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<p>· O Que Significa “Constituição”?</p><p>“Em todos os lugares do mundo e em todas as épocas sempre existiu e sempre existirá isso que chamamos de Constituição”. Para ter uma "Constituição", são necessários três elementos fundamentais presentes na sociedade: a identidade, que se refere à pertença a um determinado local; a organização social, que define a maneira como o poder é estruturado entre o povo; e os valores subjacentes, que representam as normas e regras estabelecidas pela comunidade onde convive. Para compor sociedades ou Estados possuímos as matérias constitutivas que são aquelas que mostram como o povo existe.</p><p>· Constituição real, seria o modo efetivo das pessoas, não está preocupado com norma escrita;</p><p>· Constituição material, seria conjunto de normas jurídicas instituidores de uma comunidade não importando se estão ou não codificadas em um único documento;</p><p>· CONSTITUCIONALISMO tem como objetivo limitar o poder e estabelecer direitos e garantias legais;</p><p>· O Constitucionalismo veio para quebrar as sociedades estratificadas entre escravos, castas, burguesias para que todos fossem livres e considerados iguais perante a lei;</p><p>· Constituição Formal, documentos escritos que se tornaram atos constitutivos, é aquela dotada de supralegalidade e que, não pode, ser modificada por normas ordinárias. Constituição formal, sem dúvida, quanto à estabilidade será rígida.</p><p>O CASO MARBURY VS MEDSION: que ocorreu na corte americano, diz que é necessário um órgão que vise que ninguém ultrapasse esse limite, nisso é escolhido o judiciário para esta função.</p><p>· Sentidos Do Termo Constituição: Clássicos E Contemporâneos</p><p>Sentido Sociológico: para Ferdinand Lassalle, a Constituição escrita pode tanto ser uma “mera folha de papel”, quando seu texto não refletir as tensões de interesses sociais, ou ser eficaz e duradoura, caso reflita os fatores reais de poder da sociedade. Portanto, o que denominou de “fatores reais de poder” seriam o conjunto de forças que atuariam para a manutenção das instituições de um país em um dado momento histórico;</p><p>Sentido Jurídico: para Kelsen, Teoria Pura Do Direito, ele explica o critério de validade, ele diz que deve seguir a decisão de um juiz pois ela foi construída de acordo com a lei do país, a constituição é a lei superior do país que dá validade para as demais normas ele vai muito pelo campo do positivismo, tudo aquilo que está positivado e válido.</p><p>Sentido Político: para Schmitt a essência da Constituição está alocada nas decisões políticas de um povo e não em normas jurídicas positivadas, para ele os representantes estavam lá para defender apenas seus interesses e o povo precisava ser liderado pela figura de um líder.</p><p>Sentido Culturalista: para Hermann Heller, constituição é produto de uma cultura, vai envolver aspectos como jurídicos, políticos, econômicos, religiosos e os filosóficos. Seria uma teoria mista, para esta teoria diz que todas as outras tem uma parte de verdade, além de tudo disseram tem que observar a cultura.</p><p>Contemporâneos</p><p>· CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE: Gomes Canotilho, saída do estado liberal para social, com uma série de direitos sociais, as constituições precisavam também se adaptar a este novo modelo, para este autor, o jurídico vem antes da política;</p><p>· CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA: Marcelo Neves, ele não busca um significado para constituição, ele aponta uma “doença” que ataca a constituição, “em alguns lugares as constituições estão se tornando algo simbólico, principal característica ineficácia o discurso conotativo se sobrepõe o discurso denotativo;</p><p>· CONSTITUCIONALISMO PLURINACIONAL: questionar e tentar romper com aquele constitucionalismo moderno (clássico), esses povos perceberam que quando fomos colonizados, deixamos de lado a nossa própria cultura, “nós somos mentalmente colonizados ainda, ênfase na diversidade, reconhecimento constitucional.</p><p>Classificação das Constituições (CEFOE):</p><p>Quanto ao conteúdo</p><p>· Formal: está apenas em um texto, escrito. (BRA)</p><p>· Material: diluído em várias normas ao longo do tempo.</p><p>Quanto à estabilidade</p><p>· Imutável: Não se altera.</p><p>· Rígida: Muito difícil de alterar. (BRA)</p><p>· Flexível: Fácil de alterar.</p><p>· Semirrígida: Um pouco mais fácil que a rígida.</p><p>Quanto à forma</p><p>· Escrita (Dogmática): Materializa-se em um momento histórico (BRA)</p><p>· Não escrita (Histórica ou costumeira): Modelo inglês, feito aos poucos, está espalhado.</p><p>Quanto à origem</p><p>· Promulgada (ou democrática): Veio da vontade do povo, diretamente ou indiretamente. (BRA)</p><p>· Outorgada (ou autocrática): imposta por um governo autocrática.</p><p>· Cesarista: Nasce imposta, porém depois passa por um plebiscito ou referendo, depois é aceita.</p><p>Quanto à extensão</p><p>· Analítica: Fala de bastante coisa, além de divisão do poder (BRA)</p><p>· Sintética: Trata apenas do básico.</p><p>Nossa Constituição (PEDRA) é Formal, Escrita, Dogmática, Promulgada, Analítica e Rígida.</p><p>A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é discutida e votada em dois turnos, em cada Casa do Congresso, e será aprovada se obtiver, na Câmara e no Senado, 3/5 dos votos dos deputados e dos senadores.</p><p>Aplicabilidade das normas constitucionais</p><p>Eficácia jurídica ≠ Eficácia social</p><p>Eficácia jurídica é a capacidade de uma norma de gerar efeitos no meio jurídico, revogando as normas anteriores e impedindo que novas normas sejam introduzidas no ordenamento jurídico. A eficácia social é o efeito que a norma produz no meio social, podendo ter aderência pela sociedade ou sendo ignorada.</p><p>PLENA: possuem eficácia social e jurídica, tendo aplicabilidade imediata (direta).</p><p>CONTIDA: apresentam aplicabilidade imediata (direta), entretanto não são integrais. Isso ocorre porque a norma em questão pode sofrer redução de sua eficácia e aplicabilidade, reduzindo seu alcance por meio de norma infraconstitucional, por norma da própria Constituição. Sempre que houver expressões como “salvo disposição em lei”</p><p>LIMITADA: possui aplicabilidade mediata (indireta), uma vez que essa norma precisa de uma lei integrativa infraconstitucional ou uma integração por emenda constitucional para produzir todos os seus efeitos de forma completa, portanto, a norma é de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida (aplicabilidade diferida). Sempre que tiver expressões como “a lei disporá”</p><p>· PODER CONSTITUINTE: Definido como “aquele poder ao qual incumbe criar ou elaborar uma Constituição, alterar ou reformar uma Constituição e complementar uma Constituição”. O titular é o povo.</p><p>Tipos de poder constituinte:</p><p>· Poder Constituinte Originário (cria) ocorre em um momento extraordinário, rompendo a ordem anterior. Acontece nas revoluções, onde se rompe com o poder do momento e cria um novo. CARACTERÍSTICAS: é inicial, autônomo, ilimitado, incondicionado não guarda termos prévios p/ nova Constituição, permanente pois está locado no povo que é seu titular;</p><p>· Poder Constituinte Derivado-Reformador (altera) é, por definição, limitado e condicionado pelo originário, é aquele que visa dentro dos limites estabelecidos pelo p. originário, alterar, revisar o texto constitucional, é manifestado através das EMENDAS CONSTITUCIONAIS. CARACTERÍSTICAS: limitado, condicionado, dependente.</p><p>· Poder Constituinte Derivado Decorrente (complementar): Cada Estado-membro faz a sua Constituição Estadual. CARACTERÍSTICAS: derivado, limitado, condicionado, subordinado.</p><p>As Constituições Podem Ser Alteradas Apenas Pelo PCDR Que Vimos? NÃO</p><p>O Distrito Federal exerce Poder Constituinte Decorrente? SIM</p><p>E os Municípios, exercem Poder Constituinte Decorrente? NÃO</p><p>MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL é a possibilidade de alterar o sentido de uma norma sem precisar fazer uma mudança expressa no texto.</p><p>· Hermenêutica: conjunto de teorias, de construções teóricas, estudos, métodos de como interpretar algo.</p><p>“A norma é o produto da interpretação.” Mas a tarefa do intérprete/aplicador não se esgota aí; o significado da norma também haverá de levar em conta a realidade fática que criou o problema que suscitou a necessidade de interpretação</p><p>Métodos de interpretação:</p><p>1. Hermenêutica Clássica/Jurídico: a Constituição é interpretada com os mesmos</p><p>recursos interpretativos das demais leis;</p><p>2. Método Tópico-Problemático: analisa o problema concreto para a norma, somente se pode interpretar a partir do caso concreto, buscando a solução com maior número de interlocutores;</p><p>3. Método Hermenêutico-Concretizador: a interpretação constitucional tem que levar em consideração o texto constitucional e a realidade em que esta será aplicada (movimento de ir e vir) caracterizando o GIRO Hermenêutico: o intérprete não pode fazer escolhas políticas de acordo com suas preferências, buscando-se a definição de parâmetros para a orientação da sua atuação).</p><p>4. Método Científico-Espiritual: a intérprete atenta à realidade social e aos valores subjacentes atuais da sociedade, os significados de suas normas são constantemente renovados na medida em que são alterados os valores da sociedade.</p><p>5. Método Normativo-Estruturante: inexistência de identidade entre norma jurídica e texto normativo, além disso a norma pode ser concretizada pelo legislador, Judiciário, Governo;</p><p>6. Método Da Comparação Constitucional: comparação nos vários ordenamentos, mantendo comunicação com várias outras Constituições;</p><p>PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL</p><p>· Unidade Da Constituição: a Constituição deve ser interpretada como um todo unitário, sem diferenças hierárquicas;</p><p>· Efeito Integrador: na resolução de problemas deve dar preferência aos critérios que favoreçam a integração política e social;</p><p>· Harmonização: as normas constitucionais devem coexistir de forma harmônica, não há hierarquia entre as mesmas;</p><p>· Máxima Efetividade: se uma norma permitir mais de uma intepretação, deverá ser adotada aquele que garanta uma maior eficácia;</p><p>· Conformidade Funcional Ou Justeza: o intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer sua força normativa, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário.</p><p>· Interpretação Conforme A Constituição: no caso de normas que admitem mais de uma interpretação, devemos dar preferência à interpretação que mais seja compatibilizada com o conteúdo constitucional.</p><p>· Proporcionalidade Ou Razoabilidade: tem três elementos adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Princípio muito importante em situações de colisão entre valores constitucionalizados.</p><p>Regras e princípios</p><p>Estado Democrático de Direito: sistema normativo aberto de regras e princípios. Não há hierarquia entre regras e princípios.</p><p>As normas princípios são mais genéricas, em comparação com as normas regras;</p><p>PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (Art 1º ao 4º CF)</p><p>As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais.</p><p>NEOCONSTITUCIONALISMO: movimento pós 2º guerra, que tem como objetivo estabelecer um novo modo de compreender, interpretar e aplicar as normas constitucionais.</p><p>FUNDAMENTOS DO ESTADO BRASILEIRO</p><p>ART. 1º</p><p>SEPARAÇÃO DOS PODERES</p><p>ART. 2º</p><p>OBJETIVOS PRIMORDIAIS</p><p>ART. 3º</p><p>DIRETRIZES INTERNACIONAIS</p><p>ART. 4º</p><p>· FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO/ FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA/ SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO.</p><p>· Princípio Republicano: expressa a representatividade de governantes pelo povo, elegibilidade e temporariedades dos mandatos, igualdade formal entre todos. Exprime ideias que se assemelham ao conceito de democracia.</p><p>· Princípio Federativo: Para ser efetiva necessita de repartição rígida das competências, indissolúvel não podendo nenhum dos entes políticos romper o pacto federativo, os Estados federados ou membros são autônomos para o Direito Interno.</p><p>Obs: União Estados, Municípios, DF todos igualmente autônomos, ocupam, juridicamente, o mesmo plano hierárquico, nenhum “manda mais”.</p><p>· Princípio Do Estado Democrático De Direito: uma Constituição elaborada conforme a vontade popular, por eleições livres e periódicas, por um sistema de garantia dos direitos humanos, pela divisão dos poderes. Consiste em superar as desigualdades sociais.</p><p>· Princípio da separação dos poderes: Cada um dos três poderes possui funções próprias e age de maneira independente, mas também interage com os demais em um sistema de freios e contrapesos. Positiva: fixa a organização dos poderes/ Negativa: fixa limites e controles recíprocos.</p><p>Art. 1º FUNDAMENTOS DO ESTADO BRASILEIRO (SO/CI/DI/VA/PLU)</p><p>· Soberania- una, indivisível, inalienável e imprescritível;</p><p>· Cidadania- votar e ser votado, possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo</p><p>· Dignidade Da Pessoa Humana (a Dignidade é a medida do valor daquilo que não tem preço) - é como se fosse uma cebola, várias camadas, onde demanda várias dimensões que sem elas não é possível alcançar a dignidade, os seres humanos nunca serão objetos instrumentalizado, o ser humano tem que ser transcendental, autonomia existencial cada pessoa tem que ter a liberdade de se sentir realizado por meio de seus sonhos, projetos; direito ao mínimo existencial às vezes a pessoa não possui o mínimo para sobreviver e acaba se submetendo ao um trabalho “escravizado”, direito ao reconhecimento uma pessoa transexual não tem seu direito devido reconhecido ;</p><p>· Valor Social- o Estado deve dar oportunidades para que todos cidadãos possam realizar;</p><p>· Pluralismo Político- busca-se assegurar a liberdade de expressão, manifestação e opinião, garantindo-se a participação do povo na formação da democracia.</p><p>Art. 2º SEPARAÇÃO DOS PODERES: são independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.</p><p>Art. 3º OBJETIVOS PRIMORDIAIS: construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza, promover o bem de todos. Esse artigo lembra da CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE por conter normas definidoras de tarefas e programas de ação a serem concretizados pelos poderes públicos.</p><p>Art. 4º DIRETRIZES INTERNACIONAIS: Normas que fixam as diretrizes a serem adotadas pelo Brasil nas Relações Internacionais.</p><p>*Direitos Humanos São UTILIZADOS EM TRATADOS Internacionais, Já Os Direitos Fundamentais estão na CF.</p><p>· O que são Direitos Fundamentais:</p><p>Os direitos fundamentais são direitos protetivos, que garantem o mínimo necessário para que um indivíduo exista de forma digna dentro de uma sociedade.</p><p>· Características dos direitos fundamentais: são titulares os brasileiros e estrangeiros residentes no país, historicidade, irrenunciáveis, universalidade e inalienabilidade; SÃO DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO!</p><p>DIREITOS DO ART 5º</p><p>· Direito À Vida: leva em consideração da condição de viver de forma digna.</p><p>· Direito À Liberdade: engloba o direito de ir e vir, o direito de livre expressão e pensamento, de liberdade religiosa, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo sem lei exigindo</p><p>ou proibindo.</p><p>· Direito À Igualdade: possibilidade de as pessoas serem tratadas como iguais, tendo em mente as suas diferenças entre si.</p><p>· Direito À Segurança: a capacidade do Estado em punir aqueles que não respeitam as leis.</p><p>· Direito À Propriedade: garantir que todos tenham a possibilidade morar e subsistir de forma digna.</p><p>· XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;</p>