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<p>Olá, cursista!</p><p>Vamos iniciar nossos estudos sobre fundos de investimento.</p><p>O mercado financeiro nacional vem passando por um processo de expansão nos últimos anos, com mais de 28 mil fundos registrados e patrimônio de aproximadamente R$ 7,5 trilhões. O Brasil tem a quarta maior indústria de fundos de investimento do mundo, o que traz protagonismo e respeitabilidade ao país.</p><p>Alinhada com a Lei da Liberdade Econômica e as jurisdições internacionais, a Resolução CVM nº 175 é resultado de uma audiência pública junto a vários players, a qual busca refletir a relevância de um ambiente regulatório moderno e funcional, simplificando estruturas e promovendo maior flexibilidade e eficiência, além da democratização ao acesso de novos produtos, sem desconsiderar a proteção dos investidores.</p><p>Desse modo, nosso objetivo é rever algumas das principais características e regras de funcionamento dos fundos de investimento a partir das normas estabelecidas pela Resolução CVM nº 175, que marca uma grande mudança e um novo marco regulatório no setor e tem como propósito destravar obstáculos para o avanço ainda maior da indústria de fundos brasileira.</p><p>Estrutura e características dos fundos de investimento</p><p>O que é fundo de investimento e quais são suas principais características?</p><p>O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio de natureza especial, destinado à aplicação em ativos financeiros, bens e direitos, de acordo com a regra específica cabível à categoria do fundo. Nesse sentido, podemos destacar as seguintes características:</p><p>Investimento coletivo</p><p>Os fundos são uma espécie de investimento coletivo, com suas classes e subclasses, em que diversos investidores, com objetivos em comum, reúnem seus recursos para investirem conjuntamente.</p><p>Estrutura multiclasses</p><p>A nova estrutura multiclasses do fundo visa melhorar a eficiência operacional, seguindo as regras gerais do regulamento do fundo e as especificadas em seu anexo (e, se houver subclasse, de seu apêndice), além de um órgão que disciplina, fiscaliza e desenvolve o setor.</p><p>Gestão qualificada</p><p>A gestão dos fundos é feita por profissionais qualificados, que fornecem informações sobre sua política e seu desempenho, assim como realizam assembleias para deliberações e prestação de contas.</p><p>Assim, ao adquirir cotas de investimento, o investidor está concordando com suas regras de funcionamento. Portanto, o exame dos documentos legais e o entendimento da estrutura do fundo, suas classes e subclasses, seus objetivos e sua política de investimentos são fundamentais para uma correta decisão de investimento.</p><p>Vantagens e desvantagens versus ativos individuais</p><p>Para quem se destinam os fundos de investimento?</p><p>Suas características acabam refletindo nas vantagens de se utilizar os fundos de investimento como instrumentos de formação de patrimônio financeiro interessantes para pequenos e grandes investidores.</p><p>A seguir, conheça as principais vantagens:</p><p>Facilidade de acesso</p><p>Liquidez</p><p>Diversificação</p><p>Gestão profissional</p><p>Possui uma equipe de profissionais dedicada e preparada, responsável pela tomada de decisão de compra e venda de ativos.</p><p>Agora, confira as desvantagens:</p><p>Custo</p><p>Prevê o pagamento de taxas para remuneração dos profissionais, além de gastos operacionais.</p><p>Falta de liberdade de escolha</p><p>A escolha dos ativos que compõem o portfólio das classes de fundos é do gestor.</p><p>Na sequência, vamos entender como os fundos de investimento são estruturados.</p><p>Patrimônio e cotas</p><p>Para começar, vamos compreender o que são cotas?</p><p>Os recursos aplicados na classe de um fundo de investimento são transformados em ativos financeiros e são de propriedade do condomínio que, em última instância, pertencem a todos os cotistas dessa classe. Esse patrimônio é dividido em cotas, daí a denominação dos investidores de fundos em cotistas.</p><p>As cotas representam a menor fração do patrimônio do fundo e conferem iguais direitos e obrigações aos cotistas, independentemente da quantidade de cotas que possuem.</p><p>Então, quando alguém investe em uma classe de um fundo, está comprando um número de cotas, que serão sua parte nele e, em função do preço da cota, representa um valor em reais.</p><p>Acontece na prática</p><p>Você sabe como se organizam a escrituração e a subscrição de cotas em fundos de investimento? Acompanhe!</p><p>O administrador, ou instituição contratada para esse fim, é quem deve realizar a escrituração de cotas, realizando a inscrição do nome do titular no registro de cotistas do fundo.</p><p>O gestor do fundo de investimento pode contratar um distribuidor para realizar a subscrição de cotas do fundo por conta e ordem dos investidores. Nesses casos, o distribuidor deve manter registro complementar dos cotistas, e o administrador ou a instituição terceira escriturará suas cotas de forma especial: na identificação do titular, adotará o nome do distribuidor por conta e ordem, acrescido do código de cliente fornecido por ele e que identifica o cotista no registro complementar.</p><p>Os bens e direitos integrantes do patrimônio de cada cliente dos distribuidores, assim como seus frutos e rendimentos, não se comunicam entre si ou com o patrimônio do distribuidor, nem respondem direta ou indiretamente por qualquer obrigação contraída por tais distribuidores, devendo suas aplicações, amortizações e resgates ser efetuados de forma segregada.</p><p>Na sequência, analisaremos a composição dos fundos de investimento.</p><p>Composição</p><p>Quais são os participantes dos fundos de investimento?</p><p>Confira como é composta a estrutura e as funções dos participantes:</p><p>Como estão estruturados os participantes dos fundos de investimento.</p><p>A seguir, vamos conhecer quais inovações a Resolução CVM nº 175 apresenta.</p><p>Se liga</p><p>Resolução CVM nº 175: o que mudou?</p><p>A própria Resolução CVM nº 175 por si só já inova em relação à sua técnica normativa. Na parte geral, estão as normas aplicáveis a todos os fundos de investimento, que são complementadas pelos anexos normativos, sendo cada um, por sua vez, destinado à regulação específica de uma categoria de fundo de investimento. Por exemplo, no Anexo Normativo I, encontram-se as disposições dos Fundos de Investimento Financeiro (FIF) e, no Anexo II, as dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).</p><p>Agora que já conhecemos a composição dos participantes dos fundos de investimento, passemos para suas características.</p><p>Características</p><p>Quais são as características dos fundos de investimento?</p><p>A nova resolução prevê variação em:</p><p>Classes</p><p>Há diferentes classes de cotas na mesma categoria, desde que não alterem o tratamento tributário aplicado ao fundo, com direitos e obrigações distintos e patrimônio segregado das demais classes.</p><p>Subclasses</p><p>As subclasses se diferenciam pelo: I - público-alvo; II - prazos e condições de aplicação, amortização e resgate; e III - taxas de administração, gestão, máxima de distribuição, ingresso e saída.</p><p>Com isso, muitas regras sobre a constituição, o funcionamento e a divulgação das informações se diferenciarão a depender dos seguintes fatores:</p><p>1. a categoria do fundo e seu anexo normativo;</p><p>2. o próprio fundo e seu regulamento;</p><p>3. a classe de cotas e seu anexo;</p><p>4. a subclasse e seu apêndice.</p><p>As classes de cotas podem ser organizadas de forma aberta ou fechada, a depender de como o anexo admite o resgate das cotas. Vamos entender como elas se diferenciam em relação aos três aspectos a seguir:</p><p>Resgate de recursos</p><p>Participação de cotistas</p><p>Cessão e transferência</p><p>Você sabe qual é a diferença entre as classes restrita e exclusiva? Acompanhe!</p><p>Restrita</p><p>Refere-se à classe ou subclasse exclusivamente destinada à aplicação de recursos de investidores qualificados e profissionais.</p><p>Exclusiva</p><p>Refere-se à classe ou subclasse de cotas constituída para receber aplicações exclusivamente de um único investidor profissional, de cotistas que possuam vínculo societário familiar ou de cotistas vinculados por interesse único e indissociável.</p><p>A seguir, confira um exemplo que contextualiza como a Comissão de Valores Mobiliários categoriza os tipos de investidores.</p><p>Se liga</p><p>Como proteger</p><p>os investidores? Compreenda as divisões e proteções do mercado financeiro.</p><p>A Comissão de Valores Mobiliários divide os investidores em três grupos, com o intuito de proteger aqueles que possuem menos conhecimentos e experiência em relação ao mercado financeiro, restringindo seu acesso a ativos mais complexos ou menos transparentes.</p><p>1. Profissionais: detêm quantia acima de R$ 10 milhões em investimentos financeiros mais atestado, responsabilizando-se pela aplicação de seus próprios recursos; ou são assessores de investimento, administradores de carteira, analistas ou consultores de valores mobiliários com autorização pela CVM.</p><p>2. Qualificados: detêm uma quantia acima de R$ 1 milhão em investimentos financeiros mais atestado; ou obtêm aprovação em exames de qualificação técnica ou certificações da CVM referente a recursos próprios.</p><p>3. Varejo: consiste nos demais investidores.</p><p>Quanto à denominação, sabemos que, no nome dos fundos, deve constar a expressão “fundo de investimento”, acrescida da referência de sua categoria. Ademais, será adicionado o termo “responsabilidade limitada”, caso o regulamento do fundo limite à responsabilidade dos cotistas, ou seja, se o fundo tiver diferentes classes e subclasses de cotas, cada uma terá sua denominação própria.</p><p>Outra mudança relevante nas regras se refere à responsabilidade do cotista, que pode passar a ser limitada ao valor por ele subscrito, isto é, ao valor das cotas. Caso não esteja prevista no regulamento, o cotista pode responder por perdas que sejam superiores ao patrimônio líquido do fundo, caso fique negativo. Ele deverá assinar o termo declaratório, mediante o qual atesta possuir ciência de sua responsabilidade ilimitada, bem como que poderá ser chamado para aportar mais dinheiro e cobrir um eventual déficit, nos termos do regulamento.</p><p>Caso o fundo possua somente classes de investimento em cotas, sua denominação pode utilizar a expressão “fundo de investimento em cotas”, também conhecido como FIC. Essas cotas otimizam a gestão, a distribuição e a administração das carteiras, pois podem realizar tanto a gestão principal em um determinado fundo quanto sua distribuição, via FIC, nos diversos canais comerciais (varejo, private banking, investidores institucionais etc.).</p><p>Prestadores de serviços</p><p>Como se dá o funcionamento do fundo de investimento em relação aos prestadores de serviços?</p><p>O funcionamento do fundo de investimento se materializa por meio da atuação dos prestadores de serviços essenciais e terceiros por eles contratados, que respondem perante a CVM, nas suas respectivas esferas de atuação, e por seus próprios atos e omissões contrários:</p><p>· à lei;</p><p>· à regulamentação vigente;</p><p>· ao regulamento do fundo e demais documentos de classes e subclasses.</p><p>O administrador e o gestor constituem o fundo de investimento e aprovam seu regulamento por deliberação conjunta, no mesmo ato. Entretanto, o funcionamento de cada classe dependerá do seu registro próprio na CVM. Se antes o administrador era a figura principal e com maior responsabilidade, na nova regra, suas atribuições passam a ser redistribuídas e compartilhadas com o gestor, ficando cada um responsável pelas decisões relacionadas às suas funções:</p><p>Administrador</p><p>Todas as atividades necessárias para a administração do fundo.</p><p>Gestor</p><p>Todas as atividades necessárias para a gestão da(s) carteira(s) de ativos.</p><p>Agora, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre as funções do administrador.</p><p>Funções do administrador</p><p>Quando pensamos no administrador, quais são suas responsabilidades e funções? O que vem à mente?</p><p>Entre as obrigações do administrador, podemos citar a contratação de terceiros devidamente habilitados e autorizados, em nome do fundo, para execução dos seguintes serviços:</p><p>1. tesouraria, controle e processamento dos ativos;</p><p>2. escrituração das cotas;</p><p>3. auditoria independente.</p><p>O administrador do fundo também é responsável por calcular e divulgar o valor da cota e do patrimônio líquido das classes e subclasses de cotas abertas, diariamente – salvo se as classes e subclasses não oferecerem liquidez diária a seus cotistas que, nesse caso, terão sua periodicidade compatível com a liquidez dos ativos e expressamente prevista no regulamento.</p><p>O valor do patrimônio líquido é obtido pela soma dos valores de todos os títulos e em caixa, menos as despesas.</p><p>Fonte: © interstid, Adobe Stock (2023).</p><p>Como funciona o valor da cota?</p><p>O preço da cota é calculado pela divisão do valor do patrimônio líquido da própria classe ou subclasse pelo número de cotas da respectiva. Caso o investidor queira resgatar suas cotas, o gestor vende os ativos que entende ser os mais adequados e, com o valor da venda, paga o investidor. Por outro lado, quando um investidor faz uma aplicação, o gestor decide quais ativos irá comprar para a carteira da classe, se julgar necessário.</p><p>Em seguida, analisaremos uma situação prática de como funciona o cálculo dos valores das cotas.</p><p>Acontece na prática</p><p>Perceba, neste exemplo, como os valores sofrem alterações caso o cotista decida fazer um resgate.</p><p>Valor do patrimônio líquido (PL) na data da aplicação: R$ 1.000.000,00.</p><p>Quantidade de cotistas na data da aplicação: 200.000.</p><p>Valor da cota na data da aplicação: R$ 5,00.</p><p>Número de cotas para investidor que aplicará R$ 5.000: R$ 5.000 / R$ 5,00 = 1.000 cotas.</p><p>Valor do PL após a aplicação: R$ 1.005.000.</p><p>Total de cotas do fundo após a aplicação: 201.000.</p><p>Supondo que, após um período, a rentabilidade foi de 10% e o cotista decida resgatar suas cotas:</p><p>Valor do PL na data do resgate: R$ 1.005.000 x 1,10 = R$ 1.105.500.</p><p>Valor da cota na data do resgate: R$ 1.105.500 / 201.000 = R$ 5,50.</p><p>Valor do resgate: 1.000 cotas x R$ 5,50 = R$ 5.500.</p><p>Valor do PL e total de cotas após o resgate: R$ 1.100.000 e 200.000 cotas.</p><p>Agora que entendemos as funções do administrador, chegou a hora de analisarmos a atuação do gestor. Confira!</p><p>Funções do gestor</p><p>Será que a atuação do gestor tem alguma relação com a do administrador? Você saberia responder a esta questão?</p><p>Entre as obrigações do gestor, está a contratação dos seguintes serviços, em nome do fundo, com terceiros devidamente habilitados e autorizados:.</p><p>Consultoria de investimentos.</p><p>Classificação de risco por agência de classificação de risco de crédito.</p><p>Formação de mercado de classe fechada.</p><p>#PraTodosVerem: figura icônica de quatro pessoas conectadas por setas, com uma engrenagem no meio.</p><p>Cogestão da carteira de ativos.</p><p>Next</p><p>Quanto aos limites de composição e concentração da carteira, sabemos que a carteira de cada classe de um fundo de investimento é composta por ativos financeiros que sejam cadastrados em sistema de registro, objeto de custódia ou objeto de depósito central, em instituições devidamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.</p><p>Limites e parâmetros devem ser considerados pelo gestor na negociação dos ativos.</p><p>Fonte: © Nina/peopleimages.com, Adobe Stock (2023).</p><p>Ao gestor, compete negociar os ativos da carteira e tomar as decisões de investimentos e desinvestimentos, porém, atentando-se aos seguintes pontos:</p><p>1. limites de composição e concentração de carteira e de concentração em fatores de risco estabelecidos na resolução;</p><p>2. parâmetros definidos no próprio regulamento do fundo e no anexo da classe, em especial dos objetivos, da política de investimentos e da gestão de risco e liquidez.</p><p>Além disso, cabe a esse profissional, quando for o caso, diligenciar pelo seu reenquadramento no melhor interesse dos cotistas. A nova regra trouxe ampliação de limites de concentração por tipo de ativo financeiro e estabelece limites de exposição ao risco cambial. Por exemplo, os FIF, em função da sua política de investimento, podem ser fundos dos tipos:</p><p>· ações;</p><p>· cambiais;</p><p>· multimercado; e</p><p>· renda fixa.</p><p>Desse modo, os fundos destinados ao público em geral passam também a poder investir até 100% do seu patrimônio em ativos no exterior, se atendidos os devidos requisitos, além de aplicar diretamente em criptoativos e ativos verdes, já que anteriormente só era possível por meio de cotas de outros fundos do</p><p>exterior que possuíam esses ativos.</p><p>Já nos FIDC, uma das novidades é que eles passarão a ser abertos para os investidores de varejo, e não só aos investidores qualificados, contribuindo para a democratização do acesso a mais oportunidades para o pequeno investidor.</p><p>Atuações do gestor e do administrador no controle de liquidez e riscos.</p><p>Fonte: © VERTEX SPACE, Adobe Stock (2023).</p><p>Gestão de liquidez e outros riscos inerentes</p><p>Nas classes abertas, o administrador e o gestor, conjuntamente, cada qual na sua esfera de atuação, devem adotar as políticas, procedimentos e controles internos necessários para que a liquidez da carteira de ativos seja compatível com os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate e o cumprimento das obrigações da classe de cotas.</p><p>No caso de fundos de investimento, os riscos podem estar relacionados tanto aos ativos que compõem a carteira de cada uma das suas classes quanto às especificidades em relação ao próprio fundo, a saber:</p><p>Risco de mercado</p><p>Risco de crédito</p><p>Risco proveniente do uso de derivativos</p><p>Risco de liquidez</p><p>Risco de concentração</p><p>O regulamento pode prever a existência de barreiras aos resgates, por meio das quais o gestor pode, a seu critério e de acordo com parâmetros estabelecidos no regulamento, limitar os pedidos de resgate a uma fração do patrimônio líquido da classe, sem prejuízo do tratamento equitativo entre os cotistas.</p><p>Aqui, o risco de liquidez é ligado ao caso de fechamento dos mercados e, em casos excepcionais de iliquidez, dos ativos componentes da carteira, inclusive em decorrência de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente ou que possam implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas. Em prejuízo desses últimos, o administrador, o gestor ou ambos, de acordo com o disposto no regulamento e nos anexos descritivos de classes, podem declarar o fechamento da classe de cotas para a realização de resgates.</p><p>Douglas Custódio</p><p>Analista Educacional</p><p>Você sabe quais as melhores opções para reserva de emergência? O vídeo Risco de liquidez, como avaliar? explica o conceito de liquidez e quais são os tipos de investimentos com baixo risco de liquidez, como títulos pós-fixados, públicos e privados. Você compreenderá também os riscos envolvidos em fundos com classes de ações e imóveis, bem como conhecerá o Termo de Adesão e Ciência de Risco. Bons estudos!</p><p>Agora que conhecemos quais são as responsabilidades tanto do administrador quanto do gestor, além dos possíveis riscos aos quais devemos nos atentar ao lidar com fundos de investimento, vamos entender como funciona a remuneração desses profissionais.</p><p>Remuneração</p><p>Sabemos que os profissionais de fundos de investimento possuem inúmeras responsabilidades. Você consegue imaginar qual sua remuneração?</p><p>Outra mudança que a Resolução CVM nº 175 traz é em relação à divulgação das taxas de remuneração dos profissionais do fundo. A partir da nova regra, ao invés da cobrança de uma taxa única, será necessário declarar qual é a remuneração de cada prestador de serviço, especificando quanto é pago ao administrador, quanto vai para o gestor e, principalmente, quanto está sendo combinado com o distribuidor, a fim de promover maior transparência.</p><p>Conheça as características das diferentes taxas que podem ser cobradas nas classes/subclasses dos fundos de investimento:</p><p>Taxa de administração</p><p>Taxa cobrada para remunerar o administrador e os prestadores dos serviços por ele contratados e que não constituam encargos do fundo. O valor corresponde a um percentual anual do patrimônio líquido, independentemente dos rendimentos obtidos, e já está deduzido da rentabilidade de cada classe/subclasse apresentada aos cotistas.</p><p>Taxa de gestão</p><p>Taxa cobrada para remunerar o gestor e os prestadores dos serviços por ele contratados e que não constituam encargos do fundo.</p><p>Taxa de performance</p><p>Taxa cobrada em função do resultado da classe ou do cotista. É um percentual cobrado por algumas classes de cota sempre que sua rentabilidade ultrapassa o índice de referência especificado no regulamento, em determinados períodos.</p><p>Taxa máxima de distribuição de cotas</p><p>Taxa cobrada representativa do montante total para remuneração dos distribuidores, expressa em percentual anual do patrimônio líquido (base 252 dias).</p><p>Taxa de custódia</p><p>Taxa cobrada pelo serviço de registro e manutenção das aplicações financeiras.</p><p>Next</p><p>Na situação a seguir, entenda mais sobre o percentual na taxa de administração.</p><p>Acontece na prática</p><p>Qual a relação entre o percentual na taxa de administração e o desempenho do investimento?</p><p>Um investidor não deve aplicar em uma classe/subclasse de um fundo só porque a taxa de administração é baixa, mesmo ela representando um percentual do seu patrimônio líquido e reduzindo a sua rentabilidade. Nem sempre há relação oposta entre o percentual na taxa de administração e o desempenho do investimento, principalmente se a carteira está alocada em ativos de renda variável ou derivativos, importando, de fato, a performance apresentada pelo investimento.</p><p>Agora, estudaremos os documentos e como se dá a divulgação de informações sobre a classe de cotas.</p><p>Documentos e divulgação de informações</p><p>Como funciona a divulgação de informações sobre a classe de cotas?</p><p>A divulgação deve ser abrangente, equitativa e simultânea para todos os cotistas da classe, inclusive, mas não limitadamente, por meio da disponibilização dos documentos e informações estipulados nas regras gerais da resolução, além das previstas no devido anexo normativo da categoria do fundo. Nesse contexto, dois pontos devem ser destacados:</p><p>1. o regulamento atualizado;</p><p>2. a descrição da tributação aplicável ao fundo.</p><p>Na sequência, focaremos nossos estudos no regulamento dos fundos de investimento.</p><p>Regulamento</p><p>O fundo de investimento é regido por seu regulamento, e suas classes de cotas serão complementadas por anexos, se for o caso, devendo dispor de todas as informações relevantes sobre sua constituição e seu funcionamento. Na parte geral, comum a todas as classes de cotas, deverá constar informações sobre:</p><p>Identificação, qualificação e responsabilidades dos prestadores de serviços.</p><p>Se o fundo conta com classe única ou diferentes classes de cotas.</p><p>Forma de rateio das despesas em comum das classes.</p><p>Prazo de duração, que pode ser indeterminado.</p><p>Exercício social.</p><p>Nos anexos descritivos, relativos a cada classe em específico, estarão as informações referentes a:</p><p>· público-alvo;</p><p>· responsabilidade dos cotistas, se limitada ou ilimitada;</p><p>· regime de classe, se aberta ou fechada;</p><p>· prazo de duração, compatível com o fundo;</p><p>· categoria;</p><p>· política de investimentos;</p><p>· taxas de administração e de gestão;</p><p>· taxa máxima de distribuição, de ingresso e de saída, se houver;</p><p>· condições para aplicação e resgate das cotas de classes abertas;</p><p>· condições para utilização de barreira aos resgates, contendo os parâmetros de liquidez que autorizam o gestor a utilizá-la;</p><p>· possibilidade ou não de futuras emissões de cotas de classe fechada, com existência ou não de direito de preferência para cotistas;</p><p>· distribuição de resultados;</p><p>· intervalo para atualização do valor da cota de classe aberta, compatível com o prazo de resgate;</p><p>· forma de comunicação que será utilizada pelo administrador;</p><p>· procedimentos aplicáveis às manifestações de vontade dos cotistas por meio eletrônico;</p><p>· eventos que obrigam o administrador a verificar se o patrimônio líquido da classe está negativo;</p><p>· procedimentos aplicáveis à liquidação da classe.</p><p>As classes que possuírem subclasses terão suas particularidades especificadas nos apêndices das subclasses, como: se houver taxas de administração e de gestão diferenciadas da classe de cotas.</p><p>blocos de notas e um vaso de plantas. Em plano de fundo desfocado, há um grupo de pessoas conversando.</p><p>Regulamento deve explicitar se os fundos e as classes são, de fato, sustentáveis.</p><p>O texto passa a definir os critérios para os fundos e as classes de cotas se rotularem sustentáveis e, assim, combaterem empresas que fingem estar alinhadas</p><p>com as questões ambientais, sociais e de governança (chamados “greenwashing”), quando de fato não estão.</p><p>O regulamento do fundo e o anexo da classe cuja denominação contenha referência aos fatores ASG, tais como “ESG”, “ambiental”, “verde”, “social”, ou quaisquer outros termos correlatos às finanças sustentáveis, deve estabelecer:</p><p>· quais benefícios ambientais, sociais ou de governança esperados e como a política de investimento busca originá-los;</p><p>· quais metodologias, princípios ou diretrizes são seguidas para a qualificação do fundo ou da classe, conforme sua denominação;</p><p>· qual a entidade responsável por certificar ou emitir parecer de segunda opinião sobre a qualificação, se houver, e sua independência em relação ao fundo; e</p><p>· a especificação sobre a forma, o conteúdo e a periodicidade de divulgação de relatório sobre os resultados ambientais, sociais e de governança alcançados no período, assim como a identificação do agente responsável pela elaboração do relatório.</p><p>Além disso, há aspectos importantes a levarmos em conta, como objetivo, política e prazos. Confira a seguir:</p><p>Objetivo da classe de cotas</p><p>Política de investimentos</p><p>Prazos de cotização e de liquidação financeira</p><p>Na emissão de cotas de classe aberta, deve ser utilizado o valor da cota do dia ou do dia seguinte ao da data da integralização, segundo o disposto no regulamento. Já na emissão de cotas de classe fechada, deve ser utilizado o valor definido ou calculado conforme definido na assembleia de cotistas. A distribuição de cotas deve ser realizada por instituições habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição, ressalvadas as dispensas previstas em regulamentações específicas.</p><p>A seguir, analisaremos o material de divulgação.</p><p>Material de divulgação</p><p>Qual é a atuação do gestor na divulgação do material?</p><p>Você sabia que o gestor é obrigado a fornecer aos distribuidores todo o material de divulgação da classe/subclasse exigidos pela regulamentação? Além de fornecer o material, ele deve informar os distribuidores sobre qualquer alteração que ocorra na classe, especialmente se decorrente da mudança do regulamento, devendo enviar o material de divulgação atualizado aos distribuidores imediatamente para que o substituam.</p><p>O gestor responde também por questões como: suficiência, veracidade, precisão, consistência e atualidade das informações contidas no material.</p><p>Fonte: © Kritdanai, Adobe Stock (2023).</p><p>Qualquer material de divulgação do fundo deve ser:</p><p>1. consistente com o regulamento e mencionar sua existência, seus anexos e apêndices, além dos endereços eletrônicos nos quais os documentos podem ser obtidos;</p><p>2. elaborado em linguagem serena e moderada, advertindo seus leitores dos riscos do investimento;</p><p>3. identificado como material de divulgação.</p><p>A divulgação de rentabilidade em qualquer material de divulgação deve ser acompanhada de comparação, no mesmo período, com índice de mercado compatível com a política de investimento, se houver. Também deve contemplar:</p><p>Data de início</p><p>A data do início do funcionamento da classe divulgada.</p><p>Rentabilidade</p><p>A rentabilidade mensal e a rentabilidade acumulada nos últimos 12 (doze) meses.</p><p>#PraTodosVerem: figura icônica de uma calculadora com um documento ao lado, apresentando um gráfico e um cifrão.</p><p>Patrimônio</p><p>O valor do patrimônio líquido médio mensal dos últimos 12 (doze) meses ou desde a sua constituição, se mais recente.</p><p>Sempre que o material apresentar informações referentes à rentabilidade ocorrida em períodos anteriores, deve ser incluída advertência, com destaque, de que a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. Além disso, os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador, pelo gestor, por qualquer mecanismo de seguro ou pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).</p><p>O material de divulgação que contiver menção a fatores ambientais, sociais ou de governança deve informar, de modo objetivo, se o fundo ou a classe possui uma política de investimentos que busca originar benefício socioambiental ou integra os fatores socioambientais à política de investimentos, sem, contudo, buscar a originação de benefício socioambiental.</p><p>Agora, confira alguns fatos relevantes sobre a atuação do administrador.</p><p>Fatos relevantes</p><p>Que tipo de informação o administrador deve considerar como um fato relevante?</p><p>Qualquer fato ocorrido ou relacionado ao funcionamento do fundo, da classe ou dos ativos integrantes da carteira, assim que dele tiver conhecimento, observada também a responsabilidade dos demais prestadores de serviços em informar imediatamente o administrador caso tenham conhecimento de algo.</p><p>Considera-se relevante qualquer fato que possa influir, de modo ponderável, no valor das cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, resgatar, alienar ou manter cotas, como:</p><p>· alteração no tratamento tributário conferido ao fundo, à classe ou aos cotistas;</p><p>· mudança na classificação de risco atribuída à classe ou subclasse de cotas;</p><p>· alteração de prestador de serviço essencial;</p><p>· fusão, incorporação, cisão ou transformação da classe de cotas.</p><p>Os administradores de fundos de investimento devem divulgar informações aos cotistas, de maneira equitativa e simultânea, por meio eletrônico ou no site do administrador, do gestor, ou do distribuidor, além das previstas para a CVM e demais entidades do mercado.</p><p>Você sabe para que serve o disclaimer? Ele é destinado a fornecer, de forma direta, informações consideradas relevantes. Por meio dele, é possível:</p><p>Receber as informações sobre a composição da carteira, ao mesmo tempo que os outros cotistas e potenciais interessados.</p><p>Receber convocação para assembleia de cotista e geral, dentro dos prazos regulamentares.</p><p>Receber qualquer informação que possa alterar sua decisão de investimento (fato relevante).</p><p>Agora, analisaremos as informações periódicas.</p><p>Informações periódicas</p><p>Como devem ser divulgadas as informações periódicas?</p><p>As informações periódicas e eventuais do fundo devem ser divulgadas na página do fundo, do administrador ou do gestor, conforme previsto no regulamento, na rede mundial de computadores e em lugar de destaque, disponível para acesso gratuito do público em geral e mantidas disponíveis para os cotistas.</p><p>Nos anexos normativos de cada categoria de fundo, estão acrescidos os demais documentos e informações que deverão ser divulgados e sua periodicidade. No caso dos FIF (anexo I), por exemplo, serão necessárias a política de voto, se houver; a lâmina atualizada e a demonstração de desempenho, se aplicável. Vamos entender mais sobre esses pontos a seguir:</p><p>Lâminas</p><p>Demonstração de desempenho</p><p>Ainda para os FIF, o anexo determina que o administrador deve encaminhar à CVM, por meio de sistema eletrônico, os seguintes documentos da classe de cotas:</p><p>Diariamente</p><p>#PraTodosVerem: figura icônica de um calendário com o dia trinta no centro.</p><p>Informe diário.</p><p>Mensalmente</p><p>#PraTodosVerem: figura icônica de um calendário com a palavra janeiro abreviada no centro.</p><p>a. Balancete.</p><p>b. Demonstrativo da composição e diversificação de carteira.</p><p>c. Perfil mensal (formulário cujo modelo constitui o Suplemento D da Resolução – inclui entre outras informações: número de cotistas da classe de cotas no último dia útil do mês de referência, por categoria de cotista; distribuição percentual do patrimônio no último dia útil do mês de referência, por categoria de cliente cotista; etc.).</p><p>d. Lâmina de informações básicas, se aplicável.</p><p>Anualmente</p><p>As demonstrações contábeis do fundo e, caso existentes, de suas classes de cotas, acompanhadas dos pareceres de auditoria independente.</p><p>A organização da cota contém informações diárias, mensais e anuais.</p><p>Na sequência, estudaremos a demonstração contábil e os relatórios de auditoria.</p><p>Demonstração contábil e relatórios de auditoria</p><p>Você sabe como funcionam a demonstração contábil e os relatórios de auditoria?</p><p>O fundo e suas classes de cotas precisam ter escrituração contábil própria, e as suas contas e demonstrações contábeis devem ser segregadas entre si e das dos prestadores</p><p>e o próprio investidor, que poderá ter sua responsabilidade limitada ao valor das cotas.</p><p>image3.wmf</p><p>image1.png</p><p>image2.wmf</p>e o próprio investidor, que poderá ter sua responsabilidade limitada ao valor das cotas. image3.wmf image1.png image2.wmf