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<p>Professor Esp. Ivã da Cruz de Araújo</p><p>CONTABILIDADE</p><p>AGROPECUÁRIA</p><p>REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira</p><p>DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença</p><p>DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima</p><p>DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto</p><p>DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini</p><p>DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel</p><p>COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá</p><p>COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal</p><p>COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento</p><p>COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco</p><p>COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas</p><p>REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling</p><p>Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante</p><p>Caroline da Silva Marques</p><p>Eduardo Alves de Oliveira</p><p>Jéssica Eugênio Azevedo</p><p>Marcelino Fernando Rodrigues Santos</p><p>PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos</p><p>Hugo Batalhoti Morangueira</p><p>Vitor Amaral Poltronieri</p><p>ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz</p><p>DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira</p><p>Carlos Henrique Moraes dos Anjos</p><p>Kauê Berto</p><p>Pedro Vinícius de Lima Machado</p><p>Thassiane da Silva Jacinto</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP</p><p>A663c Araújo, Ivã da Cruz de</p><p>Contabilidade agropecuária / Ivã da Cruz de Araújo</p><p>Paranavaí: EduFatecie, 2023.</p><p>90 p.: il. Color.</p><p>1. Contabilidade agrícola. 2. Contabilidade gerencial.</p><p>I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a</p><p>Distância. III. Título.</p><p>CDD: 23. ed. 657.863</p><p>Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577</p><p>As imagens utilizadas neste material didático</p><p>são oriundas dos bancos de imagens</p><p>Shutterstock .</p><p>2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.</p><p>O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva</p><p>dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da</p><p>obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la</p><p>de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.</p><p>3</p><p>Professor Esp. Ivã da Cruz de Araújo</p><p>• Especialista em Gestão de Pessoas (Faculdade de Tecnologia de Curitiba –</p><p>FATEC).</p><p>• Bacharel em Ciências Contábeis (UNESPAR).</p><p>• Bacharel em Administração (UNIBF).</p><p>• Professor Conteudista EAD (Faculdade de Tecnologia e Ciência do Norte do</p><p>Paraná - Unifatecie).</p><p>• Professor de Graduação nos cursos de Ciências Contábeis e Administração</p><p>(Unifatecie).</p><p>• Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Ciências Contábeis</p><p>(Unifatecie).</p><p>• Atuou como Professor na Faculdade UNIBF nos cursos de Ciências Contábeis,</p><p>Administração e Marketing.</p><p>• Atuou Professor conteudista no EAD da Uningá;</p><p>• Atuou como Elaborador de questões para o Grupo Kroton.</p><p>• Sócio na empresa Instituto de Qualificação Profissional (IQP).</p><p>• Possui experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contá-</p><p>beis, atuando principalmente nos seguintes temas: custos, métodos de custeio</p><p>por comportamento, encargos, produção e rotatividade.</p><p>CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/5935171746600396</p><p>AUTOR</p><p>4</p><p>Seja muito bem-vindo(a)!</p><p>Prezado(a) aluno(a), é com grande prazer que convido você a descobrir uma Con-</p><p>tabilidade linda nesta disciplina, como gosto de chamá-la e sou apaixonado.</p><p>Como você já deve saber, a Ciência Contábil é uma ciência vasta, podendo ser apli-</p><p>cada em todos os tipos de entidades. A partir de agora vamos caminhar juntos pela disciplina</p><p>de Contabilidade Agropecuária e descobrir um mundo contábil voltado para o agronegócio.</p><p>Na Unidade I você aprenderá o conceito de agronegócio e as características das</p><p>propriedades e empresas rurais, ampliando seu conhecimento para que, na Unidade II,</p><p>possa entender como funcionam as culturas temporárias e culturas permanentes. Em se-</p><p>guida, ainda na Unidade II, trataremos dos redutores do ativo não circulante: depreciação,</p><p>exaustão e amortização.</p><p>Na Unidade III você verá que a pecuária possui características peculiares e conhe-</p><p>cerá os sistemas de produção e reprodução, tipos de pastoreio, atividade de cria, recria</p><p>e engorda do gado, a divisão dos rebanhos em categorias, forma de contabilização dos</p><p>custos e apuração do resultado.</p><p>Para finalizar, na Unidade IV você verá um modelo básico de plano de contas apli-</p><p>cado às empresas rurais e aprenderá sobre o Imposto Territorial Urbano (ITR).</p><p>Fica aqui o meu convite para que você amplie seus conhecimentos contábeis e</p><p>cresça pessoal e profissionalmente utilizando esta ciência fantástica.</p><p>Muito obrigado e bom estudo!</p><p>APRESENTAÇÃO DO MATERIAL</p><p>5</p><p>UNIDADE 4</p><p>Contabilidade Gerencial e</p><p>Declaração do Imposto Territorial Rural</p><p>Contabilidade Pecuária</p><p>UNIDADE 3</p><p>Contabilidade Agrícola</p><p>UNIDADE 2</p><p>Conceitos Básicos</p><p>do Agronegócio</p><p>UNIDADE 1</p><p>SUMÁRIO</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Conceitos e Definições de Agronegócio.</p><p>• Caracterização de propriedades e empresas rurais.</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Conceituar e contextualizar o agronegócio no Brasil.</p><p>• Compreender os tipos de propriedades e empresas rurais.</p><p>• Estabelecer a importância do agronegócio e sua relação com a</p><p>Ciência Contábil.</p><p>Professor Esp. Ivã da Cruz de Araújo</p><p>CONCEITOS CONCEITOS</p><p>BÁSICOS DO BÁSICOS DO</p><p>AGRONEGÓCIOAGRONEGÓCIO1UNIDADEUNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>7CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>Olá!</p><p>Essa unidade foi planejada e preparada cuidadosamente para que você conhe-</p><p>ça os principais conceitos e definições da Ciência Contábil no campo da Contabilidade</p><p>Agrícola. Você verá também as principais características das propriedades e empresas</p><p>rurais, assunto de grande relevância para a compreensão desta área fantástica da Ciência</p><p>Contábil. Ressalto que conhecer tais conceitos e definições preparará você para que os</p><p>conteúdos seguintes, abordados nas demais unidades desta obra, fiquem mais claros e</p><p>sejam melhores compreendidos. Não deixe de ler com atenção e se aprofundar no assunto.</p><p>Boa leitura e bons estudos!</p><p>no período no valor de R$ 12.000,00, sendo:</p><p>• Salário dos Vaqueiros de R$ 5.000,00;</p><p>• Rações de R$ 3.000,00;</p><p>• Manutenções de R$ 2.000,00;</p><p>• Depreciação de Matrizes e Reprodutores de R$ 1.000,00.</p><p>• Exaustão de pastagens no valor de R$ 1.000,00.</p><p>Considere que esses custos já estão registrados em contas específicas e que falta</p><p>apenas serem transferidos para a formação do rebanho.</p><p>Teríamos então:</p><p>Pela Formação do Rebanho:</p><p>53CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>D – Custo do Rebanho em Formação (AC) R$ 12.000,00</p><p>C – Salário dos Vaqueiros R$ 5.000,00</p><p>C – Rações R$ 3.000,00</p><p>C – Manutenções R$ 2.000,00</p><p>C – Depreciação de Matrizes e Reprodutores R$ 1.000,00</p><p>C – Combustíveis R$ 1.000,00</p><p>D – Bezerros de 0 a 8 meses (AC)</p><p>C – Custo do Rebanho em Formação R$ 6.000,00 (AC)</p><p>D – Bezerras de 0 a 8 meses (AC)</p><p>C – Custo do Rebanho em Formação R$ 6.000,00 (AC)</p><p>Note que o custo unitário do bezerro seria de</p><p>R$ 12.000,00 / 12 = R$ 1.000,00.</p><p>No Balanço Patrimonial teríamos:</p><p>QUADRO 1 - BALANÇO PATRIMONIAL</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Essa mesma empresa no ano X2 apresentou os seguintes fatos:</p><p>a. Nascimento de mais 12 bezerros: 6 machos e 6 fêmeas;</p><p>b. Custo com rebanho no período no valor de R$ 24.600,00, sendo:</p><p>• Salário dos Vaqueiros de R$ 8.600,00;</p><p>• Rações de R$ 8.000,00;</p><p>• Manutenções de R$ 4.000,00;</p><p>• Depreciação de Matrizes e Reprodutores de R$ 1.000,00.</p><p>• Combustíveis no valor de R$ 3.000,00.</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>31/12/x131/12/x0Ativo</p><p>Ativo Circulante</p><p>Ativo Biológico</p><p>6.000,000Bezerro de 0 a 8 meses</p><p>6.000,000Bezerra de 0 a 8 meses</p><p>Ativo Não Circulante</p><p>Imobilizado (Ativos Biológicos)</p><p>4.800,004.800,00Reprodutores</p><p>(600,00)(-) Depreciação Acumulada</p><p>4.000,004.000,00Matrizes</p><p>(400,00)(-) Depreciação Acumulada</p><p>19.800,008800Total de Ativos Biológicos</p><p>54CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>A contabilização dos custos seria igual, porém teríamos um custo unitário calculado</p><p>considerando novos bezerros:</p><p>R$ 24.600,00 / 24 bezerros = R$ 1.025,00</p><p>Agora temos dois processos que precisam de atenção:</p><p>A conta Custos do Rebanho em Formação estará com Saldo de R$ 24.600,00.</p><p>O Saldo das Contas de Bezerros de 0 a 8 meses e Bezerras de 0 a 8 meses será</p><p>transferido para contas Novilhos de 9 a 18 meses e Novilhas de 9 a 18 meses</p><p>C – Bezerras de 0 a 8 meses</p><p>D – Novilhos de 9 a 18 meses ....... R$ 12.000,00</p><p>C – Bezerras de 0 a 8 meses</p><p>D – Novilhos de 9 a 18 meses ....... R$ 12.000,00</p><p>Temos, então, o Custo do ano X2 e o nascimento de mais 12 bezerros que precisam</p><p>ser contabilizados. É preciso, portanto, apropriar o custo unitário de 1.025 por cabeça para os</p><p>bezerros que já são novilhos e também apropriar os custos para os bezerros nascidos em X2.</p><p>Referente X1: 12 cabeças de R$ 1.000,00 cada + (12 x 1.025) = 24.300,00</p><p>Referente X2: 12 cabeças x R$ 1.025,00 = 12.300,00</p><p>Total do Rebanho: 36.600,00</p><p>QUADRO 2 - BALANÇO PATRIMONIAL</p><p>Fonte: o autor.</p><p>E assim sucessivamente.</p><p>9.2 Contabilização da Morte de Bezerros</p><p>Considere ainda o exemplo citado no tópico 9.1, porém no ano X3.</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>31/12/x231/12/x131/12/x0Ativo</p><p>Ativo Circulante</p><p>Ativo Biológico</p><p>R$ 12.150,00R$ 6.000,000Bezerro de 0 a 8 meses</p><p>R$ 12.150,00R$ 6.000,000Bezerras de 0 a 8 meses</p><p>R$ 6.150,000Novilhos de 9 a 18 meses</p><p>R$ 6.150,000Novilhos de 9 a 18 meses</p><p>Ativo Não Circulante</p><p>Imobilizado (Ativos Biológicos)</p><p>R$ 4.800,00R$ 4.800,00R$ 4.800,00Reprodutores</p><p>(R$ 1.200,00)- R$ 600,00(-) Depreciação Acumulada</p><p>R$ 4.000,00R$ 4.000,00R$ 4.000,00Matrizes</p><p>(R$ 800,00)- R$ 400,00(-) Depreciação Acumulada</p><p>R$ 43.400,00R$ 19.800,008800Total de Ativos Biológicos</p><p>55CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>• nasceram 20 bezerros, sendo metade machos e metade fêmeas.</p><p>• morreram 10 bezerros, no início de X3, referente ao lote de bezerros de 0 a 8 meses.</p><p>• o custo do rebanho em X3 ficou em R$ 40.000,00.</p><p>Para fins de avaliação, o custo unitário dos bezerros de 0 a 8 meses no início de</p><p>X3 é R$ 1.025,00. O custo dos bezerros mortos totaliza R$ 10.250,00 e será tratado como</p><p>perda do período (irá direto para o Resultado).</p><p>Veja como o custo deve ser calculado:</p><p>Ref x1: 12 cabeças</p><p>Ref x2: 12 cabeças</p><p>Ref x2: (10 mortes)</p><p>Ref x3: 20 cabeças</p><p>Total: 34 cabeças que receberão custos.</p><p>R$ 40.000,00/34 cabeças = R$ 1.176,47 (custo unitário a ser apropriado ao rebanho vivo).</p><p>Referente X1: 12 cabeças de R$2.025,00 cada + (12 x 1.176,47) = R$ 38.417,64</p><p>Referente X2: 2 cabeças x R$ 1.025,00 + (2x 1.176,48) = R$ 4.402,96</p><p>Referente X3: 20 cabeças x R$ 1.176,47 = R$ 23.529,40</p><p>Total do Rebanho: R$ 66.350,00</p><p>9.3 Resultado</p><p>Considere um rebanho com custo unitário de R$ 14.000,00 e com preço de venda</p><p>da cabeça por R$ 20.000,00. A empresa vendeu um boi.</p><p>D – Caixa</p><p>C – Venda de gado ..... R$ 20.000.00</p><p>D – Custo do Gado Vendido</p><p>C – Bovinos para Corte (Estoque – Ativo Circulante) ....... R$ 14.000,00</p><p>QUADRO 3 - DRE</p><p>Fonte: o autor.</p><p>9.4 Rebanho Transferido para o Imobilizado</p><p>Quando o touro e/ou a vaca forem transferidos como reprodutores, devem sair do</p><p>Ativo Circulante e serem registrados no Ativo Não Circulante – Imobilizado. Nesse caso</p><p>começarão a sofrer depreciação. Os reprodutores são depreciados em oito anos e as ma-</p><p>trizes, em dez.</p><p>Demonstração do Resultado do Exercício</p><p>R$ 20.000,00 Receita Bruta</p><p>(R$ 14.000,00) (-) Custo do Gado Vendido</p><p>R$ 6.000,00 Lucro Bruto</p><p>56CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Veja a seguir as principais forrageiras utilizada nos pastos artificiais:</p><p>• Gramíneas: capim, clonião, mombaça, tanzânia, brachiaria, capim, pangola, tifton, coast cross entre</p><p>outros.</p><p>• Leguminosas: alfafa, soja perene, siratro, guandu, leucena, aracleis, amendoim forrageiro.</p><p>• Cactáceas: palma, mandacaru, xiquexique.</p><p>• Outras: mandioca, batata-doce, cana-de-açúcar, silagem de milho, etc.</p><p>Fonte: Marion e Segatti (2012).</p><p>Você acha que o consumo de carne bovina causa problemas ao meio ambiente?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>57CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade desta fascinante</p><p>busca por conhecimento em contabilidade rural. Nesta unidade você pôde conhecer como</p><p>funciona a pecuária e seus processos, entender as formas de reprodução dos animais na</p><p>pecuária, bem como entender como a contabilidade registra estas informações. A partir de</p><p>agora, depois de conhecer a forma como os custos são calculados, bem como o resultado</p><p>é apurado, você está pronto(a) para seguir adiante e se aprofundar ainda mais neste ramo</p><p>da contabilidade.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>58CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>A empresa rural pode expandir seus negócios incluindo atividades complementa-</p><p>res que podem acrescentar resultados interessantes em seus negócios. O artigo a seguir</p><p>apresenta informações sobre o manejo de desejos animais e sua utilização para melhoria</p><p>econômica da empresa.</p><p>Tecnologias a serviço da sustentabilidade e rentabilidade da produção pecuária.</p><p>Manejo de dejetos animais ajuda na mitigação dos Gases do Efeito Estufa</p><p>(GEE) e melhora a economia da propriedade rural</p><p>Sustentabilidade e produtividade são os principais objetivos da atividade pecuária</p><p>moderna. Pesquisas científicas e o compartilhamento de experiências tem levado produto-</p><p>res do País a adotar métodos e técnicas que aumentam a produção, diminuem a emissão</p><p>de Gases do Efeito Estufa (GEE) e ainda geram economia para as propriedades, principal-</p><p>mente pelo recolhimento de dejetos para a geração de energia elétrica.</p><p>O estudo promovido pelo Projeto “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono: geração</p><p>de valor na produção intensiva de carne e leite”, como parte do Plano de Agricultura</p><p>de Bai-</p><p>xa Emissão de Carbono (Plano ABC), coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária</p><p>e Abastecimento com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura</p><p>(IICA), sublinhou pelo menos três métodos para que se aproveite os dejetos em função da</p><p>sustentabilidade da propriedade.</p><p>A primeira sugestão do estudo são os biodigestores, que a partir dos dejetos pro-</p><p>duzem o biogás, rico em CH4 e com alto potencial de combustão. O biocombustível, como</p><p>também é chamado, pode abastecer redes elétricas e a sua produção reduz a emissão do</p><p>poluente CH4 na atmosfera.</p><p>Os biodigestores são equipamentos que permitem a degradação da biomassa</p><p>residual sem que ocorra qualquer tipo de contato com o ar. A digestão anaeróbica propor-</p><p>ciona condições para que sejam multiplicadas alguns tipos de bactérias que aceleram a</p><p>degradação dos dejetos.</p><p>“Esse método representa uma das formas mais eficazes para o tratamento dos</p><p>efluentes da produção bovina confinada. E tem ainda como vantagem o fato de reduzir odo-</p><p>res e agentes patogênicos que poderiam ser transmitidos pelo dejeto”, explica o consultor</p><p>do Projeto e médico-veterinário, Fabiano Coser.</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>59CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Ainda segundo o consultor, o biogás produzido nos biodigestores pode seguir di-</p><p>ferentes rotas de aproveitamento. O uso direto do biogás na geração de energia térmica</p><p>pode representar uma alternativa econômica para, por exemplo, a secagem de grãos, o</p><p>aquecimento de ambientes (principalmente na avicultura e suinocultura), o aquecimento</p><p>da água para o banho ou para lavagem das instalações, e também no fogão doméstico ou</p><p>industrial. No entanto, a rota menos sustentável é a queima via flare, que contribui para a</p><p>mitigação do aquecimento global, mas não gera valor econômico direto.</p><p>Segundo determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é legal</p><p>gerar a própria energia elétrica e fornecer o excedente para a rede de sua localidade. A</p><p>concessionária permite a micro e minigeração distribuídas de energia elétrica a partir de</p><p>fontes renováveis ou cogeração qualificada. Assim, os produtores podem aliar economia</p><p>financeira, com a consciência ambiental e a autossustentabilidade.</p><p>Separação de dejetos</p><p>Antes de depositar os dejetos em qualquer sistema, no entanto, é preciso fazer a</p><p>separação física para garantir eficiência no processo de decomposição e até a vida útil do</p><p>mecanismo. A separação de fases permite que o processo de degradação dos efluentes se</p><p>torne mais eficiente, com mais produção de biogás, por exemplo, o que vai aumentar a pro-</p><p>dução de energia, mais rápido, com menor tempo de retenção hidráulica e mais econômico,</p><p>já que necessita de biodigestores com menor tamanho para um mesmo número de animais.</p><p>No tratamento de dejetos de bovinos por meio de digestão anaeróbia, a etapa de separação</p><p>dos dejetos é imprescindível para o bom funcionamento do sistema.</p><p>Compostagem</p><p>A segunda tecnologia destacada pelo documento é a compostagem dos dejetos.</p><p>Trata-se da decomposição biológica aeróbia controlada da matéria orgânica que vai resultar</p><p>em um produto estável semelhante ao húmus.</p><p>Os benefícios e vantagens da compostagem dos dejetos incluem redução da matéria</p><p>seca, geralmente entre 50% e 75%, reduções do volume de dejetos de até 85%, transporte</p><p>mais fácil e barato do composto gerado em comparação aos dejetos brutos, formação de</p><p>um produto estável que pode ser utilizado como adubo, a diminuição de odores, moscas e</p><p>patógenos e o processo simples que não necessita de alta tecnologia.</p><p>“A automação do processo de tratamento dos efluentes da bovinocultura acelera o</p><p>processo, diminuindo consideravelmente o tempo de estabilização do material, ou seja, o</p><p>composto fica pronto mais rapidamente. O controle da temperatura e do teor de oxigênio do</p><p>60CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>material, com revolvimento diário do composto, garante adequada oxigenação no interior</p><p>das leiras”, esclarece Coser.</p><p>A compostagem mecanizada detém vantagens muito similares as do sistema de</p><p>compostagem via compost barn, pois permite o constante revolvimento do material e me-</p><p>lhor controle sobre o processo.</p><p>Bi fertilizantes</p><p>O terceiro ponto levantado no material, divulgado como técnica para reduzir o vo-</p><p>lume de dejetos e aumentar a produtividade e mitigar os GEE, é o uso dos biofertilizantes,</p><p>que são obtidos durante o processamento dos dejetos nos biodigestores e nos sistemas de</p><p>compostagem ou compostagem mecanizada. “Quando finalizado o processo de composta-</p><p>gem, seja ele mecanizado ou não, a substância produzida já estará pronta para ser utilizada</p><p>na propriedade como fertilizante orgânico para lavouras ou pastagens”, informa Cleandro</p><p>Pazinato Dias, consultor do Projeto e médico-veterinário. O biofertilizante resultante irá</p><p>reduzir os custos com adubos comprados. “Além disso, poderá ser vendido, tornando-se</p><p>uma outra fonte de renda para o produtor”, reforça Dias.</p><p>O biofertilizante apresenta alta qualidade para uso agrícola, sua matéria orgânica</p><p>contém teor reduzido de carbono (em decorrência de sua perda na forma de CH4 e CO 2) e</p><p>alto teor de fósforo. Outra vantagem é que apresenta maior grau de absorção de nutrientes</p><p>pelo solo devido ao seu avançado grau de decomposição.</p><p>Fonte: Brasil (2018).</p><p>61CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Cowspiracy</p><p>• Ano: 2014</p><p>• Sinopse: A pecuária pode ser considerada uma das indústrias</p><p>mais destrutivas do planeta. Ela é responsável pela emissão de</p><p>mais gases que causam o efeito estufa do que a indústria de trans-</p><p>portes e gera intensa destruição dos recursos naturais do solo. O</p><p>documentário mostra a descoberta das verdades sobre a pecuária</p><p>e o medo das organizações ambientais em falar sobre o assunto.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Contabilidade da Pecuária</p><p>• Autor: José Carlos Marion e Sonia Segatti</p><p>• Editora: Atlas</p><p>• Sinopse: Este livro uniformiza os procedimentos contábeis em</p><p>relação às operações efetuadas pelas empresas pecuárias, consi-</p><p>derando alguns princípios de contabilidade, de grande relevância</p><p>para a Contabilidade da Pecuária, bem como para as disposições do</p><p>Imposto sobre a Renda que lhe são pertinentes. Propõe um modelo</p><p>contábil atual, demonstrando a situação real das empresas para os</p><p>usuários da Contabilidade, sem ferir princípios contábeis e fiscais,</p><p>e apresenta um Plano de Contas com as particularidades das ope-</p><p>rações realizadas pelas empresas pecuárias. O texto conjuga três</p><p>variáveis: fazer com que os relatórios contábeis sejam úteis para</p><p>as tomadas de decisão, desenvolver o processo contábil alicerçado</p><p>na moderna teoria da Contabilidade e considerar as disposições</p><p>fiscais relativas à pecuária. São propostos também dois modelos de</p><p>apuração de custos, considerando a correção monetária dos custos</p><p>históricos; bezerros a nascer; custo do bezerro nascido; depreciação</p><p>do touro, matriz e pastagens; custo do gado no momento da venda;</p><p>custo do gado morto ou desaparecido, etc. Os aspectos fiscais são</p><p>ressaltados e comentados. Foram pesquisadas, por exemplo, as</p><p>vantagens da constituição de uma atividade agropecuária na forma</p><p>de pessoa física em relação à pessoa jurídica, e desenvolvidos</p><p>exemplos de tributação em ambas as formas de apuração (pessoa</p><p>física e jurídica). Modelos de coleta de dados são sugeridos, bem</p><p>como mapas de planejamento do rebanho em relação à pastagem</p><p>e de movimentação do rebanho nas diversas categorias.</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Planejamento na Atividade Rural;</p><p>• Controles para a geração da informação;</p><p>• Fato Gerador do ITR;</p><p>• Imóvel Rural Imune;</p><p>• Contribuinte do Imposto Territorial Rural;</p><p>• Responsável pelo Crédito Tributário;</p><p>• Domicílio Tributário;</p><p>• Declaração do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural;</p><p>• Distribuição da Área do Imóvel Rural;</p><p>• Distribuição da Área não utilizada na Atividade Rural;</p><p>• Cálculo do Valor da Terra Nua;</p><p>• Característica Específica da DITR para a Atividade Pecuária;</p><p>• Apuração e Contabilização do Imposto Territorial Rural.</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Entender a importância do planejamento rural;</p><p>• Compreender formas de controles e geração de informações para</p><p>tomada de decisão;</p><p>• Compreender as formas de tributação e suas particularidades</p><p>rurais.</p><p>Professor Esp. Ivã da Cruz de Araújo</p><p>CONTABILIDADE CONTABILIDADE</p><p>GERENCIAL E GERENCIAL E</p><p>DECLARAÇÃO DECLARAÇÃO</p><p>DO IMPOSTO DO IMPOSTO</p><p>TERRITORIAL RURALTERRITORIAL RURAL</p><p>UNIDADEUNIDADE4</p><p>63CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá!</p><p>Nas unidades anteriores você conheceu as particularidades das culturas tempo-</p><p>rárias e permanentes. Já entendeu que contabilidade na pecuária possui procedimentos</p><p>peculiares e que exigem conhecimento contábil de diversas áreas, entre elas a contabili-</p><p>dade comercial e a contabilidade de custos. Agora, nesta unidade, você aprenderá sobre o</p><p>planejamento e a tributação aplicados à contabilidade de agronegócio.</p><p>Por fim, aprenderá que contabilidade de agronegócio pode e deve ajudar os empre-</p><p>sários rurais com informações importantes, seguras, confiáveis e tempestivas para tomada</p><p>de decisão.</p><p>Boa leitura e bons estudos!</p><p>PLANEJAMENTO</p><p>NA ATIVIDADE</p><p>RURAL1</p><p>TÓPICO</p><p>64CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>Quando se fala em planejamento na atividade rural, além dos controles já conhe-</p><p>cidos e também abordados em outras áreas da contabilidade, é preciso saber que um</p><p>bom planejamento requer informações tempestivas e seguras. Conhecer a propriedade e</p><p>o produto a ser desenvolvido é extremamente importante para que bons resultados sejam</p><p>alcançados, porém, há vários outros itens que precisam ser analisados:</p><p>• Definir objetivos bem definidos, como, por exemplo, aumentar a produtividade;</p><p>• Conhecer as informações contábeis da empresa;</p><p>• Estabelecer metas para custos e despesas;</p><p>• Conhecer o calendário de cada atividade da empresa;</p><p>• O solo é um dos componentes mais importantes para o meio de produção rural.</p><p>É a base do processo produtivo, necessitando, portanto, de cuidados especiais;</p><p>• O uso de insumos agrícolas sem desperdícios;</p><p>• Um bom controle de estoque;</p><p>• Medidas para controle de pragas;</p><p>• Utilizar a tecnologia;</p><p>• Atualize seu planejamento sempre que necessário.</p><p>Como você vê, muitos itens precisam ser analisados para que um planejamento</p><p>seja realizado, aumentando, assim, a produtividade, qualidade e, consequentemente, os</p><p>resultados da empresa.</p><p>CONTROLES PARA</p><p>A GERAÇÃO DA</p><p>INFORMAÇÃO2</p><p>TÓPICO</p><p>65CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>Ter informações seguras e confiáveis facilita a tomada de decisão, aplicar a con-</p><p>tabilidade gerencial na empresa rural permite controles mais efetivos, bem como fornece</p><p>informações importantes para empresário. Conhecer itens como margem de contribuição e</p><p>ponto de equilíbrio do produto favorece a criação de metas e objetivos mais claros.</p><p>A margem de contribuição é o que sobra das vendas para pagar os gastos fixos,</p><p>portanto, através desta informação é possível, por exemplo, identificar o produto que mais</p><p>contribui para empresa gerar bons resultados e conhecer, desta forma, qual produto deve</p><p>ter sua produção e vendas intensificados.</p><p>O ponto de equilíbrio apresenta a partir de que momento a empresa passa a gerar</p><p>lucro, dando perspectivas dos resultados, antes mesmo das demonstrações contábeis</p><p>estarem disponíveis.</p><p>Vale lembrar que na ciência contábil um bom plano de contas permite registros que</p><p>fornecerão informações detalhadas para a empresa. Na empresa rural, embora o plano de</p><p>contas tenha a mesma finalidade que nas empresas industriais ou comerciais, ele possui</p><p>características peculiares devido às atividades exercidas.</p><p>2.1 Plano de Contas</p><p>A seguir um modelo de plano de contas com as principais particularidades exigidas</p><p>para atividades rurais. Vale deixar claro que muitas contas comuns não foram incluídas,</p><p>visto que o objetivo aqui e demonstrar um exemplo para empresas rurais.</p><p>66CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>QUADRO 1 - ATIVO CIRCULANTE</p><p>ATIVO CIRCULANTE</p><p>1. Disponibilidades 6.1.4. Novilhas de 13 a 24 meses</p><p>1.1. Caixa Geral 6.2. Rebanho bovino para corte</p><p>1.2. Bancos c/ Movimento 6.2.1. Gado de engorda</p><p>2. Clientes 6.2.2. Touros descartados</p><p>2.1. Duplicatas a Receber 6.2.3. Matrizes descartadas</p><p>3. Créditos Diversos 6.3. Rebanho bovino em trânsito</p><p>3.1. Títulos a Receber 6.3.1. Reses em trânsito</p><p>3.2. Empréstimos a Receber 6.3.2. Reses a classificar</p><p>3.3. Adiantamentos 6.3.3. Reses em pastagens de terceiros</p><p>3.3.1. Adiantamento de Salários 6.3.4. Reses em confinamento</p><p>4. Impostos e Contribuições a Recuperar 6.4. Rebanho de equinos</p><p>4.1. ICMS a Recuperar 6.5. Rebanho de ovinos</p><p>5. Aplicações Financeiras 7. Estoques</p><p>5.1. Certificados de Depósitos Bancários 7.1. Estoques de produtos agrícolas</p><p>6. Rebanhos 7.1.1. Arroz</p><p>6.1. Rebanho bovino em formação 7.1.2. Soja</p><p>6.1.1. Bezerros de 0 a 12 meses 7.2. Estoques de sementes</p><p>6.1.2. Bezerras de 0 a 12 meses 7.3. Almoxarifado</p><p>6.1.3. Novilhos de 13 a 24 meses 7.4. Insumos para a pecuária</p><p>Fonte: o autor.</p><p>QUADRO 2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>ATIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>1. Realizável a Longo Prazo 3.4. Bens Móveis</p><p>1.1. Títulos da Dívida Agrária 3.4.1. Caminhões</p><p>2. Investimentos 3.4.2. Tratores e Retroescavadeira</p><p>2.1. Empresas Controladas 3.4.3. Móveis e utensílios</p><p>2.2. Empresas Coligadas 3.5. Rebanhos</p><p>3. Imobilizado 3.5.1. Reprodutores</p><p>3.1. Terras 3.5.2. Gado</p><p>3.1.1. Terras da Granja - Fazenda 3.6. Matrizes</p><p>2. Pastagens 3.6.1. Gado</p><p>3. Edificações da produção pastoril 3.6. Semoventes de Produção</p><p>3.1. Mangueiras 3.6.1. Gado leiteiro</p><p>3.1.1. Balança 3.7. Depreciação e exaustão</p><p>3.1.2. Currais 3.7.1. (-) Depreciação acumulada</p><p>3.1.3. Confinamentos 3.7.2. (-) Exaustão acumulada</p><p>3.2. Edificações da produção agrícola 4. Intangível</p><p>3.2.1. Silos e Secadores 4.1. Fundo de Comércio Adquirido</p><p>3.2.2. Depósitos 4.2. Bens Incorpóreos</p><p>3.3. Construções residenciais 4.2.1. Marcas e Patentes</p><p>3.3.1. Residência sede 4.2.2. (-) Amortização Acumulada</p><p>3.3.2. Residência de funcionários</p><p>Fonte: o autor.</p><p>67CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>QUADRO 3 - PASSIVO E PL</p><p>Fonte: o autor.</p><p>QUADRO 4 - RECEITAS</p><p>RECEITAS</p><p>1. Receita de Vendas 4.1. Variações Monetárias Ativas</p><p>1.1. Pecuária e outros animais 5. Variações Cambiais Ativas</p><p>1.1.1. Venda de gado 5.1. Empréstimos</p><p>1.2. Produtos pecuários 6. Outras Receitas Financeiras</p><p>1.3. Produtos agrícolas 6.1. Juros de Aplicações Financeiras</p><p>1.3.1. Arroz 6.2. Aluguéis e Arrendamentos</p><p>1.3.2. Soja 6.3. Parcerias agrícolas</p><p>2. Deduções da Receita Bruta 6.4. Serviços veterinários prestados</p><p>2.1. Vendas Canceladas 7. Reversão de Provisões</p><p>2.2. Devolução de Produtos 8. Contas de Apuração</p><p>2.3. Devolução de Mercadorias 8.1. Exercício agrícola</p><p>3. Impostos e Contribuições s/ Vendas 8.2. Exercício pastoril</p><p>3.1. ICMS 8.3. Exercício</p><p>4. Receitas Financeiras 8.4. Lucro do Exercício</p><p>Fonte: o autor.</p><p>QUADRO 5 - CUSTOS E DESPESAS</p><p>CUSTOS DESPESAS</p><p>1. Custos de rebanhos 4.3 Outros</p><p>1.1. Custo do rebanho bovino 3.1. Despesas de Pessoal</p><p>1.1.1.</p><p>Aquisição de gado 3.1..1. Ordenados, Salários e Comissões</p><p>1.1.2. Transporte 3.1..2. Férias</p><p>1.1.3. Mão-de-obra na aquisição e marcação 4. Despesas c/ Fretes</p><p>1.1.4. Alimentação 4.1. Combustíveis</p><p>1.2. Custo do rebanho equino 4.2. Manutenção de Veículos</p><p>1.2.1. Aquisição 53. Outras Despesas</p><p>1.2.2. Transporte 5.1. Depreciações e Amortizações</p><p>1.2.3. Mão-de-obra na aquisição e marcação 6.4. Tributos e Contribuições Federais</p><p>1.2.4. Alimentação 6.5. Tributos e Contribuições Estaduais</p><p>2. Custos de culturas agrícolas 6.6. Tributos e Contribuições Municipais</p><p>2.1. Custo da cultura de arroz 6.7. Multas Fiscais</p><p>PASSIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>1. Empréstimos e Financiamentos</p><p>2. Patrimônio Líquido</p><p>2.1. Capital Social</p><p>3. Resultados Acumulados</p><p>3.1. Lucros a Destinar (Conta Transitória)</p><p>3.2. (-) Prejuízos Acumulados</p><p>3.3. Resultado Parcial do Exercício</p><p>68CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>2.1.1. Sementes 6.8. Juros s/ Tributos e Contribuições</p><p>2.1.2. Adubos e defensivos 7. Materiais e Suprimentos</p><p>2.1.3. Mão-de-obra de plantio 8.1. Material de Escritório</p><p>2.1.4. Transporte plantio e colheita 9. Despesas Financeiras</p><p>2.1.5. Mão-de-obra de colheita 9.1. Juros Passivos</p><p>2.1.6. Irrigação 9.2. Despesas Bancárias</p><p>3. Variações por perdas 10. Provisões p/ Perdas e Ajustes de Ativos</p><p>3.1. Variações nos rebanhos 11. Baixas do Ativo Não Circulante</p><p>3.1.1. Norte de gado bovino 11.1. Baixas de Investimentos</p><p>3.3. Variações nas culturas 11.2. Baixas do Imobilizado</p><p>3.3.1. Perdas na cultura de arroz 12. Contas de Apuração</p><p>3.3.2. Perdas na cultura de soja 12.1. Exercício agrícola</p><p>4. Outros custos 12.2. Exercício pastoril</p><p>4.1. Depreciações 12.3. Exercício avícola</p><p>4.2. Manutenção de máquinas e equipamentos 12.4. Prejuízo do Exercício</p><p>Fonte: o autor.</p><p>FATO GERADOR</p><p>DO ITR3</p><p>TÓPICO</p><p>69CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) é um imposto federal conforme</p><p>a Lei n.º 9.393, de 19 de dezembro de 1996, art. 1º; Decreto n.º 4.382, de 19 de setembro</p><p>de 2002; Regulamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (RITR/2002), art.</p><p>1º; Instrução Normativa (IN) SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002, art. 1º.</p><p>Tem como fato gerador, conforme a legislação mencionada, a propriedade, o do-</p><p>mínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município,</p><p>em 1º de janeiro de cada ano.</p><p>IMÓVEL RURAL</p><p>IMUNE4</p><p>TÓPICO</p><p>70CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>Antes de verificar os casos de imunidade ao ITR você precisa saber a diferença en-</p><p>tre empresa imune e isenta. A imunidade é determinada pela Constituição Federal, que não</p><p>permite a tributação do que estiver relacionado. A isenção ocorre através de leis ordinárias.</p><p>Enquanto na imunidade o fato gerador não ocorre, na isenção há o fato gerador, porém o</p><p>ente competente dispensa a cobrança do tributo.</p><p>De acordo com Instrução Normativa (IN) SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002,</p><p>imóvel imune, ou seja, que não está sujeito ao recolhimento de ITR, é:</p><p>I - a pequena gleba rural, desde que o proprietário, titular do domínio útil ou</p><p>possuidor a qualquer título a explore só ou com sua família, e não possua</p><p>outro imóvel;</p><p>II - os imóveis rurais pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal</p><p>e aos Municípios;</p><p>III - os imóveis rurais pertencentes às autarquias e às fundações instituídas</p><p>e mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades</p><p>essenciais ou às delas decorrentes; e</p><p>IV - os imóveis rurais das instituições de educação e de assistência social,</p><p>sem fins lucrativos, desde que vinculados às suas finalidades essenciais.</p><p>§ 1º Pequena gleba rural é o imóvel com área igual ou inferior a:</p><p>I - cem hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia</p><p>Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;</p><p>II - cinquenta hectares, se localizado em município compreendido no Polígo-</p><p>no das Secas ou na Amazônia Oriental;</p><p>III - trinta hectares, se localizado em qualquer outro município.</p><p>§ 2º As regiões e os municípios a que se refere o § 1º estão relacionados no</p><p>Anexo I a esta Instrução Normativa.</p><p>§ 3º Sujeita-se à incidência do imposto a pequena gleba rural que tenha área</p><p>explorada por contrato de arrendamento, comodato ou parceria.</p><p>71CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>§ 4º Para o gozo da imunidade, as instituições mencionadas no inciso IV do</p><p>caput devem prestar os serviços para os quais houverem sido instituídas e</p><p>os colocar à disposição da população em geral, em caráter complementar às</p><p>atividades do Estado, sem fins lucrativos, e atender aos seguintes requisitos:</p><p>I - não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a</p><p>qualquer título;</p><p>II - aplicar integralmente, no País, seus recursos na manutenção e desenvol-</p><p>vimento dos seus objetivos institucionais;</p><p>III - não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços pres-</p><p>tados;</p><p>IV - manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros re-</p><p>vestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;</p><p>V - conservar em boa guarda e ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da</p><p>data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas recei-</p><p>tas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer</p><p>outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;</p><p>VI - apresentar, anualmente, declaração de rendimentos, em conformidade</p><p>com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal (SRF);</p><p>VII - assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda</p><p>às condições para o gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão,</p><p>cisão ou encerramento de suas atividades, ou a órgão público; e</p><p>VIII - outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o</p><p>funcionamento das entidades a que se refere este parágrafo.</p><p>A lei menciona ainda a isenção dos impostos para:</p><p>I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, ca-</p><p>racterizado pelas autoridades competentes como assentamento, que, cumu-</p><p>lativamente, atenda aos seguintes requisitos:</p><p>a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;</p><p>b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites da pequena</p><p>gleba rural, fixados no § 1º do art. 2º; e</p><p>c) o assentado não possua outro imóvel;</p><p>II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, titular do domínio</p><p>útil ou possuidor a qualquer título, cuja área total em cada região observe</p><p>o respectivo limite da pequena gleba, fixado no § 1º do art. 2º, desde que,</p><p>cumulativamente, o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a</p><p>qualquer título:</p><p>a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros; e</p><p>b) não possua imóvel urbano.</p><p>§ 1º Sujeitam-se ao pagamento do ITR os imóveis rurais que tenham áreas</p><p>exploradas por contrato de arrendamento, comodato ou parceria.</p><p>§ 2º Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado ou</p><p>não, de natureza eventual ou temporária, realizado nas épocas de maiores</p><p>serviços.</p><p>§ 3º Para fins do disposto no inciso II do caput, deve ser considerado o soma-</p><p>tório das áreas dos imóveis rurais por região em que se localizem, o qual não</p><p>poderá suplantar o limite da pequena gleba rural da respectiva região.</p><p>CONTRIBUINTE</p><p>DO IMPOSTO</p><p>TERRITORIAL RURAL5</p><p>TÓPICO</p><p>72CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>O contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel rural, o titular ou possuidor a qual-</p><p>quer título. Enquadra-se aqui, portanto, o usufrutuário por ocupação autorizada ou não pelo</p><p>poder público.</p><p>Não se enquadra como contribuinte do ITR o arrendatário, comodatário ou parceiro</p><p>de imóvel rural explorado devido a contratos de arrendamento, comodato ou parceria.</p><p>RESPONSÁVEL</p><p>PELO CRÉDITO</p><p>TRIBUTÁRIO6</p><p>TÓPICO</p><p>73CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>A Instrução</p><p>Normativa (IN) SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002, cita como</p><p>responsável pelo crédito tributário:</p><p>O sucessor, a qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 da Lei n.º 5.172,</p><p>de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), exceto nos</p><p>casos de:</p><p>I - aquisição de imóvel rural pelo Poder Público, pelas suas autarquias e fun-</p><p>dações, e pelas entidades privadas imunes;</p><p>II - desapropriação de imóvel rural por necessidade ou utilidade pública ou</p><p>interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, seja ela promovida</p><p>pelo Poder Público ou por pessoa jurídica de direito privado delegatária ou</p><p>concessionária de serviço público.</p><p>DOMICÍLIO</p><p>TRIBUTÁRIO7</p><p>TÓPICO</p><p>74CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel, sendo</p><p>vedada a eleição de qualquer outro.</p><p>No caso de imóvel rural com área em mais de um município deve-se considerar</p><p>domicílio tributário aquele onde está a sede da propriedade. Caso não exista, considerar</p><p>aquele onde está a maior parte da área da propriedade.</p><p>DECLARAÇÃO DO IMPOSTO</p><p>SOBRE PROPRIEDADE</p><p>TERRITORIAL RURAL8</p><p>TÓPICO</p><p>75CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>A cada ano o sujeito passivo deve apresentar, conforme modelo aprovado pela</p><p>Receita Federal, a Declaração do Imposto Sobre Propriedade Territorial Rural (DITR) para</p><p>cada imóvel. Enquadra-se aqui o contribuinte isento ou imune.</p><p>DISTRIBUIÇÃO DA</p><p>ÁREA DO IMÓVEL</p><p>RURAL9</p><p>TÓPICO</p><p>76CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>Conforme Instrução Normativa (IN) SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002,</p><p>considera-se área rural utilizada pela atividade rural a parte da área aproveitável do imóvel</p><p>que no ano anterior tenha:</p><p>Art. 17. Área efetivamente utilizada pela atividade rural é a porção da área</p><p>aproveitável do imóvel rural que, observado o disposto nos arts. 23 a 29, te-</p><p>nha, no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR:</p><p>I - sido plantada com produtos vegetais;</p><p>II - servido de pastagem, nativa ou plantada, observados, quando aplicáveis,</p><p>os índices de lotação por zona de pecuária a que refere o art. 24;</p><p>III - sido objeto de exploração extrativa, observados, quando aplicáveis, os</p><p>índices de rendimento por produto a que refere o art. 26 e a legislação am-</p><p>biental;</p><p>IV - servido para a exploração de atividade granjeira ou aquícola;</p><p>V - sido objeto de implantação de projeto técnico, nos termos do art. 7º da Lei</p><p>n.º 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.</p><p>Art. 18. Observado o disposto nos arts. 23 a 29, considera-se utilizada pela</p><p>atividade rural a porção da área aproveitável do imóvel rural que, no ano an-</p><p>terior ao de ocorrência do fato gerador do ITR:</p><p>I - esteja comprovadamente situada em área de ocorrência de calamidade</p><p>pública decretada pelo Poder Público local e reconhecida pelo Governo fede-</p><p>ral, da qual tenha resultado frustração de safras ou destruição de pastagens;</p><p>II - tenha sido oficialmente destinada à execução de atividades de pesquisa e</p><p>experimentação que objetivem o avanço tecnológico da agricultura;</p><p>III - tenha permanecido em descanso para a recuperação do solo, desde que</p><p>por recomendação técnica expressa, constante de laudo técnico;</p><p>IV - tenha sido ocupada com pastagens ainda em formação, às quais não se</p><p>aplicam os índices de lotação por zona de pecuária a que se refere o art. 24.</p><p>§ 1º Para fins do disposto no inciso I, o estado de calamidade pública deverá</p><p>ter sido decretado no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR.</p><p>77CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>§ 2º A área destinada a descanso para a recuperação do solo deverá ser</p><p>passível de comprovação em procedimento fiscal.</p><p>Caso ainda não declarado pelo alienante, o adquirente deve informar na declara-</p><p>ção a efetiva utilização da área adquirida no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador.</p><p>Entende-se como alienante aquele que transferiu o domínio ou a propriedade.</p><p>9.1 Área Tributável</p><p>Conforme Instrução Normativa (IN) SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002,</p><p>considera-se área tributável:</p><p>Art. 9º Área tributável é a área total do imóvel rural, excluídas as áreas:</p><p>I - de preservação permanente;</p><p>II - de reserva legal;</p><p>III - de reserva particular do patrimônio natural;</p><p>IV - sob regime de servidão florestal ou ambiental;</p><p>V - de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declara-</p><p>das mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem</p><p>as restrições de uso previstas para as áreas de preservação permanente e</p><p>de reserva legal;</p><p>VI - Comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de</p><p>interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual.</p><p>VII - cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio mé-</p><p>dio ou avançado de regeneração;</p><p>VIII - alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétri-</p><p>cas autorizada pelo poder público</p><p>DISTRIBUIÇÃO DA</p><p>ÁREA NÃO UTILIZADA</p><p>NA ATIVIDADE RURAL10</p><p>TÓPICO</p><p>78CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>Conforme Instrução Normativa (IN) SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002, con-</p><p>sidera-se área rural não utilizada aquela que:</p><p>Art.30. Corresponde ao somatório das parcelas da área aproveitável do imó-</p><p>vel que, no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR, não tenham</p><p>sido objeto de qualquer exploração ou tenham sido utilizadas para fins diver-</p><p>sos da atividade rural, tais como:</p><p>I - áreas ocupadas por benfeitorias não abrangidas pelo disposto no art. 16;</p><p>II - áreas ocupadas por jazidas ou minas, exploradas ou não;</p><p>III - áreas imprestáveis para a atividade rural, não declaradas de interesse</p><p>ecológico por ato do órgão competente;</p><p>IV - a área correspondente à diferença entre as áreas declaradas como servi-</p><p>das de pastagem e as áreas consideradas como servidas de pastagem para</p><p>fins de cálculo do grau de utilização do imóvel rural, observado o disposto nos</p><p>arts. 24 e 25;</p><p>V - a área correspondente à diferença entre as áreas declaradas de explora-</p><p>ção extrativa e as áreas consideradas como de exploração extrativa para fins</p><p>de cálculo do grau de utilização do imóvel rural, observado o disposto nos</p><p>arts. 26 e 27.</p><p>CÁLCULO DO VALOR</p><p>DA TERRA NUA11</p><p>TÓPICO</p><p>79CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>A base de cálculo do ITR é o valor da terra nua tributável. Valor de terra nua é o</p><p>valor de mercado do solo bem como sua superfície, incluindo-se florestas naturais, matas</p><p>nativas e pastagens naturais.</p><p>Exclui-se do valor da terra nua as construções, suas benfeitorias, culturas perma-</p><p>nentes e temporárias, pastagens cultivadas e florestas plantadas.</p><p>CARACTERÍSTICA</p><p>ESPECÍFICA DA DITR PARA</p><p>A ATIVIDADE PECUÁRIA12</p><p>TÓPICO</p><p>80CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>12.1 Índice de Lotação por Zona de Pecuária</p><p>Na pecuária há de considerar o índice de lotação por zona de pecuária que mede</p><p>se a quantidade de animais por hectare está condizente com a capacidade de alimentação</p><p>da área, ou seja, é número mínimo de cabeças que precisam ser mantidas no pasto, mede,</p><p>portanto, a eficiência na exploração da atividade.</p><p>APURAÇÃO E</p><p>CONTABILIZAÇÃO DO</p><p>IMPOSTO TERRITORIAL RURAL13</p><p>TÓPICO</p><p>81CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>13.1 Apuração do ITR</p><p>A base de cálculo do ITR é o valor de Terra Nua tributável (VTNt). Tal valor é obtido</p><p>pela multiplicação do VTNt pela alíquota correspondente, considerando a área total e o</p><p>grau de utilização. O grau de utilização é a relação percentual entre área efetivamente</p><p>utilizada e área aproveitável do imóvel rural.</p><p>VTNt = Área tributável x VTN</p><p>Área Total</p><p>Grau de Utilização = Área Utilizada na Atividade Rural</p><p>Área Aproveitável</p><p>Cálculo do ITR = VTNt x Alíquota</p><p>13.2</p><p>Alíquota do ITR</p><p>QUADRO 6 - ALÍQUOTAS DO ITR</p><p>Área Total do Imóvel</p><p>(em hectares)</p><p>Grau de Utilização (%)</p><p>Até 30</p><p>Maior que</p><p>30 até 50</p><p>Maior que</p><p>50 até 65</p><p>Maior que</p><p>65 até 80</p><p>Maior que</p><p>80</p><p>Até 50 1,00 0,70 0,40 0,20 0,03</p><p>Maior que 50 até 200 2,00 1,40 0,80 0,40 0,07</p><p>Maior que 200 até 500 3,30 2,30 1,30 0,60 0,10</p><p>Maior que 500 até 1000 4,70 3,30 1,90 0,85 0,15</p><p>Maior que 1000 até 5000 8,60 6,00 3,40 1,60 0,30</p><p>Acima de 5000 20,00 12,00 6,40 3,00 0,45</p><p>Fonte: Brasil (2014).</p><p>82CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>13.3 Exemplo de Cálculo do ITR</p><p>Considere uma empresa rural que tenha:</p><p>• Área total de 250 hectares;</p><p>• Área tributável de 200 hectares;</p><p>• Área Aproveitável de 180 hectares;</p><p>• Área utilizada na Atividade Rural de 150 hectares;</p><p>• Valor da Terra Nua: R$ 1.500.000,00.</p><p>VTNt = Área tributável x VTN</p><p>Área Total</p><p>VTNt = 200 x 1.500.000,00= 1.200.000,00</p><p>250</p><p>Grau de Utilização = Área Utilizada na Atividade Rural</p><p>Área Aproveitável</p><p>Grau de Utilização = 150 x 100 = 83,33%</p><p>180</p><p>Como o grau de utilização é de mais de 80% e a área total é de 250 hectares, a</p><p>alíquota, conforme tabela, será de 0,10.</p><p>ITR = VTNt x Alíquota</p><p>ITR = 1.200.000,00 x 0,10 = R$ 1.200,00</p><p>13.4 Contabilização do ITR</p><p>Utiliza-se uma conta para registrar a obrigação e outra para registrar a despesa.</p><p>D - Imposto Territorial Rural (Conta de Resultado)</p><p>C - ITR a recolher (Obrigação – Passivo Circulante)</p><p>83CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>QUAL A DIFERENÇA ENTRE PROPRIEDADE E POSSE?</p><p>Propriedade é o imóvel rural com registro em cartório. Há dois tipos de posse: a posse a justo título quando</p><p>a pessoa tem um documento que pode ser levado a registro ou posse por simples ocupação quando o</p><p>documento não tem validade para ser registrado no cartório de registro de imóveis.</p><p>Fonte: Brasil (s.d.).</p><p>Você acha justo a cobrança de Imposto Territorial Urbano (ITR)?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>84CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim da última unidade deste material. Nele você</p><p>aprendeu que o plano de contas utilizado para empresas rurais segue o mesmo modelo</p><p>de planos de contas utilizados em empresa comerciais e industriais, porém com contas</p><p>diferentes e necessárias para registrar as atividades rurais. Viu também como funciona a</p><p>distribuição de terras, bem como pode aprender sobre o Imposto Territorial Urbano (ITR),</p><p>conhecendo suas características e exigências cobradas pelo fisco.</p><p>A partir de agora você já conhece as principais características da Contabilidade</p><p>Agropecuária, porém há muito ainda a aprender. Por isso, continue se aprofundando neste</p><p>universo contábil e seja um(a) excelente profissional.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>85CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>O artigo a seguir apresenta informações sobre a agricultura familiar ligada ao</p><p>cooperativismo. Entenda mais sobre esse assunto e aumente seu conhecimento sobre as</p><p>empresas rurais.</p><p>A Nova Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo</p><p>A Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) foi criada em 2 de</p><p>janeiro de 2019, pelo Decreto n.° 9.667, com a transferência das competências da Se-</p><p>cretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), até então</p><p>da Casa Civil da Presidência da República, para o Ministério da Agricultura, Pecuária e</p><p>Abastecimento (Mapa).</p><p>Em sua estrutura organizacional estão o Departamento de Assistência Técnica e</p><p>Extensão Rural (Dater), o Departamento de Cooperativismo e Acesso a Mercados (Decam),</p><p>o Departamento de Estruturação Produtiva (DEP) e o Departamento de Gestão do Crédito</p><p>Fundiário (DGCF).</p><p>Cabe ao órgão formular as diretrizes de ação governamental para a agricultura</p><p>familiar, o pequeno e médio produtor rural e o cooperativismo, além de planejar, fomentar,</p><p>orientar, coordenar, supervisionar e avaliar, no âmbito do Mapa, atividades relacionadas</p><p>com assistência técnica e extensão rural, cooperativismo e associativismo, agroextrativis-</p><p>mo e infraestrutura para área rural.</p><p>A SAF tem o compromisso de implementar ações com foco no fortalecimento do</p><p>agricultor familiar e do cooperativismo, na promoção do desenvolvimento sustentável, na</p><p>garantia da segurança alimentar e na geração de emprego e renda no meio rural.</p><p>Uma novidade é a incorporação da temática da agricultura urbana e periurbana</p><p>(AUP), que trata da produção de alimentos em áreas ociosas da cidade ou de seu entorno,</p><p>por meio de hortas comunitárias, escolares e medicinais. A SAF trabalha na articulação e no</p><p>diálogo entre diversos parceiros para a estruturação da Política Nacional de Agricultura Ur-</p><p>bana e Periurbana (PNAUP). O objetivo é promover essa prática nos municípios brasileiros,</p><p>de forma a ampliar a oferta de alimentos de qualidade e mais baratos, visando à segurança</p><p>alimentar e nutricional, em especial junto aos grupos de maior vulnerabilidade social, à</p><p>geração de renda e o encurtamento das cadeias de produção, distribuição e consumo.</p><p>Fonte: Brasil (2019).</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>86CONTABILIDADE GERENCIAL E DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURALUNIDADE 4</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: O Contador</p><p>• Ano: 2016</p><p>• Sinopse: Desde criança, Christian Wolff (Ben Affleck) sofre com ruí-</p><p>dos altos e problemas de sensibilidade devido ao autismo. Apesar da</p><p>oferta de ir para uma clínica voltada para crianças especiais, seu pai</p><p>insiste que ele permaneça morando em casa, de forma a se habituar</p><p>ao mundo que o rodeia. Ao crescer, Christian se torna um contador</p><p>extremamente dedicado, graças à facilidade que tem com números,</p><p>mas antissocial. A partir de um escritório de contabilidade, instalado</p><p>em uma pequena cidade, ele passa a trabalhar para algumas das</p><p>mais perigosas organizações criminosas do mundo. Ao ser contra-</p><p>tado para vistoriar os livros contábeis da Living Robotics, criada e</p><p>gerenciada por Lamar Blackburn (John Lithgow), Wolff logo descobre</p><p>uma fraude de dezenas de milhões de dólares, o que coloca em risco</p><p>sua vida e da colega de trabalho Dana Cummings (Anna Kendrick).</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Contabilidade Rural</p><p>• Autor: Deyvison de Lima Oliveira e Gessy Dhein Oliveira</p><p>• Editora: Juruá</p><p>• Sinopse: A presente obra tem por objetivo discutir os procedimen-</p><p>tos para a mensuração de ativos biológicos e produtos agrícolas</p><p>pelo método a valor justo. Visa atender, principalmente, a graduação</p><p>em Ciências Contábeis e Administração. Dado o processo de con-</p><p>vergência do Brasil às normas contábeis internacionais, a discussão</p><p>de procedimentos para elaboração de demonstrações contábeis nas</p><p>atividades agrícola e zootécnica com base no valor justo é tema</p><p>ainda não abordado nas principais obras de Contabilidade Rural e</p><p>Contabilidade do Agronegócio no Brasil. Com a edição do CPC 29,</p><p>o ativo biológico e o produto agrícola passam a ser avaliados pelo</p><p>valor justo menos despesa de venda, em lugar do custo histórico de</p><p>formação ou aquisição. Pelo pronunciamento, o que era regra (men-</p><p>suração pelo custo) agora passa a ser exceção, sendo a mensuração</p><p>pelo valor justo menos despesa de venda a regra atual para aqueles</p><p>ativos. Acompanham a obra exercícios práticos que contribuem para</p><p>a fixação dos conteúdos exigidos pelos currículos das instituições de</p><p>ensino, bem como elucidam e exemplificam pontos das normativas</p><p>contábeis específicas – a exemplo do CPC 29. Na mesma linha, o</p><p>manual do professor (com respostas dos exercícios) facilita a escolha</p><p>de atividades a serem aplicadas em sala, em trabalhos avaliativos,</p><p>etc., tendo em vista o grande número de exercícios disponíveis. Por</p><p>fim, os modelos de prova facilitam e reduzem o tempo utilizado pelos</p><p>professores em cada etapa da(s) disciplina(s), considerando que o</p><p>manual apresenta inclusive as respostas das provas.</p><p>87</p><p>Prezado(a) aluno(a),</p><p>Chegamos ao fim da Disciplina de Contabilidade Agropecuária. Neste material bus-</p><p>quei apresentar para você informações importantes referentes à Ciência Contábil quando</p><p>aplicada à atividade rural.</p><p>Na Unidade I você pode ver o conceito de agronegócio e as características das pro-</p><p>priedades e empresas rurais, assunto importantíssimo e de muita relevância para introduzir</p><p>as unidades seguintes.</p><p>Na Unidade II você foi convidado a conhecer os tipos de culturas existentes nas</p><p>empresas rurais, entendendo seu ciclo operacional e suas particularidades contábeis. Nesta</p><p>unidade também você aprendeu os conceitos, métodos, cálculos e a forma de contabiliza-</p><p>ção de depreciação, amortização e exaustão.</p><p>A pecuária foi apresentada na Unidade III, em que você conheceu os sistemas de</p><p>produção, tipos de pastoreio, formas de reprodução, atividade de cria, recria e engorda</p><p>do gado, bem como a divisão dos rebanhos em categorias e forma de contabilização dos</p><p>custos e apuração do resultado.</p><p>Para finalizar, na Unidade IV você conheceu um modelo básico de plano de contas</p><p>e entendeu as características do Imposto Territorial Urbano (ITR).</p><p>Como último recado, quero dizer a você que a Ciência Contábil é uma ciência vasta</p><p>e que requer muito estudo. Mesmo quando aplicada em áreas específicas, como a Contabili-</p><p>dade Agropecuária, é importante manter a busca constante por conhecimento, sobretudo por</p><p>ser praticamente impossível abordar todas as suas particularidades em apenas uma obra.</p><p>A partir de agora você está pronto para seguir adiante se aprofundando de forma</p><p>crítica e profissional nesta Ciência que é fantástica.</p><p>Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado.</p><p>CONCLUSÃO GERAL</p><p>88</p><p>BRASIL. Cadastro Rural. 190 – Qual a alíquota utilizada para cálculo do ITR? 2014. Dis-</p><p>ponível em: http://www.cadastrorural.gov.br/perguntas-frequentes/itr/calculo-do-imposto/</p><p>190-2014-qual-a-aliquota-utilizada-para-calculo-do-itr. Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>BRASIL. Cadastro Rural. Perguntas Frequentes. Disponível em: http://www.cadastrorural.</p><p>gov.br/perguntas-frequentes/itr/calculo-do-imposto/@@perguntas_frequentes_tema_view.</p><p>Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>BRASIL. Decreto º 3.000, de 26 de março de 1999. RIR/99 - Regulamenta a tributa-</p><p>ção, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de</p><p>Qualquer Natureza. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/</p><p>decreto3000.htm. Acesso em: 13 abri. 2020.</p><p>BRASIL. Instrução normativa RFB n.º 1700, de 14 de março de 2017. Dispõe sobre a</p><p>determinação e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o</p><p>lucro líquido das pessoas jurídicas e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para</p><p>o PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei n.º 12.973,</p><p>de 13 de maio de 2014. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/</p><p>link.action?visao=anotado&idAto=81268#1706802. Acesso em: 13 fev. 2020.</p><p>BRASIL. Instrução normativa SRF n.º 256, de 11 de dezembro de 2002. Dispõe sobre</p><p>normas de tributação relativas ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural e dá outras</p><p>providências. 2002. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/</p><p>link.action?visao=anotado&idAto=81268#1706802. Acesso em: 13 fev. 2020.</p><p>BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da</p><p>União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>89</p><p>BRASIL. Lei. n.º 6.4040, de 15 d novembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por</p><p>Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso</p><p>em: 17 abr.2020.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A nova Secretaria de</p><p>Agricultura Familiar e Cooperativismo. 2019. Disponível em: https://www.gov.br/agricul-</p><p>tura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/secretaria-de-agricultura-familiar-e-cooperativismo.</p><p>Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura. Agricultura Familiar. 2019. Disponível em: https://www.</p><p>gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1. Acesso em: 13</p><p>fev. 2020.</p><p>BRASIL. Ministério Da Agricultura. Tecnologia a serviço da sustentabilidade e rentabi-</p><p>lidade da produção pecuária. 2018. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/</p><p>assuntos/sustentabilidade/plano-abc/projeto-pecuaria-abc/arquivos/46-tecnologias-a-servi-</p><p>co-da-sustentabilidade-e-rentabilidade-da-producao-pecuaria.pdf/view. Acesso em: 16 mar.</p><p>2020.</p><p>BRASIL. Parecer Normativo CST n.º 57 de 30 de julho de 1976. Para apuração dos</p><p>resultados anuais, o rebanho existente na data do balanço deverá ser inventariado ao preço</p><p>corrente do mercado ou pelo preço real de custo quando a organização contábil da empre-</p><p>sa tenha condições de evidenciá-lo. 1976 Disponível em: https://www.normasbrasil.com.br/</p><p>norma/parecer-normativo-57-1976_92376.html. Acesso em: 23 fev. 2020.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 29.</p><p>Ativo Biológico e Produto Agrícola. 2009. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Docu-</p><p>mentos/324_CPC_29_rev%2014.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 27.</p><p>Ativo Imobilizado. 2009. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/</p><p>Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58. Acesso em: 12 fev. 2020.</p><p>90</p><p>CREPALDI, S. A. Contabilidade Rural: Uma Abordagem Decisorial. 7. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2012.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Rural. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>MARION, J. C.; SEGATTI, S. Contabilidade Rural. 10. ed. São Paulo. Atlas, 2012.</p><p>OLIVEIRA, D. de L.; OLIVEIRA, G. D. Contabilidade Rural: Uma Abordagem do Agrone-</p><p>gócio Dentro da Porteira. 3. ed. Curitiba: Juruá, 2017.</p><p>ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE</p><p>Praça Brasil , 250 - Centro</p><p>CEP 87702 - 320</p><p>Paranavaí - PR - Brasil</p><p>TELEFONE (44) 3045 - 9898</p><p>CONCEITOS E</p><p>DEFINIÇÕES DE</p><p>AGRONEGÓCIO1</p><p>TÓPICO</p><p>8CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>O agronegócio é a expressão criada para representar a fusão da agricultura e/ou</p><p>agropecuária e o negócio.</p><p>FIGURA 1- O AGRONEGÓCIO</p><p>Fonte: o autor.</p><p>O Brasil é um dos maiores produtores de alimento do mundo e tem no agronegócio</p><p>um importante setor da economia com grande participação no Produto Interno Bruto (PIB)</p><p>O clima no país favorece a produção de alimentos e, aliado a isso, o investimento</p><p>em novas tecnologias faz do setor um grande mercado lucrativo. Conhecer esse mercado e</p><p>como a contabilidade é aplicada ao setor é de suma importância para você, futuro contador.</p><p>1.1 A Contabilidade de Agronegócio</p><p>A Ciência Contábil, como você já deve saber, é composta por diversos campos de</p><p>estudo, como:</p><p>• Contabilidade Comercial;</p><p>• Contabilidade de Custos;</p><p>• Contabilidade Tributária;</p><p>• Auditoria;</p><p>9CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>• Perícia Contábil;</p><p>• Contabilidade Gerencial;</p><p>• Contabilidade de Agronegócio.</p><p>Como você pode notar, a Contabilidade estudada de forma genérica possui diversas</p><p>nomenclaturas, dentre elas a contabilidade de Agronegócio, se o campo de estudo forem</p><p>as empresas rurais. Pode-se ainda encontrar denominações ainda mais específicas como:</p><p>• Contabilidade Agrícola;</p><p>• Contabilidade da Pecuária;</p><p>• Contabilidade da Zootécnica;</p><p>• Contabilidade Agroindustrial.</p><p>Talvez você viva em uma região cuja atividade rural não seja tão explorada como</p><p>em algumas regiões do Brasil, porém conhecer estas atividades, bem como as empresas</p><p>que as praticam funcionam, permitirá a você, além entender a contabilização no agronegó-</p><p>cio, compreender a ligação da área rural com a economia do País.</p><p>Convido você a ler com atenção os tópicos a seguir e conhecer os principais con-</p><p>ceitos ligados à Contabilidade de Agronegócio.</p><p>CARACTERIZAÇÃO</p><p>DE PROPRIEDADES E</p><p>EMPRESAS RURAIS2</p><p>TÓPICO</p><p>10CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>As empresas rurais são aquelas que exploram o cultivo da terra, criação de animais</p><p>e/ou a transformação de produtos agrícolas. Nesse momento você já deve ter entendido</p><p>que uma empresa rural explora a capacidade produtiva do solo a fim de satisfazer neces-</p><p>sidades humanas.</p><p>Conforme Crepaldi (2012, p. 1), “a agricultura representa toda a atividade de explo-</p><p>ração da terra, seja ela o cultivo de lavouras e florestas ou com a criação de animais, com</p><p>vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer as necessidades humanas”.</p><p>As empresas rurais dividem-se em três grandes campos de atividade:</p><p>• Atividade Agrícola;</p><p>• Atividade Zootécnica;</p><p>• Atividade Agroindustrial.</p><p>2.1 Atividade Agrícola</p><p>Trata-se da exploração do solo com a finalidade de plantio e produção vegetal.</p><p>Segundo Crepaldi (2012), a atividade agrícola está relacionada à produção vegetal, sendo</p><p>dividida em dois grandes grupos: cultura hortícola e forrageira e a arboricultura.</p><p>A cultura hortícola e forrageira relaciona-se:</p><p>• aos cereais, como feijão, soja, arroz e milho;</p><p>• às hortaliças, como verduras, pimentão, tomate;</p><p>• aos tubérculos, como batata, cenoura e mandioca;</p><p>• às fibras, como o algodão, forragens e flores.</p><p>11CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>Já ao campo da arboricultura relaciona-se:</p><p>• o florestamento;</p><p>• os pomares;</p><p>• os vinhedos;</p><p>1.2 Atividade Zootécnica</p><p>Trata-se da criação de animais para serviços de lavoura, consumo doméstico ou</p><p>para fins industriais e/ou comerciais. Alguns exemplos:</p><p>• Avicultura (criação de aves);</p><p>• Cunicultura (criação de coelhos);</p><p>• Pecuária (criação de gado);</p><p>• Piscicultura (criação de peixes);</p><p>• Apicultura (criação de abelhas);</p><p>• Entre outros pequenos animais.</p><p>Aqui, vale ressaltar que o Brasil possui grande participação na pecuária mundial,</p><p>sendo que o país possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. Crepaldi (2017, p.3)</p><p>diz que “Pecuária é a arte de criar e tratar o gado”.</p><p>1.3 Atividade Agroindustrial</p><p>Já parou para pensar que muitos dos alimentos que você consome precisam de</p><p>vários processos e procedimentos até chegarem à sua casa, para, então, irem para sua</p><p>mesa? Veja o exemplo do café, antes de chegar a sua mesa, passa por vários processos,</p><p>dentre eles a colheita, secagem, torra, moagem e preparo. Esse processo de beneficiamen-</p><p>to ou transformação denomina-se atividade agroindustrial.</p><p>A atividade agroindustrial, portanto, tem como sua principal função o beneficiamen-</p><p>to ou a transformação de produtos agrícolas (arroz, soja, café) e transformação zootécnica</p><p>(mel e laticínios), como, por exemplo:</p><p>• Transformação do produto agrícola, a conserva de frutas, a moagem de trigo</p><p>e de milho, a debulha de milho, a moagem de cana-de-açúcar para produção de</p><p>açúcar mascavo, melado e rapadura, a moagem de grão, transformando-o em</p><p>farinha ou farelo.</p><p>• Transformação de produtos zootécnicos como laticínios (queijo, manteiga e re-</p><p>queijão), casulos de seda, mel acondicionado em embalagem de apresentação,</p><p>produção de adubos orgânicos, sucos de frutas acondicionados em embalagens.</p><p>12CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>• No caso de produtos florestais: produção de carvão vegetal, produção de lenha,</p><p>etc.</p><p>1.4 Atividades não consideradas como Rural</p><p>A Instrução Normativa RFB n.º 1.700, de 14 de março de 2017, em seu artigo n.°</p><p>150, especifica as atividades não consideradas rurais:</p><p>I - a industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral,</p><p>óleos essenciais, arroz beneficiado em máquinas industriais e fabricação de</p><p>vinho com uvas ou frutas;</p><p>II - a comercialização de produtos rurais de terceiros e a compra e venda de</p><p>rebanho com permanência em poder da pessoa jurídica rural em prazo infe-</p><p>rior a 52 (cinquenta e dois) dias, quando em regime de confinamento, ou 138</p><p>(cento e trinta e oito) dias, nos demais casos;</p><p>III - o beneficiamento ou a industrialização de pescado in natura;</p><p>IV - o ganho auferido pela pessoa jurídica rural proprietária de rebanho, entre-</p><p>gue, mediante contrato por escrito, à outra parte contratante (simples possui-</p><p>dora do rebanho) para o fim específico de procriação, ainda que o rendimento</p><p>seja predeterminado em número de animais;</p><p>V - as receitas provenientes do aluguel ou arrendamento de máquinas, equi-</p><p>pamentos agrícolas e pastagens, e da prestação de serviços em geral, inclu-</p><p>sive a de transporte de produtos de terceiros;</p><p>VI - as receitas decorrentes da venda de recursos minerais extraídos de pro-</p><p>priedade rural, tais como metal nobre, pedras preciosas, areia, aterro e pe-</p><p>dreiras;</p><p>VII - as receitas financeiras de aplicações de recursos no período compreen-</p><p>dido entre 2 (dois) ciclos de produção;</p><p>VIII - os valores dos prêmios ganhos a qualquer título pelos animais que par-</p><p>ticiparem em concursos, competições, feiras e exposições;</p><p>IX - os prêmios recebidos de entidades promotoras de competições hípicas</p><p>pelos proprietários, criadores e profissionais do turfe;</p><p>X - as receitas oriundas da exploração do turismo rural e de hotel fazenda.</p><p>1.5 Ciclo Operacional</p><p>O ciclo operacional compreende o período da compra do estoque até a venda</p><p>das mercadorias e produtos. Segundo Oliveira e Oliveira (2017, p. 45), no agronegócio “a</p><p>maioria das atividades tem duração menor que um ano. Contudo, é comum na atividade</p><p>rural ciclos operacionais maiores que esse espaço de tempo, como na pecuária de corte,</p><p>produção de búfalos, plantação de eucalipto e florestamentos em geral”.</p><p>Oliveira, G., e Oliveira, G., (2017, p. 46) afirmam que:</p><p>O conceito de ciclo operacional pressupõe a quantidade de tempo decorrido</p><p>e não datas iniciais e finais. Portanto, contas do ativo que se transformam em</p><p>caixa dentro de n meses/anos do ciclo operacional são classificadas como cir-</p><p>culante. Quando se afirma que as contas do ativo circulante são aquelas que</p><p>se transformam em caixa dentro do exercício social subsequente, tem-se como</p><p>premissa que o balanço é encerrado no “último dia do ciclo operacional” e que</p><p>exercício subsequente terá exatamente a quantidade de tempo deste</p><p>ciclo.</p><p>13CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>1.6 Ano Agrícola x Exercício Social</p><p>O exercício social é o período em que as empresas encerram suas demonstrações</p><p>contábeis. A maioria das empresas comerciais, industriais ou de serviços encerra seu exer-</p><p>cício social anualmente em 31 de dezembro. Aí surge a dúvida: quando é o término do exer-</p><p>cício social das empresas rurais? Coincide com o ano civil, como nas demais empresas?</p><p>De forma geral, as empresas optam pelo mês de dezembro considerando redução</p><p>ou interrupção das atividades, o que também facilita o inventário de mercadorias. No caso</p><p>das empresas rurais, o Ano Agrícola é influenciado por variáveis peculiares ao tipo de ati-</p><p>vidade explorada, fugindo à regra geral há pouco mencionada, seguida pelas empresas</p><p>comerciais, industriais e de serviços.</p><p>Nas empresas com atividades agrícolas, o exercício social segue o Ano Agrícola, ou</p><p>seja, o período em que se planta, colhe e comercializa a safra. Nas empresas com atividade</p><p>de pecuária, o nascimento do bezerro encerra o Exercício Social. Crepaldi (2017) sugere</p><p>que, neste caso, o bezerro é como se fosse o fruto na atividade agrícola. Há empresas,</p><p>por exemplo, que planejam o nascimento dos bezerros para um determinado mês, quando,</p><p>portanto, encerram seu Exercício Social.</p><p>Numa empresa rural com mais de uma atividade, a dificuldade aumenta e geral-</p><p>mente considera-se a atividade com maior representatividade na receita. Veja um exemplo:</p><p>QUADRO 1 - EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DO EXERCÍCIO SOCIAL NA ATIVIDADE RURAL</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Considerando o produto de maior receita, a empresa encerrará suas demonstra-</p><p>ções contábeis em outubro (31/10), data em que a Laranja, sua atividade com maior receita,</p><p>encerra seu ciclo operacional (compra até a venda).</p><p>Porém, nem tudo são flores e a empresa rural tem um outro problema para resolver.</p><p>Ela precisa cumprir obrigações fiscais, o que a obriga a elaborar demonstrações contábeis</p><p>coincidentes com o ano civil (01/01 a 31/12). Dessa forma, a empresa rural precisa cumprir</p><p>a legislação fiscal e, para fins gerenciais, elaborar um balanço com base no ano agrícola.</p><p>2.7 Forma Jurídica: PF x PJ</p><p>14CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>Assim como em outras atividades na área rural, é possível exercer as atividades</p><p>como pessoa física ou como pessoa jurídica. A pessoa física é a pessoa natural, ou seja,</p><p>ser humano cuja vida termina com o falecimento. As pessoas jurídicas são pessoas cons-</p><p>tituídas por lei para uma finalidade específica e com personalidade distinta daquela que a</p><p>constituiu. Elas geralmente denominam-se empresas e podem ter fins lucrativos ou não.</p><p>Empresas com fins lucrativos:</p><p>• Empresas comerciais;</p><p>• Indústrias;</p><p>• Prestadoras de serviços.</p><p>Empresas sem fins lucrativos:</p><p>• Cooperativas;</p><p>• Empresas com cunho religioso;</p><p>• Associação filantrópica;</p><p>• Associação de pais e mestres;</p><p>• Associação de produtores;</p><p>• Associação de Moradores;</p><p>• Demais associações</p><p>Marion (2017, p. 7) afirma que:</p><p>No Brasil prevalece a exploração na forma de pessoa física, por ser menos</p><p>onerosa que a de pessoa jurídica, além de proporcionar mais vantagens de</p><p>ordem fiscal principalmente em relação a pequenas atividades. As pessoas</p><p>físicas tidas como pequeno e médio produtores rurais não precisam para fins</p><p>de imposto de renda, fazer escrituração regular em livros contábeis e podem</p><p>utilizar apenas um livro caixa e efetuar a escrituração simplificada. Todavia,</p><p>as pessoas físicas tidas como grande produtor rural serão equiparadas às</p><p>pessoas jurídicas para fins contábeis devendo fazer a escrituração regular por</p><p>intermédio de profissional contábil qualificado, utilizando como base o método</p><p>das partidas dobradas (lançamento a débito e a crédito simultaneamente).</p><p>Veja que, por uma questão lógica e prática, muitos produtores optam pela atividade</p><p>como pessoa física. Vale lembrar que esta opção é para os empresários rurais de pequeno</p><p>e médio porte. Tal conceito é determinado com base na receita do produtor, cujo montante</p><p>é fixado pela legislação do imposto de renda.</p><p>O Código Civil define como empresário aquele que exerce profissionalmente ativi-</p><p>dade econômica organizada, o produtor rural, desta forma, também pode ser chamado de</p><p>empresário conforme as seguintes formas jurídicas:</p><p>15CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>• Autônomo: será assim chamado o produtor sem registro na Junta Comercial.</p><p>• Empresário Individual: se inscrito na Junta Comercial, o que não é obrigatório.</p><p>• Sociedade Empresária: Sociedade Limitada ou Sociedade por Ações, inscrita</p><p>na Junta Comercial.</p><p>2.8 Tipos de Investimento e Associações</p><p>De acordo com Marion (2017), na agropecuária é possível identificar dois tipos de</p><p>investimentos: Capital Fundiário e Capital de Exercício.</p><p>Capital Fundiário é aquele que cuja possibilidade de retirar da terra não existe,</p><p>como, por exemplo: terra, edificações, cultura permanente, pastos, etc. Capital de Exercício</p><p>é o instrumento essencial para que o negócio funcione. Podem não se destinar à venda</p><p>(permanentes) ou serem recursos financeiros que serão transformados em dinheiro ou</p><p>consumidos a curto prazo. Exemplos: tratores, equipamentos, animais de trabalho, gado</p><p>para reprodução, etc.</p><p>Desses dois tipos de investimentos surgem formas de associações, como:</p><p>• Arrendamento: quando o proprietário aluga seu terreno (capital fundiário) para</p><p>uma outra pessoa exercer atividade de exploração agrícola, pecuária ou agroin-</p><p>dustrial.</p><p>• Comodato: quando o proprietário cede suas terras para outra pessoa exercer</p><p>atividades rurais sem receber nada em troca por isso.</p><p>• Condomínio: copropriedade cujos proprietários compartilham dos resultados</p><p>das atividades lá exercidas. Entende-se como resultado lucros e prejuízos.</p><p>2.9 Ativo Biológico</p><p>Sabe-se que o ativo representa o conjunto de bens e direitos de uma entidade.</p><p>Ele se divide em Ativo Circulante e Não Circulante, sendo este último dividido em quatro</p><p>subgrupos:</p><p>• Realizável a longo prazo;</p><p>• Imobilizado;</p><p>• Investimentos;</p><p>• Intangível.</p><p>Quero apresentar a você, no último tópico deste conteúdo, o conceito de Ativo</p><p>Biológico, que você provavelmente não viu em outras disciplinas. O comitê de pronuncia-</p><p>mento contábil, em seu pronunciamento de n.º 29, definiu o Ativo Biológico como animal e/</p><p>ou planta vivos.</p><p>16CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>O quadro a seguir apresenta exemplos destes ativos, os produtos agrícolas oriundos</p><p>destes ativos biológicos, bem como os produtos resultantes do processamento após a colheita.</p><p>QUADRO 2 - ATIVOS BIOLÓGICOS</p><p>Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009).</p><p>O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, em seu pronunciamento CPC29, traz alguns conceitos interessan-</p><p>tes e que precisam de atenção.</p><p>Produção agrícola é o produto colhido de ativo biológico da entidade. Ativo biológico é um animal e/ou</p><p>uma planta vivos. Transformação biológica compreende o processo de crescimento, degeneração, produ-</p><p>ção e procriação que causa mudança qualitativa e quantitativa no ativo biológico. Despesas de venda são</p><p>despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda de ativo, exceto despesas financeiras e tributos</p><p>sobre o lucro. Grupo de ativos biológicos é um conjunto de animais ou plantas vivos semelhantes. Colheita</p><p>é a extração do produto de ativo biológico ou a cessação da vida desse ativo biológico.</p><p>Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009).</p><p>A contabilidade no Brasil é reconhecida como ferramenta gerencial ou simplesmente uma mera formalidade</p><p>exigida pelo fisco?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>17CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>No final desta unidade quero relembrá-lo(a) que você viu que a Contabilidade de</p><p>Agronegócio possui critérios e procedimentos muito peculiares às atividades rurais. O</p><p>exercício social, que dita o tempo em que as demonstrações contábeis são elaboradas,</p><p>precisa de atenção especial quando se trata de uma empresa rural, devido às dificuldades</p><p>em combinar exercício social com</p><p>ano agrícola, principalmente nas empresas com mais de</p><p>um tipo de atividade econômica.</p><p>Agora que você já conhece os tipos de atividades, as formas como o empresário</p><p>pode exercer sua atividade rural, bem como as parcerias que ele pode firmar ao utilizar o</p><p>capital de exercício e/ou seu capital fundiário, está preparado(a) para novos conteúdos que</p><p>aprofundarão seus conhecimentos contábeis em Contabilidade de Agronegócio.</p><p>Vale lembrar sobre a amplitude de informações que a Ciência Contábil acumula e</p><p>deixar claro que as normas devem ser consultadas sempre que necessário.</p><p>Até a próxima unidade!</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>18CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>No Brasil a agricultura familiar tem grande participação na produção de alimentos.</p><p>O artigo a seguir apresenta informações sobre esta prática. Não deixe de ler!</p><p>Agricultura Familiar</p><p>Agricultura Familiar é a principal responsável pela produção dos alimentos que</p><p>são disponibilizados para o consumo da população brasileira. É constituída de pequenos</p><p>produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, sil-</p><p>vicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores. O setor se destaca pela produção de</p><p>milho, raiz de mandioca, pecuária leiteira, gado de corte, ovinos, caprinos, olerícolas, feijão,</p><p>cana, arroz, suínos, aves, café, trigo, mamona, fruticulturas e hortaliças.</p><p>Na agricultura familiar a gestão da propriedade é compartilhada pela família e</p><p>a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Além disso, o</p><p>agricultor familiar tem uma relação particular com a terra, seu local de trabalho e moradia.</p><p>A diversidade produtiva também é uma característica marcante desse setor, pois muitas</p><p>vezes alia a produção de subsistência a uma produção destinada ao mercado.</p><p>A Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, define as diretrizes para formulação da Política</p><p>Nacional da Agricultura Familiar e os critérios para identificação desse público. Conforme</p><p>a legislação, é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que</p><p>pratica atividades no meio rural, possui área de até quatro módulos fiscais, mão de obra</p><p>da própria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do</p><p>estabelecimento ou empreendimento pela própria família.</p><p>O Censo Agropecuário de 2017, levantamento feito em mais de 5 milhões de pro-</p><p>priedades rurais de todo o Brasil, aponta que 77% dos estabelecimentos agrícolas do país</p><p>foram classificados como da agricultura familiar. Em extensão de área, a agricultura familiar</p><p>ocupava no período da pesquisa 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área</p><p>total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.</p><p>De acordo com o levantamento, a agricultura familiar empregava mais de 10 milhões</p><p>de pessoas em setembro de 2017, o que representa 67% do total de pessoas ocupadas</p><p>na agropecuária. A agricultura familiar também foi responsável por 23% do valor total da</p><p>produção dos estabelecimentos agropecuários.</p><p>Conforme o censo, os agricultores familiares têm participação significativa na</p><p>produção dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros. Nas culturas permanentes,</p><p>o segmento responde por 48% do valor da produção de café e banana; nas culturas tem-</p><p>porárias, são responsáveis por 80% do valor de produção da mandioca, 69% do abacaxi e</p><p>42% da produção do feijão.</p><p>Fonte: Brasil (2019).</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>19CONCEITOS BÁSICOS DO AGRONEGÓCIOUNIDADE 1</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Interestelar</p><p>• Ano: 2014</p><p>• Sinopse: Após ver a Terra consumindo boa parte de suas reser-</p><p>vas naturais, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar</p><p>possíveis planetas para receberem a população mundial, possibili-</p><p>tando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey)</p><p>é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que</p><p>pode nunca mais ver os filhos. Ao lado de Brand (Anne Hathaway),</p><p>Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em</p><p>busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha Murph</p><p>(Mackenzie Foy e Jessica Chastain) investirá numa própria jornada</p><p>para também tentar salvar a população do planeta.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Contabilidade Rural. Uma abordagem Decisorial</p><p>• Autor: Sergio Aparecido Crepaldi</p><p>• Editora: Atlas</p><p>• Sinopse: Essa obra é destinada ao ensino da Contabilidade</p><p>Rural. Para atender a esse propósito, reúne pelo menos as ca-</p><p>racterísticas básicas: é didática, no sentido de tornar facilmente</p><p>assimiláveis os fundamentos teóricos e as bases operacionais</p><p>dos processos descritos, dentro de uma abordagem atual, prática</p><p>e objetiva. Inicialmente, mostra que a Contabilidade Rural tem a</p><p>responsabilidade de fornecer informações que possibilitam o pla-</p><p>nejamento e controle de futuras operações. Evidencia que para</p><p>cada tipo de exploração de atividade rural é preciso um sistema</p><p>adequado de custos, que, após coletados todos os dados neces-</p><p>sários para cada tipo de custo, são levados para os controles de</p><p>produção. Traz os cuidados que devem ser tomados nos registros</p><p>de custos para não distorcer os dados que irão servir de subsídios</p><p>à tomada de decisões e análise da eficiência das atividades.</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Culturas Temporárias e Culturas Permanentes.</p><p>• Depreciação: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.</p><p>• Amortização: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.</p><p>• Exaustão: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.</p><p>• Contabilização e Apuração do Resultado: CPC 29.</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Conceituar os tipos de culturas.</p><p>• Compreender os conceitos, métodos, cálculo e contabilização de</p><p>depreciação, amortização e exaustão.</p><p>• Apresentar a forma de contabilização e apuração do resultado das</p><p>culturas temporárias e permanentes.</p><p>Professor Esp. Ivã da Cruz de Araújo</p><p>CONTABILIDADE CONTABILIDADE</p><p>AGRÍCOLAAGRÍCOLA2UNIDADEUNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>21CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Olá!</p><p>Essa unidade foi elaborada para você compreender os tipos de culturas existentes.</p><p>Após entender as particularidades contábeis que cada cultura exige, você verá os conceitos,</p><p>métodos e a contabilização de depreciação, amortização e exaustão, itens importantíssi-</p><p>mos e que exigem atenção especial. Por fim, será apresentada a forma de contabilização</p><p>e apuração do resultado com base no pronunciamento do Comitê De Pronunciamentos</p><p>Contábeis (CPC 29).</p><p>Vale lembrar que na unidade anterior você aprendeu conceitos importantes do</p><p>agronegócio, principalmente a definição de Ano Agrícola e Exercício Social e já está prepa-</p><p>rado(a) para seguir se aprofundando em contabilidade de agronegócio.</p><p>Boa leitura e bons estudos.</p><p>22CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>CULTURAS TEMPORÁRIAS E</p><p>CULTURAS PERMANENTES1</p><p>TÓPICO</p><p>O tipo de cultura existente na propriedade dita os procedimentos contábeis a serem</p><p>seguidos. Com relação à Contabilidade Agrícola temos dois tipos de cultura:</p><p>• Cultura Temporária;</p><p>• Cultura Permanente.</p><p>1.1 Cultura Temporária</p><p>A cultura temporária é basicamente aquela em que, após a colheita, o replantio é</p><p>necessário. Nesse tipo de cultura o período entre o plantio e a colheita é curto ou médio,</p><p>geralmente inferior a</p><p>um ano.</p><p>Marion (2017, p. 17) diz que culturas temporárias são “aquelas sujeitas ao replantio</p><p>após a colheita. Normalmente, o período de vida é curto. Após a colheita, são arrancadas</p><p>do solo para que seja realizado novo plantio”. Exemplos:</p><p>• Soja;</p><p>• Arroz;</p><p>• Feijão;</p><p>• Milho;</p><p>• Abacaxi;</p><p>• Cana-de-açúcar;</p><p>• Mandioca;</p><p>• Legumes.</p><p>23CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Quanto a contabilização, Crepaldi (2012, p. 109) apresenta características deste</p><p>tipo de cultura:</p><p>Os custos na cultura temporária serão contabilizados em uma conta do Ativo</p><p>Circulante com o título de Culturas Temporárias. Esses custos podem ser:</p><p>sementes, fertilizantes, defensivos, mão de obra, etc. acumulados até o tér-</p><p>mino da colheita. Após o término da colheita, o saldo da conta de Culturas</p><p>Temporárias será transferido para a conta de Produtos Agrícolas, na qual</p><p>serão somados posteriormente à colheita os custos para deixar o produto à</p><p>disposição para venda. Ao ser vendido o produto, transfere-se o valor corres-</p><p>pondente ao volume vendido de Produtos Agrícolas para a conta de Custos</p><p>de Produtos Vendidos, sendo assim, possível calcular o resultado apurando-</p><p>-se o lucro bruto. (CREPALDI, 2012, p. 109).</p><p>Note que a separação de custos e despesas se faz necessária e segue o mesmo</p><p>esquema utilizado nas indústrias quanto ao custo ligado ao processo produtivo, e os gastos</p><p>sendo classificados como despesas assim que o produto estiver pronto para venda. No caso da</p><p>cultura temporária, os gastos serão classificados como Custos da Cultura até a colheita. Assim</p><p>que o produto estiver disponível para venda, os gastos serão classificados como despesas.</p><p>Marion (2017, p. 17) sugere a utilização da conta Cultura em Formação para apro-</p><p>priar os custos da cultura:</p><p>Esses produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um</p><p>“Estoque em andamento” numa indústria. Dessa forma, todos os custos serão</p><p>acumulados numa subconta com o título específico da Cultura em Formação</p><p>(arroz, ou trigo, ou, alho ou cebola, ou…) da conta “Culturas Temporárias”. Os</p><p>custos que compõem essa rubrica são: sementes, fertilizantes, mudas, de-</p><p>marcações, mão de obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais, com-</p><p>bustível, seguro, serviços profissionais, inseticidas, depreciação de tratores e</p><p>outros imobilizados da cultura em apreço. (MARION, 2017, p. 17).</p><p>1.2 Cultura Permanente</p><p>A Cultura Permanente, segundo Crepaldi (2012), é aquela que não é sujeita ao</p><p>replantio após a colheita, já que permite mais de uma colheita ou produção e possui vida</p><p>útil acima de ano. Geralmente é atribuído o período mínimo de quatro anos para a cultura</p><p>permanente. Exemplos:</p><p>• Café;</p><p>• Laranja;</p><p>• Seringueira;</p><p>• Limão;</p><p>• Cana-de-açúcar;</p><p>• Silvicultura (essências florestais, plantações arbóreas);</p><p>• Frutas arbóreas (maçã, pera, jaca, uva, jabuticaba, goiaba).</p><p>24CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Com relação aos custos, Marion (2017, p. 20) apresenta as particularidades de tipo</p><p>de cultura:</p><p>No caso da cultura permanente, os custos necessários para a formação da</p><p>cultura serão considerados no Ativo Não Circulante – Imobilizado. Os prin-</p><p>cipais custos são: adubação, formicidas, forragem, fungicidas, herbicidas,</p><p>mão-de-obra, encargos sociais, manutenção, arrendamento de equipamen-</p><p>tos e terras, seguro de cultura, preparo do solo, serviços de terceiros, se-</p><p>mentes, mudas, irrigação, produtos químicos, depreciação de equipamentos</p><p>utilizados na cultura, etc. (MARION, 2017, p. 20).</p><p>Como já mencionado, a Cultura Permanente deve figurar o Ativo Não Circulante</p><p>– Imobilizado, visto que sofrerá depreciação ou exaustão para apropriação destes custos</p><p>para a colheita do ano. Dessa forma, todos os gastos utilizados para formação da Cultura</p><p>Permanente devem ser lançados na Cultura Permanente em Formação (Imobilizado), e</p><p>dentro dessa conta utilizar subcontas para especificar o tipo de cultura: guaraná, café, etc.</p><p>Perceba que aqui a formação é da Cultura Permanente e não da colheita.</p><p>A partir do momento em que a Cultura estiver formada, transfere-se o saldo da conta</p><p>Cultura Permanente em Formação para a conta Cultura Permanente Formada. Doravante,</p><p>os gastos serão acumulados para apuração do resultado da primeira produção/colheita e</p><p>não serão mais registrados no Ativo Não Circulante – Imobilizado.</p><p>Sendo assim, os gastos, tais como mão de obra, encargos sociais, produtos quí-</p><p>micos, custos com irrigação, entre outros utilizados na Formação da colheita serão acu-</p><p>mulados na conta Colheita em Andamento do Ativo Circulante. Vale reforçar que aqui se</p><p>acrescenta o custo com depreciação ou exaustão da Cultura Permanente Formada. Fique</p><p>tranquilo(a) que nos próximos tópicos a depreciação a exaustão serão melhor explicadas.</p><p>Após a colheita cria-se a conta Produtos Agrícolas, também do Ativo Circulante,</p><p>que receberá o saldo da Conta Colheita em Andamento, bem como os gastos necessários</p><p>para deixar o produto pronto para venda, como, por exemplo, o acondicionamento dos</p><p>produtos em embalagens. Conforme o produto for sendo vendido, transfere-se o valor da</p><p>Conta Produtos Agrícolas para a conta Custo dos Produtos Vendidos, que será utilizada</p><p>para a apuração do resultado da colheita.</p><p>25CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>DEPRECIAÇÃO: CONCEITO,</p><p>MÉTODOS, CÁLCULO E</p><p>CONTABILIZAÇÃO2</p><p>TÓPICO</p><p>2.1 Conceito de Depreciação</p><p>Os bens utilizados nas atividades e na manutenção da empresa rural, que servirão</p><p>por vários ciclos operacionais, devem ser depreciados para que a redução do valor corres-</p><p>pondente seja incorporada aos custos dos produtos. Esses bens estarão registrados no</p><p>Ativo Não Circulante Imobilizado ou Intangível.</p><p>A lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações – em seu art. 183, conforme redação</p><p>dada pela lei 11.941/2009, obriga que a diminuição do valor dos elementos dos ativos</p><p>imobilizados e intangível seja registrada na conta “depreciação, quando corresponder à</p><p>perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de</p><p>utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.</p><p>O quadro a seguir apresenta alguns detalhes sobre depreciação, amortização e</p><p>exaustão, estes serão abordados nos tópicos seguintes.</p><p>QUADRO 1 - TERMINOLOGIAS E APLICAÇÃO DE REDUÇÃO DO IMOBILIZADO E INTANGÍVEL</p><p>TERMINOLOGIA APLICAÇÃO EXEMPLOS</p><p>Depreciação Bens Corpóreos</p><p>Equipamentos, Máquinas,</p><p>veículos, Cultura Permanente</p><p>Exaustão Recursos Naturais Exauríveis Reservas Florestais, Petrolíferas</p><p>Amortização Bens Intangíveis Marcas e Patentes, Contratos</p><p>Fonte: o autor.</p><p>26CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>2.2 Métodos, Cálculos e Contabilização</p><p>Há várias maneiras de calcular a depreciação, porém algumas são pouco utilizadas.</p><p>2.2.1 Método linear ou método de linha reta</p><p>Nesse método utilizam-se taxas anuais com base na vida útil do bem, considerando</p><p>que ele fornecerá benefícios iguais em cada período.</p><p>Por exemplo:</p><p>Imagine uma empresa que adquiriu um bem com vida útil de 4 anos por 400.000,00</p><p>e não possui valor residual.</p><p>Taxa: 100% = 25% ao ano.</p><p>4 anos</p><p>Depreciação 400.000,00 x 25% = 100.000,00 ao ano</p><p>Ou então:</p><p>Cota de Depreciação: 400.000,00 = 100.000,00 ao ano.</p><p>4 anos</p><p>O valor residual é o valor que o bem está valendo ao final dos 4 anos de utilização.</p><p>Caso o bem tenha o valor residual, basta reduzir do total e aplicar a taxa de depreciação</p><p>apenas na diferença.</p><p>O Comitê de Pronunciamento Contábeis, em seu pronunciamento CPC 27, define</p><p>valor residual de um ativo como “o valor estimado que a entidade obteria com a venda</p><p>do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e</p><p>condição esperadas para o fim de sua vida útil”.</p><p>Exemplo:</p><p>Custo do Bem – Valor Residual = valor depreciável</p><p>2.2.2 Método da soma dos dígitos dos anos</p><p>Conforme Crepaldi (2012, p. 133),</p><p>Este é um método de depreciação acelerada que leva em consideração não</p><p>apenas a obsolescência, mas também o incremento de utilização de um ativo</p><p>no início.</p><p>No início da vida de um ativo, o consumo é provavelmente maior do</p><p>que o consumo em outra época. Isso é atribuível a menor quantidade de ava-</p><p>rias e menos necessidade de manutenção. Quando o ativo ficar mais velho, a</p><p>probabilidade de menor utilização é maior e os custos de manutenção maiores,</p><p>o que resulta em o ativo tornar-se menos produtivo com o passar do tempo.</p><p>Assim, esses fatores fornecem a base para maiores débitos de depreciação</p><p>quando o ativo é novo e menor nos últimos anos. (CREPALDI, 2012, p. 133).</p><p>Exemplo: Imagine uma empresa que adquiriu um bem com vida útil de 5 anos por</p><p>R$ 90.000,00 e não possui valor residual.</p><p>Como são 5 anos: 1+2+3+4+5 = 15</p><p>27CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>QUADRO 2 - CÁLCULO DEPRECIAÇÃO</p><p>Fonte: o autor.</p><p>2.2.3 Unidades produzidas e método das horas trabalhadas</p><p>Nesse método considera-se a vida útil do bem em horas ou em capacidade produtiva.</p><p>Considere uma máquina adquirida por R$ 200.000,00, possuindo vida útil com</p><p>uma capacidade produtiva estimada em 1.000.000 de unidades. Sabendo-se que produzirá</p><p>200.000 unidades por ano, calcule a depreciação de cada ano. A máquina tem estimativa de</p><p>operar 20.000 horas, utilizada na razão de 4.000 horas por ano. Não considere valor residual.</p><p>Em função da capacidade produtiva:</p><p>Valor do bem: R$ 200.000,00</p><p>Produção total estimada: 1.000.000 unidades</p><p>Depreciação por unidade produzida: R$ 200.000/1.000.000 = R$ 0,20 por unidade</p><p>Quota anual: 200.000 unidades x R$ 0,20 = R$ 40.000,00</p><p>Em função das horas estimadas:</p><p>Valor do Bem: R$ 200.000,00</p><p>Horas estimadas: 20.000</p><p>Depreciação por hora = R$ 200.000 / 20.000 = R$ 10,00</p><p>Depreciação anual = R$ 10,00 x 4.000 = R$ 40.000,00</p><p>2.2.4 Contabilização da depreciação</p><p>Para registrar os valores de depreciação apurados, utilizam-se as contas Deprecia-</p><p>ção (Custo ou Despesa) e Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante – Conta Redutora):</p><p>D – Depreciação (Conta de Resultado)</p><p>C – Depreciação Acumulada (Redutora do Ativo)</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>Ativo Não Circulante</p><p>Bens Depreciáveis R$ 400.000,00</p><p>(-) Depreciação Acumulada (R$ 100.000,00)</p><p>28CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>AMORTIZAÇÃO: CONCEITO,</p><p>MÉTODOS, CÁLCULO E</p><p>CONTABILIZAÇÃO3</p><p>TÓPICO</p><p>3.1 Conceitos, Métodos e Cálculo</p><p>A amortização deve ser aplicada na recuperação de capital aplicado na aquisição</p><p>de contratos. Dessa forma, como afirma Marion (2017), a amortização ocorre para os casos</p><p>de aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedade de terceiros.</p><p>O autor cita como exemplo os casos de aquisição de direitos de extração de madeira</p><p>de floresta pertencente a terceiros ou de exploração de pomar alheio por prazo determina-</p><p>do, por preço pré-fixado. A exceção, prevista na legislação brasileira, é que se a floresta</p><p>pertencer a terceiros, mas for explorada em função de contrato por prazo indeterminado,</p><p>caracterizam-se as quotas de exaustão e não de amortização.</p><p>A principal diferença entre depreciação e amortização é que essa é aplicada sobre</p><p>bens físicos e de propriedade da empresa rural, enquanto esta é aplicada sobre direitos</p><p>com prazo limitados.</p><p>Exemplo:</p><p>Considere uma empresa que adquire o direito de explorar um pomar de goiabas por</p><p>4 anos pelo valor de R$ 40.000,00.</p><p>40.000,00 = 10.000</p><p>4 anos</p><p>29CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Exemplo de Bens Amortizáveis:</p><p>Benfeitorias em bens de terceiros com cláusula de ressarcimento que devem ser</p><p>registradas no Ativo Imobilizado. Direitos classificados no Ativo Intangível:</p><p>• Concessões públicas: estradas, ferrovias, telefonias;</p><p>• Direitos autorais;</p><p>• Direitos de uso de marca;</p><p>• Contratos de exploração de florestas de terceiros.</p><p>3.2 Contabilização da amortização</p><p>Para registrar a amortização:</p><p>D – Amortização (Conta de Resultado)</p><p>C – Amortização Acumulada (Redutora do Ativo)</p><p>30CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>EXAUSTÃO: CONCEITO,</p><p>MÉTODOS, CÁLCULO E</p><p>CONTABILIZAÇÃO4</p><p>TÓPICO</p><p>4.1 Conceito, Métodos e Cálculos</p><p>Exaurir quer dizer esgotar, portanto, a exaustão está relacionada com a perda de</p><p>valor dos bens e direitos do Ativo pela exploração, sendo ela a extração ou o aproveitamento.</p><p>Crepaldi (2012) afirma que na exaustão a empresa registra, anualmente, a diminuição</p><p>gradativa do valor de aquisição do bem (jazida, lavra ou reserva florestal), em função da quan-</p><p>tidade extraída, avaliados pelo custo de aquisição corrigido na conta Exaustão Acumulada.</p><p>É válido lembrar que Recursos Florestais próprios de frutos sofrem depreciação, já</p><p>as florestas de terceiros para corte ou de fruto sofrem amortização, porque, neste caso, o</p><p>que se amortiza é o contrato (direito de uso), e florestas próprias de corte sofrem exaustão,</p><p>uma vez que serão esgotadas.</p><p>Bens exauríveis são Recursos Minerais e Recursos Florestais. A quota anual de</p><p>exaustão é definida com base no tipo de recurso.</p><p>4.1.1. Recursos minerais</p><p>Considera-se o prazo de exploração previsto ou através da divisão da extração</p><p>anual pela capacidade.</p><p>Exemplo:</p><p>Calcule o prazo de exploração de uma jazida (local com itens de exploração mine-</p><p>ral) adquirida por R$ 1.200.000, com mais R$ 800.000,00 gastos para viabilizar o início da</p><p>exploração, que será de 40 anos.</p><p>31CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>100% = 2,5% ao ano</p><p>40anos</p><p>2.000.000 x 2,5% = 50.000</p><p>ou</p><p>Total a exaurir: 1.200.000 + 800.000 = 2.000.000</p><p>2.000.000 = 50.000,00</p><p>40 anos</p><p>4.1.2. Recursos florestais</p><p>De acordo com o art. 328 do RIR/99, poderá ser computada, como custo ou en-</p><p>cargo, em cada período, a importância correspondente à diminuição do valor de recursos</p><p>florestais resultante de sua exploração.</p><p>O cálculo para floresta plantada será, portanto, através da capacidade total, ou</p><p>seja, número de árvores extraídas dividido pelo número de árvores existentes no início do</p><p>período de apuração.</p><p>Número de árvores extraídas no período = taxa de exaustão</p><p>Número de árvores existentes no período</p><p>Para florestas naturais, o cálculo será pelo percentual entre os recursos florestais ex-</p><p>traídos no período e o volume dos recursos florestais existentes no início do mesmo período.</p><p>Área explorada no período = taxa de exaustão</p><p>Área total dos recursos do período</p><p>4.2 Contabilização da Exaustão</p><p>Para contabilizar a exaustão, utiliza-se uma conta de resultado e uma conta redu-</p><p>tora do ativo:</p><p>D – Exaustão (CR)</p><p>C – Exaustão Acumulada (redutora do Ativo)</p><p>32CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>CONTABILIZAÇÃO</p><p>E APURAÇÃO DO</p><p>RESULTADO: CPC 295</p><p>TÓPICO</p><p>5.1 Esquema de Contabilização da Cultura Temporária</p><p>FIGURA 1 - ESQUEMA DE CONTABILIZAÇÃO - CULTURA TEMPORÁRIA</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Note que a conta Cultura Temporária absorve todos os gastos até o final: a colheita.</p><p>Quando, então, o saldo desta conta será transferido para a conta Produtos Agrícolas que</p><p>receberá os custos que ocorrerem após a colheita, mas que são necessários para que o</p><p>produto fique pronto para venda, como, por exemplo, gastos com o acondicionamento dos</p><p>produtos colhidos.</p><p>33CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Após o produto estar pronto para venda, os gastos passam a ser classificados</p><p>como despesas. Estas, por sua vez, irão para contas específicas que posteriormente serão</p><p>encerradas para apuração do resultado exercício.</p><p>5.1.1 Lançamentos contábeis na cultura temporária</p><p>Pela formação da colheita</p><p>D – Cultura Temporária (arroz, soja, etc.) - Ativo Circulante</p><p>C – Caixa, Fornecedores, depreciação acumulada</p><p>Pela colheita (Produtos Colhidos)</p><p>D – Produtos Agrícolas (Ativo Circulante)</p><p>C – Cultura Temporária (Ativo Circulante)</p><p>Pela Venda</p><p>D – Caixa, Bancos, Clientes (Ativo Circulante)</p><p>C – Venda de Produtos Agrícolas (Conta de Resultado)</p><p>Pela Apuração do Resultado</p><p>D – Custo dos Produtos Vendidos (Conta de Resultado)</p><p>C – Produtos Agrícolas (Ativo Circulante)</p><p>5.1.2 Lançamentos contábeis na cultura permanente</p><p>Os lançamentos contábeis na cultura permanente são:</p><p>1º - Formação da Cultura: registram-se os gastos com a formação da Cultura Per-</p><p>manente na Conta Cultura Permanente em Formação (Ativo Não Circulante - ANC)</p><p>D – Cultura Permanente em Formação (ANC)</p><p>C – Caixa, Fornecedores, etc. (Ativo Circulante - AC)</p><p>2º - Término da Formação: transferem-se os gastos da conta Cultura Permanente</p><p>em Formação para Conta Cultura Permanente Formada, também do Ativo Não Circulante.</p><p>D – Cultura Permanente Formada (ANC)</p><p>C – Cultura Permanente em Formação (ANC)</p><p>3º - Período de Formação do Produto: cria-se a Conta Colheita em Formação (Ativo</p><p>Circulante).</p><p>D – Colheita em Formação (Ativo Circulante - AC)</p><p>34CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>C – Caixa, Fornecedores, Depreciação Acumulado</p><p>4º - Término da Colheita: após o término da colheita transfere-se o saldo da Conta</p><p>Colheita em Formação para a Conta Produtos Agrícolas (Ativo Circulante).</p><p>D – Produtos Agrícolas (AC)</p><p>C – Colheita em Formação</p><p>5º - Venda dos Produtos.</p><p>D – Caixa, Clientes, etc.</p><p>C – Venda de Produtos Agrícolas – café, laranja</p><p>6º - Apuração do Resultado</p><p>D – Custo dos Produtos vendidos (Conta de Resultado)</p><p>C – Produtos Agrícolas (AC)</p><p>Vale reforçar que gastos que acrescentam vida útil à cultura ou que beneficiam</p><p>mais de uma safra devem ser imobilizados para serem depreciados. No caso de empresas</p><p>com mais de uma atividade os custos indiretos devem ser rateados.</p><p>No caso da Cultura Permanente há produtos que não passam pelo estágio de cultura em formação para cul-</p><p>tura formada, uma vez que, no momento de considerar a cultura como formada, ela é ceifada como ocorre</p><p>geralmente com as culturas de cana-de-açúcar, palmito, eucalipto, pinho entre outras que são cortadas</p><p>para brotarem novamente.</p><p>Fonte: Marion (2017, p. 20).</p><p>Você acha que a cultura permanente dá mais trabalho para sua contabilização ao ponto de justificar o</p><p>desinteresse por parte do empresário rural nesta área da Ciência Contábil?</p><p>Fonte: o autor.</p><p>35CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vimos os tipos de Cultura, conhecendo as</p><p>características da Cultura Temporária e da Cultura Permanente. Você pôde ver que ambas</p><p>possuem procedimentos contábeis diferentes e que exigem cuidados específicos para que</p><p>a contabilidade rural exerça sua função gerencial e fiscal. Com relação aos bens e direitos</p><p>registrados no Ativo Não Circulante, Imobilizado e Intangível aprendeu que as reduções</p><p>podem ocorrer através de depreciação, amortização e exaustão, bem como os conceitos,</p><p>métodos e forma de contabilização de cada um destes itens.</p><p>A partir de agora você está preparado(a) para seguir se aprofundando na contabi-</p><p>lidade rural. Convido você a seguir em frente e conhecer, na Unidade III deste material, a</p><p>Contabilidade da Pecuária.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>36CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>Veja a seguir a estimativa de vida útil de alguns equipamentos, implementos e</p><p>construções rurais:</p><p>• Paredes de tijolos, coberta de telha: duração de 25 anos e taxa de depreciação</p><p>de 4% ao ano.</p><p>• Parede de madeira, cobertura de telha: duração de 15 anos e taxa de deprecia-</p><p>ção de 6,7%.</p><p>• Cercas de arames: duração de 10 anos e taxa de depreciação 10% ao ano.</p><p>• Cerca elétrica: duração de 10 anos e taxa de depreciação 10% ao ano.</p><p>• Tratores de roda: duração de 10 anos e taxa de depreciação 10% ao ano.</p><p>• Adubadeira: duração de 8 anos e taxa de depreciação 12,5% ao ano.</p><p>• Café: duração de 20 anos e taxa de depreciação 5% ao ano.</p><p>• Banana: duração de 08 anos e taxa de depreciação 12,5% ao ano.</p><p>• Laranja: duração de 15 anos e taxa de depreciação 6,67% ao ano.</p><p>Fonte: Marion e Segatti (2012).</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>37CONTABILIDADE AGRÍCOLAUNIDADE 2</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>FILME/VÍDEO</p><p>• Título: Cavalo de Guerra</p><p>• Ano: 2012</p><p>• Sinopse: Ted Narracot (Peter Mullan) é um camponês destemido e</p><p>ex-herói de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha junto</p><p>com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para</p><p>sobreviver numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem</p><p>escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância do senhorio, decide</p><p>enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um cavalo inadequado para</p><p>os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu</p><p>filho estabeleceria com o animal uma conexão jamais imaginada. Batizado</p><p>de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem</p><p>aptidões. Mas a 1ª Guerra Mundial chegou e a cavalaria britânica o leva</p><p>embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já</p><p>nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e</p><p>determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferen-</p><p>tes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente.</p><p>LIVRO</p><p>• Título: Contabilidade Rural</p><p>• Autor: José Carlos Marion</p><p>• Editora: Atlas</p><p>• Sinopse: Este texto, utilizando-se de uma abordagem atual, prática e</p><p>objetiva, vem preencher uma lacuna na bibliografia de Contabilidade Rural</p><p>no Brasil, e atender a necessidade de um texto com conteúdo programático</p><p>adequado ao ensino e à prática profissional. Em primeiro lugar, trata da</p><p>Contabilidade Agrícola, em que são destacadas as diferenças básicas na</p><p>contabilização das culturas temporárias e permanentes, bem como é anali-</p><p>sado o tratamento contábil que deve ser dado ao desmatamento e preparo</p><p>do solo para o cultivo. Um dos pontos altos aqui abordados é o tratamento</p><p>da depreciação na agropecuária. Além disso, o autor introduz um plano de</p><p>contas para empresas agrícolas e faz comentários sobre o funcionamento</p><p>das principais contas. Em segundo lugar, discorre sobre a Contabilidade de</p><p>Pecuária e trata pormenorizadamente do método de custo, do custo na pe-</p><p>cuária, bem como do método do valor de mercado. Em terceiro lugar, trata do</p><p>Imposto de Renda aplicado à atividade rural. Em resumo, o conteúdo deste</p><p>livro é o seguinte: conceitos básicos da atividade rural: agrícola, zootécnica</p><p>e agroindustrial; ano agrícola X exercício social; forma jurídica de exploração</p><p>na agropecuária; fluxo contábil na atividade agrícola: culturas temporárias,</p><p>permanentes, correção monetária; novos projetos agropecuários e gastos</p><p>com melhorias; depreciação na agropecuária; casos de exaustão e amorti-</p><p>zação; planificação contábil e operacionalização do plano de contas; inven-</p><p>tário periódico e permanente; sistema auxiliar de contas; contabilidade da</p><p>pecuária; classificação do gado no balanço patrimonial; métodos do custo X</p><p>método a valor de mercado; Imposto de Renda - pessoa jurídica.</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .</p><p>Plano de Estudos</p><p>• Sistemas de Produção;</p><p>• Pastagem;</p><p>• Tipos de Pastoreio;</p><p>• Alimentação Suplementar;</p><p>• Reprodução;</p><p>• Especialização das Propriedades Pecuárias;</p><p>• Divisão do Rebanho em Categorias;</p><p>• Cálculo do Custo do Bezerro;</p><p>• Contabilização e Apuração do Resultado: CPC 29.</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>• Conceituar Pecuária;</p><p>• Compreender a pastagem, tipos de pastoreio, alimentação</p><p>suplementar;</p><p>• Conhecer processos como reprodução, Divisão dos Rebanhos;</p><p>• Aprender a calcular o custo do bezerro;</p><p>• Entender a contabilização e apuração do resultado.</p><p>Professor Esp. Ivã da Cruz de Araújo</p><p>CONTABILIDADE CONTABILIDADE</p><p>PECUÁRIAPECUÁRIA</p><p>UNIDADEUNIDADE3</p><p>39CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá!</p><p>Na unidade anterior você conheceu a Contabilidade Rural voltada</p><p>para agricultura,</p><p>agora é hora conhecer como utilizar esta área da ciência contábil ligada à pecuária. Essa</p><p>unidade foi elaborada para que você entenda a pecuária e seus processos, tais como a</p><p>produção, a reprodução, os custos do bezerro e a apuração do resultado. Conhecer estes</p><p>processos, bem como entender como a contabilidade trabalha com a pecuária, ampliará seus</p><p>conhecimentos contábeis, enriquecendo ainda mais sua formação acadêmica e profissional.</p><p>Boa leitura e bons estudos.</p><p>SISTEMAS DE</p><p>PRODUÇÃO1</p><p>TÓPICO</p><p>40CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Ao ouvir a palavra gado, você, se não trabalha nesta área, provavelmente deve</p><p>associar a boi ou vacas. Porém, gado são animais criados em campo para serviços de</p><p>lavoura, consumo e para fins industriais e/ou comerciais, tais como:</p><p>• Bovinos: bois, vacas;</p><p>• Caprinos: bodes, cabras;</p><p>• Equinos: cavalos, asnos, zebras, pôneis;</p><p>• Ovinos: carneiros, ovelhas;</p><p>• Muares: burros, mula;</p><p>• Bubalinos: búfalos.</p><p>Marion e Segatti (2012) referem-se à pecuária como a arte de criar gado. Explicam</p><p>que os bovinos, também chamados Gado Vacum, servem às seguintes finalidades: traba-</p><p>lho, reprodução, corte e leite. Utilizaremos neste material os bovinos como exemplo.</p><p>Os sistemas de reprodução do bovino são divididos em:</p><p>• Extensivo;</p><p>• Semi-intensivo;</p><p>• Intensivo.</p><p>1.1 Sistemas de Reprodução Extensivo</p><p>O sistema de reprodução extensivo caracteriza-se por processos mais simplifica-</p><p>dos, em que a Unidade Animal (UA) por hectare (ha) é menor.</p><p>41CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Para Marion e Segatti (2012, p. 6), nesse sistema de reprodução</p><p>Geralmente os animais são mantidos em pastos nativos ou cultivados na de-</p><p>pendência exclusiva dos recursos naturais. Este sistema caracteriza-se por</p><p>baixa lotação variando de 0,4 a 0,8 UA/ha/Ano, em áreas contíguas sem</p><p>planejamento adequado de lotação e disponibilidade de forragens. O ma-</p><p>nejo sanitário baseia-se simplesmente em calendários oficiais e vacinação</p><p>da região em está inserida a propriedade. O manejo zootécnico é ausente</p><p>ou pouco presente, não se preocupando com o suprimento de forragem no</p><p>período adverso do ano(seca). É um sistema utilizado ainda em áreas re-</p><p>cém-desbravadas, onde a produção de forrageira exerce forte pressão sobre</p><p>recursos naturais. (MARION; SEGATTI, 2012, p. 6).</p><p>1.2 Sistema de Reprodução Semi-Intensivo</p><p>Com relação ao Sistema de Reprodução Semi-intensivo, Marion e Segatti (2012)</p><p>explicam que a falta de inviabilidade técnica e econômica do sistema extensivo, devido à</p><p>degradação das forrageiras ou pastagens, obriga o pecuarista que pretende manter-se na</p><p>atividade a implantar forrageiras que sofrem pastoreio racional através de subdivisões das</p><p>pastagens, levando a uma maior capacidade de suporte por unidade área, chegando até a</p><p>4,0 UA/ha/ano.</p><p>Nesse sistema as pastagens/forrageiras recebem normalmente corretivos de solo</p><p>(calcário), adubação química. Além de um manejo mais adequado do rebanho, exige vaci-</p><p>nas obrigatórias, entre outros processos, como vermifugação, mineralização e acompanha-</p><p>mento zootécnico do rebanho.</p><p>1.3 Sistema de Reprodução Intensivo</p><p>Esse sistema, devido ao aumento da população e redução da área útil, com o intuito</p><p>de obter maior produtividade e rentabilidade aliadas à tecnologia, exige maiores cuidados.</p><p>Marion e Segatti (2012, p. 7) explicam que este sistema consiste</p><p>Na formação de pastagens artificiais adequadamente adubadas e até irrigadas,</p><p>com forrageiras adequadas à região, propiciando a divisão dos pastos para o</p><p>estabelecimento do rodízio (permite repouso e recuperação das pastagens).</p><p>Na melhoria tanto das condições de alimentação (arraçoamento, sal, minerais,</p><p>etc.), associando pasto + suplementação, ou pasto +confinamento, como da</p><p>ordem higiênico-sanitária, o que foi possível pela redução da distância entre</p><p>o curral e o rebanho. Na introdução de novas raças produtivas, adequadas à</p><p>região, em substituição aos gados nativos. (MARION; SEGATTI, p. 7).</p><p>PASTAGEM2</p><p>TÓPICO</p><p>42CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>A pastagem é o local onde o animal pasta e come ervas não ceifadas. Divide-se em:</p><p>• Pastagem natural;</p><p>• Pastagem artificial.</p><p>2.1 Pastagem Natural</p><p>Também denominado pasto nativo, a pastagem natural é aquela cuja área não</p><p>foi cultivada, mas é possível o aproveitando do potencial da natureza e geralmente não</p><p>apresenta problemas com erosão. São exemplos de pastagens naturais:</p><p>• Campos;</p><p>• Capins Naturais.</p><p>2.2 Pastagem Artificial</p><p>São áreas cultivadas que exigem preparo do solo para que sirvam para criação</p><p>de animais. As principais forrageiras utilizadas nos pastos artificiais são as gramíneas,</p><p>leguminosas e cactáceas.</p><p>TIPOS DE</p><p>PASTOREIO3</p><p>TÓPICO</p><p>43CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>O pastoreio é a forma como o pecuarista controla a utilização do pasto, inclusive</p><p>planejando número de cabeças por hectare. Basicamente há dois tipos de pastoreio: o</p><p>rotativo, que funciona como sistemas de rodízio, e o pastoreio contínuo.</p><p>• Pastoreio Rotativo: nesse tipo de pastoreio é feito um rodízio para manter o</p><p>pasto em repouso para que ele se recupere e seja, posteriormente, aproveitado</p><p>com qualidade nutricional. Divide-se a área em partes menores para que o rodízio</p><p>destas áreas seja implantando.</p><p>• Pastoreio Contínuo: esse tipo de pastoreio consiste em deixar o gado no</p><p>mesmo pasto permanentemente.</p><p>Em ambos os tipos de pastoreios, geralmente, há um controle para separar os ani-</p><p>mais em lotes de acordo com suas categorias, como, por exemplo, vacas de cria, animais</p><p>para engorda, etc.</p><p>ALIMENTAÇÃO</p><p>SUPLEMENTAR4</p><p>TÓPICO</p><p>44CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Basicamente, o objetivo da alimentação suplementar é fornecer para o gado nu-</p><p>trientes necessários para seu crescimento saudável. Esses nutrientes, tais como proteínas,</p><p>minerais, vitaminas e carboidratos, melhoram a produtividade dos bovinos durante o perío-</p><p>do de seca.</p><p>No período de seca as pastagens crescem com baixos índices nutricionais, o que</p><p>requer suplementação para não prejudicar a qualidade do gado.</p><p>Conhecer as melhores estratégias para manter, com menor custo possível, uma</p><p>boa alimentação para gados de corte e de leite é extremamente necessário para o empre-</p><p>sário rural. Este, por sua vez, deve procurar informação especializada e tomar medidas que</p><p>melhor se enquadrem em sua propriedade e produção, principalmente por haver diversas</p><p>variáveis que influenciam em cada caso, como, por exemplo, a diferença de climas nas</p><p>regiões do país.</p><p>REPRODUÇÃO5</p><p>TÓPICO</p><p>45CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Parte fundamental também na pecuária, a reprodução consiste em multiplicar a es-</p><p>pécie através de manipulação planejada. Buscar conhecimento para aprimorar técnicas de</p><p>reprodução deve ser uma constante do empresário rural, que deve sempre buscar melhorar</p><p>a qualidade e rendimento das próximas gerações.</p><p>5.1 Métodos de Reprodução</p><p>De acordo com Marion e Segatti (2012), os métodos de reprodução mais encontra-</p><p>dos são:</p><p>• Seleção: trata-se do acasalamento de bovinos escolhidos dentro do plantel,</p><p>considerando suas características raciais, produtividade, etc., visando a melhoria</p><p>da qualidade nas gerações vindouras.</p><p>• Consanguinidade: tendo como objetivo o aprimoramento de uma raça, faz-se</p><p>o acasalamento de animais com alto grau de parentesco, como pai-netas, filho-</p><p>-mãe, etc.</p><p>• Cruzamento: reprodução entre animais da mesma espécie, porém de raças</p><p>diferentes.</p><p>5.2 Formas de Reprodução</p><p>Há três formas utilizadas para reprodução, sendo a monta natural livre a mais utili-</p><p>zada. Crepaldi (2012, p. 231) afirma que há três formas:</p><p>A Monta Natural Livre é mais a usada; nela, o reprodutor permanece o tempo</p><p>todo com as vacas. Neste caso, a perda de cio é menor pelo fato de o próprio</p><p>46CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>macho identificar as fêmeas (vacas e novilhas) nesta fase. A relação de touro/</p><p>vaca é menor (um touro para 20 a 25 vacas) pelo possível desgaste ocasio-</p><p>nado por sucessivas montas numa vaca em cio; por este motivo são pouco</p><p>utilizados</p><p>animais de alto valor genético nesse tipo de manejo.</p><p>[…]</p><p>Monta Natural controlada ou inseminação artificial é o sistema em que a vaca</p><p>observada em cio é levada ao reprodutor ou inseminada. As vantagens deste</p><p>tipo de manejo são de poder-se anotar corretamente as datas da cobertura</p><p>ou inseminação artificial, possibilitar maior controle de infecções relacionadas</p><p>à reprodução, de melhor aproveitamento de um bom reprodutor, graças ao</p><p>aumento da relação touro/vaca. Como desvantagens, verifica-se a neces-</p><p>sidade de mais e melhor mão de obra e perda de cios por deficiência na</p><p>observação deste cio.</p><p>[…]</p><p>A monta natural parcialmente controlada é o sistema em que o reprodutor perma-</p><p>nece junto com as vacas certo período do dia. É também um sistema de manejo que se</p><p>aplica a gado de leite, uma vez que por ocasião das ordenhas, pela manhã e à tarde, o</p><p>reprodutor é então colocado junto com as vacas. Facilita a identificação de cios feita pelo</p><p>próprio reprodutor e não permite seu desgaste, uma vez que, após uma ou duas montas, a</p><p>vaca em cio é separada do reprodutor. (CREPALDI, 2012, p. 231).</p><p>ESPECIALIZAÇÃO</p><p>DAS PROPRIEDADES</p><p>PECUÁRIAS6</p><p>TÓPICO</p><p>47CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>A especialização das atividades pecuárias possui três fases principais que são</p><p>executadas individualmente ou em combinações.</p><p>• Cria;</p><p>• Recria;</p><p>• Engorda.</p><p>A cria é a produção principal, o bezerro é vendido após o desmame. Geralmente</p><p>a matriz produz um bezerro por ano e o desmame ocorre num período igual ou inferior a</p><p>12 meses. A recria consiste em, após desmamar o bezerro (entre 13 a 23 meses), produzir</p><p>e vender o novilho magro para engorda. A engorda é a atividade que, a partir do novilho</p><p>magro, produz o novilho gordo para venda.</p><p>DIVISÃO DO</p><p>REBANHO EM</p><p>CATEGORIAS7</p><p>TÓPICO</p><p>48CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>A divisão do rebanho segue critérios como idade, peso e sexo e facilita a forma</p><p>como o rebanho deve ser manejado, bem como interfere no controle da pastagem.</p><p>7.1 Classificação por Idade</p><p>O rebanho é dividido em:</p><p>• Bezerro;</p><p>• Novilha: antes da primeira parição;</p><p>• Vaca – Matriz: após a primeira parição;</p><p>• Novilho: estágio do desmame;</p><p>• Boi: bovino adulto castrado;</p><p>• Garrote: macho inteiro não castrado;</p><p>• Touro: reprodutor.</p><p>7.2 Classificação Contábil do Gado</p><p>O Parecer Normativo n.º 57/76 do Fisco indica a classificação a ser utilizada para</p><p>o Ativo Imobilizado:</p><p>Podemos considerar como integrante do ativo imobilizado as contas a seguir</p><p>indicadas, tendo em vista o disposto no art. 241 - RIR/75, Decreto 76.186/75,</p><p>verbis: “Integram o ativo imobilizado, para os efeitos de correção monetária,</p><p>os bens que se destinem à exploração do objeto social ou à manutenção das</p><p>atividades da pessoa jurídica.”</p><p>49CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>2.1.1. Gado Reprodutor, indicativa de touros puros de origem, touros puros</p><p>de cruza, vacas puras de cruza, vacas puras de origem e plantel destinados</p><p>à inseminação artificial;</p><p>2.1.2. Gado de Renda, representando bovinos, suínos, ovinos e equinos que</p><p>a empresa explora para a produção de bens que constituem objeto de suas</p><p>atividades;</p><p>2.1.3. Animais de Trabalho, compreendendo equinos, bovinos, muares, asini-</p><p>nos destinados a trabalhos agrícolas, sela e transporte.</p><p>Quanto ao Ativo Circulante, o parecer diz que devem ser classificados neste grupo</p><p>animais pequenos destinados à revenda ou para consumo e gados. Exemplos:</p><p>• Aves;</p><p>• Gado bovino;</p><p>• Suínos;</p><p>• Ovinos;</p><p>• Caprinos;</p><p>• Coelhos;</p><p>• Peixes.</p><p>Vale reforçar que na pecuária o período de curto e longo prazo é definido com</p><p>base no ciclo operacional da atividade. Desta forma, e seguindo a Lei 6.404/76 (Lei das</p><p>Sociedades Anônimas), o curto prazo leva em média três a quatro anos.</p><p>Para evitar o trânsito entre Ativo Circulante e Ativo Não Circulante desnecessaria-</p><p>mente deve-se confirmar a real capacidade de reprodução do animal para, só então, reclassi-</p><p>ficá-lo como imobilizado. Até esta confirmação este permanece no Estoque - Ativo Circulante.</p><p>CÁLCULO DO</p><p>CUSTO DO</p><p>BEZERRO8</p><p>TÓPICO</p><p>50CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Como você já sabe controlar os custos de qualquer empresa, qualquer processo ou</p><p>atividade é de suma importância. Na pecuária esse controle também se faz necessário, o</p><p>que exige planejamento e muito controle.</p><p>O método de custo é definido por Crepaldi (2012) como o método que considera,</p><p>para efeito de registro, os valores de aquisição ou de produção. Já o método de valor de</p><p>mercado considera o preço de mercado do plantel, reconhecendo-o sempre que houver</p><p>ganho econômico, uma vez por ano, considerando que o rebanho cresce naturalmente.</p><p>Para fins didáticos, no próximo tópico você verá como contabilizar pelo método de</p><p>custo, porém não deixe de ler nos livros sugeridos o método de contabilização pelo método</p><p>de mercado.</p><p>Os principais Custos do Rebanho em Formação são:</p><p>• Salários e encargos sociais;</p><p>• Manutenção e conservação;</p><p>• Combustíveis;</p><p>• Energia Elétrica;</p><p>• Seguros;</p><p>• Depreciação de Instalações;</p><p>• Depreciação e exaustão de pastos bem como de outros ativos;</p><p>• Serviços profissionais;</p><p>• Fretes;</p><p>51CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>• Peças de Reposição;</p><p>• Manutenção de cercas;</p><p>• Depreciação de matrizes;</p><p>• Depreciação de reprodutores;</p><p>• Materiais de inseminação;</p><p>• 13º Salário;</p><p>• Férias.</p><p>Cabe à Contabilidade avaliar os gastos e classificá-los como custos ou despesas.</p><p>Um bom plano de contas é de suma importância para auxiliar na contabilização desses</p><p>gastos. Os gastos com administração da empresa (fazenda) podem ser, por exemplo, lan-</p><p>çados como despesas, já os custos podem ser diretos, quando de fácil identificação com o</p><p>produto, ou indiretos, quando houver a necessidade de rateio (divisão dos custos indiretos</p><p>entre os produtos).</p><p>A empresa pode ainda adotar a departamentalização e dividir as contas em depar-</p><p>tamentos de serviços que acumularia os gastos com Assistência Técnica e Almoxarifado e</p><p>Departamento Produtivo para, por exemplo, os processos de cria, recria e engorda.</p><p>Marion (2017) afirma que o método de custo assemelha-se ao mesmo aplicado à</p><p>empresa industrial, sendo que todo o custo da formação do rebanho é acumulado ao plantel</p><p>e registrado no Estoque - Ativo Circulante (Ativo Biológico). Quando o estoque for vendido</p><p>ocorrerá a baixa, debitando-se o Custo do Gado Vendido.</p><p>Crepaldi (2017) menciona o Sistema de Custeio por Absorção como método de</p><p>apropriação dos custos, que segue quatro passos:</p><p>a. Separação dos gastos do período e classificação em custos e despesas.</p><p>b. Classificação dos Custos em diretos e indiretos.</p><p>c. Apropriação dos custos diretos aos produtos.</p><p>d. Ratear e apropriar os custos indiretos à produção.</p><p>A importância de separar custos e despesas é que as despesas irão diretamente</p><p>para o resultado (Demonstração do Resultado do Exercício), enquanto os custos serão</p><p>apropriados aos estoques. No próximo tópico você verá a contabilização deste processo e</p><p>ficará ainda mais claro porque classificar os gastos em custos e despesas é tão importante.</p><p>CONTABILIZAÇÃO</p><p>E APURAÇÃO DO</p><p>RESULTADO: CPC 299</p><p>TÓPICO</p><p>52CONTABILIDADE PECUÁRIAUNIDADE 3</p><p>Prezado(a) aluno(a), como você sabe, a Ciência Contábil tem como principal obje-</p><p>tivo fornecer informações para tomada de decisão, estudando e controlando o patrimônio</p><p>das entidades. Na empresa rural, os processos, embora um pouco diferentes, utilizam os</p><p>mesmos princípios contábeis aplicados nas empresas comerciais e industriais.</p><p>9.1 Contabilização pelo Método de Custo</p><p>Como você viu no tópico anterior, esse método consiste em acumular os custos de</p><p>formação do rebanho na conta Estoque – Ativo Biológico – Ativo Circulante, que, por oca-</p><p>sião das vendas, é baixado e levado ao resultado como Custo do Gado Vendido, apurando</p><p>o lucro no momento da venda.</p><p>Considere uma empresa que no ano X1 apurou os seguintes fatos:</p><p>a. Nascimento de 12 bezerros: 6 machos e 6 fêmeas;</p><p>b. A empresa possui reprodutores no valor de R$ 4.800,00 e matrizes de R$</p><p>4.000,00.</p><p>c. Custo com rebanho</p>