Prévia do material em texto
<p>Nome: Camila Eduarda Oneda, Monise Braga</p><p>Disciplina: Parasitologia Humana</p><p>Fascíola Hepática</p><p>Fascíola hepática é um helminto que pertence ao reino Animalia, filo</p><p>Platyhelminthes, classe Trematoda (RUDOLPHI, 1808 apud COSTA, 2020)</p><p>subclasse Digenea (VAN BENEDEN, 1858 apud COSTA, 2020). É um parasita</p><p>que se aloja geralmente no fígado e também nos ductos biliares dos seres vivos,</p><p>mas comum em animais das classes: Bovinos, ovinos, caprinos, entre outros,</p><p>podendo se alojar acidentalmente nos seres humanos, em ambos os casos</p><p>causando lesões graves, tanto nos animais quanto nos seres humanos. De</p><p>acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o parasito Fascíola</p><p>Hepática está classificado como um parasita conhecido por ser transmitido para</p><p>seres humanos por meio de alimentos infectados (na maioria das vezes, pela</p><p>mal higienização dele). Fascíola hepática parasita o parênquima hepático e as</p><p>vias biliares de várias espécies de mamíferos, inclusive do homem, sendo</p><p>considerada uma zoonose negligenciada com distribuição cosmopolita (COSTA,</p><p>2020). É um parasita conhecido por transmitir a doença fasciolose que é uma</p><p>infecção que pode trazer complicações. Os casos de fasciolose humana no país</p><p>já foram descritos nos Estados do Paraná (25), São Paulo (21), Rio de Janeiro</p><p>(3), Mato Grosso do Sul (6), Bahia (2), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina (1)</p><p>e Amazonas (22) (REY, 1957, 1958; SANTOS & 23 VIEIRA, 1965, 1967;</p><p>MATTAR & AMARAL, 1967; SANTOS, 1967; CORREA & FLEURY, 1971;</p><p>BARANSKI et al., 1977; AMARAL & BUSETTIET, 1979; PILE et al., 2000;</p><p>SERRA-FREIRE & NUERNBERG, 1992; SERRA-FREIRE et al.,1995; SERRA-</p><p>FREIRE, 1999, 2011; MACIEL et al., 2018 apud COSTA, 2020).</p><p>O parasita adulto pode medir entre 2 centímetros de comprimento por 1,5</p><p>centímetros de largura. Possui o corpo achatado dorso-ventralmente e duas</p><p>ventosas musculares, uma oral e outra ventral de acordo com (BARUCH, 1999</p><p>apud SANTOS, 2014). Esse parasita possui a genitália localizada entre as</p><p>ventosas que ele possui, geralmente comum em ambos os sexos. O</p><p>revestimento é composto por espinhos que ajudam na fixação do mesmo nos</p><p>ductos biliares. O sistema nervoso central do parasita Fascíola Hepática é</p><p>constituído por dois gânglios que surgem da faringe. O sistema digestório é</p><p>composto por faringe, esôfago e conta com um fundo cego, é um parasita que</p><p>possui os dois sexos, ou seja, é hermafrodita, ele conta com os dois órgãos</p><p>sexuais situados na zona central do indivíduo. O sistema excretor é composto</p><p>por células-flama que lançam os produtos de excreção para fora do corpo</p><p>através de um poro situado na porção final do corpo segundo (PAULA, 2007</p><p>apud SANTOS, 2014).</p><p>Os ovos desse parasito são constituídos por um óvulo fertilizado contendo</p><p>células vitelínicas, rodeado por um invólucro protéico segundo (HUSSEIN et al.,</p><p>2010 apud SANTOS, 2014). Medem cerca de 150 𝜇𝑚 de comprimento e 100 𝜇𝑚</p><p>de largura, possui forma elíptica, cor amarelada e por onde saem os miracídios</p><p>de acordo com (BARUCH, 1999 apud SANTOS, 2014). Os ovos são muito</p><p>resistentes, sobrevivendo por muitos meses no solo (REY, 2002 apud SANTOS,</p><p>2014). Vivem por um curto período na água, entre a eclosão do ovo e a</p><p>penetração no molusco. (REY, 2002 apud SANTOS, 2014). As rédias possuem</p><p>forma cilíndrica e medem de 1-3 mm de comprimento (OLIVEIRA, 2008 apud</p><p>SANTOS, 2014). A metacercária é a forma evolutiva da cercaria, encistada, e</p><p>tem tonalidade amarelada (ANDREWS, 1999; OLIVEIRA, 2008 apud SANTOS,</p><p>2014). Com a perda da cauda, formou uma membrana de proteção em torno de</p><p>si, segundo (REY, 2002 apud SANTOS, 2014).</p><p>Fascíola hepática tem ciclo do tipo heterogênico, que são necessários mais de</p><p>um hospedeiro existindo, pelo menos uma forma do parasita exclusivo de um</p><p>tipo de hospedeiro.</p><p>As infecções são feitas através de ingestão de legumes, verduras e folhas, e/ou</p><p>água e pastagem contaminadas com metacercárias. Já a transmissão para o</p><p>homem acontece a partir do consumo de água ou vegetais crus, principalmente</p><p>o agrião que pode estar contaminado com as metacercárias.</p><p>A transmissão no homem mais rara, é através do consumo de carne de fígado</p><p>crua de animais infectados e contato com o caramujo ou suas secreções</p><p>As fezes com ovos não embrionários são eliminadas, onde encontra o TUS</p><p>(temperatura, umidade e solo adequado) na água eles são embrionados, onde</p><p>possuem o miracídio, que infecta o caramujo do gênero Lymnaea (hospedeiros</p><p>intermediários).</p><p>No interior do molusco, o miracídio transforma-se em esporocistos e, depois, em</p><p>rédias.</p><p>Essas produzirão as cercárias onde possui fixação na vegetação aquática das</p><p>margens de rios e lagos, perdendo sua cauda e dando origem as metacercárias.</p><p>Após serem ingeridas por mamíferos domésticos, silvestres e acidentalmente os</p><p>homens (hospedeiros definitivos). A ação do suco gástrico desencista os</p><p>metacercárias e os parasitos jovens atravessam a parede do intestino delgado</p><p>alcançando a cavidade peritoneal e migrando até o fígado. Após atravessarem</p><p>a cápsula hepática, os parasitos imaturos migram pelo parênquima hepático,</p><p>onde se alimentam de tecidos, restos celulares e sangue.</p><p>Entre 35 a 45 dias os parasitos permanecem migrando pelo parênquima</p><p>hepático. Após esse período, alcançam os ductos biliares onde atingem a</p><p>maturidade sexual (SILVA et al., 1994; ANDREWS, 1999; GUIMARÃES, 2016;</p><p>DRACZ et al., 2016; MAS-COMA et al., 2018 apud COSTA, 2020).</p><p>Os sintomas variam de acordo com a fase que se encontra o parasita e também</p><p>a quantidade presente no indivíduo. A maioria dos casos não apresentam</p><p>sintomas, os demais casos podem apresentar, na fase inicial que é quando o</p><p>parasita ainda é uma larva, os sintomas mais comuns são dores abdominais,</p><p>vômito, febre, diarreia, má digestão e absorção, urticárias, icterícias,</p><p>leucocitoses e eosinofilia, hepatomegalia e alteração das enzimas hepáticas.</p><p>Na fase chamada crônica que é quando o parasita já é adulto e se encontra</p><p>alojado nos canais e nos ductos biliares, os sintomas podem ser mais graves,</p><p>como obstrução biliar e inflamações, e em casos mais raros o indivíduo pode</p><p>apresentar tontura, perda de peso e indisposição física. O período de encubação</p><p>é de 6 semanas (MELLO, 2016).</p><p>Higienizar abundantemente os vegetais antes de consumi-los, principalmente o</p><p>agrião, que é o principal meio de transmissão da fasciolose, doença causada</p><p>pelo Fascíola hepática. Recomenda-se lavar os vegetais em um litro de água</p><p>potável e diluir uma colher de hipoclorito de sódio e deixar em imersão durante</p><p>30 minutos, para ocorrer a eliminação das metacercárias (larvas). Existem</p><p>algumas recomendações importantes da Organização Mundial da Saúde (OMS),</p><p>para evitar e prevenir doenças relacionadas a mal higienização dos alimentos,</p><p>algumas são, sempre lavar as mãos em abundância, antes e depois do preparo</p><p>dos alimentos, manter a limpeza adequada dos locais de preparo alimentar,</p><p>como bancadas, utensílios e pias. Procurar utilizar sempre água potável para</p><p>higienização e preparo dos alimentos, cozinhá-los bem, até que a temperatura</p><p>interna alcance a faixa de 70°C.</p><p>O diagnostico geralmente é laboratorial, feito pela pesquisa de ovos presentes</p><p>nas fezes ou na bile (tubagem), pode também ser feito por exames sorológicos.</p><p>Em áreas com edemas, os ovos podem ser vistos nas fezes, após o consumo</p><p>de fígado de um animal infectado, resultando no diagnóstico equivocado da</p><p>fasciolose. Após solicitamos que o indivíduo siga uma dieta sem ingestão de</p><p>fígado por alguns dias até realizar o exame de fezes. O tratamento da fasciolose</p><p>em humanos é realizado através do uso de Triclabendazol, é um medicamento</p><p>da classe que apresenta menos efeitos colaterais e por isso acaba sendo mais</p><p>escolhido para o tratamento da doença.</p><p>Referências Bibliográficas:</p><p>CAXIAS, Marina da Silva. Fasciolose humana (Fasciola hepatica): ciclo,</p><p>sintomas, tratamento, transmissão</p><p>e prevenção, 19 out. Disponível em:</p><p>https://ibapcursos.com.br/fasciolose-humana-fasciola-hepatica/. Acesso em: 22</p><p>de março 2022.</p><p>COSTA, Andréia Luiza Oliveira. Ação do hipoclorito sódio sobre</p><p>metacercárias de Fasciola hepatica. 2020. 95 f. Tese (Doutorado) - Curso de</p><p>Programa de Pós-Graduação em Parasitologia, Universidade Federal de Minas</p><p>Gerais Instituto de Ciências Biológicas, Belo Horizonte, 2020. Disponível em:</p><p>http://www.parasitologia.icb.ufmg.br/defesas/643M.PDF. Acesso em: 22 março</p><p>2022.</p><p>MELLO, Cínthia. Fasciolose: Curso de Parasitologia, 2016. Disponível em:</p><p>https://ibapcursos.com.br/fasciolose-humana-fasciola-hepatica/. Acesso em: 22</p><p>março 2022.</p><p>OLIVEIRA, Adriana Aguiar et al.Estudo da prevalência e fatores associados à</p><p>fasciolose no Município de Canutama, Estado do Amazonas, Brasil. Epidemiol.</p><p>Serv. Saúde [online]. 2007, vol.16, n.4, pp.251-259. ISSN 1679-</p><p>4974. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742007000400004. Disponível em:</p><p>http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-</p><p>49742007000400004#:~:text=Entre%20os%20positivos%20para%20Fasciola,f</p><p>ebre%2C%20indisposi%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica%20e%20tontura</p><p>. Acesso em: 22 março 2022.</p><p>https://ibapcursos.com.br/fasciolose-humana-fasciola-hepatica/</p><p>http://www.parasitologia.icb.ufmg.br/defesas/643M.PDF</p><p>https://ibapcursos.com.br/fasciolose-humana-fasciola-hepatica/</p><p>http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742007000400004</p><p>http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742007000400004&%3A~%3Atext=Entre%20os%20positivos%20para%20Fasciola%2Cfebre%2C%20indisposi%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica%20e%20tontura</p><p>http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742007000400004&%3A~%3Atext=Entre%20os%20positivos%20para%20Fasciola%2Cfebre%2C%20indisposi%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica%20e%20tontura</p><p>http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742007000400004&%3A~%3Atext=Entre%20os%20positivos%20para%20Fasciola%2Cfebre%2C%20indisposi%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica%20e%20tontura</p><p>PEARSON, D. Richard. Fasciolíase: Fasciolíase (Infecção hepática comum por</p><p>trematódeos; infecção por trematódeo do fígado de ovelhas), jan 2020.</p><p>Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-</p><p>br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-</p><p>vermes/fasciol%C3%ADase. Acesso em: 22 de março 2022.</p><p>SANTOS, Jéssica de Assis. Estudos morfológicos e morfométricos de</p><p>espécimes de Fasciola hepatica (Linnaeus, 1758) provenientes de bovinos</p><p>de diferentes áreas geográficas. 2014. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de</p><p>Biodiversidade e Saúde, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26621/2/jessica_santos_ioc_mest_20</p><p>14.pdf. Acesso em: 22 março 2022.</p><p>https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/fasciol%C3%ADase</p><p>https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/fasciol%C3%ADase</p><p>https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/fasciol%C3%ADase</p><p>https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26621/2/jessica_santos_ioc_mest_2014.pdf</p><p>https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26621/2/jessica_santos_ioc_mest_2014.pdf</p>