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<p>IMPORTANTE</p><p>Data limite para aplicação</p><p>desta prova: 06/04/2024</p><p>UNIP EAD</p><p>Código da Prova: 124379816760</p><p>Curso: ADMINISTRAÇÃO</p><p>Série: 1 Tipo: Bimestral - AP</p><p>Aluno: 2419907 - FRANKLIN DA SILVA BEZERRA</p><p>I - Questões objetivas – valendo 10 pontos</p><p>Gerada em: 03/04/2024 às 17h42</p><p>------------------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p>Instruções para a realização da prova:</p><p>1. Leia as questões com atenção.</p><p>2. Confira seu nome e RA e verifique se o caderno de questão e folha de respostas correspondem à sua disciplina.</p><p>3. Faça as marcações primeiro no caderno de questões e depois repasse para a folha de respostas.</p><p>4. Serão consideradas somente as marcações feitas na folha de respostas.</p><p>5. Não se esqueça de assinar a folha de respostas.</p><p>6. Utilize caneta preta para preencher a folha de respostas.</p><p>7. Preencha todo o espaço da bolha referente à alternativa escolhida, a caneta, conforme instruções: não rasure, não</p><p>preencha X, não ultrapasse os limites para preenchimento.</p><p>8. Preste atenção para não deixar nenhuma questão sem assinalar.</p><p>9. Só assinale uma alternativa por questão.</p><p>10. Não se esqueça de responder às questões discursivas, quando houver, e de entregar a folha de respostas para o tutor</p><p>do polo presencial, devidamente assinada.</p><p>11. Não é permitido consulta a nenhum material durante a prova, exceto quando indicado o uso do material de apoio.</p><p>12. Lembre-se de confirmar sua presença através da assinatura digital (login e senha).</p><p>Boa prova!</p><p>------------------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p>Questões de múltipla escolha</p><p>Disciplina: 536630 - INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS</p><p>Questão 1: Leia a charge a seguir.</p><p>Disponível em https://www.facebook.com/humorinteligente01/photos/a.302397109784937/2636082953082996/?type=3&theater. Acesso em: 21</p><p>fev. 2020.</p><p>Com base na leitura, analise as afirmativas.</p><p>I. A charge mostra o processo de fabricação de um ovo de chocolate com a intenção de ilustrar a complexidade da</p><p>produção e mostrar a sua importância na economia do país.</p><p>II. O objetivo da charge é criticar o sistema econômico excludente, que explora mão de obra infantil e impede que o</p><p>trabalhador consuma o que ele ajudou a produzir.</p><p>III. A charge alinha-se ao discurso da meritocracia ao mostrar o esforço pessoal e a necessidade de aspirações.</p><p>É correto o que se afirma apenas em:</p><p>A) I.</p><p>B) II.</p><p>C) III.</p><p>D) I e II.</p><p>E) II e III.</p><p>Questão 2: Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a interpreta.</p><p>Disponível em: <https://www.facebook.com/DepositoDeCartuns/photos/a.141674892627444.26560.141672549294345>. Acesso em: 2 jul. 2017.</p><p>A) Hoje em dia, as pessoas não querem ler, gostam apenas de aparelhos eletrônicos.</p><p>B) Na vida, a pessoa precisa ter luz própria para achar seu caminho.</p><p>C) A leitura transforma o modo como vemos as coisas.</p><p>D) O livro impresso é um objeto arcaico, que oferece um modo de leitura pouco atraente.</p><p>E) As pessoas andam nas trevas até absorverem mensagens de caráter religioso, que iluminam seus caminhos.</p><p>Questão 3: Leia o texto a seguir.</p><p>A descartabilidade das mercadorias e pessoas: consumo, obsolescência e relacionamentos humanos</p><p>Rita Alves</p><p>Recentemente, circulou pelas redes sociais digitais uma pequena história na qual um casal de idosos, juntos há décadas,</p><p>é interrogado sobre o segredo de se manter um relacionamento tão longo; respondem que na época em que se casaram</p><p>não se costumava jogar fora um aparelho quebrado, mas se buscava consertá-lo e, assim, seguia-se a vida por muitos</p><p>anos com os mesmos equipamentos. O casal estava dizendo, em outras palavras, que a longevidade de seu</p><p>relacionamento se baseava na capacidade de “consertar” as fissuras da relação em vez de descartá-la quando os</p><p>problemas aparecem.</p><p>Os relacionamentos, assim como as mercadorias, passam por um período de intensa descartabilidade. O cientista social</p><p>polonês Zygmunt Bauman já apontou a íntima relação entre as práticas de consumo contemporâneas e a fragilidade</p><p>dos laços humanos na atualidade.</p><p>O consumo é pautado pela obsolescência planejada e pelo desejo intenso por novidades, mudanças e, principalmente,</p><p>novos desejos. Para ele, a satisfação dos desejos é angustiante na medida em que nos obriga a eleger um novo objeto de</p><p>desejo; aponta que atualmente “o desejo não deseja a satisfação; o desejo deseja o desejo”. Daí a sensação constante de</p><p>angústia e a incessante busca por novos desejos e realizações. O mesmo acontece com os relacionamentos atuais. As</p><p>relações amorosas, as amizades, os contratos de trabalho e até mesmo os laços familiares são afetados por essa lógica</p><p>da descartabilidade e da efemeridade do consumo, ou melhor, do consumismo.</p><p>Segundo o antropólogo David Harvey, trata-se da lógica do capitalismo implementada após a Segunda Guerra Mundial,</p><p>que trouxe a alteração das nossas noções de tempo e espaço a partir da aceleração do tempo de giro das mercadorias.</p><p>Os bens materiais passaram a ser produzidos, distribuídos, consumidos e descartados com maior velocidade. Com essa</p><p>compressão do tempo, passamos a valorizar a velocidade e a aceleração, que se transformaram em valores</p><p>inquestionáveis, como se o veloz fosse, necessariamente, o bom e o desejável.</p><p>A partir daí, nosso cotidiano passou a ser pautado pela efemeridade, pela volatilidade, pela instantaneidade, pela</p><p>simultaneidade e, no limite, pela descartabilidade. Para Bauman, neste mundo líquido, flexível e mutável em que</p><p>vivemos, a única coisa sólida e perene que nos sobra é o lixo, que se amplia, acumula e permanece como um dos</p><p>maiores problemas do planeta.</p><p>O desejo de mudança já está interiorizado e presente nas nossas ações. Desejamos mudar os cabelos, a cor das paredes</p><p>das nossas casas, nossos corpos, automóveis. “Mude a sua sala de estar mudando apenas a mesinha de centro”, dizia o</p><p>anúncio de uma revista de decoração.</p><p>“Mude, seja outra pessoa”, sugere a cultura contemporânea. Os reality shows de intervenção trocam todo o guarda-</p><p>roupa dos participantes e jogam no lixo toda sua história, todas as suas lembranças e memórias impregnadas nas</p><p>roupas; trocam todos os móveis da casa por outros novos e alinhados com as tendências contemporâneas, mas que,</p><p>sabe-se, não durarão mais que cinco ou seis anos em boas condições, posto que são feitos apenas para atender à moda</p><p>do momento. Essas práticas de consumo envolvem não só a qualidade das mercadorias adquiridas, mas também a</p><p>quantidade, nunca tivemos tantos objetos.</p><p>É esse o cenário que envolve também os relacionamentos humanos, dos matrimônios às amizades, da sexualidade aos</p><p>circuitos familiares. As relações amorosas, por exemplo, entram na mesma lógica quantitativa e efêmera que</p><p>desenvolvemos com os objetos, especialmente entre os jovens, que não escondem a valorização dos “ficantes” nas suas</p><p>baladas noturnas; numa mesma noite “fica-se” com vários parceiros efêmeros e passageiros, às vezes nem mesmo</p><p>perguntam-se os nomes e já partem para outra conquista rápida; ao final da noite, uma contabilidade geral indica o</p><p>status de cada um. Mesmo quando a relação é duradoura, o tempo entre o namoro, o casamento e a separação pode ser</p><p>de alguns anos, às vezes meses. A angústia do compromisso duradouro está na base dessa volatilidade amorosa; “será</p><p>que estou perdendo algo melhor?”; o medo da descartabilidade aflige as duas partes: ou seremos descartados ou</p><p>descartaremos nosso par. Entre as amizades juvenis, acontece quase o mesmo; troca-se de turma, incorporam-se novos</p><p>amigos; as redes sociais digitais registram a intensidade do relacionamento, “adorei te conhecer!”, e, depois de alguns</p><p>dias de exposição das afinidades e afetos, deixa-se que a nova amizade esfrie até que seja substituída por outra mais</p><p>nova ainda. No âmbito de trabalho, antigamente dedicava-se à mesma empresa por 30 ou 40 anos; hoje em dia, dizem</p><p>os especialistas em gestão de carreiras que não se deve permanecer num mesmo emprego por mais de cinco anos, que</p><p>isso pode</p><p>parecer acomodação e falta de ousadia profissional. Busca-se descartar o emprego antes de ser descartado</p><p>pelo patrão.</p><p>De certa forma, as redes sociais digitais vieram contribuir para essa situação, provocando o aumento dos</p><p>relacionamentos superficiais e passageiros, as conversas fragmentadas e teatralizadas, o excesso de “amigos” e convites</p><p>para eventos aos quais não conseguimos dar muita atenção.</p><p>As vozes pessimistas consideram que as tecnologias digitais estão contribuindo para o isolamento, a separação e a</p><p>superficialidade das relações humanas. Isso pode ser verdadeiro em muitas situações, mas existem outros lados dessa</p><p>questão. As redes on-line também resgatam antigas amizades e recuperam, mesmo que pontualmente, relações</p><p>deixadas no passado; recuperam-se fotografias antigas, marcam-se encontros de turmas do colégio, apresentam-se os</p><p>filhos e maridos ou esposas. Com a recente entrada dos idosos nas redes sociais, temos presenciado interessantes</p><p>alterações nas dinâmicas familiares, com a criação de novos canais de comunicação entre avós e netos, por exemplo, ou</p><p>ainda entre parentes há muito separados pela distância ou dificuldades de locomoção; as separações geográficas e</p><p>geracionais no âmbito familiar estão sendo reconfiguradas de forma interessante e contribuindo positivamente para o</p><p>resgate da socialização dos idosos.</p><p>Apesar do quadro desalentador que envolve o consumo exacerbado e os relacionamentos humanos, temos observado</p><p>práticas alternativas que vão na contramão dessa situação. Espalha-se pelo mundo o movimento slow, que questiona a</p><p>velocidade e a descartabilidade das mercadorias e relações, propondo um retorno às práticas desaceleradas de tempos</p><p>atrás. A vertente mais conhecida desse movimento é o slow food, que propõe que voltemos a preparar a comida</p><p>lentamente, que conversemos com o açougueiro, o padeiro e o verdureiro; que convivamos com nossos amigos na beira</p><p>do fogão enquanto preparamos a comida lentamente. Na contramão do fast food, o slow food busca resgatar os rituais</p><p>de alimentação que sempre estruturaram as relações familiares e de amizades. Vemos ainda a emergência de grupos</p><p>que questionam o consumo excessivo e inconsequente, propondo o consumo consciente no qual se buscam informações</p><p>sobre as práticas sociais das empresas produtoras, questionam-se as embalagens, aponta-se a possibilidade de reutilizar</p><p>e reciclar embalagens e objetos.</p><p>Existe ainda o recente consumo colaborativo, no qual os sujeitos partilham equipamentos como máquinas de cortar</p><p>grama, furadeiras elétricas e até automóveis, considerando que individualmente estão subutilizados e que com os usos</p><p>partilhados e coletivos pode-se otimizar os recursos. Do ponto de vista das relações humanas, temos observado nas</p><p>grandes cidades o surgimento de grupos que propõem o resgate das relações de vizinhança, a ocupação e revitalização</p><p>das praças públicas, a produção de hortas urbanas comunitárias, piqueniques coletivos e o resgate da convivência</p><p>comunitária nos bairros. Na base desses movimentos está uma consciência ecológica renovada, que vai além dos</p><p>discursos de preservação da natureza e que se volta à transformação dos cotidianos e das relações interpessoais. Para</p><p>além da descartabilidade das mercadorias e pessoas, continuamos com a certeza de que a base da humanidade não</p><p>está no avanço da tecnologia ou no acúmulo de riquezas, mas na força dos relacionamentos humanos; foram eles que</p><p>ergueram o edifício da sociedade e da cultura e, seguramente, não serão descartados com tanta facilidade.</p><p>Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/online/artigo/6687_OBSOLESCENCIA+PROGRAMADA#/tagcloud=lista>. Acesso em: 15 dez. 2015.</p><p>Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.</p><p>I. O foco do texto é valorizar o mundo atual, em que os produtos são efêmeros e o consumo é possível, pois há</p><p>liberdade de mercado.</p><p>II. Segundo o texto, apesar do consumismo desenfreado da sociedade atual, surgiram movimentos contrários a essa</p><p>tendência, que propõem a desaceleração das atividades cotidianas e questionam a descartabilidade de objetos e</p><p>relacionamentos.</p><p>III. Para o sociólogo Bauman, vivemos na época das relações líquidas e qualquer mudança é negativa.</p><p>IV. A autora posiciona-se contra o fim dos matrimônios, que deveriam ser indissolúveis como antigamente.</p><p>A) Apenas as afirmativas I e II são corretas.</p><p>B) Apenas a afirmativa II é correta.</p><p>C) Apenas as afirmativas II e III são corretas.</p><p>D) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.</p><p>E) Nenhuma afirmativa é correta.</p><p>Questão 4: Leia o trecho do livro Sociedade do cansaço, do pensador contemporâneo Byung-Chul Han, e os</p><p>quadrinhos.</p><p>“Cada época possuiu suas enfermidades fundamentais. [...] Visto a partir da perspectiva patológica, o começo do</p><p>século XXI não é definido como bacteriológico nem viral, mas neuronal. Doenças neuronais como a depressão,</p><p>transtorno de déficit de atenção com síndrome de hiperatividade (Tdah), transtorno de personalidade limítrofe (TPL)</p><p>ou a Síndrome de Burnout (SB) determinam a paisagem patológica do começo do século XXI. Não são infecções, mas</p><p>enfartos, provocados não pela negatividade de algo imunologicamente diverso, mas pelo excesso de positividade.</p><p>Assim, eles escapam a qualquer técnica imunológica, que tem a função de afastar a negatividade daquilo que é</p><p>estranho.”</p><p>HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015, p. 7.</p><p>Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/428545720776091114/. Acesso em: 10 mar. 2022.</p><p>Com base na leitura, avalie as afirmativas.</p><p>I. De acordo com o filósofo Byong-Chul Han, no século XXI, o cenário patológico é formado exclusivamente por</p><p>doenças neuronais.</p><p>II. O objetivo dos quadrinhos é mostrar a importância de se consultar um médico no caso de qualquer doença, pois</p><p>as pessoas, na pós-modernidade, apresentam excesso de positividade, como afirma o texto do filósofo.</p><p>III. Segundo Byung-Chul Han, as doenças também são determinadas historicamente, de acordo com as condições</p><p>sociais em que vivem as pessoas.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>A) I, II e III.</p><p>B) I e II, apenas.</p><p>C) II e III, apenas.</p><p>D) I e III, apenas.</p><p>E) III, apenas.</p><p>Questão 5: Leia o texto a seguir.</p><p>A complicada arte de ver</p><p>Rubem Alves</p><p>Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me</p><p>revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates,</p><p>os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de</p><p>vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que</p><p>nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar</p><p>vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra</p><p>de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que</p><p>vejo me causa espanto.”</p><p>Ela se calou, esperando o meu diagnóstico.</p><p>Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola”</p><p>e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola</p><p>igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou</p><p>olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver”.</p><p>Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil</p><p>compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora</p><p>aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.</p><p>William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por</p><p>experiência própria. Quando vejo os ipês floridos,</p><p>sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania</p><p>do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua</p><p>casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.</p><p>Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.</p><p>Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.</p><p>Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não</p><p>basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver</p><p>não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar</p><p>a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura</p><p>do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos</p><p>meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.</p><p>Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas</p><p>eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”. Vinicius de Moraes</p><p>adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi</p><p>tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem</p><p>fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.</p><p>A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são</p><p>apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e</p><p>ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam… Mas,</p><p>quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que veem,</p><p>olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.</p><p>Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos,</p><p>das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver</p><p>aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim,</p><p>ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as</p><p>pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas”.</p><p>Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um</p><p>novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que</p><p>crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar</p><p>“olhos vagabundos”…</p><p>Disponível em: <http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp>. Acesso em: 28 jul. 2015.</p><p>Com base na leitura, analise as afirmativas.</p><p>I. O tipo de professor sugerido pelo autor teria a função de reduzir o problema exposto por Alberto Caeiro quando</p><p>afirma que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores”.</p><p>II. De acordo com o texto, a poesia causa perturbações e faz com que as pessoas não vejam a realidade tal qual ela é,</p><p>como no caso de Drummond, que não viu a pedra.</p><p>III. De acordo com o texto, as crianças gostam de brincar com o que veem e o papel do educador é fazer com que</p><p>elas não percam o foco e aprendam a usar os olhos como ferramentas de conhecimento.</p><p>IV. O autor propõe um novo modelo de educação, em que o professor consiga corrigir os desvios individuais da visão</p><p>e revelar aos alunos a noção correta da realidade.</p><p>É correto o que se afirma somente em:</p><p>A) I.</p><p>B) I e III.</p><p>C) III e IV.</p><p>D) II e IV.</p><p>E) I e II.</p><p>Questão 6: Leia a charge.</p><p>Disponível em: https://www.reddit.com/r/brasil/comments/mk5z37/brasil_2021/. Acesso em: 2 ago.2021.</p><p>O objetivo do texto é:</p><p>A) Criticar a linguagem científica, que é indecifrável para a população em geral.</p><p>B) Mostrar as vantagens do aprendizado por meio das novas tecnologias.</p><p>C) Criticar o discurso negacionista, que se opõe à ciência.</p><p>D) Enaltecer a agilidade da pesquisa nas redes sociais.</p><p>E) Valorizar a pluralidade de pontos de vista na ciência.</p><p>Questão 7: Considere a charge e o trecho da notícia e analise as afirmativas a seguir.</p><p>Disponível em: <https://www.facebook.com/LinguagemGeografica/photos/</p><p>a.462181793864622.1073741828.462133257202809/1412524115497047/?type=3&theater>. Acesso em: 3 jul. 2017.</p><p>Brasil é o 10º país mais desigual do mundo</p><p>País apresenta mais disparidades que vizinhos como Chile e México</p><p>Marcelo Corrêa</p><p>21/3/2017</p><p>O Brasil é o décimo país mais desigual do mundo, segundo dados divulgados nesta terça-feira no Relatório de</p><p>Desenvolvimento Humano (RDH), elaborado pelas Nações Unidas. O levantamento usa como referência o chamado</p><p>Índice de Gini, uma forma de calcular a disparidade de renda. O indicador varia de 0 a 1 - quanto menor, melhor. No</p><p>Brasil, ficou em 0,515 em 2015, mesmo número registrado pela Suazilândia, e maior que vizinhos da América Latina,</p><p>como Chile (0,505) e México (0,482).</p><p>O ranking é liderado pela África do Sul, a nação mais desigual, com Gini de 0,634. Namíbia, com 0,610, e Haiti, com</p><p>0,608, completam o top 3. Todos esses três países têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerados baixos ou</p><p>médios. O Brasil, que ficou estagnado em 2015, tem IDH de 0,754, considerado alto.</p><p>Já na parte de baixo da tabela, a Ucrânia se destaca como país menos desigual, com Gini de 0,241. Slovênia (0,256) e</p><p>Noruega (0,259) completam a lista das economias com menores disparidades de renda.</p><p>A desigualdade social é apontada como um dos principais problemas do Brasil. Há vários anos, o ranking de</p><p>desenvolvimento humano mostra como o país seria prejudicado por esse desequilíbrio, caso as disparidades fossem</p><p>consideradas para calcular o IDH. No relatório mais recente, o Brasil perderia 19 posições no ranking, com os ajustes</p><p>pela desigualdade.</p><p>Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/brasil-o-10-pais-mais-desigual-do-mundo-21094828#ixzz4oN96HYQB>. Acesso em: 17 jul.</p><p>2017.</p><p>I. A charge tem como objetivo mostrar que o cidadão necessita de segurança (representada pelo muro alto e com</p><p>arame), pois a criminalidade provocada pela desigualdade social é alta.</p><p>II. O índice de Gini do Brasil revela que a desigualdade social é grande, mas a situação do país é melhor do que a de</p><p>vizinhos latinos, como Chile e México.</p><p>III. O Brasil apresenta alto Índice de Desenvolvimento Humano, apesar da grande concentração de renda.</p><p>Está correto o que se afirma apenas em:</p><p>A) I.</p><p>B) II.</p><p>C) III.</p><p>D) I e III.</p><p>E) II e III.</p><p>Questão 8: Leia o trecho extraído do livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano.</p><p>É a América Latina, a região das veias abertas. Do descobrimento aos nossos dias, tudo sempre se transformou em</p><p>capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal se acumulou e se acumula nos distantes centros do poder.</p><p>Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo,</p><p>os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar foram</p><p>sucessivamente determinados, do exterior, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. Para cada um,</p><p>se atribuiu uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e se tornou</p><p>infinita a cadeia de sucessivas dependências, que têm muito mais do que dois elos e que, por certo, também</p><p>compreende, dentro da América Latina, a opressão de países pequenos pelos seus vizinhos maiores, e fronteiras adentro</p><p>de cada país, a exploração de suas fontes internas de víveres</p><p>e mão de obra pelas grandes cidades e portos.</p><p>Com base na leitura, analise as afirmativas.</p><p>I. De acordo com o autor, historicamente, a América Latina serviu aos interesses dos países centrais do capitalismo</p><p>internacional.</p><p>II. Segundo o texto, os países da América Latina são explorados pela Europa e pelos Estados Unidos, mas são</p><p>parceiros e solidários entre si.</p><p>III. A organização social, econômica e política dos países latino-americanos, segundo Galeano, foi determinada de</p><p>modo a atender à engrenagem do sistema capitalista internacional.</p><p>IV. A metáfora das veias abertas refere-se à cordialidade e à pouca produtividade dos povos latinos, responsáveis</p><p>pelo baixo desenvolvimento econômico desses países.</p><p>É correto o que se afirma somente em:</p><p>A) I, II e III.</p><p>B) I e II.</p><p>C) II, III e IV.</p><p>D) I e III.</p><p>E) I e IV.</p><p>Questão 9: Leia os quadrinhos a seguir.</p><p>Disponível em: <http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/07/89-e-mais-facil-descartar.html?m=1>. Acesso em: 17 dez. 2015.</p><p>Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.</p><p>I. O objetivo dos quadrinhos é criticar o discurso da descartabilidade da sociedade contemporânea, na qual os</p><p>objetos e as relações pessoais tendem à efemeridade.</p><p>II. Os quadrinhos enaltecem a sociedade contemporânea, na qual problemas são resolvidos rapidamente com a</p><p>substituição de produtos.</p><p>III. A crítica dos quadrinhos concentra-se no machismo, uma vez que os homens esperam que as mulheres resolvam</p><p>seus problemas cotidianos.</p><p>A) Apenas as afirmativas I e II são corretas.</p><p>B) Apenas as afirmativas I e III são corretas.</p><p>C) Apenas a afirmativa I é correta.</p><p>D) Apenas a afirmativa II é correta.</p><p>E) Nenhuma afirmativa é correta.</p><p>Questão 10: Leia o texto, observe as imagens e analise as afirmativas a seguir.</p><p>A mais grave crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial parece longe do fim. Atualmente, há ao menos 65</p><p>milhões de pessoas deslocadas de seus lares, dos quais 21,3 milhões vivem em situação de refúgio.</p><p>A Síria é um dos países que registram o maior fluxo de refugiados. Palco de uma guerra civil que assola suas cidades há</p><p>seis anos e de uma luta incessante contra o estabelecimento do grupo terrorista Estado Islâmico, a Síria é o país de</p><p>origem de 4,9 milhões dessas pessoas.</p><p>Uma delas é o artista sírio Abdalla Al Omari. Nascido na capital, Damasco, em 1986, deixou o país em 2011 em razão</p><p>da violência. Agora, vive em Bruxelas, na Bélgica, com o status de refugiado. Seu trabalho mais recente tem uma</p><p>proposta ousada: mostrar ao mundo como seria a vida dos atuais líderes globais, se refugiados fossem.</p><p>Na série de pinturas, pertinentemente intitulada como “A Série da Vulnerabilidade” (The Vulnerability Series), o artista</p><p>retrata nomes como o presidente americano Donald Trump, a premiê alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir</p><p>Putin e o sírio Bashar Al-Assad.</p><p>Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/e-se-os-lideres-mundiais-fossem-refugiados-este-artista-responde/>. Acesso em: 8 jan. 2018.</p><p>I. O objetivo dos quadros é evidenciar a sensibilidade e a empatia dos líderes políticos, que sabem se colocar no lugar</p><p>dos imigrantes e adotam medidas que visam a beneficiar os refugiados.</p><p>II. Os quadros, ao retratarem líderes mundiais em situações de vulnerabilidade, têm a intenção de denunciar as</p><p>precárias condições a que são submetidos os refugiados e mostrar que qualquer pessoa poderia estar nessa situação.</p><p>III. Ao atribuir aos políticos a vulnerabilidade, o artista mostra que somos todos iguais e que os que detêm o poder</p><p>não devem ser responsabilizados pela crise que atravessa os refugiados.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>A) Nenhuma afirmativa é correta.</p><p>B) Apenas a afirmativa II é correta.</p><p>C) Apenas a afirmativa I é correta.</p><p>D) Apenas a afirmativa III é correta.</p><p>E) Apenas as afirmativas II e III são corretas.</p>

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