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<p>11</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI</p><p>A INTEGRALIDADE DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA ESCOLA REGULAR</p><p>ARINOS</p><p>2023</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI</p><p>A INTEGRALIDADE DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA ESCOLA REGULAR</p><p>Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL-EAD.</p><p>ARINOS</p><p>2023</p><p>A INTEGRALIDADE DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA ESCOLA REGULAR</p><p>Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.</p><p>Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).</p><p>RESUMO- A inclusão escolar é um tema que ganhou relevância nos últimos anos, em especial no que diz respeito à pessoa com deficiência. Neste documento, abordam-se as principais questões relacionadas à inclusão escolar, suas vantagens, desafios e a importância do papel do professor neste processo. A inclusão mobiliza a família, os professores, a escola e profissionais de apoio especializado. O método de pesquisa foi o qualitativo de cunho exploratório. É imperativo falar sobre a inclusão e tudo que envolve seu processo de implementação no ambiente escolar, conhecer leis que asseguram e propor melhorias para que esse processo seja o mais humano e justo possível sem que haja prejuízo no aprendizado dos alunos.</p><p>PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Deficiência. Aprendizado.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A educação inclusiva é uma prática que visa garantir que todos os alunos tenham acesso a um ensino de qualidade, independentemente de suas necessidades ou características individuais. Ela requer mudanças significativas na forma como as escolas são organizadas e gerenciadas, mas os benefícios são imensos.</p><p>A diversidade cultural, étnica e de gênero deve ser valorizada e respeitada em todas as esferas da vida, e não só no discurso. A inclusão só é possível quando a diferença é vista como um valor e não como um obstáculo. A integralidade da inclusão só será alcançada quando houver ações em diversas frentes que visem garantir acesso, respeito e oportunidades iguais para todos. O desafio é grande, mas as possibilidades são inúmeras.</p><p>A inclusão de pessoas com deficiência na escola regular é um processo complexo e desafiador. A falta de acessibilidade física, pedagógica e social pode dificultar o aprendizado e a socialização dos alunos com deficiência. Para acessibilidade física é ter rampas de acesso, elevadores ou banheiros adaptados, professores sem preparo para atender as necessidades dos alunos o que atinge diretamente o aprendizado. É possível agregar a acessibilidade física, acessibilidade pedagógica e acessibilidade social para que os alunos com deficiência não se sintam excluídos dos grupos da escola e ajudar na autoestima e no desenvolvimento social dos mesmos?</p><p>Adaptação do ambiente escolar visa garantir a acessibilidade física, pedagógica e social dos alunos com deficiência, permitindo que eles participem plenamente da vida escolar. A formação continuada dos professores é para capacitar os professores a lidar com as necessidades específicas dos alunos, permitindo que eles possam oferecer uma educação inclusiva e de qualidade.</p><p>Por objetivo geral é entender como a escola regular pode oferecer aos alunos oportunidades iguais em todos os aspectos da vida educacional, permitindo que eles se desenvolvam em um ambiente inclusivo e seguro. Os objetivos específicos a serem alcançados discorrer sobre a educação inclusiva, discorrer sobre a integralidade e inclusão, definir conceitos de deficiência e ponderar sobre a escola inclusiva.</p><p>A inclusão da pessoa com deficiência na escola regular é um direito garantido por lei. No entanto, ainda existe uma grande lacuna na oferta e na qualidade da educação inclusiva. Incluir a pessoa com deficiência na escola regular é um passo importante para se alcançar uma sociedade mais inclusiva e igualitária. A educação inclusiva ajuda a aumentar a autoestima e a independência das pessoas com deficiência, permitindo que elas contribuam para a sociedade de maneira mais produtiva. A inclusão gera uma cultura de união e empatia entre alunos e professores.</p><p>Este estudo se deu através de pesquisa qualitativa de cunho exploratório. Foi realizada pesquisa bibliográfica, para compreender o que os referenciais teóricos têm a dizer sobre a temática. Também foi realizada pesquisa documental envolvendo documentos oficiais para aprofundar no tema e entender as leis que arrazoam sobre a educação inclusiva.</p><p>O primeiro capítulo retrata a educação inclusiva ponderando alguns conceitos sobre o tema, já no segundo é falado sobre a diferença entre integração e inclusão que divergem sobre como a escola deve receber os alunos, no terceiro é conceituado sobre a deficiência através de opiniões diferentes, no quarto é falado sobre a escola inclusiva que ainda está em construção. Para finalizar tem a conclusão que discorre sobre as ponderações de todo o texto antes produzido.</p><p>DESENVOLVIMENTO</p><p>EDUCAÇÃO INCLUSIVA</p><p>A legislação brasileira é clara em relação à inclusão escolar. A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional têm legislações específicas que versam sobre a necessidade de garantir a todas as crianças o direito à educação, sem qualquer tipo de exclusão ou segregação. Mas ainda assim existem grandes desafios a serem resolvidos:</p><p>Desafios</p><p>· Falta de preparo dos professores para lidar com a diversidade</p><p>· Falta de adaptações curriculares e tecnológicas</p><p>· Preconceito e discriminação</p><p>Benefícios</p><p>· Promoção da igualdade social</p><p>· Desenvolvimento de novas habilidades e inteligências</p><p>· Ampliação do repertório cultural e social dos alunos</p><p>Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva orienta os sistemas de ensino no sentido da promoção de respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo "[...] formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar" (BRASIL, 2007, p. 5).</p><p>A educação inclusiva é uma abordagem de ensino que tem como objetivo atender às necessidades de todos os alunos, incluindo aqueles com deficiências ou dificuldades de aprendizado. A educação inclusiva promove a diversidade, dá suporte individualizado, permite que todos os alunos participem plenamente da escola e aprendam na medida de suas possibilidades.</p><p>A educação inclusiva requer adaptações e recursos para garantir que todos os alunos possam participar plenamente da escola e atingir seus objetivos de aprendizagem. É importante lembrar que esses recursos podem ir além de materiais didáticos e incluir, por exemplo, a participação de intérpretes em libras ou apoio psicopedagógico.</p><p>Muitas pessoas ainda carregam preconceitos e discriminações que dificultam a inclusão de grupos minoritários. É necessário garantir que pessoas com deficiência tenham acesso a todos os espaços públicos e privados de forma efetiva. Não ter informações adequadas sobre diferentes grupos étnicos ou culturais pode gerar exclusão e preconceito.</p><p>De acordo com Nascimento (2014), é preocupante o fato de muitas escolas ainda não assegurarem uma educação de qualidade e ter uma prática que é mais excludente do que inclusiva. Grande parte das escolas não apresentam condições estruturais e didático-pedagógicas satisfatórias para atender todas as crianças, além de discriminar</p><p>também os marginalizados. É preciso transformá-las, e esta transformação depende de cada um, da sociedade em geral e principalmente dos professores, pois é um passo importante para que os alunos sejam recebidos em sala de aula.</p><p>Quando se trata de alunos com deficiência, é preciso compreender que o processo de aprendizagem é possível dentro de sala de aula regular e modificar o pensamento excludente de que esses alunos não são capazes de estudar, conviver e aprender com os demais. É na escola que este processo de transformação acontece de forma contínua (depois da família), é neste espaço único que os indivíduos são capazes de assimilar conteúdos, interagir e construir conhecimentos:</p><p>Ainda há profissionais que acreditam que a presença dos alunos com deficiência quebrará a rotina da escola. Por isso, temos que pensar em uma inclusão que afaste o pensamento de fracasso, assumindo posturas de novos ensinos e novas aprendizagens. Isso consiste em uma renovação da escola (CUNHA, 2015, p. 71).</p><p>Para Cunha (2015, p. 153), “em sala de aula, há inúmeras vozes que se cruzam, quando todos os alunos contribuem com seus pensamentos de forma a construir um diálogo, através do qual se pode colher assim os frutos do conteúdo abordado”.</p><p>É preciso dar condições de permanência e possibilidade de desenvolvimento da aprendizagem, maximizando, assim, suas potencialidades, ou seja,</p><p>É necessário que essa discussão se estenda para que não só os intelectuais e especialistas saibam que os indivíduos com necessidades educacionais especiais têm potencialidades, inteligência, sentimentos, direito à dignidade, mas também que eles têm direito à vida, em todos os seus aspectos, apesar das limitações que possam ter. Todos nós temos limitações; é preciso apenas respeitá-las (SOUZA, 2013, p. 162).</p><p>INTEGRAÇÃO X INCLUSÃO</p><p>Enquanto a integração implica a adaptação do indivíduo ao sistema, a inclusão implica a adaptação do sistema às necessidades do indivíduo. A inclusão visa à construção de uma sociedade mais justa e democrática, garantindo a todos o direito à educação de qualidade.</p><p>No seu sentido etimológico, integração vem do verbo integrar, que significa formar, coordenar ou combinar num todo unificado. Inclusão, de o verbo incluir, significa compreender, fazer parte de ou participar de. Do ponto de vista educacional, embora tanto a integração como a inclusão trate da incorporação da criança com deficiência pelo ensino regular, existe uma diferença básica.</p><p>Walber e Silva (2006, p.36), discorrem que na Integração deveria existir um esforço, por parte da pessoa com deficiência. Seria a pessoa que deveria “tornar-se o mais normal possível”. Isso quer dizer que: um número extensivo de pessoas com necessidades especiais não conseguiriam atingir esse objetivo, de ser o mais normal possível, independente da sua especificidade, e poderia permanecer excluída de determinados campos sociais.</p><p>De fato, a integração restringia a abrir as portas da escola, de forma que o aluno adequasse às práticas já existentes no sistema educacional, sem discordar, em nada, do que já fora convencionalmente estabelecido.</p><p>O conceito de integração escolar é referente à entrada de estudantes com deficiência em escolas regulares. Entretanto, a lógica da integração passa pelo preparo destes estudantes para as salas regulares, isto é, o aluno que deve se adaptar à escola, caracterizando um processo de exclusão seletiva, pois nem todas apresentam, seguindo a lógica de integração, condições de serem integrados em uma sala comum.</p><p>Ainda neste contexto Mantoan (2003, p. 23) comenta que, “a escola não muda como um todo, (quando se trata de integração), mas os alunos têm de mudar para se adaptarem às suas exigências”, contrariamente ao que acontece, quando o foco da discussão está centrado no tema da inclusão.</p><p>O conceito de integração, segundo Mazotta (1996) deve envolver o espaço e o tempo de convivência no mesmo ambiente. Assim quanto maior a oportunidade de convivência melhor os resultados, desde que a escola e o ambiente sejam preparados adequadamente para uma integração de forma “gradativa”.</p><p>O conceito de integração, segundo Mazzota, (1996) apresentavam as seguintes dimensões:</p><p>•Integração Física: envolve o espaço e o tempo de convivência no mesmo ambiente. Assim quanto maior fosse a oportunidade de convivência melhor seriam os resultados, desde que a escola e o ambiente fossem preparados adequadamente e a integração ocorresse de forma “gradativa”.</p><p>•Integração Funcional: supõe a utilização dos mesmos recursos educacionais disponíveis no ensino comum.</p><p>•Integração Social: Diz respeito ao processo de integração com o meio, à comunicação e à inter-relação por meio da participação ativa dos grupos, na escola e na comunidade.</p><p>Mantoan (2000, p. 31) enfatiza que no processo de inclusão;</p><p>Nossas ações educativas têm como eixos o convívio com as diferenças e a aprendizagem como experiência relacional, participativa, que produz sentido para o aluno, pois contempla sua subjetividade, embora construída no coletivo das salas de aula.</p><p>Apesar dos avanços nos últimos anos, ainda há muitos desafios a serem superados na luta pela inclusão social. Preconceito e discriminação ainda são comuns na sociedade brasileira. Espaços públicos e privados são inacessíveis a pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Escolas ainda não estão preparadas para receber alunos com deficiência ou outras necessidades especiais. Ainda há muito preconceito e discriminação em relação a pessoas com deficiência, LGBTs e outros grupos minoritários.</p><p>Para promover a inclusão dentro da escola é importante investir em tecnologia assistiva, como softwares de reconhecimento de voz e óculos inteligentes, podem ajudar a incluir alunos com deficiência nos processos de ensino e aprendizagem. Oferecer formação em educação inclusiva para professores e equipe pedagógica é fundamental para garantir que todos os alunos sejam incluídos. Encorajar os alunos a trabalharem em grupo e a respeitarem as diferenças pode ajudar a promover a inclusão em sala de aula.</p><p>CONCEITO DE DEFICIÊNCIA</p><p>Deficiência:</p><p>" Toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. " (Decreto 3.298/99)</p><p>Assim, pessoas com deficiência são,</p><p>[...] em determinadas circunstâncias, (...) são atribuídas características especiais para dirigir-lhes tratamento, proteção e assistência, (mas ao mesmo tempo), criar ao seu redor uma rede de relações de dominação e de poder, na qual o indivíduo tratado, protegido e assistido é inferiorizado e normalizado por conta de sua anormalização que justifica a criação desta estrutura. (ROSS, 2000, p. 255).</p><p>Conforme Brasil (1994, p. 32):</p><p>[...] crianças e adolescentes com deficiência não precisam e não devem estar fora das instituições de ensino regular de qualquer nível, mas que têm os mesmos direitos que qualquer outro, com ou sem qualquer tipo de deficiência. E ainda: Aos alunos com necessidades educacionais especiais deverá ser dispensado apoio contínuo, desde a ajuda mínima nas classes comuns, até a aplicação de programas suplementares de apoio pedagógico na escola, ampliando-os, quando necessário, para receber a ajuda de professores especializados e de pessoal de apoio externo.</p><p>A inclusão da pessoa com deficiência na escola regular é uma meta importante que deve ser perseguida com determinação e dedicação. Oferecer uma educação inclusiva de qualidade para todos é um passo importante para se alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>O Censo 2010 do IBGE contabilizou mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, o que representa cerca de 23% da população. Os deficientes ainda enfrentam barreiras sociais e econômicas. Muitos vivem em situação de pobreza e têm menos acesso a serviços básicos, como saúde e educação.</p><p>A deficiência é uma experiência multifacetada que pode ter diferentes impactos na vida das pessoas. Para os tipos de deficiência</p><p>existem as:</p><p>· Deficiência Física: Provocada por lesões nos músculos, ossos e/ou pele, pode variar em termos de gravidade e dificuldade de locomoção.</p><p>· Deficiência Intelectual: Caracterizada por limitações significativas no raciocínio, aprendizagem, resolução de problemas e adaptação social.</p><p>· Deficiência Sensória: Problemas que impactam a audição, visão, olfato e paladar. Podem ter diferentes impactos na vida das pessoas segundo o grau de comprometimento.</p><p>Dentre estes tipos de deficiência as causas prováveis são:</p><p>· Deficiência Adquirida: Lesões, doenças, acidentes que causa a deficiência de forma tardia na vida.</p><p>· Deficiência Congênita: Problemas que acontecem durante a gestação e/ou parto.</p><p>· Deficiência Hereditária: Transferência genética de pais para filhos.</p><p>ESCOLA INCLUSIVA</p><p>Para uma escola inclusiva é preciso diversidade, onde exista respeito e convivência com pessoas de diferentes raças, culturas, religiões e com deficiências. A equidade na garantia de oportunidades iguais de aprendizagem e desenvolvimento para todos os alunos. É necessário ser um ambiente acolhedor e seguro, que promova o respeito e a empatia com participação ativa e efetiva de todos os alunos nas atividades escolares.</p><p>Para incluir um aluno com necessidades especiais em um ambiente escolar, seria preciso entender que a escola é um lugar repleto de diferenças, onde todos devem aprender conviver com as diferenças, respeitando-se de acordo com cada tipo de deficiência: assim poderia chamar uma escola de inclusiva.</p><p>A educação inclusiva aspira fazer efetivos direito à educação, a igualdade de oportunidades e de participação o direito de todas as crianças encontra-se consagrado na Declaração dos Direitos Humanos e reiterado nas políticas educacionais dos países: porém, ainda existem milhões de crianças e adultos que não tem acesso a educação ou recebem uma de menor qualidade. (MEC, 2005, p. 08)</p><p>Segundo a Cartilha do MEC (2013, p. 07):</p><p>Promover a acessibilidade e inclusão de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes o direito de compartilharem os espaços comuns de aprendizagem, por meio da acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e às comunicações e informações.</p><p>Para Pienta, uma escola inclusiva</p><p>precisa ser flexível em sua organização pedagógica, a fim de apoiar seus profissionais e criar ambientes de aprendizagem com base na promoção da cultura da diversidade, no desenvolvimento de redes de apoio aos estudantes e na adoção de abordagens efetivas de ensino, nas quais são identificados os interesses, as habilidades, as motivações e as limitações dos educandos (PIENTA, 2020, p. 42)</p><p>A escola precisa estar preparada para receber alunos com deficiência e oferecer recursos adequados para que possam participar normalmente de todas as atividades que a escola oferece. Isso inclui recursos adaptativos em salas de aula, acessibilidade física, materiais alternativos e suporte individualizado de acordo com as necessidades de cada criança.</p><p>A escola deve buscar lhe oferecer o mesmo conteúdo curricular sem perda da qualidade do ensino e da aprendizagem independente da dificuldade do aluno. A escola deve ser um local de formação, não só profissional como também social. Segundo Scotti (1999, p.20), “a educação deve ser, por princípio liberal, democrática e não doutrinária. Dentro desta concepção o educando é, acima de tudo, digno de respeito e do direito à educação de melhor qualidade”.</p><p>A inclusão justa e verdadeira só acontecerá quando as diferenças de cada indivíduo não forem esquecidas nem desconsideradas, mas respeitadas. Respeitar não é tratar como igual aquele que é diferente, mas sim buscar de forma diferenciada soluções para atender seus anseios e necessidades. Segundo Tartuci (2001), o tratamento igual aos diferentes acaba por se constituir na pior forma de injustiça.</p><p>O objetivo da inclusão nas escolas é criar um mundo em que todas as pessoas se reconheçam e se apoiem mutuamente, e esse objetivo não é atingido por nenhuma falsa imagem de homogeneidade e em nome da inclusão. Ao contrário, precisamos observar cuidadosamente a maneira como as escolas têm caracteristicamente se organizado em torno das diferenças individuais e como desenvolveram outras alternativas (STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 408).</p><p>O professor precisa estar preparado para lidar com a diversidade e para planejar estratégias de ensino que atendam as necessidades de todos os alunos. Estar aberto a novas possibilidades de ensino e ser criativo na adaptação do currículo e das atividades pedagógicas.</p><p>Adaptações Curriculares</p><p>Adaptações Tecnológicas</p><p>· Modificações na metodologia de ensino</p><p>· Diferentes materiais e recursos didáticos</p><p>· Redução da carga horária</p><p>· Softwares de acessibilidade</p><p>· Ferramentas de comunicação alternativa</p><p>· Adequações de hardware e software</p><p>A empatia deve estar presente para promover um ambiente inclusivo e acolhedor. Por isso a avaliação deve estar atrelada à aprendizagem e feita de forma continuada, considerando as particularidades dos alunos. É preciso avaliar não apenas o conhecimento adquirido, mas também as habilidades socioemocionais e comportamentais.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>A inclusão escolar é um caminho sem volta. Precisa garantir a todas as crianças o acesso a uma educação de qualidade, sem fronteiras e sem exclusões. Para tanto, é preciso enfrentar os desafios e construir escolas mais inclusivas, que valorizem a diversidade e respeitem as diferenças. Com formação contínua dos professores, adaptações curriculares e tecnológicas, ações de combate à discriminação, respeito ao conceito de inclusão e assim construir uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>A inclusão é fundamental para a igualdade de oportunidades e acesso aos mesmos recursos. Precisa-se de políticas cada vez mais amplas, cuidadosas e atentas ao desenvolvimento pleno do ser humano, independentemente de suas limitações.</p><p>O papel da escola se apresenta, portanto, como uma instituição que promove e entende uma educação com qualidade, a educação que respeita a diversidade e amplia cada vez mais os recursos necessários para a aprendizagem dos sujeitos como cidadãos, ou seja, um campo aberto essas probabilidades ou possibilidades de real inclusão escolar e social.</p><p>A integração também é um direito que deve ser garantida a todas as crianças e mediada pelo profissional envolvido na educação das crianças com ou sem necessidades especiais ou específicas. Em uma perspectiva mais ampla, a integração contém formulações que permitem a inclusão de alguns alunos com as mais diferentes especificidades no do sistema regular de educação.</p><p>Deve-se levar em consideração que uma proposta de atendimento integrativa necessita de investimentos e comprometimento, embora algumas escolas já tenham feito as adaptações necessárias como rampas, elevadores, banheiros, sinalizações, para todos (braile e sinais), mas está muito aquém do necessário. Não só no aspecto estrutural, mas em nível de consciência social e política.</p><p>Os pais devem conversar com as crianças em casa e fazer acordos de respeito mútuo entre todos os membros. Ensinar ao filho o respeito à diversidade é um dever dos pais, que devem ser o modelo de tolerância e aceitação dos outros. Os pais devem participar ativamente da vida escolar dos filhos, colaborando com os professores e equipe educativa.</p><p>A educação inclusiva é um direito humano básico, e o investimento em práticas inclusivas representa um compromisso social com a igualdade de oportunidades. O desenvolvimento pessoal e social dos alunos é impactado positivamente pela inclusão, pois permite a interação com a diversidade e o reconhecimento das singularidades. A inclusão prepara os alunos para o futuro, que será cada vez mais diverso e exigirá habilidades que só podem ser construídas com respeito à diversidade e capacidade de adaptação.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Justiça. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas</p><p>especiais. Brasília, 1994.</p><p>BRASIL. DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm. Acesso 5 setembro 2023.</p><p>BRASIL. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva Ministério da Educação / SECADI. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007. Brasília, DF.</p><p>CUNHA, M. S. Ensino da língua portuguesa na perspectiva da inclusão do aluno cego no nível fundamental. 2015. 173 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Federal de Sergipe. 2015.</p><p>MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? / Maria Teresa Eglér Mantoan. — São Paulo: Moderna, 2003.</p><p>MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: histórias e políticas. São Paulo: Cortez, 1996.</p><p>NASCIMENTO. L. B. P. A importância da inclusão escolar desde a educação infantil. 2014. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia). Departamento de Educação – Faculdade Formação de Professores. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2014.</p><p>PIENTA, Ana Cristina Gipiela. Fundamentos da educação especial e inclusiva. - 1. ed. - Curitiba [PR]: Iesde, 2020.</p><p>Pessoas com deficiência. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20551-pessoas-com-deficiencia.html. Acesso 5 setembro de 2023.</p><p>Politicas Públicas de Inclusão. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/julho/inclusao-no-mercado-de-trabalho-lei-de-cotas-para-pessoas-com-deficiencia-completa-29-anos#:~:text=Conforme%20a%20legisla%C3%A7%C3%A3o%2C%20as%20propor%C3%A7%C3%B5es,das%20vagas%20para%20esse%20grupo.. Acesso 05 setembro 2023.</p><p>ROSS, P. R. O Normal e o Patológico na Sociedade Moderna Pós-Moderna. Anais do III Congresso Brasileiro sobre Síndrome De Down ‘Inclusão Como Cumprir Esse Dever’, Curitiba, Paraná, 2000.</p><p>SCOTTI, Annete Rabelo. Adaptação curricular na inclusão. Integração. Ano 9, n. 21, 1999.</p><p>SOUZA, R. C. S.; et al. Educação Física Inclusiva: perspectiva para além da deficiência. Aracaju: Editora UFS, 2013.</p><p>STAINBACK, Susan; STAINBACK, William (Org.). Inclusão: um guia para educadores. Porto alegre: Artes Médicas, 1999.</p><p>WALBER, Vera Beatris; SILVA, Rosane Neves da. As práticas de cuidado e a questão da deficiência: integração ou inclusão? Revista Estudos de Psicologia I, Campinas, n. 23, v.1, p. 29-37, jan.-mar.2006.</p><p>image1.png</p>