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<p>WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>NÍVEL SUPERIOR</p><p>APOSTILA</p><p>PDF 2023</p><p>DOMINA CONCURSOS</p><p>TOTALMENTE ELABORADA DE ACORDO COM O EDITAL</p><p>CONCURSO</p><p>QUEM SOMOS</p><p>A Domina Concursos, especialista há 8 anos no desenvolvimento e</p><p>comercialização de apostilas digitais e impressas para Concurso Públicos, tem</p><p>como foco tornar simples e eficaz a forma de estudo. Com visão de futuro,</p><p>agilidade e dinamismo em inovações, se consolida com reconhecimento no</p><p>segmento de desenvolvimento de materiais para concursos públicos. É uma</p><p>empresa comprometida com o bem-estar do cliente. Atua com concursos</p><p>públicos federais, estaduais e municipais. Em nossa trajetória, já</p><p>comercializamos milhares de apostilas, sendo digitais e impressas. E esse</p><p>número continua aumentando.</p><p>MISSÃO</p><p>Otimizar a forma de estudo, provendo apostilas de excelência, baseados nas</p><p>informações de editais dos concursos públicos, para incorporar as melhores</p><p>práticas, com soluções inovadoras, flexíveis e de simples utilização e</p><p>entendimento.</p><p>VISÃO</p><p>Ser uma empresa de Classe Nacional em Desenvolvimento de Apostilas para</p><p>Concursos Públicos, com paixão e garra em tudo que fazemos.</p><p>VALORES</p><p>• Respeito ao talento humano</p><p>• Foco no cliente</p><p>• Integridade no relacionamento</p><p>• Equipe comprometida</p><p>• Evolução tecnológica permanente</p><p>• Ambiente diferenciado</p><p>• Responsabilidade social</p><p>PROIBIDO CÓPIA</p><p>Não é permitida a revenda, rateio, cópia total ou parcial sem autorização da</p><p>Domina Concursos, seja ela cópia virtual ou impressa. Independente de manter</p><p>os créditos ou não, não importando o meio pelo qual seja disponibilizado: link</p><p>de download, Correios, etc…</p><p>Caso houver descumprimento, o autor do fato poderá ser indiciado conforme</p><p>art. 184 do CP, serão buscadas as informações do responsável em nosso banco</p><p>de dados e repassadas para as autoridades responsáveis.</p><p>Conhecimentos básicos</p><p>“É melhor você tentar algo,</p><p>vê-lo não funcionar e</p><p>aprender com isso, do que</p><p>não fazer nada.”</p><p>Mark Zuckerberg</p><p>COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO</p><p>1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Compreensão e Interpretação de Textos</p><p>Compreensão e interpretação de textos é um tema que nos acompanha na vida escolar, nos</p><p>vestibulares, no Enem e em todos os concursos públicos. Comumente encontrarmos pessoas que se</p><p>queixam de que não sabem compreender e interpretar textos. Muitas pessoas se acham incapazes</p><p>de resolver questões sobre compreensão e interpretação de textos.</p><p>Nos concursos públicos, este tema está presente nas mais variadas formas. Nas provas, há sempre</p><p>vários textos, alguns bem grandes, sobre os quais há muitas perguntas com o objetivo de testar a</p><p>habilidade do concurseiro em leitura, compreensão e interpretação de textos. É preciso ler com muita</p><p>atenção, reler, e na hora de examinar cada alternativa, voltar aos trechos citados para responder com</p><p>muita confiança.</p><p>Entender as técnicas de compreensão e interpretação de textos, além de ser importante para</p><p>responder as questões específicas, é fundamental para que você compreenda o enunciado das</p><p>questões de atualidades, de matemática, de direito e de raciocínio lógico, por exemplo. Muitos</p><p>candidatos, embora tenham bastante conhecimentos das matérias que caem nas provas, erram nas</p><p>questões, simplesmente porque não entendem o que a banca examinadora está pedindo. Já pensou,</p><p>nadar, nadar, nadar... e morrer na praia? Então não deixe de estudar e preste atenção nas dicas que</p><p>vamos dar neste blog. "As questões de compreensão e interpretação de textos vêm ganhando</p><p>espaço nos concursos públicos. Também é a partir de textos que as questões normalmente cobram a</p><p>aplicação das regras gramaticais nos grandes concursos de hoje em dia. Por isso é cada vez mais</p><p>importante observar os comandos das questões. Normalmente o candidato é convidado a:</p><p>• identificar: Reconhecer elementos fundamentais apresentados no texto.</p><p>• comparar: Descobrir as relações de semelhanças ou de diferenças entre situações apresentadas</p><p>no texto.</p><p>• comentar: Relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.</p><p>• resumir: Concentrar as ideias centrais em um só parágrafo.</p><p>• parafrasear: Reescrever o texto com outras palavras.</p><p>• continuar: Dar continuidade ao texto apresentado, mantendo a mesma linha temática.</p><p>Por isso, consideramos que são condições básicas para o candidato fazer uma correta interpretação</p><p>de textos: o conhecimento histórico (aí incluída a prática da leitura), o conhecimento gramatical e</p><p>semântico (significado das palavras, aí incluídos homônimos, parônimos, sinônimos, denotação,</p><p>conotação), e a capacidade de observação, de síntese e de raciocínio"¹.</p><p>Como Interpretar Textos</p><p>É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de</p><p>textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante</p><p>em provas relacionadas a concursos públicos.</p><p>Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões</p><p>relacionadas a textos.</p><p>TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo</p><p>capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).</p><p>CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa</p><p>informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a</p><p>estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-</p><p>se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto</p><p>original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.</p><p>INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a</p><p>identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou</p><p>fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões</p><p>apresentadas na prova.</p><p>Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:</p><p>1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo,</p><p>de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).</p><p>2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do</p><p>texto.</p><p>3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.</p><p>4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.</p><p>5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.</p><p>EXEMPLO</p><p>TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES</p><p>"O HOMEM UNIDO ”</p><p>A INTEGRAÇÃO DO MUNDO</p><p>A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE</p><p>A UNIÃO DO HOMEM</p><p>HOMEM + HOMEM = MUNDO</p><p>A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)</p><p>CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR</p><p>Fazem-se necessários:</p><p>a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;</p><p>b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;</p><p>OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos,</p><p>denotação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.</p><p>c) Capacidade de observação e de síntese e</p><p>d) Capacidade de raciocínio.</p><p>INTERPRETAR x COMPREENDER</p><p>INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA</p><p>- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR</p><p>CONCLUSÕES, DEDUZIR.</p><p>- TIPOS DE ENUNCIADOS</p><p>• Através do texto, INFERE-SE que...</p><p>• É possível DEDUZIR que...</p><p>• O autor permite CONCLUIR que...</p><p>• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar</p><p>que...</p><p>que as une – que é exatamente</p><p>ela (a preposição).</p><p>INTERTEXTUALIDADE</p><p>A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência e relação que um</p><p>estabelece sobre o outro. Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção de</p><p>textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro texto, seja a nível</p><p>de conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo.</p><p>Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa relação pode ser</p><p>estabelecida entre as produções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva,</p><p>escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, cinema),</p><p>propagandas publicitárias, programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.</p><p>TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE</p><p>Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais</p><p>comuns são:</p><p>Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica irônica de caráter</p><p>humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante) e</p><p>“odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos</p><p>programas humorísticos.</p><p>Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto original,</p><p>entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis),</p><p>significa a “repetição de uma sentença”.</p><p>Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, resenhas,</p><p>monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma</p><p>relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos</p><p>“epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio</p><p>Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o melhor conforto para a</p><p>velhice".</p><p>Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que dialoga com ele;</p><p>geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Esse</p><p>recurso é importante haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado</p><p>“plágio”. Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.</p><p>Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo “alusão”</p><p>(alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).</p><p>Outras formas de intertextualidade são o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.</p><p>Exemplos</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>27 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Segue abaixo alguns exemplos de intertextualidade na literatura e na música:</p><p>Intertextualidade na Literatura</p><p>Fenômeno recorrente nas produções literárias, segue alguns exemplos de intertextualidade.</p><p>O poema de Casimiro de Abreu (1839-1860), “Meus oito anos”, escrito no século XIX, é um dos</p><p>textos que gerou inúmeros exemplos de intertextualidade, como é o caso da paródia de Oswald de</p><p>Andrade “Meus oito anos”, escrito no século XX:</p><p>Texto Original</p><p>“Oh! que saudades que tenho</p><p>Da aurora da minha vida,</p><p>Da minha infância querida</p><p>Que os anos não trazem mais!</p><p>Que amor, que sonhos, que flores,</p><p>Naquelas tardes fagueiras</p><p>À sombra das bananeiras,</p><p>Debaixo dos laranjais!”</p><p>(Casimiro de Abreu, “Meus oito anos”)</p><p>Paródia</p><p>“Oh que saudades que eu tenho</p><p>Da aurora de minha vida</p><p>Das horas</p><p>De minha infância</p><p>Que os anos não trazem mais</p><p>Naquele quintal de terra!</p><p>Da rua de Santo Antônio</p><p>Debaixo da bananeira</p><p>Sem nenhum laranjais”</p><p>(Oswald de Andrade)</p><p>Outro exemplo é o poema de Gonçalves Dias (1823-1864) intitulado Canção do Exílio o qual já</p><p>rendeu inúmeras versões. Dessa forma, segue um dos exemplos de paródia, o poema de Oswald de</p><p>Andrade (1890-1954), e de paráfrase com o poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):</p><p>Texto Original</p><p>“Minha terra tem palmeiras</p><p>Onde canta o sabiá,</p><p>As aves que aqui gorjeiam</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>28 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Não gorjeiam como lá.”</p><p>(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)</p><p>Paródia</p><p>“Minha terra tem palmares</p><p>onde gorjeia o mar</p><p>os passarinhos daqui</p><p>não cantam como os de lá.”</p><p>(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)</p><p>Paráfrase</p><p>“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos</p><p>Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.</p><p>Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?</p><p>Eu tão esquecido de minha terra...</p><p>Ai terra que tem palmeiras</p><p>Onde canta o sabiá!”</p><p>(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)</p><p>Intertextualidade na Música</p><p>Há muitos casos de intertextualidade nas produções musicais, veja alguns exemplos:</p><p>A música “Monte Castelo” da banda legião urbana cita os versículos bíblicos 1 e 4, encontrados no</p><p>livro de Coríntios, no capítulo 13: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não</p><p>tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” e “O amor é sofredor, é benigno;</p><p>o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”. Além disso, nessa</p><p>mesma canção, ele cita os versos do escritor português Luís Vaz de Camões (1524-1580),</p><p>encontradas na obra “Sonetos” (soneto 11):</p><p>“Amor é um fogo que arde sem se ver;</p><p>É ferida que dói, e não se sente;</p><p>É um contentamento descontente;</p><p>É dor que desatina sem doer.</p><p>É um não querer mais que bem querer;</p><p>É um andar solitário entre a gente;</p><p>É nunca contentar-se e contente;</p><p>É um cuidar que ganha em se perder;</p><p>É querer estar preso por vontade;</p><p>É servir a quem vence, o vencedor;</p><p>É ter com quem nos mata, lealdade.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>29 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Mas como causar pode seu favor</p><p>Nos corações humanos amizade,</p><p>Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”</p><p>Igualmente, a música “GoBack” do grupo musical Titãs, cita o poema “Farewell” do escritor chileno</p><p>Pablo Neruda (1904-1973):</p><p>“Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,</p><p>ya no se endulzará junto a ti mi dolor.</p><p>Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada</p><p>y hacia donde camines llevarás mi dolor.</p><p>Fui tuyo, fuiste mía. ¿Qué más? Juntos hicimos</p><p>un recodo en la ruta donde el amor pasó.</p><p>Fui tuyo, fuiste mía. Tú serás del que te ame,</p><p>del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.</p><p>Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.</p><p>Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy.</p><p>...Desde tu corazón me dice adiós un niño.</p><p>Y yo le digo adiós.”</p><p>Coesão</p><p>Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição</p><p>quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados,</p><p>um dando continuidade ao outro.</p><p>Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos.</p><p>Observe a coesão presente no texto a seguir:</p><p>“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque consideram</p><p>injusta a atual distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura considerou a manifestação um</p><p>ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra.”</p><p>As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto, podemos dizer que elas são</p><p>responsáveis pela coesão do texto.</p><p>Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os principais são:</p><p>- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-</p><p>relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns</p><p>advérbios e locuções adverbiais.</p><p>Veja Algumas Palavras e Expressões de Transição e seus Respectivos Sentidos:</p><p>- inicialmente (começo, introdução)</p><p>- primeiramente (começo, introdução)</p><p>- primeiramente (começo, introdução)</p><p>- antes de tudo (começo, introdução)</p><p>- desde já (começo, introdução)</p><p>- além disso (continuação)</p><p>- do mesmo modo (continuação)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>30 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>- acresce que (continuação)</p><p>- ainda por cima (continuação)</p><p>- bem como (continuação)</p><p>- outrossim (continuação)</p><p>- enfim (conclusão)</p><p>- dessa forma (conclusão)</p><p>- em suma (conclusão)</p><p>- nesse sentido (conclusão)</p><p>- portanto (conclusão)</p><p>- afinal (conclusão)</p><p>- logo após (tempo)</p><p>- ocasionalmente (tempo)</p><p>- posteriormente (tempo)</p><p>- atualmente (tempo)</p><p>- enquanto isso (tempo)</p><p>- imediatamente (tempo)</p><p>- não raro (tempo)</p><p>- concomitantemente (tempo)</p><p>- igualmente (semelhança, conformidade)</p><p>- segundo (semelhança, conformidade)</p><p>- conforme (semelhança, conformidade)</p><p>- assim também (semelhança, conformidade)</p><p>- de acordo com (semelhança, conformidade)</p><p>- daí (causa e consequência)</p><p>- por isso (causa e consequência)</p><p>- de fato (causa e consequência)</p><p>- em virtude de (causa e consequência)</p><p>- assim (causa e consequência)</p><p>- naturalmente (causa e consequência)</p><p>- então (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- por exemplo (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- isto é (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- a saber (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- em outras palavras (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- ou seja (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- quer dizer (exemplificação, esclarecimento)</p><p>- rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).</p><p>Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui</p><p>uma melhor qualidade de vida.</p><p>- Coesão por referência: existem palavras que têm a função de fazer referência, são elas:</p><p>- pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...</p><p>- pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...</p><p>- pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...</p><p>- pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...</p><p>- pronomes relativos: que, o qual, onde...</p><p>- advérbios de lugar: aqui, aí, lá...</p><p>Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal resultado demonstra que ela se esforçou</p><p>bastante para alcançar o objetivo que tanto almejava.</p><p>- Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos</p><p>ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a repetição no</p><p>corpo do texto.</p><p>Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;</p><p>Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;</p><p>João Paulo II: Sua Santidade;</p><p>Vênus: A Deusa da Beleza.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>31 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. Não é por acaso que o "Poeta dos</p><p>Escravos" é considerado o mais importante da geração a qual representou.</p><p>Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados agrupados em conjuntos.</p><p>Tipos de Coerência</p><p>São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica.</p><p>Conhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação.</p><p>Conhecer os tipos de coerência pode ajudar na construção da coerência global de um texto, seja ele</p><p>oral ou escrito.</p><p>Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto.</p><p>Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias</p><p>apresentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente</p><p>comprometida.</p><p>É importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que colaboram para a</p><p>construção da coerência global de um texto. São eles:</p><p>• Coerência sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos</p><p>elementos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas</p><p>ambíguas, bem como o uso inadequado dos conectivos.</p><p>• Coerência semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso,</p><p>antes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com</p><p>as relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma</p><p>leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência.</p><p>• Coerência temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o</p><p>tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados,</p><p>impedindo assim o comprometimento da coerência temática.</p><p>• Coerência pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos,</p><p>orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a</p><p>sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um</p><p>pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma</p><p>afirmação ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado.</p><p>Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática.</p><p>• Coerência estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve</p><p>ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística</p><p>não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como</p><p>o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente</p><p>nos textos não literários.</p><p>• Coerência genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo</p><p>com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha</p><p>como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua</p><p>linguagem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma</p><p>ruptura com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um</p><p>determinado gênero assumindo a forma de outro.</p><p>É importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos literários, uma</p><p>ruptura com os tipos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos demais textos, a</p><p>coerência contribui para a construção de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na</p><p>compreensão do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o</p><p>conhecimento linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a informatividade,</p><p>a intertextualidade e a intencionalidade.</p><p>A TESE NO TEXTO ARGUMENTATIVO</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>32 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A tese nada mais é do que a apresentação do tema a ser discutido e a sua opinião sobre ele. Pense</p><p>assim, o seu leitor não faz ideia do assunto que será abordado – por mais que ele seja o corretor e já</p><p>tenha decorado a proposta –, por isso você precisa informá-lo sobre o que será dito. Depois disso, ele</p><p>precisa saber qual é a sua opinião sobre o tema, para que ele entenda o caminho que você irá</p><p>percorrer ao construir o desenvolvimento. Ok. Na teoria é tudo muito bonito, mas e na prática?</p><p>Trouxe para você o primeiro parágrafo de um dos textos nota 1000 no ENEM 2012, cujo tema era</p><p>“Movimento imigratório para o Brasil no século XXI”, para que você veja como se constrói a tese.</p><p>Catalisador Estrangeiro</p><p>No final do século XX, o país passou por um período de grande prosperidade econômica que ficou</p><p>conhecido como “Milagre econômico”. O otimismo gerado por essa conjuntura traduziu-se em uma</p><p>frase que permanece, até hoje, na cultura popular: “Brasil: o país do futuro”. O crescente número de</p><p>imigrantes que buscam terras tupiniquins, porém, revela que talvez o futuro esteja próximo de chegar.</p><p>Dessa forma, é preciso enxergar a oportunidade de crescimento que tal fenômeno representa e</p><p>propor medidas que maximizem os benefícios e minimizem os problemas.</p><p>O trecho em negrito corresponde à tese do texto. Observe que, na primeira parte, ele constrói a</p><p>contextualização do tema para o leitor “O crescente número de imigrantes” e, na segunda, já traz o</p><p>seu posicionamento “revela que talvez o futuro esteja próximo de chegar”. Desse modo, ele já traz os</p><p>dois requisitos necessários para que o leitor entenda que o texto defenderá que o movimento</p><p>imigratório para o Brasil no século XXI será benéfico.</p><p>ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS</p><p>PARA MELHORAR SUA REDAÇÃO</p><p>Em um texto de opinião, nosso objetivo é apresentar e defender um posicionamento crítico. Como</p><p>bem sabemos, para que isso seja alcançado, são necessários alguns cuidados com a elaboração de</p><p>nosso projeto de texto e o desenvolvimento de cada ideia selecionada por nós.</p><p>No texto dissertativo-argumentativo, temos esta organização textual:</p><p>Introdução: problematização do tema;</p><p>Desenvolvimento: argumentação/fundamentação/defesa do ponto de vista;</p><p>Conclusão: balanço da discussão realizada ao longo do texto.</p><p>Com essa divisão textual, podemos notar que o desenvolvimento é o maior representante da função</p><p>principal de um texto dissertativo-argumentativo, uma vez que a parte de maior concentração da</p><p>argumentação está localizada ali.</p><p>Hoje, o sítio de Português, pensando na relevância do desenvolvimento de um texto de opinião,</p><p>separou três estratégias argumentativas para auxiliá-los na produção de textos argumentativos</p><p>melhores.</p><p>→ Argumentação por exemplificação</p><p>Um exemplo é sempre um elemento que traz força para a defesa de um ponto de vista, visto que é a</p><p>melhor forma de comprovar uma opinião. Além desse benefício, há outro ganho ao fazer uso dessa</p><p>estratégia: é um mecanismo bastante acessível. O que isso quer dizer? Há, no geral, três formas de</p><p>exemplificação, e isso faz com que as possibilidades de uso pelos falantes sejam inúmeras.</p><p>Observem:</p><p>– Fatos divulgados na mídia</p><p>“O artigo 5° da Constituição Federal diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza''. Mas, na prática, a legislação brasileira confere o privilégio de não ficar em cárcere comum</p><p>até o trânsito em julgado de uma decisão penal condenatória para alguns grupos. Como os</p><p>detentores de diploma de curso superior. Com a decisão do Supremo, esse tempo vai se encurtar,</p><p>mas a cela especial continua lá.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>33 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O Senado Federal havia derrubado essa aberração presente no artigo 295, inciso VII, do Código de</p><p>Processo Penal, mas a Câmara os Deputados barrou a mudança. Isso é bastante paradigmático em</p><p>um país em que milhares de pobres seguem presos sem julgamento de primeira instância – um</p><p>escárnio.”</p><p>Dados estatísticos</p><p>“Pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, encomendada pelo Catraca Livre para a campanha</p><p>“Carnaval sem assédio'', apontou que 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher</p><p>solteira que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada e, para 49% dos mancebos, bloco</p><p>de carnaval não é lugar para mulher “direita”. Além disso, 70% acreditam que as mulheres se sentem</p><p>felizes quando ouvem um assobio e 59% acham que elas ficam felizes quando ouvem uma cantada</p><p>na rua.</p><p>Nessa hora, não tem como não sonhar com o meteoro vindo e dando reset nas coisas.”</p><p>Situações fictícias</p><p>“Noite de quarta-feira em Ipanema, bairro carioca de classe média alta. Restaurante da moda, repleto</p><p>de jovens bem-nascidos, sofre o terceiro ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e</p><p>ameaçados de morte. Eis aqui o cotidiano violento da cidade maravilhosa.’’</p><p>Argumento de autoridade</p><p>A argumentação de autoridade consiste em apresentar e interpretar a opinião de outros autores. Por</p><p>que fazer isso em nosso texto? É simples essa resposta: com o objetivo de dar maior sustentação às</p><p>nossas ideias e credibilidade ao nosso texto, acessamos reflexões de autoridades no assunto (líderes</p><p>políticos, artistas, filósofos, historiadores) a fim de que as nossas ideias tenham como fundamentação</p><p>os argumentos de especialistas no tema abordado.</p><p>Os argumentos de autoridade podem ser colocados em prática por meio de:</p><p>Citações: é quando citamos, precisamente, a ideia de determinado autor. Nesse caso, as palavras do</p><p>autor devem estar entre aspas.</p><p>“O sociólogo Michel Foucault afirma que 'nada é político, tudo é politizável, tudo pode tornar-se</p><p>político'. A publicidade politiza o que é imprescindível ao consumidor à medida que abarca a função</p><p>apelativa associada à linguagem empregada na disseminação da imagem de um produto,</p><p>persuadindo o público-alvo a adquiri-lo.”</p><p>Paráfrases: é quando, com as nossas palavras, apresentamos a ideia de outro autor.</p><p>Frase de Karl Marx: “A religião é o ópio do povo.”</p><p>“Marx considera que a religião é uma forma de alienação. Nela verifica-se a fractura entre o mundo</p><p>concreto e um mundo ideal, entre o mundo em que o homem vive e o mundo em que ele desejaria</p><p>viver. Por que razão surge esse mundo ideal? Marx diz que o mundo celeste é o resultado de um</p><p>protesto da criatura oprimida contra o mundo em que vive e sofre. Ou seja, procura-se um refúgio no</p><p>mundo divino porque o mundo em que o homem vive é desumano.”</p><p>Argumento por alusão histórica</p><p>Assim como na argumentação por citação, a intertextualidade é uma das intenções dessa estratégia.</p><p>Há, além disso, a relação com a argumentação por exemplificação, uma vez que fatos históricos</p><p>também são meios que podem comprovar determinada afirmação/reflexão crítica.</p><p>Dessa forma, temos, com a alusão histórica, dois benefícios: possibilidade de comprovar a nossa</p><p>opinião e dar maior credibilidade ao texto, uma vez que ser entendedor da história é demonstrar</p><p>autoridade no assunto recortado.</p><p>O autor, ao fazer uso dessa estratégia argumentativa, estará comparando o passado e o presente e,</p><p>a partir dessa comparação, tecerá sua reflexão crítica em relação ao recorte histórico realizado.</p><p>Observem:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>34 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>“Há exatos 122 anos, era declarada ilegal a propriedade de um ser humano sobre outro no Brasil.</p><p>Contudo, a Lei Áurea – curta, grossa e lacônica – não previu nenhuma forma de inserir milhões de</p><p>recém-libertos como cidadãos do país, muitos menos alguma compensação pelos anos de cárcere</p><p>para que pudessem começar uma vida independente. Para substituir os escravos, veio a imigração</p><p>de mão-de-obra estrangeira, agora assalariada. Os fazendeiros não precisavam mais comprar</p><p>trabalhadores, podiam apenas pagar-lhes o mínimo necessário à subsistência. Ou nem isso.</p><p>Enquanto isso, o trabalho escravo moderno deu lugar a formas contemporâneas de escravidão, em</p><p>que trata-se o trabalhador como animal, explora-se sua força física aos limites da exaustão e cria-se</p><p>maneiras de prendê-lo à terra, seja por dívidas ilegais, seja por qualquer outra forma.”</p><p>DIFERENCIAR AS PARTES PRINCIPAIS DA SECUNDÁRIA EM UM TEXTO</p><p>Conceito de Ideias Secundárias</p><p>Em todo argumento ou raciocínio existem ideias que são principais, ou seja, são os pontos</p><p>destacados desse discurso pessoal.</p><p>Ideias que valorizam determinado ponto de vista. Entretanto, estas ideias principais contam com o</p><p>reforço das ideias secundárias, estas últimas que são muito valiosas e contribuem com aspectos</p><p>positivos do ponto de vista pessoal.</p><p>Saber distinguir a ideia principal das complementares</p><p>Um dos pontos mais importantes na oratória consiste precisamente em saber diferenciar claramente</p><p>quais são os pontos de destaque numa exposição oral e quais são as ideias secundárias para poder</p><p>contribuir com uma estrutura lógica nesta exposição.</p><p>Contribuir com argumentos</p><p>Do mesmo modo, está diferenciação também é essencial ao aplicar uma das técnicas de estudo mais</p><p>habituais na compreensão de um texto: o sublinhado. Ao sublinhar em um texto as ideias destacadas</p><p>com alguma cor chamativa é indispensável grifar apenas as informações que são valiosas. As ideias</p><p>secundárias de um texto são aquelas que trazem informação complementar, ideias derivadas de um</p><p>argumento principal. Atuam como se tratasse de um complemento.</p><p>Existe uma relação de ligação entre a ideia principal e a ideia secundária de um texto, estão</p><p>relacionadas entre si na qual o significado completo de uma ideia secundária pode ser compreendido</p><p>melhor em relação ao ponto de vista principal. Estas ideias têm uma função de reforço na mensagem,</p><p>como também trazem mais justificativas e aspectos concretos à mesma.</p><p>Como identificar a ideia principal do texto</p><p>O uso</p><p>das ideias secundárias não significa dar rodeios. Existe um ponto importante para diferenciar</p><p>qual é a ideia principal de um texto daquela que é secundária. A ideia principal é aquela que mesmo</p><p>com a diminuição do parágrafo continua tendo o mesmo valor e significado por si só. Em</p><p>compensação, não ocorre o mesmo com o resto das ideias.</p><p>Esta aprendizagem tem grande valor, uma vez que permite melhorar a compreensão da leitura, da</p><p>comunicação oral e a ter melhor domínio da linguagem através da expressão escrita com uma</p><p>estrutura mais coerente. Por outro lado, esta compreensão traz mais eficiência para a comunicação.</p><p>Um texto contém muito mais ideias secundárias do que ideias principais. Os conteúdos das ideias</p><p>secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não flui – torna-se pesado. Na</p><p>verdade, não é possível escrever um texto sem as ideias secundárias.</p><p>Para lembrar</p><p>As ideias secundárias funcionam como atores coadjuvantes. Cumprem um papel secundário, mas</p><p>imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio que o autor tem dessas ideias.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>35 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Colocadas em excesso, as ideias secundárias dificultam a compreensão do essencial. Mas quando</p><p>há ideias de menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As ideias secundárias são dispensáveis</p><p>somente quando queremos fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo.</p><p>No texto seguinte, as ideias principais compõem todo o primeiro parágrafo. O segundo e o terceiro</p><p>parágrafos desenvolvem ideias principais e secundárias ou complementares.</p><p>Esta primeira conferência será dedicada à oposição leveza-peso e argumentarei a favor da leveza.</p><p>Não quer dizer que considero menos válido o argumento do peso, mas apenas que penso ter mais</p><p>coisas a dizer sobre a leveza. →Ideias principais</p><p>Depois de haver escrito ficção por quarenta anos, de haver explorado vários caminhos e realizado</p><p>experimentos diversos, chegou o momento de buscar uma definição global de meu trabalho. →Ideia</p><p>principal.</p><p>Gostaria de propor o seguinte: no mais das vezes, minha intervenção se traduziu por uma subtração</p><p>do peso; esforcei-me por retirar peso, ora às figuras humanas, ora aos corpos celestes, ora às</p><p>cidades; esforcei-me sobretudo por retirar peso à estrutura da narrativa e à linguagem. Nesta</p><p>conferência, buscarei explicar – tanto para mim quanto para os ouvintes – a razão por que fui levado</p><p>a considerar a leveza antes um valor que defeito; →Ideia principal direi quais são, entre as obras do</p><p>passado, aquelas em que reconheço o meu ideal de leveza; indicarei o lugar que reservo a esse valor</p><p>no presente e como o projeto no futuro.</p><p>(Italo Calvino, Seis propostas para o próximo milênio)</p><p>LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL</p><p>Comunicação é o processo de troca de informações entre um emissor e um receptor. Um dos</p><p>aspectos que pode interferir nesse processo é o código a ser utilizado, que deve ser entendível para</p><p>ambos.</p><p>Quando falamos com alguém, lemos um livro ou revista, estamos utilizando a palavra como código.</p><p>Esse tipo de linguagem é conhecido como linguagem verbal, sendo a palavra escrita ou falada, a</p><p>forma pela qual nos comunicamos. Certamente, essa é a linguagem mais comum no nosso dia a dia.</p><p>Quando alguém escreve um texto, por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está</p><p>transmitindo informações através das palavras.</p><p>A outra forma de comunicação, que não é feita nem por sinais verbais nem pela escrita, é a</p><p>linguagem não verbal. Nesse caso, o código a ser utilizado é a simbologia. A linguagem não verbal</p><p>também é constituída por gestos, tom de voz, postura corporal, etc. Se uma pessoa está dirigindo e</p><p>vê que o sinal está vermelho, o que ela faz? Para. Isso é uma linguagem não verbal, pois ninguém</p><p>falou ou estava escrito em algo que ela deveria parar, mas como ela conhece a simbologia utilizada,</p><p>apenas o sinal da luz vermelha já é suficiente para compreender a mensagem.</p><p>Ao contrário do que alguns pensam, a linguagem não verbal é muito utilizada e importante na vida</p><p>das pessoas. Quando uma mãe diz de forma áspera, gritando e com uma expressão agressiva, que</p><p>ama o filho, será que ele interpretará assim? Provavelmente não. Esse é apenas um exemplo entre</p><p>muitos, para ilustrar a importância da utilização da linguagem não verbal.</p><p>Outra diferença entre os tipos de linguagens é que, enquanto a linguagem verbal é plenamente</p><p>voluntária, a não verbal pode ser uma reação involuntária, provindo do inconsciente de quem se</p><p>comunica.</p><p>ARGUMENTO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA, COMPARAÇÃO E DEDUÇÃO – SILOGISMO</p><p>HIPOTÉTICO E SILOGISMO DISJUNTIVO</p><p>Argumento de causa e consequência</p><p>• Se uma determinada causa provoca uma determinada consequência, é lógico concluir que causa e</p><p>consequência estão correlacionadas, mas é preciso demonstrar por que razão isso ocorre.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>36 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Assim, é correto afirmar que “falar demais e alto” (A) causa/provoca/tem como consequência a</p><p>“afonia” (B), apresentando a razão que liga A e B: as cordas vocais se cansam.</p><p>• Mais de uma causa pode ser apresentada para uma consequência: “falar alto” (A), “fumar muito” (B),</p><p>“beber demais” (C) podem provocar “afonia” (D).</p><p>A, B e C são causas da consequência D. Nesse caso, a eliminação de uma ou mais causas não</p><p>garante a eliminação da consequência.</p><p>• Quando há várias causas para uma consequência, é necessário selecionar a mais expressiva. A</p><p>violência, como consequência de condições sociais desfavoráveis, tem como causa maior a miséria.</p><p>• Na relação de causa e consequência, os fatos devem estar relacionados e comprovados: se alguém</p><p>fica afônico porque fala demais, é necessário comprovar se “falar demais” foi a causa da afonia, ou</p><p>ainda, se todas as pessoas que falam demais tornamse afônicas. • Várias consequências podem ser</p><p>fruto de uma única causa “maior”: afonia, estafa, cansaço respiratório, comprometimento do coração</p><p>podem ter como causa “fumar demais”. • As causas, geralmente, são complexas, porque podem ser</p><p>efeitos de outras causas/conseqúên cias: um indivíduo fuma demais porque é nervoso; é nervoso</p><p>porque sofre de rejeição; sofre de rejeição porque foi abandonado pelos pais etc. • Não se deve</p><p>concluir além do que a(s) causa(s) su gere(m)/suporta(m), pois o fato de se ter encontrado pelo</p><p>menos uma causa já demonstra capacidade de percepção por parte do enunciador. Argumento de</p><p>comparação (analogia) • Para se criar o argumento por analogia, não é necessário comparar mais de</p><p>dois termos (duas ideias, duas situações, dois indivíduos etc). Basta destacar o que os assemelha.</p><p>Há inúmeros aspectos que servem de elementos comparativos entre o ensino ministrado nas escolas</p><p>particulares e nas escolas públicas. É preciso eleger o mais expressivo.</p><p>• Os termos confrontados na comparação devem partir de premissas verdadeiras. • Analogia que</p><p>elege um modelo, há pessoas que preferem tratamento com a medicina alternativa, portanto tudo que</p><p>se aproxima dessa área é confiável. • Analogia que privilegia um termo em detrimento de outro:</p><p>cigarros sem filtro são mais saborosos que os com filtro. Argumento por dedução • É possível haver</p><p>um grau de incerteza em todos os argumentos, mas, no raciocínio dedutivo bem construído, a</p><p>verdade contida nas premissas nos dá segurança de que as conclusões são verdadeiras. Se as</p><p>premissas “todos os homens são mortais” e “sou homem” são verdadeiras, então também é</p><p>verdadeira a conclusão de que “sou mortal”. Para se discordar desse argumento, é necessário</p><p>discordar das premissas o que garantiria um atestado de loucura a quem ousasse ser discordante,</p><p>pois se trata de premissas incontestáveis. • Apresentamos em seguida dois tipos de silogismo com o</p><p>quais se pode elaborar um argumento lógico:</p><p>a) Silogismo hipotético</p><p>Premissa: Se a prática de exercícios físicos contribui para uma vida saudável. Premissa: Se a vida</p><p>sedentária não é saudável. Conclusão: Portanto serei mais saudável praticando exercícios físicos.</p><p>b) Silogismo disjuntivo</p><p>Premissa: O jovem ou se entrega ao convívio social para ser aceito, ou se afasta da companhia de</p><p>todos e vive em seu mundo ocluso. Premissa: O jovem não pode se isolar de seu grupo porque corre</p><p>o risco de ser marginalizado.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>37 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Conclusão: Logo o jovem deve entregarse ao convívio social.</p><p>• Argumento dedutivo em várias etapas: “Aquele jovem não olhou para ninguém (A), o seu rosto</p><p>estava abatido e os olhos avermelhados (B); evitou todas as aproximações (C); sua namorada não</p><p>veio à aula (D); quando lhe perguntaram onde ela estava, respondeu que não queria saber (E). Com</p><p>certeza, ele levou um fora (F). As etapas de A a E conduzem à conclusão F.</p><p>RELAÇÕES DISCURSIVAS</p><p>Pode-se prever que as questões sobre essa temática certamente irão versar sobre aspectos</p><p>relacionados à interpretação de texto e à substituição de termos vinculados às expressões originais</p><p>(sem que haja mudança de contexto).</p><p>Assim, para que o candidato tenha noção dessas relações lógico-discursivas, decidimos separar</p><p>algumas dicas sobre como perceber essas relações e as diferenças entre elas. Antes de mais nada, o</p><p>candidato precisa reparar que as relações discursivas são aquelas que dão sentido ao texto, como</p><p>em “Lá no fundo do rio, vivia Pepita”, em que a frase após a vírgula denota a relação de explicação.</p><p>Causalidade</p><p>A causalidade é aquela que representa o motivo, a causa, pela qual uma ação aconteceu. A principal</p><p>conjunção utilizada é o ‘porque’, entretanto, no próprio texto pode não haver uma conjunção e aí será</p><p>necessário compreender o sentido de causa e efeito por si só, conforme o contexto. Exemplo:</p><p>"Porque/como/visto que estava doente, fui na farmácia".</p><p>Consequência</p><p>A consequência é o efeito que é declarado na oração principal. Geralmente, utiliza-se apenas a</p><p>conjunção ‘que’ para exprimir essa relação, como em: "Estava com tanta sede que bebi muitos litros</p><p>de água".</p><p>Condição</p><p>As relações condicionais são aquelas que expressam uma imposição para que algo aconteça. É</p><p>necessário impor para que seja realizado ou não. A conjunção mais conhecida da condição é a</p><p>partícula ‘se’, que já indica a probabilidade. Exemplo: "Se todo mundo concordar, libero a festa".</p><p>Concessão</p><p>Para o concurseiro não esquecer jamais o que indica concessão, tenha em mente a palavra</p><p>contraste, porque é esse tipo de simbologia que essa relação lógica-discursiva oferece. É na</p><p>concessão que acontece contradição, por exemplo, nesta frase: "Eu irei, mesmo que ela não vá".</p><p>Comparação</p><p>Para essa relação, utiliza-se muito a conjunção ‘como’, para estabelecer uma comparação entre os</p><p>elementos e pelas ações que serão proferidas na oração principal. Olhe um exemplo: "Ele come</p><p>como um leão". Mesmo que haja uma metáfora inserida, a comparação ainda existe metaforicamente,</p><p>indicando o quanto a pessoa se alimenta bem, por exemplo.</p><p>Conformidade</p><p>A conformidade é aquela relação em que só poderá realizar um fato se seguir uma regra, uma norma,</p><p>conforme como se pede. Pode-se utilizar “Segundo”, “De acordo”, “Conforme”. Exemplo: "Conforme</p><p>foi dito, realizei a tarefa".</p><p>Temporalidade</p><p>É no tempo que conseguimos exprimir as noções de posterioridade e anterioridade, além de</p><p>simultaneidade. É o fato que pode expressar essa causa de tempo, que geralmente está</p><p>acompanhado pela expressão ‘quando’. Por exemplo: "Sempre que acontece isso, você fica assim"</p><p>(expressa a condição do tempo, do que aconteceu).</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>38 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Finalidade</p><p>A finalidade é aquilo que você responde: qual o objetivo da ação? A onde você quer chegar? Através</p><p>da construção ‘a fim de que’, ‘para que’, você consegue exprimir essa relação lógica-discursiva, como</p><p>acontece no período a seguir: "Fui viajar, para que pudesse esquecer de você".</p><p>RECONHECER O EFEITO DE SENTIDO DECORRENTE DO USO DA PONTUAÇÃO E DE</p><p>OUTROS RECURSOS GRÁFICOS</p><p>Leia o texto abaixo:</p><p>Sobre a liberdade</p><p>[...] Quando falo de liberdade, é a isso que estou me referindo: ao que nos diferencia das térmitas e</p><p>das marés, de tudo o que se move de modo necessário e inevitável. É certo que não podemos fazer</p><p>qualquer coisa que queiramos, mas também é certo que não somos obrigados a querer fazer uma</p><p>única coisa. Aqui convém fazer dois esclarecimentos a respeito da liberdade:</p><p>Primeiro: Não somos livres para escolher o que nos acontece (termos nascido num determinado dia.</p><p>de determinados pais, num determinado país, [...] mas livres para responder ao que nos acontece de</p><p>um ou outro modo (obedecer ou nos rebelar, ser prudentes ou temerários, (...)</p><p>Segundo: Sermos livres para tentar algo não significa consegui-lo infalivelmente. A liberdade (que</p><p>consiste em escolher dentro do possível) não é o mesmo que a onipotência (que seria conseguir</p><p>sempre o que se quer, mesmo parecendo impossível). Por isso, quanto maior for nossa capacidade</p><p>de ação, melhores resultados poderemos obter de nossa liberdade. [...) Há coisas que dependem da</p><p>minha vontade (e isso é ser livre), mas nem tudo depende de minha vontade (senão eu seria</p><p>onipotente), pois no mundo há muitas outras vontades e muitas outras necessidades que não</p><p>controlo conforme meu gosto. Se eu não conhecer a mim mesmo e ao mundo em que vivo. minha</p><p>liberdade às vezes irá esbarrar com o necessário. Mas - isso é importante - nem por isso deixarei de</p><p>ser livre... mesmo que me queime.</p><p>SAVATER. Fernando. Ética para meu filho. São Paulo: Martos Pontes. 1993. p. 28, 29.</p><p>(P090690EX_SUP)</p><p>(P090693EX) No trecho "... a respeito da liberdade:" (linha 5), o uso dos dois pontos introduz uma</p><p>a) enumeração de questões envolvendo a liberdade.</p><p>b) explicação sobre problemas da liberdade.</p><p>c) opinião sobre como exercer a liberdade.</p><p>d) síntese das vantagens da liberdade.</p><p>GABARITO - A</p><p>Este item avalia a habilidade de identificar o efeito de sentido decorrente da escolha de um sinal de</p><p>pontuação. O suporte é um fragmento de uma obra literária, gênero familiar a alunos desse nível de</p><p>escolarização no ambiente escolar.</p><p>A temática e a linguagem do texto podem ser obstáculos à compreensão. Há várias interrupções e</p><p>comentários no interior do texto que podem dificultar a leitura.</p><p>O comando solicita que o aluno escolha, entre as alternativas de resposta, aquela que justifica o uso</p><p>dos dois-pontos no fragmento selecionado.</p><p>O aluno que atentou para a sequência textual optou pela letra A, o gabarito.</p><p>O estudante que optou pela letra B pode ter se confundido entre enumeração e explicação.</p><p>O aluno que optou pela letra C pode ter presumido que o autor iria expor suas opiniões e aquele que</p><p>optou pela letra D considerou apenas o lado positivo da liberdade.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>39 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A IRONIA E O HUMOR</p><p>Muitas vezes, as falas e os textos não devem ser interpretados ao pé da letra.</p><p>A função crítica da ironia</p><p>É frequente encontrarmos ironia em diferentes textos com os quais entramos em contato diariamente.</p><p>Para o desenvolvimento da nossa competência de bons leitores, é essencial que saibamos identificar</p><p>a ocorrência da ironia nos textos, pois somente assim seremos capazes de dar a esses textos a</p><p>interpretação pretendida pelo seu autor.</p><p>O cartum é um gênero textual que tem como uma de suas características promover uma reflexão</p><p>crítica sobre situações políticas, econômicas e sociais da atualidade.</p><p>Espera-se que, em uma sociedade democrática, todos os cidadãos tenham direitos e deveres iguais.</p><p>No cartum, observa-se uma família de brasileiros pobres barrada à porta do Clube Brasil por não</p><p>serem “sócios”.</p><p>É irônico que brasileiros pobres, vivendo em um país supostamente democrático, não possam</p><p>participar da “festa”. Esse termo, usado também em sentido irônico, leva a concluir que apenas os</p><p>privilegiados (os “sócios”) têm direito, em uma sociedade com grande desigualdade social, de fazer</p><p>parte do “clube da democracia” a que, constitucionalmente, todos deveriam ter acesso. O cartunista,</p><p>por meio da ironia, denuncia a existência</p><p>no Brasil de diferentes “categorias” de cidadãos.</p><p>A ironia como recurso literário</p><p>A ironia é um recurso muito utilizado por autores de textos literários. Em alguns casos, ela chega a</p><p>definir um estilo. É o que acontece com Machado de Assis. Nos seus romances, o grande escritor</p><p>brasileiro dirige um olhar claramente irônico para a sociedade do Segundo Reinado.Veja um exemplo:</p><p>“Óbito do autor”</p><p>Na cena, Brás Cubas narra seu próprio enterro. Quando fala dos poucos amigos que acompanharam</p><p>a cerimônia, destaca um dos “fiéis da última hora” que chegou a comparar o estado da natureza à</p><p>tristeza provocada pela morte de Brás. O comentário final do narrador revela a força da sua ironia e</p><p>desnuda os interesses do amigo “fiel”: “Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei”.</p><p>Essa observação obriga o leitor a reavaliar os motivos que levaram esse “amigo” a fazer um discurso</p><p>emocionado. Na verdade, era alguém movido somente por interesses financeiros (iria herdar algumas</p><p>apólices) e não por um sentimento sincero.</p><p>Em todas as obras de Machado de Assis são inúmeros os exemplos de observações como essa, o</p><p>que faz com que a ironia seja uma das características definidoras do seu estilo literário.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>40 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Humor</p><p>1. Considerando as falas das personagens no primeiro quadrinho, explique por que Hagar imagina</p><p>que o homem com quem conversa seria “sentimental”.</p><p>2. A resposta dada pelo homem à pergunta de Hagar é a esperada? Justifique.</p><p>3. Qual pode ter sido a intenção do autor da tira ao mudar o foco do diálogo? Explique.</p><p>Uma das características que distinguem os seres humanos das demais espécies é a capacidade de</p><p>rir e de provocar o riso.</p><p>Muitas vezes relacionado a um uso específico da linguagem, esse comportamento manifesta-se em</p><p>diferentes circunstâncias. Rimos de situações que parecem absurdas, cômicas, inesperadas,</p><p>surpreendentes (como o diálogo da tira acima).</p><p>O discurso humorístico</p><p>Certamente você já ouviu e já contou piadas. Mas já parou para analisá-las? Já se perguntou o que,</p><p>nesse gênero textual, desencadeia o riso? Veremos, a seguir, que a raiz de humor das piadas liga-se</p><p>a duas situações: ao que é tematizado ou ao modo como a linguagem é utilizada:</p><p>O presente</p><p>A mãe de Juca estava grávida e perguntou a ele o que preferia ganhar: um irmãozinho ou uma</p><p>irmãzinha.</p><p>Juca respondeu:</p><p>— Mamãe, se não for pedir muito eu preferiria uma bicicleta.</p><p>Na piada acima, o riso nasce da resposta inesperada dada pelo filho a uma pergunta da mãe. Trata-</p><p>se, portanto, de um humor gerado pela questão tematizada: a reação de filhos à notícia de que</p><p>“ganharão” um irmão ou uma irmã de “presente”.</p><p>Riso e linguagem</p><p>Duplo sentido, interpretação literal de algo que precisa ser entendido em sentido figurado,</p><p>representações estereotipadas de variedades linguísticas estigmatizadas são recursos associados à</p><p>linguagem presentes em muitas piadas. Observe:</p><p>Haja coração!</p><p>A professora pergunta:</p><p>— Quantos corações nós temos?</p><p>O aluno:</p><p>— Temos dois, professora!</p><p>— Dois?</p><p>— Sim: o meu e o seu!</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>41 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A graça desse texto está na interpretação que o aluno faz do pronome nós utilizado pela professora.</p><p>Em situações como essa, geralmente o pronome deve ser entendido como fazendo referência à raça</p><p>humana.</p><p>O aluno faz uma interpretação mais específica e entende que o pronome se refere a duas pessoas:</p><p>ele e a professora.</p><p>Cuidado com o preconceito:</p><p>Verbos</p><p>A professora pergunta para a Mariazinha:</p><p>— Mariazinha, me dê um exemplo de verbo.</p><p>— Bicicreta! — respondeu a menina.</p><p>— Não se diz “bicicreta”, e sim “bicicleta”. Além disso, bicicleta não é verbo. Pedro, me diga você um</p><p>verbo.</p><p>— Prástico! — disse o garoto.</p><p>— É “plástico”, não “prástico”. E também não é verbo. Laura, é sua vez: me dê um exemplo correto</p><p>de verbo — pediu a professora.</p><p>— Hospedar! — respondeu Laura.</p><p>— Muito bem! — disse a professora. Agora, forme uma frase com este verbo.</p><p>— Os pedar da bicicreta é de prástico!</p><p>Disponível em: .</p><p>Várias piadas trabalham com o estereótipo da fala “caipira” para provocar o riso. Mas, não se deve</p><p>recorrer ao modo como as pessoas falam para justificar qualquer tipo de discriminação ou</p><p>preconceito. Mesmo que a brincadeira com a interpretação equivocada de Os pedar, na piada,</p><p>provoque o riso, é preciso reconhecer que o texto faz uma caracterização estereotipada e</p><p>preconceituosa dos alunos que são falantes de variedades de português diferentes da chamada</p><p>norma culta.</p><p>A PONTUAÇÃO E OS EFEITOS DE SENTIDO</p><p>A pontuação só interfere nos aspectos sintáticos do texto? Seguramente, não. Ela pode influenciar</p><p>também nos aspectos semânticos, ou seja, na significação.</p><p>Ensinar pontuação é sempre um desafio, porque muitas vezes os alunos decoram os sinais, mas não</p><p>se preocupam em entender a intencionalidade discursiva que há por trás de cada um. Então, é muito</p><p>importante que os profissionais que trabalham com a língua portuguesa mostrem não só os aspectos</p><p>sintáticos que a envolvem, mas também o semântico. A proposta de aula abaixo pretende aliar esses</p><p>dois aspectos.</p><p>Todos sabem o gosto que os adolescentes têm por desafios, por isso o objetivo é ensinar sobre</p><p>pontuação usando exercícios desafiadores e que demostrem, na prática, a importância da pontuação</p><p>para o sentido do texto. Apresentaremos um exemplo, mas há muitos outros que podem ser utilizados</p><p>em sala com êxito.</p><p>Antes de iniciar o desafio seria interessante que houvesse uma revisão sobre a pontuação. Destaque,</p><p>principalmente, aqueles sinais de pontuação que em geral os alunos apresentam mais dificuldade,</p><p>como a vírgula, por exemplo. Além disso, procure revisar a função das aspas no texto, pois é comum</p><p>restringir seu uso à indicação de citação, mas poucos a associam ao diálogo. O importante é que a</p><p>revisão seja rápida para dar tempo para os alunos “brincarem” com os exercícios.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>42 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O objetivo do exercício, como dito anteriormente, é levar o aluno a entender a importância da</p><p>pontuação para a construção de sentido do texto, e o enunciado a ser utilizado como desafio é: Felipe</p><p>toma banho e sua mãe diz ele quero banho frio.</p><p>Peça que pontuem da forma que acharem melhor, sempre buscando dar sentido à frase. (Separe uns</p><p>5 minutos para essa atividade.)</p><p>É provável que fiquem irritados, dizendo que a frase não faz sentido. Neste momento é interessante</p><p>começar a facilitar um pouco; para isso, diga-lhes que podem usar duas vezes a vírgula e duas vezes</p><p>o ponto final. Dê mais um tempinho para que possam praticar. (Aproximadamente 10 minutos.)</p><p>A essa altura, muitos estarão próximos de decifrar o “enigma” e outros estarão aflitos pela resposta</p><p>correta. Chegou a hora de dizer-lhes que trata-se de um diálogo, portanto, as aspas devem aparecer</p><p>para marcar a fala das personagens. Indique que as aspas também apareceram duas vezes. (Dê</p><p>mais uns minutos)</p><p>Agora consiga a atenção dos alunos para o quadro e responda o “enigma”, que ficará assim:. Felipe</p><p>toma banho e sua. “Mãe”, diz ele, “quero banho frio”.</p><p>Após a resolução do desafio, enfatize a importância da pontuação para que o texto faça sentido. Se</p><p>quiser, é possível também ampliar a proposta fazendo uma revisão sobre o vocativo.</p><p>VARIAÇÃO LINGUÍSTICA – A LÍNGUA EM MOVIMENTO</p><p>A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida por</p><p>meio das influências históricas e regionais sobre os falares.</p><p>A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por</p><p>intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a</p><p>língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e</p><p>imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do</p><p>Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. Claro que um idioma</p><p>nos une, mas as</p><p>variações podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade na qual se manifesta.</p><p>As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é</p><p>compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas.</p><p>Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos</p><p>as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua</p><p>ao status. O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo,</p><p>pode ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças</p><p>enriquecem esse patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da música “Samba</p><p>do Arnesto”, de Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode ocorrer:</p><p>Samba do Arnesto</p><p>O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás</p><p>Nós fumos não encontremos ninguém</p><p>Nós voltermos com uma baita de uma reiva</p><p>Da outra vez nós num vai mais</p><p>Nós não semos tatu!</p><p>No outro dia encontremo com o Arnesto</p><p>Que pediu desculpas mais nós não aceitemos</p><p>Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa</p><p>Mas você devia ter ponhado um recado na porta</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>43 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá</p><p>Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,</p><p>Assinado em cruz porque não sei escrever.</p><p>Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa</p><p>Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar</p><p>que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve</p><p>sofrer grandes alterações, devendo ser preservado. Já imaginou se cada um de nós decidisse</p><p>escrever como falamos? Um novo idioma seria inventado, aboliríamos a gramática e todo o sistema</p><p>linguístico determinado pelas regras cairia por terra. Contudo, o que o compositor Adoniran Barbosa</p><p>fez pode ser chamado de licença poética, pois ele transportou para a modalidade escrita a variação</p><p>linguística presente na modalidade oral.</p><p>As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão</p><p>inseridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal,</p><p>enquanto outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também</p><p>que a língua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se</p><p>comunicar de maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova disso</p><p>é que você não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você</p><p>conversa com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo?</p><p>A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre</p><p>a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão</p><p>rebuscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente</p><p>perderíamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria</p><p>prejudicada. Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para</p><p>grupos específicos: os médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando</p><p>estão exercendo o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais.</p><p>O mesmo acontece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc.</p><p>Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no</p><p>Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia</p><p>da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a</p><p>outra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos</p><p>favorecidas.</p><p>MARCAS LINGUÍSTICAS</p><p>São os termos (as palavras) que fazem parte dos enunciados e que, obviamente, fazem parte da</p><p>língua. Exemplo:</p><p>«Este vai ser o meu próximo empreendimento: "sombra e água fresca".»</p><p>No enunciado acima, temos muitas marcas: não somente as palavras como também as pontuações</p><p>são marcas linguísticas. Por exemplo, as aspas acima representam um rótulo humorístico, uma</p><p>chamada especial; os dois pontos indicam que, em seguida, vem uma explicação. A marca linguística</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>44 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>'este' aponta para alguma coisa que vai ser mostrada; a marca linguística 'vai' remete para uma</p><p>afirmativa futura, e assim por diante. Todas as palavras e pontuações são marcas da língua, portanto</p><p>- "linguísticas".</p><p>LOCUTOR OU INTERLOCUTOR</p><p>Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Porém, seus significados são</p><p>diferentes e devem ser usadas em situações diferentes. A palavra locutor se refere a uma pessoa</p><p>falante, podendo ser qualquer emissor ou apresentador e a palavra interlocutor se refere a um</p><p>colocutor, ou seja, a qualquer pessoa que fala com outra.</p><p>Locutor é um substantivo masculino com origem na palavra em latim locutore, que significa aquele</p><p>que fala. Locutore tem sua origem na palavra loqui, que significa falar. Assim, se refere a uma pessoa</p><p>que fala, ou seja, um falante, um emissor, um enunciador ou um destinador. Pode significar também</p><p>um profissional que apresenta programas, notícias, comunicações,…, ou seja, um apresentador,</p><p>comentador, comentarista ou narrador.</p><p>Exemplos:</p><p>Num processo de comunicação, o locutor assume o papel de emissor.</p><p>Ele é locutor de rádio e tem a voz mais bonita que eu já ouvi.</p><p>Ele é o melhor locutor de rodeio da atualidade.</p><p>Interlocutor é também um substantivo masculino, sendo formado a partir de derivação prefixal, ou</p><p>seja, é acrescentado um prefixo a uma palavra já existente, alterando o sentido da mesma. Assim,</p><p>temos o prefixo inter- mais a palavra em latim locutore, proveniente de loqui. O prefixo inter- é de</p><p>origem latina e pode transmitir uma noção de posição média ou de relação recíproca. Assim, indica a</p><p>relação de reciprocidade existente entre cada uma das pessoas que participam numa conversa. Pode</p><p>significar também uma pessoa que que fala em nome de outra.</p><p>Exemplos:</p><p>Os interlocutores participam no processo de comunicação.</p><p>Estava tão distraído que mal ouvia as palavras de seu interlocutor.</p><p>Por favor, faça de meu interlocutor e resolva esse assunto para mim.</p><p>DIALETOS E REGISTROS</p><p>Os diferentes dialetos e registros comprovam que a língua portuguesa é um elemento dinâmico que</p><p>sofre modificações históricas, culturais e sociais.</p><p>A língua portuguesa é o código mais utilizado entre os brasileiros. Poderoso instrumento de interação</p><p>social, a língua pertence a todos os membros de uma comunidade, o que faz dela um patrimônio</p><p>social e cultural que evolui e transforma-se historicamente. Pensar na língua como um elemento</p><p>imutável é um grande equívoco: a língua é dinâmica e modifica-se de acordo com a necessidade dos</p><p>grupos sociais que dela fazem uso.</p><p>As variedades linguísticas corroboram a ideia de dinamismo da língua: de acordo com as condições</p><p>sociais, culturais, regionais e históricas, a língua sofre variações que melhor se adaptam às</p><p>necessidades de determinado grupo. Entre os tipos de variações linguísticas estão os dialetos e</p><p>registros, fenômenos que comprovam na prática que não existe um modelo linguístico a ser seguido</p><p>na modalidade oral. Mas o que são dialetos e registros?</p><p>É chamada de dialeto a variedade de uma língua própria de uma região ou território. Devem ser</p><p>consideradas também as diferenças linguísticas originadas em virtude da idade dos falantes, sexo,</p><p>classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua: pessoas que se identificam e</p><p>utilizam uma linguagem mais ou menos comum, com vocabulário, expressões e gírias próprias do</p><p>grupo. As diferenças regionais, no que diz respeito ao vocabulário, são exemplos de variação</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>45 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>territorial. É caso, por exemplo, da raiz que em determinadas regiões é conhecida como “mandioca”,</p><p>mas que em outras áreas recebe o nome de “aipim” ou “macaxeira”. Observe o exemplo:</p><p>“A farinha é feita de uma planta da família das</p><p>euforbiáceas, euforbiáceas</p><p>de nome manihot utilíssima que um tio meu apelidou de macaxeira</p><p>e foi aí que todo mundo achou melhor!...</p><p>A farinha tá no sangue do nordestino</p><p>eu já sei desde menino o que ela pode dar</p><p>e tem da grossa, tem da fina se não tem da quebradinha</p><p>vou na vizinha pegar pra fazer pirão ou mingau</p><p>farinha com feijão é animal!</p><p>O cabra que não tem eira nem beira</p><p>lá no fundo do quintal tem um pé de macaxeira</p><p>a macaxeira é popular é macaxeira pr`ali, macaxeira pra cá</p><p>e em tudo que é farinhada a macaxeira tá</p><p>você não sabe o que é farinha boa</p><p>farinha é a que a mãe me manda lá de Alagoas...”.</p><p>(Farinha - Djavan)</p><p>Chamamos de registros as variações que ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente em</p><p>uma determinada situação: há situações em que a variedade padrão, ou norma culta, é a melhor</p><p>opção, aquela que estabelecerá uma maior sintonia entre os interlocutores. Nas entrevistas de</p><p>emprego, em redações para concursos e vestibulares e em exposições públicas, por exemplo, a</p><p>variedade linguística exigida, na maioria das vezes, é a padrão, por isso é indispensável conhecê-la</p><p>bem para adequarmos a comunicação de acordo com a pertinência do momento. Em contrapartida,</p><p>há situações de uso em que a variedade não padrão (gírias, regionalismos, jargões) é aquela que</p><p>melhor se encaixa no contexto comunicacional.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>46 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Os diferentes dialetos e registros comprovam que a língua é um conjunto de variedades, ou seja, há</p><p>diversas maneiras de falar ou escrever. Em relação à fala, jugar que existe o certo e o errado significa</p><p>desconsiderar e desprestigiar determinado dialeto ou registro, manifestações culturais, sociais e</p><p>históricas legítimas de um grupo. Quando entendemos que as línguas são conjuntos de variedades,</p><p>entendemos também que as regras da língua portuguesa são variáveis, e não categóricas. Dizer que</p><p>alguém fala o português melhor ou pior do que alguém, desconsiderando fatores sociais como o nível</p><p>de escolaridade ou grupo e classes diferentes, só reforça a combatida ideia do preconceito</p><p>linguístico, tão presente em nossa cultura.</p><p>Semântica</p><p>Semântica (do grego σημαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é</p><p>o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e</p><p>símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.</p><p>A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da</p><p>linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica</p><p>formal, e semiótica.</p><p>A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo</p><p>significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como</p><p>esse algo é expresso (por exemplo, as relações entre predicados e seus argumentos). Dependendo</p><p>da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a</p><p>semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, descrevem o mesmo fenômeno,</p><p>mas com conceitos e enfoques diferentes.</p><p>Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:</p><p>Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados</p><p>iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil /</p><p>Distante - afastado, remoto.</p><p>Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados</p><p>diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos. Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.</p><p>Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados</p><p>diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos.</p><p>As homônimas podem ser:</p><p>• Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) -</p><p>gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / concerto (substantivo) - conserto (1ª</p><p>pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);</p><p>• Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela</p><p>(verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);</p><p>• Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) /</p><p>verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);</p><p>• Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados</p><p>diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos:</p><p>cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea</p><p>(dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar</p><p>(desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as</p><p>folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada</p><p>(duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que</p><p>percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,</p><p>assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>47 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.</p><p>Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os</p><p>convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.</p><p>• Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos.</p><p>Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)</p><p>• Hiperônimo: é uma palavra que pertence ao mesmo campo semântico de outra mas com o sentido</p><p>mais abrangente, podendo ter várias possibilidades para um único hipônimo.</p><p>Por exemplo, a palavra flor está associada a todos os tipos de flores: rosa, dália, violeta, etc.</p><p>• Hipônimo: têm sentido mais restrito que os hiperônimos, ou seja, hipônimo é um vocábulo mais</p><p>específico. Por exemplo: Observar, examinar, olhar, enxergar são hipônimos de ver.</p><p>Hiperônimo e hipônimo são dois termos usados pela semântica moderna. São elementos importantes</p><p>na coesão do texto evitando repetições através da retomada de ideias anteriores.</p><p>Conotação e Denotação:</p><p>• Conotação: é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto.</p><p>Exemplos: Você tem um coração de pedra.</p><p>• Denotação: é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e</p><p>sólido, da natureza das rochas. A construção de um muro de pedras.</p><p>Concordância Nominal e Verbal</p><p>Concordância verbal é a concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo.</p><p>Exemplos de concordância verbal</p><p>• Eu li;</p><p>• Ele leu;</p><p>• Nós lemos;</p><p>• Eles leram.</p><p>Casos Particulares de Concordância Verbal</p><p>Concordância com pronome relativo que</p><p>O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que</p><p>queremos, são eles que querem.</p><p>Concordância com pronome relativo quem</p><p>O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:</p><p>sou eu quem quero, sou eu quem quer.</p><p>Concordância com: a maioria, a maior parte, a metade,...</p><p>Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da</p><p>3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas</p><p>querem.</p><p>Concordância com um dos que</p><p>O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa</p><p>do plural: um dos que ouviram, um dos</p><p>que estudarão, um dos que sabem.</p><p>Concordância com nem um nem outro</p><p>O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro</p><p>veio, nem um nem outro vieram.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>48 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Concordância com verbos impessoais</p><p>O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um</p><p>sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.</p><p>Concordância com a partícula apassivadora se</p><p>O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente,</p><p>podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.</p><p>Concordância com a partícula de indeterminação do sujeito se</p><p>O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por</p><p>verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de</p><p>funcionários.</p><p>Concordância com o infinitivo pessoal</p><p>O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o</p><p>sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho</p><p>necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.</p><p>Concordância com o infinitivo impessoal</p><p>O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da</p><p>segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e</p><p>com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.</p><p>Concordância com o verbo ser</p><p>O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:</p><p>isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.</p><p>Concordância nominal é a concordância em gênero e número entre os diversos nomes da oração,</p><p>ocorrendo principalmente entre o artigo, o substantivo e o adjetivo.</p><p>Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino.</p><p>Concordância em número indica a flexão em singular e plural.</p><p>Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.</p><p>Exemplos de concordância nominal</p><p>• O vizinho novo;</p><p>• A vizinha nova;</p><p>• Os vizinhos novos;</p><p>• As vizinhas novas.</p><p>Casos particulares de concordância nominal</p><p>Concordância com pronomes pessoais</p><p>O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,</p><p>ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.</p><p>Concordância com vários substantivos</p><p>O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:</p><p>caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma</p><p>no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.</p><p>Concordância com vários adjetivos</p><p>Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se</p><p>houver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito</p><p>no plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.</p><p>Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom</p><p>Estas expressões estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando há um</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>49 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>artigo que determina o substantivo, mas permanecem invariáveis no masculino singular quando não</p><p>há artigo: é permitida a entrada, é permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda.</p><p>Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato</p><p>Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem</p><p>função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes</p><p>pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.</p><p>Concordância com menos</p><p>A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos</p><p>tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.</p><p>Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso</p><p>Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados</p><p>anexos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.</p><p>Concordância com um e outro</p><p>Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o</p><p>substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.</p><p>Regência</p><p>No funcionamento da língua, um importante mecanismo estabelecedor de relações é o de</p><p>subordinação ou regência, que atua desde a estrutura dum morfema até a relação complexa entre</p><p>orações num período composto, ou mesmo além, na própria malha textual.</p><p>Assim, um prefixo ou sufixo se subordine ao radical a que se adiciona. Por exemplo, sabemos que o</p><p>sufixo –oso, formador de adjetivos, indica abundância, plenitude e ideias afins, só totalmente</p><p>explicitadas quando anexo a um radical; daí gostoso, perigoso, medroso e tantos outros exemplos.</p><p>De modo similar, podemos pensar, em nível da oração, o sujeito como termo que subordina a forma</p><p>verbal, essa, por sua vez, regente/subordinante de complementos verbais, quando se tratar de verbos</p><p>transitivos, claro.</p><p>Mesmo em níveis mais amplos, poderíamos, facilmente, observar e comprovar que um dado</p><p>parágrafo de um texto argumentativo, por exemplo, subordina-se ao conjunto desse texto e seus</p><p>objetivos gerais.</p><p>Subordinar é reger. Em contrapartida, há os termos regidos e subordinados. Nomes e verbos,</p><p>frequentemente, estabelecem uma relação de regência sobre seus complementos, respectivamente,</p><p>nominais e verbais (esses últimos, mais comumente, chamados objetos). Vejamos isso mais</p><p>claramente.</p><p>No exemplo temos um termo regente, o verbo gostar. Consequentemente, há um termo regido, no</p><p>caso, um objeto, cinema italiano. Esse objeto é dito indireto pois necessita de uma preposição para</p><p>ser regido pelo verbo em questão.</p><p>O estudo dos processos de regências, habitualmente, diz respeito à análise das situações em que</p><p>nomes e verbos pedem ou não determinada preposição para desempenhar sua função regente sobre</p><p>seus complementos.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>50 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>No exemplo acima, o verbo apresenta o mesmo padrão de regência tanto em linguagem corrente</p><p>quanto no uso culto da língua. Contudo, muitos são os exemplos que destoam disso, havendo um</p><p>padrão de regência, usualmente, divergente do praticado em linguagem espontânea.</p><p>Um caso recorrente é o do verbo assistir, indicado, em linguagem padrão, como regente da</p><p>preposição a. Então, teríamos, Assistimos ao jogo de vôlei ontem. Ocorre que, como dito, essa</p><p>regência, bem comumente, realiza-se diretamente, ou seja, sem qualquer intermédio de preposição.</p><p>Uma consequência efetiva e prática disso é a possibilidade da versão passiva O jogo de vôlei foi</p><p>assistido ontem por nós, o que não seria de se esperar de uma construção, afinal, com objeto</p><p>indireto.</p><p>Também é transitivo indireto assistir em sentido de caber, dizer respeito a: Tratava-se dum princípio</p><p>que assistia a todos.</p><p>Considere-se ainda o verbo assistir significando dar assistência a, como em Assistia os filhos</p><p>enquanto estavam doentes, em construção de regência direta.</p><p>REGÊNCIA VERBAL</p><p>Além do verbo assistir, há outros que apresentam um padrão distinto do uso corrente. Desses, vale</p><p>lembrar, em termos de regência verbal:</p><p>Aspirar</p><p>a) regência transitiva indireta, significando pretender, almejar, com a preposição a:</p><p>Aspiramos a uma boa formação intelectual.</p><p>b) regência transitiva direta, no sentido de inalar, inspirar, respirar.</p><p>É bom aspirar esse ar aqui da serra.</p><p>Chamar</p><p>a) é transitivo indireto, regendo a preposição por, no sentido de invocar, conclamar:</p><p>- No ritual, chamava por várias divindades.</p><p>b) é transitivo direto, na acepção de convocar:</p><p>- Chamaram urgentemente os responsáveis dela à escola.</p><p>c) pode ser transitivo tanto direto quanto indireto, acompanhado</p><p>da preposição de e/ou a, alternando</p><p>as seguintes possibilidades de construções:</p><p>- Chamam-no doidivanas.</p><p>- Chamam-lhe doidivanas.</p><p>- Chamam-no de doidivanas.</p><p>- Chamam-lhe de doidivanas.</p><p>Esquecer/(Re)Lembrar</p><p>a) quando transitivos indiretos, são pronominais e regem a preposição de:</p><p>- Lembrei-me de nossa reunião.</p><p>b) quando transitivos diretos, perdem a faceta pronominal.</p><p>- Esqueci a carteira em casa.</p><p>Implicar</p><p>Assume regência transitiva direta:</p><p>Tal decisão implicará sérios prejuízos a todos nós.</p><p>(Des)Obedecer</p><p>a) transitivo direto, quando o objeto corresponde a coisa.</p><p>- Obedeceram rigorosamente as regras de trânsito.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>51 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>b) transitivo indireto quando o objeto corresponde a alguém.</p><p>- Insensatamente, desobedeceram aos guardas de trânsito.</p><p>Obs.: lembrando que, devido à flutuação de regência entre esse registro padrão e a linguagem</p><p>corrente, encontramos, por isso, Os guardas de trânsito foram desobedecidos.</p><p>Preferir</p><p>É bitransitivo, tendo objeto indireto, introduzido por preposição a:</p><p>- Preferia cinema a teatro.</p><p>Responder</p><p>a) É transitivo indireto, na acepção de dar resposta a:</p><p>- Respondeu a todas as perguntas do teste.</p><p>Obs.: aí também pode assumir comportamento intransitivo. Ex.: Foi chamado, mas não respondeu.</p><p>b) É transitivo direto, introduzindo oração objetiva direta, em seu uso como verbo</p><p>narrativo/declarativo;</p><p>- Ele respondeu que não viria.</p><p>Obs.: nessa mesma acepção, pode ser ainda bitransitivo. Ex.: Ele respondeu aosecretário que não</p><p>viria.</p><p>Visar</p><p>a) É transitivo indireto, exigindo a preposição a, se equivalente a ter em vista, desejar, almejar:</p><p>- Visava a uma ambiciosa carreira.</p><p>b) É transitivo direto, se corresponde a mirar ou dar visto:</p><p>- O despachante já havia visado todos os documentos.</p><p>- Visou o alvo e disparou.</p><p>REGÊNCIA NOMINAL</p><p>Já os casos de regência nominal são de sistematização ainda mais esparsa. Apresentamos abaixo</p><p>alguns exemplos emblemáticos.</p><p>Nome Preposição</p><p>acessível, alheio, alusão, análogo, atento, benéfico, estranho, favorável,</p><p>fiel, grato, habituado, leal, necessário, nocivo, obediência, paralelo,</p><p>posterior, preferível, prejudicial, propício, referente, relativo, sensível,</p><p>simpático</p><p>A</p><p>alheio, contemporâneo, junto, próximo A/DE</p><p>admiração, aversão, preferência, respeito, simpatia A/POR</p><p>curioso A/DE/POR</p><p>apto, atenção, odiável, propenso, tendência, útil A/PARA</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>52 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>atento A/PARA/EM</p><p>acostumado, permissivo A/COM</p><p>ódio A/CONTRA</p><p>compatível, cuidadoso, liberal, misericórdia, respeitoso COM (para com: uso</p><p>enfático)</p><p>satisfeito COM/DE/EM/POR</p><p>capaz, culpado, distante, maior, natural, necessidade, suspeito, DE</p><p>ambicioso, querido DE/POR</p><p>bacharel, hábil, indeciso, residente, versado EM</p><p>ansioso POR</p><p>CRASE</p><p>Note-se que, normalmente, os antônimos, sejam formados por prefixos ou sejam palavras novas,</p><p>mantêm a mesma regência preposicional. Assim, simpático/ antipático a ou (in)</p><p>acessível a, (des)favorável a. Uma curiosa exceção ocorre com o par leal a/desleal com.</p><p>Há ainda situações em que a mudança de preposição indica mudança de significação como ser</p><p>próprio de ou ser próprio para.</p><p>Chama a atenção a recorrência, em língua padrão, da preposição a, em contraposição ao verificado</p><p>em uso espontâneo e cotidiano. Aí se assenta a suposta dificuldade com a marcação da crase,</p><p>fenômeno que envolve o encontro de dois a, em geral, preposição e artigo feminino. Teríamos, então:</p><p>Vamos para a praia. = Vamos a a praia. = Vamos aa praia. = Vamos À praia.</p><p>Pode-se dizer que a forma À corresponde ao feminino da forma ao:</p><p>- Ainda não chegaram ao fim da discussão.</p><p>- Ainda não chegaram à conclusão da discussão.</p><p>A crase ocorrerá, portanto, nos contextos em que puder haver a artigo, junto a a preposição.</p><p>Logo, não cabe o uso de crase diante de nomes masculinos, nem de verbos, por exemplo.</p><p>Pode-se ainda marcar crase no encontro da preposição a com o pronome aquele(a)/ aquilo, como</p><p>podemos ver em:</p><p>Estávamos desacostumados àqueles hábitos.</p><p>Com verbos de movimento, o uso da crase ficará condicionado à presença do artigo feminino.</p><p>Comparemos:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>53 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Vim da Bahia. Uso de artigo feminino Vou À Bahia.</p><p>Vim de Belo Horizonte. Ausência de artigo Vou a Belo Horizonte.</p><p>Vim do Rio de Janeiro. Uso de artigo masculino Vou ao Rio de Janeiro.</p><p>Por fim, lançamos mão da indicação de crase em expressões/locuções formadas a partir de</p><p>substantivo feminino: às claras, à meia-noite, à espera, às voltas, etc. Dispensa-se essa marcação</p><p>em caso de repetição do substantivo: cara a cara.</p><p>A regência verbal é a relação sintática de dependência que se estabelece entre o verbo — termo</p><p>regente — e o seu complemento — termo regido. A regência determina se uma preposição é</p><p>necessária para ligar o verbo a seu complemento.</p><p>Os termos, quando exigem a presença de outro chamam-se regentes ou subordinantes; os que</p><p>completam a significação dos anteriores chamam-se regidos ou subordinados.</p><p>Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal.</p><p>Quando o termo regente é um verbo, ocorre a regência verbal.</p><p>Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado. Na regência nominal, ele é</p><p>obrigatoriamente preposicionado.</p><p>Exemplos</p><p>Agradar</p><p>a) Com sentido de acariciar: transitivo direto</p><p>Ele sempre agradava a namorada quando se encontravam.</p><p>b) Com sentido de satisfazer, ser agradável: transitivo indireto.</p><p>As mudanças que fizemos na loja agradou aos consumidores.</p><p>Aspirar</p><p>a) Quando tem o sentido de sorver, tragar, inspirar: transitivo direto</p><p>Ele aspirou toda a poeira.</p><p>b) Quando tem o sentido de pretender, desejar, almejar: transitivo indireto ( necessita do uso da</p><p>preposição a)</p><p>O jogador aspirava a uma falta.</p><p>Obs.: Quando o verbo aspirar for transitivo indireto, não se admite a substituição da preposição (a)</p><p>por lhe ou lhes. Deve-se-á usar em seu lugar (a ele, a eles, a ela ou a elas).</p><p>Obs.: Quando o verbo aspirar vier acompanhado por (àquele ou àquela), o à craseado terá</p><p>função de preposição, transformando assim o verbo em transitivo indireto.</p><p>Assistir</p><p>a) Quando tem sentido de ver: transitivo indireto</p><p>Eu assisti ao jogo.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>54 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Obs: Não se admite a substituição da preposição (a) por lhe ou lhes. Deve-se-á usar em seu lugar (a</p><p>ele, a eles, a ela ou a elas).</p><p>b) Quando tem sentido de morar, residir: transitivo indireto (exige-se a preposição em).</p><p>Eu assisto em São Paulo</p><p>c) Quando tem sentido de ajudar: verbo transitivo direto ou indireto (indiferentemente).</p><p>O médico assistiu o doente/ ao doente.</p><p>d) Quanto tem sentido de pertencer, caber (direito a alguém): transitivo indireto</p><p>Não lhe assiste o direito de escolher agora.</p><p>Atender[</p><p>a) Se o complemento for pessoa: transitivo direto ou indireto.</p><p>O professor atendeu os/aos alunos. (O professor os atendeu)</p><p>b) Se o complemento for coisa: transitivo direto. Modernamente já é aceito o complemento direto</p><p>para coisa.</p><p>Quem vai atender o/ao telefone?</p><p>Chamar</p><p>a) Quando significa convocar, fazer vir: transitivo direto.</p><p>Ela chamou minha atenção.</p><p>b) Quando tem o significado de invocar, pedir auxílio ou atenção: transitivo indireto.</p><p>Ele chamava por seus poderes.</p><p>c) Com o sentido de apelidar ele pode ou não necessitar de preposição: transitivo direto ou indireto.</p><p>Chamaram-no medroso.</p><p>Chamaram-no de medroso.</p><p>Chamaram-lhe medroso.</p><p>Chamaram-lhe de medroso.</p><p>Chegar/ir</p><p>Estes e outros verbos de movimento são tradicionalmente regidos pela preposição a.</p><p>Vou ao dentista.</p><p>Cheguei a Belo Horizonte.</p><p>Em português brasileiro vernáculo, esse uso é raro. É extremamente comum que tais verbos sejam</p><p>regidos pelas preposições para e em. Estes usos são diferentes da norma-padrão, porém, pesquisas</p><p>mostram que eles provêm de usos que já existiam desde o latim antigo, e é possível</p><p>- INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO</p><p>QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.</p><p>- TIPOS DE ENUNCIADOS:</p><p>• O texto DIZ que...</p><p>• É SUGERIDO pelo autor que...</p><p>• De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a</p><p>afirmação...</p><p>• O narrador AFIRMA...</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>ERROS DE INTERPRETAÇÃO</p><p>É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes</p><p>são:</p><p>a) Extrapolação (viagem)</p><p>Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por</p><p>conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.</p><p>b) Redução</p><p>É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um</p><p>conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.</p><p>c) Contradição</p><p>Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas</p><p>e, consequentemente, errando a questão.</p><p>OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,</p><p>mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR</p><p>DIZ e nada mais.</p><p>COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou</p><p>parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,</p><p>uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai</p><p>dizer e o que já foi dito.</p><p>OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do</p><p>pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu</p><p>antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor</p><p>semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.</p><p>Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz</p><p>erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo</p><p>adequado a cada circunstância, a saber:</p><p>QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS</p><p>CONDIÇÕES DA FRASE.</p><p>QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR.</p><p>QUEM (PESSOA)</p><p>CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO.</p><p>COMO (MODO)</p><p>ONDE (LUGAR)</p><p>QUANDO (TEMPO)</p><p>QUANTO (MONTANTE)</p><p>EXEMPLO:</p><p>Falou tudo QUANTO queria (correto)</p><p>Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).</p><p>• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO,</p><p>SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e,</p><p>por força desse hábito cometem-se erros graves como:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.</p><p>- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O .</p><p>- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso</p><p>a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios</p><p>sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do</p><p>3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o</p><p>assunto, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.</p><p>b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com</p><p>informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a</p><p>informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer:</p><p>“Eu entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das</p><p>palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.</p><p>c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de</p><p>compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada</p><p>então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo</p><p>texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.</p><p>Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira</p><p>abaixo:</p><p>1) Leia com um dicionário por perto</p><p>Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom</p><p>nível de leituras. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um</p><p>dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a</p><p>pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado</p><p>da palavra. Com o tempo o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao</p><p>dicionário toda hora.</p><p>2) Faça paráfrases</p><p>Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou</p><p>uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras</p><p>dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando</p><p>para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.</p><p>– Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que</p><p>identificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas</p><p>sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.</p><p>– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação</p><p>com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,</p><p>justificando o porquê.</p><p>– Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de</p><p>paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar</p><p>setinhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto!</p><p>3) Leia no papel</p><p>Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um</p><p>tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que</p><p>aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de</p><p>possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas</p><p>e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e,</p><p>portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que possível, estude</p><p>por livros de papel ou imprima as explicações (claro, fazendo um uso sábio do papel, sem</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem faz anotações à</p><p>mão consegue lembrar melhor do que estuda.</p><p>4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar</p><p>Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem</p><p>dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de</p><p>um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de</p><p>forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da</p><p>página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa</p><p>frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e</p><p>superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa</p><p>leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.</p><p>Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links</p><p>e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”</p><p>encontrar esse</p><p>tipo de utilização em textos escritos até mesmo antes da colonização do Brasil por Portugal.</p><p>Comunicar</p><p>Eu COMUNICO ALGO A ALGUÉM pois neste caso a ênfase cai sobre a coisa em detrimento da</p><p>pessoa</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>55 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Comunicamos ao proprietário a nossa decisão.</p><p>Cientificar</p><p>Eu CIENTIFICO ALGUÉM DE ALGO pois neste caso a ênfase cai sobre a pessoa em detrimento da</p><p>coisa</p><p>Cientifiquei o réu da sentença.</p><p>Implicar</p><p>a) com o sentido de não estar de acordo, não concordar com: transitivo indireto</p><p>A irmã todo dia implica com o irmão mais novo.</p><p>b) com o sentido de acarretar, ter como consequência, originar: transitivo direto</p><p>Um escolha errada que implicou grandes prejuízos a empresa.</p><p>Morar/residir</p><p>Normalmente vêm introduzidos pela preposição em.</p><p>-Ele mora em Guarapirópolis dos alferes.</p><p>-Maria reside em Santa Catarina.</p><p>Namorar</p><p>Não se usa "com" como preposição.</p><p>Gabriel namora Giulia.</p><p>Jhuliana de Almeidas namora Alberto.</p><p>Como eu namorarei Fernanda Moraes.</p><p>Antonio namora Gabrielle. (em vez de: Antonio namora com Gabrielle.)</p><p>Obedecer/desobedecer</p><p>Exigem a preposição a.</p><p>As crianças obedeceram aos pais.</p><p>O aluno desobedeceu ao professor.</p><p>Obs.: Mesmo sendo verbo transitivo indireto, ele pode ser usado na voz passiva.</p><p>Simpatizar/antipatizar</p><p>Exigem a preposição com.</p><p>Simpatizo com Lúcio.</p><p>Ver</p><p>O verbo ver é transitivo direto, por isso não necessita de preposição.</p><p>Ele veria muitos filmes em cartazes.</p><p>Visar</p><p>a) no sentido de mirar, apontar a mira: transitivo direto</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>56 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Visei o alvo.</p><p>b) no sentido de pôr o visto: transitivo direto</p><p>Ele visou o documento.</p><p>c) no sentido de pretender, ter em vista: transitivo indireto. Modernamente já se aceita o complemento</p><p>direto</p><p>Visei o/ao lucro.</p><p>Suceder</p><p>a) No sentido de substituir; vir depois: transitivo indireto.</p><p>Os atuais supermercados sucederam aos antigos armazéns.</p><p>b) no sentido de ocorrer: intransitivo</p><p>Uma catástrofe sucedeu no México.</p><p>Ensinar</p><p>a) no sentido de educar: intransitivo.</p><p>O professor ensina bem.</p><p>b) no sentido de castigar, adestrar, educar: transitivo direto.</p><p>A experiência ensina os professores.</p><p>c) É verbo transitivo direto e indireto, admitindo objeto direto de coisa e indireto de pessoa.</p><p>Os professores ensinam os alunos a decorar.</p><p>Emprego do Sinal Indicativo de Crase</p><p>CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua</p><p>Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada</p><p>pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno</p><p>(junção a + a) representado através do acento grave.</p><p>A crase pode ser a fusão da preposição a com:</p><p>1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.</p><p>2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.</p><p>3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.</p><p>4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é possível enviar</p><p>correspondência.</p><p>Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas</p><p>vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.</p><p>REGRAS PRÁTICAS</p><p>1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a</p><p>combinação ao, é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino:</p><p>Amanhã iremos ao colégio / à escola.</p><p>Prefiro o futebol ao voleibol / à natação.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>57 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Resolvi o problema / a questão.</p><p>Vou ao campo / à praia.</p><p>Eles foram ao parque / à praça.</p><p>2 - Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente</p><p>(de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as</p><p>formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase:</p><p>Refiro-me a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você.</p><p>Refiro-me à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me pela menina.</p><p>Começou a gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.</p><p>3 - Substitua verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo</p><p>voltar. Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ</p><p>crase:</p><p>Vou a Roma. / Voltei de Roma.</p><p>Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares.</p><p>Voltarei a Paris e à Suiça. / Voltarei de Paris e da Suiça.</p><p>Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase:</p><p>Vou a Roma. / Voltei de Roma.</p><p>Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares.</p><p>Voltarei a Paris e à Suiça. / Voltarei de Paris e da Suiça.</p><p>4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma</p><p>só idéia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então</p><p>haverá crase:</p><p>Gente à toa.</p><p>Vire à direita.</p><p>Tudo às claras.</p><p>Hoje à noite.</p><p>Navio à deriva.</p><p>Tudo às avessas.</p><p>No caso da locução "à moda de", a expressão "moda de" pode vir subentendida, deixando apenas</p><p>o "à" expresso, como nos exemplos que seguem:</p><p>Sapatos à Luiz XV.</p><p>Relógios à Santos Dummont.</p><p>Filé à milanesa.</p><p>Churrasco à gaúcha.</p><p>No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas</p><p>ocorrerá a crase:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>58 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>À meia-noite.</p><p>À uma hora.</p><p>À duas horas.</p><p>Às três e quarenta.</p><p>Pontuação:</p><p>Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita e desempenham a</p><p>função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limites de estruturas sintáticas nos</p><p>textos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados</p><p>na fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de</p><p>sentido.</p><p>Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com</p><p>nossos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de</p><p>pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de</p><p>sentidos dos enunciados.</p><p>Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:</p><p>Ponto ( . )</p><p>Indicar o final de uma frase declarativa:</p><p>Gosto de sorvete de goiaba.</p><p>b) Separar períodos:</p><p>Fica mais um tempo. Ainda é cedo.</p><p>c) Abreviar palavras:</p><p>Av. (Avenida)</p><p>V. Ex.ª (Vossa Excelência)</p><p>p. (página)</p><p>Dr. (doutor)</p><p>Dois-pontos ( : )</p><p>Iniciar fala de personagens:</p><p>O aluno respondeu:</p><p>– Parta agora!</p><p>b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que</p><p>explicam e/ou resumem ideias anteriores.</p><p>Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.</p><p>Anote o número do protocolo: 4254654258.</p><p>c) Antes de citação direta:</p><p>Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja</p><p>infinito enquanto dure.”</p><p>Reticências ( ... )</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>59 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Indicar dúvidas ou hesitação:</p><p>Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais.</p><p>b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:</p><p>Quem sabe se tentar mais tarde...</p><p>c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:</p><p>“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...”</p><p>(Cecília - José de Alencar)</p><p>d) Suprimir palavras em uma transcrição:</p><p>“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)</p><p>Parênteses ( )</p><p>Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a</p><p>vírgula ou o travessão:</p><p>Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922).</p><p>"Uma manhã lá no Cajapió</p><p>(Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma</p><p>grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)</p><p>Ponto de Exclamação ( ! )</p><p>Após vocativo</p><p>Ana, boa tarde!</p><p>b) Final de frases imperativas:</p><p>Cale-se!</p><p>c) Após interjeição:</p><p>Ufa! Que alívio!</p><p>d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:</p><p>Que pena!</p><p>Ponto de Interrogação ( ? )</p><p>Em perguntas diretas:</p><p>Quantos anos você tem?</p><p>b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:</p><p>Não brinca, é sério?!</p><p>Vírgula ( , )</p><p>De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de</p><p>funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de</p><p>nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração,</p><p>não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos</p><p>da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>60 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro</p><p>os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:</p><p>Sujeito de Predicado;</p><p>Objeto de Verbo;</p><p>Adjunto adnominal de nome;</p><p>Complemento nominal de nome;</p><p>Predicativo do objeto do objeto;</p><p>Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na</p><p>ordem inversa).</p><p>Casos em que devemos utilizar a vírgula:</p><p>A vírgula no interior da oração</p><p>Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:</p><p>Ana, traga os relatórios.</p><p>O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.</p><p>b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:</p><p>Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem.</p><p>Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.</p><p>c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:</p><p>Quando chegar do trabalho, procurarei por você.</p><p>Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.</p><p>d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração:</p><p>Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários.</p><p>Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.</p><p>e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas:</p><p>Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.</p><p>f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas:</p><p>Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.</p><p>g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado:</p><p>A ele, nada mais abala.</p><p>h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas:</p><p>Goiânia, 01 de novembro de 2016.</p><p>Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos:</p><p>É pau, é pedra, é o fim do caminho.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>61 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo:</p><p>Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)</p><p>Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:</p><p>Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:</p><p>Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.</p><p>2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia</p><p>(polissíndeto):</p><p>E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.</p><p>3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam</p><p>sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo):</p><p>Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.</p><p>A vírgula entre orações</p><p>A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:</p><p>Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:</p><p>Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.</p><p>b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações</p><p>iniciadas pela conjunção “e”:</p><p>Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado.</p><p>Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.</p><p>c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se</p><p>estiverem antepostas à oração principal:</p><p>"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o</p><p>gancho." (O selvagem - José de Alencar)</p><p>d) Para separar as orações intercaladas:</p><p>"– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”</p><p>e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:</p><p>Quando sai o resultado, ainda não sei.</p><p>Ponto e vírgula ( ; )</p><p>Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:</p><p>Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas:</p><p>O que dizer;</p><p>A quem dizer;</p><p>Como dizer;</p><p>Por que dizer;</p><p>Quais objetivos pretendo alcançar com este texto?</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>62 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações</p><p>coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:</p><p>“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente</p><p>vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde</p><p>moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto</p><p>tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)</p><p>Travessão ( — )</p><p>Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto:</p><p>A mãe perguntou ao filho:</p><p>— Já lavou o rosto e escovou os dentes?</p><p>b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:</p><p>— Filho, você já fez a sua lição de casa?</p><p>— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.</p><p>c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários:</p><p>Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília.</p><p>d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:</p><p>Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria.</p><p>Aspas ( “ ” )</p><p>As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:</p><p>Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,</p><p>neologismos, arcaísmos e expressões populares:</p><p>A aula do professor foi “irada”.</p><p>Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.</p><p>b) Indicar uma citação direta:</p><p>“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz</p><p>a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)</p><p>FIQUE ATENTO!</p><p>Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por</p><p>aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").</p><p>VEJA AGORA ALGUMAS OBSERVAÇÕES RELEVANTES:</p><p>Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.</p><p>Observe:</p><p>Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango.</p><p>Não gosto nem desgosto.</p><p>Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>63 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a</p><p>finalidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.</p><p>Observe:</p><p>Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.</p><p>Classes de Palavras</p><p>Você sabe o que são as classes gramaticais e para que elas servem?</p><p>Bom, a língua portuguesa é um rico objeto de estudo – você certamente já percebeu isso. Por</p><p>apresentar tantas especificidades, é natural que ela fosse dividida em diferentes áreas, o que facilita</p><p>sua análise. Entre essas áreas, está a Morfologia, que é o estudo da estrutura, da formação e da</p><p>classificação das palavras. Na Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente,</p><p>desconsiderando-se a função que exercem dentro da frase ou do período, estudo realizado pela</p><p>Sintaxe. Nos estudos morfológicos, as palavras estão agrupadas em dez classes, que podem ser</p><p>chamadas de classes de palavras ou classes gramaticais. São elas:</p><p>Classes de Palavras</p><p>Substantivo: palavra que dá nome aos seres em geral, podendo nomear também ações, conceitos</p><p>físicos, afetivos e socioculturais, entre outros que não podem ser considerados “seres” no sentido</p><p>literal da palavra;</p><p>Artigo: palavra que se coloca antes do substantivo para determiná-lo de modo particular (definido) ou</p><p>geral (indefinido);</p><p>Adjetivo: palavra que tem por função expressar características, qualidades ou estados dos seres;</p><p>Numeral: palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas etc.), ou a</p><p>posição que um ser ocupa em determinada sequência;</p><p>Pronome: palavra que substitui ou acompanha um substantivo (nome), definindo-lhe os limites de</p><p>significação;</p><p>Verbo: palavra que, por si só, exprime um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno) e localiza-o no</p><p>tempo;</p><p>Advérbio: palavra invariável que se relaciona com o verbo para indicar as circunstâncias (de tempo,</p><p>de lugar, de modo etc.) em que ocorre o fato verbal;</p><p>Preposição: palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas</p><p>relações de sentido e dependência;</p><p>Conjunção: palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em uma</p><p>oração;</p><p>Interjeição: palavra (ou conjunto de palavras) que, de forma intensa e instantânea, exprime</p><p>sentimentos, emoções e reações psicológicas.</p><p>A classificação das palavras sofreu alterações ao longo do tempo, o que é normal, haja vista que a</p><p>língua é mutável, isto é, sofre alterações e adaptações de acordo com as necessidades dos falantes.</p><p>Classificar uma palavra não é tarefa fácil, porém, possível, prova disso é que na língua portuguesa</p><p>todos os vocábulos estão incluídos dentro de uma das dez classes de palavras. Conhecer a</p><p>gramática que rege nosso idioma é fundamental para aprimorarmos a comunicação. Foi por essa</p><p>razão que o Brasil Escola preparou uma seção voltada ao estudo das classes gramaticais. Nela você</p><p>encontrará diversos artigos que explicarão a morfologia da língua de maneira simples e direta por</p><p>meio de textos e variados exemplos.</p><p>A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do</p><p>discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e conjunção. Atualmente, são</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>64 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio,</p><p>verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.</p><p>Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso</p><p>acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo</p><p>todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda</p><p>vão ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua</p><p>portuguesa estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas</p><p>características. A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo =</p><p>forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as</p><p>relações entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem</p><p>influenciá-la, mas somente a forma da palavra.</p><p>Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes</p><p>gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:</p><p>SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como</p><p>também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.</p><p>Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.</p><p>ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,</p><p>antecedendo-os.</p><p>Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.</p><p>ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos</p><p>substantivos.</p><p>Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.</p><p>PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a</p><p>pessoa do discurso.</p><p>Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.</p><p>VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.</p><p>Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.</p><p>ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.</p><p>Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.</p><p>NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.</p><p>Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.</p><p>PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.</p><p>Exemplo: em, de, para, por, etc.</p><p>CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação</p><p>ou subordinação.</p><p>Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.</p><p>INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de</p><p>suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como</p><p>palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.</p><p>Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>65 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser analisadas e</p><p>catalogadas em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas, sendo elas: substantivo,</p><p>artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.</p><p>Substantivo</p><p>Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre</p><p>outros. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau</p><p>(diminutivo, normal, aumentativo). Exercem sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde</p><p>estão inseridos (sujeito, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva).</p><p>Substantivos simples</p><p>• casa;</p><p>• amor;</p><p>• roupa;</p><p>• livro;</p><p>• felicidade.</p><p>Substantivos compostos</p><p>• passatempo;</p><p>• arco-íris;</p><p>• beija-flor;</p><p>• segunda-feira;</p><p>• malmequer.</p><p>Substantivos primitivos</p><p>• folha;</p><p>• chuva;</p><p>• algodão;</p><p>• pedra;</p><p>• quilo.</p><p>Substantivos derivados</p><p>• território;</p><p>• chuvada;</p><p>• jardinagem;</p><p>• açucareiro;</p><p>• livraria.</p><p>Substantivos próprios</p><p>• Flávia;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>66 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• Brasil;</p><p>• Carnaval;</p><p>• Nilo;</p><p>• Serra da Mantiqueira.</p><p>Substantivos comuns</p><p>• mãe;</p><p>• computador;</p><p>• papagaio;</p><p>• uva;</p><p>• planeta.</p><p>Substantivos coletivos</p><p>• rebanho;</p><p>• cardume;</p><p>• pomar;</p><p>• arquipélago;</p><p>• constelação.</p><p>Substantivos concretos</p><p>• mesa;</p><p>• cachorro;</p><p>• samambaia;</p><p>• chuva;</p><p>• Felipe.</p><p>Substantivos abstratos</p><p>• beleza;</p><p>• pobreza;</p><p>• crescimento;</p><p>• amor;</p><p>• calor.</p><p>Substantivos comuns de dois gêneros</p><p>• o estudante / a estudante;</p><p>• o jovem / a jovem;</p><p>• o artista / a artista.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>67 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Substantivos sobrecomuns</p><p>• a vítima;</p><p>• a pessoa;</p><p>• a criança;</p><p>• o gênio;</p><p>• o indivíduo.</p><p>Substantivos epicenos</p><p>• a formiga;</p><p>• o crocodilo;</p><p>• a mosca;</p><p>• a baleia;</p><p>• o besouro.</p><p>Substantivos de dois números</p><p>• o lápis / os lápis;</p><p>• o tórax / os tórax;</p><p>• a práxis / as práxis.</p><p>Leia mais sobre substantivos.</p><p>Artigo</p><p>Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos</p><p>mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam</p><p>também o gênero e o número dos substantivos que determinam.</p><p>Artigos definidos</p><p>• o;</p><p>• a;</p><p>• os;</p><p>• as.</p><p>Artigos indefinidos</p><p>• um;</p><p>• uma;</p><p>• uns;</p><p>• umas.</p><p>Leia mais sobre artigos.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>68 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Adjetivo</p><p>Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade,</p><p>característica, aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero</p><p>(masculino e feminino), número</p><p>(singular e plural) e grau (normal, comparativo, superlativo).</p><p>Adjetivos simples</p><p>• vermelha;</p><p>• lindo;</p><p>• zangada;</p><p>• branco.</p><p>Adjetivos compostos</p><p>• verde-escuro;</p><p>• amarelo-canário;</p><p>• franco-brasileiro;</p><p>• mal-educado.</p><p>Adjetivo primitivo</p><p>• feliz;</p><p>• bom;</p><p>• azul;</p><p>• triste;</p><p>• grande.</p><p>Adjetivo derivado</p><p>• magrelo;</p><p>• avermelhado;</p><p>• apaixonado.</p><p>Adjetivos biformes</p><p>• bonito;</p><p>• alta;</p><p>• rápido;</p><p>• amarelas;</p><p>• simpática.</p><p>Adjetivos uniformes</p><p>• competente;</p><p>• fácil;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>69 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• verdes;</p><p>• veloz;</p><p>• comum.</p><p>Adjetivos pátrios</p><p>• paulista;</p><p>• cearense;</p><p>• brasileiro;</p><p>• italiano;</p><p>• romeno.</p><p>Leia mais sobre adjetivos.</p><p>Pronome</p><p>Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes substantivos) ou que</p><p>acompanham, determinam e modificam os substantivos, atribuindo particularidades e características</p><p>aos mesmos (pronomes adjetivos). Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número</p><p>(singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).</p><p>Pronomes pessoais retos</p><p>• eu;</p><p>• tu;</p><p>• ele;</p><p>• nós;</p><p>• vós;</p><p>• eles.</p><p>Pronomes pessoais oblíquos</p><p>• me;</p><p>• mim;</p><p>• comigo;</p><p>• o;</p><p>• a;</p><p>• se;</p><p>• conosco;</p><p>• vos.</p><p>Pronomes pessoais de tratamento</p><p>• você;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>70 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• senhor;</p><p>• Vossa Excelência;</p><p>• Vossa Eminência.</p><p>Pronomes possessivos</p><p>• meu;</p><p>• tua;</p><p>• seus;</p><p>• nossas;</p><p>• vosso;</p><p>• sua.</p><p>Pronomes demonstrativos</p><p>• este;</p><p>• essa;</p><p>• aquilo;</p><p>• o;</p><p>• a;</p><p>• tal.</p><p>Pronomes interrogativos</p><p>• que;</p><p>• quem;</p><p>• qual;</p><p>• quanto.</p><p>Pronomes relativos</p><p>• que;</p><p>• quem;</p><p>• onde;</p><p>• a qual;</p><p>• cujo;</p><p>• quantas.</p><p>Pronomes indefinidos</p><p>• algum;</p><p>• nenhuma;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>71 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• todos;</p><p>• muitas;</p><p>• nada;</p><p>• algo.</p><p>Leia mais sobre pronomes.</p><p>Numeral</p><p>Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a ordenação de</p><p>elementos numa série. Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e</p><p>número (singular e plural), outros são invariáveis.</p><p>Numerais cardinais</p><p>• um;</p><p>• sete;</p><p>• vinte e oito;</p><p>• cento e noventa;</p><p>• mil.</p><p>Numerais ordinais</p><p>• primeiro;</p><p>• vigésimo segundo;</p><p>• nonagésimo;</p><p>• milésimo.</p><p>Numerais multiplicativo</p><p>• duplo;</p><p>• triplo;</p><p>• quádruplo;</p><p>• quíntuplo.</p><p>Numerais fracionários</p><p>• um meio;</p><p>• um terço;</p><p>• três décimos.</p><p>Numerais coletivos</p><p>• dúzia;</p><p>• cento;</p><p>• dezena;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>72 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• quinzena.</p><p>Leia mais sobre numerais.</p><p>Verbo</p><p>Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar também uma ocorrência,</p><p>um estado ou um fenômeno. Podem ser flexionados em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou</p><p>3.ª pessoa do discurso), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e</p><p>futuro), aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).</p><p>Verbos regulares</p><p>• cantar;</p><p>• amar;</p><p>• vender;</p><p>• prender;</p><p>• partir;</p><p>• abrir.</p><p>Verbos irregulares</p><p>• medir;</p><p>• fazer;</p><p>• ouvir;</p><p>• haver;</p><p>• poder;</p><p>• crer.</p><p>Verbos anômalos</p><p>• ser;</p><p>• ir.</p><p>Verbos principais</p><p>• comer;</p><p>• dançar;</p><p>• saltar;</p><p>• escorregar;</p><p>• sorrir;</p><p>• rir.</p><p>Verbos auxiliares</p><p>• ser;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>73 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• estar;</p><p>• ter;</p><p>• haver;</p><p>• ir.</p><p>Verbos de ligação</p><p>• ser;</p><p>• estar;</p><p>• parecer;</p><p>• ficar;</p><p>• tornar-se;</p><p>• continuar;</p><p>• andar;</p><p>• permanecer.</p><p>Verbos defectivos</p><p>• falir;</p><p>• banir;</p><p>• reaver;</p><p>• colorir;</p><p>• demolir;</p><p>• adequar.</p><p>Verbos impessoais</p><p>• haver;</p><p>• fazer;</p><p>• chover;</p><p>• nevar;</p><p>• ventar;</p><p>• anoitecer;</p><p>• escurecer.</p><p>Verbos unipessoais</p><p>• latir;</p><p>• miar;</p><p>• cacarejar;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>74 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• mugir;</p><p>• convir;</p><p>• custar;</p><p>• acontecer.</p><p>Verbos abundantes</p><p>• aceitado / aceito;</p><p>• ganhado / ganho;</p><p>• pagado / pago.</p><p>Verbos pronominais essenciais</p><p>• arrepender-se;</p><p>• suicidar-se;</p><p>• zangar-se;</p><p>• queixar-se;</p><p>• abster-se;</p><p>• dignar-se.</p><p>Verbos pronominais acidentais</p><p>• pentear / pentear-se;</p><p>• sentar / sentar-se;</p><p>• enganar / enganar-se</p><p>• debater / debater-se.</p><p>Leia mais sobre verbos.</p><p>Advérbio</p><p>Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma</p><p>circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero</p><p>e número. Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau.</p><p>Advérbio de lugar</p><p>• aqui;</p><p>• ali;</p><p>• atrás;</p><p>• longe;</p><p>• perto;</p><p>• embaixo.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>75 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Advérbio de tempo</p><p>• hoje;</p><p>• amanhã;</p><p>• nunca;</p><p>• cedo;</p><p>• tarde;</p><p>• antes.</p><p>Advérbio de modo</p><p>• bem;</p><p>• mal;</p><p>• rapidamente;</p><p>• devagar;</p><p>• calmamente;</p><p>• pior.</p><p>Advérbio de afirmação</p><p>• sim;</p><p>• certamente;</p><p>• certo;</p><p>• decididamente.</p><p>Advérbio de negação</p><p>• não;</p><p>• nunca;</p><p>• jamais;</p><p>• nem;</p><p>• tampouco.</p><p>Advérbio de dúvida</p><p>• talvez;</p><p>• quiçá;</p><p>• possivelmente;</p><p>• provavelmente;</p><p>• porventura.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>76 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Advérbio de intensidade</p><p>• muito;</p><p>• pouco;</p><p>• tão;</p><p>• bastante;</p><p>• menos;</p><p>• quanto.</p><p>Advérbio de exclusão</p><p>• salvo;</p><p>• senão;</p><p>• somente;</p><p>• só;</p><p>• unicamente;</p><p>• apenas.</p><p>Advérbio de inclusão</p><p>• inclusivamente;</p><p>• também;</p><p>• mesmo;</p><p>• ainda.</p><p>Advérbio de ordem</p><p>• primeiramente;</p><p>• ultimamente;</p><p>• depois.</p><p>Leia mais sobre advérbios.</p><p>Preposição</p><p>Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos da</p><p>oração. Através de preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro</p><p>termo (termo antecedente). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.</p><p>Preposições simples essenciais</p><p>• a;</p><p>• após;</p><p>• até;</p><p>• com;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>77 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• de;</p><p>• em;</p><p>• entre;</p><p>• para;</p><p>• sobre.</p><p>Preposições simples acidentais</p><p>• como;</p><p>• conforme;</p><p>• consoante;</p><p>• durante;</p><p>• exceto;</p><p>• fora;</p><p>• mediante;</p><p>• salvo;</p><p>• segundo;</p><p>• senão.</p><p>Preposições compostas ou locuções prepositivas</p><p>• acima de;</p><p>• a fim de;</p><p>• apesar de;</p><p>• através de;</p><p>• de acordo com;</p><p>• depois de;</p><p>• em vez de;</p><p>• graças a;</p><p>• perto de;</p><p>• por causa de.</p><p>Leia mais sobre preposições.</p><p>Conjunção</p><p>Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos</p><p>de uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São</p><p>invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>78 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Conjunções coordenativas aditivas</p><p>• e;</p><p>• nem;</p><p>• também;</p><p>• bem como;</p><p>• não só...mas também.</p><p>Conjunções coordenativas adversativas</p><p>• mas;</p><p>• porém;</p><p>• contudo;</p><p>• todavia;</p><p>• entretanto;</p><p>• no entanto;</p><p>• não obstante.</p><p>Conjunções coordenativas alternativas</p><p>• ou;</p><p>• ou...ou;</p><p>• já…já;</p><p>• ora...ora;</p><p>• quer...quer;</p><p>• seja...seja.</p><p>Conjunções coordenativas conclusivas</p><p>• logo;</p><p>• pois;</p><p>• portanto;</p><p>• assim;</p><p>• por isso;</p><p>• por consequência;</p><p>• por conseguinte.</p><p>Conjunções coordenativas explicativas</p><p>• que;</p><p>• porque;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>79 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• porquanto;</p><p>• pois;</p><p>• isto é.</p><p>Conjunções subordinativas integrantes</p><p>• que;</p><p>• se.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais causais</p><p>• porque;</p><p>• que;</p><p>• porquanto;</p><p>• visto que;</p><p>• uma vez que;</p><p>• já que;</p><p>• pois que;</p><p>• como.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais concessivas</p><p>• embora;</p><p>• conquanto;</p><p>• ainda que;</p><p>• mesmo que;</p><p>• se bem que;</p><p>• posto que.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais condicionais</p><p>• se;</p><p>• caso;</p><p>• desde;</p><p>• salvo se;</p><p>• desde que;</p><p>• exceto se;</p><p>• contando que.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais conformativas</p><p>• conforme;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>80 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• como;</p><p>•</p><p>consoante;</p><p>• segundo.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais finais</p><p>• a fim de que;</p><p>• para que;</p><p>• que.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais proporcionais</p><p>• à proporção que;</p><p>• à medida que;</p><p>• ao passo que;</p><p>• quanto mais… mais,…</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais temporais</p><p>• quando;</p><p>• enquanto;</p><p>• agora que;</p><p>• logo que;</p><p>• desde que;</p><p>• assim que;</p><p>• tanto que;</p><p>• apenas.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais comparativas</p><p>• como;</p><p>• assim como;</p><p>• tal;</p><p>• qual;</p><p>• tanto como.</p><p>Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas</p><p>• que;</p><p>• tanto que;</p><p>• tão que;</p><p>• tal que;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>81 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• tamanho que;</p><p>• de forma que;</p><p>• de modo que;</p><p>• de sorte que;</p><p>• de tal forma que.</p><p>Interjeição</p><p>Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito. São invariáveis e</p><p>seu significado fica dependente da forma como as mesmas são pronunciadas pelos interlocutores.</p><p>Interjeições de alegria</p><p>• Oh!;</p><p>• Ah!;</p><p>• Oba!;</p><p>• Viva!;</p><p>• Opa!.</p><p>Interjeições de estímulo</p><p>• Vamos!;</p><p>• Força!;</p><p>• Coragem!;</p><p>• Ânimo!;</p><p>• Adiante!.</p><p>Interjeições de aprovação</p><p>• Apoiado!;</p><p>• Boa!;</p><p>• Bravo!.</p><p>Interjeições de desejo</p><p>• Oh!;</p><p>• Tomara!;</p><p>• Oxalá!.</p><p>Interjeições de dor</p><p>• Ai!;</p><p>• Ui!;</p><p>• Ah!;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>82 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• Oh!.</p><p>Interjeições de surpresa</p><p>• Nossa!;</p><p>• Cruz!;</p><p>• Caramba!;</p><p>• Opa!;</p><p>• Virgem!;</p><p>• Vixe!.</p><p>Interjeições de impaciência</p><p>• Diabo!;</p><p>• Puxa!;</p><p>• Pô!;</p><p>• Raios!;</p><p>• Ora!.</p><p>Interjeições de silêncio</p><p>• Psiu!;</p><p>• Silêncio!.</p><p>Interjeições de alívio</p><p>• Uf!;</p><p>• Ufa!;</p><p>• Ah!.</p><p>Interjeições de medo</p><p>• Credo!;</p><p>• Cruzes!;</p><p>• Uh!;</p><p>• Ui!.</p><p>Interjeições de advertência</p><p>• Cuidado!;</p><p>• Atenção!;</p><p>• Olha!;</p><p>• Alerta!;</p><p>• Sentido!.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>83 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Interjeições de concordância</p><p>• Claro!;</p><p>• Tá!;</p><p>• Hã-hã!.</p><p>Interjeições de desaprovação</p><p>• Credo!;</p><p>• Francamente!;</p><p>• Xi!;</p><p>• Chega!;</p><p>• Basta!;</p><p>• Ora!.</p><p>Interjeições de incredulidade</p><p>• Hum!;</p><p>• Epa!;</p><p>• Ora!;</p><p>• Qual!.</p><p>Interjeições de socorro</p><p>• Socorro!;</p><p>• Aqui!;</p><p>• Piedade!;</p><p>• Ajuda!.</p><p>Interjeições de cumprimentos</p><p>• Olá!;</p><p>• Alô!;</p><p>• Ei!;</p><p>• Tchau!;</p><p>• Adeus!.</p><p>Interjeições de afastamento</p><p>• Rua!;</p><p>• Xô!;</p><p>• Fora!;</p><p>• Passa!.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>84 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Pronomes</p><p>Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome,</p><p>indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo, será</p><p>denominado pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo, será denominado pronome</p><p>adjetivo. Por exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados com</p><p>louvor. Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome</p><p>substantivo, pois substitui o mesmo substantivo.</p><p>Pronome substantivo x pronome adjetivo</p><p>Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do</p><p>contexto frasal.</p><p>pron. substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)</p><p>pron. adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)</p><p>Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos</p><p>Pessoas do discurso</p><p>São três:</p><p>1ª pessoa: aquele que fala, emissor</p><p>2ª pessoa: aquele com quem se fala, receptor</p><p>3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente</p><p>Tipos de pronomes</p><p>· pessoal</p><p>· possessivo</p><p>· demonstrativo</p><p>· relativo</p><p>· indefinido</p><p>· interrogativo</p><p>Pessoal</p><p>Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar,</p><p>quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.</p><p>Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.</p><p>Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindo-se</p><p>em retos e oblíquos.</p><p>Pronomes Pessoais</p><p>número pessoa pronomes retos pronomes oblíquos</p><p>tônicos átonos</p><p>singular</p><p>1a.</p><p>2a.</p><p>3a.</p><p>eu</p><p>tu</p><p>ele, ela</p><p>mim, comigo</p><p>ti, contigo</p><p>ele, ela, si, consigo</p><p>me</p><p>te</p><p>se, o, a, lhe</p><p>plural</p><p>1a.</p><p>2a.</p><p>3a.</p><p>nós</p><p>vós</p><p>eles, elas</p><p>nós, conosco</p><p>vós, convosco</p><p>eles, elas, si, consigo</p><p>nos</p><p>vos</p><p>se, os, as, lhes</p><p>Os pron. pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos,</p><p>geralmente, de complemento.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>85 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Obs.: os pron. oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição.</p><p>Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.</p><p>Os pron. de tratamento estão enquadrados nos pron. pessoais. São empregados como referência à</p><p>pessoa com quem se fala (2ª pess.), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pess.</p><p>Abrev. Tratamento Uso</p><p>V. A. Vossa Alteza príncipes, arquiduques, duques</p><p>V. Em.ª Vossa Eminência cardeais</p><p>V. Ex.ª Vossa Excelência altas autoridades do governo e das</p><p>classes armadas</p><p>V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades</p><p>V. M. Vossa Majestade reis, imperadores</p><p>V. Rev.ma Vossa Reverendíssima sacerdotes em geral</p><p>V. S. Vossa Santidade papas</p><p>V. S.ª Vossa Senhoria funcionários públicos graduados,</p><p>oficiais até coronel, pessoas de</p><p>cerimônia</p><p>Obs.: também são considerados pron. de tratamento as formas você, vocês (provenientes da</p><p>redução de VossaMercê), Senhor, Senhora e Senhorita.</p><p>Emprego</p><p>· você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa</p><p>· as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e</p><p>de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.</p><p>· quando precedidos de preposição, os pron. retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como</p><p>oblíquos</p><p>· os pron. acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no banco /</p><p>Encontramos todos eles ali)</p><p>· as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm regidos</p><p>das preposições a ou para (não expressas)</p><p>· eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo</p><p>no infinitivo (Isto é para eu fazer ? para mim fazer)</p><p>· me, te, se, nos, vos - podem ter valor reflexivo</p><p>· se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco</p><p>· si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo</p><p>· conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem</p><p>com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral)</p><p>· o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a</p><p>terminação verbal for em ditongo nasal</p><p>· os pron. pess. retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este</p><p>último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>86 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>· pode-se omitir o pron. sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical</p><p>· plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal</p><p>· num sujeito composto é de bom tom colocar o pron. de 1ª pess. por último (José, Maria e eu fomos</p><p>ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se inicialmente a 1ª</p><p>pess. (Eu, José e Maria fomos os autores do erro)</p><p>· não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele</p><p>continuar, desistiu ? Vi as bolsas dele bem aqui)</p><p>· os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro)</p><p>Obs.: as regras de colocação dos pronomes pessoais do caso oblíquos átonos serão vistas em</p><p>separado</p><p>Possessivo</p><p>Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam</p><p>em gênero e número com a coisa possuída.</p><p>Pronomes possessivos</p><p>pessoa um possuidor vários possuidores</p><p>1ª meu (s), minha (s) nosso (a/s)</p><p>2ª teu (a/s) vosso (a/s)</p><p>3ª seu (a/s) seu (a/s)</p><p>Emprego</p><p>· normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que</p><p>determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase</p><p>· seu (a/s) pode causar ambiguidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse</p><p>que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?)</p><p>· pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos)</p><p>· nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética</p><p>de Senhor</p><p>Demonstrativo</p><p>Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço.</p><p>São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo.</p><p>Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem desempenhar papel de pron. demonstrativo.</p><p>Emprego</p><p>· indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá)</p><p>· indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto</p><p>ou bastante vago)</p><p>· fazendo referência ao que já foi ou será dito no texto - este (ainda se vai falar) e esse (já</p><p>mencionado)</p><p>· o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>87 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>· tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a)</p><p>· mesmo e próprio são demonstrativos quando significarem "idêntico" ou "em pessoa".</p><p>Concordam com o nome a que se referem</p><p>· podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava</p><p>com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite)</p><p>· nisso e nisto (em + pron.) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela</p><p>entrou triunfante)</p><p>Relativo</p><p>Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente).</p><p>São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).</p><p>Emprego</p><p>· quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados</p><p>· quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de</p><p>preposição</p><p>· cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu</p><p>consequente</p><p>· quanto (a/s) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s)</p><p>Indefinido</p><p>Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico.</p><p>Podem fazer referência a pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou</p><p>quantidade indeterminada.</p><p>Pronomes indefinidos</p><p>pessoas quem, alguém, ninguém, outrem</p><p>lugares onde, algures, alhures, nenhures</p><p>coisas que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum</p><p>(a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s),</p><p>qualquer (s), cada</p><p>Emprego</p><p>· algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum</p><p>resolverá o problema)</p><p>· cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma)</p><p>· certo é indefinido se vier antes do nome a que estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo (Certas</p><p>pessoas deveriam ter seus lugares certos)</p><p>· bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo</p><p>· o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"</p><p>· o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está</p><p>nada contente hoje)</p><p>· o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se equivaler a diferente" (Ela voltou outra das férias)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>88 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>· existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que seja, seja quem for, cada um</p><p>etc.</p><p>Interrogativo</p><p>Usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso.</p><p>Na verdade, são os pronomes indefinidos que, quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases</p><p>interrogativas. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou)</p><p>Flexão</p><p>É a variação de forma e, consequentemente, de significado de uma palavra.</p><p>* Flexão de Gênero</p><p>Gênero é o termo que a gramática utiliza para enquadrar as palavras variáveis da língua em</p><p>masculinas e femininas. Temos os gêneros masculino e feminino.</p><p>As classes de palavras que apresentam flexão de gênero são: substantivo, adjetivo, artigo, pronome</p><p>e numeral.</p><p>- palavras do gênero masculino.</p><p>seres animais: moço, menino, leão, gato, cantor.</p><p>coisas: pente, lápis, disco, amor, mar.</p><p>- palavras do gênero feminino.</p><p>seres animais: moça, menina, leoa, gata, cantora.</p><p>coisas: colher, revista, fumaça, raiva, chuva.</p><p>As demais palavras que admitem esse tipo de flexão (artigo, adjetivo, pronome e numeral)</p><p>acompanham o gênero do substantivo a que se referem. Exemplos:</p><p>As crianças órfãs.</p><p>Pequenos índios.</p><p>Esses meninos.</p><p>Duas crianças.</p><p>* Flexão de Número</p><p>As palavras variáveis podem mudar sua terminação para indicar singular ou plural. Apresentam</p><p>flexão de número: o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral e o verbo.</p><p>Exemplo:</p><p>Sua irmã sofreu um arranhão. (singular)</p><p>Suas irmãs sofreram uns arranhões. (plural)</p><p>OBS:</p><p>1) A flexão de gênero e de número do substantivo implica flexão correspondente do adjetivo.</p><p>alunos espertos</p><p>subst. adj.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>89 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>masc. pl. masc. pl.</p><p>2) Há casos de erro de concordância em que a concordância de número pode não acontecer de</p><p>fato e um dos termos pode ficar sem flexão numérica.</p><p>Tinha mãos grande.</p><p>Achei coisas meio esquisita por aqui ...</p><p>* Flexão de Grau</p><p>São as mudanças efetuadas na terminação para indicar tamanho (nos substantivos) e intensidade</p><p>(nos adjetivos).</p><p>O menino estava nervoso.</p><p>O menininho estava nervoso.</p><p>O menino estava nervosíssimo.</p><p>O grau pode expressar estado emotivo e não somente intensidade ou tamanho:</p><p>Que doutorzinho, hein ! (ironia)</p><p>Filhinho, venha cá. (carinho)</p><p>O advérbio, embora seja uma palavra invariável, admite flexão de grau:</p><p>O fato aconteceu cedo. (advérbio não flexionado)</p><p>O fato aconteceu cedinho. (advérbio flexionado)</p><p>Pronomes Pessoais</p><p>Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com</p><p>quem se fala e a de quem se fala.</p><p>Pronomes pessoais do caso reto</p><p>Pronomes pessoais do caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração.</p><p>São os pronomes:eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.</p><p>Pronomes pessoais do caso oblíquo</p><p>São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto),</p><p>complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo</p><p>(sujeito de oração reduzida).</p><p>Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são</p><p>antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição.</p><p>Pronomes oblíquos átonos:</p><p>Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.</p><p>Pronomes oblíquos tônicos:</p><p>Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo,</p><p>nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.</p><p>Usos dos Pronomes Pessoais</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>90 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>01) Eu, tu / Mim, ti</p><p>Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento</p><p>verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição.</p><p>Ex.</p><p>Trouxeram aquela encomenda para mim.</p><p>Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições.</p><p>Agora, observe a oração Sei que não será fácil para mim conseguir o empréstimo. O</p><p>pronome mim NÃO é sujeito do verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisando</p><p>mais detalhadamente, teremos o seguinte: O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o</p><p>empréstimo, pois que não será fácil? resposta: conseguir o empréstimo, portanto há uma oração</p><p>subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, que é a oração</p><p>que funciona como sujeito,</p><p>tendo o verbo no infinitivo. O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo do sujeito. O</p><p>adjetivo fácil exige um complemento, pois conseguir o empréstimo não será fácil para</p><p>quem? resposta: para mim, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem direta da</p><p>oração é esta: Conseguir o empréstimo não será fácil para mim.</p><p>02) Se, si, consigo</p><p>Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz</p><p>reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.</p><p>Ex.</p><p>Quem não se cuida, acaba ficando doente.</p><p>Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.</p><p>Gilberto trouxe consigo os três irmãos.</p><p>03) Com nós, com vós / Conosco, convosco</p><p>Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos</p><p>nós" ou quem "sois vós".</p><p>Ex.</p><p>Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.</p><p>Ele disse que sairia com nós dois.</p><p>04) Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.</p><p>Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não</p><p>devem ser aglutinados com a preposição de.</p><p>Ex.</p><p>É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade.</p><p>No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.</p><p>05) Pronomes Oblíquos Átonos</p><p>Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer</p><p>diversas funções sintáticas nas orações. São elas:</p><p>A) Objeto Direto</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>91 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Os pronomes que funcionam como objeto direto são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.</p><p>Ex.</p><p>Quando encontrar seu material, traga-o até mim.</p><p>Respeite-me, garoto.</p><p>Levar-te-ei a São Paulo amanhã.</p><p>Notas:</p><p>01) Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão em no,</p><p>na, nos, nas.</p><p>Ex.</p><p>Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.</p><p>Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.</p><p>02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os,</p><p>as mudarão paralo, la, los, las.</p><p>Ex.</p><p>Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.</p><p>As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se pérde-las)</p><p>As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.</p><p>03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou</p><p>de vos, retira-se a terminação -s.</p><p>Ex.</p><p>Encontramo-nos ontem à noite.</p><p>Recolhemo-nos cedo todos os dias.</p><p>04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a</p><p>terminação s.</p><p>Ex.</p><p>Obedecemos-lhe cegamente.</p><p>Tu obedeces-lhe?</p><p>B) Objeto Indireto</p><p>Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.</p><p>Ex.</p><p>Traga-me as apostilas, quando as encontrar.</p><p>Obedecemos-lhe cegamente.</p><p>C) Adjunto adnominal</p><p>Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando</p><p>indicarem posse (algo de alguém).</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>92 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Ex.</p><p>Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele)</p><p>Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus)</p><p>D) Complemento nominal</p><p>Os pronomes que funcionam como complemento nominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando</p><p>complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não</p><p>provindo a preposição a de um verbo).</p><p>Ex.</p><p>Tenha-me respeito. (respeito a alguém)</p><p>É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém)</p><p>E) Sujeito acusativo</p><p>Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando</p><p>estiverem em um período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar,</p><p>sentir ou ouvir, e um verbo noinfinitivo ou no gerúndio.</p><p>Ex.</p><p>Deixei-a entrar atrasada.</p><p>Mandaram-me conversar com o diretor.</p><p>Pronomes Relativos</p><p>O Pronome Relativo Que</p><p>Este pronome deve ser utilizado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa ou "coisa"),</p><p>evitando sua repetição. Na montagem do período, deve-se colocá-lo imediatamente após o</p><p>substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente.</p><p>Por exemplo, nas orações Roubaram a peça. A peça era rara no Brasil há o</p><p>substantivo peça repetido. Pode-se usar o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição de peça.</p><p>O pronome será colocado após o substantivo. Então teremos Roubaram a peça que... .</p><p>Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra</p><p>oração: ...era rara no Brasil, ficando</p><p>Roubaram a peça que era rara no Brasil.</p><p>Pode-se, também, iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo.</p><p>Então, tem-se A peça que... Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se,</p><p>agora, terminar a outra oração:...roubaram, ficando A peça que roubaram... . Finalmente, conclui-se</p><p>a oração que se havia iniciado: ...era rara no Brasil, ficando</p><p>A peça que roubaram era rara no Brasil.</p><p>Outros exemplos:</p><p>01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.</p><p>Substantivo repetido = garoto</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que ...</p><p>Restante da outra oração = ... você estava procurando.</p><p>Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>93 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto que ...</p><p>Restante da outra oração = ... encontrei</p><p>Junção de tudo = Você estava procurando o garoto que encontrei.</p><p>02) Eu vi o rapaz. O rapaz era seu amigo.</p><p>Substantivo repetido = rapaz</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Eu vi o rapaz que ...</p><p>Restante da outra oração = ... era seu amigo.</p><p>Junção de tudo = Eu vi o rapaz que era seu amigo.</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = O rapaz que ...</p><p>Restante da outra oração = ... eu vi ...</p><p>Finalização da oração que se havia iniciado = ... era seu amigo</p><p>Junção de tudo = O rapaz que eu vi era seu amigo.</p><p>03) Nós assistimos ao filme. Vocês perderam o filme.</p><p>Substantivo repetido = filme</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Nós assistimos ao filme que ...</p><p>Restante da outra oração = ... vocês perderam.</p><p>Junção de tudo = Nós assistimos ao filme que vocês perderam.</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Vocês perderam o filme que ...</p><p>Restante da outra oração = ... nós assistimos</p><p>Junção de tudo = Vocês perderam o filme que nós assistimos.</p><p>Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a primeira oração</p><p>é Nós assistimos ao filme, porém, na junção, a prep. a desapareceu. Portanto o período está</p><p>inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo do restante da outra oração</p><p>exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês perderam o</p><p>filme a que nós assistimos.</p><p>04) O gerente precisa dos documentos. O assessor encontrou os documentos</p><p>Substantivo repetido = documentos</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = O gerente precisa dos documentos que ...</p><p>Restante da outra oração = ... o assessor encontrou</p><p>Junção de tudo = O gerente precisa dos documentos que o assessor encontrou.</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>94 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = O assessor encontrou os documentos que ...</p><p>Restante da outra oração = ... o gerente precisa.</p><p>O verbo precisar está usado com a prep. de, portanto ela será colocada antes do pronome relativo.</p><p>Junção de tudo = O assessor encontrou os documentos de que o gerente precisa.</p><p>Obs: O pronome que pode ser substituído por o qual, a qual, os quais e as quais sempre. O gênero</p><p>e o número são de acordo com o substantivo substituído.</p><p>Os exemplos apresentados ficarão, então, assim, com o que substituído por qual:</p><p>Encontrei o livro o qual você estava procurando. Você estava</p><p>procurando o livro o qual encontrei.</p><p>Eu vi o rapaz o qual é seu amigo. O rapaz o qual vi é seu amigo.</p><p>Nós assistimos ao filme o qual vocês perderam. Vocês perderam o filme ao qual nós assistimos.</p><p>O gerente precisa dos documentos os quais o assessor encontrou. O assessor encontrou os</p><p>documentos dos quais o gerente precisa.</p><p>Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos</p><p>apresentados contêm oração subordinada adjetiva.</p><p>O Pronome Relativo Cujo</p><p>Este pronome indica posse (algo de alguém).</p><p>Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo)</p><p>Por exemplo, nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz. o</p><p>substantivo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então usar o pronome relativo cujo, que</p><p>será colocado entre o possuidor e o possuído: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, tem-se a</p><p>namorada do rapaz = o rapaz cujo a namorada. Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os, as)</p><p>depois de cujo. Ele deverá contrair-se com o pronome, ficando: cujo + o = cujo; cujo + a = cuja;</p><p>cujo + os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o rapaz cuja namorada. Somando as</p><p>duas orações, tem-se:</p><p>Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.</p><p>Outros exemplos:</p><p>01) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos.</p><p>Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo.</p><p>Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as duas</p><p>orações, tem-se:</p><p>A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>Colocação do pronome que após o substantivo = Os frutos da árvore que...</p><p>Restante da outra oração = ...foi derrubada ...</p><p>Finalização da oração que se havia iniciado = ...são venenosos</p><p>Junção de tudo = Os frutos da árvore que foi derrubada são venenosos.</p><p>02) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista.</p><p>Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>95 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas</p><p>orações, tem-se:</p><p>O artista cuja obra eu falara morreu ontem.</p><p>Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração é: Eu</p><p>falara da obra do artista, porém, na junção, a prep. de desapareceu. Portanto o período está</p><p>inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada</p><p>adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se: O artista de</p><p>cuja obra eu falara morreu ontem.</p><p>03) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas.</p><p>Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo.</p><p>Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras. Somando</p><p>as duas orações, tem-se</p><p>As pessoas cujas palavras acreditei estão presas.</p><p>O verbo acreditar está usado com a prep. em, portanto ela será colocada antes do pronome</p><p>relativo. As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>Colocação do pronome que após o substantivo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que ...</p><p>Restante da outra oração = ... estão presas</p><p>Junção de tudo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que estão presas.</p><p>Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos</p><p>apresentados contêm oração subordinada adjetiva.</p><p>O Pronome Relativo Quem</p><p>Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua repetição. Somente</p><p>deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive quando funcionar como objeto direto, Nesse</p><p>caso, haverá a anteposição obrigatória da prep. a, e o pronome passará a exercer a função sintática</p><p>de objeto direto preposicionado. Por exemplo na oração A garota que conheci está em minha</p><p>sala, o pronome que funciona como objeto direto. Substituindo pelo pronome quem, tem-se</p><p>A garota a quem conheci ontem está em minha sala.</p><p>Há apenas uma possibilidade de o pronome quem não ser precedido de preposição: quando</p><p>funcionar como sujeito. Isso só ocorrerá, quando possuir o mesmo valor de o que, a que, os que, as</p><p>que, aquele que, aquela que, aqueles que, aquelas que, ou seja, quando puder ser substituído por</p><p>pronome demonstrativo (o, a, os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas) mais o pronome</p><p>relativo que. Por exemplo: Foi ele quem me disse a verdade = Foi ele o que me disse a verdade.</p><p>Nesses casos o pronome quem será denominado de Pronome Relativo Indefinido.</p><p>Na montagem do período, deve-se colocar o pronome relativo quem imediatamente após o</p><p>substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente.</p><p>Por exemplo: nas orações Este é o artista. Eu me referi ao artista ontem, há o</p><p>substantivo artista repetido. Pode-se usar o pronome relativo quem e, assim, evitar a repetição</p><p>de artista. O pronome será colocado após o substantivo. Então, tem-se Este é o artista</p><p>quem... Este quem está no lugar da palavra artista da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra</p><p>oração: ...eu me referi ontem, ficando Este é o artista quem me referi ontem. Como o</p><p>verbo referir-se exige a preposição a, ela será colocada antes do pronome relativo. Então tem-se:</p><p>Este é o artista a quem me referi ontem.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>96 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Não se pode iniciar o período pela outra oração, pois o pronome relativo quem só funciona como</p><p>sujeito, quando puder ser substituído por o que, a que, os que, as que, aquele que, aqueles que,</p><p>aquela que, aquelas que.</p><p>Outros exemplos:</p><p>01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.</p><p>Substantivo repetido = garoto</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto quem...</p><p>Restante da outra oração = ...você estava procurando.</p><p>Junção de tudo = Encontrei o garoto quem você estava procurando. Como procurar é verbo</p><p>transitivo direto, o pronome quem funciona como objeto direto. Então, deve-se antepor a prep. a ao</p><p>pronome relativo, funcionando como objeto direto preposicionado.</p><p>Encontrei o garoto a quem você estava procurando.</p><p>Começando pela outra oração:</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto quem ...</p><p>Restante da outra oração = ... encontrei</p><p>Junção de tudo = Você estava procurando o garoto quem encontrei. Novamente objeto direto</p><p>preposicionado:</p><p>Você estava procurando o garoto a quem encontrei.</p><p>02) Aquele é o homem. Eu lhe falei do homem.</p><p>Substantivo repetido = homem</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Aquele é o homem quem...</p><p>Restante da outra oração = ...lhe falei.</p><p>Junção de tudo = Aquele é o homem quem lhe falei. Como falar está usado com a prep. de, deve-se</p><p>antepô-la ao pronome relativo, ficando</p><p>Aquele é o homem de quem lhe falei.</p><p>Não se esqueça disto:</p><p>O pronome relativo quem somente deve ser utilizado antecedido de preposição;</p><p>Quando for objeto direto, será antecedido da prep. a, transformando-se em objeto direto</p><p>preposicionado;</p><p>Somente funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, os que, a que, as que,</p><p>aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que.</p><p>O Pronome Relativo Qual</p><p>Este pronome tem o mesmo valor de que e de quem.</p><p>É sempre antecedido de artigo, que concorda com o elemento antecedente, ficando o qual, a qual,</p><p>os quais, as quais.</p><p>Se a preposição que anteceder o pronome relativo possuir duas ou mais sílabas, só poderemos usar</p><p>o pronome qual, e não que ou quem. Então só se pode dizer O juiz perante o qual testemunhei.</p><p>Os assuntos sobre os quais conversamos, e não O juiz perante quem testemunhei nem Os</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>97 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>assuntos sobre que conversamos.</p><p>Outro exemplo:</p><p>Meu irmão comprou o restaurante. Eu falei a você sobre o restaurante.</p><p>Substantivo repetido = restaurante</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante</p><p>que ...</p><p>Restante da outra oração = ... eu falei a você.</p><p>Junção de tudo = Meu irmão comprou o restaurante que eu falei a você. Observe que o verbo falar,</p><p>na oração apresentada, foi usado com a preposição sobre, que deverá ser anteposta ao pronome</p><p>relativo: Meu irmão comprou o restaurante sobre que eu falei a você. Como a</p><p>preposição sobre possui duas sílabas, não se pode usar o pronome que, e sim o qual, ficando,</p><p>então:</p><p>Meu irmão comprou o restaurante sobre o qual eu falei a você.</p><p>O Pronome Relativo Onde</p><p>Este pronome tem o mesmo valor de em que.</p><p>Sempre indica lugar, por isso funciona sintaticamente como Adjunto Adverbial de Lugar.</p><p>Se a preposição em for substituída pela prep. a ou pela prep. de,</p><p>substituiremos onde por aonde e donde, respectivamente. Por exemplo: O sítio aonde fui é</p><p>aprazível. A cidade donde vim fica longe.</p><p>Será Pronome Relativo Indefinido, quando puder ser substituído por O lugar em que. Por exemplo,</p><p>na frase: Eu nasci onde você nasceu. = Eu nasci no lugar em que você nasceu.</p><p>Outro exemplo:</p><p>Eu conheço a cidade. Sua sobrinha mora na cidade.</p><p>Substantivo repetido = cidade</p><p>Colocação do pronome após o substantivo = Eu conheço a cidade que...</p><p>Restante da outra oração = ... sua sobrinha mora.</p><p>Junção de tudo = Eu conheço a cidade que sua sobrinha mora. O verbo morar exige a prep. em,</p><p>pois quem mora, mora em algum lugar. Então:</p><p>Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.</p><p>Eu conheço a cidade na qual sua sobrinha mora.</p><p>Eu conheço a cidade onde sua sobrinha mora.</p><p>O Pronome Relativo Quanto</p><p>Este pronome é sempre antecedido de tudo, todos ou todas, concordando com esses elementos</p><p>(quanto, quantos, quantas).</p><p>Ex:</p><p>Fale tudo quanto quiser falar.</p><p>Traga todos quantos quiser trazer.</p><p>Beba todas quantas quiser beber.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>98 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Pronomes de Tratamento</p><p>São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora</p><p>o pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com</p><p>a terceira pessoa. Usa-seVossa, quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos da</p><p>pessoa.</p><p>Ex.</p><p>Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as dele.</p><p>Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente.</p><p>Eis uma pequena lista de pronomes de tratamento:</p><p>AUTORIDADES DE ESTADO</p><p>Civis</p><p>Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para</p><p>1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Presidente da República, Senadores da República, Ministro de</p><p>Estado, Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores,</p><p>Cônsules, Chefes das Casas Civis e Casas Militares.</p><p>2 - Vossa Magnificência - V. M. - Reitores de Universidade</p><p>3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais</p><p>Judiciárias</p><p>Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para</p><p>1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Desembargador da Justiça, curador, promotor</p><p>2 - Meritíssimo Juiz - M. - Juiz, Juízes de Direito</p><p>3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais</p><p>Militares</p><p>Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para</p><p>1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Oficiais generais (até coronéis)</p><p>2 - Vossa Senhoria - V. S.a - Outras patentes militares</p><p>3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais</p><p>AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS</p><p>Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para</p><p>1 - Vossa Santidade - V. S. - Papa</p><p>2 - Vossa Eminência Reverendíssima - V. Em.a Revm.a - Cardeais, arcebispos e bispos</p><p>3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades</p><p>eclesiásticas e sacerdotes em geral</p><p>AUTORIDADES MONÁRQUICAS</p><p>Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>99 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>1 - Vossa Majestade - V. M. - Reis e Imperadores</p><p>2 - Vossa Alteza - V. A. - Príncipe, Arquiduques e Duques</p><p>3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades</p><p>eclesiásticas e sacerdotes em geral</p><p>OUTRAS AUTORIDADES</p><p>Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para</p><p>1 - Vossa Senhoria - V. S.a - Dom</p><p>2 - Doutor - Dr. - Doutor</p><p>3 – Comendador - Com. - Comendador</p><p>4 – Professor - Prof. - Professor</p><p>Pronomes Possessivos</p><p>São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s),</p><p>minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).</p><p>Empregos dos pronomes possessivos:</p><p>01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à</p><p>frase (ambiguidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou</p><p>troca-se o possessivo por esses elementos.</p><p>Ex.</p><p>Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos.</p><p>De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para tirar a</p><p>ambiguidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for</p><p>Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra:</p><p>Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-se, ainda, eliminar o</p><p>pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou</p><p>dela).</p><p>02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.</p><p>Ex.</p><p>Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.</p><p>03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo.</p><p>Ex.</p><p>Amanhã, irei cortar os cabelos.</p><p>Vou lavar as mãos.</p><p>Menino! Cuidado para não machucar os pés!</p><p>04) Não se devem usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da</p><p>pessoa que estiver falando.</p><p>Ex.</p><p>Acabei de chegar de casa.</p><p>Estou em casa, tranquilo.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>100 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Pronomes Demonstrativos</p><p>Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às</p><p>pessoas do discurso. São os seguintes:</p><p>01) Este, esta, isto:</p><p>São usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente.</p><p>Ex.</p><p>Este chapéu que estou usando é de couro.</p><p>Este ano está sendo cheio de surpresas.</p><p>02) Esse, essa, isso:</p><p>São usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e</p><p>para o futuro.</p><p>Ex.</p><p>Esse chapéu que você está usando é de couro?</p><p>2003. Esse ano será envolto em mistérios.</p><p>Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês, nada sabíamos sobre comércio.</p><p>03) Aquele, aquela, aquilo:</p><p>São usados para o que está distante da pessoa que fala, e da pessoa com quem se fala e para o</p><p>tempo passado remoto.</p><p>Ex.</p><p>Aquele chapéu que ele está usando é de couro?</p><p>Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma cidade pequena.</p><p>Outros usos dos demonstrativos:</p><p>01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito,</p><p>e esse, essa, isso para o que já foi dito ou escrito.</p><p>Ex.</p><p>Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu.</p><p>Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa.</p><p>02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior.</p><p>Ex.</p><p>O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.</p><p>Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplicavelmente.</p><p>03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta,</p><p>isto em relação ao que foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi</p><p>nomeado em primeiro lugar.</p><p>Ex.</p><p>Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.</p><p>Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>101 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s),</p><p>aquela(s).</p><p>Ex.</p><p>Não concordo com o que ele falou.</p><p>(aquilo que ele falou)</p><p>Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)</p><p>Pronomes Indefinidos</p><p>Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa,</p><p>genérica.</p><p>São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns,</p><p>alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos,</p><p>muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto,</p><p>tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer,</p><p>(além das locuções pronominais indefinidas): cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que,</p><p>tudo o mais...</p><p>Usos de alguns pronomes indefinidos:</p><p>01) Todo:</p><p>O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua</p><p>frente o exigir; caso signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o substantivo exija.</p><p>Ex.</p><p>Todo dia telefono a ela. (Todos os dias)</p><p>Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro)</p><p>Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo)</p><p>02) Todos, todas:</p><p>Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o</p><p>exigir.</p><p>Ex.</p><p>Todos os colegas o desprezam.</p><p>Todas as meninas foram à festa.</p><p>Todos vocês merecem respeito.</p><p>03) Algum:</p><p>O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter</p><p>sentido negativo, quando estiver depois do substantivo.</p><p>Ex.</p><p>Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)</p><p>Algum amigo o ajudará. (Alguém)</p><p>04) Certo:</p><p>A palavra certa será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando</p><p>estiver posposto a substantivo.</p><p>Ex.</p><p>Certas pessoas não se preocupam com os demais.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>102 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>As pessoas certas sempre nos ajudam.</p><p>05) Qualquer:</p><p>O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se</p><p>usar algum, posteriormente ao substantivo, ou nenhum.</p><p>Ex.</p><p>Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O</p><p>adequado seria:</p><p>Ele entrou na festa sem problema algum.</p><p>Ele entrou na festa sem nenhum problema.</p><p>Pronomes Interrogativos</p><p>São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.</p><p>Ex.</p><p>Que farei agora? - Interrogativa direta.</p><p>Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.</p><p>Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.</p><p>Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta.</p><p>Notas:</p><p>01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é</p><p>feito do sorriso? ), Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê, quedê ou cadê,</p><p>pois essas palavras oficialmente não existem, apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais</p><p>constante.</p><p>02) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que</p><p>o pronome seja colocado depois do verbo.</p><p>Ex.</p><p>Que você fará hoje à noite? e não: O que você fará hoje à noite?</p><p>Que queres de mim? e não: O que queres de mim?</p><p>Você fará o quê?</p><p>Ortografia Oficial</p><p>Todas as regras ortográficas da gramática portuguesa.</p><p>Caso x / ch</p><p>1) x / ch nas palavras provenientes do latim:</p><p>1.1) Emprego do ch:</p><p>Ao passar do latim para o português, as sequências "cl", "pl" e "fl", transformaram-se em "ch":</p><p>afflare > achar</p><p>flagrare > cheirar</p><p>flamma > chama</p><p>caplu > cacho</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>103 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>clamare > chamar</p><p>claven > chave</p><p>masclu > macho</p><p>planus > chão</p><p>plenus > cheio</p><p>plorare > chorar</p><p>plumbum > chumbo</p><p>pluvia > chuva</p><p>1.2) Emprego do x:</p><p>a) Proveniente do x latino:</p><p>exaguare > enxaguar</p><p>examen > exame</p><p>laxare > deixar</p><p>luxu > luxo</p><p>b) Palatização do S em grupos como ssi ou sce:</p><p>miscere > mexer</p><p>passione > paixão</p><p>pisce > peixe</p><p>2) Emprega-se a letra x:</p><p>x1) Após ditongo:</p><p>ameixa</p><p>caixa</p><p>peixe</p><p>Exceções:</p><p>recauchutar (do francês recaoutchouter)</p><p>guache (do francês gouache)</p><p>caucho (espécie de árvore. Tem origem na palavra cauchu "lágrimas da árvore", é de um idioma</p><p>indígena, mas está em nossa ortografia oficial)</p><p>x2) Em palavras iniciadas por ME:</p><p>Mexerica</p><p>México</p><p>Mexilhão</p><p>Mexer</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>104 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Exceção:</p><p>mecha (de cabelos), que tem sua origem no fracês mèche. Não confundir com a forma verbal</p><p>"mexa" do verbo mexer, que deve ser grafada com x.</p><p>X3) Em palavras iniciadas por EN:</p><p>Enxada</p><p>Enxerto</p><p>Enxurrada</p><p>Exceção1:</p><p>enchova (regionalismo de anchova, que origina-se do genovês anciua);</p><p>Exceção2: Palavras formadas por prefixação de en + radical com ch:</p><p>enchente, encher e derivados = prefixo en + radical de cheio;</p><p>encharcar = en + radical de charco;</p><p>enchiqueirar = en + radical de chiqueiro;</p><p>enchapelar = en + radical de chapéu;</p><p>enchumaçar = en + radical de chumaço</p><p>x4) Em palavras com origem Tupi. As mais conhecidas são:</p><p>Araxá - lugar alto onde primeiro se avista o sol.</p><p>Abacaxi - de yá, ou ywa (fruta), e katy (que recende, cheira);</p><p>Capixaba - roça, roçado, terra limpa para plantação.</p><p>Caxumba</p><p>Pataxó - tribo.</p><p>Queixada - “o que corta”.</p><p>Xará - de xe rera, "meu nome".</p><p>Xavante - tribo.</p><p>Xaxim - do tupi-guarani Xá = cachoeira, Xim = pequena.</p><p>Ximaana – tribo.</p><p>Xingu - água boa, água limpa, na língua Kamayurá.</p><p>Exceção:</p><p>Chapecó – Cidade de SC. Derivação do tupi Xapecó (de donde se avista o caminho da roça).</p><p>x5) Em palavras com origem árabe. As mais conhecidas são:</p><p>Almoxarife</p><p>Almoxarifado</p><p>Elixir (al-Axir)</p><p>Enxaqueca (xaqiqa - meia cabeça)</p><p>Haxixe (hashish - maconha)</p><p>Oxalá (in sha allah ou inshallah - se Deus quiser)</p><p>Xarope</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>105 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Xadrez (xatranj)</p><p>Xarope (xarab - bebida, poção)</p><p>Xeque</p><p>Xeque-mate</p><p>Exceções:</p><p>Alcachofra (Alkharshof - fruto do cardo manso)</p><p>Chafariz</p><p>x6) Em palavras com origem africana. As mais conhecidas são:</p><p>Afoxé</p><p>Axé</p><p>Borocoxô</p><p>Exu</p><p>Fuxico</p><p>Maxixe</p><p>Orixá</p><p>Xendengue (magro, franzino)</p><p>Xangô (Xa - Senhor; Ag + No - Fogo Oculto; Gô = Raio, Alma)</p><p>Xaxado</p><p>Xingar</p><p>XinXim</p><p>Xodó</p><p>Exceções:</p><p>Cachimbo (kixima)</p><p>Cachaça</p><p>Cochicho</p><p>Cochilar</p><p>Chilique</p><p>3) Emprega-se ch:</p><p>ch1) Em palavras com origem francesa. As mais conhecidas são:</p><p>Avalanche (Avalónch)</p><p>Cachê (Cachet)</p><p>Cachecol (Cacher)</p><p>Chalé (Chalet)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>106 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Chassi (Chânssis)</p><p>Champanhe (Champagne)</p><p>Champignon (Champignon)</p><p>Chantilly (Chantilly)</p><p>Chance (Chance)</p><p>Chapéu (Chapeau)</p><p>Chantagem (Chantage)</p><p>Charme (Charme)</p><p>Chefe (Chef)</p><p>Chique (Chic)</p><p>Chofer (Chauffeur)</p><p>Clichê (Cliché)</p><p>Creche (Crèche)</p><p>Crochê (Crochet)</p><p>Debochar (Débaucher)</p><p>Fetiche (Fétiche)</p><p>Guichê (Guichet)</p><p>Manchete (Manchette)</p><p>Pochete (Pochette)</p><p>Revanche (Revanche)</p><p>Voucher (Vocher)</p><p>Caso g / j</p><p>1) Palavras provenientes do latim e do grego:</p><p>1.1) O g português representa geralmente o g latino ou grego:</p><p>a) Latim:</p><p>agere > agir</p><p>agitare > agitar</p><p>digit(i) (raiz) > digitar</p><p>gestu > gesto</p><p>gelu > gelo</p><p>liturgia > liturgia</p><p>tegella > tigela</p><p>Magia < Magia (latim) < Mageia (grego) < Magush (persa)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>107 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>b) Grego:</p><p>eksegesis > exegese</p><p>gymnastics > ginástica</p><p>hégemonikós > hegemônico</p><p>logiké > lógico</p><p>synlogismos > sologismo</p><p>Exceção:</p><p>aggelos > anjo (angeolatria é com g)</p><p>1.2) Não há j no grego e no latim clássico. O j provém:</p><p>a) Da consonantização do I semiconsoante latino:</p><p>iactu > jeito</p><p>iam > já</p><p>iocus > jogo</p><p>maiestate > majestade</p><p>b) Da palatalização do S + I, ou do grupo DI + Vogal:</p><p>basiu > beijo</p><p>casiu > queijo</p><p>hodie > hoje</p><p>radiare > rajar</p><p>2) Emprega-se a letra g:</p><p>g1) Nas palavras derivadas de outras grafadas</p><p>(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45</p><p>minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá</p><p>recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a</p><p>reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!</p><p>Ensino de Estratégia de Leitura</p><p>Estratégias de leitura são técnicas ou métodos que os leitores usam para adquirir a informação, ou</p><p>ainda procedimentos ou atividades escolhidas para facilitar o processo de compreensão em leitura.</p><p>São planos flexíveis adaptados às diferentes situações que variam de acordo com o texto a ser lido e</p><p>a abordagem elaborada previamente pelo leitor para facilitar a sua compreensão (Duffy & cols., 1987;</p><p>Brown, 1994; Pellegrini, 1996; Kopke, 2001).</p><p>Duke e Pearson (2002) identificaram seis tipos de estratégias de leitura que as pesquisas realizadas</p><p>têm sugerido como auxiliares no processo de compreensão, a saber: predição, pensar em voz</p><p>alta, estrutura do texto, representação visual do texto, resumo e questionamento. A predição implica</p><p>em antecipar, prever fatos ou conteúdo do texto utilizando o conhecimento já existente para facilitar a</p><p>compreensão.</p><p>Pensar em voz alta é quando o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê. Tem sido demonstrado</p><p>melhora na compreensão dos alunos quando eles mesmos se dedicam a esta prática durante a</p><p>leitura e também quando professores usam rotineiramente esta mesma estratégia durante suas</p><p>aulas.</p><p>A análise da estrutura textual auxilia os alunos a aprenderem a usar as características dos textos,</p><p>como cenário, problema, meta, ação, resultados, resolução e tema, como um procedimento auxiliar</p><p>para compreensão e recordação do conteúdo lido. A representação visual do texto, por sua vez,</p><p>auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras lidas quando</p><p>formam uma imagem mental do conteúdo.</p><p>Resumir as informações do texto facilita a compreensão global do texto, pois implica na seleção e</p><p>destaque das informações mais relevantes do texto. Questionar o texto auxilia no entendimento do</p><p>conteúdo da leitura, uma vez que permite ao leitor refletir sobre o mesmo. Pesquisas indicam também</p><p>que a compreensão global da leitura é melhor quando alunos aprendem a elaborar questões sobre o</p><p>texto.</p><p>Além disso, a utilização de estratégias de leitura compreende três momentos: o antes, o durante e o</p><p>após a leitura. Na pré-leitura, é feita uma análise global do texto (do título, dos tópicos e das</p><p>figuras/gráficos), predições e também o uso do conhecimento prévio. Durante a leitura é feita uma</p><p>compreensão da mensagem passada pelo texto, uma seleção das informações relevantes, uma</p><p>relação entre as informações apresentadas no texto e uma análise das predições feitas antes da</p><p>leitura, para confirmá-las ou refutá-las. Depois da leitura é feita uma análise com o objetivo de rever e</p><p>refletir sobre o conteúdo lido, ou seja, a importância da leitura, o significado da mensagem, a</p><p>aplicação para solucionar problemas e a verificação de diferentes perspectivas apresentadas para o</p><p>tema. Também é realizada uma discussão da leitura, com expressão e comunicação do conteúdo lido</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>após análise e reflexão, seguida de um resumo e de uma releitura do texto ( Kopke, 1997 ; Duke &</p><p>Pearson, 2002).</p><p>É importante lembrar que as estratégias de leitura também auxiliam no estudo, favorecendo a</p><p>obtenção de um nível de compreensão melhor. Exigem participação ativa do leitor, podendo ser</p><p>aplicadas a qualquer tipo de texto e em qualquer momento da leitura, com ou sem ajuda externa</p><p>Oakhill e Garnham (1988).</p><p>Considerando-se esses aspectos, o ensino de estratégias de leitura abre novas perspectivas para</p><p>uma potencialização da leitura, possibilitando aos alunos ultrapassarem dificuldades pessoais e</p><p>ambientais de forma a conseguir obter um maior sucesso escolar. Essas podem e devem ser</p><p>ensinadas nas séries iniciais do ensino fundamental.</p><p>O professor exerce um papel de grande importância ao propiciar não somente a aprendizagem em</p><p>leitura, mas também ao propor modelos técnicos e procedimentos que proporcionem a compreensão</p><p>em leitura. O processo de ensinar seria uma forma de possibilitar ao estudante desenvolver</p><p>estruturas conceituais e procedimentais que implementem seu desempenho.</p><p>Dentre as estratégias de leitura que professores podem ensinar está focar a atenção dos alunos nas</p><p>idéias principais; perguntar aos alunos questões sobre seu entendimento para ajudá-lo a monitorar</p><p>sua compreensão; relacionar o conhecimento prévio dos alunos com nova informação; professores</p><p>podem questionar e designar feedback para ajudar os alunos a aplicarem técnicas e estratégias de</p><p>estudo apropriadas; podem treinar os alunos a usarem essas estratégias e técnicas de maneira mais</p><p>efetiva; utilizar reforços positivos verbais e de escrita com os alunos que apresentam baixa</p><p>compreensão; pode-se fazer questões aos alunos para ajudar a reconhecer a contradição entre o que</p><p>ele realmente conhece e o que ele pensou conhecer, mas não conhece; além de considerarem a</p><p>variedade dos textos estruturados na preparação dos textos para alunos e plano de aula.</p><p>Como exemplo de um modelo de instrução que consiste em 4 etapas. Na primeira - O quê - o</p><p>professor informa os tipos de estratégia de leitura que podem ser usadas. Na segunda etapa - Por</p><p>quê - o professor diz ao aluno porquê a estratégia de compreensão é importante e como a aquisição</p><p>pode ajudar a tornar-se um leitor melhor. A terceira etapa - Como - envolve a instrução direta da</p><p>estratégia. Ela pode envolver explanação verbal, modelo ou pensar em voz alta. E a quarta etapa</p><p>- Quando - envolve a comunicação de quando a estratégia deve ser usada ou não, e como evoluir e</p><p>corrigir seu uso.</p><p>Outra forma é ensinar estratégias específicas, como fez Song (1998) em seu estudo. O professor de</p><p>uma classe de leitura de língua estrangeira de uma universidade ensinava a resumir, questionar,</p><p>esclarecer e predizer. Os estudantes, por sua vez, recebiam um guia prático no qual pontuavam</p><p>quando eram capazes de utilizá-las sozinhos. O resultado desse trabalho indicou que o treino de</p><p>estratégias foi eficaz para o aprimoramento da leitura, e que a eficácia variou com a proficiência em</p><p>leitura inicial do sujeito. Além disso, foi possível identificar melhora no desempenho geral em leitura</p><p>dos alunos.</p><p>Várias pesquisas sobre o ensino das estratégias de leitura têm constatado que essa é uma ação</p><p>eficaz para não somente para alunos com dificuldade em compreensão, mas também para os leitores</p><p>hábeis (Song, 1998; Magliano, Trabasso & Graesser,1999; Rhoder, 2002; Ferreira & Dias; 2002).</p><p>Cabe destacar que o psicólogo escolar pode ser responsável por avaliar e assessorar os professores</p><p>para a realização dessa atividade de ensino.</p><p>IMPLÍCITOS E PRESSUPOSTOS</p><p>Muitos candidatos ao ENEM se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos</p><p>textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e</p><p>implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As</p><p>informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas.</p><p>Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas</p><p>entrelinhas.</p><p>Por exemplo, observe este enunciado:</p><p>- Patrícia parou de tomar refrigerante.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia</p><p>tomava refrigerante antes”.</p><p>Agora, veja este outro exemplo:</p><p>-Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante.</p><p>A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o</p><p>falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita.</p><p>Com esses exemplos, mostramos como</p><p>com g:</p><p>engessar (de gesso)</p><p>faringite (de faringe)</p><p>selvageria (de selvagem)</p><p>Exceção:</p><p>coragem (fr. courage) => corajoso, encorajar</p><p>g2) Nas palavras terminadas em ágio, égio, ígio, ógio, úgio:</p><p>pedágio</p><p>sacrilégio</p><p>prestígio</p><p>relógio</p><p>refúgio</p><p>g3) Os substantivos terminados em gem:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>108 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>viagem</p><p>coragem</p><p>ferrugem</p><p>Exceção:</p><p>pajem</p><p>lambujem</p><p>g4) Nos verbos terminados em ger e gir:</p><p>eleger</p><p>mugir</p><p>g5) Em geral, após R:</p><p>aspergir</p><p>divergir</p><p>submergir</p><p>3) Emprega-se a letra j:</p><p>j1) Nas palavras derivadas de outras grafadas com j:</p><p>sarjeta (de sarja)</p><p>lojista (de loja)</p><p>canjica (de canja)</p><p>sarjeta (de sarja)</p><p>gorjeta (de gorja)</p><p>j2) Nos verbos terminados em jar:</p><p>viajar</p><p>encorajar</p><p>enferrujar</p><p>j3) Em palavras com origem árabe. As mais conhecidas são:</p><p>alforje (al hurj <sacola>)</p><p>azulejo (azzelij)</p><p>berinjela (badanjanah)</p><p>javali (djabali)</p><p>jaleco (jalikah)</p><p>jarra (djarrah)</p><p>laranja (narandja)</p><p>Exceções:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>109 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>álgebra (al-jabr)</p><p>algema (al jamad <a pulseira>)</p><p>giz (jibs)</p><p>girafa (zarâfa (AR.) ->giraffa (IT.) -> girafa (PT.))</p><p>j4) Em palavras com origem tupi. As mais conhecidas são:</p><p>beiju</p><p>cajá</p><p>caju</p><p>canjica</p><p>carijó</p><p>guarajuba</p><p>itajuba</p><p>itajaí</p><p>jequiriti</p><p>jequitibá</p><p>jerimum</p><p>jibóia (cobra d’água).</p><p>jumana (tribo).</p><p>jurubeba (planta espinhosa e fruta tida como medicinal).</p><p>jenipapo</p><p>jururu</p><p>maracujá</p><p>marajó</p><p>mucujê</p><p>pajé</p><p>Ubirajara</p><p>Exceção: Sergipe</p><p>J5) Em palavras com origem africana. As mais conhecidas são:</p><p>acarajé</p><p>Iemanjá</p><p>jabá</p><p>jagunço</p><p>jererê (cigarro de maconha)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>110 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>jiló</p><p>jurema</p><p>Exceções:</p><p>bugiganga</p><p>ginga</p><p>Caso c ou ç / s ou ss</p><p>O c tem o valor de /s/ com as vogais E e I. Antes de A, O e U usa-se ç.</p><p>acetato</p><p>ácido</p><p>açafrão</p><p>aço</p><p>açúcar</p><p>Depois de consoante usa-se s. Entre vogais, usa-se ss:</p><p>manso</p><p>concurso</p><p>expulso</p><p>prosseguir</p><p>girassol</p><p>pessoa</p><p>s1) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERGIR, CORRER, PELIR:</p><p>aspergir = aspersão</p><p>compelir = compulsório</p><p>concorrer = concurso</p><p>discorrer = discurso</p><p>expelir = expulsão, expulso</p><p>imergir = imersão</p><p>impelir = impulsão, impulso</p><p>s2) Verbos terminados em DAR – DER – DIR – TER – TIR – MIR recebem s quando há perda das</p><p>letras “D – T – M”em suas derivações:</p><p>circuncidar (circumcidere) = circuncisão, circunciso</p><p>ascender (ascendere) = ascensão</p><p>suceder (succedere) = sucessão / sucesso</p><p>expandir (expandere) = expansão / expansível</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>111 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>iludir (illudere) = ilusão / ilusório</p><p>progredir (progredere) = progressão / progressivo / progresso</p><p>submeter (submittere) = submissão / submisso</p><p>discutir (discutere) = discussão</p><p>suprimir (supprimere) = supressão / supresso</p><p>redimir (redimere) = remissão / remisso</p><p>Observe também a origem latina:</p><p>excluir (de excludere) = exclusão</p><p>incluir (de includere) = inclusão...</p><p>c1) Verbos não terminados em DAR - DER - DIR - TER - TIR - MIR quando mudam o radical</p><p>recebem ç:</p><p>agir = ação</p><p>excetuar = exceção</p><p>proteger = proteção</p><p>promover = promoção</p><p>c2) Verbos que mantêm o radical recebem ç em derivações:</p><p>acomodar = acomodação</p><p>consolidar = consolidação</p><p>conter = contenção</p><p>fundar = fundação</p><p>fundir = fundição</p><p>remir = remição</p><p>reter = retenção</p><p>saudar = saudação</p><p>torcer = torção</p><p>distorcer = distorção</p><p>Observe também a origem latina:</p><p>manter (manutenere) = manutenção</p><p>nadar (natare) = natação</p><p>c3) Usa-se c ou ç após ditongo quando houver som de s:</p><p>eleição</p><p>traição</p><p>foice</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>112 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>c4) Nos sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, iço, nça, uça, uço.</p><p>barca = barcaça</p><p>rico = ricaço</p><p>cota = cotação</p><p>aguço = aguçar</p><p>merece = merecer</p><p>carne = carniça</p><p>canil = caniço</p><p>esperar = esperança</p><p>cara = carapuça</p><p>dente = dentuço</p><p>c5) Em palavras com origem árabe. As mais conhecidas são:</p><p>açafrão</p><p>açoite</p><p>açougue</p><p>açude</p><p>açúcar</p><p>açucena</p><p>alface</p><p>alvoroço</p><p>ceifa</p><p>celeste</p><p>cetim</p><p>cifra</p><p>Exceção:</p><p>arsenal</p><p>carmesim</p><p>safra</p><p>salada</p><p>sultão</p><p>c6) Em palavras com origem tupi. As mais conhecidas são:</p><p>araçá</p><p>açaí</p><p>babaçu</p><p>cacique</p><p>caiçara</p><p>camaçari</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>113 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>cipó</p><p>cupuaçu</p><p>Iguaçu</p><p>Iracema</p><p>juçara</p><p>maçaranduba</p><p>maniçoba</p><p>paçoca</p><p>piaçava</p><p>piraguaçu</p><p>Exceção (todas começam com som de s, menos cipó):</p><p>sabiá</p><p>sagui</p><p>saci</p><p>samambaia</p><p>sariguê</p><p>savana</p><p>Sergipe</p><p>siri</p><p>suçuarana</p><p>sucuri</p><p>sururu</p><p>c7) Em palavras com origem africana. As mais conhecidas são:</p><p>bagunça</p><p>caçamba</p><p>cachaça</p><p>caçula</p><p>cangaço</p><p>jagunço</p><p>lambança</p><p>miçanga</p><p>Exceção (todas começam com som de s):</p><p>sapeca</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>114 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>samba</p><p>senzala</p><p>serelepe</p><p>songamonga</p><p>sova (pancada)</p><p>Caso z / s</p><p>1) Emprega-se a letra s:</p><p>s1) Em palavras derivadas de uma primitiva grafada com s:</p><p>análise = analisar, analisado</p><p>pesquisa = pesquisar, pesquisado.</p><p>Exceção: catequese = catequizar.</p><p>s2) Após ditongo quando houver som de z:</p><p>Creusa</p><p>coisa</p><p>maisena</p><p>s3) Na conjugação dos verbos PÔR e QUERER:</p><p>(Ele) pôs</p><p>(Ele) quis</p><p>(Nós) pusemos</p><p>(Nós) quisemos</p><p>(Se eu) puser</p><p>(Se eu) quiser</p><p>s4) Em palavras terminadas em OSO, OSA (que significa “cheio de”):</p><p>horrorosa</p><p>gostoso</p><p>Exceção: gozo</p><p>s5) Nos sufixos gregos ASE, ESE, ISE, OSE:</p><p>frase</p><p>tese</p><p>crase</p><p>crise</p><p>osmose</p><p>Exceções: deslize e gaze.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>115 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>s6) Nos sufxos ÊS, ESA, ESIA e ISA, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade,</p><p>profissão, estado social, títulos honoríficos.</p><p>chinês</p><p>chinesa</p><p>camponês</p><p>poetisa</p><p>burguês</p><p>burguesa</p><p>freguesia</p><p>Luísa</p><p>Heloísa</p><p>Exceção: Juíza (por derivar do masculino juiz).</p><p>z1) As terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos</p><p>de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade:</p><p>escasso / escassez</p><p>macio / maciez</p><p>rígido / rigidez</p><p>sensato / sensatez</p><p>surdo / surdez</p><p>avaro / avareza</p><p>certo / certeza</p><p>duro / dureza</p><p>nobre / nobreza</p><p>pobre / pobreza</p><p>rico / riqueza</p><p>z2) Grafam-se com "z" as palavras derivadas com os sufixos</p><p>"zada, zal, zarrão, zeiro, zinho, zito, zona, zorra, zudo". O "z", neste caso, é uma consoante de</p><p>ligação com o infixo.</p><p>pazada</p><p>cafezal</p><p>homenzarrão</p><p>açaizeiro</p><p>papelzinho</p><p>cãozito</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>116 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>mãezona</p><p>mãozorra</p><p>pezudo</p><p>Exceção (quando o radical das palavras de origem possuem o "s"):</p><p>asa = asinha</p><p>riso = risinho</p><p>casa = casinha</p><p>Inês = Inesita</p><p>Teresa = Teresinha</p><p>z3) Em derivações resultando em verbos terminados com som de IZAR:</p><p>útil = utilizar</p><p>terror = aterrorizar</p><p>economia = economizar</p><p>Exceção (quando o radical das palavras de origem possuem o "s"):</p><p>análise = analisar</p><p>pesquisa = pesesquisar</p><p>improviso = improvisar</p><p>Exceção da Exceção: catequese = catequizar.</p><p>Caso ex / es</p><p>1) Como regra geral, as palavras que em latim se iniciavam por ex mantiveram a mesma grafia ao</p><p>passarem do latim clássico para o português.</p><p>expectorare > expectorar;</p><p>expansione > expansão;</p><p>expellere > expelir;</p><p>experimentu > experimento;</p><p>expiratione > expiração;</p><p>extrinsecu > extrínseco;</p><p>extensione > extensão;</p><p>Há, contudo, exceções. Algumas palavras que se escreviam com ex em latim evoluíram para es ao</p><p>passar do latim vulgar para o português.</p><p>excusare > escusar;</p><p>excavare > escavar;</p><p>exprimere > espremer;</p><p>extraneo > estranho;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>117 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>extendere > estender;</p><p>O verbo "estender”, por exemplo, entrou para o léxico no século 13, originária</p><p>do latim vulgar, quando</p><p>o “x” antes de consoante tornava-se “s”. O vocábulo “extensão” aparece no léxico de nossa língua no</p><p>século 18 e teve sua origem no latim clássico (extensione), quando a regra era manter o “x” de sua</p><p>origem (extensio). Tal como "extensão", escreve-se extenso, extensivo, extensibilidade, etc.</p><p>2) Já as palavras que se iniciavam por s em latim deram origem a derivados com es em português:</p><p>scapula > escápula;</p><p>scrotu > escroto;</p><p>spatula > espátula;</p><p>spectru > espectro;</p><p>speculare > especular;</p><p>spiral > espiral;</p><p>spontaneu > espontâneo;</p><p>spuma > espuma;</p><p>statura > estatura;</p><p>sterile > estéril</p><p>stertore > estertor;</p><p>strutura > estrutura;</p><p>Os termos médicos derivados de palavras gregas iniciadas por s também se escrevem com es em</p><p>português. Ex:</p><p>escotoma</p><p>esclerótica</p><p>esfenoide</p><p>esplâncnico</p><p>estase</p><p>estenose</p><p>estroma</p><p>Um equívoco primário consiste na confusão entre estase (do gr. stásis, parada, estagnação)</p><p>e êxtase (do gr. ekstásis - ek = fora de; stasis = estado, pelo latim extase). Também se deve</p><p>distinguir estrato (do latim stratu), com o sentido de camada, de extrato (do latim extractu), aquilo que</p><p>se extraiu de alguma coisa.</p><p>Caso sc</p><p>Utiliza-se SC em termos eruditos latinos, isto é, cuja etimologia manteve o radical latino:</p><p>abscesso (abscessus);</p><p>acrescer (accrescere);</p><p>adolescente (adolescentis);</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>118 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>aquiescer (acquiescere);</p><p>ascender (ascendere);</p><p>consciência (conscientia);</p><p>crescer (crescere);</p><p>descer (descendere);</p><p>disciplina (disciplina);</p><p>fascículo (fasciculus);</p><p>fascinar (fascinare);</p><p>florescer (florescere);</p><p>lascivo (lascivu);</p><p>nascer (nascere);</p><p>oscilar (oscillare);</p><p>obsceno (obscenus);</p><p>rescindir (rescindere);</p><p>víscera (viscus);</p><p>Caso c / qu e Forma Variantes</p><p>Existem palavras que podemos escrever com "c" e também com qu:</p><p>catorze / quatorze</p><p>cociente / quociente</p><p>cota / quota</p><p>cotidiano / quotidiano</p><p>cotizar / quotizar</p><p>E existem variantes aceitas para outras palavras:</p><p>abdome e abdômen</p><p>açoitar e açoutar</p><p>afeminado e efeminado</p><p>aluguel ou aluguer</p><p>arrebitar e rebitar</p><p>arremedar e remedar</p><p>assoalho e soalho</p><p>assobiar e assoviar</p><p>assoprar e soprar</p><p>Azalea e Azaleia</p><p>bêbado e bêbedo</p><p>bilhão e bilião</p><p>bílis e bile</p><p>bombo e bumbo</p><p>bravo e brabo</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>119 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>caatinga e catinga</p><p>cãibra e câimbra</p><p>carroçaria e carroceria</p><p>catucar e cutucar</p><p>chipanzé e chimpanzé</p><p>coisa e cousa</p><p>degelar e desgelar</p><p>dependurar e pendurar</p><p>derrubar e derribar</p><p>desenxavido e desenxabido</p><p>diabete e diabetes</p><p>embaralhar e baralhar</p><p>enfarte e infarto</p><p>entretenimento e entretimento</p><p>entoação e entonação</p><p>enumerar e numerar</p><p>espécime e espécimen</p><p>espuma e escuma</p><p>estalar e estralar</p><p>este e leste (pontos cardeais)</p><p>flauta e frauta</p><p>flecha e frecha</p><p>geringonça e gerigonça</p><p>homogeneizar e homogenizar</p><p>húmus e humo</p><p>impingem e impigem</p><p>imundícia, imundície e imundice</p><p>intrincado e intricado</p><p>lide e lida</p><p>louro e loiro</p><p>macaxeira e macaxera</p><p>maltrapilho e maltrapido</p><p>malvadeza e malvadez</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>120 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>maquiagem e maquilagem</p><p>marimbondo e maribondo</p><p>matracar e matraquear</p><p>mobiliar e mobilhar</p><p>neblina e nebrina</p><p>nenê e neném</p><p>parênteses e parêntesis</p><p>percentagem e porcentagem</p><p>pitoresco, pinturesco e pintoresco</p><p>plancha e prancha</p><p>pólen e polem</p><p>quadrênio e quatriênio</p><p>quatrilhão e quatrilião</p><p>radioatividade e radiatividade</p><p>rastro e rasto</p><p>relampear e relampejar</p><p>remoinho e redemoinho</p><p>salobra e salobre</p><p>taberna e taverna</p><p>tesoura e tesoira</p><p>toicinho e toucinho</p><p>transpassar, traspassar e trespassar</p><p>transvestir e travestir</p><p>treinar e trenar</p><p>tríade e triada</p><p>trilhão e trilião</p><p>vasculhar e basculhar</p><p>Xérox e Xerox</p><p>xeretar e xeretear</p><p>Caso o / u</p><p>1) Usa-se o na grafia dos seguintes vocábulos:</p><p>boteco</p><p>botequim</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>121 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>cortiço</p><p>engolir</p><p>goela</p><p>mochila</p><p>moela</p><p>mosquito</p><p>mágoa</p><p>moleque</p><p>nódoa</p><p>tossir</p><p>toalete</p><p>zoar</p><p>2) Usa-se u na grafia dos seguintes vocábulos:</p><p>amuleto</p><p>entupir</p><p>jabuti</p><p>mandíbula</p><p>supetão</p><p>tábua</p><p>Caso e / i</p><p>1) Os verbos terminados em -UIR e em -OER:</p><p>No Presente do Indicativo, as 2ª e 3ª pessoas do singular são grafadas com I. Exemplo (verbo</p><p>possuir):</p><p>tu possuis</p><p>ele possui</p><p>Ortografia oficial</p><p>tu constróis</p><p>ele constrói</p><p>tu móis</p><p>ele mói</p><p>tu róis</p><p>ele rói</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>122 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>2) Os verbos terminados em -UAR e em -OAR:</p><p>No Presente do Subjuntivo, todas as pessoas da conjugação serão grafadas com e. Exemplo (verbo</p><p>entoar):</p><p>Que eu entoe</p><p>Que tu entoes</p><p>Que ele entoe</p><p>Que nós entoemos</p><p>Que vós entoeis</p><p>Que eles entoem</p><p>3) Todos os verbos que terminam em [-ear] (arrear, frear, alardear, amacear, passear...) fazem um</p><p>ditongo [-ei-] no presente do indicativo e do subjuntivo nas formas rizotônicas (1ª, 2ª, 3ª do singular e</p><p>3ª do plural,):</p><p>PRESENTE DO</p><p>INDICATIVO</p><p>PRETÉRITO</p><p>PERFEITO</p><p>FUTURO PRESENTE DO</p><p>SUBJUNTIVO</p><p>(que…)</p><p>Eu freio Eu freei Eu frearei Eu freie</p><p>Tu freias Tu freaste Tu frearás Tu freies</p><p>Ele freia Ele freou Ele freará Ele freie</p><p>Nós freamos Nós freamos Nós frearemos Nós freemos</p><p>Vós freais Vós freastes Vós freareis Vós freeis</p><p>Eles freiam Eles frearam Eles frearão Eles freiem</p><p>4) Os verbos terminados em [-iar] (arriar, criar, odiar…) são regulares, exceto o (I)MARIO:</p><p>(Inter)Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar, os quais são irregulares e formam ditongo [-ei-] nas</p><p>formas rizotônicas:</p><p>Observe a diferença entre Arriar (regular) e Mediar (irregular):</p><p>PRESENTE DO</p><p>INDICATIVO</p><p>PRESENTE DO</p><p>SUBJUNTIVO</p><p>(que…)</p><p>PRESENTE DO</p><p>INTICATIVO</p><p>PRESENTE DO</p><p>SUBJUNTIVO</p><p>(que…)</p><p>Eu arrio Eu arrie Eu medeio Eu medeie</p><p>Tu arrias Tu arries Tu medeias Tu medeies</p><p>Ele arria Ele arrie Ele medeia Ele medeie</p><p>Nós arriamos Nós arriemos Nós mediamos Nós mediemos</p><p>Vós arriais Vós arrieis Vós mediais Vós medieis</p><p>Eles arriam Eles arriem Eles medeiam Eles medeiem</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>123 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>DECRETO Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008.</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da</p><p>Constituição, e</p><p>Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo no 54, de 18 de</p><p>abril de 1995, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro</p><p>de 1990;</p><p>Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação do referido Acordo</p><p>junto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, na qualidade de depositário</p><p>do ato, em 24 de junho de 1996;</p><p>Considerando que o Acordo entrou em vigor internacional em 1o de janeiro de 2007, inclusive para o</p><p>Brasil, no plano jurídico externo;</p><p>DECRETA:</p><p>Art. 1o O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, entre os Governos da República de Angola, da</p><p>República Federativa do Brasil, da República de Cabo Verde, da República de Guiné-Bissau, da</p><p>República de Moçambique, da República Portuguesa e da República Democrática de São Tomé e</p><p>Príncipe, de 16 de dezembro de 1990, apenso por cópia ao presente Decreto, será executado e</p><p>cumprido tão inteiramente como nele se contém.</p><p>Art. 2o O referido Acordo produzirá efeitos somente a partir de 1o de janeiro de 2009.</p><p>Parágrafo único. A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1o de janeiro de</p><p>2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor</p><p>e a nova norma estabelecida.</p><p>Parágrafo único. A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1o de janeiro de</p><p>2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor</p><p>e a nova norma estabelecida. (Redação dada pelo Decreto nº 7.875,</p><p>de 2012)</p><p>Art. 3o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em</p><p>revisão do referido Acordo, assim como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art.</p><p>49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.</p><p>Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Brasília, 29 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.</p><p>LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA</p><p>Celso Luiz Nunes Amorim</p><p>Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.9.2008</p><p>ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>Considerando que o projeto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa aprovado em</p><p>Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de</p><p>Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe,</p><p>com a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui um passo importante para a defesa</p><p>da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional,</p><p>Considerando que o texto do acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos Países</p><p>signatários,</p><p>a República Popular de Angola,</p><p>a República Federativa do Brasil,</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>124 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>a República de Cabo Verde,</p><p>a República da Guiné-Bissau,</p><p>a República de Moçambique,</p><p>a República Portuguesa,</p><p>e a República Democrática de São Tomé e Príncipe,</p><p>acordam no seguinte:</p><p>Artigo 1o</p><p>É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente</p><p>instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) e</p><p>vai acompanhado da respectiva nota explicativa, que consta como anexo II ao mesmo instrumento de</p><p>aprovação, sob a designação de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa</p><p>(1990).</p><p>Artigo 2o</p><p>Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências</p><p>necessárias com vista à elaboração, até 1 de janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comum</p><p>da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se</p><p>refere às terminologias científicas e técnicas.</p><p>Artigo 3o</p><p>O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1o de janeiro de 1994, após</p><p>depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da República</p><p>Portuguesa.</p><p>Artigo 4o</p><p>Os Estados signatários adotarão as medidas que entenderem adequadas ao efetivo respeito da data</p><p>da entrada em vigor estabelecida no artigo 3o.</p><p>Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, aprovam o presente</p><p>acordo, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igualmente autênticos.</p><p>Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.</p><p>PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA</p><p>JOSÉ MATEUS DE ADELINO PEIXOTO</p><p>Secretário de Estado da Cultura</p><p>PELA REPÚBLICA FEDERATIVA</p><p>DO BRASIL</p><p>CARLOS ALBERTO GOMES CHIARELLI</p><p>Ministro da Educação</p><p>PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE</p><p>DAVID HOPFFER ALMADA</p><p>Ministro da Informação, Cultura e Desportos</p><p>PELA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU</p><p>ALEXANDRE BRITO RIBEIRO FURTADO</p><p>Secretário de Estado da Cultura</p><p>PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE</p><p>LUIS BERNARDO HONWANA</p><p>Ministro da Cultura</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>125 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>PELA REPÚBLICA PORTUGUESA</p><p>PEDRO MIGUEL DE SANTANA LOPES</p><p>Secretário de Estado da Cultura</p><p>PELA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE</p><p>LÍGIA SILVA GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO COSTA</p><p>Ministra da Educação e Cultura</p><p>ANEXO I</p><p>ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>(1990)</p><p>Base I</p><p>Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados</p><p>1o)O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma</p><p>minúscula e outra maiúscula:</p><p>a A (á) j J (jota) s S (esse)</p><p>b B (bê) k K (capa ou cá) t T (tê)</p><p>c C (cê) l L (ele) u U (u)</p><p>d D (dê) m M (eme) v V (vê)</p><p>e E (é) n N (ene) w W (dáblio)</p><p>f F (efe) o O (ó) x X (xis)</p><p>g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon)</p><p>h H (agá) q Q (quê) z Z (zê)</p><p>i I (i) r R (erre)</p><p>Obs.: 1. Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre</p><p>duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).</p><p>2. Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de as designar.</p><p>2º)As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:</p><p>a)Em antropónimos/antropônimos originários de outras línguas e seus</p><p>derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, by</p><p>roniano; Taylor, taylorista;</p><p>b)Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus</p><p>derivados: Kwanza, Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano;</p><p>c)Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso</p><p>internacional: TWA, KLM; K-potássio (de kalium), W-oeste (West); kg-quilograma, km-quilómetro, kW-</p><p>kilowatt, yd-jarda (yard); Watt.</p><p>3º)Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de</p><p>nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à</p><p>nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano,</p><p>de Garrett; jeffersónia/jeffersônia, de Jefferson; mulleriano, de Muller, shakespeariano,</p><p>de Shakespeare.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>126 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Os vocabulários autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de</p><p>certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/ fúchsia e derivados, buganvília/</p><p>buganvílea/ bougainvíllea).</p><p>4º)Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onomásticas da</p><p>tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então simplificar-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se</p><p>qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-se: José,</p><p>Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por força do uso, permite adaptação,</p><p>substitui-se, recebendo uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith.</p><p>5º)As consoantes finais grafadas b, c, d, g e t mantêm-se, quer sejam mudas, quer proferidas, nas</p><p>formas onomásticas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropónimos/antropônimos e</p><p>topónimos/topônimos da tradição bíblica: Jacob, Job, Moab, Isaac; David, Gad; Gog, Magog;</p><p>Bensabat, Josafat.</p><p>Integram-se também nesta forma: Cid, em que o d é sempre pronunciado; Madrid e Valhadolid, em</p><p>que o d ora é pronunciado, ora não; e Calecut ou Calicut, em que o t se encontra nas mesmas</p><p>condições.</p><p>Nada impede, entretanto, que dos antropónimos/antopônimos em apreço sejam usados sem a</p><p>consoante final Jó, Davi e Jacó.</p><p>6º)Recomenda-se que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto</p><p>possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando</p><p>entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg,</p><p>por Cherburgo; Garonne, por Garona; Genève, por Genebra; Jutland, por Jutlândia; Milano,</p><p>por Milão; Munchen, por Munique; Torino, por Turim; Zurich, por Zurique, etc.</p><p>Base II</p><p>Do h inicial e final</p><p>1º)O h inicial emprega-se:</p><p>a)Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor.</p><p>b)Em virtude de adoção convencional: hã?, hem?, hum!.</p><p>2º)O h inicial suprime-se:</p><p>a)Quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso: erva, em</p><p>vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste</p><p>com herbáceo, herbanário, herboso, formas de origem erudita);</p><p>b)Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglutina ao</p><p>precedente: biebdomadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver;</p><p>3º)O h inicial mantém-se, no entanto, quando, numa palavra composta, pertence a um elemento que</p><p>está ligado ao anterior por meio</p><p>de hífen: anti-higiénico/anti-higiênico, contra-haste; pré-história,</p><p>sobre-humano.</p><p>4º)O h final emprega-se em interjeições: ah! oh!</p><p>Base III</p><p>Da homofonia de certos grafemas consonânticos</p><p>Dada a homofonia existente entre certos grafemas consonânticos, torna-se necessário diferençar os</p><p>seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela história das palavras. É certo que a</p><p>variedade das condições em que se fixam na escrita os grafemas consonânticos homófonos nem</p><p>sempre permite fácil diferenciação dos casos em que se deve empregar uma letra e daqueles em</p><p>que, diversamente, se deve empregar outra, ou outras, a representar o mesmo som.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>127 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Nesta conformidade, importa notar, principalmente, os seguintes casos:</p><p>1º)Distinção gráfica entre ch e x: achar, archote, bucha, capacho, capucho, chamar, chave, Chico,</p><p>chiste, chorar, colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha, gancho, inchar,</p><p>macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, penacho, rachar, sachar,</p><p>tacho; ameixa, anexim, baixel, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo, elixir,</p><p>enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinol, vexar, xadrez, xarope, xenofobia,</p><p>xerife, xícara.</p><p>2º)Distinção gráfica entre g, com valor de fricativa palatal, e j: adágio, alfageme, Álgebra, algema,</p><p>algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estrangeiro, falange, ferrugem,</p><p>frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gíria, herege, relógio,</p><p>sege, Tânger, virgem; adjetivo, ajeitar, ajeru (nome de planta indiana e de uma espécie de</p><p>papagaio), canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito, Jeová,</p><p>jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó, jerimum, Jerónimo, Jesus, jibóia, jiquipanga, jiquiró,</p><p>jiquitaia, jirau, jiriti, jitirana, laranjeira, lojista, majestade, majestoso, manjerico, manjerona, mucujê,</p><p>pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trejeito.</p><p>3º)Distinção gráfica entre as letras s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas: ânsia, ascensão,</p><p>aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão,</p><p>remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso,</p><p>valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Asseiceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda,</p><p>codesso (identicamente Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar,</p><p>dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso,</p><p>remessa, sossegar; acém, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cinfães, Escócia,</p><p>Macedo, obcecar, percevejo; açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçanje,</p><p>caçula, caraça, dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada, Mação, maçar,</p><p>Moçambique, Monção, muçulmano, murça, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama,</p><p>quiçamba, Seiça (grafia que pretere as erróneas/errôneas Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suíça,</p><p>terço; auxílio, Maximiliano, Maximino, máximo, próximo, sintaxe.</p><p>4º)Distinção gráfica entre s de fim de sílaba (inicial ou interior) e x e z com idêntico valor</p><p>fónico/fônico: adestrar, Calisto, escusar, esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido, espontâneo,</p><p>espremer, esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotável; extensão, explicar,</p><p>extraordinário, inextricável, inexperto, sextante, têxtil; capazmente, infelizmente, velozmente. De</p><p>acordo com esta distinção convém notar dois casos:</p><p>a)Em final de sílaba que não seja final de palavra, o x = s muda para s sempre que está precedido</p><p>de i ou u: justapor, justalinear, misto, sistino (cf. Capela Sistina), Sisto, em vez de juxtapor, juxtalinear,</p><p>mixto, sixtina, Sixto.</p><p>b)Só nos advérbios em –mente se admite z, com valor idêntico ao de s, em final de sílaba seguida de</p><p>outra consoante (cf. capazmente, etc.); de contrário, o s toma sempre o lugar de z: Biscaia, e</p><p>não Bizcaia.</p><p>5º)Distinção gráfica entre s final de palavra e x e z com idêntico valor fónico/fônico: aguarrás, aliás,</p><p>anis, após atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris, Jesus, jus, lápis, Luís, país,</p><p>português, Queirós, quis, retrós, revés, Tomás, Valdés; cálix, Félix, Fénix, flux; assaz, arroz, avestruz,</p><p>dez, diz, fez (substantivo e forma do verbo fazer), fiz, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, matiz, petiz, Queluz,</p><p>Romariz, [Arcos de] Valdevez, Vaz. A propósito, deve observar-se que é inadmissível z final</p><p>equivalente a s em palavra não oxítona: Cádis, e não Cádiz.</p><p>6º)Distinção gráfica entre as letras interiores s, x e z, que representam sibilantes sonoras: aceso,</p><p>analisar, anestesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa, brasa, brasão, Brasil,</p><p>brisa, [Marco de] Canaveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, empresa, Ermesinde, Esposende,</p><p>frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso, lousa, Lousã, Luso (nome de lugar,</p><p>homónimo/homônimo de Luso, nome mitológico), Matosinhos, Meneses, narciso, Nisa, obséquio,</p><p>ousar, pesquisa, portuguesa, presa, raso, represa, Resende, sacerdotisa, Sesimbra, Sousa, surpresa,</p><p>tisana, transe, trânsito, vaso; exalar, exemplo, exibir, exorbitar, exuberante, inexato,</p><p>inexorável; abalizado, alfazema, Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar,</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>128 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>beleza, buzina, búzio, comezinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar,</p><p>lambuzar, lezíria, Mouzinho, proeza, sazão, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela.</p><p>Base IV</p><p>Das sequências consonânticas</p><p>1º)O c, com valor de oclusiva velar, das sequências interiores cc (segundo c com valor de</p><p>sibilante), cç e ct, e o p das sequências interiores pc (c com valor de sibilante), pç e pt, ora se</p><p>conservam, ora se eliminam.</p><p>Assim:</p><p>a)Conservam-se nos casos em que são invariavelmente proferidos nas pronúncias cultas da</p><p>língua: compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural; adepto, apto, díptico,</p><p>erupção, eucalipto, inepto, núpcias, rapto.</p><p>b)Eliminam-se nos casos em que são invariavelmente mudos nas pronúncias cultas da língua: ação,</p><p>acionar, afetivo, aflição, aflito, ato, coleção, coletivo, direção, diretor, exato, objeção; adoção, adotar,</p><p>batizar, Egito, ótimo.</p><p>c)Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer</p><p>geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o</p><p>emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição; facto e fato, se</p><p>ctor e setor, ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto e corruto, recepção e receção.</p><p>d)Quando, nas sequências interiores mpc, mpç e mpt se eliminar o p de acordo com o determinado</p><p>nos parágrafos precedentes, o m passa a n, escrevendo-se,</p><p>respectivamente nc, nç e nt: assumpcionista e assuncionista; assumpção e assunção; assumptível e</p><p>assuntível; peremptório e perentório, sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade.</p><p>2º)Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer</p><p>geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: o b da</p><p>sequência bd, em súbdito; o b da sequência bt, em subtil e seus derivados; o g da sequência gd,</p><p>em amígdala, amigdalácea, amigdalar, amigdalato, amigdalite, amigdalóide, amigdalopatia, amigdalot</p><p>omia; o m da sequência mn,</p><p>em amnistia, amnistiar, indemne, indemnidade, indemnizar, omnímodo, omnipotente, omnisciente,</p><p>etc.; o t, da sequência tm, em aritmética e aritmético.</p><p>Base V</p><p>Das vogais átonas</p><p>1º)O emprego do e e do i, assim como o do o e do u, em sílaba átona, regula-se fundamentalmente</p><p>pela etimologia e por particularidades da história das palavras. Assim se estabelecem variadíssimas</p><p>grafias:</p><p>a)Com e e i: ameaça, amealhar, antecipar, arrepiar, balnear, boreal, campeão, cardeal (prelado,</p><p>ave</p><p>planta; diferente de cardial = “relativo à cárdia”), Ceará, côdea, enseada, enteado, Floreal, janeanes,</p><p>lêndea, Leonardo, Leonel, Leonor, Leopoldo, Leote, linear, meão, melhor, nomear, peanha,</p><p>quase (em vez de quási), real, semear, semelhante, várzea; ameixial, Ameixieira, amial, amieiro,</p><p>arrieiro, artilharia, capitânia, cordial (adjetivo e substantivo), corriola, crânio, criar, diante, diminuir,</p><p>Dinis, ferregial, Filinto, Filipe (e identicamente Filipa, Filipinas, etc.), freixial, giesta, Idanha, igual,</p><p>imiscuir-se, inigualável, lampião, limiar, Lumiar, lumieiro, pátio, pior, tigela, tijolo, Vimieiro, Vimioso;</p><p>b)Com o e u: abolir, Alpendorada, assolar, borboleta, cobiça, consoada, consoar, costume, díscolo,</p><p>êmbolo, engolir, epístola, esbaforir-se, esboroar, farândola, femoral, Freixoeira, girândola, goela,</p><p>jocoso, mágoa, névoa, nódoa, óbolo, Páscoa, Pascoal, Pascoela, polir, Rodolfo, távoa, tavoada,</p><p>távola, tômbola, veio (substantivo e forma do verbo vir); açular, água, aluvião, arcuense, assumir,</p><p>bulir, camândulas, curtir, curtume, embutir, entupir, fémur/fêmur, fístula, glândula, ínsua, jucundo,</p><p>légua, Luanda, lucubração, lugar, mangual, Manuel, míngua, Nicarágua, pontual, régua, tábua,</p><p>tabuada, tabuleta, trégua, virtualha.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>129 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>2º)Sendo muito variadas as condições etimológicas e histórico-fonéticas em que se fixam</p><p>graficamente e e i ou o e u em sílaba átona, é evidente que só a consulta dos vocabulários ou</p><p>dicionários pode indicar, muitas vezes, se deve empregar-se e ou i, se o ou u. Há, todavia, alguns</p><p>casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmente sistematizado. Convém fixar os seguintes:</p><p>a)Escrevem-se com e, e não com i, antes da sílaba tónica/tônica, os substantivos e adjetivos que</p><p>procedem de substantivos terminados em – eio e – eia, ou com eles estão em relação direta. Assim</p><p>se regulam: aldeão, aldeola, aldeota por aldeia; areal, areeiro, areento,</p><p>Areosa por areia; aveal por aveia; baleal por baleia; cadeado por cadeia; candeeiro por candeia; cent</p><p>eeira e centeeiro por centeio; colmeal e colmeeiro por colmeia; correada e correame por correia.</p><p>b)Escrevem-se igualmente com e, antes de vogal ou ditongo da sílaba tónica/tônica, os derivados de</p><p>palavras que terminam em e acentuado (o qual pode representar um antigo hiato: ea, ee): galeão,</p><p>galeota, galeote, de galé; coreano, de Coreia; daomeano, de Daomé; guineense,</p><p>de Guiné; poleame e poleeiro, de polé.</p><p>c)Escrevem-se com i, e não com e, antes da sílaba tónica/tônica, os adjetivos e substantivos</p><p>derivados em que entram os sufixos mistos de formação vernácula – iano e –iense, os quais são o</p><p>resultado da combinação dos sufixos –ano e –ense com um i de origem analógica (baseado em</p><p>palavras onde –ano e –ense estão precedidos de i pertencente ao tema: horaciano, italiano, duriense,</p><p>flaviense, etc.): açoriano, acriano (de Acre), camoniano, goisiano (relativo a Damião de Góis),</p><p>siniense (de Sines), sofocliano, torriano, torriense (de Torre(s)).</p><p>d)Uniformizam-se com as terminações –io e –ia (átonas), em vez de –eo e –ea, os substantivos que</p><p>constituem variações, obtidas por ampliação, de outros substantivos terminados em</p><p>vogal: cúmio (popular), de cume; hástia, de haste; réstia, do antigo reste; véstia, de veste.</p><p>e)Os verbos em –ear podem distinguir-se praticamente, grande número de vezes, dos verbos em –</p><p>iar, quer pela formação, quer pela conjugação e formação ao mesmo tempo. Estão no primeiro caso</p><p>todos os verbos que se prendem a substantivos em –eio ou –eia (sejam formados em português ou</p><p>venham já do latim); assim se regulam: aldear, por aldeia; alhear, alheio; cear, por ceia; encadear,</p><p>por cadeia; pear, por peia; etc. Estão no segundo caso todos os verbos que têm normalmente flexões</p><p>rizotónicas/rizotônicas em –eio, -eias, etc.: clarear, delinear, devanear, falsear, granjear, guerrear,</p><p>hastear, nomear, semear, etc. Existem, no entanto, verbos em –iar, ligados a substantivos com as</p><p>terminações átonas –ia ou –io, que admitem variantes na</p><p>conjugação: negoceio ou negocio (cf. negócio); premeio ou premio (cf. prémio/prêmio); etc.</p><p>f)Não é lícito o emprego do u final átono em palavras de origem latina. Escreve-se, por isso: moto, em</p><p>vez de mótu (por exemplo, na expressão de moto próprio); tribo, em vez de tríbu.</p><p>g)Os verbos em –oar distinguem-se praticamente dos verbos em –uar pela sua conjugação nas</p><p>formas rizotónicas/rizotônicas, que têm sempre o na sílaba acentuada: abençoar com o,</p><p>como abençoo, abençoas, etc.; destoar, com o, como destoo, destoas, etc.: mas acentuar, com u,</p><p>como acentuo, acentuas, etc.</p><p>Base VI</p><p>Das vogais nasais</p><p>Na representação das vogais nasais devem observar-se os seguintes preceitos:</p><p>1º)Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, ou em fim de elemento seguido de hífen,</p><p>representa-se a nasalidade pelo til, se essa vogal é de timbre a; por m, se possui qualquer outro</p><p>timbre e termina a palavra; e por n, se é de timbre diverso de a e está seguida de s: afã, grã, Grã-</p><p>Bretanha, lã, órfã, sã-braseiro (forma dialetal; o mesmo que são-brasense = de S. Brás de</p><p>Alportel); clarim, tom, vacum; flautins, semitons, zunzuns.</p><p>2º)Os vocábulos terminados em –ã transmitem esta representação do a nasal aos advérbios em –</p><p>mente que deles se formem, assim como a derivados em que entrem sufixos iniciados</p><p>por z: cristãmente, irmãmente, sãmente; lãzudo, maçãzita, manhãzinha, romãzeira.</p><p>Base VII</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>130 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Dos ditongos</p><p>1º)Os ditongos orais, que tanto podem ser tónicos/tônicos como átonos, distribuem-se por dois</p><p>grupos gráficos principais, conforme o segundo elemento do ditongo é representado por i ou u: ai, ei,</p><p>éi, ui; au, eu, éu, iu, ou: braçais, caixote, deveis, eirado, farnéis (mas farneizinhos), goivo, goivar,</p><p>lençóis (mas lençoizinhos), tafuis, uivar, cacau, cacaueiro, deu, endeusar,</p><p>ilhéu (mas ilheuzito), mediu, passou, regougar.</p><p>Obs: Admitem-se, todavia, excepcionalmente, à parte destes dois grupos, os ditongos</p><p>grafados ae(= âi ou ai) e ao (= âu ou au): o primeiro, representado nos</p><p>antropónimos/antropônimos Caetano e Caetana, assim como nos respectivos derivados e compostos</p><p>(caetaninha, são-caetano, etc.); o segundo, representado nas combinações da preposição a com as</p><p>formas masculinas do artigo ou pronome demonstrativo o, ou seja, ao e aos.</p><p>2º)Cumpre fixar, a propósito dos ditongos orais, os seguintes preceitos particulares:</p><p>a)É o ditongo grafado ui, e não a sequência vocálica grafada ue, que se emprega nas formas de 2a e</p><p>3a pessoas do singular do presente do indicativo e igualmente na da 2a pessoa do singular do</p><p>imperativo dos verbos em – uir: constituis, influi, retribui. Harmonizam-se, portanto, essas formas com</p><p>todos os casos de ditongo grafado ui de sílaba final ou fim de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.);</p><p>e ficam assim em paralelo gráfico-fonético com as formas de 2a e 3a pessoas do singular do presente</p><p>do indicativo e de 2a pessoa do singular do imperativo dos verbos em – air e em – oer: atrais, cai,</p><p>sai; móis, remói, sói.</p><p>b)É o ditongo grafado ui que representa sempre, em palavras de origem latina, a união de um u a</p><p>um i átono seguinte. Não divergem, portanto, formas como fluido de formas como gratuito. E isso não</p><p>impede que nos derivados de formas daquele tipo as vogais grafadas u e i se</p><p>separem: fluídico, fluidez (u-i).</p><p>c)Além, dos ditongos orais propriamente ditos, os quais são todos decrescentes, admite-se, como é</p><p>sabido, a existência de ditongos crescentes. Podem considerar-se no número deles as sequências</p><p>vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas, tais as que se representam graficamente por ea, eo, ia, ie, io, oa,</p><p>ua, ue, uo: áurea, áureo, calúnia, espécie, exímio, mágoa, míngua, ténue/tênue, tríduo.</p><p>3º)Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto podem ser tónicos/tônicos como átonos, pertencem</p><p>graficamente a dois tipos fundamentais: ditongos representados por vogal com til e semivogal;</p><p>ditongos</p><p>representados por uma vogal seguida da consoante nasal m. Eis a indicação de uns e</p><p>outros:</p><p>a)Os ditongos representados por vogal com til e semivogal são quatro, considerando-se apenas a</p><p>língua padrão contemporânea: ãe (usado em vocábulos oxítonos e derivados), ãi (usado em</p><p>vocábulos anoxítonos e derivados), ão e õe. Exemplos: cães, Guimarães, mãe, mãezinha; cãibas,</p><p>cãibeiro, cãibra, zãibo; mão, mãozinha, não, quão, sótão, sotãozinho, tão; Camões, orações,</p><p>oraçõezinhas, põe, repões. Ao lado de tais ditongos pode, por exemplo, colocar-se o ditongo ũi; mas</p><p>este, embora se exemplifique numa forma popular como rũi = ruim, representa-se sem o til nas</p><p>formas muito e mui, por obediência à tradição.</p><p>b)Os ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m são dois: am e em.</p><p>Divergem, porém, nos seus empregos:</p><p>i)am (sempre átono) só se emprega em flexões verbais: amam, deviam, escreveram, puseram;</p><p>ii)em (tónico/tônico ou átono) emprega-se em palavras de categorias morfológicas diversas, incluindo</p><p>flexões verbais, e pode apresentar variantes gráficas determinadas pela posição, pela acentuação ou,</p><p>simultaneamente, pela posição e pela acentuação: bem, Bembom, Bemposta, cem, devem, nem,</p><p>quem, sem, tem, virgem; Bencanta, Benfeito, Benfica, benquisto, bens, enfim, enquanto,</p><p>homenzarrão, homenzinho, nuvenzinha, tens, virgens, amém(variação de ámen), armazém, convém,</p><p>mantém, ninguém, porém, Santarém, também; convêm, mantêm, têm (3as pessoas do</p><p>plural); armazéns, desdéns, convéns, reténs; Belenzada, vintenzinho.</p><p>Base VIII</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>131 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Da acentuação gráfica das palavras oxítonas</p><p>1º)Acentuam-se com acento agudo:</p><p>a)As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafadas –a, –e ou –o,</p><p>seguidas ou não de –s: está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s), dominó(s), paletó(s),</p><p>só(s).</p><p>Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em –e tónico/tônico, geralmente</p><p>provenientes do francês, esta vogal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta ora</p><p>como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento</p><p>circunflexo: bebé ou bebê; bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guich</p><p>é ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê.</p><p>O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ró (letra do alfabeto grego) e rô. São igualmente</p><p>admitidas formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro.</p><p>b)As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), ficam a</p><p>terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada –a, após a assimilação e perda das consoantes finais</p><p>grafadas –r, –s ou –z: adorá-lo(s) (de adorar-lo(s)), dá-la(s) (de dar-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-</p><p>lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-ás (de far-lo(s)-ás), habitá-la(s)-iam (de habitar-la(s)-iam), trá-la(s)-</p><p>á (de trar-la(s)-á);</p><p>c)As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal grafado –em (exceto as</p><p>formas da 3a pessoa do plural do presente do indicativo dos compostos de ter e vir: retêm,</p><p>sustêm; advêm, provêm; etc) ou –ens: acém, detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns,</p><p>porém, provém, provéns, também;</p><p>d)As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados –éi, –éu ou –ói, podendo estes dois últimos</p><p>ser seguidos ou não de –s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s),</p><p>véu(s); corrói (de corroer), herói(s),remói (de remoer), sóis.</p><p>2º)Acentuam-se com acento circunflexo:</p><p>a)As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o,</p><p>seguidas ou não de –s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s),</p><p>pôs (de pôr), robô(s).</p><p>b)As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos –lo(s) ou –la(s), ficam a</p><p>terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, após a assimilação e perda</p><p>das consoantes finais grafadas –r, –s ou –z: detê-lo(s) (de deter-lo(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)), fê-</p><p>lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô-la(s) (de compor-la(s)), repô-la(s) (de repor-la(s)), pô-</p><p>la(s) (de por-la(s) ou pôs-la(s)).</p><p>3º)Prescinde-se de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas</p><p>heterofónicas/heterofônicas, do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução de</p><p>cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Excetua-se a forma verbal pôr, para a distinguir da</p><p>preposição por.</p><p>Base IX</p><p>Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas</p><p>1º)As palavras paroxítona não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa,</p><p>Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente,</p><p>moçambicano.</p><p>2º)Recebem, no entanto, acento agudo:</p><p>a)As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas</p><p>grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em –l, –n, –r, –x e –ps, assim como, salvo raras</p><p>exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais passam a</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>132 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis), dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), r</p><p>éptil (pl. réptéis; var. reptil, pl. reptis); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme,</p><p>pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lúm</p><p>en (pl. lúmenes ou lumens); açúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres),</p><p>caráter ou carácter (mas pl. carateresou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ájax, córtex (pl. córtex;</p><p>var. córtice, pl. córtices), índex (pl. index; var. índice, pl. índices), tórax, (pl. tórax ou tóraxes;</p><p>var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites), fórceps(pl. fórceps; var. fórcipe,</p><p>pl. fórcipes).</p><p>Obs.: Muito poucas palavras deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de</p><p>sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas</p><p>pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou</p><p>circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fémur e fêmur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ôni</p><p>x.</p><p>b)As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e,</p><p>o e ainda i ou u e que terminam em –ã(s), –ão(s), –ei(s), –i(s), –um, –uns ou –</p><p>us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órfão (pl. órfãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóq</p><p>uei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl.</p><p>de fóssil), amáreis (de amar), amáveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); be</p><p>ribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (pl. júris), oásis (sg. e</p><p>pl.); álbum (pl. álbuns), fórum (pl. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.).</p><p>Obs.: Muito poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de</p><p>sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas</p><p>pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se</p><p>fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus</p><p>e tônus, Vénus e Vênus.</p><p>3º)Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das</p><p>palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na</p><p>sua articulação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico,</p><p>epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia,</p><p>boia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo</p><p>comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.</p><p>4º)É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo,</p><p>do</p><p>tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo</p><p>(amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas</p><p>variantes do português.</p><p>5º)Recebem acento circunflexo:</p><p>a)As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e,</p><p>o e que terminam em –l, –n, –r ou –x, assim como as respectivas formas do plural, algumas das quais</p><p>se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon,</p><p>var. cânone,</p><p>(pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer,</p><p>Tânger; bômbax (sg. e pl.), bômbix, var. bômbice, (pl. bômbices).</p><p>b)As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e,</p><p>o e que terminam em –ão(s), –eis, –i(s) ou –us: bênção(s), côvão(s), Estêvão,</p><p>zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever), fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (p</p><p>l. de pênsil), têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus.</p><p>c)As formas verbais têm e vêm, 3as pessoas do plural do presente do indicativo de ter e vir, que são</p><p>foneticamente paroxítonas (respectivamente /tãjãj/, /vãjãj/ ou /tẽẽj/, /vẽẽj/ ou ainda /tẽjẽj/, /vẽjẽj/; cf. as</p><p>antigas grafias preteridas, tẽem, vẽem), a fim de se distinguirem de tem e vem, 3as pessoas do</p><p>singular do presente do indicativo ou 2as pessoas do singular do imperativo; e também as</p><p>correspondentes formas compostas, tais</p><p>como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvê</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>133 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>m (cf. desconvém), detêm (cf. detém), entretêm (cf. entretém), intervêm (cf. intervém), mantêm (cf. ma</p><p>ntém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém).</p><p>Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detẽem, intervẽem, mantẽem, provẽem,</p><p>etc.</p><p>6º)Assinalam-se com acento circunflexo:</p><p>a)Obrigatoriamente, pôde (3a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo), que se distingue</p><p>da correspondente forma do presente do indicativo (pode).</p><p>b)Facultativamente, dêmos (1a pessoa do plural do presente do conjuntivo), para se distinguir da</p><p>correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma (substantivo), distinta</p><p>de forma (substantivo; 3a pessoa do singular do presente do indicativo ou 2a pessoa do singular do</p><p>imperativo do verbo formar).</p><p>7º)Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico</p><p>oral fechado em hiato com a terminação –em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do</p><p>conjuntivo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem,</p><p>redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.</p><p>8º)Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tônica fechada com a</p><p>grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão</p><p>de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.</p><p>9º)Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que,</p><p>tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas.</p><p>Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para,</p><p>preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é),</p><p>flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo,</p><p>e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.</p><p>10º)Prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas homógrafas</p><p>heterofónicas/heterofônicas do tipo de acerto (ê), substantivo e acerto (é), flexão</p><p>de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e</p><p>elemento da locução prepositiva cerca de, e cerca (é), flexão de cercar; coro (ô), substantivo,</p><p>e coro (ó), flexão de corar; deste (ê), contracção da preposição de com o demonstrativo este,</p><p>e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advérbio, interjeição e</p><p>substantivo; piloto (ô), substantivo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc.</p><p>Base X</p><p>Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas</p><p>1º)As vogais tóncias/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo</p><p>quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde de que não constituam</p><p>sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí,</p><p>atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.; alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde,</p><p>atraíam (de atrair), atraísse (id.), baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo,</p><p>influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.</p><p>2º)As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento</p><p>agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, constituem sílaba com a</p><p>consoante seguinte, como é o caso de nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul,</p><p>Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, constituinte, oriundo, ruins, triunfo; at-</p><p>rairn. demiuñrgo, influir, influirmos; juiz, raiz; etc.</p><p>3º)Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tónica/tônica grafada i das</p><p>formas oxítonas terminadas em r dos verbos em –air e –uir, quando estas se combinam com as</p><p>formas pronominais clíticas –lo(s), –la(s), que levam à assimilação e perda daquele –r: atraí-</p><p>lo(s) (de atrair-lo(s)); atraí-lo(s)-ia (de atrair-lo(s)-ia); possuí-la(s) (de possuir-la(s)); possuí-la(s)-</p><p>ia (de possuir-la(s)-ia).</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>134 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>4º)Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas,</p><p>quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno,</p><p>cauila (var. cauira), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).</p><p>5º)Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, precedidas de</p><p>ditongo, pertencem as palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús,</p><p>tuiuiú, tuiuiús.</p><p>Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acento</p><p>agudo: cauim.</p><p>6º)Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/tônicos grafados iu e ui, quando precedidos de</p><p>vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).</p><p>7º)Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tónica/tônica grafada u nas</p><p>formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem, argua, arguas, argua, arguam. Os verbos</p><p>do tipo de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar,</p><p>delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas</p><p>igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averiguas, averigua,</p><p>averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua,</p><p>enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem;</p><p>mas delinquimos, delinquís) ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica e</p><p>graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua,</p><p>averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua,</p><p>enxáguaim; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques; delínque,</p><p>delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delinquám).</p><p>Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registre-se que os verbos em –</p><p>ingir (atingir, cingir, constringir, infringir, tingir, etc.) e os verbos em –inguir sem prolação</p><p>do u (distinguir, extinguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (atinjo, atinja, atinge, atingimos,</p><p>etc; distingo, distinga, distingue, distinguimos, etc.)</p><p>Base XI</p><p>Da acentuação gráfica</p><p>das palavras proparoxítonas</p><p>1º)Levam acento agudo:</p><p>a)As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e,</p><p>o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáustico, Cleópatra, esquálido,</p><p>exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último;</p><p>b)As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais</p><p>abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por</p><p>sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes</p><p>(-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie,</p><p>série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.</p><p>2º)Levam acento circunflexo:</p><p>a)As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a</p><p>vogal básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico,</p><p>êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstrego, lôbrego,</p><p>nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;</p><p>b)As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba</p><p>tónica/tônica, e terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente</p><p>consideradas como ditongos crescentes:amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.</p><p>3º)Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas</p><p>vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais</p><p>grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respectivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>135 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>da língua: académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo,</p><p>fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio,</p><p>blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.</p><p>Base XII</p><p>Do emprego do acento grave</p><p>1º)Emprega-se o acento grave:</p><p>a)Na contração da preposição a com as formas femininas do artigo ou pronome</p><p>demonstrativo o: à (de a + a), às (de a + as);</p><p>b)Na contração da preposição a com os demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo ou</p><p>ainda da mesma preposição com os compostos aqueloutro e suas flexões: àquele(s), àquela(s),</p><p>àquilo; àqueloutro(s), àqueloutra(s);</p><p>Base XIII</p><p>Da supressão dos acentos em palavras derivadas</p><p>1º)Nos advérbios em –mente, derivados de adjetivos com acento agudo ou circunflexo, estes são</p><p>suprimidos: avidamente (de ávido), debilmente (de débil), facilmente (de fácil), habilmente (de hábil), i</p><p>ngenuamente (de ingênuo), lucidamente (de lúcido), mamente (de má), somente (de só), unicamente</p><p>(de único),</p><p>etc.; candidamente (de cândido), cortesmente (de cortês), dinamicamente (de dinâmico), espontanea</p><p>mente (de espontâneo),portuguesmente (de português), romanticamente (de romântico).</p><p>2º)Nas palavras derivadas que contêm sufixos iniciados por z e cujas formas de base apresentam</p><p>vogas tónica/tônica com acento agudo ou circunflexo, estes são</p><p>suprimidos: aneizinhos (de anéis), avozinha (de avó), bebezito (de bebê), cafezada (de café), chapeu</p><p>zinho (de chapéu), chazeiro (de chá), heroizito (de herói), ilheuzito (de ilhéu), mazinha (de má), orfãoz</p><p>inho (de órfão), vintenzito (de vintém),</p><p>etc.; avozinho (de avô), bençãozinha (de bênção), lampadazita (de lâmpada), pessegozito (de pêsseg</p><p>o).</p><p>Base XIV</p><p>Do trema</p><p>O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas.</p><p>Nem sequer se emprega na poesia, mesmo que haja separação de duas vogais que normalmente</p><p>formam ditongo: saudade, e não saudade, ainda que tetrassílabo; saudar, e não saudar, ainda que</p><p>trissílabo; etc.</p><p>Em virtude desta supressão, abstrai-se de sinal especial, quer para distinguir, em sílaba átona,</p><p>um i ou um u de uma vogal da sílaba anterior, quer para distinguir, também em sílaba átona, um i ou</p><p>um u de um ditongo precedente, quer para distinguir, em sílaba tónica/tônica ou átona, o u de gu ou</p><p>de qu de um e ou i seguintes: arruinar, constituiria, depoimento, esmiuçar, faiscar, faulhar, oleicultura,</p><p>paraibano, reunião; abaiucado, auiqui, caiuá, cauixi, piauiense; aguentar, anguiforme, arguir,</p><p>bilíngue (ou bilingue), lingueta, linguista, linguístico; cinquenta, equestre, frequentar, tranquilo,</p><p>ubiquidade.</p><p>Obs.: Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a Base I, 3º, em palavras derivadas de</p><p>nomes próprios estrangeiros: hubneriano, de Hubner, mulleriano, de Muller, etc.</p><p>Base XV</p><p>Do hífen em compostos, locuções e</p><p>encadeamentos vocabulares</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>136 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>1º)Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e</p><p>cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade</p><p>sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento</p><p>estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-</p><p>cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-</p><p>grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-</p><p>escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-</p><p>gotas, finca-pé, guarda-chuva.</p><p>Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição,</p><p>grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas,</p><p>paraquedista, etc.</p><p>2º)Emprega-se o hífen nos topónimos/topônimos compostos, iniciados pelos adjetivos grã, grão ou</p><p>por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-</p><p>Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-</p><p>Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.</p><p>Obs.: Os outros topónimos/topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem</p><p>hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada à Cinta, etc. O</p><p>topónimo/topônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.</p><p>3º)Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas,</p><p>estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, couve-flor, erva-</p><p>doce, feijão-verde; benção-de-deus, erva-do-chá, ervilha-de-cheiro, fava-de-santo-inácio; bem-me-</p><p>quer (nome de planta que também se dá à margarida e ao malmequer); andorinha-grande, cobra-</p><p>capelo, formiga-branca; andorinha-do-mar, cobra-d’água, lesma-de-conchinha; bem-te-vi (nome de</p><p>um pássaro).</p><p>4º)Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o</p><p>elemento que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal</p><p>ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário do mal, pode não se aglutinar com palavras</p><p>começadas por consoante. Eis alguns exemplos das várias situações: bem-aventurado, bem-estar,</p><p>bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-</p><p>ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-</p><p>nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).</p><p>Obs.: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este</p><p>tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.</p><p>5º)Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-Atlântico,</p><p>além-mar, além-fronteiras; aquém-mar, aquém-Pirenéus; recém-casado, recém-nascido; sem-</p><p>cerimônia, sem-número, sem-vergonha.</p><p>6º)Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais,</p><p>prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já</p><p>consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-</p><p>perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa). Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem</p><p>hífen as seguintes locuções:</p><p>a)Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar;</p><p>b)Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;</p><p>c)Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;</p><p>d)Adverbiais: à parte (note-se o substantivo aparte), à vontade, de mais (locução que se contrapõe</p><p>a de menos; note-se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso;</p><p>e)Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de,</p><p>debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>137 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>f)Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.</p><p>7º)Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando,</p><p>não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (tipo: a divisa Liberdade-Igualdade-</p><p>Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação Angola-Moçambique),</p><p>e bem assim nas combinações históricas ou ocasionais de topónimos/topônimos (tipo: Áustria-</p><p>Hungria, Alsácia-Lorena, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, etc.).</p><p>Base XVI</p><p>Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação</p><p>1º)Nas formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-,</p><p>hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e em formações por</p><p>recomposição, isto é, com elementos não autônomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais</p><p>como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-,</p><p>neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.), só se emprega o hífen nos seguintes</p><p>casos:</p><p>a)Nas formações em que o segundo elemento começa por h: anti-higiénico/anti-higiênico, circum-</p><p>hospitalar, co-herdeiro, contra-harmónico/contra-harmônico, extra-humano, pré-história, sub-hepático,</p><p>super-homem, ultra-hiperbólico; arqui-hipérbole, eletro-higrómetro, geo-história, neo-helénico/neo-</p><p>helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.</p><p>Obs.: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos des- e in- e nas</p><p>quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidificar, inábil, inumano, etc.</p><p>b)Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o</p><p>segundo elemento: anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular; arqui-irmandade, auto-</p><p>observação, eletro-ótica, micro-onda, semi-interno.</p><p>Obs.: Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo</p><p>quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc.</p><p>c)Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por</p><p>vogal, m ou n (além de h, caso já considerado atrás na alínea a): circum-escolar, circum-murado,</p><p>circum-navegação; pan-africano, pan-mágico, pan-negritude.</p><p>d)Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados</p><p>por r: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.</p><p>e)Nas formações com os prefixos ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento), sota-, soto-,</p><p>vice- e vizo-: ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-primeiro-ministro, ex-rei; sota-</p><p>piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei.</p><p>f)Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró- quando o</p><p>segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas</p><p>átonas que se aglutinam com o elemento seguinte): pós-graduação, pós-tónico/pós-</p><p>tônicos (mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas promover).</p><p>2º)Não se emprega, pois, o hífen:</p><p>a)Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa</p><p>por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo</p><p>pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra,</p><p>comtrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite,</p><p>eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.</p><p>b)Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa</p><p>por vogal diferente, prática esta em geral já adotada também para os termos técnicos e científicos.</p><p>Assim: antiaéreo, coeducação, extraescolar; aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem,</p><p>agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>138 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>3º)Nas formações por sufixação apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de</p><p>origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro</p><p>elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica</p><p>dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim.</p><p>Base XVII</p><p>Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver</p><p>1º)Emprega-se o hífen na ênclise e na tmese: amá-lo, dá-se, deixa-o, partir-lhe; amá-lo-ei, enviar-lhe-</p><p>emos.</p><p>2º)Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do</p><p>indicativo do verbo haver: hei de, hás de, hão de, etc.</p><p>Obs.: 1. Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos</p><p>verbos querer e requerer, em vez de quere e requere, estas últimas formas conservam-se, no</p><p>entanto, nos casos de ênclise: quere-o(s), requere-o(s). Nestes contextos, as formas (legítimas,</p><p>aliás) qué-lo e requé-lo são pouco usadas.</p><p>2. Usa-se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio eis (eis-me, ei-</p><p>lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do tipo no-lo, vo-las, quando em próclise (por</p><p>ex.: esperamos que no-lo comprem).</p><p>Base XVIII</p><p>Do apóstrofo</p><p>1º)São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo:</p><p>a)Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente uma contração ou aglutinação vocabular, quando</p><p>um elemento ou fração respectiva pertence propriamente a um conjunto vocabular distinto: d’ Os</p><p>Lusíadas, d’ Os Sertões; n’ Os Lusíadas, n’ Os Sertões; pel’ Os Lusíadas, pel’ Os Sertões. Nada</p><p>obsta, contudo, a que estas escritas sejam substituídas por empregos de preposições íntegras, se o</p><p>exigir razão especial de clareza, expressividade ou ênfase: de Os Lusíadas, em Os Lusíadas, por Os</p><p>Lusíadas, etc.</p><p>As cisões indicadas são análogas às dissoluções gráficas que se fazem, embora sem emprego do</p><p>apóstrofo, em combinações da preposição a com palavras pertencentes a conjuntos vocabulares</p><p>imediatos: a A Relíquia, aOs Lusíadas (exemplos: importância atribuída a A Relíquia; recorro a Os</p><p>Lusíadas). Em tais casos, como é óbvio, entende-se que a dissolução gráfica nunca impede na leitura</p><p>a combinação fonética: a A = à, a Os = aos, etc.</p><p>b)Pode cindir-se por meio do apóstrofo uma contração ou aglutinação vocabular, quando um</p><p>elemento ou fração respectiva é forma pronominal e se lhe quer dar realce com o uso de</p><p>maiúscula: d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquele, d’O, n’O, pel’O, m’O, t’O, lh’O, casos em que a segunda</p><p>parte, forma masculina, é aplicável a Deus, a Jesus, etc.; d’Ela, n’Ela, d’Aquela, d’A, n’A, pel’A, m’A,</p><p>t’A, lh’A, casos em que a segunda parte, forma feminina, é aplicável à mãe de Jesus, à Providência,</p><p>etc. Exemplos frásicos: confiamos n’O que nos salvou; esse milagre revelou-m’O; está n’Ela a nossa</p><p>esperança; pugnemos pel’A que é nossa padroeira.</p><p>À semelhança das cisões indicadas, pode dissolver-se graficamente, posto que sem uso do</p><p>apóstrofo,</p><p>uma combinação da preposição a com uma forma pronominal realçada pela maiúscula: a</p><p>O, a Aquele, a Aquela(entendendo-se que a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação</p><p>fonética: a O = ao, a Aquela = àquela, etc.). Exemplos frásicos: a O que tudo pode; a Aquela que nos</p><p>protege.</p><p>c)Emprega-se o apóstrofo nas ligações das formas santo e santa a nomes do hagiológio, quando</p><p>importa representar a elisão das vogais finais o e a: Sant’Ana, Sant’Iago, etc. É, pois, correto</p><p>escrever: Calçada de Sant’Ana, Rua de Sant’Ana; culto de Sant’Iago, Ordem de Sant’Iago. Mas, se</p><p>as ligações deste gênero, como é o caso destas mesmas Sant’Ana e Sant’Iago, se tornam perfeitas</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>139 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>unidades mórficas, aglutinam-se os dois elementos: Fulano de Santana, ilhéu de Santana, Santana</p><p>de Parnaíba; Fulano de Santiago, ilha de Santiago, Santiago do Cacém.</p><p>Em paralelo com a grafia Sant’Ana e congêneres, emprega-se também o apóstrofo nas ligações de</p><p>duas formas antroponímicas, quando é necessário indicar que na primeira se elide um o</p><p>final: Nun’Álvares, Pedr’Eanes.</p><p>Note-se que nos casos referidos as escritas com apóstrofo, indicativas de elisão, não impedem, de</p><p>modo algum, as escritas sem ap��strofo: Santa Ana, Nuno Álvares, Pedro Álvares, etc.</p><p>d)Emprega-se o apóstrofo para assinalar, no interior de certos compostos, a elisão do e da</p><p>preposição de, em combinação com substantivos: borda-d’água, cobra-d’água, copo-d’água, estrela-</p><p>d’alva, galinha-d’água, mãe-d’água, pau-d’água, pau-d’alho, pau-d’arco, pau-d’óleo.</p><p>2º)São os seguintes os casos em que não se usa o apóstrofo:</p><p>Não é admissível o uso do apóstrofo nas combinações das preposições de e em com as formas do</p><p>artigo definido, com formas pronominais diversas e com formas adverbiais (excetuado o que se</p><p>estabelece nas alíneas 1º) a) e 1º) b)). Tais combinações são representadas:</p><p>a)Por uma só forma vocabular, se constituem, de modo fixo, uniões perfeitas:</p><p>i) do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta, destes, destas, disto; desse, dessa, desses,</p><p>dessas, disso; daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; destoutro, destoutra, destoutros,</p><p>destoutras; dessoutro, dessoutra, dessoutros, dessoutras; daqueloutro, daqueloutra, daqueloutros,</p><p>daqueloutras; daqui; daí; dali; dacolá; donde; dantes (= antigamente);</p><p>ii) no, na, nos, nas; nele, nela, neles, nelas; neste, nesta, nestes, nestas, nisto; nesse, nessa, nesses,</p><p>nessas, nisso; naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo; nestoutro, nestoutra, nestoutros,</p><p>nestoutras; nessoutro, nessoutra, nessoutros, nessoutras; naqueloutro, naqueloutra, naqueloutros,</p><p>naqueloutras; num, numa, nuns, numas; noutro, noutra, noutros, noutras, noutrem; nalgum, nalguma,</p><p>nalguns, nalgumas, nalguém.</p><p>b)Por uma ou duas formas vocabulares, se não constituem, de modo fixo, uniões perfeitas (apesar de</p><p>serem correntes com esta feição em algumas pronúncias): de um, de uma, de uns, de umas, ou dum,</p><p>duma, duns, dumas; de algum, de alguma, de alguns, de algumas, de alguém, de algo, de algures, de</p><p>alhures, ou dalgum, dalguma, dalguns, dalgumas, dalguém, dalgo, dalgures, dalhures; de outro, de</p><p>outra, de outros, de outras, de outrem, de outrora, ou doutro, doutra, doutros, doutras, doutrem,</p><p>doutrora; de aquém ou daquém; de além ou dalém; de entre ou dentre.</p><p>De acordo com os exemplos deste último tipo, tanto se admite o uso da locução adverbial de ora</p><p>avante como do advérbio que representa a contração dos seus três elementos: doravante.</p><p>Obs.: Quando a preposição de se combina com as formas articulares ou pronominais o, a, os, as, ou</p><p>com quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece estarem essas palavras</p><p>integradas em construções de infinitivo, não se emprega o apóstrofo, nem se funde a preposição com</p><p>a forma imediata, escrevendo-se estas duas separadamente: a fim de ele compreender; apesar de o</p><p>não ter visto; em virtude de os nossos pais serem bondosos; o fato de o conhecer; por causa de aqui</p><p>estares.</p><p>Base XIX</p><p>Das minúsculas e maiúsculas</p><p>1º)A letra minúscula inicial é usada:</p><p>a)Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes.</p><p>b)Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera.</p><p>c)Nos bibliónimos/bibliônimos (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos,</p><p>podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo): O Senhor</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>140 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>do Paço de Ninães, O senhor do paço de Ninães, Menino de Engenho ou Menino de engenho, Árvore</p><p>e Tambor ou Árvore e tambor.</p><p>d)Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.</p><p>e)Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas); norte, sul (mas: SW sudoeste).</p><p>f)Nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (opcionalmente, neste caso, também com</p><p>maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o cardeal Bembo; santa</p><p>Filomena (ou Santa Filomena).</p><p>g)Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, também com</p><p>maiúscula): português (ou Português), matemática (ou Matemática); línguas e literaturas</p><p>modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).</p><p>2º)A letra maiúscula inicial é usada:</p><p>a)Nos antropónimos/antropônimos, reais ou fictícios: Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote.</p><p>b)Nos topónimos/topônimos, reais ou fictícios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro; Atlântida,</p><p>Hespéria.</p><p>c)Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno / Netuno.</p><p>d)Nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência</p><p>Social.</p><p>e)Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.</p><p>f)Nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo (ou S.</p><p>Paulo).</p><p>g)Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por nordeste</p><p>do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países, Ocidente,</p><p>por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático.</p><p>h)Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maiúsculas,</p><p>iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H2O; Sr., V. Exa.</p><p>i)Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em início</p><p>de versos, em categorizações de logradouros públicos: (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos</p><p>Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de</p><p>edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).</p><p>Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras</p><p>especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações específicas</p><p>(terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica, etc.), promanadas de</p><p>entidades científicas ou normalizadoras, reconhecidas internacionalmente.</p><p>Base XX</p><p>Da divisão silábica</p><p>A divisão silábica, que em regra se faz pela soletração (a-ba-de, bru-ma, ca-cho, lha-no, ma-lha, ma-</p><p>nha, má-xi-mo, ó-xi-do, ro-xo, tme-se), e na qual, por isso, se não tem de atender aos elementos</p><p>constitutivos dos vocábulos segundo a etimologia (a-ba-li-e-nar, bi-sa-vô, de-sa-pa-re-cer, di-sú-ri-co,</p><p>e-xâ-ni-me, hi-pe-ra-cú-sti-co, i-ná-bil, o-bo-val, su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do), obedece a vários</p><p>preceitos particulares, que rigorosamente cumpre seguir, quando se tem de fazer em fim de linha,</p><p>mediante o emprego do hífen, a partição de uma palavra:</p><p>1º)São indivisíveis no interior da palavra, tal como inicialmente, e formam, portanto, sílaba para a</p><p>frente as sucessões de duas consoantes que constituem perfeitos grupos, ou sejam (com exceção</p><p>apenas de vários compostos cujos prefixos terminam em b, ou d: ab- legação, ad- ligar, sub- lunar,</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>141 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>etc., em vez de</p><p>podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma</p><p>inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer</p><p>inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos</p><p>enunciados.</p><p>A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e as</p><p>subentendidas.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido.</p><p>Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado</p><p>só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a</p><p>informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna</p><p>o enunciado sem sentido.</p><p>Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões</p><p>presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado “Patrícia</p><p>ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como</p><p>certa pelo falante.</p><p>SUBENTENDIDOS</p><p>Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são marcadas no</p><p>próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como insinuações.</p><p>O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não</p><p>quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do</p><p>receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores.</p><p>Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo,</p><p>parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a anedota é um gênero</p><p>textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos.</p><p>PALAVRAS E EXPRESSÕES</p><p>Por mais que você leia, releia e pratique, a Língua Portuguesa sempre encontra uma brecha para te</p><p>confundir, não é verdade? Vamos a algumas expressões e palavras usadas em concursos que, às</p><p>vezes, levam o candidato à cometerem erros bobos e perderem pontos preciosos.</p><p>Bimensal x Bimestral</p><p>Bimensal: publicação, revista ou documento lançado duas vezes por mês</p><p>Bimestral: lançamento ou ocorrência com frequência a cada dois meses</p><p>Aterrisar ou Aterrissar?</p><p>NÃO existe a palavra com um R só. O correto para esta palavra é o dígrafo “ss”.</p><p>Onde x Aonde</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Onde: usado quando acompanhado de verbos estáticos, como “onde está meu chapéu?”</p><p>Aonde: usado quando acompanhado de verbos que indicam movimento, como “aonde eles vão?”</p><p>Custas x Custa</p><p>A expressão “custas” só é usada no âmbito jurídico. Você já deve ter ouvido falar em “custas” do</p><p>processo, não é mesmo? Pois bem! Portanto, quando disser que “alguém vive a custa de outrem”,</p><p>use sempre o singular, ok?</p><p>Em princípio x A princípio</p><p>Em princípio: sinônimo de “em tese”. Ex: em princípio, todos concordaram com ela.</p><p>A princípio: o mesmo que “inicialmente, antes de mais nada”. Ex: a princípio, não houve feridos</p><p>naquele acidente.</p><p>Pronomes demonstrativos</p><p>Este: indica aquilo que está próximo da pessoa que fala (espaço), com o tempo atual (tempo) ou o</p><p>termo mais próximo (termos).</p><p>Ex: Esta é Ana / Esta noite está sendo ótima / André e Arthur não são mais amigos. Este (Arthur)</p><p>mentiu para todos.</p><p>Esse: indica aquilo que está próximo da pessoa com quem se fala (espaço), com o passado próximo</p><p>(tempo) ou a ideia mais mencionada (termos).</p><p>Ex: Essa é a comida de que lhe falei / Fui para a Argentina em 2008. Nesse ano, fiquei noiva / Assista</p><p>ao filme Meu irmão é filho único. Esse filme é encantador.</p><p>Aquele: indica aquilo que está distante das duas pessoas (espaço), passado distante (tempo) ou o</p><p>termo mais distante (termos).</p><p>Ex: Aquele rapaz roubou a loja / A ditadura durou várias décadas. Aquele tempo era muito sombrio /</p><p>Fiz três cursos: Hotelaria, Letras e Jornalismo. Aquele (Hotelaria) foi o que me empregou primeiro.</p><p>Preço é caro ou alto? É barato ou baixo?</p><p>O preço nunca é caro ou barato. Se precifica algo em alto ou baixo. Agora, o produto, sim, pode ser</p><p>classificado como barato ou caro. Sendo assim, o valor daquele carro é alto. Ou, ainda, aquele</p><p>vestido é muito barato.</p><p>Censo ou senso?</p><p>Os dois estão corretos se usado na forma correta (claro). O censo é aquilo que o IBGE faz para</p><p>mensurar a população e suas características econômicas, etc. Concurso IBGE Censo Agropecuário,</p><p>lembra? Agora, quando diz que uma pessoa não tem sua própria opinião ou não opina sobre algo,</p><p>você diz que não tem senso crítico, ok?</p><p>Comprimento e cumprimento</p><p>Aí outro caso em que não vai errar se souber onde usar cada palavra. Quando você vai comprar um</p><p>tecido, você pede uma peça com dois metros de comprimento. Agora, é falta de educação entrar em</p><p>um recinto sem cumprimentar as pessoas, não é? Deu para entender a diferença entre as duas?</p><p>Mal ou mau?</p><p>Quando você não está passando bem, você está o que? Passando mal! E quando alguém comete</p><p>uma crueldade, você o chame de que? De mau caráter! Ou seja: o mal é o contrário de bem,</p><p>enquanto mau é tudo aquilo que não é bom!</p><p>Significação Contextual de Palavras e Expressões</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Referindo-nos ao adjetivo “recorrente”, estamos justamente enfatizando sobre o uso corriqueiro de</p><p>alguns termos que mediante ao atributo da língua escrita precisam estar em consonância com o</p><p>padrão formal. Esses termos, na maioria das vezes, são alvo de dúvidas entre os usuários, mesmo</p><p>porque quase todos são dotados de extrema semelhança sonora. Todavia, graficamente, apresentam</p><p>divergências, e são estas que lhes atribuem também significados diferentes.</p><p>Entretanto, nada que uma efetiva prática de leitura e escrita não consiga sanar em relação a esses</p><p>“supostos” questionamentos, ampliando, assim, ainda mais a nossa competência como um todo. E</p><p>para tal, algumas dicas tendem a tão somente nos auxiliar rumo à conquista dessas habilidades.</p><p>Sendo assim, eis que segue uma relação precedida dos principais casos:</p><p>Abaixo/ A baixo</p><p>Abaixo revela o sentido de lugar menos elevado, inferior.</p><p>Exemplo: Para Marcela, era inaceitável que ocupasse uma posição abaixo de suas verdadeiras</p><p>pretensões.</p><p>A baixo significa “para baixo”.</p><p>Exemplo: Quando percebemos, lá estava o brinquedo sendo levado correnteza a baixo.</p><p>A cerca de/ Acerca de/ Cerca de/ Há cerca de</p><p>A cerca de ou cerca de retrata o sentido de “aproximadamente, mais ou menos”.</p><p>Exemplo: O parque foi construído a cerca de quinhentos metros do condomínio.</p><p>O tempo estimado pelo profissional foi cerca de três semanas para a conclusão das obras.</p><p>Acerca de corresponde ao sentido de “a respeito de, sobre”.</p><p>Exemplo: Durante a reunião muito se discutiu acerca da problemática ambiental.</p><p>Há cerca de relaciona-se ao sentido de tempo decorrido, haja vista que o verbo haver se encontra na</p><p>sua forma impessoal.</p><p>Exemplo: Há cerca de três anos não visito meus familiares.</p><p>Acima/ A cima</p><p>Acima retrata o sentido de “um lugar mais elevado, superior”.</p><p>Exemplo: Conforme pode perceber, na lista de aprovados seu nome se encontra acima do meu.</p><p>A cima significa “para cima”.</p><p>Exemplo: Todos os convidados me olharam de baixo a cima.</p><p>A fim/ Afim</p><p>A fim encontra-se relacionado ao sentido de “finalidade, objetivo pretendido”.</p><p>Exemplo: A fim de evitar maiores contratempos, ele resolveu afastar-se de sua amiga.</p><p>Afim classifica-se como um adjetivo invariável, cuja significância se atribui à semelhança, afinidade.</p><p>Exemplo: Como na antiga grade havia matérias afins, pude adiantar bastante o meu curso.</p><p>A menos de/ Há menos de</p><p>A menos, classifica-se como locução prepositiva e retrata o sentido de tempo futuro ou distância</p><p>aproximada.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Exemplos:</p><p>Encontramo-nos a menos de dois quilômetros do destino almejado.</p><p>A menos de um mês estaremos de férias.</p><p>Há menos de significa</p><p>a- blegação, a- dligar, su- blunar, etc.) aquelas sucessões em que a primeira</p><p>consoante é uma labial, uma velar, uma dental ou uma labiodental e a segunda um l ou um r: a-</p><p>blução, cele- brar, du- plicação, re- primir, a- clamar, de- creto, de- glutição, re- grado; a- tlético, cáte-</p><p>dra, períme- tro; a- fluir, a- fricano, ne- vrose.</p><p>2º)São divisíveis no interior da palavra as sucessões de duas consoantes que não constituem</p><p>propriamente grupos e igualmente as sucessões de m ou n, com valor de nasalidade, e uma</p><p>consoante: ab- dicar, Ed- gardo, op- tar, sub- por, ab- soluto, ad- jetivo, af- ta, bet- samita, íp- silon,</p><p>ob- viar, des- cer, dis- ciplina, flores- cer, nas- cer, res- cisão; ac- ne, ad- mirável, Daf- ne, diafrag-</p><p>ma, drac- ma, ét- nico, rit- mo, sub- meter, am- nésico, interam- nense; bir- reme, cor- roer, pror-</p><p>rogar, as- segurar, bis- secular, sos- segar, bissex- to, contex- to, ex- citar, atroz- mente, capaz-</p><p>mente, infeliz- mente; am- bição, desen- ganar, en- xame, man- chu, Mân- lio, etc.</p><p>3º)As sucessões de mais de duas consoantes ou de m ou n, com o valor de nasalidade, e duas ou</p><p>mais consoantes são divisíveis por um de dois meios: se nelas entra um dos grupos que são</p><p>indivisíveis (de acordo com o preceito 1º), esse grupo forma sílaba para diante, ficando a consoante</p><p>ou consoantes que o precedem ligadas à sílaba anterior; se nelas não entra nenhum desses grupos,</p><p>a divisão dá-se sempre antes da última consoante. Exemplos dos dois casos: cam- braia, ec- tlipse,</p><p>em- blema, ex- plicar, in- cluir, ins- crição, subs- crever, trans- gredir, abs- tenção, disp- neia, inters-</p><p>telar, lamb- dacismo, sols- ticial, Terp- sícore, tungs- tênio.</p><p>4º)As vogais consecutivas que não pertencem a ditongos decrescentes (as que pertencem a ditongos</p><p>deste tipo nunca se separam: ai- roso, cadei- ra, insti- tui, ora- ção, sacris- tães, traves- sões) podem,</p><p>se a primeira delas não é u precedido de g ou q, e mesmo que sejam iguais, separar-se na</p><p>escrita: ala- úde, áre- as, ca- apeba, co- ordenar, do- er, flu- idez, perdo- as, vo- os. O mesmo se</p><p>aplica aos casos de contiguidade de ditongos, iguais ou diferentes, ou de ditongos e vogais: cai- ais,</p><p>cai- eis, ensai- os, flu- iu.</p><p>5º)Os digramas gu e qu, em que o u se não pronuncia, nunca se separam da vogal ou ditongo</p><p>imediato (ne- gue, ne- guei; pe- que, pe- quei), do mesmo modo que as combinações gu e qu em que</p><p>o u se pronuncia: á- gua, ambí- guo, averi- gueis, longín-quos, lo- quaz, quais- quer.</p><p>6º) Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um</p><p>hífen, ou mais, se a partição coincide com o final de um dos elementos ou membros, deve, por</p><p>clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata: ex- -alferes, serená- -los-</p><p>emos ou serená-los- -emos, vice- -almirante.</p><p>Base XXI</p><p>Das assinaturas e firmas</p><p>Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registro legal, adote</p><p>na assinatura do seu nome.</p><p>Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de</p><p>sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registro público.</p><p>ANEXO II</p><p>NOTA EXPLICATIVA DO</p><p>ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>(1990)</p><p>1. Memória breve dos acordos ortográficos</p><p>A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, tem sido</p><p>considerada como largamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu</p><p>prestígio no Mundo.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>142 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Tal situação remonta, como é sabido, a 1911, ano em que foi adotada em Portugal a primeira grande</p><p>reforma ortográfica, mas que não foi extensiva ao Brasil.</p><p>Por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, em consonância com a Academia das Ciências de</p><p>Lisboa, com o objetivo de se minimizarem os inconvenientes desta situação, foi aprovado em 1931 o</p><p>primeiro acordo ortográfico entre Portugal e o Brasil. Todavia, por razões que não importa agora</p><p>mencionar, este acordo não produziu, afinal, a tão desejada unificação dos dois sistemas</p><p>ortográficos, fato que levou mais tarde à convenção ortográfica de 1943. Perante as divergências</p><p>persistentes nos Vocabulários entretanto publicados pelas duas Academias, que punham em</p><p>evidência os parcos resultados práticos do acordo de 1943, realizou-se, em 1945, em Lisboa, novo</p><p>encontro entre representantes daquelas duas agremiações, o qual conduziu à chamada Convenção</p><p>Ortográfica Luso-Brasileira de 1945. Mais uma vez, porém, este acordo não produziu os almejados</p><p>efeitos, já que ele foi adotado em Portugal, mas não no Brasil.</p><p>Em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram promulgadas leis que reduziram</p><p>substancialmente as divergências ortográficas entre os dois países. Apesar destas louváveis</p><p>iniciativas, continuavam a persistir, porém, divergências sérias entre os dois sistemas ortográficos.</p><p>No sentido de as reduzir, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras</p><p>elaboraram em 1975 um novo projeto de acordo que não foi, no entanto, aprovado oficialmente por</p><p>razões de ordem política, sobretudo vigentes em Portugal.</p><p>E é neste contexto que surge o encontro do Rio de Janeiro, em Maio de 1986, e no qual se</p><p>encontram, pela primeira vez na história da língua portuguesa, representantes não apenas de</p><p>Portugal e do Brasil mas também dos cinco novos países africanos lusófonos entretanto emergidos</p><p>da descolonização portuguesa.</p><p>O Acordo Ortográfico de 1986, conseguido na reunião do Rio de Janeiro, ficou, porém, inviabilizado</p><p>pela reação polêmica contra ele movida sobretudo em Portugal.</p><p>2.Razões do fracasso dos acordos ortográficos</p><p>Perante o fracasso sucessivo dos acordos ortográficos entre Portugal e o Brasil, abrangendo o de</p><p>1986 também os países lusófonos de África, importa refletir seriamente sobre as razões de tal</p><p>malogro.</p><p>Analisando sucintamente o conteúdo dos acordos de 1945 e de 1986, a conclusão que se colhe é a</p><p>de que eles visavam impor uma unificação ortográfica absoluta.</p><p>Em termos quantitativos e com base em estudos desenvolvidos pela Academia das Ciências de</p><p>Lisboa, com base num corpus de cerca de 110.000 palavras, conclui-se que o Acordo de 1986</p><p>conseguia a unificação ortográfica em cerca de 99,5% do vocabulário geral da língua. Mas</p><p>conseguia-a sobretudo à custa da simplificação drástica do sistema de acentuação gráfica, pela</p><p>supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceito por uma</p><p>parte substancial da opinião pública portuguesa.</p><p>Também o acordo de 1945 propunha uma unificação ortográfica absoluta que rondava os 100% do</p><p>vocabulário geral da língua. Mas tal unificação assentava em dois princípios que se revelaram</p><p>inaceitáveis para os brasileiros:</p><p>a)Conservação das chamadas consoantes mudas ou não articuladas, o que correspondia a uma</p><p>verdadeira restauração destas consoantes no Brasil, uma vez que elas tinham há muito sido</p><p>abolidas.</p><p>b)Resolução das divergências de acentuação das vogais tônicas e e o, seguidas das consoantes</p><p>nasais m e n, das palavras proparoxítonas (ou esdrúxulas) no sentido da prática portuguesa, que</p><p>consistia em as grafar com acento agudo e não circunflexo, conforme a prática brasileira.</p><p>Assim se procurava, pois, resolver a divergência de acentuação gráfica de palavras</p><p>como António e Antônio, cómodo e cômodo, género e gênero, oxigénio e oxigênio, etc., em favor da</p><p>generalização da acentuação com o diacrítico agudo. Esta solução estipulava, contra toda a tradição</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>143 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>ortográfica portuguesa, que o acento agudo, nestes casos, apenas assinalava a tonicidade da vogal e</p><p>não o seu timbre, visando assim resolver as diferenças de pronúncia daquelas mesmas vogais.</p><p>A inviabilização prática de tais soluções leva-nos à conclusão de que não é possível unificar por via</p><p>administrativa divergências que assentam em claras diferenças de pronúncia, um dos critérios,</p><p>aliás,</p><p>em que se baseia o sistema ortográfico da língua portuguesa.</p><p>Nestas condições, há que procurar uma versão de unificação ortográfica que acautele mais o futuro</p><p>do que o passado e que não receie sacrificar a simplificação também pretendida em 1986, em favor</p><p>da máxima unidade possível. Com a emergência de cinco novos países lusófonos, os fatores de</p><p>desagregação da unidade essencial da língua portuguesa far-se-ão sentir com mais acuidade e</p><p>também no domínio ortográfico. Neste sentido importa, pois, consagrar uma versão de unificação</p><p>ortográfica que fixe e delimite as diferenças atualmente existentes e previna contra a desagregação</p><p>ortográfica da língua portuguesa.</p><p>Foi, pois, tendo presentes estes objetivos, que se fixou o novo texto de unificação ortográfica, o qual</p><p>representa uma versão menos forte do que as que foram conseguidas em 1945 e 1986. Mas ainda</p><p>assim suficientemente forte para unificar ortograficamente cerca de 98% do vocabulário geral da</p><p>língua.</p><p>3.Forma e substância do novo texto</p><p>O novo texto de unificação ortográfica agora proposto contém alterações de forma (ou estrutura) e de</p><p>conteúdo, relativamente aos anteriores. Pode dizer-se, simplificando, que em termos de estrutura se</p><p>aproxima mais do acordo de 1986, mas que em termos de conteúdo adota uma posição mais</p><p>conforme com o projeto de 1975, atrás referido.</p><p>Em relação às alterações de conteúdo, elas afetam sobretudo o caso das consoantes mudas ou não</p><p>articuladas, o sistema de acentuação gráfica, especialmente das esdrúxulas, e a hifenação.</p><p>Pode dizer-se ainda que, no que respeita às alterações de conteúdo, de entre os princípios em que</p><p>assenta a ortografia portuguesa, se privilegiou o critério fonético (ou da pronúncia) com um certo</p><p>detrimento para o critério etimológico.</p><p>É o critério da pronúncia que determina, aliás, a supressão gráfica das consoantes mudas ou não</p><p>articuladas, que se têm conservado na ortografia lusitana essencialmente por razões de ordem</p><p>etimológica.</p><p>É também o critério da pronúncia que nos leva a manter um certo número de grafias duplas do tipo</p><p>de caráter e carácter, facto e fato, sumptuoso e suntuoso, etc.</p><p>É ainda o critério da pronúncia que conduz à manutenção da dupla acentuação gráfica do tipo</p><p>de económico e econômico, efémero e efêmero, género e gênero, génio e gênio, ou</p><p>de bónus e bônus, sémen e sêmen, ténis e tênis, ou ainda de bebé e bebê, ou metro e metrô, etc.</p><p>Explicitam-se em seguida as principais alterações introduzidas no novo texto de unificação</p><p>ortográfica, assim como a respectiva justificação.</p><p>4.Conservação ou supressão das consoantes c, p, b, g, m e t em certas sequências consonânticas</p><p>(Base IV)</p><p>4.1.Estado da questão</p><p>Como é sabido, uma das principais dificuldades na unificação da ortografia da língua portuguesa</p><p>reside na solução a adotar para a grafia das consoantes c e p, em certas sequências consonânticas</p><p>interiores, já que existem fortes divergências na sua articulação.</p><p>Assim, umas vezes, estas consoantes são invariavelmente proferidas em todo o espaço geográfico</p><p>da língua portuguesa, conforme sucede em casos</p><p>como compacto, ficção, pacto; adepto, aptidão, núpcias; etc.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>144 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Neste caso, não existe qualquer problema ortográfico, já que tais consoantes não podem deixar de</p><p>grafar-se (v. Base IV, 1º a).</p><p>Noutros casos, porém, dá-se a situação inversa da anterior, ou seja, tais consoantes não são</p><p>proferidas em nenhuma pronúncia culta da língua, como acontece em acção, afectivo, direcção;</p><p>adopção, exacto, óptimo; etc.</p><p>Neste caso existe um problema. É que na norma gráfica brasileira há muito estas consoantes foram</p><p>abolidas, ao contrário do que sucede na norma gráfica lusitana, em que tais consoantes se</p><p>conservam. A solução que agora se adota (v. Base IV, 1º b) é a de as suprimir, por uma questão de</p><p>coerência e de uniformização de critérios (vejam-se as razões de tal supressão adiante, em 4.2.).</p><p>As palavras afectadas por tal supressão representam 0,54% do vocabulário geral da língua, o que é</p><p>pouco significativo em termos quantitativos (pouco mais de 600 palavras em cerca de 110.000).</p><p>Este número é, no entanto, qualitativamente importante, já que compreende vocábulos de uso muito</p><p>frequente (como, por ex., acção, actor, actual, colecção, colectivo, correcção, direcção, director,</p><p>electricidade, factor, factura, inspector, lectivo, óptimo, etc.).</p><p>O terceiro caso que se verifica relativamente às consoantes c e p diz respeito à oscilação de</p><p>pronúncia, a qual ocorre umas vezes no interior da mesma norma culta (cf. por</p><p>ex., cacto ou cato, dicção ou dição, sector ou setor, etc.), outras vezes entre normas cultas distintas</p><p>(cf., por ex., facto, receção em Portugal, mas fato, recepção no Brasil).</p><p>A solução que se propõe para estes casos, no novo texto ortográfico, consagra a dupla grafia (v.</p><p>Base IV, 1º c).</p><p>A estes casos de grafia dupla devem acrescentar-se as poucas variantes do tipo</p><p>de súbdito e súdito, subtil e sutil, amígdala e amídala, amnistia e anistia, aritmética e arimética, nas</p><p>quais a oscilação da pronúncia se verifica quanto às consoantes b, g, m e t (v. Base IV, 2º).</p><p>O número de palavras abrangidas pela dupla grafia é de cerca de 0,5% do vocabulário geral da</p><p>língua, o que é pouco significativo (ou seja, pouco mais de 575 palavras em cerca de 110.000),</p><p>embora nele se incluam também alguns vocábulos de uso muito frequente.</p><p>4.2. Justificação da supressão de consoantes não articuladas (Base IV 1º b)</p><p>As razões que levaram à supressão das consoantes mudas ou não articuladas em palavras</p><p>como ação (acção), ativo (activo), diretor (director), ótimo (óptimo) foram essencialmente as</p><p>seguintes:</p><p>a)O argumento de que a manutenção de tais consoantes se justifica por motivos de ordem</p><p>etimológica, permitindo assinalar melhor a similaridade com as palavras congêneres das outras</p><p>línguas românicas, não tem consistência. Por outro lado, várias consoantes etimológicas se foram</p><p>perdendo na evolução das palavras ao longo da história da língua portuguesa. Vários são, por outro</p><p>lado, os exemplos de palavras deste tipo, pertencentes a diferentes línguas românicas, que, embora</p><p>provenientes do mesmo étimo latino, revelam incongruências quanto à conservação ou não das</p><p>referidas consoantes.</p><p>É o caso, por exemplo, da palavra objecto, proveniente do latim objectu-, que até agora conservava</p><p>o c, ao contrário do que sucede em francês (cf. objet), ou em espanhol (cf. objeto). Do mesmo</p><p>modo projecto (de projectu-) mantinha até agora a grafia com c, tal como acontece em espanhol</p><p>(cf. proyecto), mas não em francês (cf. projet). Nestes casos o italiano dobra a consoante, por</p><p>assimilação (cf. oggetto e progetto). A palavra vitória há muito se grafa sem c, apesar do</p><p>espanhol victoria, do francês victoire ou do italiano vittoria.</p><p>Muitos outros exemplos se poderiam citar. Aliás, não tem qualquer consistência a ideia de que a</p><p>similaridade do português com as outras línguas românicas passa pela manutenção de consoantes</p><p>etimológicas do tipo mencionado. Confrontem-se, por exemplo, formas como as seguintes:</p><p>port. acidente (do lat. accidente-), esp. accidente, fr. accident, it. accidente; port. dicionário (do</p><p>lat. dictionariu-), esp. diccionario, fr. dictionnaire, it. dizionario; port. ditar (do lat. dictare), esp. dictar,</p><p>fr. dicter, it. dettare; port. estrutura (de structura-), esp. estructura, fr. structure, it. struttura; etc.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>145 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Em conclusão, as divergências entre as línguas românicas, neste domínio, são evidentes, o que não</p><p>impede, aliás, o imediato reconhecimento da similaridade entre tais formas. Tais divergências</p><p>levantam dificuldades à memorização da norma gráfica, na aprendizagem destas línguas, mas não é</p><p>com certeza a manutenção de consoantes não articuladas em português que vai facilitar aquela</p><p>tarefa.</p><p>b)A justificação de que as ditas consoantes mudas travam o fechamento da</p><p>vogal precedente</p><p>também é de fraco valor, já que, por um lado, se mantêm na língua palavras com vogal pré-tónica</p><p>aberta, sem a presença de qualquer sinal diacrítico, como em corar, padeiro, oblação, pregar (= fazer</p><p>uma prédica), etc., e, por outro, a conservação de tais consoantes não impede a tendência para o</p><p>ensurdecimento da vogal anterior em casos como accionar, actual, actualidade, exactidão, tactear,</p><p>etc.</p><p>c)É indiscutível que a supressão deste tipo de consoantes vem facilitar a aprendizagem da grafia das</p><p>palavras em que elas ocorriam.</p><p>De fato, como é que uma criança de 6-7 anos pode compreender que em palavras</p><p>como concepção, excepção, recepção, a consoante não articulada é um p, ao passo que em</p><p>vocábulos como correcção, direcção, objecção, tal consoante é um c?</p><p>Só à custa de um enorme esforço de memorização que poderá ser vantajosamente canalizado para</p><p>outras áreas da aprendizagem da língua.</p><p>d)A divergência de grafias existente neste domínio entre a norma lusitana, que teimosamente</p><p>conserva consoantes que não se articulam em todo o domínio geográfico da língua portuguesa, e a</p><p>norma brasileira, que há muito suprimiu tais consoantes, é incompreensível para os lusitanistas</p><p>estrangeiros, nomeadamente para professores e estudantes de português, já que lhes cria</p><p>dificuldades suplementares, nomeadamente na consulta dos dicionários, uma vez que as palavras em</p><p>causa vêm em lugares diferentes da ordem alfabética, conforme apresentam ou não a consoante</p><p>muda.</p><p>e)Uma outra razão, esta de natureza psicológica, embora nem por isso menos importante, consiste</p><p>na convicção de que não haverá unificação ortográfica da língua portuguesa se tal disparidade não</p><p>for revolvida.</p><p>f)Tal disparidade ortográfica só se pode resolver suprimindo da escrita as consoantes não articuladas,</p><p>por uma questão de coerência, já que a pronúncia as ignora, e não tentando impor a sua grafia</p><p>àqueles que há muito as não escrevem, justamente por elas não se pronunciarem.</p><p>4.3. Incongruências aparentes</p><p>A aplicação do princípio, baseado no critério da pronúncia, de que as consoantes c e p em certas</p><p>sequências consonânticas se suprimem, quando não articuladas, conduz a algumas incongruências</p><p>aparentes, conforme sucede em palavras como apocalítico ou Egito (sem p, já que este não se</p><p>pronuncia), a par de apocalipse ou egipcio (visto que aqui o p se articula), noturno (sem c, por este</p><p>ser mudo), ao lado de noctívago (com c por este se pronunciar), etc.</p><p>Tal incongruência é apenas aparente. De fato, baseando-se a conservação ou supressão daquelas</p><p>consoantes no critério da pronúncia, o que não faria sentido era mantê-las, em certos casos, por</p><p>razões de parentesco lexical. Se se abrisse tal exceção, o utente, ao ter que escrever determinada</p><p>palavra, teria que recordar previamente, para não cometer erros, se não haveria outros vocábulos da</p><p>mesma família que se escrevessem com este tipo de consoante.</p><p>Aliás, divergências ortográficas do mesmo tipo das que agora se propõem foram já aceites nas Bases</p><p>de 1945 (v. Base VI, último parágrafo), que consagraram grafias como assunção ao lado</p><p>de assumptivo, cativo, a par de captor e captura, dicionário, mas dicção, etc. A razão então aduzida</p><p>foi a de que tais palavras entraram e se fixaram na língua em condições diferentes. A justificação da</p><p>grafia com base na pronúncia é tão nobre como aquela razão.</p><p>4.4.Casos de dupla grafia (Base IV, 1º c, d e 2º)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>146 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Sendo a pronúncia um dos critérios em que assenta a ortografia da língua portuguesa, é inevitável</p><p>que se aceitem grafias duplas naqueles casos em que existem divergências de articulação quanto às</p><p>referidas consoantes ce p e ainda em outros casos de menor significado.</p><p>Torna-se, porém, praticamente impossível enunciar uma regra clara e abrangente dos casos em que</p><p>há oscilação entre o emudecimento e a prolação daquelas consoantes, já que todas as sequências</p><p>consonânticas enunciadas, qualquer que seja a vogal precedente, admitem as duas alternativas:</p><p>cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição, facto e fato, sector e setor; ceptro e cetro;</p><p>concepção e conceção, recepção e receção; assumpção e assunção, peremptório e perentório, sump</p><p>tuoso e suntuoso; etc.</p><p>De um modo geral pode dizer-se que, nestes casos, o emudecimento da consoante (exceto</p><p>em dicção, facto, sumptuoso e poucos mais) se verifica, sobretudo, em Portugal e nos países</p><p>africanos, enquanto no Brasil há oscilação entre a prolação e o emudecimento da mesma consoante.</p><p>Também os outros casos de dupla grafia (já mencionados em 4.1.), do tipo</p><p>de súbdito e súdito, subtil e sutil, amígdala e amídala, omnisciente e onisciente, aritmética e arimética</p><p>, muito menos relevantes em termos quantitativos do que os anteriores, se verificam sobretudo no</p><p>Brasil.</p><p>Trata-se, afinal, de formas divergentes, isto é, do mesmo étimo. As palavras sem consoante, mais</p><p>antigas e introduzidas na língua por via popular, foram já usadas em Portugal e encontram-se</p><p>nomeadamente em escritores dos séculos XVI e XVII.</p><p>Os dicionários da língua portuguesa, que passarão a registrar as duas formas, em todos os casos de</p><p>dupla grafia, esclarecerão, tanto quanto possível, sobre o alcance geográfico e social desta oscilação</p><p>de pronúncia.</p><p>5.Sistema de acentuação gráfica (Bases VIII a XIII)</p><p>5.1.Análise geral da questão</p><p>O sistema de acentuação gráfica do português atualmente em vigor, extremamente complexo e</p><p>minucioso, remonta essencialmente à Reforma Ortográfica de 1911.</p><p>Tal sistema não se limita, em geral, a assinalar apenas a tonicidade das vogais sobre as quais</p><p>recaem os acentos gráficos, mas distingue também o timbre destas.</p><p>Tendo em conta as diferenças de pronúncia entre o português europeu e o do Brasil, era natural que</p><p>surgissem divergências de acentuação gráfica entre as duas realizações da língua.</p><p>Tais divergências têm sido um obstáculo à unificação ortográfica do português.</p><p>É certo que em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram dados alguns passos significativos no</p><p>sentido da unificação da acentuação gráfica, como se disse atrás. Mas, mesmo assim, subsistem</p><p>divergências importantes neste domínio, sobretudo no que respeita à acentuação das paroxítonas.</p><p>Não tendo tido viabilidade prática a solução fixada na Convenção Ortográfica de 1945, conforme já foi</p><p>referido, duas soluções eram possíveis para se procurar resolver esta questão.</p><p>Uma era conservar a dupla acentuação gráfica, o que constituía sempre um espinho contra a</p><p>unificação da ortografia.</p><p>Outra era abolir os acentos gráficos, solução adotada em 1986, no Encontro do Rio de Janeiro.</p><p>Esta solução, já preconizada no I Simpósio Luso-Brasileiro sobre a Língua Portuguesa</p><p>Contemporânea, realizada em 1967 em Coimbra, tinha sobretudo a justificá-la o fato de a língua oral</p><p>preceder a língua escrita, o que leva muitos utentes a não empregarem na prática os acentos</p><p>gráficos, visto que não os consideram indispensáveis à leitura e compreensão dos textos escritos.</p><p>A abolição dos acentos gráficos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, preconizada no Acordo</p><p>de 1986, foi, porém, contestada por uma larga parte da opinião pública portuguesa, sobretudo por tal</p><p>medida ir contra a tradição ortográfica e não tanto por estar contra a prática ortográfica.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>147 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A questão da acentuação gráfica tinha, pois, de ser repensada.</p><p>Neste sentido, desenvolveram-se alguns estudos e fizeram-se vários levantamentos estatísticos com</p><p>o objetivo de se delimitarem melhor e quantificarem com precisão as divergências existentes nesta</p><p>matéria.</p><p>5.2.Casos de dupla acentuação</p><p>5.2.1.Nas proparoxítonas (Base XI)</p><p>Verificou-se assim que as divergências, no que respeita às proparoxítonas, se circunscrevem</p><p>praticamente, como já foi destacado atrás, ao caso das vogais tônicas e e o, seguidas das</p><p>consoantes nasais m e n, com as quais aquelas não formam sílaba (v.</p><p>Base XI, 3º).</p><p>Estas vogais soam abertas em Portugal e nos países africanos recebendo, por isso, acento agudo,</p><p>mas são do timbre fechado em grande parte do Brasil, grafando-se por conseguinte com acento</p><p>circunflexo: académico/ acadêmico, cómodo/ cômodo, efémero/ efêmero, fenómeno/ fenômeno, génio</p><p>/ gênio, tónico/ tônico, etc.</p><p>Existem uma ou outra exceção a esta regra, como, por exemplo, cômoro e sêmola, mas estes casos</p><p>não são significativos.</p><p>Costuma, por vezes, referir-se que o a tônico das proparoxítonas, quando seguido de m ou n com</p><p>que não forma sílaba, também está sujeito à referida divergência de acentuação gráfica. Mas tal não</p><p>acontece, porém, já que o seu timbre soa praticamente sempre fechado nas pronúncias cultas da</p><p>língua, recebendo, por isso, acento circunflexo: âmago, ânimo, botânico, câmara, dinâmico, gerânio,</p><p>pânico, pirâmide.</p><p>As únicas exceções a este princípio são os nomes próprios de origem</p><p>grega Dánae/ Dânae e Dánao/ Dânao.</p><p>Note-se que se as vogais e e o, assim como a, formam sílaba com as consoantes m ou n, o seu</p><p>timbre é sempre fechado em qualquer pronúncia culta da língua, recebendo, por isso, acento</p><p>circunflexo: êmbolo, amêndoa, argênteo, excêntrico, têmpera; anacreôntico, cômputo, recôndito,</p><p>cânfora, Grândola, Islândia, lâmpada, sonâmbulo, etc.</p><p>5.2.2.Nas paroxítonas (Base IX)</p><p>Também nos casos especiais de acentuação das paroxítonas ou graves (v. Base IX, 2º), algumas</p><p>palavras que contêm as vogais tônicas e e o em final de sílaba, seguidas das consoantes</p><p>nasais m e n, apresentam oscilação de timbre, nas pronúncias cultas da língua.</p><p>Tais palavras são assinaladas com acento agudo, se o timbre da vogal tônica é aberto, ou com</p><p>acento circunflexo, se o timbre é</p><p>fechado: fémur ou fêmur, Fénix ou Fênix, ónix ou ônix, sémen ou sêmen, xénon ou xênon; bónus ou b</p><p>ônus, ónus ou ônus, pónei ou pônei, ténis ou tênis, Vénus ou Vênus; etc. No total, estes são pouco</p><p>mais de uma dúzia de casos.</p><p>5.2.3.Nas oxítonas (Base VIII)</p><p>Encontramos igualmente nas oxítonas (v. Base VIII, 1º a, Obs.) algumas divergências de timbre em</p><p>palavras terminadas em e tônico, sobretudo provenientes do francês. Se esta vogal tônica soa aberta,</p><p>recebe acento agudo; se soa fechada, grafa-se com acento circunflexo. Também aqui os exemplos</p><p>pouco ultrapassam as duas</p><p>dezenas: bebé ou bebê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, pur</p><p>é ou purê; etc. Existe também um caso ou outro de oxítonas terminadas em o ora aberto ora fechado,</p><p>como sucede em cocó ou cocô, ró ou rô.</p><p>A par de casos como este há formas oxítonas terminadas em o fechado, às quais se opõem variantes</p><p>paroxítonas, como acontece em judô e judo, metrô e metro, mas tais casos são muito raros.</p><p>5.2.4.Avaliação estatística dos casos de dupla acentuação gráfica</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>148 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Tendo em conta o levantamento estatístico que se fez na Academia das Ciências de Lisboa, com</p><p>base no já referido corpus de cerca de 110.000 palavras do vocabulário geral da língua, verificou-se</p><p>que os citados casos de dupla acentuação gráfica abrangiam aproximadamente 1,27% (cerca de</p><p>1.400 palavras). Considerando que tais casos se encontram perfeitamente delimitados, como se</p><p>referiu atrás, sendo assim possível enunciar a regra de aplicação, optou-se por fixar a dupla</p><p>acentuação gráfica como a solução menos onerosa para a unificação ortográfica da língua</p><p>portuguesa.</p><p>5.3.Razões da manutenção dos acentos gráficos nas proparoxítonas e paroxítonas</p><p>Resolvida a questão dos casos de dupla acentuação gráfica, como se disse atrás, já não tinha</p><p>relevância o principal motivo que levou em 1986 a abolir os acentos nas palavras proparoxítonas e</p><p>paroxítonas.</p><p>Em favor da manutenção dos acentos gráficos nestes casos, ponderaram-se, pois, essencialmente as</p><p>seguintes razões:</p><p>a)Pouca representatividade (cerva de 1,27%) dos casos de dupla acentuação.</p><p>b)Eventual influência da língua escrita sobre a língua oral, com a possibilidade de, sem acentos</p><p>gráficos, se intensificar a tendência para a paroxitonia, ou seja, deslocação do acento tônico da</p><p>antepenúltima para a penúltima sílaba, lugar mais frequente de colocação do acento tônico em</p><p>português.</p><p>c)Dificuldade em apreender corretamente a pronúncia em termos de âmbito técnico e científico,</p><p>muitas vezes adquiridos através da língua escrita (leitura).</p><p>d)Dificuldades causadas, com a abolição dos acentos, à aprendizagem da língua, sobretudo quando</p><p>esta se faz em condições precárias, como no caso dos países africanos, ou em situação de auto-</p><p>aprendizagem.</p><p>e)Alargamento, com a abolição dos acentos gráficos, dos casos de homografia, do tipo de análise(s)/</p><p>analise(v.), fábrica(s.)/ fabrica(v.), secretária(s.)/ secretaria(s. ou v.), vária(s.)/ varia(v.), etc., casos</p><p>que apesar de dirimíveis pelo contexto sintático, levantariam por vezes algumas dúvidas e</p><p>constituiriam sempre problema para o tratamento informatizado do léxico.</p><p>f)Dificuldade em determinar as regras de colocação do acento tônico em função da estrutura mórfica</p><p>da palavra. Assim, as proparoxítonas, segundo os resultados estatísticos obtidos da análise de</p><p>um corpus de 25.000 palavras, constituem 12%. Destes, 12%, cerca de 30% são falsas esdrúxulas</p><p>(cf. génio, água, etc.). Dos 70% restantes, que são as verdadeiras proparoxítonas (cf. cômodo,</p><p>gênero, etc.), aproximadamente 29% são palavras que terminam em –ico /–ica (cf. ártico, econômico,</p><p>módico, prático, etc.). Os restantes 41% de verdadeiras esdrúxulas distribuem-se por cerca de</p><p>duzentas terminações diferentes, em geral de caráter erudito (cf. espírito, ínclito,</p><p>púlpito;filólogo; filósofo; esófago; epíteto; pássaro; pêsames; facílimo; lindíssimo; parêntesis; etc.).</p><p>5.4.Supressão de acentos gráficos em certas palavras oxítonas e paroxítonas (Bases VIII, IX e X)</p><p>5.4.1.Em casos de homografia (Bases VIII, 3º e IX, 9º e 10º)</p><p>O novo texto ortográfico estabelece que deixem de se acentuar graficamente palavras do tipo</p><p>de para (á), flexão de parar, pelo (ê), substantivo, pelo (é), flexão de pelar, etc., as quais são</p><p>homógrafas, respectivamente, das proclíticas para, preposição, pelo, contração de per e lo, etc.</p><p>As razões por que se suprime, nestes casos, o acento gráfico são as seguintes:</p><p>a)Em primeiro lugar, por coerência com a abolição do acento gráfico já consagrada pelo Acordo de</p><p>1945, em Portugal, e pela Lei nº 5.765, de 18/12/1971, no Brasil, em casos semelhantes, como, por</p><p>exemplo: acerto (ê),substantivo, e acerto (é), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo</p><p>(ó), flexão de acordar; cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locação de cor; sede (ê) e sede</p><p>(é), ambos substantivos; etc.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>149 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>b)Em segundo lugar, porque, tratando-se de pares cujos elementos pertencem a classes gramaticais</p><p>diferentes, o contexto sintático permite distinguir claramente tais homógrafas.</p><p>5.4.2.Em paroxítonas com os ditongos ei e oi na sílaba tônica (Base IX, 3º)</p><p>O novo texto ortográfico propõe que não se acentuem graficamente os ditongos ei e oi tônicos das</p><p>palavras paroxítonas. Assim, palavras como assembleia, boleia, ideia, que na norma gráfica brasileira</p><p>se escrevem com acento agudo, por o ditongo soar aberto, passarão a escrever-se sem acento, tal</p><p>como aldeia, baleia, cheia, etc.</p><p>Do mesmo modo, palavras como comboio, dezoito, estroina, etc., em que o timbre do ditongo oscila</p><p>entre a abertura e o fechamento, oscilação que se traduz na facultatividade do emprego do acento</p><p>agudo no Brasil, passarão a grafar-se sem acento.</p><p>A generalização da supressão do acento nestes casos justifica-se não apenas por permitir eliminar</p><p>uma diferença entre a prática ortográfica brasileira e a lusitana, mas ainda pelas seguintes razões:</p><p>a) Tal supressão é coerente com a já consagrada eliminação do acento em casos de homografia</p><p>heterofônica (v. Base IX, 10º, e, neste texto atrás, 5.4.1.), como sucede, por exemplo, em acerto,</p><p>substantivo, e acerto, flexão de acertar, acordo, substantivo, e acordo, flexão de acordar, fora, flexão</p><p>de ser e ir, e fora, advérbio, etc.</p><p>b)No sistema ortográfico português não se assinala, em geral, o timbre das vogais tônicas a,</p><p>e e o das palavras paroxítonas, já que a língua portuguesa se caracteriza pela sua tendência para a</p><p>paroxitonia. O sistema ortográfico não admite, pois, a distinção entre, por exemplo cada (â) e fada</p><p>(á), para (â) e tara (á); espelho (ê) e velho (é), janela (é) e janelo (ê), escrevera (ê), flexão</p><p>de escrever, e Primavera (é); moda (ó) e toda (ô), virtuosa (ó) e virtuoso (ô); etc.</p><p>Então, se não se torna necessário, nestes casos, distinguir pelo acento gráfico o timbre da vogal</p><p>tónica, por que se há-de usar o diacrítico para assinalar a abertura dos ditongos ei e oi nas</p><p>paroxítonas, tendo em conta que o seu timbre nem sempre é uniforme e a presença do acento</p><p>constituiria um elemento perturbador da unificação ortográfica?</p><p>5.4.3.Em paroxítons do tipo de abençoo, enjoo, voo, etc. (Base IX, 8º)</p><p>Por razões semelhantes às anteriores, o novo texto ortográfico consagra também a abolição do</p><p>acento circunflexo, vigente no Brasil, em palavras paroxítonas como abençoo, flexão</p><p>de abençoar, enjoo, substantivo e flexão de enjoar, moo, flexão de moer, povoo, flexão</p><p>de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.</p><p>O uso do acento circunflexo não tem aqui qualquer razão de ser, já que ele ocorre em palavras</p><p>paroxítonas cuja vogal tônica apresenta a mesma pronúncia em todo o domínio da língua portuguesa.</p><p>Além de não ter, pois, qualquer vantagem nem justificação, constitui um fator que perturba a</p><p>unificação do sistema ortográfico.</p><p>5.4.4.Em formas verbais com u e ui tônicos, precedidos de g e q (Base X, 7º)</p><p>Não há justificação para se acentuarem graficamente palavras como apazigue, arguem, etc., já que</p><p>estas formas verbais são paroxítonas e a vogal u é sempre articulada, qualquer que seja a flexão do</p><p>verbo respectivo.</p><p>No caso de formas verbais como argui, delinquis, etc., também não há justificação para o acento, pois</p><p>se trata de oxítonas terminadas no ditongo tónico ui, que como tal nunca é acentuado graficamente.</p><p>Tais formas só serão acentuadas se a sequência ui não formar ditongo e a vogal tônica for i, como,</p><p>por exemplo, arguí (1a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo).</p><p>6.Emprego do hífen (Bases XV a XVIII)</p><p>6.1.Estado da questão</p><p>No que respeita ao emprego do hífen, não há propriamente divergências assumidas entre a norma</p><p>ortográfica lusitana e a brasileira. Ao compulsarmos, porém, os dicionários portugueses e brasileiros</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>150 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>e ao lermos, por exemplo, jornais e revistas, deparam-se-nos muitas oscilações e um largo número</p><p>de formações vocabulares com grafia dupla, ou seja, com hífen e sem hífen, o que aumenta</p><p>desmesurada e desnecessariamente as entradas lexicais dos dicionários. Estas oscilações verificam-</p><p>se sobretudo nas formações por prefixação e na chamada recomposição, ou seja, em formações com</p><p>pseudoprefixos de origem grega ou latina.</p><p>Eis alguns exemplos de tais oscilações: ante-rosto e anterrosto, co-educação e coeducação, pré-</p><p>frontal e prefrontal, sobre-saia e sobressaia, sobre-saltar e sobressaltar, aero-</p><p>espacial e aeroespacial, auto-aprendizagem e autoaprendizagem, agro-</p><p>industrial e agroindustrial, agro-pecuária e agropecuária, alvéolo-dental e alveolodental, bolbo-</p><p>raquidiano e bolborraquidiano, geo-história e geoistória, micro-onda e microonda; etc.</p><p>Estas oscilações são, sem dúvida, devidas a uma certa ambiguidade e falta de sistematização das</p><p>regras que sobre esta matéria foram consagradas no texto de 1945. Tornava-se, pois, necessário</p><p>reformular tais regras de modo mais claro, sistemático e simples. Foi o que se tentou fazer em 1986.</p><p>A simplificação e redução operadas nessa altura, nem sempre bem compreendidas, provocaram</p><p>igualmente polêmica na opinião pública portuguesa, não tanto por uma ou outra incongruência</p><p>resultante da aplicação das novas regras, mas sobretudo por alterarem bastante a prática ortográfica</p><p>neste domínio.</p><p>A posição que agora se adota, muito embora tenha tido em conta as críticas fundamentadas ao texto</p><p>de 1986, resulta, sobretudo, do estudo do uso do hífen nos dicionários portugueses e brasileiros,</p><p>assim como em jornais e revistas.</p><p>6.2.O hífen nos compostos (Base XV)</p><p>Sintetizando, pode dizer-se que, quanto ao emprego do hífen nos compostos, locuções e</p><p>encadeamentos vocabulares, se mantém o que foi estatuído em 1945, apenas se reformulando as</p><p>regras de modo mais claro, sucinto e simples.</p><p>De fato, neste domínio não se verificam praticamente divergências nem nos dicionários nem na</p><p>imprensa escrita.</p><p>6.3.O hífen nas formas derivadas (Base XVI)</p><p>Quanto ao emprego do hífen nas formações por prefixação e também por recomposição, isto é, nas</p><p>formações com pseudoprefixos de origem grega ou latina, apresenta-se alguma inovação. Assim,</p><p>algumas regras são formuladas em termos contextuais, como sucede nos seguintes casos:</p><p>a)Emprega-se o hífen quando o segundo elemento da formação começa por h ou pela mesma vogal</p><p>ou consoante com que termina o prefixo ou pseudoprefixo (por ex. anti-higiênico, contra-</p><p>almirante, hiper-resistente).</p><p>b)Emprega-se o hífen quando o prefixo ou falso prefixo termina em m e o segundo elemento começa</p><p>por vogal, m ou n (por ex. circum-murado, pan-africano).</p><p>As restantes regras são formuladas em termos de unidades lexicais, como acontece com oito delas</p><p>(ex-, sota- e soto-, vice- e vizo-; pós-, pré- e pró-).</p><p>Noutros casos, porém, uniformiza-se o não emprego do hífen, do modo seguinte:</p><p>a)Nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa</p><p>por r ou s, estas consoantes dobram-se, como já acontece com os termos técnicos e científicos (por</p><p>ex. antirreligioso, microssistema).</p><p>b)Nos casos em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por</p><p>vogal diferente daquela, as duas formas aglutinam-se, sem hífen, como já sucede igualmente no</p><p>vocabulário científico e técnico (por ex. antiaéreo, aeroespacial)</p><p>6.4.O hífen na ênclise e tmese (Base XVII)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>151 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Quanto ao emprego do hífen na ênclise e na tmese mantêm-se as regras de 1945, exceto no caso</p><p>das formas hei de, hás de, há de, etc., em que passa a suprimir-se o hífen. Nestas formas verbais o</p><p>uso do hífen não tem justificação, já que a preposição de funciona ali como mero elemento de ligação</p><p>ao infinitivo com que se forma a perífrase verbal (cf. hei de ler, etc.), na qual de é mais proclítica do</p><p>que apoclítica.</p><p>7.Outras alterações de conteúdo</p><p>7.1.Inserção do alfabeto (Base I)</p><p>Uma inovação que o novo texto de unificação ortográfica apresenta, logo na Base I, é a inclusão do</p><p>alfabeto, acompanhado das designações que usualmente são dadas às diferentes letras. No alfabeto</p><p>português passam a incluir-se também as letras k, w e y, pelas seguintes razões:</p><p>a)Os dicionários da língua já registram estas letras, pois existe um razoável número de palavras do</p><p>léxico português iniciado por elas.</p><p>b)Na aprendizagem do alfabeto é necessário fixar qual a ordem que aquelas letras ocupam.</p><p>c)Nos países africanos de língua oficial portuguesa existem muitas palavras que se escrevem com</p><p>aquelas letras.</p><p>Apesar da inclusão no alfabeto das letras k, w e y, mantiveram-se, no entanto, as regras já fixadas</p><p>anteriormente, quanto ao seu uso restritivo, pois existem outros grafemas com o mesmo valor fônico</p><p>daquelas. Se, de fato, se abolisse o uso restritivo daquelas letras, introduzir-se-ia no sistema</p><p>ortográfico do português mais um fator de perturbação, ou seja, a possibilidade de representar,</p><p>indiscriminadamente, por aquelas letras fonemas que já são transcritos por outras.</p><p>7.2.Abolição do trema (Base XIV)</p><p>No Brasil, só com a Lei nº 5.765, de 18/12/1971, o emprego do trema foi largamente</p><p>restringido,</p><p>ficando apenas reservado às sequências gu e qu seguidas de e ou i, nas quais u se pronuncia</p><p>(cf. aguentar, arguente, eloquente, equestre, etc.).</p><p>O novo texto ortográfico propõe a supressão completa do trema, já acolhida, aliás, no Acordo de</p><p>1986, embora não figurasse explicitamente nas respectivas bases. A única ressalva, neste aspecto,</p><p>diz respeito a palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros com trema (cf. mulleriano,</p><p>de Muller, etc.).</p><p>Generalizar a supressão do trema é eliminar mais um fator que perturba a unificação da ortografia</p><p>portuguesa.</p><p>8.Estrutura e ortografia do novo texto</p><p>Na organização do novo texto de unificação ortográfica optou-se por conservar o modelo de estrutura</p><p>já adotado em 1986. Assim, houve a preocupação de reunir, numa mesma base, matéria afim,</p><p>dispersa por diferentes bases de textos anteriores, donde resultou a redução destas a vinte e uma.</p><p>Através de um título sucinto, que antecede cada base, dá-se conta do conteúdo nela consagrado.</p><p>Dentro de cada base adotou-se um sistema de numeração (tradicional) que permite uma melhor e</p><p>mais clara arrumação da matéria aí contida.</p><p>Regras de Acentuação Gráfica</p><p>Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são</p><p>as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -</p><p>em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas</p><p>graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.</p><p>Proparoxítonas</p><p>Sílaba tônica: antepenúltima</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>152 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos:</p><p>trágico, patético, árvore</p><p>Paroxítonas</p><p>Sílaba tônica: penúltima</p><p>Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:</p><p>l fácil</p><p>n pólen</p><p>r cadáver</p><p>ps bíceps</p><p>x tórax</p><p>us vírus</p><p>i, is júri, lápis</p><p>om, ons iândom, íons</p><p>um, uns álbum, álbuns</p><p>ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos</p><p>ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis</p><p>Acentuação Gráfica</p><p>O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Sabemos que toda</p><p>palavra da Língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas</p><p>tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba</p><p>inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó.</p><p>Além disso, você notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico. Portanto, todas as</p><p>palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A</p><p>tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia). É</p><p>importante aprender as regras de acentuação pois, como vimos acima, independem da fonética.</p><p>Abaixo estão descritas as regras de acentuação gráfica de forma descomplicada. Trata-se de assunto</p><p>relativamente simples, basta memorizar as regras. Entendemos que o conhecimento sobre separação</p><p>de sílabas é pré-requisito para melhor assimilação desse tema.</p><p>A Reforma Ortográfica veio descomplicar e simplificar a língua portuguesa notadamente nesta parte</p><p>de acentuação gráfica.</p><p>• 11Acentuam-se as palavras monossílabas tônicasterminadas em a, e, o, seguidas ou não de s.</p><p>Ex: já, fé, pés, pó, só, ás.</p><p>• 22Acentuam-se as palavras oxítonasterminadas em a, e, o, seguidas ou não de s , em,</p><p>ens. Ex:cajá, café, jacaré, cipó, também, parabéns, metrô, inglês alguém, armazém, conténs, vinténs.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>153 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Não se acentuam: as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes nem os infinitivos em i,</p><p>seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las</p><p>Ex: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor, fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.</p><p>• 33Acentuam-se as palavras paroxítonasexceto aquelas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de</p><p>s, em, ens, bem como prefixos paroxítonos terminados em i ou r.</p><p>Ex: dândi, júri, órfã, César, mártir, revólver, álbum, bênção, bíceps, espelho, famosa, medo, ontem,</p><p>socorro, polens, hifens, pires, tela, super-homem.</p><p>Atenção: Acentuam-se as paroxítonas terminados em ditongo oral seguido ou não de s.</p><p>Ex: jóquei, superfície, água, área, aniversário, ingênuos.</p><p>• 44Acentuam-se as palavras proparoxítonas sem exceção.</p><p>Ex: ótimo, incômoda, podíamos, abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política,</p><p>relâmpago, têmpora.</p><p>• 55Acentuam-se os ditongos abertosei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras monossílabas e</p><p>oxítonas.</p><p>Ex: carretéis, dói, herói, chapéu, anéis.</p><p>Atenção: Pela nova ortografia não se acentuam ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em</p><p>palavras paroxítonas.</p><p>Ex: ideia, plateia, assembleia.</p><p>• 66Não se acentua, pela nova ortografia, palavras paroxítonas com hiato oo seguidos ou não de s.</p><p>Ex: voos, enjoo, abençoo.</p><p>• 77Também não se acentuam as palavras paroxítonas com hiato ee.</p><p>Ex: creem, leem, veem, deem.</p><p>• 88Acentuam-se sempre as palavras que contenham i , u: tônicas; formam hiatos; formam sílabas</p><p>sozinhas ou são seguidos de s; não seguidas de nh; não precedidas de ditongo em paroxítonas; nem</p><p>repetidas.</p><p>Ex: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, juízes, Piauí. Pela regra exposta</p><p>acima, não se acentuam: rainha, xiita, ruim, juiz, feiura.</p><p>• 99Pela nova ortografia, não se acentua com acento agudo u tônico dos grupos que, qui, gue, gui:</p><p>argui, arguis, averigue, averigues, oblique, obliques, apazigues.</p><p>• 1010Da mesma forma não se usa mais o trema:aguento, frequente, tranquilo, linguiça, aguentar,</p><p>arguição, unguento, tranquilizante. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã,</p><p>coração, devoções, maçã, relação etc.</p><p>• 1111O acento diferencial foi excluído. Mantém-se apenas nestas quatro palavras, para distinguir</p><p>uma da outra que se grafa de igual maneira:</p><p>A acentuação é um tema inerente aos postulados gramaticais que, indiscutivelmente, concebe-</p><p>se como um fator relevante, em se tratando da linguagem escrita. Trata-se do fenômeno relacionado</p><p>com a intensidade em que as sílabas se apresentam quando pronunciadas, podendo ser em maior ou</p><p>menor grau. Quando proferidas com mais intensidade, classificam-se como tônicas, e quando soadas</p><p>de maneira mais sutil, como átonas.</p><p>Ainda enfatizando acerca da importância do assunto em pauta, há outro detalhe pertinente: o fato de</p><p>ter havido algumas mudanças em decorrência da implantação da Nova Reforma Ortográfica.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>154 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Cabendo ressaltar, portanto, que os referidos postulados, abaixo descritos, encontram-se condizentes</p><p>a esta. Para tanto, analisemos:</p><p>De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em:</p><p>Oxítonas – aquelas em que a sílaba tônica se encontra demarcada na última sílaba.</p><p>Exemplos: café, cipó, coração, armazém...</p><p>Paroxítonas – a sílaba tônica é penúltima sílaba.</p><p>Exemplos: caderno – problema – útil – automóvel...</p><p>Proparoxítonas – a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba.</p><p>Exemplos: lâmpada – ônibus – cárcere – cônego...</p><p>Monossílabos átonos e tônicos</p><p>Os vocábulos que possuem apenas uma sílaba - ora caracterizados como monossílabos - também</p><p>são proferidos de modo mais e/ou menos intenso. De modo a compreendermos como se efetiva tal</p><p>ocorrência, analisemos:</p><p>Que lembrança darei ao país que me deu</p><p>tudo o que lembro e sei, tudo quanto senti? (Carlos Drummond de Andrade)</p><p>Atendo-nos a uma análise, percebemos que os monossílabos “que”, “ao”, “me”, “o”, “e” são átonos,</p><p>visto que são pronunciados tão fracamente que se apoiam na palavra subsequente. Já os</p><p>monossílabos representados por “deu” e “sei” demonstram ser dotados de autonomia fonética,</p><p>caracterizando-se, portanto, como tônicos.</p><p>Regras fundamentais:</p><p>Monossílabos tônicos</p><p>Graficamente, acentuam-se os monossílabos terminados em:</p><p>-a(s): chá, pá...</p><p>-e(s): pé, ré,...</p><p>-o(s): dó, nó...</p><p>Entretanto, os</p><p>monossílabos tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuados.</p><p>Observações passíveis de nota:</p><p>* Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento:</p><p>Exemplos: réis, véu, dói.</p><p>* No caso dos verbos monossilábicos terminados em-ê, a terceira pessoa do plural termina em eem.</p><p>Essa regra se aplica à nova ortografia, perceba:</p><p>Ele vê - Eles veem</p><p>Ele crê – Eles creem</p><p>Ele lê – Eles leem</p><p>Forma verbal que antes era acentuada agora é grafada sem o sinal gráfico.</p><p>* Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que a terceira</p><p>pessoa termina em “-êm”, embora acentuada. Perceba:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>155 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Ele tem – Eles têm</p><p>Ela vem – Elas vêm</p><p>* Oxítonas:</p><p>Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de “s”.</p><p>Pará, café, carijó, armazém, parabéns...</p><p>* Paroxítonas:</p><p>Acentuam-se todos os vocábulos terminados em:</p><p>-l: amável, fácil, útil...</p><p>-r: caráter, câncer...</p><p>-n: hífen, próton...</p><p>Observação: Quando grafadas no plural, não recebem acento: polens, hifens...</p><p>-x: látex, tórax...</p><p>-ps: fórceps, bíceps...</p><p>-ã(s): ímã, órfãs...</p><p>-ão(s): órgão, bênçãos...</p><p>-um(s): fórum, álbum...</p><p>-on(s): elétron, nêutron...</p><p>-i(s): táxi, júri...</p><p>-u(s): Vênus, ônus...</p><p>-ei(s): pônei, jóquei...</p><p>-ditongo oral(crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”:</p><p>história, série, água, mágoa...</p><p>Observações importantes:</p><p>a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi, não são mais</p><p>acentuados. Perceba como eram antes e como agora são grafados:</p><p>Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:</p><p>chapéu – herói - fiéis...</p><p>b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem hiato: Note:</p><p>No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem seguidos de “s” ou</p><p>no final da palavra. Confira:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>156 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s)...</p><p>O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos:</p><p>saída – saúde – juíza – saúva – ruído...</p><p>* As formas verbais que possuem o acento na raiz com o “u” tônico precedido das letras “q” e “g” e</p><p>seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Veja:</p><p>Atenção:</p><p>- Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando “a” ou “i” tônicos, essas vogais serão</p><p>acentuadas:</p><p>Exemplos:</p><p>eu águo, eles águam, eles enxáguam (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).</p><p>tu apazíguas, que eles apazíguem.</p><p>- Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado:</p><p>Exemplos:</p><p>Eu averiguo, eu aguo.</p><p>* Não será mais usado o acento agudo para diferenciar determinados vocábulos, tais como:</p><p>Contudo, o acento permanece para diferenciar algumas palavras, representadas por:</p><p>pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder)</p><p>pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder)</p><p>pôr = verbo</p><p>por = preposição</p><p>Livro Didático: Seu Papel nas Aulas de Acentua��ão Gráfica</p><p>Com a difusão da "Pedagogia Tecnicista" no sistema educacional brasileiro, a partir da década de</p><p>1970, o uso do livro didático sofreu alterações quanto aos conceitos e a forma como passaram a ser</p><p>apresentados. Anteriormente a esta fase, os materiais didáticos - As Antologias - desempenhavam o</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>157 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>papel de auxílio das aulas. O caráter auxiliar dos materiais didáticos, depois da década de 1960, foi</p><p>praticamente extinto e substituído por um papel de destaque. Em razão das necessidades</p><p>econômicas e sociais da industrialização, o ensino deixou de ter uma preocupação essencialmente</p><p>conceitual, enquanto a rapidez e a praticidade tornaram-se seu enfoque e levaram os livros didáticos</p><p>a uma posição de direcionamento e orientação do trabalho escolar. O professor assumiu o "segundo</p><p>plano" no processo ensino-aprendizagem e o livro passou a ocupar o "primeiro plano". Em lugar do</p><p>material didático, o professor se transformou em auxiliar das atividades didáticas favorecendo a</p><p>leitura e a realização de exercício dos livros didáticos cujo uso tornou-se obrigatório no sistema</p><p>educacional brasileiro.</p><p>A imagem do professor foi diretamente atingida, pois ser professor deixou de significar domínio de</p><p>conhecimento e passou a representar submissão às instruções do livro didático. Essa mudança</p><p>provocou a dependência do professor e até dos alunos em relação ao uso do material didático. De</p><p>acordo com Machado (1996), a dependência da escola em relação aos livros didáticos vem</p><p>acarretando o rebaixamento da qualidade dos conteúdos ministrados na disciplina de Língua</p><p>Portuguesa. Ao encontro dessa posição, os dados das avaliações oficiais (SAEB/INEP, 2002)</p><p>mostram que os alunos do ensino fundamental e médio vêm apresentando defasagem crescente,</p><p>cerca de dois a três anos de atraso entre a série em que se encontram e os conhecimentos que</p><p>deveriam dominar, na aprendizagem de língua portuguesa. Para Batista (1997) e Travaglia (1996), o</p><p>desempenho insatisfatório dos alunos pode ser explicado pela ineficiência das metodologias de</p><p>ensino de Língua Portuguesa que vêm sendo utilizadas pelas escolas. Particularmente em relação ao</p><p>ensino de gramática, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) assinalam a existência</p><p>de graves lacunas teóricas e práticas.</p><p>Cezar, Romualdo e Calsa (2006) observam que o desempenho insatisfatório dos alunos é decorrente</p><p>também da falta de compreensão sobre a necessidade de aprendizagem da língua portuguesa por</p><p>parte dos falantes nativos do português. É comum os alunos questionarem o porquê e para quê são</p><p>obrigados a frequentar esta disciplina com uma carga horária equivalente a outras, como a</p><p>matemática, considerada mais importante para sua formação escolar. Para muitos, a aprendizagem</p><p>formal da língua portuguesa não tem um significado concreto e útil, porque a linguagem formal é</p><p>utilizada apenas no ambiente escolar (escrito) ou em situações muito especiais (palestras,</p><p>apresentações, concursos, entre outros) com as quais não se identificam. Esse comportamento</p><p>sugere não compreenderem a função de cada uma das variedades e modalidades linguísticas, como</p><p>a oral e a escrita, tanto em seu registro coloquial como o culto ou padrão. Segundo a literatura</p><p>(TRAVAGLIA, 1996; CALSA, 2002; CAGLIARI, 2002), a escola tem ensinado conceitos gramaticais</p><p>incompletos, imprecisos e, às vezes, incorretos que não promovem reflexão sobre a importância</p><p>dessa aprendizagem para a formação ampla e diversificada desses indivíduos em relação à língua</p><p>portuguesa.</p><p>Frente às considerações sobre as defasagens existentes no processo de aprendizagem da língua</p><p>portuguesa, este artigo tem por objetivo identificar os procedimentos utilizados por dois professores -</p><p>um de final do primeiro ciclo e outro de início do segundo ciclo fundamental - de uma escola pública</p><p>central do município de Maringá-PR, no ensino de um conteúdo de gramática. Buscou-se verificar o</p><p>uso do livro didático em sala de aula no ensino de acentuação gráfica, um tema que tem gerado</p><p>confusão conceitual dos alunos por envolver conceitos e procedimentos geralmente ensinados sem a</p><p>necessária distinção do conceito de tonicidade. Não ensinados adequadamente, esses conteúdos</p><p>além de gerar confusão conceitual favorecem a instalação de obstáculos epistemológicos que</p><p>dificultam ou impedem aprendizagens posteriores.</p><p>Uso do livro didático no ensino de gramática</p><p>Na década de 1960, como afirma Berger (1976), o sistema educacional brasileiro passou a ser</p><p>fortemente atrelado ao sistema político do país. Com a ascensão dos militares foi introduzida a</p><p>vertente pedagógica Tecnicista, de origem norte-americana. Esta modalidade de ensino foi ao</p><p>encontro da necessidade de escolarização rápida e técnica dos trabalhadores que precisavam</p><p>qualificar-se como mão-de-obra industrial.</p><p>Segundo Ghiraldelli</p><p>(1991) e Munakata (1996 apud SILVA, 1998), os objetivos da Pedagogia</p><p>Tecnicista foram atingidos com maior precisão por meio do uso dos livros didáticos que, nesse</p><p>período, tiveram seu espaço escolar ampliado ao se tornarem obrigatórios. Em decorrência disso, em</p><p>pouco tempo os professores deixaram de ser considerados a principal fonte de saber e planejamento</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>158 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>e passaram a basear sua atuação didática nesses manuais. Com essa nova modalidade de ensino, o</p><p>professor deixou de ser um educador autônomo para tornar-se um mero instrutor.</p><p>Para Soares (2001), a maior demanda de alunos no ensino fundamental e médio, a qualificação</p><p>ligeira dos professores, e a redução salarial que levou muitos a buscarem métodos de ensino menos</p><p>exigentes em termos de dedicação profissional acabou por provocar o uso intensivo do livro didático.</p><p>Consolidou-se então uma tradição de uso do livro didático no sistema educacional brasileiro, e uma</p><p>crescente dependência do professor em relação a esses manuais. A fidelidade a esses materiais, de</p><p>acordo com Silva (1996, p. 12), vem provocando uma espécie de "anemia cognitiva" nos professores,</p><p>pois segui-los representa alimentar e cristalizar "um conjunto de rotinas altamente prejudiciais ao</p><p>processo educacional do professorado e do alunado". Essa dependência está diretamente</p><p>relacionada à má qualidade da formação do professor e sua superação exige políticas educacionais</p><p>que promovam a autonomia conceitual e didática desses profissionais. Para o autor, os livros</p><p>didáticos devem informar, orientar e instruir o processo de ensino-aprendizagem e não impor uma</p><p>forma de ensinar ao professor.</p><p>Em assentimento com o pensamento do autor, Lajolo (1996) lembra que os livros didáticos</p><p>desempenham um papel fundamental na educação escolar, pois, dentre os outros elementos que</p><p>compõem o processo ensino-aprendizagem, parece ser o de maior influência sobre as decisões e</p><p>ações do professor. De acordo com a autora, no Brasil, a adoção do livro didático continua tendo</p><p>como finalidade determinar os conteúdos e procedimentos de ensino tendo em vista as lacunas</p><p>existentes na formação do professor e na organização do sistema educacional. Como consequência,</p><p>para fugir do uso inadequado do livro didático, o professor deve avaliar sua qualidade e abordagem</p><p>conceitual, pois nem sempre o referencial teórico corresponde aos conteúdos e exercícios presentes</p><p>nesses manuais. Além disso, devem ser observadas suas incoerências, erros e conceitos</p><p>incompletos.</p><p>Lajolo (1996, p. 8) lembra, contudo, que a má qualidade conceitual e técnica do livro pode se</p><p>transformar em um material didático satisfatório a partir da identificação e discussão de seus erros</p><p>com os alunos. Para ela "não há livro que seja à prova de professor: o pior livro pode ficar bom na</p><p>sala de um bom professor e o melhor livro desanda na sala de um mau professor. Pois o melhor livro</p><p>[...], é apenas um livro, instrumento auxiliar da aprendizagem". Nenhum livro didático, por melhor que</p><p>seja, pode ser utilizado sem adaptações. Machado (1996) também chama a atenção para o fato de</p><p>que mais importante que a qualidade do material didático é a formação do professor, pois ele precisa</p><p>estar preparado para o desenvolvimento de um ensino qualificado, que inclui a análise dos livros</p><p>didáticos adotados pela instituição escolar.</p><p>Em um estudo sobre os livros didáticos utilizados no sistema educacional brasileiro, Machado (1996)</p><p>constatou que, além da falta de regularidade de sua atualização que tem provocado a baixa</p><p>qualidade de seus conteúdos, apresentam custo demasiadamente alto para o padrão de consumo da</p><p>maioria da população. O autor assinala que a melhoria da qualidade dos livros didáticos depende do</p><p>estímulo dos órgãos governamentais e de uma maior qualificação dos professores. Neste caso, é</p><p>imprescindível o desenvolvimento da capacidade crítica dos acadêmicos dos cursos de Pedagogia e</p><p>das Licenciaturas das diversas áreas de conhecimento em relação ao papel dos livros didáticos no</p><p>ensino escolar.</p><p>Para Pozo (1999), Arnay (1999) e Lacasa (1999), a fragmentação dos conceitos nos manuais</p><p>didáticos transmite aos alunos uma noção de "falsa ciência", e não os introduz na "cultura científica</p><p>escolar", função social específica dessa instituição. Segundo Machado (1996, p. 35), a "excessiva</p><p>subdivisão dos temas" dos livros didáticos em doses correspondentes à duração de uma hora-aula</p><p>(50 min.) também corrobora para a fragmentação dos conceitos científicos a ponto de, em alguns</p><p>casos, tornarem-se irreconhecíveis.</p><p>Tonicidade e acentuação gráfica</p><p>A capacidade de se comunicar e se expressar por meio da fala é inerente ao ser humano e a esta</p><p>capacidade dá-se o nome de linguagem. Para realizá-la, utiliza-se o sistema denominado língua.</p><p>Sabe-se, pelos estudos realizados por Saussure (1990), que a língua é um fato social, é exterior ao</p><p>indivíduo, convencional, pertencente a uma comunidade linguística. Ao usá-la individualmente, o</p><p>falante concretiza, por exclusão, as possibilidades que ela oferece, no ato de fala. Ao se comunicar, o</p><p>falante faz uso da estrutura psíquica denominada pelo estudioso de signo linguístico, que é composto</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>159 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>de um conceito, o significado, e uma imagem acústica, o significante. Ambos ocorrem</p><p>simultaneamente no ato da fala.</p><p>Os sinais físicos que se produzem na fala são os sons - os fonemas - que podem realizar-se de</p><p>maneiras variadas. Para Câmara Jr. (2002, p. 118), o fonema é um "conjunto de articulações dos</p><p>órgãos fonadores cujo efeito acústico estrutura formas linguísticas e constitui numa enunciação o</p><p>mínimo segmento distinto". Os fonemas são unidades abstratas mínimas, indivisíveis e distintivas da</p><p>língua. São abstratas por serem os tipos ideais de sons constantes do sistema língua, as</p><p>possibilidades dos falantes e não a sua concretização. São indivisíveis uma vez que não podem ser</p><p>separadas em unidades menores.</p><p>Além dos aspectos segmentais da fala (linearidade dos signos linguísticos), a comunicação envolve</p><p>elementos suprassegmentais: os acentos e tons da língua. Os acentos manifestam-se pela altura,</p><p>intensidade e duração de um vocábulo, consideradas suas propriedades acústicas. Os tons estão</p><p>relacionados à altura do som. Apesar da língua portuguesa não usar os tons como elementos</p><p>diferenciadores do léxico, em alguns casos os aspectos suprassegmentais são importantes para a</p><p>distinção e significação de um vocábulo.</p><p>Em língua portuguesa, a tonicidade está vinculada às suas origens greco-latinas. A língua latina teve</p><p>um enriquecimento gramatical ao entrar em contato com o alfabeto e as regras gramaticais gregas.</p><p>Contudo, não incorporou os acentos gráficos gregos como marca de tonicidade. A gramática latina</p><p>marca a acentuação das palavras pela intensidade da sílaba entre breve e longa. Em latim não há</p><p>palavras oxítonas, portanto, todos os dissílabos são paroxítonos. A sílaba tônica é sempre a</p><p>penúltima ou antepenúltima. De acordo com Câmara Jr. (2002), os latinos não seguiram os moldes</p><p>de acentuação gráfica grega em razão de, em língua latina, suas regras serem demasiadamente</p><p>simples. As línguas modernas de origem latina seguem, basicamente, as regras e nomenclaturas</p><p>herdadas pelos romanos dos gregos. Portanto, ao se estudar tais línguas, são encontrados termos já</p><p>usados pelos gregos, como acento agudo, acento circunflexo, prosódia, entre outros.</p><p>A definição de sílaba tem sido um dos problemas encontrados nos estudos fonéticos. Há, entre os</p><p>estudiosos, diversidade de critérios para a análise silábica. Drucksilbe (apud CÂMARA JR., 1970)</p><p>define sílaba como sendo a emissão do ar por impulso, em que cada um corresponde a uma sílaba,</p><p>dinâmica ou expiratória.</p><p>Um segundo critério é o da energia de emissão que corresponde a maior energia de emissão, ou</p><p>acento silábico, durante a articulação de uma sílaba. Por fim, Brucke (apud CÂMARA JR., 1970, p.</p><p>70) conceitua</p><p>sílaba a partir de seu efeito auditivo, isto é, pela variação da perceptibilidade em uma</p><p>enunciação contínua. Denomina a sílaba de sonora por observar "que a enunciação, sob o aspecto</p><p>acústico, se decompõe espontaneamente em segmentos, ou sílabas, assinalados por um ponto</p><p>máximo de perceptibilidade [...]".</p><p>Independente do critério utilizado, a conceituação de sílaba sempre envolve o ápice silábico que,</p><p>pelos apontamentos de Borba (1975, p. 52), corresponde à tensão máxima a que se chega ao</p><p>pronunciá-la. Para o autor, a sílaba se compõe de "uma tensão crescente e uma tensão decrescente.</p><p>A primeira parte da sílaba é crescente até chegar à tensão máxima [...], a partir da qual começa a</p><p>tensão decrescente". O ápice silábico, normalmente, é uma vogal. Câmara Jr. (2002) destaca que a</p><p>vogal sempre é o ponto de maior tensão da sílaba. No caso dos ditongos haverá sempre uma vogal</p><p>como ápice, sendo a outra denominada semivogal.</p><p>Quando formados por mais de uma sílaba, os vocábulos sempre têm uma delas pronunciada de</p><p>forma mais intensa, contraponto à sílaba átona, que é pronunciada de forma mais branda. Identificar</p><p>a sílaba tônica dos vocábulos formais é uma das grandes dificuldades encontradas no processo de</p><p>aprendizagem escolar, em especial, na fase de alfabetização.</p><p>Para Cagliari (2002), esse problema surge principalmente pelo fato de a escola não apresentar a</p><p>tonicidade das palavras como uma ocorrência da pronunciação e não da escrita. A tonicidade é</p><p>identificada nas palavras somente quando alguém busca verificar a posição em que se encontra a</p><p>sílaba tônica. O autor assinala que, durante o processo de alfabetização, a escola não deve abordar a</p><p>diferenciação das sílabas átonas e tônicas a partir de seu conceito. Ele acredita que elas devem ser</p><p>estudadas em conjunto com a tomada de consciência dos alunos sobre o ritmo da fala.</p><p>Desenvolvimento da pesquisa</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>160 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O presente artigo teve por objetivo investigar os procedimentos utilizados pelos professores e livros</p><p>didáticos de língua portuguesa no ensino de gramática do ensino fundamental, em particular, em</p><p>relação ao conteúdo de acentuação gráfica e tonicidade. A amostra da pesquisa foi constituída por</p><p>dois professores do ensino fundamental - um de 4.ª e um de 5.ª série de uma escola pública de</p><p>Maringá-PR - selecionados a partir de seu aceite em participar da pesquisa.</p><p>Tomando como referência Ludke e André (1986), para atingir os objetivos da pesquisa, optou-se por</p><p>uma abordagem qualitativa dos dados considerada a mais adequada para a compreensão da</p><p>dinâmica presente no ambiente escolar. Os dados foram coletados por meio de dois instrumentos:</p><p>observações de aulas de gramática e análises de livros didáticos. Foram observadas as aulas que</p><p>abordaram o tema tonicidade e acentuação gráfica, critério que definiu a quantidade de horas de</p><p>observação em cada série (4.ª série quatro horas e meia e 5.ª série, duas horas). As observações</p><p>contemplaram o desenvolvimento das atividades: apresentação do conteúdo, exercícios, uso do livro</p><p>didático e outros materiais, avaliação do conteúdo. Os livros didáticos foram analisados quanto aos</p><p>procedimentos subjacentes à apresentação e exercício do conteúdo.</p><p>Apresentação e discussão dos resultados</p><p>Para a análise, foi utilizado o livro da coleção A Escola é Nossa, de Márcia Paganini Cavéquia (2004)</p><p>- 4.ª série. O volume é composto por sete unidades subdividas em oito tópicos entre eles Pensando</p><p>sobre a língua e Caderno de Ortografia, únicos em que são encontrados os conteúdos investigados -</p><p>acentuação gráfica e tonicidade.</p><p>Em relação à segunda etapa do ensino fundamental foi analisado o livro de 5.ª série da coleção Ler,</p><p>entender e criar, de Maria das Graças Vieira e Regina Figueiredo (2004). Nesta coleção cada volume</p><p>é composto por dez unidades subdividas em sete tópicos. Os conteúdos de acentuação gráfica e</p><p>tonicidade estão presentes no tópico Veja como se escreve.</p><p>O livro didático da 4.ª série apresenta o conceito de sílaba tônica, classificação das palavras e regras</p><p>de acentuação somente no Caderno de atividades de acentuação e ortografia, parte do Caderno de</p><p>Ortografia. As explicações e os exercícios propostos apresentam os dois conteúdos de forma</p><p>desvinculada. Para introduzir o conceito de sílaba tônica, o livro solicita que o aluno pronuncie várias</p><p>vezes a palavra menina e indique a sílaba mais forte. Logo após, apresenta o conceito gramatical e</p><p>exemplifica a classificação das palavras, conforme a posição da sílaba mais forte: oxítonas,</p><p>paroxítonas e proparoxítonas.</p><p>Ao explicar a acentuação gráfica de palavras oxítonas, apresenta várias palavras</p><p>como amor, cipó, calor, funil e José, com o intuito de demonstrar que nem todas essas palavras são</p><p>acentuadas e que para fazê-lo corretamente deve-se observar sua terminação. O exercício</p><p>denominado Complete solicitado para treinar esses conteúdos parece induzir os alunos à observação</p><p>da terminação de cada vocábulo descartando a identificação da sílaba tônica.</p><p>Em outro exercício, é solicitado ao aluno que justifique o porquê da presença ou ausência do acento</p><p>gráfico em um conjunto de palavras oxítonas. Segundo as orientações fornecidas ao professor, são</p><p>consideradas corretas somente as respostas que explicam a acentuação a partir de regras de</p><p>acentuação. Esse tipo de abordagem faz com que os alunos tomem como verdade a ideia de que o</p><p>acento gráfico aparece somente em vocábulos nos quais tem uma sílaba mais forte e, assim, deixa</p><p>de dar a ênfase necessária ao fato de que o acento solicitado é o gráfico. Com esse procedimento,</p><p>não fica claro para os alunos que independentemente de sua grafia toda palavra possui uma sílaba</p><p>tônica, com exceção dos monossílabos átonos.</p><p>Com relação à acentuação das palavras paroxítonas e proparoxítonas, o livro apresenta somente um</p><p>quadro com palavras deste tipo acentuadas graficamente. Sobre esse tema são apresentados dois</p><p>exercícios: o primeiro solicita a acentuação gráfica de vocábulos e sua transcrição no caderno por</p><p>ordem alfabética; o segundo solicita a busca de palavras paroxítonas e proparoxítonas em jornais e</p><p>revistas. Somente dois exercícios do livro sugerem a relação entre os conceitos de tonicidade e</p><p>acentuação gráfica. Nesses exercícios, é solicitado aos alunos que indiquem ou pintem a sílaba</p><p>tônica e, por meio das tentativas auditivas exigidas, é favorecida a percepção dos alunos quanto a</p><p>tonicidade e sua relação com a acentuação gráfica (Figura 1)</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>161 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O livro didático da 5.ª série aborda os conteúdos tonicidade e regras de acentuação gráfica no</p><p>tópico Veja como se escreve. Nas unidades anteriores, o direcionamento gramatical vinculou-se</p><p>diretamente à escrita de determinados vocábulos envolvendo aspectos relativos aos dígrafos. Nesta</p><p>unidade, quando apresentadas, as questões de acentuação são relacionadas à separação silábica</p><p>dos vocábulos. Para a realização do exercício, é necessário que os alunos retornem ao tópico Outra</p><p>leitura, pois a tarefa refere-se a um texto contido neste item no qual é solicitado que sejam grifadas as</p><p>sílabas mais fortes das duas palavras que compõem o seu título: Atrás do gato. Nessa atividade, é</p><p>desconsiderado o monossílabo "do" por meio do qual poderiam ser resgatados os conceitos</p><p>estudados anteriormente integrando-os à atividade presente.</p><p>Depois do primeiro exercício, o livro apresenta a diferença entre sílabas tônicas e átonas, bem como</p><p>a classificação das palavras conforme a posição da sílaba tônica. Apresenta como exemplos,</p><p>vocábulos com e sem acento gráfico, Bidu, gato e amigo. Tais exemplos podem ser considerados</p><p>importantes para o aprendizado, em favor da independência existente entre sílaba tônica e acento</p><p>gráfico. Isto facilita a percepção do aluno sobre as convenções da língua portuguesa, como o caso</p><p>dos acordos ortográficos.</p><p>Para a introdução da acentuação gráfica de palavras oxítonas são apresentados</p><p>dezesseis vocábulos</p><p>com e sem acento gráfico, dos quais se solicita leitura em voz alta para identificação auditiva quanto</p><p>a sua sílaba tônica. Depois desta etapa, os alunos devem identificar a sílaba tônica e sua</p><p>classificação. O último exercício relaciona a acentuação gráfica à terminação dos vocábulos oxítonos</p><p>com o objetivo de que os alunos associem esses dois elementos e elaborem uma regra gramatical</p><p>apresentada em um quadro logo abaixo.</p><p>Depois de apresentadas as regras ortográficas, solicita-se que os alunos encontrem cinco palavras</p><p>oxítonas que recebam acento gráfico e, logo em seguida, elaborem frases. A elaboração de frases</p><p>permite aos alunos a percepção de que o vocábulo permanece com acento gráfico independente da</p><p>localização sonora que ele assume em uma frase. No último exercício é solicitada a busca em jornais</p><p>e revistas dos vocábulos ensinados, reproduzindo os exercícios apresentados nos livros didáticos do</p><p>primeiro ciclo.</p><p>Os vocábulos paroxítonos são abordados na sétima unidade do livro, os vocábulos oxítonos, sexta</p><p>unidade e proparoxítonos na oitava unidade. Essa fragmentação de conteúdos afins, segundo a</p><p>literatura, não permite que os alunos percebam as relações existentes entre os temas. Além disso,</p><p>nos três casos, a classificação é apresentada no item Veja como se escreve, embora o tema</p><p>relacionado à sílaba tônica se refira a um aspecto próprio da oralidade, enquanto a acentuação</p><p>gráfica trata de um aspecto da língua escrita. Neste exercício novamente é solicitada a separação de</p><p>sílabas antes da classificação dos vocábulos. A única mudança em relação às atividades propostas</p><p>para as palavras oxítonas é tão somente a posição das sílabas tônicas. Em outro exercício é</p><p>solicitada a decisão do aluno sobre a necessidade ou não de acentuação gráfica estabelecendo uma</p><p>relação direta entre tonicidade e acento gráfico.</p><p>Quanto aos vocábulos proparoxítonos sua apresentação ocorre, como nas outras unidades, no</p><p>tópico Veja como se escreve da oitava unidade do livro. A classificação é abordada por meio de três</p><p>exercícios estruturalmente iguais: em um deles é apresentada a regra gramatical de acentuação das</p><p>palavras proparoxítonas sem justificar o porquê desta norma; no último exercício sobre classificação</p><p>e acentuação gráfica é sugerida uma atividade em grupo para a revisão do conteúdo gramatical das</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>162 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>unidades anteriores. Seu foco são os vocábulos acentuados graficamente e desconsidera as palavras</p><p>que não possuem acento gráfico, embora sejam submetidas às mesmas regras.</p><p>A comparação entre os dois livros didáticos mostra que no de 4.ª série o conteúdo é apresentado de</p><p>forma integrada e o de 5.ª série tende a sua fragmentação. No primeiro manual, primeiramente, é</p><p>abordado o conceito de sílaba tônica e, posteriormente, são apresentadas as regras de acentuação</p><p>gráfica para a resolução dos exercícios. Este tipo de procedimento parece ser mais adequado ao</p><p>desenvolvimento do tema, pois leva o aluno a compreender que quase todos os vocábulos possuem</p><p>uma sílaba tônica e que somente alguns são grafados devido à vigência ortográfica da norma. O livro</p><p>direcionado à segunda etapa do ensino fundamental aborda o conteúdo de acentuação em unidades</p><p>distintas, revisadas em conjunto somente no tópico final. Nessas situações são priorizados os</p><p>vocábulos acentuados graficamente e a estrutura dos exercícios mantém-se relacionada à</p><p>classificação das palavras quanto à sua tonicidade.</p><p>Apesar das diferenças, o modo como os dois livros didáticos apresentam o conteúdo sobre tonicidade</p><p>e regras de acentuação favorece o estabelecimento de confusão conceitual por parte de alunos e</p><p>professores, pois não mostra que a sílaba tônica é um aspecto presente na fala e as regras de</p><p>acentuação na escrita. Marcando a importância dessa distinção, assinala que não diferenciar esses</p><p>dois aspectos limita o processo de instrumentalização linguística dos alunos.</p><p>Quanto às observações de aulas</p><p>Comparando os dados das observações com as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais</p><p>(BRASIL, 1997) sobre o ensino de ortografia, pode-se afirmar que a professora de 4.ª série manifesta</p><p>uma postura pedagógica distanciada desses documentos e similar aos pressupostos teórico-</p><p>metodológicos da Pedagogia Tecnicista, cujo foco é o livro didático. Do tempo total da aula, 43% (115</p><p>min.) foram dedicados à resolução de exercícios do livro didático e 49% (130 min.) à correção desses</p><p>exercícios no quadro de giz. Além disso, a professora de 4.ª série não fez uso do tempo das aulas</p><p>observadas para expor e explicar oralmente o conteúdo gramatical (Gráfico 1).</p><p>Nas aulas de 5.ª série para a exposição oral do conteúdo sem o livro didático, o professor fez uso de</p><p>23% (27 min.) do tempo de aula, 25% (30 min.) para retomada oral deste tema por parte dos alunos,</p><p>20% (25 min.) para a resolução de exercícios dos livros didáticos e 17% (20 min.) para retomada do</p><p>conteúdo por meio do livro didático. Nas aulas observadas, em média de 13% (13 min.) do tempo da</p><p>aula foram usados para recados, brincadeiras, enquanto a cópia de exercícios do quadro de giz, 2%</p><p>(3 min). Este professor não corrigiu exercícios no quadro de giz, utilizando-se de outros recursos para</p><p>o ensino do conteúdo em foco.</p><p>As observações de aula mostraram que os dois professores investigados - a professora da 4.ª série e</p><p>o professor da 5.ª série - utilizaram como recurso básico de ensino o livro didático. A conduta dos</p><p>entrevistados mostra-se consistente com as considerações de Silva (1996, p. 13), segundo as quais o</p><p>desempenho insatisfatório dos alunos pode estar vinculado ao uso do livro didático no direcionamento</p><p>da atuação pedagógica dos professores. Para o autor, esse comportamento pode levar os</p><p>professores a uma "anemia cognitiva" e ao rebaixamento da qualidade de seu trabalho.</p><p>Além dos prejuízos causados pelo uso quase exclusivo do livro didático, é importante ressaltar que o</p><p>pouco tempo de exposição do conteúdo para os alunos, como constatado nas observações</p><p>realizadas na turma de 4.ª série, favorece uma aprendizagem insatisfatória dos conteúdos. Segundo</p><p>Dorneles (1987), a redução do tempo de aula para a realização desse tipo de atividade é considerada</p><p>um dos mecanismos seletivos da escola. Isto significa que aos sujeitos que têm menos condições de</p><p>saber ou aprender o conteúdo escolar em outras situações são privadas as oportunidades</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>163 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>necessárias à aprendizagem na instituição designada socialmente para tanto. Em outros termos,</p><p>pode-se dizer que a escola não está cumprindo seu papel de transmissor do saber escolar científico a</p><p>todos os cidadãos de forma equitativa.</p><p>Em contrapartida, o professor de 5.ª série parece ter mantido certa coerência na distribuição do</p><p>tempo de desenvolvimento das quatro categorias de atividades - exposição oral, resolução de</p><p>exercícios do livro didático, resolução de exercícios no quadro e leitura do conceito gramatical que o</p><p>livro didático apresenta (Gráfico 1). Observa-se que nenhum dos dois professores apresentou a</p><p>acentuação gráfica como uma norma convencionada pelo conjunto social. Segundo Morais (2002), se</p><p>abordado desta maneira, os alunos poderiam compreender que certos conteúdos são apenas</p><p>convenções temporárias e arbitrárias que precisam ser memorizadas e conscientizadas para</p><p>aquisição de uma melhor competência na linguagem oral, leitura e escrita.</p><p>Estudos anteriores como os de Cagliari (1986) e Morais (2002) enfatizam que é na 4.ª e 5.ª séries do</p><p>ensino fundamental o momento mais apropriado para a abordagem do conceito de sílaba tônica e</p><p>acentuação gráfica, pois às séries seguintes restaria o encargo de retomar esse conteúdo apenas</p><p>quando necessário, dedicando-se ao desenvolvimento de outros conceitos gramaticais.</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>“aproximadamente, mais ou menos” e, conjuntamente ao verbo haver na forma</p><p>impessoal, denota tempo decorrido.</p><p>Exemplo: Ele saiu de casa há menos de dois anos.</p><p>Ao encontro de/ De encontro a</p><p>Ao encontro de revela o sentido de a favor de.</p><p>Exemplo: As propostas dos candidatos vão ao encontro do que se espera a população.</p><p>De encontro a significa oposição, ideia contrária.</p><p>Exemplo: Suas opiniões vão de encontro às minhas.</p><p>Ao invés de/ Em vez de</p><p>Ao invés denota o sentido de “ao contrário de”.</p><p>Exemplo: Ao invés de calar-se, continuou discutindo com seu superior.</p><p>Em vez exprime a ideia de substituição, “em lugar de’.</p><p>Exemplo: Em vez de viajar nas férias, optou por descansar em casa.</p><p>A par/ Ao par</p><p>A par significa estar ciente de algo, informado sobre um determinado assunto.</p><p>Exemplo: Quando ela resolveu se abrir, seus pais já estavam a par de tudo.</p><p>Ao par indica o sentido de equivalência cambial.</p><p>Exemplo: O euro e o dólar já estiveram ao par por algum tempo.</p><p>Demais/ De mais</p><p>Demais, caracterizado como advérbio de intensidade, se equivale a muito, excessivamente.</p><p>Exemplo: Nossa! A meu ver você parece egoísta demais.</p><p>Como pronome indefinido corresponde a “os restantes, os outros”.</p><p>Exemplo: Ele foi o único que se sobressaiu entre os demais.</p><p>De mais caracteriza-se como o oposto do termo “de menos”.</p><p>Exemplo: Há alunos de mais nesta sala.</p><p>Há/ A</p><p>Há, depreendendo o sentido de impessoalidade (por isso permanece sempre na terceira pessoa do</p><p>singular), revela o sentido de existir ou fazer.</p><p>Exemplo: Nesta sala há verdadeiros talentos na área de exatas.</p><p>O A tanto pode indicar tempo futuro (que se conta de hoje para o futuro) ou apenas se revelar como</p><p>uma preposição.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Exemplos:</p><p>Daqui a alguns meses concluiremos nossa pesquisa.</p><p>Não entregue está encomenda a ele.</p><p>Mas/ Mais</p><p>Mas integra a classe das conjunções, revelando o sentido de ideia contrária, oposição.</p><p>Exemplo: Não pôde comparecer ao aniversário, mas enviou o presente.</p><p>Mais pode ser classificado como advérbio de intensidade ou pronome indefinido.</p><p>Exemplo: Clarice foi a menina que mais se destacou durante a apresentação.</p><p>Mau/ Mal</p><p>Mau pertence à classe dos adjetivos, podendo ser utilizado quando significar o contrário de “bom”.</p><p>Exemplo: Ele é um mau aluno. (Poderíamos substituí-lo por bom)</p><p>Mal pode adquirir os seguintes valores morfológicos:</p><p>advérbio de modo – podendo ser substituído por “bem”.</p><p>Exemplo: Carlos foi mal sucedido durante o tempo em que atuou nesta profissão. (O contrário poderia</p><p>ter acontecido)</p><p>conjunção subordinativa temporal – denota o sentido de “assim que, quando”.</p><p>Exemplo: Mal chegava em casa, já começavam as discussões.</p><p>substantivo – neste caso, sempre aparece precedido de artigo ou qualquer outro determinante.</p><p>Exemplo: Este mal só pode ser resolvido com a chegada dele.</p><p>Onde/ Aonde</p><p>Onde é utilizado mediante o emprego de verbos que indicam sentido estático, permanente.</p><p>Exemplo: Gostaria muito de saber onde ele mora.</p><p>Aonde é utilizado com verbos que indicam movimento.</p><p>Exemplo: Aonde vais com tamanha pressa?</p><p>Por que/ Porque/ Por quê/ Porquê</p><p>Por que – Trata-se de duas palavras – preposição (por) + pronome (que). Desta forma assume as</p><p>seguintes posições:</p><p>quando equivale a “pelo qual” e demais variações:</p><p>Exemplo: Esta é a conquista por que sempre busquei. (pela qual)</p><p>quando equivale a “por qual razão”, “por qual motivo”. Neste caso, trata-se da preposição “que” + o</p><p>pronome interrogativo “quê”.</p><p>Exemplo: Por que não compareceu à reunião? (por qual motivo)</p><p>Por quê – ocorrência esta que se efetiva quando o pronome interrogativo se posiciona no final da</p><p>frase ou aparece seguido de uma pausa forte, fato que permite que o monossílabo átono(que) passe</p><p>a ser concebido como tônico (quê).</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Exemplo: Vocês saíram mais cedo da festa, por quê?</p><p>Porque somente pode ser utilizado quando retratar o sentido das conjunções equivalentes a visto</p><p>que, uma vez que, pois ou para que.</p><p>Exemplo: Não poderemos viajar porque minhas férias não coincidem com as suas.</p><p>Porquê é empregado quando se classifica como um substantivo, revelando o sentido de causa,</p><p>motivo. Nesse caso, sempre aparece acompanhado por um determinante.</p><p>Exemplo: Desconhecemos o porquê de tanta desorganização. (o motivo)</p><p>Se não/ Senão</p><p>Se não equivale a caso não, indicando, assim, uma probabilidade.</p><p>Exemplo: Se não chover, iremos ao cinema amanhã.</p><p>Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser’.</p><p>Exemplo: Espero que estejas bem preparado, senão não conseguirás obter bom resultado.</p><p>Na medida em que/ À medida que</p><p>Na medida em que exprime relação de causa, equivalendo-se a porque, já que, uma vez que.</p><p>Exemplo: Na medida em que os inquilinos não cumpriam com o pagamento em dia, iam sendo</p><p>despejados.</p><p>À medida que indica proporção, simultaneidade.</p><p>Exemplo: À medida que o tempo passa, mais aumenta a saudade.</p><p>Tampouco/ Tão pouco</p><p>Tampouco equivale a “também não”.</p><p>Exemplo: Quem não respeita a si próprio, tampouco respeita a seus semelhantes.</p><p>Tão pouco equivale a muito pouco.</p><p>Exemplo: Como posso me divertir se ganho tão pouco?</p><p>SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES</p><p>I) Sabemos que as palavras podem associar-se de várias maneiras, ou seja, quando as palavras se</p><p>relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas</p><p>de aproximação de sentido num dado contexto.</p><p>Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz -> partes do corpo humano</p><p>azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás – cores</p><p>martelo, serrote, alicate, torno, enxada -> ferramentas</p><p>II) As palavras têm de assumir significados variados de acordo com o contexto – POLISSEMIA.</p><p>Ex.: Ele anda muito.</p><p>Mário anda doente.</p><p>Aquele executivo só anda de avião.</p><p>Meu relógio não anda mais.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>ATENTEM-SE!</p><p>O verbo andar tem origem no latim ambulare.</p><p>Possui inúmeros significados em português, portanto polissêmico.</p><p>III) Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto.</p><p>Diz-se, então, que são sinônimos.</p><p>Ex.: O comprimento da sala é de oito metros.</p><p>A extensão da sala é de oito metros.</p><p>ATENTEM-SE!</p><p>Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. Por</p><p>exemplo, pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela</p><p>tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face</p><p>do exposto, aceitarei.</p><p>IV) A ideia antonímica,o emprego de palavras de sentido contrário, requer os mesmos cuidados da</p><p>sinonímia.</p><p>Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário.</p><p>Ex.: É um menino corajoso.</p><p>É um menino medroso.</p><p>V) Relações de hominínia e/ou paronímia</p><p>* Palavras homônimas ou homônimos são palavras que são pronunciadas da mesma forma, mas têm</p><p>significados diferentes.</p><p>Existem três tipos de homônimos: homônimos perfeitos, homófonos e homógrafos.</p><p>acender – pôr fogo a</p><p>ascender – elevar-se</p><p>acento – inflexão da voz</p><p>assento – objeto onde se senta</p><p>asado – com asas</p><p>azado – oportuno</p><p>caçar – perseguir</p><p>cassar – anular</p><p>cegar – tirar a visão</p><p>segar – ceifar, cortar</p><p>cela – cômodo pequeno</p><p>sela – arreio</p><p>censo – recenseamento</p><p>senso – juízo</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>cerração – nevoeiro</p><p>serração – ato de serrar</p><p>cheque – ordem de pagamento</p><p>xeque – lance do jogo de xadrez</p><p>cidra – certa fruta</p><p>sidra – um tipo de bebida</p><p>conserto – reparo</p><p>concerto – harmonia</p><p>estático – firme, parado</p><p>extático – em êxtase</p><p>espiar – olhar</p><p>expiar – sofrer</p><p>estrato – camada; tipo de nuvem</p><p>extrato – que se extraiu</p><p>passo – passada</p><p>paço – palácio imperial</p><p>incerto – duvidoso</p><p>inserto – inserido</p><p>incipiente – que está no início</p><p>insipiente – que não sabe</p><p>lasso – cansado</p><p>laço – tipo de nó</p><p>remissão – perdão</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMOS SEMÂNTICO</p><p>1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Paralelismo Sintático E Paralelismo Semântico</p><p>Notadamente, a construção textual é concebida como um procedimento dotado de grande</p><p>complexidade, haja vista que o fato de as ideias emergirem com uma certa facilidade não significa</p><p>transpô-las para o papel sem a devida ordenação. Tal complexidade nos remete à noção das</p><p>competências inerentes ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade de este se</p><p>perfazer pela clareza e precisão.</p><p>Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos conhecimentos que o usuário tem</p><p>dos fatos linguísticos, aplicando-os de acordo com o objetivo pretendido pela enunciação. De modo</p><p>mais claro, ressaltamos a importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação,</p><p>concordância, coerência, coesão e demais requisitos necessários à objetividade retratada pela</p><p>mensagem.</p><p>Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que norteiam os já citados fatos linguísticos,</p><p>ressaltamos determinados recursos cuja função se atribui por conferirem estilo à construção textual –</p><p>o paralelismo sintático e semântico. Caracterizam-se pelas relações de semelhança existente entre</p><p>palavras e expressões que se efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma</p><p>classe gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando</p><p>há correspondência de sentido entre os termos).</p><p>Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que houve a quebra destes</p><p>recursos, tornando-se imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de forma negativa na</p><p>textualidade como um todo. Como podemos conferir por meio dos seguintes casos:</p><p>Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a Holanda.</p><p>Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao analisarmos que o time brasileiro não enfrentará o</p><p>país, e sim a seleção que o representa. Reestruturando a oração, obteríamos:</p><p>Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a seleção da Holanda.</p><p>Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito agradecidos.</p><p>Eis que estamos diante de um corriqueiro procedimento linguístico, embora considerado incorreto,</p><p>sobretudo, pela incoerência conferida pelos tempos verbais (comparecessem/ficaremos). O contrário</p><p>acontece se disséssemos:</p><p>Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos muito agradecidos.</p><p>Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma incerteza quanto à ação.</p><p>Ampliando a noção sobre a correta utilização destes recursos, analisemos alguns casos em que eles</p><p>se aplicam:</p><p>não só... mas (como) também:</p><p>A violência não só aumentou nos grandes centros urbanos, mas também no interior.</p><p>Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em comparar ambas as situações em</p><p>que a violência se manifesta.</p><p>Quanto mais... (tanto) mais:</p><p>Atualmente, quanto mais se aperfeiçoa o profissionalismo, mais chances tem de se progredir.</p><p>Ao nos atermos à noção de progressão, podemos identificar a construção paralelística.</p><p>Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora:</p><p>A cordialidade é uma virtude aplicável em quaisquer circunstâncias, seja no ambiente familiar,</p><p>seja no trabalho.</p><p>PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMOS SEMÂNTICO</p><p>2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternância.</p><p>Tanto... Quanto:</p><p>As exigências burocráticas são as mesmas, tanto para os veteranos, quanto para os calouros.</p><p>Mediante a ideia de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se a estrutura paralelística.</p><p>Não... E não/nem:</p><p>Não poderemos contar com o auxílio de ninguém, nem dos alunos, nem dos funcionários da</p><p>secretaria.</p><p>Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequência negativa.</p><p>Por um lado... Por outro:</p><p>Se por um lado, a desistência da viagem implicou economia, por outro, desagradou aos filhos</p><p>que estavam no período de férias.</p><p>O paralelismo efetivou-se em virtude da referência a aspectos negativos e positivos relacionados a</p><p>um determinado fato.</p><p>Tempos verbais:</p><p>Se a maioria colaborasse, haveria mais organização.</p><p>Como dito anteriormente, houve a concordância de sentido proferida pelos verbos e seus respectivos</p><p>tempos.</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>COLOCAÇÃO PRONOMINAL</p><p>1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Colocação Pronominal</p><p>É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.</p><p>Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas</p><p>normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.</p><p>Dicas:</p><p>Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois</p><p>mesóclise e em último caso, ênclise.</p><p>Próclise</p><p>É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:</p><p>1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome</p><p>remição – resgate</p><p>seda – tipo de tecido</p><p>ceda – flexão do verbo ceder</p><p>taxa – imposto</p><p>tacha – tipo de prego</p><p>viagem – jornada</p><p>viajem – flexão do verbo viajar</p><p>* Palavras parônimas ou parônimos são palavras que são escritas de forma parecida e são</p><p>pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam significados diferentes.</p><p>Ex.: O tráfego era intenso naquela estrada.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O tráfico de escravos é uma nódoa em nossa história.</p><p>As palavras tráfego e tráfico são parecidas, mas não se trata de homônimos, pois a pronúncia e a</p><p>grafia são diferentes. Tráfego é movimento de veículo; tráfico, comércio.</p><p>amoral – sem o senso da moral</p><p>imoral – contrário à moral</p><p>apóstrofe – chamamento</p><p>apóstrofo – tipo de sinal gráfico</p><p>cavaleiro – que anda a cavalo</p><p>cavalheiro – gentil</p><p>comprimento – extensão</p><p>cumprimento – saudação</p><p>conjetura – hipótese</p><p>conjuntura – situação</p><p>delatar – denunciar</p><p>dilatar – alargar</p><p>descrição – ato de descrever</p><p>discrição – qualidade de discreto</p><p>descriminar – inocentar</p><p>discriminar – separar</p><p>despercebido – sem ser notado</p><p>desapercebido – desprevenido</p><p>destratar – insultar</p><p>distratar – desfazer</p><p>docente – professor</p><p>discente – estudante</p><p>emergir – vir à tona, sair</p><p>imergir – mergulhar</p><p>emigrar – sair de um país</p><p>imigrar – entrar em um país</p><p>eminente – importante</p><p>iminente – que está para ocorrer</p><p>estada – permanência de alguém</p><p>estadia – permanência de veículo</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>flagrante – evidente</p><p>fragrante – aromático</p><p>fluir – correr; manar</p><p>fruir -desfrutar</p><p>inflação – desvalorização</p><p>infração – transgressão</p><p>infligir – aplicar pena</p><p>infringir – transgredir</p><p>mandado – ordem judicial</p><p>mandato – procuração</p><p>prescrever – receitar; expirar (prazo)</p><p>proscrever – afastar, desterrar</p><p>ratificar – confirmar</p><p>retificar – corrigir</p><p>sortir – abastecer</p><p>surtir – resultar</p><p>tráfego – movimento de veículo</p><p>tráfico – comércio</p><p>vultoso – grande</p><p>vultuoso – vermelho e inchado</p><p>DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO</p><p>Fato:</p><p>O fato é algo que é de conhecimento de todos. Sendo um fato, ele pode ser provado através de</p><p>documentos, ou de outras formas de registros. O crescimento acelerado dos grandes centros</p><p>econômicos mundiais aumenta os problemas sociais; O aumento dos estudantes estrangeiros nas</p><p>universidades brasileiras.</p><p>Opinião:</p><p>A opinião é a maneira particular de olhar um fato. A opinião vai divergir de acordo com inúmeros</p><p>fatores socioculturais. Se meu amigo não fosse tão baixinho, ele poderia jogar futebol; Homens que</p><p>assistem novelas são bons maridos.</p><p>Quando é importante saber a diferença</p><p>Várias são as oportunidades de usar a diferença com propriedade, mas duas delas são principais.</p><p>Quando nos engajamos em um debate de algum tema polêmico;</p><p>Quando somos testados e devemos escrever um texto dissertativo.</p><p>As variantes dissertativas são:</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Expositiva: Quando as ideias do texto estão claramente vinculadas a alguma reportagem ou notícia</p><p>de jornais, revistas impressas ou eletrônicas, cujo conteúdo é conhecido por todos através do rádio</p><p>ou da televisão, sendo, por sua vez, inquestionável. A dissertação expositiva tem como objetivo expor</p><p>o fato, ficando em segundo plano a discussão sobre ele.</p><p>Argumentativa: A dissertação argumentativa é aquela que exige de nós maior reflexão ao escrever</p><p>sobre certos temas, mas que possui por objetivo a exposição do ponto de vista pessoal. Quem</p><p>disserta, através de sua opinião bem embasada, faz com que os fatos ali apresentados e discutidos</p><p>tenham uma conclusão. Esta é uma das maneiras mais difíceis de dissertar por apresentar juízos de</p><p>valores que endossam a análise crítica de quem escreve.</p><p>Mista: Esta é uma forma de dissertação que tem inseridos nela os elementos dos dois outros tipos</p><p>dissertativos. Nela podemos expor os fatos como forma de exemplo, ou mesmo como argumento de</p><p>autoridade para dar força às opiniões, juízos e análise crítica a serem feitos sobre o tópico ou tópicos</p><p>discutidos.</p><p>Resumindo: O fato é aquilo que realmente aconteceu, que existe e pode ser provado enquanto que a</p><p>opinião é o que alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos., é o ponto de vista que uma</p><p>pessoa tem a respeito de algo, que pode ser verdadeiro ou não.</p><p>É importante considerar:</p><p>Vivemos num mundo em que tomamos decisões a partir de informações;</p><p>Estas nos chegam por meio de relatos de fatos e expressões de opiniões;</p><p>Fatos usualmente podem ser submetidos à prova: por números, documentos, registros;</p><p>Opiniões, por outro lado, refletem juízos, valores, interpretações;</p><p>Muitas pessoas confundem fatos e opiniões, e quando isso ocorre temos de ter cuidado com as</p><p>informações que vêm delas;</p><p>Igualmente temos de estar atentos às nossas próprias opiniões, pois elas podem ser tomadas como</p><p>fatos por outros;</p><p>Nossas decisões devem ser baseadas em fatos, mas podem levar em conta as opiniões de gente</p><p>qualificada sobre tais fatos.</p><p>DIFERENÇA ENTRE TEMA E TÍTULO</p><p>Tema: é o assunto a ser desenvolvido em seu texto dissertativo argumentativo, que é o estilo cobrado</p><p>na Redação do Enem.</p><p>Título: o título indica o enfoque do texto, traz o aspecto central das ideias desenvolvidas no texto da</p><p>Redação do Enem. Por isso, recomenda-se que seja o último elemento criado.</p><p>Exemplo de diferença entre Tema e Título:</p><p>Vamos supor que o Tema da Redação fosse “Amor incondicional”. Você começou a desenvolver seu</p><p>texto listando tudo o que você conhece sobre o assunto: amor de mãe e filho; amor de irmãos; amor</p><p>pelos animais; amar o próximo e assim por diante.</p><p>Em seguida, você optou por dar o seguinte enfoque ao seu texto: “amor de mãe e filho”. Sua</p><p>Redação poderia ter Títulos como: “Um amor que nasceu no ventre” ou “Mãe: meu amor e gratidão”.</p><p>No entanto, se você repetir no Título da redação o Tema sugerido (Amor incondicional), ou criar algo</p><p>muito próximo, “Mãe: amor incondicional”, provavelmente sua redação vai perder pontos por falta de</p><p>criatividade. Pior que não ser criativo é se esquecer de escrever o Título, então não fique de bobeira.</p><p>GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Ao longo de nossas vidas, somos expostos a variados tipos de leituras e envolvemo-nos em diversas</p><p>situações comunicacionais. Elaboramos diferentes métodos para interagir com as pessoas e, de</p><p>acordo com a circunstância, o discurso oral ou escrito pode ser alterado. Assim é a linguagem, um</p><p>veículo poderoso de ação e adaptação.</p><p>Da necessidade de nos comunicar nasceram os gêneros textuais e, antes mesmo deles, os tipos</p><p>textuais, estruturas nas quais os mais variados textos apoiam-se. Os tipos são limitados e estão</p><p>relacionados com a forma, enquanto os gêneros são incontáveis e estão relacionados com o tipo de</p><p>conteúdo veiculado. Os gêneros estão ancorados em modelos predefinidos e assim se apresentam</p><p>para os leitores e interlocutores. São também tipos estáveis de enunciados, com estruturas e</p><p>conteúdos temáticos que facilitam sua definição. Observe alguns exemplos de gêneros textuais:</p><p>Artigo</p><p>Crônica</p><p>Conto</p><p>Reportagem</p><p>Notícia</p><p>E-mail</p><p>Carta</p><p>Relatório</p><p>Resumo</p><p>Resenha</p><p>Biografia</p><p>Diário</p><p>Fábula</p><p>Ofício</p><p>Poema</p><p>Piada</p><p>Acompanhando o dinamismo da linguagem e da comunicação, os gêneros podem sofrer</p><p>modificações ao longo do tempo. Esse fenômeno é chamado de transmutabilidade, ou seja, novas</p><p>formas surgem a partir de formas já existentes. Foi o que aconteceu com as cartas, que antigamente</p><p>escrevíamos e enviávamos via correios. As inovações tecnológicas praticamente substituíram esse</p><p>gênero por outro bastante usual, utilizado para as mais variadas finalidades: o e-mail. Contudo,</p><p>embora as cartas não sejam mais tão usuais, os e-mails que mandamos para nossos amigos ou os</p><p>utilizados em nossas relações profissionais guardam traços comuns com seu gênero matricial.</p><p>Os gêneros textuais apresentam uma função</p><p>social em uma determinada situação comunicativa, ou</p><p>seja, a cada texto produzido, seleciono, ainda que inconscientemente, um gênero em função daquilo</p><p>que desejo comunicar e em função do efeito que espero produzir em meu interlocutor. Os gêneros</p><p>estão intrinsecamente ligados à história da comunicação e da linguagem e não importa a situação,</p><p>nós nos comunicamos estritamente por meio desses enunciados relativamente estáveis, seja no</p><p>bilhete que deixamos afixados na geladeira, nos comentários feitos nas redes sociais ou até nas</p><p>anedotas que contamos para nossos amigos.</p><p>FUNÇÃO SOCIOCOMUNICATIVA DOS GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>19 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>São realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro</p><p>de um contexto cultural e com função comunicativa.</p><p>Primeiramente, vamos entender a diferença entre tipos textuais e gêneros textuais, muito cobrada no</p><p>Enem. Muitas vezes não se faz distinção entre esses conceitos, mas eles são bem diferentes!</p><p>Analisemos o quadro a seguir, em que há uma coluna que explica “tipos textuais” e outra que explica</p><p>“gêneros textuais”:</p><p>Tipos Textuais Gêneros Textuais</p><p>São definidos por propriedades</p><p>linguísticas que vão caracterizar os</p><p>gêneros: vocabulário, relações</p><p>lógicas, tempos verbais, construções</p><p>frasais, etc.</p><p>São realizações linguísticas concretas definidas por</p><p>propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro de um</p><p>contexto cultural e com função comunicativa.</p><p>São eles: narração, argumentação,</p><p>descrição, injunção (ordem) e</p><p>exposição (que é o texto informativo).</p><p>Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de</p><p>características determinadas pelo estilo do autor, conteúdo,</p><p>composição e função.</p><p>Geralmente variam entre 5 e 9 tipos. Alguns exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta</p><p>comercial, carta pessoal, aula expositiva, romance, reunião</p><p>de condomínio, lista de compras, conversa espontânea,</p><p>cardápio, receita culinária, inquérito policial, blog, e-mail,</p><p>etc. São infinitos!</p><p>Tipologia Textual</p><p>1. Narração</p><p>Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num</p><p>determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há</p><p>uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos</p><p>cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo</p><p>predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.</p><p>2. Descrição</p><p>Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A</p><p>classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora.</p><p>Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação</p><p>de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer</p><p>uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que</p><p>se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros</p><p>como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.</p><p>3. Dissertação</p><p>Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do</p><p>objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.</p><p>3.1 Dissertação-Exposição</p><p>Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre</p><p>assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>20 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos</p><p>científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.</p><p>3.1 Dissertação-Argumentação</p><p>Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto,</p><p>além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se</p><p>pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em:</p><p>sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e</p><p>revistas.</p><p>4. Injunção / Instrucional</p><p>Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,</p><p>empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do</p><p>presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para</p><p>montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de</p><p>orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal,</p><p>aniversário, etc.).</p><p>OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que</p><p>existe também o tipo predição.</p><p>5. Predição</p><p>Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por</p><p>ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas,</p><p>previsões escatológicas/apocalípticas.</p><p>OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada</p><p>mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve</p><p>personagens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um</p><p>enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.</p><p>Dialogal / Conversacional</p><p>Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista,</p><p>conversa telefônica, chat, etc.</p><p>Gêneros Textuais</p><p>Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos.</p><p>Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com</p><p>características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em</p><p>situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam</p><p>em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio,</p><p>podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:</p><p>Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-</p><p>argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se</p><p>trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é</p><p>mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente</p><p>necessidade de o expor ao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais</p><p>utilizados.</p><p>Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações</p><p>sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes,</p><p>mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.</p><p>Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem</p><p>por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>21 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para</p><p>preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no</p><p>imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.</p><p>Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo</p><p>a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.</p><p>Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa</p><p>sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.</p><p>Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o</p><p>fato ocorrido que se deu em</p><p>um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens.</p><p>Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente</p><p>descritos.</p><p>Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem,</p><p>por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.</p><p>Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas</p><p>ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do</p><p>entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-</p><p>expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas</p><p>pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos,</p><p>como na entrevista médica.</p><p>História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos</p><p>quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.</p><p>Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de</p><p>caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento</p><p>atual, em sua grande maioria.</p><p>Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em</p><p>estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.</p><p>Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,</p><p>poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais</p><p>frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o</p><p>conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e</p><p>comove pode ser considerado como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao gênero <poema>,</p><p>resulta-se em um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo</p><p>uma peça ou um filme podem ser assim considerados).</p><p>Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as</p><p>rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se</p><p>repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A</p><p>tipologia narrativa tem prevalência neste caso.</p><p>Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de</p><p>engenhosidade. Predominantemente dialogal.</p><p>Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para</p><p>publicações científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada</p><p>ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.</p><p>Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é</p><p>oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e da linguagem, consegue utilizar todas</p><p>as tipologias textuais com facilidade.</p><p>Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de um</p><p>indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um traz.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>22 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no futuro</p><p>da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos tipos</p><p>narrativo e descritivo.</p><p>Gêneros literários:</p><p>· Gênero Narrativo:</p><p>Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o</p><p>dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante</p><p>do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características</p><p>diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras</p><p>narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a</p><p>questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:</p><p>Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de</p><p>uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam</p><p>um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os</p><p>Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.</p><p>Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais</p><p>verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida</p><p>por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o</p><p>casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É</p><p>o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.</p><p>Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade</p><p>do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,</p><p>e A Metamorfose, de Kafka.</p><p>Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,</p><p>anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a</p><p>reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto</p><p>surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da</p><p>fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade;</p><p>contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um</p><p>contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o</p><p>suspense e a solução de um mistério.</p><p>Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são</p><p>não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.</p><p>Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter</p><p>um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou</p><p>artigo de jornal, revistas e programas da TV..</p><p>Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos</p><p>descritivos.</p><p>Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e</p><p>reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.</p><p>Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,</p><p>filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades</p><p>como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a</p><p>tolerância, de John Locke.</p><p>· Gênero Dramático:</p><p>Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador</p><p>contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os</p><p>papéis das personagens nas cenas.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>23 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles</p><p>afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa,</p><p>em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e</p><p>Julieta, de Shakespeare.</p><p>Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as</p><p>incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o</p><p>engano.</p><p>Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua</p><p>origem grega está ligada às festas populares.</p><p>Tragicomédia: modalidade em</p><p>que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente,</p><p>significava a mistura do real com o imaginário.</p><p>Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural</p><p>nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.</p><p>· Gênero Lírico:</p><p>É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à</p><p>do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os</p><p>pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.</p><p>Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto</p><p>máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um</p><p>poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.</p><p>Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e</p><p>cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.</p><p>Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus</p><p>símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma</p><p>ode com acompanhamento musical;</p><p>Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às</p><p>belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de</p><p>desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a</p><p>paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);</p><p>Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.</p><p>Acalanto: ou canção de ninar;</p><p>Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada</p><p>verso formam uma palavra ou frase;</p><p>Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo</p><p>característico e refrão vocal que se destinam à dança;</p><p>Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;</p><p>Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;</p><p>Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de</p><p>três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3°</p><p>verso 5 sílabas;</p><p>Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima</p><p>geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.</p><p>Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas,</p><p>portanto.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>24 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>RELAÇÃO ENTRE TEXTOS</p><p>Assunto comum no Enem, a intertextualidade acontece quando um texto retoma uma parte ou a</p><p>totalidade de outro texto – o texto fonte. Geralmente, os textos fontes são aqueles considerados</p><p>fundamentais em uma determinada cultura. No exemplo dado, compositores brasileiros</p><p>contemporâneos retomam um dos textos mais reverenciados da literatura portuguesa.</p><p>Nos anos 90, Pedro Luis e Fernanda Abreu lançaram a canção “Tudo vale a pena”, cujo refrão diz o</p><p>seguinte: “Tudo vale a pena, sua alma não é pequena”. O mote, na verdade, faz referência ao famoso</p><p>poema “Mar português” (1934), do poeta Fernando Pessoa:</p><p>Valeu a pena? Tudo vale a pena</p><p>Se a alma não é pequena.</p><p>Quem quer passar além do Bojador</p><p>Tem que passar além da dor.</p><p>Deus ao mar o perigo e o abismo deu,</p><p>Mas nele é que espelhou o céu.</p><p>Como podemos ver, temos dois textos que, apesar de distantes no tempo e no espaço, dialogam</p><p>entre si. A intertextualidade é exatamente essa relação, uma forma de diálogo entre dois ou mais</p><p>textos.</p><p>É importante considerar que a intertextualidade pode ocorrer entre textos de mesma natureza ou de</p><p>naturezas diferentes.</p><p>Veja, por exemplo, que o cartum de Caulos tem como texto fonte o poema No Meio do Caminho de</p><p>Carlos Drummond de Andrade, de 1930.</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra</p><p>Tinha uma pedra no meio do caminho</p><p>Tinha uma pedra</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>25 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A seguir, veremos vários exemplos de intertextualidade, seja em forma de citação, paródia ou</p><p>paráfrase.</p><p>CITAÇÃO</p><p>Esse procedimento intertextual acontece quando um texto reproduz outro texto ou parte dele. Para</p><p>sinalizar que houve a reprodução de outro texto, são utilizados alguns marcadores, como as aspas.</p><p>Dessa forma, o texto deixa claro que o trecho ou o texto citado foi tirado de outra fonte.</p><p>A compreensão adequada de um intertexto depende, naturalmente, do conhecimento do texto fonte.</p><p>No exemplo dado, a propaganda buscou inspiração no texto bíblico "Do pó vieste e ao pó voltarás",</p><p>marcando sua reprodução por meio de aspas.</p><p>LOCUÇÕES COM DUAS PREPOSIÇÕES</p><p>A norma aceita as sequências de duas preposições (por exemplo, «para com», «por entre», «de</p><p>entre»), mas tal não significa que essas expressões sejam todas classificadas como locuções</p><p>prepositivas. Também não se pode dizer que existam regras; o mais que se deteta são tendências na</p><p>associação de preposições.</p><p>Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa, 2002, p. 301/302), referindo-se à possibilidade de</p><p>acúmulo de preposições, faz as seguintes observações:</p><p>«Não raro duas preposições se juntam para dar maior efeito expressivo às ideias, guardando cada</p><p>uma seu sentido primitivo:</p><p>Andou por sobre o mar.</p><p>Estes acúmulos de preposições não constituem uma locução prepositiva porque valem por duas</p><p>preposições distintas. Combinam-se com mais frequência as preposições: de, para e por com entre,</p><p>sob e sobre.</p><p>"De uma vez olhou por entre duas portadas mal fechadas para o interior de outra sala..." [CBr. 1,</p><p>175].</p><p>"Os deputados oposicionistas conjuravam-no a não levantar mão de sobre os projetos depredadores"</p><p>[CBr. 1]</p><p>OBSERVAÇÕES:</p><p>1.ª) Pode ocorrer depois de algumas preposições acidentais (exceto, salvo, tirante inclusive, etc. de</p><p>sentido exceptivo ou inclusivo) outra preposição requerida pelo verbo, sendo que esta última</p><p>preposição não é obrigatoriamente explicitada:</p><p>Gosto de todos daqui, exceto ela (ou dela).</p><p>Sem razão, alguns autores condenam, nestes casos, a explicitação da segunda preposição (dela, no</p><p>exemplo acima):</p><p>Senhoreou-se de tudo, exceto dos dois sacos de parta [CBr apud MBa.3, 326] [...].»*</p><p>Note-se que «a locução prepositiva até a é a única formada por duas preposições simples: a</p><p>preposição de base até, seguida da preposição de ligação a», conforme observa a Gramática do</p><p>Português da Fundação Calouste Gulbenkian (2013, p. 1505), que não inclui sequências como «por</p><p>entre», «de entre», «para com» e «para depois» entre as locuções prepositivas, com a seguinte</p><p>justificação:</p><p>«[Nestas sequências] as duas preposições mantêm o seu significado e uso básicos: trata-se de casos</p><p>em que uma preposição toma como complemento outro sintagma preposicional independente [...]; p.</p><p>e. [...], ele foi generoso [SP para [SP com [SN o Luís]]].»</p><p>* A sigla CBr refere-se ao escritor português Camilo Castelo Branco.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>26 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>DIFERENTES SENTIDOS DAS PREPOSIÇÕES</p><p>Vamos relembrar um fato que nos ajudará a compreender melhor as características do assunto a ser</p><p>estudado agora:</p><p>As muitas palavras existentes na língua portuguesa, dependendo do momento e das circunstâncias</p><p>em que são empregadas, adquirem sentidos, significados diferentes. Sendo assim, esse fato ocorre</p><p>também nas preposições, pois uma mesma preposição pode obter sentidos diferentes, dependendo</p><p>da forma como é utilizada. Mas antes de partirmos para o nosso objetivo, qual é o significado da</p><p>palavra “preposição”?</p><p>Preposição é uma palavrinha que serve para ligar dois termos em uma oração, de modo que a ideia</p><p>fique completa. Vamos ver um exemplo?</p><p>Urso de pelúcia</p><p>Notamos que entre as palavras “urso” e “pelúcia” há um outro termo</p>