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<p>Autor: Prof. Livaldo dos Santos</p><p>Colaboradoras: Profa. Cláudia Roberta Carneiro Leão</p><p>Profa. Christiane Mazur Doi</p><p>Profa. Teresa Dias de Toledo Pitombo</p><p>Fundamentos da</p><p>Administração</p><p>Professor conteudista: Livaldo dos Santos</p><p>Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Guarulhos (2000). Foi coordenador do curso de</p><p>Administração presencial nos campi Cidade Universitária e Pinheiros e professor adjunto da UNIP em cursos</p><p>de graduação. Administrador profissional pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Tibiriçá (1993).</p><p>Professor há mais de 25 anos em cursos de graduação, tendo atuado em cursos de pós-graduação por oito anos em</p><p>instituições de primeira linha. Consultor de empresas há 27 anos, atuando em assessorias nas áreas organizacionais,</p><p>gestão de processos, gestão estratégica e sistemas de informação em empresas diversas e instituições financeiras. Foi</p><p>professor supervisor/orientador de estágios do curso de administração da UNIP, campus Cidade Universitária.</p><p>© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou</p><p>quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem</p><p>permissão escrita da Universidade Paulista.</p><p>U514.19 – 22</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>S237 Santos, Livaldo dos</p><p>Fundamentos da Administração. / Livaldo dos Santos - São</p><p>Paulo: Editora Sol, 2022.</p><p>108 p. il.</p><p>Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e</p><p>Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.</p><p>1. Administração 2. Administrador 3. Teorias I. Título</p><p>CDU 658.01</p><p>Prof. Dr. João Carlos Di Genio</p><p>Reitor</p><p>Profa. Sandra Miessa</p><p>Reitora em Exercício</p><p>Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez</p><p>Vice-Reitora de Graduação</p><p>Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo</p><p>Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa</p><p>Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini</p><p>Vice-Reitora de Administração</p><p>Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia</p><p>Vice-Reitor de Extensão</p><p>Prof. Fábio Romeu de Carvalho</p><p>Vice-Reitor de Planejamento e Finanças</p><p>Profa. Melânia Dalla Torre</p><p>Vice-Reitora de Unidades do Interior</p><p>Unip Interativa</p><p>Profa. Elisabete Brihy</p><p>Prof. Marcelo Vannini</p><p>Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar</p><p>Prof. Ivan Daliberto Frugoli</p><p>Material Didático</p><p>Comissão editorial:</p><p>Profa. Dra. Christiane Mazur Doi</p><p>Profa. Dra. Angélica L. Carlini</p><p>Profa. Dra. Ronilda Ribeiro</p><p>Apoio:</p><p>Profa. Cláudia Regina Baptista</p><p>Profa. Deise Alcantara Carreiro</p><p>Projeto gráfico:</p><p>Prof. Alexandre Ponzetto</p><p>Revisão:</p><p>Vitor Andrade</p><p>Alessandro de Paula</p><p>Sumário</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7</p><p>INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7</p><p>Unidade I</p><p>1 ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA ................................................................................ 11</p><p>1.1 Definição .................................................................................................................................................. 11</p><p>2 O PROCESSO EMPRESARIAL ....................................................................................................................... 12</p><p>2.1 A empresa ................................................................................................................................................ 13</p><p>2.2 História das organizações ................................................................................................................. 14</p><p>2.3 Os níveis organizacionais .................................................................................................................. 16</p><p>2.4 As grandes áreas funcionais da empresa .................................................................................... 17</p><p>2.5 Organização, direção e controle ..................................................................................................... 18</p><p>2.6 Papel social das organizações ......................................................................................................... 19</p><p>2.6.1 Empresas para um mundo futuro .................................................................................................... 20</p><p>2.6.2 Sustentabilidade, responsabilidade corporativa e responsabilidade social ..................... 23</p><p>Unidade II</p><p>3 O ADMINISTRADOR ........................................................................................................................................ 30</p><p>3.1 Conceituação e caracterização do agente da ação administrativa ................................. 30</p><p>3.2 Perfil do administrador ...................................................................................................................... 32</p><p>3.3 Competências pessoais do administrador .................................................................................. 34</p><p>4 OS DEZ PAPÉIS DO ADMINISTRADOR SEGUNDO HENRY MINTZBERG ..................................... 35</p><p>4.1 Papéis interpessoais ............................................................................................................................. 36</p><p>4.2 Papéis informacionais......................................................................................................................... 37</p><p>4.3 Papéis decisoriais .................................................................................................................................. 38</p><p>4.4 O futuro do administrador ............................................................................................................... 39</p><p>Unidade III</p><p>5 A ABORDAGEM CLÁSSICA E A HUMANÍSTICA .................................................................................... 46</p><p>5.1 Teoria científica da administração ................................................................................................ 46</p><p>5.1.1 O primeiro período de pesquisas de Taylor .................................................................................. 48</p><p>5.1.2 O segundo período de pesquisas de Taylor .................................................................................. 49</p><p>5.1.3 Os quatro princípios da administração científica ...................................................................... 52</p><p>5.2 Teoria clássica da administração .................................................................................................... 53</p><p>5.2.1 Os quatorze princípios gerais da administração ........................................................................ 54</p><p>5.2.2 Funções da organização ....................................................................................................................... 55</p><p>5.2.3 Funções administrativas....................................................................................................................... 56</p><p>5.3 Teoria das relações humanas ........................................................................................................... 56</p><p>5.3.1 Fases da análise do caso Hawthorne .............................................................................................. 57</p><p>5.3.2 Organização informal............................................................................................................................ 60</p><p>5.3.3 Estilos de liderança ................................................................................................................................. 61</p><p>5.3.4 Considerações e críticas à escola das relações humanas ....................................................... 62</p><p>6 DA TEORIA BUROCRÁTICA À TEORIA NEOCLÁSSICA ......................................................................... 63</p><p>6.1 Teoria burocrática ................................................................................................................................ 63</p><p>6.1.1 Características</p><p>da burocracia ............................................................................................................. 64</p><p>6.1.2 Os tipos de poder .................................................................................................................................... 66</p><p>6.1.3 Pecado pelo excesso ou pela falta – disfunções burocráticas .............................................. 67</p><p>6.2 Teoria de sistemas ................................................................................................................................ 68</p><p>6.2.1 O sistema e seus elementos ................................................................................................................ 70</p><p>6.2.2 Dimensões dos sistemas....................................................................................................................... 71</p><p>6.2.3 Propriedades dos sistemas .................................................................................................................. 71</p><p>6.2.4 Sistema de informações gerenciais ................................................................................................. 72</p><p>6.3 Teoria neoclássica ................................................................................................................................. 73</p><p>6.3.1 Características da teoria neoclássica .............................................................................................. 74</p><p>Unidade IV</p><p>7 ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS E TEORIA COMPORTAMENTAL .............................................. 79</p><p>7.1 Administração por objetivos (APO) ............................................................................................... 79</p><p>7.2 Teoria comportamental ..................................................................................................................... 81</p><p>7.2.1 A motivação .............................................................................................................................................. 82</p><p>7.2.2 Teoria da hierarquia das necessidades de Maslow .................................................................... 83</p><p>7.2.3 Teorias motivacionais ............................................................................................................................ 85</p><p>7.2.4 Teoria dos dois fatores de Herzberg ................................................................................................ 88</p><p>7.2.5 Teorias X e Y de McGregor .................................................................................................................. 89</p><p>8 A ORGANIZAÇÃO – PARTE 1 ....................................................................................................................... 91</p><p>8.1 Projeto organizacional ....................................................................................................................... 91</p><p>8.1.1 Configuração organizacional ............................................................................................................. 92</p><p>8.1.2 Dimensões do projeto organizacional ............................................................................................ 92</p><p>8.2 Elaboração da estrutura organizacional ..................................................................................... 94</p><p>8.2.1 Fatores condicionantes da estrutura .............................................................................................. 95</p><p>8.2.2 Componentes da estrutura – sistema de responsabilidade ................................................... 98</p><p>7</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, caros alunos!</p><p>Esta disciplina lança a vocês, futuros profissionais, um desafio: o de apoderar-se, no que se refere</p><p>ao ato de administrar, de suas bases histórica, teórica e prática. Pode soar aparentemente simples, mas</p><p>se trata de tarefa que traz em si a complexidade de todo um universo de conhecimentos e posturas em</p><p>cultura administrativa.</p><p>Para possibilitar a vocês a apreensão bem-sucedida dos conteúdos, o curso se dispõe a tornar viável</p><p>o entendimento do papel da administração e do profissional no contexto organizacional.</p><p>Além disso, o curso busca suscitar a discussão, entre os alunos, da evolução do pensamento</p><p>administrativo e suas características dentro de um contexto histórico social e econômico. O processo</p><p>de ensino-aprendizagem é conduzido de forma que os alunos compreendam os diversos tipos de</p><p>organizações existentes – organizações estas que são desenvolvidas para atender às necessidades</p><p>organizacionais no decorrer do tempo.</p><p>O curso possibilita a aquisição de uma visão mais integrada do processo gerencial e do papel dos</p><p>dirigentes dentro do contexto das organizações, assim como é importante que haja o debate sobre cada</p><p>prática administrativa descrita neste curso, de forma que os futuros profissionais estejam municiados</p><p>de instrumentos para a prática administrativa.</p><p>Destacam-se a seguir os principais objetivos desta disciplina:</p><p>• Viabilizar o entendimento da função e do papel da administração e do administrador no contexto</p><p>das organizações.</p><p>• Levar os alunos a abordar e discutir a evolução do pensamento administrativo, suas características</p><p>e contexto histórico, social e econômico.</p><p>• Conduzir o processo de ensino-aprendizagem de modo que o aluno entenda os diferentes tipos</p><p>de organizações existentes e desenvolvidas para atender às necessidades organizacionais no</p><p>decorrer do tempo.</p><p>• Possibilitar a aquisição de uma visão integrada do processo gerencial e do papel dos dirigentes</p><p>dentro do contexto organizacional.</p><p>• Permitir a discussão de práticas administrativas, visando instrumentalizar os futuros gestores</p><p>de empresas.</p><p>8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Esta disciplina estabelecerá uma parceria entre o seu intelecto e as descobertas históricas sobre</p><p>este fenômeno, que se iniciou quando o homem teve a necessidade de organizar o trabalho para lascar</p><p>a pedra e construir uma “machadinha de pedra lascada”. Dizem que deve ter sido um pouco antes da</p><p>elaboração da primeira organização, mas será que isso importa?</p><p>Neste livro-texto, pretende-se que o futuro gestor, independentemente de sua área específica de</p><p>atuação, tenha assimilado os conhecimentos que viabilizem o entendimento da função da administração,</p><p>seus conceitos e definições. Vamos estudar como se dá o processo empresarial, bem como os tipos de</p><p>empresas, a composição das áreas funcionais, a estrutura e seu papel social, sinalizando a perspectiva</p><p>de liderança para os próximos anos e as políticas de sustentabilidade empresarial.</p><p>Desde os primórdios da humanidade, existe a necessidade de planejar e alocar os recursos necessários</p><p>para a realização de um trabalho e a consecução de objetivos humanos, por meio da liderança de</p><p>pessoas que realizam os trabalhos necessários para alcançar aqueles resultados comuns. Acredita-se</p><p>que os fundamentos da administração começaram a ser elaborados nesses tempos de trabalhos simples,</p><p>recursos rudimentares e objetivos de curtíssimo prazo. Hoje, tais atividades atingiram uma complexidade</p><p>incomensurável para poder atender às demandas das grandes corporações supranacionais, das redes</p><p>flexíveis de empresas, bem como das grandes fusões e incorporações empresariais.</p><p>Todos aqueles que necessitam atuar e interferir na condução dos trabalhos em uma organização,</p><p>seja ela uma empresa privada ou pública, pequena ou grande, comercial ou religiosa, entre uma imensa</p><p>gama de tipos existentes, deverão ser considerados gestores.</p><p>Os gestores necessitam dos conhecimentos fundamentais para identificar, analisar e realizar os</p><p>objetivos humanos que só são atingidos por meio de uma organização. Esta disciplina apresentará</p><p>os seguintes fundamentos:</p><p>A organização</p><p>Fenômeno</p><p>administrativo</p><p>Planejamento</p><p>empresarial</p><p>Abordagens</p><p>teóricas</p><p>Ferramentas</p><p>de gestão</p><p>Figura 1 – Os fundamentos da administração</p><p>9</p><p>Ao estudar o conteúdo deste livro-texto, você poderá assimilar os principais conceitos do fenômeno</p><p>administrativo – o perfil e as características determinantes do administrador – ontem</p><p>e hoje. Da mesma</p><p>forma, permitirá obter uma visão completa da evolução das abordagens teóricas da administração que,</p><p>juntamente com o entendimento do processo do planejamento empresarial e de ferramentas de gestão,</p><p>irão permitir que você entenda e interfira de forma racional e objetiva na organização.</p><p>Os gestores, sejam eles focados em logística, marketing, processos gerenciais, gestão de recursos</p><p>humanos, da tecnologia da informação ou mesmo gestão financeira, necessitam desenvolver habilidades</p><p>para enfrentar, segundo o Plano Pedagógico do curso, os grandes desafios dos países, que hoje estão</p><p>intimamente relacionados com as contínuas e profundas transformações sociais ocasionadas pela</p><p>velocidade com que têm sido gerados novos conhecimentos científicos e tecnológicos, sua rápida</p><p>difusão e uso pelo setor produtivo e pela sociedade em geral. Verifica-se que as organizações produtivas</p><p>têm sofrido impactos provocados pelo frequente emprego de novas tecnologias que, geralmente,</p><p>alteram hábitos, valores e tradições que pareciam imutáveis. Os grandes avanços de produtividade são</p><p>impulsionados pela melhoria da gestão empresarial, assim como pelo progresso científico e tecnológico.</p><p>Aqui se encaixa a contribuição desta disciplina, que tem a importante missão de fornecer, para o seu</p><p>curso, as bases para o entendimento do perfil ideal de um gestor, as teorias e técnicas administrativas</p><p>para lidar de forma efetiva com os desafios empresariais enfrentados pelos gestores tecnólogos, bem</p><p>como uma visão da organização: seu ambiente interno e o ambiente externo, com suas oportunidades</p><p>e ameaças. Embora os cursos tendam a formar profissionais especializados em segmentos (áreas), tendo</p><p>como foco um ramo específico, disciplinas como esta irão nivelar os profissionais das diversas áreas em</p><p>sua capacitação para entender a organização como um todo e desenvolver o pensamento estratégico</p><p>para conduzir os seus rumos e operacionalizar suas estratégias.</p><p>Conheça-te a ti mesmo, ao terreno da batalha e aos seus oponentes,</p><p>e não temerás por nenhuma batalha! (Sun Tzu)</p><p>11</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>Unidade I</p><p>1 ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA</p><p>1.1 Definição</p><p>Administrar vem do latim: ad significa “tendência para”, “direção para”; minister significa “subordinação</p><p>ou obediência”, “aquele que realiza uma função sob o comando de outrem”, isto é, aquele que cumpre</p><p>uma obrigação de trabalho a outro (CHIAVENATO, 2014).</p><p>O conceito geral de administrar consiste em versões diversas, cada uma com um viés diferente,</p><p>porém de forma convergente e complementar.</p><p>São várias as definições de administração. Há quem a julgue uma ciência e quem a defina como arte.</p><p>De modo geral, todas giram em torno do mesmo tema.</p><p>Quadro 1 – Os conceitos de administração</p><p>Autores Conceito</p><p>Crounel Marins (2010)</p><p>Administração é um conjunto de atividades organizacionais que têm como</p><p>funções principais: a tomada de decisões baseada em técnicas específicas e</p><p>interpretação pessoal das situações interiores e exteriores à organização; e a</p><p>manipulação de conflitos de forma produtiva</p><p>Jules Henri Fayol (1981);</p><p>Ramos (2010) Administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar</p><p>Antonio César Amaru e</p><p>Maximiano (1997);</p><p>Ramos (2010)</p><p>A administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre</p><p>objetivos e utilização de recursos</p><p>Peter Ferdinand Drucker (1989);</p><p>Ramos (2010)</p><p>Administração é simplesmente o processo de tomada de decisão e o controle</p><p>sobre as ações dos indivíduos para o expresso propósito de alcance de metas</p><p>predeterminadas</p><p>Idalberto Chiavenato (2021)</p><p>Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos</p><p>recursos e competências organizacionais para alcançar determinados objetivos</p><p>de maneira eficiente e eficaz. Sem ela, as organizações jamais conseguiriam</p><p>funcionar a contento</p><p>Com base nos conceitos apresentados, pode-se perceber que eles convergem entre si, admitindo</p><p>ser um processo para planejar, organizar, controlar. Nesse contexto, a administração pode ser</p><p>simultaneamente uma ciência, uma tecnologia e uma arte.</p><p>Ela é uma ciência com princípios bem definidos e um corpo de conhecimentos</p><p>científicos e devidamente codificados; uma tecnologia que produz ferramentas</p><p>de utilização para obter resultados; e uma arte em lidar com situações</p><p>concretas e abstratas (CHIAVENATO, 2014, p. 4).</p><p>12</p><p>Unidade I</p><p>A administração passa a ser considerada como uma ciência universal, pois todas as áreas do</p><p>conhecimento fazem uso de conceitos para atingirem seus objetivos.</p><p>Na figura a seguir encontramos a rosácea da administração, que ilustra a reunião das competências</p><p>necessárias para o entendimento e a aplicação da gestão administrativa.</p><p>Planejamento Organização</p><p>Controle Direção</p><p>– Proatividade e visão</p><p>antecipatória</p><p>– Foco em objetivos e</p><p>estratégias</p><p>– Visão de futuro</p><p>– Visão sistêmica e</p><p>holística</p><p>– Convergência</p><p>– Networking</p><p>– Foco em resultados</p><p>– Desempenho</p><p>– Eficiência e eficácia</p><p>– Liderança</p><p>– Comunicação</p><p>– Missão e valores</p><p>Figura 2 – Rosácea da administração</p><p>Fonte: Chiavenato (2014, p. 8).</p><p>2 O PROCESSO EMPRESARIAL</p><p>Organização é um grupo de pessoas que trabalham em busca de objetivos comuns, e não</p><p>necessariamente são empresas. Pode ser um time de futebol, um coral, uma equipe de voluntários, um</p><p>grupo de jovens da igreja ou de uma empresa, enfim, são pessoas que trabalham em conjunto, todas</p><p>focando o mesmo resultado. Então, quer dizer que toda empresa é uma organização, mas nem toda</p><p>organização é uma empresa.</p><p>Para compreendermos melhor o que são as organizações e em qual setor as empresas estão inseridas,</p><p>precisamos entender que a sociedade civil é dividida em setores, os quais são:</p><p>• 1° setor: é o que chamamos de iniciativa pública, caracterizada pelos governos municipais,</p><p>estaduais e federais. Este setor é responsável por proporcionar às pessoas os serviços básicos e</p><p>elementares para a vida em sociedade, como saúde, educação, transporte, segurança, habitação</p><p>etc. A função primordial do Estado é promover o Welfare State – Estado do Bem-Estar Social.</p><p>13</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>• 2° setor: também chamado de iniciativa privada, representado pelas empresas que possuem</p><p>fins lucrativos, podendo ser do setor agropecuário, industrial, comercial ou de serviços. Devemos</p><p>compreender que as empresas podem ser:</p><p>— Empresa individual: é aquela constituída por apenas um empreendedor; essa é uma forma de</p><p>organização utilizada em pequenos negócios.</p><p>— Sociedades anônimas: são empresas com capital aberto, ou seja, com a possibilidade de</p><p>negociação de suas ações em bolsas de valores.</p><p>— Sociedade limitada: também chamada de sociedade por quotas de responsabilidade limitada,</p><p>sendo utilizada quando a empresa é constituída por um número reduzido de sócios.</p><p>• 3° setor: Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), conhecidas</p><p>popularmente como ONGs (Organizações Não Governamentais), são entidades que defendem os</p><p>interesses comuns, da sociedade ou de grupos sociais. As OSCIPs não são parte do governo e não</p><p>possuem fins lucrativos. Por isso, chamamos de 3° setor da sociedade civil. Alguns exemplos são</p><p>fundações, associações, cooperativas, igrejas, sindicatos e demais entidades filantrópicas.</p><p>A Pastoral da Criança é uma das mais respeitadas organizações do 3° setor do Brasil.</p><p>Lembrete</p><p>Organização é um grupo de pessoas que trabalham em busca de</p><p>objetivos comuns, e não necessariamente são empresas.</p><p>2.1 A empresa</p><p>As empresas podem ser representadas como uma organização que foca o lucro. Elas podem ser</p><p>semelhantes, mas nunca iguais, possuem suas características, diversidades, tamanho e estrutura. São dos</p><p>mais diversos ramos de atividade e fazem uso de diversas tecnologias para produzir bens ou serviços</p><p>dos mais variados tipos e são conduzidos e distribuídos aos diversos mercados (CHIAVENATO, 2014).</p><p>Uma empresa, independentemente de seu porte, pode ser de um homem só, de várias pessoas,</p><p>de um conjunto de empresas ou</p><p>de acionistas nominais ou anônimos, sem necessariamente ter um</p><p>dono envolvido. Nesse caso, temos apenas o domínio, com maior ou menor participação societária</p><p>(KWASNICKA, 2006).</p><p>Observação</p><p>Existem outros tipos de empresas, principalmente as não lucrativas,</p><p>como ONGs, cooperativas, fundações, cujo regime jurídico difere do das</p><p>demais, porém devem ser legalizadas e administradas segundo as regras</p><p>específicas de cada uma.</p><p>14</p><p>Unidade I</p><p>As formas de propriedade e de associação entre empresas podem ser consideradas de</p><p>algumas maneiras.</p><p>O significado de propriedade legal consiste no direito, instituído pela lei, de possuir um conjunto de</p><p>bens que compõem a empresa. Dentro dos desígnios da lei, há um conjunto de direitos e um de deveres</p><p>para a criação de uma empresa, os quais devem ser respeitados por todos os proprietários da empresa.</p><p>Já a participação é o modo de envolvimento de cada indivíduo na forma de propriedade. Poderá</p><p>ser uma única pessoa, ser um sócio majoritário e outros com participações menores, ou ainda ser uma</p><p>participação igualitária. Dependerá do tamanho da participação, do poder de opinar e de influenciar nas</p><p>decisões e na vida da empresa.</p><p>A sociedade anônima é uma forma de associação particular que dispõe de uma lei própria que rege</p><p>sua constituição. Essa forma de associação tem vida própria, independentemente de seus acionistas,</p><p>pois eles podem ser muito pulverizados e anônimos. Em alguns casos, pode existir um sócio nominal</p><p>majoritário e/ou existirem vários acionistas desconhecidos. Envolve principalmente as empresas de</p><p>capital aberto, cujas ações são vendidas na Bolsa de Valores.</p><p>2.2 História das organizações</p><p>Dos primórdios até meados do século XVII, as organizações cresceram lentamente, mas isso não</p><p>significa que o trabalho não era organizado.</p><p>Chiavenato (2014) aponta que a divisão da história das organizações acontece em seis fases:</p><p>• Fase artesanal: origina-se na Antiguidade e sobrevive até 1780, início da Revolução Industrial;</p><p>produção no artesanato rudimentar das pequenas oficinas e da mão de obra não qualificada na</p><p>agricultura; resquício do feudalismo e o sistema comercial – troca de mercadorias.</p><p>• Fase de transição do artesanato a industrialização: ocorreu entre 1780 e 1860. Marca o início</p><p>da Era Industrial, com mecanização e industrialização das oficinas e da agricultura, com destaque</p><p>para o carvão e para o ferro. Desenvolvimento do tear hidráulico, tear mecânico. Máquina a</p><p>vapor tanto na área fabril como nos transportes (navio e locomotiva) e a comunicação com o</p><p>surgimento do telégrafo elétrico e o selo postal.</p><p>• Fase do desenvolvimento industrial: período de 1860 a 1914, com destaque para o aço e</p><p>para a eletricidade. Grande desenvolvimento da maquinaria e a substituição do ferro pelo aço</p><p>e do vapor pela eletricidade. O capitalismo industrial é substituído pelo capitalismo financeiro,</p><p>com o aparecimento de grandes bancos e instituições financeiras. Crescimento das empresas</p><p>bem-sucedidas.</p><p>• Fase do gigantismo industrial: fase situada entre as duas Guerras Mundiais (1914 e 1945),</p><p>cujo desenvolvimento industrial foi pautado em objetivos bélicos. Neste período temos também</p><p>a Grande Depressão (crise em 1929 do sistema financeiro dos EUA, o que gerou uma crise</p><p>15</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>mundial). As empresas nesta fase atingem proporções enormes, atuando no âmbito internacional</p><p>e multinacional. Expansão nos transportes (aéreo, terrestre e marítimo) e a comunicação torna-se</p><p>mais rápida com o telégrafo sem fio, o telefone, o rádio e a televisão.</p><p>• Fase moderna: período que compreende o pós-Guerra (1945) até 1980, quando se percebe uma</p><p>cisão entre os países desenvolvidos (industrializados) e os subdesenvolvidos (não industrializados)</p><p>e dos países em desenvolvimento. Grande avanço tecnológico. Novos materiais básicos (plástico,</p><p>alumínio, novas fibras têxteis sintéticas), novas fontes de energia (nuclear, solar, eólica). Aparecem</p><p>novas tecnologias como: TV em cores, som de alta definição, computador, comunicação telefônica</p><p>e transmissão de TV por satélite, popularização do automóvel. Surgem problemas como escassez</p><p>de recursos, inflação, juros e custos altos. Todas essas maravilhas trazem complexidade e a</p><p>imprevisibilidade do que poderá acontecer.</p><p>• Fase da globalização: é a fase após 1980, cheia de desafios, dificuldade e ameaças. As empresas</p><p>lutam e enfrentam a grande concorrência e o desafio para entender o mercado. Esta fase é</p><p>marcada pela revolução do computador, a internet, ou seja, pode-se denominar como a Era da</p><p>Informação, que veio substituir a Era Industrial.</p><p>Transição para a</p><p>industrialização</p><p>Crescimento</p><p>industrial</p><p>Gigantismo</p><p>industrial</p><p>Fase moderna</p><p>Globalização</p><p>Fase artesanal</p><p>1780 1914</p><p>Era da</p><p>Agricultura</p><p>Era</p><p>Industrial</p><p>Era da</p><p>Informação</p><p>19801860 1945 1990</p><p>Figura 3 – As fases da história das empresas</p><p>Fonte: Chiavenato (2014, p. 43).</p><p>Tanto a Era Industrial como a Era da Informação tiveram importância significativa no</p><p>desenvolvimento das empresas.</p><p>16</p><p>Unidade I</p><p>Quadro 2 – Características da Era Industrial e da Era da Informação</p><p>Era Industrial Era da Informação</p><p>Fábrica – empresa física e tangível Empresa virtual e em rede</p><p>Empresa de cimento e concreto Empresa de bits e bytes</p><p>Máquinas e equipamentos Computadores e terminais</p><p>Estabilidade e permanência Mudança e instabilidade</p><p>Manter o status quo Mudar e inovar</p><p>Mão de obra braçal – trabalho muscular Conhecimento – trabalho cerebral</p><p>Emprego único, tradicional e presencial Atividade compartilhada, engajada e virtual</p><p>Trabalho individual, isolado e solitário Trabalho em equipe, participativo e solidário</p><p>Gerência tradicional Liderança, coaching e mentoring</p><p>Impor ordens e comandos Conquista e colaboração</p><p>Obediência cega às regras e aos regulamentos Empreendedorismo e intraempreendedorismo</p><p>Especialização e foco em uma única atividade Flexibilidade, multifuncionalidade e polivalência</p><p>Capital financeiro Capital intelectual</p><p>Fonte: Chiavenato (2014, p. 44).</p><p>2.3 Os níveis organizacionais</p><p>Na visão de Chiavenato (2014), as empresas podem ser inseridas em três tipos de níveis:</p><p>• Nível institucional: nível estratégico composto pelos diretores, proprietários ou acionistas. Neste</p><p>nível são decididos os objetivos e as estratégias empresariais e globais.</p><p>• Nível intermediário: está entre o institucional e o operacional, por isso também é chamado de</p><p>mediador ou gerencial. Cuida da articulação interna entre os dois níveis e lida com os problemas</p><p>de adequação das decisões tomadas. Envolve a média administração, ramo em que as estratégias</p><p>são transformadas em ação.</p><p>• Nível operacional: conhecido também como nível técnico. É nele que as tarefas e operações</p><p>realizadas, com destaque para os maquinários e equipamentos em geral.</p><p>17</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>– Estabelece objetivos empresarias</p><p>– Verifica e analisa alternativas estratégicas</p><p>– Toma decisões globais</p><p>– Elabora planejamento estratégico e políticos</p><p>– Avalia resultados globais</p><p>– Estabelece objetivos departamentais</p><p>– Verifca e analisa alternativas básicas</p><p>– Toma decisões departamentais</p><p>– Elabora e implementa planejamento tático</p><p>– Avalia resultados táticos</p><p>– Estabelece objetivos operacionais</p><p>– Verifica e analisa alternativas operacionais</p><p>– Toma decisões operacionais</p><p>– Avalia, planeja e replaneja a operação do dia a dia</p><p>– Avalia resultados cotidianos</p><p>Nível institucional</p><p>Nível intermediário</p><p>Nível operacional</p><p>Compara</p><p>com objetivos</p><p>empresariais</p><p>Compara</p><p>com objetivos</p><p>departamentais</p><p>Compara</p><p>com objetivos</p><p>operacionais</p><p>Figura 4 – A atuação nos níveis organizacionais</p><p>Fonte: Chiavenato (2014, p. 56).</p><p>2.4 As grandes áreas funcionais da empresa</p><p>Ao analisar uma organização e suas principais funções, iremos utilizar a teoria de sistemas. Essa</p><p>teoria permite um melhor entendimento das várias funções da empresa, bem como dá uma visão global</p><p>da organização e suas inter-relações com o ambiente externo.</p><p>Para entender o funcionamento de cada área, devemos identificar que</p><p>existe uma hierarquia a que</p><p>cada uma está ligada. O nível de decisão define as prioridades e as ênfases nas atividades decorrentes da</p><p>decisão, bem como cada atividade será efetuada e a execução da tarefa sem si. Cada um desses níveis</p><p>poderá ser estudado isoladamente, porém não sobrevive sem os demais, pois existe uma relação muito</p><p>estreita entre eles.</p><p>Os ambientes organizacionais, que se dividem em internos e externos, são vitais no processo</p><p>organizacional. Eles exercem uma influência muito grande, com o poder de alterar as ações já definidas</p><p>para que haja uma adaptação às mudanças do ambiente. Alguns fatores do ambiente externo não</p><p>podem ser controlados pela empresa, restando apenas se adaptar a eles. Estar atento ao que ocorre fora</p><p>das paredes da empresa pode dar vantagens competitivas sobre seus competidores (KWASNICKA, 2006).</p><p>Observe com atenção as funções destacadas a seguir.</p><p>18</p><p>Unidade I</p><p>Função produção</p><p>Produzir é transformar insumos disponíveis em insumos desejáveis: matéria-prima em bens finais ou</p><p>semifinais, ou ainda prestar serviços a partir do conhecimento de uma técnica ou do desenvolvimento</p><p>de uma tecnologia. Essa função foi a que mais sofreu modificação ao longo dos anos, talvez influenciada</p><p>pela evolução da ciência e pela busca de métodos melhores de desempenho operacional.</p><p>Função financeira</p><p>Sempre foi e será a mais delicada no cenário dos negócios. As atividades mais importantes dessa</p><p>função são a captação e a aplicação de recursos financeiros, que exigem atenção constante.</p><p>Função marketing</p><p>Consumir, consumismo e consumidor são as “palavras mágicas” de qualquer empresa produtora</p><p>de bens e serviços. O maior objetivo do marketing e vendas é conquistar a maior fatia de mercado e</p><p>superar a concorrência. No marketing, o planejamento estratégico torna-se muito importante, pois</p><p>planeja a função em si, sabe quais as atividades terão mais ênfase dentro da função e como ocorre o</p><p>planejamento de cada produto em si.</p><p>Função recursos humanos/administração de pessoas</p><p>As pessoas sempre foram muito importantes na empresa. Desde Taylor a preocupação era com os</p><p>operários, e hoje a questão se ampliou e o foco também. As decisões de RH devem ser dirigidas aos</p><p>negócios para tornar a empresa mais competitiva. É impossível renovar uma empresa sem revitalizar as</p><p>pessoas, reconhecer e aperfeiçoar suas capacidades e habilidades. Essa área dá suporte a todas as demais</p><p>áreas da organização, funcionando, executando e aconselhando nos problemas relacionados ao quadro</p><p>de pessoal (KWASNICKA, 2003).</p><p>2.5 Organização, direção e controle</p><p>A menos que você seja o criador da empresa, dificilmente terá oportunidade de propor uma estrutura</p><p>desde o início. Em geral, você deve adaptar-se a uma estrutura existente ou adaptar a estrutura que</p><p>traga o melhor resultado para a empresa.</p><p>Organizar é coordenar diferentes atividades de pessoas com a finalidade de executar tarefas</p><p>planejadas. Essa organização consiste em uma rede de relacionamentos específicos entre indivíduos,</p><p>posições e tarefas.</p><p>Existem muitas formas de agrupamentos de tarefas e posições, dando diferentes formatos ao desenho</p><p>estrutural. Não existe uma forma correta ou errada, depende das características e das necessidades da</p><p>empresa, entretanto alguns conceitos devem ser observados: autoridade, responsabilidade, amplitude</p><p>de controle e unidade de comando.</p><p>19</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>Dirigir uma organização é conduzi-la ao cumprimento dos objetivos estabelecidos, para a finalidade</p><p>para a qual ela foi criada, ao sucesso. Esse ato está diluído em toda a empresa, em qualquer nível</p><p>hierárquico. Dentro do conceito de direção estão inseridos outros, como: poder, autoridade, liderança,</p><p>responsabilidade, delegação, enfim, tudo que se relaciona com a interação entre pessoas e entre</p><p>atividades funcionais.</p><p>O ato de controlar tem vários significados, tanto quantos forem seus objetivos. Na empresa significa</p><p>saber se o que foi planejado foi obtido com qualidade e custo desejável. Falando dessa forma parece</p><p>simples, mas não é, há uma forte conotação comportamental inserida nos atos de controlar, pois o ato</p><p>em si está sempre envolvendo alguém ou um grupo.</p><p>A questão da qualidade já teve uma ênfase muito grande na década de 1980, com o surgimento</p><p>dos modelos japoneses de eficiência na produção; hoje, o controle está mais para resultado global da</p><p>organização do que limitado a subsistemas como fianças e produção.</p><p>2.6 Papel social das organizações</p><p>A inter-relação da empresa com o seu ambiente nunca foi tão intensa como hoje. A questão</p><p>social, não só internamente, como também com a sociedade na qual a empresa está inserida, deve</p><p>fazer parte dos objetivos da organização. A sociedade tem ficado atenta às ações de empresas e como</p><p>isso pode afetar a vida de cada um, seja em poluição de ar e água, seja na questão de esgoto, lixo e</p><p>crescimento desordenado.</p><p>As empresas podem envolver-se em quase todos os tipos atividades sociais: educação, moradia, lazer</p><p>e saúde, podendo contribuir direta ou indiretamente. Elas podem participar ativamente em ações que</p><p>venham a ajudar o setor público ou ajudando ONGs, financiando projetos sociais. Isso traz uma imagem</p><p>muito positiva para a empresa e influência em sua posição favorável de mercado.</p><p>Observação</p><p>Algumas empresas não têm preocupação com a poluição do ar, do</p><p>solo e da água, emitindo poluentes sem controle. Não seria necessário o</p><p>Protocolo de Kyoto se houvesse mais consciência das empresas com isso.</p><p>A saúde da população também é afetada pela falta de cuidado de algumas</p><p>empresas com essa questão.</p><p>Hoje o setor social está atuante e organizado para cobrar posições das empresas. As ONGS ajudam</p><p>muito nessa questão, principalmente as ambientalistas. As associações de classe, de bairro e outras</p><p>entidades de classe são as mais ativas no processo.</p><p>20</p><p>Unidade I</p><p>2.6.1 Empresas para um mundo futuro</p><p>O cenário no século XXI tem exigido a reflexão e a discussão sobre como se pretende minimizar os</p><p>impactos produzidos pelos negócios para que as próximas gerações não tenham ônus.</p><p>Recentes proposições de alguns estudiosos e empresários trouxeram o tema “capitalismo consciente”.</p><p>Os autores Mackey e Sisoda (2013) apontam a importância de se pensar em uma maneira de conduzir o</p><p>lucro das organizações com uma visão mais holística, e não apenas na única proposição da organização,</p><p>que era gerar lucro, defendida por Milton Friedman.</p><p>Mota (2013) afirma que existem vários tipos de capitalismo e que este dependerá da dinâmica</p><p>própria desse sistema econômico no tempo e no espaço. O capitalismo do século XIX era caracterizado</p><p>pela lógica de exploração e de inexistência, de certa forma, de proteção social. Já na Era do Estado</p><p>do Bem-Estar Social, o capitalismo vai adquirir uma face mais humana, quando adota a política do</p><p>Welfare State.</p><p>Mudanças significativas ocorreram desde o fordismo até aos dias de hoje.</p><p>O capitalismo consciente, na percepção de Mackey e Sisoda (2013), consiste em romper com</p><p>paradigmas existentes e propor novas maneirar de desenvolver um negócio em que este poderá criar</p><p>vários tipos de valor e de bem-estar para todas as partes envolvidas, como: financeiro, intelectual,</p><p>físico, ecológico, social, cultural, emocional, ético. Trata-se de uma maneira mais completa de pensar o</p><p>negócio. Os autores ainda asseveram que o capitalismo consciente está sustentado em quatro princípios:</p><p>propósito maior; integração com os stakeholders; liderança consciente; e cultura e gestão consciente.</p><p>Não são princípios isolados, mas sim interligados, eles se reforçam mutuamente, como mostrado na</p><p>figura a seguir.</p><p>Liderança</p><p>consciente</p><p>Cultura</p><p>e gestão</p><p>consciente</p><p>Integração</p><p>com os</p><p>stakeholders</p><p>Propósito</p><p>maior e</p><p>valores</p><p>centrais</p><p>Figura 5 – Os quatro princípios do capitalismo consciente</p><p>Fonte: Mackey e Sisoda (2013, p. 36).</p><p>Highlight</p><p>21</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>Propósito maior</p><p>Ser mobilizador, proporcionando um grau de engajamento entre todos os públicos de interesses</p><p>e</p><p>catalisar a criatividade, a inovação e o comprometimento organizacional. Tal quesito está no centro da</p><p>figura 5 porque é nesse aspecto que as organizações devem estar centradas.</p><p>Integração de stakeholders</p><p>São as entidades, ou seja, os públicos de interesse das organizações que de uma maneira ou outra</p><p>serão ou terão grandes efeitos nos relacionamentos, compondo uma rede de criação de valor.</p><p>Liderança consciente</p><p>O comando das organizações é imprescindível para que o negócio seja consciente, ou seja, com uma</p><p>liderança visionária e apurada em que esteja sustentada na inteligência analítica, emocional e espiritual,</p><p>compreendendo e analisando a teia de relacionamentos entre todos os stakeholders.</p><p>Cultura e gestão consciente</p><p>Tais aspectos garantem a sustentação dos valores e propósitos de uma organização consciente.</p><p>Se perdurarem, vão suportar as adversidades de liderança e os problemas que poderão surgir ao longo</p><p>do tempo. Empresas com esses propósitos possuem uma gestão compatível com a cultura, baseando-se</p><p>na descentralização, na autonomia e na colaboração, ampliando a capacidade de inovação e criando</p><p>vários tipos de valores para os stakeholders internos.</p><p>As organizações que adotam tais proposições creem que o sucesso dos negócios está atrelado à</p><p>criação de valor para todos os stakeholders, entre eles a sociedade e o meio ambiente. Gerar valor para</p><p>a sociedade e para o meio ambiente está diretamente relacionado à política e à cultura de qualquer</p><p>empresa consciente.</p><p>Em contraponto às proposições apontadas, Mackey e Sisoda, (2013 p. 41) acentuam que “companhias</p><p>prioritariamente orientadas para o lucro tendem a enxergar programas sociais e ambientais em seu</p><p>modelo de negócio tradicional no intuito de melhorar sua reputação ou defender-se das críticas”.</p><p>Na verdade, o que se propõe é uma abordagem ampla, que contemple o comportamento responsável</p><p>de todas as partes interessadas, que esse seja o elemento central da filosofia e da estratégia da empresa.</p><p>Lembrete</p><p>Os autores Mackey e Sisoda (2013) apontam a importância de se pensar</p><p>em uma maneira de conduzir o lucro das organizações com uma visão mais</p><p>holística, e não apenas na única proposição da organização, que era gerar</p><p>lucro, defendida por Milton Friedman.</p><p>22</p><p>Unidade I</p><p>E como seria essa empresa para as próximas décadas?</p><p>Pensando nessa questão, Sukhdev (2013) aponta alguns aspectos que precedem as empresas para as</p><p>próximas décadas. Ele destaca que existem três motivos: o primeiro é de que as coisas não acontecerão</p><p>de modo simples ou repentinamente; o segundo é que não há soluções elegantes ou fáceis; e o terceiro</p><p>é apresentado como sendo um desafio de natureza ambiental ou de justiça social, ou até mesmo de</p><p>ambas. O grande desafio está centrado na mudança, na transformação para a própria sobrevivência</p><p>das organizações.</p><p>Sukhdev (2013) ainda acentua que a empresa para as próximas décadas deverá sustentar-se nos</p><p>seguintes elementos:</p><p>• Metas alinhadas aos objetivos da sociedade: sinergia com os propósitos da empresa aos da</p><p>comunidade, levando ao aumento de bem-estar, diminuição na escassez de recursos naturais e de</p><p>riscos ambientais. Neste elemento, percebe-se uma parte da essência do que a responsabilidade</p><p>social corporativa propõe.</p><p>• Visão da organização como uma fábrica de capital: a organização não é somente uma</p><p>empresa geradora de produtos e serviços. Percebe-se que na composição dessa organização alguns</p><p>paradigmas necessitam ser modificados, no sentido de a organização ser vista de maneira holística,</p><p>no aspecto econômico e social, ou seja, nas palavras de Sukhdev (2013, p. 288), “reconhece-se</p><p>que o capital humano, o capital social e o natural conseguem produzir da mesma forma que o</p><p>capital financeiro”. Esse tipo de organização não considera que o capital humano e o natural são</p><p>acessórios do capital financeiro.</p><p>• Entendimento do papel da organização como uma comunidade: a organização pode ser vista</p><p>como uma comunidade, unida pela cultura compartilhada, criada pelos valores, missão, visão,</p><p>metas, objetivos e governança.</p><p>A organização direcionada para o futuro reconhece a comunidade como fonte de criação das redes</p><p>de relacionamentos, reforçando a natureza comunitária. A procura por modificações empresariais criará</p><p>as circunstâncias para o desenvolvimento de um novo tipo de organização. Para essa “nova organização”,</p><p>pode-se apontar que uma das propostas de modificação consiste que a organização esteja alicerçada</p><p>na política de sustentabilidade.</p><p>Saiba mais</p><p>Para aprofundar seu conhecimento, leia:</p><p>BEGNINI, S. et al. Capitalismo consciente: uma análise netnográfica em</p><p>grupos da rede social LinkedIn. Cad. EBAPE.BR, v. 17, n. 2, abr./jun. 2019.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3oYQEWE. Acesso em: 26 nov. 2021.</p><p>23</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>2.6.2 Sustentabilidade, responsabilidade corporativa e responsabilidade social</p><p>Foi necessário adotar uma corrente de pensamento em função da imprecisão e confusão que cercam</p><p>os conceitos de sustentabilidade. Assim, será utilizada a que é pautada no desenvolvimento sustentável, a</p><p>qual procura se relacionar por meio do equilíbrio entre as três dimensões: econômica, social e ambiental.</p><p>Sachs (2009) aponta que a sustentabilidade não dever se resumir à questão ambiental ou</p><p>ecológica, mas sim levar em conta os aspectos éticos, ambientais, econômicos etc. A proposta básica do</p><p>desenvolvimento sustentável coloca a responsabilidade em cada membro da sociedade, que deve adotar</p><p>práticas que venham a contribuir significativamente em suas áreas de atuação. O mesmo ocorre com</p><p>outros conceitos relacionados à sustentabilidade, como a filantropia e a responsabilidade corporativa.</p><p>A filantropia está sustentada em ações assistencialistas que objetivam contribuir para a</p><p>sobrevivência de grupos sociais desfavorecidos assumidos pelas empresas por meio de ações de</p><p>doação a grupos e entidades. É possível afirmar que a filantropia é apenas um tipo de ação ou até um</p><p>estágio preparatório para o contexto mais amplo da responsabilidade social. Dessa forma, percebe-se</p><p>que o fato de a empresa realizar ações sociais não a caracteriza como uma organização socialmente</p><p>responsável (PITOMBO; PIZZINATTO; GIULIANI, 2014). Muitas vezes, esse tipo de ação é confundido</p><p>com a responsabilidade social.</p><p>Por sua vez, a responsabilidade corporativa é o envolvimento permanente das organizações com a</p><p>qualidade ética nas relações da empresa com os seus stakeholders. Trata-se de um processo contínuo que</p><p>visa alcançar um desenvolvimento socialmente responsável, econômica e ambientalmente sustentável,</p><p>denominado triple botton line. Isso significa trabalhar com ética nos negócios, responsabilidade social e</p><p>responsabilidade ambiental. A figura a seguir ilustra essas dimensões.</p><p>Responsabilidade</p><p>corporativa</p><p>Responsabilidade</p><p>social</p><p>Responsabilidade</p><p>econômica</p><p>Responsabilidade</p><p>ambiental</p><p>Triple Botton LineTriple Botton Line</p><p>Figura 6 – Dimensões da responsabilidade corporativa</p><p>Fonte: Pitombo, Pizzinatto e Giuliani (2014, p. 344).</p><p>24</p><p>Unidade I</p><p>A avaliação da responsabilidade corporativa embasa-se em três dimensões:</p><p>• Dimensão ética: é a análise referente ao comportamento da empresa (quais valores adota e</p><p>como os promove e os difunde perante seus vários públicos).</p><p>• Dimensão pragmática: como a empresa desenvolve suas ações sociais (qual é o foco, seus</p><p>beneficiários, total de investimentos, retorno obtido e resultados alcançados).</p><p>• Dimensão político-institucional: é a análise de como a empresa se relaciona com os seus diversos</p><p>públicos-alvo (empregados e dependentes, fornecedores, distribuidores, acionistas, comunidade</p><p>e sociedade).</p><p>Em suma, quanto maior for a participação da empresa nessas três dimensões, maior e melhor será a</p><p>sua gestão de responsabilidade corporativa. Pode-se dizer que uma empresa é socialmente responsável</p><p>pela análise holística do padrão de comportamento social, econômico, cultural e político adotado.</p><p>A sustentabilidade é vista</p><p>como uma abordagem de negócios. Como tal, assume sua condição de</p><p>fator estratégico na condução de negócios empresariais. Daí ser possível falar em estratégias empresariais</p><p>sustentáveis no contexto atual das empresas.</p><p>A sustentabilidade está alicerçada na corrente de pensamento do desenvolvimento sustentável em</p><p>que se procura relacionar por meio do equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental.</p><p>Barbieri e Cajazeira (2009, p. 24) definem empresa sustentável como aquela “que procura incorporar os</p><p>conceitos e objetivos relacionados com o desenvolvimento sustentável em suas políticas e práticas de modo</p><p>consciente”. Para a empresa, a incorporação dos objetivos relacionados ao desenvolvimento sustentável</p><p>significa adotar estratégias de negócios e atividades que atendam às necessidades das empresas e de</p><p>seus stakeholders enquanto protegem, sustentam e aumentam os recursos humanos e naturais. Ou seja,</p><p>a empresa torna-se responsável por essas dimensões organizacionais, como mostrado na figura a seguir.</p><p>Responsabilidade</p><p>corporativa</p><p>Sustentabilidade</p><p>organizacional</p><p>Responsabilidade</p><p>social</p><p>Responsabilidade</p><p>econômica</p><p>Responsabilidade</p><p>ambiental</p><p>Triple Botton LineTriple Botton Line</p><p>Figura 7 – Dimensão da sustentabilidade organizacional</p><p>Fonte: Barbieri e Cajazeira (2009, p. 71).</p><p>Highlight</p><p>25</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>Na proposição da gestão da sustentabilidade empresarial, a gestão das empresas deve também estar</p><p>direcionada para a forma pela qual estabelece seus relacionamentos com as organizações.</p><p>Empresas sustentáveis são reconhecidas por seus valores, materializados em ações, projetos e</p><p>proposições evidenciados por meio de estratégias de comunicação e marketing, com o objetivo de</p><p>proporcionar visibilidade, credibilidade e, consequentemente, uma boa reputação na percepção de seus</p><p>públicos de interesse, sejam eles consumidores ou não dessa empresa.</p><p>Pode-se dizer que, se as empresas não buscarem as três responsabilidades como base da</p><p>sustentabilidade em uma maneira operativa, poderá, como consequência, comprometer o negócio,</p><p>afetando sua capacidade para:</p><p>• Manter a sua reputação.</p><p>• Atrair e reter os colaboradores e clientes.</p><p>• Manter o trabalhador e a produtividade dos recursos.</p><p>• Atrair investimentos e outros recursos para melhorar a vantagem competitiva.</p><p>• Lidar eficazmente com os reguladores e com as companhias de seguros.</p><p>A sustentabilidade organizacional é o equilíbrio entre a orientação interna por resultados e a</p><p>pressão externa por minimização dos impactos sociais e ambientais e por um comportamento ético,</p><p>estabelecendo fronteiras para a atuação da organização, definindo princípios e gerando padrões de</p><p>estruturação, processos e gestão, todos orientados para a perenidade dos relacionamentos, a harmonia,</p><p>a justiça social e para a preservação do ecossistema. Ou seja, as respostas serão voltadas para as ações</p><p>estratégicas em direção ao mercado.</p><p>As organizações sustentáveis devem orientar suas ações para alcançar os objetivos atendendo</p><p>simultaneamente aos critérios da equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica. Em outras</p><p>palavras, tanto as ações das organizações sustentáveis quanto as dos agrupamentos sociais e dos</p><p>projetos sociais da economia solidária devem convergir para o tripé do desenvolvimento sustentável.</p><p>Saiba mais</p><p>Assista ao vídeo indicado a seguir para entender melhor o exposto.</p><p>PAINEL de cases – sustentabilidade organizacional. 2020. 1 vídeo. (1:51:40).</p><p>Publicado por Aberje. Disponível em: https://bit.ly/3FJjpxw. Acesso em:</p><p>7 jan. 2021.</p><p>26</p><p>Unidade I</p><p>Resumo</p><p>Iniciamos nosso estudo acentuando que o conceito geral de</p><p>administrar consiste em versões diversas, cada uma com um viés diferente,</p><p>porém de forma convergente e complementar. Vimos nesta unidade que</p><p>a administração passa a ser considerada como uma ciência universal,</p><p>pois todas as áreas do conhecimento fazem uso de conceitos para</p><p>atingirem seus objetivos.</p><p>Em seguida, ao destacar o processo empresarial, entendemos que</p><p>organização é um grupo de pessoas que trabalham em busca de objetivos</p><p>comuns, e não necessariamente são empresas.</p><p>Também foi apresentado um panorama com a história das organizações.</p><p>Nesse contexto, foi ilustrado um quadro comparativo entre a Era Industrial</p><p>e a Era da Informação.</p><p>Outro tema relevante desta unidade foi o papel social das organizações.</p><p>A questão social e a inter-relação da empresa com o seu ambiente nunca</p><p>foi tão intensa como hoje. As empresas podem envolver-se em quase todos</p><p>os tipos de atividades sociais: educação, moradia, lazer e saúde, podendo</p><p>contribuir direta ou indiretamente. Elas podem participar ativamente em</p><p>ações que venham a ajudar o setor público ou ajudando ONGs, financiando</p><p>projetos sociais. Isso traz uma imagem muito positiva para a empresa e</p><p>influência em sua posição favorável de mercado.</p><p>27</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>Exercícios</p><p>Questão 1. Leia o texto a seguir.</p><p>Planejar, organizar, dirigir e controlar</p><p>O planejamento é considerado o alicerce da atividade empresarial. É por intermédio do planejamento</p><p>que são estabelecidos os objetivos a serem atingidos e as ações que serão essenciais para alcançá-los.</p><p>Em outras palavras, ao planejar, a empresa define o que tem como propósito e por quais meios</p><p>se chegará até eles, com o intuito de diminuir as incertezas e guiar as decisões corporativas. Além do</p><p>planejamento, a organização, a direção e o controle formam o processo administrativo, sendo que cada</p><p>função compreende um conjunto de ações que se destinam a conduzir a empresa para o alcance de</p><p>seus objetivos.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3GHBrk8. Acesso em: 11 dez. 2021 (com adaptações).</p><p>Conforme o texto, além do planejamento, existem as funções administrativas:</p><p>• organização;</p><p>• direção;</p><p>• controle.</p><p>Em relação a essas funções administrativas, avalie as descrições a seguir.</p><p>Descrição I. Implica saber se o que foi planejado foi alcançado com qualidade e custo desejáveis.</p><p>Descrição II. Implica coordenar atividades de pessoas e alocar recursos para a consecução das</p><p>tarefas planejadas.</p><p>Descrição III. Implica conduzir a organização para a finalidade para a qual ela foi criada, com o</p><p>cumprimento dos objetivos definidos.</p><p>As descrições I, II e III referem-se, respectivamente, às funções administrativas:</p><p>A) Organização, direção e controle.</p><p>B) Direção, organização e controle.</p><p>C) Organização, controle e direção.</p><p>D) Controle, organização e direção.</p><p>E) Controle, direção e organização.</p><p>Resposta correta: alternativa D.</p><p>28</p><p>Unidade I</p><p>Análise da questão</p><p>A função controle tem a finalidade de garantir e assegurar que as ações e tarefas sejam executadas</p><p>conforme os padrões e princípios estabelecidos. É a função responsável por identificar desvios em</p><p>relação ao que foi planejado. Para isso, compara o resultado obtido com os padrões convencionados e</p><p>sugere ações corretivas, se necessário.</p><p>A função organização propõe-se a colocar em prática o resultado do planejamento, mediante a</p><p>alocação de recursos humanos, materiais e financeiros. Para isso, define como as atividades e tarefas</p><p>devem ser realizadas, de acordo com as características e necessidades da empresa.</p><p>A função direção está relacionada à liderança, à interação entre pessoas, sendo que essa função se</p><p>dilui em toda a empresa, nos diversos níveis hierárquicos. Baseia-se também na capacidade de influenciar</p><p>os funcionários de modo positivo, de maneira a coordenar as ações e os esforços para a realização das</p><p>atividades e das tarefas empresariais. Em suma, trata-se da condução da empresa para o cumprimento</p><p>dos objetivos estabelecidos.</p><p>Questão 2. Leia a declaração de Visão do Instituto Ethos.</p><p>As empresas são importantes agentes de promoção do desenvolvimento econômico e do avanço</p><p>tecnológico e têm importante influência nas transformações do planeta. Por isso, sua participação e</p><p>engajamento são cruciais para a construção de um mundo melhor, ao lado dos esforços do Estado e da</p><p>sociedade civil.</p><p>As ações cooperativas</p><p>– tanto em âmbito local quanto regional, nacional ou internacional – são</p><p>cada vez mais necessárias para a manutenção do bem-estar da humanidade. A consciência global é</p><p>fundamental no processo de preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural, na promoção dos</p><p>direitos humanos e na construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa.</p><p>As empresas, adotando um comportamento socialmente responsável, são poderosos agentes de mudança</p><p>para, juntamente com os Estados e a sociedade civil, construir um mundo melhor.</p><p>Ao adicionar às suas competências o comportamento ético e socialmente responsável, a iniciativa</p><p>privada conquista o respeito das pessoas e das comunidades que são impactadas por suas atividades, e</p><p>o resultado é o reconhecimento da sociedade às suas atitudes.</p><p>A responsabilidade social está se tornando cada vez mais fator de sucesso empresarial, o que cria novas</p><p>perspectivas para a construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3yqCVMK. Acesso em: 11 dez. 2021 (com adaptações).</p><p>Considerando o exposto e seus conhecimentos, avalie as afirmativas.</p><p>29</p><p>FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>I – A ética, uma das três dimensões da responsabilidade corporativa, tem como foco o</p><p>relacionamento da empresa com os seus vários públicos-alvo, como funcionários, fornecedores,</p><p>acionistas, comunidade, entre outros.</p><p>II – A dimensão político-institucional na análise da responsabilidade corporativa avalia o</p><p>comportamento da empresa e seus valores.</p><p>III – O desenvolvimento das ações sociais da empresa é analisado pela dimensão pragmática</p><p>da responsabilidade corporativa: são avaliados o foco, os beneficiários, os investimentos e os</p><p>resultados alcançados.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>A) I, apenas.</p><p>B) III, apenas.</p><p>C) I e II, apenas.</p><p>D) II e III, apenas.</p><p>E) I, II e III.</p><p>Resposta correta: alternativa B.</p><p>Análise das afirmativas</p><p>I – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: a dimensão ética da responsabilidade corporativa se refere ao comportamento da</p><p>empresa propriamente dito; ela compreende os valores adotados pela corporação e sua promoção e</p><p>difusão perante seus diferentes públicos.</p><p>II – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: a dimensão político-institucional analisa como a empresa se relaciona com seus</p><p>diversos públicos-alvo: funcionários, clientes, acionistas, distribuidores e comunidade.</p><p>III – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: a dimensão pragmática da responsabilidade corporativa tem como objeto avaliar o</p><p>desempenho das ações sociais realizadas pela empresa no que se refere ao seu desenvolvimento e à</p><p>obtenção de resultados.</p>

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