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<p>Bactérias Fitopatogênicas</p><p>Bacteriologia de Plantas: é uma especialização da fitopatologia que estuda as doenças de plantas causadas por bactérias e outros procariontes.</p><p>Características das bactérias</p><p>- Ausência de organelas envolvidas por membranas</p><p>- Ribossomos 70S</p><p>- Ausência de mitocôndrias</p><p>- Genoma não associado a histonas</p><p>- Unicelular</p><p>- Apenas 1 cromossomo</p><p>- Genoma é DNA circular</p><p>- Ausência de cloroplastos</p><p>- Ausência de citoesqueleto</p><p>-> Maioria das bactérias fitopatogênicas são Bastonete</p><p>Característica Celular</p><p>- Envelope celular-funções: fazer analogia a um filtro</p><p>- As características do envelope determinam a coloração gram.</p><p>- Escherichia coli: gram negativa não fito patogênica</p><p>Peptídeoglicano: Gram+ apresentam maior quantidade</p><p>É formado por AAs e Açúcares</p><p>Confere rigidez à parede celular de bactérias, determina a forma da bactéria e protege a lise osmótica, quando em meio hipotônico.</p><p>Estruturas externas</p><p>Flagelo</p><p>- Constituído de flagelina</p><p>- Penetração na planta</p><p>- Contribui para o movimento</p><p>- Taxonomia: presença, número e posição</p><p>- Tipos: atríquio, monotríquio, lofotríquio, anfitríquio, peritríquio</p><p>Fímbrias: constituído de fimbrina. Ajudam na adesão a superfícies, processo de recombinação (conjugação), reconhecimento por bacteriófagos (controle biológico). São menores que flagelos e pili/pilus.</p><p>Cápsula: composta de exopolissacarídeos (EPS), é uma camada viscosa que recobre a célula. A maioria das fitobactérias apresentam.</p><p>Funções</p><p>- Aderência</p><p>- Patogenicidade</p><p>- Toxina</p><p>- Proteção contra dessecamento</p><p>- Receptor para bacteriófagos</p><p>- Resistência à fagocitose</p><p>- Reconhecimento bactéria-planta</p><p>Estruturas Internas</p><p>Citoplasma</p><p>- Permeabilidade seletiva a passagem de substâncias de dentro para fora da célula</p><p>- Sítio de reações metabólicas: glicólise, fosforilação oxidativa</p><p>- É eletrodenso e sob microscópio aparenta-se granular devido a presença de ribossomos</p><p>Material genético</p><p>Expressão de proteínas de todo o metabolismo da célula: respiração, flagelina, parede celular.</p><p>Plasmídeo</p><p>DNA circular, autoreplicativos, não essencial, fato de virulência, zero a vários por célula, resistência a antibióticos, uso em biologia molecular pode ser transferidos na conjugação.</p><p>Ribossomos</p><p>Importante para síntese proteica e taxonomia</p><p>Mesossomo</p><p>Onde é gerado gradiente protônico => ATP</p><p>- São invaginações da membrana onde estão localizadas as enzimas da respiração e envolvimento com o processo de replicação do DNA</p><p>Crescimento e Reprodução</p><p>Assexuada</p><p>- Bipartição, cissiparidade ou fissão binária – nesse processo a célula bacteriana duplica seu cromossomo e se divide ao meio, originando duas novas bactérias idênticas à original.</p><p>Sexuada</p><p>- Conjugação – Consiste na passagem (ou troca) de material genético entre duas bactérias através de uma ponte citoplasmática formada pelo pilus</p><p>Transformação</p><p>- A bactéria absorve moléculas de DNA dispersos no meio. Esse DNA pode vir de bactérias mortas no meio, por exemplo.</p><p>Transdução</p><p>- As moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando um vírus como vetor.</p><p>Ciclo das relações bac-hospedeiro</p><p>Sobrevivência</p><p>- Fitobactérias não formam endósporos</p><p>Fase residente: como epífitas no filoplano (raiz ou folhas)</p><p>Fase patogênica: cultura, daninhas, material propagativo</p><p>Fase saprofítica: em restos culturais, mat. Orgânica, habitantes naturais do solo.</p><p>DISSIMINAÇÃO: A longas distâncias</p><p>- Sementes, mudas, bulbos, rizomas, toletes, estacas, gemas, turbérculos...</p><p>Bactéria na semente:</p><p>- Na superfície ou internamente (difícil de erradicar)</p><p>DISSIMINAÇÃO: A curtas distâncias</p><p>- Chuva, orvalho, irrigação por aspersão, sulco, vento com água, tratos culturais, insetos vetores.</p><p>Penetração</p><p>- Aberturas naturais: lenticelas, flor, tricomas, hidatódios, nectários e estômatos</p><p>- Ferimentos: função de abertura natural, contato direto, meio de cultura (multiplicação)</p><p>Colonização e multiplicação</p><p>Bactérias se multiplicam e movimentam</p><p>- Nos espaços intercelulares: resultando em sintomas de mancha, podridão mole, hiperplasia etc.</p><p>- Nos feixes vasculares: resultando em sintomas de murcha, cancro, morte dos ponteiros.</p><p>Principais gêneros de fitobactérias e molicutes</p><p>Patovar (pv.): capacidade de causar doença a determinadas plantas hospedeiras. Termo que “substitui” forma spcialis em micologia.</p><p>Corineformes (Clavibacter spp./Curtobacterium spp.)</p><p>- Bastonetes curtos, retos ou curvos, pleomórficos.</p><p>- Células atríquias no geral, com 0,5-0,9 a 1,5-4 um</p><p>- Aeróbias estritas, Gram-positivas.</p><p>- Colônias pigmentadas (laranja) até quase brancas.</p><p>-> Clavibacter michiganensis subsp. Michiganensis – Cancro bacteriano do tomateiro</p><p>-> Clavibacter xyli subsp. Xyli – Raquitismo da soqueira da cana-de-açúcar</p><p>-> Curtobacterium flaccumfaciens pv. Flaccumfaciens – Murcha bacteriana do feijoreiro/soja</p><p>Erwinia spp. e Pectobacterium spp.</p><p>- Bastonetes retos</p><p>- Anaeróbicos facultativos, gram negativo</p><p>- Células peritríquias com 0,5-1,0 a 1-3um</p><p>- Dois grandes grupos: amylovora (não produz enzimas pécticas) e carotovora (Pectobacterium spp.)</p><p>- Pectobacterium carotovora – Podridões moles</p><p>- Erwinia amylovora – Queima ou mancha foliar</p><p>Pseudomonas spp.</p><p>- Bastonetes retos ou curvos, móveis</p><p>- Gram negativos</p><p>- Aeróbicos estritos</p><p>- Produzem pigmentos fluorescentes</p><p>- P. syringae pv. Tomato – Pinta bacteriana do tomateiro</p><p>Ralstonia spp.</p><p>- Semelhante a Pseudomonas spp., porém sem pigmento fluorescente</p><p>- Bastonetes retos ou curvos, móveis</p><p>- Gram-negativos, aeróbicos estritos</p><p>- Habitantes de solo</p><p>- R. solanacearum – Murcha bacteriana das solanáceas</p><p>Ralstonia Solanacearum</p><p>- Alta capacidade de sobrevivência (parasita facult.)</p><p>- Patógeno muito versátil (>200 espécies hosp.)</p><p>- Usa ampla fonte de substratos (a.a., açúcares, ác. Graxos, derivados de lignina)</p><p>- Resiste a vários compostos tóxicos do solo (arsênio, cobre, cádmio, mercúrio)</p><p>- Resiste a temperatura altas (prof x temp)</p><p>Xanthomonas spp.</p><p>- Aeróbicos estritos, Gram-negativos</p><p>- Móveis por meio de 1 flagelo polar</p><p>- Produção do pigmento amarelo – xantomonadina</p><p>X. aconopodis pv. Citri/pv. Vitícola -> Cancro cítrico / Cancro bacteriano da videira</p><p>X. campestres pv. Campestres -> Podridão negra das crucíferas</p><p>X. campestres pv. Vesicatoria</p><p>Sintomas</p><p>- Lesões grandes nos frutos e queima nas folhas.</p><p>Xylella spp.</p><p>- Gram negativa, células atríquias</p><p>- Colonizam o xilema do hospedeiro</p><p>- Nutricionalmente fastidiosa</p><p>- Aeróbias estritas</p><p>X. fastidiosa -> Clorose variegada dos citrus – CVC</p><p>Sintomas</p><p>- Frutos ficam queimados pelo sol, com tamanho reduzido, endurecidos e com maturação precoce.</p><p>- Face superior: pontuações circulares de cor amarela.</p><p>- Face inferior: lesões de cor palha, às vezes necrosadas.</p><p>- Plantas muito afetadas: ramos secos, desfolhados e com pencas de frutos miúdos.</p><p>Agrobacterium spp.</p><p>- Forma de bastonete</p><p>- Gram negativa, 1 a 6 flagelos peritríquios</p><p>- Aeróbica estrita, célular brancas</p><p>- Indução de tumores sem plantas</p><p>- Habitantes de solo</p><p>A. tumefaciens / A. vitis -> Galha da coroa ou tumor</p><p>Roseira: galhas ou tumores de tamanho e forma variável com a superfície rugosa e fendilhada, normalmente situadas na altura do colo da planta ou nas raízes. Geralmente o patógeno não mata o hospedeiro, mas plantas com tumores crescem pobremente e sua produção é reduzida.</p><p>Citrus</p><p>Greening (Candidatus Liberibacter asiaticus, Candidatus Liberibacter Americanus e Candidatus Liberibacter africanus)</p><p>- Bactéria de floema, transmitida por psilídeo</p><p>-> Huanglongbing = Doença do Dragão Amarelo</p><p>Batata</p><p>Sarna-comum (Streptomyces spp.)</p><p>- Não reduz a produção da planta -> afeta a aparência dos tubérculos, reduzindo o seu valor comercial.</p><p>Sintomas</p><p>· Lesões corticosas e marrons, mais ou menos superficiais, com formatos variáveis, em função das condições de ambiente e da estirpe do patógeno.</p><p>Maior ocorrência</p><p>· Solos alcalinos ou ricos em matéria orgânica e solos secos, principalmente no início da tuberização.</p><p>Controle de doenças bacterianas</p><p>Dificuldades</p><p>- Inexistência de produtos químicos eficientes</p><p>- Rápido aumento do inóculo em curto espaço de tempo</p><p>- Disseminação eficiente</p><p>· O controle deve ser integrado – adoção de diversas medidas,</p><p>desde antes do plantio até a comercialização.</p><p>Métodos</p><p>- Legislação fitossanitária: quarentena, certificação</p><p>- Controle cultural: roguing, irrigação, rotação</p><p>- Controle biológico: biopesticidas, atividades</p><p>- Controle genético: variedades resistentes</p><p>- Controle físico: termoterapia, radiação</p><p>- Controle químico: antibióticos, tratamento de sementes, fungicidas cúpricos</p><p>Legislação fitossanitária</p><p>-> Adoção de medidas que visam impedir que o patógeno alcance determinado local onde ainda não ocorre (ex: campanhas de erradicação)</p><p>1) Quarentenas</p><p>2) Certificação de sementes e mudas</p><p>Controle Culturas</p><p>- Sementes/mudas sadias (certificação fitossanitária)</p><p>- Drenagem do solo para evitar encharcamento</p><p>- Controle do nematoide das galhas e insetos no solo</p><p>- Rotação de culturas (preferência gramíneas)</p><p>- Eliminar os restos de cultura após a colheita</p><p>- Tratamento de estacas (tutores em tomadeiro)</p><p>- Órgãos subterrâneos -> colher com solo seco e permitir a cura durante 1-2 duas</p><p>Greening</p><p>Controle:</p><p>- Uso de mudas sadias</p><p>- Inspecionar e eliminar plantas doentes</p><p>- Eliminar plantas de murta</p><p>- Controle do vetor (psilídeo)</p><p>Controle físico</p><p>- Uso de radiação (só experimental), calor seco, calor úmido (termoterapia) para erradicar bactérias do material de propagação</p><p>- Solarização é indicado para bactérias que sobrevivem por mais tempo no solo (Ralstonia spp. e Agrobacterium spp.)</p><p>Controle Biológico</p><p>- Biopesticidas ou Pesticidas biológicos: utilização de um organismo antagonista para o controle do patógeno.</p><p>- Indução de resistência: não tem efeito inibitório direto sobre patógenos</p><p>- Ativam mecanismos de resistência das plantas</p><p>- Caso de indução de resistência chamado de SAR</p><p>Controle Químico</p><p>Fungicidas cúpricos</p><p>São também bactericidas, relativamente baratos, facilmente encontrado no mercado, uso preventivo -> reduz a</p><p>disseminação da bacteriose.</p><p>Antibióticos agrícolas -> ineficiente</p><p>Molicutes</p><p>Molicutes = Micoplasmas (Fitoplasmas e Espirolplasmas)</p><p>Procariotos sem paredes celulares, tamanho pequeno característico (1-2um de um diâmetro).</p><p>Ciclo em dois hospedeiros (pode se replicar em cigarrinha, psilídeo ou outro vetor e plantas hospedeiras.</p><p>- Encontrado no floema</p><p>- Sensívei a tetaciclina e não a penicilina</p><p>- Causam doenças chamadas de “amarelos” (Fitoplasma) ou enfezamentos (Fitoplasma e Espiroplasma)</p><p>Fitoplasmas</p><p>- Pleomórficos</p><p>- Não cultivado em meio de cultura</p><p>- No Brasil: superbrotamento do maracujazeiro, do feijoeiro, da mandioca e da soja, enfezamento vermelho do milho, declínio do caquizeiro, cálice gigante do tomateiro.</p><p>Espiroplasmas</p><p>- Molicutes helicoidais</p><p>- Isolado e crescido em meio de cultura</p><p>- No Brasil: Enfezamento pálido do milho, Stubborn dos citrus</p><p>Sintomas Típicos</p><p>- Amarelos ou amarelões, enfezamento, virescência (desenvolvimento de clorofila em órgãos não clorofilados) , filodia (transformação de órgão florais em folhas), variegação, clorose, redução no tamanho e cor da flor, distorção floral, superbrotamento, fasciação (folhas afiladas).</p><p>Ciclo da doença</p><p>Sobrevivência</p><p>- Plantas doente (cultivadas/daninhas), vetores, material propagativo.</p><p>Disseminação</p><p>- Vetores, material propagativo doente, enxertia.</p><p>Pouca informação sobre os molicutes! Dificulta o controle!</p><p>Controle – Molicutes</p><p>- Material propagativo livre de doença</p><p>- Roguing, prática mais usada!</p><p>- Antibióticos:</p><p>Spiroplasma: são resistentes a penicilina, ampicilina e rifamicina. E sensíveis a eritromicina e tetraciclina</p><p>Fitoplasmas: Sensíveis a tetraciclina</p><p>- Resistência genética</p><p>Possibilidade! (Cana, milho e citrus no Brasil)</p><p>- Controle dos vetores</p><p>Psilídio e cigarrinha, com práticas culturais porém o controle químico do vetor é pouco eficiente no controle da doença.</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p>