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<p>PSICOLOGIA EXPERIMENTAL-FUNDAMENTAÇÃO TEORICA</p><p>A IMPORTANCIA DO AUTO CONTROLE</p><p>Ao considerar a questão sobre o auto controle, pode-se levar em consideração a afirmação feita por</p><p>Robson do Nascimento Cruz (2006), em um artigo publicado em uma revista eletrônica, onde se afirma</p><p>que: “A concepção tradicional de autocontrole na cultura ocidental, não é nova e nem desconhecida para</p><p>a maioria das pessoas.” Para esse autor, esse conceito, está associado a ideia de força de vontade, que é,</p><p>segundo ele, a capacidade que uma pessoa tem de enfrentar situações difíceis com as quais tenha que lidar.</p><p>Além do mais, inclui ainda um poder interior e a capacidade de resistências às tentações. Isso inclui</p><p>segundo ele, “ser emocionalmente forte”, o que implica dizer que o autocontrole iniciador interno, ou seja,</p><p>que há uma base intrínseca ao próprio sujeito para tal comportamento.</p><p>Para fundamentar sua teoria, o autor recorre aos estudos realizador por Skinner, principalmente no livro:</p><p>“Ciência e Comportamento Humano”, em que afirma-se que, “com frequência o indivíduo vem a controlar</p><p>parte de seu próprio comportamento quando uma resposta tem consequências que provocam conflitos –</p><p>quando leva tanto a reforço positivo quanto negativo” (Skinner, 1953/200p252- apud, Da Cruz, Robson</p><p>Nascimento).</p><p>Sendo assim, pode-se definir inicialmente a ideia de autocontrole como a capacidade que uma pessoa tem</p><p>de manipular e modificar certos desejos, ou vontade, com a finalidade de obter melhores resultados, ou</p><p>maiores benefícios.</p><p>Essa ideia pode ser explicada pelo comportamento de uma pessoa, quando está diante de uma tomada de</p><p>decisão, se vê obrigada a fazer escolhas. Ela precisa avaliar as consequências, analisar quais os benefícios e</p><p>riscos, e as implicações que certas decisões terão sobre sua vida e como elas podem afetar direta, seus</p><p>princípios éticos, suas relações sociais e legais. Assim, o autocontrole é sem dúvida, necessário e</p><p>fundamental em todas as dimensões da vida e das relações humanas.</p><p>Sobre essa questão, vale ressaltar ainda que o autocontrole está diretamente relacionado com as</p><p>habilidades socias, como fica demonstrada na obra dos autores, Del Prette Z. A. P. & Del Prette, A.</p><p>(2005). Em seu livro “Psicologia das Habilidades Sociais na Infância: teoria e pratica”. Nesta obra, os</p><p>autores defendem a ideia de que todas as habilidades sociais, mesmo sendo desenvolvidas ao longo da</p><p>vida, tem na infância sua principal base, uma vez que neste período da vida, as pessoas recebem suas</p><p>primeiras influencias, que sendo introjetadas, podem ser desenvolvidas e oferecerem excelentes benefícios</p><p>em todas as áreas da vida humana. Estas habilidades podem ser compreendidas, como a capacidade de</p><p>aprendizado, o autocontrole das expressões emocionais, soluções de problemas interpessoais, habilidades</p><p>para fazer amizades, civilidade, empatia e assertividade.</p><p>Cabe aqui ressaltar, que a capacidade para o desenvolvimento dessas habilidades, são aprendidas pelas</p><p>crianças em seu maio ambiente, sendo os mais importantes a família e a escola.</p><p>Mas, qual a relação existente entre as habilidades sociais e o autocontrole, tema proposta para este</p><p>trabalho? Pode-se pensar, que para que haja aprendizado das habilidades sociais, também, deve haver o</p><p>reconhecimento de certas normas e regras que norteiam essas relações. Também, não se pode aderir a elas,</p><p>sem o exercício do autocontrole.</p><p>É na tentativa de entender essa relação, que se tomou por base a pesquisa realizada pelo celebre psicólogo</p><p>norte americano Walter Mischel (2016), conhecida como “O Teste do Marshmallow”. Esse autor, a</p><p>semelhança da já citada obra de Skinner, defende que existem certas características inatas nos indivíduos e</p><p>que estas lhes proporcionam maior adaptabilidade para o desenvolvimento de algumas aptidões</p><p>especificas, como a capacidade de exercer o autocontrole. Porém, no decorrer de sua pesquisa sinaliza que</p><p>isso não é de todo determinante, sinalizando que o ser humano está aberto para aprender, e desenvolvê-las</p><p>desde que haja um objetivo que apresente ao sujeito benefícios justificáveis.</p><p>É isso que pode ser observado no relato do experimento realizados com crianças que cursavam os</p><p>primeiros anos escolares na década de 1960. Naquela ocasião, o autor queria apenas testar os níveis de</p><p>autocontrole em um grupo de crianças de uma faixa etária específica, a surpresa, ou o que inicialmente</p><p>não estava previsto é que os resultados do experimento serviram como referência para avaliar os mesmos</p><p>indivíduos em outras fases, como na adolescência e na vida adulta. O que o resultado dos testes permitiu</p><p>observar, é que o auto controle é fundamental para se alcançar o sucesso na vida.</p><p>Isso significa dizer que o autocontrole tem como resultado, para aqueles que conseguem desenvolvê-lo,</p><p>uma série de resultados positivos. Estes resultados indicam entre seus benefícios, a capacidade de</p><p>construção de relações interpessoais, desenvolvimento acadêmico, capacidade de economizar, incluindo</p><p>além disso, a capacidade moral, como compromisso ético, lealdade e cumprimento com as obrigações</p><p>legais.</p><p>Dado a essas informações, entende-se que em tempos de imediatismo e de consumismo, em tempos de</p><p>busca desenfreada por satisfação imediata, em tempos de intolerância a frustrações, de crescimento do</p><p>desrespeito e a violação as normas e em que a intolerância se manifesta de maneira desenfreada, voltar a</p><p>análise e buscar novas formas de aplicar esse experimento, será de grande proveito, não só para quem se</p><p>dispôs a fazer essa pesquisa, como para todos os que direta ou indiretamente se beneficiarão dela.</p><p>REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA:</p><p>1. CRUZ, Robson do Nascimento, “Uma introdução ao conceito de autocontrole proposto pela analise do</p><p>comportamento”. Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.8 no.1 São Paulo jun. 2006 versão impressa ISSN 1517-</p><p>5545</p><p>2. DEL PRETTE e Del prette, “Psicologia Das Habilidades Sociais na Infância: Teoria e Pratica”</p><p>3. MISCHEL Walter, “O Teste do Marschallow, porque a força de vontade é a chave para o sucesso” - 1º ed.</p><p>Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2016</p>