ser armazenado, ser rígidos, resistentes e estanques, providos de tampa rosqueada e vedante. O ambiente deve ser fechado, provido de aberturas teladas para ventilação e com</p><p>dispositivo impedindo a luz solar direta. Mas caso o local do armazenamento externo seja próximo ao de geração, essa etapa pode ser pulada. A terceira etapa do gerenciamento é a coleta e</p><p>transporte interno dos RSS, que consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de</p><p>disponibilização para a coleta. É nessa fase que o processo se torna visível para o usuário e para o</p><p>público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns. Por fim ocorre o armazenamento externo dos resíduos. Consiste no</p><p>acondicionamento dos resíduos em abrigo, em recipientes adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores, no aguardo da realização da etapa de coleta externa.</p><p>Esse ambiente deve ser dimensionado em conformidade com o volume de resíduos gerados, sendo compatível a capacidade de armazenamento com a periodicidade da coleta. Deve, também,</p><p>apresentar divisões, havendo, no mínimo, uma parte destinada ao armazenamento dos resíduos do</p><p>Grupo A junto com os do Grupo E uma parte própria para resíduos do Grupo D. O abrigo deve, ainda, proporcionar fácil acesso para os veículos coletores, além de ser seguro, evitando o acesso ao local</p><p>por animais ou pessoas não autorizadas. Feito o armazenamento externo, os próximos estágios da gestão dos resíduos são: a coleta, o tratamento e a disposição final. Os estabelecimentos</p><p>prestadores de serviços de saúde podem contratar empresas terceirizadas para auxiliálos nessas etapas finais. Mas a responsabilidade pelos resíduos, além de se estender às empresas, ainda</p><p>permanece com os geradores. Portanto, na contratação, deve-se assegurar o cumprimento das</p><p>legislações vigentes para realização dos serviços. A coleta externa consiste na remoção dos RRS do</p><p>abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a</p><p>integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Alguns RSS, antes da disposição final, necessitam passar pela etapa do tratamento, que é um procedimento que, ao alterar as</p><p>características dos riscos inerentes aos resíduos, elimina ou reduz o risco de contaminação, de</p><p>acidentes ou de danos ao meio ambiente. Pode ser realizado no próprio estabelecimento gerador ou em outro local (empresa terceirizada), sendo que os sistemas utilizados devem ser objeto de</p><p>licenciamento ambiental. O tratamento pode ser executado de várias maneiras: desinfecção térmica realizada pela autoclavagem, microondas ou incineração, ou desinfecção química. A última etapa do gerenciamento dos RSS consiste na disposição final dos resíduos, considerada a disposição definitiva no solo ou em locais previamente desenvolvidos para recebêlos, sendo obrigatório eles</p><p>apresentarem licenciamento ambiental, onde critérios técnicos de construção e operação são</p><p>respeitados. No Brasil, as formas de disposição final são usualmente designadas como lixão ou</p><p>vazadouro a céu aberto, aterros controlados e aterros sanitários. Não há critérios técnicos para a</p><p>escolha e operação dessas áreas, Os resíduos são depositados diretamente sobre o solo, podendo ocasionar sua contaminação, das águas subterrâneas e superficiais através do líquido percolado e</p><p>dos próprios resíduos. A falta de controle favorece o lançamento de resíduos de serviços de saúde nestas áreas. O correto gerenciamento de todos os resíduos é de responsabilidade direta dos</p><p>estabelecimentos de serviços de saúde, pois eles são os geradores. Contudo, tal responsabilidade se estende ao poder público e às empresas de coleta, tratamento e disposição final. Desde que a</p><p>ANVISA publicou, em 7 de dezembro de 2004, a RDC 306/04, esta deve ser cumprida em um prazo máximo de 180 dias pelos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde e os novos</p><p>prestadores e aqueles que pretendam retomar suas atividades só poderão entrar em funcionamento desde que estejam integralmente em cumprimento</p>