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<p>Epidemiologia das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil</p><p>Doenças que não são adquiridas por contato com pessoas infectadas com o agente causador da doença e ou vetores.</p><p>Por ter uma prevalência alta são importantes na área da saúde pública e tem afetado milhões da população.</p><p>Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT)</p><p>Longo período de latência;</p><p>Longo curso assintomático;</p><p>Curso clínico em geral lento, prolongado e permanente;</p><p>Manifestações clínicas com períodos de fraqueza e piora;</p><p>Lesões celulares irreversíveis, evolução para graus variados de incapacidade ou morte.</p><p>Características das DCNT</p><p>A OMS inclui como doenças crônicas:</p><p>Circulatório (cerebrovasculares e cardiovasculares</p><p>Neoplasias</p><p>Respiratórias crônicas</p><p>Diabetes mellitus</p><p>Esse conjunto de doenças compartilhas os mesmos fatores de risco, possibilitando uma em abordagem comum</p><p>Doenças cardíacas e cerebrovasculares</p><p>Cânceres</p><p>Diabetes</p><p>Hipertensão</p><p>Doenças crônicas do aparelho respiratório</p><p>Doenças mentais</p><p>Doenças auto-imunes</p><p>Lesões por acidentes (DANT)</p><p>Violência (DANT)</p><p>* Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANT)</p><p>DCNT</p><p>Desordens mentais e neurológicas</p><p>Doenças ósseas e articulares</p><p>Osteoporose</p><p>Desordens genéticas</p><p>Doenças bucais</p><p>Doenças autoimunes</p><p>Patologias oculares e auditivas</p><p>Diferem das demais DCNT por não compartilharem os mesmos fatores de risco</p><p>Crises hipertensivas</p><p>IAM</p><p>Doenças crônicas</p><p>Transmissíveis</p><p>O conjunto de doenças e seus fatores de risco foram selecionados para enfrentamento prioritário na Reunião de Alto Nível das Nações Unidas em 2011.</p><p>Alta morbidade de asma e pneumonia na infância</p><p>Alta mortalidade por câncer do pulmão e DPOC em adultos</p><p>DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)</p><p>Asma e rinite alérgica</p><p>Tuberculose</p><p>Pneumonias</p><p>Câncer de pulmão</p><p>Prevenível e tratável</p><p>Limitação ao fluxo do ar, predominantemente irreversível, geralmente progressiva, associada a resposta inflamatória do pulmão e agentes agressores</p><p>Prevalência: 7,8% – 19,7%</p><p>EUA: entre as 6 causas de morte</p><p>Europa: mortalidade vem diminuindo</p><p>Brasil: primeiro lugar (40%)</p><p>Fatores de risco: genética, sexo, idade, fumo, ocupacional, poluição, infecções resp, asma, entre outros.</p><p>Hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e limitação ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento.</p><p>Asma atual na adolescência: 13,8% (Projeto ISAAC) – mundo</p><p>Brasil: mortalidade 2,29 p/100 mil hab.</p><p>Fatores de risco: genéticos, sexo, socioeconômicos, ambientais, infecções, nutricionais.</p><p>Hipertensão arterial sistêmica (HAS)</p><p>Outras doenças hipertensivas</p><p>Doença isquêmica do coração</p><p>Doenças cerebrovasculares</p><p>Doença vascular periférica</p><p>Fatores de risco:</p><p>a) biológicos (sexo, idade, raça/etnia/cor da pele, história familiar)</p><p>b) estilo de vida / comportamentais (tabagismo, excesso de álcool, comportamento alimentar inadequado)</p><p>c) exposição ambiental (trabalho, ruído, estresse, transito)</p><p>d) fatores sociais (escolaridade, classe social)</p><p>Prevalência no Brasil (>25 anos)</p><p>20% Belém - 45% Porto Alegre (baixa esc.)</p><p>Neste nível de escolaridade, 14 capitais prevalência >30%</p><p>Escolaridade mais elevadas, 16,5% Manaus – 26,6% Recife</p><p>A prevalência vem aumentando consideravelmente</p><p>É um fator de risco para DCV e HAS, além da própria gravidade da doença.</p><p>Prevalências entre 10 e 13% em capitais e outras cidades</p><p>Fatores de risco: sedentarismo e tabagismo</p><p>Associação entre fumo e câncer de pulmão</p><p>Estudo explorou de forma detalhada esta relação, apresentando risco aumentado de 20x entre fumantes (Doll e Hill, 1954; Doll, 1998)</p><p>Cigarro é o maior fator de risco para câncer e e outras DCNT.</p><p>HPV e câncer do colo do útero</p><p>Não é um fenômeno contemporâneo, há relatos históricos do uso da violência.</p><p>Segunda metade do século XX torna-se um tema relevante no setor da saúde, na medida que configura uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo.</p><p>“[...] o uso da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (Krueg et al., 2002).”</p><p>a) violência dirigida contra si mesmo (autoinflingidas): suicídio, ideação suicida, tentativa de suicídio e autoabuso.</p><p>b) violência interpessoal: familiar ou comunitária</p><p>c) violência coletiva: atos violentos, âmbitos macrossociais, políticos, etc.</p><p>OMS: mais de 1,6 milhões de pessoas perdem suas vidas por algum tipo de violência</p><p>Principal causa de óbito entre indivíduos de 11 a 44 anos</p><p>14% homens</p><p>7% mulheres</p><p>A maior parte não leva a óbito, mas deixa marcas irreversíveis</p><p>Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT)</p><p>Maior nº de mortes prematuras;</p><p>57 milhões de mortes, 63% são de DCNT</p><p>Circulatório, diabetes, câncer e respiratório crônica.</p><p>Países de baixa renda (80%)</p><p>Perda de qualidade de vida;</p><p>Limitação e incapacidade;</p><p>Impactos econômicos.</p><p>72% das causas de morte são por DCNT</p><p>31,3% por aparelho circulatório;</p><p>16,3% câncer;</p><p>5,2% diabetes;</p><p>5,8 % doença respiratória crônica.</p><p>Todas as camadas socioeconômicas;</p><p>Grupos mais vulneráveis: idosos e de baixas escolaridade e renda.</p><p>DCNT no Brasil</p><p>Plano para enfrentamento de DCNT</p><p>Plano visa preparar o Brasil para enfrentar e deter, nos próximos 10 anos, as DCNT, entre as quais estão: AVC, Infarto, HA, diabetes, as doenças respiratórias e o câncer.</p><p>Na última década ocorreu uma redução de cerca de 20% nas mortes o que pode ser atribuído à expansão da atenção primária, aos programas de controle de fatores de risco.</p><p>Deter as DCNT</p><p>Reduzir TM prematura (< 70 anos) por DCNT em 2% ao ano.</p><p>Reduzir a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes.</p><p>Deter o crescimento da obesidade em adultos.</p><p>Aumentar a prevalência da atividade física no lazer.</p><p>Aumentar o consumo de frutas e hortaliças.</p><p>Reduzir o consumo médio de sal.</p><p>Reduzir o consumo nocivo de álcool.</p><p>Reduzir a prevalência de tabagismo em adultos.</p><p>Aumentar a cobertura de mamografia (50 e 69 anos).</p><p>Aumentar a cobertura de PV de Ca colo do útero (25 a 64 anos)</p><p>Tratar 100% das mulheres com lesões precursoras de câncer</p><p>Deter as DCNT</p><p>Deter as DCNT</p><p>Baixa renda = mais expostas aos fatores de risco e têm menos acesso a serviços de saúde;</p><p>– Educação, ocupação, renda, gênero e etnia.</p><p>Recente análise do Banco Econômico Mundial estima que países como Brasil, China, Índia e Rússia perdem, anualmente, mais de 20 milhões de anos produtivos de vida devido às DCNT;</p><p>Impacto sobre o desenvolvimento</p><p>Não é possível a identificação de um agente único como causa;</p><p>Multicausalidade;</p><p>Modelos explicativos da causalidade das DCNT</p><p>Determinantes sociais</p><p>Fatores não modificáveis</p><p>Sexo Genética</p><p>Idade</p><p>Riscos modificáveis</p><p>Tabagismo</p><p>Alimentação inadequada</p><p>Álcool Inatividade física</p><p>Risco intermediários</p><p>Hipertensão Dislipidemia</p><p>Sobrepeso</p><p>Obesidade</p><p>Intolerância a glicose</p><p>Desfechos</p><p>Doença coronariana Doença cerbrovascular Doença vascular</p><p>periférica</p><p>Doença renal crônica DPOC/Enfisema Diabetes</p><p>Cânceres</p><p>Laframboise (1973) propôs um novo modelo para abordar o binômio saúde-doença, que reconhece a multicausalidade.</p><p>Biologia humana</p><p>Ambiente</p><p>Estilo de vida</p><p>Organização da atenção à Saúde</p><p>Campo de saúde</p><p>Tabaco: cerca de 6 milhões de pessoas morrem a cada ano pelo uso de tabaco (uso e passivo);</p><p>Segundo a OMS, até 2020 esse número deve aumentar para 7,5 milhões (10% das mortes);</p><p>– 70% câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias, 10% das doenças circulatórias.</p><p>TABACO</p><p>3,2 milhões de mortes por ano;</p><p>20 a 30% de aumento de risco;</p><p>Recomendação:</p><p>– 150 minutos por semana de leve ou moderada ou 75 minutos de atividade intensa.</p><p>Atividade física insuficiente</p><p>2,3 milhões de mortes;</p><p>3,8% de todas as mortes no mundo;</p><p>Câncer, doença no aparelho circulatório e cirrose hepática;</p><p>Mais alto em países de alta renda.</p><p>Uso nocivo do álcool</p><p>Doenças cardiovasculares (sal);</p><p>Cardíacas (gordura);</p><p>Aumento rápido na população</p><p>de baixa renda;</p><p>Dieta não saudável</p><p>7,5 milhões de mortes;</p><p>12,8% de todas as mortes;</p><p>Doenças do aparelho respiratório;</p><p>É menor na população de alta renda.</p><p>Pressão arterial elevada</p><p>2,8 milhões de mortes;</p><p>Doenças cardíacas, AVE, diabetes e câncer;</p><p>Excesso de peso em crianças e adolescentes tem aumentado.</p><p>Excesso de peso e obesidade</p><p>2,6 milhões de mortes;</p><p>Doença cardíaca e AVE;</p><p>Países de alta renda;</p><p>Colesterol aumentado</p><p>Transição dos fatores de risco;</p><p>Décadas passadas o mais comum era desnutrição, má qualidade de água e condições sanitárias inadequadas.</p><p>Atualmente, obesidade, excesso de peso, etc.</p><p>Fatores de risco comum para DCNT. Atuação de maneira integrada na promoção da saúde e na prevenção desses fatores resulta em benefícios para a saúde.</p><p>Fatores de risco</p><p>SIM – desde de 1979.</p><p>8,8 % das mortes são de causas mal definidas nas regiões Norte e Nordeste;</p><p>Igual a de causas naturais;</p><p>A morte por DCNT vem aumentando com os anos.</p><p>Dados epidemiológicos – mortalidade por DCNT</p><p>DCNT Fatores de risco</p><p>Tabagismo Alimentação inadequada Inatividade física Consumo abusivo de álcool</p><p>Doenças cardiovasculares X X X X</p><p>Câncer X X X X</p><p>Diabetes X X X X</p><p>Doenças respiratórias crônicas X</p><p>Dados epidemiológicos – mortalidade por DCNT</p><p>Causa Número Porcentagem</p><p>Doenças crônicas não transmissíveis 742.779 66,6</p><p>Doenças cardiovasculares 319.066 28,6</p><p>Neoplasias 168.562 15,1</p><p>Doenças respiratórias 59.721 5,4</p><p>Diabetes mellitus 51.828 4,6</p><p>Outras doenças DCNT 143.602 12,9</p><p>Maternas, infantis e transmissíveis 138.199 12,4</p><p>Causas externas 135.919 12,2</p><p>Mal definidas 97.824 8,8</p><p>Total 1.115.695 100,0</p><p>Dados epidemiológicos – mortalidade por DCNT</p><p>Dados epidemiológicos – mortalidade por DCNT</p><p>Dados epidemiológicos – mortalidade por DCNT</p><p>Dados epidemiológicos – mortalidade por DCNT</p><p>Dados epidemiológicos – Hospitalizações</p><p>SUS (SIH/SUS) – possibilita observar 80% das internações</p><p>No Brasil, 59,5 milhões de pessoas (31,3%) afirmaram apresentar pelo menos uma doença crônica.</p><p>5,9% declararam três ou mais</p><p>Esses percentuais aumentam com a idade.</p><p>79,1% de idosos acima de 65 anos com pelo menos uma doença crônica.</p><p>Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).</p><p>Dados epidemiológicos – Morbidade e fatores de risco e proteção</p><p>Prevalências de FR para DCNT 2006 (%) 2010 (%)</p><p>Tabagismo</p><p>Fumante atual 16,2 15,1</p><p>Ex- fumante 22,1 22,0</p><p>Atividade física</p><p>No lazer 14,8 14,9</p><p>Alimentação</p><p>Consume de carnes com gorduras 39,1 34,2</p><p>Frutas e hortaliças (irregular) 28,9 29,9</p><p>Bebidas alcoólicas</p><p>Excesso nos últimos 30 anos 16,2 18,0</p><p>Excesso de peso</p><p>Excesso de peso 42,8 48,1</p><p>Obesidade 11,4 15,0</p><p>Dados epidemiológicos – Morbidade e fatores de risco e proteção</p><p>* PNAD: Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios APAC: Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade</p><p>Vigilância de DCNT</p><p>Fatores de</p><p>risco/proteção</p><p>Morbidade</p><p>Mortalidade</p><p>Inquérito base populacional Uso de serviços</p><p>População específica</p><p>Escolares</p><p>Idosos</p><p>Registro de Câncer de Base Populacional</p><p>Registro Hospitalar de Câncer</p><p>Causa Básica</p><p>Causas Múltiplas</p><p>Sistema de informações Hospitalares Autorização de Internação Hospitalar</p><p>Sistema de Informações Ambulatoriais</p><p>APAC*</p><p>Vigilância DCNT</p><p>image9.jpg</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.jpg</p><p>image15.png</p><p>image16.png</p><p>image17.jpg</p><p>image18.jpg</p><p>image19.png</p><p>image20.jpg</p><p>image21.jpg</p><p>image22.jpg</p><p>image23.png</p><p>image24.png</p><p>image25.jpg</p><p>image26.png</p><p>image27.jpg</p><p>image28.png</p><p>image29.png</p><p>image30.png</p><p>image31.png</p><p>image32.png</p><p>image33.jpg</p><p>image34.png</p><p>image35.png</p><p>image36.png</p><p>image37.png</p><p>image38.png</p><p>image39.png</p><p>image40.png</p><p>image41.jpg</p><p>image42.png</p><p>image43.png</p><p>image44.jpg</p><p>image45.png</p><p>image46.png</p><p>image47.png</p><p>image48.png</p><p>image49.png</p><p>image50.png</p><p>image51.png</p><p>image52.png</p><p>image53.jpg</p><p>image54.jpg</p><p>image55.jpg</p><p>image56.jpg</p><p>image57.jpg</p><p>image58.jpg</p><p>image59.jpg</p><p>image60.jpg</p><p>image61.png</p><p>image62.jpg</p><p>image63.jpg</p>