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Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Introdução à Psicologia do Trabalho Professor : Me. Bruno Stramandinoli Moreno Objetivos de aprendizagem • Conhecer as origens da Psicologia, seus determinantes históricos, os conceitos que a fundamentam como ciência e profissão e o fenômeno da personalidade. • Conhecer e analisar os conceitos que estruturam a Teoria Psicanalítica e entender acerca do comportamento humano e suas implicações para o mundo do trabalho. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial • Compreender a Teoria Comportamental e os conceitos que a estruturam, além de perceber como ela entende o comportamento humano e as implicações que ele traz para o mundo do trabalho. • Conhecer e examinar a Teoria Humanista, bem como os conceitos que dão base a ela, além de compreender o modo pelo qual percebe o comportamento dos indivíduos no contexto do trabalho. • Compreender a Teoria Cognitiva com base nos conceitos que lhe dão sustentação, além de identificar a maneira com que tal corrente teórica analisa a conduta humana diante do mundo do trabalho. Plano de estudo • Psicologia como Ciência e as Teorias da Personalidade e sua Aplicação no Contexto do Trabalho • Teoria Psicanalítica • Teoria Comportamental • Teoria Humanista • Teoria Cognitiva Introdução Adotaremos à concepção de Psicologia do Trabalho um sentido de origem e causa. Enquanto origem, dota ao trabalho o significado de fenômeno estudado pela psicologia, ou seja, é explicada no e pelo trabalho. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://getfireshot.com Vamos compreender a psicologia a partir do trabalho. Isso significa que o trabalho é um objeto de estudo necessário para se compreender o fenômeno psicológico. Para Codo, Merlo e Jacques (2010), ele assume extrema importância na construção do que as ciências psicológicas entendem de qualquer ser humano. Nesta perspectiva, para que o trabalhador seja de fato um ser humano, precisará produzir-se a si mesmo. Isto significa dizer que enfrentará diversos desafios no ambiente em que se encontra e sobreviver. Logo, será necessário que se comporte de maneira específica e, assim, poder ser estudado, pesquisado e analisado pelos psicólogos. A causa se relaciona ao fato de que, como seres humanos, comemos, bebemos, vestimos, moramos, descansamos e sobrevivemos por meio de atuações no meio ambiente (trabalho). Empreendemos ações, de inúmeras naturezas, no e pelo trabalho. Assim, como destacam Codo, Merlo e Jacques (2010), o trabalho precisa ser compreendido para que possamos saber mais sobre nós mesmos. A Psicologia estabeleceu suas “origens” no trabalho e é por meio dele que busca identificar e entender as causas dos fenômenos que estuda. Assim, para compreendermos como trabalho define e impacta o ser humano, restará delimitar onde e quando (ESPAÇO-TEMPO) a psicologia se aprofunda. A preocupação basal desta empreitada é entender as relações estabelecidas/produzidas entre trabalhador-trabalho, em toda a sua abrangência, considerando as conexões, as interfaces, os condicionantes, as determinantes e as consequências desta relação. Assim, será possível promover qualquer tipo de intervenção, melhora, ou mesmo, manutenção a ser estabelecida. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA E AS TEORIAS DA PERSONALIDADE E SUA APLICAÇÃO NO CONTEXTO DO TRABALHO Debater Psicologia é adentrar num universo multifacetado e com inúmeras teorias que se prestam a entender como o ser humano se comporta e se constitui como tal. Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2017), a Psicologia abrange, oficialmente, algumas áreas em que se especializou, no intuito de promover respostas a questões de áreas pontuais da existência humana. Isso está resumido e descrito no quadro a seguir: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial Fonte: adaptado de Achcar (1994) e Conselho Federal de Psicologia (2017). Achcar (1994) destaca que, dentre as possibilidades de atuação, a Psicologia tem perscrutado diversos campos e contextos sociais. Resumidamente, identifica treze deles: (a) Psicologia Clínica (presta atendimento a pessoas, de forma individual, ou em grupos, a fim de auxiliá-las sobre seus problemas emocionais); (b) Psicologia Educacional (auxilia pais, professores e alunos a solucionar problemas de aprendizagem, em âmbito de programas educacionais em creches e escolas); (c) Psicologia Econômica (empenha- se em compreender o comportamento de indivíduos, de grupos e de populações em geral, apoiando-se na Economia, e suas decisões concernentes); (d) Psicologia da Saúde (de forma multidisciplinar, atua na assistência à saúde, fortalecendo pacientes e familiares para a recuperação da saúde física e mental); (e) Comportamento do Consumidor (similar à Psicologia Econômica, busca compreender o comportamento de determinado grupo de pessoas, quando no papel de consumidores, em geral, “a serviço” do marketing de empresas públicas e privadas, bem como de agências de publicidade, ofertando orientação); (f ) Psicologia Organizacional e do Trabalho (atua de forma específica na formulação de políticas organizacionais de atração de funcionários para empresas, bem como sua manutenção e retenção, fomentando relações sociais saudáveis entre os trabalhadores e gestores, orientando carreiras e colaborando para a elaboração de programas de reestruturação do trabalho); (g) Psicologia do Trânsito (tem como objetivo trabalhar questões relacionadas ao trânsito, realizando a avaliação psicológica de condutores e futuros motoristas e desenvolvendo ações socioeducativas com pedestres e condutores infratores); (h) Psicologia Hospitalar (presta assistência a pacientes hospitalizados e oferta suporte aos familiares); (i) Psicologia Comunitária (de forma aplicada da Psicologia Social , tem o foco na resolução dos https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com problemas e questões sociais, sejam eles em penitenciárias, asilos e centros de atendimento a crianças e adolescentes; atua, ainda, desenvolvendo programas e pesquisas sobre a saúde mental da população); (j) Psicologia Jurídica (assessora autoridades – juízes, promotores e outros envolvidos – em processos de adoção, violência contra menores e guarda de filhos, atuando em presídios, fazendo a avaliação psicológica de detentos etc.); (k) Psicologia Esportiva (oferta suporte psicológico a atletas e equipes esportivas, como técnicos e comissões técnicas, na preparação para atividades esportivas e competições, auxiliando na otimização do desempenho esportivo); (l) Psicologia Ambiental (o foco da atuação é compreender a inter-relação do comportamento humano e o meio ambiente); e (m) Orientação Profissional (orienta, em geral, estudantes na escolha do curso e da profissão que irão, se assim quiserem, seguir). As Ciências Psicológicas – Aspectos Históricos As origens da Psicologia, enquanto conhecimento, se estendem à Grécia Antiga, quando filósofos,como Aristóteles e Platão, procuravam debater temas sobre a alma, o espírito, a mente, a vontade, a ética etc. A palavra “Psicologia” tem origem na soma dos radicais gregos psykhè (alma) e logos (estudo). Comumente, é traduzida como o “estudo da alma”. No entanto, tal alma não tem nada a ver com a religião ou a Psicologia Científica dos dias de hoje. Fonte: Bock, Furtado e Teixeira (2011). O que os filósofos gregos buscavam compreender era como o corpo humano recebia, por “sopro divino misterioso”, animação. Ademais, o que governava as ações do homem, seus pensamentos, seus sentimentos? Ou seja, sua mente . Muito mais a frente, séculos para ser mais exato, a Psicologia rompeu com a Filosofia. No ano de 1879, um cientista alemão, Wilhelm Wundt , começou a criar uma série de experimentos com as pessoas, a fim de investigar o funcionamento da consciência , isto é, como se operacionalizavam percepções, pensamentos e sentimentos que ocorrem no “aqui e agora” de cada um. Por conta disso, é considerado o “pai” da Psicologia Científica. Mas a Psicologia como ciência não parou aí e foi bem mais longe. Muitos outros começaram a investigar e alguns foram tão sérios, dedicados e racionalmente exigentes com suas próprias ideias, https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com que construíram teorias muito “fortes” da Psicologia. Esses cientistas criaram o que chamamos de Paradigmas da Psicologia . Entretanto, o que é um paradigma? Paradigma é um termo de origem grega, paradeigma , que significa algo que serve como modelo, padrão, “qualquer campo de investigação e de experiência que está na origem da evolução científica” (MICHAELIS, 2015). Como, a partir de então, a Psicologia assumiu o status de ciência, faz-se necessário reconhecer alguns paradigmas e seus científicos. E será justamente quando outros começam a seguir seus preceitos e paradigmas que a Psicologia passa a ter no seu arcabouço de conhecimentos a emergência de correntes teóricas. A regra é clara: para que novos cientistas construam suas teorias, foi necessário que as teorias dos “pioneiros” servissem de referência e, assim, formassem uma corrente de teorias. Será esta ideia de continuidade do Paradigma Científico que se alicerçará a construção da Psicologia enquanto Ciência e, consequentemente, prática profissional. Para pensadores como Deleuse, Guatarri, Foucault, entre outros, um campo de saber científico valida seus conhecimentos e verdades a partir da construção de teorias. Estas podem ser definidas como uma caixa de ferramentas. Uma ferramenta só tem validade se servir para algo. Se não funcionar, não será utilizada e não será uma verdade. Obviamente, esta utilização precisa de parâmetros/critérios que balizem seu funcionamento. No caso das Ciências Humanas, os próprios pensadores salientam fazer uso de: (a) uma concepção de homem; (b) uma metodologia; e (c) um resultado a ser atingido. Assim sendo, é preciso entender que a Psicologia, em sua caixa de ferramentas, busca explicar (construir teorias sobre) o porquê, como e para quê o ser humano desenvolve e manifesta seus comportamentos, sentimentos, relacionamentos, pensamentos e ações. Bock, Furtado e Teixeira (2011) destacam que a Psicologia, por meio de suas diversas correntes teóricas, se articula no estudo científico dos comportamentos humanos e processos mentais (experiências internas), tais como: sentimentos, afetos, lembranças, desejos, sonhos etc. Outra referência interessante a ser destacada é a perspectiva feita por Bock, Furtado e Teixeira (2011, p.15) no clássico livro Psicologias: uma introdução ao estudo Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Por exemplo, quando falamos do poder de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de “psicologia” para vender seu produto; quando nos referimos à jovem estudante que usa seu poder de sedução para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e quando procuramos aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir nossos problemas, dizemos que ele tem“psicologia” para entender as pessoas. Será essa a psicologia dos psicólogos? Certamente não. Essa psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma psicologia. O que estamos querendo dizer é que as pessoas, normalmente, têm um domínio, mesmo que pequeno e superficial, do conhecimento acumulado pela Psicologia científica, o que lhes permite explicar ou https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico. Em linhas gerais, o que as ciências psicológicas se prestam a compreender abarca três grandes vias: (a) a manifestação ativa (do movimento corporal); (b) a manifestação afetiva (dos sentimentos e emoções); e (c) a manifestação cognitiva (da percepção e da memória). Figura 1 – Manifestações Psicológicas / Fonte: o autor. Ao analisar estas vias e suas articulações, a Psicologia se debruça sobre suas expressões, considerando que o ser humano produz “grandes sínteses”, ou seja, mobiliza interagindo o que serão, de forma mais concreta, as expressões daquilo que lhe é próprio, que o torna singular, quanto a: (a) atenção; (b) linguagem; (c) inteligência; (d) raciocínio; (e) consciência; (f ) pensamento; (g) julgamento; e (h) personalidade. Figura 2 – Manifestações psicológicas: grandes https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com sínteses / Fonte: o autor. Ao longo da disciplina abordaremos as “manifestações psicológicas” e suas “grandes sínteses”, de modo a aplicá-las no e pelo trabalho. Nesta aula em especial, nos concentraremos no conceito de personalidade e seus desdobramentos ao contexto do trabalho. O Conceito de Personalidade O termo “personalidade”, mesmo que, a princípio, se apresente simplificado (pelo senso comum, diga- se de passagem) como “o indivíduo que é bravo, é teimoso, é vingativo, é pavio curto, é amoroso” e por aí vai, traz consigo a difícil e árdua tarefa de responder à seguinte questão: “se somos o que somos, por que somos assim?”. Isso demanda compreender vários outros aspectos que, ao serem articulados, se demonstrarão complexos. Entre as várias empreitadas que as ciências psicológicas têm se imbuído (sejam elas com um viés de pesquisa acadêmica, seja de atuação profissional) na tentativa de compreender como os fenômenos psicológicos (básicos ou superiores) são mobilizados a fim de estruturar e subsidiar a formação do indivíduo, levando em consideração seus aspectos biológicos, seu ambiente e o contexto físico-social. O conceito de personalidade, segundo Funder (2001), precisa ser encarado na busca por sua compreensão, a partir de três possibilidades (aplicações): Figura 3 – Conceito de personalidade / Fonte: adaptado de Funder (2001). A partir desta perspectiva, como se pode definir o conceito de personalidade? Conforme Hall e Lindzey (1984), muitas e variadas são as maneiras de se buscar a definição do que venha a ser personalidade. A grosso modo, os autores identificam suas “constelações” (agrupamentos) em: (a) naquelas que a relacionam às habilidades sociais; e (b) pela impressão que a https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com pessoa provoca nos outros. Se na primeira “constelação” de teorias o indivíduo pode se modificar, ser “treinado” e “modificar” sua personalidade, na segunda “constelação” ele simplesmente altera a condição de“ser”. A perspectiva adaptada pelo observador para empreender a análise e a avaliação do que venha a ser a personalidade de alguém definirá, consubstancialmente, seu entendimentosobre a natureza e as implicações individuais ( teoricamente ), ambientais ( empiricamente ) e sociais ( institucionalmente ) (FUNDER, 2001). Para Funder (2001), será, especificamente, esta delimitação que definirá qual corrente teórica será selecionada e, por conseguinte, qual aspecto será valorizado. Isso implicará a construção de diferentes significados sobre o conceito de personalidade. Numa tentativa mais simplista, tomemos a seguinte postura. Daremos ao termo [...] globalizante [...] o termo personalidade se refere a tudo quanto diz respeito ao indivíduo[;] integradora [onde] a personalidade é a organização dada aos vários comportamentos do indivíduo, [ou] uma força ativa dentro do indivíduo[;] [como] ajustamento do indivíduo, [a personalidade reuniria] os diversos esforços que o indivíduo faz para ajustar-se[;] [como] aspectos únicos ou individuais do comportamento, [designando] aspectos próprios do indivíduo e pelos quais ele se distingue dos outros[;] [e por último, uma que designe] a essência do homem, [ou seja, se refere àquilo] que é mais representativo no indivíduo, não apenas ao que o distingue dos outros, mas ao que realmente ele é (HALL; LINDZEY, 1984, p. 6-7). Nenhuma definição será suficientemente, completa, como é possível perceber, quando a intenção é delimitar o que é personalidade, pois, como destacado, cada perspectiva teórica, de uma forma ou de outra, dará mais ênfase um dado aspecto. Hall e Lindzey (1984, p. 7) já haviam afirmado que “[...] a personalidade [pode] ser definida [como] um conjunto de valores ou termos descritivos usados para caracterizar o indivíduo estudado de acordo com as variáveis ou dimensões que ocupam posição central na teoria adotada”. Para fins didáticos, adotaremos o seguinte norte para nossa trilha de aprendizagem sobre as teorias da personalidade. O itinerário será: (a) Teoria Psicanalítica; (b) Teoria Comportamental; (c) Teoria Humanista; e (d) Teoria Cognitiva. Nas próximas aulas desta unidade seguiremos este caminho. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com TEORIA PSICANALÍTICA Numa primeira tentativa de descrever e explicar a personalidade, apresentamos a Teoria Psicanalítica , ou simplesmente Psicanálise, incluída no grupo de Teorias Psicodinâmicas da Personalidade . Para a Psicanálise, a personalidade se mostra como uma consequência da dinâmica estabelecida entre as estruturas psíquicas, ou seja, os arranjos entre forças e organizações internas, conforme aponta Freud (1996- [1920]). No entanto, antes e adentrarmos em aspectos mais conceituais, descrevamos, historicamente, o que é a Psicanálise. Segundo Sigmund Freud (1856-1939), médico austríaco interessado em estudar os seres humanos, somos animais a partir das necessidades fisiológicas. Ele identificou que todos buscam satisfazer essas Figura 4 – Sigmund necessidades, seja com o intuito de aliviar tensão ou de obter aquilo que Freud falta . Isto posto, se há uma necessidade biológica instaurada, o comportamento será guiado com vistas a atendê-la. Freud identificou que, para isso, o indivíduo será mobilizado, com tudo a seu alcance, em sua energia, ao foco que deseja atender, tirando-o de um estado de calmaria (ação de motivação), para alçar alívio e descansar, retornando a um estado de repouso. Pense nos momentos que já sentiu sono e fome, por exemplo. Para a Psicanálise, os instintos humanos têm a capacidade de gerar desejos. Você já se pegou fissurado(a) por algo e não sossegou até que conseguisse fazer, buscar ou atender? Isso significa que você tem algum tipo de desejo, que nada mais são do que representações mentais (psíquicas) de determinadas necessidades que, por meio do corpo, nos provocam e mobilizam-se a serem atendidas. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Normalmente, o desejo satisfaz ou alivia uma tensão psíquica (similar a uma tensão corpórea). Imagine você, diante de uma plateia, iniciando uma palestra, um curso ou uma conferência em um congresso de vendas. O estômago embrulha, a mão transpira, a voz fica trêmula, ou seja, você não vê a hora de sair de lá para aliviar a tensão de estar diante a plateia. No entanto, não pode satisfazer a tudo o tempo todo, então é necessário ir até o fim do discurso para produzir este efeito. Será esta intensa busca que balizará a estruturação da personalidade. Para a Psicanálise, a personalidade é arquitetada a partir de três estruturas básicas: o ID, o Ego e o Superego. Freud (1996[1923]) identificou estas três partes da mente humana formam uma estrutura, uma trindade, que, ao mesmo tempo, ocupa a mente do indivíduo (psiquê). A estrutura da imagem respeita uma condição: conteúdos, assuntos, temas e outras questões identificadas como indesejáveis, ou muito complicadas de serem tratadas em nível consciente, ficam inconscientes para o indivíduo. O Figura 5 – Parte consciente e ID é a parte na qual são depositados os impulsos. Fonte dos desejos. Sua inconsciente da premissa básica: buscar satisfação ou evitar desprazer. Entretanto, tais mente impulsos irracionais não diferenciam representação mental de objeto real (realidade de fantasia). Assim, durante o desenvolvimento humano, a mente cria uma segunda parte da mente: o Ego – parte na qual se constrói o senso de realidade. A partir da criação do Ego, os impulsos irracionais serão controlados, ou seja, é só a partir de situações possíveis e passíveis de realidade que o desejo ou tensão será atendido. Entretanto, como decidir o que se pode e o que não se pode fazer e o que se deve, ou não, fazer. Assim, uma terceira parte desponta como parâmetro: o Superego – parte responsável pela “normatização” da mente. Sofre forte influência externa (cultural) e tem a função de estabelecer qual modelo ideal de comportamento deve-se seguir. O Superego atua controlando o Ego e reprimindo os impulsos. Em suma, o Ego atua como administrador, gestor de conflitos de duas forças em embate constante, como se vê na imagem a seguir: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Figura 6 – Diferença entre ID, Ego e Superego / Fonte: adaptado de Freud (1996[1923]). A Psicanálise se imbuiu em entender, justamente, como se dá o desenvolvimento da dinâmica psíquica de mobilização da energia para satisfazer, adiar ou impedir satisfação de desejos e a evitação de desprazer. Compreender esta batalha cotidiana dentro de nós define quem somos e como nos comportamos. Em uma frase, resume- se: há um esforço constante (Ego) em equilibrar impulsos (ID) e o controle moral (Superego). Freud afirmava que gastamos muita energia para mantermos isso e o equilíbrio dessa dinâmica energética de repressões e impulsos (psicodinâmica) precisa ser estabelecido pela sociedade (escola, família, cultura). Marcuse (1964), grande sociólogo alemão e entusiasta da Psicanálise, apontava que a personalidade, via de regra, é formada nos primeiros anos de vida, até por volta dos 7-8 anos. Ele destaca que o Ego vai sendo construído de forma a conseguir lidar com os desejos do Id, ou seja, o indivíduo começa a se capacitar com vistas a solucionar as demandas provocadas por esses impulsos irracionais (vontades, medos, desejos etc.), articulando-as com as demandas e exigências imputadas pelo mundo externo, por exemplo, metas de vendas a serem entregues, comportamento ético a ser seguido, entre outras. Frente a esses conflitos não dirimidos ao nível da consciência, Freud (1996[1894]) percebeu o surgimento de metaprocessos, ou seja, processos em nível subconsciente (entre os níveis consciente e inconsciente) que são lançados a mão pelo Ego para tentar resolver, ou pelo menos aliviar o sofrimento causado. Ele osdenominou de “mecanismos de defesa”, recursos utilizados diante deste conflito entre o ID e o Superego, a fim de promover uma solução mínima possível, ou seja, uma defesa para que a mente humana não se desfaça. Diversos são os mecanismos de defesa . Freud conseguiu, ao longo de seus estudos, identificar alguns mais comumente utilizados pelos indivíduos, até mesmo por questões culturais (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2011). São eles: Figura 7 – Mecanismos de defesa / Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (2011). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Freud (1996[1930]) destaca que sempre haverá algum grau de conflito presente no ser humano, desde seu nascimento até a fim de sua vida. Logo, o indivíduo, tem a capacidade de estabelecer maneiras satisfatórias de agir no mundo: amar, trabalhar, se exercitar etc. TEORIA COMPORTAMENTAL As ditas Teorias Comportamentais , ou teorias da aprendizagem social, têm como premissa a busca pela elaboração de um modelo que explique como o comportamento humano se constrói, e fazem uso de normativas científicas de investigação com a experimentação, a correlação e a observação. Os adeptos destas teorias se baseiam na perspectiva de que os processos mais significativos giram em torno do ajustamento humano ao contexto em que esteja inserido . Logo, o comportamento humano é entendido como algo que pode ser observado, medido e aprendido. Diferentes conjuntos de condições ambientais exercem efeito sobre nosso comportamento. Paras teóricos dessas perspectivas, é a partir da relação entre comportamento e condições ambientais que se pode definir uma concepção de personalidade, representada a seguir: Figura 8 – Relação entre comportamento e condições ambientais / Fonte: adaptado de Skinner (1994). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Dentre as teorias comportamentais, os modelos mais tradicionais concebem a personalidade como: Behaviorismo Metodológico : conjunto de comportamentos que, basicamente, envolvem respostas públicas de um dado indivíduo. O estudo da personalidade se estabelece, sob esta percepção, a partir de suas dimensões diretamente observáveis e passiveis de replicação (o pensamento, por exemplo, careceria de capacidade observacional). Beaviorismo Radical : organização do comportamento em dois grandes grupos de interações: o comportamento como reposta a algum evento ou estímulo (respondente) e o comportamento como antecipação a algum evento ou estímulo (operante). As Teorias Comportamentais, deste modo, entendem personalidade como: [...] um artifício para representar um sistema de respostas funcionalmente unificado [algo que se refere] a um modo de ação comum. Em uma mesma pele encontramos o homem de ação e o sonhador, o solitário e o de espírito social [...]. Por outro lado, uma personalidade pode se restringir a um tipo particular de ocasião [...]. Tipos de comportamento que são eficazes ao conseguir reforço em uma ocasião A são mantidos juntos e distintos daqueles eficazes na ocasião B. Então a personalidade de alguém [junto à família pode variar daquela] na presença de amigos íntimos (SKINNER, 1994, p. 273). A fim de ilustrar de forma mais emblemática a perspectiva das Teorias Comportamentais, elegeremos o Behaviorismo Radical como o representante para a presente discussão. Isto, pois, ao contrário de teorias psicodinâmicas, por exemplo, o Behaviorismo Radical compreende a personalidade considerando princípios de aprendizagem, ou seja, algo que pode ser adquirido, aprendido e mantido num ambiente por esquemas de reforçamento/punição. Assim, a forma de ser (de se comportar) no mundo é estabelecida a partir de elementos de controle ambientais ou variáveis (estímulos ou contingências) presentes num determinado contexto. A fim de explicar melhor essa dinâmica, Skinner elenca alguns princípios norteadores: Condicionamento respondente : aquele comportamento que surge em resposta a um estímulo ambiental. Dito de outra forma, trata-se de um estímulo que tenha poder de provocar um dado comportamento. O condicionamento respondente foi divulgado, principalmente, pelos trabalhos de Ivan Pavlov (1849-1936), que o compreendia como um fenômeno em interação. Seus trabalhos consistiam na busca para explicar a origem de comportamentos reflexos, ao longo da história de vida de um indivíduo. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: o autor. Condicionamento operante : comportamento por meio do qual o ser humano atua no ambiente em que está inserido. Logo, falar de personalidade, à luz do Comportamentalismo, é destacar como os indivíduos frequentam e modificam o mundo em que vivem. Cada pessoa se comporta no meio a partir de princípios do condicionamento, no caso, o operante. Aprendemos, ao logo de nossas vidas, formas de atuarmos e modificarmos o meio em que vivemos, desde as mais simples até os padrões mais complexos. Skinner (1994) entendia que discutir personalidade remete a erigir um entendimento sobre ações e atitudes (os comportamentos de intervenção) do indivíduo sobre o ambiente, bem como os diversos aspectos do mundo. Fonte: adaptado de Skinner (1994). As consequências de nossas ações regulam o que fazemos (as circunstâncias antecedentes para sua ocorrência futura do comportamento), pois, ao adotarmos este ou aquele comportamento, o fazemos em função dos efeitos no ambiente e pelas circunstâncias que os precedem. Para os comportamentalistas, o indivíduo acaba por se posicionar no mundo a fim de produzir certas consequências e, não, pela sua forma. Pense naquela reunião em que você é convidado a sugerir formas de melhorar o desempenho de uma dada equipe problemática. As várias formas de se comportar serão “filtradas” e sugeridas em razão da probabilidade de trazerem melhores resultados e, não, porque você se sente mais afável com o jeito de trabalhar. Whaley e Malott (1981) afirmam que quando uma consequência segue um comportamento e aumenta sua probabilidade de ocorrência futura, essa consequência é chamada de reforço . Este reforçamento designa o aumento real da frequência do comportamento em si. No outro lado da moeda, quando há a diminuição da probabilidade de ocorrência futura, os autores destacam a existência da punição . Sob este viés, o termo “personalidade” nada mais se refere do que a um padrão de comportamento aprendido, adquirido e mantido por contingências (um conjunto de estímulos antecedentes e precedentes no meio ambiente, como a história da espécie, do indivíduo e a cultura). Por conseguinte, traços de personalidade referem-se a padrões de comportamento, em tese, estruturados a repertórios individuais e instalados ao longo da história de cada um. A história de reforçamentos e condicionamentos de cada indivíduo e sua interação com o contexto mudou-muda- mudará ou foi-está sendo-será modificada. Logo, o comportamento será diferente no modo de agir de cada pessoa. Nesta ótica, o ser humano é compreendido a partir das determinações em que está inserido (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2011). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com TEORIA HUMANISTA O grande nome da teoria humanista da personalidade, é Carl Rogers (1902-1987), o qual destacava a relação entre os valores e as normas sociais e sua influência no comportamento humano. Pois para os humanistas existe uma tendência, em todo ser vivo, para a busca do aumento de sua complexidade, seu desenvolvimento, sua melhora. Essa tendência é a mais forte encontrada nos seres humanos. Logo, em geral, todas as pessoas possuem dentro de si uma tendência a aprimorarem-se, sempre. Rogers (2002)identificou que todas as pessoas materializam, em seu dia a dia, um processo de crescimento por meio de um conceito denominado, por elas, como “tendência para a realização” ou autorrealização. Se analisarmos comportamentos, muitas vezes, considerados cruéis ou autodestrutivos, à luz da “autorrealização”, veremos formas defensivas de atuação, ou maneiras inadequadas de comportamento aprendidas. O humanista entende que todo o comportamento, em seu cerne, carrega uma motivação “boa”. Tal comportamento busca oferecer ao indivíduo uma maior e melhor integração consigo mesmo e com outros com que se relaciona. No entanto, quem guia essas ações com um propósito tão benéfico, ou mesmo benevolente? Para Rogers (2001), a estrutura da personalidade se pauta a partir de um“processo organísmico de valoração”, o qual: a. Avalia as experiências vividas. b. Julga as experiências que contribuem e aquelas que prejudicam a autorrealização. c. Direciona a pessoa para posições benéficas, afastando-a das posições prejudiciais. d. Constitui-se como uma experiência interna, subjetiva, natural e inerente ao sujeito. e. Caracteriza-se como uma experiência singular à pessoa e a sua referência principal. O comportamento é orientado, para sempre, a algo que promova uma melhora do indivíduo. A questão é que muitas vezes este processo mostra-se conflitante com as normas sociais (balizado https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com pelas particularidades de um dado momento histórico e social no qual o comportamento se dá). Rogers (2001) destaca que o descompasso ocorre, justamente, se a pessoa, ao internalizar as regras e valores socioculturais, “abafa” seu processo organísmico de valoração. Isso acarreta o surgimento de sentimentos de medo e atitudes defensivas que, frequentemente, afastam-na de uma vida mais sustentável e saudável. Este tipo de situação é facilmente percebido quando identificamos pessoas que adotam posturas mais defensivas em relação à vida, como evitar novas experiências e vivências, de ordem subjetiva ou objetiva. Quanto menos experiências, menor será a capacidade de interação com outras pessoas e de resolver e dirimir conflitos. Entretanto, são menos situações que podem gerar, criar e encontrar alternativas que empoderem o indivíduo na tomada de decisões, fator imprescindível no contexto organizacional. As ações dos indivíduos são norteadas, em grande parte, pela percepção de si criada a partir do processo organísmico de valoração. A confrontação entre a percepção de si “real” e “ideal” (oriunda de expectativas e valores advindos da sociedade) gera uma “congruência” ou uma “incongruência” (experiência de conflito entre o que se é e o que se quer ser). Quando ocorre incongruência, maior é a dependência de referências externas para organizar seu processo de realização. As experiências vividas pelo indivíduo tendem a ser percebidas não como algo bom, levando-o a adotar hábitos defensivos, não muito saudáveis. Para Rogers (2001; 2002), a incongruência só pode ser evitada quando se possibilitam experiências fundamentadas em uma “consideração positiva incondicional”. Isso, em geral, gera fortalecimento para a percepção de um ambiente mais seguro e dá as bases para o desenvolvimento de autoconfiança, bem como a capacidade mais ampliada de abertura para novas possibilidades de vivências, experimentando formas de agir e atuar no contexto e utilizando recursos como criatividade e resiliência. Para a Teoria Humanista, a personalidade é compreendida como uma síntese da própria vida empreendida pela pessoa. A palavra de ordem é o grau de autonomia construído pelo indivíduo e sua capacidade de agir, de julgar, de compreender e de aceitar-se. TEORIA COGNITIVA https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Em grande parte, a principal preocupação das Teorias Cognitivas é a construção de uma compreensão sobre o funcionamento da mente humana. Em seus estudos, os teóricos desta escola das Ciências Psicológicas empenham-se em sistematizar os processos mentais envolvidos com a aprendizagem (cognição), bem como aqueles da sensação, da percepção, da memória etc. No que se refere o constructo da personalidade, tudo orbita em torno de como o conceito se encaixa na organização geral dos elementos mentais. Para os cognitivistas, conhecer as dimensões em termos de processos e a sua operacionalização é o que baseia as avaliações adequadas e, assim, procede as intervenções individualizadas. Para a Escola Cognitiva, é necessário entender como o ser humano processa informações, além das leis e regras de funcionamento e as estratégias de intervenção criadas para enfrentar dificuldades e problemas. Sternberg (2010) faz uma comparação do cérebro humano (Sistema de Processamento de Informação Humano) a um hardware-software (Sistema de Processamento de Informação Computacional). Com isso, é possível identificar que as bases de compreensão sobre o conceito de personalidade, para os cognitivistas, residem no entendimento sobre a organização da mente. Sobre o funcionamento de cada um de seus elementos (memória, percepção, pensamento etc.), Sternberg (2010) concebe o cérebro humano com a capacidade produzir inúmeros modelos da mente, e cada um deles apresenta um arranjo diferente. Assim, similar a um modelo computacional, existem características “básicas” e características “secundárias” da mente humana. Logo, à personalidade são concebidas características básicas, estruturadas em um processo que difere em níveis de complexidade. O autor ainda destaca que as categorias comportamentais, sua combinação mais complexa de traços básicos e representações mentais, é que subsidiarão a estruturação da personalidade. Por fim, ainda será necessário a adição do conjunto daquelas características adquiridas ao longo da vida do indivíduo. As representações construídas pelo indivíduo sobre o ambiente e a situação em que se encontra governam seu comportamento (STERNBERG, 2010). Em suma, as características básicas dadas por um dado modelo de funcionamento mental se assemelham a um modelo de carro. Existem os carros hatch , os carros sedan, as peruas, os SUV, os esportivos etc. A forma como cada motorista vai utilizar e aplicar a estrutura básica dependerá de outros elementos, mas sempre condicionado às possibilidades projetadas para cada modelo de carro. Logo, quando você tem um determinado carro “rebaixado” ou pintado (modificado), este funcionará de forma diferente, ou seja, foram acrescidos opcionais que o diferenciam por completo. Com a mente humana, sob esta perspectiva, os princípios aludidos são os mesmos. A personalidade é o modelo de carro e as representações mentais são os opcionais. Segundo Sternberg (2010), as representações (os opcionais) são constituídas por crenças e esquemas que se desenvolvem e se diferenciam a partir da interação com o meio. Logo, as experiências pessoais de convívio com outros indivíduos e instituições sociais darão a tônica de desenvolvimento e comportamento humano. Para a Teoria Cognitivista, a personalidade será constituída pelos traços básicos e “secundários” (os opcionais), que serão a base para a codificação, categorização e avaliação das experiências ao longo da vida. Avançar https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/atividades UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. Para a Psicanálise, a instância denominada “Ego” é consideradauma parte essencial do aparelho psíquico, pois está em contato com a realidade externa. Como tal, tem a responsabilidade de criar: a) Os desejos. b) Os mecanismos de defesa. c) As regras. d) Os tipos de personalidade. e) Os medos. 2. Qual das principais correntes teóricas dá grande ênfase à necessidade de manter, na medida do possível, considerações positivas em relação a uma pessoa, para que ela possa ter um desenvolvimento saudável da sua personalidade? a) Psicanalítica. b) Comportamentalista. c) Humanista. d) Cognitiva. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial e) Geral. 3. O comportamentalismo compreende a personalidade a partir da concepção: a) De um esquema estímulo-resposta. b) Do inconsciente. c) De processamento de informações. d) Da busca pelo prazer. e) Da coerência do comportamento. 4. Sobre a personalidade, assinale a alternativa correta: a) Os padrões instáveis de personalidade só se formam nas idades mais avançadas da formação humana. b) Nossas autorrepresentações mentais e de nossas interações não interferem diretamente nas interações com outras pessoas. c) As pessoas se comportam sempre de forma lúcida, e sob plena consciência, compreendendo o que e o por que fazem. d) Os processos mentais superiores têm pouca influência sobre o comportamento humano. e) Os padrões instáveis de personalidade começam a se formar na infância. 5. Para as teorias cognitivas, o indivíduo se mostra capaz: a) Quando alivia tensões e medos. b) Quando utiliza recursos adquiridos no dia a dia para solucionar problemas cotidianos. c) Quando estabelece a relação condicionante ou operante. d) Quando estabelece congruência entre pensamento e comportamento. e) Quando os mecanismos de defesa estabelecem a generalização dos comportamentos. Resolução das atividades https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/resumo Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO Neste estudo iniciamos um debate sobre como a Psicologia concebe o ser humano. Em nosso itinerário, nos embrenhamos em conhecer: Como a Psicologia, em termos científicos, entende o homem (sua subjetividade e os elementos que são focados para tal: as manifestações psicológicas) e como ele possui uma diversidade de correntes teóricas para compreendê-la também, por exemplo: neurociência, evolucionista, cognitiva, comportamental, psicodinâmica, sociocultural, genética do comportamento. O conceito de personalidade e entendê-lo a partir de três aplicações (óticas): teóricas, empíricas e institucionais. Cada perspectiva teórica, de uma forma ou de outra, dará mais ênfase a um dado aspecto. A Psicanálise, que entende a personalidade como uma consequência da dinâmica estabelecida entre as estruturas psíquicas (forças e organizações internas, bem como os arranjos entre elas; inconsciente e inconsciente; e as instâncias da mente humana (ID, Ego e Superego). A Teoria Comportamental, que entende a personalidade considerando princípios de aprendizagem, ou seja, algo que pode ser adquirido, aprendido e mantido num ambiente por esquemas de reforçamento/punição. A forma de ser (de se comportar) no mundo é estabelecida a partir de elementos de controle ambientais ou variáveis (estímulos ou contingências) presentes num determinado contexto. As Teorias Humanistas, que entendem que o comportamento dos indivíduos é orientado para algo que promova sua melhora. A questão é que muitas vezes este processo mostra- se conflitante com as normas sociais (balizado pelas particularidades de um dado momento histórico e social no qual o comportamento se dá), por meio do processo organísmico de valoração e de esquemas de congruência e incongruência. As Teorias Cognitivas, que dão ênfase às leis e às regras de funcionamento, às estratégias de intervenção criadas para enfrentar dificuldades e problemas, bem como ao funcionamento do cérebro e às representações mentais. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/eu-indico Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Material Complementar Na Web O documentário “A Ciência e a Personalidade” debate a perspectiva da Psicologia e do contexto do trabalho, articulando-os a o conceito de personalidade. Para acessar o vídeo, clique no link, disponível em: Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=EctoiwME3YY https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/refer%C3%AAncias Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS ACHCAR, R. (Org.) Psicólogo brasileiro: práticas emergentes e desafios para a formação. São Paulo: Casa do Psicólogo,1994. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. CODO, W.; MERLO, A. R. C.; JACQUES, M. G. C. L. Mesa - Saúde do trabalhador: dignidade e qualidade de vida no mundo do trabalho In: LEONARDI, A. I. et al. Psicologia crítica do trabalho na sociedade contemporânea . Brasília: CFP, 2010. Disponível em: < http://site.cfp.org.br/wp-content/ uploads/2010/05/psic_trabalhoFINAL.pdf >. Acesso em: 30 jul. 2017. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Disponível em: < http://site.cfp.org.br />. Acesso em: 30 jul. 2017. DESSEN, M. C; PAZ, M. G. T. O Impacto de configurações de poder e características de personalidade. Psicologia: Teoria e Pesquisa , Brasília, v. 26, n. 3, p. 549-55, jul./set. 2010. Disponível em: < http:// www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/a18v26n3 >. Acesso em: 13 jul. 2017. FREUD, S. Obras Psicológicas Completas de Freud – Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996. _________. As neuroses e psicoses de defesa. v. III, 1984. In: _________. Obras Psicológicas Completas de Freud – Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996. _________. Além do princípio do prazer. v. XVIII. 1920. In: _________. Obras Psicológicas Completas de Freud – Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fsite.cfp.org.br%2Fwp-content%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw12ltLtXJdsvqyZn20UWWRN http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fsite.cfp.org.br%2Fwp-content%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw12ltLtXJdsvqyZn20UWWRN http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fsite.cfp.org.br&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3zmaJm3BFDO9XGmE3Kwlrahttp://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fptp%2Fv26n3%2Fa18v26n3&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2CzEGKPXdq-oa-fZLBccYd http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fptp%2Fv26n3%2Fa18v26n3&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2CzEGKPXdq-oa-fZLBccYd _________ . O ID e o Ego. v. XIX. 1923. In: . 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Vejamos algumas ponderações: Há uma relação entre configurações de poder e características individuais, bem como entre a subjetividade e sua influência sobre o bem-estar de quem trabalha e onde trabalha (organizações)? As características pessoais dos indivíduos têm impacto sobre as características da organização e o seu bem-estar (e dos trabalhadores)? Quais os principais fatores nos quais as pessoas variam e como eles se caracterizam? As características humanas (seus fatores) podem ser identificadas, inicialmente, sob cinco formatos básicos. São eles: (a) Extroversão ( extraversion ) A extroversão se refere ao grau de tolerância à estimulação sensorial vinda de outras pessoas e situações, sendo relacionada ao número e à força das interações com outras pessoas e à capacidade de estar feliz. Seu alto grau significa que o indivíduo tende a ser sociável, ativo, otimista e envolvido com muitas atividades. O oposto são pessoas reservadas e quietas. (b) Neuroticismo ( neuroticism ) O neuroticismo é o grau de sensibilidade ao estresse e de ajustamento emocional que identifica indicadores de propensão ao sofrimento psicológico. Um nível alto significa maior ansiedade, depressão, impulsividade, hostilidade e ideias irreais. Um nível baixo indica que o indivíduo lida com o estresse de forma calma e segura. Esse é um domínio bem conhecido da personalidade e que envolve, principalmente, características como: afeto positivo e negativo, ansiedade e estabilidade emocional. (c) Abertura ( openness ) A abertura refere-se ao grau de abertura a novas experiências ou formas de fazer as coisas, estando relacionada aos comportamentos de exploração. Pessoas com abertura elevada são curiosas, criativas e exploram bastante o ambiente, sendo o oposto pessoas convencionais, conservadoras e https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial rígidas. Esse é um fator que considera a percepção da pessoa quanto à flexibilidade de pensamento, fantasia, imaginação, abertura para novas experiências e interesses culturais. (d) Socialização ou amabilidade ( agreeableness ) A socialização , ou amabilidade , indica a tendência do indivíduo a ser socialmente agradável, caloroso e dócil. Refere-se ao tipo de interação que uma pessoa mantém com as outras, estando relacionada ao grau em que esta defere ou se acomoda aos outros, que pode variar de compaixão a antagonismo. Elevados níveis significam tendências generosas, prestativas e altruístas; baixos níveis indicam pessoas cínicas, com tendências manipuladoras e vingativas. (e) Realização ou conscienciosidade ( conscientiousness ). A realização , ou conscienciosidade , agrupa características que se relacionam com a responsabilidade e a honestidade, de um lado, e a negligência e irresponsabilidade, de outro. Tal fator refere-se ao grau em que os indivíduos lutam por seus objetivos. Pessoas conscienciosas são mais organizadas, persistentes, decididas, ambiciosas e perseverantes. O contrário corresponde a pessoas descuidadas, negligentes e sem objetivos claros. É possível apreender, rapidamente, que há uma possível relação entre características individuais e organizacionais e o bem-estar no trabalho. Esta conclusão advém da premissa de que existem várias configurações de poder que explicam o bem-estar e será preciso analisar as características de personalidade dos indivíduos que impactam o cotidiano organizacional frente às diversas relações existentes. Dessen e Paz (2010) têm a concepção de que o bem-estar pessoal, bem como as relações de troca entre o trabalhador e a organização precisam ser considerados. A maneira como é estabelecida a relação entre eles será a marca do contrato social erigido, que terá em suas partes: (a) o trabalhador, que fornece sua força de trabalho para a (b) organização, que, em troca, retorna uma contrapartida (o salário, por exemplo). Portanto, a negociação caracteriza esta relação. Logo, o bem-estar decorrerá de como as relações de reciprocidade serão estabelecidas entre as partes (trabalhador e organização). Os autores destacam que o bem-estar será afetado por características e pela forma com que a organização se estrutura. Fonte: adaptado de Dessen e Paz (2010). REFERÊNCIAS DESSEN, M. C; PAZ, M. G. T. O Impacto de configurações de poder e características de personalidade. Psicologia: Teoria e Pesquisa , Brasília, v. 26, n. 3, p. 549-55, jul./set. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/a18v26n3 >. Acesso em: 13 jul. 2017. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fptp%2Fv26n3%2Fa18v26n3&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2CzEGKPXdq-oa-fZLBccYd https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; MORENO, Bruno Stramandinoli. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/editorialhttps://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial Introdução à Psicologia do Trabalho. Bruno Stramandinoli Moreno. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 38 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Psicologia . 2. Trabalho . 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 150 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação PROCESSOS PSICOLÓGICOS E CONTEXTO DO TRABALHO Professor : Me. Bruno Stramandinoli Moreno Objetivos de aprendizagem • Conhecer o fenômeno da percepção e outros aspectos que orientam o comportamento dos indivíduos e suas decisões no mundo do trabalho. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial • Entender o que são emoções, empatia e inteligência emocional e o modo como interferem no comportamento humano no contexto do trabalho. • Compreender o fenômeno da aprendizagem no mundo do trabalho e como influencia as decisões dos indivíduos. • Conhecer o que é memória e suas implicações sobre o comportamento humano no trabalho, bem como as decisões tomadas. • Entender o que é resiliência e como esse fenômeno está relacionado ao comportamento dos indivíduos nas organizações e à tomada de decisões. Plano de estudo • Percepção, Objetividade e Subjetividade • Emoções, Empatia e Inteligência Emocional • Aprendizagem e Contexto do Trabalho • Memória • Resiliência nas Organizações de Trabalho Introdução Os processos psicológicos são aqui entendidos como fenômenos que têm a capacidade de definir o funcionamento dos sistemas psicológicos mais gerais. Esta leitura nos possibilita assumir a concepção de que será possível entender por que adotamos certos comportamentos, sejam eles https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://getfireshot.com normais ou patológicos (IENPPB, 2010). Faça-se a seguintes perguntas: “Eu era tão inseguro na escola, por quê?” (ascensão social); “Por que é melhor que minha(meu) amiga(o) seja menos inteligente?” (efeito contraste); “Por que quando experenciamos algo bom, mais rápido passa?” (percepção do tempo); “Já fiquei com uma palavra na ponta da língua? E só lembrei depois que...” (memória); “Por que, quando fazemos a aquilo que gostamos, aprendemos mais rápido?” (aprendizagem); e “Por que é melhor beijar no topo da torre Eiffel do que no ponto de ônibus?” (emoção). Você já deve ter se perguntado sobre questões como esta e outras, pois elas refletem fatos e situações cotidianas. Tenho certeza que ficaríamos horas elencando. Justamente por esta condição prática e próxima de nossa realidade, nesta unidade, proponho seguirmos uma maneira mais prática de discussão. Assim, ao longo das aulas, serão apresentados alguns estudos e experiências psicológicas, para termos uma compreensão mais clara sobre tais processos psicológicos. Isso será muito útil para entendermos as implicações e a dinâmica psicológica no âmbito do trabalho. Obviamente, tais processos fazem parte do meu e do seu dia a dia e são exigidos em diferentes níveis, momentos e situações. Uma ressalva: é importante que, ao longo da leitura, principalmente pelas pesquisas apresentadas, tomemos como parâmetro que os participantes (sujeitos) das experiências citadas são “manipulados”, ou seja, eles não têm conhecimento do verdadeiro objetivo da pesquisa. Dito isto, bom estudo! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação PERCEPÇÃO, OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE A percepção é influenciada por fatores individuais que selecionam os estímulos que serão focados. Assim, percebemos somente aquilo que se apresenta em estado de congruência com os valores, as atitudes e os desejos que nos mobilizam. É desta forma que ocorre a seleção do que percebemos. Tome por óbvio que, quando sentimos necessidade de algo, nossa percepção irá se aguçar de modo a perceber aquilo ao redor que possa nos atender, ou que, pelo menos, acreditamos ser possível. A fim de esclarecer melhor essa ideia, veja uma cena que pode facilitar o entendimento desta citação. Imagine a seguinte situação: Por volta das 23h, você está retornando de uma sessão de cinema, sozinho(a), por uma rua relativamente pouco movimentada, quase deserta, e chega ao portão de sua casa/condomínio. Subitamente, na esquina do quarteirão, surge um homem de quase 2 metros de altura, significativamente forte, correndo em sua direção. Qual será a sua primeira impressão? 1ª opção: Claro, está perdido e veio pedir informações. 2ª opção: É assalto! https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial 3ª opção: Senhor, a minh’alma é Sua! 4ª opção: Oba, é hoje! 5ª opção: A lista é infinita! Como você já deve ter identificado, a escolha está condicionada à junção e articulação dos fatores individuais (valores, atitudes, expectativas etc.) e ao momento em que você se encontra. A mesma situação pode ocorrer várias vezes e suscitar respostas diferentes em todas elas. Experimentos Psicológicos sobre a Percepção A seguir, serão apresentadas algumas experiências que auxiliarão a definir o que e como a percepção atua na construção do comportamento humano, bem como na forma de atuar no ambiente em que estamos inseridos. Pesquisa 1 [...] pesquisadores pediram a 46 enfermeiros(as) que estimassem a altura de várias pessoas pertencentes a seu local de trabalho. Sem auxílio de qualquer instrumento de medida, tinham que avaliar a altura do médico, a quem assistia, diretamente, assim de seu(sua) supervisor(a), como a de seus colegas de trabalho. [...] observaram que existia uma relação entre o status da pessoa a ser avaliada e a estimativa da altura: quanto mais autoridade tinha a pessoa, maior era a diferença entre sua altura real e a que era estimada pelos(as) enfermeiros(as) (CICCOTTI, 2010, p. 20). Pesquisa 2 Os pesquisadores [...] mostram em uma série de trabalhos que jovens estagiários eram capazes de estimar sem grande dificuldade a quantidade de papel sulfite (comum) para impressão de documentos em seus respectivos departamentos, em uma dada empresa. Contudo, quando não se trata mais de papel comum e sim reciclado, a quantidade deste último passa a ser superestimado. Embora ele seja proporcionalmente do mesmo tamanho e com a mesma usabilidade e destino que o papel comum, os jovens estagiários o percebem como inferior. O que chama a atenção é que a qualidade percebida do papel reciclado pode ser influenciada por seu valor subjetivo de compra: em sua experiência, os jovens estagiáriosprovenientes das famílias mais pobres, para as quais o valor de compra do papel reciclado é relativamente elevado, estimam seu valor como sensivelmente maior que os jovens estagiários provenientes das famílias mais abastadas (CICCOTTI, 2010, p. 20). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Entendimento das pesquisas 1 e 2: O elemento social que delimitamos a pessoas e objetos, bem como sua importância, tem influência em nossa percepção. Parece que a percepção está ligada à ascensão social (importância social atribuída). A percepção humana tende identificar/ compreender como mais, ou menos, relevantes objetos/pessoas que possuam valor social considerado mais/menos importante (CICCOTTI, 2010). Pesquisa 3 Em uma de suas experiências, pesquisadores transmitiram para vendedores masculinos de uma empresa de tecnologia dois programas televisivos diferentes. A metade a deles assistia a um episódio de “As panteras (Charlie’s Angels)”, a outra, a um episódio de um programa qualquer. A seguir, eles pediram que os vendedores avaliassem a fotografia de uma desconhecida e que lhe atribuíssem uma nota. É divertido constatar que aqueles que haviam assistido ao episódio de “As panteras” julgavam a desconhecida muito menos sedutora que aqueles que haviam visto outro programa (CICCOTTI, 2010, p. 21-22). Pesquisa 4 Pesquisadores [...] pediram simplesmente que atendentes de call center (mulheres) observassem fotografias de outras mulheres. Em uma condição, a foto representava uma pessoa muito bonita, enquanto para as participantes da outra condição tratava-se da foto de uma pessoa comum. Logo depois os pesquisadores pediram que as atendentes se autoavaliassem em várias dimensões. Os resultados mostraram que as participantes que haviam sido previamente expostas a fotos de mulheres muito atraentes se julgavam menos atraentes e se achavam profissionais menos aceitáveis do que as atendentes que haviam visto fotos de mulheres mais comuns [...] (CICCOTTI, 2010, p. 22-23). Pesquisa 5 Em um estudo [...] participantes acreditavam estar presentes em uma entrevista para um novo emprego. Cada um deles devia esperar sozinho em uma sala antes de ver o recrutador. Depois de alguns instantes, outro postulante (cúmplice) entrava e https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com se sentava em uma cadeira. Em uma condição, esse recém-chegado era muito elegante, com uma pequena maleta que ele abria de tempos em tempos para deixar seu conteúdo à mostra: material de boa qualidade, bem organizado. Em uma outra condição, a pessoa era muito negligente. Vestia um suéter cheio de manchas e parecia estar com a barba sem fazer havia alguns dias. Em seguida, diferentes documentos a ser preenchidos eram entregues aos sujeitos da experiência. Entre esses documentos havia uma escala que permitia avaliar a autoestima. Os resultados mostraram que a entrada do ‘Sr. Limpo’ havia conduzido a uma queda importante da autoestima dos participantes, e ado ‘Sr. Sujo’, a um aumento [...] (CICCOTTI, 2010, p. 23-24). Entendimento das pesquisas 3, 4 e 5 (CICCOTTI, 2010, p. 21-24): Pesquisa 3 : parece que a beleza das atrizes da série fez, por contraste, da desconhecida, a amiga feia. A isso podemos chamar de efeito contraste. Pesquisa 4 : o efeito contraste, em alguns momentos, pode jogar a favor, pois, quando uma mulher (ou um homem) tem um físico “médio”, parecerá mais atraente se ela(ele) entrar em uma sala na qual estiverem presentes mulheres(homens) sem atrativos. Pesquisa 5 : o efeito contraste, já em outras circunstâncias, em alguns momentos, pode atuar como um obstáculo à avaliação. Normalmente quem avalia será influenciado pela qualidade da tarefa precedente. O efeito contraste pode ser positivo, quando utilizado em benefício próprio. Por exemplo, ao assistir a um comercial, faça uma análise identificando as mensagens que procuram se aproveitar de você e aproveite-se você delas. Quando for comprar uma roupa nova, ou for ao supermercado, identifique a disposição dos produtos a fim de estimulá-lo a comprar mais e sem necessidade. Pesquisa 6 Nesse estudo, 22 clientes não fumantes (12 homens e 10 mulheres) e 20 clientes fumantes regulares (12 homens e 8 mulheres), com idades entre 18 e 41 anos, foram convidados a estimar a duração de um intervalo de tempo que durava [exatos] 1 minuto, durante o atendimento em uma loja de conveniência. Os clientes fumantes tinham que participar de duas sessões: uma vez fumando como de hábito, e uma outra vez depois que tivessem ficado sem fumar durante 24 horas. O pesquisador dava a todos os participantes a seguinte instrução: “Entrarei diante de vocês e pronunciarei a palavra início e depois a palavra fim. Vocês tentarão estimar o tempo, em segundos, que separa essas duas palavras. Procurem não contar. Digam-me apenas quanto tempo passou”. Os resultados mostraram que as avaliações de tempo feitas pelos clientes não fumantes e pelos clientes fumantes antes do período de abstinência são parecidas e relativamente precisas. Em compensação, depois de 24 horas sem cigarros, a exatidão dos clientes fumantes diminui sensivelmente em comparação com as estimativas dos clientes não fumantes e com suas próprias avaliações antes do período de abstinência. O tempo https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com dura mais para clientes fumantes em um período de abstinência [...] (CICCOTTI, 2010, p. 69-70). Pesquisa 7 Em uma pesquisa, pedia-se a gerentes que esperassem em uma sala para realizar uma reunião com o presidente de uma empresa. Em uma das condições, deixava-se ouvir música pop na sala; na outra, não havia música alguma. Quando se pediu aos gerentes que avaliassem o tempo de espera, aqueles que ouviram música julgaram que o tempo passado era mais curto que as estimativas feitas pelos outros (CICCOTTI, 2010, p. 70). Pesquisa 8 Em [...] uma experiência, trabalhadores da área industrial, quando ligavam à área de Recursos Humanos, foram colocados em uma espera telefônica. Em uma condição, a mensagem de espera era acompanhada por uma música; em outra condição, não havia música. Os resultados mostraram que a música conduz a avaliar o tempo passado como mais curto do que na outra condição sem música (CICCOTTI, 2010, p. 70-71). Entendimento das pesquisas 6, 7 e 8: A dificuldade de estimar exatamente o tempo que passa e uma propensão a julgá- lo mais longo do que ele é na realidade está, normalmente, ligado a uma sensação desagradável. Logo, a percepção que temos do tempo está ligada, sobretudo, ao nosso relógio fisiológico interno. Certos acontecimentos agem sobre essa “mola neural” e podem provocar modificações do tempo percebido. Isso envolve temperatura, ruídos, luminosidade, cheiros mais agressivos ao olfato, entre outros fatores. Nossa percepção do tempo também pode ser modificada por certos hormônios, como a dopamina. A adrenalina também possui efeitos sobre nosso “cronômetro psíquico”, acelerando-o. Com isso, na estrada, se estamos com pressa, estressados e atrasados, temos realmente a impressão de que o universo conspira contra nós, criando a desagradável tendência a querer “acelerar” as outras pessoas (CICCOTTI, 2010, p. 69-71). Da maneira geral, compreendemos que perceber o ambiente a nossa volta dependerá, também, das características dos estímulos percebidos e com que frequência, intensidade e dinâmica eles ocorrem, ou seja, a forma como são apresentados. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Repare na imagem a seguir: Você consegue identificar algumas “faces”? Neste momento, percebê-las ou não, estará condicionadoàqueles elementos destacados pelas pesquisas apresentadas. A percepção se refere a um tipo de processo psicológico que consiste na recepção de estímulos pelas pessoas por meio de vários sentidos e sua subsequente interpretação. A impressão que cada um constrói do mundo é sempre singular, pois as experiências vivenciadas pelo indivíduo (sua história passada, o ambiente físico e social ao qual estava inserido, sua personalidade e sua estrutura fisiológica e psicológica) são particulares. EMOÇÕES, EMPATIA E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Diante as várias situações do dia a dia, nos pegamos lidando desta ou daquela forma, pois as situações nos mobilizam a agir, ou deixar de fazê-lo. Entretanto, por que fazemos o que fazemos? Por que adotamos esta ou aquela postura diante de algo mais ou menos intenso? https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Você já se pegou sentindo o coração disparado, acelerando? Corando as faces? Gaguejando? Levantando a voz para alguém conhecido, ou mesmo desconhecido? Nossas reações são fruto, em grande parte, de componentes emocionais. Fonte: adaptado de Goleman (1995). O que são as emoções? Veja algumas abordagens a seguir sobre o conceito de emoção: Figura 1 – Conceito de emoção Fonte: adaptado de Gondim e Siqueira (2004). Vejamos o que Goleman (1995, p. 32) tem a nos dizer sobre isso: [A] espécie humana deu à emoção um papel tão essencial em nosso psiquismo, [...] uma ascendência do coração sobre a razão. São as nossas emoções [...] que nos orientam quando diante de um impasse e quando temos de tomar providências importantes demais para que sejam deixadas a cargo unicamente do intelecto – em situações de perigo, na experimentação da dor causada por uma perda, na necessidade de não perder a perspectiva apesar dos percalços, na ligação com um companheiro, na formação de uma família. Para o autor, cada tipo de emoção vivenciada foi selecionada (pois provou ser a escolha mais acertada) ao longo da história da espécie e nos “programou” a agirmos de forma imediata, pois em diversas situações precisaremos agir prontamente. Inicialmente, as emoções funcionavam, de forma geral, como uma caixa de ferramentas utilizada pelo ser humano a fim de garantir a sobrevivência. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Nos tempos mais atuais, nos capacitam a enfrentar as situações do cotidiano de forma mais preparada. Goleman (1995) identifica que as emoções são respostas (comportamentos) programadas, em nível cerebral, para posicionamentos e enfrentamento de situações específicas, tais como: Figura 2 – Emoções como resposta Fonte: adaptado de Goleman (1995). Ainda nesta perspectiva, cabe ressaltar que as emoções são influenciadas pelas experiências vivenciadas e pelas questões socioculturais que as circundam e as emolduram como atualidades e conveniências. Nada mais são que um processo de up date (atualização) para melhor nos prepararmos. Veja, por exemplo, quando há a morte de um ente querido. Em culturas mais ocidentais, fazemos todo um ritual para nos despedirmos deste ente, seja de ordem mias religiosa ou afetiva (mas no fim das contas sentimos sua ausência, a perda). Já nas culturas mais orientais, os rituais normalmente estão relacionados a uma comemoração ao outro nível de existência, na qual não se reverencia a perda, mas a alegria de “passar desta para uma melhor”. Para ilustrar melhor essas questões, observe o que algumas pesquisas indicam no intuito de compreendermos como atuam e o papel das emoções para o ser humano: Pesquisa 1 Um pesquisador [...] realizou um estudo no qual gerentes deveriam ver dez fotografias eróticas ouvindo, com fones, o som de seus batimentos cardíacos. Os participantes não sabiam que o que eles ouviam eram fitas previamente gravadas. Às vezes os indivíduos ouviam o ritmo dos batimentos se acelerar, mas na maior parte do tempo este permanecia calmo. No final da experiência, [o pesquisador] https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com pedia aos participantes que avaliassem, por ordem de preferência (de atração), as diferentes fotografias que eles haviam visto. Os resultados mostraram que os participantes gostaram mais das fotos que haviam sido combinadas com uma aceleração do ritmo dos batimentos cardíacos. O pior de tudo foi que os participantes continuavam a preferir as fotos escolhidas, mesmo depois de serem informados sobre o artifício experimental sobre o fato de terem sido manipulados (CICCOTTI, 2010, p. 294-295). Pesquisa 2 Pesquisadores [...] fizeram uma experiência em Vancouver (Canadá), em um local turístico em que passa um rio. Este é atravessado por duas pontes suspensas a 100 metros de altura. Uma delas é muito instável, estreita, feita com tábuas de madeira; é sustentada por cabos e seu corrimão é muito baixo. Esses elementos tornam sua travessia muito impressionante. A outra (ponto- controle) é uma ponte sólida que atravessa o mesmo rio. Os participantes tinham que atravessar uma das duas pontes e eram contatados por uma pessoa durante a travessia, ora um homem, ora uma mulher, com o objetivo de preencher um questionário no local. No fim do encontro, o(a) entrevistador(a) dava seu número de telefone a cada indivíduo para prosseguir a conversa mais tarde, caso o participante desejasse. Posteriormente, 9 dos 18 indivíduos contatados na ponte instável pela mulher lhe telefonaram, contra apenas 2 dos 18 que haviam sido contatados por essa mesma pessoa na ponte- controle. Desse modo, a ativação fisiológica produzida pelo caráter assustador da situação foi rotulada (atribuída) como um “despertar erótico”, que responde às caraterísticas sexuais da experimentadora (CICCOTTI, 2010, p. 295-296). Entendimento das pesquisas 1 e 2: Quando adotamos esta ou aquela postura, ou decidimos por esta ou aquela experiência, o fazemos em razão de algum efeito emocional (vertigem, medo, desejo), ou mesmo de alguma dificuldade, para rotularmos uma dada sensação (CICCOTTI, 2010, p. 295-296). Pesquisa 3 Em uma experiência [...], homens foram ativados fisiologicamente correndo 120 segundos (ativação forte), enquanto outro grupo realizou esta tarefa por apenas 15 segundos (ativação fraca). Os pesquisadores mostraram a todos esses homens um vídeo no qual podia ser vista ou uma bonita mulher, ou uma mulher sem atratividade (anteriormente avaliada como tal por outras pessoas). Explicou-se a esses homens que essa pessoa seria sua parceira em um próximo teste. Os pesquisadores pediram então aos dois grupos de homens que avaliassem (individualmente) essa mulher:“até que ponto você a acha simpática?”, “Até que ponto você a acha sensual?”, “É atraente?”, “Até que ponto você gostaria de beijá- la?”, “Até que ponto gostaria de conhecê-la?” (Todas as respostas foram adicionadas https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com e calculou-se a média). Os resultados mostraram que a mulher atraente era percebida de modo muito mais positivo pelas pessoas ativadas fisiologicamente do que pelas outras. O que também surpreendeu os pesquisadores foi que a mulher sem atrativos também era avaliada muito mais negativamente pelos homens fortemente ativados do que os outros (CICCOTTI, 2010, p. 298-299). Pesquisa 4 Outros trabalhos obtiveram os mesmos efeitos e ao mesmo tempo revelaram uma novidade: a presença do(a) namorado(a) pode bloquear o processo [...] Pesquisadores examinaram por sua vez os efeitos da ativação fisiológica residual sobre as percepções da atração sexual. Os pesquisadores foram até um parque de diversões. Eles se aproximaram de pessoas que ou esperavam para entrar em montanhasrussas ou saíam delas (ao todo, 165 rapazes e 135 moças). Mostrou-se a esses participantes uma fotografia de uma pessoa razoavelmente bonita e do sexo oposto a cada um deles. Os participantes eram convidados a avaliar a personagem da fotografia no plano da atratividade e de charme. Aqui também os resultados estiveram de acordo com as previsões da teoria da transferência de excitação: as pessoas que deram uma volta na montanha russa avaliaram o alvo como mais atraente do que aquelas que estava na fila. Com uma diferença: isso não foi verdade nos casos dos rapazes e das moças que foram dar uma volta na montanha russa em companhia de suas(seus) namoradas(os). No caso desses indivíduos, não se constatou uma diferença significativa entre aqueles que esperavam para subir no brinquedo e aqueles que saíam do caminho (CICCOTTI, 2010, p. 298-299). Entendimento das pesquisas 3 e 4 (CICCOTTI, 2010, p. 298-299): Pesquisa 3 : uma situação que precedente tem a capacidade de provocar excitação fisiológica, o que, por conseguinte pode intensificar sentimentos e percepções. A atenção e o desinteresse, neste sentido, podem ser evocados, ou seja, produzidos, pelo mesmo mecanismo. Pesquisa 4 : como evidenciado pela pesquisa, será necessário um mínimo de provocação (medo, angústia, excitação). Outro aspecto diz respeito a quantas vezes fomos expostos a, ou vivenciamos determinado tipo de “provocação”. Isso significa que as experiências anteriores (excitação fisiológica residual) têm a capacidade de aumentar o valor daquilo se está vivenciando. Imagine-se vivenciando estas duas situações: Você está voando de Brasília a Manaus num avião (que treme mais que uma Brasília 79) e você escuta um barulho que vem de fora da aeronave. O barulho, somado à percepção referente ao estado do avião, são mais do que suficientes para colocá-lo em estado de alerta. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Você foi convidado a assistir, junto com seu affair, a uma sessão de cinema retrô, com uma comédia (nem vou tentar citar uma, para não causar qualquer controvérsia, mas imagine uma que suscite a você humor). Certamente você dará boas gargalhadas. Segundo Ciccotti (2010), aparentemente, não importará muito a atividade a ser vivenciada, mas, sim, se ela mobiliza algo em você. Para alguns, assistir ao filme “Exorcista” não é tão assustador como ler o livro. No fim, o que precisa ser entendido é que haverá uma ativação fisiológica, pois, ao mesmo, tais experiências evidenciam que existe uma relação direta com o pensamento (cognição), desencadeando e orientando nossos afetos, sentimentos e percepções. Goleman (1995), por exemplo, destaca que ao procurarmos a nossa volta elementos que possam servir de causa para a presumida ativação fisiológica, entendemos por que nos emocionamos e fazemos o que fazemos. Neste sentido, parece que as emoções possuem articuladores, num extremo, à excitação fisiológica (o start do processo) e, no outro extremo, ao componente cultural (que dá o caminho). “Correndo por fora” outros três: “tempo de exposição” e “quantidade de experiência vivenciada”. Goleman (1995, p. 63) desta que: [...] a capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir num objetivo apesar dos percalços; de controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação de seus desejos; de se manter em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar; de ser empático e autoconfiante. Será, justamente, a articulação entre estas capacidades que definirá o conceito de Inteligência Emocional . Em suma, seja no contexto do trabalho ou na vida, quando se trata de administrar emoções, é preciso ter em mente: Figura 3 – Inteligência Emocional Fonte: adaptado de Ekman (2011) e Gondim e Siqueira (2004). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Ekman (2001) salienta que as emoções preenchem nosso dia a dia e no auxiliam a entender quais gatilhos provocam nosso comportamento, hábito (útil ou não). Ao conseguimos identificar as expressões sutis que essas emoções causam em nosso colega de trabalho, em um cliente ou um subordinado da equipe, poderemos articular melhor e promover melhor qualidade de vida, por exemplo, em ambientes de trabalho caracterizados pela competitividade e pelo estresse. Entretanto, obviamente, isso não é algo fácil de se empreender, pois como o próprio autor destaca, é muito “difícil mudar o que nos emociona, [mas não é] impossível” (EKMAN, 2001, p. 244). É partir dessas ideias que se estabelece a gestão da Inteligência Emocional em contextos laborais, por exemplo, e, assim, surgem estratégias que nos capacitam a enfrentar e gerir os gatilhos que disparam emoções. Dessa forma, será possível mudar nosso comportamento, para não prejudicarmos os outros ou nós mesmos. Esta perspectiva é traduzida no contexto do trabalho por Gondim e Siqueira (2004), quando destacam duas técnicas gerenciamento das emoções: Figura 4 – Gerenciamento das emoções no trabalho Fonte: adaptado de Gondim e Siqueira (2004). Por fim, é imprescindível se atentar a como afetamos e somos afetados pelas pessoas, bem como a dinâmica do e no trabalho, de forma a zelar pelo equilíbrio emocional e, assim, favorecer o ambiente de atuação profissional em termos de processo psicossocial. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com APRENDIZAGEM E O CONTEXTO DO TRABALHO As ciências psicológicas vêm investigando o processo denominado aprendizagem há um bom tempo. Piletti (2001) acredita que este é um dos temas mais estudados (tanto na Psicologia, como em outras áreas). Podemos entender este processo psicológico a partir de duas perspectivas: Praticamente todo comportamento é aprendido. A evolução do ser humano, enquanto ser social, tem, em sua história, articulação e aprimoramento da capacidade de adaptação às mais diversas situações. Para Ausubel, Novak e Hanesian (1996, p. 9) “muitos aspectos da aprendizagem [vão além] do campo da capacidades e aptidões que permitem o desenvolvimento [do homem] em um contexto [em que esteja inserido]”. Pense em seu comportamento, suas escolhas, ações e atitudes diante das situações cotidianas. O que não foi aprendido? O aprendizado de qualquer pessoa inicia antes mesmo dela nascer e continuamos a fazê-lo. Seremos constantemente demandados a aprender, por qualquer motivo que seja! https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Numa postura mais direta, é possível definir a aprendizagem como um processo que consiste na alteração do comportamento, condicionada a experiências, vivências e comportamentos anteriormente estabelecidos. Está alicerçada na percepção da realidade, que, ao ser modificada, conduz a novas maneiras de se pensar, sentir e agir sobre o meio. Será isso que mobilizará uma mudança (alteração) no comportamento. De forma mais esquemática, o processo de aprendizagem envolve (mobiliza): (a) capacidades; (b) processos mentais; (c) modificações; e (d) resultados. Figura 5 – Aprendizagem Fonte: adaptado de Piletti (2001) e Ausubel, Novak e Hanesian (1996). Ao se discutir a aprendizagem, seja no dia a dia, seja no cotidiano do trabalho, é preciso ter mente que se está focando no uso e desenvolvimento de todos os “potenciais de ação” (capacidades e potencialidades) da pessoa em realizar algo e melhorar isso. Estas capacidades são dimensionadas a níveis físicos, mentais e afetivos. Fonte: elaborado pelo autor. Ausubel, Novak e Hanesian (1996) destacam que aprender não se limita à operação de memorização de alguma informação (decorar os conteúdos que irão cair na prova em um processo seletivo, ouos itens de um produto a ser vendido). Trata-se da articulação de pensamento, raciocínio, julgamentos, percepções, atitudes etc., mobilizando tudo isso a fim de conseguir utilizar as funções do seu novo celular ou tirar a carteira de habilitação em uma nova categoria (a E, por exemplo, demandada para trabalhar com veículos pesados). Ausubel, Novak e Hanesian (1996) também destacam que o processo de aprendizagem envolve três elementos básicos: (a) uma situação que motive, provoque e estimule (conjunto do fatores e variáveis que provocam a pessoa que aprende); (b) um indivíduo (os órgãos dos sentidos são afetados pela situação, mobilizando o sistema nervoso central – interpretação comando da ação – e os músculos – que executam a ação); e (c) o comportamento (resposta do indivíduo; ação que resulta da estimulação e da atividade nervosa). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com A aprendizagem pressupõe um impulso, um drive (entrada) para que o processo se inicie e se realize e se consolide. Abbad, Novak e Hanesian (2013) identificam que a aprendizagem inicia no indivíduo e se estende ao grupo ao qual pertence, na organização em que está inserido e na sociedade o circunda. Figura 6 – Aprendizagem em nível micro e macro Fonte: adaptado de Abbad, Novak e Hanesian (2013). Assim, a aprendizagem ocorre tanto em nível micro (indivíduo) quanto macro (social), ou seja, de forma individual e coletiva. Isso significa que os subprocessos concernentes à aprendizagem, quando pensados no contexto do trabalho, precisam ser concebidos tanto em sua forma individual quanto coletiva. Quadro 1 – Aprendizagem individual e coletiva Fonte: adaptado de Abbad, Loiola e Zerbini (2013). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Quanto à relação entre aprendizagem e trabalho, Abbad e Borges-Andrade (2004) e Abbad, Loiola e Zerbini (2013) ajudam-nos a tecer algumas considerações importantes: Parte do que quem trabalha aprende se estabelece a níveis práticos (tácitos) que muitas vezes não se estendem a outros níveis de aprendizagem. Nem tudo o que se aprende em nível individual é reconhecido em nível coletivo. A aprendizagem pode resultar em diferentes comportamentos, mesmo que o conteúdo seja o mesmo. A aprendizagem é influenciada pela natureza, pelos aspectos contextuais (grupos, organizações e sociedade) e pelo conteúdo/grau de estruturação das condições externas à aprendizagem (informal e formal). O contexto do trabalho é influenciado fortemente pela forma como grupos organizações e sociedade encaram a necessidade de oferta de estruturação e suporte, ou seja, um ambiente favoreça seu estabelecimento e efetivação. MEMÓRIA No que se refere à memória humana como processo psicológico, faz-se necessário considerar que esta é elemento basal para a ocorrência de processos superiores, tais como aprendizagem humana, pensamento, raciocínio, resolução de problemas, tomada de decisão, entre outros. Sem a memória nós não conseguiríamos realizar novas descobertas, muito menos acessar o que já sabemos e dominamos, ou seja, sempre “reinventaríamos a roda”. Já imaginou todo dia “começar do zero” para viver a vida? Imagine-se no dia a dia, no ato de fazer e agir corriqueiramente: realizando compras no supermercado, lendo o um site de notícias, fazendo um bolo, dirigindo o carro etc. Todas estas ações https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com e realizações demandam o uso de processos mentais complexos (superiores), como pensar, raciocinar (inteligência), se comunicar (por meio de algum tipo de linguagem), escrever, ser criativo etc. Nem você, nem eu conseguiríamos ir muito longe. Para ficar mais claro, vamos analisar um experimento em Psicologia. Experimento Psicológico sobre a Memória Imagine a cena: você está numa conversa de boteco e, de repente, se lembra de uma piada. Entusiasmado, a declamará (praticamente um comediante profissional, um Costinha), mas bem no meio de sua interpretação esquece aquela palavra-chave que ligava todos os pontos e finalizaria a piada com êxito. A palavra estava na ponta Pesquisadores [...] fizeram 114 perguntas a 108 consultores de venda. Essas perguntas abordavam informações objetivas e complementares, sobre os produtos que vendiam, mas algumas delas foram identificadas pelos pesquisadores por provocarem uma taxa considerável de ‘tá na ponta da língua’. As perguntas eram precedidas por dez palavras (nomes próprios, palavras raras) que o participante devia pronunciar. Às vezes, aparecia nessa lista uma palavra que parecia foneticamente com a resposta à pergunta (Por exemplo, no caso de “abdicar” (abdicate, em inglês) os pesquisadores apresentavam a palavra “abstrato” (abstract, em inglês). Como inicialmente previsto, quando os consultores pronunciavam palavras que compartilhavam uma dimensão fonética com a resposta, eles responderam de modo mais correto à pergunta e tiveram menos experiências do tipo ‘palavra na ponta da língua’ do que quando nenhuma palavra da lista compartilhava sua dimensão sonora com a palavra a ser encontrada (CICCOTTI, 2010, p. 50-51). Entendimento da pesquisa: Essa experiência explica por que uma palavra pode voltar a nossa mente repentinamente. Às vezes basta ouvir uma palavra foneticamente próxima daquela que procuramos para rememorá-la. Ciccotti (2010) aponta que, em geral, as situações nas quais a palavra “está na ponta da língua” tendem a ser mais frequentes quando as palavras não são usadas regularmente. Sendo assim, quanto mais manejarmos verbos, palavras e expressões, e mais encontrarmos palavras novas, mais aumentam nossas chances de reter e produzir essas palavras no envelhecimento. Portanto, “solte o verbo” (CICCOTTI, 2010, p. 50-51). Segundo Izquierdo (1989), muitas classificações, no que se refere a tipos de memória, em geral, relacionam a funções variadas no cérebro. Neste sentido, é possível afirmar que há vários processos cerebrais e psicológicos mobilizados pela memória e que se apresentam primordiais ao funcionamento e à atuação do ser humano. O referido autor destaca que a memória remete à capacidade de retenção e reaquisição de ideias, imagens, expressões e conhecimentos que foram construídos em momentos anteriores aos quais reportam a esta ou aquela lembrança. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com A memória pode ser definida, então, como um processo de codificação e decodificação de uma informação de capacidade limitada. Demanda a capacidade de lembrar e tem como referência a percepção, as emoções e as normas como parâmetros para sua operacionalização. MEMÓRIA Debater o conceito de resiliência vem da necessidade de um olhar mais amplo sobre quem somos e podemos ser. Veja a seguir um compilado que nos auxiliará entender o conceito: Quadro 2 – Resiliência Fonte: adaptado de Silveira e Mahfoud (2008). Para as Ciências Sociais, em suma, tem-se a concepção de que a resiliência se apresenta como uma condição humana de reconstrução e resistência a partir de uma situação adversa. A ideia é que todo (ou pelo menos de situações geradoras de) sofrimento é capaz de despertar recursos pessoais que https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com afloram no sentido de fortalecimento. Conforme afirma Cyrulnik (apud SILVEIRA; MAHFOUD, 2008), a resiliência refere-se a um processo íntimo que tem, em sua dinâmica, a invariável integração a algum processo social. Portanto, está relacionada às situações que são vividas de forma muito particular, por cada indivíduo, ao passo que remete estavivência a um espaço entre o indivíduo e seu entorno social (em especial à rede de apoio social). Também considera que, frente a cada situação adversa, há a possibilidade de se buscar sua superação e sair fortalecido. No contexto do trabalho, este conceito tem despertado, recentemente, interesse, pois sua aplicação conota a possibilidade de enfrentamento às: [...] rápidas transformações de tecnologia e de equacionamento econômico, demandando mobilização de mudanças nos indivíduos e nas instituições. [Aos trabalhadores demanda-se maior] flexibilidade de ação, de estrutura e de vida pessoal, como meio de ajustamento a novas contingências e condições econômicas, sociais, culturais, tecnológicas e políticas (BARLACH; LIMONGI-FRANÇA; MALVEZZI, 2008, p. 103). Analise (e tenho certeza que isso não será difícil) sua atuação no contexto do trabalho, frente às condições relatadas anteriormente. Faço a você um simples questionamento: “você se sente obrigado a trabalhar arduamente para conseguir um mínimo de retorno?”. Suponho que seu posicionamento é sempre ter que se repensar como profissional. Isso tem se mostrado muito comum (BARLACH; LIMONGI-FRANÇA; MALVEZZI, 2008), pois constantemente somos impelidos a ter que nos reinventar como trabalhadores, profissionais e como pessoas diante de um contexto no qual as condições de trabalho são alteradas constantemente, situação que gera muito sofrimento. Quem não sofre ou se sente desgastado no fim do dia, no fim da semana, no fim do mês, no fim do ano “que atire a primeira pedra”. Os recursos mais comuns utilizados por pessoas caracterizadas resilientes são (SILVEIRA; MAHFOUD, 2008): a) Domínio de alguma habilidade. b ) Adaptabilidade. c ) Baixa suscetibilidade. d ) Postura de enfrentamento efetivo. e ) Capacidade de alguma ordem. f ) Resistência à destruição. g ) Condutas vitais positivas. h ) Temperamento especial. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com i ) Habilidades cognitivas. Mas o que se pode fazer diante disso? Como enfrentar e sair fortalecido frente a este cenário adverso? Barlach, Limongi-França e Malvezzi (2008) destacam que, dentre as estratégias de enfrentamento ( coping ) mais utilizadas por profissionais considerados resilientes, no contexto do trabalho, as que têm surtido efeitos positivos são aquelas em que se encontram duas ou mais das características identificadas por Silveira e Mahfoud (2008). Mas como posso avaliar se as pessoas com que trabalho (ou mesmo eu) têm tais características? Carvalho, Teodoro e Borges (2015), por meio de um inventário (adaptado ao contexto brasileiro) sobre a resiliência no contexto do trabalho ( Resiliense Scale Adults – RSA), destacam que é possível identificar tais características a partir da análise da perspectiva dos indivíduos sobre: a) Sua percepção de si mesmo: envolve elementos como confiança nas próprias capacidades, autoeficácia e visão positiva e realista sobre si mesmo. b ) Sua percepção sobre um futuro planejado : foca em futuras situações, de forma a empreender suas ações de forma organizada, planejada e com metas claras e exequíveis. c ) O domínio de competências sociais : trata-se de interagir socialmente de forma hábil e flexível, criando contatos produtivos e positivos. d ) A vivência de um estilo de vida estruturado : trata-se de saber gerir o próprio tempo, ordenando prazos pessoais e orientando-se pelas normas e regras sociais e retinas pessoais. e ) Seu nível de acesso redes de suporte social : comunhão de valores sociais bem estabelecidos, em termos de visão de futuro, como lealdade e empatia mútua; suporte social oferecido por grupos sociais e pessoas próximas que propiciam a percepção, pelo próprio indivíduo, de simpatia, encorajamento, proteção e pertencimento diante de situações difíceis. Sob esta ótica, o desafio a todos nós que trabalhamos reside no fato de que não temos uma compreensão clara e precisa do que somos capazes de fazer ante a algo difícil, de forma antecipada. Assim, só conseguimos dimensionar nossa capacidade de mobilização (estratégias de enfrentamento) no momento em que ocorre uma dada situação adversa. Finalizo aqui nosso debate, sem a pretensão de encerrá-lo, mas convidando você a buscar e fomentar experiências de autoconhecimento para as pessoas com quem trabalha e para si mesmo. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/atividades Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. No contexto do trabalho, entender como as pessoas percebem o mundo pode ser traduzido pela busca de se compreender como elas: a) Captam o mundo a sua volta. b) Criam ilusões. c) Interpretam o mundo a sua volta. d) Emitem seu conhecimento. e) Sofrem. 2. A aprendizagem é: I) Um processo mental. II) Uma mudança de comportamento. III) Um resultado. IV) Uma capacidade. Assinale a alternativa correta: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial a) Estão corretas as afirmativas I, II e III. b) Está correta apenas a afirmativa I. c) Estão corretas as afirmativas I, III e IV. d) Nenhuma das afirmativas está correta. e) Todas as afirmativas estão corretas. 3. Dentre os processos a seguir, qual é tido como imprescindível para a execução da aprendizagem? a) Interação social. b) Memória. c) Fluidez. d) Emoção. e) Resistência. 4. A emoção pode ser definida como: a) Produto da aprendizagem. b) Oriunda de processos cognitivos. c) Reações fisiológicas. d) Oriunda de fatores inatos, bem como da interação com o meio ambiente. e) Consciência de respostas fisiológicas. 5 . Sobre a resiliência, considere as afirmativas a seguir: I) Resiliência é um fenômeno psicológico, de base estritamente biológica. II) Resiliência não se aprende. III) Resiliência está relacionada a um processo de sobrevivência e, não, com superação e sair fortalecido deste enfrentamento. IV) Resiliência significa uma capacidade de ser mais flexível às pressões e sair fortalecido. Assinale a alternativa correta: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com a) Estão corretas as afirmativas I, II e III. b) Está correta apenas a afirmativa IV. c) Estão corretas as afirmativas I, III e IV. d) Nenhuma das afirmativas está correta. e) Todas as afirmativas estão corretas. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/resumo Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO Neste estudo iniciamos um debate sobre os processos psicológicos envolvidos e demandados à ação humana e sua relação com o contexto do trabalho. Em nosso itinerário nos embrenhamos em conhecer: A percepção e como ela dinamiza o comportamento humano, além de suas implicações para o cotidiano dos indivíduos. Vimos que ela é influenciada por fatores individuais que atuam de forma a selecionar os estímulos que serão focados e processados pelos indivíduos. As emoções e os aspectos que as envolvem e influenciam no comportamento humano; cada tipo de emoção vivenciada ao longo da história da espécie; e como somos “programados” a agirmosde forma imediata, a fim de entendermos por que adotamos certas escolhas e tomamos certas decisões. A aprendizagem, em nível individual e coletivo (grupos, organizações e sociedade), como um processo que consiste na alteração do comportamento e que está condicionada a experiências, vivências e comportamentos anteriormente estabelecidos. A aprendizagem se alicerça na percepção que os indivíduos têm da realidade e que, ao ser modificada, conduz a novas maneiras de pensar, sentir e agir sobre o meio. Vimos também como esse processo impacta a dinâmica no contexto do trabalho. A memória e sua estruturação, condição essencial para ações e realizações que demandam o uso de processos mentais complexos (superiores), tais como: pensar, raciocinar (inteligência), se comunicar (por meio de algum tipo de linguagem), escrever, ser criativo, entre outros. A resiliência e seus atributos, que capacita os indivíduos a enfrentar situações adversas no trabalho, nas organizações, na sociedade e, assim, sobreviverem e saírem fortalecidos. Articula- se a como os trabalhadores são impelidos a se repensarem e reinventarem como indivíduos e como profissionais diante de um contexto em que as condições para uma atuação são alteradas constantemente. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/eu-indico Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Material Complementar Na Web Para ilustrar melhor a questão do conceito de resiliência, convidamos você, caro(a) aluno(a), a assistir à palestra intitulada “Martin Seligman fala sobre psicologia positiva”. Para ter acesso ao conteúdo, clique no link, disponível em: Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.ted.com%2Ftalks%2F%2520martin_seligman_on_the_state_of_psychology%3Flanguage%3Dpt-br&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3yQxT23O93XAP2m1xSc2iQ https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/refer%C3%AAncias Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS I ENCONTRO BRASILEIRO DE PROCESSOS BÁSICOS - ENPPB. Fortaleza, 2010. Disponível em: <https:// sites.google.com/site/enppbii/oficinas-de-tecnologia>. Acesso em: 2 ago. 2017. ABBAD, G. S.; BORGES-ANDRADE, J. E. Aprendizagem humana nas organizações de trabalho. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil . Porto Alegre: Artmed, 2004. ABBAD, G. S.; LOIOLA, E.; ZERBINI, T.; BORGES-ANDRADE, J. E. Aprendizagem em organizações de trabalho. In: BORGES, L. O.; MOURÃO, L. O trabalho e as organizações: Atuações a partir da Psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2013. AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional . Rio de Janeiro: Interamericana, 1996. BARLACH, L.; LIMONGI-FRANÇA, A. C.; MALVEZZ, S. O conceito de resiliência aplicado ao trabalho nas organizações. Revista Interamericana de Psicología , Porto Alegre, 2008, v. 42, n. 1, p. 101-112. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rip/v42n1/v42n1a11.pdf >. Acesso em: 15 jul. 2017. CARVALHO, V. D.; TEODORO, M.; BORGES, L. O. Resiliência no contexto do trabalho. In: PUENTE- PALÁCIOS, K.; PEIXOTO, A. L. A. Ferramentas de diagnóstico para organizações e trabalho . Porto Alegre: Artmed, 2015. CICCOTTI, S. 150 pequenas experiências de psicologia para melhor compreender nossos semelhantes . São Paulo: Loyola, 2010. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fpepsic.bvsalud.org%2Fpdf%2Frip%2Fv42n1%2Fv42n1a11.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw141XWa5RRUKrLxQAQV485l EKMAN, P. A linguagem das emoções . São Paulo: Texto Editores, 2011. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1995. EKMAN, P. A linguagem das emoções . São Paulo: Texto Editores, 2011. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1995. GONDIM, S. M. G.; SIQUEIRA, M. M. M. Emoções e afetos no trabalho. In: ZANELLI, J. C.; BORGES- ANDRADE, J. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fscielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0103-40141989000200006%26lng%3Den%26&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1tANTmn3IB8_qxeEZ6pJoJ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fscielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0103-40141989000200006%26lng%3Den%26&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1tANTmn3IB8_qxeEZ6pJoJ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Festpsi%2Fv25n4%2Fa11v25n4.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1q2n7Kv5-1xosR5GqbHJ0Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Festpsi%2Fv25n4%2Fa11v25n4.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1q2n7Kv5-1xosR5GqbHJ0Q https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/aprofundando Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação APROFUNDANDO Como sugestão, para aprofundamento nos estudos, convido você a refletir sobre o conceito de resiliência, especificamente: 1. Sobre os fatores protetores Se por um lado temos os fatores de risco , que podem ser identificados como: (a) Influências que ocorrem em qualquer nível sistêmico (família, indivíduo, comunidade, sociedade) que ameaçam os resultados de adaptação positivos. (b) Aqueles relacionados com toda ocorrência de eventos negativos de vida e que operam de maneiras diferentes em diversos períodos de desenvolvimento do indivíduo. (c) Um processo. Por outro lado, temos os fatores de proteção, sendo identificados como: (a) Condições do ambiente capazes de favorecer o indivíduo ou um grupo e de reduzir efeitos ou circunstâncias desfavoráveis. (b) Um relacionamento de apego seguro entre o sujeito resiliente e uma pessoa significativa. (c) Fatores que, interagindo, produzem a resiliência. (d) Elementos que favorecem a produção, tanto individual quanto grupal, de uma resposta criativa de superação de situações adversas. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial2. Sobre o homem e sua motivação na busca de sentido Falar de buscar um sentido diz respeito a construir uma compreensão sobre a totalidade da vida de uma pessoa num dado momento, especificamente, o presente. Entretanto, como aponta Silveira e Mahfoud (2008), só é possível compreender o sentido da vida de uma pessoa como um todo, ou seja, é preciso olhar para trás e ver cada pedaço, cada vivência, cada experiência e como todas se encaixam num todo. Este sentido tem um caráter exclusivo e específico para cada indivíduo, pois cada um de nós é único, insubstituível. A todo o momento, somos demandados a realizar, algo, de forma transitória. Isso significa que, para uma pessoa encontrar o sentido de sua vida, será preciso identificar algo que possa realizar e, assim, exprimir-se como unicidade e missão. Desempenhando isso no dia a dia, o sentido da vida possibilitará a realização plena dessa pessoa como ser humano. A realização pessoal é resultado de se atingir o sentido da vida. 3. Sobre o homem resiliente Quando a parte do corpo de uma pessoa é ferida e sofre um revés, produz necrose (sofre degeneração). No entanto, existem outras partes que conseguem reunir energia suficiente (um sentido para fazer algo) para regenerar-se. Parece que a principal força que mobiliza o ser humano é a busca por um sentido para a vida, ou seja, constantemente regenerar-se. Logo, pode-se definir a resiliência como o comprometimento com algo, tão significativo, a ponto de constituir, para muitos, uma necessidade vital. Para Silveira e Mahfoud (2008), a cada momento vivido, se “bem vivido”, ou seja, experienciado de forma positiva, uma condição mais fortalecida é estabelecida. Isto se constitui como força para o indivíduo viver melhor o presente e suportar adversidades. 4. Sobre a autotranscendência É inerente à existência humana a busca para conhecer-se, além de olhar para o outro e ao próprio ambiente social. Silveira e Mahfoud (2008) destacam que a força para resistir às adversidades segue este caminho. Isso significa que as pessoas, em geral, diante de uma situação mais crítica, lançam-se para fora de si, em busca do outro, se autotranscendendo, no sentido de uma atitude altruísta. Essa sim é uma fonte de resiliência. 5. Sobre o papel do humor Diversas discussões, de acordo com Silveira e Mahfoud (2008), explicitam a importância que o humor assume como fator promotor de resiliência. Segundo esta percepção, o humor configura-se como um estado psicológico que: (a) Permite uma descarga emocional que favorece a sensação de alívio à pessoa, concomitantemente. (b) Permite que a pessoa enxergue a vida de forma mais otimista. (c) Tem a capacidade de produzir efeitos, tais como: tranquilizantes e prazerosos. (d) Permite que o indivíduo tenha consciência do que será, ou não, capaz de mudar. (e) Possibilita que o indivíduo se distancie do problema; libertando-se do pensamento crítico, é possível encontrar respostas originais. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com Conclui-se que o humor tem o caráter: (a) De sustentação da identidade grupal. (b) De ligação a um raciocínio mais rápido. (c) De habilitar o indivíduo a uma perspectiva mais alternativa. (d) De permitir novas linhas de ação. Isso fica notório quando vemos a criatividade do indivíduo frente a uma experiência de humor e como esta contribui para o estabelecimento da resiliência. O humor ainda mobiliza: (a) O autodistanciamento; (b) a autocompreensão; (c) a reflexão; (d) a inteligência; (e) a sabedoria; e (f) a capacidade crítica. Todos estes elementos estão presentes na dinâmica da resiliência. Fonte: adaptado de Silveira e Mahfoud (2008). REFERÊNCIAS SILVEIRA, D. R.; MAHFOUD, M. Contribuições de Viktor Emil Frankl ao conceito de resiliência. Estudos de psicologia , Campinas, v. 25, n. 4, p. 567-576, 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br /pdf/estpsi/v25n4/a11v25n4.pdf >. Acesso em: 15 jul. 2017. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Festpsi%2Fv25n4%2Fa11v25n4.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1q2n7Kv5-1xosR5GqbHJ0Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Festpsi%2Fv25n4%2Fa11v25n4.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1q2n7Kv5-1xosR5GqbHJ0Q https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com Unidade 2 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; MORENO, Bruno Stramandinoli. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial Introdução à Psicologia do Trabalho. Bruno Stramandinoli Moreno. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 43 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Psicologia . 2. Trabalho . 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 150 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un2/pagina-inicial Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação PROCESSOS PSICOLÓGICOS E CONTEXTO DO TRABALHO Professor : Me. Bruno Stramandinoli Moreno Objetivos de aprendizagem • Entender as práticas e situações concernentes às relações humanas e suas implicações no contexto do trabalho. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial • Compreender como indivíduo é inserido em um dado grupo, equipe ou organização de trabalho. • Compreender a dinâmica dos conflitos e conhecer formas gerenciá-los no contexto trabalho. • Conhecer e saber ofertar processos de feedback no contexto organizacional. • Conhecer os desafios éticos inerentes ao contexto do trabalho e suas implicações para atuação profissional. Plano de estudo • Dinâmica das Relações Humanas • Socialização • Conflito e sua Administração • O Processo de Feedback • Questões Éticas no Contexto do Trabalho Introdução As pessoas, de forma geral, têm dificuldades de se envolver integralmente nas relações afetivas que estabelecem com outros indivíduos. Talvez a Era Digital em que nos encontramos tenha complicado ainda mais a forma com que as pessoas se relacionam. As redes sociais e a virtualização das relações têm feito com que tenhamos menos dificuldades em acessar outros indivíduos.Entretanto, como a distância não parece intransponível, estamos cada vez https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://getfireshot.com mais aumentando o número de pessoas com as quais cultivamos de laços, sem mesmo conhecermos pessoalmente. As relações sociais, em si, já são carregadas de contradições e questões complexas. Imagine, então, a contradições no momento atual. A interação relacional entre os indivíduos, em grande parte, reflete uma percepção de afastamento e superficialidade que culmina em ações e comportamentos carregados de dificuldade em realizar concessões ao se relacionar. Para ampliar essa complexidade, vamos pensar nessa questão no cenário das organizações do mundo laboral, as quais, além das dificuldades apresentadas, englobam toda uma lógica do contexto do trabalho que torna as perspectivas mais turvas. O debate, então, se torna mais denso. Por isso, nosso intuito nesta unidade é angariar instrumentos (conceitos, práticas e referências) que nos capacitem a debater a questão da gestão das relações interpessoais, inicialmente de abordando temas que no subsidiem compreender como se estabelece a dinâmica das relações humanas, bem como o processo de socialização. Dessa forma, desenvolvemos entendimentos e compreensões sobre questões de conflitos e formas de administrá-los, além do processo de feedback e questões éticas no contexto do trabalho. Dito isto, bom estudo! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação DINÂMICA DAS RELAÇÕES HUMANAS Segundo Moscovici (2001), os grupos sociais são as arenas por meio das quais as contradições da condição humana emergem e o que dinamiza isso são as relações estabelecidas entre os componentes de um grupo, de forma fluída e dinâmica. Haja vista que os relacionamentos interpessoais são “[...] essencialmente um processo, não uma categoria estática; por isso mesmo, fica sujeito a variações conjunturais de espaço, tempo e contexto” (MOSCOVICI, 2001, p. 42). A referida autora auxilia na busca por uma compreensão sobre essa dinâmica humana (que necessariamente se alicerça na dinâmica dos relacionamentos interpessoais) a partir de dois formatos de relação: A relação eu-isto : considera que a relação entre as pessoas se baseia na utilidade que cada um tem ao outro e na busca de satisfações de necessidades. É mais comum do que se imagina e facilmente vista em relações familiares, conjugais e profissionais. Normalmente atende a papéis sociais. A relação eu-tu : relação que emerge da interação pessoa-pessoa. Está fundamentada em uma atitude que transcende a atitude utilitária e encaminha a dinâmica de interações a um modelo de atuação com base em respeito, altruísmo e valorização do outro. Normalmente, é pautada pelo diálogo e a comunicação autêntica, bem como reciprocidade afetiva e espontaneidade. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial Entretanto, vale dizer que as relações humanas, em qualquer contexto, são permeadas e pautadas pela interação entre três polos: os indivíduos, os grupos e a organização. Mais do que isso, são dinamizadas a partir de uma rede de interações sociais bastante complexas. Convido você, aluno(a), a ouvir a declamação do poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, na voz do ator Paulo Autran, para refletir sobre a complexidade das interações sociais. Disponível em: < https://www. youtube.com/watch?v=cTEPHXA0aNg >. (O autor). Moscovici (2001), grande estudiosa das relações humanas, em muitas de suas obras, salientou a complexidade com que as interações sociais se desenrolam. Neste sentido, cabe destacar que existe um grande hiato entre aquilo fazemos e o que deveríamos fazer. No dia a dia das interações sociais, quando dos encontros entre as expectativas e anseios e o que, efetivamente, as pessoas “entregam” umas às outras, percebe-se a existência de muitas diferenças. Faça a seguinte reflexão: por que as relações entre as pessoas são tão complicadas? Você acredita que sejam questões objetivas (porque somos de um jeito ou de outro) ou se devem a aspectos mais subjetivos (nossas impressões e julgamentos sobre questões objetivas)? A complexidade, inerente à vivência em grupo, e destacada por Moscovici (2001), é ilustrada na cena do filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, em que dois grupos de pessoas, civis (pessoas comuns) e prisioneiros (condenados), estão divididos em duas barcas. Num dado momento, ambos os grupos se veem em uma situação crucial e precisam decidir sobre a vida das pessoas da outra barca. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=w-yHEg9liMQ >. É justamente nas interações sociais que encontramos os paradoxos da condição humana: amor-ódio, cooperação-competição, ternura-hostilidade, inteligência-ignorância, alegria-tristeza, carinho- agressão, firmeza-instabilidade, fraqueza-dissimulação, assertividade-prolixidade etc. A lista é infinita. Esta díade, característica da interação entre os seres humanos, tem em sua base, duas dimensões básicas de mobilização: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://www.youtube.com/watch?v=cTEPHXA0aNg https://www.youtube.com/watch?v=cTEPHXA0aNg https://www.youtube.com/watch?v=w-yHEg9liMQ Figura 1 – Interação entre os seres humanos Fonte: adaptado de Moscovici (2001). Faça mais uma reflexão sobre as interações que você estabelece com a sua família, no seu trabalho, nos estudos, na igreja, com os amigos etc. Como elas se dão? São carregadas de afetos (positivos ou negativos)? Refletem a forma e o status com os quais as outras pessoas e você se consideram (quem influencia quem)? O grande desafio nas interações sociais, principalmente em contextos de trabalho, orbita na dificuldade de se estabelecer ações que favoreçam a gestão de componentes afetivos (não racionais, por excelência) e que impactam diretamente na adoção desta ou daquela atitude, deste ou daquele comportamento. Se a afetividade é complexa no relacionamento interpessoal entre duas pessoas, a complexidade aumenta quando se lida com a rede intrincada de relações afetivas de um grupo. [...] entram em jogo outras emoções e sentimentos que permeiam todo o contexto dinâmico do grupo. Emergem atrações, ciúmes, ressentimentos, inveja, hostilidade, manobras manipulatórias de chantagem emocional, sedução, etc. (MOSCOVICI, 2001, p. 44). Outra dimensão a ser considerada de suma importância no relacionamento interpessoal é a do poder. Esta dimensão não se encontra distribuída, num grupo (na sociedade etc.), de forma equitativa. Nas interações sociais, Moscovici (2001) destaca que o poder é exercido mais por algumas pessoas do que outras. Isto se dá em função do contexto dos perfis pessoais e dos meios acessados e utilizados para: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Figura 2 – Caminhos do poder Fonte: adaptado de Moscovici (2001). Quando se trata de poder, estamos nos referindo a posições de influência em relação a alguém. Na família, nos grupos religiosos, na comunidade, nas organizações, no trabalho, na sociedade em geral. Vivenciamos papéis de influência em relação às pessoas que interagem conosco. Somos pais, mães, filhos, chefes, trabalhadores, clientes, amigos, autoridades,líderes comunitários etc., e a influência é vivenciada e vivida de forma legítima (oficial) ou legitimada (informal). Dessa forma, as relações de poder, em geral, mobilizam comportamentos competitivos (explícita ou implicitamente), jogos políticos (manobras manipuladoras) que visam, na soma das ações, aumentar ou estabelecer o controle da situação. A articulação de todas essas dimensões circunscrevem as interações sociais a partir de dois processos: influência e percepção. A dinamicidade oportunizada pela relação entre a influência e a percepção gera poder de algumas pessoas sobre outras, pois quem é influenciado outorga poder a quem influencia por meio de elementos cognitivos, emocionais e sociais à luz da percepção de cada indivíduo. No contexto do trabalho, as interações humanas envolvem a discussão de variáveis que vão além do resultado, da meta alcançada, ou mesmo do trabalho executado. É preciso “colocar na equação” as pessoas, suas atitudes, seus comportamentos, as experiências e as vivências que se somam a componentes afetivos, de poder, que se delimitam a um período de tempo de interação e que atendam à influência de fatores socioculturais (econômicos, políticos, religiosos etc.). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com SOCIALIZAÇÃO Um indivíduo não existe enquanto ser humano sem que esteja inserido num contexto social. Como afirma Rose (2001), o homem é um artefato social e cultural. Isso significa que, para se tornar um ser humano, em sua plenitude (tentamos isso a vida inteira), é necessário estar inserido num dado contexto social. Esta inserção as Ciências Sociais denominam como sendo um “processo de socialização” (BORGES; ALBUQUERQUE, 2004). Vale dizer que os comportamentos exigidos a quem é inserido num dado contexto social demandam mudanças profundas em suas crenças e atitudes. Na prática, novas maneiras de ser, pensar e agir são construídas (ROSE, 2001). No contexto do trabalho, este processo de socialização está intimamente ligado a práticas de recrutamento e seleção de pessoal, treinamentos e desenvolvimento de pessoas, mudança organizacional, gestão do desempenho etc. Logo, a inserção de um novo ator no contexto organizacional demandará a aquisição de (ou construção de) novas práticas e regras organizacionais a fim de que este se perceba socializado. Neste sentido, Borges e Albuquerque (2004) identificam sete modalidades diferentes de táticas (estratégias de ações) que fomentam a socialização no contexto do trabalho: Figura 3 – Táticas de socialização https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de Borges e Albuquerque (2004). Essas sete táticas são mobilizadas de modo a favorecer a socialização das pessoas num dado contexto social, em especial, o do trabalho. Entendamos uma a uma: a. Coletivo versus Individual : experiências aplicadas coletivamente a fim de oportunizar vivências, coletiva e individualmente. b. Formal versus Informal : processos socializadores oficiais (treinamentos, palestras, cursos, programas etc.) e acompanhamento mais informal (dia a dia) com colegas e superiores do trabalho. c. Sequencial versus Randômico : esta vinculada a processos de socializadores que se organizam de maneira a serem ampliados, gradativamente, em termos de complexidade, ou que ocorram de maneira aleatória, ao “sabor do momento”; d. Fixo versus Variável : táticas relacionadas a um dado cronograma a ser atendido, ou não. São ações que alinham processos de seleção a processos de formação específicos, por exemplo, programas de trainee . e. Serial versus Disjuntivo : refere-se ao grau de autonomia com que o indivíduo socializado disporá para atuar (seguir as regras à risca ou não). f. Investimento versus Desinvestimento : refere-se ao quanto haverá de confirmação quanto a identidade, habilidades e aptidões. Normalmente relaciona a experiência e os conhecimentos prévios do indivíduo com aqueles existentes no contexto do trabalho (ou organização em que alguém esteja se inserindo). Quando falamos de táticas de socialização, estamos no referindo aos posicionamentos que as organizações e o próprio indivíduo adotam, a fim de favorecer um processo de socialização. Borges e Albuquerque (2004) destacam que é necessário considerar estas táticas sob três aspectos: o contexto, o conteúdo e os aspectos sociais. Assim, conforme a tabela que se segue, é possível identificar qual tática traz melhores resultados, quando pensada em termos de amplitude e foco. Quadro 1 – Táticas de socialização https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de Borges e Albuquerque (2004). As táticas apresentadas estão alicerçadas no modelo de gestão adotado pela organização, ou que se mostra hegemônico no contexto do trabalho (modelo de negócio). Demandam o compromisso dos gestores em assumirem o papel de formadores, fomentando o comprometimento organizacional junto aos trabalhadores e profissionais e agregando melhor desempenho e maior geração de vínculos. Em ambos os casos haverá por trás o desenvolvimento de equipes a serem estruturadas. Segundo Borges e Carvalho (2013), de modo geral, os processos de socialização são estruturados a partir de três objetivos básicos, que se articulam e se mobilizam diante das necessidades organizacionais e do contexto do trabalho. São eles: a) Buscar a excelência no DESEMPENHO. b) Buscar equilíbrio nas relações de TRABALHO. c) Estabelecer uma ética fundada na reciprocidade POLÍTICO-SOCIAL. Assim, quando pensamos em processos de socialização dentro do contexto organizacional, faz-se necessário dimensionar dois marcos a serem considerados em termos de implementação e busca de resultados: fatores contextuais, de socialização e relacionados ao domínio do conhecimento, e resultados alcançados com a implantação de um processo de socialização (no curto e longo prazo). Borges e Albuquerque (2004) identificaram que estes níveis precisam ser trabalhados de maneira a estruturar uma cronologia de ação, conforme o esquema a seguir: Figura 4 – Marcos da socialização Fonte: adaptado de Borges e Albuquerque (2004). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Por fim, convém salientar que a articulação desses marcos e a aplicação das táticas de socialização podem gerar resultados satisfatórios a organizações e indivíduos no contexto do trabalho. As diversas variáveis aqui elencadas (contextuais, de socialização e dos níveis de conhecimento) proporcionam um cenário favorável, porém desafiador para a socialização dos indivíduos no contexto do trabalho, pois, a despeito da aplicação desta ou daquela tática de socialização, há que se considerar, sempre, o objetivo a ser atendido, ou a que se presta tal tática. CONFLITO E SUA ADMINISTRAÇÃO A realidade com que as pessoas interagem tem em si um caráter de tensão e ansiedade. Os indivíduos, ao atuarem nos contextos em que estão inseridos, estão potencialmente propensos a travarem embates com seus pares. Relacionar-se com outros demanda de cada um de nós recursos e questões que, muitas vezes, não estamos munidos nem preparados para lidar. Fernando Pessoa retrata bem essa situação em seu poema intitulado “O Rio da Posse”: Que somos todos diferentes, é um axioma da nossa naturalidade. Só nos parecemos de longe, na proporção, portanto, em que não somos nós. A vida é, por isso, para os indefinidos; só podem conviver os que nunca se definem, e são, um e outro, ninguéns. Cada um de nós é dois, e quando duas pessoas se encontram, se aproximam, se ligam, é raro que as quatro possam estar de acordo. O homem que sonha em cada homem queage, se tantas vezes se malquista com o homem que age, como não se malquistará com o homem que age e o homem que sonha no Outro. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Somos forças porque somos vidas. Cada um de nós tende para si próprio com escala pelos outros. Se temos por nós mesmos o respeito de nos acharmos interessantes, [...] Toda a aproximação é um conflito. O outro é sempre o obstáculo para quem procura. Só quem não procura é feliz; porque só quem não busca encontra, visto que quem não procura já tem, e já ter, seja o que for, é ser feliz (como não pensar é a parte melhor, de ser rico). Por que as pessoas se põem em conflitos umas com as outras? Para Moscovici (2001), em geral, nos conflitamos com o outro em razão de querermos sempre afirmar o nosso “eu” diante do “outro”, e a história mostra uma infinidade de exemplos dessa questão. Segundo a autora, o conflito é inerente à vida humana, devido a questões potenciais, como escassez de recursos para atender às necessidades individuais, ou afetividade e poder. Além disso, Moscovici (2001) destaca ser impossível escolher se vivenciaremos situações conflitivas ou não. A nós, seres humanos, é possível apenas facultar a maneira de dirimirmos os conflitos que se apresentarão diante de nós. Assim, a autora identifica cinco possíveis tipos de respostas: Negá-lo. Evitá-lo. Render-se. Dominar. Compromisso. Um sexto tipo de reação emerge de situações conflituosas. Segundo Moscovici (2001), é possível adotar, diante de uma situação iminentemente conflitiva, uma postura que busque uma resolução criativa e colaboração . Neste caso, busca-se um modelo de interação pautado na angariação de esforços para um resultado colaborativo que favoreça uma relação “ganha-ganha”. Esse tipo de resposta salienta a visão de que o conflito, necessariamente, não se enquadra apenas como algo ruim, ou desastroso. Pelo contrário, como bem aponta Moscovici (2001), o conflito possui um caráter funcional, pois pode exercer efeitos positivos, tais como: a) Amenizar tensões, estabilizando e integrando desacordos. b) Favorecer a expressão de reivindicações rivais, proporcionando o ajuste e a alocação de recursos valorizados. c) Manter níveis de motivação necessária para operar de modo inovador. d) Fornecer feedback sobre a interdependência e distribuição de poder de uma situação. e) Fornecer senso de identidade e propósito para esclarecer as diferenças e fronteiras de indivíduos e grupos. Fica evidente que, quando as pessoas não têm um conhecimento concreto e seguro da realidade, tendem a preencher os espaços referentes a ela com fantasias e buscam, por meio dela, abrandar o https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com medo de ameaças inexplicáveis. Logo, ao produzir e fomentar resoluções criativas e colaborativas, haverá uma forte tendência a atenuar esse tipo de efeito. O que é preciso considerar na hora de gerir um conflito? De acordo com Moscovici (2001), existem algumas ações diretas e relativamente simples para gerir conflitos. Entre elas, estão: a) Aproveitar os aspectos engraçados da vida, em si e nos outros. b) Flexibilizar as reações frente a situações de desafios da vida. c) Controlar os sentimentos de ansiedade e insegurança. d) Preservar a harmonia e a dignidade em condições de estresse. Diante de um conflito, Moscovici (2001) sugere a adoção de algumas atitudes que podem facilitar sua resolução: Quadro 2 – Resoluções de conflito Fonte: adaptado de Moscovici (2001). Administrar conflitos tem uma premissa básica: pensá-lo com independência quando talvez não seja fácil fazê-lo. Uma conduta que se aproxima desta forma de pensá-lo é a assertividade, isto é, fazer afirmações sobre algo (seja de forma positiva ou negativa) com absoluta segurança e assumindo total responsabilidade. Ser assertivo significa agir com seus próprios interesses, mas tecer afirmações sem ansiedade indevida, e proceder à expressão dos próprios sentimentos de forma sincera, sem gerar constrangimento. Líderes e gestores assertivos, por exemplo, tendem a criar um ambiente favorável para o fortalecimento de uma equipe capaz de gerir os próprios conflitos, resolvendo-o criativa e colaborativamente. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com O PROCESSO DE FEEDBACK No mundo corporativo, cujas relações humanas são impactadas por aspectos como afetividade e poder, a prática de gestão mostra-se importante, não apenas no intuito de maximizar o desempenho em relação ao trabalho, mas, também, em termos sociais e pessoais. Estamos falando do feedback. Inicialmente, podemos destacar que a prática do feedback faz menção a resposta, comentários e informações sobre algo que já tenha sido realizado. Em geral, esta devolutiva ocorre a fim de promover uma avaliação, uma (re)feitura. No contexto do trabalho, esta ação fica clara quando utilizada com vistas a conceder informações sobre uma dada atuação ou um desempenho específico. Tais informações servirão de base a quem está sendo alvo, de maneira potencializar um alcance mais efetivo, tanto a nível individual, quanto organizacional (ZARIFIAN, 2001). Segundo Missel (2016), feedback é um processo que pode ocorrer, tanto em termos formais, quanto em termos informais, e transmitido seja verbalmente, seja por escrito. Como processo, significa que demandará ações e ocorrerá em um dado período de tempo. Enquanto formalidade, atenderá a alguns requisitos (parâmetros) e será registrado de alguma maneira. Normalmente se apresenta como consequência de um processo avaliativo, o qual resulta na elaboração de planos de ação (de desenvolvimento pessoal, movimentações, transferências, promoções, ou até mesmo desligamentos) para indivíduo(s). Enquanto informalidade, sua ocorrência se dá a partir da necessidade que alguém (em geral, o líder) tem em gerar “oxigenação” a um liderado (à equipe). Este formato não tem grandes delimitações ou exigências para ocorrer, logo, a qualquer tempo e momento pode ser ofertado. Em ambos os formatos é importante ter em mente que dar e receber feedback depende do aparecimento de um dado comportamento e visa promover o melhoramento, ou mesmo o aprimoramento (e sua constância), de certo desempenho. Nesta toada, Missel (2016) ainda destaca que a prática do feedback busca, no escopo de sua ação, fornecer algum tipo de orientação a quem se destina, com a intenção de promover alinhamentos com objetivos mais amplos. Logo, outra característica desta prática é sua função construtiva em relação ao desempenho de quem a recebe. Basicamente, existem dois polos nesta prática: quem avalia e quem é avaliado. Necessariamente, não se enquadram em “um para um”, ou seja, uma pessoa avalia outra. Entretanto, podem ocorrer variações, tais como: uma pessoa que avalia uma equipe, um grupo https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com que avalia uma pessoa (essa prática é conhecida como avaliação 360º), entre outras. Uma condição importante de qualquer feedback a ser ofertado é que ele precisa ser feito com uma grande dose de assertividade. Dessa forma, é preciso “calibrar a língua”, para fornecer a quem o recebe elementos e informações suficientemente precisas e que não denotem questões negativas, mas, sim, com a franqueza devida, destaquem as oportunidades de crescimento e melhora a serem buscadas. Conforme destaca Missel (2016), existem alguns fatores a serem considerados na prática do feedback: A PERCEPÇÃO , tanto de que oferta o feedback quanto de quem o recebe. Se a análise que subsidiará a prática do feedback não considerar a perspectiva de quem o recebe, e vice-versa,sua efetivação se mostrará enviesada. Assim, faz-se necessário estabelecer uma discussão franca, numa via de mão dupla. A TEMPORALIDADE , que se reflete na capacidade de reconhecimento de todos os envolvidos no que se refere à necessidade de tempo para operacionalizar o feedback. Em outras palavras, é preciso planejamento para serem criados espaços e canais de comunicação eficazes e efetivos com os envolvidos. O caráter complexo que a prática do feedback assume está relacionado a outras práticas, tais como: a sensibilização, a devolutiva e a avaliação. Figura 5 – Feedback Fonte: o autor. A sensibilização consiste na ampliação da perspectiva dos envolvidos em relação à importância e aos benefícios da prática do feedback. Missel (2016) destaca que há a necessidade de se sensibilizar todos a compreenderem e aceitarem as informações prestadas, de maneira a gerar maior comprometimento para a melhora e o desenvolvimento. Estas práticas de sensibilização são orquestradas por meio de palestras, oficinas, artigos em jornais internos, intranet, treinamentos comportamentais, vídeos etc., e se dão a partir do levantamento de crenças, sentimentos e vivências da prática (ZARIFIAN, 2001). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com A devolutiva refere-se à descrição e avaliação quanto ao desempenho realizado em relação a uma dada atividade e/ou função profissional. Fomenta a comparação entre o resultado observado e aquele que se esperava. Faz-se necessário que se preceda o estabelecimento de premissas prévias e pactuadas entre os envolvidos. Dessa forma, a devolutiva consiste na análise de elementos presentes que, em comparação aos elementos esperados, são avaliados e delimitam um julgamento sobre como ações já executadas podem se manter ou melhorar. Esta análise apresenta-se como central, pois será ela que fomentará uma oportunidade de desenvolvimento de quem recebe o feedback, e não uma punição. A avaliação consiste em pesar e considerar três fatores: credibilidade, comprometimento e continuidade do processo. Assim, o feedback bem executado é aquele, segundo Selden (2010), que expõe, clara e objetivamente, a descrição de fatos que comprovem algo a se melhorar ou ser mantido, estabelecendo uma aceitação/compreensão satisfatória e o desenvolvimento de novas habilidades (ou aprimoramento de habilidades já existentes). Missel (2016) identificou, em sua tipologia, quatro maneiras de ofertar feedback: Figura 6 – Maneiras de ofertar feedback Fonte: adaptado de Missel (2016). Feedback positivo : tem como objetivo reforçar comportamentos considerados adequados e que se pretende que sejam repetidos. Feedback corretivo : tem como objetivo modificar comportamentos considerados inadequados. É um tipo de feedback muito difícil de ser realizado. Feedback insignificante : considerado quando quem recebe o feedback consegue compreender (tornar inteligível) seu conteúdo/propósito, em razão da inabilidade de quem o ofertou. Em geral, é ofertado de forma vaga ou genérica. Feedback ofensivo : considerado em razão de seu conteúdo. Da maneira como é ofertado, acaba por desvalorizar e desqualificar que o recebe. Tem grande potencial desastroso, pois pode https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com fragilizar a relação entre quem oferta e quem recebe o feedback. QUESTÕES ÉTICAS NO CONTEXTO DO TRABALHO Nos tempos contemporâneos em que vivemos e trabalhamos, é possível identificar características singulares que impactam nosso cotidiano: (a) as ações de controle, por parte dos gestores e clientes, em relação aos profissionais/trabalhadores (heteronomia); e (b) a crescente aparição do trabalho imaterial, em rede e virtualizado (autonomia). Em outras palavras, trabalhamos num ambiente em que nossas ações, ao mesmo tempo, sofrem controle e tornam-se mais centradas no trabalhador (e por ele executadas), não em seus gestores (POCHMAN, 2012). Figura 7 – Questões éticas no trabalho Fonte: adaptado de Pochmann (2012); Merlo, Traesel e Baierle (1999); Honorato (2006); Castells (1999); Lèvy (1999b); e Paiva (2008). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Essa dualidade heteronomia versus autonomia mobiliza no indivíduo debates éticos que têm impacto direto em sua forma de atuar e ser. De maneira mais objetiva, ao trabalharmos sob estas circunstâncias, estamos atuando no mundo a fim de sofrer a intensificação do trabalho nos tradicionais locais de emprego e a ampliação da longevidade (extensão) do trabalho em outras localidades (em casa ou em espaços públicos), permitidas por inovações tecnológicas e organizacionais. O desafio à Psicologia do Trabalho e aos dirigentes nos contextos organizacionais e do trabalho reside na questão do tipo de comportamento que as pessoas têm adotado. Por isso as organizações, empresas, instituições e coletivos profissionais (conselhos de classe ou sindicatos, por exemplo) têm buscado revisar seus manuais de conduta (códigos de ética), pois muito têm se discutido se as condutas, as políticas e as estruturas que norteiam as ações estão se pautando numa ética condizente com o que a sociedade valoriza e cobra de seus integrantes. Por conseguinte, as implicações às práticas laborais vão desde a busca por resultados, passando pela cultura e pelo clima organizacional vigente, chegando ao impacto na estruturação de sistemas de ingresso, desenvolvimento e valorização adotados nos contextos organizacionais e pelo mercado, como um todo. Discutir Ética está intimamente ligado a aspectos sociais e históricos. Isso significa que as condutas que nossos antepassados, nossos pais, nós mesmos, nossos filhos, netos etc. aprenderam estão sendo e serão modificadas e fomentam transformações nas formas de se aceitar o conhecimento construído e utilizado por uma determinada área profissional, em níveis culturais, grupais e comportamentais. (Bastos, Yamamoto e Rodrigues). O comportamento que os profissionais de uma dada época valorizavam ou adotavam, num momento posterior, pode ser modificado, a fim de atender aspectos éticos, socioculturais e político- econômicos. Ao longo da história, as relações sociais têm se modificado, logo, as práticas profissionais também. Dito de outra forma: as soluções que certo profissional apresentará para resolver um determinado problema, e a forma como conduzirá as situações em razão de uma criticidade, têm como parâmetros as escolhas éticas que sua área profissional (conhecimento) valoriza, tal qual um bússola guia um explorador. Esse efeito norteador não atua de forma absoluta sobre nossas condutas. Conforme Bastos, Yamamoto e Rodrigues (2013), eventualmente, acabamos por adotar uma forma de agir e pensar não tão condizente com as regras morais que até o momento nos guiam, pois, quando nos percebemos diante de mudanças, sejam elas a favor ou contra, e que demandam maneiras diferentes de buscar a compreensão de alguma situação, inicialmente entramos em choque com o entorno social (costumes, hábitos, percepções). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Agora se pensarmos que o contexto do trabalho está em constante ebulição, ou seja, somos demandados a revermos nossas atuações profissionais, não é difícil imaginar que serão necessárias medidas para nos auxiliar a identificar se o que estamos escolhendo segue um mínimo de proximidade em relação àquilo que nossas profissões (áreas do conhecimento) valorizam como ético. Ou até mesmo se nossas condutas pessoais estão condizentes com as nossas perspectivas éticas. Para tanto, os autores supracitados destacam certos indicadores (medidas organizacionais)que auxiliam no dimensionamento de uma avaliação. No esquema a seguir temos um exemplo destes indicadores. Figura 8 – Indicadores de avaliação Fonte: adaptado de Bastos, Yamamoto e Rodrigues (2013). Os indicadores da figura buscam delimitar dimensões que têm impacto direto sobre a organização do trabalho, pois se desdobram em mensurar cada um, em termos de valores e parâmetros éticos e morais. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Figura 9 – Indicadores que buscam delimitar dimensões que têm impacto direto sobre a organização do trabalho Fonte: adaptado de Bastos, Yamamoto e Rodrigues (2013). A partir destes valores, os comportamentos e as escolhas profissionais que adotamos são construídos tendo como parâmetros as subdimensões elencadas a seguir (BASTOS; YAMAMOTO; RODRIGUES, 2013): Valores, transparência e governança a) Autorregulação da conduta: compromissos éticos, enraizamento da cultura organizacional e governança corporativa. b) Relações transparentes com a sociedade: relações com a concorrência, o diálogo e o engajamento das partes – stakeholders , balanço social. 2. Público interno a) Diálogo e participação: relações com sindicatos/conselhos de classe e gestão participativa. b) Respeito ao indivíduo: compromisso com o futuro das crianças, com o desenvolvimento infantil, com a não discriminação e promoção da equidade racial, com a promoção da equidade de gênero, com as relações com trabalhadores terceirizados, bem como a valorização da diversidade. c) Trabalho decente: política de remuneração, benefícios e carreira, cuidados com a saúde, a segurança e as condições de trabalho, compromisso com o desenvolvimento profissional e empregabilidade, comportamento nas demissões e preparação para a aposentadoria. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com 3. Meio ambiente a) Responsabilidade com as gerações futuras: compromisso com a melhoria da qualidade ambiental, educação e conscientização ambiental. b) Gerenciamento ambiental: gerenciamento do impacto no meio ambiente e do ciclo de vida dos produtos e serviços, além de sustentabilidade da economia florestal e minimização de entrada e saída de materiais. 4. Fornecedores a) Seleção, avaliação e parcerias com fornecedores: critérios de seleção e avaliação de fornecedores, trabalho infantil na cadeia produtiva, trabalho forçado (ou escravo) na cadeia produtiva e apoio ao desenvolvimento de fornecedores. 5. Consumidores e clientes a) Dimensão social do consumo: política de comunicação comercial, excelência no atendimento e conhecimento e gerenciamento dos danos potenciais de produtos e serviços. 6. Comunidade a) Relações com a comunidade local: gerenciamento do impacto da empresa na comunidade de entorno e relações com organizações locais. b) Ação social: financiamento da ação social e envolvimento da ação social. 7. Governo e sociedade a) Transparência política: contribuição para campanhas políticas, construção da cidadania pelas empresas e práticas anticorrupção e antipropina. b) Liderança social: liderança e influência social e participação em projetos sociais governamentais. A implantação de qualquer ação em nível social, organizacional, ou mesmo individual precisa ser aferida, mensurada e dimensionada. Estes indicadores têm a função de guiar a conduta de gestores e profissionais, em termos de responsabilidade social empresarial, e favorecer a medição no contexto do trabalho. O conflito, segundo os autores, é inerente à atuação profissional, pois, como já dito anteriormente, quando no âmbito do trabalho, remete ao que é pactuado pela coletividade e define os pontos de referência para as ações que os indivíduos decidirem seguir ou realizar. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/atividades Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. Sobre o conflito no contexto do trabalho, assinale a alternativa correta: a) O conflito se origina, em geral, de pessoas querendo se impor, umas sobre as outras, em suas opiniões e concepções. b) Conflitos entre colegas de trabalho, ou mesmo entre chefias e subordinados, em geral, expõem o quanto os processos organizacionais estão alinhados e o quanto as pessoas estão preparadas para atuar. c) Um dos fatores que afetam as relações e geram conflitos está relacionado ao fato de ignorarem umas as outras. d) O conflito é incipiente à vida humana. e) Só há conflito quando as pessoas estão em consonância sobre a forma como enxergam o mundo e contexto em que trabalham. 2. As relações humanas, em qualquer contexto de trabalho, são permeadas e pautadas pela interação entre três polos: a) Os resultados, o desempenho e as máquinas. b) A tecnologia, a identificação e a harmonia. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial c) Os indivíduos, os grupos e a organização. d) Os resultados, os grupos e as máquinas. e) A tecnologia, a identificação e as máquinas. 3. Três são os aspectos que, em um momento de estabelecimento e implantação de processos de socialização, fazem-se necessários considerar: a) A tecnologia, o desempenho e as perdas financeiras. b) As perdas financeiras, os aspectos ambientais e o desempenho. c) Os resultados, as máquinas e os aspectos ambientais. d) O contexto, o conteúdo e os aspectos sociais. e) A tecnologia, os resultados e os aspectos ambientais. 4 . Analise a situação apresentada a seguir: Diante de resultados ruins no último trimestre, a empresa brasileira X-ipsolon-Z, situada no centro- oeste do Brasil, decidiu reestruturar sua forma de trabalhar e, principalmente, os processos envolvendo a formação e qualificação das equipes de trabalho (em todas as áreas e departamentos). Após um processo seletivo concorrido, decidiu contratar uma comissão técnica toda estrangeira, da Inglaterra. Com base no relato anterior, e nas concepções sobre ética no contexto do trabalho, o que norteará a aceitação dos brasileiros acerca desta decisão? Assinale a resposta correta: a) A ética, pois ela é a referência do que se fará. b) A moral, pois sem moral não há credibilidade. c) A ética, pois ela é ação em si, e isso é o que conta. d) A política, pois ela é a ação em si, e isso é o que conta. e) A falha, pois só acertar não significa nada. 5 . Ao fornecer um feedback a um colega de trabalho, é impreterível levar em consideração: a) Quem ele é. b) A percepção e a temporalidade. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com c) O custo nominal a ser despendido. d) Sua espiritualidade. e) Sua origem social. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/resumo Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO Neste estudo iniciamos um debate sobre os elementos envolvidos nas relações interpessoais no contexto do trabalho. Em nosso itinerário, nos embrenhamos em conhecer: A dinâmica humana e nossa busca para compreender o que a alicerça, bem como os relacionamentos interpessoais, a partir de dois formatosde relação: com base no eu-isto (na utilidade que cada um tem ao outro) e no eu-tu (na interação pessoa-pessoa). Analisamos também as dimensões da dinâmica humana, como a afetividade e as relações de poder. O processo de socialização e suas táticas individualizadas (individuais, informais, randômicas, variáveis, disjuntivas e desinvestimento) e institucionalizadas (coletivas, formais, sequenciais, fixas, seriais e investimento), que, no contexto do trabalho, estão intimamente ligadas a práticas relacionadas ao recrutamento e seleção de pessoal, a treinamentos e desenvolvimento de pessoas, a mudanças organizacionais, à gestão do desempenho, entre outros. O conflito , considerado inerente à vida humana, em razão de: escassez de recursos para atender às necessidades individuais, ou afetividade e poder, que têm potencial gerador de conflitos entre os indivíduos. Entretanto, existem formas de administrá-lo, a partir do entendimento de suas características, bem como das possíveis respostas a sua resolução. O processo de feedback como prática de gestão, que mostra-se importante, não apenas no intuito de maximizar o desempenho em relação ao trabalho, mas também, em termos sociais e pessoais. Existem práticas a ele inerentes, tais como sensibilização, devolutiva e avaliação, e quatro tipologias: positivo, corretivo, insignificante e ofensivo. As questões éticas e o contexto do trabalho , bem como suas condições e indicadores que norteiam a conduta dos indivíduos no momento contemporâneo do trabalho. No entanto, este efeito norteador não atua de forma absoluta sobre nossas condutas. Eventualmente, acabamos por adotar uma forma de agir e pensar não tão condizente com as regras morais que até o momento nos guiam. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/eu-indico Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Material Complementar Na Web Para ilustrar melhor a questão do conceito do conflito, convidamos você, caro(a) aluno(a), a assistir à palestra intitulada “Ouse discordar”, proferida por Margaret Hefernan. Para ter acesso ao conteúdo, clique no link, disponível em: Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.ted.com%2Ftalks%2F%2520margaret_heffernan_dare_to_disagree%3Flanguage%3Dpt-br&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0fknePkS6x5EhgX28v-_As https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/refer%C3%AAncias Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS BASTOS, A. V. B.; YAMAMOTO, O. H.; RODRIGUES, A. C. A. Compromisso social e ético: desafios para atuação em Psicologia Organizacional e do Trabalho. In: BORGES, L. O.; MOURÃO, L. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Frlae%2Fv4nspe%2Fv4nea12.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3pP_UNnasUCmC5ftu9E8jS http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fedreal%2Fv37n209.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3EU_4f5F0BdUPsxP4bgHy1 https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/aprofundando Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação APROFUNDANDO Como sugestão, para aprofundamento dos nos estudos, convido você a refletir sobre um modelo explicativo, já bastante conhecido, sobre os relacionamentos interpessoais: a Janela de Johari . A comunicação é inerente à condição do ser humano e se dá por meio da apresentação de signos padronizados (pactuados entre os membros da espécie humana, de uma dada cultura) que permitem compreensão mútua do que se pretende informar. Estas comunicações são carregadas de conteúdos, tais como: informações, ideias, pensamentos, intenções, desejos e conhecimentos. Entretanto, o processo de comunicação humana épermeado pelas interações que os homens, ao tentar expressar o que pensam e o que sentem uns em relação aos outros, estabelecem reciprocamente. A Janela de Johari trata-se de um modelo que busca explicar/ilustrar esse processo comunicacional. Foi proposto por Joseph Luft e Harry Inghan, que o elaboraram com o intuito de explicar a interação humana, a fim de desenvolver formas de aprimorar a comunicação e aperfeiçoar o processo interacional. Em geral, essa concepção é estudada e aplicada na relação interpessoal de grupos maiores, com mais de duas pessoas. Tal modelo explicativo da interação humana divide a percepção em áreas, ou quadrantes, por meio de colunas (verticais e barras horizontais). Enquanto as duas colunas representam o “ eu ”, as duas barras representam o grupo . Tanto colunas quanto barras não são fixas e podem se deslocar e apresentar formas diferentes dos quadrantes desse quadrado (no seu interior). Ambas estarão condicionadas ao grau de feedback a ser ofertado ao longo do processo comunicacional. As figuras formadas ilustram a relação estabelecida entre as pessoas, alicerçada no modelo de percepção do qual a pessoa se faz valer e no seu nível de consciência, de compreensão ou, mesmo, https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial revelação. No primeiro quadro, sob o nome de “Aberto, Arena ou Área Livre”, se encontram as experiências e os dados conhecidos pela própria pessoa e por outras pessoas. É uma área que se caracteriza pela troca livre e aberta de informações entre o “eu” e os outros. O comportamento, neste caso, é público e disponível a todos. Além disso, a área pode aumentar de tamanho, na medida em que o nível de confiança cresce entre os participantes e quando mais informações relevantes, de caráter pessoal, são compartilhadas. O segundo quadro tem o nome de “Cego, Mancha cega ou Mancha escura”. Esta área é caracterizada por apresentar informações conhecidas dos outros, mas não do “eu”, ou seja, aquelas informações a respeito do nosso “eu” que ignoramos, mas que os outros conhecem. Designa aquilo que os outros sabem de nós e não nos dizem. O modo como agimos, falamos, além do nosso estilo de relacionamento suscitam impressões nos outros. Se essas impressões não nos forem por eles reveladas (verbalmente ou com atitudes e gestos), criarão em nós a mancha escura que gera suspeita, cautela, falta de desenvoltura. O terceiro quadro, sob o nome de “Oculto, Fachada ou Máscara”, é representado pelo que é conhecido do “eu”, mas não dos outros. Esta área contém informações que sabemos a nosso respeito, mas que são desconhecidas pelo grupo. Nesta fachada, tendemos a manter oculto dos outros as coisas que conhecemos de nós mesmos, por medo de que o grupo saiba sobre nossos sentimentos, percepções e opiniões a respeito das pessoas. Isso pode causar uma rejeição do grupo, que poderá nos atingir de alguma forma. Em grande parte, os motivos de não nos revelarmos orbitam em “manipular” e “controlar” os outros. O quarto e último quadro, sob o nome de “Desconhecido ou Área Ignorada”, designa uma área que apresenta aspectos de nossa realidade pessoal dos quais não estamos conscientes e, também, são desconhecidos até pelas pessoas que estamos em contato. Este é o quadrante das nossas motivações inconscientes e compreende coisas como dinâmica interpessoal, ocorrências da primeira infância, potencialidades latentes e as que ainda estão por descobrir. Sob a perspectiva da Janela de Johari, o comportamento humano é concebido a partir de oito pressupostos: holístico; subjetivo; emocional; baixo nível de consciência; receber influência de situações como aceitação, conflito e confiança; importância maior no com do que no por que ; ser descoberto pela experiência pessoal; e ser compreendido em sua complexidade. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, E. R. A.; BACHION, M. M.; CARVALHO, E. C. Aplicação da Janela de Johari em uma interação. Revista Latino-Americana de Enfermagem , Ribeirão Preto, n. especial, v. 4, p. 113-126, abr. 1996. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v4nspe/v4nea12.pdf >. Acesso em: 24 jul. 2017. PARABÉNS! https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Frlae%2Fv4nspe%2Fv4nea12.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3pP_UNnasUCmC5ftu9E8jS Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f Unidade 3 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; MORENO, Bruno Stramandinoli. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial Introdução à Psicologia do Trabalho. Bruno Stramandinoli Moreno. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 40 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Psicologia . 2. Trabalho . 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 150 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un3/pagina-inicial Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação GESTÃO DA EQUIPE DE TRABALHO Professor : Me. Bruno Stramandinoli Moreno Objetivos de aprendizagem • Conhecer aspectos que estejam envolvidos em processos de gestão de equipes, em especial a liderança. • Conhecer aspectos que estejam envolvidos em processos de gestão de equipes, em especial o desempenho e o comprometimento. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial • Compreender a dinâmica dos conflitos e conhecer formas gerenciá-los no contexto trabalho. • Conhecer aspectos que estejam envolvidos em processos de gestão de equipes, em especial a promoção de bem-estar e saúde no contexto do trabalho. • Conhecer aspectos que estejam envolvidos em processos de gestão de equipes, em especial o fenômeno do assédio moral no contexto do trabalho. Plano de estudo • Liderança • Desempenho e Comprometimento no Trabalho • Bem-estar e Saúde no Contexto do Trabalho • Assédio moral no Contexto de Trabalho Introdução Na maioria das organizações contemporâneas identifica-se a presença deequipes de trabalho. Adotadas como modelo de gestão na estruturação e organização do trabalho, em muitas empresas e corporações, as equipes de trabalho se configuram como “[...] entidades sociais inseridas em sistemas maiores (as organizações), as quais executam tarefas relevantes para a missão da organização à qual pertencem [...]” (PUENTE-PALÁCIOS; GONZÁLEZ-ROMÁ, 2013, p. 312). Neste sentido, tais equipes são impactadas pela lógica dos resultados em seu desempenho e sob as consequências que este desempenho terá, tanto no ambiente interno, quanto no externo a elas. Sua https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://getfireshot.com composição se dá a partir da eleição de pessoas que atuam de forma interdependente e que reconhecem e são reconhecidas entre os membros da organização que as circunscreve. Outro aspecto concernente ao entendimento das equipes de trabalho se dá pelo fato de sua dinamicidade sistêmica e fundamentada nas relações interpessoais, caracterizadamente, interdependentes. Podem ser alinhadas e demandadas a atuar em razão: (a) de tarefas específicas a serem desempenhadas; (b) de responsabilidades a serem incumbidas, diante da organização; e/ou (c) de existirem objetivos/metas de trabalho comuns. Conforme destaca Puente-Palácios e González-Romá (2013), é inerente à existência de equipes a necessidade de se arquitetar as ações de seus membros. Assim, ao não se promover um mínimo alinhamento entre aquilo que é demandado pela organização e o que se pode ser entregue pela equipe, corre-se um risco significativo dessa organização já se tornar fadada ao fracasso. Diante dessa questão, torna-se impreterível abordarmos alguns temas sensíveis e que vão alicerçar o entendimento sobre a gestão de equipes de trabalho. São eles: (a) liderança; (b) desempenho e comprometimento; (c) bem- estar e saúde; e (d) assédio moral. Assim sendo, esta unidade está organizada de modo a trazer estas temáticas à baila das discussões da gestão de equipes. Dito isto, bom estudo! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação LIDERANÇA Liderar diz respeito à capacidade de uma dada pessoa de influenciar as ações de outra(s) pessoa(s). Somos influenciados por grandes figuras, mas também por pessoas simples. Silva e Zanelli (2008) destacam que, no contexto do trabalho, essa capacidade de influenciar pessoas tem impacto direto sob a efetividade de resultados. Diante de um cenário mais competitivo e desafiador às organizações, a sociedade tem demandado a formação de bons líderes que assumam e guiem seus liderados ao alcance de objetivos. Compete a quem lidera: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial Figura 1 – Competências da liderança Fonte: adaptado de Silva e Zanelli (2008). O pano de fundo de um processo de liderança é a vivência de papéis sociais e a interação social. Quem lidera o faz sob os comandos de quem lhe autorizou. Assim, só há o líder se houver liderados que o aceitem como tal. Autores, como Cavalcante et al. (2005) e Megginson, Mosley e Pietri (1998), destacam que, ao longo da história da humanidade, é possível identificar percepções e conceituações diferenciadas acerca do fenômeno da liderança. Em cada momento histórico vemos sendo valorizados certos aspectos que se destacam a respeito da forma de se liderar, seja sobre alguma expectativa, seja sobre a ação efetiva. Nos idos de 1940 o que se valorizava sobre a liderança eram os traços de certas pessoas, que, de maneira inata, enfatizavam, especialmente, suas qualidades pessoais. A liderança era exercida em razão da existência de traços físicos, intelectuais e sociais direcionados para uma dada tarefa. Nas décadas seguintes, vimos a valorização de concepções que valorizavam a natureza da liderança e as consequências práticas do comportamento do líder em relação aos liderados (década de 1950). Na década de 1970 houve um boom na busca para compreender o fenômeno da liderança e três teorias se destacaram: a situacional , que foca na análise da situação em que o processo de interação líder-seguidor ocorre; (b) a transacional , que foca na troca estabelecida entre comandante e comandados, enquanto líderes que gerem recompensas contingentes e que administram por exceção (ativa, passiva e laissez-faire); (c) a transformacional , que foca no crescimento e desenvolvimento das pessoas, com vistas à mudança dos seus níveis de consciência; o objetivo é guiar as pessoas a alcançarem autonomia e buscarem padrões de desempenho que vão além do atual; e (d) a carismática , que foca na capacidade do líder de influenciar a partir da identificação e percepção de um modelo (estilos e traços). Já no fim da década de 1990 e início dos anos 2000 vimos a emergência de duas perspectivas bem interessantes: (a) a estratégica , com foco na estrutura das organizações e como estas influenciam seus membros, de maneira a alinhar os interesses individuais aos coletivos; e (b) a visionária , com foco em mobilizar os indivíduos na busca de uma visão comum e comunicação clara e inspiradora. Silva e Zanelli (2008) destacam, diante das exigências do contexto trabalho, que não é possível afirmar que um único estilo de liderança seja suficiente para satisfazer diferentes demandas. Contudo, é preciso saber que a cada novo estilo criado, um dado contexto socioeconômico cultural é atendido. A conduta dos indivíduos é influenciada justamente pela forma como estes elementos são articulados e mobilizados pelo líder. Várias são as classificações para definir o estilo de liderança. Entretanto, Cavalcanti et al. (2005) destacam uma em especial, que considera o modelo de liderança a partir do tipo de participação dos comandados em processos de tomada de decisão. Segundo os autores, esta classificação relaciona https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com dois aspectos importantes: nível de descentralização do poder e afetividade. Figura 2 – Classificação de estilos de liderança Fonte: adaptado de Cavalcanti et al. (2005). O processo de liderança, seja em qualquer cenário, encontra turbulências, incertezas e contradições. Assim, lidar com essas inconstâncias é lidar, ao mesmo tempo, com paradoxos. O mais importante é que o líder, em seu papel, tem como premissa fazer com que seus liderados cheguem aonde estes desejem, alinhando a isso a entrega de outros resultados que sustentem esta busca. Em suma, o líder precisa “abrir caminho”. (O autor) Como processo social, a liderança, se pauta no estabelecimento de relações de influências entre as pessoas. Logo, pode ser entendida como um padrão de comportamento utilizado com certa frequência para modificar ou manter o comportamento de outras pessoas. Megginson, Mosley e Pietri (1998) destacam que liderar é assumir que a interação com os indivíduos, “sob sua batuta”, será influenciada a ponto destes executarem atividades (individuais e grupais) a fim de atingirem de determinados objetivos (individuais e coletivos). Silva e Zanelli (2008) afirmam que tal influência precisa preconizar a cooperação, num modelo“ganha-ganha”, em favor de algo que todos os envolvidos julguem desejável. A tônica do processo de liderança é a vivência de diferentes papéis sociais que, condicionados a um certo grau de abrangência das situações e dosfatos, estabelecerão uma perspectiva em que o líder procurará, ou não, buscar maior participação dos seus liderados em situações como: (a) carece de informações para resolver por si mesmo os problemas; (b) falta de clareza sobre a situação, de modo que o grupo será demandado a ajudar em sua resolução; (c) aceitação do processo decisório, por parte do grupo, como condição basilar à implementação de qualquer solução efetiva; e (d) disponibilidade temporal suficiente que permita uma real participação. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Conclui-se que só é possível compreender como um processo de liderança será eficaz, ou não, se analisarmos o grau de integração entre o líder e seus liderados e o quanto estes efetivam comportamentos e resultados. A cada situação, momento ou cenário, um dado estilo de liderança será demandado e melhor aplicado. Isso significa que, ao se adotar este ou aquele estilo, assume-se que a interação com os liderados será afetada diretamente. Portanto, a arena direta para a efetivação de resultados será justamente a gestão destas interações. DESEMPENHO E COMPROMETIMENTO NO TRABALHO Um desdobramento dos conceitos de relacionamentos interpessoais, liderança e contexto do trabalho reside no conceito de desempenho. Compreendê-lo, para nossos debates sobre a Psicologia e o contexto do trabalho, será de fundamental importância, pois nos permitirá entender como é possível mensurar a constância de processos e ações sob a ótica da eficácia e da eficiência em relação a processos, programas e pessoas. Nesta aula nossos esforços serão possibilitar um entendimento sobre o significado e os métodos de mensuração do desempenho no contexto do trabalho. Só é possível falar de desempenho em razão de algum resultado que se almeja alcançar. Logo, o desempenho pode ser definido como a soma de ações que buscam a consecução de resultados esperados. Ao se medir o desempenho (comportamento e ações) de um indivíduo ou de uma organização, constrói-se um conjunto de informações que influenciarão a tomada de certas decisões a fim de se (re)definir rumos, no caso do desempenho não atender às expectativas, ou da continuidade do desempenho até então empreendido (e do seu aprimoramento, se necessário), caso esteja atendendo às expectativas. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Para a melhor compreensão deste conceito, vamos estudar alguns outros fenômenos que nos auxiliarão nesta empreitada, usando como base os autores Bendalossi e Malvezzi (2013): Gestão: fenômeno que se empenha em dirigir e decidir sobre as ações a serem empenhadas, com vistas a se estabelecer e alcançar padrões de desempenho e resultados. Eficiência: formato (método) de execução de uma dada tarefa ou ação (meio). Eficácia: refere-se a alcançar um dado objetivo desejado (resultado). Tomada de decisão: envolve ações de identificar (levantar e monitorar informações) sobre uma dada situação e a escolha de caminhos alternativos de ação são considerados. Vínculo organizacional: relação particular com a organização, que resulta num padrão de comportamento diretamente relacionado com o estabelecimento de relações e controles entre ambos. Comprometimento organizacional: vínculo estreito que liga o indivíduo à organização em razão de valores e objetivos compartilhados. A fim de se alcançar metas organizacionais, o comprometimento atua mediando comportamentos de contribuição. De posse destes conceitos, faz interessantes envolver as partes interessadas (clientes, funcionários, acionistas, fornecedores, comunidade etc.) na definição do modelo a ser seguido pela organização, ou pelo grupo de trabalho (projeto), desenvolvendo e analisando as métricas de desempenho. Isso faz com se potencialize para além as possibilidades de sucesso sobre a forma de avaliar o processo de gestão, permitindo a análise das várias perspectivas (eficiência) e funcionando como um impulso para a melhoria da organização (tomada de decisão). O efeito imediato será a uma melhor compreensão e aceitação da forma de se mensurar e analisar os resultados alcançados (eficácia). • EFICIÊNCIA: atributo ou condição do que é produtivo; desempenho, produtividade, rendimento. • EFICÁCIA: qualidade do que produz o resultado esperado; infalibilidade, segurança, validez. Fonte: Michaelis (2015). Segundo Daft (2003), em momentos anteriores na história, a forma de se entender e avaliar o desempenho era arquitetada apenas sob a perspectiva financeira (a qual não contemplava outras áreas, apenas o headline ). Atualmente, o resultado almejado não orbita apenas sob o viés financeiro, mas, também, sob a ótica de outros elementos envolvidos e que têm impacto direto na geração de valor (econômico, político, social etc.). Neste sentido, alerta o autor ser necessário buscar agir de maneira a garantir níveis de desempenho eficientes e eficazes, por meio do incremento da capacidade de aprendizagem da organização, para resolução de problemas e tomadas de decisão. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Figura 3 – Aspectos influenciadores do desempenho organizacional Fonte: adaptado de Cavalcanti et al. (2005). Esse tipo de perspectiva possibilita, ao se descentralizar poderes, uma autonomia maior em momentos de tomada de decisão. Assim, faz-se necessário, não um controle de desempenhos individuais, mas, sim, a gestão do desempenho organizacional, que precisa estar atrelada ao desempenho de seus profissionais, de forma correlata à remuneração e ao reconhecimento. A partir do momento em que se alinha a geração de valor das ações dos indivíduos, amplia-se a valoração organizacional e vice- versa. Se ver parte do que se produz, na proporção de seu desempenho, se reflete, por exemplo, nas práticas de participação nos lucros, remuneração por objetivos e programas de participação acionária. Ao se garantir que os indivíduos atuem conjuntamente no sentido de atingir os resultados pretendidos, está se fazendo, na verdade, a gestão do desempenho organizacional. A partir da medição do que os desempenhos estão fazendo e potencializando, é possível fazer as tomadas de decisão, bem como a implantação de ações mais alinhadas com os resultados esperados e às estratégias que as norteiam (KAPLAN; NORTON, 1997). BEM-ESTAR E SAÚDE NO CONTEXTO DO TRABALHO https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Para definir o que se designa de “Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)”, faz-se necessário pensar, segundo Limongi-França (2005, p. 11-12), sob três perspectivas: Quadro 1 – Perspectivas da Qualidade de Vida no Trabalho segundo Limongi-França Fonte: adaptado de Limongi-França (2004). Na primeira perspectiva (a Socioeconômica), o pensamento vigente é a noção de responsabilidade social empresarial. Neste sentido, a QVT é concebida sob a luz de discussões éticas, cidadania e responsabilizações que precisem ser comungadas em razão de se promover um desenvolvimento de ordem econômica, social, científica e cultural de uma dada sociedade. Assim, o que se enfoca é: Figura 4 – Enfoques da perspectiva socioeconômica da QVT Fonte: adaptado de Limongi-França (2004). Na segunda perspectiva temos Qualidade de Vida no Trabalho sob uma ótica mais filosófica, assumindo a premissa de que só há melhora na vida das pessoas (no contexto do trabalho, das organizações etc.) quando estas são mais envolvidas e se sentem satisfeitas no e pelo trabalho. Em decorrência disso, há menor incidência de estresse e exaustão. Por fim, a terceira perspectiva reúne a maioria dos modelos que buscam explicar, sob a lógica do contexto corporativo (e social),o conceito de Qualidade de Vida no Trabalho. Dentre os vários modelos, um em especial, mas atual, nos auxiliará a entender QVT. Engloba duas perspectivas diferentes: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com 1. Sob a ótica das organizações, visa à promoção de bem-estar individual e coletivo, o desenvolvimento pessoal dos trabalhadores e o exercício da cidadania organizacional nos ambientes de trabalho. 2. Sob a ótica dos sujeitos, indica o predomínio de vivências de bem-estar no trabalho, de reconhecimento institucional e coletivo, de possibilidade de crescimento profissional e de respeito às características individuais (FERREIRA apud SILVA, 2016, p. 37). Nessa toada, Qualidade de Vida no Trabalho implica fomentar práticas no sentido de modificar, de forma preventiva, as variáveis do contexto do trabalho que possam gerar mal-estar e de alguma forma mitigar a sensação de bem-estar e saúde. O foco gira em torno do fenômeno “trabalho”. Ou se atua de maneira assistencialista (em que o trabalho é concebido como punição, que gera sofrimento e demanda algum nível de sacrifício por parte de quem trabalha), ou se atua de forma preventiva (em que o trabalho é concebido como uma ação que gera a percepção de valorização positiva e seu ato é visto como uma condição de atividade geradora de prazer e satisfação pessoal, contribuindo para o bem-estar e a promoção de saúde). Definamos então o que vem a ser este bem-estar. A díade “bem-estar” e“mal-estar” está diretamente ligada à noção de escolha, que direciona, invariavelmente, a um resultado. Entretanto, qual a diferença entre ambos os termos, especificamente no contexto do trabalho? Siqueira e Martins (2013) apontam que este é o elemento central das discussões sobre QVT. Ao falar de QVT, é óbvio que a origem do ponto diferenciador parece orbitar em torno da sensação sobre a situação vivida (a percepção que se instala entre algo ser considerado como agradável ou desagradável ) no contexto organizacional. Em ambos os casos, o que se mostra é um dado julgamento feito pelo indivíduo (ou por um coletivo) a respeito do contexto de trabalho que o circunscreve. Neste sentido, são avaliados os estados físico, psicológico e social por ele afetados. Figura 5 – Qualidade de vida no contexto do trabalho Fonte: adaptado de Siqueira e Martins (2013). https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com O equilíbrio dessas forças é a cruzada travada pelo(s) trabalhador(es), cotidianamente, almejando a manutenção de sua integridade. Mais preservada a saúde (mental e física) do indivíduo estará, na medida em que forem pensadas e executadas ações que favoreçam um enfrentamento diante das condições laborais. O que ditará se há ou não bem-estar ou mal-estar será justamente a percepção que os indivíduos têm sobre o trabalho e seu contexto. Logo, quanto mais positiva, maior a sensação de bem-estar; quanto mais negativa, maior sensação de mal- estar. Fonte: adaptado de Codo, Merlo e Jacques (2010). No fim das contas, serão as estratégias construídas pelos trabalhadores (de forma individual ou coletiva) para enfrentar adversidade das condições inerentes ao contexto organizacional que fomentarão a maior incidência de bem-estar e Qualidade de Vida no Trabalho no contexto organizacional. ASSÉDIO MORAL NO CONTEXTO DE TRABALHO https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Assédio moral é um tema que circula no mundo do trabalho a longa data. Segundo Soboll (2008), este fenômeno já é um fato comum, desde que o trabalho assumiu nuances mais organizativas. Também conhecido sob as expressões mobbing ou bullying , desde a década de 1980 tem sido encarado como um processo psicológico de significativo impacto na relação entre saúde e trabalho e os indivíduos. O assédio moral é uma situação extrema de agressividade no trabalho, marcada por comportamentos ou omissões, repetitivos e duradouros. Tem como propósito destruir, prejudicar, anular ou excluir e é direcionado a alvos escolhidos (uma ou mais pessoas em especial). Caracteriza-se por sua natureza agressiva, processual, pessoal e mal-intencionada. Pode ter efeito de gestão disciplinar sobre o coletivo, como um resultado secundário e não como propósito final do processo de hostilização (SOBOLL, 2008, p. 21). Diferente uma agressão pontual (em que são identificados atos ou omissões praticados de forma a instalar a hostilidade, ou ofensa momentânea e descontinuada), o assédio moral não se caracteriza como uma reação impulsiva, ou mesmo despropositada. Ele apresenta, em sua condição de processo, características de um evento vivenciado, continuamente, que não se limita a uma situação e, em geral, são atos praticados com alguma intencionalidade (de prejudicar, por exemplo). Segundo Soboll (2008), a origem desse ato está mais relacionada a um contexto (do trabalho, das organizações, das instituições) com altos níveis de: Estimulação à competitividade. Exigências absurdas. Perversidade. Assim, para a referida autora, ao invés de se falar de um “mal” inerente à condição humana, é preciso ter em mente que o que há é uma a agressividade (por parte dos indivíduos) como “[...] estratégia de defesa psíquica diante das múltiplas exigências, pressões e seduções organizacionais” (SOBOLL, 2008, p. 23). Diante disso, é preciso entender que a responsabilidade das ações é dos atores sociais (organizacionais) envolvidos, mas que os fatores que mobilizam e operacionalizam a dinâmica do assédio moral, no contexto do trabalho, “[...] pressupõem articulações complexas entre o sistema produtivo, a organização do trabalho e os aspectos individuais e interpessoais” (SOBOLL, 2008, p. 24). Nessa perspectiva, o assédio moral pode designar: [...] qualquer conduta abusiva em relação a uma pessoa que possa acarretar um dano à sua personalidade, à sua dignidade ou mesmo à sua integridade física ou psíquica, podendo acarretar inclusive perda de emprego ou degradação do https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com ambiente de trabalho em que a vítima está inserida (SOBOLL, 2008, p. 30). Ainda conforme destaca Soboll (2008), na prática social e organizacional, especificamente, o assédio moral se caracteriza por ações de violência psicológica extrema, de forma processual (continuada), carregadas de más-intenções, destinadas um dado indivíduo. Está limitado em relação a alguns aspectos, como os apontados na figura a seguir: Figura 6 – Dificuldades impostas à vítima de assédio moral Fonte: adaptado de Soboll (2008). Soboll (2008, p. 37-38), citando Hirigoyen (2002), ainda destaca uma lista de atitudes hostis que caracterizam o comportamento assediador no contexto do trabalho: Deterioração proposital das condições de trabalho : retirar a autonomia da vítima; não lhe transmitir mais as informações úteis para a realização de tarefas; contestar sistematicamente todas as suas decisões; criticar seu trabalho de forma injusta ou exagerada; privá-lo do acesso aos instrumentos de trabalho: telefone, fax, computador; retirar o trabalho que normalmente lhe compete; dar-lhe permanentemente novas tarefas; atribuir-lhe proposital e sistematicamente tarefas inferiores às suas competências; atribuir-lhe proposital e sistematicamente tarefas superiores às suas competências; pressioná-la para que não faça valer seus direitos (férias, horários, prêmios); agir de modo a impedir que obtenha promoção; atribuir à vítima, contra a vontade dela, trabalhos perigosos; atribuir à vítima tarefas incompatíveis com sua saúde; causar danos em seu local de trabalho; dar- lhe deliberadamente instruções impossíveisde executar; não levar em conta recomendações de ordem médica indicadas pelo médico do trabalho; e induzir a vítima ao erro. Isolamento e recusa de comunicação : a vítima é interrompida constantemente; superiores hierárquicos ou colegas não dialogam com a vítima; a comunicação com ela é unicamente por escrito; recusa-se todo o contato com ela, mesmo o visual; é posta separada dos outros; ignoram sua presença, dirigindo-se apenas aos outros; proíbem o colega de lhe falar; já não a deixam falar com ninguém; e a direção https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com recusa qualquer pedido de entrevista. Atentado contra a dignidade : utilizam insinuações desdenhosas para qualificá- la; fazem gestos de desprezo diante dela (suspiros, olhares desdenhosos, levantar de ombros); é desacreditada diante de colegas, superiores ou subordinados; espalham rumores a seu respeito; atribuem-lhe problemas psicológicos (dizem que é doente mental); zombam de suas deficiências físicas ou de seu aspecto físico; é imitada ou caricaturada; criticam sua vida privada; zombam de sua origem ou de sua nacionalidade; implicam com suas crenças religiosas ou convicções políticas; atribuem-lhe tarefas humilhantes; e é injuriada com termos obscenos ou degradantes. Violência verbal, física e sexual: ameaças de violência física; agridem-na fisicamente, mesmo que de leve; é empurrada, fecham-lhe a porta; falam com ela aos gritos; invadem sua vida privada com ligações telefônicas ou cartas; seguem-na pelas ruas, é espionada diante do domicílio; fazem estragos em seu automóvel; é assediada ou agredida sexualmente (gestos ou propostas); e não levam em conta seus problemas de saúde. O assédio moral pode ser caracterizado em fases de evolução: Figura 7 – Fases de evolução do assédio moral / Fonte: adaptado de Soboll (2008). Veja a seguir uma explicação detalhada de cada fase: Condição zero: nesta fase não se objetiva prejudicar, apenas há o desejo de se sobrepor ao outro. É considerado propício para se iniciar o processo do assédio moral. Fase 1: incidente crítico inicial (ainda oculto ou envolto em contradições). O indivíduo não compreende o ocorre, pois não identifica as relações entre o incidente inicial e o tipo de tratamento contraditório que está recebendo. Fase 2: já é possível se configurar assédio moral, pois se identifica o aparecimento de comportamentos que se mostram ofensivos, prejudiciais, manipulativos e agressivos, de forma mais continuada. Fase 3: a situação é interpretada pelos superiores como uma falha do indivíduo subjugado. A tendência é visualizar a situação a partir de explicações que imputam responsabilidade ao indivíduo, mais do que no contexto. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Fase 4: ao passo que as condições laborais e do contexto não enfrentadas e resolvidas, o passo seguinte será a saída (forçada) do trabalhador agredido do ambiente (seja um pedido de demissão, seja por afastamento para tratamento de saúde, seja por uma aposentaria precoce). Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/atividades Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. Sobre o conceito da liderança, considere as afirmações a seguir: I) A liderança pode ser entendida como uma capacidade de mobilizar pessoas a realizarem ações e se sentirem satisfeitas com isso. II) A liderança, quando fundamentada na habilidade de influenciar por meio de potencial punição, tende a ser muito duradoura. III) Um líder não precisa ter a habilidade de estabelecer relações interpessoais mais humanas e participativas; precisa, sim, ter objetividade e ser agressivo em seus anseios. IV) Um líder não pode se preocupar mais com a tarefa do que com o grupo. Assinale a alternativa correta: a) Todas as afirmações estão corretas. b) Apenas a afirmação I está correta. c) Apenas as afirmações II, III e IV estão corretas. d) Apenas a afirmação IV está correta. e) Todas as afirmações estão incorretas. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial 2. Sobre o assédio moral, considere as afirmações a seguir: I) O assédio moral se refere apenas a comportamentos e atitudes de chefes, não de colegas de trabalho. II) Assédio moral não está relacionado a questões éticas e de perversidade. III) Em geral, comportamentos relacionados ao assédio moral se caracterizam como sendo de extrema violência psicológica, de modo a humilhar, desqualificar e desestabilizar, emocionalmente, o indivíduo vitimado no contexto de trabalho. IV) O assédio moral não põe em risco a saúde da pessoa vitimada, nem mesmo seu emprego. O assédio moral no trabalho diz respeito a práticas expositivas e situações humilhantes e constrangedoras, de forma pontual, não prolongada. Assinale a alternativa correta: a) Todas as afirmações estão corretas. b) Apenas as afirmações II, III e IV estão corretas. c) Apenas a afirmação IV está correta. d) Apenas a afirmação III está correta. e) Todas as afirmações estão incorretas. 3. As atitudes pessoais e os comportamentos que estejam relacionados à produtividade, tanto individual como em grupo, podem ser afetados por questões relacionadas ao impacto que as mudanças no ambiente de trabalho terão sobre: a) A qualidade de vida no trabalho. b) A baixa adesão a programas de motivação. c) As altas taxas de rotatividade. d) Ao comprometimento organizacional. e) A excelência no atendimento ao cliente. 4 . Sobre o desempenho, considere as afirmações a seguir: I) Eficiência refere-se ao emprego correto dos recursos, de maneira a, produtivamente, atingir um dado objetivo. II) Só se faz bem feito quando os trabalhadores, de maneira eficiente, minimizam o que é necessário utilizar e o tempo para se fazer algo, gerando certo resultado. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com III) Ser eficiente remete a um certo resultado que o indivíduo alcança, independentemente da maneira como executa seu trabalho. IV) Um trabalhador eficaz é aquele que foca em gerar resultado, independentemente da maneira como executa seu trabalho. Assinale a alternativa correta: a) Apenas as afirmações I e IV estão corretas. b) Apenas a afirmação II está correta. c) Todas as afirmações estão corretas. d) Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas. e) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas. 5 . Analise as afirmações a seguir: I) Qualidade de Vida no Trabalho refere-se apenas a aspectos físicos e ambientais do contexto do trabalho. II) Um bom líder é alguém que tenha uma boa popularidade. III) Assédio moral designa toda e qualquer ação, isoladamente proferida, com intenção de responder a uma situação. IV) Um alto nível de desempenho pode ser erigido se, e somente se, produtividade e qualidade forem consideradas, em termos de satisfação com as tarefas executadas, sem relação com objetivos organizacionais esperados. Assinale a alternativa correta: a) Apenas as afirmações I e a III estão corretas. b) Apenas a afirmação II está correta. c) Todas as afirmações estão corretas. d) Apenas as afirmações II e IV estão corretas. e) Todas as afirmações estão incorretas. Resolução das atividades https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/atividadeshttps://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/resumo Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO Neste estudo iniciamos um debate sobre os elementos envolvidos na gestão de equipes no contexto do trabalho. Em nosso itinerário, nos embrenhamos em conhecer: A liderança e suas concepções, a fim de abarcar a capacidade de uma dada pessoa de influenciar as ações de outra(s) pessoa(s), bem como suas tipologias no que se refere à afetividade e às relações de poder. O desempenho e o comprometimento organizacional como um desdobramento dos conceitos de relacionamentos interpessoais, liderança e contexto do trabalho. Também vimos sua importância para nos permitir compreendê-los como uma forma de mensurar a constância de processos e ações (sob a ótica da eficácia e da eficiência) em relação a processos, programas e pessoas e seus aspectos e implicações à gestão de equipes. O bem-estar e a saúde , remetendo à concepção de Qualidade de Vida no Trabalho, a qual implica fomentar práticas no sentido de modificar, de forma preventiva, as variáveis do contexto do trabalho que possam gerar mal-estar e de alguma forma mitigar a sensação de bem-estar e de saúde. Em outras palavras, administrar as forças que impelem uma percepção de bem- estar e de mal-estar de indivíduos dentro do contexto organizacional. As questões inerentes e que afetam as relações laborais e o assédio moral no contexto do trabalho, estudando como este fenômeno se origina a partir de um contexto (do trabalho, das organizações, das instituições) com altos níveis de estimulação à competitividade, de exigências absurdas e de perversidade. É preciso adotar a perspectiva de que há uma agressividade (por parte dos indivíduos) no contexto trabalho que é mobilizada de forma a promover estratégias de enfrentamento diante das múltiplas exigências, pressões e seduções organizacionais. Também não deixamos de ver a concepção e as características dos comportamentos considerados hostis, bem como os efeitos ao trabalhador. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/eu-indico Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Material Complementar Na Web Para ilustrar melhor a questão do conceito do conflito, convidamos você, caro(a) aluno(a) a assistir à palestra intitulada “Bullying”, proferida por Shane Koyczan. Para ter acesso ao conteúdo acesse o link, disponível em: Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=p3Dflw6EdyE https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/refer%C3%AAncias Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS BENDASSOLLI, P. F.; MALVEZZI, S. Desempenho no trabalho: definições, modelos teóricos e desafios à gestão. In: BORGES, L. O.; MOURÃO, L. O trabalho e as organizações : Atuações a partir da Psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2013. CAVALCANTI, V. L. et al. Liderança e motivação . Série Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. CODO, W.; MERLO, A. 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Se os parâmetros exigidos levam em conta expectativas irreais, o que se tem é a desconsideração da dimensão real do trabalho. A partir disso, que o que se terá serão situações de violência como defesa psíquica, ou mesmo como recursos, para se vivenciarem as relações. Dependendo da natureza do sistema disciplinar erigido na empresa, os espaços para a prática do assédio moral podem ser ainda mais amplos e efetivos. Por exemplo: Ao se instituir um sistema de punição e/ou de recompensa, o que se está fazendo, de fato, é criando um ambiente competitivo. Ao se proceder a uma exposição que explicita a comparação de resultados, o que ocorre, sutil ou explicitamente, é a articulação com humilhações, o enfraquecimento dos vínculos de solidariedade e a cisão do coletivo, pois, se a metas são individualizadas, geram o isolamento entre as pessoas. O que é notório em organizações em que se identificam casos de assédio moral, segundo Soboll (2008), é o aparecimento evidente de relações interpessoais enfraquecidas no ambiente de trabalho. Por conseguinte, têm-se o fomento a situações como: https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.comhttps://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial (a) Isolamento (fator de vulnerabilidade impactante). (b) Superficialização das relações sociais. (c) Incerteza sobre a percepção de justiça organizacional (o que é injusto e o que de fato ocorre por responsabilidade do indivíduo?). A dinâmica fica clara: ao duvidar das próprias percepções, o indivíduo busca, em seu próprio comportamento, as razões para fracasso, sofrimento e vulnerabilidade. Sensação de culpa e vitimização impregnam as relações e este é o cenário ideal para o estabelecimento do ciclo do assédio moral. No entanto, qual é a organização do trabalho ideal para o favorecimento da ocorrência do assédio moral? Soboll (2008) identifica aquelas que isolam o indivíduo e o expõem, constantemente, a situações de humilhação. Tratam-se das condições necessárias para o estabelecimento de um ciclo de violência, principalmente, psicológica. Outra característica importante para entendermos a dinâmica do assédio moral e sua relação com a organização do trabalho orbita em torno de sua condição processual. Isso significa que a organização, ao estruturar ações, procedimentos, fluxos e práticas organizacionais, delimita a ocorrência, em carácter constante e por dado período de tempo, da situação do assédio moral. Se o assédio moral possui esta condição, é preciso entender, então, que sua ocorrência se dá de forma repetida e que em um dado momento aparecerão evidências de sua prática, seja diretamente, em efeitos no indivíduo-alvo diante dos atos de agressividade psicológica (imputando a este o papel de vítima), seja no ambiente em que os resultados e as situações começam a demostrar sinais problemáticos, tais como: baixa na produtividade, aumento na rotatividade de funcionários, aumento no número de afastamento por razões médicas etc. Com o tempo, o indicador mais preocupante, conforme Soboll (2008), é a banalização de práticas agressivas. Isso significa dizer que tais atitudes acabam se tornando conhecidas por todos na empresa e assumem um caráter corriqueiro. Ao serem dotadas legitimamente, essas ações acabam por representar a organização, no sentido de fazerem cumprir os objetivos organizacionais, por meio da “implantação” de práticas agressivas ao indivíduo (trabalhador), maquiadas por práticas de gestão competitivas. Diferentemente de agressões pontuais, que podem ocorrem em qualquer relação de trabalho, o assédio moral será identificado quando houver repetições destes atos ao longo de meses, ou anos. Eles só procederão se a organização, em sua arquitetura de funcionamento, assim o permitir, seja por ser promotora, cúmplice ou negligente, quando da identificação de situações de violência. Sobol (2008) é categórica: só haverá assédio moral se, por conivência ou omissão, a empresa permitir. Logo, a estrutura organizacional estará articulada de forma a propiciar uma política de violência, configurada em modelos de gestão que evidenciam estratégias abusivas, como: (a) Gestão por injúria: caracterizada pela prática sistemática de administração opressora (abusiva ou persistente). São evidentes ofensas à dignidade pessoal, à honra e à imagem. A partir de práticas autoritárias e desrespeitosas, promove-se humilhações e constrangimentos, a fim de estabelecer https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com obediência e submissão. Vale tanto pelo conteúdo do que é dito quanto o que se divulga. Fica visível na forma de tratamento efetiva, em situações públicas ou privadas. (b) Gestão por estresse: o objetivo é a melhora do desempenho, da eficiência. O foco não é a violência, mas, sim, a rapidez no trabalho. O problema é que as consequências na saúde do trabalhador podem ser desastrosas, em razão dos exageros da pressão impostas em uma medida equivocada. Logo, neste tipo de gestão, é muito comum aparecerem cobranças constantes, um monitoramento exagerado e comparações de desempenho entre os envolvidos (de forma a se estabelecer um ranking de produtividade). Tratam-se de atitudes que fazem comparação de resultados, mas que no fundo são evidências de prazos inadequados às exigências das tarefas. (c) Gestão por medo: baseia-se na implantação de mecanismos que se pautam na ameaça (de forma implícita ou explícita). Este é o elemento central na geração de adesões das pessoas aos objetivos da organização. Logo, a gestão se delimita por práticas, por exemplo, de ameaça de perda do cargo, do emprego, ou mesmo de exposição a constrangimentos. Isso se torna o “motivador” para atitudes de obediência e submissão, além de condutas agressivas. As potenciais ameaças de ser visto como incompetente, de perder o trabalho (cargo ou emprego), ou de não progredir na carreira fazem com que o indivíduo, na busca por se proteger, adote condutas mais agressivas, ou seja, comportamentos hostis e antiéticos, o que corrói ainda mais as relações profissionais e o ambiente laboral. REFERÊNCIAS SOBOLL, L. A. Assédio moral/organizacional . São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f Unidade 4 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; MORENO, Bruno Stramandinoli. https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial Introdução à Psicologia do Trabalho. Bruno Stramandinoli Moreno. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 34 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Psicologia 2. Trabalho 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 372 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un4/pagina-inicial