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Introdução a Segurança e Psicologia do trabalho C A

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Unidade 1 Pagina inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação 
Introdução à 
Psicologia do 
Trabalho 
Professor : 
Me. Bruno Stramandinoli Moreno 
Objetivos de aprendizagem 
• Conhecer as origens da Psicologia, seus determinantes históricos, os conceitos que a 
fundamentam como ciência e profissão e o fenômeno da personalidade. 
• Conhecer e analisar os conceitos que estruturam a Teoria Psicanalítica e entender acerca do 
comportamento humano e suas implicações para o mundo do trabalho. 
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https://getfireshot.com
https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial
https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial
• Compreender a Teoria Comportamental e os conceitos que a estruturam, além de perceber como 
ela entende o comportamento humano e as implicações que ele traz para o mundo do trabalho. 
• Conhecer e examinar a Teoria Humanista, bem como os conceitos que dão base a ela, além de 
compreender o modo pelo qual percebe o comportamento dos indivíduos no contexto do trabalho. 
• Compreender a Teoria Cognitiva com base nos conceitos que lhe dão sustentação, além de 
identificar a maneira com que tal corrente teórica analisa a conduta humana diante do mundo do 
trabalho. 
Plano de estudo 
• Psicologia como Ciência e as Teorias da Personalidade e sua Aplicação no Contexto do Trabalho 
• Teoria Psicanalítica 
• Teoria Comportamental 
• Teoria Humanista 
• Teoria Cognitiva 
Introdução 
Adotaremos à concepção de Psicologia do Trabalho um sentido de origem e causa. Enquanto origem, 
dota ao trabalho o significado de fenômeno estudado pela psicologia, ou seja, é explicada no e pelo 
trabalho. 
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Vamos compreender a psicologia a partir do trabalho. Isso significa que o trabalho é um objeto de 
estudo necessário para se compreender o fenômeno psicológico. Para Codo, Merlo e Jacques (2010), 
ele assume extrema importância na construção do que as ciências psicológicas entendem de 
qualquer ser humano. Nesta perspectiva, para que o trabalhador seja de fato um ser humano, 
precisará produzir-se a si mesmo. Isto significa dizer que enfrentará diversos desafios no ambiente 
em que se encontra e sobreviver. Logo, será necessário que se comporte de maneira específica e, 
assim, poder ser estudado, pesquisado e analisado pelos psicólogos. 
A causa se relaciona ao fato de que, como seres humanos, comemos, 
bebemos, vestimos, moramos, descansamos e sobrevivemos por meio de atuações no meio ambiente 
(trabalho). Empreendemos ações, de inúmeras naturezas, no e pelo trabalho. Assim, como destacam 
Codo, Merlo e Jacques (2010), o trabalho precisa ser compreendido para que possamos saber mais 
sobre nós mesmos. 
A Psicologia estabeleceu suas “origens” no trabalho e é por meio dele que busca identificar e 
entender as causas dos fenômenos que estuda. Assim, para compreendermos como trabalho define e 
impacta o ser humano, restará delimitar onde e quando (ESPAÇO-TEMPO) a psicologia se aprofunda. 
A preocupação basal desta empreitada é entender as relações estabelecidas/produzidas entre 
trabalhador-trabalho, em toda a sua abrangência, considerando as conexões, as interfaces, os 
condicionantes, as determinantes e as consequências desta relação. Assim, será possível promover 
qualquer tipo de intervenção, melhora, ou mesmo, manutenção a ser estabelecida. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
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PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA 
E AS TEORIAS DA 
PERSONALIDADE E SUA 
APLICAÇÃO NO CONTEXTO 
DO TRABALHO 
Debater Psicologia é adentrar num universo multifacetado e com inúmeras teorias que se prestam a 
entender como o ser humano se comporta e se constitui como tal. Segundo o Conselho Federal de 
Psicologia (2017), a Psicologia abrange, oficialmente, algumas áreas em que se especializou, no 
intuito de promover respostas a questões de áreas pontuais da existência humana. Isso está 
resumido e descrito no quadro a seguir: 
https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial/unidade-1
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https://sites.google.com/unicesumar.com.br/introducao-psicologia-trab-un1/pagina-inicial
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Fonte: adaptado de Achcar (1994) e Conselho Federal de Psicologia (2017). 
Achcar (1994) destaca que, dentre as possibilidades de atuação, a Psicologia tem perscrutado 
diversos campos e contextos sociais. Resumidamente, identifica treze deles: 
(a) Psicologia Clínica (presta atendimento a pessoas, de forma individual, ou em grupos, a fim de 
auxiliá-las sobre seus problemas emocionais); 
(b) Psicologia Educacional (auxilia pais, professores e alunos a solucionar problemas de aprendizagem, 
em âmbito de programas educacionais em creches e escolas); 
(c) Psicologia Econômica (empenha- se em compreender o comportamento de indivíduos, de grupos e 
de populações em geral, apoiando-se na Economia, e suas decisões concernentes); 
(d) Psicologia da Saúde (de forma multidisciplinar, atua na assistência à saúde, fortalecendo pacientes 
e familiares para a recuperação da saúde física e mental); 
(e) Comportamento do Consumidor (similar à Psicologia Econômica, busca compreender o 
comportamento de determinado grupo de pessoas, quando no papel de consumidores, em geral, “a 
serviço” do marketing de empresas públicas e privadas, bem como de agências de publicidade, 
ofertando orientação); 
(f ) Psicologia Organizacional e do Trabalho (atua de forma específica na formulação de políticas 
organizacionais de atração de funcionários para empresas, bem como sua manutenção e retenção, 
fomentando relações sociais saudáveis entre os trabalhadores e gestores, orientando carreiras e 
colaborando para a elaboração de programas de reestruturação do trabalho); 
(g) Psicologia do Trânsito (tem como objetivo trabalhar questões relacionadas ao trânsito, realizando 
a avaliação psicológica de condutores e futuros motoristas e desenvolvendo ações socioeducativas 
com pedestres e condutores infratores); 
(h) Psicologia Hospitalar (presta assistência a pacientes hospitalizados e oferta suporte aos 
familiares); 
(i) Psicologia Comunitária (de forma aplicada da Psicologia Social , tem o foco na resolução dos 
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problemas e questões sociais, sejam eles em penitenciárias, asilos e centros de atendimento a 
crianças e adolescentes; atua, ainda, desenvolvendo programas e pesquisas sobre a saúde mental da 
população); 
(j) Psicologia Jurídica (assessora autoridades – juízes, promotores e outros envolvidos – em processos 
de adoção, violência contra menores e guarda de filhos, atuando em presídios, fazendo a avaliação 
psicológica de detentos etc.); 
(k) Psicologia Esportiva (oferta suporte psicológico a atletas e equipes esportivas, como técnicos e 
comissões técnicas, na preparação para atividades esportivas e competições, auxiliando na 
otimização do desempenho esportivo); 
(l) Psicologia Ambiental (o foco da atuação é compreender a inter-relação do comportamento humano 
e o meio ambiente); e (m) Orientação Profissional (orienta, em geral, estudantes na escolha do curso 
e da profissão que irão, se assim quiserem, seguir). 
As Ciências Psicológicas – Aspectos Históricos 
As origens da Psicologia, enquanto conhecimento, se estendem à Grécia Antiga, quando filósofos,como Aristóteles e Platão, procuravam debater temas sobre a alma, o espírito, a mente, a vontade, a 
ética etc. 
A palavra “Psicologia” tem origem na soma dos radicais gregos psykhè (alma) e 
logos (estudo). Comumente, é traduzida como o “estudo da alma”. No entanto, tal 
alma não tem nada a ver com a religião ou a Psicologia Científica dos dias de hoje. 
Fonte: Bock, Furtado e Teixeira (2011). 
O que os filósofos gregos buscavam compreender era como o corpo humano recebia, por “sopro 
divino misterioso”, animação. Ademais, o que governava as ações do homem, seus pensamentos, seus 
sentimentos? Ou seja, sua mente . 
Muito mais a frente, séculos para ser mais exato, a Psicologia rompeu com a Filosofia. No ano de 
1879, um cientista alemão, Wilhelm Wundt , começou a criar uma série de experimentos com as 
pessoas, a fim de investigar o funcionamento da consciência , isto é, como se operacionalizavam 
percepções, pensamentos e sentimentos que ocorrem no “aqui e agora” de cada um. Por conta disso, 
é considerado o “pai” da Psicologia Científica. 
Mas a Psicologia como ciência não parou aí e foi bem mais longe. Muitos outros começaram a 
investigar e alguns foram tão sérios, dedicados e racionalmente exigentes com suas próprias ideias, 
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que construíram teorias muito “fortes” da Psicologia. Esses cientistas criaram o que chamamos de 
Paradigmas da Psicologia . Entretanto, o que é um paradigma? 
Paradigma é um termo de origem grega, paradeigma , que significa algo que serve como modelo, 
padrão, “qualquer campo de investigação e de experiência que está na origem da evolução científica” 
(MICHAELIS, 2015). 
Como, a partir de então, a Psicologia assumiu o status de ciência, faz-se necessário reconhecer 
alguns paradigmas e seus científicos. E será justamente quando outros começam a seguir seus 
preceitos e paradigmas que a Psicologia passa a ter no seu arcabouço de conhecimentos a 
emergência de correntes teóricas. A regra é clara: para que novos cientistas construam suas teorias, 
foi necessário que as teorias dos “pioneiros” servissem de referência e, assim, formassem uma 
corrente de teorias. Será esta ideia de continuidade do Paradigma Científico que se alicerçará a 
construção da Psicologia enquanto Ciência e, consequentemente, prática profissional. 
Para pensadores como Deleuse, Guatarri, Foucault, entre outros, um campo de saber científico 
valida seus conhecimentos e verdades a partir da construção de teorias. Estas podem ser definidas 
como uma caixa de ferramentas. Uma ferramenta só tem validade se servir para algo. Se não 
funcionar, não será utilizada e não será uma verdade. Obviamente, esta utilização precisa de 
parâmetros/critérios que balizem seu funcionamento. No caso das Ciências Humanas, os próprios 
pensadores salientam fazer uso de: (a) uma concepção de homem; (b) uma metodologia; e (c) um 
resultado a ser atingido. 
Assim sendo, é preciso entender que a Psicologia, em sua caixa de ferramentas, busca explicar 
(construir teorias sobre) o porquê, como e para quê o ser humano desenvolve e manifesta seus 
comportamentos, sentimentos, relacionamentos, pensamentos e ações. 
Bock, Furtado e Teixeira (2011) destacam que a Psicologia, por meio de suas diversas correntes 
teóricas, se articula no estudo científico dos comportamentos humanos e processos mentais 
(experiências internas), tais como: sentimentos, afetos, lembranças, desejos, sonhos etc. 
Outra referência interessante a ser destacada é a perspectiva feita por Bock, Furtado e Teixeira 
(2011, p.15) no clássico livro Psicologias: uma introdução ao estudo 
Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Por exemplo, 
quando falamos do poder de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de 
“psicologia” para vender seu produto; quando nos referimos à jovem estudante que 
usa seu poder de sedução para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e 
quando procuramos aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir nossos 
problemas, dizemos que ele tem“psicologia” para entender as pessoas. 
Será essa a psicologia dos psicólogos? Certamente não. Essa psicologia, usada no 
cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. 
Mas nem por isso deixa de ser uma psicologia. O que estamos querendo dizer é que 
as pessoas, normalmente, têm um domínio, mesmo que pequeno e superficial, do 
conhecimento acumulado pela Psicologia científica, o que lhes permite explicar ou 
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compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico. 
Em linhas gerais, o que as ciências psicológicas se prestam a compreender abarca três grandes vias: 
(a) a manifestação ativa (do movimento corporal); (b) a manifestação afetiva (dos sentimentos e 
emoções); e (c) a manifestação cognitiva (da percepção e da memória). 
Figura 1 – Manifestações Psicológicas / Fonte: 
o autor. 
Ao analisar estas vias e suas articulações, a Psicologia se debruça sobre suas expressões, 
considerando que o ser humano produz “grandes sínteses”, ou seja, mobiliza interagindo o que serão, 
de forma mais concreta, as expressões daquilo que lhe é próprio, que o torna singular, quanto a: (a) 
atenção; (b) linguagem; (c) inteligência; (d) raciocínio; (e) consciência; (f ) pensamento; (g) 
julgamento; e (h) personalidade. 
Figura 2 – Manifestações psicológicas: grandes 
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sínteses / Fonte: o autor. 
Ao longo da disciplina abordaremos as “manifestações psicológicas” e suas “grandes sínteses”, de 
modo a aplicá-las no e pelo trabalho. Nesta aula em especial, nos concentraremos no conceito de 
personalidade e seus desdobramentos ao contexto do trabalho. 
O Conceito de Personalidade 
O termo “personalidade”, mesmo que, a princípio, se apresente simplificado (pelo senso comum, diga- 
se de passagem) como “o indivíduo que é bravo, é teimoso, é vingativo, é pavio curto, é amoroso” e 
por aí vai, traz consigo a difícil e árdua tarefa de responder à seguinte questão: “se somos o que 
somos, por que somos assim?”. Isso demanda compreender vários outros aspectos que, ao serem 
articulados, se demonstrarão complexos. 
Entre as várias empreitadas que as ciências psicológicas têm se imbuído (sejam elas com um viés de 
pesquisa acadêmica, seja de atuação profissional) na tentativa de compreender como os fenômenos 
psicológicos (básicos ou superiores) são mobilizados a fim de estruturar e subsidiar a formação do 
indivíduo, levando em consideração seus aspectos biológicos, seu ambiente e o contexto físico-social. 
O conceito de personalidade, segundo Funder (2001), precisa ser encarado na busca por sua 
compreensão, a partir de três possibilidades (aplicações): 
Figura 3 – Conceito de personalidade / Fonte: adaptado de Funder (2001). 
A partir desta perspectiva, como se pode definir o conceito de personalidade? 
Conforme Hall e Lindzey (1984), muitas e variadas são as maneiras de se buscar a definição do que 
venha a ser personalidade. A grosso modo, os autores identificam suas “constelações” 
(agrupamentos) em: (a) naquelas que a relacionam às habilidades sociais; e (b) pela impressão que a 
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pessoa provoca nos outros. 
Se na primeira “constelação” de teorias o indivíduo pode se modificar, ser “treinado” e “modificar” sua 
personalidade, na segunda “constelação” ele simplesmente altera a condição de“ser”. A perspectiva 
adaptada pelo observador para empreender a análise e a avaliação do que venha a ser a 
personalidade de alguém definirá, consubstancialmente, seu entendimentosobre a natureza e as 
implicações individuais ( teoricamente ), ambientais ( empiricamente ) e sociais ( institucionalmente ) 
(FUNDER, 2001). Para Funder (2001), será, especificamente, esta delimitação que definirá qual 
corrente teórica será selecionada e, por conseguinte, qual aspecto será valorizado. Isso implicará a 
construção de diferentes significados sobre o conceito de personalidade. 
Numa tentativa mais simplista, tomemos a seguinte postura. Daremos ao termo 
[...] globalizante [...] o termo personalidade se refere a tudo quanto diz respeito ao 
indivíduo[;] integradora [onde] a personalidade é a organização dada aos vários 
comportamentos do indivíduo, [ou] uma força ativa dentro do indivíduo[;] [como] 
ajustamento do indivíduo, [a personalidade reuniria] os diversos esforços que o 
indivíduo faz para ajustar-se[;] [como] aspectos únicos ou individuais do 
comportamento, [designando] aspectos próprios do indivíduo e pelos quais ele se 
distingue dos outros[;] [e por último, uma que designe] a essência do homem, [ou 
seja, se refere àquilo] que é mais representativo no indivíduo, não apenas ao que o 
distingue dos outros, mas ao que realmente ele é (HALL; LINDZEY, 1984, p. 6-7). 
Nenhuma definição será suficientemente, completa, como é possível perceber, quando a intenção é 
delimitar o que é personalidade, pois, como destacado, cada perspectiva teórica, de uma forma ou de 
outra, dará mais ênfase um dado aspecto. Hall e Lindzey (1984, p. 7) já haviam afirmado que “[...] a 
personalidade [pode] ser definida [como] um conjunto de valores ou termos descritivos usados para 
caracterizar o indivíduo estudado de acordo com as variáveis ou dimensões que ocupam posição 
central na teoria adotada”. 
Para fins didáticos, adotaremos o seguinte norte para nossa trilha de aprendizagem sobre as teorias 
da personalidade. O itinerário será: (a) Teoria Psicanalítica; (b) Teoria Comportamental; (c) Teoria 
Humanista; e (d) Teoria Cognitiva. Nas próximas aulas desta unidade seguiremos este caminho. 
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TEORIA PSICANALÍTICA 
Numa primeira tentativa de descrever e explicar a personalidade, 
apresentamos a Teoria Psicanalítica , ou simplesmente Psicanálise, 
incluída no grupo de Teorias Psicodinâmicas da Personalidade . Para a 
Psicanálise, a personalidade se mostra como uma consequência da 
dinâmica estabelecida entre as estruturas psíquicas, ou seja, os arranjos 
entre forças e organizações internas, conforme aponta Freud (1996- 
[1920]). No entanto, antes e adentrarmos em aspectos mais conceituais, 
descrevamos, historicamente, o que é a Psicanálise. 
Segundo Sigmund Freud (1856-1939), médico austríaco interessado em 
estudar os seres humanos, somos animais a partir das necessidades 
fisiológicas. Ele identificou que todos buscam satisfazer essas 
Figura 4 – Sigmund necessidades, seja com o intuito de aliviar tensão ou de obter aquilo que 
Freud falta . Isto posto, se há uma necessidade biológica instaurada, o 
comportamento será guiado com vistas a atendê-la. 
Freud identificou que, para isso, o indivíduo será mobilizado, com tudo a 
seu alcance, em sua energia, ao foco que deseja atender, tirando-o de um 
estado de calmaria (ação de motivação), para alçar alívio e descansar, 
retornando a um estado de repouso. Pense nos momentos que já sentiu 
sono e fome, por exemplo. Para a Psicanálise, os instintos humanos têm a 
capacidade de gerar desejos. Você já se pegou fissurado(a) por algo e não 
sossegou até que conseguisse fazer, buscar ou atender? Isso significa que 
você tem algum tipo de desejo, que nada mais são do que representações 
mentais (psíquicas) de determinadas necessidades que, por meio do corpo, 
nos provocam e mobilizam-se a serem atendidas. 
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Normalmente, o desejo satisfaz ou alivia uma tensão psíquica (similar a 
uma tensão corpórea). Imagine você, diante de uma plateia, iniciando uma 
palestra, um curso ou uma conferência em um congresso de vendas. O 
estômago embrulha, a mão transpira, a voz fica trêmula, ou seja, você não 
vê a hora de sair de lá para aliviar a tensão de estar diante a plateia. No 
entanto, não pode satisfazer a tudo o tempo todo, então é necessário ir 
até o fim do discurso para produzir este efeito. Será esta intensa busca que 
balizará a estruturação da personalidade. 
Para a Psicanálise, a personalidade é arquitetada a partir de três 
estruturas básicas: o ID, o Ego e o Superego. Freud (1996[1923]) 
identificou estas três partes da mente humana formam uma estrutura, 
uma trindade, que, ao mesmo tempo, ocupa a mente do indivíduo (psiquê). 
A estrutura da imagem respeita uma condição: conteúdos, assuntos, 
temas e outras questões identificadas como indesejáveis, ou muito 
complicadas de serem tratadas em nível consciente, ficam inconscientes 
para o indivíduo. O Figura 5 – Parte 
consciente e 
ID é a parte na qual são depositados os impulsos. Fonte dos desejos. Sua 
inconsciente da 
premissa básica: buscar satisfação ou evitar desprazer. Entretanto, tais 
mente 
impulsos irracionais não diferenciam representação mental de objeto real 
(realidade de fantasia). Assim, durante o desenvolvimento humano, a 
mente cria uma segunda parte da mente: o Ego – parte na qual se constrói 
o senso de realidade. A partir da criação do Ego, os impulsos irracionais 
serão controlados, ou seja, é só a partir de situações possíveis e passíveis 
de realidade que o desejo ou tensão será atendido. Entretanto, como 
decidir o que se pode e o que não se pode fazer e o que se deve, ou não, 
fazer. Assim, uma terceira parte desponta como parâmetro: o Superego – 
parte responsável pela “normatização” da mente. Sofre forte influência 
externa (cultural) e tem a função de estabelecer qual modelo ideal de 
comportamento deve-se seguir. O Superego atua controlando o Ego e 
reprimindo os impulsos. Em suma, o Ego atua como administrador, gestor 
de conflitos de duas forças em embate constante, como se vê na imagem a 
seguir: 
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Figura 6 – Diferença entre ID, Ego e Superego / Fonte: adaptado 
de Freud (1996[1923]). 
A Psicanálise se imbuiu em entender, justamente, como se dá o desenvolvimento da dinâmica 
psíquica de mobilização da energia para satisfazer, adiar ou impedir satisfação de desejos e a 
evitação de desprazer. Compreender esta batalha cotidiana dentro de nós define quem somos e 
como nos comportamos. Em uma frase, resume- se: há um esforço constante (Ego) em equilibrar 
impulsos (ID) e o controle moral (Superego). Freud afirmava que gastamos muita energia para 
mantermos isso e o equilíbrio dessa dinâmica energética de repressões e impulsos (psicodinâmica) 
precisa ser estabelecido pela sociedade (escola, família, cultura). 
Marcuse (1964), grande sociólogo alemão e entusiasta da Psicanálise, apontava que a personalidade, 
via de regra, é formada nos primeiros anos de vida, até por volta dos 7-8 anos. Ele destaca que o Ego 
vai sendo construído de forma a conseguir lidar com os desejos do Id, ou seja, o indivíduo começa a se 
capacitar com vistas a solucionar as demandas provocadas por esses impulsos irracionais (vontades, 
medos, desejos etc.), articulando-as com as demandas e exigências imputadas pelo mundo externo, 
por exemplo, metas de vendas a serem entregues, comportamento ético a ser seguido, entre outras. 
Frente a esses conflitos não dirimidos ao nível da consciência, Freud (1996[1894]) percebeu o 
surgimento de metaprocessos, ou seja, processos em nível subconsciente (entre os níveis consciente 
e inconsciente) que são lançados a mão pelo Ego para tentar resolver, ou pelo menos aliviar o 
sofrimento causado. Ele osdenominou de “mecanismos de defesa”, recursos utilizados diante deste 
conflito entre o ID e o Superego, a fim de promover uma solução mínima possível, ou seja, uma defesa 
para que a mente humana não se desfaça. 
Diversos são os mecanismos de defesa . Freud conseguiu, ao longo de seus estudos, identificar alguns 
mais comumente utilizados pelos indivíduos, até mesmo por questões culturais (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 2011). São eles: 
Figura 7 – Mecanismos de defesa / Fonte: adaptado de Bock, 
Furtado e Teixeira (2011). 
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Freud (1996[1930]) destaca que sempre haverá algum grau de conflito presente no ser humano, 
desde seu nascimento até a fim de sua vida. Logo, o indivíduo, tem a capacidade de estabelecer 
maneiras satisfatórias de agir no mundo: amar, trabalhar, se exercitar etc. 
TEORIA COMPORTAMENTAL 
As ditas Teorias Comportamentais , ou teorias da aprendizagem social, têm como premissa a busca 
pela elaboração de um modelo que explique como o comportamento humano se constrói, e fazem 
uso de normativas científicas de investigação com a experimentação, a correlação e a observação. Os 
adeptos destas teorias se baseiam na perspectiva de que os processos mais significativos giram em 
torno do ajustamento humano ao contexto em que esteja inserido . Logo, o comportamento humano 
é entendido como algo que pode ser observado, medido e aprendido. 
Diferentes conjuntos de condições ambientais exercem efeito sobre nosso comportamento. Paras 
teóricos dessas perspectivas, é a partir da relação entre comportamento e condições ambientais que 
se pode definir uma concepção de personalidade, representada a seguir: 
Figura 8 – Relação entre comportamento e condições ambientais 
/ Fonte: adaptado de Skinner (1994). 
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Dentre as teorias comportamentais, os modelos mais tradicionais concebem a personalidade como: 
Behaviorismo Metodológico : conjunto de comportamentos que, basicamente, envolvem 
respostas públicas de um dado indivíduo. O estudo da personalidade se estabelece, sob esta 
percepção, a partir de suas dimensões diretamente observáveis e passiveis de replicação (o 
pensamento, por exemplo, careceria de capacidade observacional). 
Beaviorismo Radical : organização do comportamento em dois grandes grupos de interações: o 
comportamento como reposta a algum evento ou estímulo (respondente) e o comportamento 
como antecipação a algum evento ou estímulo (operante). 
As Teorias Comportamentais, deste modo, entendem personalidade como: 
[...] um artifício para representar um sistema de respostas funcionalmente 
unificado [algo que se refere] a um modo de ação comum. Em uma mesma pele 
encontramos o homem de ação e o sonhador, o solitário e o de espírito social [...]. 
Por outro lado, uma personalidade pode se restringir a um tipo particular de 
ocasião [...]. Tipos de comportamento que são eficazes ao conseguir reforço em 
uma ocasião A são mantidos juntos e distintos daqueles eficazes na ocasião B. 
Então a personalidade de alguém [junto à família pode variar daquela] na presença 
de amigos íntimos (SKINNER, 1994, p. 273). 
A fim de ilustrar de forma mais emblemática a perspectiva das Teorias Comportamentais, 
elegeremos o Behaviorismo Radical como o representante para a presente discussão. Isto, pois, ao 
contrário de teorias psicodinâmicas, por exemplo, o Behaviorismo Radical compreende a 
personalidade considerando princípios de aprendizagem, ou seja, algo que pode ser adquirido, 
aprendido e mantido num ambiente por esquemas de reforçamento/punição. Assim, a forma de ser 
(de se comportar) no mundo é estabelecida a partir de elementos de controle ambientais ou variáveis 
(estímulos ou contingências) presentes num determinado contexto. 
A fim de explicar melhor essa dinâmica, Skinner elenca alguns princípios norteadores: 
Condicionamento respondente : aquele comportamento que surge em resposta a um estímulo 
ambiental. Dito de outra forma, trata-se de um estímulo que tenha poder de provocar um dado 
comportamento. 
O condicionamento respondente foi divulgado, principalmente, pelos trabalhos de 
Ivan Pavlov (1849-1936), que o compreendia como um fenômeno em interação. 
Seus trabalhos consistiam na busca para explicar a origem de comportamentos 
reflexos, ao longo da história de vida de um indivíduo. 
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Fonte: o autor. 
Condicionamento operante : comportamento por meio do qual o ser humano atua no ambiente 
em que está inserido. Logo, falar de personalidade, à luz do Comportamentalismo, é destacar 
como os indivíduos frequentam e modificam o mundo em que vivem. Cada pessoa se comporta no 
meio a partir de princípios do condicionamento, no caso, o operante. Aprendemos, ao logo de 
nossas vidas, formas de atuarmos e modificarmos o meio em que vivemos, desde as mais simples 
até os padrões mais complexos. 
Skinner (1994) entendia que discutir personalidade remete a erigir um 
entendimento sobre ações e atitudes (os comportamentos de intervenção) do 
indivíduo sobre o ambiente, bem como os diversos aspectos do mundo. Fonte: 
adaptado de Skinner (1994). 
As consequências de nossas ações regulam o que fazemos (as circunstâncias antecedentes para sua 
ocorrência futura do comportamento), pois, ao adotarmos este ou aquele comportamento, o fazemos 
em função dos efeitos no ambiente e pelas circunstâncias que os precedem. 
Para os comportamentalistas, o indivíduo acaba por se posicionar no mundo a fim de produzir certas 
consequências e, não, pela sua forma. Pense naquela reunião em que você é convidado a sugerir 
formas de melhorar o desempenho de uma dada equipe problemática. As várias formas de se 
comportar serão “filtradas” e sugeridas em razão da probabilidade de trazerem melhores resultados 
e, não, porque você se sente mais afável com o jeito de trabalhar. 
Whaley e Malott (1981) afirmam que quando uma consequência segue um comportamento e 
aumenta sua probabilidade de ocorrência futura, essa consequência é chamada de reforço . Este 
reforçamento designa o aumento real da frequência do comportamento em si. No outro lado da 
moeda, quando há a diminuição da probabilidade de ocorrência futura, os autores destacam a 
existência da punição . 
Sob este viés, o termo “personalidade” nada mais se refere do que a um padrão de comportamento 
aprendido, adquirido e mantido por contingências (um conjunto de estímulos antecedentes e 
precedentes no meio ambiente, como a história da espécie, do indivíduo e a cultura). Por 
conseguinte, traços de personalidade referem-se a padrões de comportamento, em tese, 
estruturados a repertórios individuais e instalados ao longo da história de cada um. A história de 
reforçamentos e condicionamentos de cada indivíduo e sua interação com o contexto mudou-muda- 
mudará ou foi-está sendo-será modificada. Logo, o comportamento será diferente no modo de agir 
de cada pessoa. Nesta ótica, o ser humano é compreendido a partir das determinações em que está 
inserido (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2011). 
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TEORIA HUMANISTA 
O grande nome da teoria humanista da personalidade, é Carl Rogers (1902-1987), o qual destacava a 
relação entre os valores e as normas sociais e sua influência no comportamento humano. Pois para os 
humanistas existe uma tendência, em todo ser vivo, para a busca do aumento de sua complexidade, 
seu desenvolvimento, sua melhora. Essa tendência é a mais forte encontrada nos seres humanos. 
Logo, em geral, todas as pessoas possuem dentro de si uma tendência a aprimorarem-se, sempre. 
Rogers (2002)identificou que todas as pessoas materializam, em seu dia a dia, um processo de 
crescimento por meio de um conceito denominado, por elas, como “tendência para a realização” ou 
autorrealização. Se analisarmos comportamentos, muitas vezes, considerados cruéis ou 
autodestrutivos, à luz da “autorrealização”, veremos formas defensivas de atuação, ou maneiras 
inadequadas de comportamento aprendidas. O humanista entende que todo o comportamento, em 
seu cerne, carrega uma motivação “boa”. Tal comportamento busca oferecer ao indivíduo uma maior 
e melhor integração consigo mesmo e com outros com que se relaciona. No entanto, quem guia essas 
ações com um propósito tão benéfico, ou mesmo benevolente? 
Para Rogers (2001), a estrutura da personalidade se pauta a partir de um“processo organísmico de 
valoração”, o qual: 
a. Avalia as experiências vividas. 
b. Julga as experiências que contribuem e aquelas que prejudicam a autorrealização. 
c. Direciona a pessoa para posições benéficas, afastando-a das posições prejudiciais. 
d. Constitui-se como uma experiência interna, subjetiva, natural e inerente ao sujeito. 
e. Caracteriza-se como uma experiência singular à pessoa e a sua referência principal. 
O comportamento é orientado, para sempre, a algo que promova uma melhora do indivíduo. A 
questão é que muitas vezes este processo mostra-se conflitante com as normas sociais (balizado 
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pelas particularidades de um dado momento histórico e social no qual o comportamento se dá). 
Rogers (2001) destaca que o descompasso ocorre, justamente, se a pessoa, ao internalizar as regras 
e valores socioculturais, “abafa” seu processo organísmico de valoração. Isso acarreta o surgimento 
de sentimentos de medo e atitudes defensivas que, frequentemente, afastam-na de uma vida mais 
sustentável e saudável. Este tipo de situação é facilmente percebido quando identificamos pessoas 
que adotam posturas mais defensivas em relação à vida, como evitar novas experiências e vivências, 
de ordem subjetiva ou objetiva. Quanto menos experiências, menor será a capacidade de interação 
com outras pessoas e de resolver e dirimir conflitos. Entretanto, são menos situações que podem 
gerar, criar e encontrar alternativas que empoderem o indivíduo na tomada de decisões, fator 
imprescindível no contexto organizacional. As ações dos indivíduos são norteadas, em grande parte, 
pela percepção de si criada a partir do processo organísmico de valoração. A confrontação entre a 
percepção de si “real” e “ideal” (oriunda de expectativas e valores advindos da sociedade) gera uma 
“congruência” ou uma “incongruência” (experiência de conflito entre o que se é e o que se quer ser). 
Quando ocorre incongruência, maior é a dependência de referências externas para organizar seu 
processo de realização. As experiências vividas pelo indivíduo tendem a ser percebidas não como 
algo bom, levando-o a adotar hábitos defensivos, não muito saudáveis. 
Para Rogers (2001; 2002), a incongruência só pode ser evitada quando se possibilitam experiências 
fundamentadas em uma “consideração positiva incondicional”. Isso, em geral, gera fortalecimento 
para a percepção de um ambiente mais seguro e dá as bases para o desenvolvimento de 
autoconfiança, bem como a capacidade mais ampliada de abertura para novas possibilidades de 
vivências, experimentando formas de agir e atuar no contexto e utilizando recursos como 
criatividade e resiliência. 
Para a Teoria Humanista, a personalidade é compreendida como uma síntese da própria vida 
empreendida pela pessoa. A palavra de ordem é o grau de autonomia construído pelo indivíduo e sua 
capacidade de agir, de julgar, de compreender e de aceitar-se. 
TEORIA COGNITIVA 
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Em grande parte, a principal preocupação das Teorias Cognitivas é a construção de uma 
compreensão sobre o funcionamento da mente humana. Em seus estudos, os teóricos desta escola 
das Ciências Psicológicas empenham-se em sistematizar os processos mentais envolvidos com a 
aprendizagem (cognição), bem como aqueles da sensação, da percepção, da memória etc. 
No que se refere o constructo da personalidade, tudo orbita em torno de como o conceito se encaixa 
na organização geral dos elementos mentais. Para os cognitivistas, conhecer as dimensões em 
termos de processos e a sua operacionalização é o que baseia as avaliações adequadas e, assim, 
procede as intervenções individualizadas. 
Para a Escola Cognitiva, é necessário entender como o ser humano processa informações, além das 
leis e regras de funcionamento e as estratégias de intervenção criadas para enfrentar dificuldades e 
problemas. Sternberg (2010) faz uma comparação do cérebro humano (Sistema de Processamento 
de Informação Humano) a um hardware-software (Sistema de Processamento de Informação 
Computacional). Com isso, é possível identificar que as bases de compreensão sobre o conceito de 
personalidade, para os cognitivistas, residem no entendimento sobre a organização da mente. Sobre 
o funcionamento de cada um de seus elementos (memória, percepção, pensamento etc.), Sternberg 
(2010) concebe o cérebro humano com a capacidade produzir inúmeros modelos da mente, e cada 
um deles apresenta um arranjo diferente. Assim, similar a um modelo computacional, existem 
características “básicas” e características “secundárias” da mente humana. Logo, à personalidade são 
concebidas características básicas, estruturadas em um processo que difere em níveis de 
complexidade. O autor ainda destaca que as categorias comportamentais, sua combinação mais 
complexa de traços básicos e representações mentais, é que subsidiarão a estruturação da 
personalidade. Por fim, ainda será necessário a adição do conjunto daquelas características 
adquiridas ao longo da vida do indivíduo. 
As representações construídas pelo indivíduo sobre o ambiente e a situação em que se encontra 
governam seu comportamento (STERNBERG, 2010). Em suma, as características básicas dadas por 
um dado modelo de funcionamento mental se assemelham a um modelo de carro. Existem os carros 
hatch , os carros sedan, as peruas, os SUV, os esportivos etc. A forma como cada motorista vai utilizar 
e aplicar a estrutura básica dependerá de outros elementos, mas sempre condicionado às 
possibilidades projetadas para cada modelo de carro. Logo, quando você tem um determinado carro 
“rebaixado” ou pintado (modificado), este funcionará de forma diferente, ou seja, foram acrescidos 
opcionais que o diferenciam por completo. Com a mente humana, sob esta perspectiva, os princípios 
aludidos são os mesmos. A personalidade é o modelo de carro e as representações mentais são os 
opcionais. 
Segundo Sternberg (2010), as representações (os opcionais) são constituídas por crenças e 
esquemas que se desenvolvem e se diferenciam a partir da interação com o meio. Logo, as 
experiências pessoais de convívio com outros indivíduos e instituições sociais darão a tônica de 
desenvolvimento e comportamento humano. Para a Teoria Cognitivista, a personalidade será 
constituída pelos traços básicos e “secundários” (os opcionais), que serão a base para a codificação, 
categorização e avaliação das experiências ao longo da vida. 
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ATIVIDADES 
1. Para a Psicanálise, a instância denominada “Ego” é consideradauma parte essencial do aparelho 
psíquico, pois está em contato com a realidade externa. Como tal, tem a responsabilidade de criar: 
a) Os desejos. 
b) Os mecanismos de defesa. 
c) As regras. 
d) Os tipos de personalidade. 
e) Os medos. 
2. Qual das principais correntes teóricas dá grande ênfase à necessidade de manter, na medida do 
possível, considerações positivas em relação a uma pessoa, para que ela possa ter um 
desenvolvimento saudável da sua personalidade? 
a) Psicanalítica. 
b) Comportamentalista. 
c) Humanista. 
d) Cognitiva. 
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e) Geral. 
3. O comportamentalismo compreende a personalidade a partir da concepção: 
a) De um esquema estímulo-resposta. 
b) Do inconsciente. 
c) De processamento de informações. 
d) Da busca pelo prazer. 
e) Da coerência do comportamento. 
4. Sobre a personalidade, assinale a alternativa correta: 
a) Os padrões instáveis de personalidade só se formam nas idades mais avançadas da formação 
humana. 
b) Nossas autorrepresentações mentais e de nossas interações não interferem diretamente nas 
interações com outras pessoas. 
c) As pessoas se comportam sempre de forma lúcida, e sob plena consciência, compreendendo o 
que e o por que fazem. 
d) Os processos mentais superiores têm pouca influência sobre o comportamento humano. 
e) Os padrões instáveis de personalidade começam a se formar na infância. 
5. Para as teorias cognitivas, o indivíduo se mostra capaz: 
a) Quando alivia tensões e medos. 
b) Quando utiliza recursos adquiridos no dia a dia para solucionar problemas cotidianos. 
c) Quando estabelece a relação condicionante ou operante. 
d) Quando estabelece congruência entre pensamento e comportamento. 
e) Quando os mecanismos de defesa estabelecem a generalização dos comportamentos. 
Resolução das atividades 
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RESUMO 
Neste estudo iniciamos um debate sobre como a Psicologia concebe o ser humano. Em nosso 
itinerário, nos embrenhamos em conhecer: 
Como a Psicologia, em termos científicos, entende o homem (sua subjetividade e os elementos 
que são focados para tal: as manifestações psicológicas) e como ele possui uma diversidade de 
correntes teóricas para compreendê-la também, por exemplo: neurociência, evolucionista, 
cognitiva, comportamental, psicodinâmica, sociocultural, genética do comportamento. 
O conceito de personalidade e entendê-lo a partir de três aplicações (óticas): teóricas, empíricas e 
institucionais. Cada perspectiva teórica, de uma forma ou de outra, dará mais ênfase a um dado 
aspecto. 
A Psicanálise, que entende a personalidade como uma consequência da dinâmica estabelecida 
entre as estruturas psíquicas (forças e organizações internas, bem como os arranjos entre elas; 
inconsciente e inconsciente; e as instâncias da mente humana (ID, Ego e Superego). 
A Teoria Comportamental, que entende a personalidade considerando princípios de 
aprendizagem, ou seja, algo que pode ser adquirido, aprendido e mantido num ambiente por 
esquemas de reforçamento/punição. A forma de ser (de se comportar) no mundo é estabelecida a 
partir de elementos de controle ambientais ou variáveis (estímulos ou contingências) presentes 
num determinado contexto. 
As Teorias Humanistas, que entendem que o comportamento dos indivíduos é orientado para algo 
que promova sua melhora. A questão é que muitas vezes este processo mostra- se conflitante 
com as normas sociais (balizado pelas particularidades de um dado momento histórico e social no 
qual o comportamento se dá), por meio do processo organísmico de valoração e de esquemas de 
congruência e incongruência. 
As Teorias Cognitivas, que dão ênfase às leis e às regras de funcionamento, às estratégias de 
intervenção criadas para enfrentar dificuldades e problemas, bem como ao funcionamento do 
cérebro e às representações mentais. 
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Material Complementar 
Na Web 
O documentário “A Ciência e a Personalidade” debate a 
perspectiva da Psicologia e do contexto do trabalho, 
articulando-os a o conceito de personalidade. Para 
acessar o vídeo, clique no link, disponível em: 
Acesse 
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Casa do Psicólogo,1994. 
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Psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
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qualidade de vida no mundo do trabalho In: LEONARDI, A. I. et al. Psicologia crítica do trabalho na 
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DESSEN, M. C; PAZ, M. G. T. O Impacto de configurações de poder e características de personalidade. 
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APROFUNDANDO 
Como sugestão, para aprofundamento nos estudos, convido você a refletir sobre alguns aspectos 
que têm impacto direto no cotidiano organizacional e do trabalho. De forma mais ampla, as 
características pessoais e sua relação com contexto do trabalho. Vejamos algumas ponderações: 
Há uma relação entre configurações de poder e características individuais, bem como entre a 
subjetividade e sua influência sobre o bem-estar de quem trabalha e onde trabalha 
(organizações)? 
As características pessoais dos indivíduos têm impacto sobre as características da organização 
e o seu bem-estar (e dos trabalhadores)? 
Quais os principais fatores nos quais as pessoas variam e como eles se caracterizam? 
As características humanas (seus fatores) podem ser identificadas, inicialmente, sob cinco formatos 
básicos. São eles: 
(a) Extroversão ( extraversion ) 
A extroversão se refere ao grau de tolerância à estimulação sensorial vinda de outras pessoas e 
situações, sendo relacionada ao número e à força das interações com outras pessoas e à capacidade 
de estar feliz. Seu alto grau significa que o indivíduo tende a ser sociável, ativo, otimista e envolvido 
com muitas atividades. O oposto são pessoas reservadas e quietas. 
(b) Neuroticismo ( neuroticism ) 
O neuroticismo é o grau de sensibilidade ao estresse e de ajustamento emocional que identifica 
indicadores de propensão ao sofrimento psicológico. Um nível alto significa maior ansiedade, 
depressão, impulsividade, hostilidade e ideias irreais. Um nível baixo indica que o indivíduo lida com o 
estresse de forma calma e segura. Esse é um domínio bem conhecido da personalidade e que envolve, 
principalmente, características como: afeto positivo e negativo, ansiedade e estabilidade emocional. 
(c) Abertura ( openness ) 
A abertura refere-se ao grau de abertura a novas experiências ou formas de fazer as coisas, estando 
relacionada aos comportamentos de exploração. Pessoas com abertura elevada são curiosas, 
criativas e exploram bastante o ambiente, sendo o oposto pessoas convencionais, conservadoras e 
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rígidas. Esse é um fator que considera a percepção da pessoa quanto à flexibilidade de pensamento, 
fantasia, imaginação, abertura para novas experiências e interesses culturais. 
(d) Socialização ou amabilidade ( agreeableness ) 
A socialização , ou amabilidade , indica a tendência do indivíduo a ser socialmente agradável, caloroso 
e dócil. Refere-se ao tipo de interação que uma pessoa mantém com as outras, estando relacionada 
ao grau em que esta defere ou se acomoda aos outros, que pode variar de compaixão a antagonismo. 
Elevados níveis significam tendências generosas, prestativas e altruístas; baixos níveis indicam 
pessoas cínicas, com tendências manipuladoras e vingativas. 
(e) Realização ou conscienciosidade ( conscientiousness ). 
A realização , ou conscienciosidade , agrupa características que se relacionam com a 
responsabilidade e a honestidade, de um lado, e a negligência e irresponsabilidade, de outro. Tal fator 
refere-se ao grau em que os indivíduos lutam por seus objetivos. Pessoas conscienciosas são mais 
organizadas, persistentes, decididas, ambiciosas e perseverantes. O contrário corresponde a pessoas 
descuidadas, negligentes e sem objetivos claros. 
É possível apreender, rapidamente, que há uma possível relação entre características individuais e 
organizacionais e o bem-estar no trabalho. Esta conclusão advém da premissa de que existem várias 
configurações de poder que explicam o bem-estar e será preciso analisar as características de 
personalidade dos indivíduos que impactam o cotidiano organizacional frente às diversas relações 
existentes. 
Dessen e Paz (2010) têm a concepção de que o bem-estar pessoal, bem como as relações de troca 
entre o trabalhador e a organização precisam ser considerados. A maneira como é estabelecida a 
relação entre eles será a marca do contrato social erigido, que terá em suas partes: (a) o trabalhador, 
que fornece sua força de trabalho para a (b) organização, que, em troca, retorna uma contrapartida (o 
salário, por exemplo). Portanto, a negociação caracteriza esta relação. Logo, o bem-estar decorrerá 
de como as relações de reciprocidade serão estabelecidas entre as partes (trabalhador e 
organização). Os autores destacam que o bem-estar será afetado por características e pela forma 
com que a organização se estrutura. 
Fonte: adaptado de Dessen e Paz (2010). 
REFERÊNCIAS 
DESSEN, M. C; PAZ, M. G. T. O Impacto de configurações de poder e características de personalidade. 
Psicologia: Teoria e Pesquisa , Brasília, v. 26, n. 3, p. 549-55, jul./set. 2010. Disponível em: 
< http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/a18v26n3 >. Acesso em: 13 jul. 2017. 
PARABÉNS! 
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EDITORIAL 
DIREÇÃO UNICESUMAR 
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação 
a Distância; MORENO, Bruno Stramandinoli. 
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Introdução à Psicologia do Trabalho. 
Bruno Stramandinoli Moreno. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
38 p. 
“Pós-graduação Universo - EaD”. 
1. Psicologia . 2. Trabalho . 3. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 150 
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Equipe Produção de Materiais 
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PROCESSOS 
PSICOLÓGICOS E 
CONTEXTO DO 
TRABALHO 
Professor : 
Me. Bruno Stramandinoli Moreno 
Objetivos de aprendizagem 
• Conhecer o fenômeno da percepção e outros aspectos que orientam o comportamento dos 
indivíduos e suas decisões no mundo do trabalho. 
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• Entender o que são emoções, empatia e inteligência emocional e o modo como interferem no 
comportamento humano no contexto do trabalho. 
• Compreender o fenômeno da aprendizagem no mundo do trabalho e como influencia as decisões 
dos indivíduos. 
• Conhecer o que é memória e suas implicações sobre o comportamento humano no trabalho, bem 
como as decisões tomadas. 
• Entender o que é resiliência e como esse fenômeno está relacionado ao comportamento dos 
indivíduos nas organizações e à tomada de decisões. 
Plano de estudo 
• Percepção, Objetividade e Subjetividade 
• Emoções, Empatia e Inteligência Emocional 
• Aprendizagem e Contexto do Trabalho 
• Memória 
• Resiliência nas Organizações de Trabalho 
Introdução 
Os processos psicológicos são aqui entendidos como fenômenos que têm a capacidade de definir o 
funcionamento dos sistemas psicológicos mais gerais. Esta leitura nos possibilita assumir a 
concepção de que será possível entender por que adotamos certos comportamentos, sejam eles 
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normais ou patológicos (IENPPB, 2010). Faça-se a seguintes perguntas: “Eu era tão inseguro na 
escola, por quê?” (ascensão social); “Por que é melhor que minha(meu) amiga(o) seja menos 
inteligente?” (efeito contraste); “Por que quando experenciamos algo bom, mais rápido passa?” 
(percepção do tempo); “Já fiquei com uma palavra na ponta da língua? E só lembrei depois que...” 
(memória); “Por que, quando fazemos a aquilo que gostamos, aprendemos mais rápido?” 
(aprendizagem); e “Por que é melhor beijar no topo da torre Eiffel do que no ponto de ônibus?” 
(emoção). Você já deve ter se perguntado sobre questões como esta e outras, pois elas refletem fatos 
e situações cotidianas. Tenho certeza que ficaríamos horas elencando. 
Justamente por esta condição prática e próxima de nossa realidade, nesta unidade, proponho 
seguirmos uma maneira mais prática de discussão. Assim, ao longo das aulas, serão apresentados 
alguns estudos e experiências psicológicas, para termos uma compreensão mais clara sobre tais 
processos psicológicos. Isso será muito útil para entendermos as implicações e a dinâmica psicológica 
no âmbito do trabalho. Obviamente, tais processos fazem parte do meu e do seu dia a dia e são 
exigidos em diferentes níveis, momentos e situações. Uma ressalva: é importante que, ao longo da 
leitura, principalmente pelas pesquisas apresentadas, tomemos como parâmetro que os 
participantes (sujeitos) das experiências citadas são “manipulados”, ou seja, eles não têm 
conhecimento do verdadeiro objetivo da pesquisa. 
Dito isto, bom estudo! 
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PERCEPÇÃO, OBJETIVIDADE 
E SUBJETIVIDADE 
A percepção é influenciada por fatores individuais que selecionam os estímulos que serão focados. 
Assim, percebemos somente aquilo que se apresenta em estado de congruência com os valores, as 
atitudes e os desejos que nos mobilizam. É desta forma que ocorre a seleção do que percebemos. 
Tome por óbvio que, quando sentimos necessidade de algo, nossa percepção irá se aguçar de modo a 
perceber aquilo ao redor que possa nos atender, ou que, pelo menos, acreditamos ser possível. 
A fim de esclarecer melhor essa ideia, veja uma cena que pode facilitar o entendimento desta citação. 
Imagine a seguinte situação: 
Por volta das 23h, você está retornando de uma sessão de cinema, sozinho(a), por uma rua 
relativamente pouco movimentada, quase deserta, e chega ao portão de sua casa/condomínio. 
Subitamente, na esquina do quarteirão, surge um homem de quase 2 metros de altura, 
significativamente forte, correndo em sua direção. Qual será a sua primeira impressão? 
1ª opção: Claro, está perdido e veio pedir informações. 
2ª opção: É assalto! 
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3ª opção: Senhor, a minh’alma é Sua! 
4ª opção: Oba, é hoje! 
5ª opção: A lista é infinita! 
Como você já deve ter identificado, a escolha está condicionada à junção e articulação dos fatores 
individuais (valores, atitudes, expectativas etc.) e ao momento em que você se encontra. A mesma 
situação pode ocorrer várias vezes e suscitar respostas diferentes em todas elas. 
Experimentos Psicológicos sobre a Percepção 
A seguir, serão apresentadas algumas experiências que auxiliarão a definir o que e como a percepção 
atua na construção do comportamento humano, bem como na forma de atuar no ambiente em que 
estamos inseridos. 
Pesquisa 1 
[...] pesquisadores pediram a 46 enfermeiros(as) que estimassem a altura de várias 
pessoas pertencentes a seu local de trabalho. Sem auxílio de qualquer instrumento 
de medida, tinham que avaliar a altura do médico, a quem assistia, diretamente, 
assim de seu(sua) supervisor(a), como a de seus colegas de trabalho. [...] 
observaram que existia uma relação entre o status da pessoa a ser avaliada e a 
estimativa da altura: quanto mais autoridade tinha a pessoa, maior era a diferença 
entre sua altura real e a que era estimada pelos(as) enfermeiros(as) (CICCOTTI, 
2010, p. 20). 
Pesquisa 2 
Os pesquisadores [...] mostram em uma série de trabalhos que jovens estagiários 
eram capazes de estimar sem grande dificuldade a quantidade de papel sulfite 
(comum) para impressão de documentos em seus respectivos departamentos, em 
uma dada empresa. Contudo, quando não se trata mais de papel comum e sim 
reciclado, a quantidade deste último passa a ser superestimado. Embora ele seja 
proporcionalmente do mesmo tamanho e com a mesma usabilidade e destino que o 
papel comum, os jovens estagiários o percebem como inferior. O que chama a 
atenção é que a qualidade percebida do papel reciclado pode ser influenciada por 
seu valor subjetivo de compra: em sua experiência, os jovens estagiáriosprovenientes das famílias mais pobres, para as quais o valor de compra do papel 
reciclado é relativamente elevado, estimam seu valor como sensivelmente maior 
que os jovens estagiários provenientes das famílias mais abastadas (CICCOTTI, 
2010, p. 20). 
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Entendimento das pesquisas 1 e 2: 
O elemento social que delimitamos a pessoas e objetos, bem como sua importância, tem influência 
em nossa percepção. Parece que a percepção está ligada à ascensão social (importância social 
atribuída). A percepção humana tende identificar/ compreender como mais, ou menos, relevantes 
objetos/pessoas que possuam valor social considerado mais/menos importante (CICCOTTI, 2010). 
Pesquisa 3 
Em uma de suas experiências, pesquisadores transmitiram para vendedores 
masculinos de uma empresa de tecnologia dois programas televisivos diferentes. A 
metade a deles assistia a um episódio de “As panteras (Charlie’s Angels)”, a outra, a 
um episódio de um programa qualquer. A seguir, eles pediram que os vendedores 
avaliassem a fotografia de uma desconhecida e que lhe atribuíssem uma nota. É 
divertido constatar que aqueles que haviam assistido ao episódio de “As panteras” 
julgavam a desconhecida muito menos sedutora que aqueles que haviam visto 
outro programa (CICCOTTI, 2010, p. 21-22). 
Pesquisa 4 
Pesquisadores [...] pediram simplesmente que atendentes de call center (mulheres) 
observassem fotografias de outras mulheres. Em uma condição, a foto 
representava uma pessoa muito bonita, enquanto para as participantes da outra 
condição tratava-se da foto de uma pessoa comum. Logo depois os pesquisadores 
pediram que as atendentes se autoavaliassem em várias dimensões. Os resultados 
mostraram que as participantes que haviam sido previamente expostas a fotos de 
mulheres muito atraentes se julgavam menos atraentes e se achavam profissionais 
menos aceitáveis do que as atendentes que haviam visto fotos de mulheres mais 
comuns [...] (CICCOTTI, 2010, p. 22-23). 
Pesquisa 5 
Em um estudo [...] participantes acreditavam estar presentes em uma entrevista 
para um novo emprego. Cada um deles devia esperar sozinho em uma sala antes de 
ver o recrutador. Depois de alguns instantes, outro postulante (cúmplice) entrava e 
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se sentava em uma cadeira. Em uma condição, esse recém-chegado era muito 
elegante, com uma pequena maleta que ele abria de tempos em tempos para deixar 
seu conteúdo à mostra: material de boa qualidade, bem organizado. Em uma outra 
condição, a pessoa era muito negligente. Vestia um suéter cheio de manchas e 
parecia estar com a barba sem fazer havia alguns dias. Em seguida, diferentes 
documentos a ser preenchidos eram entregues aos sujeitos da experiência. Entre 
esses documentos havia uma escala que permitia avaliar a autoestima. Os 
resultados mostraram que a entrada do ‘Sr. Limpo’ havia conduzido a uma queda 
importante da autoestima dos participantes, e ado ‘Sr. Sujo’, a um aumento [...] 
(CICCOTTI, 2010, p. 23-24). 
Entendimento das pesquisas 3, 4 e 5 (CICCOTTI, 2010, p. 21-24): 
Pesquisa 3 : parece que a beleza das atrizes da série fez, por contraste, da desconhecida, a amiga 
feia. A isso podemos chamar de efeito contraste. 
Pesquisa 4 : o efeito contraste, em alguns momentos, pode jogar a favor, pois, quando uma mulher 
(ou um homem) tem um físico “médio”, parecerá mais atraente se ela(ele) entrar em uma sala na 
qual estiverem presentes mulheres(homens) sem atrativos. 
Pesquisa 5 : o efeito contraste, já em outras circunstâncias, em alguns momentos, pode atuar 
como um obstáculo à avaliação. Normalmente quem avalia será influenciado pela qualidade da 
tarefa precedente. O efeito contraste pode ser positivo, quando utilizado em benefício próprio. 
Por exemplo, ao assistir a um comercial, faça uma análise identificando as mensagens que 
procuram se aproveitar de você e aproveite-se você delas. Quando for comprar uma roupa nova, 
ou for ao supermercado, identifique a disposição dos produtos a fim de estimulá-lo a comprar 
mais e sem necessidade. 
Pesquisa 6 
Nesse estudo, 22 clientes não fumantes (12 homens e 10 mulheres) e 20 clientes 
fumantes regulares (12 homens e 8 mulheres), com idades entre 18 e 41 anos, 
foram convidados a estimar a duração de um intervalo de tempo que durava 
[exatos] 1 minuto, durante o atendimento em uma loja de conveniência. Os clientes 
fumantes tinham que participar de duas sessões: uma vez fumando como de hábito, 
e uma outra vez depois que tivessem ficado sem fumar durante 24 horas. O 
pesquisador dava a todos os participantes a seguinte instrução: “Entrarei diante de 
vocês e pronunciarei a palavra início e depois a palavra fim. Vocês tentarão estimar 
o tempo, em segundos, que separa essas duas palavras. Procurem não contar. 
Digam-me apenas quanto tempo passou”. Os resultados mostraram que as 
avaliações de tempo feitas pelos clientes não fumantes e pelos clientes fumantes 
antes do período de abstinência são parecidas e relativamente precisas. Em 
compensação, depois de 24 horas sem cigarros, a exatidão dos clientes fumantes 
diminui sensivelmente em comparação com as estimativas dos clientes não 
fumantes e com suas próprias avaliações antes do período de abstinência. O tempo 
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dura mais para clientes fumantes em um período de abstinência [...] (CICCOTTI, 
2010, p. 69-70). 
Pesquisa 7 
Em uma pesquisa, pedia-se a gerentes que esperassem em uma sala para realizar 
uma reunião com o presidente de uma empresa. Em uma das condições, deixava-se 
ouvir música pop na sala; na outra, não havia música alguma. Quando se pediu aos 
gerentes que avaliassem o tempo de espera, aqueles que ouviram música julgaram 
que o tempo passado era mais curto que as estimativas feitas pelos outros 
(CICCOTTI, 2010, p. 70). 
Pesquisa 8 
Em [...] uma experiência, trabalhadores da área industrial, quando ligavam à área de 
Recursos Humanos, foram colocados em uma espera telefônica. Em uma condição, 
a mensagem de espera era acompanhada por uma música; em outra condição, não 
havia música. Os resultados mostraram que a música conduz a avaliar o tempo 
passado como mais curto do que na outra condição sem música (CICCOTTI, 2010, 
p. 70-71). 
Entendimento das pesquisas 6, 7 e 8: 
A dificuldade de estimar exatamente o tempo que passa e uma propensão a julgá- lo mais longo do 
que ele é na realidade está, normalmente, ligado a uma sensação desagradável. Logo, a percepção 
que temos do tempo está ligada, sobretudo, ao nosso relógio fisiológico interno. Certos 
acontecimentos agem sobre essa “mola neural” e podem provocar modificações do tempo percebido. 
Isso envolve temperatura, ruídos, luminosidade, cheiros mais agressivos ao olfato, entre outros 
fatores. Nossa percepção do tempo também pode ser modificada por certos hormônios, como a 
dopamina. A adrenalina também possui efeitos sobre nosso “cronômetro psíquico”, acelerando-o. 
Com isso, na estrada, se estamos com pressa, estressados e atrasados, temos realmente a impressão 
de que o universo conspira contra nós, criando a desagradável tendência a querer “acelerar” as 
outras pessoas (CICCOTTI, 2010, p. 69-71). 
Da maneira geral, compreendemos que perceber o ambiente a nossa volta dependerá, também, das 
características dos estímulos percebidos e com que frequência, intensidade e dinâmica eles ocorrem, 
ou seja, a forma como são apresentados. 
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Repare na imagem a seguir: 
Você consegue identificar algumas “faces”? Neste momento, percebê-las ou não, estará condicionadoàqueles elementos destacados pelas pesquisas apresentadas. A percepção se refere a um tipo de 
processo psicológico que consiste na recepção de estímulos pelas pessoas por meio de vários 
sentidos e sua subsequente interpretação. A impressão que cada um constrói do mundo é sempre 
singular, pois as experiências vivenciadas pelo indivíduo (sua história passada, o ambiente físico e 
social ao qual estava inserido, sua personalidade e sua estrutura fisiológica e psicológica) são 
particulares. 
EMOÇÕES, EMPATIA E 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
Diante as várias situações do dia a dia, nos pegamos lidando desta ou daquela forma, pois as 
situações nos mobilizam a agir, ou deixar de fazê-lo. Entretanto, por que fazemos o que fazemos? Por 
que adotamos esta ou aquela postura diante de algo mais ou menos intenso? 
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Você já se pegou sentindo o coração disparado, acelerando? Corando as faces? 
Gaguejando? Levantando a voz para alguém conhecido, ou mesmo desconhecido? 
Nossas reações são fruto, em grande parte, de componentes emocionais. 
Fonte: adaptado de Goleman (1995). 
O que são as emoções? Veja algumas abordagens a seguir sobre o conceito de emoção: 
Figura 1 – Conceito de emoção 
Fonte: adaptado de Gondim e Siqueira (2004). 
Vejamos o que Goleman (1995, p. 32) tem a nos dizer sobre isso: 
[A] espécie humana deu à emoção um papel tão essencial em nosso psiquismo, 
[...] uma ascendência do coração sobre a razão. São as nossas emoções [...] que nos 
orientam quando diante de um impasse e quando temos de tomar providências 
importantes demais para que sejam deixadas a cargo unicamente do intelecto – em 
situações de perigo, na experimentação da dor causada por uma perda, na 
necessidade de não perder a perspectiva apesar dos percalços, na ligação com um 
companheiro, na formação de uma família. 
Para o autor, cada tipo de emoção vivenciada foi selecionada (pois provou ser a escolha mais 
acertada) ao longo da história da espécie e nos “programou” a agirmos de forma imediata, pois em 
diversas situações precisaremos agir prontamente. Inicialmente, as emoções funcionavam, de forma 
geral, como uma caixa de ferramentas utilizada pelo ser humano a fim de garantir a sobrevivência. 
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Nos tempos mais atuais, nos capacitam a enfrentar as situações do cotidiano de forma mais 
preparada. 
Goleman (1995) identifica que as emoções são respostas (comportamentos) programadas, em nível 
cerebral, para posicionamentos e enfrentamento de situações específicas, tais como: 
Figura 2 – Emoções como resposta 
Fonte: adaptado de Goleman (1995). 
Ainda nesta perspectiva, cabe ressaltar que as emoções são influenciadas pelas experiências 
vivenciadas e pelas questões socioculturais que as circundam e as emolduram como atualidades e 
conveniências. Nada mais são que um processo de up date (atualização) para melhor nos 
prepararmos. 
Veja, por exemplo, quando há a morte de um ente querido. Em culturas mais ocidentais, fazemos todo 
um ritual para nos despedirmos deste ente, seja de ordem mias religiosa ou afetiva (mas no fim das 
contas sentimos sua ausência, a perda). Já nas culturas mais orientais, os rituais normalmente estão 
relacionados a uma comemoração ao outro nível de existência, na qual não se reverencia a perda, 
mas a alegria de “passar desta para uma melhor”. 
Para ilustrar melhor essas questões, observe o que algumas pesquisas indicam no intuito de 
compreendermos como atuam e o papel das emoções para o ser humano: 
Pesquisa 1 
Um pesquisador [...] realizou um estudo no qual gerentes deveriam ver dez 
fotografias eróticas ouvindo, com fones, o som de seus batimentos cardíacos. Os 
participantes não sabiam que o que eles ouviam eram fitas previamente gravadas. 
Às vezes os indivíduos ouviam o ritmo dos batimentos se acelerar, mas na maior 
parte do tempo este permanecia calmo. No final da experiência, [o pesquisador] 
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pedia aos participantes que avaliassem, por ordem de preferência (de atração), as 
diferentes fotografias que eles haviam visto. Os resultados mostraram que os 
participantes gostaram mais das fotos que haviam sido combinadas com uma 
aceleração do ritmo dos batimentos cardíacos. O pior de tudo foi que os 
participantes continuavam a preferir as fotos escolhidas, mesmo depois de serem 
informados sobre o artifício experimental sobre o fato de terem sido manipulados 
(CICCOTTI, 2010, p. 294-295). 
Pesquisa 2 
Pesquisadores [...] fizeram uma experiência em Vancouver (Canadá), em um local turístico em que 
passa um rio. Este é atravessado por duas pontes suspensas a 100 metros de altura. Uma delas é 
muito instável, estreita, feita com tábuas de madeira; é sustentada por cabos e seu corrimão é muito 
baixo. Esses elementos tornam sua travessia muito impressionante. A outra (ponto- controle) é uma 
ponte sólida que atravessa o mesmo rio. Os participantes tinham que atravessar uma das duas 
pontes e eram contatados por uma pessoa durante a travessia, ora um homem, ora uma mulher, com 
o objetivo de preencher um questionário no local. No fim do encontro, o(a) entrevistador(a) dava seu 
número de telefone a cada indivíduo para prosseguir a conversa mais tarde, caso o participante 
desejasse. Posteriormente, 9 dos 18 indivíduos contatados na ponte instável pela mulher lhe 
telefonaram, contra apenas 2 dos 18 que haviam sido contatados por essa mesma pessoa na ponte- 
controle. Desse modo, a ativação fisiológica produzida pelo caráter assustador da situação foi 
rotulada (atribuída) como um “despertar erótico”, que responde às caraterísticas sexuais da 
experimentadora (CICCOTTI, 2010, p. 295-296). 
Entendimento das pesquisas 1 e 2: 
Quando adotamos esta ou aquela postura, ou decidimos por esta ou aquela experiência, o fazemos 
em razão de algum efeito emocional (vertigem, medo, desejo), ou mesmo de alguma dificuldade, para 
rotularmos uma dada sensação (CICCOTTI, 2010, p. 295-296). 
Pesquisa 3 
Em uma experiência [...], homens foram ativados fisiologicamente correndo 120 
segundos (ativação forte), enquanto outro grupo realizou esta tarefa por apenas 15 
segundos (ativação fraca). Os pesquisadores mostraram a todos esses homens um 
vídeo no qual podia ser vista ou uma bonita mulher, ou uma mulher sem 
atratividade (anteriormente avaliada como tal por outras pessoas). Explicou-se a 
esses homens que essa pessoa seria sua parceira em um próximo teste. Os 
pesquisadores pediram então aos dois grupos de homens que avaliassem 
(individualmente) essa mulher:“até que ponto você a acha simpática?”, “Até que 
ponto você a acha sensual?”, “É atraente?”, “Até que ponto você gostaria de beijá- 
la?”, “Até que ponto gostaria de conhecê-la?” (Todas as respostas foram adicionadas 
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e calculou-se a média). Os resultados mostraram que a mulher atraente era 
percebida de modo muito mais positivo pelas pessoas ativadas fisiologicamente do 
que pelas outras. O que também surpreendeu os pesquisadores foi que a mulher 
sem atrativos também era avaliada muito mais negativamente pelos homens 
fortemente ativados do que os outros (CICCOTTI, 2010, p. 298-299). 
Pesquisa 4 
Outros trabalhos obtiveram os mesmos efeitos e ao mesmo tempo revelaram uma 
novidade: a presença do(a) namorado(a) pode bloquear o processo [...] 
Pesquisadores examinaram por sua vez os efeitos da ativação fisiológica residual 
sobre as percepções da atração sexual. Os pesquisadores foram até um parque de 
diversões. Eles se aproximaram de pessoas que ou esperavam para entrar em 
montanhas

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