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<p>Curso: Introdução à Terapia do</p><p>Esquema</p><p>Resenha Crítica/ Trabalho de Conclusão do Curso</p><p>Aluna: Juliana Maria Póvoa de Almeida Corrêa</p><p>Email: julianapovoa@gmail.com</p><p>Ao longo do curso somos, muito bem levados, a introdução dos principais conceitos referentes a Terapia</p><p>do Esquema. O desenvolvimento da Terapia do Esquema (TE) começou a partir de uma inquietação de</p><p>Jeffrey Young sobre seus pacientes que apresentavam dificuldades para se beneficiarem do modelo de</p><p>tratamento da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) de curta duração. Estes pacientes em sua</p><p>maioria traziam diagnósticos de transtornos de Personalidade e o modelo clássico não atendia a</p><p>demanda terapêutica deles.</p><p>O modelo terapêutico desenvolvido por Young bebeu em diversas fontes, como a teoria de</p><p>desenvolvimento de Piaget, conceitos clássicos da psicodinâmica e da Gestalt-terapia, além de</p><p>privilegiar a Teoria do apego.</p><p>Young tenta com sua teoria responder perguntas sobre os padrões mal adaptativos complexos de longa</p><p>duração e dá maior consideração a fatores atuantes na infância, muitas vezes já atuantes durante o</p><p>período pré-verbal. Essa enfase ao passado, e na infância, são ao meu ver uma das grandes diferenças</p><p>teóricas entre a Terapia do Esquema e a TCC clássica.</p><p>Outra diferença entre a Teoria do Esquema e a Terapia Cognitivo-Comportamental clássica está na</p><p>visão da relação terapêutica- para a Terapia do Esquema o terapeuta deve atuar como instrumento de</p><p>mudança, através da utilização de estratégias de reparentalização limitada e de confrontação</p><p>empática: A TE enfatiza a utilização de técnicas de imagens, vivenciais e interpessoais que permitem a</p><p>abordagem de aspectos emocionais e de mais difícil acesso.</p><p>Uma grande sacada de Young é trazer o o conceito clássico de Piaget sobre 'esquemas mentais' para a</p><p>teoria clínica. O autor conceitua sua teoria, utilizando a ideia de que o esquema é uma estrutura ou</p><p>conceito cognitivo que ajuda a organizar e interpretar informações. No conceito piagetiano um</p><p>esquema são padrões de pensamento e comportamento que as pessoas usam para interpretar o</p><p>mundo. Young ressalta que os esquemas são modelos mentais encontrados na memória de longo prazo.</p><p>Nossa mente/ cognição utiliza tais modelos para organizar informações sobre o mundo. Os esquemas</p><p>são essencialmente construídos a partir de nossas memórias e de nossas experiências únicas.</p><p>Outra teoria base para a TE é Teoria do Apego formulada por John Bowlby. Esta teoria coloca a</p><p>importância do recém nascido estabelecer um relacionamento com, pelo menos um, cuidador primário</p><p>para que seu desenvolvimento social e emocional ocorra normalmente. Na TE de Jeffrey Young, as</p><p>patologias básicas de personalidade surgem quando necessidades emocionais básicas não são</p><p>atendidas na infância. No modelo da TE, são cinco os domínios emocionais descritos pelo modelo:</p><p>Os esquemas privilegiados pela da Terapia do Esquema , de Young, são chamados de Esquemas Iniciais</p><p>Desadaptativos (EIDs). As EIDs são formadas a partir da interação entre o temperamento pessoal com</p><p>um ambiente que não atende necessidades emocionais básicas. Esses esquemas disfuncionais vão</p><p>favorecer o aparecimento e a manutenção dos padrões problemáticos complexos e duradouros. No</p><p>curso foram descritos 18 EIDs.</p><p>A- Evitação e rejeição</p><p>1. Abandono/Instabilidade: Neste tipo de esquema, a pessoa está constantemente esperando um</p><p>inevitável abandono ou decepção em suas relações.</p><p>2. Desconfiança: A pessoa tem dificuldades para confiar nos outros, sentindo que os outros estão</p><p>sempre prontos para magoá-la de alguma forma. A pessoa teme abusos, humilhações, ser enganada,</p><p>manipulada ou negligenciada, e acredita que os outros irão fazer isso de propósito a qualquer</p><p>momento.</p><p>3. Privação emocional: Este esquema faz com que a pessoa acabe se privando de emoções saudáveis,</p><p>como o amor. A pessoa espera e acredita que não será amada, respeitada, querida, valorizada ou</p><p>cuidada pelos outros.</p><p>4. Deficiência/vergonha: Neste esquema, a pessoa se sente inferior de alguma forma, tendo vergonha</p><p>de si mesma. Vê-se como inferior, defeituosa, problemática e/ou indigna de ser amada.</p><p>5. Isolamento/alienação: É o caso de pessoas que se sentem diferentes e incapazes de participar de</p><p>algum tipo de grupo social. Essas pessoas acabam se sentindo incompreendidas e não acreditam que</p><p>possa existir alguém que possa compreendê-las ou aceitá-las.</p><p>B- Prejuízos na autonomia e performance</p><p>6. Dependência/incompetência: A pessoa se sente incapaz de satisfazer suas próprias necessidades,</p><p>considerando-se uma pessoa incapaz de viver sozinha e gerando dependência de outras pessoas.</p><p>7. Vulnerabilidade: É uma pessoa que se sente vulnerável o tempo todo, antecipando contratempos,</p><p>catástrofes, acidentes, crimes, doenças e até mesmo morte.</p><p>Domínio I – Evitação e rejeição: São esquemas que dificultam o desenvolvimento de</p><p>relacionamentos saudáveis;</p><p>Domínio II – Prejuízo na autonomia e performance: Inclui os esquemas que dificultam o</p><p>desenvolvimento de uma identidade própria, prejudicando o funcionamento na idade adulta;</p><p>Domínio III – Falta de limites: São os esquemas que prejudicam o autocontrole e habilidade de</p><p>respeitar limites dos outros ou próprios;</p><p>Domínio IV – Dedicação ao outro: Esquemas que fazem com que uma pessoa priorize as</p><p>necessidades dos outros, deixando de cuidar das suas próprias necessidades;</p><p>Domínio V – Hipervigilância/inibição: Inclui os esquemas que priorizam a evitação de falhas e erros,</p><p>geralmente por meio de autoconsciência exagerada, regras e desprezo por desejos e emoções.</p><p>8. Submissão: Sente necessidade de agradar e para isso acaba se submetendo aos desejos de outras</p><p>pessoas.</p><p>9. Fracasso: Pessoas com esse tipo de esquema sentem uma desesperança constante, pois acreditam</p><p>que estão destinadas ao fracasso e nada do que façam vai ser bom o suficiente.</p><p>C- Falta de limites</p><p>10. Superioridade/grandiosidade: Pessoas com esse tipo de esquema se sentem superiores aos outros,</p><p>acreditando que tem mais direitos e talentos que os demais.</p><p>11. Insuficiência no autocontrole/autodisciplina</p><p>São pessoas que não conseguem controlar seus impulsos e desejos imediatos, mesmo que isso</p><p>prejudique seus planos de longo prazo.</p><p>D- Dedicação ao outro</p><p>12. Subjugação/repressão: Neste esquema, a pessoa esconde suas necessidades e desejos pois teme</p><p>que os outros vão reagir mal, expressando raiva ou decepção.</p><p>13. Auto-sacrifício/altruísmo: São pessoas que sentem que devem sacrificar suas próprias necessidades</p><p>para agradar ou atender às necessidades dos outros.</p><p>14. Busca por aprovação/reconhecimento: Neste esquema, as pessoas sofrem com o constante desejo</p><p>de aprovação, validação, reconhecimento e atenção dos outros. Esse desejo é tão intenso que a</p><p>pessoa chega a reprimir sua identidade, gostos e pensamentos.</p><p>E-Hipervigilância/inibição</p><p>15. Negatividade/pessimismo: Este esquema faz com que a pessoa espere sempre maus resultados,</p><p>apresentando uma tendência a enfatizar os aspectos negativos das situações, bem como minimizar os</p><p>aspectos positivos.</p><p>16. Inibição emocional: Pessoas que inibem suas emoções, em especial aquelas tidas como negativas</p><p>(tristeza, raiva, medo, entre outras), com o objetivo de evitar consequências negativas.</p><p>17. Perfeccionismo: Neste esquema, a pessoa tende a exigir o máximo de si mesma e das outras</p><p>pessoas. Ela desenvolve expectativas irrealistas, com bastante atenção a detalhes, e por conta disso</p><p>apresenta insatisfação constante.</p><p>18. Punitividade: Este esquema leva a pessoa a crer que todos os erros devem ser punidos,</p><p>independente de serem erros próprios ou de outras pessoas. Apresenta tendência a analisar e criticar</p><p>em demasia.</p><p>Outro conceito muito importante para a Terapia do Esquema são os estilos de enfrentamento, que são</p><p>as respostas que uma pessoa dá aos esquemas desadaptativos. Os estilos de enfrentamento se</p><p>expressam por meio de pensamentos, sentimentos e comportamentos. Os estilos de enfrentamento são</p><p>muito parecidos com as respostas de luta ou fuga. São eles:</p><p>Jeffrey Young determinou dez tipos de modos de enfrentamento na Terapia do Esquema. Cada estilo de</p><p>enfrentamento pode ser percebido na personalidade dos pacientes durante as sessões, e dialogam</p><p>entre si a partir de comportamentos, pensamentos e atitudes que a pessoa realiza no seu dia a dia. Os</p><p>modos de enfrentamento são fundamentais para compreender a posição subjetiva do sujeito dentro e</p><p>fora da clínica, contribuindo para uma análise mais profunda sobre seus sistemas de crenças:</p><p>Referências</p><p>Rendição: Ocorre quando a pessoa aceita o esquema e se rende a ele. Em geral, esse tipo de</p><p>enfrentamento acaba reforçando o esquema.É o caso de pessoas que sofreram negligência</p><p>emocional durante a infância e continuam se envolvendo com parceiros emocionalmente</p><p>negligentes na vida adulta.</p><p>Evitação: Na evitação, a pessoa tenta levar sua vida sem ativar o esquema. Ela pode acabar</p><p>evitando atividades e situações que poderiam ativar o esquema e trazer a sensação de</p><p>vulnerabilidade. Esse estilo de enfrentamento está relacionado ao desenvolvimento de padrões de</p><p>abuso e dependência de substâncias, bem como comportamentos compulsivos, arriscados e outros</p><p>comportamentos que possam promover algum tipo de distração do esquema.</p><p>Contra-ataque ou supercompensação: Nesse estilo de enfrentamento, a pessoa se esforça para</p><p>agir em oposição ao esquema. Apesar de parecer uma resposta saudável ao esquema, geralmente</p><p>a supercompensação acaba indo longe demais e, de alguma forma, reforça o esquema. Por conta</p><p>disso, a pessoa pode acabar desenvolvendo comportamentos que parecem agressivos, exigentes,</p><p>insensíveis ou excessivos, o que pode causar uma série de prejuízos nas relações interpessoais e na</p><p>relação consigo mesmo.</p><p>criança vulnerável: o afeto representa uma criança assustada e desamparada;</p><p>criança zangada: aqui, o afeto toma forma de uma criança irritada;</p><p>criança impulsiva: os comportamentos surgem a partir de desejos, realizando suas vontades de</p><p>forma negligente;</p><p>criança feliz: as necessidades emocionais básicas são cumpridas;</p><p>capitulador complacente: o afeto é submetido ao esquema, tornando-se passivo;</p><p>protetor desligado: utiliza ferramentas externas para se desligar psicologicamente do sofrimento,</p><p>como álcool e outras drogas;</p><p>hipercompensador: busca refutar o esquema por meio do maltrato e desrespeito ao outro;</p><p>pai ou mãe punitivos: pune o outro por se comportar mal;</p><p>pai ou mãe punitivos e exigentes: cria padrões elevados de comportamentos e pressiona o outro</p><p>para cumpri-los;</p><p>adulto saudável: cuida e modera suas atitudes consigo e com o outro, devendo ser um dos</p><p>objetivos terapêuticos.</p><p>1.  https://iptc.net.br/o-que-e-a-terapia-do-esquema</p><p>2.  https://blog.cognitivo.com/terapia-do-esquema-como-e-por-que-aplicar</p><p>3.  https://www.psychologytools.com/professional/therapies/schema-therapy</p><p>4.  https://www.healthline.com/health/schema-therapy-2</p><p>5.  https://blog.cognitivo.com/estilos-de-enfrentamento</p>

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