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<p>PODE	VIR,	ENEM</p><p>O	guia	definitivo	para	arrasar	no	ENEM</p><p>Umberto	Mannarino</p><p>Seja	bem-vindo/vinda	ao	meu	e-book!</p><p>Antes	de	mais	nada,	eu	queria	te	agradecer	de	coração	por	ter	adquirido	este</p><p>material.	Pode	ter	certeza	de	que	ele	foi	feito	com	muito	carinho.	É	o	fruto	de	6</p><p>anos	de	estudo,	e	eu	espero	que	de	alguma	forma	ele	te	ajude	neste	caminho	de</p><p>aprendizado	e	superação	rumo	à	aprovação	no	ENEM.</p><p>Ou	melhor:	rumo	à	arrasação	no	ENEM	:)</p><p>Permita	que	eu	me	apresente.	Se	você	já	acompanha	o	canal	do	YouTube	há</p><p>algum	tempo	(ou	se	tiver	comprado	o	e-book	na	véspera	do	ENEM	e	estiver	com</p><p>pressa	para	terminar),	pode	pular	esta	parte.</p><p>Meu	 nome	 é	 Umberto	 Mannarino	 (leia	 com	 um	 sotaque	 italiano	 bem</p><p>chique).	Tenho	22	anos	e	sou	estudante	de	Publicidade	e	Propaganda.</p><p>Durante	o	Ensino	Médio,	decidi	criar	um	canal	no	YouTube	e	fazer	aulas	de</p><p>Matemática,	Física	e	Química	para	ajudar	as	pessoas.	Não	tinha	nada	para	fazer</p><p>nas	 férias	 e	 deu	 nisso,	 né...	 comprei	 um	quadrinho	 branco	 e	 comecei	 a	 gravar</p><p>videoaulas	na	véspera	do	Natal	para	o	“Exatas	Exatas”.</p><p>(Aos	que	ainda	não	ligaram	os	pontos...	eu	era	de	Exatas).</p><p>É	 claro	 que	 a	 vida	 dá	 umas	 voltas	 bem	 loucas,	 e	 com	 o	 tempo	 eu	 fui</p><p>percebendo	 que	 não	 era	 tão	 de	Exatas	 assim.	É	 uma	 longa	 história,	mas,	 para</p><p>resumir:	 passei	 em	 Química	 na	 UnB	 em	 2º	 lugar	 geral	 (teria	 sido	 o	 1º	 de</p><p>Medicina,	mas	imagina	que	engraçado	ver	no	jornal	um	Química	em	meio	ao	1º</p><p>colocado,	Engenharia,	e	a	3ª	colocada,	Medicina).</p><p>Depois,	 ganhei	 uma	 bolsa	 de	 estudos	 para	 ir	 fazer	Química	 no	 Japão.	 Fui,</p><p>desisti	 de	 Química,	 voltei	 para	 o	 Brasil	 e	 passei	 por	 *cofcof*	 alguns	 *cof*</p><p>cursos	(Fotografia,	Psicologia	e	Jornalismo)	até	me	encontrar	em	Publicidade	e</p><p>Propaganda.</p><p>Sim,	sou	meio	indeciso,	não	precisa	comentar.	Eu	sei	disso	muito	bem.</p><p>PS:	 Como	 você	 já	 pôde	 perceber,	 mesmo	 fazendo	 Publicidade	 eu	 não	 sou</p><p>muito	bom	com	design	e	essas	coisas	chiques.	O	e-book	vai	ser	basicamente	só</p><p>em	formato	de	texto.	Mas	o	que	importa	mesmo	(ou	o	que	devia	importar)	é	o</p><p>conteúdo,	certo?	E	pode	ter	certeza	de	que	o	conteúdo	está	muito	bom.</p><p>Enfim.	Em	resumo,	é	essa	a	minha	história...	Brasília	→	Japão	→	Brasília	→</p><p>São	Paulo.	E	adivinha	quem	continuou	firme	e	forte	durante	todo	esse	tempo.	É</p><p>isso	aí,	senhoras	e	senhores	membros	do	júri:	o	Exatas	Exatas!</p><p>Quem	diria,	não	é	mesmo?	Seis	anos	depois,	o	canal	já	estava	com	mais	de</p><p>500	mil	 inscritos	e	20	milhões	de	visualizações!	Eu	não	consigo	nem	conceber</p><p>essa	 quantidade	 de	 pessoas.	 Tente	 imaginar	 tudo	 isso	 de	 gente	 amontoado	 no</p><p>mesmo	 lugar.	Não	dá!	O	canal	 realmente	 tomou	proporções	muito	maiores	do</p><p>que	eu	imaginava	6	anos	atrás!!</p><p>E	detalhe:	 foi	 justo	 no	 segundo	dia	 de	ENEM	2018	que	nós	 chegamos	 aos</p><p>500	mil	 inscritos.	Se	você	 já	conhece	o	canal,	provavelmente	assistiu	ao	vídeo</p><p>em	que	eu	acendi	as	velinhas	de	“500”	para	comemorar.</p><p>Aquele	 dia	 foi	 legal.	O	Brasil	 inteiro	 vendo	 eu	 falhar	miseravelmente	 para</p><p>acender	uma	vela.</p><p>ENFIM!	De	 uns	 tempos	 para	 cá,	 deixei	 um	 pouco	 as	 videoaulas	 de	 lado	 e</p><p>expandi	 o	 conteúdo	 para	 dicas	 de	 estudo,	 estratégias	 de	 resolução	 de	 prova,</p><p>planejamento,	interpretação	de	texto,	entre	outros.</p><p>Para	 este	 e-book,	 eu	 fiz	 um	grande	 apanhado	 com	 as	 dicas	 dos	 principais</p><p>vídeos	 dos	 últimos	 anos,	 acrescentei	 detalhes	 que	 não	 cheguei	 a	 falar	 no</p><p>YouTube	e	incluí	uma	análise	completa	do	ENEM	2018	(Matemática,	Ciências</p><p>da	Natureza,	Humanas	e	Linguagens).</p><p>E	é	este	o	material	que	você	tem	em	mãos	hoje.</p><p>Na	 análise	 da	 prova,	 procurei	 explicar	mais	 do	 que	 apenas	 o	 contexto	 das</p><p>questões.	Uma	explicação	convencional	você	encontra	em	qualquer	lugar,	mas	o</p><p>diferencial	 aqui	 é	que	eu	 também	dei	dicas	de	 como	acertei	 algumas	em	2018</p><p>sem	 necessariamente	 saber	 o	 jeito	 “certo”	 de	 resolver.	 Muitas	 eu	 acertei</p><p>apenas	 com	 interpretação	 de	 texto,	 lógica.	 Em	 Matemática,	 por	 exemplo,	 eu</p><p>consegui	 resolver	 no	mínimo	 umas	 10	 por	 um	 raciocínio	 alternativo	 que	me</p><p>ajudou	a	poupar	bastante	tempo	na	resolução.</p><p>Mas	você	vai	entender	melhor	o	que	eu	estou	falando	no	capítulo	de	análise</p><p>da	prova	:)</p><p>E	é	basicamente	isso.</p><p>Fica	aqui	de	novo	o	meu	agradecimento	a	você	por	me	apoiar	nesta	jornada.</p><p>Como	eu	falei	no	vídeo	com	as	minhas	notas	no	ENEM	2018,	devo	tirar	umas</p><p>feriazinhas	 e	 reduzir	 o	 volume	 de	 vídeos	 nos	 próximos	meses,	mas	 em	 breve</p><p>retorno	firme	e	forte!</p><p>Nesse	 meio-tempo,	 tenho	 certeza	 de	 que	 você	 estará	 em	 excelente</p><p>companhia.	 Espero	 de	 coração	 que	 este	 e-book	 te	 ajude	 a	 conquistar	 os	 seus</p><p>objetivos.	Pode	vir,	ENEM!!</p><p>(Ah,	 sim,	 quase	 ia	me	 esquecendo!	 Aos	 que	 ainda	 não	 conhecem	 o	 canal,</p><p>segue	o	link	para	se	inscreverem):</p><p>http://www.youtube.com/exatasexatas</p><p>http://www.youtube.com/exatasexatas</p><p>CONTENTS</p><p>Title	Page</p><p>Minhas	notas	no	ENEM	(2016,	2017	e	2018)</p><p>Interpretação	de	texto</p><p>Livros	para	melhorar	a	interpretação	de	texto</p><p>Matemática	e	raciocínio	lógico</p><p>A	Matemática	é	uma	pirâmide</p><p>A	Matemática	no	dia	a	dia</p><p>A	matriz	de	referência	do	ENEM</p><p>O	ENEM	está	mais	conteudista?</p><p>Canais	para	ampliar	o	repertório:</p><p>Um	breve	comentário	sobre	o	ENEM	2018</p><p>Como	usar	a	TRI	para	aumentar	a	nota	no	ENEM</p><p>As	pegadinhas	que	mais	caem	no	ENEM</p><p>Minha	estratégia	de	resolução	do	ENEM</p><p>1º	dia	(Linguagens,	Redação	e	Humanas)</p><p>2º	dia	(Matemática	e	Ciências	da	Natureza)</p><p>Redação	modelo	ENEM</p><p>Checklist	para	uma	excelente	redação	do	ENEM</p><p>Comentários	sobre	a	minha	redação	do	ENEM	2016</p><p>Comentários	sobre	a	minha	redação	do	ENEM	2017</p><p>Resolução	comentada	do	ENEM	2018</p><p>Linguagens,	Códigos	e	suas	Tecnologias</p><p>Ciências	Humanas	e	suas	Tecnologias</p><p>Ciências	da	Natureza	e	suas	Tecnologias</p><p>Matemática	e	suas	Tecnologias</p><p>Agradecimento</p><p>Minhas	notas	no	ENEM	(2016,	2017	e</p><p>2018)</p><p>Acho	 importante	colocar	as	minhas	notas	nos	últimos	ENEM	para	dar	uma</p><p>noção	 sobre	 a	 relação	 entre	 número	 de	 acertos	 e	 nota.	 Como	 vamos	 ver	 com</p><p>mais	detalhes	na	parte	sobre	a	TRI,	o	número	de	acertos	não	necessariamente</p><p>determina	se	a	sua	nota	vai	ser	maior	ou	menor.</p><p>ENEM	2016</p><p>Ciências	da	Natureza	e	suas	Tecnologias	(40	acertos):	761,4</p><p>Ciências	Humanas	e	suas	Tecnologias	(35	acertos):	673,6</p><p>Linguagens,	Códigos	e	suas	Tecnologias	(32	acertos):	687,8</p><p>Matemática	e	suas	Tecnologias	(39	acertos):	918,6</p><p>Redação:	880</p><p>ENEM	2017</p><p>Ciências	da	Natureza	e	suas	Tecnologias	(35	acertos):	759,1</p><p>Ciências	Humanas	e	suas	Tecnologias	(35	acertos):	735,4</p><p>Linguagens,	Códigos	e	suas	Tecnologias	(37	acertos):	654,1</p><p>Matemática	e	suas	Tecnologias	(40	acertos):	939,1</p><p>Redação:	840</p><p>ENEM	2018</p><p>Ciências	da	Natureza	e	suas	Tecnologias	(36	acertos):	742,9</p><p>Ciências	Humanas	e	suas	Tecnologias	(38	acertos):	750,2</p><p>Linguagens,	Códigos	e	suas	Tecnologias	(30	acertos):	658,6</p><p>Matemática	e	suas	Tecnologias	(43	acertos):	960,1</p><p>Redação:	960</p><p>Deu	 para	 perceber	 que	 o	 número	 de	 acertos	 não	 determina	 nota?	De	 2016</p><p>para	2017,	eu	acertei	5	a	mais	em	Linguagens	e	tirei	33	pontos	a	menos!	E	em</p><p>2018	eu	acertei	7	a	menos	que	em	2017	e	a	nota	foi	maior!</p><p>Se	 você	 for	 analisar	 com	 atenção	 cada	 uma	 das	minhas	 notas,	 vai	 ver	 que</p><p>realmente	 é	 preciso	 estratégia	 para	 não	 só	 acertar	 muitas,	 mas	 acertar	 as	 que</p><p>realmente	 vão	 te	 dar	mais	 ponto.	E,	 sim,	 tem	 algumas	 formas	 de	 prever	 quais</p><p>questões	 valem	mais	 ponto.	Vamos	 falar	 disso	 com	mais	 detalhes	 no	 capítulo</p><p>sobre	TRI.</p><p>De	qualquer	forma,	eu	mantive	a	mesma	quantidade	de	acertos	nos	três	anos</p><p>que	 fiz	 o	 ENEM.	 Em	 2016	 e	 2017,	 as	 médias	 foram	 aproximadamente	 as</p><p>mesmas,	 mas	 repare	 que	 isso	 só	 aconteceu	 por	 causa	 da	 redação,	 que</p><p>coincidentemente	“balanceou”	tudo.	Em	2018,	o	960	na	redação	puxou	a	média</p><p>bastante	para	cima.	Enquanto	em	2016	e	2017	ela	tinha	ficado	em	780,	em	2018</p><p>a	média	chegou	a	814,3.</p><p>É	claro	que	teve	gente	que	foi	melhor	do	que	eu,	mas	eu	sei	que	manter	147</p><p>acertos	 por	 3	 anos	 consecutivos	 é	 excelente.	 Pelo	beduka.com,	 um	 excelente</p><p>buscador	 de	 faculdades,	 minhas	 notas	 passaram	 raspando	 de</p><p>não	 refletir	 o	 nível	 educacional	 oferecido	 nas	 escolas</p><p>públicas,	porque	senão	ficaríamos	falando	por	horas	e	horas	sem	fim	para	chegar</p><p>na	conclusão	que	todo	mundo	já	sabe:	o	ensino	público	no	Brasil	é	péssimo,	e	o</p><p>exame	do	ENEM	não	reflete	o	que	é	ensinado	em	sala	de	aula.</p><p>De	qualquer	forma,	o	nível	das	questões	do	ENEM	não	tende	a	diminuir.	Elas</p><p>vão	continuar	 assim,	 se	não	 ficarem	mais	difíceis.	E	você	 tem	que	 se	preparar</p><p>para	 o	 pior.	 Essa	 questão	 da	 fotossíntese,	 por	 exemplo,	 é	 o	 que	 te	 espera	 no</p><p>ENEM	2019,	 2020.	Nas	 próximas	 edições	 do	 exame,	 devem	 cair	mais	 e	mais</p><p>dessas	 questões	 que	 exigem	 raciocínios	 complexos,	 então	 é	 bom	 já	 ir	 se</p><p>preparando.</p><p>Então	para	concluir:	o	ENEM	está	mais	conteudista?	Sim.	Definitivamente.</p><p>Mas	na	minha	opinião	não	adianta	tentar	adivinhar	o	que	vai	cair	na	prova.	Não</p><p>adianta	 ficar	 decorando	 assuntos	 isolados.	 Vai	 ser	 sorte	 você	 ter	 estudado</p><p>exatamente	o	conceito	que	foi	cobrado	em	uma	questão.	Mas	o	que	vai	aumentar</p><p>mesmo	a	sua	nota	(sem	depender	de	sorte)	é	a	conexão	entre	as	ideias.	E	isso	se</p><p>faz	 pensando	 além,	 consumindo	 informação	 “fora	 da	 caixinha”	das	 apostilas	 e</p><p>livros-texto.</p><p>Os	 canais	 ali	 em	 cima	 são	 um	 bom	 ponto	 de	 partida.	 Filmes,	 séries,</p><p>documentários,	livros	e	revistas	também.	Continue	sempre	a	aprender,	e	a	cada</p><p>novo	aprendizado	os	estudos	vão	ficar	mais	fáceis	e	divertidos.</p><p>Até	agora	já	falamos	de	bastante	coisa!	Descanse	um	pouco,	você	merece.</p><p>Como	usar	a	TRI	para	aumentar	a	nota	no</p><p>ENEM</p><p>Sim!	 Depois	 de	 mais	 de	 30	 páginas	 dizendo	 que	 eu	 ia	 falar	 da	 TRI,</p><p>finalmente	chegou	a	hora.	Senhoras	e	senhores	membros	do	júri,	abram	alas	para</p><p>a	famigerada	Teoria	da	Resposta	ao	Item.</p><p>Muitas	 pessoas	 falam	mal	 da	TRI,	 e	 em	parte	 isso	 é	 compreensível:	 a	TRI</p><p>torna	 tudo	mais	 incerto,	 e	é	praticamente	 impossível	prever	a	 sua	nota	 só	com</p><p>base	no	número	de	acertos.	Como	levam	2	meses	entre	a	divulgação	do	gabarito</p><p>oficial	e	das	notas,	dá	para	entender	por	que	as	pessoas	ficam	angustiadas.</p><p>Mas	 até	 que	 a	 TRI	 é	 um	 sistema	 bem	 inteligente	 de	 atribuir	 notas.	Vou	 te</p><p>explicar	basicamente	como	funciona:</p><p>Em	 primeiro	 lugar,	 as	 questões	 do	 ENEM	 não	 são	 inéditas.	 Pode	 soar</p><p>estranho,	mas	faz	sentido:	alguém	já	fez	as	questões	antes	(na	verdade	um	grupo</p><p>grande	 de	 alunos)	 para	 garantir	 que	 o	 nível	 de	 dificuldade	 é	 adequado,	 para</p><p>assegurar	 que	 os	 enunciados	 não	 têm	 erros	 de	 construção...	 enfim,	 para</p><p>“calibrar”	a	questão	e	a	prova	como	um	todo.</p><p>Por	 questão	 de	 sigilo,	 não	 se	 sabe	 quem	 esses	 alunos.	Mas	 eles	 existem,	 e</p><p>fazem	as	questões	antes	de	todo	mundo.</p><p>Mas	não	se	preocupe!!	Essas	questões	que	eles	fazem	não	são	exatamente	as</p><p>que	 vão	 cair	 no	 ENEM	 do	 próximo	 ano.	 Seria	 injusto	 que	 algumas	 pessoas</p><p>soubessem	 das	 questões	 antes	 de	 todo	mundo.	 O	 que	 esses	 alunos	 fazem	 são</p><p>questão	 randômicas	de	um	enorme	banco	de	questões.	Algumas	vão	compor	o</p><p>ENEM	2019;	outras,	o	ENEM	2020;	outras,	o	de	2021.	Algumas	 talvez	nunca</p><p>cheguem	a	ser	usadas.</p><p>(Repare	nos	exames	anteriores	que	existem	questões	com	textos	de	referência</p><p>de	2010,	2011.	São	questões	feitas	há	muito,	muito	tempo).</p><p>Menos	mal,	né?</p><p>Com	os	 dados	 estatísticos	 de	 quantidade	 de	 acertos	 e	 erros	 desse	 grupo	 de</p><p>alunos,	é	possível	atribuir	um	nível	de	dificuldade	a	cada	questão.	Digamos	que</p><p>80%	acertaram	a	questão	A	e	32%	acertaram	a	questão	B.	É	natural	supor	que	a</p><p>questão	B	foi	mais	difícil	que	a	A.</p><p>(Isso	é	uma	questão	de	estatística.	Por	 isso	precisam	de	um	grupo	grande	e</p><p>aleatório	de	alunos:	para	garantir	que	a	média	de	acertos	daquele	grupo	seja	uma</p><p>aproximação	 da	 média	 de	 acertos	 dos	 alunos	 que	 forem	 fazer	 o	 ENEM	 pra</p><p>valer).</p><p>E	 o	 que	 a	 querida	 TRI	 vai	 fazer	 na	 hora	 de	 corrigir	 as	 questões?	Vai	 usar</p><p>essas	informações	para	avaliar	a	consistência	de	acertos	das	pessoas.	Por	meio</p><p>de	algoritmos	super	complexos	que	ninguém	saberia	explicar,	ela	vai	conseguir</p><p>identificar	padrões	nas	 respostas	dos	alunos.	E	vai	ser	capaz	de	descobrir	se	a</p><p>pessoa	acertou	uma	questão	porque	entendia	da	matéria	ou	porque	chutou.</p><p>Naturalmente,	 se	 ela	 descobrir	 que	 o	 aluno	 chutou,	 vai	 atribuir	 uma	 nota</p><p>menor	do	que	se	ele	tivesse	acertado	por	conhecimento	mesmo.</p><p>E	como	ela	descobre	se	a	pessoa	chutou?</p><p>Bem...	 imagine	duas	pessoas,	X	e	Y,	que	acertaram	a	mesma	quantidade	de</p><p>questões	 em	 Matemática:	 35.	 A	 diferença	 é	 que	 X	 acertou	 as	 questões	 de</p><p>Matemática	Básica	 e	 errou	 10	 questões	 sobre	 logaritmo,	 função	 exponencial	 e</p><p>juros	compostos.	Y	acertou	essas	questões,	mas	errou	10	sobre	regra	de	3	e	as	4</p><p>operações	básicas.</p><p>A	 TRI	 já	 tem	 os	 dados	 dos	 alunos	 que	 fizeram	 as	 questões	 antes	 de	 todo</p><p>mundo.	E	 ela	 sabe	 que	 a	 porcentagem	de	 acertos	 nas	 questões	 de	Matemática</p><p>Básica	é	muito	maior.	Ela	sabe	que	essas	questões	são	consideradas	“fáceis”	em</p><p>comparação	com	as	de	logaritmo	e	juros	compostos.</p><p>Você	concorda	que	é	bem	inconsistente	acertar	as	de	logaritmo	e	errar	as	de</p><p>regra	de	3?	Pois	é,	então	é	muito	provável	que	Y	tenha	chutado	essas	questões</p><p>difíceis.	Ele	não	 sabia	 realmente	 fazer	 as	de	 regra	de	3,	 então	não	devia	 saber</p><p>fazer	as	difíceis.	Se	ela	acertou	as	difíceis,	é	porque	teve	sorte,	só	isso.</p><p>O	que	a	TRI	vai	fazer?	Vai	dar	uma	nota	mais	baixa	para	o	aluno	Y	apesar	de</p><p>ele	 ter	 acertado	 a	 mesma	 quantidade	 de	 questões	 que	 X.	 Porque	 X	 foi</p><p>consistente	nos	seus	acertos.</p><p>Isso	quer	dizer	que	Y	perdeu	ponto?	Não!	Quer	dizer	que	as	questões	que	ele</p><p>acertou	valeram	menos	pontos	do	que	as	que	X	acertou.</p><p>Ninguém	perde	ponto	no	ENEM.	Só	deixa	de	ganhar.</p><p>Então	aqui	você	já	sabe	o	que	deve	fazer	para	usar	a	TRI	a	seu	favor:	mire</p><p>nas	fáceis.	Questões	difíceis	você	pode	deixar	para	o	 fim	da	prova,	pular.	Elas</p><p>valem	menos.	O	importante	são	as	fáceis.</p><p>E	é	basicamente	por	causa	dessa	maluquice	da	TRI	que	as	notas	máximas	de</p><p>cada	 prova	 são	 tão	 diferentes.	 Para	 você	 ter	 uma	 noção,	 a	 nota	máxima	 de</p><p>Linguagens	no	ENEM	2017	foi	788,6.	A	pessoa	quase	gabaritou	a	prova	e	não</p><p>tirou	nem	800.	Em	Matemática,	a	nota	máxima	em	2015	foi	1008,3.</p><p>A	TRI	é	doida.	Se	ela	calculou	uma	nota	maior	que	1000,	quem	somos	nós</p><p>simples	mortais	para	questionar?	O	jeito	é	entender	como	ela	funciona	e	usá-la	a</p><p>nosso	favor.</p><p>Como	eu	disse	antes,	Matemática	e	Redação	são	as	duas	provas	que	podem</p><p>alavancar	a	sua	nota.	Claro	que	cada	instituição	atribui	pesos	diferentes	para	as</p><p>provas	diferentes	(e	você	encontra	esses	números	no	termo	de	adesão	de	cada</p><p>uma),	 mas	 num	 geral	 são	 essas	 duas	 que	 vão	 te	 dar	 maiores	 chances	 de	 ser</p><p>aprovado.</p><p>Na	 prova	 do	 1º	 dia	 (Linguagens	 e	Humanas)	 é	meio	 complicado	 distinguir</p><p>questões	 fáceis	 de	 difíceis,	 mas	 em	 Matemática	 e	 Ciências	 da	 Natureza	 é</p><p>relativamente	simples	identificar	questões	que	valem	mais.</p><p>No	capítulo	com	a	prova	de	2018,	quando	possível	eu	vou	fazer	uma	espécie</p><p>de	divisão	entre	fáceis,	médias	e	difíceis.	Não	vai	ser	exato,	mas	já	pode	ser	um</p><p>ponto	de	partida	legal	para	você	fazer	isso	nas	próximas.</p><p>Se	 você	 revisou	 bem	 a	 pirâmide	 de	 assuntos	 e	 fez	 as	 provas	 anteriores	 do</p><p>ENEM,	 consegue	 ter	 uma	 noção	 de	 quais	 conteúdos	 são	 necessários	 para</p><p>resolver	cada	questão.	Pode	acreditar:	depois	de	fazer	muitas	questões,	você	vai</p><p>saber.	E	uma	questão	que	só	exige	multiplicação	ou	regra	de	3	é	muito	mais	fácil</p><p>do	que	uma	sobre	funções	periódicas	ou	probabilidade.</p><p>Adivinha	qual	vai	valer	mais.	Adivinha	qual	você	precisa	acertar.</p><p>Seria	bom	acertar	todas,	lógico,	mas	as	questões	fáceis	vão	dar	mais	pontos.</p><p>Então,	se	você	tiver	que	escolher	uma	para	se	focar,	foque-se	nessas.	Não	perca</p><p>tempo	demais	nas	questões	difíceis,	porque	elas	valem	menos.</p><p>Mas	isso	não	quer	dizer	que	você	deve	pular	todas	as	difíceis.	Uma	dica	que</p><p>eu	dou	é:	quando	você	encontrar	uma	questão	difícil,	não	pule	de	cara.	Leia	o</p><p>enunciado	com	calma	para	deixar	o	cérebro	assimilar	a	lógica	da	questão.	Pode</p><p>até	 tentar	 resolver	 por</p><p>alto	 para	 adiantar,	 mas,	 se	 estiver	 demorando	 demais,</p><p>parta	para	a	próxima!	A	sua	mente	vai	 trabalhando	em	segundo	plano,	fazendo</p><p>conexões,	para	que	quando	você	voltar	seja	mais	fácil	de	resolver.</p><p>Só	não	perca	tempo	desnecessário	com	questões	difíceis.	Elas	valem	menos,</p><p>e	você	quer	tirar	a	maior	nota	possível	(eu	acho).</p><p>E	é	claro	que	em	algum	momento	você	vai	ter	que	voltar	para	fazer	a	difícil</p><p>que	pulou.	Cabe	a	você	decidir	 se	 é	melhor	 fazer	 as	difíceis	 logo	no	 início	da</p><p>prova,	quando	tem	mais	energia,	ou	se	mais	para	o	fim,	depois	de	o	cérebro	já	ter</p><p>processado	tudo	em	segundo	plano.</p><p>Cada	 um	 tem	 sua	 preferência.	 Eu,	 particularmente,	 escolho	 umas	 difíceis</p><p>aleatórias	para	pular	e	as	outras	eu	faço	na	ordem.	Sou	um	meio-termo	entre	as</p><p>duas	opções.</p><p>Mas	 você	 vai	 descobrir	 o	 seu	método.	E	 isso	 você	 só	 descobre	 fazendo	 as</p><p>provas	 anteriores,	 anotando	 e	 comparando	 resultados,	 cronometrando	 o	 tempo</p><p>necessário	para	resolver	cada	uma.	É	com	você.	Descubra	qual	método	garante	o</p><p>melhor	resultado	para	você.</p><p>Mas	uma	coisa	é	certa:	o	ENEM	é	uma	prova	de	estratégia.	Se	você	 tentar</p><p>fazer	todas	as	questões	do	jeito	“tradicional”,	definitivamente	não	vai	ter	tempo</p><p>de	fazer	tudo.	É	injusto,	mas	é	verdade.	Você	precisa	ser	criativo	para	encontrar</p><p>caminhos	 alternativos,	 atalhos	mentais,	 raciocínios	 diferentes	 que	 te	 ajudem	 a</p><p>poupar	tempo.	No	capítulo	analisando	o	ENEM	2018,	vou	mostrar	alguns	desses</p><p>atalhos	que	eu	usei.</p><p>Porque	fazer	o	ENEM	é	montar	um	quebra-cabeça.	Você	faz	duas	questões</p><p>aqui,	três	ali,	uma	lá,	pula	duas	difíceis	aqui,	deixa	para	depois...	e	no	fim	junta</p><p>tudo	para	formar	a	imagem	maravilhosa	do	seu	notão.</p><p>Não	 pule	 todas	 as	 difíceis	 de	 cara,	 lógico,	 porque	 senão	 ao	 final	 da	 prova</p><p>você	vai	ter	20	questões	do	demônio	para	resolver.	Mas	não	esquente	tanto	em</p><p>resolver	 o	 ENEM	 em	 ordem.	 É	 tudo	 um	 quebra-cabeça,	 não	 uma	 linha	 reta.</p><p>Redobre	a	atenção	nas	fáceis,	porque,	apesar	de	serem	fáceis,	um	simples	deslize</p><p>pode	fazer	você	errar.</p><p>E	você	não	quer	perder	ponto	por	besteira.</p><p>Sugestão:	 enquanto	 estiver	 fazendo	 a	 prova,	 procure	 questões	 que	 exigem</p><p>apenas	 regra	 de	 três,	 as	 quatro	 operações	 básicas,	 geometria	 plana,	 raciocínio</p><p>lógico,	etc.	Faça	uma	marcação	nelas	para	que,	se	 tiver	 tempo	de	revisar,	você</p><p>possa	 voltar	 nelas	 e	 consiga	 dar	 uma	 passada	 de	 olhos	 para	 garantir	 que	 está</p><p>certo	(essa	revisão	pode	te	salvar	muito).</p><p>Isso	 se	 você	 tiver	 tempo	 de	 revisar,	 lógico.	 São	 muitas	 questões	 para</p><p>conseguir	 revisar	 tudo,	mas	o	mínimo	que	você	faça	 já	pode	 te	salvar.	Eu,	por</p><p>exemplo,	encontrei	2	erros	na	prova	de	Matemática	só	nessa	“passada	de	olhos”</p><p>que	eu	chamo	de	revisão.	Era	para	ter	errado	4,	mas	só	errei	2	por	causa	disso.</p><p>Não	 sei	 em	 quanto	 essas	 duas	 questões	 aumentaram	 a	 minha	 nota,	 mas,	 por</p><p>serem	fáceis,	suponho	que	tenha	sido	bastante.</p><p>Mas	não	é	legal	depender	de	revisão	para	acertar.	É	muito	melhor	garantir	o</p><p>acerto	logo	de	primeira.	Então	aqui	vai	a	minha	dica:	em	vez	de	fazer	a	prova	às</p><p>pressas,	reduza	a	marcha	um	pouquinho	para	ler	os	enunciados	com	mais	calma</p><p>e	fazer	os	cálculos	com	mais	paciência.</p><p>Sim,	estou	te	aconselhando	a	fazer	a	prova	do	ENEM	mais	devagar.	E	eu	te</p><p>explico	por	quê:</p><p>Se	fizer	com	calma,	pode	até	ser	que	você	não	consiga	fazer	as	180	questões.</p><p>Sem	 problemas.	 Você	 vai	 ter	 feito	 as	 que	 valem	 mais	 pontos,	 porque	 pulou</p><p>difíceis	 e	 mirou	 em	 fáceis.	 E,	 tendo	 feito	 com	 o	 dobro	 de	 atenção,	 vai	 ter	 a</p><p>certeza	 de	 não	 ter	 caído	 em	 pegadinhas.	 Mil	 vezes	 melhor	 do	 que	 fazer	 180</p><p>questões	na	pressa	e	depois,	na	hora	de	conferir	o	gabarito,	perceber	que	errou</p><p>20	por	bobagem.</p><p>Para	mim	 isso	 de	 ler	 com	mais	 calma	 funcionou	 em	 2018.	 Eu	 sabia	 que	 a</p><p>minha	 habilidade	 de	 fazer	 cálculos	 estava	 meio	 enferrujada,	 então	 tomei	 o</p><p>máximo	de	cuidado	na	hora	de	fazer	as	multiplicações.	Fiz	devagar	mesmo,	mas</p><p>garanti	que	os	cálculos	estavam	certos.</p><p>Resultado:	só	errei	2	de	Matemática	 (em	comparação	com	5	e	6	nos	outros</p><p>anos).	E	olha	que	uma	das	que	eu	errei	 foi	por	muita,	muita,	MUITA	besteira</p><p>(você	vai	ver).	Em	tese,	eu	deveria	ter	errado	só	uma.</p><p>Ou	seja:	fazer	com	calma	dá	certo.</p><p>E	atenção:	não	é	porque	uma	questão	é	 fácil	que	ela	não	é	 trabalhosa.	Na</p><p>verdade,	 algumas	 das	 questões	mais	 trabalhosas	 são	 fáceis.	 Tem	 algumas	 que</p><p>pedem	para	você	multiplicar	números	enormes	e	comparar	os	resultados.	É	fácil</p><p>porque	só	exige	multiplicação,	mas	dá	trabalho.	E	qualquer	deslize	te	faz	errar.</p><p>Foi	 principalmente	 nessas	 que	 eu	 reduzi	 a	 marcha	 e	 tive	 a	 humildade	 de</p><p>fazer	 sem	 pressa.	 Por	 meio	 dos	 atalhos	 mentais	 que	 eu	 ainda	 vou	 explicar,</p><p>consegui	 poupar	 tempo	 em	 muitas	 questões.	 Tempo	 esse	 que	 pude	 usar	 nas</p><p>fáceis	trabalhosas.</p><p>Por	isso	é	importante	fazer	a	prova	com	calma.	Não	estou	dizendo	para	você</p><p>dar	uma	de	mestre	Oogway	soprando	velas,	mas	faça	com	um	pouquinho	mais</p><p>de	paciência.	Só	um	pouquinho.	Eu	 te	garanto	que	as	 suas	chances	de	 sucesso</p><p>vão	ser	muito	maiores.</p><p>Mas	voltando	às	questões	fáceis	e	difíceis:</p><p>Outro	 tipo	 de	 questão	 relativamente	 fácil	 que	 você	precisa	 acertar	 é	 a	 que</p><p>tem	 pegadinha.	 E	 o	 ENEM	 tem	muita	 pegadinha.	 Vamos	 falar	 mais	 delas	 no</p><p>capítulo	seguinte,	mas	já	fique	com	isto	na	cabeça:	não	é	todo	mundo	que	cai	em</p><p>pegadinha.	Se	 você	 errar	 essa	 questão,	 está	 perdendo	 a	 chance	de	 acertar	 uma</p><p>que	um	número	razoável	de	pessoas	vai	acertar.	Ou	seja,	está	errando	uma	fácil.</p><p>Grande	parte	das	questões	com	pegadinha	são	fáceis	(e	agora	você	sabe	o	que</p><p>acontece	quando	erra	uma	fácil).</p><p>No	 caso,	 por	 exemplo,	 de	 questões	 “sabe	 vs.	 não	 sabe”	 (como	 a	 da</p><p>hibridização	 do	 carbono	 ou	 de	 nome	 de	 doença),	 não	 perca	 tempo	 tentando</p><p>inventar	 uma	 teoria	 maluca	 para	 descobrir	 a	 resposta.	 É	 uma	 questão</p><p>conteudista,	 e	 esse	 conteúdo	 aconteceu	 de	 você	 não	 saber.	 Sem	 problemas.	 É</p><p>provável	que	muitos	outros	também	não	saibam.</p><p>Não	sabe	mesmo?	Pule.	Sem	estresse.</p><p>Ah,	 mas	 pelo	 menos	 leia	 o	 enunciado	 com	 calma	 para	 garantir	 que	 esse</p><p>assunto	você	realmente	não	sabe.	Deixe-me	contar	a	minha	experiência:</p><p>Uma	 das	 questões	 de	 Ciências	 da	 Natureza	 de	 2018	 foi	 sobre	 ondulatória</p><p>(questão	117).	Eu	bati	o	olho	e	achei	que	era	 sobre	efeito	Doppler.	Como	não</p><p>lembrava	a	 fórmula	do	efeito	Doppler,	quase	pulei	 a	questão.	Mas	 li	melhor	o</p><p>enunciado	 e	 vi	 que	 na	 verdade	 era	 sobre	 um	 assunto	 que	 eu	 sabia.	 Era	 só</p><p>multiplicar	as	unidades	de	medida.	Fiz	o	cálculo	e	acertei.</p><p>Então	sempre	leia	a	questão	sem	preconceito	antes	de	decidir	pular,	ok?</p><p>“Mas	e	no	caso	de	Humanas	e	Linguagens,	Umberto?”,	você	me	pergunta.	E,</p><p>bem...	é	muito	mais	difícil	identificar	as	fáceis/difíceis	nessas	duas	provas.	Elas</p><p>são	mais	subjetivas.	Mas	uma	clássica	questão	difícil	de	Humanas	é	aquela	que</p><p>te	dá	dois	textos	e	pede	para	encontrar	um	ponto	de	convergência	ou	divergência</p><p>entre	 as	 ideias.	 Isso	 exige	 um	 alto	 grau	 de	 concentração	 para	 encontrar	 a</p><p>temática	comum	dos	dois.	É	interpretação	de	texto	avançada.	É	bem	difícil.</p><p>Mas,	 fora	 isso,	 é	 meio	 difícil	 tentar	 prever	 qual	 questão	 teve	 uma</p><p>porcentagem	de	acertos	maior	ou	menor.</p><p>Em	Humanas	e	Linguagens,	então,	 talvez	o	mais	 importante	não	seja	 tentar</p><p>adivinhar	quais	questões	valem	mais,	mas	sim	fazer	pausas	com	frequência	para</p><p>garantir	 que	o	 cérebro	 não	deixe	 passar	 uma	 informação	 “boba”	que	 as	 outras</p><p>pessoas	não	têm	dificuldade	de	encontrar.	Assim	você	diminui	a	chance	de	errar</p><p>uma	questão	fácil	por	besteira.</p><p>Isso	é	uma	das	estratégias	que	eu	aconselho	usar	na	resolução.	Em	2018,	eu</p><p>foquei	 muito	 na	 redação	 (não	 tinha	 treinado	 tanto	 ao	 longo	 do	 ano,	 então</p><p>demorei	 demais),	 então	 não	 tive	 tempo	 para	 ler	 com	 calma	 a	 prova	 de</p><p>Linguagens.	Acabei	tendo	que	fazer	na	pressa,	e	meu	número	de	acertos	caiu	em</p><p>comparação	com	os	outros	anos.</p><p>Se	 eu	 tivesse	 feito	mais	 redações	 em	 2018,	 teria	 tido</p><p>mais	 tempo	 para	me</p><p>concentrar	 em	 Linguagens	 e	 provavelmente	 teria	 acertado	 algumas	 fáceis	 que</p><p>aumentariam	consideravelmente	a	minha	nota	(repare	que	está	tudo	relacionado;</p><p>você	não	pode	se	focar	em	só	uma	das	provas	e	esquecer	a	outra).</p><p>Agora	 a	 pergunta	 que	 não	 quer	 calar:	 se	 eu	 não	 souber	 a	 resposta	 de	 uma</p><p>questão	difícil...	devo	chutar	ou	não?</p><p>Hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...</p><p>Se	você	chutar	e	acertar,	 e	 tiver	errado	algumas	 fáceis,	 a	TRI	vai	descobrir</p><p>que	 você	 chutou	 e	 pode	 te	 prejudicar	 baixando	 os	 pontos	 que	 ela	 atribuiu	 às</p><p>outras	questões.	Mas	é	como	eu	disse:	o	ENEM	não	tira	ponto;	só	deixa	de	dar.</p><p>Então	 acertar	 essa	 difícil	não	 vai	 te	 tirar	ponto.	 E	 não	 dá	 para	 saber	 se	 esse</p><p>chute	vai	prejudicar	a	sua	nota	global	ou	não.</p><p>Tentar	entender	a	TRI	é	pedir	uma	crise	existencial.</p><p>Então,	ao	invés	de	se	perguntar	isso,	foque	em	investir	o	tempo	nas	questões</p><p>fáceis	para	garantir	que	vai	acertar	todas.	Se	vier	uma	difícil	que	você	não	sabe,</p><p>o	 pior	 que	 pode	 acontecer	 se	 você	 chutar	 é	 chutar	 errado	 e	 não	 ganhar	 ponto</p><p>nenhum.	Mas	se	você	chutar	e	acertar	vai	ganhar	uns	pontinhos	a	mais.</p><p>Então	 conselho:	 vá	 em	 frente,	 pode	 chutar	 as	 difíceis	 que	 você	 não	 souber</p><p>fazer.	Mas	 tenha	certeza	de	que	você	acertou	as	 fáceis!!	São	as	 fáceis	que	vão</p><p>alavancar	a	sua	nota,	não	os	chutes.	Se	acertar,	ótimo;	se	errar,	paciência.</p><p>Vamos	falar	das	pegadinhas	agora?	Porque	o	ENEM	é	JOCOOOOOSO!</p><p>As	pegadinhas	que	mais	caem	no	ENEM</p><p>Em	 primeiro	 lugar,	 no	 ENEM	 2018	 não	 teve	 praticamente	 nenhuma</p><p>pegadinha!	Foi	uma	mudança	drástica	em	relação	aos	outros	anos.</p><p>Eu	 até	 fiquei	 preocupado	 quando	 cheguei	 em	 casa	 e	 não	 lembrava	 de	 ter</p><p>encontrado	nenhuma	pegadinha.	Porque	das	duas	uma:	ou	não	 tinha	pegadinha</p><p>mesmo	ou	eu	tinha	caído	em	todas.</p><p>Felizmente	foi	a	primeira	opção.</p><p>Mas	nunca	se	sabe	quando	o	ENEM	pode	dar	uma	recaída	e	resolver	voltar</p><p>com	as	pegadinhas.	É	bom	a	gente	se	preparar	para	o	pior.</p><p>Mas	por	que	existem	pegadinhas??</p><p>Bem...	 são	milhões	de	pessoas	que	 fazem	o	ENEM	 todo	ano.	 Infelizmente,</p><p>não	 existem	 vagas	 para	 todos,	 então	 a	 prova	 precisa	 eliminar	 o	 máximo	 de</p><p>pessoas	 possível.	 É	 bem	 injusto,	 mas	 faz	 sentido.	 Se	 a	 prova	 não	 tivesse</p><p>pegadinhas,	 teriam	 que	 aumentar	 o	 nível	 das	 questões	 para	 que	 a	 dificuldade</p><p>intrínseca	compensasse	a	ausência	de	pegadinhas.</p><p>(E	 foi	 basicamente	 o	 que	 aconteceu	 em	 2018.	 Questões	mais	 complexas	 e</p><p>menos	pegadinhas.	Se	isso	é	bom	ou	ruim...	não	sou	eu	quem	vai	dizer).</p><p>Pegadinhas	são	um	recurso	que	o	ENEM	usa	 (ou	usava)	para	 fazer	pessoas</p><p>errarem.	E,	como	em	questões	difíceis	já	é	um	número	pequeno	de	pessoas	que</p><p>vai	acertar,	o	ENEM	coloca	as	pegadinhas	justamente	nas	questões	fáceis.</p><p>Então,	 como	 vimos	 no	 capítulo	 sobre	 a	 TRI,	 as	 questões	 com	 pegadinha</p><p>geralmente	valem	mais	pontos.	E	isso	só	pode	significar	três	coisas:</p><p>1.	 Você	precisa	acertar	todas	as	questões	com	pegadinha;</p><p>2.	 Você	precisa	acertar	todas	as	questões	com	pegadinha;</p><p>3.	 Você	precisa	acertar	todas	as	questões	com	pegadinha.</p><p>Já	 deixei	 claro	 que	 você	 precisa	 acertar	 todas	 as	 questões	 com	 pegadinha?</p><p>Ótimo.	 Como	 não	 sabemos	 como	 vai	 ser	 o	 ENEM	 2019,	 vamos	 ver	 todas	 as</p><p>principais	 pegadinhas	 para	 garantir.	 Elas	 podem	 vir	 das	mais	 diversas	 formas,</p><p>mas	 sempre	 seguem	o	mesmo	princípio:	 apostam	na	desatenção	 do	aluno.	No</p><p>cansaço	mental.</p><p>E	 isso	 porque	 o	 ENEM	 é	 uma	 prova	 de	 resistência,	 então	 você</p><p>eventualmente	vai	se	cansar.	São	5	horas	de	prova,	é	claro	que	cansa!	Se	você</p><p>não	 tiver	 estratégias	de	 resolução,	mais	 ainda.	E	é	nessa	hora	que	o	 jocoso	do</p><p>ENEM	 te	 lança	 uma	 pegadinha.	 Você	 subestima	 um	 dado	 aparentemente</p><p>“bobo”,	e	esse	dado	bobo	muda	completamente	o	resultado.	Você	encontra	50	ao</p><p>invés	de	200.	E	adivinha	qual	é	a	alternativa	“A”.	Pois	é...	justamente	o	50.</p><p>O	ENEM	gosta	de	 te	 induzir	ao	erro.	As	pessoas	que	elaboram	as	questões</p><p>com	pegadinha	fazem	ela	de	forma	a	ter	dois,	três,	quatro	caminhos	diferentes	de</p><p>se	resolver.	Cada	caminho	leva	a	uma	alternativa,	mas	só	uma	está	certa.	Se	você</p><p>não	está	muito	atento,	acaba	se	desviando	do	caminho	sem	nem	perceber.	E	erra</p><p>por	bobagem.</p><p>(Ah,	 sim,	 acabei	 de	 lembrar!	 No	 ENEM	 2018	 de	 Matemática	 teve	 uma</p><p>“pegadinha”,	 sim.	 Foi	 na	 questão	 de	 salto	 ornamental,	 173.	Não	 foi	 bem	 uma</p><p>pegadinha,	mas	 foi	 um	dado	que	me	 fez	gastar	 10	minutos	 fazendo	cálculos	 e</p><p>cálculos	desnecessários,	quando	na	verdade	era	muito	mais	simples	do	que	isso.</p><p>Por	 não	 ter	 lido	 o	 enunciado	 com	 atenção,	 eu	 perdi	 tempo,	 mas	 felizmente</p><p>percebi	a	tempo	e	corrigi	o	problema).</p><p>Mas	enfim,	última	coisa:	 todas	 as	pegadinhas	que	eu	vou	 falar	 aqui	podem</p><p>ser	superadas	com	um	método	simples:	leia	os	enunciados	com	atenção	e	circule</p><p>todos	 os	 dados	 que	 parecerem	 suspeitos.	 Depois	 que	 tiver	 realizado	 todos	 os</p><p>cálculos,	volte	e	leia	o	enunciado	inteiro	de	novo	para	ter	certeza	de	que	aquele</p><p>número	é	realmente	a	resposta.	Para	ter	certeza	de	que	não	falta	uma	etapa.</p><p>Com	os	exemplos	você	vai	entender	do	que	eu	estou	falando.</p><p>A	 primeira	 coisa	 para	 evitar	 cair	 em	 pegadinhas	 é	 não	 subestimar	 o</p><p>enunciado.	Nem	todos	os	dados	dos	 textos	são	relevantes,	mas	qualquer	dado</p><p>pode	ser	útil.	Tem	muito	dado	desnecessário,	mas,	como	você	não	sabe	qual	é</p><p>qual,	melhor	não	subestimar	absolutamente	nada.	Leia	 tudo	com	o	máximo	de</p><p>atenção,	por	mais	bobo	que	pareça.	E	vá	circulando	o	que	parece	suspeito.</p><p>E	 agora,	 senhoras	 e	 senhores	 membros	 do	 júri...	 (eu	 chamo	 vocês	 assim</p><p>porque	vocês	me	julgam	demais)...	vamos	às	pegadinhas!</p><p>(ENEM	 2017)	Dispositivos	 eletrônicos	 que	 utilizam	materiais	 de	 baixo</p><p>custo,	 como	 polímeros	 semicondutores,	 têm	 sido	 desenvolvidos	 para</p><p>monitorar	 a	 concentração	 de	 amônia	 (gás	 tóxico	 e	 incolor)	 em	 granjas</p><p>avícolas.	A	polianilina	é	um	polímero	semicondutor	que	tem	o	valor	de	sua</p><p>resistência	 elétrica	 nominal	 quadruplicado	 quando	 exposta	 a	 altas</p><p>concentrações	de	amônia.	Na	ausência	de	amônia,	a	polianilina	se	comporta</p><p>como	um	resistor	ôhmico	e	a	sua	resposta	elétrica	é	mostrada	no	gráfico.</p><p>O	 valor	 da	 resistência	 elétrica	 da	 polianilina	 na	 presença	 de	 altas</p><p>concentrações	de	amônia,	em	ohm,	é	igual	a</p><p>a)		0,5	x	100</p><p>b)	2,0	x	100</p><p>c)		2,5	x	105</p><p>d)	5,0	x	105</p><p>e)		2,0	x	106</p><p>Essa	 questão	 foi	 jocooooosa!	 Lembra	 que	 eu	 disse	 que	 qualquer	 dado	 do</p><p>enunciado	pode	ser	 importante?	Então	dê	uma	olhada	naquele	“quadruplicado”</p><p>ali!	Pois	é,	senhoras	e	senhores,	a	resistência	quadruplica.	Então	a	resposta	não</p><p>é	0,5,	mas	sim	0,5	x	4	=	2.</p><p>Essa	questão	ainda	tem	um	segundo	tipo	de	pegadinha:	a	unidade	de	medida</p><p>do	eixo	y.	A	corrente	está	em	milionésimo	de	ampere	 (10-6),	 então	na	hora	de</p><p>usar	 a	 fórmula	 “i=U/R”	você	 teria	que	 lembrar	disso,	 senão	acharia	 a	 resposta</p><p>2x100,	e	não	2x106.</p><p>Então	 atenção!	 Nem	 todos	 os	 dados	 estão	 em	 forma	 de	 números.	 Muito</p><p>cuidado	com	as	palavras	“dobro”,	“triplo”,	“metade”,	“quadruplica”,	etc.</p><p>(ENEM	 2016)	 Uma	 liga	 metálica	 sai	 do	 forno	 a	 uma	 temperatura	 de</p><p>3000℃	 e	diminui	1%	de	sua	 temperatura	a	cada	30	min.	Use	0,477	como</p><p>aproximação	para	log103	e	1,041	como	aproximação	para	log1011.</p><p>O	tempo	decorrido,	em	hora,	até	que	a	liga	atinja	30℃	é	mais	próximo</p><p>de</p><p>a)		22</p><p>b)	50</p><p>c)		100</p><p>d)	200</p><p>e)		400</p><p>Essa	questão	do	também	é	jocosa.	Se	você	fizesse	os	cálculos,	encontrava	a</p><p>resposta	400.	Mas,	 se	 tivesse	voltado	no	enunciado,	acharia	que	esse	400	é	na</p><p>verdade	a	quantidade	de	intervalos	de	30	min.</p><p>Ou	seja:	como	estavam	pedindo	o	tempo	em	hora,	era	só	ter	dividido	por	2.	A</p><p>resposta	certa	era	200	horas.</p><p>Eu	 levei	 10	 minutos	 nessa	 questão	 e	 acabei	 errando.	 Marquei	 400	 porque</p><p>esqueci	de	dividir	por	2.	Parabéns	para	mim.</p><p>Então	 fica	 a	 lição	 importante:	 sempre	 volte	 ao	 enunciado!	 Nunca	 se	 sabe</p><p>onde	 pode	 estar	 a	 pegadinha.	 Talvez	 você	 só	 descubra	 depois	 de	 ter	 feito	 a</p><p>questão.</p><p>(ENEM	2017)	Num</p><p>dia	de	tempestade,	a	alteração	na	profundidade	de</p><p>um	 rio,	 num	 determinado	 local,	 foi	 registrada	 durante	 um	 período	 de	 4</p><p>horas.	 Os	 resultados	 estão	 indicados	 no	 gráfico	 de	 linhas.	 Nele,	 a</p><p>profundidade	 h,	 registrada	 às	 13	 horas,	 não	 foi	 anotada	 e,	 a	 partir	 de	 h,</p><p>cada	unidade	sobre	o	eixo	vertical	representa	um	metro.</p><p>Foi	 informado	 que	 entre	 15	 horas	 e	 16	 horas,	 a	 profundidade	 do	 rio</p><p>diminuiu	em	10%.</p><p>Às	 16	 horas,	 qual	 é	 a	 profundidade	 do	 rio,	 em	 metro,	 no	 local	 onde</p><p>foram	feitos	os	registros?</p><p>a)		18</p><p>b)	20</p><p>c)		24</p><p>d)	36</p><p>e)		40</p><p>Nessa	 questão,	 você	 encontra	 duas	 respostas	 plausíveis	 a	 partir	 do	 dado	 de</p><p>que	a	profundidade	baixou	em	10%	das	15h	para	as	16h.	Interpretando	o	gráfico,</p><p>você	calcula	que	às	15h	o	reservatório	tinha	20m	de	profundidade.	Mas	não	está</p><p>pedindo	 a	 profundidade	 antes	 de	 diminuir	 10%,	 e	 sim	 depois.	 Querem	 a</p><p>profundidade	às	16h.	Logo,	a	resposta	é	20-2=18m.</p><p>Repare	 que	 também	 deram	 a	 opção	 20m.	 Claro	 que	 deram.	 Eles	 não	 iam</p><p>perder	a	oportunidade	de	induzir	as	pessoas	ao	erro.</p><p>(ENEM	2017)	Três	alunos,	X,	Y	e	Z,	estão	matriculados	em	um	curso	de</p><p>inglês.	Para	avaliar	esses	alunos,	o	professor	optou	por	fazer	cinco	provas.</p><p>Para	que	seja	aprovado	nesse	curso,	o	aluno	deverá	ter	a	média	aritmética</p><p>das	notas	das	cinco	provas	maior	ou	igual	a	6.	Na	tabela,	estão	dispostas	as</p><p>notas	que	cada	aluno	tirou	em	cada	prova.</p><p>Com	 base	 nos	 dados	 da	 tabela	 e	 nas	 informações	 dadas,	 ficará(ão)</p><p>reprovado(s)</p><p>a)		apenas	o	aluno	Y</p><p>b)	apenas	o	aluno	Z</p><p>c)		apenas	os	alunos	X	e	Y</p><p>d)	apenas	os	alunos	X	e	Z</p><p>e)		os	alunos	X,	Y	e	Z</p><p>Pegadinha	 clássica!	 Em	 muitas	 questões	 você	 vai	 se	 deparar	 com	 dados</p><p>“complementares”:	alunos	que	reprovaram	vs.	alunos	que	reprovaram;	ratos	que</p><p>sobreviveram	 vs.	 ratos	 que	 morreram;	 porcentagem	 recebida	 pelos	 10%	 mais</p><p>ricos	 vs.	 porcentagem	 recebida	 pelos	 90%	mais	 pobres;	 razão	 entre	A	 e	B	 vs.</p><p>razão	entre	B	e	A;	etc.</p><p>No	caso	da	questão,	pediam	os	alunos	reprovados.	Logo,	eram	os	alunos	que</p><p>não	 tinham	 obtido	 média	 maior	 ou	 igual	 a	 6.	 Fazendo	 os	 cálculos,	 você</p><p>encontrava	que	X	e	Y	tinham	sido	aprovados.	Logo,	Z	foi	reprovado.</p><p>Repare	que	a	alternativa	“C”	te	dava	exatamente	os	alunos	aprovados.</p><p>Nessa	questão,	enquanto	você	lia	o	enunciado	pela	primeira	vez,	já	devia	ter</p><p>circulado	o	“reprovados”.	Para	 ter	certeza	de	que	não	 ia	deixar	passar	quando</p><p>fosse	reler	depois.</p><p>É	tudo	questão	de	atenção.	E	de	não	subestimar	o	enunciado.</p><p>(ENEM	 2017)	 A	 toxicidade	 de	 algumas	 substâncias	 é	 normalmente</p><p>representada	por	um	índice	conhecido	como	DL50	(dose	letal	mediana).	Ele</p><p>representa	 a	 dosagem	 aplicada	 a	 uma	população	 de	 seres	 vivos	 que	mata</p><p>50%	 desses	 indivíduos	 e	 é	 normalmente	medido	 utilizando-se	 ratos	 como</p><p>cobaias.	Esse	 índice	é	muito	 importante	para	os	seres	humanos,	pois	ao	se</p><p>extrapolar	 os	 dados	 obtidos	 com	 o	 uso	 de	 cobaias,	 pode-se	 determinar	 o</p><p>nível	 tolerável	 de	 contaminação	 de	 alimentos,	 para	 que	 possam	 ser</p><p>consumidos	 de	 forma	 segura	 pelas	 pessoas.	 O	 quadro	 apresenta	 três</p><p>pesticidas	e	suas	toxicidades.	A	unidade	mg/kg	indica	a	massa	da	substância</p><p>ingerida	pela	massa	da	cobaia.</p><p>Sessenta	ratos,	com	massa	de	200	g	cada,	foram	divididos	em	três	grupos</p><p>de	 vinte.	Três	 amostras	 de	 ração,	 contaminadas,	 cada	uma	delas	 com	um</p><p>dos	pesticidas	indicados	no	quadro,	na	concentração	de	3	mg	por	grama	de</p><p>ração,	 foram	 administradas	 para	 cada	 grupo	 de	 cobaias.	 Cada	 rato</p><p>consumiu	100g	de	ração.</p><p>Qual(ais)	grupo(s)	terá(ão)	uma	mortalidade	mínima	de	10	ratos?</p><p>a)		O	grupo	que	se	contaminou	somente	com	atrazina.</p><p>b)	O	grupo	que	se	contaminou	somente	com	diazinon.</p><p>c)		Os	grupos	que	se	contaminaram	com	atrazina	e	malation.</p><p>d)	Os	grupos	que	se	contaminaram	com	diazinon	e	malation.</p><p>e)		Nenhum	dos	grupos	contaminados	com	atrazina,	diazinon	e	malation.</p><p>Essa	 foi	 de	Ciências	 da	Natureza,	mas	 a	 lógica	 foi	 a	mesma.	Alguns	 ratos</p><p>morreram	e	outros	sobreviveram.	Pediam	os	grupos	com	mortalidade	mínima	de</p><p>10	ratos	(ou	seja,	grupos	em	que	a	dose	de	veneno	ingerida	era	maior	do	que	a</p><p>DL50,	porque	a	dose	letal	DL50	é	justamente	o	necessário	para	matar	metade	dos</p><p>ratos	de	um	grupo	de	20).	Resposta	certa:	 “D”.	Os	 ratos	que	 se	contaminaram</p><p>com	atrazina	 tiveram	uma	mortalidade	menor	que	10,	 pois	 a	 dose	 ingerida	 foi</p><p>menor	que	a	DL50.</p><p>(ENEM	2017)	Uma	empresa	construirá	sua	página	na	internet	e	espera</p><p>atrair	um	público	de	aproximadamente	um	milhão	de	clientes.	Para	acessar</p><p>essa	 página,	 será	 necessária	 uma	 senha	 com	 formato	 a	 ser	 definido	 pela</p><p>empresa.	 Existem	 cinco	 opções	 de	 formato	 oferecidas	 pelo	 programador,</p><p>descritas	no	quadro,	em	que	“L”	e	“D”	representam,	respectivamente,	letra</p><p>maiúscula	e	dígito.</p><p>As	letras	do	alfabeto,	entre	as	26	possíveis,	bem	como	os	dígitos,	entre	os</p><p>10	possíveis,	podem	se	repetir	em	qualquer	das	opções.</p><p>A	empresa	quer	escolher	uma	opção	de	formato	cujo	número	de	senhas</p><p>distintas	 possíveis	 seja	 superior	 ao	 número	 esperado	 de	 clientes,	mas	 que</p><p>esse	número	não	seja	superior	ao	dobro	do	número	esperado	de	clientes.</p><p>A	opção	que	mais	se	adequa	às	condições	da	empresa	é</p><p>a)		I</p><p>b)	II</p><p>c)		III</p><p>d)	IV</p><p>e)		V</p><p>Outra	 pegadinha	 comum	 é	 aquela	 que	 te	 pede	 duas	 coisas	 e	 coloca	 nas</p><p>alternativas	 opções	 em	 que	 só	 uma	 condição	 é	 atendida.	 Nessa	 questão,	 o</p><p>objetivo	é	usar	o	Princípio	Fundamental	da	Contagem	para	encontrar	um	padrão</p><p>de	senha	que	forneça	mais	de	1	milhão	e	menos	de	2	milhões	de	combinações.</p><p>As	opções	I	e	III	nos	dão	um	número	muito	maior	que	2	milhões,	então,	apesar</p><p>de	 fornecer	mais	de	1	milhão	de	combinações,	não	 são	a	 resposta,	porque	não</p><p>são	menores	que	2	milhões.</p><p>Precisava	ser	maior	que	1	milhão	E	menor	que	2	milhões.	E	só	a	alternativa</p><p>V	nos	dá	isso	(1.757.600).</p><p>Outra	 questão	 nesse	 formato	 é	 a	 clássica	 de	 “quero	 uma	 caixa	 em	 que	 o</p><p>objeto	caiba	e	que	 sobre	o	menor	espaço	possível”.	Não	querem	só	uma	caixa</p><p>em	 que	 o	 objeto	 caiba,	 mas	 em	 que	 ele	 caiba	 E	 sobre	 o	 mínimo	 de	 espaço</p><p>possível.	São	duas	condições,	não	uma.</p><p>Leia	todo	o	enunciado	para	evitar	cair	nesse	tipo	de	pegadinha.</p><p>E	agora	vamos	falar	das	pegadinhas	de	gráfico!	Os	gráficos	podem	te	pegar</p><p>em	dois	pontos	principais:	nas	unidades	de	medida	(como	vimos	na	questão	do</p><p>“quadriplicar”)	e	nos	eixos.	Pegadinhas	de	eixos	são	as	mais	comuns.</p><p>(ENEM	 2017)	 Os	 congestionamentos	 de	 trânsito	 constituem	 um</p><p>problema	 que	 aflige,	 todos	 os	 dias,	 milhares	 de	 motoristas	 brasileiros.	 O</p><p>gráfico	ilustra	a	situação,	representando,	ao	longo	de	um	intervalo	definido</p><p>de	 tempo,	 a	 variação	 da	 velocidade	 de	 um	 veículo	 durante	 um</p><p>congestionamento.</p><p>Quantos	minutos	o	veículo	permaneceu	imóvel	ao	longo	do	intervalo	de</p><p>tempo	total	analisado?</p><p>a)		4</p><p>b)	3</p><p>c)		2</p><p>d)	1</p><p>e)		0</p><p>Repare	 que	 o	 eixo	 y	 é	 de	VELOCIDADE.	Logo,	 nos	 intervalos	 0-1	 e	 3-4,</p><p>apesar	 de	 o	 carro	 ter	 velocidade	 constante,	 ele	 continua	 tendo	 velocidade.	Ou</p><p>seja:	ele	continua	andando	para	frente.</p><p>A	pergunta	é:	por	quanto	tempo	ele	fica	parado?	E	ele	só	fica	parado	por	2</p><p>minutos:	do	instante	6	até	o	instante	8.	Resposta	certa:	“C”.</p><p>Se	você	 tivesse	 achado	que	o	 eixo	y	 era	 referente	 ao	 espaço,	 pensaria	 que,</p><p>pelo	 fato	 de	 o	 gráfico	 não	 ser	 inclinado	 nos	 intervalos	 0-1	 e	 3-4,	 o	 carro	 não</p><p>estava	andando.	Mas	o	eixo	era	de	velocidade,	não	de	espaço!</p><p>Essas	pegadinhas	de	eixos	são	as	que	mais	caem!	Então	sempre	circule	o	que</p><p>os	eixos	x	e	y	representam.	Vamos	ver	mais	uma	agora:</p><p>(ENEM	 2017)	 O	 brinquedo	 pula-pula	 (cama	 elástica)	 é	 composto	 por</p><p>uma	 lona	 circular	 flexível	 horizontal	 presa	 por	 molas	 à	 sua	 borda.	 As</p><p>crianças	brincam	pulando	sobre	ela,	alterando	e	alternando	suas	formas	de</p><p>energia.	 Ao	 pular	 verticalmente,	 desprezando	 o	 atrito	 com	 o	 ar	 e	 os</p><p>movimentos	 de	 rotação	 do	 corpo	 enquanto	 salta,	 uma	 criança	 realiza	 um</p><p>movimento	periódico	vertical	em	torno	da	posição</p><p>de	equilíbrio	da	lona	(h	=</p><p>0),	 passando	 pelos	 pontos	 de	 máxima	 e	 de	 mínima	 alturas,	 hmáx	 e	 hmin,</p><p>respectivamente.</p><p>Esquematicamente,	 o	 esboço	 do	 gráfico	 da	 energia	 cinética	 da	 criança</p><p>em	função	de	sua	posição	vertical	na	situação	descrita	é:</p><p>Como	 os	 eixos	 y	 e	 x	 são	 referentes	 a	 energia	 cinética	 e	 altura,</p><p>respectivamente,	 você	 não	 pode	 pensar	 em	 energia	 cinética	 como	 “mv²/2”.</p><p>Porque	o	eixo	y	não	é	de	velocidade,	e	sim	de	energia	cinética.</p><p>E	 a	 relação	 de	 energia	 cinética	 com	 distância	 é	 quadrática	 entre	 hmín	 e	 0</p><p>porque	 nesse	 intervalo	 há	 uma	 compressão	 da	 mola,	 e	 a	 energia	 potencial</p><p>elástica	tem	relação	quadrática	com	a	distância	comprimida.</p><p>Essa	questão	seria	muito	difícil	de	explicar	por	texto,	mas	eu	fiz	um	vídeo	em</p><p>que	explico	em	detalhes	por	que	a	resposta	é	“C”:</p><p>https://unacademy.com/lesson/10-exercicios-do-enem-2/JH3YG7JD</p><p>(ENEM	 2017)	 Dois	 reservatórios	 A	 e	 B	 são	 alimentados	 por	 bombas</p><p>distintas	 por	 um	 período	 de	 20	 horas.	 A	 quantidade	 de	 água	 contida	 em</p><p>cada	reservatório	nesse	período	pode	ser	visualizada	na	figura.</p><p>O	 número	 de	 horas	 em	 que	 os	 dois	 reservatórios	 contêm	 a	 mesma</p><p>quantidade	de	água	é</p><p>a)		1</p><p>b)	2</p><p>c)		4</p><p>d)	5</p><p>https://unacademy.com/lesson/10-exercicios-do-enem-2/JH3YG7JD</p><p>e)		6</p><p>Essa	aqui	foi	boa!	Foi	um	puxão	de	orelha	em	quem	só	olha	para	os	números</p><p>à	 esquerda.	 Nessa	 questão,	 os	 níveis	 dos	 reservatórios	 estão	 em	 escalas</p><p>diferentes.	 Repare	 que	 os	 números	 referentes	 ao	 nível	 do	 reservatório	 B	 não</p><p>estão	alinhados	com	o	do	A.	Em	2h,	por	exemplo,	B	tinha	15000	litros,	mas	A</p><p>tinha	30000.</p><p>Quem	só	viu	os	pontos	em	que	triângulo	e	círculo	se	sobrepunham	marcou	4</p><p>horas.	E	 errou.	 Porque	 o	 único	 instante	 em	que	A	 e	B	 têm	o	mesmo	nível	 de</p><p>água	é	entre	8h	e	9h.	30000	litros	cada	um.</p><p>Resposta	certa:	“A”.</p><p>E	 é	 basicamente	 isso.	 No	 capítulo	 analisando	 a	 prova	 vamos	 ver	 mais</p><p>algumas	coisas	que	poderiam	ser	consideradas	pegadinhas.	Agora	vamos	falar	da</p><p>minha	estratégia	de	resolução	do	ENEM.</p><p>Minha	estratégia	de	resolução	do	ENEM</p><p>Antes	de	continuar,	você	me	dá	uma	ajudinha?	Se	está	gostando	do	conteúdo</p><p>até	 aqui,	pode	deixar	um	comentário	 lá	na	Amazon	 sobre	o	 e-book?	Vai	me</p><p>ajudar	muito,	pode	ter	certeza	:)</p><p>Valeu,	você	é	10.	Agora	vamos	à	estratégia	de	prova:</p><p>O	ENEM	é	uma	prova	que	exige	muito	mais	que	apenas	conhecimento	das</p><p>matérias.	 São	 10,5	 horas	 de	 prova	 (divididas	 em	 2	 dias)	 com	 180	 questões</p><p>gigantes	 e	 extremamente	 trabalhosas,	 que	 vão	 demandar	 um	 alto	 nível	 de</p><p>concentração	e	equilíbrio	mental.</p><p>Se	você	não	conhece	muito	bem	o	estilo	de	prova	e	inventa	de	fazer	todas	as</p><p>questões	do	 jeito	 “certo”,	vai	 estar	mentalmente	 exausto	decorridas	3	horas	de</p><p>prova.	E	ainda	vai	faltar	mais	da	metade	das	questões	para	fazer.</p><p>Por	 isso	 é	 importante	 uma	 estratégia	 de	 resolução.	 Vamos	 dar	 um	 passo</p><p>atrás	para	dar	dois	adiante.	Você	vai	ser	capaz	de	fazer	mais	questões	em	menos</p><p>tempo	e	sem	se	cansar	tanto.</p><p>Antes	 de	mais	 nada,	 preciso	 deixar	 claro	 que	 esta	 é	 a	minha	 estratégia.	 E</p><p>você	 não	 é	 obrigado	 a	 segui-la	 à	 risca.	Vou	dizer	 como	 eu	 faço	 o	ENEM	e	 o</p><p>porquê	 de	 cada	 etapa,	 mas	 você	 é	 livre	 para	 experimentar	 o	 seu	 jeito.	 É	 até</p><p>importante	que	você	experimente,	porque	nós	somos	indivíduos	diferentes,	então</p><p>o	que	funciona	para	mim	pode	não	funcionar	para	você	(e	vice-versa).</p><p>E	 você	 só	 vai	 descobrir	 qual	 a	 sua	 estratégia	 ideal	 de	 resolução	 se	 praticar</p><p>fazer	as	provas	anteriores	como	se	fosse	“pra	valer”:	coloque	o	celular	de	lado,</p><p>peça	à	sua	família	para	não	ser	interrompido,	cronometre	5	horas	e	faça	de	conta</p><p>que	está	lá,	fazendo	a	prova	de	verdade.</p><p>É	você	e	o	ENEM,	só	você	e	o	ENEM.	Mostra	pra	ele	quem	é	que	manda.</p><p>No	 dia	 seguinte	 você	 faz	 outra	 prova,	 mas	 mudando	 algum	 ponto	 da</p><p>estratégia	 para	 ver	 se	 sua	performance	melhora	 ou	não.	E	 então	 faz	mais	 uma</p><p>vez.	E	mais	uma	vez.	E	mais	uma	vez.	E	assim,	aos	poucos,	você	vai	ajustando	o</p><p>que	funciona	e	o	que	não	funciona	para	você.</p><p>Só	não	tome	as	minhas	estratégias	por	verdade	absoluta,	ok?	Obrigado.</p><p>Dito	isso,	vamos	lá:</p><p>Tudo	começa	antes	mesmo	de	eu	sair	de	casa.	Já	deixo	tudo	separado	no	dia</p><p>anterior	para	evitar	 estresse	à	 toa.	Comida,	água,	caneta,	 identidade	e	controle</p><p>(quem	acompanha	o	canal	 conhece	bem	o	#cacic).	Levar	casaco	 também	pode</p><p>ser	uma	boa,	porque	nunca	se	sabe	se	na	sua	sala	pode	ter	ar	condicionado.</p><p>E	é	muito	importante	frisar	isso	de	evitar	estresse	à	toa.	A	prova	do	ENEM,</p><p>por	ser	muito	desgastante,	vai	 te	cobrar	 inteligência	emocional	 tanto	quanto	o</p><p>conteúdo	 em	 si.	 E	 você	 estar	 no	 controle	 da	 situação	 é	 vital	 para	 evitar	 um</p><p>branco.</p><p>Por	 isso	 eu	 já	 deixo	 tudo	 pronto	 na	 véspera:	 para	 sair	 de	 casa	 com</p><p>tranquilidade,	chegar	no	local	de	prova	com	calma	e	fazer	o	melhor	ENEM	que</p><p>eu	puder.	E	 se	 uma	pequena	 atitude	 como	a	 de	 fazer	 todos	 os	 preparativos	 na</p><p>véspera	já	vai	te	poupar	de	um	estresse	desnecessário,	por	que	não	fazer	isso?</p><p>O	primeiro	passo	para	arrasar	no	ENEM	é	ter	uma	mente	positiva,	otimista	e</p><p>tranquila.	 Você	 já	 vai	 fazer	 o	 ENEM	 mesmo,	 estressado	 ou	 não.	 Então	 se</p><p>estressar	para	quê?</p><p>Pense	nisso.</p><p>Voltando	ao	que	eu	faço	antes	da	prova:</p><p>Vou	 dormir	 cedo	 na	 véspera	 para	 acordar	 bem-disposto	 e	 evito	 alimentos</p><p>pesados	no	almoço.	Não	sou	vegetariano,	mas	nesse	dia	eu	evito	comer	carne,</p><p>porque	carne	sempre	me	deixa	meio	lento.	Meu	almoço	pré-ENEM	geralmente</p><p>tem	arroz	integral,	feijão,	ovo,	salada	e	legumes.</p><p>Levo	sempre	castanhas	e	barrinhas	de	chocolate	amargo	para	comer	de	vez</p><p>em	 quando	 durante	 a	 prova.	 São	 ótimas	 para	 dar	 energia	 sem	 fazer	 muita</p><p>lambança.	 (Se	bem	que	a	prova	do	ENEM	é	 tão	desgastante	que	eu	nem	sinto</p><p>fome	 até	 voltar	 para	 casa...	 eu	 geralmente	 como	 mais	 para	 dar	 um	 tempo	 de</p><p>prova	e	descansar	a	mente	do	que	por	fome	de	verdade).</p><p>Mas	ok,	 já	 falei	o	que	eu	 faço	antes	da	prova.	Procuro	 tranquilizar	o	corpo</p><p>para	 que	 a	mente	 também	 se	 tranquilize.	E	 isso	 já	 vai	 ser	metade	do	 caminho</p><p>para	um	excelente	ENEM.	Vamos	agora	para	a	prova	em	si.</p><p>Depois	de	fecharem	os	portões,	geralmente	esperam	uns	15-20	minutos	antes</p><p>de	distribuir	os	cadernos	de	questões.	Nesse	momento	em	que	 já	não	adianta</p><p>mais	 fazer	 revisões	 (e	 tem	 muita	 gente	 que	 fica	 sentada	 fora	 da	 sala</p><p>“estudando”	até	o	último	minuto),	eu	 fecho	os	olhos,	ajeito	a	postura	e	 respiro</p><p>fundo.</p><p>Pode	 chamar	 isso	 de	meditação	 se	 quiser.	 Tanto	 faz.	O	 que	 importa	 é	 que</p><p>você	se	concentre	em	si	mesmo	e	pense:	“Eu	vim	aqui	para	fazer	o	ENEM	e	vou</p><p>fazer	a	melhor	prova	possível.	Eu	estudei	para	este	momento	e	estou	preparado”.</p><p>Não	tem	nada	a	ver	com	a	fase	esotérica	que	eu	tive	há	alguns	anos.	É	só	uma</p><p>conversa	que	você	vai	ter	consigo	mesmo	para	estar	presente.	Você	não	está	em</p><p>casa,	não	está	 com	seus	 amigos,	não	está	num	bar	ou	numa	balada.	Você	está</p><p>fazendo	a	prova,	presente	de	corpo	e	alma.</p><p>Traga	a	sua	mente	de	volta,	não	deixe	ela	voar	demais.	Esteja	presente.</p><p>E	nesse	momento	você	pensa	baixinho	para	si	mesmo:	“Vou	terminar	o</p><p>ENEM	faltando	15	minutos	para	o	fim”.</p><p>É	surpreendente	como	isso	funciona!	Pode	parecer	esoterismo,	mas	nesses	3</p><p>anos	de	ENEM	(6	provas,	então),	eu	nunca	 tive	problema	com	falta	de	 tempo.</p><p>Nem	mesmo	quando	a	prova	de	Exatas	tinha	meia	hora	a	menos.	Porque	antes	de</p><p>começar	a	prova	eu	combinava	comigo	mesmo	que	ia	terminar	a	tempo,	então	o</p><p>meu	 subconsciente	 sabia	 quando	 eu	 estava	 perdendo	 tempo	 demais	 em	 uma</p><p>questão.</p><p>Se	 eu	 não	 tivesse	 conversado	 comigo	 mesmo	 antes	 da	 prova,	 combinado</p><p>comigo	 mesmo	 que	 sou,	 sim,	 capaz	 de	 terminar	 a	 prova	 a	 tempo,	 eu	 estaria</p><p>inteiramente	dependente	do	lado	externo!	Minha	referência	estaria	lá	fora,	nos</p><p>papeizinhos	 que	 eles	 arrancam	 para	 marcar	 o	 tempo,	 e	 não	 onde	 ela	 deve</p><p>realmente	estar:	em	mim	mesmo.</p><p>Quer	saber	mais	um	benefício	desses	15	minutinhos	de	concentração?</p><p>No	 capítulo	 com</p><p>a	 resolução	 do	 ENEM	 2018,	 você	 vai	 ver	 que	 muitas</p><p>questões	 eu	 resolvi	 de	 uma	 forma	 alternativa.	Mas	 essa	 forma	 alternativa	 nem</p><p>sempre	 vem	 de	 primeira	 para	mim.	 Eu	 tento	 resolver	 do	 jeito	 “certo”	 por	 um</p><p>tempo	 e,	 quando	meu	 subconsciente	 apita	 dizendo	 que	 estou	 perdendo	 tempo</p><p>demais,	passo	para	outra.	Quando	eu	volto,	consigo	pensar	em	um	jeito	diferente</p><p>de	resolver	a	questão.	Mesmo	fazendo	outras	questões,	meu	subconsciente	ainda</p><p>está	concentrado	em	tudo.	Ele	me	avisa	quando	eu	estou	perdendo	tempo	demais</p><p>e	trabalha	por	mim	enquanto	eu	vou	fazendo	o	resto	da	prova.	Incrível,	né?</p><p>E	isso	não	é	um	“dom”.	É	algo	que	você	pode	praticar	e	aperfeiçoar.	Neste</p><p>ano	de	preparação,	experimente	fazer	isso	que	eu	estou	te	propondo.	Por	que	não</p><p>tentar?	 Antes	 de	 começar	 a	 fazer	 a	 prova,	 faça	 uma	 pausa	 de	 5	 minutos	 e</p><p>simplesmente	respire.	Respire	e	combine	consigo	mesmo	que	é,	sim,	capaz.</p><p>Aprenda	 a	 ouvir	 a	 sua	 intuição.	 Ao	 invés	 de	 depender	 dos	 adesivos	 que</p><p>marcam	o	 tempo	 restante	de	prova	no	quadro,	aprenda	a	 se	 escutar.	Se	você</p><p>“sente”	que	está	demorando	demais,	passe	para	a	próxima	questão.</p><p>Não	tem	o	menor	problema	pular	para	a	próxima	questão.	Quem	insiste	em</p><p>fazer	o	ENEM	na	ordem	não	consegue	fazer	ele	inteiro	com	concentração	total.</p><p>É	impossível.	Porque	o	ENEM	não	foi	criado	para	ser	resolvido	na	ordem.	Ele</p><p>simplesmente	não	foi	feito	para	isso.</p><p>Ok,	até	aqui	eu	falei	coisas	que	eu	faço	antes	das	duas	provas.	Tudo	que	eu</p><p>falei	 até	aqui	vai	valer	 tanto	para	o	1º	quanto	para	o	2º	dia.	Mas	agora	vamos</p><p>dividir:</p><p>1º	dia	(Linguagens,	Redação	e	Humanas)</p><p>Depois	de	respirar	fundo	e	combinar	comigo	mesmo	que	eu	vou	ser	capaz	de</p><p>terminar	a	prova	faltando	15	minutos	para	o	fim,	eu	abro	a	prova	e	já	procuro	o</p><p>tema	 de	 redação	 para	 ter	 aquele	 susto	 maravilhoso	 (ainda	 mais	 agora	 que	 a</p><p>tendência	 é	 que	 os	 temas	 se	 tornem	 mais	 subjetivos...	 vai	 ser	 um	 balde	 de</p><p>adrenalina	a	cada	novo	tema).</p><p>Recomendo	 que	 todos	 façam	 a	mesma	 coisa,	 e	 isso	 por	 um	motivo:	 saber</p><p>qual	 é	o	 tema	de	 redação	 já	vai	deixar	o	 seu	cérebro	processando	as	 ideias	de</p><p>maneira	subconsciente.	Mesmo	que	você	não	faça	absolutamente	nada	além	de</p><p>ler	 os	 textos	motivadores,	 isso	 já	 faz	 o	 cérebro	 buscar	 ideias	 para	 inserir	 nos</p><p>argumentos.</p><p>E	como	o	cérebro	busca	ideias?	Com	base	no	seu	repertório.	Lembra	dessa</p><p>palavra?	Foi	o	que	falamos	na	parte	sobre	o	ENEM	estar	mais	conteudista.	Eu</p><p>disse	 que	 um	 repertório	 ampliado	 ajuda	 a	 pensar	 fora	 da	 caixa	 e	 chegar	 na</p><p>resposta	mais	rápido.</p><p>O	 repertório	 também	 vai	 ser	 importante	 na	 redação.	 Talvez	 de	 uma	 forma</p><p>ainda	mais	 evidente	 que	 na	 prova	 objetiva,	 porque	 na	 redação	 você	 pode	 usar</p><p>diretamente	o	repertório	que	adquiriu	ao	longo	do	ano	para	elaborar	argumentos,</p><p>analogias,	citações,	referências,	etc.</p><p>Então	nunca	subestime	o	poder	de	um	repertório	amplo.</p><p>Mas	 eu	 não	 só	 leio	 o	 tema	de	 redação	 e	 os	 textos	motivadores.	Eu	destino</p><p>também	os	10	primeiros	minutos	da	prova	para	fazer	um	brainstorming.	Caso</p><p>você	 nunca	 tenha	 ouvido	 falar	 disso,	 o	 significado	 literal	 é	 “tempestade</p><p>cerebral”.</p><p>Brainstorming	é	uma	técnica	muito	útil	que	consiste	em	escrever	tudo	que	te</p><p>vem	 à	mente	 sobre	 um	 determinado	 tema,	 sem	 filtros.	 Só	 escreva	 tudo,	 tudo,</p><p>tudo.	Vai	ficar	uma	bagunça,	mas	é	desse	caos	que	você	vai	tirar	o	ouro	para	a</p><p>sua	redação.</p><p>Eu	 não	 me	 preocupo	 com	 a	 estruturação	 dos	 argumentos	 nessa	 primeira</p><p>etapa.	Só	jogo	tudo	que	consigo	pensar	sobre	o	assunto	no	papel.</p><p>Infelizmente	não	estou	com	a	minha	prova	aqui	comigo,	mas	eu	lembro	que</p><p>no	 ENEM	 2018	 (manipulação	 do	 comportamento	 do	 usuário	 pelo	 controle	 de</p><p>dados	na	internet)	eu	coloquei	no	brainstorming:</p><p>-	O	caso	do	Facebook	com	a	Cambridge	Analytica</p><p>-	Inteligência	artificial</p><p>-	Segmentação	de	público	online</p><p>-	A	Mass	Communication	Research	e	a	manipulação	de	comportamento</p><p>-	Sartre:	“Estamos	condenados	a	ser	livres”</p><p>-	Comodidade	vs.	Privacidade</p><p>E	 muuuuitas	 outras	 coisas.	 Coloquei	 em	 forma	 de	 palavras	 mesmo,	 sem</p><p>maiores	 explicações.	 No	 momento	 em	 que	 eu	 leio	 essas	 palavras,	 todo	 o</p><p>raciocínio	vem	junto,	então	não	tem	por	que	perder	tempo	explicando	o	que	eu	já</p><p>sei	para	mim	mesmo.	Ainda	mais	em	uma	prova	em	que	tempo	é	ouro.</p><p>Quando	sair	o	espelho	da	redação	do	ENEM	2018,	pretendo	fazer	um	vídeo</p><p>comentando	meus	erros	e	acertos.	Vou	mostrar	também	tudo	que	eu	escrevi	no</p><p>brainstorming	 para	 ilustrar	 melhor	 a	 ideia.	 (Então	 lembre	 de	 se	 inscrever	 no</p><p>canal	e	ativar	o	sininho	para	ser	notificado	dos	novos	vídeos).</p><p>Ótimo,	depois	desses	10	minutos	eu	começo	realmente	a	fazer	a	prova.	E	que</p><p>prova!	O	primeiro	dia	 tem	uma	carga	absurda	de	 textão,	então	você	precisa	de</p><p>uma	estratégia	para	não	se	cansar	logo	no	começo.</p><p>O	que	eu	faço	é	ir	alternando	entre	Humanas	e	Linguagens.	Apesar	de	as</p><p>duas	 provas	 terem	 uma	 carga	 elevada	 de	 leitura,	 eu	 sinto	 que	 são	 cobradas</p><p>habilidades	ligeiramente	diferentes	em	cada	uma.	Eu	não	sei	explicar	bem,	mas	é</p><p>como	 se	 “pensar	 Linguagens”	 exigisse	 um	 raciocínio	 diferente	 de	 “pensar</p><p>Humanas”.</p><p>Então,	quando	eu	alterno	entre	as	duas,	é	como	se	eu	descansasse	uma	parte</p><p>do	 cérebro	 enquanto	 exercito	 outra.	 Para	 mim	 funciona,	 mas	 você	 vai</p><p>experimentar	e	ver	o	que	dá	certo	para	você.</p><p>Eu	geralmente	faço	10-15	questões	de	uma	prova	e	10-15	da	outra.	(Isso	vale</p><p>também	para	Exatas:	sempre	alterno	10	de	Matemática	com	10	de	Natureza).</p><p>E	uma	coisa	muito	importante!!	Vou	falar	mais	disso	no	capítulo	de	análise</p><p>do	ENEM,	mas	já	fica	o	aviso:	leia	o	comando	da	questão	antes	de	ler	o	texto.</p><p>Sempre	 leia	 o	 enunciado	 primeiro,	 porque	 é	 ele	 que	 vai	 te	 orientar	 durante	 a</p><p>leitura	do	texto.	Quem	deixa	para	ler	o	enunciado	no	fim,	muito	provavelmente</p><p>vai	ter	que	ler	tudo	de	novo	depois	que	vir	do	que	se	trata	a	questão.</p><p>Em	 Linguagens	 isso	 é	 ainda	 mais	 evidente,	 porque	 tem	 questões	 que	 não</p><p>cobram	 absolutamente	 nada	 sobre	 o	 conteúdo	 do	 texto	 em	 si.	 Cobram	 só</p><p>detalhes	sobre	a	técnica	de	escrita,	a	função	da	linguagem,	etc.	E	ler	esse	tipo	de</p><p>texto	com	atenção	demais	ao	conteúdo	é	pura	perda	de	tempo.</p><p>Então,	 alternando	 entre	 Linguagens	 e	 Humanas	 ou	 não,	 sempre	 leia	 o</p><p>comando	da	questão	antes.</p><p>***</p><p>Eu	 geralmente	 consigo	 fazer	 umas	 20	 questões	 de	 cada	 matéria	 antes	 de</p><p>começar	a	cansar.	Nas	horas	em	que	percebo	que	preciso	ler	mais	de	duas	vezes</p><p>o	mesmo	 texto,	 é	 sinal	 que	 estou	 cansado.	Nesses	momentos,	 eu	 só	 faço	 uma</p><p>pausa,	fecho	os	olhos	por	um	minuto	e	respiro	fundo.</p><p>Pode	 parecer	 perda	 de	 tempo,	mas	 é	 aquilo	 que	 eu	 já	 disse	 antes:	 dar	 um</p><p>passo	 atrás	 para	 dar	 dois	 adiante.	Só	 essa	 pequena	pausa	 de	 um	minuto	 já	me</p><p>garante	um	boost	de	energia	tremendo.	Eu	não	só	consigo	ler	mais	rápido	como</p><p>consigo	interpretar	melhor.</p><p>Logo,	a	minha	chance	de	errar	por	besteira	é	menor.</p><p>Ah,	uma	coisa...	faça	o	que	eu	digo,	mas	não	faça	o	que	eu	faço.	Isso	tudo	é</p><p>muito	bonito	de	falar,	mas	no	ENEM	2018	eu	só	devo	ter	parado	para	respirar</p><p>fundo	2	vezes.	Teve	vários	momentos	em	que	eu	estava	desconcentrado	e	insisti</p><p>em	fazer	as	questões	ao	invés	de	parar	para	respirar.</p><p>O	resultado:	errei	muitas	por	besteira.	E	quando	eu	digo	muitas,	são	muitas</p><p>mesmo.</p><p>Você	vai	ver	no	capítulo	de	análise	do	ENEM.	Das	33	que	eu	errei,	estimo</p><p>que	umas	15	foram	por	bobagem.	Não	estou	dizendo	que	seria	capaz	de	acertar</p><p>160+	questões	no	ENEM,	porque	todo	mundo	comete	erros,	mas	estou	dizendo</p><p>que	em	um	cenário	ideal	isso	seria,	sim,	possível.</p><p>Com	 esse	 novo	método	 de	 estudo	 que	 eu	 estou	 te	 propondo,	 é	 idealmente</p><p>possível	acertar	umas	160.	E	o	método	é	simples:	a	aliança	entre	uma	boa	base</p><p>nas	matérias,	repertório	variado,	interpretação	de	texto	e	raciocínio	lógico.	E,</p><p>claro,	inteligência	emocional.</p><p>Enfim,	de	volta	à	minha	estratégia	de	resolução.	Depois	de	umas	40	questões</p><p>resolvidas,	eu	volto	para	a	redação	e	monto	um	primeiro	esqueleto.	Seleciono	o</p><p>que	 vai</p><p>ficar	 e	 o	 que	 vai	 sair,	 decido	 em	 que	 parágrafo	 cada	 informação	 vai</p><p>entrar,	 faço	 um	 esquema	 dividido	 em	 “I,	 D1,	 D2,	 C”	 (introdução,</p><p>desenvolvimentos	e	conclusão)...	e	basicamente	só.</p><p>Eu	 não	 escrevo	 frases	 nesta	 etapa.	 Só	 coloco	 os	 potenciais	 argumentos	 em</p><p>forma	 de	 tópicos	 (“D2:	Nietzsche,	 Facebook,	massificação”)	 para	 lembrar	 que</p><p>no	segundo	parágrafo	de	desenvolvimento	eu	vou	associar	essas	três	ideias.</p><p>Tem	 gente	 que	 gosta	 de	 começar	 pela	 conclusão	 nessa	 etapa.	 Já	 pensa	 na</p><p>proposta	de	intervenção	para	só	então	elaborar	os	argumentos.	Eu	acho	essa	uma</p><p>ideia	 legal,	 porque	 em	 2018	 não	 fiz	 assim	 e	 precisei	 elaborar	 2	 parágrafos</p><p>completamente	 diferentes	 de	 conclusão:	 o	 primeiro	 era	 uma	 boa	 intervenção,</p><p>mas	não	 solucionava	o	problema	que	eu	apresentei	nos	argumentos,	 então	 tive</p><p>que	 fazer	 uma	 segunda	 mais	 adequada.	 Sim,	 perdi	 tempo	 aí	 (principalmente</p><p>porque	quase	não	tinha	praticado	redação	durante	o	ano).</p><p>Esse	tempo	poderia	ter	sido	usado	para	fazer	com	mais	calma	as	questões	de</p><p>Linguagens	e	evitar	errar	tantas	por	besteira	(umas	7	ou	8).</p><p>Depois	de	montado	um	esquema	“I,	D1,	D2,	C”,	 volto	para	 as	questões	de</p><p>Linguagens	 e	 Humanas.	 Continuo	 alternando	 (sempre	 lendo	 o	 comando	 das</p><p>questões	antes	do	texto)	até	faltarem	umas	2h30	para	o	fim	da	prova.</p><p>Aí	sim	eu	escrevo	a	redação.	Já	 tenho	as	 ideias,	então	é	só	fazer	a	conexão</p><p>entre	 elas.	 Mas	 eu	 não	 faço	 direto	 na	 folha	 definitiva.	 Faço	 no	 rascunho.</p><p>Algumas	 pessoas	 podem	 achar	 isso	 perda	 de	 tempo,	 mas	 para	 mim	 ainda	 é</p><p>essencial.	Mesmo	no	rascunho	eu	ainda	rabisco	muito,	porque	conectar	as	ideias</p><p>não	é	algo	tão	simples	quanto	parece.</p><p>Mas,	mesmo	com	o	rascunho	pronto,	eu	ainda	não	passo	direto	a	limpo.	Eu</p><p>faço	mais	umas	10-15	questões	da	prova	para	só	então	voltar	e	passar.</p><p>E	 por	 que	 eu	 divido	 a	 redação	 em	 tantas	 etapas?	 Porque	 assim	 eu	 consigo</p><p>identificar	mais	erros	do	que	se	fizesse	tudo	de	uma	vez.	É	como	se	eu	voltasse</p><p>com	um	olhar	revigorado,	menos	“viciado”	no	próprio	texto.</p><p>Como	 exemplo	 eu	 cito	 este	 e-book:	 escrevi	 a	 primeira	 versão	 e	 deixei	 ela</p><p>alguns	dias	“maturando”.	Quando	voltei	para	revisar,	eram	muitas,	muitas	coisas</p><p>para	 corrigir	 (não	 tinha	muitos	 erros,	mas	 eu	 tinha	 repetido	muitas	 palavras,	 e</p><p>algumas	 frases	 tinham	 ficado	 confusas,	 por	 exemplo.).	 Felizmente	 corrigi	 a</p><p>tempo	de	publicar.</p><p>Da	mesma	forma,	é	melhor	corrigir	sua	redação	a	tempo!</p><p>Mas	é	claro	que	isso	vai	depender	de	você.	Tem	gente	que	prefere	escrever	a</p><p>redação	direto	na	folha	definitiva.	Se	funciona	para	você,	quem	sou	eu	para	dizer</p><p>que	está	errado?</p><p>Levo	 um	pouco	mais	 de	 1h	 para	 fazer	 o	 rascunho	 e	 passar	 a	 limpo,	 então,</p><p>para	escrever	a	redação	do	brainstorming	à	versão	final,	levo	talvez	1h30,	1h40.</p><p>Mas	 em	2018	 eu	 levei	mais	 de	 2	 horas	 por	 causa	 do	 tema	 surpreendente	 e	 da</p><p>conclusão	que	eu	precisei	refazer.</p><p>Isso	 foi	 principalmente	 porque	 eu	 não	 fiz	 tantas	 redações	 no	 ano.	 Então	 já</p><p>comece	a	praticar	logo	para	tornar	a	escrita	da	dissertação	o	mais	fluida	possível.</p><p>***</p><p>E	 agora	 uma	 coisa	 que	 poucas	 pessoas	 fazem,	 mas	 que	 eu	 altamente</p><p>recomendo:	não	deixe	para	passar	as	 respostas	para	o	gabarito	no	 fim	de	 tudo.</p><p>Passe	as	respostas	faltando	1h30	para	o	fim.	E	isso	por	dois	motivos	principais:</p><p>1.	 Passar	 para	 o	 gabarito	 é	 uma	 atividade	 mais	mecânica	 que	 mental,</p><p>então	 isso	 é	 um	 descanso	 para	 a	 parte	 do	 seu	 cérebro	 responsável	 pela</p><p>leitura	dos	textões;</p><p>2.	 Vai	 te	 tirar	o	peso	das	costas	de:	“Ai,	 será	que	dá	 tempo	de	passar	as</p><p>respostas?	Será	que	eu	vou	terminar	a	tempo??”</p><p>Por	esses	dois	motivos	eu	recomendo	passar	para	o	cartão-resposta	faltando</p><p>mais	de	uma	hora	para	o	fim.	Passe	as	que	já	fez,	e	você	vai	poder	se	concentrar</p><p>com	muito	mais	tranquilidade	naquelas	que	faltam.</p><p>Mas	atenção!!	Se	você	tiver	pulado	uma	questão	na	prova,	lembre-se	de	pular</p><p>no	gabarito!!!	Se	for	passar	para	o	cartão-resposta	faltando	algumas	para	fazer,</p><p>cheque	 duas	 vezes	 a	 numeração	 da	 questão	 para	 não	 perder	 10,	 15,	 20</p><p>questões	em	sequência	por	bobagem.</p><p>***</p><p>E	a	última	estratégia	para	o	1º	dia	é...	pedir	ao	fiscal	para	ir	ao	banheiro.	Eu</p><p>chamo	essa	estratégia	de...	a	estratégia	do	banheiro.</p><p>Bom	nome,	né?	Eu	deveria	patentear.</p><p>Enfim.	Mesmo	que	eu	não	precise	fazer	nada	relevante	no	banheiro,	faço	isso</p><p>para	passar	água	no	rosto	(água	da	pia)	e	esticar	as	pernas	para	voltar	para	a	sala</p><p>renovado	e	pronto	para	o	round	2.</p><p>Geralmente	peço	para	ir	ao	banheiro	depois	de	ter	passado	a	redação	para	a</p><p>folha	definitiva	e	passado	as	questões	que	já	fiz	para	o	gabarito.	Quando	voltar</p><p>para	 a	 sala,	meu	 tempo	vai	 ser	 todo	destinado	 a	 responder	 as	 poucas	 questões</p><p>que	 ainda	 faltam	 na	 prova	 (e	 que	 o	 meu	 subconsciente	 está	 processando	 em</p><p>segundo	 plano,	 porque,	 bem...	 a	 esse	 ponto	 eu	 já	 deveria	 ter	 lido	 todas	 as</p><p>questões	ao	menos	uma	vez).</p><p>E	essa	é	a	minha	estratégia	no	primeiro	dia.	Muito	do	que	eu	falei	também	se</p><p>aplica	 à	 prova	 de	 Exatas,	 mas	 no	 dia	 da	 famigerada	 Matemática	 tem	 alguns</p><p>detalhes	que	merecem	um	capítulo	à	parte.</p><p>2º	dia	(Matemática	e	Ciências	da	Natureza)</p><p>Tudo	que	eu	falei	sobre	respirar	fundo	antes	da	prova,	alternar	questões,	fazer</p><p>pausas	de	1	minuto	com	frequência	e	passar	para	o	cartão-resposta	faltando	1h30</p><p>continua	válido	no	segundo	dia.	Vou	falar	aqui	só	dos	pontos	diferentes.</p><p>E	boa	parte	do	que	eu	disser	aqui	vai	retomar	os	capítulos	de	pegadinhas	e</p><p>de	TRI.	Mas	é	sempre	bom	relembrar,	então	vamos	lá:</p><p>Você	já	sabe	que,	pela	TRI,	as	questões	fáceis	valem	mais	pontos.	E	eu	já	dei</p><p>algumas	dicas	de	como	identificar	as	fáceis	(no	capítulo	resolvendo	o	ENEM	de</p><p>Matemática,	coloquei	um	ranking	de	1-5	de	nível	de	dificuldade	para	 ilustrar	a</p><p>ideia).</p><p>Então	o	que	eu	faço	enquanto	estou	resolvendo?	Sempre	que	me	deparo	com</p><p>uma	questão	fácil-média,	 já	redobro	a	atenção.	Porque,	mesmo	que	seja	fácil,</p><p>qualquer	deslize	pode	me	fazer	errar.</p><p>Pode	parecer	contra-intuitivo	demorar	mais	nas	fáceis,	mas	é	exatamente	isso</p><p>que	eu	fiz	em	2018.	Eu	sabia	que	já	não	conseguia	mais	fazer	cálculos	de	cabeça</p><p>tão	rápido,	então,	para	não	dar	chance	ao	azar,	fiz	todos	os	cálculos	com	calma,	e</p><p>pela	primeira	vez	usei	a	folha	de	rascunho.</p><p>Ficou	muito	mais	organizado	(para	os	meus	padrões,	claro),	e	o	resultado	foi</p><p>que	eu	só	errei	2	questões	(comparado	com	5	e	6	nos	outros	anos).</p><p>Então	faça	com	calma!	Mesmo	que	pareça	perda	de	tempo.</p><p>“Mas,	Umberto,	se	eu	fizer	assim,	não	vou	conseguir	fazer	a	prova	inteira”.	E</p><p>eu	 concordo	 que	 você	 não	 vai	 conseguir	 terminar	 se	 fizer	 tudo	 do	 jeito</p><p>“certinho”.	 Por	 isso	 no	 capítulo	 de	 resolução	 eu	 apresentei	 raciocínios</p><p>alternativos	que	te	fazem	poupar	tempo.	Esse	tempo	poupado	deve	ser	investido</p><p>nas	questões	fáceis	para	aumentar	a	sua	nota.</p><p>É	tudo	estratégia.	Estratégia	para	você	arrasar	no	ENEM.</p><p>No	 caso	 das	 fáceis,	 eu	 redobro	 a	 atenção;	 no	 caso	 das	difíceis,	 eu	 escolho</p><p>entre	fazer	ou	deixar	para	depois.	E	é	aleatório:	faço	uns	50%	e	deixo	uns	50%</p><p>para	 depois.	 Mas	 ó:	 mesmo	 que	 eu	 decida	 pular,	 eu	 leio	 o	 enunciado	 com</p><p>atenção	para	deixar	meu	cérebro	processando	as	ideias.	Não	pulo	absolutamente</p><p>nada	sem	entender	exatamente	do	que	a	questão	se	trata.</p><p>Uma	coisa	 que	 algumas	pessoas	 fazem	e	 eu	 acho	muito	 legal	 é	marcar	as</p><p>fáceis.	 Faça	 algum	 rabisco	 que	 te	 ajude	 a	 identificar	 as	 que	 vão	 valer	 mais,</p><p>porque,	se	tiver	tempo	de	revisar,	é	nelas	que	você	vai	se	concentrar.</p><p>***</p><p>Quanto	às	pegadinhas,	eu	já	falei	bastante	em	um	capítulo	anterior.	Fica	só	o</p><p>meu	 conselho:	 enquanto	 estiver	 lendo	 o	 enunciado,	 já	 esteja	 atento	 para</p><p>possíveis	 coisas	 suspeitas	 (unidades	 de	 medida	 diferentes,	 gráficos,	 “dobro”,</p><p>“quadruplicar”,	 essas	 coisas).	E,	depois	de	calcular	um	 resultado,	 seja	 ele	qual</p><p>for,	leia	o	enunciado	de	novo	para	garantir	que	ele	é	mesmo	a	resposta.	Garanta</p><p>que	não	falta	uma	última	etapa	para	a	resposta.</p><p>E	essas	foram	(ou	deveriam	ter	sido)	minhas	estratégias	em	2018.	É	a	sua	vez</p><p>de	colocá-las	em	prática	para	descobrir	quais	funcionam	para	você.</p><p>E	agora,	senhoras	e	senhores	membros	do	júri...	vamos	falar	de:</p><p>Redação	modelo	ENEM</p><p>Se	você	 já	 fez	algum	ENEM	antes,	deve	 ter	percebido	que	o	 tema	de	2018</p><p>fugiu	muito	dos	padrões	dos	outros	anos.	Geralmente	o	 tema	era	alguma	coisa</p><p>bem	 objetiva,	 como	 intolerância	 religiosa,	 violência	 contra	 a	 mulher,</p><p>acessibilidade	de	minorias...	mas	tanto	no	ENEM	2018	quanto	no	ENEM	2018</p><p>PPL	o	tema	foi	algo	muito	mais	estilo	“Fuvest”,	muito	mais	subjetivo.</p><p>ENEM	2018	1ª	aplicação:	Manipulação	do	comportamento	do	usuário	pelo</p><p>controle	de	dados	na	internet;</p><p>ENEM	 2018	 PPL:	 Formas	 de	 organização	 da	 sociedade	 para	 o</p><p>enfrentamento	de	problemas	econômicos	no	Brasil.</p><p>Deu	 para	 perceber	 que	 são	 temas	 bem	 mais	 complexos	 e	 subjetivos?	 Isso</p><p>significa	 que,	 se	 você	 não	 tem	 uma	 tese	 muito	 forte,	 seu	 texto	 pode	 acabar</p><p>“perdendo	o	fio	da	meada”	e	fugindo	ao	tema.	Então	é	preciso	atenção	redobrada</p><p>na	hora	de	estruturar	os	parágrafos	para	evitar	se	perder	na	argumentação.	Fora</p><p>que	 temas	 amplos	 como	 esses	 praticamente	 destroem	 a	 possibilidade	 de	 usar</p><p>modelos	prontos	de	redação,	que	tanta	gente	oferece	por	aí	como	a	“salvação</p><p>da	pátria”.</p><p>Se	 isso	 é	 uma	 tendência	 que	 vai	 se	 repetir	 nos	 próximos	 anos,	 não	 temos</p><p>como	saber,	mas	é	bem	possível	que	sim.	Provavelmente	teremos	em	2018	um</p><p>volume	muito	maior	de	 redações	zeradas	por	 fuga	ao	 tema.	Então	é	bom	você</p><p>começar	 a	 trabalhar	 o	 seu	 repertório,	 porque	 citações	 prontas	 já	 não	 vão	 ser</p><p>suficientes	para	contextualizar	fenômenos	tão	abrangentes.</p><p>“Ah,	Umberto,	mas	não	é	certeza	que	o	tema	de	2019	vai	ser	subjetivo”.	E	é</p><p>verdade.	Não	 é	 certeza.	Mas,	 se	 você	 está	 se	 preparando	 para	 o	ENEM	2019,</p><p>melhor	 se	 preparar	 para	 o	 pior	 do	 que	 apostar	 que	 o	 tema	 voltaria	 a	 ser	 um</p><p>problema	social	“tradicional”.	Eu	acho	difícil	voltarem	atrás.</p><p>Seja	 como	 for,	 escrever	 uma	 boa	 redação	 do	 ENEM	 não	 é	 só	 escrever	 de</p><p>forma	 coerente	 e	 sem	 erros	 de	 português.	 Cada	 banca	 valoriza	 algumas</p><p>habilidades,	e	a	do	ENEM	não	é	diferente.	Tem	regras	bem	específicas	que	só	a</p><p>banca	 do	 ENEM	 cobra,	 e	 você	 deve	 entendê-las	 para	 não	 perder	 ponto	 por</p><p>bobagem.</p><p>Se	você	estuda	para	a	UnB,	tem	que	entender	como	a	banca	da	UnB	pensa;	se</p><p>estuda	 para	 a	 Fuvest,	 tem	 que	 entender	 como	 a	 banca	 da	 Fuvest	 pensa;	 e,	 se</p><p>estuda	para	o	ENEM,	tem	que	entender	o	que	a	banca	do	ENEM	valoriza	e	o	que</p><p>ela	considera	“errado”	(mesmo	que	não	seja	errado	necessariamente).</p><p>***</p><p>Eu	comecei	a	estudar	redação	tarde,	mas,	nesse	pouco	tempo	que	eu	dediquei</p><p>a	 trabalhar	 o	 meu	 texto	 dissertativo,	 eu	 aprendi	 muita	 coisa	 sobre	 redação</p><p>modelo	ENEM.</p><p>(Quando	eu	digo	“pouco	tempo”,	foi	pouco	tempo	mesmo...	como	já	estou	na</p><p>faculdade,	 e	 não	 precisava	 tirar	 uma	 nota	 boa,	 deixei	 para	 lá	 os	 estudos	 de</p><p>redação	 até	 final	 de	 setembro,	 início	 de	 outubro.	 Não	 que	 eu	 me	 arrependa,</p><p>porque	960	foi	um	resultado	bem	legal,	mas	o	problema	foi	que	eu	gastei	tempo</p><p>demais...	Como	não	tinha	prática,	levei	mais	de	2	horas	para	escrever,	e	isso	me</p><p>tirou	 muito	 tempo	 que	 eu	 poderia	 ter	 destinado	 a	 fazer	 com	 mais	 calma	 as</p><p>questões	de	Linguagens.	Mas	não	adianta	chorar	sobre	o	leite	derramado,	não	é</p><p>mesmo?)</p><p>Nesse	1	mês	e	pouco	de	estudo	de	redação,	eu	aprendi	 tantos	detalhezinhos</p><p>que	podem	tirar	ponto	que	eu	fiquei	surpreso	de	ter	conseguido	tirar	880-840	nos</p><p>outros	anos.	Porque	muita	coisa	podem	baixar	sua	nota.	E,	quando	eu	digo	muita</p><p>coisa,	é	muita	coisa	mesmo</p><p>(No	próximo	capítulo,	vou	analisar	os	erros	e	acertos	das	minhas	redações	de</p><p>2016	e	2017.	Como	o	espelho	só	sai	mais	para	frente,	vou	deixar	para	analisar	a</p><p>redação	de	2018	em	um	vídeo	no	canal).</p><p>Não	é	a	proposta	deste	e-book	ensinar	individualmente	as	5	competências	e	a</p><p>estrutura	 de	 um	 texto	 dissertativo-argumentativo,	 mas	 não	 posso	 deixar	 de</p><p>incluir	um	capítulo	sobre	as	dicas	práticas	de	redação	que	eu	aprendi	nos	últimos</p><p>meses.	 E	 90%	 do	 que	 eu	 aprendi	 foi	 graças	 à	 apostila	 de	 uma	 pessoa	 muito</p><p>incrível	que	eu	não	poderia	deixar	de	mencionar:</p><p>A	Allana,	do	Instagram	@vempramimedicina,	criou	uma	apostila	completa</p><p>sobre	redação,	com	todos	os	detalhes	que	você	puder	imaginar.	Ela	sempre	tira</p><p>940	ou	mais	 nas	 redações,	 e	 em	2018	não	poderia	 ter	 sido	diferente	 (ela	 tirou</p><p>960).	 Não	 tenho	 nem	 pretensão	 de	 competir	 com	 ela	 nesse	 assunto,	 porque	 o</p><p>material	dela	é	realmente	impecável.	Tem	modelos	de	redação,	estruturas	que	ela</p><p>usa	para	introdução,	desenvolvimento	e	conclusão,	sugestões	de	filmes	e	séries</p><p>para	usar	como	alusão...	enfim,	é	uma	apostila	completa	mesmo.</p><p>Caso	 tenham	interesse	em	um	material	que	ensina	do	zero	a	como	escrever</p><p>uma	 redação	 do	 ENEM,	 não	 tem	 apostila	 melhor.	 Vocês	 podem	 contatar	 a</p><p>Allana	 pelo	 Instagram	 e	 dizer	 que	 o	 Umberto	 indicou	 a	 apostila	 maravilhosa</p><p>dela.</p><p>Dito	 isso,	 teve	 um	 outro	 espaço	 que	 me	 ajudou	 a	 aprender	 detalhes	 sobre</p><p>redação	modelo	ENEM:	meus	inscritos.</p><p>Sim,	 senhoras	 e	 senhores	membros	 do	 júri.	Muitos	 de	 vocês	me	 ajudaram</p><p>comentando	 sobre	 as	 redações	 que	 eu	 postava	 no	 Instagram,	 dando	 sugestões,</p><p>fazendo	muitas	 críticas...	 enfim,	 foi	muito	 bom	começar	 a	 falar	 de	 redação	no</p><p>canal	porque	nós	tivemos	a	oportunidade	de	crescer	em	conjunto.</p><p>Compilei	as	principais	dicas	em	uma	checklist	que	você	deve	sempre	ter	em</p><p>mente	 na	 hora	 de	 escrever	 a	 redação,	 desde	 o	 primeiro	 esboço	 até	 a	 hora	 de</p><p>passar	a	limpo.	Minha	nota	em	2018	definitivamente	teria	sido	bem	mais	baixa</p><p>se	eu	não	tivesse	me	atentado	aos	pontos	abaixo:</p><p>Checklist	para	uma	excelente	redação	do</p><p>ENEM</p><p>Antes	 de	 começar,	 entenda	 muito	 bem	 qual	 é	 o	 tema	 da	 redação,</p><p>principalmente	agora	que	os	temas	devem	se	tornar	mais	subjetivos.	Cada	trecho</p><p>é	 importante	 para	 você	 não	 fugir	 ao	 tema.	 Se	 ele	 foi	 “Manipulação	 do</p><p>comportamento	do	usuário	pelo	controle	de	dados	na	internet”,	 tem	três	pontos</p><p>chave	para	você	abordar	no	texto:</p><p>1.	 A	 manipulação	 do	 comportamento:	 o	 ENEM	 não	 quer	 que	 você</p><p>escreva	sobre	o	comportamento	do	usuário,	mas	sobre	a	manipulação	desse</p><p>comportamento;</p><p>2.	 O	controle	de	dados	na	 internet:	 querem	que	você	explique	o	que	é</p><p>esse	controle	de	dados,	quem	pratica,	como	pratica,	etc.;</p><p>3.	 A	relação	 entre	1	e	2:	o	ENEM	quer	saber	como	o	controle	de	dados</p><p>interfere	 e	 manipula	 o	 comportamento.	 Não	 basta	 você	 explicar	 sobre</p><p>controle	de	dados	e	 falar	de	manipulação	 se	não	conectar	bem	essas	duas</p><p>ideias.</p><p>Lembre-se:	 tudo	 que	 estiver	 no	 tema	 é	 importante.	 Nunca	 escreva	 um	 só</p><p>ponto	sem	ter	o	tema	completo	em	mente.</p><p>A	tese	é	tão	importante	quanto	o	tema.	É	ela	que	vai	orientar	 todo	o	seu</p><p>texto.	Ela	é	o	fio	condutor	da	sua	argumentação.	Tenha	ela	bem	clara	em	mente</p><p>antes	de	começar	a	escrever,	mas,	ainda	mais	claro	que	na	sua	mente,	tenha	ela</p><p>bem	clara	no	papel.	Porque	o	corretor	tem	que	saber	exatamente	o	que	você	está</p><p>defendendo	só	de	ler	a	sua	introdução.	A	Allana	gosta	de	escrever	a	tese	como	se</p><p>fosse	 uma	 prévia	 do	 que	 está	 por	 vir	 no	 restante	 da	 redação:	 “Diante	 disso,</p><p>analisar	 as	 falhas	 presentes	 nesse	 novo	 ambiente	 é	 fundamental	 para	 torná-lo</p><p>mais	seguro”.	Ela	deixa	claro	que	esse	novo	ambiente	tem	falhas	e	já	diz	que	a</p><p>redação	dela	vai	focar	na	análise	dessas	falhas	a	fim	de	melhorar	a	segurança</p><p>(ideias	a	serem	detalhadas	nos	desenvolvimentos	e	na	conclusão);</p><p>Todos	os	parágrafos	precisam	seguir	a	mesma	linha	de	raciocínio.	Todos</p><p>os	 argumentos	 da	 introdução,	 dos	 desenvolvimentos	 e	 da	 conclusão	 precisam</p><p>deixar	claro	que	tudo	que	você	escreveu	faz	parte	do	mesmo	corpo	maior	que	é	a</p><p>sua	 redação.	Como	eu	disse	em	um	capítulo	anterior,	meu	primeiro	modelo	de</p><p>conclusão	no	último	ENEM	ficou	até	bom,	mas	não	se	conectava	com	o	restante</p><p>do	 texto	 (o	 problema	 que	 a	minha	 proposta</p><p>de	 intervenção	 resolvia	 não	 era	 o</p><p>problema	que	eu	apontei	na	tese).	Mas	ó:	não	estou	dizendo	para	o	seu	texto	ser</p><p>repetitivo.	 É	 claro	 que	 você	 pode	 (e	 deve)	 apresentar	 argumentos</p><p>complementares,	diferentes,	mas	precisa	deixar	claro	que	eles	têm	uma	ligação.</p><p>E	 nada	 melhor	 para	 fazer	 ligação	 que	 conectivos.	 “Analogamente”,	 “Nesse</p><p>sentido”,	“Contrariamente”,	“No	entanto”,	“Dessa	forma”...	são	todos	conectivos</p><p>que	“amarram”	ideias	que,	sem	eles,	podem	parecer	soltas,	largadas.</p><p>Qualquer	que	 seja	o	 tema,	vai	 ser	um	problema	a	 ser	resolvido.	Senão</p><p>não	teria	como	apresentar	proposta	de	intervenção.	Como	uma	das	competências</p><p>que	 o	 ENEM	 pede	 é	 a	 proposta	 de	 intervenção,	 você	 não	 pode	 só	 apresentar</p><p>pontos	positivos	sobre	o	tema.	Já	na	introdução,	deixe	claro	que	o	fenômeno	em</p><p>questão	é	um	problema	passível	de	solução,	senão	você	não	vai	ter	problema	a</p><p>resolver	na	conclusão.</p><p>Escreva	um	texto	dissertativo,	não	expositivo.	E	a	diferença	entre	os	dois	é</p><p>que	no	texto	expositivo	você	só	explica:	“Os	algoritmos	são	capazes	de	induzir</p><p>comportamento	de	compra	do	consumidor	sem	que	ele	perceba”.	Pode	até	estar</p><p>claro	para	você	que	isso	é	um	problema,	mas	estritamente	falando	isso	não	passa</p><p>de	uma	exposição.	Se	você	não	deixa	claro	que	é	um	problema,	 seu	parágrafo</p><p>vai	 ser	 expositivo,	 não	 dissertativo.	 Mais	 interessante	 seria:	 “Sem</p><p>regulamentação	no	ambiente	virtual,	os	algoritmos	ferem	a	individualidade	das</p><p>pessoas	ao	induzir	de	forma	escusa	um	comportamento	de	compra	por	parte	dos</p><p>consumidores”.</p><p>Não	escreva	que	nem	Kafka.	Aquelas	frases	truncadas	e	cheias	de	vírgula?</p><p>Esqueça!	 Mesmo	 que	 não	 haja	 erro	 de	 português,	 frases	 grandes	 e	 cheias	 de</p><p>vírgula	 e	 apostos	 são	pouco	usuais	 e,	 convenhamos,	 chatas	demais	de	 ler.	E	o</p><p>fiscal	 é	humano,	então,	quanto	menos	má	vontade	você	despertar	nele,	melhor</p><p>(sublinhei	essa	frase	porque	ela	está	truncada	e	chata,	cheia	de	vírgulas	e	pausas;</p><p>evite	 ao	 máximo	 esse	 tipo	 de	 construção).	 Escreva	 frases	 fluidas,	 na	 ordem</p><p>direta,	 o	 mais	 simples	 possível	 para	 evitar	 problemas.	 Se	 você	 achar	 que	 o</p><p>corretor	vai	precisar	ler	a	mesma	frase	duas	vezes,	mude.	Não	dê	chance	ao	azar.</p><p>Tem	 dúvida	 sobre	 a	 regência	 de	 um	 termo?	Mude!	Eu	 perdi	 ponto	 na</p><p>redação	 de	 2017	 por	 conta	 disso	 (você	 vai	 ver	 no	 próximo	 capítulo).	 A	 regra</p><p>geral	 é:	 não	 sabe	 se	 aquela	 palavra	 se	 encaixa	 na	 frase?	Mude	 a	 palavra	 (ou</p><p>mude	a	 frase	 inteira).	De	novo:	 arriscar	para	quê?	Use	um	sinônimo	e	garanta</p><p>que	está	certo.	Não.	Dê.	Chance.	Ao.	Azar.</p><p>Cuidado	 com	 repetição	 de	 palavras.	 Use	 sinônimos	 e	 elementos	 de</p><p>retomada	 para	 evitar	 repetir	 o	 mesmo	 termo.	 Leia	 a	 redação	 uma	 última	 vez</p><p>antes	de	passar	a	limpo	para	garantir	que	não	repetiu	demais.	E	é	exatamente	por</p><p>isso	eu	faço	a	redação	em	tantas	etapas	diferentes.	Se	você	faz	tudo	de	uma	vez,</p><p>acaba	“viciando”	o	olhar,	e	pode	acabar	deixando	passar	uma	repetição	óbvia	de</p><p>palavras.</p><p>Inicie	seus	desenvolvimentos	com	um	tópico	frasal.	A	primeira	 linha	(no</p><p>máximo	 as	 duas	 primeiras)	 de	 cada	 desenvolvimento	 deve	 ser	 uma	 frase	 que</p><p>sintetiza	 toda	 a	 ideia	 do	 parágrafo.	 Vou	 copiar	 da	 Allana	 porque	 estou	 com</p><p>preguiça	de	pensar	em	alguma	coisa:</p><p>“Ademais,	 é	 válido	 ressaltar	 que	 o	 preconceito	 linguístico	 corrobora	 a</p><p>desigualdade	social.	Diante	dessa	lógica,	o	filme	‘Que	horas	ela	volta’,	apesar</p><p>de	 ser	 uma	 ficção,	 retrata	 uma	 realidade	 vigente	 na	 sociedade	 brasileira	 ao</p><p>mostrar	o	falante	do	português	culto	subjugando	o	de	falar	coloquial.	(...)”.	Em</p><p>uma	 linha	 ela	 sintetizou	 a	 ideia	 que	 vai	 desenvolver	 ao	 longo	 de	 todo	 o</p><p>desenvolvimento:	 preconceito	 linguístico	 e	 desigualdade	 social	 andam	 lado	 a</p><p>lado.	O	tópico	frasal	é	 importante	não	só	para	o	corretor	saber	 logo	de	cara	do</p><p>que	 se	 trata	 o	 parágrafo,	mas	 também	 vai	 ser	 útil	 para	 garantir	 que	 você	 não</p><p>perca	o	fio	da	meada	no	meio	do	texto.</p><p>Garanta	que	as	suas	fontes	são	relevantes.	A	partir	de	2018,	isso	se	tornou</p><p>ainda	 mais	 importante.	 Agora	 já	 não	 vale	 mais	 usar	 citação	 decorada	 que	 se</p><p>encaixa	em	qualquer	 tema	para	ganhar	ponto	na	competência	2.	Se	suas	fontes</p><p>não	 forem	 relevantes	 para	 a	 argumentação,	 tire.	 Pense	 em	 outra.	 Isso	 vale</p><p>também	para	pessoas	que	não	têm	nada	a	ver	com	o	tema:	“John	Lennon	falou</p><p>que	devemos	amar	as	pessoas”.	E	daí?	O	que	isso	tem	a	ver	com	o	tema?	E	por</p><p>que	John	Lennon?	Ele	é	especialista	no	tema	para	você	usá-lo	como	argumento</p><p>de	peso?	Melhor	não.	(Isso	não	quer	dizer	que	você	não	pode	usar	John	Lennon.</p><p>Mas	 é	 melhor	 usá-lo	 na	 introdução,	 para	 contextualizar,	 do	 que	 usá-lo	 como</p><p>ponto	central	de	um	argumento	de	peso	do	desenvolvimento).</p><p>Na	conclusão,	retome	todos	os	problemas	que	você	apresentou	no	texto.</p><p>E	retome	apenas	os	problemas	que	você	apresentou	no	 texto.	Não	é	para	 falar</p><p>mais	nem	menos,	ok?	Não	traga	problemas	novos	nem	deixe	de	propor	solução</p><p>para	um	problema	que	você	apontou	no	desenvolvimento.</p><p>Na	conclusão,	garanta	que	a	proposta	de	intervenção	responde	as	quatro</p><p>perguntas:	Quem	vai	fazer,	o	que	vai	fazer,	como	vai	fazer	e	para	que	vai	fazer.</p><p>O	 agente,	 a	 ação,	 o	modo	 e	 a	 possível	 consequência	 positiva	 dessa	 ação.	 E	 a</p><p>partir	 de	 2018	 eles	 pedem	 que	 você	 detalhe	muito	 bem	 um	 desses	 quatro.	 Se</p><p>você	 vai	 detalhar	 o	 “como”,	 explique	 direitinho	 como	 o	 seu	 agente	 vai</p><p>implementar	as	ações,	o	mais	detalhado	possível.	Recomenda-se	até	2-3	 linhas</p><p>apenas	para	o	detalhamento	para	evitar	perder	ponto	na	competência	5.</p><p>Faça	o	possível	para	a	 sua	redação	 terminar	de	maneira	circular.	Para</p><p>deixar	bem	claro	para	o	corretor	que	o	seu	texto	segue	uma	linha	de	raciocínio</p><p>consistente,	 nada	 melhor	 que	 terminá-lo	 da	 mesma	 forma	 que	 começou.	 Para</p><p>isso,	a	última	frase	do	seu	texto	deve	retomar	algo	que	você	disse	logo	no	início.</p><p>Na	minha	redação	de	2018,	por	exemplo,	eu	falei	de	D.	Quixote	na	introdução,</p><p>dizendo	 que	 ele	 lia	 apenas	 um	 tipo	 de	 livro	 e	 que	 por	 isso	 perdeu	 o	 senso	 de</p><p>individualidade	 e	 ficou	 louco	 (para	 argumentar	que	o	controle	de	dados	 pode</p><p>provocar	massificação	e	perda	de	senso	crítico,	que	torna	as	pessoas	suscetíveis</p><p>à	 manipulação	 de	 comportamento).	 Para	 terminar	 a	 redação	 de	 maneira</p><p>circular,	depois	de	apresentar	o	“para	quê”	na	conclusão,	eu	falei	(não	com	essas</p><p>palavras):	“Caso	essas	ações	sejam	implementadas,	as	pessoas	terão	maior	senso</p><p>crítico	 em	 suas	 escolhas,	 e	 não	 estarão	 sujeitas	 às	 informações	 manipulativas</p><p>que,	mais	de	400	anos	atrás,	fizeram	um	bom	homem	enlouquecer”.	Retomei	D.</p><p>Quixote	e	mostrei	que	o	meu	texto	tem	uma	linha	de	raciocínio	consistente,	que</p><p>os	argumentos	não	foram	jogados	de	maneira	aleatória.</p><p>E	 basicamente	 essas	 foram	 as	 dicas.	 Fica	 aqui	 de	 novo	 o	 convite	 para	 o</p><p>material	da	Allana	(@vempramimedicina),	porque	com	certeza	vai	te	guiar	de</p><p>uma	forma	muito	mais	aprofundada	que	isso.	Boa	escrita	:)</p><p>E	agora,	para	fechar,	vamos	às	análises	das	minhas	redações:</p><p>Comentários	sobre	a	minha	redação	do</p><p>ENEM	2016</p><p>“Caminhos	para	combater	a	intolerância	religiosa	no	Brasil”</p><p>“Discriminação	e	preconceito	não	são	um	assunto	hodierno.	No	que	 tange</p><p>as	religiões	do	Brasil,	país	majoritariamente	católico,	verifica-se	que	propostas</p><p>em	prol	da	solidariedade	são,	na	maioria	dos	casos,	ineficientes.	Com	efeito,	o</p><p>brasileiro	tende	a	superestimar	as	diferenças,	ignorando	o	fato	de	compartilhar,</p><p>com	todos	os	indivíduos,	a	mesma	condição:	a	Humanidade.</p><p>Caso	 fosse	 realizada	 uma	 pesquisa	 relativa	 aos	 princípios	 básicos	 das</p><p>religiões,	 seriam	 observados	 os	 mesmos	 ideais	 de	 compaixão	 e	 amor	 ao</p><p>próximo.	 O	 mesmo	 processo	 de	 transcendência,	 defendido	 por	 todos,	 difere</p><p>apenas	 na	 nomenclatura.	 Sem	 a	 devida	 consciência	 disso	 e	 frente	 a	 outros</p><p>costumes,	 o	 brasileiro	 ainda	 revela	 conceitos	 primitivos:	 em	 contraste	 com	 a</p><p>vontade	de	potência	nietzschiana,	ele	é	invadido	por	uma	inescrupulosa	vontade</p><p>de	torpeza,</p><p>bradando	sobre	a	superioridade	de	seus	ideais.</p><p>Quando	 discriminação	 racial	 e	 religiosa	 se	 mesclam,	 os	 métodos	 de</p><p>rechaçamento	 tornam-se	mais	 contundentes.	Principal	 alvo	 de	 preconceitos,	 a</p><p>população	 negra	 vê-se	 forçada,	 muitas	 vezes,	 a	 praticar	 os	 rituais	 de	 suas</p><p>religiões	 em	 segredo,	 de	 forma	 a	 se	 esquivar	 dos	 comportamentos	 agressivos</p><p>por	parte	daqueles	que	se	julgam	tradicionais.</p><p>Dessa	 forma,	 percebe-se	 que	 a	 eliminação	 do	 preconceito	 religioso	 é	 um</p><p>grande	 desafio.	 Em	 contexto	 escolar,	 enquanto	 a	 Ética	 e	 a	 Filosofia	 forem</p><p>abordadas	 sem	 debates	 e	 discussões	 entre	 os	 discentes,	 formar-se-á	 um</p><p>ambiente	 de	 profundo	 isolamento	 no	 âmago	 de	 cada	 um.	 É	 necessária	 uma</p><p>reforma	 drástica	 na	 maneira	 com	 que	 se	 ensinam	 as	 matérias	 Humanas	 nas</p><p>escolas	 de	 forma	 a	 impedir	 que	 esse	 vácuo	 existencial	 se	 transforme	 em</p><p>intolerância	frente	a	posicionamentos	contrários.”</p><p>Em	 2016,	 eu	 não	 fazia	 a	 mínima	 ideia	 do	 que	 era	 uma	 redação	 modelo</p><p>ENEM.	Sabia	apenas	que	deveria	propor	uma	solução	para	o	problema,	mas	não</p><p>entendia	de	 tópico	 frasal,	 dissertação	vs.	 exposição,	marcas	de	 autoria,	 etc.	Eu</p><p>basicamente	só	falei	sobre	o	 tema	sem	a	menor	pretensão	de	ser	uma	“redação</p><p>do	ENEM”.	Fico	surpreso	por	ter	tirado	880,	porque	não	entendia	nada	mesmo</p><p>do	assunto.</p><p>E	 isso	 até	 que	 pode	 ser	 algo	 bom:	 se	 mesmo	 sem	 saber	 nada	 do	 modelo</p><p>ENEM	 eu	 consegui	 tirar	 uma	 nota	 boa	 (não	 excelente,	 mas	 boa),	 então	 a</p><p>habilidade	 que	 você	 precisa	 realmente	 dominar	 para	 ir	 bem	 na	 redação	 não	 é</p><p>nem	o	modelo	ENEM	em	si,	mas	habilidades	de	escrita	num	geral:	coerência,</p><p>coesão,	 gramática,	 etc.	 E	 isso	 você	 adquire	 lendo	muito	 e	 escrevendo	muito</p><p>(qualquer	gênero	textual)</p><p>Eu	 não	 sabia	 do	 modelo	 ENEM,	 mas	 escrevi	 de	 maneira	 simples,	 fluida,</p><p>coesa	e	coerente.	E	isso	já	me	deu	uma	nota	muito	boa.	Então	imagina	se	nessa</p><p>época	 eu	 soubesse	 as	 dicas	 que	 falei	 no	 capítulo	 da	 checklist	 para	 a	 redação.</p><p>Poderia	ter	tirado	uns	960	tranquilamente.</p><p>Dito	isso,	vamos	aos	comentários:</p><p>Minhas	notas	por	competência:</p><p>Competência	1:	Demonstrar	domínio	da	norma	da	língua	escrita.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	160</p><p>Você	 atingiu	 80%	da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 1,	 atendendo</p><p>aos	 critérios	 definidos	 a	 seguir.	 O	 participante	 demonstra	 bom	 domínio	 da</p><p>modalidade	 escrita	 formal	 da	 língua	 portuguesa	 e	 de	 escolha	 de	 registro,	 com</p><p>poucos	 desvios	 gramaticais	 e	 de	 convenções	 da	 escrita,	 ou	 seja,	 apresenta	 um</p><p>texto	com	boa	estrutura	sintática,	com	poucos	desvios	de	pontuação,	de	grafia	e</p><p>de	emprego	do	registro	exigido.</p><p>Competência	2:	Compreender	a	proposta	de	redação	e	aplicar	conceitos</p><p>das	 várias	 áreas	 de	 conhecimento	 para	 desenvolver	 o	 tema,	 dentro	 dos</p><p>limites	estruturais	do	texto	dissertativo-argumentativo.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	160</p><p>Você	 atingiu	 80%	da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 2,	 atendendo</p><p>aos	critérios	definidos	a	 seguir.	O	participante	desenvolve	o	 tema	por	meio	de</p><p>argumentação	 consistente	 e	 apresenta	 bom	 domínio	 do	 texto	 dissertativo-</p><p>argumentativo,	com	proposição,	argumentação	e	conclusão.	Embora	ainda	possa</p><p>apresentar	 alguns	 problemas	 no	 desenvolvimento	 das	 ideias,	 o	 tema,	 em	 seu</p><p>texto,	 é	 bem	 desenvolvido,	 com	 indícios	 de	 autoria	 e	 certa	 distância	 do	 senso</p><p>comum	demonstrando	bom	domínio	do	tipo	textual	exigido.</p><p>Competência	 3:	 Selecionar,	 relacionar,	 organizar	 e	 interpretar</p><p>informações,	fatos,	opiniões	e	argumentos	em	defesa	de	um	ponto	de	vista.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	200</p><p>Você	atingiu	100%	da	pontuação	prevista	para	a	Competência	3,	atendendo</p><p>aos	 critérios	 definidos	 a	 seguir.	 Em	 defesa	 de	 um	 ponto	 de	 vista,	 o	 texto</p><p>apresenta	informações,	fatos	e	opiniões	relacionados	ao	tema	proposto,	de	forma</p><p>consistente	 e	 organizada,	 configurando	 autoria,	 ou	 seja,	 os	 argumentos</p><p>selecionados	estão	organizados	e	relacionados	de	forma	consistente	com	o	ponto</p><p>de	 vista	 defendido	 e	 com	 o	 tema	 proposto,	 configurando-se	 independência	 de</p><p>pensamento	e	autoria.</p><p>Competência	4:	Demonstrar	conhecimento	dos	mecanismos	 linguísticos</p><p>necessários	para	a	construção	da	argumentação.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	200</p><p>Você	atingiu	100%	da	pontuação	prevista	para	a	Competência	4,	atendendo</p><p>aos	 critérios	 definidos	 a	 seguir.	 O	 participante	 articula	 bem	 as	 ideias,	 os</p><p>argumentos,	 as	partes	do	 texto	 e	 apresenta	 repertório	diversificado	de	 recursos</p><p>coesivos,	sem	inadequações.</p><p>Competência	 5:	 Elaborar	 proposta	 de	 intervenção	 para	 o	 problema</p><p>abordado,	respeitando	os	direitos	humanos.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	160</p><p>Você	 atingiu	 80%	da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 5,	 atendendo</p><p>aos	 critérios	 definidos	 a	 seguir.	 O	 participante	 elabora	 bem	 proposta	 de</p><p>intervenção	relacionada	ao	tema,	decorrente	da	discussão	desenvolvida	no	texto,</p><p>articulada	e	abrangente,	ainda	que	sem	suficiente	detalhamento.</p><p>***</p><p>Tirei	160	na	competência	1,	mas	o	único	erro	gramatical	de	verdade	foi	na</p><p>introdução:	 escrevi	 “no	 que	 tange	 as	 religiões”	 ao	 invés	 de	 “no	 que	 tange	 às</p><p>religiões”.	 De	 erro	 mesmo,	 só	 consigo	 identificar	 esse.	 (Talvez	 a	 palavra</p><p>“rechaçamento”	 tenha	 sido	 julgada	 errada,	mas	 consta	 em	alguns	 dicionários,</p><p>então	não	sei	se	pode	ter	sido	isso	que	tirou	ponto).</p><p>Outro	possível	erro	foram	os	dois	momentos	em	que	eu	falei	“frente	a	_”.	Um</p><p>purista	da	língua	portuguesa	talvez	argumentasse	que	o	certo	é	“diante	de	_”	ou</p><p>“em	face	de	_”,	mas	não	sei	se	foi	isso	que	me	tirou	ponto.	Talvez	tenha	sido	por</p><p>causa	da	mesóclise	(“formar-se-á”),	que,	apesar	de	gramaticalmente	correta,	não</p><p>é	usual,	podendo	 talvez	ser	considerada	um	“erro”	nos	padrões	da	norma	culta</p><p>contemporânea.	Não	sei...	Por	precaução,	não	use	mesóclise.</p><p>Talvez	tenham	tirado	ponto	porque	em	alguns	momentos	eu	fiz	justamente	o</p><p>que	 na	 checklist	 eu	 sugeri	 não	 fazer:	 escrevi	 frases	 truncadas,	 com	 vírgulas	 e</p><p>apostos	que	interrompem	a	naturalidade	da	leitura:</p><p>“Principal	 alvo	 de	 preconceitos,	 a	 população	 negra	 vê-se	 forçada,	 muitas</p><p>vezes,	a	praticar	os	rituais	de	suas	religiões	em	segredo,	de	forma	a	se	esquivar</p><p>das	(...)”.	Esse	“muitas	vezes”	está	sobrando,	e	atrapalha	a	fluidez	da	leitura.	A</p><p>frase	inteira	está	grande	e	difícil	de	interpretar,	podendo	ter	incorrido	em	perda</p><p>de	 pontuação	 (mas	 de	 novo:	 não	 sei	 exatamente	 o	 que	 me	 tirou	 ponto	 na</p><p>competência	1).</p><p>“Caso	 fosse	 realizada	 uma	 pesquisa	 relativa	 aos	 princípios	 básicos	 das</p><p>religiões,	 seriam	 observados	 os	 mesmos	 ideais	 de	 compaixão	 e	 amor	 ao</p><p>próximo.	 O	 mesmo	 processo	 de	 transcendência,	 defendido	 por	 todos,	 difere</p><p>apenas	 na	 nomenclatura.	 Sem	 a	 devida	 consciência	 disso	 e	 frente	 a	 outros</p><p>costumes,	 o	 brasileiro	 ainda	 revela	 conceitos	 primitivos:	 em	 contraste	 com	 a</p><p>vontade	de	potência	nietzschiana,	ele	é	invadido	por	uma	inescrupulosa	vontade</p><p>de	torpeza,	bradando	sobre	a	superioridade	de	seus	ideais.”</p><p>Perdi	 mais	 40	 pontos	 na	 competência	 2,	 muito	 provavelmente	 porque	 na</p><p>hora	 de	 falar	 de	 Nietzsche	 eu	 não	 cheguei	 a	 explicar	 o	 que	 era	 a	 vontade	 de</p><p>potência.	 Simplesmente	 joguei	 a	 informação	 e	 esqueci	 que	 uma	 redação	 do</p><p>ENEM	não	é	um	livro:	o	corretor	não	comprou	o	meu	texto,	então	ele	não	está</p><p>disposto	a	ir	na	internet	e	procurar	do	que	se	trata	a	vontade	de	potência.	Então</p><p>#fikdik:	não	deixe	informação	subentendida;	coloque	tudo	no	papel.	Se	for	usar</p><p>algum	 conceito	 de	 filósofo,	 explique	minimamente	 o	 que	 ele	 é	 e	 como	 ele	 se</p><p>encaixa	na	sua	argumentação.</p><p>Também	 posso	 ter	 perdido	 ponto	 na	 competência	 2	 porque	 não	 falei	 dos</p><p>caminhos	para	combate	da	intolerância	religiosa.	Falei	da	intolerância	religiosa</p><p>em	si.	Não	estava	com	o	tema	inteiro	em	mente	quando	elaborei	os	argumentos.</p><p>Quanto	à	competência	3,	não	sei	como	tirei	200.	Eu	posso	até	ter	organizado</p><p>entrar	 para</p><p>faculdades	 muito	 concorridas	 de	Medicina	 do	 país	 (talvez	 em	 2018	 eu	 até</p><p>conseguisse,	mas	enquanto	eu	escrevo.</p><p>(Caso	tenha	interesse	em	buscar	informações	sobre	uma	faculdade	específica,</p><p>o	beduka.com	oferece	filtros	para	notas	de	corte,	valor	de	mensalidade,	nota	do</p><p>MEC,	 distância	 da	 faculdade	 até	 a	 sua	 casa	 e	 muitas	 outras	 coisas.	 Super</p><p>recomendo	para	você	que	está	em	dúvida	sobre	faculdades	para	se	inscrever	pelo</p><p>Sisu/ProUni/FIES:	https://beduka.com/)</p><p>Enfim.	Eu	não	estou	contando	isso	para	me	exibir	nem	nada	do	tipo.	Mostro</p><p>as	notas	para	 reforçar	um	ponto	que	 sempre	 falo	nos	vídeos	canal:	o	ENEM	é</p><p>uma	 prova	 mais	 de	 estratégia	 e	 raciocínio	 lógico	 que	 de	 conteúdo</p><p>propriamente	dito.</p><p>Duvida?	Bem...</p><p>O	meu	 caso	 é	 o	 seguinte:	 desde	 que	 eu	 saí	 do	Ensino	Médio,	 4	 anos	 atrás</p><p>(nossa,	 eu	 podia	 estar	 me	 formando	 agora...),	 não	 tive	 um	 ensino	 “formal”</p><p>direcionado	 para	 o	 ENEM	 (por	 ensino	 formal	 eu	 quero	 dizer	 cursinho</p><p>preparatório	 online/presencial,	 aulas	 de	 conteúdos	 que	 podem	 cair	 na	 prova,</p><p>apostilas,	etc.).	O	que	eu	tive	foi	um	monte	de	experiências	de	vida	diferentes</p><p>que,	aliadas	à	base	que	eu	desenvolvi	durante	o	Ensino	Fundamental	e	Ensino</p><p>Médio,	contribuíram	para	que	eu	 fosse	capaz	de	pensar	 fora	da	caixa	e	acertar</p><p>questões	sem	necessariamente	ter	revisado	a	matéria.</p><p>Nesses	 4	 anos	 loucos,	 tive	 experiência	 com	 Fotografia,	 Psicologia,</p><p>Jornalismo,	com	uns	negócios	esotéricos	esquisitos,	Publicidade,	etc.	Mas,	com</p><p>exceção	das	resoluções	comentadas	de	Exatas	que	eu	gravei	para	o	canal,	não</p><p>tive	nada	voltado	especificamente	para	o	ENEM.	As	aulas	que	eu	tive	durante	os</p><p>(muitos)	 cursos,	 essas	 experiências	 que	 eu	 tive...	 foram	 experiências	 de	 vida</p><p>como	quaisquer	outras.</p><p>E	 foram	 essas	 experiências	 que	 me	 ajudaram	 a	 elaborar	 raciocínios	 mais</p><p>complexos	 e	 não	 perder	 tanto	 tempo	 para	 acertar	 questões	 consideradas</p><p>“difíceis”.	Raciocínios	que	quem	estuda	só	por	videoaulas	e	por	apostilas	pode</p><p>https://beduka.com/</p><p>ter	dificuldade	de	elaborar.</p><p>Não	digo	que	o	meu	método	de	preparação	para	o	ENEM	tenha	sido	melhor</p><p>nem	 pior	 que	 o	 dos	 outros.	 Foi	 só...	 diferente.	 E,	 como	 tudo	 na	 vida,	 teve</p><p>vantagens	e	desvantagens.	Uma	vantagem	foi	que	eu	tive	uma	maneira	diferente</p><p>de	enxergar	a	prova,	e	isso	me	permitiu	acertar	algumas	questões	que	a	maioria</p><p>pode	ter	tido	dificuldade.</p><p>É	 isso	 que	 eu	 pretendo	 com	 este	 e-book:	 te	 oferecer	uma	 visão	 diferente</p><p>para	você	acertar	o	máximo	possível	de	questões	e	arrasar	no	ENEM.</p><p>Detalhe:	no	capítulo	em	que	eu	analiso	a	prova	de	2018,	você	vai	ver	que	eu</p><p>errei	umas	questões	bem	fáceis	e	acertei	umas	bem	difíceis.	É	estranho,	mas	até</p><p>que	faz	sentido:	isso	aconteceu	porque	eu	não	tinha	estudado	os	pontos	em	que</p><p>geralmente	 os	 cursinhos	 focam,	 como	 nome	 de	 doenças	 ou	 definição	 de</p><p>conceitos	(questões	“fáceis”).	Eu	tive	um	ótimo	raciocínio	lógico	para	acertar	as</p><p>questões	 complexas,	 mas	 não	 lembrava	 de	 alguns	 dos	 conceitos	 básicos	 das</p><p>questões	 fáceis.	 Se	 eu	 tivesse	 o	 mínimo	 de	 conhecimento	 de	 doenças,	 por</p><p>exemplo,	 teria	 acertado	 uma	 fácil,	 e	 a	 minha	 nota	 teria	 aumentado</p><p>significativamente.</p><p>Então	pense	assim:	aliando	o	seu	método	de	estudos	ao	meu,	você	vai	 ter	o</p><p>melhor	dos	dois	mundos!	Com	o	seu	método,	você	vai	acertar	as	“fáceis”	(que</p><p>para	mim	 foram	difíceis,	 porque	 eu	 não	 tinha	 estudado	 do	 jeito	 tradicional),	 e</p><p>com	 o	 meu	 método	 você	 vai	 acertar	 as	 “difíceis”	 (que	 exigem	 um	 raciocínio</p><p>complexo	que	não	é	ensinado	em	aula).</p><p>E	aí	não	tem	concorrência	que	segure!</p><p>Top,	né?</p><p>Então	 vamos	 ao	 primeiro	 (e	 mais	 importante)	 ponto	 para	 você	 arrasar	 no</p><p>ENEM:	a	interpretação	de	texto.</p><p>Interpretação	de	texto</p><p>Acho	que	o	erro	da	maioria	das	pessoas	que	querem	planejar	os	estudos	é	focar</p><p>demais	 em	 resolução	 de	 questões.	 E	 não	me	 leve	 a	 mal:	 cada	 banca	 tem	 um</p><p>“estilo”,	 e	 resolver	 questões	 de	 provas	 anteriores	 é	 importantíssimo	 para	 você</p><p>entender	como	tal	vestibular	cobra	as	coisas.</p><p>A	Fuvest	é	de	um	jeito,	o	ENEM	é	de	outro...	As	provas	podem	até	cobrar	a</p><p>mesma	matéria,	mas,	mudando	a	abordagem,	muda	completamente	o	raciocínio</p><p>que	o	aluno	deve	desenvolver	para	chegar	à	resposta.</p><p>Por	isso	é	importante	que,	antes	de	começar	a	estudar	para	o	ENEM,	você	se</p><p>pergunte:	“Eu	me	sinto	confortável	com	o	estilo	de	questão	do	ENEM?	Será	que</p><p>o	 vestibular	 tradicional	 da	 instituição	 que	 eu	 quero	 não	 é	 uma	 opção	 mais</p><p>viável?”</p><p>E,	 naturalmente,	 você	 só	 vai	 chegar	 a	 uma	 resposta	 se	 entender</p><p>profundamente	o	estilo	de	questão	de	cada	uma	das	provas.</p><p>Porque	 cada	 aluno	 é	 de	 um	 jeito.	 Eu,	 por	 exemplo,	 me	 sinto	 confortável</p><p>fazendo	o	ENEM,	mas	prefiro	o	estilo	de	redação	do	vestibular	da	UnB,	que	é</p><p>um	pouco	mais	 amplo	 e	 subjetivo	 (apesar	 de	 agora	 a	 redação	 do	ENEM	estar</p><p>tendendo	a	se	parecer	mais	com	da	UnB).</p><p>Então,	se	eu	estivesse	planejando	entrar	na	UnB,	teria	que	avaliar	em	qual	das</p><p>duas	provas	(vestibular	tradicional	ou	ENEM)	eu	tenho	mais	facilidade,	para	só</p><p>então	dedicar	o	meu	ano	de	estudos	a	ela.</p><p>Voltando	 ao	 assunto:	 os	 alunos	 parecem	 se	 focar	 demais	 em	 resolução	 de</p><p>questões	e	acabam	esquecendo	de	trabalhar	as	habilidades	mais	básicas.	Fazem</p><p>dezenas	de	questões,	uma	atrás	da	outra,	simulados,	provas...	e	ficam	frustrados</p><p>porque	a	média	de	acertos	não	aumenta.</p><p>A	essas	pessoas	fica	meu	recado:	talvez	você	esteja	direcionando	as	energias</p><p>para	 o	 lugar	 errado.	 Insistir	 em	 fazer	 questão	 atrás	 de	 questão	 pode	 estar	 te</p><p>tomando	um	tempo	precioso	que	você	poderia	investir	em	um	ponto	muito	mais</p><p>importante:	a	base.</p><p>Vamos	falar	mais	da	base	no	capítulo	de	Matemática.	Mas,	aqui,	quando	eu</p><p>digo	“base”	eu	quero	dizer	interpretação	de	texto.</p><p>O	 problema	 é	 que	 a	 interpretação	 de	 texto	 é	 uma	 habilidade	 que	 não	 tem</p><p>relação	 100%	 direta	 com	 a	 prova.	 E	 muita	 gente	 tem	 o	 raciocínio	 linear	 de</p><p>pensar	 que,	 se	 não	 tem	 relação	 direta,	 não	 vale	 a	 pena	 treinar.	 Mas	 isso	 é</p><p>mentira!	Você	pode	 até	 saber	 a	matéria,	mas,	 se	 não	 entender	 perfeitamente	 o</p><p>que	o	enunciado	está	pedindo,	de	jeito	nenhum	vai	ser	capaz	de	responder.</p><p>Interpretação	 é	 a	 chave	 para	 praticamente	 tudo	 nesta	 vida.	Não	 só	 para	 o</p><p>ENEM,	 mas	 para	 entender	 uma	 notícia	 de	 jornal,	 elaborar	 um	 argumento,</p><p>identificar	 argumentos	 falhos,	 entre	 tantas	 outras	 habilidades	 que,	 na	 minha</p><p>opinião,	qualquer	um	deveria	ter	para	ser	um	indivíduo	melhor.</p><p>E	 não	 existe	 essa	 de	 não	 ser	 capaz	 de	 interpretar	 um	 texto.	 Somos	 todos</p><p>capazes	de	treinar	essa	habilidade	para	compreender	o	que	um	texto	está	dizendo</p><p>(isso,	 claro,	 se	 o	 texto	 for	 escrito	 sem	 erros	 de	 português,	 sem	 ambiguidades,</p><p>etc.)</p><p>Um	 ponto	 que	 eu	 vou	 falar	 bastante	 no	 capítulo	 de	 Matemática	 é	 que</p><p>interpretação	 de	 texto	 não	 é	 só	 para	 a	 prova	 de	 Humanas	 e	 Linguagens!	 As</p><p>questões	 de	 Matemática	 do	 ENEM	 são	 mais	 de	 80%	 só	Matemática	 Básica</p><p>aliada	 a	 interpretação	 de	 texto	 (você	 vai	 ver	 no	 capítulo	 de	 resolução	 da</p><p>prova!)	 A	 dificuldade	 das	 pessoas	 com	 Matemática	 pode	 não	 estar	 na</p><p>Matemática	em	si,	mas	 sim	em	compreender	 o	que	o	enunciado	das	questões</p><p>está	pedindo.	E	isso	é	interpretação	pura.</p><p>Então...	como	melhorar	a	interpretação	de	texto?</p><p>Em	primeiro	lugar,	focando	na	sua	concentração.	Uma	mente	dispersa	vai	te</p><p>fazer	“voar”	em	questão	de	segundos.	E	você	vai	precisar	ler	umas	cinco	vezes</p><p>para	ter	alguma	esperança	de	entender	a	questão.	Para	uma	prova	que	exige	uma</p><p>média	de	2-3	minutos	por	questão,	já	deu	para	ver	que	isso	não	é	uma	boa	ideia,</p><p>né?</p><p>Então,	 antes	 de	 qualquer	 coisa,	 reflita	 sobre	 a	 sua	 capacidade	 de</p><p>concentração.	 O	 seu	 ambiente	 de	 estudos	 é	 tumultuado?	Você	 estuda	 com	 o</p><p>celular	por	perto?	Tem	muitos	estímulos	que	podem	te	impedir	de	se	concentrar</p><p>nos	estudos?</p><p>Com	muitas	distrações	por	perto,	é	muito	mais	fácil	se	distrair	(essa	frase	foi</p><p>genial,</p><p>os	argumentos,	mas	o	texto	como	um	todo	parece	mais	um	“Frankenstein”	que</p><p>uma	dissertação:	não	tem	uma	conexão	óbvia	entre	os	parágrafos,	então	parece</p><p>que	 cada	 um	 é	 uma	 nova	 ideia	 sem	 relação	 com	 as	 demais	 (chamam	 isso	 de</p><p>“saltos	 temáticos”).	Então,	honestamente,	eu	me	daria	no	máximo	uns	140-160</p><p>nessa	competência.	Em	2018,	muito	provável	que	essa	teria	sido	a	nota.</p><p>Ainda	sobre	a	competência	3,	a	autoria	a	que	o	feedback	do	Inep	se	refere</p><p>pode	 significar	 muitas	 coisas,	 mas	 em	 resumo	 quer	 dizer	 que	 o	 texto	 é</p><p>genuinamente	 seu,	 não	 um	modelo	 pronto	 da	 internet.	O	 fato	 de	 puxar	 para	 o</p><p>lado	mais	“hippie”	(2016	foi	a	minha	fase	esotérica)	de	Humanidade,	igualdade</p><p>e	 blábláblá	 contribuiu	 para	 meu	 texto	 não	 ficar	 só	 no	 “lugar	 comum”,	 o	 que</p><p>constituiu	autoria	e	pode	ter	me	ajudado	a	aumentar	a	nota	nessa	competência.</p><p>O	 uso	 de	 termos	 como	 “inescrupulosa”,	 “torpeza”	 e	 “que	 se	 julgam”</p><p>contribuiu	para	o	texto	ser	dissertativo,	não	expositivo,	o	que	também	contribui</p><p>para	a	marca	de	autoria.</p><p>Quanto	à	competência	4,	eu	também	não	entendo	como	consegui	tirar	200.	O</p><p>corretor	 foi	muito	bonzinho	comigo,	porque	as	 ideias	no	meu	 texto	podem	ser</p><p>tudo,	 menos	 bem	 articuladas.	 Não	 tem	 tantos	 conectivos	 para	 associar	 ideias</p><p>complexas,	o	que	passa	 a	 impressão	de	os	 argumentos	 terem	sido	“jogados	de</p><p>qualquer	jeito”.	Ao	menos	é	essa	a	impressão	que	eu	tenho	ao	ler	o	texto...	não</p><p>sei	 se	 estou	 sendo	 exigente	 demais,	 mas,	 se	 fosse	 reescrever,	 definitivamente</p><p>faria	diferente.	Teria	feito	também	uma	conclusão	circular	para	reforçar	a	ideia</p><p>de	o	texto	inteiro	ser	um	único	bloco	de	informação.</p><p>“Dessa	 forma,	 percebe-se	 que	 a	 eliminação	 do	 preconceito	 religioso	 é	 um</p><p>grande	 desafio.	 Em	 contexto	 escolar,	 enquanto	 a	 Ética	 e	 a	 Filosofia	 forem</p><p>abordadas	 sem	 debates	 e	 discussões	 entre	 os	 discentes,	 formar-se-á	 um</p><p>ambiente	 de	 profundo	 isolamento	 no	 âmago	 de	 cada	 um.	 É	 necessária	 uma</p><p>reforma	 drástica	 na	 maneira	 com	 que	 se	 ensinam	 as	 matérias	 Humanas	 nas</p><p>escolas	 de	 forma	 a	 impedir	 que	 esse	 vácuo	 existencial	 se	 transforme	 em</p><p>intolerância	frente	a	posicionamentos	contrários.”</p><p>Os	 outros	 40	 pontos	 que	 perdi	 foram	 na	 competência	 5.	 Se	 essa	 redação</p><p>tivesse	 sido	 escrita	 em	 2018,	 teriam	 tirado	 ainda	mais,	 porque	 eu	 não	 só	 não</p><p>expliquei	 o	 agente	 (quem	 vai	 fazer	 a	 “reforma	 drástica”),	 como	 não	 detalhei</p><p>nenhuma	das	4	perguntas	(quem/o	quê/como/para	quê).</p><p>Resumindo:	era	para	eu	ter	tirado	bem	menos	que	880.	O	corretor	foi	um	anjo</p><p>comigo.	Se	 eu	 escrevesse	 uma	 redação	 assim	em	2017/2018,	minha	nota	 seria</p><p>bem	mais	baixa,	porque	convenhamos:	 já	na	introdução	eu	não	tenho	uma	tese</p><p>forte	para	orientar	meu	texto,	nos	desenvolvimentos	eu	não	uso	conectivos	para</p><p>associar	as	ideias	entre	os	parágrafos,	e	a	minha	conclusão	traz	a	solução	de	um</p><p>problema	que	eu	não	expliquei	em	parte	alguma	do	texto.</p><p>Comentários	sobre	a	minha	redação	do</p><p>ENEM	2017</p><p>“Desafios	para	a	formação	educacional	de	surdos	no	Brasil”</p><p>Sinais	da	decadência</p><p>“A	sinfonia	‘Ode	à	alegria’,	composta	no	século	XIX**,	é	tida	até	hoje	como</p><p>um	clássico.	O	que	pouco	se	sabe	é	que,	à	época	de	sua	composição,	Beethoven</p><p>já	 era	 completamente	 surdo.	 Seu	 trabalho,	 porém,	 constitui	 a	 exceção	 da</p><p>exceção;	nem	todos	são	Beethoven,	e	o	atual	domínio	do	pragmatismo	sobre	a</p><p>beleza	 no	 ritmo	 frenético	 do	 século	 XXI,	 aliado	 à	 falta	 de	 investimentos	 em</p><p>programas	 de	 inclusão	 e	 a	 discursos	 discriminatórios	 sobre	 as	 supostas</p><p>“deficiências”	reforça	estereótipos	e	constitui	mais	um	empecilho	na	formação</p><p>educacional	de	surdos	no	Brasil.</p><p>É	inegável	o	fato	de	que,	atualmente,	a	competitividade	regula	um	estilo	de</p><p>vida	cada	vez	mais	acelerado.	Traçando	um	paralelo	com	a	Química,	em	que	a</p><p>velocidade	das	reações	é	determinada	pela	velocidade	de	sua	componente	mais</p><p>lenta,	a	surdez	é	ainda	interpretada	falaciosamente	como	um	elemento	de	atraso</p><p>no	desenvolvimento	do	país.	Consequência	disso	é	o	preconceito	de	educadores</p><p>e	 empregadores	 frente	 à	 demanda	 dos	 surdos,	 muitas	 vezes	 dificultando	 seu</p><p>acesso	ao	ensino	ou	à	especialização	de	qualidade.</p><p>Nesse	 mesmo	 sentido,	 retrato	 do	 descaso	 governamental	 ante	 a	 esse</p><p>problema	 é	 a	 falta	 de	 investimento	 em	 programas	 de	 educação	 inclusivos:	 de</p><p>2011	 a	 2016,	 o	 número	 de	 matrículas	 de	 surdos	 em	 escolas	 exclusivas	 caiu</p><p>quase	 pela	 metade,	 a	 despeito	 de	 o	 Artigo	 27	 da	 Constituição	 Brasileira**</p><p>prever	o	direito	de	inclusão	dos	surdos	no	sistema	educacional.</p><p>Realidades	alarmantes	como	essa	urgem	por	uma	mudança:	cabe	ao	Estado</p><p>fazer	valer	a	Constituição,	mas,	antes	de	tudo,	cabe	à	população	exigir	os	seus</p><p>direitos.	 A	 criação	 de	 movimentos	 em	 prol	 da	 visibilidade	 dos	 surdos	 e	 a</p><p>consequente	denúncia	dos	atuais	problemas	de	acessibilidade	são	os	primeiros</p><p>passos	rumo	à	inclusão.	A	popularização	do	tema	e	a	tomada	de	consciência	são</p><p>de	vital	importância	para	se	mudar	a	realidade.	Pois	nem	todos	são	Beethoven,</p><p>mas	todos	têm	o	direito	de	expressar	seus	talentos	e	superar	preconceitos.”</p><p>**	A	sinfonia	“Ode	à	alegria”	foi	composta	no	século	XVIII,	não	no	XIX.	E</p><p>o	artigo	27	não	é	da	Constituição	Brasileira,	mas	da	lei	13.146/15.	Foram	erros</p><p>pequenos,	então	muito	provavelmente	passaram	despercebidos,	mas	obviamente</p><p>é	melhor	evitar	essas	coisas	o	máximo	possível.</p><p>Minhas	notas	por	competência:</p><p>Competência	1:	Demonstrar	domínio	da	norma	da	língua	escrita.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	160</p><p>Você	 atingiu	 80%	da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 1,	 atendendo</p><p>aos	 critérios	 definidos	 a	 seguir.	 O	 participante	 demonstra	 bom	 domínio	 da</p><p>modalidade	 escrita	 formal	 da	 língua	 portuguesa	 e	 de	 escolha	 de	 registro,	 com</p><p>poucos	 desvios	 gramaticais	 e	 de	 convenções	 da	 escrita,	 ou	 seja,	 apresenta	 um</p><p>texto	com	boa	estrutura	sintática,	com	poucos	desvios	de	pontuação,	de	grafia	e</p><p>de	emprego	do	registro	exigido.</p><p>Competência	2:	Compreender	a	proposta	de	redação	e	aplicar	conceitos</p><p>das	 várias	 áreas	 de	 conhecimento	 para	 desenvolver	 o	 tema,	 dentro	 dos</p><p>limites	estruturais	do	texto	dissertativo-argumentativo.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	200</p><p>Você	atingiu	100%	da	pontuação	prevista	para	a	Competência	2,	atendendo</p><p>aos	critérios	definidos	a	 seguir.	O	participante	desenvolve	o	 tema	por	meio	de</p><p>argumentação	 consistente,	 a	 partir	 de	 um	 repertório	 sociocultural	 produtivo	 e</p><p>apresenta	excelente	domínio	do	texto	dissertativo-argumentativo,	ou	seja,	em	seu</p><p>texto,	o	tema	é	desenvolvido	de	modo	consistente,	por	meio	do	acesso	a	outras</p><p>áreas	do	conhecimento,	com	progressão	fluente	e	articulada	ao	projeto	do	texto.</p><p>Competência	 3:	 Selecionar,	 relacionar,	 organizar	 e	 interpretar</p><p>informações,	fatos,	opiniões	e	argumentos	em	defesa	de	um	ponto	de	vista.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	180</p><p>Você	 atingiu	 90%	da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 3,	 atendendo</p><p>parcialmente	aos	critérios	definidos	a	seguir.	Em	defesa	de	um	ponto	de	vista,	o</p><p>texto	apresenta	informações,	fatos	e	opiniões	relacionados	ao	tema	proposto,	de</p><p>forma	 consistente	 e	 organizada,	 configurando	 autoria,	 ou	 seja,	 os	 argumentos</p><p>selecionados	estão	organizados	e	relacionados	de	forma	consistente	com	o	ponto</p><p>de	 vista	 defendido	 e	 com	 o	 tema	 proposto,	 configurando-se	 independência	 de</p><p>pensamento	e	autoria.</p><p>Competência	4:	Demonstrar	conhecimento	dos	mecanismos	 linguísticos</p><p>necessários	para	a	construção	da	argumentação.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	180</p><p>Você	 atingiu	 90%	da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 4,	 atendendo</p><p>parcialmente	 aos	 critérios	 definidos	 a	 seguir.	 O	 participante	 articula	 bem	 as</p><p>ideias,	os	argumentos,	as	partes	do	texto	e	apresenta	repertório	diversificado	de</p><p>recursos	coesivos,	sem	inadequações.</p><p>Competência	 5:	 Elaborar	 proposta	 de	 intervenção	 para	 o	 problema</p><p>abordado,	respeitando	os	direitos	humanos.</p><p>Sua	nota	nessa	competência	foi:	120</p><p>Você	 atingiu	 60%</p><p>da	pontuação	prevista	 para	 a	Competência	 5,	 atendendo</p><p>aos	critérios	definidos	a	seguir.	O	participante	elabora,	de	forma	mediana,	pouco</p><p>consistente,	proposta	de	intervenção	relacionada	ao	tema	e	articulada	à	discussão</p><p>desenvolvida	no	texto.</p><p>***</p><p>Em	primeiro	lugar,	eu	fiz	algo	que	não	é	muito	legal	de	fazer	nas	redações	do</p><p>ENEM:	não	que	seja	errado	botar	título	na	redação,	mas	eu	tentei	fazer	um	jogo</p><p>de	 palavras	 que	 não	 se	 encaixa	 no	 modelo	 exigido	 pelo	 ENEM.	 O	 modelo</p><p>dissertativo-argumentativo	quer	um	texto	o	mais	direto	possível,	sem	metáforas,</p><p>sem	 jogos	 de	 palavras,	 sem	 nada	 “artístico”	 ou	 subjetivo.	 Dizer	 “sinais	 da</p><p>decadência”	para	sugerir	a	linguagem	de	sinais	fugiu	demais	do	padrão.</p><p>Na	dúvida,	nem	coloque	título.	A	ausência	de	título	não	tira	ponto,	e	evita	de</p><p>causar	uma	má	primeira	impressão	no	corretor.</p><p>“A	sinfonia	‘Ode	à	alegria’,	composta	no	século	XIX,	é	 tida	até	hoje	como</p><p>um	clássico.	O	que	pouco	se	sabe	é	que,	à	época	de	sua	composição,	Beethoven</p><p>já	 era	 completamente	 surdo.	 Seu	 trabalho,	 porém,	 constitui	 a	 exceção	 da</p><p>exceção;	nem	todos	são	Beethoven,	e	o	atual	domínio	do	pragmatismo	sobre	a</p><p>beleza	 no	 ritmo	 frenético	 do	 século	 XXI,	 aliado	 à	 falta	 de	 investimentos	 em</p><p>programas	 de	 inclusão	 e	 a	 discursos	 discriminatórios	 sobre	 as	 supostas</p><p>“deficiências”	reforça	estereótipos	e	constitui	mais	um	empecilho	na	formação</p><p>educacional	de	surdos	no	Brasil.”</p><p>Algo	legal	de	colocar	na	introdução	foi	a	menção	a	Beethoven	(apesar	de	eu</p><p>ter	 errado	 o	 século	 de	 composição	 da	 sinfonia).	 O	 ENEM	 valoriza	 essa</p><p>associação	de	diversas	áreas	do	conhecimento.	Tanto	que	uma	das	competências</p><p>é	praticamente	só	para	isso	(competência	2).</p><p>Na	 introdução,	 um	 problema	 foi	 que	 eu	 detalhei	 demais	 o	 que	 ia	 falar	 nos</p><p>parágrafos	 de	 desenvolvimento.	 Tudo	 bem	 pincelar	 a	 ideia	 de	 D1	 e	 D2	 na</p><p>introdução,	mas	separar	4-5	linhas	para	isso	foi	demais.</p><p>Outro	 problema	 na	 introdução	 foi	 o	 *&*%%#&¨scanner!!!	 O	 texto	 aqui</p><p>está	digitado,	mas	na	imagem	escaneada	do	espelho	da	minha	redação	o	“;”	na	4ª</p><p>linha	pareceu	apenas	um	“.”,	e,	como	continuei	com	letra	minúscula,	é	possível</p><p>que	 20	 dos	 40	 pontos	 que	 eu	 perdi	 na	 competência	 1	 tenham	 sido	 por	 “ter</p><p>começado	frase	com	letra	minúscula”.	Então	atenção	na	sua	redação:	escreva	as</p><p>pontuações	com	força	suficiente	para	evitar	esse	tipo	de	problema.</p><p>Na	 linha	 7	 faltou	 uma	 vírgula	 depois	 de	 “deficiências”,	 porque	 o	 trecho</p><p>“aliado	à	falta	de	(...)	sobre	as	supostas	‘deficiências’”	deveria	ser	isolado	entre</p><p>vírgulas.	Foi	uma	 frase	 tão	grande	que	eu	me	perdi,	 então	 já	 fica	a	dica:	 evite</p><p>frases	longas.	É	melhor	de	você	escrever	e	melhor	de	o	corretor	ler.	Se	eu	tivesse</p><p>que	 reescrever	 essa	 introdução,	 colocaria	mais	 pontos	 finais	 e	 ligaria	 as	 ideias</p><p>com	conectivos	ao	invés	de	inserir	tudo	em	uma	frase	só.</p><p>“É	inegável	o	fato	de	que,	atualmente,	a	competitividade	regula	um	estilo	de</p><p>vida	cada	vez	mais	acelerado.	Traçando	um	paralelo	com	a	Química,	em	que	a</p><p>velocidade	das	reações	é	determinada	pela	velocidade	de	sua	componente	mais</p><p>lenta,	a	surdez	é	ainda	interpretada	falaciosamente	como	um	elemento	de	atraso</p><p>no	desenvolvimento	do	país.	Consequência	disso	é	o	preconceito	de	educadores</p><p>e	 empregadores	 frente	 à	 demanda	 dos	 surdos,	 muitas	 vezes	 dificultando	 seu</p><p>acesso	ao	ensino	ou	à	especialização	de	qualidade.”</p><p>O	 primeiro	 desenvolvimento	 até	 que	 ficou	 legal.	 Usei	 uma	 área	 do</p><p>conhecimento	 pouco	 explorada	 nas	 redações	 (Química)	 e	 marquei	 minha</p><p>indignação	com	o	tema	ao	dizer	que	dizer	que	a	surdez	é	elemento	de	atraso	no</p><p>desenvolvimento	 do	 país	 é	 uma	 falácia	 (ou	 seja,	 meu	 parágrafo	 não	 é	 só</p><p>expositivo,	porque	eu	ataco	esse	ponto	de	vista,	configurando	autoria).</p><p>E	aqui	de	novo	eu	usei	“frente	a”	para	dizer	“em	face	de”.	Como	eu	disse	na</p><p>redação	 de	 2016:	 um	 purista	 da	 língua	 portuguesa	 poderia	 dizer	 que	 isso	 é</p><p>errado,	mas	eu	 já	vi	 redação	nota	1000	com	“frente	a”,	então	não	é	 tão	errado</p><p>assim.</p><p>“Nesse	 mesmo	 sentido,	 retrato	 do	 descaso	 governamental	 ante	 a	 esse</p><p>problema	 é	 a	 falta	 de	 investimento	 em	 programas	 de	 educação	 inclusivos:	 de</p><p>2011	 a	 2016,	 o	 número	 de	 matrículas	 de	 surdos	 em	 escolas	 exclusivas	 caiu</p><p>quase	 pela	 metade,	 a	 despeito	 de	 o	 Artigo	 27	 da	 Constituição	 Brasileira**</p><p>prever	o	direito	de	inclusão	dos	surdos	no	sistema	educacional.”</p><p>Comecei	 o	 segundo	 desenvolvimento	 com	 um	 conectivo,	 então	 já	 foi	 um</p><p>avanço	em	relação	a	2016	(apesar	de	a	nota	na	competência	4	ter	sido	só	180	em</p><p>comparação	com	os	200	de	2016).	Mas	é	como	eu	disse:	em	2016	o	meu	corretor</p><p>deve	 ter	 sido	muito	bonzinho	mesmo,	porque	hoje	 em	dia	 eles	prezam	demais</p><p>por	uma	boa	conexão	de	ideias,	e	sem	conectivos	isso	é	impossível.</p><p>Enfim,	mesmo	tendo	começado	com	um	conectivo	o	meu	parágrafo	não	foi</p><p>tão	 bom	 quanto	 o	 primeiro.	 Na	 verdade,	 ele	 é	 muito	 fraco.	 Se	 não	 fosse	 o</p><p>“descaso	governamental”,	ele	seria	completamente	expositivo,	e	só	nas	5	linhas</p><p>de	texto	não	dá	para	pontuar	muito	bem	que	o	que	eu	falo	é	um	problema.	Foi</p><p>como	eu	disse	na	checklist:	pode	até	ser	óbvio	que	é	um	problema,	mas,	se	eu</p><p>não	falar	isso,	dá	a	impressão	de	que	eu	só	estou	expondo	um	dado:	“o	número</p><p>de	escolas	caiu	pela	metade”.	Mas	e	daí?	E	daí	que	tenha	caído	pela	metade?	Eu</p><p>deveria	 ter	 deixado	 isso	 mais	 claro,	 deveria	 talvez	 ter	 apresentado	 uma</p><p>consequência	nociva	para	a	sociedade	que	decorre	desse	fato.</p><p>Esse	pode	ter	sido	o	motivo	de	eu	não	ter	tirado	nota	máxima	na	competência</p><p>3	 (Selecionar,	 relacionar,	 organizar	 e	 interpretar	 informações,	 fatos,	 opiniões	 e</p><p>argumentos	em	defesa	de	um	ponto	de	vista).	Porque	não	tem	bem	um	ponto	de</p><p>vista	nesse	terceiro	parágrafo.	É	só	uma	exposição	sem	relação	com	o	resto	dos</p><p>argumentos.</p><p>Outro	 erro	 desse	 parágrafo	 foi	 o	 “ante	 a	 esse	 problema”.	 Não	 se	 usa</p><p>preposição	 “a”	 nesse	 caso.	 O	 certo	 seria	 “ante	 esse	 problema”.	 E	 é	 mais	 um</p><p>ponto	da	checklist:	se	eu	não	tinha	certeza	da	regência	de	“ante”,	não	era	para</p><p>ter	 usado.	 Poderia	 simplesmente	 ter	 substituído	 por	 “diante	 desse	 problema”,</p><p>mas	não.	Insisti	em	“ante”,	e	errei	a	regência.</p><p>“Realidades	 alarmantes	 como	 essa	 urgem	 por	 uma	 mudança:	 cabe	 ao</p><p>Estado	fazer	valer	a	Constituição,	mas,	antes	de	tudo,	cabe	à	população	exigir</p><p>os	seus	direitos.	A	criação	de	movimentos	em	prol	da	visibilidade	dos	surdos	e	a</p><p>consequente	denúncia	dos	atuais	problemas	de	acessibilidade	são	os	primeiros</p><p>passos	rumo	à	inclusão.	A	popularização	do	tema	e	a	tomada	de	consciência	são</p><p>de	vital	importância	para	se	mudar	a	realidade.	Pois	nem	todos	são	Beethoven,</p><p>mas	todos	têm	o	direito	de	expressar	seus	talentos	e	superar	preconceitos.”</p><p>A	conclusão	foi	a	vergonha	total.	Em	minha	defesa,	eu	ainda	não	sabia	fazer</p><p>uma	redação	modelo	ENEM,	então	a	proposta	de	intervenção	foi	só	“o	povo	tem</p><p>que	se	virar”.	Fico	 surpreso	de	 ter	 tirado	mais	da	metade	dos	pontos	possíveis</p><p>nessa	conclusão.</p><p>Não	 respondi	 as	 4	 perguntas	 (quem/o	 quê/como/para	 quê)	 e	 não	 detalhei</p><p>nada,	então	foi	mesmo	um	choque	ter	tirado	120	nisso.</p><p>Também	 cometi	 um	 erro	 de	 regência	 aqui:	 “urgem	 por	 uma	mudança”.	 O</p><p>verbo	“urgir”	não	pede	preposição,	então	o	certo	seria	“urgem	uma	mudança”.</p><p>De	novo,	eu	deveria	ter	substituído	por	um	sinônimo,	mas	insisti	no	“urgem”	e</p><p>cometi	mais	um	erro.</p><p>Um	 ponto	 positivo	 dessa	 conclusão	 é	 que	 eu	 consegui	 fechar	 de	 maneira</p><p>circular:	a	última	frase	retomou	o	Beethoven	da	introdução,	passando	a	ideia	de</p><p>que	o	meu	texto	foi	planejado,	não	um	monte	de	ideias	jogadas	ao	acaso.</p><p>***</p><p>Ótimo,	 falamos	 dos	 principais	 pontos	 de	 redação!	 Lembre-se:	 pratique	 ao</p><p>menos	uma	redação	por	semana,	e	não	deixe	para	começar	em	outubro	como	eu</p><p>fiz.	Quanto	mais	você	praticar,	mais	“no	automático”	vai	conseguir	fazer,	e	mais</p><p>tempo	vai	ter	para	pensar	as	questões	de	Linguagens	e	Humanas.</p><p>***</p><p>E,	 para	 concluir,	 fica	 a	 dica:	 leia	 a	 cartilha	 de	 redação	 do</p><p>ENEM.	 Ela</p><p>sempre	 traz	modelos	 de	 redação	 nota	 1000	 do	 ano	 anterior,	 e	 é	 um	 excelente</p><p>guia	para	orientar	seus	textos.</p><p>Cartilha	de	2018:</p><p>http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf</p><p>Quando	sair	o	espelho	da	redação	de	2018,	vou	postar	um	vídeo	no	canal	com</p><p>os	pontos	positivos	e	negativos	do	meu	texto.	Fiquem	de	olho	;)</p><p>Ainda	não	se	inscreveu?	Nossa,	senhora,	então	aqui	vai	o	link	do	canal:</p><p>https://www.youtube.com/user/exatasexatas</p><p>E	 agora	 se	 preparem	para	 a	 segunda	 parte	 do	 e-book!	 Senhoras	 e	 senhores</p><p>membros	do	júri,	a	parte	que	todos	estavam	esperando...	a	resolução	completa	do</p><p>ENEM	2018.</p><p>http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf</p><p>https://www.youtube.com/user/exatasexatas</p><p>Resolução	comentada	do	ENEM	2018</p><p>Só	 alguns	 pontos	 antes	 de	 começar:	 caso	 você	 queira	 saber	 a	 numeração</p><p>específica	 das	 questões,	 eu	 usei	 a	prova	 azul	 do	 primeiro	 dia	 (Linguagens	 +</p><p>Humanas)	 e	 a	 prova	 amarela	 do	 segundo	 dia	 (Matemática	 +	 Ciências	 da</p><p>Natureza).</p><p>Quanto	à	divisão	entre	fáceis	e	difíceis,	eu	só	consegui	dividir	as	questões	de</p><p>Matemática.	Não	tem	a	pretensão	de	ser	uma	divisão	exata,	mas	já	dá	para	dar</p><p>um	norte	do	que	a	TRI	valoriza	mais.	Nas	outras	provas	eu	não	fiz	isso	porque</p><p>dividir	em	fáceis/médias/difíceis	seria	muito	subjetivo.	Só	dá	para	fazer	isso	com</p><p>um	nível	razoável	de	certeza	em	Matemática.</p><p>O	que	mais...?	Ah,	 sim!	Sempre	que	necessário,	 eu	não	 apenas	 expliquei	 o</p><p>contexto	das	questões,	mas	falei	da	maneira	que	eu	usei	para	chegar	à	resposta</p><p>das	questões.	Em	alguns	casos	os	raciocínios	foram	bem	pouco	tradicionais	(para</p><p>não	dizer	outra	coisa),	então	não	me	julgue,	ok?	O	que	importa	é	funcionar.	São</p><p>os	raciocínios	alternativos	de	que	eu	venho	tenho	falado	ao	longo	de	todo	o	e-</p><p>book.</p><p>Para	ser	sincero,	acho	que	esses	raciocínios	alternativos	são	o	ponto	alto	do	e-</p><p>book,	porque	 todo	o	resto	que	está	aqui,	qualquer	um	poderia	fazer.	Mas	esses</p><p>raciocínios	loucos,	acho	que	só	eu	mesmo	kkkkk.</p><p>Uma	 última	 coisa:	 posso	 ter	 feito	 a	 resolução	 de	 2018	 em	 formato	 escrito,</p><p>mas	 as	resoluções	de	Exatas	de	 2010	a	 2017	 estão	 disponíveis	 gratuitamente</p><p>em	vídeo	no	meu	canal	do	YouTube	por	este	link:</p><p>https://www.youtube.com/playlist?</p><p>list=PL8Sb1J47vKz46jX1ZLDiZsIHRA_hiPzQ9</p><p>Acho	 que	 é	 tudo.	 Espero	 que	 gostem,	 porque,	 modéstia	 à	 parte,	 eu	 gostei</p><p>bastante	do	resultado	dessas	resoluções.</p><p>Falo	com	vocês	de	novo	daqui	a	180	questões.</p><p>https://www.youtube.com/playlist?list=PL8Sb1J47vKz46jX1ZLDiZsIHRA_hiPzQ9</p><p>Linguagens,	Códigos	e	suas	Tecnologias</p><p>Questão	01</p><p>Lava	Mae:	Creating	Showers	on	Wheels	for	the	Homeless</p><p>San	Francisco,	according	to	recent	city	numbers,	has	4,300	people	living</p><p>on	 the	 streets.	Among	 the	many	problems	 the	homeless	 face	 is	 little	or	no</p><p>access	 to	showers.	 	San	Francisco	only	has	about	16	 to	20	shower	stalls	 to</p><p>accommodate	 them.	 But	 Doniece	 Sandoval	 has	 made	 it	 her	 mission	 to</p><p>change	 that.	 The	 51	 -year-old	 former	 marketing	 executive	 started	 Lava</p><p>Mae,	 a	 sort	 of	 showers	 on	 wheels,	 a	 new	 project	 that	 aims	 to	 turn</p><p>decommissioned	city	buses	into	shower	stations	for	the	homeless.	Each	bus</p><p>will	have	 two	shower	stations	and	Sandoval	expects	 that	 they’ll	be	able	 to</p><p>provide	2,000	showers	a	week.</p><p>ANDREANO,	C.	Disponível	em:	http://abcnews.go.	Acesso	em:	26	jun,	2018	(adaptado)</p><p>A	relação	dos	vocábulos	shower,	bus	e	homeless,	no	texto,	refere-se	a</p><p>a)		empregar	moradores	de	rua	em	lava	a	jatos	para	ônibus.</p><p>b)	criar	acesso	a	banhos	gratuitos	para	moradores	de	rua.</p><p>c)		comissionar	sem-teto	para	dirigir	os	ônibus	da	cidade.</p><p>d)	exigir	das	autoridades	que	os	ônibus	municipais	tenham	banheiros.</p><p>e)		abrigar	dois	mil	moradores	de	rua	em	ônibus	que	foram	adaptados.</p><p>O	texto	conta	os	esforços	de	Doniece	Sandoval	para	transformar	ônibus	fora</p><p>de	serviço	(“decommissioned	buses”)	em	estações	de	banho	para	os	moradores</p><p>de	rua.	Ou	seja,	letra	“B”.</p><p>Questão	02</p><p>GLASBERGEN,	R.	Disponível	em:	www.glasbergen.com.	Acesso	em:	3	jul.	2015	(adaptado).</p><p>No	cartum,	a	crítica	está	no	fato	de	a	sociedade	exigir	do	adolescente	que</p><p>a)		se	aposente	prematuramente.</p><p>b)	amadureça	precocemente.</p><p>c)		estude	aplicadamente.</p><p>d)	se	forme	rapidamente.</p><p>e)		ouça	atentamente.</p><p>A	sociedade	está	constantemente	dizendo	ao	adolescente	que	seja	um	“garoto</p><p>grande”,	 “mais	maduro”,	 que	 “aja	 como	 um	 adulto”.	 Isso	 desde	 os	 5	 anos	 de</p><p>idade!	 Então	 a	 crítica	 está	 justamente	 na	 exigência	 da	 sociedade	 de	 que	 o</p><p>adolescente	amadureça	precocemente.	Letra	“B”.</p><p>Questão	03</p><p>Don’t	write	in	English,	they	said,</p><p>English	is	not	your	mother	tongue…</p><p>…The	language	I	speak</p><p>Becomes	mine,	its	distortions,	its	queerness</p><p>All	mine,	mine	alone,	it	is	half	English,	half</p><p>Indian,	funny	perhaps,	but	it	is	honest,</p><p>It	is	as	human	as	I	am	human…</p><p>…It	voices	my	joys,	my	longings	my</p><p>Hopes…</p><p>(Kamala	Das,	1965:10)</p><p>GARGESH,	R.	South	Asian	Englishes.	In:	KACHRU,	B.	B.;	KACHRU,	Y.;	NELSON,	C.	L.</p><p>(Eds.).	The	Handbook	of	World	Englishes.	Singapore:	Blackwell,	2006.</p><p>A	 poetisa	 Kamala	 Das,	 como	 muitos	 escritores	 indianos,	 escreve	 suas</p><p>obras	em	inglês,	apesar	de	essa	não	ser	sua	primeira	língua.	Nesses	versos,</p><p>ela</p><p>a)		usa	a	língua	inglesa	com	efeito	humorístico.</p><p>b)	recorre	a	vozes	de	vários	escritores	ingleses.</p><p>c)		adverte	sobre	o	uso	distorcido	da	língua	inglesa.</p><p>d)	demonstra	consciência	de	sua	identidade	linguística.</p><p>e)		reconhece	a	incompreensão	na	sua	maneira	de	falar	inglês.</p><p>A	poetisa	escreve	em	inglês,	mas	deixa	claro	no	poema	que	usa	esse	idioma</p><p>porque	ele	exprime	suas	alegrias,	seus	desejos	e	esperanças.	Não	é	uma	escolha</p><p>arbitrária;	é	totalmente	consciente.</p><p>Cada	 elemento	 do	 idioma	 inglês	 se	 mescla	 ao	 idioma	 nativo	 dela	 para	 se</p><p>tornar	uma	forma	de	expressão	individual,	“engraçada,	talvez,	mas	honesta”.	A</p><p>Kamala	Das	 tem	 total	 consciência	 da	 sua	 identidade	 linguística.	 Ela	 entende</p><p>por	que	usa	um	idioma	e	não	o	outro.</p><p>Logo,	resposta	certa:	“D”.</p><p>Atenção:	o	uso	da	palavra	“funny”	pode	ter	feito	algumas	pessoas	marcarem</p><p>letra	 “A”.	 Mas	 a	 poesia	 diz	 que	 a	 graça	 de	 uma	 indiana	 falando	 inglês	 não</p><p>compromete	 a	 verdadeira	 essência	 dessa	 mistura.	 E	 a	 verdadeira	 essência	 é	 a</p><p>honestidade,	não	a	comicidade.</p><p>Questão	04</p><p>TEXTO	I</p><p>A	Free	World-class	Education	for	Anyone	Anywhere</p><p>The	Khan	Academy	 is	 an	 organization	 on	 a	mission.	We’re	 a	 not-for-</p><p>profit	with	the	goal	of	changing	education	for	the	better	by	providing	a	free</p><p>world-class	 education	 to	 anyone	 anywhere.	 All	 of	 the	 site’s	 resources	 are</p><p>available	 to	 anyone.	 The	 Khan	 Academy’s	 materials	 and	 resources	 are</p><p>available	to	you	completely	free	of	charge.</p><p>Disponível	em:	www.khanacademy.org.	Acesso	em:	24	fev.	2012	(adaptado).</p><p>TEXTO	II</p><p>I	didn’t	have	a	problem	with	Khan	Academy	site	until	very	recently.	For</p><p>me,	the	problem	is	the	way	Khan	Academy	is	being	promoted.	The	way	the</p><p>media	 sees	 it	 as	 “revolutionizing	 education”.	 The	 way	 people	 with	 power</p><p>and	money	 view	 education	 as	 simply	 “sit-and-get”.	 If	 your	 philosophy	 of</p><p>education	 is	 “sit-and-get”,	 i.e.,	 teaching	 is	 telling	and	 learning	 is	 listening,</p><p>then	Khan	Academy	is	way	more	efficient	 than	classroom	lecturing.	Khan</p><p>Academy	does	it	better.	But	TRUE	progressive	educators,	TRUE	education</p><p>visionaries	 and	 revolutionaries	 don’t	 want	 to	 do	 these	 things	 better.	 We</p><p>want	to	DO	BETTER	THINGS.</p><p>Disponível	em:	http://fnoschese.wordpress.com.	Acesso	em:	2	mar.	2012.</p><p>Com	 o	 impacto	 das	 tecnologias	 e	 a	 ampliação	 das	 redes	 sociais,</p><p>consumidores	encontram	na	internet	possibilidades	de	opinar	sobre	serviços</p><p>oferecidos.	 Nesse	 sentido,	 o	 segundo	 texto,	 que	 é	 um	 comentário	 sobre</p><p>o	site	divulgado	no	primeiro,	apresenta	a	intenção	do	autor	de</p><p>a)		elogiar	o	trabalho	proposto	para	a	educação	nessa	era	tecnológica.</p><p>b)	reforçar	como	a	mídia	pode	contribuir	para	revolucionar	a	educação.</p><p>c)	 	 chamar	 a	 atenção</p><p>das	 pessoas	 influentes	 para	 o	 significado	 da</p><p>educação.</p><p>d)	 destacar	 que	 o	 site	 tem	 melhores	 resultados	 do	 que	 a	 educação</p><p>tradicional.</p><p>e)		criticar	a	concepção	de	educação	em	que	se	baseia	a	organização.</p><p>O	 comentário	 sobre	 o	 Khan	 Academy	 traz	 uma	 crítica	 contundente.	 Mas</p><p>essa	crítica	 está	 só	no	 fim	do	 texto.	Se	você	 lesse	até	 a	metade,	 acharia	que	o</p><p>autor	 está	 exaltando	 o	 estilo	 de	 ensino	 do	 site.	 Mas	 a	 partir	 do	 “But	 TRUE</p><p>progress	 ...”	 ele	 declara	 sua	 opinião:	 pode	 até	 ser	 melhor	 que	 salas	 de	 aula</p><p>tradicionais,	mas	ainda	são	aulas	em	que	um	professor	detentor	do	conhecimento</p><p>explica	para	os	alunos.	É	o	tradicional	“telling	and	learning	and	listening”.	Não</p><p>tem	 inovação	 nesse	 sistema	 de	 aprendizado,	 e	 o	 autor	 critica	 justamente	 isso,</p><p>porque	a	mídia	exaltava	o	Khan	Academy	como	algo	“revolucionário”,	quando</p><p>na	verdade	era	mais	do	mesmo.	Para	o	autor,	são	só	aulas	bem	explicadas,	mas</p><p>estão	longe	de	ser	uma	revolução.</p><p>Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	05</p><p>1984	(excerpt)</p><p>‘Is	 it	 your	 opinion,	 Winston,	 that	 the	 past	 has	 real	 existence?’	 […]</p><p>O’Brien	 smiled	 faintly.	 ‘I	 will	 put	 it	 more	 precisely.	 Does	 the	 past	 exist</p><p>concretely,	 in	space?	Is	there	somewhere	or	other	a	place,	a	world	of	solid</p><p>objects,</p><p>where	the	past	is	still	happening?’</p><p>‘No.’</p><p>‘Then	where	does	the	past	exist,	if	at	all?’</p><p>‘In	records.	It	is	written	down.’</p><p>‘In	records.	And	—	—?’</p><p>‘In	the	mind.	In	human	memories.’</p><p>‘In	memory.	Very	well,	then.	We,	the	Party,	control	all	records,	and	we</p><p>control	all	memories.	Then	we	control	the	past,	do	we	not?’</p><p>ORWELL,	G.	Nineteen	Eighty-Four.	New	York:	Signet	Classics,	1977.</p><p>O	romance	 1984	descreve	 os	 perigos	de	um	Estado	 totalitário.	A	 ideia</p><p>evidenciada	nessa	passagem	é	que	o	controle	do	Estado	se	dá	por	meio	do(a)</p><p>a)		boicote	a	ideais	libertários.</p><p>b)	veto	ao	culto	das	tradições.</p><p>c)		poder	sobre	memórias	e	registros</p><p>d)	censura	a	produções	orais	e	escritas.</p><p>e)		manipulação	de	pensamentos	individuais.</p><p>Para	 início	de	conversa,	esse	 livro	é	muito	bom.	E	 foi	como	eu	disse:	 se	o</p><p>aluno	 já	 tivesse	 tido	 contato	 com	1984	 antes,	 responderia	 a	 questão	 bem	mais</p><p>rápido	do	que	quem	precisou	ler	o	texto	duas,	três	vezes.</p><p>Repertório	é	tudo!</p><p>Nesse	trecho,	o	membro	do	Estado	diz	que	o	passado	está	na	memória	e	nos</p><p>registros.	Como	o	Estado	tem	controle	sobre	os	dois,	ele	literalmente	(e	no	livro</p><p>fica	 mais	 claro	 como	 isso	 acontece)	 tem	 total	 controle	 sobre	 a	 memória	 das</p><p>pessoas.	Resposta:	“C”.</p><p>Leia	1984.	É	muito	bom.</p><p>QUESTÃO	01</p><p>El	día	en	que	lo	iban	a	matar,	Santiago	Nasar	se	levantó	a	las	5:30	de	la</p><p>mañana	para	esperar	el	buque	en	que	llegaba	el	obispo.	Había	soñado	que</p><p>atravesaba	un	bosque	de	higuerones	donde	caía	una	 llovizna	 tierna,	y	por</p><p>un	 instante	 fue	 feliz	 en	 el	 sueño,	 pero	 al	 despertar	 se	 sintió	 por	 completo</p><p>salpicado	 de	 cagada	 de	 pájaros.	 “Siempre	 soñaba	 con	 árboles”,	 me	 dijo</p><p>Plácida	 Linero,	 su	 madre,	 evocando	 27	 años	 después	 los	 pormenores</p><p>de	aquel	 lunes	 ingrato.	“La	semana	anterior	había	soñado	que	 iba	solo	en</p><p>un	 avión	 de	 papel	 de	 estaño	 que	 volaba	 sin	 tropezar	 por	 entre	 los</p><p>almendros”,	me	dijo.	Tenía	una	reputación	muy	bien	ganada	de	intérprete</p><p>certera	de	los	sueños	ajenos,	siempre	que	se	los	contaran	en	ayunas,	pero	no</p><p>había	advertido	ningún	augurio	aciago	en	esos	dos	sueños	de	su	hijo,	ni	en</p><p>los	 otros	 sueños	 con	 árboles	 que	 él	 le	 había	 contado	 en	 las	mañanas	 que</p><p>precedieron	a	su	muerte.</p><p>MARQUEZ,	G.	G.	Crónica	de	una	muerte	anunciada.	Disponível	em:	http://biblio3.url.edu.gt.	Acesso	em:	2	jan.	2015.</p><p>Na	 introdução	do	 romance,	 o	narrador	 resgata	 lembranças	de	Plácida</p><p>Linero	relacionadas	a	seu	filho	Santiago	Nasar.	Nessa	introdução,	o	uso	da</p><p>expressão	augurio	aciago	remete	ao(à)</p><p>a)					relação	mística	que	se	estabelece	entre	Plácida	e	seu	filho	Santiago.</p><p>b)	 	 	 	destino	 trágico	de	Santiago,	que	Plácida	 foi	 incapaz	de	prever	nos</p><p>sonhos.</p><p>c)					descompasso	entre	a	felicidade	de	Santiago	nos	sonhos	e	seu	azar	na</p><p>realidade.</p><p>d)	 	 	 	crença	de	Plácida	na	importância	da	interpretação	dos	sonhos	para</p><p>mudar	o	futuro.</p><p>e)	 	 	 	 	 presença	 recorrente	 de	 elementos	 sombrios	 que	 se	 revelam	 nos</p><p>sonhos	de	Santiago.</p><p>O	texto	diz	que	Plácida	tinha	uma	merecida	reputação	de	“intérprete	certeira</p><p>dos	sonhos	alheios”,	mas	que	nenhum	“augúrio	fatídico”	(previsão	da	morte	do</p><p>filho	advinda	de	sonhos)	previu	a	morte	de	Santiago	Nasar.	Ou	seja,	esse	augúrio</p><p>fatídico	refere-se	ao	destino	 trágico	do	filho,	que	Plácida	foi	 incapaz	de	prever</p><p>nos	sonhos.</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	02</p><p>Revolución	en	la	arquitectura	china</p><p>Levantar	rascacielos	en	19	días</p><p>Un	 rascacielos	 de	 57	 pisos	 no	 llama	 la	 atención	 en	 la	 China	 del	 siglo</p><p>XXI.	Salvo	que	se	haya	construido	en	19	días,	claro.	Y	eso	es	precisamente</p><p>lo	 que	 ha	 conseguido	 Broad	 Sustainable	 Building	 (BSB),	 una	 empresa</p><p>dedicada	 a	 la	 fabricación	 de	 purificadores	 de	 aire	 y	 de	 equipos	 de	 aire</p><p>acondicionado	para	grandes	infraestructuras	que	ahora	se	ha	empeñado	en</p><p>liderar	 una	 revolución	 con	 su	 propio	 modelo	 de	 arquitectura	 modular</p><p>prefabricada.	 Como	 subraya	 su	 presidente,	 Zhang	 Yue,	 es	 una	 fórmula</p><p>económica,	 ecológica	 segura,	 y	 limpia.	 Ese	 último	 término,	 además,	 lo</p><p>utiliza	tanto	para	referirse	al	polvo	que	se	produce	en	la	construcción	como</p><p>a	 los	 gruesos	 sobres	 que	 suelen	 circular	 por	 debajo	 de	 las	 mesas	 en</p><p>adjudicaciones	 y	 permisos	 varios.	 “Quiero	 que	 nuestros	 edificios</p><p>alumbren	una	nueva	era	en	la	arquitectura,	y	que	se	conviertan	en</p><p>símbolo	de	la	lucha	contra	la	contaminación	y	el	cambio	climático,	que	es	la</p><p>mayor	amenaza	a	la	que	se	enfrenta	la	humanidad”,	sentencia.</p><p>“Es	 como	montar	 un	 Lego.	 Apenas	 hay	 subcontratación,	 lo	 cual	 ayuda	 a</p><p>mantener	 un	 costo	 bajo	 y	 un	 control	 de	 calidad	 estricto,	 y	 nos	 permite</p><p>eliminar</p><p>también	la	corrupción	inherente	al	sector”,	explica	la	vicepresidenta	de	BSB</p><p>y	responsable	del	mercado	internacional,	Jiang	Yan.</p><p>Disponível	em:	http://tecnologia.elpais.com.	Acesso	em:	23	jun.	2015	(adaptado).</p><p>No	texto,	alguns	dos	benefícios	de	se	utilizar	estruturas	pré-moldadas	na</p><p>construção	 de	 altos	 edifícios	 estão	 expressos	 por	meio	 da	 palavra	 limpia.</p><p>Essa	 expressão	 indica	 que,	 além	 de	 produzir	 menos	 resíduos,	 o	 uso</p><p>desse	tipo	de	estrutura</p><p>a)					reduz	o	contingente	de	mão	de	obra.</p><p>b)				inibe	a	corrupção	na	construção	civil.</p><p>c)					facilita	o	controle	da	qualidade	da	obra.</p><p>d)				apresenta	um	modelo	arquitetônico	conciso.</p><p>e)					otimiza	os	custos	da	construção	de	edifícios.</p><p>Sinceramente,	 a	 prova	de	 espanhol	 é	muito	mais	 difícil	 que	 a	 de	 inglês.	O</p><p>aluno	 precisaria	 entender	 a	 expressão	 “gruesos	 sobres	 que	 que	 suelen	 circular</p><p>por	 debajo	 de	 las	 mesas”.	 Ou	 seja,	 os	 grossos	 envelopes	 que	 circulam	 por</p><p>debaixo	 das	 mesas.	 É	 uma	 alusão	 à	 corrupção	 no	 processo	 de	 compra	 de</p><p>licitações	na	construção	civil.</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	03</p><p>¿Qué	es	la	X	Solidaria?</p><p>La	X	Solidaria	es	una	equis	que	ayuda	a	las	personas	más	vulnerables.</p><p>Podrás	marcarla	cuando	hagas	la	declaración	de	la	renta.	Es	la	casilla	que</p><p>se	denomina	“Fines	Sociales”.	Nosotros	preferimos	llamarla	X	Solidaria:</p><p>porque	al	marcada	haces	que	se	destine	un	0,7	de	 tus	 impuestos	a</p><p>programas	sociales	que	realizan	las	ONG.</p><p>porque	 se	benefician	 los	 colectivos	más	desfavorecidos,	 sin	ningún</p><p>coste	económico	para	ti.</p><p>porque	NO	marcarla	es	tomar	una	actitud	pasiva,	y	dejar	que	sea	el</p><p>Estado	quien	decida	el	destino	de	esa	parte	de	tus	impuestos.</p><p>porque	marcándola	te	conviertes	en	contribuyente	activo	solidario.</p><p>Disponível	em:	http://xsolidaria.org.	Acesso	em:	20	fev.	2012	(adaptado).</p><p>As	ações	solidárias	contribuem	para	o	enfrentamento	de	problemas	sociais.</p><p>No	texto,	a	ação	solidária	ocorre	quando	o	contribuinte</p><p>a)					delega	ao	governo	o	destino	de	seus	impostos.</p><p>b)				escolhe	projetos	que	terão	isenção	de	impostos.</p><p>c)					destina	parte	de	seus	impostos	para</p><p>custeio	de	programas	sociais.</p><p>d)	 	 	 	 determina	 a	 criação	 de	 impostos	 para	 implantação	 de	 projetos</p><p>sociais.</p><p>e)	 	 	 	 	 seleciona	 vários	 programas	 para	 beneficiar	 cidadãos	 vulneráveis</p><p>socialmente.</p><p>A	resposta	estava	no	trecho	“[la	X	Solidaria]	al	marcada	haces	que	se	destine</p><p>un	0,7	de	 tus	 impuestos	a	programas	 sociales”.	Ao	marcar	o	X	solidário,	você</p><p>destina	 uma	 porcentagem	 dos	 seus	 impostos	 a	 programas	 sociais.	 Logo,	 a</p><p>resposta	é	“C”.</p><p>QUESTÃO	04</p><p>¿Cómo	gestionar	la	diversidad	lingüística	en	el</p><p>aula?</p><p>El	aprendizaje	de	 idiomas	es	una	de	 las	demandas	de	 la	sociedad	en	 la</p><p>escuela:	 los	 alumnos	 tienen	 que	 finalizar	 la	 escolarización	 con	 un	 buen</p><p>conocimiento,	 por	 lo	 menos,	 de	 las	 tres	 lenguas	 curriculares:</p><p>catalán,	castellano	e	inglés	(o	francés,	portugués…).</p><p>La	metodología	que	promueve	el	aprendizaje	integrado	de	idiomas	en	la</p><p>escuela	tiene	en	cuenta	las	relaciones	entre	las	diferentes	lenguas:	la	mejor</p><p>enseñanza	de	una	lengua	incide	en	la	mejora	de	todas	las	demás.	Se	trata	de</p><p>educar	en	y	para	la	diversidad	lingüística	y	cultural.</p><p>Por	 eso,	 la	 V	 Jornada	 de	 Buenas	 Prácticas	 de	 Gestión	 del</p><p>Multilingüismo,	que	se	celebrará	en	Barcelona,	debatirá	sobre	la	gestión	del</p><p>multilingüismo	 en	 el	 aula.	 El	 objetivo	 es	 difundir	 propuestas	 para	 el</p><p>aprendizaje	 integrado	 de	 idiomas	 y	 presentar	 experiencias	 prácticas	 de</p><p>gestión	de	la	diversidad	lingüística	presente	en	las	aulas.</p><p>Disponível	em:	www10.gencat.cat.	Acesso	em:	15	set.	2010	(adaptado).</p><p>Na	 região	 da	 Catalunha,	 Espanha,	 convivem	 duas	 línguas	 oficiais:	 o</p><p>catalão	e	o	espanhol.	Além	dessas,	ensinam-se	outras	línguas	nas	escolas.	De</p><p>acordo	 com	 o	 texto,	 para	 administrar	 a	 variedade	 linguística	 nas	 aulas,	 é</p><p>necessário</p><p>a)					ampliar	o	número	de	línguas	ofertadas	para	enriquecer	o	conteúdo.</p><p>b)	 	 	 	divulgar	 o	 estudo	 de	 diferentes	 idiomas	 e	 culturas	 para	 atrair	 os</p><p>estudantes</p><p>c)	 	 	 	 	privilegiar	o	estudo	de	línguas	maternas	para	valorizar	os	aspectos</p><p>regionais.</p><p>d)	 	 	 	 explorar	 as	 relações	 entre	 as	 línguas	 estudadas	 para	 promover	 a</p><p>diversidade.</p><p>e)	 	 	 	 	debater	 as	 práticas	 sobre	multilinguismo	 para	 formar	melhor	 os</p><p>professores	de	línguas.</p><p>A	 resposta	 está	 no	 trecho	 “la	mejor	 enseñanza	 de	 una	 lengua	 incide	 en	 la</p><p>mejora	de	todas	las	demás.	Se	trata	de	educar	en	y	para	la	diversidad	lingüística</p><p>y	cultural”.	Ou	seja,	o	aprendizado	de	uma	língua	resulta	na	melhora	de	todas	as</p><p>outras.	 Estão	 sendo	 exploradas	 as	 relações	 entre	 as	 línguas	 estudadas	 para</p><p>promover	a	diversidade	linguística	e	cultural.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	05</p><p>Mayo</p><p>15</p><p>Que	mañana	no	sea	otro	nombre	de	hoy</p><p>En	 el	 año	 2011,	 miles	 de	 jóvenes,	 despojados	 de	 sus	 casas	 y	 de	 sus</p><p>empleos,	ocuparon	las	plazas	y	las	calles	de	varias	ciudades	de	España.</p><p>Y	la	indignación	se	difundió.	La	buena	salud	resultó	más	contagiosa	que	las</p><p>pestes,	y	las	voces	de	los	indignados	atravesaron	las	fronteras	dibujadas	en</p><p>los	mapas.	Así	resonaron	en	el	mundo:</p><p>Nos	dijeron	“¡a	la	puta	calle!”,	y	aquí	estamos.</p><p>Apaga	la	tele	y	enciende	la	calle.</p><p>La	llaman	crisis,	pero	es	estafa.</p><p>No	falta	dinero:	sobran	ladrones.</p><p>Los	mercados	gobiernan.	Yo	no	los	voté.</p><p>Ellos	toman	decisiones	por	nosotros,	sin	nosotros.</p><p>Se	alquila	esclavo	económico.</p><p>Estoy	buscando	mis	derechos.	¿Alguien	los	ha	visto?</p><p>Si	no	nos	dejan	soñar,	no	los	dejaremos	dormer</p><p>GALEANO,	E.	Los	hijos	de	los	dias.	Buenos	Aires:	Siglo	Veintiuno,	2012.</p><p>Ao	 elencar	 algumas	 frases	 proferidas	 durante	 protestos	 na	 Espanha,	 o</p><p>enunciador	transcreve,	de	forma	direta,	as	reivindicações	dos	manifestantes</p><p>para</p><p>a)					provocá-los	de	forma	velada.</p><p>b)				dar	voz	ao	movimento	popular.</p><p>c)					fomentar	o	engajamento	do	leitor.</p><p>d)				favorecer	o	diálogo	entre	governo	e	sociedade.</p><p>e)					instaurar	dúvidas	sobre	a	legitimidade	da	causa.</p><p>O	autor	transcreve	trechos	proferidos	pelo	povo	durante	os	protestos.	São	trechos</p><p>que	 traduzem	 o	 espírito	 das	 manifestações,	 com	 alta	 carga	 sensível	 e</p><p>reivindicativa.	Não	tem	indícios	no	texto	de	que	isso	foi	feito	para	“fomentar	o</p><p>engajamento	 do	 leitor”,	mas	 de	 uma	 coisa	 temos	 certeza:	 esses	 trechos	 que	 o</p><p>autor	reproduziu	definitivamente	dão	voz	ao	movimento.	E,	quando	em	dúvida</p><p>entre	duas	alternativas,	não	dê	chance	ao	azar:	sempre	marque	a	que	tem	menos</p><p>chance	de	estar	errada.	No	caso,	letra	“B”	é	a	resposta.</p><p>QUESTÃO	06</p><p>“A	 Declaração	 Universal	 dos	 Direitos	 Humanos	 está	 completando	 70</p><p>anos	em	tempos	de	desafios	crescentes,	quando	o	ódio,	a	discriminação	e	a</p><p>violência	 permanecem	 vivos”,	 disse	 a	 diretora-geral	 da	 Organização	 das</p><p>Nações	Unidas	 para	 a	Educação,	 a	Ciência	 e	 a	Cultura	 (Unesco),	Audrey</p><p>Azoulay.</p><p>“Ao	 final	da	Segunda	Guerra	Mundial,	 a	humanidade	 inteira	 resolveu</p><p>promover	 a	 dignidade	 humana	 em	 todos	 os	 lugares	 e	 para	 sempre.	Nesse</p><p>espírito,	 as	 Nações	 Unidas	 adotaram	 a	 Declaração	 Universal	 dos</p><p>Direitos	 Humanos	 como	 um	 padrão	 comum	 de	 conquistas	 para	 todos	 os</p><p>povos	e	todas	as	nações”,	disse	Audrey.</p><p>“Centenas	de	milhões	de	mulheres	e	homens	são	destituídos	e	privados</p><p>de	 condições	 básicas	 de	 subsistência	 e	 de	 oportunidades.	 Movimentos</p><p>populacionais	 forçados	 geram	 violações	 aos	 direitos	 em	 uma	 escala	 sem</p><p>precedentes.	A	Agenda	2030	para	o	Desenvolvimento	Sustentável	promete</p><p>não	deixar	ninguém	para	trás	–	e	os	direitos	humanos	devem	ser	o	alicerce</p><p>para	todo	o	progresso.”</p><p>Segundo	ela,	esse	processo	precisa	começar	o	quanto	antes	nas	carteiras</p><p>das	escolas.	Diante	disso,	a	Unesco	lidera	a	educação	em	direitos	humanos</p><p>para	 assegurar	 que	 todas	 as	meninas	 e	meninos	 saibam	 seus	 direitos	 e	 os</p><p>direitos	dos	outros.</p><p>Disponível	em:	https://nacoesunidas.org.	Acesso	em:	3	abr.	2018	(adaptado).</p><p>Defendendo	 a	 ideia	 de	 que	 “os	 direitos	 humanos	 devem	 ser	 o	 alicerce</p><p>para	todo	o	progresso”,	a	diretora-geral	da	Unesco	aponta,	como	estratégia</p><p>para	atingir	esse	fim,	a</p><p>a)		inclusão	de	todos	na	Agenda	2030.</p><p>b)	extinção	da	intolerância	entre	os	indivíduos.</p><p>c)		discussão	desse	tema	desde	a	educação	básica.</p><p>d)	conquista	de	direitos	para	todos	os	povos	e	nações.</p><p>e)		promoção	da	dignidade	humana	em	todos	os	lugares.</p><p>A	 pergunta	 é:	 qual	 a	 estratégia	 utilizada	 para	 assegurar	 que	 os	 direitos</p><p>humanos	 sejam	 o	 alicerce	 para	 o	 progresso?	 Você	 já	 circula	 a	 palavra</p><p>“estratégia”	porque	é	ela	que	vai	orientar	a	resposta.</p><p>Em	outras	palavras:	como	a	Unesco	pretende	colocar	em	prática	o	plano?</p><p>E	 a	 resposta	 está	 lá	 no	 último	 parágrafo:	 esse	 processo	 precisa	 começar	 o</p><p>quanto	antes	nas	carteiras	das	escolas.	Ou	seja:		essa	discussão	precisa	ser	tema</p><p>desde	a	educação	básica.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	07</p><p>A	 utilização	 de	 determinadas	 variedades	 linguísticas	 em	 campanhas</p><p>educativas	 tem	 a	 função	 de	 atingir	 o	 público-alvo	 de	 forma	mais	 direta	 e</p><p>eficaz.	No	caso	desse	texto,	identifica-se	essa	estratégia	pelo(a)</p><p>a)		discurso	formal	da	língua	portuguesa.</p><p>b)	registro	padrão	próprio	da	língua	escrita.</p><p>c)		seleção	lexical	restrita	à	esfera	da	medicina.</p><p>d)	fidelidade	ao	jargão	da	linguagem	publicitária.</p><p>e)		uso	de	marcas	linguísticas	típicas	da	oralidade.</p><p>De	novo,	a	pergunta	é	sobre	a	estratégia.	Ou	seja:	o	que	tem	no	texto	para</p><p>sensibilizar	o	leitor?</p><p>Para	atingir	o	leitor	de	forma	mais	direta	e	eficaz,	a	peça	publicitária	faz	uso</p><p>de	 termos	 típicos	da	oralidade.	É	como	se	estivesse	conversando	com	a	gente:</p><p>“está	difícil	largar	o	açúcar?”</p><p>Não	tem	uma	seleção	lexical	restrita	à	esfera	da	medicina.	Tudo	aqui	está	o</p><p>mais	simples	possível,	como	se	fosse	uma	conversa	mesmo.	Letra	“E”.</p><p>QUESTÃO	08</p><p>—	Famigerado?	[…]</p><p>—	Famigerado	é	“inóxio”,	é	“célebre”,	“notório”,	“notável”…</p><p>—	Vosmecê	mal	não	veja	em	minha	grossaria	no	não	entender.	Mais	me</p><p>diga:	 é	 desaforado?	 É	 caçoável?	 É	 de	 arrenegar?	 Farsância?	 Nome	 de</p><p>ofensa?</p><p>—	 Vilta	 nenhuma,	 nenhum	 doesto.	 São	 expressões	 neutras,	 de	 outros</p><p>usos…</p><p>—	Pois…	 e	 o	 que	 é	 que	 é,	 em	 fala	 de	 pobre,	 linguagem	de	 em	dia</p><p>de</p><p>semana?</p><p>—	Famigerado?	Bem.	É:	“importante”,	que	merece	louvor,	respeito…</p><p>ROSA,	G.	Famigerado.	In:	Primeiras	estórias.	Rio	de	Janeiro:	Nova	Fronteira,	2001.</p><p>Nesse	 texto,	 a	 associação	 de	 vocábulos	 da	 língua	 portuguesa	 a</p><p>determinados	dias	da	semana	remete	ao</p><p>a)		local	de	origem	dos	interlocutores.</p><p>b)	estado	emocional	dos	interlocutores.</p><p>c)		grau	de	coloquialidade	da	comunicação.</p><p>d)	nível	de	intimidade	entre	os	interlocutores.</p><p>e)		conhecimento	compartilhado	na	comunicação.</p><p>Adoro	a	palavra	famigerado,	a	propósito.</p><p>Aqui,	 a	 associação	 das	 palavras	 aos	 dias	 da	 semana	 remete	 à	 ideia	 de	 que</p><p>domingo	é	dia	de	missa,	e	dia	de	missa	é	dia	de	ser	chique	(tanto	na	vestimenta</p><p>quanto	na	escolha	de	palavras).	Logo,	dia	da	semana	é	dia	de	ser	menos	formal,</p><p>mais	coloquial.	Esse	contraste	entre	coloquial	vs.	formal	é	justamente	o	grau	de</p><p>coloquialidade.	Repare	que	a	palavra	“grau”	não	aparece	no	texto	original,	mas</p><p>é	justamente	o	que	ela	quer	dizer:	mais	coloquial	ou	menos	coloquial.	Resposta:</p><p>“C”.</p><p>Essa	questão	foi	interpretação	de	texto	pura.</p><p>QUESTÃO	09</p><p>Na	 sociologia	 e	 na	 literatura,	 o	 brasileiro	 foi	 por	 vezes	 tratado	 como</p><p>cordial	 e	 hospitaleiro,	mas	 não	 é	 isso	 o	 que	 acontece	 nas	 redes	 sociais:	 a</p><p>democracia	 racial	 apregoada	 por	 Gilberto	 Freyre	 passa	 ao	 largo	 do	 que</p><p>acontece	 diariamente	 nas	 comunidades	 virtuais	 do	 país.	 Levantamento</p><p>inédito	 realizado	 pelo	 projeto	 Comunica	 que	 Muda	 […]	 mostra	 em</p><p>números	a	 intolerância	do	 internauta	tupiniquim.	Entre	abril	e	 junho,	um</p><p>algoritmo	 vasculhou	 plataformas	 […]	 atrás	 de	 mensagens	 e	 textos	 sobre</p><p>temas	 sensíveis,	 como	 racismo,	 posicionamento	 político	 e	 homofobia.</p><p>Foram	 identificadas	 393	 284	 menções,	 sendo	 84%	 delas	 com	 abordagem</p><p>negativa,	de	exposição	do	preconceito	e	da	discriminação.</p><p>Disponível	em:	https://oglobo.globo.com.	Acesso	em:	6	dez.	2017	(adaptado).</p><p>Ao	 abordar	 a	 postura	 do	 internauta	 brasileiro	 mapeada	 por	 meio	 de</p><p>uma	pesquisa	em	plataformas	virtuais,	o	texto</p><p>a)		minimiza	o	alcance	da	comunicação	digital.</p><p>b)	refuta	ideias	preconcebidas	sobre	o	brasileiro.</p><p>c)		relativiza	responsabilidades	sobre	a	noção	de	respeito.</p><p>d)	exemplifica	conceitos	contidos	na	literatura	e	na	sociologia.</p><p>e)		expõe	a	ineficácia	dos	estudos	para	alterar	tal	comportamento.</p><p>O	texto	começa	apresentando	uma	ideia	preconcebida	sobre	o	brasileiro:	ele</p><p>é	sempre	cordial	e	hospitaleiro.	Mas	depois	ele	refuta	essa	ideia	ao	mostrar	que</p><p>no	ambiente	virtual	o	brasileiro	não	é	cordial,	coisa	nenhuma.	Protegido	atrás	de</p><p>uma	tela	de	computador,	o	brasileiro	pode	ser	bem	nojentinho.	(Em	comentários</p><p>nos	vídeos	do	YouTube	inclusive).</p><p>Resposta	certa:	“B”.</p><p>QUESTÃO	10</p><p>Quebranto</p><p>às	vezes	sou	o	policial	que	me	suspeito</p><p>me	peço	documentos</p><p>e	mesmo	de	posse	deles</p><p>me	prendo	e	me	dou	porrada</p><p>às	vezes	sou	o	porteiro</p><p>não	me	deixando	entrar	em	mim	mesmo</p><p>a	não	ser</p><p>pela	porta	de	serviço</p><p>[…]</p><p>às	vezes	faço	questão	de	não	me	ver</p><p>e	entupido	com	a	visão	deles</p><p>sinto-me	a	miséria	concebida	como	um	eterno</p><p>começo</p><p>fecho-me	o	cerco</p><p>sendo	o	gesto	que	me	nego</p><p>a	pinga	que	me	bebo	e	me	embebedo</p><p>o	dedo	que	me	aponto</p><p>e	denuncio</p><p>o	ponto	em	que	me	entrego.</p><p>às	vezes!…</p><p>CUTI.	Negroesia.	Belo	Horizonte:	Mazza,	2007	(fragmento).</p><p>Na	 literatura	 de	 temática	 negra	 produzida	 no	 Brasil,	 é	 recorrente	 a</p><p>presença	de	elementos	que	traduzem	experiências	históricas	de	preconceito</p><p>e	violência.	No	poema,	essa	vivência	revela	que	o	eu	lírico</p><p>a)		incorpora	seletivamente	o	discurso	do	seu	opressor.</p><p>b)	submete-se	à	discriminação	como	meio	de	fortalecimento.</p><p>c)		engaja-se	na	denúncia	do	passado	de	opressão	e	injustiças.</p><p>d)	sofre	uma	perda	de	identidade	e	de	noção	de	pertencimento.</p><p>e)		acredita	esporadicamente	na	utopia	de	uma	sociedade	igualitária.</p><p>O	eu-lírico	está	reproduzindo	no	poema	discursos	e	atitudes	praticados	pelo</p><p>lado	opressor:	o	policial	que	bate	sem	motivo,	o	porteiro	que	não	deixa	entrar	a</p><p>não	ser	pela	porta	de	serviço,	o	dedo	que	aponta	para	si	mesmo...</p><p>Ele	 está	 incorporando	 seletivamente	 o	 discurso	 do	 opressor.	 De	 tanto</p><p>escutar/vivenciar	essas	situações,	acabou	incorporando	isso	para	si	e	reproduziu</p><p>na	poesia.	E	é	isso	que	a	torna	tão	forte.</p><p>Resposta:	Letra	“A”.</p><p>QUESTÃO	11</p><p>TEXTO	II</p><p>A	body	art	põe	o	corpo	tão	em	evidência	e	o	submete	a	experimentações</p><p>tão	variadas,	que	sua	influência	estende-se	aos	dias	de	hoje.	Se	na	arte	atual</p><p>as	 possibilidades	 de	 investigação	 do	 corpo	 parecem	 ilimitadas	 –	 pode-</p><p>se	escolher	entre	representar,	apresentar,	ou	ainda	apenas	evocar	o	corpo	–</p><p>isso	ocorre	graças	ao	legado	dos	artistas	pioneiros.</p><p>SILVA,	P	R.	Corpo	na	arte,	body	art,	body	modification:	fronteiras.	II	Encontro	de	História	da	Arte:	IFCH-Unicamp,</p><p>2006	(adaptado).</p><p>Nos	textos,	a	concepção	de	body	art	está	relacionada	à	intenção	de</p><p>a)		estabelecer	limites	entre	o	corpo	e	a	composição.</p><p>b)	fazer	do	corpo	um	suporte	privilegiado	de	expressão.</p><p>c)		discutir	políticas	e	ideologias	sobre	o	corpo	como	arte.</p><p>d)	compreender	a	autonomia	do	corpo	no	contexto	da	obra.</p><p>e)		destacar	o	corpo	do	artista	em	contato	com	o	expectador.</p><p>Eu	 errei	 essa	 questão	 porque	 interpretei	mal	 a	 palavra	 “privilegiado”.	Não</p><p>marque	 “B”	 porque	 achei	 que	 “privilegiado”	 queria	 dizer	 que	 o	 corpo	 era</p><p>“melhor”	que	a	obra	de	arte	em	si,	mas	aqui	o	sentido	de	privilegiado	não	é	esse.</p><p>Na	verdade,	o	que	o	 texto	está	dizendo	é	 justamente	 isso:	antes	da	body	art,	o</p><p>corpo	era	só	um	corpo,	mas	graças	ao	legado	dos	artistas	pioneiros	ele	assumiu</p><p>um	papel	privilegiado	de	“suporte	de	expressão”.	A	body	art	elevou	o	corpo	da</p><p>condição	de	“só	um	corpo”	para	a	condição	de	“obra	de	arte”.</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	12</p><p>Deficientes	visuais	já	podem	ir	a	algumas	salas	de	cinema	e	teatros	para</p><p>curtir,	em	maior	intensidade,	as	atrações	em	cartaz.	Quem	ajuda	na	tarefa	é</p><p>o	 aplicativo	 Whatscine,	 recém-chegado	 ao	 Brasil	 e	 disponível	 para</p><p>os	 sistemas	 operacionais	 iOS	 (Apple)	 ou	 Android	 (Google).	 Ao	 ser</p><p>conectado	à	rede	wi-fí	de	cinemas	e	teatros,	o	app	sincroniza	um	áudio	que</p><p>descreve	o	que	ocorre	na	tela	ou	no	palco	com	o	espetáculo	em	andamento:</p><p>o	usuário,	então,	pode	ouvir	a	narração	em	seu	celular.</p><p>O	programa	foi	desenvolvido	por	pesquisadores	da	Universidade	Carlos</p><p>III,	em	Madri.	“Na	Espanha,	200	salas	de	cinema	já	oferecem	o	recurso	e</p><p>flimes	 de	 grandes	 estúdios	 já	 são	 exibidos	 com	o	 recurso	 do	Whatscine!”,</p><p>diz	o	brasileiro	Luis	Mauch,	que	trouxe	a	tecnologia	para	o	país.	“No	Brasil,</p><p>já	fechamos	parceria	com	a	São	Paulo	Companhia	de	Dança	para	adaptar</p><p>os	espetáculos	deles!	Isso	já	é	um	avanço.	Concorda?”</p><p>Disponível	em:	http://veja.abril.com.br.	Acesso	em:	25jun.	2014	(adaptado).</p><p>Por	ser	múltipla	e	apresentar	peculiaridades	de	acordo	com	a	 intenção</p><p>do	 emissor,	 a	 linguagem	 apresenta	 funções	 diferentes.	 Nesse	 fragmento,</p><p>predomina	 a	 função	 referencial	 da	 linguagem,	 porque	 há	 a	 presença	 de</p><p>elementos	que</p><p>a)					buscam	convencer	o	leitor,	incitando	o	uso	do	aplicativo.</p><p>b)				definem	o	aplicativo,	revelando	o	ponto	de	vista	da	autora.</p><p>c)					evidenciam	a	subjetividade,	explorando	a	entonação	emotiva.</p><p>d)				expõem	dados	sobre	o	aplicativo,	usando	linguagem	denotativa.</p><p>e)	 	 	 	 	 objetivam	 manter	 um	 diálogo	 com	 o	 leitor,	 recorrendo	 a	 uma</p><p>indagação.</p><p>Aqui,	 o	mínimo	de	 conhecimento	 sobre	 funções	da	 linguagem	 já	matava	 a</p><p>questão	 sem	 nem	 precisar	 ler	 o	 texto	 (daí	 a	 importância	 de	 ler	 o	 enunciado</p><p>antes	 do	 texto).	 Função	 referencial	 busca	 informar	 da	 forma	 mais	 simples	 e</p><p>clara	possível	 (eu	até	 falei	“função	referencial	na	veia!”	quando	falei	de	 textos</p><p>típicos	de	apostila).</p><p>O	 texto	 inteiro	 está	 informando	 o	 leitor	 por	meio	 de	 linguagem	 simples	 e</p><p>direta,	sem	metáforas	ou	inversões	complicadíssimas.	Claramente	não	foi	Kafka</p><p>que	escreveu	esse	texto.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	13</p><p>TEXTO	I</p><p>TEXTO	II</p><p>Imaginemos	 um	 cidadão,	 residente	 na	 periferia	 de	 um	 grande	 centro</p><p>urbano,	que	diariamente	acorda	às	5h	para	trabalhar,	enfrenta	em	média</p><p>2</p><p>horas	de	transporte	público,	em	geral	lotado,	para	chegar	às	8h	ao	trabalho.</p><p>Termina	o	expediente	às	17h	e	chega	em	casa	às	19h	para,	aí	sim,	cuidar	dos</p><p>afazeres	domésticos,	dos	 filhos	etc.	Como	dizer	a	 essa	pessoa	que	ela	deve</p><p>praticar	 exercícios,	 pois	 é	 importante	 para	 sua	 saúde?	 Como	 ela	 irá</p><p>entender	a	mensagem	da	 importância	do	exercício	 físico?	A	probabilidade</p><p>de	essa	pessoa	praticar	exercícios	regularmente	é	significativamente	menor</p><p>que	a	de	pessoas	da	classe	média/alta	que	vivem	outra	realidade.	Nesse	caso,</p><p>a	 abordagem	 individual	 do	 problema	 tende	 a	 fazer	 com	 que	 a	 pessoa	 se</p><p>sinta	 impotente	 em	 não	 conseguir	 praticar	 exercícios	 e,</p><p>consequentemente,	culpada	pelo	fato	de	ser	ou	estar	sedentária.</p><p>FERREIRA,	 M.	 S.	 Aptidão	 física	 e	 saúde	 na	 educação	 física	 escolar:	 ampliando	 o	 enfoque.	 RBCE,	 n.	 2,jan.	 2001</p><p>(adaptado).</p><p>O	segundo	 texto,	que	propõe	uma	reflexão	 sobre	o	primeiro	acerca	do</p><p>impacto	de	mudanças	no	estilo	de	vida	na	saúde,	apresenta	uma	visão</p><p>a)	 	 	 	 	 medicalizada,	 que	 relaciona	 a	 prática	 de	 exercícios	 físicos	 por</p><p>qualquer	indivíduo	à	promoção	da	saúde.</p><p>b)				ampliada,	que	considera	aspectos	sociais	intervenientes	na	prática	de</p><p>exercícios	no	cotidiano.</p><p>c)	 	 	 	 	 crítica,	 que	 associa	 a	 interferência	 das	 tarefas	 da	 casa	 ao</p><p>sedentarismo	do	indivíduo.</p><p>d)	 	 	 	 focalizada,	 que	 atribui	 ao	 indivíduo	 a	 responsabilidade	 pela</p><p>prevenção	de	doenças.</p><p>e)					geracional,	que	preconiza	a	representação	do	culto	à	jovialidade.</p><p>O	texto	II	critica	o	discurso	fácil	e	bonito	de	“faça	exercícios;	seu	futuro	está</p><p>em	suas	mãos”.	Tem	gente	que	não	tem	tempo	para	fazer	exercícios,	que	precisa</p><p>trabalhar	o	dia	inteiro	e	volta	para	casa	exausto.</p><p>Mas	 a	 resposta	 não	 é	 “C”	 porque	 o	 texto	 não	 associa	 a	 interferência	 das</p><p>tarefas	de	casa	ao	sedentarismo.	Muito	pelo	contrário:	ele	oferece	um	outro	olhar</p><p>para	 essa	 relação.	 É	 uma	 visão	 ampliada,	 que	 considera	 não	 só	 os	 aspectos</p><p>superficiais,	como	também	os	mais	profundos	aspectos	sociais	que	interferem	na</p><p>prática	de	exercícios	no	cotidiano.</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	14</p><p>No	tradicional	concurso	de	miss,	as	candidatas	apresentaram	dados	de</p><p>feminicídio,	abuso	sexual	e	estupro	no	país.</p><p>No	lugar	das	medidas	de	altura,	peso,	busto,	cintura	e	quadril,	dados	da</p><p>violência	 contra	 as	mulheres	 no	 Peru.	 Foi	 assim	 que	 as	 23	 candidatas	 ao</p><p>Miss	 Peru	 2017	 protestaram	 contra	 os	 altos	 índices	 de	 feminicídio	 e</p><p>abuso	sexual	no	país	no	tradicional	desflie	em	trajes	de	banho.</p><p>O	tom	político,	porém,	marcou	a	atração	desde	o	começo:	logo	no	início,</p><p>quando	as	peruanas	se	apresentaram,	uma	a	uma,	denunciaram	os	abusos</p><p>morais	e	 físicos,	a	exploração	sexual,	o	assédio,	entre	outros	crimes	contra</p><p>as	mulheres.</p><p>Disponível	em:	www.cartacapital.com.br.	Acesso	em:	29	nov.	2017.</p><p>Quanto	 à	 materialização	 da	 linguagem,	 a	 apresentação	 de	 dados</p><p>relativos	à	violência	contra	a	mulher</p><p>a)					configura	uma	discussão	sobre	os	altos	índices	de	abuso	físico	contra</p><p>as	peruanas.</p><p>b)				propõe	um	novo	formato	no	enredo	dos	concursos	de	beleza	feminina</p><p>c)					condena	o	rigor	estético	exigido	pelos	concursos	tradicionais.</p><p>d)				recupera	informações	sensacionalistas	a	respeito	desse	tema.</p><p>e)					subverte	a	função	social	da	fala	das	candidatas	a	miss.</p><p>O	que	 aconteceu	 nesse	 concurso	 foi	 que	 as	 candidatas	 a	miss,	 ao	 invés	 de</p><p>fazer	o	que	a	sociedade	estava	acostumada	(sorrir,	acenar	e	falar	coisinhas	fofas</p><p>e	 frágeis),	 fizeram	 valer	 de	 sua	 força	 e	 usaram	 aquele	 espaço	 para	 denunciar</p><p>crimes	de	abuso,	assédio	e	exploração	sexual.	Elas	subverteram	(romperam)	a</p><p>função	social	tradicional	da	fala	das	candidatas	a	miss.	Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	15</p><p>Dia	20/10</p><p>É	preciso	não	beber	mais.	Não	é	preciso	sentir	vontade	de	beber	e	não</p><p>beber:	é	preciso	não	sentir	vontade	de	beber.	É	preciso	não	dar	de	comer</p><p>aos	urubus.	É	preciso	fechar	para	balanço	e	reabrir.	É	preciso	não	dar	de</p><p>comer	aos	urubus.	Nem	esperanças	aos	urubus.	É	preciso	sacudir	a	poeira.</p><p>É	preciso	poder	beber	sem	se	oferecer	em	holocausto.	É	preciso.	É	preciso</p><p>não	 morrer	 por	 enquanto.	 É	 preciso	 sobreviver	 para	 verificar.	 Não</p><p>pensar	mais	na	solidão	de	Rogério,	e	deixá-lo.	É	preciso	não	dar	de	comer</p><p>aos	urubus.	É	preciso	enquanto	é	tempo	não	morrer	na	via	pública.</p><p>TORQUATO	NETO.	In:	MENDONÇA,	J.	(Org.)	Poesia	(im)popular	brasileira.</p><p>São	Bernardo	do	Campo:	Lamparina	Luminosa,	2012.</p><p>O	 processo	 de	 construção	 do	 texto	 formata	 uma	 mensagem	 por	 ele</p><p>dimensionada,	uma	vez	que</p><p>a)					configura	o	estreitamento	da	linguagem	poética.</p><p>b)				reflete	as	lacunas	da	lucidez	em	desconstrução.</p><p>c)					projeta	a	persistência	das	emoções	reprimidas.</p><p>d)				repercute	a	consciência	da	agonia	antecipada.</p><p>e)					revela	a	fragmentação	das	relações	humanas.</p><p>Alguém	entendeu	esse	texto?	Nossa	senhora...</p><p>Mas	ok...	depois	de	muito	ler,	até	que	não	é	tão	impossível	assim.	O	eu-lírico</p><p>está	 construindo	 um	 discurso	 imperativo	 aparentemente	 desconexo	 (não	 beba,</p><p>não	sinta	vontade,	não	dê	de	comer	aos	urubus).</p><p>Ele	dá	uma	série	de	ordens	a	si	mesmo	em	um	 fluxo	de	consciência.	Esse</p><p>“processo	 de	 construção	 do	 texto”	 repercute	 a	 consciência	 de	 uma	 agonia</p><p>antecipada:	 ele	 parece	 estar	 a	 caminho	 de	 fazer	 alguma	 coisa,	 mas	 já	 está</p><p>prevendo	 tudo	 que	 pode	 ou	 não	 pode	 fazer,	misturando	 passado	 com	presente</p><p>com	 futuro.	Algumas	 coisas	 são	 lógicas,	 e	 outras	 são	 talvez	 uma	 evocação	 de</p><p>algo	que	ele	ouviu	durante	a	vida.</p><p>Fluxo	de	consciência	é	uma	coisa	bem	doida.	Quem	nunca	leu	nenhum	texto</p><p>nesse	estilo	fica	perdido.	Mas	enfim.	Resposta:	“D”.</p><p>PS:	 Atualmente	 eu	 estou	 lendo	Ulysses,	 de	 James	 Joyce.	 E	 ele	 usa	muito</p><p>desse	recurso	de	fluxo	de	consciência.	Se	eu	tivesse	familiaridade	com	o	livro	na</p><p>época	do	ENEM,	teria	mais	facilidade	de	entender	esse	discurso	aparentemente</p><p>desconexo	 e	 provavelmente	 teria	 acertado	 a	 questão.	 É	 como	 eu	 sempre	 digo:</p><p>repertório	é	tudo.</p><p>QUESTÃO	16</p><p>Somente	 uns	 tufos	 secos	 de	 capim	 empedrados	 crescem	 na	 silenciosa</p><p>baixada	que	se	perde	de	vista.	Somente	uma	árvore,	grande	e	esgalhada	mas</p><p>com	 pouquíssimas	 folhas,	 abre-se	 em	 farrapos	 de	 sombra.	 Único	 ser	 nas</p><p>cercanias,	a	mulher	é	magra,	ossuda,	seu	rosto	está	lanhado	de	vento.	Não</p><p>se	vê	o	cabelo,	coberto	por	um	pano	desidratado.	Mas	seus	olhos,	a	boca,	a</p><p>pele	–	tudo	é	de	uma	aridez	sufocante.	Ela	está	de	pé.	A	seu	lado	está	uma</p><p>pedra.	O	sol	explode.</p><p>Ela	 estava	 de	 pé	 no	 fim	 do	 mundo.	 Como	 se	 andasse	 para	 aquela</p><p>baixada	 largando	para	 trás	suas	noções	de	si	mesma.	Não	tem	retratos	na</p><p>memória.	 Desapossada	 e	 despojada,	 não	 se	 abate	 em	 autoacusações	 e</p><p>remorsos.	Vive.</p><p>Sua	 sombra	 somente	 é	 que	 lhe	 faz	 companhia.	 Sua	 sombra,	 que	 se</p><p>derrama	em	traços	grossos	na	areia,	é	que	adoça	como	um	gesto	a	claridade</p><p>esquelética.	 A	 mulher	 esvaziada	 emudece,	 se	 dessangra,	 se	 cristaliza,	 se</p><p>mineraliza.	Já	é	quase	de	pedra	como	a	pedra	a	seu	lado.	Mas	os	traços	de</p><p>sua	sombra	caminham	e,	tornando-se	mais	longos	e	finos,	esticam-se	para	os</p><p>farrapos	de	sombra	da	ossatura	da	árvore,	com	os	quais	se	enlaçam.</p><p>FRÓES,	L.	Vertigens:	obra	reunida.	Rio	de	Janeiro:	Rocco,	1998</p><p>Na	apresentação	da	paisagem	 e	 da	personagem,	 o	 narrador	 estabelece</p><p>uma	 correlação	 de	 sentidos	 em	 que	 esses	 elementos	 se	 entrelaçam.	 Nesse</p><p>processo,	a	condição	humana	configura-se</p><p>a)		amalgamada	pelo	processo	comum	de	desertificação	e	de	solidão.</p><p>b)	fortalecida	pela	adversidade	extensiva	à	terra	e	aos	seres	vivos</p><p>c)		redimensionada	pela	intensidade	da	luz	e	da	exuberância	local.</p><p>d)	imersa	num	drama	existencial	de	identidade	e	de	origem.</p><p>e)		imobilizada	pela	escassez	e	pela	opressão	do	ambiente.</p><p>Em	primeiro	lugar:	que	texto	lindo.	A	mulher	está	em	meio	ao	nada,	somente</p><p>com	a	sombra	como	companhia	(solidão),	e	sua	condição	humana	“se	derrama”,</p><p>se	 mescla	 com	 a	 natureza	 ao	 redor.	 E	 é	 essa	 justamente	 a	 definição	 de</p><p>amálgama:	uma	junção,	uma	mistura.</p><p>Resposta	certa:	“A”.</p><p>Talvez	“D”	e	“E”	deixassem	a	pessoa	na	dúvida,	mas</p><p>nada	no	texto	sugere	um	drama	existencial,	e	a	mulher	não	está	imobilizada	pela</p><p>escassez	 e	 pela	 opressão	 do	 ambiente.	 Nós	 estamos	 acostumados	 a	 ler	 textos</p><p>sobre	 seca	e	 já	associar	ao	ambiente	opressor	do	Nordeste	brasileiro.	Mas	este</p><p>texto	é	diferente.</p><p>Aqui,	a	mulher	perde	momentaneamente	sua	condição	humana	quase	como</p><p>em	um	processo	de	identificação	com	o	ambiente	desértico	à	sua	volta,	não	de</p><p>opressão.</p><p>QUESTÃO	17</p><p>Aconteceu	mais	de	uma	vez:	ele	me	abandonou.	Como	todos	os	outros.	O</p><p>quinto.	A	gente	 já	estava	 junto	há	mais	de	um	ano.	Parecia	que	dessa	vez</p><p>seria	 para	 sempre.	 Mas	 não:	 ele	 desapareceu	 de	 repente,	 sem	 deixar</p><p>rastro.	 Quando	 me	 dei	 conta,	 fiquei	 horas	 ligando	 sem	 parar	 –	 mas	 só</p><p>chamava,	chamava,	e	ninguém	atendia.	E	então	fiz	o	que	precisava	ser	feito:</p><p>bloqueei	a	linha.</p><p>A	verdade	é	que	nenhum	telefone	celular	me	suporta.	Já	tentei	de	todas</p><p>as	marcas	e	operadoras,	apenas	para	descobrir	que	eles	são	todos	iguais:	na</p><p>primeira	 oportunidade,	 dão	 no	 pé.	 Esse	 último	 aproveitou	 que	 eu	 estava</p><p>distraído	e	não	desceu	do	táxi	junto	comigo.	Ou	será	que	ele	já	tinha	pulado</p><p>do	meu	bolso	no	momento	em	que	eu	embarcava	no	táxi?	Tomara	que	sim.</p><p>Depois	 de	 fazer	 o	 que	 me	 fez,	 quero	 mais	 é	 que	 ele	 tenha	 ido	 parar	 na</p><p>sarjeta.	[…]	Se	ainda	fossem	embora	do	jeito	que	chegaram,	tudo	bem.	[…]</p><p>Mas	 já	 sei	 o	 que	 vou	 fazer.	 No	 caminho	 da	 loja	 de	 celulares,	 vou</p><p>passar	numa	papelaria.	Pensando	bem,	nenhuma	das	minhas	agendinhas	de</p><p>papel	jamais	me	abandonou.</p><p>FREIRE,	R.	Começar	de	novo.	O	Estado	de	S.	Paulo,	24	nov.	2006</p><p>Nesse	fragmento,	a	fim	de	atrair	a	atenção	do	leitor	e	de	estabelecer	um</p><p>fio	condutor	de	sentido,	o	autor	utiliza-se	de</p><p>a)		primeira	pessoa	do	singular	para	imprimir	subjetividade	ao	relato	de</p><p>mais	uma	desilusão	amorosa.</p><p>b)	 ironia	 para	 tratar	 da	 relação	 com	 os	 celulares	 na	 era	 de	 produtos</p><p>altamente	descartáveis.</p><p>c)	 	 frases	 feitas	 na	 apresentação	 de	 situações	 amorosas	 estereotipadas</p><p>para	construir	a	ambientação	do	texto.</p><p>d)	 quebra	 de	 expectativa	 como	 estratégia	 argumentativa	 para	 ocultar</p><p>informações.</p><p>e)	 	verbos	no	 tempo	pretérito	para	 enfatizar	uma	aproximação	 com	os</p><p>fatos	abordados	ao	longo	do	texto.</p><p>Lendo	 só	 o	 primeiro	 parágrafo,	 parece	 que	 é	 o	 relato	 de	 alguém	 que	 foi</p><p>abandonado	pelo	namorado/amante/esposo.	E	só	no	segundo	parágrafo	fica	claro</p><p>que	 na	 verdade	 esse	 “alguém”	 era	 o	 celular.	Há	 uma	quebra	 de	 expectativa,</p><p>mas	a	resposta	não	é	“D”	porque	essa	quebra	de	expectativa	não	tem	o	objetivo</p><p>de	ocultar	informações.	A	pergunta	do	enunciado	é:	o	que	o	autor	fez	para	atrair</p><p>a	 atenção	do	 leitor?	E	o	que	o	 autor	 fez	 foi	 usar	 frases	 feitas,	 estereótipos	de</p><p>término	 de	 relacionamento	 (“ele	 desapareceu	 de	 repente”,	 por	 exemplo),	 para</p><p>estabelecer	o	fio	condutor	da	narrativa.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	18</p><p>Enquanto	isso,	nos	bastidores	do	universo</p><p>Você	 planeja	 passar	 um	 longo	 tempo	 em	 outro	 país,	 trabalhando	 e</p><p>estudando,	mas	o	universo	está	preparando	a	chegada	de	um	amor	daqueles</p><p>de	tirar	o	chão,	um	amor	que	fará	você	jogar	fora	seu	atlas	e	criar	raízes	no</p><p>quintal	como	se	fosse	uma	figueira.</p><p>Você	 treina	 para	 a	 maratona	 mais	 desafiadora	 de	 todas,	 mas	 não</p><p>chegará	 com	 as	 duas	 pernas	 intactas	 na	 hora	 da	 largada,	 e	 a	 primeira</p><p>perplexidade	será	esta:	a	experiência	da	frustração.</p><p>O	 universo	 nunca	 entrega	 o	 que	 promete.	 Aliás,	 ele	 nunca	 prometeu</p><p>nada,	você	é	que	escuta	vozes.</p><p>No	dia	em	que	você	pensa	que	não	tem	nada	a	dizer	para	o	analista,	faz</p><p>a	revelação	mais	bombástica	dos	seus	dois	anos	de	terapia.	O	resultado	de</p><p>um	 exame	 de	 rotina	 coloca	 sua	 rotina	 de	 cabeça	 para	 baixo.	 Você	 não</p><p>imaginava	que	 iriam	 tantos	 amigos	 à	 sua	 festa,	 e	 tampouco	 imaginou	que</p><p>justo	 sua	 grande	 paixão	 não	 iria.	 Quando	 achou	 que	 estava	 bela,	 não</p><p>arrasou	corações.	Quando	saiu	sem	maquiagem	e	com	uma	camiseta	puída,</p><p>chamou	 a	 atenção.	 E	 assim	 seguem	 os	 dias	 à	 prova	 de	 planejamento	 e</p><p>contrariando	 nossas	 vontades,	 pois,	 por	 mais	 que	 tenhamos	 ensaiado</p><p>nossa	 fala	 e	 estejamos	 preparados	 para	 a	melhor	 cena,	 nos	 bastidores	 do</p><p>universo	alguém	troca	nosso	papel	de	última	hora,	tornando	surpreendente</p><p>a	nossa	vida.</p><p>MEDEIROS,	M.	O	Globo,	21	jun.	2015.</p><p>Entre	 as	 estratégias	 argumentativas	 utilizadas	 para	 sustentar	 a	 tese</p><p>apresentada	nesse	fragmento,	destaca-se	a	recorrência	de</p><p>a)	 	 estruturas	 sintáticas	 semelhantes,	 para	 reforçar	 a	 velocidade	 das</p><p>mudanças	da	vida.</p><p>b)	 marcas	 de	 interlocução,	 para	 aproximar	 o	 leitor	 das	 experiências</p><p>vividas	pela	autora.</p><p>c)	 	 formas	 verbais	 no	 presente,	 para	 exprimir	 reais	 possibilidades	 de</p><p>concretização	das	ações.</p><p>d)	 construções	 de	 oposição,	 para	 enfatizar	 que	 as	 expectativas	 são</p><p>afetadas	pelo	inesperado.</p><p>e)		sequências	descritivas,	para	promover	a	identificação	do	leitor	com	as</p><p>situações	apresentadas.</p><p>Eu	fiquei	em	dúvida	entre	“B”	e	“D”.	Mas	a	resposta	é	“D”.</p><p>Até	 existe	 a	 recorrência	 de	 marcas	 de	 interlocução,	 mas	 a	 estratégia</p><p>argumentativa	para	convencer	o	leitor	é	a	recorrência	de	expectativas	frustradas:</p><p>“você	quer	X,	MAS...”.	O	mais	forte	aqui	não	é	o	“você”,	mas	essa	oposição	de</p><p>ideias,	que	enfatiza	que	as	expectativas	são	afetadas	pelo	inesperado.</p><p>Repare	que	 a	pergunta	 é	o	que	 se	destaca	 no	 trecho.	Estão	perguntando	o</p><p>que	 é	mais	 forte,	 não	 o	 que	 existe	 no	 trecho.	 É	 claro	 que	 existem	marcas	 de</p><p>interlocução	(“B”),	mas	o	ponto	principal	não	é	esse.	É	a	oposição	de	ideias!</p><p>QUESTÃO	19</p><p>A	 internet	 proporcionou	 o	 surgimento	 de	 novos	 paradigmas	 sociais	 e</p><p>impulsionou	 a	 modificação	 de	 outros	 já	 estabelecidos	 nas	 esferas	 da</p><p>comunicação	e	da	informação.	A	principal	consequência	criticada	na	tirinha</p><p>sobre	esse	processo	é	a</p><p>a)		criação	de	memes.</p><p>b)	ampliação	da	blogosfera.</p><p>c)		supremacia	das	ideias	cibernéticas.</p><p>d)	comercialização	de	pontos	de	vista.</p><p>e)		banalização	do	comércio	eletrônico.</p><p>Os	 três	 quadrinhos	 dão	 a	 entender	 que	 com	 a	 internet	 os	 pontos	 de	 vista</p><p>deixaram	de	 ser	genuínos	e	 se	 tornaram	mercadorias:	no	primeiro,	o	blogueiro</p><p>mudou	de	ideologia	para	se	tornar	“profissional”	(e	talvez	ganhar	mais	dinheiro</p><p>com	 isso);	 no	 segundo,	 memes	 e	 textões	 viraram	 produtos	 com	 preço	 bem</p><p>definidos;	e	no	terceiro	a	opinião	na	internet	virou	um	produto	bem	caro.	Tudo</p><p>faz	referência	à	comercialização	de	pontos	de	vista.</p><p>Resposta:	“D”</p><p>QUESTÃO	20</p><p>Vó	 Clarissa	 deixou	 cair	 os	 talheres	 no	 prato,	 fazendo	 a	 porcelana</p><p>estalar.	 Joaquim,	meu	primo,	 continuava	 com	o	queixo	 suspenso,	batendo</p><p>com	o	garfo	nos	lábios,	esperando	a	resposta.	Beatriz	ecoou	a	palavra	como</p><p>pergunta,	“o	que	é	 lésbica?”.	Eu	fiquei	muda.	Joaquim	sabia	sobre	mim	e</p><p>me	entregaria	para	a	vó	e,	mais	tarde,	para	toda	a	família.	Senti	um	calor</p><p>letal	subir	pelo	meu	pescoço	e	me	doer	atrás	das	orelhas.	Previ	a	cena:	vó,	a</p><p>senhora	é	lésbica?	Porque	a	Joana	é.	A	vergonha	estava	na	minha	cara	e	me</p><p>denunciava	 antes	 mesmo	 da	 delação.	 Apertei	 os	 olhos	 e	 contraí	 o	 peito,</p><p>esperando	o	tiro.	[…]</p><p>[…]	 Pensei	 na	 naturalidade	 com	 que	 Taís	 e	 eu	 levávamos	 a	 nossa</p><p>história.	Pensei	na	minha	insegurança	de	contar	isso	à	minha	família,	pensei</p><p>em	todos	os	colegas	e	professores	que	já	sabiam,	fechei	os	olhos	e	vi	a	boca</p><p>da	 minha	 vó	 e	 a	 boca	 da	 tia	 Carolina	 se	 tocando,	 apesar	 de	 todos	 os</p><p>impedimentos.	 Eu	 quis	 saber	mais,	 eu	 quis	 saber	 tudo,	mas	 não	 consegui</p><p>perguntar.</p><p>POLESSO,	N.	B.	Vó,	a	senhora	é	lésbica?	Amora.	Porto	Alegre:	Não	Editora,	2015	(fragmento)</p><p>A	situação	narrada	revela	uma	tensão	fundamentada	na	perspectiva	do</p><p>a)		conflito	com	os	interesses	de	poder.</p><p>b)	silêncio	em	nome	do	equilíbrio	familiar.</p><p>c)		medo	instaurado	pelas	ameaças	de	punição.</p><p>d)	choque	imposto	pela	distância	entre	as	gerações.</p><p>e)		apego	aos	protocolos	de	conduta	segundo	os	gêneros.</p><p>A	 tensão	 da	 situação	 narrada	 está</p><p>justamente	 no	 silêncio.	 A	 menina	 está</p><p>prevendo	 a	 cena	 que	 vai	 se	 desenrolar	 se	 ela	 contar	 à	 família	 sobre	 a	 sua</p><p>orientação	sexual.	Nesse	exato	momento	impera	um	silêncio	sepulcral.	O	que	vai</p><p>acontecer	 em	 seguida?	O	eu-lírico,	 apesar	 de	 levar	 com	naturalidade	 a	 própria</p><p>orientação,	não	imaginou	que	para	os	outros	aquilo	seria	um	escândalo	(a	ponto</p><p>de	ficarem	de	queixo	suspenso,	deixarem	cair	os	talheres	no	prato,	etc.).	Ela	fica</p><p>em	silêncio	para	evitar	um	escândalo	ainda	maior.	Ela	fica	em	silêncio	em	nome</p><p>do	equilíbrio	familiar.</p><p>Letra	“B”.</p><p>QUESTÃO	21</p><p>Ó	Pátria	amada,</p><p>Idolatrada,</p><p>Salve!	Salve!</p><p>Brasil,	de	amor	eterno	seja	símbolo</p><p>O	lábaro	que	ostentas	estrelado,</p><p>E	diga	o	verde-louro	dessa	flâmula</p><p>—	“Paz	no	futuro	e	glória	no	passado.”</p><p>Mas,	se	ergues	da	justiça	a	clava	forte,</p><p>Verás	que	um	filho	teu	não	foge	à	luta,</p><p>Nem	teme,	quem	te	adora,	a	própria	morte.</p><p>Terra	adorada,</p><p>Entre	outras	mil,</p><p>És	tu,	Brasil,</p><p>Ó	Pátria	amada!</p><p>Dos	filhos	deste	solo	és	mãe	gentil,</p><p>Pátria	amada,	Brasil!</p><p>Hino	Nacional	do	Brasil.	Letra:	Joaquim	Osório	Duque	Estrada.</p><p>Música:	Francisco	Manuel	da	Silva	(fragmento).</p><p>O	 uso	 da	 norma-padrão	 na	 letra	 do	 Hino	 Nacional	 do	 Brasil	 é</p><p>justificado	por	tratar-se	de	um(a)</p><p>a)		reverência	de	um	povo	a	seu	país.</p><p>b)	gênero	solene	de	característica	protocolar.</p><p>c)		canção	concebida	sem	interferência	da	oralidade.</p><p>d)	escrita	de	uma	fase	mais	antiga	da	língua	portuguesa.</p><p>e)		artefato	cultural	respeitado	por	todo	o	povo	brasileiro.</p><p>Eu	 errei	 essa	 questão	 porque	 interpretei	 errado	 o	 enunciado.	 Entendi	 que</p><p>estavam	 perguntando	 o	 porquê	 de	 o	 hino	 nacional	 ser	 tão	 rebuscado,	 mas	 na</p><p>verdade	só	estão	perguntando	por	que	foi	usada	a	norma-padrão.</p><p>E	a	norma-padrão	 foi	usada	porque	é	um	texto	oficial,	 institucional.	É	um</p><p>gênero	solene	de	característica	protocolar	(ou	seja,	é	um	texto	oficial	que	não</p><p>pode	se	dar	ao	luxo	de	usar	português	errado	ou	cheio	de	gírias).</p><p>Resposta:	“B”</p><p>QUESTÃO	22</p><p>A	fotografia	exibe	a	fachada	de	um	supermercado	em	Foz	do	Iguaçu,	cuja</p><p>localização	 transfronteiriça	 é	 marcada	 tanto	 pelo	 limite	 com	 Argentina	 e</p><p>Paraguai	quanto	pela	presença	de	outros	povos.	Essa	fachada	revela	o(a)</p><p>a)		apagamento	da	identidade	linguística.</p><p>b)	planejamento	linguístico	no	espaço	urbano.</p><p>c)		presença	marcante	da	tradição	oral	na	cidade.</p><p>d)	disputa	de	comunidades	linguísticas	diferentes.</p><p>e)		poluição	visual	promovida	pelo	multilinguismo.</p><p>A	 fachada	 com	 textos	 em	 diversos	 idiomas	 mostra	 uma	 lógica	 bem</p><p>inteligente:	 ora,	 se	 pessoas	 de	 vários	 povos	 vão	 passar	 diante	 daquele</p><p>supermercado,	 para	 atrair	 o	máximo	 de	 compradores	 possível,	 as	 informações</p><p>devem	ser	escritas	em	outros	idiomas.	Um	árabe	que	não	entende	português	não</p><p>vai	entrar	no	supermercado	se	não	souber	que	o	prédio	é	um	supermercado.</p><p>Colocaram	 vários	 idiomas	 na	 fachada	 porque	 fizeram	 um	 planejamento</p><p>linguístico	para	aquele	espaço	urbano.	Letra	“B”.</p><p>QUESTÃO	23</p><p>O	 trabalho	 não	 era	 penoso:	 colar	 rótulos,	 meter	 vidros	 em	 caixas,</p><p>etiquetá-las,	 selá-las,	 envolvê-las	 em	 papel	 celofane,	 branco,	 verde,	 azul,</p><p>conforme	 o	 produto,	 separá-las	 em	 dúzias…	 Era	 fastidioso.	 Para	 passar</p><p>mais	rapidamente	as	oito	horas	havia	o	remédio:	conversar.	Era	proibido,</p><p>mas	quem	ia	atrás	de	proibições?	O	patrão	vinha?	Vinha	o	encarregado	do</p><p>serviço?	 Calavam	 o	 bico,	 aplicavam-se	 ao	 trabalho.	 Mal	 viravam	 as</p><p>costas,	 voltavam	 a	 taramelar.	 As	 mãos	 não	 paravam,	 as	 línguas	 não</p><p>paravam.	 Nessas	 conversas	 intermináveis,	 de	 linguagem	 solta	 e	 assuntos</p><p>crus,	 Leniza	 se	 completou.	 Isabela,	 Afonsina,	 Idália,	 Jurete,	 Deolinda	 –</p><p>foram	 mestras.	 O	 mundo	 acabou	 de	 se	 desvendar.	 Leniza	 perdeu	 o</p><p>tom	ingênuo	que	ainda	podia	ter.	Ganhou	um	jogar	de	corpo	que	convida,</p><p>um	quebrar	de	olhos	que	promete	tudo,	à	toa,	gratuitamente.	Modificou-se</p><p>o	 timbre	 de	 sua	 voz.	 Ficou	 mais	 quente.	 A	 própria	 inteligência	 se</p><p>transformou.	Tornou-se	mais	aguda,	mais	trepidante</p><p>REBELO,	M.	A	estrela	sobe.	Rio	de	Janeiro:	José	Olympio,	2009.</p><p>O	romance,	de	1939,	traz	à	cena	tipos	e	situações	que	espelham	o	Rio	de</p><p>Janeiro	 daquela	 década.	 No	 fragmento,	 o	 narrador	 delineia	 esse	 contexto</p><p>centrado	no</p><p>a)		julgamento	da	mulher	fora	do	espaço	doméstico.</p><p>b)	relato	sobre	as	condições	de	trabalho	no	Estado	Novo.</p><p>c)		destaque	a	grupos	populares	na	condição	de	protagonistas.</p><p>d)	processo	de	inclusão	do	palavrão	nos	hábitos	de	linguagem.</p><p>e)		vínculo	entre	as	transformações	urbanas	e	os	papéis	femininos.</p><p>No	 início	 do	 século	 XX,	 as	 mulheres	 começaram	 a	 deixar	 o	 ambiente</p><p>doméstico	para	também	ir	trabalhar	em	fábricas.	O	contexto	(como	o	enunciado</p><p>pede),	 então,	 estava	 centrado	 no	 vínculo	 (na	 relação)	 entre	 essas</p><p>transformações	 urbanas	 e	 os	 papéis	 femininos,	 que	 não	 eram	 mais</p><p>exclusivamente	domésticos.	Letra	“E”.</p><p>QUESTÃO	24</p><p>A	imagem	da	negra	e	do	negro	em	produtos	de	beleza	e	a	estética	do</p><p>racismo</p><p>Resumo:	 Este	 artigo	 tem	 por	 finalidade	 discutir	 a	 representação	 da</p><p>população	negra,	especialmente	da	mulher	negra,	em	imagens	de	produtos</p><p>de	 beleza	 presentes	 em	 comércios	 do	 nordeste	 goiano.	 Evidencia-se	 que	 a</p><p>presença	 de	 estereótipos	 negativos	 nessas	 imagens	 dissemina	 um</p><p>imaginário	 racista	 apresentado	 sob	 a	 forma	 de	 uma	 estética	 racista	 que</p><p>camufla	a	exclusão	e	normaliza	a	inferiorização	sofrida	pelos(as)	negros(as)</p><p>na	 sociedade	 brasileira.	 A	 análise	 do	 material	 imagético	 aponta	 a</p><p>desvalorização	 estética	 do	 negro,	 especialmente	 da	 mulher	 negra,	 e	 a</p><p>idealização	da	beleza	e	do	branqueamento	a	serem	alcançados	por	meio	do</p><p>uso	 dos	 produtos	 apresentados.	 O	 discurso	 midiático-publicitário	 dos</p><p>produtos	 de	 beleza	 rememora	 e	 legitima	 a	 prática	 de	 uma	 ética</p><p>racista	construída	e	atuante	no	cotidiano.	Frente	a	essa	discussão,	sugere-se</p><p>que	o	trabalho	antirracismo,	feito	nos	diversos	espaços	sociais,	considere	o</p><p>uso	 de	 estratégias	 para	 uma	 “descolonização	 estética”	 que	 empodere	 os</p><p>sujeitos	 negros	 por	 meio	 de	 sua	 valorização	 estética	 e	 protagonismo	 na</p><p>construção	de	uma	ética	da	diversidade.</p><p>Palavras-chave:	Estética,	racismo,	mídia,	educação,	diversidade.</p><p>SANT’ANA,	J.	A	imagem	da	negra	e	do	negro	em	produtos	de	beleza	e	a	estética	do	racismo.	Dossiê:	trabalho	e	educação</p><p>básica.	Margens	Interdisciplinar.</p><p>Versão	digital.	Abaetetuba,	n.16,jun.	2017	(adaptado).</p><p>O	 cumprimento	 da	 função	 referencial	 da	 linguagem	 é	 uma	 marca</p><p>característica	 do	 gênero	 resumo	 de	 artigo	 acadêmico.	 Na	 estrutura	 desse</p><p>texto,	essa	função	é	estabelecida	pela</p><p>a)	 	 impessoalidade,	 na	 organização	 da	 objetividade	 das	 informações,</p><p>como	em	“Este	artigo	tem	por	finalidade”	e	“Evidencia-se”.</p><p>b)	 	 seleção	 lexical,	 no	 desenvolvimento	 sequencial	 do	 texto,	 como	 em</p><p>“imaginário	racista”	e	“estética	do	negro”.</p><p>c)		metaforização,	relativa	à	construção	dos	sentidos	figurados,	como	nas</p><p>expressões	“descolonização	estética”	e	“discurso	midiático-publicitário”.</p><p>d)	 	 nominalização,	 produzida	 por	 meio	 de	 processos	 derivacionais	 na</p><p>formação	de	palavras,	como	“inferiorização”	e	“desvalorização”.</p><p>e)	 	 adjetivação,	 organizada	 para	 criar	 uma	 terminologia	 antirracista,</p><p>como	em	“ética	da	diversidade”	e	“descolonização	estética”.</p><p>Outra	vez	função	referencial!	 Importante	estudar	as	 funções	da	 linguagem</p><p>mesmo!	E	o	 texto	 aqui	 é	 um	 resumo	de	 artigo	 científico,	 que	deve	 ser	 o	mais</p><p>instrutivo	e	menos	rebuscado	possível.	É	função	referencial	pura.</p><p>Mas	 o	 que	 estabelece	 a	 função	 referencial?	 Não	 é	 o	 desenvolvimento</p><p>sequencial	 do	 texto	 como	 a	 letra	 “B”	 está	 dizendo.	 Existem	 textos</p><p>completamente	metafóricos	em	que	o	desenvolvimento	ainda	é	sequencial.	Então</p><p>o	 que	 realmente	 caracteriza	 a	 função	 referencial	 é	 a	 impessoalidade,	 a</p><p>organização	e	a	objetividade.	Letra	“A”.</p><p>QUESTÃO	25</p><p>ROSA,	R.	Grande	sertão:	veredas:	adaptação	da	obra	de	João	Guimarães	Rosa.	São	Paulo:	Globo,	2014	(adaptado).</p><p>A	 imagem	 integra</p><p>uma	 adaptação	 em	 quadrinhos	 da	 obra	 Grande</p><p>sertão:	 veredas,	 de	 Guimarães	 Rosa.	 Na	 representação	 gráfica,	 a	 inter-</p><p>relação	de	diferentes	linguagens	caracteriza-se	por</p><p>a)		romper	com	a	linearidade	das	ações	da	narrativa	literária.</p><p>b)	ilustrar	de	modo	fidedigno	passagens	representativas	da	história.</p><p>c)		articular	a	tensão	do	romance	à	desproporcionalidade	das	formas.</p><p>d)	 potencializar	 a	 dramaticidade	 do	 episódio	 com	 recursos	 das	 artes</p><p>visuais.</p><p>e)	 	desconstruir	 a	 diagramação	 do	 texto	 literário	 pelo	 desequilíbrio	 da</p><p>composição.</p><p>Questão	interessante.	Letras	“A”,	“C”,	“D”	e	“E”	fazem	total	sentido.	Mas	a</p><p>pergunta	 é:	 a	 inter-relação	 das	diferentes	 linguagens	 tem	 por	 característica	 o</p><p>quê?	Qual	a	característica	dessa	inter-relação?</p><p>“A”:	O	que	rompe	a	linearidade	é	a	sobreposição	dos	quadrinhos,	e	isso	é	só</p><p>linguagem	visual.	Não	tem	a	ver	com	a	inter-relação	de	linguagens.</p><p>“C”:	O	que	articula	a	tensão	à	desproporcionalidade	das	formas	também	é	só</p><p>a	linguagem	visual.	Não	é	a	inter-relação	entre	linguagem	visual	e	escrita	que	faz</p><p>isso.</p><p>“E”:	Sobre	a	diagramação...	mesma	coisa.	A	diagramação	é	100%	linguagem</p><p>visual,	não	a	inter-relação	entre	as	linguagens.</p><p>“A”,	“C”	e	“E”	 fazem	referência	puramente	ao	estilo	de	desenho,	mas	não</p><p>fazem	 referência	 ao	 texto	 escrito.	 E	 o	 enunciado	 quer	 justamente	 dessa	 inter-</p><p>relação	de	linguagens:	visual	+	escrita.</p><p>Então	só	a	“D”	é	certa:	os	elementos	da	 linguagem	visual	potencializam	a</p><p>força	da	mensagem	escrita.	A	letra	“D”	fala	justamente	dessa	inter-relação,	e	por</p><p>isso	ela	é	a	certa.</p><p>QUESTÃO	26</p><p>Tanto	 os	 Jogos	 Olímpicos	 quanto	 os	 Paralímpicos	 são	 mais	 que	 uma</p><p>corrida	por	recordes,	medalhas	e	busca	da	excelência.	Por	trás	deles	está	a</p><p>filosofia	 do	 barão	 Pierre	 de	 Coubertin,	 fundador	 do	 Movimento</p><p>Olímpico.	 Como	 educador,	 ele	 viu	 nos	 Jogos	 a	 oportunidade	 para	 que	 os</p><p>povos	desenvolvessem	valores,	que	poderiam	ser	aplicados	não	somente	ao</p><p>esporte,	 mas	 à	 educação	 e	 à	 sociedade.	 Existem	 atualmente	 sete	 valores</p><p>associados	aos	Jogos.	Os	valores	olímpicos	são:	a	amizade,	a	excelência	e	o</p><p>respeito,	enquanto	os	valores	paralímpicos	são:	a	determinação,	a	coragem,</p><p>a	igualdade	e	a	inspiração.</p><p>MIRAGAYA,	 A.	 Valores	 para	 toda	 a	 vida.	 Disponível	 em:	 www.esporteessencial.com.br.	 Acesso	 em:	 9	 ago.	 2017</p><p>(adaptado).</p><p>No	contexto	das	aulas	de	Educação	Física	escolar,	os	valores	olímpicos	e</p><p>paralímpicos	podem	ser	identificados	quando	o	colega</p><p>a)	 	 procura	 entender	 o	 próximo,	 assumindo	 atitudes	 positivas	 como</p><p>simpatia,	empatia,	honestidade,	compaixão,	confiança	e	solidariedade,	o	que</p><p>caracteriza	o	valor	da	igualdade.</p><p>b)	 faz	com	que	todos	possam	ser	 iguais	e	receber	o	mesmo	tratamento,</p><p>assegurando	 imparcialidade,	 oportunidades	 e	 tratamentos	 iguais	 para</p><p>todos,	o	que	caracteriza	o	valor	da	amizade.</p><p>c)	 	dá	o	melhor	de	si	na	vivência	das	diversas	atividades	relacionadas	ao</p><p>esporte	 ou	 aos	 jogos,	 participando	 e	 progredindo	 de	 acordo	 com	 seus</p><p>objetivos,	o	que	caracteriza	o	valor	da	coragem.</p><p>d)	manifesta	 a	 habilidade	 de	 enfrentar	 a	 dor,	 o	 sofrimento,	 o	medo,	 a</p><p>incerteza	 e	 a	 intimidação	 nas	 atividades,	 agindo	 corretamente	 contra	 a</p><p>vergonha,	 a	 desonra	 e	 o	 desânimo,	 o	 que	 caracteriza	 o	 valor	 da</p><p>determinação.</p><p>e)	 	 inclui	 em	 suas	 ações	 o	 fair	 play	 (jogo	 limpo),	 a	 honestidade,	 o</p><p>sentimento	positivo	de	consideração	por	outra	pessoa,	o	conhecimento	dos</p><p>seus	 limites,	 a	valorização	de	 sua	própria	 saúde	 e	o	 combate	ao	doping,	 o</p><p>que	caracteriza	o	valor	do	respeito.</p><p>Essa	questão	foi	um	completo	chute	para	mim.	E	eu	ainda	errei.</p><p>Mas	vamos	por	eliminação:</p><p>Não	pode	ser	“A”	porque	empatia	e	compaixão	não	têm	a	ver	com	igualdade.</p><p>Muito	 pelo	 contrário:	 assume-se	 aqui	 que	 existem	 desigualdades,	 porque	 não</p><p>seria	necessário	empatia	se	todos	fossem	iguais.</p><p>Não	pode	ser	“B”	porque	amizade	não	tem	a	ver	com	assegurar	tratamentos</p><p>iguais.	Amizade	é	mais	que	isso.	Nessa	“B”,	parecem	estar	falando	de	respeito</p><p>ou	algo	do	tipo.	Uma	relação	mais	distante	que	amizade.</p><p>Não	pode	ser	“C”	porque	coragem	não	 tem	a	ver	com	isso.	O	 texto	parece</p><p>estar	 falando	de	 determinação,	 de	 não	desistir	 nunca.	Coragem	 tem	a	 ver	 com</p><p>enfrentar	seus	medos.</p><p>Eu	realmente	não	faço	 ideia	de	por	que	não	pode	ser	“D”.	E	não	encontrei</p><p>em	 nenhum	 lugar	 uma	 resposta	 adequada.	 Perdão...	 (recebi	 um	 comentário	 no</p><p>Instagram	dizendo	que	é	porque	os	valores	de	"C"	e	 "D"	estão	 invertidos:	 "C"</p><p>seria	 determinação,	 e	 "D"	 seria	 coragem.	 Deve	 ser	 isso	 mesmo.	 Valeu,	 João</p><p>kkkk)</p><p>A	 resposta	 é	 “E”,	 porque	 o	 jogo	 limpo	 e	 todas	 essas	 outras	 práticas	 estão</p><p>relacionadas	ao	respeito	pelos	outros	esportistas	e	pela	dignidade	do	esporte	em</p><p>si.</p><p>QUESTÃO	27</p><p>Mais	big	do	que	bang</p><p>A	 comunidade	 científica	 mundial	 recebeu,	 na	 semana	 passada,	 a</p><p>confirmação	oficial	de	uma	descoberta	sobre	a	qual	se	 falava	com	enorme</p><p>expectativa	 há	 alguns	 meses.	 Pesquisadores	 do	 Centro	 de	 Astrofísica</p><p>Harvard-Smithsonian	revelaram	ter	obtido	a	mais	forte	evidência	até	agora</p><p>de	que	o	universo	em	que	vivemos	começou	mesmo	pelo	Big	Bang,	mas	este</p><p>não	foi	explosão,	e	sim	uma	súbita	expansão	de	matéria	e	energia	infinitas</p><p>concentradas	 em	 um	 ponto	 microscópico	 que,	 sem	 muitas	 opções</p><p>semânticas,	 os	 cientistas	 chamam	 de	 “singularidade”.	 Essa	 semente</p><p>cósmica	 permanecia	 em	 estado	 latente	 e,	 sem	 que	 exista	 ainda</p><p>uma	explicação	definitiva,	começou	a	inchar	rapidamente	[…].	No	intervalo</p><p>de	 um	 piscar	 de	 olhos,	 por	 exemplo,	 seria	 possível,	 portanto,	 que</p><p>ocorressem	mais	de	10	trilhões	de	Big	Bangs.</p><p>ALLEGRETTI,	F.	Veja,	26	mar.	2014	(adaptado).</p><p>No	título	proposto	para	esse	texto	de	divulgação	científica,	ao	dissociar</p><p>os	elementos	da	expressão	Big	Bang,	a	autora	revela	a	intenção	de</p><p>a)	 	evidenciar	a	descoberta	recente	que	comprova	a	explosão	de	matéria</p><p>e	energia.</p><p>b)	resumir	os	resultados	de	uma	pesquisa	que	trouxe	evidências	para	a</p><p>teoria	do	Big	Bang.</p><p>c)	 	 sintetizar	 a	 ideia	 de	que	 a	 teoria	 da	 expansão	de	matéria	 e	 energia</p><p>substitui	a	teoria	da	explosão.</p><p>d)	destacar	a	experiência	que	confirma	uma	investigação	anterior	sobre</p><p>a	teoria	de	matéria	e	energia.</p><p>e)	 	condensar	a	conclusão	de	que	a	explosão	de	matéria	e	energia	ocorre</p><p>em	um	ponto	microscópico.</p><p>A	 pergunta	 é	 sobre	 o	 título,	 então	 a	 primeira	 coisa	 que	 você	 deve	 fazer	 é</p><p>circular	 bem	 forte	 o	 título:	 “Mais	 big	 do	 que	 bang”.	 Ao	 ler	 o	 texto,	 a	 gente</p><p>entende	que	o	título	mostra	de	um	jeito	jocoso	que	o	“Big	Bang”	na	verdade	não</p><p>teve	um	“BANG”.	Foi	só	big	mesmo,	uma	expansão	silenciosa.</p><p>O	título	é	uma	síntese	de	toda	a	ideia	do	texto.	Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	28</p><p>Nessa	campanha,	a	principal	estratégia	para	convencer	o	leitor	a	fazer	a</p><p>reciclagem	do	lixo	é	a	utilização	da	linguagem	não	verbal	como	argumento</p><p>para</p><p>a)		reaproveitamento	de	material.</p><p>b)	facilidade	na	separação	do	lixo.</p><p>c)		melhoria	da	condição	do	catador.</p><p>d)	preservação	de	recursos	naturais.</p><p>e)		geração	de	renda	para	o	trabalhador.</p><p>A	pergunta	é	sobre	 linguagem	não	verbal,	então	vamos	focar	na	 linguagem</p><p>não	 verbal.	 Temos	 a	 garrafa	 PET	 e	 uns	 desenhos	 bonitos	 que	 eu	 não	 saberia</p><p>fazer.	Por	que	a	campanha	usou	esses	elementos?	 (Ou	seja,	 essa	estratégia	 de</p><p>usar	linguagem	não	verbal	foi	argumento	para	quê?)</p><p>Repare	 que	 os	 desenhos	mostram	 justamente	 o	 que	 a	 garrafa	PET	pode	 se</p><p>tornar	caso	seja	reaproveitada	(“tecido	novo”,	de	acordo	com	o	texto).	Logo,	os</p><p>recursos	 visuais	 foram	 usados	 como	 argumento	 para	 ilustrar	 a	 necessidade	 de</p><p>reaproveitamento	de	material.	Letra	“A”.</p><p>QUESTÃO	29</p><p>TEXTO	I</p><p>Também	 chamados	 impressões	 ou	 imagens	 fotogramáticas	 […],	 os</p><p>fotogramas	 são,	 numa	 definição	 genérica,	 imagens	 realizadas	 sem	 a</p><p>utilização	 da	 câmera	 fotográfica,	 por	 contato	 direto	 de	 um	 objeto	 ou</p><p>material	com	uma	superfície	fotossensível	exposta	a	uma	fonte	de	luz.	Essa</p><p>técnica,	 que	 nasceu	 junto	 com	 a	 fotografia	 e	 serviu</p><p>admita).</p><p>Experimente	organizar	o	ambiente	externo	para	que	a	mente	possa	se	focar	no</p><p>que	realmente	importa.	Você	vai	ver	como	práticas	simples	já	ajudam	e	muito.</p><p>Outra	coisa	legal	é	a	meditação.	Dez	minutinhos	diários	antes	de	começar	as</p><p>atividades	mudam	 radicalmente	 a	 sua	 postura	 diante	 dos	 estudos.	 Procure	 por</p><p>“mindfulness”	no	YouTube	que	muita	coisa	interessante	sobre	atenção	plena	vai</p><p>aparecer.</p><p>Praticar	exercícios	físicos,	ter	uma	alimentação	mais	natural	e	saudável...	não</p><p>vou	me	prolongar	muito	nesses	assuntos,	mas	é	impossível	falar	de	concentração</p><p>e	não	tocar	nesses	pontos.	Afinal,	corpo	e	mente	são	interdependentes.	Um	não</p><p>pode	estar	pleno	sem	o	outro.</p><p>Então,	 quando	 estiver	 montando	 seu	 cronograma	 de	 estudos,	 por	 favor,</p><p>lembre-se	 de	 incluir	 um	momento	 para	cuidar	do	 corpo.	 Se	 não	 pode	 sair	 de</p><p>casa,	 faça	 exercícios	 de	 alongamento,	 yoga,	 caminhe	 ao	 redor	 da	 mesinha	 de</p><p>centro...	sei	lá,	só	se	mexa!	Alguns	minutinhos	para	meditar	de	manhã	e	de	noite</p><p>também	são	sempre	uma	boa	ideia.</p><p>Mas	 tem	 uma	 outra	 coisa	 que	 você	 definitivamente	precisa	 incluir	 no	 seu</p><p>cronograma	se	quiser	melhorar	a	interpretação.	É	meio	óbvio,	mas	eu	não	posso</p><p>deixar	de	falar.	Para	melhorar	a	leitura,	pratique...	leitura.</p><p>(Só	essa	dica	já	valeu	o	seu	dinheiro,	admita).</p><p>O	que	geralmente	acontece	é	que	o	aluno	está	tão	concentrado	em	estudar	que</p><p>se	acostuma	a	ler	apenas	um	tipo	de	texto:	o	do	livro/apostila.	E	é	claro	que	esse</p><p>tipo	de	 texto	 é	 importante,	mas	 existe	uma	miríade	 (eu	 adoro	 essa	palavra)	de</p><p>outros	estilos	por	aí.</p><p>O	 problema	 do	 texto	 da	 apostila	 é	 que	 ele	 foi	 feito	 para	 ser	 o	 mais</p><p>“mastigado”	possível.	O	único	propósito	dele	é	informar.	Função	referencial	na</p><p>veia!	E	os	textos	no	“mundo	real”	nem	sempre	são	assim.	Exigem	um	raciocínio</p><p>muito	mais	complexo,	muito	menos	linear,	que	demandam	um	nível	muito	maior</p><p>de	esforço	mental.</p><p>E	adivinha	que	tipo	de	texto	aparece	com	mais	frequência	no	ENEM.</p><p>Pois	 é...	 se	 você	 não	 está	 acostumado,	 acaba	 travando.	 Pode	 até	 saber	 a</p><p>matéria,	mas	julga	a	questão	difícil	porque	o	texto	é	difícil.</p><p>Mas	por	que	é	tão	difícil	interpretar	textos?</p><p>O	 mundo	 de	 hoje	 está	 muito	 mais	 acelerado.	 São	 muitas	 informações	 ao</p><p>mesmo	tempo,	e,	se	o	nosso	cérebro	tiver	que	processar	tudo,	ele	explode	 (por</p><p>favor,	não	tente	imaginar	essa	cena).	Nossa	habilidade	de	interpretar	textos	mais</p><p>longos	 está	 se	 esvaindo	 porque	 temos	 uma	 infinidade	 de	 textos	 curtos	 para</p><p>interpretar.	 Quantas	 mensagens	 de	 zapzapock	 você	 recebe	 em	 um	 dia?	 São</p><p>praticamente	incontáveis!</p><p>E	olha	que	horrível:	nós	chegamos	ao	ponto	em	que,	quando	precisamos	ler	o</p><p>texto	mais	de	uma	vez,	 já	achamos	que	ele	é	“mal	escrito”,	“confuso”,	“ruim”.</p><p>Botamos	a	culpa	no	texto,	não	em	nós	mesmos.</p><p>Nós	somos	muito	impacientes.</p><p>“Ah,	Umberto,	mas	isso	é	impossível	de	resolver.	O	mundo	é	assim”.</p><p>E	eu	concordo.	A	superficialidade	é	a	tendência	do	mundo	contemporâneo.</p><p>Se	esse	fenômeno	é	bom	ou	ruim,	este	e-book	não	é	o	espaço	para	discutir.	Mas</p><p>uma	coisa	é	mais	que	certa:	ainda	existem	textos	complexos	no	mundo.	Eles	não</p><p>iam	 desaparecer	 do	 nada.	 E	 ser	 capaz	 de	 interpretá-los	 vai	 se	 tornar	 cada	 vez</p><p>mais	 um	 diferencial,	 porque	 cada	 vez	menos	 gente	 tem	 o	 foco	 e	 a	 disposição</p><p>para	mergulhar	de	verdade	no	que	está	escrito.</p><p>Então	 fica	 a	 minha	 sugestão	 para	 melhorar	 a	 interpretação:	 leia,	 leia,	 leia.</p><p>Leia	tudo	que	chegar	às	suas	mãos.	Livros,	jornais,	revistas,	folhetos,	artigos	de</p><p>opinião,	textos	publicitários...	tudo!</p><p>Pode	até	ser	que	alguns	gêneros	não	caiam	diretamente	em	uma	questão	do</p><p>ENEM,	mas	a	sua	habilidade	de	leitura	vai	se	desenvolver	com	qualquer	texto.</p><p>Literalmente	qualquer	um.</p><p>Mas,	se	tem	um	gênero	em	que	você	deve	focar,	foque	em	livros	antigos.	De</p><p>séculos	 atrás.	 E	 isso	 por	 apenas	 um	 motivo:	 os	 livros	 contemporâneos	 são</p><p>escritos	para...	bem,	 leitores	contemporâneos.	E	os	 leitores	do	 século	XXI	 têm</p><p>acesso	 a	muito	mais	 estímulos	 que	 os	 de	 200	 anos	 atrás,	 então	 possuem	 uma</p><p>capacidade	de	concentração	mais	baixa.</p><p>Por	 consequência,	 os	 livros	 de	 hoje	 em	dia	 têm	 frases	muito	mais	 curtas	 e</p><p>diretas	que	os	livros	antigos	(de	novo,	isso	não	é	bom	nem	ruim;	é	só	um	fato).</p><p>Pegue	 Harry	 Potter,	 por	 exemplo.	 Ele	 tem	 uma	 média	 de	 12	 palavras	 por</p><p>frase.	Agora...	Razão	e	Sensibilidade,	de	Jane	Austen,	publicado	em	1811,	 tem</p><p>uma	média	de	24	palavras	por	frase.	O	dobro!</p><p>Naquela	época,	as	pessoas	não	tinham	muito	o	que	fazer,	então	os	livros	eram</p><p>a	principal	 forma	de	entretenimento	 (a	caça	de	dinossauros	ocupava	a	segunda</p><p>posição).	Então	 imagine	a	cena:	o	senhorzinho	de	 terno	chique	e	a	madame	de</p><p>vestido	pomposo	diante	da	 lareira,	 lendo.	O	silêncio	 só	é	cortado	vez	ou	outra</p><p>pelo	estalar	da	lenha,	e	uma	chuvinha	fina	cai	ao	longe,	carregando	para	dentro</p><p>da	casa	um	delicioso	aroma	de	terra	molhada.</p><p>Parece	bem	chato,	né?	E	devia	ser	mesmo.</p><p>Mas	as	pessoas	tinham	muito	mais	condições	de	se	concentrar.	E	os	escritores</p><p>não	 se	 importavam	 muito	 se	 os	 leitores	 iam	 ou	 não	 entender	 frases	 longas.</p><p>Metiam	1001	apostos	no	meio	sem	a	menor	preocupação.</p><p>O	trecho	a	seguir	foi	tirado	do	livro	“A	Metamorfose”,	de	Kafka.	O	livro	foi</p><p>publicado	em	1915.</p><p>“Infelizmente,	 a	 irmã	 era	 de	 opinião	 contrária;	 habituara-se,	 e	 não	 sem</p><p>motivos,	 a	 considerar-se	 uma	 autoridade	 no	 que	 respeitava	 a	 Gregor,	 em</p><p>contradição	com	os	pais,	de	modo	que	a	presente	opinião	da	mãe	era	suficiente</p><p>para	 decidir	 retirar,	 não	 só	 a	 cômoda	 e	 a	 secretária,	 mas	 toda	 a	 mobília,	 à</p><p>exceção	do	indispensável	sofá”.</p><p>Não	é	um	trecho	muito	complexo	em	comparação	com	o	resto	do	livro,	mas</p><p>repare	como	o	autor	insere	várias	“camadas”	de	informação	no	meio	da	frase,	o</p><p>que	 torna	 a	 leitura	 truncada:	 “Habituara-se,	 e	 não	 sem	 motivo,	 a	 (...)”.	 “Era</p><p>suficiente	 para	 decidir	 retirar,	 não	 só	 a	 cômoda	 e	 a	 secretária,	 mas	 toda	 a</p><p>mobília”.</p><p>Para	nós,	 do	 século	XXI,	 parece	que	 estamos	 lendo	meio	 “aos	 solavancos”</p><p>quando	 temos	que	 parar	 em	uma	vírgula	 para	 processar	 uma	 segunda,	 terceira</p><p>camada	de	informação.</p><p>E	 eu	 peguei	 uma	 frase	 relativamente	 simples.	 É	 comum	 em	 livros	 antigos</p><p>você	 encontrar	 quatro,	 cinco	 “camadas”	 sobrepostas	 em	 uma	 só	 frase.	 O</p><p>resultado	é	que	a	gente	acaba	esquecendo	como	a	frase	tinha	começado	e	precisa</p><p>voltar	tudo	para	ver	onde	cada	uma	das	peças	se	encaixa.</p><p>Para	 o	 pessoal	 do	 século	XX	podia	 até	 ser	 simples,	mas	 para	 nós	 já	 não	 é</p><p>mais	 tão	 intuitivo	 assim.	 Nosso	 cérebro	 já	 funciona	 diferente	 do	 cérebro	 das</p><p>pessoas	chiques	do	passado.	Para	absorver	tudo,	precisamos	ler	mais	de	uma	vez</p><p>essas	 frases	 complexas.	 E	 quem	 não	 tem	 prática	 com	 esse	 tipo	 de	 texto	 sente</p><p>ainda	mais	dificuldade	para	processar	as	informações.</p><p>Então	 vamos	 lá:	 é	 óbvio	 que	 o	 estilo	 de	 escrita	 atual	 é	 mais	 fácil.	 Se</p><p>pudéssemos	 trazer	 o	 senhor	 de	 terno	 e	 a	madame	 pomposa	 do	 nosso	 exemplo</p><p>para	os	dias	atuais,	é	claro	que	eles	iriam	arregalar	os	olhos	para	Harry	Potter	e</p><p>pensar:	“Ó	céus,	este	livro	é	deveras	simples	de	se	ler”.</p><p>A	 questão	 é	 que	 eles	 entenderiam	 os	 nossos	 livros,	 mas	 nós	 nem	 sempre</p><p>somos	capazes	de	entender	os	livros	deles.</p><p>Por	 isso	 a	minha	 sugestão:	 leia	 livros	 dos	 séculos	 anteriores,	 quando	 não</p><p>havia	a	preocupação	do	autor	em	entregar	a	informação	“mastigada”.	Esse	é	um</p><p>bom	jeito	de	exercitar	sua	interpretação	de	texto.	Você	pode	até	ir	marcando	a</p><p>lápis	as	diversas	“camadas”	das	frases	longas	para	facilitar	o	processo.	E	não	se</p><p>preocupe	 de	 perder	 tempo	 lendo	mais	 de	 uma	 vez	 o	mesmo	 trecho.	 Por	mais</p><p>prática	que	você	tenha,	é	natural	ter	que	ler	mais	de	uma	vez.</p><p>Se	 ainda	 assim	 não	 conseguir	 entender,	 talvez	 sua	 mente	 esteja	 em	 outro</p><p>lugar.	Feche	 os	 olhos	 e	 se	 concentre	 na	 sua	 respiração	 por	 um	minuto,	 e	 só</p><p>então	volte.	Saiba	escutar	o	 seu	corpo	e	a	 sua	mente,	 aprenda	a	corrigir	o	que</p><p>está	errado.</p><p>de	 modelo	 a	 muitas</p><p>discussões	 sobre	 a	 ontologia	 da	 imagem	 fotográfica,	 foi	 profundamente</p><p>transformada	pelos	artistas	da	vanguarda,	nas	primeiras	décadas	do	século</p><p>XX.	 Representou	 mesmo,	 ao	 lado	 das	 colagens,	 fotomontagens	 e	 outros</p><p>procedimentos	 técnicos,	 a	 incorporação	 definitiva	 da	 fotografa	 à	 arte</p><p>moderna	e	seu	distanciamento	da	representação	figurativa.</p><p>COLUCCI,	M.	B.	Impressões	fotogramáticas	e	vanguardas:	as	experiências	de	Man	Ray.	Studium,	n.	2,	2000.</p><p>TEXTO	II</p><p>No	 fotograma	 de	 Man	 Ray,	 o	 “distanciamento	 da	 representação</p><p>figurativa”	a	que	se	refere	o	Texto	I	manifesta-se	na</p><p>a)		ressignificação	do	jogo	de	luz	e	sombra,	nos	moldes	surrealistas.</p><p>b)	imposição	do	acaso	sobre	a	técnica,	como	crítica	à	arte	realista.</p><p>c)		composição	experimental,	fragmentada	e	de	contornos	difusos.</p><p>d)	abstração	radical,	voltada	para	a	própria	linguagem	fotográfica.</p><p>e)		imitação	de	formas	humanas,	com	base	em	diferentes	objetos.</p><p>“Distanciamento	 da	 representação	 figurativa”...	 nossa,	 que	 jeito	 difícil	 de</p><p>falar	que	as	 imagens	 já	não	são	mais	100%	realistas.	Por	 isso	é	 importante	 ter</p><p>uma	 boa	 carga	 de	 leitura,	 senão	 frases	 mais	 complicadas	 como	 essa	 podem</p><p>tomar	muito	tempo	até	a	pessoa	interpretar.</p><p>Mas	 enfim!	 Nesse	 fotograma	 de	 Man	 Ray,	 a	 ausência	 de	 realismo	 se</p><p>manifesta	 em	 quê?	 Não	 é	 uma	 abstração	 radical	 (“D”),	 porque	 ainda	 dá	 para</p><p>saber	 do	 que	 se	 trata	 a	 imagem,	 então	 só	 nos	 resta	 a	 letra	 “C”:	 composição</p><p>experimental,	fragmentada	e	de	contornos	difusos.</p><p>Como	 toda	 arte	 de	 vanguarda,	 o	 artista	 começou	 a	 experimentar	 o	 que</p><p>conseguiria	 fazer	 com	 aquelas	 técnicas.	 Ele	 foi	 experimentando	 composições</p><p>(arranjo	dos	elementos	na	cena),	e	o	resultado	é	uma	imagem	fragmentada	com</p><p>contornos	difusos.</p><p>QUESTÃO	30</p><p>Eu	sobrevivi	do	nada,	do	nada</p><p>Eu	não	existia</p><p>Não	tinha	uma	existência</p><p>Não	tinha	uma	matéria</p><p>Comecei	existir	com	quinhentos	milhões</p><p>e	quinhentos	mil	anos</p><p>Logo	de	uma	vez,	já	velha</p><p>Eu	não	nasci	criança,	nasci	já	velha</p><p>Depois	é	que	eu	virei	criança</p><p>E	agora	continuei	velha</p><p>Me	transformei	novamente	numa	velha</p><p>Voltei	ao	que	eu	era,	uma	velha</p><p>PATROCÍNIO,	S.	In:	MOSÉ,	V.	(Org	).	Reino	dos	bichos	e	dos	animais	é	meu	nome.	Rio	de	Janeiro:	Azougue,	2009</p><p>Nesse	poema	de	Stela	do	Patrocínio,	a	singularidade	da	expressão	lírica</p><p>manifesta-se	na</p><p>a)		representação	da	infância,	redimensionada	no	resgate	da	memória.</p><p>b)	associação	de	imagens	desconexas,	articuladas	por	uma	fala	delirante.</p><p>c)	 	 expressão	 autobiográfica,	 fundada	 no	 relato	 de	 experiências	 de</p><p>alteridade.</p><p>d)	 incorporação	 de	 elementos	 fantásticos,	 explicitada	 por	 versos</p><p>incoerentes</p><p>e)	 	 transgressão	 à	 razão,	 ecoada	 na	 desconstrução	 de	 referências</p><p>temporais.</p><p>O	discurso	rompe	com	a	lógica	temporal	linear	a	que	estamos	acostumados:</p><p>passado	e	presente	se	entrelaçam,	e	a	velhice	já	não	está	mais	à	frente	da	infância</p><p>(ou	vice-versa).	A	mulher	nasceu	velha,	voltou	a	ser	criança	e	voltou	a	ser	velha.</p><p>Há	 uma	 ruptura	 da	 linearidade,	 uma	 transgressão	 à	 razão,	 à	 lógica,	 que	 se</p><p>manifesta	 nessa	 desconstrução	 de	 referências	 temporais.	 Infância	 e	 velhice</p><p>são	uma	coisa	só.	Resposta:	“E”.</p><p>Lendo	de	novo	essa	questão,	eu	me	perguntei:	“por	que	não	pode	ser	C?”.	E</p><p>acredito	 que	 não	 possa	 ser	 C	 porque	 o	 texto	 não	 relata	 uma	 experiência	 de</p><p>alteridade.	Na	 verdade,	 tanto	 a	 velha	 quanto	 a	 criança	 são	 o	 próprio	 eu-lírico.</p><p>Alteridade	 se	 refere	a	enxergar	a	 si	mesmo	no	outro,	 e	nesse	caso	não	há	um</p><p>outro.	São	duas	versões	da	mesma	pessoa.</p><p>QUESTÃO	31</p><p>A	história	do	futebol	é	uma	triste	viagem	do	prazer	ao	dever.	[…]	O	jogo</p><p>se	 transformou	 em	 espetáculo,	 com	 poucos	 protagonistas	 e	 muitos</p><p>espectadores,	 futebol	 para	 olhar,	 e	 o	 espetáculo	 se	 transformou	 num	 dos</p><p>negócios	mais	lucrativos	do	mundo,	que	não	é	organizado	para	ser	jogado,</p><p>mas	 para	 impedir	 que	 se	 jogue.	 A	 tecnocracia	 do	 esporte	 profissional	 foi</p><p>impondo	 um	 futebol	 de	 pura	 velocidade	 e	 muita	 força,	 que	 renuncia	 ã</p><p>alegria,	 atrofia	 a	 fantasia	 e	 proíbe	 a	 ousadia.	 Por	 sorte	 ainda	 aparece</p><p>nos	campos,	[…]	algum	atrevido	que	sai	do	roteiro	e	comete	o	disparate	de</p><p>driblar	 o	 time	 adversário	 inteirinho,	 além	 do	 juiz	 e	 do	 público	 das</p><p>arquibancadas,	 pelo	 puro	 prazer	 do	 corpo	 que	 se	 lança	 na	 proibida</p><p>aventura	da	liberdade.</p><p>O	texto	indica	que	as	mudanças	nas	práticas	corporais,	especificamente</p><p>no	futebol,</p><p>a)	 	fomentaram	uma	tecnocracia,	promovendo	uma	vivência	mais	lúdica</p><p>e	irreverente.</p><p>b)	 promoveram	 o	 surgimento	 de	 atletas	 mais	 habilidosos,	 para	 que</p><p>fossem	inovadores.</p><p>c)	 	incentivaram	a	associação	dessa	manifestação	à	fruição,	favorecendo</p><p>o	improviso.</p><p>d)	tornaram	a	modalidade	em	um	produto	a	ser	consumido,	negando	sua</p><p>dimensão	criativa.</p><p>e)	 	 contribuíram	 para	 esse	 esporte	 ter	 mais	 jogadores,	 bem	 como</p><p>acompanhado	de	torcedores.</p><p>O	 autor	 já	 começa	 lastimando	 que	 o	 futebol	 perdeu	 seu	 caráter	 criativo	 e</p><p>“genuíno”	 para	 se	 tornar	 mero	 espetáculo,	 algo	 construído	 para	 agradar	 às</p><p>massas.	 Ou	 seja:	 para	 o	 autor,	 o	 futebol	 atual	 matou	 o	 espírito	 criativo	 do</p><p>esporte.	 As	 mudanças	 nas	 práticas	 corporais	 tornaram	 a	 modalidade	 em	 um</p><p>produto	a	ser	consumido,	negando	sua	dimensão	criativa.	Letra	“D”.</p><p>QUESTÃO	32</p><p>Fotografia:	LUCAS	HALLEL.	Disponível	em:	www.flickr.com.	Acesso	em:	16	abr.	2018	(adaptado)</p><p>O	 grupo	 O	 Teatro	 Mágico	 apresenta	 composições	 autorais	 que	 têm</p><p>referências	 estéticas	 do	 rock,	 do	 pop	 e	 da	 música	 folclórica	 brasileira.	 A</p><p>originalidade	dos	 seus	 shows	 tem	 relação	 com	a	 ópera	 europeia	 do	 século</p><p>XIX	a	partir	da</p><p>a)		disposição	cênica	dos	artistas	no	espaço	teatral.</p><p>b)	integração	de	diversas	linguagens	artísticas.</p><p>c)		sobreposição	entre	música	e	texto	literário.</p><p>d)	manutenção	de	um	diálogo	com	o	público.</p><p>e)		adoção	de	um	enredo	como	fio	condutor.</p><p>A	 pergunta	 foi	 meio	 confusa.	 Em	 outras	 palavras,	 querem	 saber	 em	 que</p><p>ponto	os	shows	do	Teatro	Mágico	se	assemelham	às	óperas	europeias	do	século</p><p>XIX.	 E	 pela	 imagem	 fica	 claro	 que	 os	 shows	 deles	 são	 uma	 mistura	 de</p><p>linguagens	artísticas:	teatro,	música,	efeitos	de	iluminação,	etc.</p><p>Quem	já	 foi	numa	ópera	 (ou	quem	já	viu	em	algum	filme,	 série,	etc.)	 sabe</p><p>que	as	apresentações	também	integram	várias	linguagens	artísticas.	Para	resumir</p><p>bem	(mal)	o	que	é	uma	ópera,	é	um	“teatro	cantado”.</p><p>E	esse	é	o	principal	ponto	de	convergência	entre	os	dois.	Letra	“B”.</p><p>A	 letra	 “E”	 também	 traz	 uma	 característica	 das	 óperas,	 mas	 nada	 na	 foto</p><p>explicita	 que	 o	 grupo	 Teatro	 Mágico	 também	 tenha	 um	 enredo	 como	 fio</p><p>condutor	dos	espetáculos.</p><p>QUESTÃO	33</p><p>A	trajetória	de	Liesel	Meminger	é	contada	por	uma	narradora	mórbida,</p><p>surpreendentemente	simpática.	Ao	perceber	que	a	pequena	ladra	de	livros</p><p>lhe	escapa,	a	Morte	afeiçoa-se	à	menina	e	rastreia	suas	pegadas	de	1939	a</p><p>1943.	 Traços	 de	 uma	 sobrevivente:	 a	 mãe	 comunista,	 perseguida	 pelo</p><p>nazismo,	 envia	 Liesel	 e	 o	 irmão	 para	 o	 subúrbio	 pobre	 de	 uma	 cidade</p><p>alemã,	onde	um	casal	se	dispõe	a	adotá-los	por	dinheiro.	O	garoto	morre	no</p><p>trajeto	e	é	enterrado	por	um	coveiro	que	deixa	cair	um	livro	na	neve.	É	o</p><p>primeiro	 de	 uma	 série	 que	 a	menina	 vai	 surrupiar	 ao	 longo	 dos	 anos.	 O</p><p>único	vínculo	com	a	família	é	esta	obra,	que	ela	ainda	não	sabe	ler.</p><p>A	vida	ao	redor	é	a	pseudorrealidade	criada	em	torno	do	culto	a	Hitler</p><p>na	 Segunda	 Guerra.	 Ela	 assiste	 à	 eufórica	 celebração	 do	 aniversário	 do</p><p>Führer	pela	vizinhança.	A	Morte,	perplexa	diante	da	violência	humana,	dá</p><p>um	tom	 leve	e	divertido	à	narrativa	deste	duro	confronto	entre	a	 infância</p><p>perdida	e	a	crueldade	do	mundo	adulto,	um	sucesso	absoluto	–	e	raro	–	de</p><p>crítica	e	público.</p><p>Disponível	em:	www.odevoradordelivros.com.	Acesso	em:	24jun.	2014</p><p>Os	gêneros	textuais	podem	ser	caracterizados,	dentre	outros	fatores,	por</p><p>seus	objetivos.	Esse	fragmento	é	um(a)</p><p>a)		reportagem,	pois	busca	convencer	o	interlocutor</p><p>da	tese	defendida	ao</p><p>longo	do	texto.</p><p>b)	resumo,	pois	promove	o	contato	rápido	do	leitor	com	uma	informação</p><p>desconhecida.</p><p>c)		sinopse,	pois	sintetiza	as	informações	relevantes	de	uma	obra	de	modo</p><p>impessoal.</p><p>d)	 instrução,	 pois	 ensina	 algo	por	meio	de	 explicações	 sobre	uma	obra</p><p>específica.</p><p>e)		resenha,	pois	apresenta	uma	produção	intelectual	de	forma	crítica.</p><p>Quem	 já	 teve	 a	 curiosidade	 de	 procurar	 resenhas	 de	 filmes	 ou	 livros	 nem</p><p>precisou	pensar	muito	para	responder.	O	texto	apresenta	não	apenas	um	resumo,</p><p>mas	 elementos	 que	 transmitem	 a	 opinião	 pessoal	 do	 autor	 (“atriz	 simpática”,</p><p>“um	tom	leve	e	divertido”).	Logo,	trata-se	de	uma	resenha,	pois	apresenta	uma</p><p>produção	intelectual	de	forma	crítica.	Resposta:	“E”.</p><p>PS:	Aqui,	“crítica”	quer	dizer	“avaliativa”,	e	não	“condenatória”.	Falar	bem</p><p>de	alguma	coisa	também	é	fazer	uma	crítica.	É	uma	crítica	positiva.</p><p>QUESTÃO	34</p><p>As	 duas	 imagens	 são	 produções	 que	 têm	 a	 cerâmica	 como	 matéria-</p><p>prima.	 A	 obra	 Estrutura	 vertical	 dupla	 se	 distingue	 da	 urna	 funerária</p><p>marajoara	ao</p><p>a)		evidenciar	a	simetria	na	disposição	das	peças.</p><p>b)	materializar	a	técnica	sem	função	utilitária.</p><p>c)		abandonar	a	regularidade	na	composição.</p><p>d)	anular	possibilidades	de	leituras	afetivas.</p><p>e)		integrar	o	suporte	em	sua	constituição.</p><p>Aqui	você	pode	 ter	 ficado	em	dúvida	entre	“B”	e	“C”.	Eu	mesmo	fiquei,	e</p><p>marquei	 “C”.	 Mas	 a	 resposta	 certa	 é	 “B”.	 Isso	 porque	 a	 Estrutura	 vertical</p><p>dupla,	apesar	de	abandonar	a	regularidade	na	composição,	não	tenha	isso	como</p><p>sua	função	principal.	O	artista	não	criou	essa	obra	com	a	finalidade	de	abandonar</p><p>a	regularidade	na	composição.	Por	se	tratar	de	arte	moderna,	a	principal	função</p><p>foi	justamente	a	de	romper	com	a	função	utilitária	da	arte.</p><p>Arte	moderna	 tem	muito	 disso.	 E	muita	 gente	 que	 vai	 em	museus	 de	 arte</p><p>moderna	se	perguntam:	“Por	que	o	cara	fez	isso	se	não	serve	para	nada?”</p><p>E,	 bem...	 a	 arte	 em	 si	 já	 serve	 para	muita	 coisa.	Nesse	 caso,	 a	 técnica	 de</p><p>criação	 já	é	a	arte.	Logo,	as	duas	se	diferem	porque	a	Estrutura	vertical	dupla</p><p>materializa	a	técnica	sem	a	pretensão	de	ter	uma	função	utilitária.</p><p>QUESTÃO	35</p><p>o	que	será	que	ela	quer</p><p>essa	mulher	de	vermelho</p><p>alguma	coisa	ela	quer</p><p>pra	ter	posto	esse	vestido</p><p>não	pode	ser	apenas</p><p>uma	escolha	casual</p><p>podia	ser	um	amarelo</p><p>verde	ou	talvez	azul</p><p>mas	ela	escolheu	vermelho</p><p>ela	sabe	o	que	ela	quer</p><p>e	ela	escolheu	vestido</p><p>e	ela	é	uma	mulher</p><p>então	com	base	nesses	fatos</p><p>eu	já	posso	afirmar</p><p>que	conheço	o	seu	desejo</p><p>caro	watson,	elementar:</p><p>o	que	ela	quer	sou	euzinho</p><p>sou	euzinho	o	que	ela	quer</p><p>só	pode	ser	euzinho</p><p>o	que	mais	podia	ser</p><p>FREITAS,	A.	Um	útero	é	do	tamanho	de	um	punho.	São	Paulo:	Cosac	Naify,	2013.</p><p>No	processo	de	elaboração	do	poema,	a	autora	confere	ao	eu	lírico	uma</p><p>identidade	que	aqui	representa	a</p><p>a)		hipocrisia	do	discurso	alicerçado	sobre	o	senso	comum.</p><p>b)	mudança	de	paradigmas	de	imagem	atribuídos	à	mulher.</p><p>c)		tentativa	de	estabelecer	preceitos	da	psicologia	feminina.</p><p>d)	importância	da	correlação	entre	ações	e	efeitos	causados.</p><p>e)		valorização	da	sensibilidade	como	característica	de	gênero.</p><p>O	 texto	 reproduz	 o	 discurso	 hipócrita	 que	 alguns	 homens	 usam	 para</p><p>justificar	a	violência	sofrida	por	muitas	mulheres.	“Usando	essa	roupa,	queria	o</p><p>quê?”	 E	 é	 essa	 identidade	 que	 o	 eu-lírico	 assume.	 É	 um	 discurso	 pobre,</p><p>falacioso	e	alicerçado	sobre	o	senso	comum.</p><p>Letra	“A”.</p><p>QUESTÃO	36</p><p>O	rio	que	fazia	uma	volta	atrás	de	nossa	casa	era	a	imagem	de	um	vidro</p><p>mole	que	fazia	uma	volta	atrás	de	casa.</p><p>Passou	um	homem	e	disse:	Essa	volta	que	o	rio	faz	por	trás	de	sua	casa</p><p>se	chama	enseada.	Não	era	mais	a	imagem	de	uma	cobra	de	vidro	que	fazia</p><p>uma	volta	atrás	de	casa.</p><p>Era	uma	enseada.</p><p>Acho	que	o	nome	empobreceu	a	imagem.</p><p>BARROS,	M.	O	livro	das	ignorãças.	Rio	de	Janeiro:	Best	Seller,	2008.</p><p>O	sujeito	poético	questiona	o	uso	do	vocábulo	“enseada”	porque	a</p><p>a)		terminologia	mencionada	é	incorreta.</p><p>b)	nomeação	minimiza	a	percepção	subjetiva.</p><p>c)		palavra	é	aplicada	a	outro	espaço	geográfico.</p><p>d)	designação	atribuída	ao	termo	é	desconhecida.</p><p>e)		definição	modifica	o	significado	do	termo	no	dicionário.</p><p>Pausa	 para	 exaltar	 a	 beleza	 desse	 texto.	 É	 de	 uma	 pureza	 e	 simplicidade</p><p>maravilhosa.	O	eu-lírico	 imaginava	a	volta	que	o	 rio	dava	como	uma	cobra	de</p><p>vidro,	uma	descrição	altamente	imaginativa	e	subjetiva	da	realidade.</p><p>Veio	o	homem	e	disse	para	ele	o	nome	 real:	 enseada.	E	a	 realidade	ceifou</p><p>toda	 a	 subjetividade	 da	 cena.	 Esse	 simples	 ato	 de	 dar	 um	 nome	 (nomeação)</p><p>minimizou	a	percepção	subjetiva	do	eu-lírico.</p><p>Letra	“B”.</p><p>QUESTÃO	37</p><p>“Acuenda	o	Pajubá”:	conheça	o	“dialeto	secreto”	utilizado	por	gays	e</p><p>travestis</p><p>Com	origem	no	iorubá,	linguagem	foi	adotada	por	travestis	e	ganhou	a</p><p>comunidade</p><p>“Nhaí,	amapô!	Não	faça	a	loka	e	pague	meu	acué,	deixe	de	equê	se	não</p><p>eu	puxo	teu	picumã!”	Entendeu	as	palavras	dessa	 frase?	Se	sim,	é	porque</p><p>você	manja	alguma	coisa	de	pajubá,	o	“dialeto	secreto”	dos	gays	e	travestis.</p><p>Adepto	 do	 uso	 das	 expressões,	 mesmo	 nos	 ambientes	 mais	 formais,	 um</p><p>advogado	afirma:	“É	claro	que	eu	não	vou	falar	durante	uma	audiência	ou</p><p>numa	 reunião,	 mas	 na	 firma,	 com	 meus	 colegas	 de	 trabalho,	 eu	 falo	 de</p><p>‘acué’	 o	 tempo	 inteiro”,	 brinca.	 “A	 gente	 tem	 que	 ter	 cuidado	 de	 falar</p><p>outras	palavras	porque	hoje	o	pessoal	já	entende,	né?	Tá	na	internet,	tem	té</p><p>dicionário…”,		comenta.</p><p>O	 dicionário	 a	 que	 ele	 se	 refere	 é	 o	 Aurélia,	 a	 dicionária	 da	 Ungua</p><p>afíada,	 lançado	no	 ano	de	 2006	 e	 escrito	pelo	 jornalista	Angelo	Vip	 e	 por</p><p>Fred	 Libi.	 Na	 obra,	 há	 mais	 de	 1	 300	 verbetes	 revelando	 o	 significado</p><p>das	palavras	do	pajubá.</p><p>Não	 se	 sabe	 ao	 certo	 quando	 essa	 linguagem	 surgiu,	 mas	 sabe-se	 que</p><p>há	 claramente	 uma	 relação	 entre	 o	 pajubá	 e	 a	 cultura	 africana,	 numa</p><p>costura	iniciada	ainda	na	época	do	Brasil	colonial.</p><p>Disponível	em:	www.midiamax.com.br.	Acesso	em:	4	abr.	2017	(adaptado)</p><p>Da	 perspectiva	 do	 usuário,	 o	 pajubá	 ganha	 status	 de	 dialeto,</p><p>caracterizando-se	 como	 elemento	 de	 patrimônio	 linguístico,	 especialmente</p><p>por</p><p>a)		ter	mais	de	mil	palavras	conhecidas.</p><p>b)	ter	palavras	diferentes	de	uma	linguagem	secreta.</p><p>c)		ser	consolidado	por	objetos	formais	de	registro.</p><p>d)	ser	utilizado	por	advogados	em	situações	formais.</p><p>e)		ser	comum	em	conversas	no	ambiente	de	trabalho.</p><p>No	momento	 em	 que	 passa	 a	 conter	 um	 elemento	 de	 registro	 próprio	 (um</p><p>dicionário,	o	Aurélia),	o	pajubá	deixa	de	ser	apenas	um	conjunto	de	gírias.	Ele</p><p>ganhou	 status	 de	 dialeto,	 ou	 seja,	 formalizou-se	 como	 uma	 manifestação</p><p>cultural	de	um	grupo.</p><p>E	 esse	 status	 se	 deve	 ao	 fato	 de	 o	 pajubá	 ter	 sido	 agora	 consolidado	 por</p><p>objetos	formais	de	registro.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	38</p><p>Certa	vez	minha	mãe	surrou-me	com	uma	corda	nodosa	que	me	pintou</p><p>as	costas	de	manchas	sangrentas.	Moído,	virando	a	cabeça	com	dificuldade,</p><p>eu	 distinguia	 nas	 costelas	 grandes	 lanhos	 vermelhos.	 Deitaram-</p><p>me,	 enrolaram-me	 em	 panos	 molhados	 com	 água	 de	 sal	 –	 e	 houve	 uma</p><p>discussão	na	família.	Minha	avó,	que	nos	visitava,	condenou	o	procedimento</p><p>da	filha	e	esta	afligiu-se.	Irritada,		ferira-me	ã	toa,	sem	querer.	Não	guardei</p><p>ódio	a	minha	mãe:	o	culpado	era	o	nó.</p><p>RAMOS,	G.	Infância.	Rio	de	Janeiro:	Record,	1998.</p><p>Num	texto	narrativo,	a	sequência	dos	fatos	contribui	para	a	progressão</p><p>temática.	No	fragmento,	esse	processo	é	indicado	pela</p><p>a)		alternância	das	pessoas	do	discurso	que	determinam	o	foco	narrativo.</p><p>b)	utilização	de	formas	verbais	que	marcam	tempos	narrativos	variados.</p><p>c)	 	 indeterminação	 dos	 sujeitos	 de	 ações	 que	 caracterizam	 os	 eventos</p><p>narrados.</p><p>d)	 justaposição	 de	 frases	 que	 relacionam	 semanticamente	 os</p><p>acontecimentos	narrados.</p><p>e)		recorrência	de	expressões	adverbiais	que	organizam	temporalmente	a</p><p>narrativa.</p><p>A	 importância	 de	 ler	 o	 enunciado	 antes	 do	 texto	 é	 evidente	 nesta	 questão.</p><p>Porque	a	pergunta	não	tem	nada	a	ver	com	o	conteúdo	do	texto	em	si,	e	sim	na</p><p>estratégia	 de	 construção	 dele.</p><p>Se	 você	 não	 lesse	 o	 enunciado	 antes,	 ia	 ficar</p><p>tentando	 imaginar	 o	 que	 será	 que	 a	 pergunta	 iria	 pedir.	 E	 ao	 finalmente	 ler	 a</p><p>pergunta	teria	que	voltar	ao	texto	para	ler	tudo	de	novo.</p><p>Enfim,	 a	 pergunta	 foi:	 como	 o	 autor	 promove	 a	 progressão	 temática?	 Ou</p><p>seja,	 como	 ele	 avança	 a	 narrativa?	 E	 o	 que	 ele	 faz	 é	 justamente	 usar	 tempos</p><p>verbais	 diferentes:	 pretérito	 perfeito,	 imperfeito	 e	 mais-que-perfeito.	 Isso	 faz</p><p>com	que	o	leitor	tenha	a	sensação	de	progressão	das	cenas:	cenas	pontuais	(“ela</p><p>bateu”)	são	sobrepostas	a	cenas	que	se	alongam	no	 tempo	(“eu	distinguia	 ...”),</p><p>avançando	a	narrativa	sem	que	ela	se	torne	monótona.	Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	39</p><p>Essa	 imagem	 ilustra	a	 reação	dos	celíacos	 (pessoas	 sensíveis	ao	glúten)</p><p>ao	ler	rótulos	de	alimentos	sem	glúten.	Essas	reações	indicam	que,	em	geral,</p><p>os	rótulos	desses	produtos</p><p>a)		trazem	informações	explícitas	sobre	a	presença	do	glúten.</p><p>b)	oferecem	várias	opções	de	sabor	para	esses	consumidores.</p><p>c)		classificam	o	produto	como	adequado	para	o	consumidor	celíaco.</p><p>d)	 influenciam	 o	 consumo	 de	 alimentos	 especiais	 para	 esses</p><p>consumidores.</p><p>e)		variam	na	forma	de	apresentação	de	informações	relevantes	para	esse</p><p>público.</p><p>Achei	essa	questão	meio	difícil	(inclusive	errei),	mas	a	informação	principal</p><p>é	que	alguns	rótulos	trazem	apenas	a	informação	“sem	glúten”,	enquanto	outros</p><p>trazem	 “sem	 glúten”	 +	 o	 preço	 (3º	 emoji),	 enquanto	 outros	 trazem	 o	 “sem</p><p>glúten”	+	o	preço	+	um	apelo	ao	sabor	(4º	emoji).	Cada	marca	escolhe	o	que	vai</p><p>destacar	no	rótulo.	A	forma	de	convencer	o	consumidor	muda	de	acordo	com	a</p><p>marca,	que	decide	o	que	é	relevante	ou	não	para	se	colocar	no	rótulo	além	da</p><p>informação	“sem	glúten”.	Logo,	os	rótulos	de	produtos	para	celíacos	variam	na</p><p>forma	de	apresentação	de	informações	relevantes	para	esse	público.	Alguns</p><p>ainda	apresentam	essas	informações	todas	erradas.	GRRRR!</p><p>Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	40</p><p>ABL	lança	novo	concurso	cultural:</p><p>“Conte	o	conto	sem	aumentar	um	ponto”</p><p>Em	 razão	 da	 grande	 repercussão	 do	 concurso	 de	 Microcontos	 do</p><p>Twitter	da	ABL,	o	Abletras,	a	Academia	Brasileira	de	Letras	lançou	no	dia</p><p>do	seu	aniversário	de	113	anos	um	novo	concurso	cultural	intitulado	“Conte</p><p>o	 conto	 sem	 aumentar	 um	 ponto”,	 baseado	 na	 obra	 A	 cartomante,	 de</p><p>Machado	de	Assis.</p><p>“Conte	 o	 conto	 sem	 aumentar	 um	 ponto”	 tem	 como	 objetivo	 dar	 um</p><p>final	 distinto	 do	 original	 ao	 conto	 A	 cartomante,	 de	 Machado	 de	 Assis,</p><p>utilizando-se	 o	 mesmo	 número	 de	 caracteres	 –	 ou	 inferior	 –	 que</p><p>Machado	concluiu	seu	trabalho,	ou	seja,	1	778	caracteres.</p><p>Vale	 ressaltar	 que,	 para	 participar	 do	 concurso,	 o	 concorrente	 deverá</p><p>ser	seguidor	do	Twitter	da	ABL,	o	Abletras.</p><p>Disponível	em:	www.academia.org.br.	Acesso	em:	18	out.	2015	(adaptado)</p><p>O	Twitter	 é	 reconhecido	 por	 promover	 o	 compartilhamento	 de	 textos.</p><p>Nessa	 notícia,	 essa	 rede	 social	 foi	 utilizada	 como	 veículo/suporte	 para	 um</p><p>concurso	literário	por	causa	do(a)</p><p>a)		limite	predeterminado	de	extensão	do	texto.</p><p>b)	interesse	pela	participação	de	jovens.</p><p>c)		atualidade	do	enredo	proposto.</p><p>d)	fidelidade	a	fatos	cotidianos.</p><p>e)		dinâmica	da	sequência	narrativa.</p><p>Importante	 destacar	 que	 o	 “concurso	 literário”	 do	 enunciado	 não	 é	 o</p><p>concurso	“Conte	o	conto	sem	aumentar	um	ponto”.	Afinal,	1778	caracteres	é	um</p><p>pouquinho	maior	do	que	o	Twitter	permite.	A	pergunta	na	verdade	se	refere	ao</p><p>outro	concurso	literário	de	microcontos	da	ABL,	o	anterior.	Esse,	sim,	foi	pelo</p><p>Twitter.	E	o	Twitter	foi	suporte	para	esse	concurso	anterior	porque	há	um	limite</p><p>predeterminado	de	extensão	do	texto.	Letra	“A”.</p><p>Eu	fiquei	muito	perdido	nessa	questão	porque	achei	que	os	1778	caracteres</p><p>iriam	 ser	 escritos	 no	 Twitter,	 e	 isso	 me	 deixou	 completamente	 confuso.	 Só</p><p>depois	 de	 muito	 tempo	 que	 eu	 me	 toquei	 que	 estavam	 falando	 do	 concurso</p><p>anterior.</p><p>QUESTÃO	41</p><p>Nesse	 texto,	 busca-se	 convencer	 o	 leitor	 a	 mudar	 seu	 comportamento</p><p>por	meio	da	associação	de	verbos	no	modo	imperativo	à</p><p>a)		indicação	de	diversos	canais	de	atendimento.</p><p>b)	divulgação	do	Centro	de	Defesa	da	Mulher.</p><p>c)		informação	sobre	a	duração	da	campanha.</p><p>d)	apresentação	dos	diversos	apoiadores.</p><p>e)		utilização	da	imagem	das	três	mulheres.</p><p>A	pergunta	é	sobre	a	associação	dos	verbos	no	modo	 imperativo	a	alguma</p><p>outra	 coisa,	 algum	 outro	 recurso	 linguístico.	 A	 peça	 associa	 os	 verbos	 no</p><p>indicativo	à	imagem	das	três	mulheres.	Esses	dois	elementos	juntos	são	usados</p><p>para	convencer	a	pessoa	a	denunciar.	Letra	“E”.</p><p>A	 resposta	 não	 é	 “A”	 porque	 os	 canais	 de	 atendimento	 estão	 ali	 para</p><p>estimular	o	comportamento	de	denúncia,	mas	não	estão	associados	 aos	verbos</p><p>no	 imperativo.	 São	 o	 “complemento”	 do	 anúncio:	 depois	 de	 a	 pessoa	 ter	 sido</p><p>sensibilizada	com	a	associação	entre	imagem	e	texto,	ela	vai	ler	os	números	e</p><p>ligar	para	denunciar.</p><p>QUESTÃO	42</p><p>A	Casa	de	Vidro</p><p>Houve	protestos.</p><p>Deram	uma	bola	a	cada	criança	e	tempo	para	brincar.	Elas	aprenderam</p><p>malabarismos	incríveis	e	algumas	viajavam	pelo	mundo	exibindo	sua	alegre</p><p>habilidade.	 (O	problema	é	que	muitos,	a	maioria,	não	tinham	jeito	e	eram</p><p>feios	de	noite,	assustadores.	Seria	melhor	prender	essa	gente	–	havia	quem</p><p>dissesse.)</p><p>Houve	protestos.</p><p>Aumentaram	 o	 preço	 da	 carne,	 liberaram	 os	 preços	 dos	 cereais	 e</p><p>abriram	crédito	a	juros	baixos	para	o	agricultor.	O	dinheiro	que	sobrasse,</p><p>bem,	digamos,	ora	o	dinheiro	que	sobrasse!</p><p>Houve	protestos.</p><p>Diminuíram	 os	 salários	 (infelizmente	 aumentou	 o	 número	 de	 assaltos)</p><p>porque	precisamos	combater	a	inflação	e,	como	se	sabe,	quando	os	salários</p><p>estão	 acima	 do	 índice	 de	 produtividade	 eles	 se	 tornam</p><p>altamente	inflacionários,	de	modo	que.</p><p>Houve	protestos.</p><p>Proibiram	os	protestos.</p><p>E	no	 lugar	dos	protestos	nasceu	o	ódio.	Então	surgiu	a	Casa	de	Vidro,</p><p>para	acabar	com	aquele	ódio.</p><p>ÂNGELO,	I.	A	casa	de	vidro.	São	Paulo:	Círculo	do	Livro,	1985.</p><p>Publicado	em	1979,	o	texto	compartilha	com	outras	obras	da	literatura</p><p>brasileira	 escritas	no	período	as	marcas	 o	 contexto	 em	que	 foi	produzido,</p><p>como	a</p><p>a)		referência	à	censura	e	à	opressão	para	alegorizar	a	falta	de	liberdade</p><p>de	expressão	característica	da	época.</p><p>b)	valorização	de	situações	do	cotidiano	para	atenuar	os	sentimentos	de</p><p>revolta	em	relação	ao	governo	instituído.</p><p>c)	 	utilização	de	metáforas	e	ironias	para	expressar	um	olhar	crítico	em</p><p>relação	à	situação	social	e	política	do	país.</p><p>d)	tendência	realista	para	documentar	com	verossimilhança	o	drama	da</p><p>população	brasileira	durante	o	Regime	Militar.</p><p>e)	 	 sobreposição	das	manifestações	populares	pelo	discurso	oficial	para</p><p>destacar	o	autoritarismo	do	momento	histórico.</p><p>O	texto	faz	referência	ao	período	da	censura	durante	o	regime	militar.	Traz</p><p>situações	 reais	 daquele	 momento,	 mas	 não	 de	 uma	 maneira	 excessivamente</p><p>jornalística	 (que	 “D”	 dá	 a	 entender).	 É	 um	 texto	 artístico,	 literário,	mas	 não	 é</p><p>“alegórico”.	Uma	alegoria	é	como	uma	“fábula”,	em	que	uma	história	traz	uma</p><p>lição	 oculta.	Mas	 não	 há	 uma	 lição	 oculta	 no	 texto,	 apenas	 uma	metáfora	no</p><p>primeiro	parágrafo:	uma	história	 sobre	“crianças”	para	denunciar	as	prisões	do</p><p>regime	por	motivos	pouco	evidentes,	apenas	pelo	que	a	pessoa	aparentava	ser.	Já</p><p>o	6º	parágrafo	é	todo	irônico.</p><p>Logo,	 o	 autor	 usa	 metáforas	 e	 ironias	 para	 expressar	 um	 olhar	 crítico	 em</p><p>relação	à	situação	social	e	política	do	país.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	43</p><p>Encontrando	 base	 em	 argumentos	 supostamente	 científicos,	 o	mito	 do</p><p>sexo	 frágil	 contribuiu	 historicamente	 para	 controlar	 as	 práticas	 corporais</p><p>desempenhadas	 pelas	 mulheres.	 Na	 história	 do	 Brasil,	 exatamente	 na</p><p>transição	entre	os	séculos	XIX	e	XX,	destacam-se	os	esforços	para	impedir	a</p><p>participação	da	mulher	no	campo	das	práticas	esportivas.	As	desconfianças</p><p>em	 relação	 à	 presença	 da	 mulher	 no	 esporte	 estiveram	 culturalmente</p><p>associadas	 ao	 medo	 de	 masculinizar	 o	 corpo	 feminino	 pelo	 esforço	 físico</p><p>intenso.	 Em	 relação	 ao	 futebol	 feminino,	 o</p><p>mito	 do	 sexo	 frágil	 atuou</p><p>como	 obstáculo	 ao	 consolidar	 a	 crença	 de	 que	 o	 esforço	 físico	 seria</p><p>inapropriado	para	proteger	 a	 feminilidade	da	mulher	 “normal”.	Tal	mito</p><p>sustentou	 um	 forte	 movimento	 contrário	 à	 aceitação	 do	 futebol	 como</p><p>prática	 esportiva	 feminina.	 Leis	 e	 propagandas	 buscaram	 desacreditar	 o</p><p>futebol,	considerando-o	 inadequado	á	delicadeza.	Na	verdade,	as	mulheres</p><p>eram	 consideradas	 incapazes	 de	 se	 adequar	 ás	 múltiplas	 dificuldades	 do</p><p>“esporte-rei”.</p><p>TEIXEIRA,	 F	 L.	 S.;	 CAMINHA,	 I.	 O.	 Preconceito	 no	 futebol	 feminino:	 uma	 revisão	 sistemática.	Movimento,	 Porto</p><p>Alegre,	n.	1,2013	(adaptado).</p><p>No	 contexto	 apresentado,	 a	 relação	 entre	 a	 prática	 do	 futebol	 e	 as</p><p>mulheres	é	caracterizada	por	um</p><p>a)		argumento	biológico	para	justificar	desigualdades	históricas	e	sociais.</p><p>b)	discurso	midiático	que	atua	historicamente	na	desconstrução	do	mito</p><p>do	sexo	frágil.</p><p>c)		apelo	para	a	preservação	do	futebol	como	uma	modalidade	praticada</p><p>apenas	pelos	homens.</p><p>d)	 olhar	 feminista	 que	 qualifica	 o	 futebol	 como	 uma	 atividade</p><p>masculinizante	para	as	mulheres.</p><p>e)		receio	de	que	sua	inserção	subverta	o	“esporte-rei”	ao	demonstrarem</p><p>suas	capacidades	de	jogo.</p><p>A	resposta	 já	 está	no	 começo:	o	mito	do	 sexo	 frágil	 teve	por	muito	 tempo</p><p>embasamento	 científico	 com	 argumentos	 biológicos	 de	 por	 que	 a	mulher	 era</p><p>mais	frágil	que	o	homem.	Ao	longo	do	texto	os	autores	demonstram	como	esses</p><p>argumentos	“justificavam”	a	desigualdade	entre	gêneros:	“Ah,	as	mulheres	 são</p><p>mais	fracas,	delicadas...	futebol	não	é	para	elas”.</p><p>Resposta:	“A”.</p><p>QUESTÃO	44</p><p>Farejador	de	Plágio:	uma	ferramenta	contra	a</p><p>cópia	ilegal</p><p>No	mundo	acadêmico	ou	nos	veículos	de	comunicação,	as	cópias	ilegais</p><p>podem	surgir	de	diversas	maneiras,	sendo	integrais,	parciais	ou	paráfrases.</p><p>Para	 ajudar	 a	 combater	 esse	 crime,	 o	professor	Maximiliano	Zambonatto</p><p>Pezzin,	engenheiro	de	computação,	desenvolveu	junto	com	os	seus	alunos	o</p><p>programa	 Farejador	 de	 Plágio.	O	 programa	 é	 capaz	 de	 detectar:	 trechos</p><p>contínuos	 e	 fragmentados,	 frases	 soltas,	 partes	 de	 textos	 reorganizadas,</p><p>frases	 reescritas,	 mudanças	 na	 ordem	 dos	 períodos	 e	 erros	 fonéticos	 e</p><p>sintáticos.	Mas	como	o	programa	realmente	funciona?	Considerando	o	texto</p><p>como	uma	sequência	de	palavras,	a	ferramenta	analisa	e	busca	trecho	por</p><p>trecho	 nos	 sites	 de	 busca,	 assim	 como	 um	 professor	 desconfiado	 de</p><p>um	aluno	faria.	A	diferença	é	que	o	programa	permite	que	se	pesquise	em</p><p>vários	buscadores,	gerando	assim	muito	mais	resultados.</p><p>Disponível	em:	http://reporterunesp.jor.br.	Acesso	em:	19	mar.	2018</p><p>Segundo	o	texto,	a	ferramenta	Farejador	de	Plágio	alcança	seu	objetivo</p><p>por	meio	da</p><p>a)		seleção	de	cópias	integrais.</p><p>b)	busca	em	sites	especializados.</p><p>c)		simulação	da	atividade	docente.</p><p>d)	comparação	de	padrões	estruturais.</p><p>e)		identificação	de	sequência	de	fonemas.</p><p>A	 resposta	 está	 no	 segundo	 parágrafo:	 o	 programa	 é	 capaz	 de	 identificar</p><p>diversos	trechos,	fragmentos,	frases	soltas,	etc.	E	ela	pesquisa	esses	trechos	em</p><p>vários	sites	de	busca	para	ver	se	eles	já	existem	ou	se	são	originais.	Ou	seja:	ele</p><p>compara	os	trechos	do	texto	com	trechos	já	existentes	e	disponíveis	na	internet.</p><p>É	feita	uma	comparação	dos	padrões	que	formam	o	texto.</p><p>Letra	“D”.</p><p>QUESTÃO	45</p><p>TEXTO	I</p><p>TEXTO	II</p><p>Stephen	 Lund,	 artista	 canadense,	 morador	 em	 Victoria,	 capital	 da</p><p>Colúmbia	 Britânica	 (Canadá),	 transformou-se	 em	 fenômeno	 mundial</p><p>produzindo	 obras	 de	 arte	 virtuais	 pedalando	 sua	 bike.	 Seguindo</p><p>rotas	 traçadas	 com	 o	 auxílio	 de	 um	 dispositivo	 de	 GPS,	 ele	 calcula	 ter</p><p>percorrido	mais	de	10	mil	quilômetros.</p><p>Disponível	em:	www.booooooom.com.	Acesso	em:	9	dez.	2017	(adaptado)</p><p>Os	textos	destacam	a	inovação	artística	proposta	por	Stephen	Lund	a	partir</p><p>do(a)</p><p>a)		deslocamento	das	tecnologias	de	suas	funções	habituais.</p><p>b)	perspectiva	de	funcionamento	do	dispositivo	de	GPS.</p><p>c)		ato	de	guiar	sua	bicicleta	pelas	ruas	da	cidade.</p><p>d)	análise	dos	problemas	de	mobilidade	urbana.</p><p>e)		foco	na	promoção	cultural	da	sua	cidade.</p><p>A	pergunta	é	sobre	a	inovação	artística,	não	sobre	as	características	da	arte</p><p>de	Stephen	Lund	em	si.	“B”,	“C”	e	“E”	são	características	da	obra	dele,	mas	a</p><p>inovação	 artística	 é	 que	 ele	 subverte	 a	 função	 usual	 do	 GPS.	 Ele	 desloca	 a</p><p>tecnologia	de	suas	funções	habituais	(se	orientar	no	espaço)	para	transformar	os</p><p>padrões	desenhados	em	arte.	Resposta:	“A”.</p><p>Ciências	Humanas	e	suas	Tecnologias</p><p>QUESTÃO	46</p><p>No	Segundo	Congresso	internacional	de	Ciências	Geográficas,	em	1875,</p><p>a	que	compareceram	o	presidente	da	República,	o	governador	de	Paris	e	o</p><p>presidente	da	Assembleia,	o	discurso	 inaugural	do	almirante	La	Roucière-</p><p>Le	 Noury	 expôs	 a	 atitude	 predominante	 no	 encontro:	 “Cavalheiros,	 a</p><p>Providência	 nos	 ditou	 a	 obrigação	 de	 conhecer	 e	 conquistar	 a	 terra.	Essa</p><p>ordem	 suprema	 é	 um	 dos	 deveres	 imperiosos	 inscritos	 em	 nossas</p><p>inteligências	 e	 nossas	 atividades.	A	 geografia,	 essa	 ciência	 que	 inspira	 tão</p><p>bela	devoção	e	em	cujo	nome	foram	sacrificadas	tantas	vítimas,	tornou-se	a</p><p>filosofia	da	terra”.</p><p>SAID,	E.	Cultura	e	política.	São	Paulo:	Cia.	das	Letras,	1995.</p><p>No	 contexto	 histórico	 apresentado,	 a	 exaltação	 da	 ciência	 geográfica</p><p>decorre	do	seu	uso	para	o(a)</p><p>a)					preservação	cultural	dos	territórios	ocupados.</p><p>b)				formação	humanitária	da	sociedade	europeia.</p><p>c)					catalogação	de	dados	úteis	aos	propósitos	colonialistas.</p><p>d)				desenvolvimento	de	técnicas	matemáticas	de	construção	de	cartas.</p><p>e)					consolidação	do	conhecimento	topográfico	como	campo	acadêmico.</p><p>A	chave	da	questão	é	o	trecho	“conhecer	e	conquistar	a	terra”.	A	ciência</p><p>geográfica	 viria,	 portanto,	 não	 para	 conhecer	 simplesmente	 por	 conhecer,	mas</p><p>para	conhecer	a	terra	com	um	propósito	bem	definido:	o	de	conquistar.</p><p>Ao	 final	 do	 século	 XIX	 (1875,	 no	 caso),	 as	 nações	 europeias	 estavam</p><p>expandindo	 seus	 territórios,	 desbravando	 novas	 terras	 (principalmente	 na</p><p>África).	É	o	contexto	do	neocolonialismo.	Mas	não	precisava	saber	disso	para</p><p>matar	a	questão.	Era	só	interpretação	de	texto.	Resposta:	letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	47</p><p>A	existência	em	Jerusalém	de	um	hospital	voltado	para	o	alojamento	e	o</p><p>cuidado	 dos	 peregrinos,	 assim	 como	 daqueles	 entre	 eles	 que	 estavam</p><p>cansados	 ou	 doentes,	 fortaleceu	 o	 elo	 entre	 a	 obra	 de	 assistência	 e	 de</p><p>caridade	e	a	Terra	Santa.	Ao	fazer,	em	1113,	do	Hospital	de	Jerusalém	um</p><p>estabelecimento	central	da</p><p>ordem,	Pascoal	II	estimulava	a	filiação	dos	hospitalários	do	Ocidente	a	ele,</p><p>sobretudo	daqueles	que	estavam	ligados	à	peregrinação	na	Terra	Santa	ou</p><p>em	outro	 lugar.	A	militarização	do	Hospital	de	Jerusalém	não	diminuiu	a</p><p>vocação	caritativa	primitiva,	mas	a	fortaleceu.</p><p>DEMURGER,	A.	Os	Cavaleiros	de	Cristo.	Rio	de	Janeiro:	Jorge	Zahar,	2002	(adaptado).</p><p>O	acontecimento	descrito	vincula-se	ao	fenômeno	ocidental	do(a)</p><p>a)					surgimento	do	monasticismo	guerreiro,	ocasionado	pelas	cruzadas.</p><p>b)				descentralização	do	poder	eclesiástico,	produzida	pelo	feudalismo.</p><p>c)					alastramento	da	peste	bubônica,	provocado	pela	expansão	comercial.</p><p>d)	 	 	 	 afirmação	 da	 fraternidade	 mendicante,	 estimulada	 pela	 reforma</p><p>espiritual.</p><p>e)	 	 	 	 	criação	das	 faculdades	de	medicina,	promovida	pelo	renascimento</p><p>urbano.</p><p>Essa	 questão	 foi	 muitíssimo	 específica,	 mas	 eu	 não	 reclamo	 tanto	 porque</p><p>acertei	hehehe.	No	“chute”,	mas	acertei.	A	resposta	é	“A”.</p><p>O	 que	 me	 fez	 marcar	 “A”	 foi	 o	 trecho	 “militarização	 do	 Hospital	 de</p><p>Jerusalém”.	 O	 texto	 dá	 a	 entender	 que	 a	 Igreja	 Católica	 promoveu	 a</p><p>militarização	de	 suas	 instituições	 religiosas.	E	esse	processo	de	militarização	é</p><p>justamente	o	que	aconteceu	durante	as	cruzadas:	expedições	católicas	militares</p><p>com	a	missão	de	retomar	a	Terra	Santa.</p><p>E	 a	 parte	 de	 monasticismo	 guerreiro	 tem	 a	 ver	 justamente	 com	 os</p><p>guerreiros	dessas	expedições	(templários,	por	exemplo).</p><p>Não	 foi	 o	 jeito	 “certo”	 de	 resolver,	mas	 por	 interpretação	 de	 texto	 até	 que</p><p>dava</p><p>para	matar	se	você	tinha	alguma	noção	do	que	foram	as	cruzadas.	E	o	que</p><p>mais	 tem	 nesse	mundo	 é	 filme	 retratando	 as	 cruzadas,	 então	 é	 como	 eu	 digo:</p><p>repertório	é	tudo.</p><p>QUESTÃO	48</p><p>A	tribo	não	possui	um	rei,	mas	um	chefe	que	não	é	chefe	de	Estado.	O</p><p>que	 significa	 isso?	 Simplesmente	 que	 o	 chefe	 não	 dispõe	 de	 nenhuma</p><p>autoridade,	 de	 nenhum	 poder	 de	 coerção,	 de	 nenhum	 meio	 de	 dar	 uma</p><p>ordem.	O	chefe	não	é	um	comandante,	as	pessoas	da	tribo	não	têm	nenhum</p><p>dever	 de	 obediência.	 O	 espaço	 da	 chefia	 não	 é	 o	 lugar	 do	 poder.</p><p>Essencialmente	 encarregado	 de	 eliminar	 conflitos	 que	 podem	 surgir	 entre</p><p>indivíduos,	 famílias	 e	 linhagens,	 o	 chefe	 só	 dispõe,	 para	 restabelecer	 a</p><p>ordem	 e	 a	 concórdia,	 do	 prestígio	 que	 lhe	 reconhece	 a	 sociedade.	 Mas</p><p>evidentemente	prestígio	não	 significa	poder,	 e	 os	meios	que	o	 chefe	detém</p><p>para	 realizar	 sua	 tarefa	 de	 pacificador	 limitam-se	 ao	 uso	 exclusivo	 da</p><p>palavra.</p><p>CLASTRES,	P.	A	sociedade	contra	o	Estado.	Rio	de	Janeiro:	Francisco	Alves,	1982	(adaptado).</p><p>O	modelo	político	das	sociedades	discutidas	no	texto	contrasta	com	o	do</p><p>Estado	liberal	burguês	porque	se	baseia	em:</p><p>a)					Imposição	ideológica	e	normas	hierárquicas.</p><p>b)				Determinação	divina	e	soberania	monárquica.</p><p>c)					Intervenção	consensual	e	autonomia	comunitária.</p><p>d)				Mediação	jurídica	e	regras	contratualistas.</p><p>e)					Gestão	coletiva	e	obrigações	tributárias.</p><p>De	 novo,	 interpretação	 de	 texto.	 Você	 nem	 precisaria	 se	 preocupar	 com	 a</p><p>pergunta	 de	 “como	 esse	modelo	 difere	 do	 Estado	 liberal	 burguês”,	 porque	 na</p><p>verdade	 só	 precisava	 encontrar	 uma	 alternativa	 que	 descrevesse	 o	 modelo	 do</p><p>texto.	O	modelo	do	texto	se	baseia	em	quê?</p><p>E	 a	 resposta	 é	 “C”:	 intervenção	 consensual	 e	 autonomia	 comunitária.</p><p>Intervenção	consensual	porque	o	chefe	da	tribo	não	podia	impor	sua	decisão:	seu</p><p>poder	limitava-se	ao	uso	exclusivo	da	palavra.	Ou	seja:	ele	tinha	que	convencer</p><p>os	outros,	e	o	diálogo,	o	consenso,	 seria	necessário	para	uma	mudança.	Mas	o</p><p>chefe	não	 tinha	poder	de	 fato;	o	poder	estava	nas	mãos	da	comunidade.	Havia</p><p>uma	autonomia	comunitária.</p><p>QUESTÃO	49</p><p>O	filósofo	reconhece-se	pela	posse	inseparável	do	gosto	da	evidência	e	do</p><p>sentido	da	ambiguidade.	Quando	se	limita	a	suportar	a	ambiguidade,	esta	se</p><p>chama	 equívoco.	 Sempre	 aconteceu	que,	mesmo	aqueles	 que	pretenderam</p><p>construir	uma	filosofia	absolutamente	positiva,	sô	conseguiram	ser	filósofos</p><p>na	medida	em	que,	simultaneamente,	se	recusaram	o	direito	de	se	 instalar</p><p>no	 saber	 absoluto.	 O	 que	 caracteriza	 o	 filósofo	 é	 o	 movimento	 que	 leva</p><p>incessantemente	do	saber	à	ignorância,	da	ignorância	ao	saber,	e	um	certo</p><p>repouso	neste	movimento.</p><p>MERLEAU-PONTY,	M.	Elogio	da	filosofia.	Lisboa:	Guimarães,	1998	(adaptado).</p><p>O	texto	apresenta	um	entendimento	acerca	dos	elementos	constitutivos</p><p>da	atividade	do	filósofo,	que	se	caracteriza	por</p><p>a)					reunir	os	antagonismos	das	opiniões	ao	método	dialético.</p><p>b)				ajustar	a	clareza	do	conhecimento	ao	inatismo	das	ideias.</p><p>c)					associar	a	certeza	do	intelecto	à	imutabilidade	da	verdade.</p><p>d)				conciliar	o	rigor	da	investigação	à	inquietude	do	questionamento.</p><p>e)	 	 	 	 	 compatibilizar	 as	 estruturas	 do	 pensamento	 aos	 princípios</p><p>fundamentais.</p><p>O	texto	foca	bastante	nessa	transição	entre	certeza	e	incerteza.	O	filósofo	ora</p><p>tem	 certeza,	 ora	 já	 não	 tem	 mais.	 As	 dúvidas	 que	 advêm	 da	 investigação</p><p>rigorosa	 e	 as	 consequentes	 dúvidas	 desse	 processo	 rompem	 com	 todas	 as</p><p>certezas	que	o	filósofo	teve,	 tornando-as	incertezas,	que	geram	mais	dúvidas,	e</p><p>assim	 sucessivamente.	 A	 atividade	 do	 filósofo,	 portanto,	 se	 caracteriza	 por</p><p>conciliar	o	rigor	da	investigação	à	inquietude	do	questionamento.	Letra	“D”.</p><p>A	letra	“A”	até	que	faz	sentido,	mas	o	método	dialético	envolve	muito	mais</p><p>uma	avaliação	de	dois	pontos	de	vista	(antagonismos	das	opiniões)	que	a	recusa</p><p>à	 certeza.	 São	 dois	 conceitos	 próximos	 (e	 talvez	 até	 interligados),	mas	 aqui	 a</p><p>“D”	está	mais	certa.</p><p>QUESTÃO	50</p><p>Esse	 ônibus	 relaciona-se	 ao	 ato	 praticado,	 em	 1955,	 por	 Rosa	 Parks,</p><p>apresentada	 em	 fotografia	 ao	 lado	 de	 Martin	 Luther	 King.	 O	 veículo</p><p>alcançou	o	estatuto	de	obra	museológica	por	simbolizar	o(a)</p><p>a)					impacto	do	medo	da	corrida	armamentista.</p><p>b)				democratização	do	acesso	à	escola	pública.</p><p>c)					preconceito	de	gênero	no	transporte	coletivo.</p><p>d)				deflagração	do	movimento	por	igualdade	civil.</p><p>e)					eclosão	da	rebeldia	no	comportamento	juvenil.</p><p>Pode	ser	uma	questão	muito	específica	(e	é	mesmo),	mas	o	ENEM	nunca	vai</p><p>te	 cobrar	 algo	 tão	 específico	 assim	 sem	 te	 dar	 “pistas”.	 Se	 a	 Rosa	 Parks	 está</p><p>retratada	ao	 lado	de	Martin	Luther	King,	não	deve	ser	por	acaso,	né?	E	qual	a</p><p>principal	 causa	 defendida	 por	 Martin	 Luther	 King	 foi	 a	 luta	 contra	 a</p><p>desigualdade	racial	(quem	nunca	ouviu	falar	do	discurso	“I	have	a	dream”,	não	é</p><p>mesmo?).	 Ou	 seja:	 Luther	 King	 defendia	 a	 igualdade	 civil	 entre	 negros	 e</p><p>brancos.	E,	pela	nossa	lógica,	Rosa	Parks	devia	ter	os	mesmos	princípios.	Logo,</p><p>muito	provável	que	a	 resposta	 seja	a	“D”.	E	não	é	que	é	 isso	mesmo?	Foi	um</p><p>chute	bem-intencionado	que	deu	certo.</p><p>(Aos	 curiosos,	 um	 artigo	 da	Wikipedia	 sobre	 o	movimento	 de	 boicote	 aos</p><p>ônibus	de	Montgomery	que	deflagrou	o	movimento	por	igualdade	civil)</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote_aos_%C3%B4nibus_de_Montgomery</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote_aos_%C3%B4nibus_de_Montgomery</p><p>QUESTÃO	51</p><p>Desde	 que	 tenhamos	 compreendido	 o	 significado	 da	 palavra	 “Deus”,</p><p>sabemos,	 de	 imediato,	 que	 Deus	 existe.	 Com	 efeito,	 essa	 palavra	 designa</p><p>uma	coisa	de	tal	ordem	que	não	podemos	conceber	nada	que	lhe	seja	maior.</p><p>Ora,	o	que	existe	na	realidade	e	no	pensamento	é	maior	do	que	o	que	existe</p><p>apenas	no	pensamento.	Donde	se	segue	que	o	objeto	designado	pela	palavra</p><p>“Deus”,	 que	 existe	 no	 pensamento,	 desde	 que	 se	 entenda	 essa	 palavra,</p><p>também	existe	na	realidade.	Por	conseguinte,	a</p><p>existência	de	Deus	é	evidente</p><p>TOMÁS	DE	AQUINO.	Suma	teológica.	Rio	de	Janeiro:	Loyola,	2002.</p><p>O	 texto	 apresenta	 uma	 elaboração	 teórica	 de	 Tomás	 de	 Aquino</p><p>caracterizada	por</p><p>a)					reiterar	a	ortodoxia	religiosa	contra	os	heréticos.</p><p>b)				sustentar	racionalmente	doutrina	alicerçada	na	fé.</p><p>c)					explicar	as	virtudes	teologais	pela	demonstração.</p><p>d)				flexibilizar	a	interpretação	oficial	dos	textos	sagrados.</p><p>e)					justificar	pragmaticamente	crença	livre	de	dogmas.</p><p>Lembra	 do	 que	 eu	 falei	 sobre	 raciocínio	 lógico	 lá	 em	 cima?	Esse	 texto	 de</p><p>Tomás	 de	 Aquino	 é	 raciocínio	 lógico	 puro:	 “Se	 a	 palavra	 ‘Deus’	 existe	 no</p><p>pensamento,	então	ela	existe	na	 realidade.	Logo,	Deus	existe”.	Concorde	você</p><p>ou	não	com	isso,	essa	é	uma	tentativa	de	sustentar	racionalmente	(por	meio	da</p><p>razão,	 da	 lógica)	 uma	 crença	 alicerçada	 originalmente	 na	 fé.	 Letra	 “B”.</p><p>Tomás	 de	 Aquino	 foi	 um	 dos	 maiores	 expoentes	 da	 escolástica	 medieval,</p><p>movimento	 que	 tentou	 conciliar	 argumentos	 racionais	 com	 as	 explicações</p><p>religiosas.</p><p>QUESTÃO	52</p><p>TEXTO	I</p><p>Tudo	aquilo	que	é	válido	para	um	tempo	de	guerra,	em	que	todo	homem</p><p>é	inimigo	de	todo	homem,	é	válido	também	para	o	tempo	durante	o	qual	os</p><p>homens	vivem	sem	outra	segurança	senão	a	que	lhes	pode	ser	oferecida	por</p><p>sua	própria	força	e	invenção.</p><p>HOBBES,	T.	Leviatã.	São	Paulo:	Abril	Cultural,	1983</p><p>TEXTO	II</p><p>Não	 vamos	 concluir,	 com	Hobbes	 que,	 por	 não	 ter	 nenhuma	 ideia	 de</p><p>bondade,	 o	 homem	 seja	 naturalmente	mau.	 Esse	 autor	 deveria	 dizer	 que,</p><p>sendo	o	estado	de	natureza	aquele	em	que	o	cuidado	de	nossa	conservação	é</p><p>menos	 prejudicial	 à	 dos	 outros,	 esse	 estado	 era,	 por	 conseguinte,	 o	 mais</p><p>próprio	à	paz	e	o	mais	conveniente</p><p>ao	gênero	humano.</p><p>ROUSSEAU,	J.-J.	Discurso	sobre	a	origem	e	o	fundamento	da	desigualdade	entre	os	homens.	São	Paulo:	Martins	Fontes,</p><p>1993	(adaptado).</p><p>Os	 trechos	 apresentam	 divergências	 conceituais	 entre	 autores	 que</p><p>sustentam	um	entendimento	segundo	o	qual	a	igualdade	entre	os	homens	se</p><p>dá	em</p><p>razão	de	uma</p><p>a)					predisposição	ao	conhecimento.</p><p>b)				submissão	ao	transcendente.</p><p>c)					tradição	epistemológica.</p><p>d)				condição	original.</p><p>e)					vocação	política.</p><p>Uma	 questão	 difícil	 porque	 pede	 justamente	 para	 ler	 os	 dois	 textos	 e</p><p>encontrar	 um	 ponto	 de	 divergência	 conceitual.	 Mas	 quem	 sabia	 o	 básico	 de</p><p>filósofos	contratualistas	matava	a	questão	só	de	ler	o	nome	dos	autores:	Hobbes</p><p>e	 Rousseau.	 Os	 filósofos	 contratualistas	 (Locke,	 Hobbes	 e	 Rousseau	 são	 os</p><p>principais)	 acreditavam	 que	 em	 um	 passado	 remoto	 o	 homem	 vivia	 em	 uma</p><p>condição	natural,	selvagem,	e	que	para	a	sociedade	existir	havia	a	necessidade	de</p><p>um	pacto	 social:	os	 indivíduos	 abriam	mão	de	 sua	 liberdade,	 cedendo-a	 a	 um</p><p>órgão	 regulador	 (o	 Estado),	 e	 em	 troca	 recebiam	 direitos	 como	 propriedade</p><p>privada	 e	 segurança	 (cada	 teórico	 tinha	 uma	 ideia	 de	 quais	 eram	 os	 direitos</p><p>naturais).</p><p>A	divergência	 entre	Hobbes	 e	Rousseau	é	que	o	primeiro	acreditava	que	o</p><p>homem	 em	 seu	 estado	 natural	 era	 um	 selvagem	 “raiz”,	 completamente</p><p>indomável	(“o	homem	é	o	lobo	do	homem”).	Já	Rousseau	acreditava	que	havia</p><p>um	estado	de	relativa	paz	na	época	“pré-pacto	social”.	Os	homens	daquela	época</p><p>seriam	“bons	 selvagens”.	A	divergência,	 portanto,	 é	 sobre	 como	o	 homem	era</p><p>em	sua	condição	original.	Letra	“D”.</p><p>QUESTÃO	53</p><p>Foi-se	 o	 tempo	 em	 que	 era	 possível	 mostrar	 um	 mundo	 econômico</p><p>organizado	 em	 camadas	 bem	 definidas,	 onde	 grandes	 centros	 urbanos	 se</p><p>ligavam,	 por	 si	 próprios,	 a	 economias	 adjacentes	 “lentas”,	 com	 o	 ritmo</p><p>muito	mais	rápido	do	comércio	e	das	finanças	de	longo	alcance.	Hoje	tudo</p><p>ocorre	 como	 se	 essas	 camadas	 sobrepostas	 estivessem	 mescladas	 e</p><p>interpermeadas.</p><p>Interdependências	de	curto	e	 longo	alcance	não	podem	mais	ser	separadas</p><p>umas	das	outras.</p><p>BRENNER,	N.	A	globalização	como	reterritorialização.	Cadernos	Metrópole,	n.	24,	jul.-dez.	2010	(adaptado).</p><p>A	maior	complexidade	dos	espaços	urbanos	contemporâneos	ressaltada</p><p>no	texto	explica-se	pela</p><p>a)					expansão	de	áreas	metropolitanas.</p><p>b)				emancipação	de	novos	municípios.</p><p>c)					consolidação	de	domínios	jurídicos.</p><p>d)				articulação	de	redes	multiescalares.</p><p>e)					redefinição	de	regiões	administrativas.</p><p>Mais	 uma	 de	 interpretação	 de	 texto.	 Ora,	 se	 tudo	 ocorre	 em	 camadas</p><p>sobrepostas,	mescladas	e	impermeadas,	a	ponto	de	as	regiões	não	poderem	mais</p><p>ser	 separadas,	 a	 única	 palavra	 que	 resume	 isso,	 das	 5	 opções,	 é	 articulação.</p><p>Expansão,	 emancipação,	 consolidação	e	 redefinição	não	 têm	nada	a	ver	 com	a</p><p>interdependência	entre	as	regiões.	Letra	“D”.</p><p>QUESTÃO	54</p><p>TEXTO	I</p><p>E	pois	que	em	outra	cousa	nesta	parte	me	não	posso	vingar	do	demônio,</p><p>admoesto	da	parte	da	cruz	de	Cristo	Jesus	a	todos	que	este	lugar	lerem,	que</p><p>deem	a	esta	terra	o	nome	que	com	tanta	solenidade	lhe	foi	posto,	sob	pena</p><p>de	a	mesma	cruz	que	nos	há	de	ser	mostrada	no	dia	final,	os	acusar	de	mais</p><p>devotos	do	pau-brasil	que	dela.</p><p>BARROS,	J.	In:	SOUZA,	L.	M.	Inferno	atlântico:	demonologia	e	colonização:	séculos	XVI-XVIII.	São	Paulo:	Cia.	das</p><p>Letras,	1993.</p><p>TEXTO	II</p><p>E	deste	modo	se	hão	os	povoadores,	os	quais,	por	mais	arraigados	que</p><p>na	terra	estejam	e	mais	ricos	que	sejam,	tudo	pretendem	levar	a	Portugal,	e,</p><p>se	as	fazendas	e	bens	que	possuem	souberam	falar,	também	lhes	houveram</p><p>de	ensinar	a	dizer	como	os	papagaios,	aos</p><p>quais	a	primeira	coisa	que	ensinam	é:	papagaio	real	para	Portugal,	porque</p><p>tudo	querem	para	lá.</p><p>SALVADOR,	F.	V.	In:	SOUZA,	L.	M.	(Org.).	História	da	vida	privada	no	Brasil:	cotidiano	e	vida	privada	na	América</p><p>portuguesa.São	Paulo:	Cia.	das	Letras,	1997.</p><p>As	 críticas	 desses	 cronistas	 ao	 processo	 de	 colonização	 portuguesa	 na</p><p>América	estavam	relacionadas	à</p><p>a)					utilização	do	trabalho	escravo.</p><p>b)				implantação	de	polos	urbanos.</p><p>c)					devastação	de	áreas	naturais.</p><p>d)				ocupação	de	terras	indígenas.</p><p>e)					expropriação	de	riquezas	locais.</p><p>Ok,	só	de	bater	o	olho	já	dá	para	ver	que	o	texto	I	é	bem	mais	difícil	que	o</p><p>texto	II.	E,	se	a	pergunta	foi	“qual	é	a	crítica	dos	dois	cronistas”,	é	de	se	supor</p><p>que	os	dois	estejam	seguindo	a	mesma	linha	de	raciocínio,	certo?	Os	dois	devem</p><p>estar	falando	a	mesma	coisa	de	jeitos	diferentes.	Então	eu	vou	só	ler	o	texto	II,</p><p>ora	 bolas.	 Para	 que	 perder	 tempo	 tentando	 interpretar	 o	 I	 se	 os	 dois	 fazem	 a</p><p>mesma	crítica?</p><p>Então	 vamos	 ao	 texto	 II:	 o	 ponto	 chave	 aqui	 é	 “tudo	 pretendem	 levar	 a</p><p>Portugal”.	 A	 crítica	 é	 essa!	 E	 qual	 alternativa	 resume	 isso?	 A	 letra	 “E”:	 os</p><p>portugueses	 exploravam	 o	 solo	 (as	 riquezas	 locais)	 para	 levar	 para	 Portugal,</p><p>sem	deixar	nada	para	os	brasileiros.</p><p>QUESTÃO	55</p><p>Os	 soviéticos	 tinham	 chegado	 a	 Cuba	muito	 cedo	 na	 década	 de	 1960,</p><p>esgueirando-se	pela	fresta	aberta	pela	imediata	hostilidade	norte-americana</p><p>em	 relação	 ao	 processo	 social	 revolucionário.	 Durante	 três	 décadas	 os</p><p>soviéticos	 mantiveram	 sua	 presença	 em	 Cuba	 com	 bases	 e	 ajuda	militar,</p><p>mas,	 sobretudo,	 com	 todo	 o	 apoio	 econômico	 que,	 como	 saberíamos	 anos</p><p>mais	tarde,	mantinha	o	país	à	tona,	embora	nos	deixasse	em	dívida	com	os</p><p>irmãos	 soviéticos	 –	 e	 depois	 com	 seus	 herdeiros	 russos	 –	 por	 cifras	 que</p><p>chegavam	 a	 US$	 32	 bilhões.	 Ou	 seja,	 o	 que	 era	 oferecido	 em	 nome	 da</p><p>solidariedade	socialista	tinha	um	preço	definido.</p><p>PADURA,	L.	Cuba	e	os	russos.	Folha	de	São	Paulo,	19	jul.	2014	(adaptado).</p><p>O	 texto	 indica	que	durante	 a	Guerra	Fria	 as	 relações	 internas	 em	um</p><p>mesmo	bloco	foram	marcadas	pelo(a)</p><p>a)					busca	da	neutralidade	política.</p><p>b)				estímulo	à	competição	comercial.</p><p>c)					subordinação	à	potência	hegemônica.</p><p>d)				elasticidade	das	fronteiras	geográficas.</p><p>e)					compartilhamento	de	pesquisas	científicas.</p><p>As	 “relações	 internas	 em	 um	 mesmo	 bloco”	 referem-se	 às	 relações	 entre</p><p>URSS	e	Cuba	(do	bloco	socialista).	Pelo	texto,	fica	claro	que	Cuba	recebia	apoio</p><p>soviético	em	troca	de	alguns	muitos	bilhões	de	dólares.	Não	era	uma	relação	de</p><p>solidariedade,	 mas	 de	 poder.	 Cuba,	 apesar	 de	 receber	 apoio	 soviético,	 estava</p><p>subordinada	economicamente	à	URSAL	URSS.</p><p>Havia	essa	subordinação	à	potência	hegemônica.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	56</p><p>Anamorfose	é	a	transformação	cartográfica	espacial	em	que	a	forma	dos</p><p>objetos	 é	 distorcida,	 de	 forma	 a	 realçar	 o	 tema.	 A	 área	 das	 unidades</p><p>espaciais	 às	 quais	 o	 tema	 se	 refere	 é	 alterada	 de	 forma	 proporcional	 ao</p><p>respectivo	valor.</p><p>GASPAR,	A.	J.	Dicionário	de	ciências	cartográficas.	Lisboa:	Lidei,	2004</p><p>A	 técnica	 descrita	 foi	 aplicada	 na	 seguinte	 forma	 de	 representação	 do</p><p>espaço:</p><p>O	 importante	 na	 anamorfose	 é	 que	 os	 tamanhos	 são	 alterados	 de	 maneira</p><p>proporcional	a	um	tema.		E	só	em	“C”	temos	isso:	países	representados	em	áreas</p><p>desproporcionais	 (e	 fica	 claro	 que	 são	 desproporcionais	 porque	 o	Canadá	 está</p><p>minúsculo	em	relação	aos	EUA)	para	 ilustrar	alguma	coisa.	Talvez	o	PIB,	PIB</p><p>per	 capita...	 não	 importa.	 Só	 precisava	 entender	 que	 as	 áreas	 estão</p><p>desproporcionais	e	partir	pro	abraço.</p><p>QUESTÃO	57</p><p>A	 poetisa	 Emília	 Freitas	 subiu	 a	 um	 palanque,	 nervosa,	 pedindo</p><p>desculpas	 por	 não	 possuir	 títulos	 nem	 conhecimentos,	 mas	 orgulhosa</p><p>ofereceu	 a	 sua	 pena	 que	 “sem	 ser	 hábil,	 é,	 em	 compensação,	 guiada	 pelo</p><p>poder	da	vontade”.	Maria	Tomásia	pronunciava	orações	que	levantavam	os</p><p>ouvintes.	 A	 escritora	 Francisca	 Clotilde	 arrebatava,	 declamando	 seus</p><p>poemas.	Aquelas</p><p>“angélicas	 senhoras”,	 “heroínas	 da	 caridade”,	 levantavam	 dinheiro	 para</p><p>comprar	 liberdades	 e	 usavam	 de	 seu	 entusiasmo	 a	 fim	 de	 convencer	 os</p><p>donos	de	escravos	a	fazerem	alforrias	gratuitamente.</p><p>MIRANDA,	A.	Disponível	em:	www.opovoonline.com.br.	Acesso	em:	10	jun.	2015</p><p>As	práticas	culturais	narradas	remetem,	historicamente,	ao	movimento</p><p>a)					feminista.</p><p>b)				sufragista.</p><p>c)					socialista.</p><p>d)				republicano.</p><p>e)					abolicionista.</p><p>Perceba	 como	 o	 ENEM	 é	 jocoooooso:	 ele	 fala	 de	 duas	 mulheres</p><p>empoderadas	declamando	alto	para	o	povo.	A	primeira	ideia</p><p>que	passa	na	cabeça</p><p>de	muitos	é	“mulheres	fortes	=	feminismo”.	Mas	a	resposta	está	na	última	linha:</p><p>elas	estavam	lutando	para	conferir	alforrias	aos	escravos.	Estamos	falando	do</p><p>movimento	abolicionista.	Letra	“E”.</p><p>QUESTÃO	58</p><p>A	 democracia	 que	 eles	 pretendem	 é	 a	 democracia	 dos	 privilégios,	 a</p><p>democracia	da	intolerância	e	do	ódio.	A	democracia	que	eles	querem	é	para</p><p>liquidar	 com	 a	 Petrobras,	 é	 a	 democracia	 dos	 monopólios,	 nacionais	 e</p><p>internacionais,	a	democracia	que	pudesse	lutar	contra	o	povo.	Ainda	ontem</p><p>eu	 afirmava	 que	 a	 democracia	 jamais	 poderia	 ser	 ameaçada	 pelo	 povo,</p><p>quando	o	povo	livremente	vem	para	as	praças	–	as	praças	que	são	do	povo.</p><p>Para	as	ruas	–	que	são	do	povo.</p><p>Disponível	 em:	 www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/discurso-de-joao-goulart-nocomicio-da-central.	 Acesso	 em:</p><p>29	out.	2015</p><p>Em	 um	 momento	 de	 radicalização	 política,	 a	 retórica	 no	 discurso	 do</p><p>presidente	 João	 Goulart,	 proferido	 no	 comício	 da	 Central	 do	 Brasil,</p><p>buscava	justificar	a	necessidade	de</p><p>a)	conter	a	abertura	econômica	para	conseguir	a	adesão	das	elite.</p><p>b)		impedir	a	ingerência	externa	para	garantir	a	conservação	de	direitos.</p><p>c)	 	 	 	regulamentar	 os	meios	de	 comunicação	para	 coibir	 os	 partidos	de</p><p>oposição.</p><p>d)	 	 	 	 aprovar	 os	 projetos	 reformistas	 para	 atender	 a	 mobilização	 de</p><p>setores	trabalhistas.</p><p>e)			incrementar	o	processo	de	desestatização	para	diminuir	a	pressão	da</p><p>opinião	pública.</p><p>No	Comício	 da	Central	 do	Brasil,	 umas	200	mil	 pessoas	 estavam	 reunidas</p><p>para	ouvir	as	palavras	do	presidente.	Com	esse	discurso,	João	Goulart	tinha	por</p><p>objetivo	 atacar	 as	 ideias	 da	 oposição	 e	 de	 certa	 forma	 despertar	 o	 medo	 da</p><p>população:	 “se	 as	 reformas	 que	 eu	 pretendo	 fazer	 não	 forem	 aprovadas...	 se	 a</p><p>oposição	 vencer...	 vocês	 vão	 perder	 direitos,	 vão	 viver	 tempos	 de	 ódio	 e</p><p>intolerância”.	E	isso	para	estimular	o	povo	a	pressionar	o	Estado	para	que	João</p><p>Goulart	 pudesse	 aprovar	 as	 reformas	 de	 base	 no	 Congresso	 (bancária,	 fiscal,</p><p>urbana,	administrativa,	agrária	e	universitária).	Ou	seja,	letra	“D”.</p><p>PS:	escrevi	e	 reescrevi	esse	 texto	umas	20	vezes	para	 ser	o	mais	 imparcial</p><p>possível.	Espero	que	tenha	conseguido.</p><p>QUESTÃO	59</p><p>A	 rebelião	 luso-brasileira	 em	 Pernambuco	 começou	 a	 ser	 urdida	 em</p><p>1644	 e	 explodiu	 em	13	de	 junho	de	 1645,	 dia	 de	 Santo	Antônio.	Uma	das</p><p>primeiras	medidas	de	João	Fernandes	 foi	decretar	nulas	as	dívidas	que	os</p><p>rebeldes	 tinham	com	os	holandeses.	Houve	grande	adesão	da	“nobreza	da</p><p>terra”,	entusiasmada	com	esta	proclamação	heroica.</p><p>VAINFAS,	R.	Guerra	declarada	e	paz	fingida	na	restauração	portuguesa.	Tempo,	n.	27,	2009.</p><p>O	desencadeamento	dessa	revolta	na	América	portuguesa	seiscentista	foi</p><p>o	resultado	do(a)</p><p>a)					fraqueza	bélica	dos	protestantes	batavos.</p><p>b)				comércio	transatlântico	da	África	ocidental.</p><p>c)					auxílio	financeiro	dos	negociantes	flamengos.</p><p>d)				diplomacia	internacional	dos	Estados	ibéricos.</p><p>e)					interesse	econômico	dos	senhores	de	engenho.</p><p>Raciocínio	lógico	entrou	firme	nessa	questão,	porque	no	dia	da	prova	eu	não</p><p>fazia	ideia	da	resposta.	Mas	enfim:	se	o	resultado	da	rebelião	foi	decretar	nulas</p><p>as	dívidas	 dos	 rebeldes,	 é	muito	provável	que	o	objetivo	 inicial	da	 revolta	era</p><p>econômico.	 E	 quem	 tem	 interesses	 econômicos:	 escravos	 ou	 senhores	 de</p><p>engenho?	Senhores	de	engenho,	claro.</p><p>Logo,	muito	provável	que	a	resposta	seja	“E”.	E	é	mesmo.	Yay.</p><p>O	contexto	da	rebelião	foram	as	enormes	dívidas	contraídas	com	a	Holanda,</p><p>principalmente	no	decorrer	da	administração	de	Maurício	de	Nassau.	Sugiro	dar</p><p>uma	lida	no	assunto	para	aprofundar.</p><p>QUESTÃO	60</p><p>Em	Beirute,	no	Líbano,	quando	perguntado	sobre	onde	se	encontram	os</p><p>refugiados	sírios,	a	resposta	do	homem	é	 imediata:	“em	todos	os	 lugares	e</p><p>em	 lugar	nenhum”.	Andando	ao	 acaso,	 não	 é	 raro	 ver,	 sob	um	prédio	 ou</p><p>num	canto	de	calçada,	ao	abrigo	do	vento,	uma	família	refugiada	em	volta</p><p>de	 uma	 refeição	 frugal	 posta	 sobre	 jornais	 como	 se	 fossem	 guardanapos.</p><p>Também	 se	 vê	 de	 vez	 em	 quando	 uma	 tenda	 com	 a	 sigla	 ACNUR	 (Alto</p><p>Comissariado	 das	 Nações	 Unidas	 para	 Refugiados),	 erguida	 em	 um	 dos</p><p>raros	terrenos	vagos	da	capital.</p><p>JABER,	H.	Quem	realmente	acolhe	os	refugiados?	Le	Monde	Diplomatique	Brasil,	out.	2015	(adaptado)</p><p>O	cenário	descrito	aponta	para	uma	crise	humanitária	que	é	explicada</p><p>pelo	processo	de</p><p>a)	migração	massiva	de	pessoas	atingidas	por	catástrofe	natural.</p><p>b)	 	 	 	hibridização	cultural	de	grupos	caracterizados	por	homogeneidade</p><p>social.</p><p>c)	 	 	 	 desmobilização	 voluntária	 de	 militantes	 cooptados	 por	 seitas</p><p>extremistas.</p><p>d)	 	 	 	 peregrinação	 religiosa	 de	 fiéis	 orientados	 por	 lideranças</p><p>fundamentalistas.</p><p>e)	 	 	 desterritorialização	 forçada	 de	 populações	 afetadas	 por	 conflitos</p><p>armados.</p><p>Questão	 de	 atualidades.	 A	 Síria	 está	 passando	 por	 uma	 série	 de	 conflitos</p><p>armados	que	obrigam	muitas	pessoas	a	fugirem	de	suas	casas	e	se	refugiarem	em</p><p>países	vizinhos.	Há	uma	migração	massiva	de	pessoas,	mas	não	por	catástrofes</p><p>naturais	como	diz	a	“A”	(não	nesse	caso,	pelo	menos).	O	que	está	ocorrendo	é	a</p><p>desterritorialização	 forçada	 (não	 voluntária)	 devido	 à	 guerra	 civil	 na	 Síria.</p><p>Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	61</p><p>TEXTO	I</p><p>Programa	do	Partido	Social	Democrático	(PSD)</p><p>Capitais	estrangeiros</p><p>É	 indispensável	 manter	 clima	 propício	 à	 entrada	 de	 capitais</p><p>estrangeiros.	 A	 manutenção	 desse	 clima	 recomenda	 a	 adoção	 de	 normas</p><p>disciplinadoras	 dos	 investimentos	 e	 suas	 rendas,	 visando	 reter	 no	 país	 a</p><p>maior	parcela	possível	dos	lucros	auferidos.</p><p>TEXTO	II</p><p>Programa	da	União	Democrática	Nacional	(UDN)</p><p>O	capital</p><p>Apelar	para	o	capital	estrangeiro,	necessário	para	os	empreendimentos</p><p>da	 reconstrução	 nacional	 e,	 sobretudo,	 para	 o	 aproveitamento	 das	 nossas</p><p>reservas	 inexploradas,	 dando-lhe	 um	 tratamento	 equitativo	 e	 liberdade</p><p>para	a	saída	dos	juros.</p><p>CHACON,	V.	História	dos	partidos	brasileiros:	discurso	e	práxis	dos	seus	programas.	Brasília:	UnB,	1981	(adaptado)</p><p>Considerando	 as	 décadas	 de	 1950	 e	 1960	 no	 Brasil,	 os	 trechos	 dos</p><p>programas	do	PSD	e	UDN	convergiam	na	defesa	da</p><p>a)					autonomia	de	atuação	das	multinacionais.</p><p>b)				descentralização	da	cobrança	tributária.</p><p>c)					flexibilização	das	reservas	cambiais.</p><p>d)				liberdade	de	remessa	de	ganhos.</p><p>e)					captação	de	recursos	do	exterior.</p><p>Por	mais	que	seja	questão	“de	conteúdo”,	dá	para	matar	com	interpretação:</p><p>os	 dois	 textos	 falam	 da	 entrada	 de	 capital	 estrangeiro.	 Em	 outras	 palavras,</p><p>defendem	a	captação	 (entrada)	de	recursos	 (capital)	do	exterior	 (estrangeiro).</p><p>Letra	“E”.</p><p>QUESTÃO	62</p><p>A	 situação	 demográfica	 de	 Israel	 é	 muito	 particular.	 Desde	 1967,	 a</p><p>esquerda	 sionista	 afirma	 que	 Israel	 deveria	 se	 desfazer	 rapidamente	 da</p><p>Cisjordânia	 e	 da	 Faixa	 de	 Gaza,	 argumentando	 a	 partir	 de	 uma	 lógica</p><p>demográfica	aparentemente	inexorável.	Devido	à	taxa	de	nascimento	árabe</p><p>ser	 muito	 mais	 elevada,	 a	 anexação	 dos	 territórios	 palestinos,	 formal	 ou</p><p>informal,	acarretaria	dentro	de	uma	ou	duas	gerações	uma	maioria	árabe</p><p>"entre	o	rio	e	o	mar".</p><p>DEMANT,	P.	Israel:	a	crise	próxima.	História,	n.	2.	jul.-dez.	2014.</p><p>A	 preocupação	 apresentada	 no	 texto	 revela	 um	 aspecto	 da	 condução</p><p>política	desse	Estado	identificado	ao(à)</p><p>a)	abdicação	da	interferência	militar	em	conflito	local.</p><p>b)	busca	da	preeminência	étnica	sobre	o	espaço	nacional.</p><p>c)	admissão	da	participação	proativa	em	blocos	regionais.</p><p>d)	rompimento	com	os	interesses	geopolíticos	das	potências	globais.</p><p>e)	 	 	 	 	 compromisso	 com	 as	 resoluções	 emanadas	 dos	 organismos</p><p>internacionais.</p><p>Sempre	 cai	 questão	 de	 Palestina/Israel	 no	 ENEM.	 E	 em	 2018	 não	 foi</p><p>diferente.	 Para	 responder,	 era	 necessário	 um	 conhecimento	 básico	 sobre	 a</p><p>disputa,	mas	o	ponto	chave	aqui	é	que	estão	nascendo	muitos	árabes	na	região.</p><p>Pelo	 texto,	 depreende-se	 que	 isso	 é	 um	 “problema”	 para	 os	 israelenses	 (ideia</p><p>corroborada	pelo	enunciado,	que	diz	que	isso	é</p><p>uma	“preocupação”	do	Estado).</p><p>Para	os	israelenses,	portanto,	é	importante	que	a	nação	tenha	um	número	maior</p><p>de	 israelenses	que	árabes.	Ou	seja:	eles	buscam	a	preeminência	étnica	 (judia)</p><p>sobre	o	espaço	nacional.	Letra	“B”.</p><p>Questão	90%	de	interpretação	de	texto.</p><p>QUESTÃO	63</p><p>Qual	 característica	 do	 meio	 físico	 é	 condição	 necessária	 para	 a</p><p>distribuição	espacial	do	fenômeno	representado?</p><p>a)					Cobertura	vegetal	com	porte	arbóreo.</p><p>b)				Barreiras	orográficas	com	altitudes	elevadas.</p><p>c)					Pressão	atmosférica	com	diferença	acentuada.</p><p>d)				Superfície	continental	com	refletividade	intensa.</p><p>e)					Correntes	marinhas	com	direções	convergentes.</p><p>Bom...	para	início	de	conversa,	o	que	são	essas	linhas	brancas	rabiscadas?	Se</p><p>elas	passam	tanto	por	terra	quanto	por	mar,	não	podem	ser	correntes	marítimas.</p><p>Só	podem	ser	correntes	de	ar	(e	o	título	“ciclones”	comprova	isso).</p><p>Correntes	de	ar	não	são	influenciadas	por	cobertura	vegetal	(“A”).	E	mais:	se</p><p>o	fenômeno	parece	ocorrer	em	padrões	bem	distribuídos	por	todas	as	longitudes,</p><p>tanto	em	terra	quanto	em	mar,	não	faz	sentido	que	haja	interferência	de	barreiras</p><p>orográficas	(“B”)	ou	da	superfície	continental	(“D”).	Se	fosse	por	causa	de	um</p><p>desses,	 aconteceriam	 em	 pontos	 isolados	 ou	 de	 maneira	 muito	 menos</p><p>padronizada.</p><p>Só	nos	resta	a	resposta	certa:	“C”.</p><p>Ciclones	se	formam	devido	à	diferença	de	pressão	atmosférica:	os	ventos	se</p><p>concentram	 em	 zonas	 de	 baixa	 pressão,	 que	 “sugam”	 o	 ar	 das	 zonas	 de	 alta</p><p>pressão.</p><p>QUESTÃO	64</p><p>Outra	 importante	 manifestação	 das	 crenças	 e	 tradições	 africanas	 na</p><p>Colônia	 eram	 os	 objetos	 conhecidos	 como	 “bolsas	 de	 mandinga”.	 A</p><p>insegurança	 tanto	 física	 como	 espiritual	 gerava	 uma	 necessidade</p><p>generalizada	de	proteção:	das	catástrofes	da	natureza,	das	doenças,	da	má</p><p>sorte,	da	violência	dos	núcleos</p><p>urbanos,	dos	roubos,	das	brigas,	dos	malefícios	de	 feiticeiros	etc.	Também</p><p>para	trazer	sorte,	dinheiro	e	até	atrair	mulheres,	o	costume	era	corrente	nas</p><p>primeiras	 décadas	 do	 século	XVIII,	 envolvendo	não	 apenas	 escravos,	mas</p><p>também	homens	brancos.</p><p>CALAINHO,	D.	B.	Feitiços	e	feiticeiros.	In:	FIGUEIREDO,	L.	História	do	Brasil	para	ocupados.	Rio	de	Janeiro:	Casa</p><p>da	Palavra,	2013	(adaptado).</p><p>A	 prática	 histórico-cultural	 de	 matriz	 africana	 descrita	 no	 texto</p><p>representava	um(a)</p><p>a)					expressão	do	valor	das	festividades	da	população	pobre.</p><p>b)				ferramenta	para	submeter	os	cativos	ao	trabalho	forçado.</p><p>c)					estratégia	de	subversão	do	poder	da	monarquia	portuguesa.</p><p>d)				elemento	de	conversão	dos	escravos	ao	catolicismo	romano.</p><p>e)					instrumento	para	minimizar	o	sentimento	de	desamparo	social.</p><p>Questão	puramente	de	 interpretação	de	 texto,	 como	muitas	de	Humanas.	É</p><p>claro	 que	 seria	 interessante	 estudar	 esses	 movimentos	 culturais,	 mas	 é</p><p>impossível	prever	exatamente	quais	vão	cair	no	ENEM.	Ao	invés	disso,	é	bem</p><p>melhor	praticar	a	interpretação	para	bater	o	olho	e	já	encontrar	uma	relação	entre</p><p>“insegurança	física	e	espiritual”	e	“desamparo	social”.</p><p>Quem	 usava	 a	 bolsa	 de	 mandinga	 tinha	 por	 objetivo	 suprir	 a	 insegurança</p><p>física	e	espiritual	imposta	por	uma	situação	de	desamparo	social.	Letra	“E”.</p><p>QUESTÃO	65</p><p>Os	 portos	 sempre	 foram	 respostas	 ao	 comércio	 praticado	 em	 grande</p><p>volume,	que	se	dá	via	marítima,	lacustre	e	fluvial,	e	sofreram	adaptações,	ou</p><p>modernizações,	de	acordo	com	um	conjunto	de	fatores	que	vão	desde	a	sua</p><p>localização	 privilegiada	 frente	 a	 extensas	 hinterlândias,	 passando	 por	 sua</p><p>conectividade	 com	 modernas	 redes	 de	 transportes	 que	 garantam</p><p>acessibilidade,	 associados,	 no	 atual	 momento,	 à	 tecnologia,	 que	 os</p><p>transformam	 em	 pontas	 de	 lança	 de	 uma	 economia	 globalizada	 que</p><p>comprime	o	tempo	em	nome	da	produtividade	e	da	competitividade.</p><p>ROCHA	NETO,	J.	M.;	CRAVIDÃO,	F.	D.	Portos	no	contexto	do	meio	técnico.	Mercator,	n.	2,	maio-ago.	2014	(adaptado)</p><p>Uma	 mudança	 que	 permitiu	 aos	 portos	 adequarem-se	 às	 novas</p><p>necessidades	comerciais	apontadas	no	texto	foi	a</p><p>a)					intensificação	do	uso	de	contêineres.</p><p>b)				compactação	das	áreas	de	estocagem.</p><p>c)					burocratização	dos	serviços	de	alfândega.</p><p>d)				redução	da	profundidade	dos	atracadouros.</p><p>e)					superação	da	especialização	dos	cargueiros.</p><p>Ok,	 talvez	 essa	 questão	 não	 fosse	 tãaaaaao	 de	 interpretação	 assim.	 Seria</p><p>necessário	entender	que	a	revolução	no	transporte	marítimo	se	deveu	em	grande</p><p>parte	 à	 dinamização	 do	 transporte	 de	 cargas.	E	 os	 contêineres	 são	 um	método</p><p>rápido	e	eficiente	de	transportar	cargas.	Logo,	a	intensificação	do	seu	uso	foi	a</p><p>mudança	 que	 permitiu	 aos	 portos	 se	 adequarem	 às	 novas	 necessidades</p><p>comerciais.	Letra	“A”.</p><p>Mas,	 se	você	não	soubesse	disso,	 talvez	por	eliminação	 também	daria	para</p><p>responder:</p><p>“B”	 não	 pode	 ser	 porque	 compactar	 áreas	 de	 estocagem	 tornaria	 as	 coisas</p><p>mais	difíceis	de	encontrar;</p><p>“C”	não	pode	ser	porque	burocratizar	é	o	contrário	de	dinamizar;</p><p>“D”	não	pode	ser	porque	não	faz	o	menor	sentido;</p><p>“E”...	não,	também	não	faz	sentido.</p><p>Então	só	resta	“A”.	Afinal,	se	até	hoje,	no	mundo	inteiro,	usam	contêineres</p><p>para	 transporte	 de	 carga	 nos	 portos,	 deve	 ser	 porque	 eles	 são	 eficientes,	 né?</p><p>Logo,	para	dinamizar	a	logística	das	coisas,	faz	sentido	intensificar	seu	uso.</p><p>QUESTÃO	66</p><p>O	século	XVIII	é,	por	diversas	razões,	um	século	diferenciado.	Razão	e</p><p>experimentação	se	aliavam	no	que	se	acreditava	ser	o	verdadeiro	caminho</p><p>para	 o	 estabelecimento	 do	 conhecimento	 científico,	 por	 tanto	 tempo</p><p>almejado.	 O	 fato,	 a	 análise	 e	 a	 indução	 passavam	 a	 ser	 parceiros</p><p>fundamentais	 da	 razão.	 É	 ainda	 no	 século	XVIII	 que	 o	 homem	 começa	 a</p><p>tomar	consciência	de	sua	situação	na	história.</p><p>ODALIA,	N.	In:	PINSKY,	J.;	PINSKY,	C.	B.	História	da	cidadania.	São	Paulo:	Contexto,	2003.</p><p>No	 ambiente	 cultural	 do	 Antigo	 Regime,	 a	 discussão	 filosófica</p><p>mencionada	no	texto	tinha	como	uma	de	suas	características	a</p><p>a)					aproximação	entre	inovação	e	saberes	antigos.</p><p>b)				conciliação	entre	revelação	e	metafísica	platônica.</p><p>c)					vinculação	entre	escolástica	e	práticas	de	pesquisa.</p><p>d)				separação	entre	teologia	e	fundamentalismo	religioso.</p><p>e)		contraposição	entre	clericalismo	e	liberdade	de	pensamento.</p><p>Questão	 sobre	 aquilo	 que	 eu	 falei	 bem	 no	 início	 do	 e-book:	 o	 apogeu	 da</p><p>razão.</p><p>O	 século	XVIII	marcou	 o	 período	 do	 Iluminismo,	 em	 que	 houve	 a	maior</p><p>ruptura	entre	mythos	e	logos.	As	explicações	divinas	já	não	valiam	mais	para	os</p><p>empiristas	 e	 racionalistas.	 Eles	 queriam	 razão,	 experimentação,	 razão,</p><p>experimentação.	 Queriam	 liberdade	 de	 pensamento,	 não	 que	 a	 Igreja</p><p>(clericalismo)	dissesse	o	que	era	verdade	e	o	que	não	era.	Resposta:	letra	“E”.</p><p>Admita	que	quando	você	leu	a	minha	historinha	sobre	Galileu	achou	que	era</p><p>inútil.	Agora	viu	a	importância	de	ter	uns	repertórios	esquisitos?	Eles	te	ajudam</p><p>a	resolver	as	questões.</p><p>(Mas	vou	confessar	que	mesmo	com	o	repertório	eu	errei	essa	questão...	foi</p><p>uma	das	que	eu	tinha	o	conteúdo	na	ponta	da	língua,	mas	errei	porque	esqueci	de</p><p>fazer	algumas	pausas	para	arejar	o	cérebro.	Bem...	vivendo	e	aprendendo.	Faça</p><p>pausas	para	evitar	errar	besteira).</p><p>QUESTÃO	67</p><p>A	dinâmica	hidrológica	expressa	no	gráfico	demonstra	que	o	processo	de</p><p>urbanização	promove	a</p><p>a)					redução	do	volume	dos	rios.</p><p>b)				expansão	do	lençol	freático.</p><p>c)					diminuição	do	índice	de	chuvas.</p><p>d)				retração	do	nível	dos	reservatórios.</p><p>e)					ampliação	do	escoamento	superficial.</p><p>Questão	 de	 interpretação	 de	 gráficos.	 Poderia	 ter	 caído	 na	 prova	 de</p><p>Matemática.	Nós	 temos	 que	 olhar	 a	 diferença	 entre	 a	 linha	 tracejada	 e	 a	 linha</p><p>contínua,	porque	a	pergunta	é	justamente	o	que	acontece	nas	áreas	urbanizadas</p><p>(em	comparação	com	as	áreas	não	urbanizadas).	E	o	que	acontece	é	que	a	linha</p><p>contínua	(urbanizada)	está	mais	“espremida”,	ou	seja:	a	vazão	ocorre	em	menos</p><p>tempo	 (12	 horas	 ao	 invés	 de	 15).	A	 água	 escoa	 (é	 essa	 a	 definição	 de	 vazão)</p><p>mais	rápido.	Logo,	resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	68</p><p>O	 encontro	 entre	 o	 Velho	 e	 o	 Novo</p><p>Mundo,	 que	 a	 descoberta	 de</p><p>Colombo	tornou	possível,	é	de	um	tipo	muito	particular:	é	uma	guerra	–	ou</p><p>a	Conquista	-,	como	se	dizia	então.	E	um	mistério	continua:	o	resultado	do</p><p>combate.	Por	que	a	vitória	fulgurante,	se	os	habitantes	da	América	eram	tão</p><p>superiores	 em	número	 aos	 adversários	 e	 lutaram	no	 próprio	 solo?	 Se	 nos</p><p>limitarmos	à	conquista	do	México	–	a	mais	espetacular,	já	que	a	civilização</p><p>mexicana	é	a	mais	brilhante	do	mundo	pré-colombiano	–	como	explicar	que</p><p>Cortez,	 liderando	centenas	de	homens,	 tenha	conseguido	 tomar	o	reino	de</p><p>Montezuma,	que	dispunha	de	centenas	de	milhares	de	guerreiros?</p><p>TODOROV,	T.	A	conquista	da	América.	São	Paulo:	Martins	Fontes,	1991	(adaptado)</p><p>No	contexto	da	conquista,	conforme	análise	apresentada	no	 texto,	uma</p><p>estratégia	para	superar	as	disparidades	levantadas	foi</p><p>a)					implantar	as	missões	cristãs	entre	as	comunidades	submetidas.</p><p>b)				utilizar	a	superioridade	física	dos	mercenários	africanos.</p><p>c)					explorar	as	rivalidades	existentes	entre	os	povos	nativos.</p><p>d)				introduzir	vetores	para	a	disseminação	de	doenças	epidêmicas.</p><p>e)					comprar	terras	para	o	enfraquecimento	das	teocracias	autóctones.</p><p>Essa	questão	foi	de	conteúdo	mesmo.	E	eu	agradeço	ao	Walter	do	“Se	Liga</p><p>Nessa	História”	pelo	aulão	de	História	gratuito	no	YouTube:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=z0vcs1-bWMU</p><p>Na	hora	de	 falar	 da	dominação	 europeia	 em	 território	 americano,	 o	Walter</p><p>contou	 a	 história	 de	 colonizadores	 entregando	 um	 machado	 aos	 nativos,	 e	 a</p><p>conclusão	dos	nativos	foi:	“caramba,	eu	posso	arrebentar	uma	cabeça	com	isso.</p><p>Vou	arrebentar	a	cabeça	dos	meus	rivais”.</p><p>(Adoro	o	Walter.)</p><p>E	 foi	 isso	 mesmo:	 estimulando	 as	 rivalidades	 locais	 (porque	 as	 diferentes</p><p>tribos	eram	tudo,	menos	amigas),	os	europeus	se	fizeram	de	bonzinhos,	ajudando</p><p>os	dois	lados	da	disputa,	e	fizeram	os	nativos	se	matarem	entre	si	por	um	tempo.</p><p>O	 resultado	 foi	 a	 redução	drástica	do	número	de	nativos,	 e	 aí	 foi	 fácil	para	os</p><p>europeus	darem	o	Fatality	e	dominarem	a	p****	toda.	Letra	“C”.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=z0vcs1-bWMU</p><p>QUESTÃO	69</p><p>São	Paulo,	10	de	janeiro	de	1979.</p><p>Exmo.	Sr.	Presidente	Ernesto	Geisel.</p><p>Considerando	 as	 instruções	 dadas	 por	 V.	 S.	 de	 que	 sejam	 negados	 os</p><p>passaportes	aos	 senhores	Francisco	Julião,	Miguel	Arraes,	Leonel	Brizola,</p><p>Luis	 Prestes,	 Paulo	 Schilling,	 Gregório	 Bezerra,	 Márcio	Moreira	 Alves	 e</p><p>Paulo	Freire.</p><p>Considerando	 que,	 desde	 que	 nasci,	 me	 identifico	 plenamente	 com	 a</p><p>pele,	 a	 cor	 dos	 cabelos,	 a	 cultura,	 o	 sorriso,	 as	 aspirações,	 a	 história	 e	 o</p><p>sangue	 destes	 oito	 senhores.	 Considerando	 tudo	 isto,	 por	 imperativo	 de</p><p>minha	consciência,	venho	por	meio	desta	devolver	o	passaporte	que,	negado</p><p>a	eles,	me	foi	concedido	pelos	órgãos	competentes	de	seu	governo.</p><p>Carta	 do	 cartunista	Henrique	 de	 Souza	 Fiiho,	 conhecido	 como	Henfíi.	 In:	HENFIL.	Cartas	 da	mãe.	Rio	 de	 Janeiro:</p><p>Codecri,	1981	(adaptado).</p><p>No	 referido	 contexto	 histórico,	 a	 manifestação	 do	 cartunista	 Henfil</p><p>expressava	uma	crítica	ao(à)</p><p>a)					censura	moral	das	produções	culturais.</p><p>b)				limite	do	processo	de	distensão	política.</p><p>c)					interferência	militar	de	países	estrangeiros.</p><p>d)				representação	social	das	agremiações	partidárias.</p><p>e)	impedimento	de	eleição	das	assembleias	estaduais.</p><p>Para	responder	essa,	seria	necessário	saber	o	que	foi	o	processo	de	distensão</p><p>política	 do	 governo	Geisel.	Muito	 difícil	 responder	 por	 interpretação,	 e,	 como</p><p>não	 são	 tantas	 pessoas	 que	 conhecem	 esse	 conteúdo,	 acho	 que	 foi	 uma	 das</p><p>questões	mais	difíceis	da	prova.</p><p>Eu	mesmo	não	fazia	a	mínima	ideia.</p><p>Segundo	 o	 educação.uol.com.br,	 o	 processo	 de	distensão	política	 previa	 a</p><p>adoção	de	um	conjunto	de	medidas	 liberalizantes	 de	 retorno	 à	 democracia	 por</p><p>um	processo	gradual	e	seguro,	que	no	entanto	ainda	foi	marcada	por	uma	série</p><p>de	medidas	restritivas	e	autoritárias,	como	a	negação	dos	passaportes	a	algumas</p><p>pessoas.</p><p>A	crítica	do	cartunista	é	justamente	a	isso:	por	que	alguns	podiam	e	outros,</p><p>não?	Quais	eram	os	limites	desse	processo?	O	que	definia	que	um	podia	tirar	o</p><p>passaporte	e	outro,	não?</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	70</p><p>A	 primeira	 fase	 da	 dominação	 da	 economia	 sobre	 a	 vida	 social</p><p>acarretou,	 no	 modo	 de	 definir	 toda	 realização	 humana,	 uma	 evidente</p><p>degradação	 do	 ser	 para	 o	 ter.	 A	 fase	 atual,	 em	 que	 a	 vida	 social	 está</p><p>totalmente	 tomada	 pelos	 resultados	 da	 economia,	 leva	 a	 um	 deslizamento</p><p>generalizado	do	ter	para	o	parecer,	do	qual	todo	ter	efetivo	deve	extrair	seu</p><p>prestígio	 imediato	 e	 sua	 função	 última.	 Ao	mesmo	 tempo,	 toda	 realidade</p><p>individual	 tornou-se	 social,	 diretamente	 dependente	 da	 força	 social,</p><p>moldada	por	ela.</p><p>DEBORD,	G.	A	sociedade	do	espetáculo.	Rio	de	Janeiro:	Contraponto,	2015.</p><p>Uma	manifestação	contemporânea	do	fenômeno	descrito	no	texto	é	o(a)</p><p>a)					valorização	dos	conhecimentos	acumulados.</p><p>b)				exposição	nos	meios	de	comunicação.</p><p>c)					aprofundamento	da	vivência	espiritual.</p><p>d)				fortalecimento	das	relações	interpessoais.</p><p>e)					reconhecimento	na	esfera	artística.</p><p>Para	compensar	uma	questão	dificílima,	a	70	até	que	foi	fácil.	Era	questão	de</p><p>interpretar.	E	hoje	em	dia	esse	tema	é	tão	comum	que	a	interpretação	já	matava:</p><p>valorizamos	muito	a	aparência	em	detrimento	do	real,	principalmente	nas	redes</p><p>sociais.	Aquelas	 fotos	maravilhosas	que	 eu	postei	 no	 Instagram	são	 tudo	 fake.</p><p>Eu	precisei	tirar	500	para	uma	ficar	boa.</p><p>A	propósito,	me	sigam	no	Instagram:</p><p>@assimcontououmberto</p><p>Ou	 seja,	 uma	 manifestação	 do	 fenômeno	 “parecer>ter”	 é	 a	 exposição	 nas</p><p>redes	sociais	(meios	de	comunicação).	Letra	“B”.</p><p>Recomendo	o	 livro	“Sociedade	do	Espetáculo”,	de	Guy	Debord,	sobre	esse</p><p>tema	 (acabei	 de	 perceber	 que	 é	 esse	 o	 texto-base	 kkkk).	 E	 o	 “Simulacros	 e</p><p>Simulações”,	 de	Baudrillard,	 sobre	 o	 surgimento	 de	 uma	 “alegoria	 da	 caverna</p><p>contemporânea”,	uma	mentira	conveniente	a	que	nós	gostamos	de	nos	apegar.</p><p>QUESTÃO	71</p><p>Os	 seus	 líderes	 terminaram	 presos	 e	 assassinados.	 A	 “marujada”</p><p>rebelde	 foi	 inteiramente	 expulsa	 da	 esquadra.	 Num	 sentido	 histórico,</p><p>porém,	 eles	 foram	 vitoriosos.	 A	 “chibata”	 e	 outros	 castigos	 físicos</p><p>infamantes	nunca	mais	foram	oficialmente	utilizados;	a	partir	de	então,	os</p><p>marinheiros	 –	 agora	 respeitados	 –	 teriam	 suas	 condições	 de	 vida</p><p>melhoradas	significativamente.	Sem	dúvida	fizeram	avançar	a	História.</p><p>MAESTRI,	M.	1910:	a	revolta	dos	marinheiros-um	a	saga	negra.	São	Paulo:	Global,	1982.</p><p>A	eclosão	desse	conflito	foi	resultado	da	tensão	acumulada	na	Marinha</p><p>do	Brasil	pelo(a)</p><p>a)	 	 	 	 	 engajamento	 de	 civis	 analfabetos	 após	 a	 emergência	 de	 guerras</p><p>externas.</p><p>b)	 	 	 	insatisfação	de	militares	positivistas	após	a	consolidação	da	política</p><p>dos	governadores.</p><p>c)	 	 	 	 	 rebaixamento	 de	 comandantes	 veteranos	 após	 a	 repressão	 a</p><p>insurreições	milenaristas.</p><p>d)	 	 	 	 sublevação	 das	 classes	 populares	 do	 campo	 após	 a	 instituição	 do</p><p>alistamento	obrigatório.</p><p>e)	 	 	 	 	manutenção	 da	 mentalidade	 escravocrata	 da	 oficialidade	 após	 a</p><p>queda	do	regime	imperial.</p><p>Essa	 foi	 uma	 questão	 de	 conteúdo	 mesmo.	 Por	 interpretação	 seria</p><p>impossível.	 A	 revolta	 da	 chibata	 decorreu	 da	 insatisfação	 com	 os	 castigos</p><p>físicos	 sofridos	 pelos	marinheiros	 de	 baixa	 patente.	 E	 esses	marinheiros	 eram,</p><p>em	 sua	 maioria,	 negros	 ou	 mulatos	 descendentes	 de	 escravos.	 Então	 essa</p><p>revolta	não	foi	só	por	causa	dos	castigos	físicos.	Os	castigos	físicos	eram	a	ponta</p><p>do	iceberg	de	um	fenômeno	muito	mais	profundo.	O	que	estava	por	trás	desses</p><p>castigos	 era	 a	 manutenção	 da	 mentalidade	 escravocrata	 dos	 oficiais	 que</p><p>castigavam	 os	marinheiros,	mesmo	 após	 a	 abolição.	 Os	 oficiais	 usavam-se	 de</p><p>sua	patente	mais	alta	para	legitimar	os	castigos	aos	descendentes	de	escravos,	a</p><p>quem	julgavam	inferiores.	Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	72</p><p>Uma	pesquisa	realizada	por	Carolina	Levis,	especialista	em	ecologia	do</p><p>Instituto	 Nacional	 de	 Pesquisas	 da	 Amazônia,	 e</p><p>publicada	 na	 revista</p><p>Science,	demonstra	que	as	espécies	vegetais	domesticadas	pelas	civilizações</p><p>pré-colombianas	 são	 as	mais	 dominantes.	 “A	 domesticação	 de	 plantas	 na</p><p>floresta	começou	há	mais	de	 	 	 	 	8	000	anos.	Primeiro	eram	selecionadas	as</p><p>plantas	 com	 características	 que	 poderiam	 ser	 úteis	 ao	 homem	 e	 em	 um</p><p>segundo	 momento	 era	 feita	 a	 propagação	 dessas	 espécies.	 Começaram	 a</p><p>cultivá-las	em	pátios	e	jardins,	por	meio	de	um	processo	quase	intuitivo	de</p><p>seleção”.</p><p>OLIVEIRA,	 J.	 Indígenas	 foram	 os	 primeiros	 a	 alterar	 o	 ecossistema	 da	 Amazônia.	 Disponível	 em:</p><p>https://brasil.elpais.com.	Acesso	em:	11	dez.	2017	(adaptado).</p><p>O	 texto	 apresenta	 um	 novo	 olhar	 sobre	 a	 configuração	 da	 Floresta</p><p>Amazônica	por	romper	com	a	ideia	de</p><p>a)					primazia	de	saberes	locais.</p><p>b)				ausência	de	ação	antrópica.</p><p>c)					insuficiência	de	recursos	naturais.</p><p>d)				necessidade	de	manejo	ambiental.</p><p>e)					predominância	de	práticas	agropecuárias.</p><p>A	pergunta	é:	o	texto	rompe	com	a	ideia	de	quê?	Ou	seja:	agora	que	lemos</p><p>o	enunciado,	sabemos	que	o	texto	vai	refutar	alguma	ideia	preconcebida.	Agora</p><p>podemos	ler	o	texto	já	direcionados	para	a	resposta.</p><p>O	 trecho	diz	que	na	Amazônia	predominam	espécies	de	plantas	cultivadas</p><p>pelas	civilizações	pré-colombianas.	Opa,	mas	então	quer	dizer	que	a	floresta	não</p><p>surgiu	do	nada?	É	isso	mesmo:	teve	ação	humana	nessa	história.</p><p>O	texto	rompe	com	a	ideia	(que	muitos	ainda	podiam	ter)	de	que	a	floresta</p><p>amazônica	é	100%	natural,	sem	ação	antrópica.	A	pesquisa	comprova	que	não	é</p><p>bem	assim.	Logo,	resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	73</p><p>TEXTO	I</p><p>Quando	 um	 exército	 atravessa	 montanhas,	 florestas,	 zonas	 de</p><p>precipícios,	ou	marcha	ao	longo	de	desfiladeiros,	alagadiços	ou	pântanos,	ou</p><p>qualquer	outro	terreno	onde	a	deslocação	é	árdua,	está	em	terreno	difícil.	O</p><p>terreno	onde	é	apertado	e	a	sua	saída	é	tortuosa	e	onde	uma	pequena	força</p><p>inimiga	pode	atacar	a	minha,	embora	maior,	é	cercado.</p><p>TZU,	S.	A	arte	da	guerra.	São	Paulo:	Martin	Claret,	2001</p><p>TEXTO	II</p><p>O	objetivo	principal	era	encontrar	e	matar	Osama	Bin	Laden.	Onde	ele</p><p>se	esconde?	Não	podemos	esquecer	a	dificuldade	de	ocupação	do	país,	que</p><p>possui	um	relevo	montanhoso,	cheio	de	cavernas,	onde	fica	fácil,	para	quem</p><p>está	acostumado	com	esse	relevo,	esconder-se.</p><p>OLIVEIRA,	M.	G.;	SANTOS,	M.	S.	Ásia:	uma	visão	histórica,	política	e	econômica	do	continente.	Rio	de	Janeiro:	E-</p><p>Papers,	2009	(adaptado).</p><p>As	 situações	 apresentadas	 atestam	 a	 importância	 da	 relação	 entre	 a</p><p>topografia	e	o(a)</p><p>a)					construção	de	vias	terrestres.</p><p>b)				preservação	do	meio	ambiente.</p><p>c)					preservação	do	meio	ambiente.</p><p>d)				intimidação	contínua	da	população	local.</p><p>e)					domínio	cognitivo	da	configuração	espacial.</p><p>Mesma	 situação	 da	 54:	 pelo	 enunciado,	 dá	 para	 inferir	 que	 os	 dois	 textos</p><p>falam	a	mesma	coisa:	a	relação	entre	topografia	e	____.	E	esse	“____”	é	o	que	o</p><p>enunciado	pede.	Você	até	poderia	ler	os	dois	textos	para	ter	certeza	de	que	é	isso</p><p>mesmo,	mas	seria	perda	de	tempo.</p><p>Os	 dois	 relacionam	 topografia	 com	 táticas	 estratégicas	 de	 guerra.	Ou	 seja:</p><p>conhecer	 o	 terreno	 é	 o	 que	 pode	 determinar	 a	 vitória	 ou	 a	 derrota.	 Logo,	 a</p><p>relação	é	entre	topografia	e	o	domínio	cognitivo	da	configuração	espacial.	Letra</p><p>“E”.	Foi	uma	questão	de	interpretação	de	texto.</p><p>QUESTÃO	74</p><p>Essa	 imagem	 foi	 impressa	 em	 cartilha	 escolar	 durante	 a	 vigência	 do</p><p>Estado	Novo	com	o	intuito	de</p><p>a)					destacar	a	sabedoria	inata	do	líder	governamental.</p><p>b)			atender	a	necessidade	familiar	de	obediência	infantil.</p><p>c)				promover	o	desenvolvimento	consistente	das	atitudes	solidárias.</p><p>d)				conquistar	a	aprovação	política	por	meio	do	apelo	carismático.</p><p>e)					estimular	o	interesse	acadêmico	por	meio	de	exercícios	intelectuais.</p><p>Era	Vargas	 também	é	um	dos	assuntos	que	mais	caem	no	ENEM.	Nunca	é</p><p>demais	revisar.</p><p>Durante	 o	 Estado	Novo,	 Vargas	 trabalhou	 e	muito	 a	 sua	 imagem	 pública.</p><p>Criou	 o	 DIP,	 Departamento	 de	 Imprensa	 e	 Propaganda,	 que	 monitorava	 (e</p><p>manipulava)	os	meios	de	comunicação	para	garantir	que	a	figura	do	presidente</p><p>era	 sempre	 o	 mais	 positiva	 possível.	 Foi	 essencialmente	 uma	 estratégia</p><p>populista	 para	 ficar	 bem	 com	 o	 povo	 e	 conquistar	 aprovação	 política	 por</p><p>meio	do	apelo	carismático.	Afinal,	quem	não	confiaria	num	cara	que	sorri	para</p><p>essa	coisinha	fofa?</p><p>Letra	“D”.</p><p>QUESTÃO	75</p><p>Os	 países	 industriais	 adotaram	 uma	 concepção	 diferente	 das	 relações</p><p>familiares	 e	 do	 lugar	 da	 fecundidade	 na	 vida	 familiar	 e	 social.	 A</p><p>preocupação	 de	 garantir	 uma	 transmissão	 integral	 das	 vantagens</p><p>econômicas	e	sociais	adquiridas	tem	como	resultado	uma	ação	voluntária	de</p><p>limitação	do	número	de	nascimentos.</p><p>GEORGE,	P	Panorama	do	mundo	atual.	São	Paulo:	Difusão	Européia	do	Livro,	1968	(adaptado).</p><p>Em	meados	do	século	XX,	o	fenômeno	social	descrito	contribuiu	para	o</p><p>processo	europeu	de</p><p>a)					estabilização	da	pirâmide	etária.</p><p>b)				conclusão	da	transição	demográfica.</p><p>c)					contenção	da	entrada	de	imigrantes.</p><p>d)				elevação	do	crescimento	vegetativo.</p><p>e)					formação	de	espaços	superpovoados.</p><p>Já	deu	para	ver	que	o	ENEM	quer	ganhar	de	você	no	cansaço,	não	é?	Ele	te</p><p>dá	 uns	 textos	 gigantescos	 para	 embaralhar	 a	 sua	 cabeça,	 sendo	 que	 o	 que	 ele</p><p>realmente	quer	está	na	última	linha:	limitação	do	número	de	nascimentos.	Em</p><p>outras	palavras:	queda	na	taxa	de	natalidade.</p><p>Mas	a	questão	não	era	tão	fácil	assim,	porque	precisava	saber	do	conceito	de</p><p>transição	 demográfica.	 É	 uma	 teoria	 que	 defende	 que	 todos	 os	 países	 vão</p><p>passar	por	uma	série	de	estágios	até	alcançar	a	estabilização	da	população.	E	um</p><p>dos	 fatores	 para	 essa	 estabilização	 é	 a	 queda	 na	 taxa	 de	 natalidade.	 Resposta:</p><p>Letra	“B”.</p><p>QUESTÃO	76</p><p>Código	Penal	dos	Estados	Unidos	do	Brasil,	1890</p><p>Dos	crimes	contra	a	saúde	pública</p><p>Art.	 156.	 Exercer	 a	 medicina	 em	 qualquer	 dos	 seus	 ramos,	 a	 arte</p><p>dentária	ou	a	farmácia;	praticar	a	homeopatia,	a	dosimetria,	o	hipnotismo</p><p>ou	magnetismo	animal,	sem	estar	habilitado	segundo	as	leis	e	regulamentos.</p><p>Art.	158.	Ministrar,	ou	simplesmente	prescrever,	como	meio	curativo	para</p><p>uso	 interno	 ou	 externo,	 e	 sob	 qualquer	 forma	 preparada,	 substância	 de</p><p>qualquer	 dos	 reinos	 da	 natureza,	 fazendo,	 ou	 exercendo	 assim,	 o	 ofício</p><p>denominado	curandeiro</p><p>Disponível	em:	http://legis.senado.gov.br.	Acesso	em:	21	dez.	2014	(adaptado).</p><p>No	início	da	Primeira	República,	a	legislação	penal	vigente	evidenciava</p><p>o(a)</p><p>a)	negligência	das	religiões	cristãs	sobre	as	moléstias.</p><p>b)	desconhecimento	das	origens	das	crenças	tradicionais.</p><p>c)	preferência	da	população	pelos	tratamentos	alopáticos.</p><p>d)			abandono	pela	comunidade	das	práticas	terapêuticas	de	magia.</p><p>e)					condenação	pela	ciência	dos	conhecimentos	populares	de	cura.</p><p>Questão	 sobre	 Primeiro	 Reinado,	 mas	 que	 sinceramente	 dava	 para	 fazer	 por</p><p>interpretação	de	 texto.	Se	as	 leis	estão	condenando	as	medicinas	alternativas,	é</p><p>natural	 supor	 que	 era	 um	 período	 de	 ascensão	 da	 medicina	 tradicional</p><p>(fundamentada	 na	 ciência).	 Essas	 medicinas	 alternativas	 eram	 baseadas	 em</p><p>conhecimentos	 populares	 de	 cura,	 sem	 comprovação	 científica,	 e	 a	 ciência</p><p>condenava	 isso	 (ainda	 condena).	 Logo,	 essa	 legislação	 penal	 evidenciava</p><p>justamente	essa	postura	da	ciência	frente	às	terapias	alternativas.	Letra	“E”.</p><p>A	letra	“C”	diz	que	a	população	preferia	tratamentos	alopáticos,	mas	não	dá	para</p><p>supor	isso	pelo	texto.</p><p>QUESTÃO	77</p><p>A	presunção	de	que	 a	 superfície	das	 chapadas	 e	 chapadões	 representa</p><p>uma	 velha	 peneplanície	 é	 corroborada	 pelo	 fato	 de	 que	 ela	 é	 coberta	 por</p><p>acumulações	superficiais,	tais	como	massas	de	areia,	camadas	de	cascalhos	e</p><p>seixos	 e	 pela	 ocorrência	 generalizada	 de	 concreções	 ferruginosas	 que</p><p>formam	uma	crosta	laterítica,	denominada	“canga”.</p><p>WEIBEL,	L.	Disponível	em:	http://biblioteca.ibge.gov.br.	Acesso	em:	8jul.	2015	(adaptado).</p><p>Qual	tipo	climático	favorece	o	processo	de	alteração	do	solo	descrito	no</p><p>texto?</p><p>a)					Árido,	com	déficit	hídrico</p><p>b)				Subtropical,</p><p>Uma	curiosidade	legal	(ao	menos	eu	acho	legal):	um	dos	primeiros	escritores</p><p>a	 criticar	 esse	 estilo	 “truncado”	 foi	Ernest	Hemingway	 (1899	–	1961).	Por	 ser</p><p>jornalista,	ele	prezava	pela	concisão	e	pela	ordem	direta	na	hora	de	escrever	seus</p><p>textos.	 Seu	 estilo	 de	 escrita	 ficou	 conhecido	 como	 “Teoria	 do	 Iceberg”,	 e</p><p>consistia	 basicamente	 na	 ideia	 de	 suprimir	 informações	 desnecessárias.	 Em</p><p>resumo:	ele	defendeu	o	minimalismo	antes	de	o	minimalismo	ser	legal.</p><p>Abaixo	segue	uma	lista	de	autores	e	 livros	que	eu	recomendo	para	treinar	a</p><p>interpretação	de	texto.	Caso	tenham	interesse,	a	Amazon	me	paga	uma	comissão</p><p>se	comprarem	pelo	meu	link.</p><p>“Umberto,	eu	já	comprei	o	seu	e-book...	e	agora	você	quer	que	eu	te	dê	mais</p><p>dinheiro?!”</p><p>E	assim...	o	preço	dos	livros	vai	ser	o	mesmo,	pelo	link	ou	não.	A	não	ser	que</p><p>você	realmente	faça	questão	de	não	me	dar	nem	um	centavo	a	mais,	aí	você	pode</p><p>procurar	diretamente	no	site	deles.	Mas	fica	a	seu	critério	:)</p><p>Livros	para	melhorar	a	interpretação	de</p><p>texto</p><p>►	https://amzn.to/2Rt7Gxx	Vestígios	 do	Dia,	 de	Kazuo	 Ishiguro	 (1989).</p><p>Coloco	esse	primeiro	porque,	apesar	de	ser	“recente”,	é	um	livro	 tão	bom	para</p><p>treinar	interpretação	que	não	poderia	deixar	de	fora.	Ishiguro	foi	o	vencedor	do</p><p>prêmio	Nobel	de	2017,	a	propósito.	O	livro	é	narrado	por	um	mordomo,	então	o</p><p>estilo	de	escrita	é	bastante	formal,	mas	a	tradução	da	Companhia	das	Letras	foi</p><p>tão	 boa	 que	mesmo	 frases	 gigantes	 (com	 aquele	 monte	 de	 “camadas”	 que	 eu</p><p>falei)	se	tornam	incrivelmente	fluidas	e	fáceis	de	entender.	A	história	também	é</p><p>muito	boa,	com	destaque	para	os	momentos	em	que	o	mordomo	britânico	tenta</p><p>contar	 umas	 piadas	 para	 fazer	 o	 patrão	 americano	 rir	 (e	 falhando</p><p>miseravelmente).</p><p>►	 https://amzn.to/2SunjlF	 Cem	 Anos	 de	 Solidão,	 de	 Gabriel	 García</p><p>Márquez	(1967).	Mais	um	ganhador	do	Nobel,	minha	gente!	Este	aqui	também</p><p>é	 um	 livro	 relativamente	 “recente”	 comparado	 com	 os	 outros,	 mas	 é	 muito</p><p>divertido	 e	 com	 frases	 suficientemente	 grandes	 para	 não	 ser	 uma	 leitura	 fácil</p><p>demais.</p><p>►	https://amzn.to/2VoG4IV	Crime	e	Castigo,	Fiódor	Dostoiévski	 (1866).</p><p>Já	 é	 um	 estilo	 de	 escrita	 mais	 denso,	 mas,	 sinceramente,	 não	 chega	 a	 ser</p><p>impossível.	É	um	meio-termo	para	quem	já	 tem	certa	experiência	de	 leitura.	A</p><p>história	dispensa	apresentações.	É	uma	das	obras-primas	do	meu	autor	favorito.</p><p>►	 https://amzn.to/2SunAFd	 Os	 Irmãos	 Karamázov,	 de	 Fiódor</p><p>Dostoiévski	(1879).	Mais	um	do	Dostoiévski	porque	ele	merece	ser	exaltado.	Se</p><p>Crime	e	Castigo	é	“uma	das”	obras-primas,	este	é	“A”	obra-prima.</p><p>►	 https://amzn.to/2LLnc2k	 50	 Contos	 de	 Machado	 de	 Assis.	 Eu	 não</p><p>poderia	 deixar	 de	 incluir	 literatura	 brasileira,	 não	 é	 mesmo?	 As	 pessoas	 têm</p><p>preconceito	com	Machado	de	Assis	por	acharem	que	ele	escreve	difícil,	mas	eu</p><p>te	garanto	que	não	é	tão	difícil	assim.	E	os	contos	são	um	retrato	bem	legal	para</p><p>quem	gosta	de	História,	para	entender	a	dinâmica	da	sociedade	naquela	época.	E,</p><p>por	ser	um	autor	do	século	XIX,	o	estilo	de	escrita	era	de	um	jeito	menos	direto.</p><p>Perfeito	para	treinar	interpretação.</p><p>https://amzn.to/2Rt7Gxx</p><p>https://amzn.to/2SunjlF</p><p>https://amzn.to/2VoG4IV</p><p>https://amzn.to/2SunAFd</p><p>https://amzn.to/2LLnc2k</p><p>►	 https://amzn.to/2CLfGlv	 A	 Metamorfose,	 de	 Franz	 Kafka	 (1915).</p><p>Sempre	 que	 falo	 de	 interpretação,	 menciono	 esse	 livro.	 Essa	 tradução,</p><p>principalmente,	 procurou	 focar	 no	 estilo	 tradicional	 de	Kafka,	 com	 frases	 bem</p><p>longas	e	cheias	de	“camadas”	para	você	rabiscar	bastante	o	livro.</p><p>►	https://amzn.to/2R7Goxy	Ensaio	Sobre	a	Cegueira,	de	José	Saramago</p><p>(1995).	 O	 livro	 mais	 recente	 da	 lista,	 mas	 talvez	 um	 dos	 mais	 complexos.	 O</p><p>estilo	de	Saramago	é	bem	diferente	de	tudo	que	você	possa	imaginar,	então	vai</p><p>levar	um	tempo	para	se	acostumar	à	falta	de	pontuação	e	às	frases	longas.	Mas	é</p><p>um	bom	desafio!	E	a	história	levanta	muitas	questões	existenciais	para	te	tirar	o</p><p>sono	à	noite.</p><p>►	https://amzn.to/2R0CXsd	Gaia	Ciência,	de	Friedrich	Nietzsche	(1882).</p><p>Um	livro	de	Filosofia	de	vez	em	quando	nunca	fez	mal!	E	o	estilo	de	escrita	na</p><p>forma	de	aforismas	é	bem	diferente	daquilo	a	que	estamos	acostumados.	Não	sei</p><p>se	é	do	Nietzsche	ou	se	é	comum	ao	estilo	alemão	num	geral,	mas	a	 forma	de</p><p>narrar	não	te	leva	direto	ao	ponto.	É	como	uma	espiral	que	te	faz	subir,	subir	e</p><p>subir	até	chegar	a	uma	conclusão	por	conta	própria.	Neste	livro,	Nietzsche	traz</p><p>reflexões	 sobre	 arte,	 moral,	 história,	 política,	 conhecimento,	 ilusão,	 guerras	 e</p><p>verdade.</p><p>►	 https://amzn.to/2CKKjaB	 A	 Hora	 da	 Estrela,	 de	 Clarice	 Lispector</p><p>(1977)	 Também	 uma	 autora	 mais	 “recente”,	 mas	 com	 um	 estilo	 de	 escrita</p><p>extremamente	fluido.	Ler	Clarice	é	como	andar	sobre	as	águas	de	um	lago	sem</p><p>saber	exatamente	no	que	você	está	pisando.	Você	entende	o	que	ela	quer	dizer,</p><p>mas	ao	mesmo	 tempo	não	é	capaz	de	entender	como	está	entendendo	algo	 tão</p><p>subjetivo.	Nós	acompanhamos	uma	série	de	imagens	aparentemente	sem	relação,</p><p>e	a	nossa	mente	precisa	criar	esse	amálgama	que	liga	as	ideias.	Enfim,	se	nunca</p><p>leu,	vale	a	pena.</p><p>►	 https://amzn.to/2VqDIt0	 Perto	 do	 Coração	 Selvagem,	 de	 Clarice</p><p>Lispector.	Um	livro	de	contos	da	Clarice.	Bom	para	ler	unzinho	ou	dois	antes	de</p><p>dormir.</p><p>Não	coloquei	nenhum	livro	fácil	na	lista.	Boa	leitura!</p><p>RESUMINDO:</p><p>Interpretação	 de	 texto	 é	 a	 chave	 para	 resolver	 qualquer	 prova	 do	 ENEM.</p><p>https://amzn.to/2CLfGlv</p><p>https://amzn.to/2R7Goxy</p><p>https://amzn.to/2R0CXsd</p><p>https://amzn.to/2CKKjaB</p><p>https://amzn.to/2VqDIt0</p><p>Muitas	 questões	 (mais	 do	 que	 você	 pensa)	 podem	 ser	 respondidas	 apenas	 por</p><p>interpretação.</p><p>Qualquer	prática	de	 leitura	vai	 ajudar	na	 sua	 interpretação	de	 texto.	Livros,</p><p>revistas,	jornais,	artigos	de	opinião...	não	importa,	desde	que	você	leia,	leia,	leia.</p><p>Quanto	mais	gêneros	literários	diferentes,	melhor.</p><p>Não	está	conseguindo	se	focar	direito	no	texto?	Pode	ser	que	o	problema	seja</p><p>o	seu	ambiente	de	estudos.	Dê	uma	organizada	no	ambiente	à	sua	volta	antes	de</p><p>começar	a	estudar.	Lembre-se:	o	que	está	fora,	está	dentro.</p><p>Livros	 antigos	 são	 excelentes	 para	 trabalhar	 sua	 interpretação	 de	 texto.	 O</p><p>estilo	 de	 escrita	 era	 bem	mais	 trabalhado,	 rebuscado,	 então	 vai	 te	 exigir	mais</p><p>concentração	para	interpretar.</p><p>Agora	que	 falamos	de	 interpretação,	 vamos	partir	 para	 o	 segundo	 tópico:	 a</p><p>temida	Matemática!</p><p>Matemática	e	raciocínio	lógico</p><p>Convenhamos...	quem	gosta	de	Matemática?	Eu	sou	estranho,	então	sempre</p><p>gostei.	Mas	é	raro	ver	alguém	que	genuinamente	se	sente	confortável	quando	o</p><p>assunto	é	Matemática.	Então	relaxa,	você	não	está	sozinho.</p><p>Mas	 aqui	 vai	 uma	 notícia	 boa:	 por	 mais	 que	 você	 queira	 acreditar	 no</p><p>contrário,	a	Matemática	do	Ensino	Fundamental	e	do	Ensino	Médio	não	é	difícil.</p><p>O	problema	é	que,	 se	você	não	aprende	muitíssimo	bem	a	base,	mais	cedo	ou</p><p>mais	tarde	vai	ter	problemas.</p><p>A	grande	questão	da	Matemática	(e	das	Ciências	num	geral)	é	a	seguinte:	ela</p><p>exige	um	raciocínio	que	nós	não	exercitamos	tanto	no	cotidiano...	o	raciocínio</p><p>lógico.</p><p>É	meio	difícil	explicar	o	que	é	raciocínio	lógico,	e	mais	difícil	ainda	explicar</p><p>como	 funciona	 a	 cabeça	 de	 alguém	 que	 pensa	 “de	 maneira	 Exata”.	 Eu,	 por</p><p>exemplo,	 apesar	 de	 não	 fazer	 mais	 um	 curso	 de	 Exatas,	 sempre	 me	 pego</p><p>pensando	 de	 uma	 forma	 muito	 linear	 e	 “científica”:	 “se	 eu	 fizer	 A...	 vai</p><p>acontecer	B;	para	B	acontecer,	eu	tenho	que	fazer	A”.</p><p>A	própria	 ideia	do	capítulo	anterior	de	que	os	autores	 antigos	escreviam	as</p><p>frases	 em	diversas	 “camadas”	 é	 relativamente	 “de	Exatas”:	 eu	 divido	 o	 trecho</p><p>em	segmentos	menores	que,	somados,	resultam	na	frase	inteira.</p><p>Eu	sei,	eu	sei.	Parece	esquisito,	mas	é	porque	é	muito	difícil	de	explicar	o	que</p><p>se	passa	na	minha	cabeça.	Vamos	ver	se	com	este	exemplo	fica	um	pouco	mais</p><p>claro	(se	preparem	que	lá	vem	história,	mas	vai	fazer	sentido	no	fim):</p><p>A	 hipótese	 de	 Sapir-Whorf,	 também	 conhecida	 como	 relativismo</p><p>linguístico,	defende	que	idiomas	diferentes,	por	apresentarem	diferentes	lógicas</p><p>internas,	 estimulam	 o	 cérebro</p><p>com	baixas	temperaturas</p><p>c)					Temperado,	com	invernos	frios	e	secos</p><p>d)				Tropical,	com	sazonalidade	das	chuvas</p><p>e)					Equatorial,	com	pluviosidade	abundante.</p><p>Eles	gostam	de	falar	difícil	no	ENEM,	né?	Nossa	senhora...</p><p>Aqui,	 o	 que	me	 salvou	 foi	 o	 “chapadas	 e	 chapadões”.	Lembrei	 na	 hora	 da</p><p>Chapada	 dos	 Veadeiros,	 da	 Chapada	 dos	 Guimarães	 e	 de	 um	 outro	monte	 de</p><p>chapada	 que	 tem	 no	 Centro-Oeste.	 É	 uma	 região	 em	 que	 predomina	 o	 clima</p><p>tropical,	 então	 fui	 por	 aí.	Mas	o	 site	 do	Descomplica	dá	uma	explicação	bem</p><p>mais	bonita:</p><p>“As	chapadas	e	 chapadões	 são	 formas	do	 relevo	 típicas	do	planalto	central</p><p>brasileiro	em	que	predomina	o	clima	tropical	com	verão	chuvoso,	marcado	pela</p><p>intensa	 lixiviação	 do	 solo	 e,	 consequentemente,	 a	 formação	 de	 uma	 crosta</p><p>laterítica	com	o	ressecamento	do	solo,	no	inverno	seco”.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	78</p><p>O	marco	 inicial	 das	 discussões	 parlamentares	 em	 torno	 do	 direito	 do</p><p>voto	feminino	são	os	debates	que	antecederam	a	Constituição	de	1824,	que</p><p>não	 trazia	 qualquer	 impedimento	 ao	 exercício	 dos	 direitos	 políticos	 por</p><p>mulheres,	 mas,	 por	 outro	 lado,	 também	 não	 era	 explícita	 quanto	 à</p><p>possibilidade	 desse	 exercício.	 Foi	 somente	 em	 1932,	 dois	 anos	 antes	 de</p><p>estabelecido	 o	 voto	 aos	 18	 anos,	 que	 as	 mulheres	 obtiveram	 o	 direito	 de</p><p>votar,	o	que	veio	a	se	concretizar	no	ano	seguinte.	Isso	ocorreu	a	partir	da</p><p>aprovação	do	Código	Eleitoral	de	1932.</p><p>Disponível	em:	http://tse.jusbrasil.com.br.	Acesso	em:	14	maio	2018.</p><p>Um	 dos	 fatores	 que	 contribuíram	 para	 a	 efetivação	 da	 medida</p><p>mencionada	no	texto	foi	a</p><p>a)					superação	da	cultura	patriarcal.</p><p>b)				influência	de	igrejas	protestantes.</p><p>c)					pressão	do	governo	revolucionário.</p><p>d)				fragilidade	das	oligarquias	regionais.</p><p>e)					campanha	de	extensão	da	cidadania.</p><p>De	novo	me	lembrei	do	Walter	e	suas	lindas	e	maravilhosas	aulas	sobre	Era</p><p>Vargas.	 A	 campanha	 de	 extensão	 da	 cidadania	 que	 deu	 direito	 ao	 voto	 às</p><p>mulheres,	junto	com	diversas	outras	medidas,	garantiu	a	popularidade	de	Vargas</p><p>e	sua	re-eleição	para	um	segundo	mandato	(que	ficou	conhecido	como	Governo</p><p>Constitucional).</p><p>Importantíssimo	 aprender	 o	 máximo	 possível	 sobre	 Era	 Vargas,	 porque	 é</p><p>certeza	que	vai	cair!</p><p>Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	79</p><p>“A	quem	não	basta	pouco,	nada	basta.”</p><p>EPICURO.	Os	pensadores.	São	Paulo:	Abril	Cultural,	1985.</p><p>Remanescente	do	período	helenístico,	a	máxima	apresentada	valoriza	a</p><p>seguinte	virtude:</p><p>a)					Esperança,	tida	como	confiança	no	porvir.</p><p>b)				Justiça,	interpretada	como	retidão	de	caráter.</p><p>c)					Temperança,	marcada	pelo	domínio	da	vontade.</p><p>d)				Coragem,	definida	como	fortitude	na	dificuldade.</p><p>e)					Prudência,	caracterizada	pelo	correto	uso	da	razão.</p><p>A	 máxima	 apresentada	 valoriza	 uma	 vida	 moderada:	 A	 quem	 não	 basta</p><p>pouco	(ou	seja,	quem	sempre	quer	mais),	nada	basta	(nunca	vai	estar	satisfeito).</p><p>E	moderação	é	sinônimo	de	temperança.	Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	80</p><p>Em	 algumas	 línguas	 de	Moçambique	 não	 existe	 a	 palavra	 “pobre”.	O</p><p>indivíduo	 é	 pobre	 quando	 não	 tem	 parentes.	 A	 pobreza	 é	 a	 solidão,	 a</p><p>ruptura	das	relações	familiares	que,	na	sociedade	rural,	servem	de	apoio	à</p><p>sobrevivência.	 Os	 consultores	 internacionais,	 especialistas	 em	 elaborar</p><p>relatórios	sobre	a	miséria,	talvez	não	tenham	em	conta	o	impacto	dramático</p><p>da	 destruição	 dos	 laços	 familiares	 e	 das	 relações	 de	 entreajuda.	 Nações</p><p>inteiras	estão	 tornando-se	“órfãs”,	 e	a	mendicidade	parece	 ser	a	única	via</p><p>de	uma	agonizante	sobrevivência.</p><p>COUTO,	M.	E	se	Obama	fosse	africano?	&	outras	intervenções.	Portugal:	Caminho,	2009	(adaptado).</p><p>Em	 uma	 leitura	 que	 extrapola	 a	 esfera	 econômica,	 o	 autor	 associa	 o</p><p>acirramento	da	pobreza	à</p><p>a)					afirmação	das	origens	ancestrais</p><p>b)				fragilização	das	redes	de	sociabilidade</p><p>c)					padronização	das	políticas	educacionais</p><p>d)				fragmentação	das	propriedades	agrícolas</p><p>e)					globalização	das	tecnologias	de	comunicação.</p><p>Interpretação	 pura.	 No	 texto,	 a	 pobreza	 está	 associada	 à	 solidão,	 ao</p><p>isolamento.	Em	outras	palavras,	as	redes	de	sociabilidade	estão	mais	frágeis,	e</p><p>isso	reforça	as	consequências	negativas	da	pobreza.	Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	81</p><p>TEXTO	I</p><p>As	fronteiras,	ao	mesmo	tempo	que	se	separam,	unem	e	articulam,	por</p><p>elas	 passando	 discursos	 de	 legitimação	 da	 ordem	 social	 tanto	 quanto	 do</p><p>conflito.</p><p>CUNHA,	L.	Terras	lusitanas	e	gentes	dos	brasis:	a	nação	e	o	seu	retrato	literário.	Revista	Ciências	Sociais,	n.	2,	2009.</p><p>TEXTO	II</p><p>As	últimas	barreiras	ao	livre	movimento	do	dinheiro	e	das	mercadorias</p><p>e	 informação	 que	 rendem	 dinheiro	 andam	 de	mãos	 dadas	 com	 a	 pressão</p><p>para	cavar	novos	fossos	e	erigir	novas	muralhas	que	barrem	o	movimento</p><p>daqueles	 que	 em	 consequência	 perdem,	 física	 ou	 espiritualmente,	 suas</p><p>raízes.</p><p>BAUMAN,	Z.	Globalização:	as	consequências	humanas.	Rio	de	Janeiro:	Jorge	Zahar,	1999.</p><p>A	ressignificação	contemporânea	da	ideia	de	fronteira	compreende	a</p><p>a)					liberação	da	circulação	de	pessoas.</p><p>b)				preponderância	dos	limites	naturais.</p><p>c)					supressão	dos	obstáculos	aduaneiros.</p><p>d)				desvalorização	da	noção	de	nacionalismo.</p><p>e)					seletividade	dos	mecanismos	segregadores.</p><p>Questão	 de	 interpretação,	mas	 bem	difícil.	 Parece	 que	 os	 dois	 textos	 estão</p><p>falando	coisas	distintas,	mas	o	enunciado	pede	um	ponto	de	convergência	entre</p><p>os	dois!	No	texto	I,	as	fronteiras	parecem	unir,	enquanto	no	texto	II	as	fronteiras</p><p>barram	 o	 movimento	 daqueles	 que	 perdem	 suas	 raízes.	 Qual	 o	 ponto	 de</p><p>convergência	entre	esses	dois??</p><p>E	 a	 resposta	 é	 “E”:	 a	 seletividade	 dos	 mecanismos	 segregadores.</p><p>Seletividade	 quer	 dizer	 distinção,	 relativização.	 Pelos	 dois	 textos	 dá	 para</p><p>perceber	que	as	barreiras	entre	as	nações	(aduaneira,	física,	ideológica,	cultural,</p><p>etc.)	 estão	 sendo	 relativizadas.	 Com	 a	 internet,	 principalmente,	 houve	 um</p><p>rompimento	de	muitas	dessas	barreiras.	Os	mecanismos	 segregadores	 (ou	 seja,</p><p>os	mecanismos	que	separavam	as	nações)	já	não	funcionam	como	antes.</p><p>E	isso	se	deve	muito	ao	fenômeno	da	Globalização.</p><p>QUESTÃO	82</p><p>TEXTO	I</p><p>Há	mais	de	duas	décadas,	os	cientistas	e	ambientalistas	têm	alertado	para	o</p><p>fato	 de	 a	 água	 doce	 ser	 um	 recurso	 escasso	 em	 nosso	 planeta.	 Desde	 o</p><p>começo	 de	 2014,	 o	 Sudeste	 do	Brasil	 adquiriu	 uma	 clara	 percepção	 dessa</p><p>realidade	em	função	da	seca.</p><p>TEXTO	II</p><p>Dinâmicas	atmosféricas	no	Brasil</p><p>Elementos	 relevantes	 ao	 transporte	 de	 umidade	 na	 América	 do	 Sul	 a</p><p>leste	 dos	 Andes	 pelos	 Jatos	 de	 Baixos	 Níveis	 (JBN),	 Frentes	 Frias	 (FF)	 e</p><p>transporte	de	umidade	do	Atlântico	Sul,	assim	como	a	presença	da	Zona	de</p><p>Convergência	 do	 Atlântico	 Sul	 (ZCAS),	 para	 um	 verão	 normal	 e	 para	 o</p><p>verão	 seco	de	2014.	“A	”	representa	o	centro	da	anomalia	de	alta	pressão</p><p>atmosférica.</p><p>De	acordo	com	as	informações	apresentadas,	a	seca	de	2014,	no	Sudeste,</p><p>teve	como	causa	natural	o(a)</p><p>a)					constituição	de	frentes	quentes	barrando	as	chuvas	convectivas.</p><p>b)				formação	de	anticiclone	impedindo	a	entrada	de	umidade.</p><p>c)					presença	de	nebulosidade	na	região	de	cordilheira.</p><p>d)				avanço	de	massas	polares	para	o	continente.</p><p>e)					baixa	pressão	atmosférica	no	litoral.</p><p>Eu	acertei	 essa	questão	de	um	 jeito	bem	 tosco.	Vi	que	as	massas	de	ar	 (as</p><p>duas	 setinhas)	 já	 não	 chegavam	mais	 à	 área	 cinza	 porque	 aquele	 “A”	 gigante</p><p>estava	no	caminho.	Supus	então	que	esse	“A”	gigante	era	uma	outra	massa	de	ar</p><p>que	 “expulsava”	 as	 outras	 e	 impedia	 a	 precipitação	 naquela	 região	 (por	 isso	 o</p><p>“solo	seco”).	Então,	por	raciocínio	lógico:</p><p>Se	antes	chovia	e	agora	não	chove	mais,	é	porque	o	“A”	gigante	impediu	a</p><p>entrada	 de	 umidade	 (afinal,	 o	 “A”	 gigante	 é	 a	 única	 diferença	 entre	 as	 2</p><p>imagens,	 então	 é	 natural	 supor	 que	 foi	 ele	 a	 causa	 da	 seca).	 E	 já	 chegamos	 à</p><p>conclusão	de	que	o	“A”	gigante	é	uma	massa	de	ar,	então	vou	supor	que	é	um</p><p>ciclone.	Por	girar	no	 sentido	anti-horário,	deve	 ser	um	anticiclone,</p><p>senhoras	 e</p><p>senhores	membros	do	júri!</p><p>Bem	tosco	mesmo,	eu	sei.	Mas	acertei.</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	83</p><p>Não	é	verdade	que	estão	ainda	cheios	de	velhice	espiritual	aqueles	que</p><p>nos	dizem:	“Que	fazia	Deus	antes	de	criar	o	céu	e	a	terra?	Se	estava	ocioso	e</p><p>nada	 realizava”,	 dizem	 eles,	 “por	 que	 não	 ficou	 sempre	 assim	no	 decurso</p><p>dos	séculos,	abstendo-se,	como	antes,	de	toda	ação?	Se	existiu	em	Deus	um</p><p>novo	movimento,	uma	vontade	nova	para	dar	o	ser	a	criaturas	que	nunca</p><p>antes	criara,	como	pode	haver	verdadeira	eternidade,	se	n’Ele	aparece	uma</p><p>vontade	que	antes	não	existia?”</p><p>AGOSTINHO.	Confissões.	São	Paulo:	Abril	Cultural,	1984.</p><p>A	questão	da	eternidade,	 tal	como	abordada	pelo	autor,	é	um	exemplo</p><p>da	reflexão	filosófica	sobre	a(s)</p><p>a)					essência	da	ética	cristã.</p><p>b)				natureza	universal	da	tradição.</p><p>c)					certezas	inabaláveis	da	experiência.</p><p>d)				abrangência	da	compreensão	humana.</p><p>e)					interpretações	da	realidade	circundante.</p><p>Muita	 atenção	 ao	 autor	 do	 texto:	 Santo	 Agostinho,	 o	 religioso	máster	 do</p><p>século	 IV.	 Se	 você	 passasse	 por	 alto,	 poderia	 achar	 que	 a	 ideia	 do	 texto	 é	 o</p><p>oposto	do	que	realmente	é.	Aqui,	Agostinho	critica	o	discurso	reproduzido	entre</p><p>aspas.	No	entanto,	como	90%	do	trecho	traz	o	ponto	de	vista	dos	céticos,	e	não	o</p><p>de	Agostinho,	 parece	 que	 o	 texto	 em	 aspas	 é	 a	 posição	 do	 autor.	Mas	 não!	É</p><p>exatamente	 o	 contrário.	 Ele	 está	 criticando	 o	 discurso	 entre	 aspas.	 Santo</p><p>Agostinho	diz	que	o	pessoal	que	usa	o	raciocínio	lógico	(“se	_,	então	_”)	para</p><p>questionar	 a	 eternidade	 de	 Deus	 está	 redondamente	 errado.	 Afinal,	 quem</p><p>seríamos	nós,	humanos,	para	compreender	a	lógica	divina?</p><p>Ele	 está	 questionando	 a	abrangência	 da	 compreensão	 humana.	 Nós	 não</p><p>seríamos	capazes	de	compreender	a	lógica	divina,	então	não	seria	possível	usar	a</p><p>razão	 (instrumento	 humano,	 como	 eu	 falei	 na	 historinha	 sobre	 Galileu)	 para</p><p>questionar	a	eternidade	de	Deus.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	84</p><p>Rodrigo	havia	 sido	 indicado	pela	oposição	para	 fiscal	duma	das	mesas</p><p>eleitorais.	 Pôs	 o	 revólver	 na	 cintura,	 uma	 caixa	 de	 balas	 no	 bolso	 e</p><p>encaminhou-se	para	seu	posto.	A	chamada	dos	eleitores	começou	às	sete	da</p><p>manhã.	 Plantados	 junto	 da	 porta,	 os	 capangas	 do	 Trindade	 ofereciam</p><p>cédulas	 com	 o	 nome	 dos	 candidatos	 oficiais	 a	 todos	 os	 eleitores	 que</p><p>entravam.	 Estes,	 em	 sua	 	 quase	 totalidade,	 tomavam	 docilmente	 dos</p><p>papeluchos	 e	 depositavam-nos	 na	 urna,	 depois	 de	 assinar	 a	 autêntica.	 Os</p><p>que	se	recusavam	a	isso	tinham	seus	nomes	acintosamente	anotados.</p><p>VERISSIMO,	E.	O	tempo	e	o	vento.	São	Paulo:	Globo,	2003	(adaptado)</p><p>Erico	 Veríssimo	 tematiza	 em	 obra	 flccional	 o	 seguinte	 aspecto</p><p>característico	da	vida	política	durante	a	Primeira	República:</p><p>a)					Identificação	forçada	de	homens	analfabetos.</p><p>b)				Monitoramento	legal	dos	pleitos	legislativos.</p><p>c)					Repressão	explícita	ao	exercício	de	direito.</p><p>d)				Propaganda	direcionada	à	população	do	campo.</p><p>e)					Cerceamento	policial	dos	operários	sindicalizados.</p><p>Não	 seria	 necessário	 entender	 de	 Primeira	 República	 para	 responder	 essa</p><p>questão.	 O	 que	 está	 acontecendo	 no	 texto	 é	 a	 ameaça	 aos	 cidadãos	 para</p><p>conseguir	 votos.	Mas	 o	 autor	 não	 é	 explícito.	 Ele	 sugere	 essa	 ameaça	 em	 um</p><p>detalhe	 sutil:	 o	 ato	 *aparentemente*	 inocente	 de	 anotar	 os	 nomes	 dos	 que	 se</p><p>recusavam	a	fazer	o	que	o	coronel	queria...</p><p>Enfim,	estão	falando	do	voto	de	cabresto,	da	época	do	coronelismo.</p><p>Era	 um	 período	 de	 repressão	 explícita	 (explícita	 porque	 era	 escancarado;</p><p>nem	 se	 davam	 ao	 trabalho	 de	 disfarçar)	 ao	 exercício	 de	 direito	 (o	 voto).</p><p>Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	85</p><p>Então	 disse:	 “Este	 é	 o	 local	 onde	 construirei.	 Tudo	 pode	 chegar	 aqui</p><p>pelo	 Eufrates,	 o	 Tigre	 e	 uma	 rede	 de	 canais.	 Só	 um	 lugar	 como	 este</p><p>sustentará	o	 exército	 e	a	população	geral”.	Assim	ele	 traçou	e	destinou	as</p><p>verbas	 para	 a	 sua	 construção,	 e	 deitou	 o	 primeiro	 tijolo	 com	 sua	 própria</p><p>mão,	dizendo:	“Em	nome	de	Deus,	e	em	louvor	a	Ele.	Construí,	e	que	Deus</p><p>vos	abençoe”.</p><p>AL-TABARI,	M.	Uma	história	dos	povos	árabes.	São	Paulo:	Cia.	das	Letras,	1995	(adaptado).</p><p>A	decisão	do	califa	Al-Mansur	(754-775)	de	construir	Bagdá	nesse	local</p><p>orientou-se	pela</p><p>a)	 	 	 	 	disponibilidade	de	 rotas	 e	 terras	 férteis	 como	base	 da	dominação</p><p>política.</p><p>b)	 	 	 	proximidade	de	áreas	populosas	como	afirmação	da	superioridade</p><p>bélica.</p><p>c)					submissão	à	hierarquia	e	à	lei	islâmica	como	controle	do	poder	real.</p><p>d)	 	 	 	 fuga	 da	 península	 arábica	 como	 afastamento	 dos	 conflitos</p><p>sucessórios.</p><p>e)					ocupação	de	região	fronteiriça	como	contenção	do	avanço	mongol.</p><p>Quem	já	jogou	Civilization	sabe	muito	bem:	o	lugar	mais	interessante	de	se</p><p>construir	uma	cidade	é	próximo	aos	rios.	Isso	por	causa	da	abundância	de	água</p><p>para	irrigação	e	da	possibilidade	de	se	construírem	rotas	fluviais	para	comércio	e</p><p>locomoção.	Na	antiguidade,	como	não	havia	muitas	tecnologias	de	irrigação	ou</p><p>transporte,	isso	era	ainda	mais	importante.	E	na	vida	real	também	foi	assim:	da</p><p>mesma	forma	que	em	Civilization,	o	califa	escolheu	construir	Bagdá	no	território</p><p>da	antiga	Mesopotâmia	devido	à	disponibilidade	de	rotas	e	terras	férteis	como</p><p>base	da	dominação	política.	Letra	“A”.</p><p>QUESTÃO	86</p><p>A	 agricultura	 ecológica	 e	 a	 produção	 orgânica	 de	 alimentos	 estão</p><p>ganhando	relevância	em	diferentes	partes	do	mundo.	No	campo	brasileiro,</p><p>também	acontece	o	mesmo.	 Impulsionado	especialmente	pela	 expansão	da</p><p>demanda	 de	 alimentos	 saudáveis,	 o	 setor	 cresce	 a	 cada	 ano,	 embora</p><p>permaneça	 relativamente	 marginalizado	 na	 agenda	 de	 prioridades	 da</p><p>política	agrícola	praticada	no	país.</p><p>AQUINO,	 J.	 R.;	 GAZOLLA,	M.;	 SCHNEIDER,	 S.	 In:	 SAMBUICHI,	 R.	 H.	 R.	 et	 al.	 (Org.).	 A	 política	 nacional	 de</p><p>agroecologia	e	produção	orgânica	no	Brasil:	uma	trajetória	de	luta	pelo	desenvolvimento	rural	sustentável.	Brasília:	Ipea,	2017</p><p>(adaptado).</p><p>Que	 tipo	 de	 intervenção	 do	 poder	 público	 no	 espaço	 rural	 é	 capaz	 de</p><p>reduzir	a	marginalização	produtiva	apresentada	no	texto?</p><p>a)					Subsidiar	os	cultivos	de	base	familiar.</p><p>b)				Favorecer	as	práticas	de	fertilização	química.</p><p>c)					Restringir	o	emprego	de	maquinário	moderno.</p><p>d)				Controlar	a	expansão	de	sistemas	de	irrigação.</p><p>e)					Regulamentar	o	uso	de	sementes	selecionadas.</p><p>Antes	 de	 entender	 o	 que	 o	 poder	 público	 pode	 fazer	 para	 resolver	 o</p><p>problema,	 temos	 que	 entender	 qual	 é	 o	 problema.	 E	 se	 trata	 dessa</p><p>marginalização	 produtiva,	 ou	 seja,	 o	 pouco	 investimento	 na	 agricultura</p><p>ecológica.	Ora,	se	o	problema	é	o	pouco	investimento,	basta	investir	mais.	Então</p><p>é	só	encontrar	a	alternativa	que	faz	referência	a	práticas	de	agricultura	ecológica.</p><p>Resposta:	 “A”.	Cultivos	 de	 base	 familiar	 são	 menos	 agressivos	 com	 o	 solo,</p><p>usam	menos	fertilizantes	e	ainda	garantem	o	sustento	de	pessoas	que	podem	não</p><p>ter	 outra	 fonte	 de	 renda.	 É	 predominantemente	 na	 agricultura	 familiar	 que	 se</p><p>produzem	vegetais	orgânicos,	porque	os	grandes	latifúndios	não	podem	se	dar	ao</p><p>luxo	de	abrir	mão	dos	fertilizantes.	Seria	logisticamente	impossível	combater	as</p><p>pragas	em	um	terreno	grande	demais	se	não	usassem	fertilizantes.</p><p>Logo,	o	aumento	da	demanda	por	alimentos	saudáveis	pode	ser	parcialmente</p><p>atendido	com	investimento	do	poder	público	em	cultivos	de	base	familiar.</p><p>QUESTÃO	87</p><p>O	 anúncio	 publicitário	 da	 década	 de	 1940	 reforça	 os	 seguintes</p><p>estereótipos	atribuídos	historicamente	a	uma	suposta	natureza	feminina:</p><p>a)					Pudor	inato	e	instinto	maternal.</p><p>b)				Fragilidade	física	e	necessidade	de	aceitação.</p><p>c)					Isolamento	social	e	procura	de	autoconhecimento.</p><p>d)				Dependência	econômica	e	desejo	de	ostentação.</p><p>e)					Mentalidade	fútil	e	conduta	hedonista.</p><p>O	 anúncio	 publicitário	 reforça	 o	 estereótipo	 da	 época	 de	 que	 as	 mulheres</p><p>deviam	 estar	 bonitas,	 saudáveis,	 cheirosas	 e	 maravilhosas	 o	 tempo	 todo	 para</p><p>agradar	aos	homens.	A	necessidade	de	um	tônico	para	manter	a	saúde	da	mulher</p><p>sugere	que	elas	eram	vistas	como	frágeis,	e	a	necessidade	de	ser	aprovada	pelos</p><p>homens	é	a	necessidade	de	aceitação	de	que	fala	a	letra	“B”.</p><p>QUESTÃO	88</p><p>Considerando	 as	 diferenças	 entre	 extrativismo	 vegetal	 e	 silvicultura,	 a</p><p>variação	das	curvas	do	gráfico	foi	influenciada	pela	tendência	de</p><p>a)					conservação	do	bioma	nativo.</p><p>b)				estagnação	do	setor	primário.</p><p>c)					utilização	de	madeira	de	reflorestamento.</p><p>d)				redução	da	produção	de	móveis.</p><p>e)					retração	da	indústria	alimentícia.</p><p>Eu	 não	 fazia	 a	mínima	 ideia	 do	 que	 era	 silvicultura,	 então	 acabei	 errando</p><p>essa	questão.	Silvicultura	é	a	ciência	dedicada	ao	estudo	dos	métodos	naturais	e</p><p>artificiais	 de	 regenerar	 e	melhorar	 os	 povoamentos	 florestais.	 Ou	 seja,	 é	 a</p><p>ação	humana	tentando	consertar	a	destruição	que	os	humanos	já	provocaram	ao</p><p>longo	dos	anos.</p><p>Uma	 das	 maneiras	 de	 regenerar	 e	 melhorar	 os	 povoamentos	 florestais	 é</p><p>justamente	utilizar	madeira	de	reflorestamento.	Resposta:	“C”.</p><p>PS:	 Isso	 também	 explica	 a	 redução	 do	 extrativismo	 vegetal:	 com	 mais</p><p>madeira	 de	 reflorestamento,	 seria	 necessário	 menos	 extração	 de	 madeira	 das</p><p>florestas.</p><p>QUESTÃO	89</p><p>No	 início	 da	 década	 de	 1990,	 dois	 biólogos	 importantes,	 Redford	 e</p><p>Robinson,	 produziram	 um	 modelo	 largamente	 aceito	 de	 “produção</p><p>sustentável”	 que	 previa	 quantos	 indivíduos	 de	 cada	 espécie	 poderiam	 ser</p><p>caçados	 de	 forma	 sustentável	 baseado	 nas	 suas	 taxas	 de	 reprodução.	 Os</p><p>seringueiros	 do	 Alto	 Juruá	 tinham	 um	 modelo	 diferente:	 a	 quem	 lhes</p><p>afirmava	 que	 estavam	 caçando	 acima	 do	 sustentável	 (dentro	 do	modelo),</p><p>eles	diziam	que	não,	que	o	nível	da	caça	dependia	da	existência	de	áreas	de</p><p>refúgio	em	que	ninguém	caçava.	Ora,	esse	acabou	sendo	o	modelo	batizado</p><p>de	“fonte-ralo”	proposto	dez	anos	após	o	primeiro	por	Novaro,	Bodmer	e	o</p><p>próprio	Redford	e	que	suplantou	o	modelo	anterior.</p><p>CUNHA,	M.	C.	Revista	USP,	n.	75,	set.-nov.	2007.</p><p>No	contexto	da	produção	científica,	a	necessidade	de	reconstrução	desse</p><p>modelo,	 conforme	 exposto	 no	 texto,	 foi	 determinada	 pelo	 confronto	 com</p><p>um(a)</p><p>a)					conclusão	operacional	obtida	por	lógica	dedutiva.</p><p>b)				visão	de	mundo	marcada	por	preconceitos	morais.</p><p>c)	hábito	social	condicionado	pela	religiosidade	popular.</p><p>d)	conhecimento	empírico	apropriado	pelo	senso	comum.</p><p>e)					padrão	de	preservação	construído	por	experimentação	dirigida.</p><p>Essa	eu	errei,	mas	foi	por	muito,	muito	descuido!	Eu	devia	estar	desfocado	e</p><p>não	quis	parar	para	respirar	um	pouco.	Acabei	errando	por	besteira.</p><p>O	 texto	 conta	 a	 história	 de	 dois	 biólogos	 que	 tiveram	 seu	 conhecimento</p><p>questionado	 pelos	 seringueiros,	 que	 chegaram	 a	 uma	 conclusão	 por	 meio	 da</p><p>experiência	do	dia	a	dia.	Os	seringueiros	conheciam	o	lugar,	por	isso	entendiam</p><p>o	 fenômeno	 em	 questão	 sem	 necessariamente	 tê-lo	 estudado	 de	 maneira</p><p>científica.	 Foi	 pelo	 senso	 comum	 que	 eles	 descobriram	 que	 o	 nível	 de	 caça</p><p>dependia	da	existência	de	áreas	de	refúgio.	Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	90</p><p>Um	 dos	 teóricos	 da	 democracia	 moderna,	 Hans	 Kelsen,	 considera</p><p>elemento	 essencial	 da	 democracia	 real	 (não	 da	 democracia	 ideal,	 que	 não</p><p>existe	em	 lugar	algum)	o	método	da	seleção	dos	 líderes,	ou	seja,	a	eleição.</p><p>Exemplar,	neste	 sentido,	 é	a	afirmação	de	um	 juiz	da	Corte	Suprema	dos</p><p>Estados	Unidos,	por	ocasião	de	uma	eleição	de	1902:	“A	cabine	eleitoral	é	o</p><p>templo	das	instituições	americanas,	onde	cada	um	de	nós	é	um	sacerdote,	ao</p><p>qual	é	confiada	a	guarda	da	arca	da	aliança	e	cada	um	oficia	do	seu	próprio</p><p>altar”.</p><p>BOBBIO,	N.	Teoria	geral	da	política.	Rio	de	Janeiro:	EIsevier,	2000	(adaptado)</p><p>As	 metáforas	 utilizadas	 no	 texto	 referem-se	 a	 uma	 concepção	 de</p><p>democracia	fundamentada	no(a)</p><p>a)					justificação	teísta	do	direito.</p><p>b)				rigidez	da	hierarquia	de	classe.</p><p>c)					ênfase	formalista	na	administração.</p><p>d)				protagonismo	do	Executivo	no	poder.</p><p>e)					centralidade	do	indivíduo	na	sociedade.</p><p>O	 uso	 de	 uma	metáfora	 “religiosa”	 pode	 ter	 confundido	 algumas	 pessoas,</p><p>mas	 o	 ponto	 central	 aqui	 é	 o	 trecho:	 “cada	 um	 de	 nós	 é	 um	 sacerdote	 do</p><p>templo”.	Essa	 metáfora	 não	 teve	 nada	 a	 ver	 com	 religião,	 como	 uma	 leitura</p><p>apressada	 poderia	 sugerir.	 O	 autor	 quis	 dizer	 que	 as	 pessoas	 têm	 um	 papel</p><p>central	 no	 processo	 de	 decisão:	 por	 meio	 do	 exercício	 do	 voto,	 elas	 são	 o</p><p>sacerdote	 do	 templo,	 a	 autoridade	 máxima!	 Elas	 que	 mandam,	 basicamente.</p><p>Segundo	essa	concepção,	portanto,	o	indivíduo	é	o	ponto	central	dos	processos</p><p>de	tomada	de	decisão	da	sociedade.	Resposta:	“E”.</p><p>Ciências	da	Natureza	e	suas	Tecnologias</p><p>QUESTÃO	91</p><p>Para	 serem	 absorvidos	 pelas	 células	 do	 intestino	 humano,	 os	 lipídios</p><p>ingeridos	 precisam	 ser	 primeiramente	 emulsificados.	 Nessa	 etapa	 da</p><p>digestão,	torna-se	necessária	a	ação	dos	ácidos	biliares,	visto	que	os	lipídios</p><p>apresentam	uma	natureza	apoiar	e	são	insolúveis	em	água.</p><p>Esses	ácidos	atuam	no	processo	de	modo	a</p><p>a)					hidrolisar	os	lipídios</p><p>b)				agir	como	detergentes</p><p>c)					tornar	os	lipídios	anfifílicos</p><p>d)				promover	a	secreção	de	lipases</p><p>e)					estimular	o	trânsito	intestinal	dos	lipídios.</p><p>Questão	 clássica	de	ENEM	sobre	 substâncias	anfipáticas	 (com	uma	parte</p><p>polar	 e	 outra	 apolar).	 Para	 que	 os	 lipídios	 (apolares)	 sejam	 absorvidos,	 é</p><p>necessário	 que	 se	 tornem	 solúveis	 em	 água	 (solvente	 polar).	 É	 o	 mesmo</p><p>fenômeno	 químico	 de	 quando	 você	 passa	 sabão/detergente	 em	 uma	 superfície</p><p>para	tirar	a	gordura:	as	moléculas	anfipáticas	formam	uma	pasta	com	a	gordura</p><p>(uma	emulsão),	que	é	carregada	pela	água.</p><p>Resposta:	 “B”:	agir	 como	 detergentes,	porque	 detergentes	 são	 justamente</p><p>moléculas	 anfipáticas	 que	 permitem	 a	 emulsificação	 das	 gorduras	 (pela</p><p>formação	de	micelas).</p><p>QUESTÃO	92</p><p>A	 tecnologia	 de	 comunicação	 da	 etiqueta	 RFID	 (chamada	 de	 etiqueta</p><p>inteligente)	 é	usada	há	anos	para	rastrear	gado,	vagões	de	 trem,	bagagem</p><p>aérea	e	carros	nos	pedágios.	Um	modelo	mais	barato	dessas	etiquetas	pode</p><p>funcionar	 sem	 baterias	 e	 é	 constituído	 por	 três	 componentes:	 um</p><p>microprocessador	 de	 silício;	 uma	 bobina	 de	 metal,	 feita	 de	 cobre	 ou	 de</p><p>alumínio,	que	é	enrolada	em	um	padrão	circular;	e	um	encapsulador,	que	é</p><p>um	 material	 de	 vidro	 ou	 polímero	 envolvendo	 o	 microprocessador	 e	 a</p><p>bobina.	Na	presença	de	um	campo	de	radiofrequência	gerado	pelo	leitor,	a</p><p>etiqueta	 transmite	 sinais.	 A	 distância	 de	 leitura	 é	 determinada	 pelo</p><p>tamanho	da	bobina	e	pela	potência	da	onda	de	rádio	emitida	pelo	leitor.</p><p>Disponível	em:	http://eletronicos.hsw.uol.com.br.	Acesso	em:	27	fev.	2012	(adaptado)</p><p>A	etiqueta	funciona	sem	pilhas	porque	o	campo</p><p>a)					elétrico	da	onda	de	rádio	agita	elétrons	da	bobina.</p><p>b)				elétrico	da	onda	de	rádio	cria	uma	tensão	na	bobina.</p><p>c)					magnético	da	onda	de	rádio	induz	corrente	na	bobina.</p><p>d)				magnético	da	onda	de	rádio	aquece	os	fios	da	bobina.</p><p>e)	 	 	 	 	magnético	da	onda	de	 rádio	diminui	 a	 ressonância	no	 interior	da</p><p>bobina.</p><p>Questão	 teórica	 que,	 das	 duas,	 uma:	 ou	 você	 sabia	 a	 resposta	 e	 conseguia</p><p>acertar	 rápido...	 ou	 você	 não	 sabia	 a	 resposta	 e	 perdia	 muito	 tempo	 tentando</p><p>descobrir	(e	falhava	miseravelmente).	O	fenômeno	aqui	é	a	geração	de	corrente</p><p>elétrica	quando	há	variação	do	campo	magnético.	É	a	lei	de	Faraday-Lens.	Caiu</p><p>uma	 questão	 exatamente	 assim	 no	 ENEM	 2011,	 sobre	 o	 dínamo	 na	 roda	 da</p><p>bicicleta.	(Então,	sim,	continua	importante	refazer	as	provas	antigas.)</p><p>Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	93</p><p>Corredores	 ecológicos	 visam	 mitigar	 os	 efeitos	 da	 fragmentação	 dos</p><p>ecossistemas	promovendo	a	ligação	entre	diferentes	áreas,	com	o	objetivo	de</p><p>proporcionar	 o	 deslocamento	 de	 animais,	 a	 dispersão	 de	 sementes	 e	 o</p><p>aumento	 da	 cobertura	 vegetal.	 São	 instituídos	 com	 base	 em	 informações</p><p>como	 estudos	 sobre	 o	 deslocamento	 de	 espécies,	 sua	 área	 de	 vida	 (área</p><p>necessária	para	o	suprimento	de	suas	necessidades	vitais	e	reprodutivas)	e	a</p><p>distribuição	de	suas	populações.</p><p>Disponível</p><p>em:	www.mma.gov.br.	Acesso	em:	30	nov.	2017	(adaptado).</p><p>Nessa	estratégia,	a	recuperação	da	biodiversidade	é	efetiva	porque</p><p>a)					propicia	o	fluxo	gênico.</p><p>b)				intensifica	o	manejo	de	espécies.</p><p>c)					amplia	o	processo	de	ocupação	humana.</p><p>d)				aumenta	o	número	de	indivíduos	nas	populações.</p><p>e)					favorece	a	formação	de	ilhas	de	proteção	integral.</p><p>Questão	 parcialmente	 de	 Biologia,	mas	 principalmente	 de	 interpretação	 de</p><p>texto	e	raciocínio	lógico.	Se	os	corredores	ecológicos	promovem	a	ligação	entre</p><p>diferentes	áreas,	 isso	é	o	contrário	de	formar	 ilhas	(“E”).	A	estratégia	é	efetiva</p><p>porque	 favorece	 a	 migração	 e	 o	 encontro	 de	 espécies	 que	 antes	 estavam</p><p>espalhadas	 e	 impossibilitadas	 de	 procriar.	 Favorece,	 portanto,	 o	 fluxo	 gênico</p><p>(fluxo	de	genes	=	reprodução).</p><p>Resposta:	”A”.</p><p>QUESTÃO	94</p><p>A	identificação	de	riscos	de	produtos	perigosos	para	o	transporte	rodoviário</p><p>é	obrigatória	e	realizada	por	meio	da	sinalização	composta	por	um	painel	de</p><p>segurança,	 de	 cor	 alaranjada,	 e	 um	 rótulo	 de	 risco.	 As	 informações</p><p>inseridas	no	painel	de	segurança	e	no	rótulo	de	risco,	conforme	determina	a</p><p>legislação,	permitem	que	se	identifique	o	produto	transportado	e	os	perigos</p><p>a	ele	associados.</p><p>A	 sinalização	 mostrada	 identifica	 uma	 substância	 que	 está	 sendo</p><p>transportada	em	um	caminhão.</p><p>Os	 três	 algarismos	 da	 parte	 superior	 do	 painel	 indicam	 o	 “Número	 de</p><p>risco”.	O	número	268	indica	tratar-se	de	um	gás	(2),	tóxico	(6)	e	corrosivo</p><p>(8).	Os	quatro	dígitos	da	parte	 inferior	correspondem	ao	“Número	ONU”,</p><p>que	identifica	o	produto	transportado.</p><p>BRASIL.	Resolução	n.	420,	de	12/02/2004,	da	Agência	Nacional	de	Transportes	Terrestres	(ANTT)/Ministério	dos	Transportes</p><p>(adaptado).</p><p>ABNT.	NBR	7500:	 identificação	para	o	 transporte	 terrestre,	manuseio,	movimentação	 e	 armazenamento	de	produtos.</p><p>Rio	de	Janeiro,	2004	(adaptado).</p><p>Considerando	 a	 identificação	 apresentada	no	 caminhão,	 o	 código	 1005</p><p>corresponde	à	substância</p><p>a)					eteno	(C2H4)</p><p>b)				nitrogênio	(N2)</p><p>c)					amônia	(NH3)</p><p>d)				propano	(C3H8)</p><p>e)					dióxido	de	carbono	(CO2)</p><p>A	substância	da	placa	é	um	gás	 tóxico	e	corrosivo.	Os	cinco	da	alternativa</p><p>são	gases,	mas	só	a	amônia	também	é	tóxica	e	corrosiva.	Resposta:	“C”.</p><p>Questão	 relativamente	 difícil,	 porque	 seria	 necessário	 conhecer	 as</p><p>propriedades	dos	gases	apresentados,	e	não	são	muitas	escolas	que	dão	aulas	em</p><p>laboratório	para	ensinar	os	alunos	sobre	o	que	é	corrosivo	e	o	que	não	é.	Mas,</p><p>dentre	os	5	gases	apresentados,	o	nome	amônia	 já	chamava	atenção.	O	resto	é</p><p>gás	 que	 se	 encontra	 na	 atmosfera	 (nitrogênio	 e	 dióxido	 de	 carbono)	 ou</p><p>hidrocarbonetos	comuns.</p><p>QUESTÃO	95</p><p>No	 ciclo	 celular	 atuam	moléculas	 reguladoras.	 Dentre	 elas,	 a	 proteína</p><p>p53	 é	 ativada	 em	 resposta	 a	mutações	 no	DNA,	 evitando	 a	 progressão	 do</p><p>ciclo	 até	 que	 os	 danos	 sejam	 reparados,	 ou	 induzindo	 a	 célula	 ã</p><p>autodestruição.</p><p>ALBERTS,	B.	et	ai.	Fundamentos	da	biologia	celular.	Porto	Alegre:	Artmed,	2011	(adaptado).</p><p>A	ausência	dessa	proteína	poderá	favorecer	a</p><p>a)					redução	da	síntese	de	DNA,	acelerando	o	ciclo	celular.</p><p>b)				saída	imediata	do	ciclo	celular,	antecipando	a	proteção	do	DNA.</p><p>c)					ativação	de	outras	proteínas	reguladoras,	induzindo	a	apoptose.</p><p>d)				manutenção	da	estabilidade	genética,	favorecendo	a	longevidade.</p><p>e)	 	 	 	 	 proliferação	 celular	 exagerada,	 resultando	 na	 formação	 de	 um</p><p>tumor.</p><p>A	 proteína	 p53	 é	 ativada	 em	 resposta	 a	 mutações	 do	 DNA.	 Só	 essa</p><p>informação	já	te	faria	ligar	um	alerta,	porque	o	câncer	é	justamente	resultado	de</p><p>uma	mutação	descontrolada	do	DNA	que	resulta	em	uma	proliferação	celular</p><p>exagerada.	Sem	a	proteína,	essa	“regulação”	não	existiria	mais,	o	que	poderia</p><p>ocasionar	a	formação	de	um	tumor.	Letra	“E”.</p><p>QUESTÃO	96</p><p>Muitos	 primatas,	 incluindo	 nós	 humanos,	 possuem	 visão	 tricromática:</p><p>têm	 três	 pigmentos	 visuais	 na	 retina	 sensíveis	 à	 luz	 de	 uma	 determinada</p><p>faixa	de	comprimentos	de	onda.	Informalmente,	embora	os	pigmentos	em	si</p><p>não	 possuam	 cor,	 estes	 são	 conhecidos	 como	 pigmentos	 “azul”,	 “verde”	 e</p><p>“vermelho”	e	estão	associados	ã	cor	que	causa	grande	excitação	(ativação).</p><p>A	sensação	que	temos	ao	observar	um	objeto	colorido	decorre	da	ativação</p><p>relativa	dos	 três	pigmentos.	Ou	 seja,	 se	 estimulássemos	 a	 retina	 com	uma</p><p>luz	 na	 faixa	 de	 530	 nm	 (retângulo	 I	 no	 gráfico),	 não	 excitaríamos	 o</p><p>pigmento	 “azul”,	 o	 pigmento	 “verde”	 seria	 ativado	 ao	 máximo	 e	 o</p><p>“vermelho”	 seria	 ativado	 em	 aproximadamente	 75%,	 e	 Isso	 nos	 daria	 a</p><p>sensação	de	ver	uma	cor	amarelada.	Já	uma	luz	na	faixa	de	comprimento	de</p><p>onda	de	600	nm	(retângulo	II)	estimularia	o	pigmento	“verde”	um	pouco	e	o</p><p>“vermelho”	em	cerca	de	75%,	e	 Isso	nos	daria	a	 sensação	de	ver	 laranja-</p><p>avermelhado.	No	entanto,	há	características	genéticas	presentes	em	alguns</p><p>indivíduos,	conhecidas	coletivamente	como	Daltonismo,	em	que	um	ou	mais</p><p>pigmentos	não	funcionam	perfeitamente.</p><p>Caso	estimulássemos	a	 retina	de	um	 indivíduo	com	essa	 característica,</p><p>que	não	possuísse	o	pigmento	conhecido	como	“verde”,	com	as	luzes	de	530</p><p>nm	e	600	nm	na	mesma	intensidade	luminosa,	esse	indivíduo	seria	incapaz</p><p>de</p><p>a)	 	 	 	 	 Identificar	o	 comprimento	de	onda	do	amarelo,	uma	vez	que	não</p><p>possui	o	pigmento	“verde”.</p><p>b)	 	 	 	ver	 o	 estímulo	de	 comprimento	de	 onda	 laranja,	 pois	não	haveria</p><p>estimulação	de	um	pigmento	visual.</p><p>c)	 	 	 	 	 detectar	 ambos	 os	 comprimentos	 de	 onda,	 uma	 vez	 que	 a</p><p>estimulação	dos	pigmentos	estaria	prejudicada.</p><p>d)	 	 	 	visualizar	o	estímulo	do	comprimento	de	onda	roxo,	 já	que	este	se</p><p>encontra	na	outra	ponta	do	espectro.</p><p>e)	 	 	 	 	distinguir	os	dois	comprimentos	de	onda,	pois	ambos	estimulam	o</p><p>pigmento	“vermelho”	na	mesma	intensidade.</p><p>Se	 a	 pessoa	 não	 tem	 o	 pigmento	 “verde”,	 devemos	 olhar	 o	 gráfico	 e</p><p>simplesmente	 ignorar	 a	 curva	 referente	 a	 ele.	 Vamos	 nos	 deparar	 com	 as</p><p>barrinhas	I	e	II	e	a	curva	pontilhada	(em	vermelho	abaixo).</p><p>Em	primeiro	lugar,	perdão	pelo	desenho	feio.	Em	segundo	lugar,	repare	que</p><p>a	curva	do	pigmento	“vermelho”	cruza	as	barrinhas	aproximadamente	no	mesmo</p><p>ponto.	 Isso	 quer	 dizer	 que	 os	 feixes	 I	 e	 II	 estimulam	 esse	 pigmento	 com	 a</p><p>mesma	 intensidade.	Como	o	 indivíduo	 não	 tem	o	 pigmento	 verde,	 esses	 dois</p><p>feixes	vão	gerar	uma	percepção	de	cor	idêntica	ao	observador.	Ele	não	vai	ser</p><p>capaz	de	distinguir	os	comprimentos	de	onda.	Letra	“E”.</p><p>Eu	errei	essa	não	sei	por	quê.	Deve	ter	sido	falta	de	atenção	:(</p><p>QUESTÃO	97</p><p>O	grafeno	é	uma	forma	alotrópica	do	carbono	constituído	por	uma	folha</p><p>planar	(arranjo	bidimensional)	de	átomos	de	carbono	compactados	e	com	a</p><p>espessura	 de	 apenas	 um	 átomo.	 Sua	 estrutura	 é	 hexagonal,	 conforme	 a</p><p>figura.</p><p>Nesse	arranjo,	os	átomos	de	carbono	possuem	hibridação</p><p>a)					sp	de	geometria	linear.</p><p>b)				sp²	de	geometria	trigonal	planar.</p><p>c)					sp³	alternados	com	carbonos	com	hibridação	sp	de	geometria	linear.</p><p>d)				sp³d	de	geometria	planar.</p><p>e)					sp³d²	com	geometria	hexagonal	planar.</p><p>Mais	uma	questão	de	sabe	vs.	não	sabe.	E	eu	acho	que	o	ENEM	nunca	foi</p><p>tão	 direto	 ao	 pedir	 a	 hibridização	 do	 carbono.	 Eu	 tenho	 uma	 dica	 MÍSTICA</p><p>sobre	isso	no	canal,	caso	queiram	dar	uma	olhada	(por	favor,	ignorem	a	cara	de</p><p>criança):</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=mx4ly1_lUSM</p><p>O	desenho	não	mostrou	a	ligação	dupla	que	cada	carbono	faz,	mas,	para	que</p><p>os	 átomos	 se	 disponham	em	uma	 folha	 planar,	 é	 necessário	 que	 cada	 um	 faça</p><p>duas	ligações	simples	e	uma	dupla.	Logo,	a	hibridização	é	sp²,	e	a	geometria	é</p><p>trigonal	planar.	Letra	“B”.</p><p>Videoaula	de	geometria	molecular:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=GOQbKiM_Mjo</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=mx4ly1_lUSM</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=GOQbKiM_Mjo</p><p>QUESTÃO	98</p><p>Um	 projetista	 deseja	 construir	 um	 brinquedo	 que	 lance	 um	 pequeno</p><p>cubo	 ao	 longo	 de	 um	 trilho	 horizontal,	 e	 o	 dispositivo	 precisa	 oferecer	 a</p><p>opção	de	mudar	a	velocidade	de	lançamento.	Para	isso,	ele	utiliza	uma	mola</p><p>e	um	trilho	onde	o	atrito	pode	ser	desprezado,</p><p>conforme	a	figura.</p><p>Para	 que	 a	 velocidade	 de	 lançamento	 do	 cubo	 seja	 aumentada	 quatro</p><p>vezes,	o	projetista	deve</p><p>a)					manter	a	mesma	mola	e	aumentar	duas	vezes	a	sua	deformação.</p><p>b)				manter	a	mesma	mola	e	aumentar	quatro	vezes	a	sua	deformação.</p><p>c)					manter	a	mesma	mola	e	aumentar	dezesseis	vezes	a	sua	deformação.</p><p>d)	 	 	 	 trocar	 a	mola	 por	 outra	 de	 constante	 elástica	 duas	 vezes	maior	 e</p><p>manter	a	deformação.</p><p>e)	 	 	 	 	trocar	a	mola	por	outra	de	constante	elástica	quatro	vezes	maior	e</p><p>manter	a	deformação.</p><p>Questão	 de	 dificuldade	 média	 sobre	 a	 relação	 entre	 energia	 potencial</p><p>elástica,	 energia	 cinética	 e	 velocidade.	 Aqui,	 energia	 potencial	 elástica	 está</p><p>sendo	convertida	em	cinética.	Logo,	pelo	princípio	de	conservação	de	energia:</p><p>A	 relação	entre	deformação	da	mola	 (x)	e	velocidade	 (v)	é	 linear.	Os	dois</p><p>lados	 estão	 elevados	 ao	 quadrado,	 logo,	 para	 a	 velocidade	 quadruplicar,	 a</p><p>deformação	na	mola	também	deve	quadruplicar.</p><p>Resposta:	“B”.</p><p>QUESTÃO	99</p><p>Pesquisas	 demonstram	 que	 nanodispositivos	 baseados	 em	movimentos</p><p>de	 dimensões	 atômicas,	 induzidos	 por	 luz,	 poderão	 ter	 aplicações	 em</p><p>tecnologias	 futuras,	 substituindo	 micromotores,	 sem	 a	 necessidade	 de</p><p>componentes	 mecânicos.	 Exemplo	 de	movimento	molecular	 induzido	 pela</p><p>luz	pode	ser	observado	pela	flexão	de	uma	lâmina	delgada	de	silício,	ligado</p><p>a	 um	 polímero	 de	 azobenzeno	 e	 a	 um	 material	 suporte,	 em	 dois</p><p>comprimentos	de	onda,	 conforme	 ilustrado	na	 figura.	Com	a	aplicação	de</p><p>luz	 ocorrem	 reações	 reversíveis	 da	 cadeia	 do	 polímero,	 que	 promovem	 o</p><p>movimento	observado:</p><p>TOMA,	H.	E.	A	nanotecnologia	das	moléculas.	Química	Nova	na	Escola,	n.21,	maio	2005	(adaptado).</p><p>O	fenômeno	de	movimento	molecular,	promovido	pela	incidência	de	luz,</p><p>decorre	do(a)</p><p>a)	 	 	 	 	movimento	vibracional	dos	átomos,	que	 leva	ao	encurtamento	e	à</p><p>relaxação	das	ligações</p><p>b)	 	 	 	isomerização	das	ligações	N=N,	sendo	a	forma	cis	do	polímero	mais</p><p>compacta	que	a	trans.</p><p>c)	 	 	 	 	tautomerização	das	unidades	monoméricas	do	polímero,	que	leva	a</p><p>um	composto	mais	compacto.</p><p>d)	 	 	 	ressonância	entre	os	elétrons	π	do	grupo	azo	e	os	do	anel	aromático</p><p>que	encurta	as	ligações	duplas.</p><p>e)	 	 	 	 	 variação	 conformacional	 das	 ligações	 N=N,	 que	 resulta	 em</p><p>estruturas	com	diferentes	áreas	de	superfície.</p><p>Essa	 questão	 foi	 assustadora,	 mas	 não	 chegou	 a	 ser	 difícil.	 Era</p><p>essencialmente	uma	questão	de	“sabe	vs.	não	sabe”,	mas	aplicada	a	uma	situação</p><p>real.	Logo,	essa	foi	mais	difícil	que	a	da	hibridização,	que	foi	só	“sabe	vs.	não</p><p>sabe”.</p><p>O	ponto	central	aqui	é	que	a	configuração	da	direita	é	mais	compacta	que	a</p><p>da	esquerda	 (perceba	a	 setinha	 indicando	que	a	aba	 superior	 inclina	um	pouco</p><p>para	baixo).	A	molécula	assumiu	uma	configuração	mais	compacta.</p><p>E	 a	 diferença	 entra	 as	 ligações	 da	 esquerda	 e	 da	 direita	 está	destacada	 no</p><p>canto	esquerdo	das	imagens:	à	esquerda,	temos	o	isômero	trans,	com	os	átomos</p><p>de	 carbono	 ligados	 em	posições	 opostas	 a	 cada	 nitrogênio	 da	 ligação	N=N;	 à</p><p>direita,	o	isômero	é	o	cis,	com	os	átomos	de	carbono	ligados	do	mesmo	lado	da</p><p>ligação	N=N.</p><p>Ou	seja,	a	luz	provocou	a	isomerização	das	ligações	N=N,	sendo	a	forma	cis</p><p>mais	compacta	que	a	trans.	Letra	“B”.</p><p>O	nome	do	assunto	é	isomeria	geométrica,	caso	queira	dar	uma	revisada.</p><p>QUESTÃO	100</p><p>O	carro	 flex	é	uma	realidade	no	Brasil.	Estes	veículos	 estão	equipados</p><p>com	motor	 que	 tem	 a	 capacidade	 de	 funcionar	 com	mais	 de	 um	 tipo	 de</p><p>combustível.	No	entanto,	as	pessoas	que	têm	esse	tipo	de	veículo,	na	hora</p><p>do	abastecimento,	têm	sempre	a	dúvida:	álcool	ou	gasolina?	Para	avaliar	o</p><p>consumo	desses	combustíveis,	realizou-se	um	percurso	com	um	veículo	flex,</p><p>consumindo	40	 litros	de	gasolina	e	no	percurso	de	volta	utilizou-se	etanol.</p><p>Foi	 considerado	 o	 mesmo	 consumo	 de	 energia	 tanto	 no	 percurso	 de	 ida</p><p>quanto	no	de	volta.</p><p>O	quadro	resume	alguns	dados	aproximados	sobre	esses	combustíveis.</p><p>O	 volume	 de	 etanol	 combustível,	 em	 litro,	 consumido	 no	 percurso	 de</p><p>volta	é	mais	próximo	de</p><p>a)					27</p><p>b)				32.</p><p>c)					37.</p><p>d)				58.</p><p>e)					67.</p><p>Se	 você	 fosse	 fazer	 essa	 questão	 da	 forma	 tradicional,	 perderia	 um	 bom</p><p>tempo	com	várias	regras	de	3	complexas	em	sequência.	Mas	aqui	vai	uma	dica</p><p>sobre	como	usar	unidades	de	medida	para	acelerar	e	muito	a	resolução	(ainda</p><p>vamos	usar	o	mesmo	truque	de	novo	em	breve):</p><p>Unidades	 de	medida	 são	 suas	 amigas.	Nos	 vídeos	 de	 resolução	 dos	 outros</p><p>anos,	eu	sempre	faço	questão	de	não	omitir	as	unidades	durante	os	cálculos	para</p><p>garantir	que	estou	no	caminho	certo.	E	aqui	elas	vão	ajudar	ainda	mais.</p><p>Sabemos	 que	 houve	 o	 mesmo	 consumo	 de	 energia	 de	 etanol	 e	 gasolina.</p><p>Logo,	as	“kcal”	dos	dois	foram	iguais.	Mas	tem	outras	unidades	além	de	“kcal”</p><p>na	tabela,	então	vamos	ter	que	dar	um	jeito	de	cortar	 todas	as	outras	para	ficar</p><p>apenas	com	“kcal”	dos	dois	lados.</p><p>Vamos	nos	organizar	e	colocar	tudo	que	é	do	etanol	de	um	lado	da	igualdade</p><p>e	tudo	que	é	da	gasolina	do	outro.	Densidade,	calor	de	combustão	e	volume:</p><p>Agora	só	temos	que	saber	se	a	relação	é	direta	ou	inversamente	proporcional.</p><p>Vamos	substituir	as	grandezas	pelas	unidades	de	medida:</p><p>Grama	 no	 numerador	 simplifica	 com	 grama	 no	 denominador,	 e	 mL	 no</p><p>denominador	 simplifica	 com	 L	 no	 numerador	 (vamos	 ter	 que	 converter	 L	 em</p><p>mL,	mas	isso	é	detalhe).	E	sobra	quem?	Justamente	a	kcal!!	Já	deu	para	entender</p><p>o	que	eu	vou	fazer	agora?</p><p>Basicamente,	 vamos	 multiplicar	 as	 3	 grandezas.	 Isso	 vai	 resultar	 em	 um</p><p>valor	 de	 um	 lado	 (X	 kcal),	 que	precisa	 ser	 igual	 ao	 valor	 do	 outro	 (X	 kcal).</p><p>Pegando	os	valores	da	tabela:</p><p>Mas	foram	40L	de	gasolina,	então	vamos	substituir:</p><p>Temos	mL	no	denominador	e	L	no	numerador.	Vamos	converter	L	em	mL</p><p>para	poder	cortar	e	simplificar:</p><p>Agora	é	só	cortar	todas	as	unidades	de	medida.	Grama	corta	com	grama,	mL</p><p>corta	com	mL,	e	sobra	kcal	dos	dois	lados:</p><p>Você	nem	precisaria	 ter	convertido	L	em	mL,	porque	a	pergunta	era	em	L.</p><p>Só	 converti	 para	 explicar	 a	 lógica	 das	 unidades	 de	 medida,	 sobre	 o	 que</p><p>simplifica	com	o	quê.</p><p>Ainda	vamos	ver	esse	truque	de	novo	na	questão	sobre	ondulatória	(117).</p><p>Quando	você	pega	o	jeito,	consegue	resolver	questões	que	não	faz	a	mínima</p><p>ideia	 de	 como	 começar.	 As	 unidades	 de	 medida	 te	 orientam	 para	 o	 próximo</p><p>passo	a	 tomar.	Sugiro	assistir	às	resoluções	dos	anos	anteriores	para	ver	outras</p><p>questões	que	dá	para	resolver	desse	jeito.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	101</p><p>As	 abelhas	 utilizam	 a	 sinalização	 química	 para	 distinguir	 a	 abelha-</p><p>rainha	 de	 uma	 operária,	 sendo	 capazes	 de	 reconhecer	 diferenças	 entre</p><p>moléculas.	A	rainha	produz	o	sinalizador	químico	conhecido	como	ácido	9-</p><p>hidroxidec-2-enoico,	 enquanto	 as	 abelhas-operárias	 produzem	 ácido	 10-</p><p>hidroxidec-2-enoico.	Nós	podemos	distinguir	as	abelhas-operárias	e	rainhas</p><p>por	sua	aparência,	mas,	entre	si,	elas	usam	essa</p><p>sinalização	química	para	perceber	a	diferença.	Pode-se	dizer	que	veem	por</p><p>meio	da	química.</p><p>LE	COUTEUR,	R;	BURRESON,	J.	Os	botões	de	Napoleão:	as	17	moléculas	que	mudaram	a	história.	Rio	de	Janeiro:</p><p>Jorge	Zahar,	2006	(adaptado).</p><p>As	 moléculas	 dos	 sinalizadores	 químicos	 produzidas	 pelas	 abelhas</p><p>rainha	e	operária	possuem	diferença	na</p><p>a)					fórmula	estrutural.</p><p>b)				fórmula	molecular.</p><p>c)					identificação	dos	tipos	de	ligação.</p><p>d)				contagem	do	número	de	carbonos.</p><p>e)					identificação	dos	grupos	funcionais.</p><p>Essa	 questão	 levantou	 polêmicas	 porque	 foi	 o	 texto	 foi	 tirado	 de	 um	 livro</p><p>paradidático	 de	 Química.	Mas,	 interpretando	 a	 questão,	 até	 que	 ela	 não	 é	 tão</p><p>difícil.	 Ela	 cobrava	 conhecimentos	 de	 nomenclatura	 de	 compostos	 orgânicos:</p><p>temos	 duas	 moléculas,	 e	 a	 única	 diferença	 entre	 elas	 é	 a	 posição	 do	 grupo</p><p>hidróxi	 (no	 carbono	 9	 vs.	 no	 carbono	 10).	 As	 fórmulas	 moleculares	 são</p><p>idênticas,	mas	a	estrutura	(fórmula	estrutural)	é	diferente.</p><p>Resposta:	“A”.</p><p>QUESTÃO	102</p><p>Insetos	 podem	 apresentar	 três	 tipos</p><p>de	 desenvolvimento.	 Um	 deles,	 a</p><p>holometabolia	(desenvolvimento	completo),	é	constituído	pelas	fases	de	ovo,</p><p>larva,	 pupa	 e	 adulto	 sexualmente	maduro,	 que	 ocupam	 diversos	 hábitats.</p><p>Os	 insetos	 com	 holometabolia	 pertencem	 às	 ordens	 mais	 numerosas	 em</p><p>termos	de	espécies	conhecidas.</p><p>Esse	 tipo	 de	 desenvolvimento	 está	 relacionado	 a	 um	maior	 número	 de</p><p>espécies	em	razão	da</p><p>a)	 	 	 	 	proteção	na	 fase	de	pupa,	 favorecendo	a	 sobrevivência	de	adultos</p><p>férteis.</p><p>b)	 	 	 	produção	de	muitos	ovos,	larvas	e	pupas,	aumentando	o	número	de</p><p>adultos.</p><p>c)					exploração	de	diferentes	nichos,	evitando	a	competição	entre	as	fases</p><p>da	vida.</p><p>d)	 	 	 	 ingestão	 de	 alimentos	 em	 todas	 as	 fases	 de	 vida,	 garantindo	 o</p><p>surgimento	do	adulto.</p><p>e)	 	 	 	 	 utilização	 do	 mesmo	 alimento	 em	 todas	 as	 fases,	 otimizando	 a</p><p>nutrição	do	organismo.</p><p>Essa	 aqui	 foi	 mais	 complicada,	 mas	 um	 olhar	 extremamente	 atento</p><p>conseguiria	ver	uma	pista	no	trecho	“ocupam	diversos	hábitats”	(eu	mesmo	não</p><p>vi	e	errei).	Afinal,	 se	a	 larva	e	a	borboleta	vivem	em	espaços	diferentes	e	 têm</p><p>diferentes	 hábitos	 (nichos),	 não	 vão	 competir	 diretamente	 por	 alimento	 ou</p><p>território	 (competição	 intraespecífica),	 e	 essas	 espécies	 terão	mais	 chance	 de</p><p>sobreviver.	Assim,	mais	espécies	com	holometabolia	vão	prosperar,	e	o	número</p><p>vai	ser	maior	que	espécies	com	outro	tipo	de	desenvolvimento.</p><p>Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	103</p><p>Talvez	 você	 já	 tenha	 bebido	 suco	 usando	 dois	 canudinhos	 iguais.</p><p>Entretanto,	 pode-se	 verificar	que,	 se	 colocar	um	canudo	 imerso	no	 suco	 e</p><p>outro	 do	 lado	 de	 fora	 do	 líquido,	 fazendo	 a	 sucção	 simultaneamente	 em</p><p>ambos,	você	terá	dificuldade	em	bebê-lo.</p><p>Essa	dificuldade	ocorre	porque	o(a)</p><p>a)	 	 	 	 	 força	 necessária	 para	 a	 sucção	 do	 ar	 e	 do	 suco	 simultaneamente</p><p>dobra	de	valor</p><p>b)	 	 	 	densidade	do	ar	é	menor	que	a	do	 suco,	portanto,	o	volume	de	ar</p><p>aspirado	é	muito	maior	que	o	volume	de	suco.</p><p>c)					velocidade	com	que	o	suco	sobe	deve	ser	constante	nos	dois	canudos,</p><p>o	que	é	impossível	com	um	dos	canudos	de	fora.</p><p>d)	 	 	 	peso	 da	 coluna	 de	 suco	 é	 consideravelmente	maior	 que	 o	 peso	 da</p><p>coluna	de	ar,	o	que	dificulta	a	sucção	do	líquido.</p><p>e)	 	 	 	 	pressão	 no	 interior	 da	 boca	 assume	 praticamente	 o	mesmo	 valor</p><p>daquela	que	atua	sobre	o	suco.</p><p>Essa	 questão	 eu	 errei	 por	 um	motivo	 tão	 bobo	 que	 sinto	 até	 vergonha	 de</p><p>falar.	Mas	você	pagou	pelo	ebook,	então	nada	mais	justo	que	te	entreter	com	a</p><p>minha	ignorância.</p><p>Na	 primeira	 vez	 que	 li	 a	 questão,	 fiquei	 em	dúvida	 entre	 duas	 alternativas</p><p>(não	me	lembro	quais),	mas	nenhuma	das	duas	era	a	resposta	certa.	Após	fazer	a</p><p>prova	 inteira	 e	 voltar	 para	 resolver,	 dediquei	 tempo	 a	 ela	 e	 consegui	 explicar</p><p>direitinho	o	que	acontecia.	Mas,	ao	invés	de	ler	todas	as	opções	de	novo,	tentei</p><p>encaixar	a	minha	resposta	em	alguma	das	duas	alternativas	erradas.	Inteligente,</p><p>né?</p><p>O	 que	 acontece	 é	 o	 seguinte:	 para	 “puxar”	 o	 suco,	 precisa	 haver	 uma</p><p>diferença	de	pressão	dentro	e	fora	do	canudo.	Sugando	com	a	boca	o	ar	de	dentro</p><p>do	canudo,	você	cria	uma	zona	de	baixa	pressão	no	interior	(que	nem	os	ciclones</p><p>lá	na	prova	de	Humanas),	e	a	pressão	que	atua	sobre	o	suco	“empurra-o”	para</p><p>cima.	Resultado:	o	líquido	sobe.</p><p>Mas	com	dois	canudos	não	é	possível,	porque,	por	mais	que	você	sugue	o	ar,</p><p>mais	 ar	 chega	 na	 sua	 boca	 pelo	 2º	 canudo.	 É	 impossível	 diminuir	 a	 pressão</p><p>dentro	 do	 1º	 canudo	 porque	 a	 pressão	 dentro	 da	 boca	 fica	 constante.	 E,	 sem</p><p>diferença	de	pressão	entre	a	pressão	no	interior	da	boca	e	a	pressão	que	atua</p><p>sobre	o	suco,	o	líquido	não	sobe.	Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	104</p><p>O	alemão	Fritz	Haber	recebeu	o	Prêmio	Nobel	de	química	de	1918	pelo</p><p>desenvolvimento	de	um	processo	viável	para	a	síntese	da	amônia	(NH3).	Em</p><p>seu	discurso	de	premiação,	Haber	justificou	a	importância	do	feito	dizendo</p><p>que:</p><p>“Desde	 a	 metade	 do	 século	 passado,	 tornou-se	 conhecido	 que	 um</p><p>suprimento	 de	 nitrogênio	 é	 uma	 necessidade	 básica	 para	 o	 aumento	 das</p><p>safras	de	alimentos;	entretanto,	também	se	sabia	que	as	plantas	não	podem</p><p>absorver	o	nitrogênio	em	sua	forma	simples,	que	é	o	principal	constituinte</p><p>da	 atmosfera.	 Elas	 precisam	 que	 o	 nitrogênio	 seja	 combinado	 […]	 para</p><p>poderem	assimilá-lo.</p><p>Economias	 agrícolas	 basicamente	 mantêm	 o	 balanço	 do	 nitrogênio</p><p>ligado.	No	entanto,	com	o	advento	da	era	industrial,	os	produtos	do	solo	são</p><p>levados	 de	 onde	 cresce	 a	 colheita	 para	 lugares	 distantes,	 onde	 são</p><p>consumidos,	 fazendo	 com	 que	 o	 nitrogênio	 ligado	 não	 retorne	 ã	 terra	 da</p><p>qual	foi	retirado.</p><p>Isso	 tem	 gerado	 a	 necessidade	 econômica	mundial	 de	 abastecer	 o	 solo</p><p>com	 nitrogênio	 ligado.	 […]	 A	 demanda	 por	 nitrogênio,	 tal	 como	 a	 do</p><p>carvão,	indica	quão	diferente	nosso	modo	de	vida	se	tornou	com	relação	ao</p><p>das	pessoas	que,	com	seus	próprios	corpos,	fertilizam	o	solo	que	cultivam.</p><p>Desde	a	metade	do	último	século,	nós	vínhamos	aproveitando	o	suprimento</p><p>de	 nitrogênio	 do	 salitre	 que	 a	 natureza	 tinha	 depositado	 nos	 desertos</p><p>montanhosos	do	Chile.	Comparando	o	rápido	crescimento	da	demanda	com</p><p>a	extensão	calculada	desses	depósitos,	ficou	claro	que	em	meados	do	século</p><p>atual	 uma	 emergência	 seríssima	 seria	 inevitável,	 a	 menos	 que	 a	 química</p><p>encontrasse	uma	saída.”</p><p>HABER,	F.	The	Synthesis	of	Ammonia	from	its	Elements.	Disponível	em:	www.nobelprize.org.	Acesso	em:	13jul.	2013</p><p>(adaptado)</p><p>De	acordo	com	os	argumentos	de	Haber,	qual	fenômeno	teria	provocado</p><p>o	desequilíbrio	no	“balanço	do	nitrogênio	ligado”?</p><p>a)					O	esgotamento	das	reservas	de	salitre	no	Chile.</p><p>b)				O	aumento	da	exploração	de	carvão	vegetal	e	carvão	mineral.</p><p>c)					A	redução	da	fertilidade	do	solo	nas	economias	agrícolas.</p><p>d)				A	intensificação	no	fluxo	de	pessoas	do	campo	para	as	cidades.</p><p>e)	 	 	 	 	 A	 necessidade	 das	 plantas	 de	 absorverem	 sais	 de	 nitrogênio</p><p>disponíveis	no	solo.</p><p>Essa	 foi	 uma	 questão	 mais	 de	 interpretação	 de	 texto	 que	 de	 Ciências	 da</p><p>Natureza.	E	o	3º	parágrafo	tem	a	resposta:	os	produtos	do	solo	são	levados	para</p><p>as	 cidades,	 onde	 são	 consumidos.	E	 o	 nitrogênio	 não	 volta	 para	 o	 solo,	 o	 que</p><p>provoca	uma	carência	depois	de	um	tempo.	E,	com	mais	pessoas	morando	nas</p><p>cidades,	esse	processo	se	intensifica.	Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	105</p><p>A	polinização,	que	viabiliza	o	transporte	do	grão	de	pólen	de	uma	planta</p><p>até	 o	 estigma	 de	 outra,	 pode	 ser	 realizada	 biótica	 ou	 abioticamente.	 Nos</p><p>processos	abióticos,	as	plantas	dependem	de	fatores	como	o	vento	e	a	água.</p><p>A	estratégia	evolutiva	que	resulta	em	polinização	mais	eficiente	quando</p><p>esta	depende	do	vento	é	o(a)</p><p>a)					diminuição	do	cálice.</p><p>b)				alongamento	do	ovário.</p><p>c)					disponibilização	do	néctar.</p><p>d)				intensificação	da	cor	das	pétalas.</p><p>e)					aumento	do	número	de	estames.</p><p>Essa	 foi	 uma	 questão	 que	 eu	 resolvi	 por	 raciocínio	 lógico,	 não	 por</p><p>conhecimento	propriamente	dito.	Sabia	o	que	eram	estames,	então	isso	orientou</p><p>o	 meu	 raciocínio,	 mas	 eu	 não	 sabia	 que	 estames	 podiam	 contribuir	 na</p><p>polinização	 pelo	 vento.	 Eu	 achava	 que	 estavam	 diretamente	 relacionados	 à</p><p>polinização	por	insetos:	a	abelha	entra	na	flor,	roça	nos	estames	e	grãos	de	pólen</p><p>grudam	nela.</p><p>Mas	 então	 eu	pensei	 assim:	 ah,	 se	 o	 pólen	 se	desprende	 fácil	 dos	 estames,</p><p>então	o	vento	também	deve	conseguir	arrancar	grãos	de	pólen	e	carregá-los	pelo</p><p>ar	até	chegarem	em	uma	outra	flor.	E,	se	o	número	de	estames	aumentar,	então</p><p>vamos	ter	mais	grãos	de	pólen,	e	maiores	as	chances	de	polinização.</p><p>E	é	justamente	isso.	Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	106</p><p>Muitos	smartphones	e	 tablets	não	precisam	mais	de	teclas,	uma	vez	que</p><p>todos	 os	 comandos	 podem	 ser	 dados	 ao	 se	 pressionar	 a	 própria	 tela.</p><p>Inicialmente	essa	tecnologia	foi	proporcionada	por	meio	das	telas	resistivas,</p><p>formadas	 basicamente	 por	 duas	 camadas	 de	 material	 condutor</p><p>transparente	que	não	se	encostam	até	que	alguém	as	pressione,	modificando</p><p>a	resistência	total	do	circuito	de	acordo	com	o	ponto</p><p>onde	ocorre	o	toque.</p><p>A	 imagem	 é	 uma	 simplificação	 do	 circuito	 formado	 pelas	 placas,	 em</p><p>que	A	e	B	representam	pontos	onde	o	circuito	pode	ser	fechado	por	meio	do</p><p>toque</p><p>Qual	é	a	resistência	equivalente	no	circuito	provocada	por	um	toque	que</p><p>fecha	o	circuito	no	ponto	A?</p><p>a)					1,3	kΩ</p><p>b)				4,0	kΩ</p><p>c)					6,0	kΩ</p><p>d)				6,7	kΩ</p><p>e)					12,0	kΩ</p><p>Num	geral,	a	prova	de	Física	de	2018	foi	mais	fácil	que	de	2017.	As	questões</p><p>foram	bem	menos	complexas.	Aquele	circuito	 louco	de	2017	foi	absurdo.	Esse</p><p>aqui	até	que	foi	bonitinho	comparado	com	aquele.</p><p>Se	 o	 circuito	 fecha	 no	 ponto	A,	 vamos	 ignorar	 aquela	 resistência	 perto	 do</p><p>ponto	 B,	 porque	 o	 circuito	 não	 fecha	 ali.	 Temos	 3	 resistências,	 e	 querem	 a</p><p>resistência	equivalente.	Bem	simples:</p><p>De	novo,	perdoe	o	desenho	feio.	Eu	não	sou	artista.</p><p>Temos	duas	resistências	de	4kΩ	em	paralelo	ligadas	em	série	com	outra	de</p><p>4kΩ.	A	resistência	equivalente	entre	as	duas	primeiras	é:</p><p>Uma	resistência	de	2kΩ	ligada	em	série	com	uma	de	4kΩ.	Basta	somar.</p><p>Resposta:	6kΩ.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	107</p><p>Companhias	que	fabricam	jeans	usam	cloro	para	o	clareamento,	seguido</p><p>de	 lavagem.	 Algumas	 estão	 substituindo	 o	 cloro	 por	 substâncias</p><p>ambientalmente	mais	 seguras	 como	peróxidos,	 que	podem	 ser	degradados</p><p>por	 enzimas	 chamadas	 peroxidases.	 Pensando	 nisso,	 pesquisadores</p><p>inseriram	 genes	 codificadores	 de	 peroxidases	 em	 leveduras	 cultivadas	 nas</p><p>condições	 de	 clareamento	 e	 lavagem	 dos	 jeans	 e	 selecionaram	 as</p><p>sobreviventes	para	produção	dessas	enzimas.</p><p>TORTORA,	G.	J.;	FUNKE,	B.	R.;	CASE,	C.	L.	Microbiologia.	Rio	de	Janeiro:	Artmed,	2016	(adaptado).</p><p>Nesse	caso,	o	uso	dessas	leveduras	modificadas	objetiva</p><p>a)					reduzir	a	quantidade	de	resíduos	tóxicos	nos	efluentes	da	lavagem.</p><p>b)				eliminar	a	necessidade	de	tratamento	da	água	consumida.</p><p>c)					elevar	a	capacidade	de	clareamento	dos	jeans.</p><p>d)				aumentar	a	resistência	do	jeans	a	peróxidos.</p><p>e)					associar	ação	bactericida	ao	clareamento.</p><p>Em	minha	defesa,	eu	errei	essa	questão	porque...	ok,	não	tem	defesa.	Ela	era</p><p>fácil	e	eu	“botei	chifre	em	cabeça	de	cavalo”.</p><p>É	 que	 o	 texto	 fala	 tanto	 de	 leveduras	 específicas	 que	 acabou	 me</p><p>confundindo:	 falam	 que	 só	 as	 leveduras	 que	 sobreviveram	 são	 usadas	 para</p><p>produzir	as	peroxidases.	Então	eu	imaginei	que	a	pergunta	era:	por	que	usaram</p><p>essas	leveduras	sobreviventes,	e	não	quaisquer	leveduras?</p><p>Mas	 na	 verdade	 é	mais	 simples.	 Só	 querem	 saber	 por	 que	 usam	 leveduras</p><p>para	 produzir	 peroxidades.	 Ponto	 final.	 E	 a	 resposta	 está	 no	 texto:	 porque	 as</p><p>peroxidades	substituem	o	cloro,	que	é	tóxico.	Resposta:	“A”.</p><p>QUESTÃO	108</p><p>Por	 meio	 de	 reações	 químicas	 que	 envolvem	 carboidratos,	 lipídeos	 e</p><p>proteínas,	nossas	células	obtêm	energia	e	produzem	gás	carbônico	e	água.	A</p><p>oxidação	da	glicose	no	organismo	humano	libera	energia,	conforme		ilustra</p><p>a	equação	química,	sendo	que	aproximadamente	40%	dela	é	disponibilizada</p><p>para	atividade	muscular.</p><p>C6H12O6	(s)	+	6O2	(g)	→	6CO2	(g)	+	6H2O	(l)	ΔH=-2800kJ</p><p>Considere	as	massas	molares	(em	g.mol-1):	H=1;	C=12;	O=16.</p><p>Na	 oxidação	 de	 1,0	 grama	 de	 glicose,	 a	 energia	 obtida	 para	 atividade</p><p>muscular,	em	quilojoule,	é	mais	próxima	de</p><p>a)					6,2.</p><p>b)				15,6.</p><p>c)					70,0.</p><p>d)				622,2.</p><p>e)					1120,0.</p><p>Questões	de	estequiometria	não	passam	de	uma	série	de	regras	de	 três.	E	a</p><p>primeira	coisa	a	se	fazer	aqui	é	calcular	a	massa	molar	da	glicose:</p><p>6	 carbonos	 +	 12	 hidrogênios	 +	 6	 oxigênios	 =	 180g/mol.	 Logo,	 em	 1g	 de</p><p>glicose,	temos	1/180	mol	de	moléculas.	Pode	deixar	em	forma	de	fração	mesmo,</p><p>que	te	poupa	tempo.	Depois	você	vai	simplificar.</p><p>Se	a	 equação	diz	que	1	mol	de	glicose	 libera	2800kJ,	 então	1/180	mol	vai</p><p>liberar	 1/180	 disso.	 2800/180.	 Mas,	 antes	 de	 dividir,	 já	 vamos	 colocar	 o</p><p>rendimento!	Senão	você	encontraria	15,6	e	marcaria	errado.</p><p>Primeira	pegadinha	da	prova!	Atenção	ao	rendimento.</p><p>Apenas	40%	são	liberados	para	a	atividade	muscular.	Ou	seja,	a	resposta	vai</p><p>ser	 2800x0,4/180.	 E	 você	 pode	 simplificar	 antes	 de	 fazer	 os	 cálculos	 para</p><p>acelerar.	Resposta:	“A”.</p><p>Aqui	tem	um	vídeo	com	uma	dica	MÍSTICA	sobre	simplificação	para	ganhar</p><p>tempo	no	ENEM:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=zxolNyM1Uxk</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=zxolNyM1Uxk</p><p>QUESTÃO	109</p><p>Alguns	peixes,	como	o	poraquê,	a	enguia-elétrica	da	Amazônia,	podem</p><p>produzir	 uma	 corrente	 elétrica	 quando	 se	 encontram	 em	 perigo.	 Um</p><p>poraquê	de	1	metro	de	comprimento,	em	perigo,	produz	uma	corrente	em</p><p>torno	de	2	ampères	e	uma	voltagem	de	600	volts.</p><p>O	quadro	apresenta	a	potência	aproximada	de	equipamentos	elétricos.</p><p>O	equipamento	elétrico	que	tem	potência	similar	àquela	produzida	por</p><p>esse	peixe	em	perigo	é	o(a)</p><p>a)					exaustor.</p><p>b)				computador.</p><p>c)					aspirador	de	pó.</p><p>d)				churrasqueira	elétrica.</p><p>e)					secadora	de	roupas.</p><p>Outra	 questão	 fácil	 de	 Física.	 Sabendo	 a	 fórmula	 “P=i.U”,	 você	 matava</p><p>rápido.	A	 potência	 do	 poraquê	 é	 P=2A.600V=1200W.	O	 equipamento	 elétrico</p><p>com	potência	similar	a	ele	é	a	churrasqueira	elétrica.	Letra	“D”.</p><p>Repare	que	o	dado	“1	metro”	é	inútil.	Estava	ali	só	para	te	desconcentrar.</p><p>QUESTÃO	110</p><p>Ao	pesquisar	um	resistor	feito	de	um	novo	tipo	de	material,	um	cientista</p><p>observou	o	comportamento	mostrado	no	gráfico	tensão	versus	corrente.</p><p>Após	 a	 análise	 do	 gráfico,	 ele	 concluiu	 que	 a	 tensão	 em	 função	 da</p><p>corrente	é	dada	pela	equação	V=10i+i².</p><p>O	gráfico	da	resistência	elétrica	(R)	do	resistor	em	função	da	corrente	(i)</p><p>é</p><p>Para	 compensar	 a	questão	 fácil	 do	poraquê,	veio	uma	bem	dificilzinha.	Eu</p><p>não	 sabia	 resolver	 isso	 do	 jeito	 tradicional,	 então	 apelei	 para	 o	 “jeitinho</p><p>brasileiro”:	 lembrei	 da	 fórmula	 “V=R.i”	 e	 fui	 pegando	 pontos	 do	 gráfico	 e	 da</p><p>função	para	testar.</p><p>1.	 Quando	 i=1,	 V=11.	 Logo,	 por	 “V=R.i”,	 quando	 i=1,	 R=11.	 Já</p><p>eliminamos	 “A”	 e	 “C”	 com	 isso,	 porque	 os	 gráficos	 não	 cruzam	o	 ponto</p><p>(1,11)</p><p>2.	 Quando	i=3,	V=39.	Logo,	por	“V=R.i”,	quando	i=3,	R=13.	Dá	para	ver</p><p>que	 se	 i=4,	 R=14;	 se	 i=5,	 R=15,	 etc.	 É	 um	 aumento	 linear.	 Já	 podemos</p><p>eliminar	“B”	e	“E”,	porque	B	não	aumenta	e	E	não	é	linear.</p><p>3.	 Só	nos	resta	“D”,	a	resposta	certa.	Yay.</p><p>Mas	 ok,	 o	 jeito	 “certo”	 de	 fazer.	 Sabemos	 que	V=10i+i²,	 e	 que	V=R.i	 (ou</p><p>seja,	 R=V/i).	 Como	 os	 gráficos	 das	 respostas	 têm	 R,	 vamos	 encontrar	 uma</p><p>fórmula	para	R	com	base	na	função	que	ele	deu.	Se	R=V/i,	e	a	função	que	ele</p><p>deu	é	V,	vamos	dividir	tudo	por	i	para	achar	“V/i”	(ou	seja,	R):</p><p>V=10i+i²</p><p>V/i=10i/i+i²/i</p><p>R=10+i</p><p>Uma	função	do	primeiro	grau	começando	no	ponto	(0,10)	e	aumentando	de	1</p><p>em	1.	Exatamente	a	letra	“D”.</p><p>QUESTÃO	111</p><p>A	 hidroxilamina	 (NH2OH)	 é	 extremamente	 reativa	 em	 reações	 de</p><p>substituição	nucleofílica,	 justificando	 sua	utilização	em	diversos	processos.</p><p>A	 reação	 de	 substituição	 nucleofílica	 entre	 o	 anidrido	 acético	 e	 a</p><p>hidroxilamina	está	representada.</p><p>O	produto	A	é	favorecido	em	relação	ao	B,	por	um	fator	de	105.	Em	um</p><p>estudo	de	possível	 substituição	do	uso	de	hidroxilamina,	 foram	testadas	as</p><p>moléculas	numeradas	de	1	a	5.</p><p>Dentre	as	moléculas	testadas,	qual	delas	apresentou	menor	reatividade?</p><p>a)					1</p><p>b)				2</p><p>c)					3</p><p>d)				4</p><p>e)					5</p><p>Essa	 foi	 de	 longe	 a	 questão	mais	 difícil	 da	 prova.	 Se	 você	 está	 estudando</p><p>para	 o	 ENEM	 2019,	 nem	 se	 preocupe	 em	 estudar	 substituição	 nucleofílica	 e</p><p>eletrofílica.	 Se	 cair	 de	 novo	 (e	 acho	 difícil	 cair),	 vai	 ser	 de	 novo	 em	 questão</p><p>difícil	assim,	que	vale	muito	pouco	pela	TRI.</p><p>Meu	grande	amigo	professor	Paulo	Valim	fez	uma	resolução	explicando	essa</p><p>questão	com	mais	detalhes,	caso	tenha	interesse:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=XDPjm7eFiBA</p><p>Basicamente,	 uma	 substituição	 nucleofílica	 é	 o	 ataque	 de	 um	 nucleófilo	 a</p><p>outra	molécula.	E	nucleófilo	é	algo	que	quer	muito	o	núcleo	da	outra	molécula.</p><p>Ou	seja,	quer	se	 juntar	de	qualquer	 jeito	à	parte	positiva	porque	o	nucleófilo	é</p><p>negativo.	 E	 negativo	 quer	 porque	 quer	 encontrar	 algo	 positivo	 para	 se</p><p>estabilizar.</p><p>Na	reação	do	exemplo,	temos	dois</p><p>produtos	possíveis:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=XDPjm7eFiBA</p><p>A:	quando	o	nucleófilo	é	o	NH2O-	(quando	o	oxigênio	perde	o	hidrogênio)</p><p>B:	quando	o	nucleófilo	é	NHOH-	(quando	o	nitrogênio	perde	o	hidrogênio)</p><p>Em	 A,	 a	 carga	 negativa	 está	 no	 oxigênio;	 em	 B,	 no	 nitrogênio.	 Como	 o</p><p>oxigênio	 é	mais	 eletronegativo,	 é	 natural	 que	 ele	 “queira	 carga	 positiva”	 com</p><p>mais	força	que	o	nitrogênio.	Por	isso	o	produto	A	é	favorecido.</p><p>Se	 o	 produto	 A	 é	 favorecido,	 quer	 dizer	 que,	 quando	 o	 oxigênio	 perde	 o</p><p>hidrogênio,	esse	nucleófilo	é	muito	forte	e	reage	de	qualquer	jeito!	Então,	como</p><p>a	pergunta	é	qual	das	moléculas	apresenta	menos	reatividade,	podemos	eliminar</p><p>aquelas	 em	 que	 o	 oxigênio	 está	 ligado	 a	 um	 hidrogênio.	Não	 podemos	 deixar</p><p>esse	oxigênio	perder	hidrogênio	de	jeito	nenhum,	senão	a	reação	vai	ser	intensa!</p><p>Então	já	podemos	riscar	1,	3	e	5.</p><p>Mas	e	agora?	2	ou	4?</p><p>A	molécula	 2	 ainda	 tem	 chance	 de	 reagir,	 porque	 o	 nitrogênio	 ainda	 tem</p><p>hidrogênio	para	perder.	Entre	2	e	4,	a	4	não	reage	nada,	porque	nem	o	oxigênio</p><p>nem	o	nitrogênio	têm	hidrogênio	para	perder.</p><p>Logo,	a	molécula	4	é	a	menos	reativa	porque	não	reage	nada.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	112</p><p>Um	estudante	relatou	que	o	mapeamento	do	DNA	da	cevada	 foi	quase</p><p>todo	concluído	e	 seu	código	genético	desvendado.	Chamou	atenção	para	o</p><p>número	 de	 genes	 que	 compõem	 esse	 código	 genético	 e	 que	 a	 semente	 da</p><p>cevada,	 apesar	 de	 pequena,	 possui	 um	 genoma	 mais	 complexo	 que	 o</p><p>humano,	sendo	boa	parte	desse	código	constituída	de	sequências	repetidas.</p><p>Nesse	 contexto,	 o	 conceito	 de	 código	 genético	 está	 abordado	 de	 forma</p><p>equivocada.</p><p>Cientificamente	esse	conceito	é	definido	como</p><p>a)					trincas	de	nucleotídeos	que	codificam	os	aminoácidos.</p><p>b)				localização	de	todos	os	genes	encontrados	em	um	genoma.</p><p>c)					codificação	de	sequências	repetidas	presentes	em	um	genoma.</p><p>d)	 	 	 	 conjunto	 de	 todos	 os	 RNAs	 mensageiros	 transcritos	 em	 um</p><p>organismo.</p><p>e)					todas	as	sequências	de	pares	de	bases	presentes	em	um	organismo.</p><p>Essa	 foi	 uma	 das	 questões	 fáceis	 que	 eu	 errei	 porque	 não	 lembrava	muito</p><p>bem	 do	 conceito.	 O	 código	 genético	 é	 definido	 pelos	 nucleotídeos,	 cada	 um</p><p>contendo	 uma	 das	 bases	 nitrogenadas	 do	 DNA:	 adenina,	 timina,	 guanina	 ou</p><p>citosina.	O	código	genético	é	a	relação	entre	a	sequência	de	bases	nitrogenadas	e</p><p>a	sequência	correspondente	de	aminoácidos	a	que	elas	vão	dar	origem.	Resposta:</p><p>“A”.</p><p>QUESTÃO	113</p><p>Células	 solares	 à	 base	 de	 TiO2	 sensibilizadas	 por	 corantes	 (S)	 são</p><p>promissoras	e	poderão	vir	a	substituir	as	células	de	silício.	Nessas	células,	o</p><p>corante	 adsorvido	 sobre	 o	 TiO2	 é	 responsável	 por	 absorver	 a	 energia</p><p>luminosa	(hv),	e	o	corante	excitado	(S*)	é	capaz	de	transferir	elétrons	para</p><p>o	TiO2.	Um	esquema	dessa	célula	e	os	processos	envolvidos	estão	ilustrados</p><p>na	 figura.	 A	 conversão	 de	 energia	 solar	 em	 elétrica	 ocorre	 por	 meio	 da</p><p>sequência	de	reações	apresentadas.</p><p>A	 reação	 3	 é	 fundamental	 para	 o	 contínuo	 funcionamento	 da	 célula</p><p>solar,	pois</p><p>a)					reduz	íons	I-	a	I-3.</p><p>b)				regenera	o	corante.</p><p>c)					garante	que	a	reação	4	ocorra.</p><p>d)				promove	a	oxidação	do	corante.</p><p>e)					transfere	elétrons	para	o	eletrodo	de	TiO2.</p><p>Essa	questão	 também	foi	polêmica	porque	 teoricamente	a	notação	com	*	é</p><p>vista	apenas	em	nível	 superior.	Então	aquele	TiO2|S*	deve	 ter	assustado	muita</p><p>gente.	Mas	a	minha	dica	aqui	é:	quando	vir	algo	que	não	conhece,	não	se	assuste</p><p>logo	de	cara	(isso	vai	valer	também	na	questão	122).	Tente	trabalhar	com	isso.</p><p>Reconheça	 que	 não	 entende	 exatamente	 o	 que	 aquilo	 é,	 mas	 não	 se	 deixe</p><p>intimidar.</p><p>Na	reação	1,	TiO2|S	reage	com	a	luz	para	virar	TiO2|S*.	Mas	o	que	é	isso?	É</p><p>o	 estado	 excitado	 do	TiO2|S.	Mas	 vamos	 supor	 que	 você	 não	 sabia	 o	 que	 era</p><p>TiO2|S*	para	eu	te	mostrar	que	dava	para	resolver	mesmo	assim.	Supondo	que	a</p><p>pessoa	não	sabia	o	que	era	TiO2|S*,	vamos	chamá-lo	só	de...	negócio.</p><p>Na	reação	2,	o	negócio	vira	o	cátion	de	TiO2|S+	mais	elétron.	Ou	seja:	de	1</p><p>para	 2,	 o	 que	 aconteceu	 foi	 que	 a	 energia	 luminosa	 arrancou	 um	 elétron	 do</p><p>átomo	de	enxofre	do	TiO2|S.	O	enxofre	foi	oxidado.	Só	isso.</p><p>Em	3,	 o	 cátion	TiO2|S+	volta	 a	 ser	TiO2|S.	Não	 importa	 o	 resto.	 Porque	 o</p><p>TiO2|S	foi	regenerado,	então	o	mesmo	TiO2|S	pode	voltar	para	a	reação	1,	ser</p><p>oxidado	 e	 passar	 por	 todo	 o	 processo	 de	 novo.	 Se	 não	 tivesse	 a	 reação	 3,	 o</p><p>enxofre	 iria	esgotar	alguma	hora,	e	a	célula	solar	pararia	de	funcionar.	Ele	não</p><p>esgota	porque	o	enxofre	se	regenera.</p><p>Ou	seja,	graças	à	reação	3,	o	corante	é	regenerado.	Resposta:	“B”.</p><p>E	isso	sem	precisar	saber	o	que	era	o	negócio.</p><p>QUESTÃO	114</p><p>O	 nível	 metabólico	 de	 uma	 célula	 pode	 ser	 determinado	 pela	 taxa	 de</p><p>síntese	 de	 RNAs	 e	 proteínas,	 processos	 dependentes	 de	 energia.	 Essa</p><p>diferença	 na	 taxa	 de	 síntese	 de	 biomoléculas	 é	 refletida	 na	 abundância	 e</p><p>características	morfológicas	 dos	 componentes	 celulares.	 Em	 uma	 empresa</p><p>de	produção	de	hormônios	proteicos	a	partir	do	cultivo	de	células	animais,</p><p>um	 pesquisador	 deseja	 selecionar	 uma	 linhagem	 com	 o	 metabolismo	 de</p><p>síntese	mais	elevado,	dentre	as	cinco	esquematizadas	na	figura.</p><p>Qual	linhagem	deve	ser	escolhida	pelo	pesquisador?</p><p>a)					I</p><p>b)				II</p><p>c)					III</p><p>d)				IV</p><p>e)					V</p><p>Acho	 que	 todo	 ano	 vai	 cair	 alguma	 questão	 sobre	 organelas.	 E	 a	 organela</p><p>favorita	do	ENEM	é	de	 longe	o	retículo	endoplasmático	rugoso,	 responsável</p><p>pela	síntese	de	proteínas	em	seus	ribossomos.	Só	pelo	retículo	endoplasmático</p><p>você	já	conseguia	perceber	que	a	resposta	era	IV,	mas	a	questão	deu	mais	alguns</p><p>detalhes	que	poderiam	ter	sido	pegadinhas:</p><p>Se	o	processo	é	dependente	de	energia,	vai	ser	necessário	um	bom	número</p><p>de	mitocôndrias.	Se	IV	tivesse	pouca	mitocôndria,	mesmo	com	muitos	retículos</p><p>endoplasmáticos	a	resposta	não	poderia	ser	ela.</p><p>E	 também	 querem	 alta	 taxa	 de	 síntese	 de	 RNA,	 processo	 garantido	 pelo</p><p>nucléolo	 mais	 desenvolvido.	 O	 RNA	 vai	 ser	 traduzido	 nos	 ribossomos	 do</p><p>retículo	endoplasmático	rugoso.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	115</p><p>O	deserto	é	um	bioma	que	se	 localiza	em	regiões	de	pouca	umidade.	A</p><p>fauna	é,	predominantemente,	composta	por	animais	roedores,	aves,	répteis</p><p>e	artrópodes.</p><p>Uma	 adaptação,	 associada	 a	 esse	 bioma,	 presente	 nos	 seres	 vivos	 dos</p><p>grupos	citados	é	o(a)</p><p>a)					existência	de	numerosas	glândulas	sudoríparas	na	epiderme.</p><p>b)				eliminação	de	excretas	nitrogenadas	de	forma	concentrada.</p><p>c)					desenvolvimento	do	embrião	no	interior	de	ovo	com	casca.</p><p>d)				capacidade	de	controlar	a	temperatura	corporal.</p><p>e)					respiração	realizada	por	pulmões	foliáceos.</p><p>Essa	 era	 uma	 questão	 de	 “sabe	 vs.	 não	 sabe”,	mas	 que	 dava	 para	 resolver</p><p>também	 por	 eliminação.	 A	 resposta	 é	 “B”:	 eliminação	 de	 excretas</p><p>nitrogenadas	de	forma	concentrada	para	evitar	perda	excessiva	de	água.	Eles</p><p>eliminam	 praticamente	 só	 as	 excretas,	 sem	 a	 necessidade	 de	 muita	 água	 para</p><p>“diluir”.</p><p>Mas	vamos	por	eliminação:	não	pode	ser	“A”	porque	se	os	animais	tivessem</p><p>muitas	glândulas	sudoríparas	eles	iriam	suar	mais,	e	com	isso	iriam	perder	água</p><p>demais.	É	o	oposto	do	que	eles	precisam	para	sobreviver	em	um	ambiente	árido.</p><p>Não	pode	ser	“C”	porque	roedores	e	artrópodes	não	se	desenvolvem	em	ovos</p><p>com	casca.	Queremos	uma	característica	comum	a	todos.</p><p>Para	“D”	e	“E”,	mesma	coisa.	Não	são	características	comuns	a	 todos	os	4</p><p>grupos	citados.	Logo,	a	resposta	só	pode	ser	“B”.</p><p>QUESTÃO	116</p><p>O	 sulfeto	 de	 mercúrio	 (ll)	 foi	 usado	 como	 pigmento	 vermelho	 para</p><p>pinturas	 de	 quadros	 e	murais.	 Esse	 pigmento,	 conhecido	 como	 vermilion,</p><p>escurece	com	o	passar	dos	anos,	fenômeno	cuja	origem	é	alvo	de	pesquisas.</p><p>Aventou-se	a	hipótese	de	que	o	vermilion	seja	decomposto	sob	a	ação	da	luz,</p><p>produzindo	 uma	 fina	 camada	 de	 mercúrio	 metálico	 na	 superfície.	 Essa</p><p>reação	seria	catalisada	por	íon	cloreto	presente	na	umidade	do	ar.</p><p>WOGAN,	 T.	 Mercury’s	 Dark	 Influence	 on	 Art.	 Disponível	 em:	 www.chemistryworld.com.</p><p>Acesso	 em:	 26	 abr.	 2018</p><p>(adaptado).</p><p>Segundo	 a	 hipótese	 proposta,	 o	 íon	 cloreto	 atua	 na	 decomposição</p><p>fotoquímica	do	vermilion</p><p>a)					reagindo	como	agente	oxidante.</p><p>b)				deslocando	o	equilíbrio	químico.</p><p>c)					diminuindo	a	energia	de	ativação.</p><p>d)				precipitando	cloreto	de	mercúrio.</p><p>e)					absorvendo	a	energia	da	luz	visível.</p><p>Questão	 conceitual	 sobre	 catalisadores.	 Catalisadores	 são	 moléculas	 que</p><p>aceleram	 a	 reação	 química	 por	meio	 da	diminuição	 da	 energia	 de	 ativação.</p><p>Eles	não	deslocam	o	equilíbrio	nem	reagem	com	as	substâncias.	Os	catalisadores</p><p>deixam	 a	 reação	 da	 mesma	 forma	 que	 entraram:	 intactos.	 Eles	 só	 aceleram	 a</p><p>reação	ao	oferecer	uma	rota	alternativa	com	menor	energia	de	ativação.</p><p>Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	117</p><p>O	sonorizador	é	um	dispositivo	 físico	 implantado	sobre	a	 superfície	de</p><p>uma	 rodovia	 de	 modo	 que	 provoque	 uma	 trepidação	 e	 ruído	 quando	 da</p><p>passagem	de	 um	 veículo	 sobre	 ele,	 alertando	 para	 uma	 situação	 atípica	 à</p><p>frente,	como	obras,	pedágios	ou	travessia	de	pedestres.</p><p>Ao	passar	sobre	os	sonorizadores,	a	suspensão	do	veículo	sofre	vibrações</p><p>que	 produzem	 ondas	 sonoras,	 resultando	 em	 um	 barulho	 peculiar.</p><p>Considere	um	veículo	que	passe	com	velocidade	constante	igual	a	108	km/h</p><p>sobre	um	sonorizador	cujas	faixas	são	separadas	por	uma	distância	de	8	cm.</p><p>Disponível	em:	www.denatran.gov.br.	Acesso	em:	2	set.	2015	(adaptado).</p><p>A	 frequência	 da	 vibração	 do	 automóvel	 percebida	 pelo	 condutor</p><p>durante	a	passagem	nesse	sonorizador	é	mais	próxima	de</p><p>a)					8,6	hertz.</p><p>b)				13,5	hertz.</p><p>c)					375	hertz.</p><p>d)				1350	hertz.</p><p>e)					4860	hertz.</p><p>Essa	 é	 a	 questão	 que	 eu	 inicialmente	 pensei	 ser	 sobre	 efeito	Doppler,	mas</p><p>depois	percebi	que	era	apenas	questão	de	unidades	de	medida.</p><p>Queremos	a	resposta	em	hertz.	Mas	hertz	são	a	mesma	coisa	que	s-1.	São	o</p><p>inverso	 de	 um	 segundo.	 Então	 vamos	 ter	 que	 combinar	 108km/h	 e	 8cm	 para</p><p>encontrar	 X	 s-1.	Mas	 a	 unidade	 de	 tempo	 do	 108	 km/h	 é	hora,	 não	 segundo.</p><p>Então,	 antes	 de	mais	 nada,	 para	 já	 deixar	 o	 tempo	 em	 s	 temos	 que	 converter</p><p>km/h	para	m/s.	Para	converter	km/h	em	m/s,	dividimos	por	3,6	 (e	é	bom	você</p><p>memorizar	esse	número):</p><p>Agora	 temos	metro	em	30m/s	e	centímetro	em	8cm.	Para	cortar	um	com	o</p><p>outro,	temos	que	ou	transformar	o	m	em	cm	ou	o	cm	em	m.	Vou	fazer	a	primeira</p><p>opção.</p><p>Agora	é	 só	multiplicar?	Não!	Porque	 tanto	em	3000cm/s	quanto	em	8cm	a</p><p>unidade	de	comprimento	está	no	numerador.	Se	multiplicar,	vamos	encontrar	X</p><p>cm²/s.	 E	 eu	 não	 quero	 isso.	 Eu	 quero	 cortar	 cm	 com	 cm,	 então	 vou	manter	 o</p><p>3000cm/s	e	inverter	o	8cm	para	só	então	multiplicar:</p><p>QUESTÃO	118</p><p>As	 pessoas	 que	 utilizam	 objetos	 cujo	 princípio	 de	 funcionamento	 é	 o</p><p>mesmo	do	das	alavancas	aplicam	uma	força,	chamada	de	força	potente,	em</p><p>um	dado	ponto	da	barra,	 para	 superar	 ou	 equilibrar	uma	 segunda	 força,</p><p>chamada	de	resistente,	em	outro	ponto	da	barra.	Por	causa	das	diferentes</p><p>distâncias	 entre	 os	 pontos	 de	 aplicação	das	 forças,	 potente	 e	 resistente,	 os</p><p>seus	efeitos	também	são	diferentes.	Afigura	mostra	alguns	exemplos	desses</p><p>objetos.</p><p>Em	qual	dos	objetos	a	força	potente	é	maior	que	a	força	resistente?</p><p>a)					Pinça.</p><p>b)				Alicate.</p><p>c)					Quebra-nozes.</p><p>d)				Carrinho	de	mão.</p><p>e)					Abridor	de	garrafa.</p><p>Força	potente	e	força	resistente...	são	nomes	diferentes,	então	poderiam	gerar</p><p>confusão.	Mas	essa	é	essencialmente	uma	questão	sobre	torque.	E,	entendendo	o</p><p>princípio	geral	de	torque,	dava	para	responder	sem	maiores	dificuldades.</p><p>A	 ideia	 é	 que,	 quanto	mais	 longe	 do	 ponto	 de	 giro,	maior	 é	 resultante	 da</p><p>força	aplicada,	e	menor	é	a	força	que	a	pessoa	precisa	fazer.	Na	questão,	temos	4</p><p>objetos	 que	 usam	 esse	 princípio	 para	 “potencializar”	 a	 força	 que	 a	 pessoa	 faz</p><p>(alicate,	 carrinho	 de	 mão,	 quebra-nozes	 e	 abridor	 de	 garrafas)	 e	 1	 objeto	 que</p><p>destoa	dos	outros:	a	pinça.</p><p>Na	pinça,	por	mais	 longe	que	esteja	do	ponto	de	giro,	a	 força	que	fazemos</p><p>com	 os	 dedos	 não	 é	 potencializada.	 A	 força	 resultante	 máxima	 (quando</p><p>pressionamos	 bem	 na	 ponta	 da	 garrinha)	 é	 igual	 à	 força	 que	 fazemos	 com	 os</p><p>dedos.	Ou	seja,	a	força	resistente	é	menor	que	a	força	potente.	Letra	“A”.</p><p>QUESTÃO	119</p><p>Na	 mitologia	 grega,	 Nióbia	 era	 a	 filha	 de	 Tãntalo,	 dois	 personagens</p><p>conhecidos	 pelo	 sofrimento.	 O	 elemento	 químico	 de	 número	 atômico	 (Z)</p><p>igual	 a	 41	 tem	 propriedades	 químicas	 e	 físicas	 tão	 parecidas	 com	 as	 do</p><p>elemento	de	número	atômico	73	que	chegaram	a	ser	confundidos.</p><p>Por	 isso,	 em	homenagem	 a	 esses	 dois	 personagens	 da	mitologia	 grega,	 foi</p><p>conferido	a	esses	elementos	os	nomes	de	nióbio	(Z	=	41)	e	tãntalo	(Z	=	73).</p><p>Esses	 dois	 elementos	 químicos	 adquiriram	 grande	 importância	 econômica</p><p>na	metalurgia,	na	produção	de	supercondutores	e	em	outras	aplicações	na</p><p>indústria	 de	 ponta,	 exatamente	 pelas	 propriedades	 químicas	 e	 físicas</p><p>comuns	aos	dois.</p><p>KEAN,	S.	A	colher	que	desaparece:	e	outras	histórias	reais	de	loucura,	amor	e	morte	a	partir	dos	elementos	químicos.</p><p>Rio	de	Janeiro:	Zahar,	2011	(adaptado).</p><p>A	 importância	 econômica	 e	 tecnológica	 desses	 elementos,	 pela</p><p>similaridade	de	suas	propriedades	químicas	e	físicas,	deve-se	a</p><p>a)					terem	elétrons	no	subnível	f</p><p>b)				serem	elementos	de	transição	interna.</p><p>c)					pertencerem	ao	mesmo	grupo	na	tabela	periódica.</p><p>d)				terem	seus	elétrons	mais	externos	nos	níveis	4	e	5,	respectivamente.</p><p>e)	 	 	 	 	 estarem	 localizados	 na	 família	 dos	 alcalinos	 terrosos	 e	 alcalinos,</p><p>respectivamente.</p><p>Essa	 foi	 mais	 uma	 questão	 que	 destoou.	 Nunca	 tinha	 caído	 distribuição</p><p>eletrônica	 antes,	 então	pode	 ter	 sido	uma	surpresa	para	os	alunos.	Mas	é	uma</p><p>questão	fácil,	porque	bastava	fazer	a	distribuição	eletrônica	para	ver	que	nióbio	e</p><p>tântalo	pertenciam	ao	mesmo	grupo	na	tabela	periódica.</p><p>Nb:	1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d3</p><p>Ta:	1s22s22p63s23p63d104s24p64d105s25p64f145d3</p><p>Ambos	têm	3	elétrons	no	orbital	d	do	último	nível	eletrônico,	logo	são	metais</p><p>de	transição	da	mesma	família.	Isso	justifica	as	propriedades	físicas	e	químicas</p><p>similares.	Letra	“C”.</p><p>QUESTÃO	120</p><p>O	processo	de	formação	de	novas	espécies	é	lento	e	repleto	de	nuances	e</p><p>estágios	 intermediários,	 havendo	 uma	 diminuição	 da	 viabilidade	 entre</p><p>cruzamentos.	Assim,	plantas	originalmente	de	uma	mesma	espécie	que	não</p><p>cruzam	 mais	 entre	 si	 podem	 ser	 consideradas	 como	 uma	 espécie	 se</p><p>diferenciando.	Um	pesquisador	realizou	cruzamentos	entre	nove	populações</p><p>—	denominadas	 de	 acordo	 com	a	 localização	 onde	 são	 encontradas	—	de</p><p>uma	espécie	de	orquídea	(Epidendrum	denticulatum).	No	diagrama	estão	os</p><p>resultados	 dos	 cruzamentos	 entre	 as	 populações.	 Considere	 que	 o	 doador</p><p>fornece	o	pólen	para	o	receptor</p><p>Em	 populações	 de	 quais	 localidades	 se	 observa	 um	 processo	 de</p><p>especiação	evidente?</p><p>a)					Bertioga	e	Marambaia;	Alcobaça	e	Olivença.</p><p>b)				Itirapina	e	Itapeva;	Marambaia	e	Massambaba.</p><p>c)					Itirapina	e	Marambaia;	Alcobaça	e	Itirapina.</p><p>d)				Itirapina	e	Peti;	Alcobaça	e	Marambaia.</p><p>e)					Itirapina	e	Olivença;	Marambaia	e	Peti.</p><p>Essa	foi	uma	questão	relativamente	simples,	mas	que	devido	à	quantidade	de</p><p>dados	pode	ter	causado	uma	primeira	impressão	não	muito	agradável.	Para	que</p><p>haja	o	processo	de	especiação,	é	necessária	uma	diminuição	da	viabilidade	de</p><p>cruzamentos	(como	o	enunciado	explica).</p><p>Logo,	devemos	encontrar	os	pares	de	espécies	que	não	cruzam	entre	si.	Ou</p><p>seja,	 em	 que	 tanto	 a	 seta	 de	 “ida”	 quanto	 de	 “vinda”	 seja	 pontilhada.	 E	 esses</p><p>pares	são	Itirapina/Peti	e	Alcobaça/Marambaia.</p><p>Resposta:	“D”.</p><p>QUESTÃO	121</p><p>O	cruzamento	de	duas	espécies	da	 família	das	Anonáceas,	a	 cherimoia</p><p>(Annona	 cherimola)	 com	 a	 fruta-pinha	 (Annona	 squamosa),	 resultou	 em</p><p>uma	 planta	 híbrida	 denominada	 de	 atemoia.	 Recomenda-se	 que	 o	 seu</p><p>plantio	seja	por	meio	de	enxertia.</p><p>Um	dos	benefícios	dessa	forma	de	plantio	é	a</p><p>a)					ampliação	da	variabilidade	genética.</p><p>b)				produção	de	frutos	das	duas	espécies.</p><p>c)					manutenção</p><p>do	genótipo	da	planta	híbrida.</p><p>d)				reprodução	de	clones	das	plantas	parentais.</p><p>e)					modificação	do	genoma	decorrente	da	transgenia.</p><p>Aqui	 seria	 necessário	 certo	 conhecimento	 sobre	 enxertia.	 É	 basicamente	 a</p><p>ideia	de	“encaixar”	um	pedaço	de	uma	planta	em	outra	(de	um	jeito	mais	chique,</p><p>é	a	união	dos	tecidos	de	duas	plantas).	Forma-se	uma	planta	híbrida,	mas	não	há</p><p>combinação	dos	DNAs	das	plantas	originais.	A	carga	genética	é	mantida,	então,</p><p>como	a	planta	de	interesse	é	exatamente	a	atemoia,	não	seria	interessante	arriscar</p><p>uma	reprodução	sexuada	que	poderia	resultar	em	uma	planta	com	propriedades</p><p>diferentes.</p><p>Lembre-se:	a	principal	característica	da	reprodução	sexuada	é	a	variabilidade</p><p>genética.	 Mas	 variabilidade	 genética	 é	 a	 última	 coisa	 que	 a	 gente	 quer	 aqui,</p><p>porque	nós	queremos	exatamente	a	atemoia,	não	outra	planta.	E	a	enxertia	 faz</p><p>com	que	as	gerações	seguintes	tenham	exatamente	a	mesma	carga	genética	que	a</p><p>atemoia	 original	 (desconsiderando	 mutações,	 claro,	 mas	 mutações	 são	 raras	 e</p><p>aleatórias).</p><p>Resposta:	“C”.</p><p>QUESTÃO	122</p><p>Alguns	materiais	sólidos	são	compostos	por	átomos	que	interagem	entre</p><p>si	 formando	 ligações	 que	 podem	 ser	 covalentes,	 iônicas	 ou	 metálicas.	 A</p><p>figura	 apresenta	 a	 energia	 potencial	 de	 ligação	 em	 função	 da	 distância</p><p>interatômica	 em	 um	 sólido	 cristalino.	 Analisando	 essa	 figura,	 observa-se</p><p>que,	 na	 temperatura	 de	 zero	 kelvin,	 a	 distância	 de	 equilíbrio	 da	 ligação</p><p>entre	 os	 átomos	 (R0)	 corresponde	 ao	 valor	 mínimo	 de	 energia	 potencial.</p><p>Acima	dessa	temperatura,	a	energia	térmica	fornecida	aos	átomos	aumenta</p><p>sua	energia	cinética	e	faz	com	que	eles	oscilem	em	torno	de	uma	posição	de</p><p>equilíbrio	média	(círculos	cheios),	que	é	diferente	para	cada	temperatura.	A</p><p>distância	 de	 ligação	 pode	 variar	 sobre	 toda	 a	 extensão	 das	 linhas</p><p>horizontais,	 identificadas	 com	 o	 valor	 da	 temperatura,	 de	 T1	 a	 T4,</p><p>(temperaturas	crescentes).</p><p>O	deslocamento	observado	na	distância	média	revela	o	fenômeno	da</p><p>a)					ionização</p><p>b)				dilatação</p><p>c)					dissociação</p><p>d)				quebra	de	ligações	covalentes</p><p>e)					formação	de	ligações	metálicas.</p><p>Essa	 foi	 a	questão	que	eu	 falei	 sobre	não	 se	 intimidar	 com	nomes	difíceis.</p><p>Convenhamos	 que	 um	gráfico	 de	 distância	 interatômica	 vs.	 energia	 de	 ligação</p><p>assustaria	 até	 o	 mais	 tranquilo	 dos	 monges	 budistas.	 Mas	 o	 que	 é	 distância</p><p>interatômica?	Ora...	a	distância	entre	os	átomos.	E	o	que	acontece	quando	todas</p><p>as	distâncias	 entre	os	 átomos	 aumentam?	O	objeto	 em	 si	 aumenta	de	 tamanho</p><p>porque	todos	os	seus	átomos	ficaram	mais	distantes	entre	si.</p><p>E	 qual	 o	 fenômeno	 que	 explica	 o	 aumento	 de	 tamanho	 de	 um	 objeto	 pelo</p><p>aumento	da	temperatura?	A	dilatação.	Logo,	resposta:	“B”.</p><p>“Ah,	 Umberto,	 mas	 você	 já	 sabia	 desse	 gráfico,	 então	 para	 você	 foi	 mais</p><p>fácil	resolver”.	E	não.	Eu	não	fazia	a	mínima	ideia	de	que	a	dilatação	acontecia</p><p>por	causa	disso.	Aprendi	no	dia	do	ENEM.	Resolvi	por	interpretação	mesmo,	e	é</p><p>como	 você	 deve	 fazer	 sempre	 que	 vir	 algum	 nome,	 gráfico	 ou	 teoria	 difícil.</p><p>Respire	fundo	e	tente	contornar	o	problema.	Funciona	quase	sempre.</p><p>QUESTÃO	123</p><p>A	 utilização	 de	 extratos	 de	 origem	 natural	 tem	 recebido	 a	 atenção	 de</p><p>pesquisadores	 em	 todo	 o	 mundo,	 principalmente	 nos	 países	 em</p><p>desenvolvimento	 que	 são	 altamente	 acometidos	 por	 doenças	 infecciosas	 e</p><p>parasitárias.	Um	bom	exemplo	dessa	utilização	 são	os	produtos	de	origem</p><p>botânica	que	combatem	insetos.</p><p>O	uso	desses	produtos	pode	auxiliar	no	controle	da</p><p>a)					esquistossomose.</p><p>b)				leptospirose.</p><p>c)					leishmaniose.</p><p>d)				hanseníase.</p><p>e)					aids.</p><p>Essa	foi	a	questão	que	eu	errei	porque	não	tinha	decorado	nomes	de	doenças.</p><p>A	 resposta	 é	 bem	 direta:	 “C”,	 porque	 o	 vetor	 da	 leishmaniose	 é	 o	 mosquito</p><p>palha,	um	inseto.</p><p>QUESTÃO	124</p><p>Nos	 manuais	 de	 instalação	 de	 equipamentos	 de	 som	 há	 o	 alerta	 aos</p><p>usuários	para	que	observem	a	correta	polaridade	dos	fios	ao	realizarem	as</p><p>conexões	das	caixas	de	som.	As	figuras	ilustram	o	esquema	de	conexão	das</p><p>caixas	 de	 som	de	 um	 equipamento	 de	 som	mono,	 no	 qual	 os	 alto-falantes</p><p>emitem	 as	 mesmas	 ondas.	 No	 primeiro	 caso,	 a	 ligação	 obedece	 às</p><p>especificações	 do	 fabricante	 e	 no	 segundo	 mostra	 uma	 ligação	 na	 qual	 a</p><p>polaridade	está	invertida.</p><p>O	que	ocorre	com	os	alto-falantes	E	e	D	se	forem	conectados	de	acordo</p><p>com	o	segundo	esquema?</p><p>a)					O	alto-falante	E	funciona	normalmente	e	o	D	entra	em	curto-circuito</p><p>e	não	emite	som.</p><p>b)	 	 	 	O	alto-falante	E	emite	ondas	sonoras	com	frequências	ligeiramente</p><p>diferentes	do	alto-falante	D	provocando	o	fenômeno	de	batimento.</p><p>c)	 	 	 	 	 O	 alto-falante	 E	 emite	 ondas	 sonoras	 com	 frequências	 e	 fases</p><p>diferentes	do	alto-falante	D	provocando	o	fenômeno	conhecido	como	ruído.</p><p>d)	 	 	 	O	alto-falante	E	emite	ondas	sonoras	que	apresentam	um	lapso	de</p><p>tempo	em	relação	às	emitidas	pelo	alto-falante	D	provocando	o	fenômeno	de</p><p>reverberação.</p><p>e)					O	alto-falante	E	emite	ondas	sonoras	em	oposição	de	fase	às	emitidas</p><p>pelo	alto-falante	D	provocando	o	fenômeno	de	 interferência	destrutiva	nos</p><p>pontos	equidistantes	aos	alto-falantes.</p><p>Quando	eu	li	essa	questão,	lembrei	na	hora	de	Doctor	Who.	Porque	o	que	o</p><p>Doutor	mais	faz	é	inverter	a	polaridade	da	chave	de	fenda	sônica	para	fazer</p><p>as	coisas	mais	absurdas	do	mundo.	Criou	um	buraco	negro	acidental?	Inverta	a</p><p>polaridade	e	atire	no	buraco	negro.	Problema	resolvido.</p><p>Enfim...</p><p>A	polaridade	 invertida	faz	o	 tecido	da	caixa	vibrar	“ao	contrário”:	ao	 invés</p><p>de	ir	para	frente	e	para	trás,	ele	vai	para	trás	e	para	frente,	gerando	ondas	sonoras</p><p>em	oposição	de	fase	à	outra	caixa.	Em	pontos	equidistantes	das	duas	caixas,	os</p><p>picos	de	uma	onda	encontram	os	vales	da	outra,	gerando	interferência	destrutiva.</p><p>Resposta:	“E”.</p><p>QUESTÃO	125</p><p>Em	 1938	 o	 arqueólogo	 alemão	 WIlhelm	 Kõnlg,	 diretor	 do	 Museu</p><p>Nacional	 do	 Iraque,	 encontrou	 um	 objeto	 estranho	 na	 coleção	 da</p><p>Instituição,	que	poderia	ter	sido	usado	como	uma	pilha,	similar	às	utilizadas</p><p>em	nossos	dias.	A	suposta	pilha,	datada	de	cerca	de	200	a.C.,	é	constituída</p><p>de	um	pequeno	vaso	de	barro	(argila)	no	qual	foram	instalados	um	tubo	de</p><p>cobre,	uma	barra	de	ferro	(aparentemente	corroída	por	ácido)	e	uma	tampa</p><p>de	betume	(asfalto),	conforme	ilustrado.	Considere	os	potenciais-padrão	de</p><p>redução:	E0	(Fe+|Fe)	=	-0,4:	4	V;	E0	(H+|H)	=	0,00	V;	e	E0	(Cu+|Cu)	=	+0,34</p><p>V.</p><p>Nessa	suposta	pilha,	qual	dos	componentes	atuaria	como	cátodo?</p><p>a)					A	tampa	de	betume</p><p>b)				O	vestígio	de	ácido.</p><p>c)					A	barra	de	ferro.</p><p>d)				O	tubo	de	cobre.</p><p>e)					O	vaso	de	barro.</p><p>Mais	uma	questão	que	destoou	das	últimas	provas	do	ENEM.	Ao	 invés	de</p><p>pedir	 cálculos,	 pediram	 apenas	 conceitos.	 Para	 saber	 qual	 é	 o	 cátodo	 você</p><p>poderia	lembrar	da	DONA	PORCA:</p><p>DONA:	doa,	oxida,	negativo,	ânodo;	PORCA:	positivo,	recebe,	reduz,</p><p>cátodo</p><p>O	cátodo	 é	 o	 polo	 positivo,	 que	 recebe	 elétrons.	É	 o	 que	 tem	potencial	 de</p><p>redução	positivo,	ou	seja,	o	cobre.	Letra	“D”.	Mas,	tecnicamente	falando,	o	que</p><p>vai	 reduzir	mesmo	 é	 o	 hidrogênio	 (2H+	→	H2),	 não	 o	 cobre.	O	 cobre	 vai	 ser</p><p>apenas	 a	 superfície	 condutora.	 Para	 o	 cobre	 reduzir,	 teria	 que	 haver	 solução</p><p>líquida	 com	 íons	 Cu2+	 para	 receberem	 elétrons	 e	 virarem	 cobre	 sólido.	 De</p><p>qualquer	jeito,	o	tubo	de	cobre	vai	ser	o	ponto	aonde	os	elétrons	vão,	então	ele</p><p>atua	como	cátodo.</p><p>A	reação	global	de	oxirredução	vai	ser	a	seguinte:</p><p>Fe0	→	Fe2+	+	2e-								Eoxi	=	+0,44	V</p><p>2H+	+	2e-	→	H2(g)									Ered	=	0	V</p><p>Fe0	+	2H+	→	Fe2+	+	H2(g)				DDP	=	0,44	V</p><p>Por	 isso	 a	 barra	 de	 ferro	 estava	 corroída:	 porque	 ele	 foi	 sendo	 oxidado	 ao</p><p>longo	do	tempo.</p><p>QUESTÃO	126</p><p>Anabolismo	e	catabolismo	são	processos	celulares	antagônicos,	que	são</p><p>controlados	principalmente	pela	ação	hormonal.	Por	exemplo,	no	 fígado	a</p><p>insulina	atua	como	um	hormônio	com	ação	anabólica,	enquanto	o	glucagon</p><p>tem	ação	catabólica	e	ambos	são	secretados	em	resposta	ao	nível	de	glicose</p><p>sanguínea.</p><p>Em	caso	de	um	indivíduo	com	hipoglicemia,</p><p>de	maneira	 distinta.	 Por	 conta	 disso,	 indivíduos</p><p>que	falam	idiomas	diferentes	apresentariam	maneiras	diferentes	de	compreender</p><p>a	realidade	externa	e	a	si	mesmos.</p><p>Sua	 própria	 relação	 com	 os	 outros	 e	 consigo	 mesmos	 seria	 “afetada”	 pela</p><p>presença	ou	ausência	de	certos	elementos	linguísticos	no	idioma.</p><p>Exemplo:	 no	 caso	 de	 uma	 língua	 em	 que	 não	 houvesse	 distinção	 entre	 os</p><p>vocábulos	 “Eu”	 e	 “Você”,	 será	 que	 as	 pessoas	 teriam	 um	 senso	 de	 identidade</p><p>diferente	do	nosso?	Para	eles,	eu	e	você	seríamos	a	mesma	pessoa?</p><p>Hmmmmmmm...	interessante,	né?</p><p>Sobre	isso,	fica	a	dica	de	um	filme:	A	Chegada,	de	2016,	conta	a	história	de</p><p>uma	linguista	que	decifra	o	idioma	de	uma	raça	alienígena	e,	por	conta	disso,	seu</p><p>cérebro	é	“reconfigurado”	para	entender	coisas	que,	antes,	só	eles	entendiam.	Ela</p><p>então	passa	a	entender	o	tempo	de	uma	maneira	não	linear:	passado,	presente	e</p><p>futuro	se	mesclam	porque	o	idioma	que	ela	decifrou	fez	ela	perceber	a	realidade</p><p>de	 uma	maneira	 totalmente	 inconcebível	 para	 os	 outros	 humanos.	 É	 um	 filme</p><p>mucho	loko.</p><p>ENFIM!</p><p>A	 hipótese	 de	 Sapir-Whorf	 não	 passa	 disso:	 uma	 hipótese.	 Ela	 não	 é</p><p>comprovada	cientificamente,	mas	acho	uma	analogia	perfeita	para	explicar	o	que</p><p>o	raciocínio	lógico-matemático	pode	proporcionar.</p><p>Imagine-o	 como	 sendo	um	novo	 idioma.	Uma	 “reconfiguração”	 do	 cérebro</p><p>para	 entender	 linhas	 de	 raciocínio	 que	 antes	 estavam	 latentes	 dentro	 da	 sua</p><p>cabeça.</p><p>A	 Matemática	 (e	 todas	 as	 ciências)	 bebem	 muito	 dessa	 fonte,	 e	 por	 isso</p><p>podem	 ser	 difíceis	 para	 quem	 não	 tem	 tanta	 familiaridade	 com	 esse	 tipo	 de</p><p>raciocínio.	E	convenhamos	que	são	raríssimos	os	professores	que	se	preocupam</p><p>em	explicar	isso	antes	de	atolar	os	alunos	com	um	monte	de	fórmulas	abstratas	e</p><p>aparentemente	sem	sentido.</p><p>É	óbvio	que	as	pessoas	vão	sentir	dificuldade	se	não	souberem	para	que	estão</p><p>estudando	 aqueles	 números	 e	 letras.	 Matemática	 passa	 a	 ser	 decoreba	 de</p><p>símbolos	aleatórios.</p><p>Mas	 vamos	 combinar	 uma	 coisa:	 a	 partir	 de	 hoje,	 isso	 fica	 para	 trás,	 ok?</p><p>Existe	 uma	 lógica	 por	 trás	 da	 Matemática,	 e	 o	 seu	 principal	 desafio	 não	 é</p><p>decorar	símbolos,	mas	sim	entender	essa	lógica.</p><p>Vamos	ver	na	parte	de	análise	do	ENEM	2018	que	o	raciocínio	lógico	pode</p><p>ser	 um	 caminho	 alternativo	 para	 responder	 até	 questões	 de	 Humanas	 ou</p><p>Linguagens!	 Isso	 porque	 ele	 nos	 oferece	 basicamente	 uma	 outra	 forma	 de</p><p>pensar.	E,	quanto	mais	caminhos	distintos	o	cérebro	for	capaz	de	seguir,	maiores</p><p>as	chances	de	ter	novos	insights,	ideias...	enfim,	de	ser	mais	criativo	num	geral.</p><p>(No	caso	de	uma	prova,	maiores	as	chances	de	chegar	na	resposta).</p><p>A	propósito,	sabe	o	que	vai	te	ajudar	com	raciocínio	lógico?	A	interpretação</p><p>de	texto!	Os	dois	caminham	lado	a	lado.	Mas	no	caso	da	Matemática	nós	vamos</p><p>um	 passo	 além:	 não	 vamos	 apenas	 entender	 o	 que	 o	 texto	 está	 falando...	 para</p><p>resolver	os	exercícios,	precisamos	pensar	de	maneira	abstrata,	conectar	áreas	do</p><p>cérebro	que	normalmente	não	conversam	muito.	E	é	isso	que	você	vai	trabalhar</p><p>para	melhorar	em	Matemática.</p><p>E	agora,	 senhoras	e	 senhores	membros	do	 júri...	 a	pergunta	de	1	milhão	de</p><p>dólares:	como	melhorar	o	raciocínio	lógico?</p><p>Em	primeiro	 lugar,	acabe	com	o	preconceito	com	a	Matemática.	Na	escola,</p><p>eu	tinha	um	colega	que	fazia	questão	de	não	aprender	nada.	Ele	nem	se	dava	ao</p><p>trabalho	de	tentar	porque	já	“sabia”	que	não	ia	entender.</p><p>Não	seja	esse	tipo	de	pessoa.	Por	favor.</p><p>Você	é	capaz	de	aprender	qualquer	coisa	que	quiser.	E	tirar	o	preconceito	é</p><p>meio	caminho	andado	para	absorver	seja	o	que	for.	Combinado?	Combinado.</p><p>Resolvido	 isso,	 a	 próxima	 forma	 de	 trabalhar	 o	 raciocínio	 já	 foi	 falada	 no</p><p>capítulo	 anterior:	 leia	muito,	 e	 de	 tudo	 um	 pouco.	Como	 são	 habilidades	 que</p><p>caminham	 juntas,	 a	 leitura	vai	preparar	o	 terreno	para	quando	você	 começar	 a</p><p>exercitar	o	raciocínio	lógico	propriamente	dito.</p><p>Outra	coisa	que	eu	já	falei	em	alguns	vídeos	(e	recebi	ótimos	depoimentos	de</p><p>pessoas	 que	 puseram	 em	 prática	 e	 obtiveram	 resultados	 positivos)	 é	 aprender</p><p>lógica	 de	 programação.	 A	 programação	 é	 interessante	 porque	 te	 ensina</p><p>justamente	 o	 “se	 A,	 então	 B”.	 E	 esse	 tipo	 de	 relação	 é	 a	 base	 do	 raciocínio</p><p>lógico.</p><p>Procure	no	YouTube	canais	que	ensinem	lógica	de	programação.	Não	precisa</p><p>aprender	 a	 fundo	 uma	 linguagem,	 mas,	 se	 tiver	 interesse,	 as	 pessoas</p><p>recomendam	Python	por	ser	uma	não	tão	complexa.</p><p>Pode	ser	até	que	você	goste	de	programar!	E	o	mundo	super	tecnológico	de</p><p>hoje	 em	 dia	 precisa	 cada	 vez	 mais	 de	 programadores.	 Quem	 sabe	 você	 não</p><p>encontra	uma	vocação?</p><p>Não	 tem	 tempo	 para	 aprender	 a	 programar?	 Sem	 problemas.	 Em	 um	 outro</p><p>vídeo	 no	 canal,	 eu	 ensinei	 a	 resolver	 desafios	 de	 lógica</p><p>(https://www.youtube.com/watch?v=MdwXgypS0aM).	 Se	 tem	 uma	 coisa	 que</p><p>melhora	o	seu	raciocínio,	é	esse	joguinho.</p><p>Este	 site	 oferece	 desafios	 de	 lógica	 grátis,	 mas	 você	 provavelmente	 ainda</p><p>consegue	 encontrar	 revistas	 da	 Coquetel	 nas	 bancas	 com	 desafios	 mais</p><p>interessantes:</p><p>https://www.geniol.com.br/logica/desafios/</p><p>Para	 você	 ter	 uma	 noção,	 menos	 de	 dois	 meses	 depois	 que	 eu	 postei	 esse</p><p>vídeo,	recebi	um	depoimento	de	uma	menina	que	disse	estar	fazendo	um	desses</p><p>por	 dia,	 antes	 de	 dormir,	 e	 que	 já	 tinha	 sentido	 uma	melhora	 significativa	 na</p><p>rapidez	com	que	resolvia	as	questões	de	Matemática.</p><p>Pode	 parecer	 algo	 aleatório,	 perda	 de	 tempo,	 mas	 é	 um	 processo	 de</p><p>reconfiguração	 do	 cérebro	 que	 vai	 ter	 impactos	 diretos	 no	 seu	 processo	 de</p><p>resolução.	 Não	 é	 perda	 de	 tempo.	 É	 dar	 um	 passo	 atrás	 para	 dar	 1000000</p><p>adiante.</p><p>Para	 colocar	 em	 prática	 e	 sentir	 os	 efeitos	 desses	 estudos,	 você	 pode	 ir</p><p>resolvendo	algumas	questões	de	Matemática	ao	longo	das	semanas.	Cronometre</p><p>o	tempo	que	você	leva	e	vá	acompanhando	a	melhoria.	É	sempre	motivador	ver</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=MdwXgypS0aM</p><p>https://www.geniol.com.br/logica/desafios/</p><p>que	seus	esforços	estão	valendo	a	pena!</p><p>RESUMINDO:</p><p>Matemática	não	é	tão	difícil	quanto	parece.	O	problema	é	que	na	escola	não</p><p>dedicam	 tempo	 suficiente	 para	 o	 raciocínio	 lógico.	 Trabalhe	 o	 seu	 raciocínio</p><p>lógico,	e	a	Matemática	vem	junto.</p><p>A	 interpretação	 de	 texto	 também	 vai	 ser	 útil	 na	 prova	 de	Matemática.	 Na</p><p>verdade,	ela	é	o	diferencial	em	quase	qualquer	prova	que	você	for	fazer	na	vida.</p><p>Então	as	dicas	do	capítulo	anterior	continuam	valendo:	leia	muito,	e	leia	sempre.</p><p>Desafios	de	lógica	são	jogos	perfeitos	para	você	melhorar	a	interpretação	de</p><p>texto	e	o	raciocínio	lógico-matemático	ao	mesmo	tempo.	Experimente	fazer	uns</p><p>2	ou	3	por	semana,	antes	de	ir	dormir.</p><p>Raciocínio	matemático	não	passa	de	uma	outra	forma	de	perceber	as	coisas	à</p><p>sua	volta.	Não	vai	ajudar	só	na	prova	do	ENEM,	mas	em	tudo	na	sua	vida.	Boa</p><p>sorte	:)</p><p>Fechamos	 aqui	 o	 capítulo	 de	 raciocínio	 lógico.	 Agora	 vamos	 falar	 de</p><p>Matemática	propriamente	dita.	Vem	aí...	a	pirâmide	da	Matemática.</p><p>A	Matemática	é	uma	pirâmide</p><p>Antes	de	mais	 nada,	 vou	 te	 contar	 um	 segredo.	Mentira,	 não	 é	um	 segredo</p><p>porque	muita	gente	já	sabe.	Se	você	prestou	bastante	atenção	até	aqui	no	ebook,</p><p>já	deve	até	ter	percebido.</p><p>Lembra	 do	 capítulo	 com	 as	 minhas	 notas?	 Nesses	 três	 anos	 consecutivos,</p><p>qual	foi	a	minha	maior	nota	disparada?	Matemática.</p><p>E	a	segunda?	Redação.</p><p>E	não	é	porque	eu	sou	um	gênio	da	Matemática	ou	o	tatataraneto	de	Machado</p><p>de	Assis.	É	porque	essas	são	as	duas	únicas	provas	em	que	você	pode	tirar	mais</p><p>de	900.	No	capítulo	sobre	a	TRI	eu	vou	explicar	melhor	o	porquê	disso,	mas	por</p><p>enquanto	tome	a	minha	palavra	como	verdade.</p><p>Essas	são	as	duas	provas	mais	 importantes.	Elas	podem	aumentar	 (muito)	a</p><p>sua	média.	Vamos	falar	sobre	redação	mais	para	frente,	mas	por	enquanto	vamos</p><p>nos	focar	em	Matemática.</p><p>Como	 eu	 já	 disse,	 uns	 80%	 da	 prova	 de	 Matemática	 exigem	 só</p><p>conhecimentos	de	Matemática	Básica	e	interpretação.	As	quatro	operações,	regra</p><p>de	três,	equações,	funções,	geometria...</p><p>o	hormônio	citado	que	atua</p><p>no	catabolismo	induzirá	o	organismo	a</p><p>a)					realizar	a	fermentação	lática.</p><p>b)				metabolizar	aerobicamente	a	glicose.</p><p>c)					produzir	aminoácidos	a	partir	de	ácidos	graxos.</p><p>d)				transformar	ácidos	graxos	em	glicogênio.</p><p>e)					estimular	a	utilização	do	glicogênio.</p><p>Questão	que	eu	errei	por	bobagem.	Sabia	do	mecanismo	insulina/glucagon,</p><p>mas	me	desconcentrei	e	errei.	Basicamente	um	compensa	o	outro:	a	insulina	tira</p><p>a	glicose	do	 sangue	e	a	 transforma	em	glicogênio	 (basta	pensar	nos	diabéticos</p><p>para	 lembrar	 disso,	 porque	 se	 eles	 não	 tomam	 insulina	 o	 nível	 de	 glicose	 no</p><p>sangue	sobe	muito);	o	glucagon	faz	o	inverso:	transforma	o	glicogênio	estocado</p><p>no	fígado	em	glicose	para	elevar	os	níveis	do	sangue.	Letra	“E”.</p><p>A	 insulina	 transforma	glicose	 em	glicogênio,	 e	o	glucagon	 faz	o	 contrário.</p><p>Não	 precisa	 decorar.	 Lembre	 que	 diabéticos	 precisam	 de	 insulina	 e	 que	 o</p><p>glucagon	 faz	 o	 contrário	 da	 insulina,	 e	 todo	 o	 raciocínio	 para	 entender	 o</p><p>mecanismo	vem	junto.</p><p>QUESTÃO	127</p><p>Usando	um	densímetro	cuja	menor	divisão	da	escala,	isto	é,	a	diferença</p><p>entre	 duas	 marcações	 consecutivas,	 é	 de	 5,0x10-2	 g.cm-3,	 um	 estudante</p><p>realizou	 um	 teste	 de	 densidade:	 colocou	 este	 instrumento	 na	 água	 pura	 e</p><p>observou	que	ele	atingiu	o	repouso	na	posição	mostrada.</p><p>Em	 dois	 outros	 recipientes	 A	 e	 B	 contendo	 2	 litros	 de	 água	 pura,	 em</p><p>cada	um,	ele	adicionou	100	g	e	200	g	de	NaCl,	respectivamente.	Quando	o</p><p>cloreto	de	sódio	é	adicionado	à	água	pura	ocorre	sua	dissociação	formando</p><p>os	 íons	 Na+	 e	 Cl-.	 Considere	 que	 esses	 íons	 ocupam	 os	 espaços</p><p>intermoleculares	na	 solução.	Nestes	 recipientes,	 a	posição	de	 equilíbrio	do</p><p>densímetro	está	representada	em:</p><p>Antes	 de	 tudo,	 vamos	 entender	 a	 diferença	 entre	 duas	 marcações</p><p>consecutivas.	Todo	aparelho	que	mensura	alguma	grandeza	tem	certa	precisão.</p><p>Ou	seja,	 tem	um	limite	de	mensuração	que	define	até	que	quantidade	ele	pode</p><p>medir.	Uma	régua,	por	exemplo,	tem	o	limite	de	1mm.	Significa	que	não	dá	para</p><p>discernir	 um	 objeto	 de	 2,1mm	 e	 2,2mm	 com	 uma	 régua	 convencional.	 Por</p><p>olhômetro	você	até	consegue	perceber	que	o	objeto	de	2,2mm	é	maior,	mas	sem</p><p>um	 aparelho	 mais	 preciso	 você	 não	 pode	 definir	 quão	 maior	 ele	 é.	 Porque	 a</p><p>régua	só	mede	de	milímetro	em	milímetro.</p><p>Então	 agora	 ficou	 mais	 claro	 o	 que	 quer	 dizer	 a	 diferença	 entre	 as	 2</p><p>marcações	consecutivas	do	densímetro.	Significa	que,	se	a	densidade	do	líquido</p><p>em	 que	 ele	 estiver	 imerso	 variar	 em	 menos	 de	 5x10-2,	 ele	 não	 vai	 acusar</p><p>mudança.	 Importante	 saber	 isso	 porque,	 caso	 a	 diferença	 de	 densidade	 entre	 o</p><p>recipiente	A	e	B	 seja	menor	que	5x10-2g/cm³,	o	densímetro	não	vai	para	cima</p><p>nem	para	baixo.</p><p>Agora	 vamos	 aos	 cálculos.	 Se	 no	 recipiente	A	 foram	 adicionados	 100g	 de</p><p>sal,	 temos	 uma	 densidade	 de	 100g	 em	 2L	 de	 água.	 Ou	 seja,	 50g/L.	 E	 no</p><p>recipiente	 B	 temos	 o	 dobro	 da	 densidade:	 100g/L.	 Mas,	 como	 o	 limite	 do</p><p>densímetro	está	em	grama	por	centímetro	cúbico,	vamos	converter	o	litro	para</p><p>centímetro	cúbico.</p><p>Nesta	aula	(minuto	34)	eu	ensino	melhor	como	fazer	essa	conversão:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=rX1GZZXhXAc&t=2220s</p><p>Temos	 que	 a	 densidade	 em	 A	 é	 50g	 em	 1000cm³,	 ou	 seja,	 0,05g/cm³.	 E,</p><p>analogamente,	 em	 B	 a	 densidade	 é	 0,1g/cm³.	 A	 diferença	 de	 densidade	 é</p><p>justamente	 o	 limite	 de	mensuração	 do	 densímetro.	 Significa	 que	 em	B	 ele	 vai</p><p>subir	uma	marcação	(porque	em	um	líquido	mais	denso	é	mais	fácil	de	boiar...</p><p>lembre-se	do	Mar	Morto).</p><p>A	resposta	“D”	é	a	única	que	ilustra	isso.	Logo,	é	essa	a	resposta.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=rX1GZZXhXAc&t=2220s</p><p>QUESTÃO	128</p><p>A	 figura	 representa	 um	 prisma	 óptico,	 constituído	 de	 um	 material</p><p>transparente,	 cujo	 índice	de	 refração	 é	 crescente	 com	a	 frequência	da	 luz</p><p>que	sobre	ele	incide.	Um	feixe	luminoso,	composto	por	luzes	vermelha,	azul</p><p>e	 verde,	 incide	 na	 face	 A,	 emerge	 na	 face	 B	 e,	 após	 ser	 refletido	 por	 um</p><p>espelho.	Incide	num	filme	para	fotografia	colorida,	revelando	três	pontos.</p><p>Observando	os	pontos	luminosos	revelados	no	filme,	de	baixo	para	cima,</p><p>constatam-se	as	seguintes	cores:</p><p>a)					Vermelha,	verde,	azul</p><p>b)				Verde,	vermelha,	azul</p><p>c)					Azul,	verde,	vermelha.</p><p>d)				Verde,	azul,	vermelha</p><p>e)					Azul,	vermelha,	verde.</p><p>Essa	 foi	 a	 questão	que	 eu	 tenho	vergonha	de	 admitir	 que	 errei.	Eu	 sabia	 a</p><p>resposta,	e	juro	que	acompanhei	os	feixes	de	luz	direitinho	com	a	ponta	da</p><p>caneta,	mas	alguma	coisa	me	fez	inverter	no	meio	do	caminho...	acabei	errando</p><p>à	toa.	Eu	até	percebi	a	pegadinha	de	“de	baixo	para	cima”,	porque	de	cima	para</p><p>baixo	a	resposta	é	o	inverso.	Mas	mesmo	assim	acabei	errando.	Fazer	o	quê,	né?</p><p>Enfim,	é	o	princípio	básico	de	funcionamento	do	prisma.	A	luz	com	menor</p><p>comprimento	 de	 onda	 (violeta)	 refrata	 mais	 porque	 é	 como	 se	 tivesse	 mais</p><p>“superfície	de	contato”	com	o	vidro	do	prisma.	A	componente	vermelha	desvia</p><p>menos.	Dentro	do	desenho	do	prisma,	a	componente	vermelha	é	a	de	cima,	e	a</p><p>azul	é	a	de	baixo.</p><p>É	só	questão	de	acompanhar	os	feixes	para	ver	que	a	vermelha	vai	marcar	o</p><p>filme	 embaixo,	 e	 a	 azul	 em	 cima.	 O	 verde	 fica	 no	 meio	 porque	 tem	 um</p><p>comprimento	de	onda	intermediário	entre	os	dois.</p><p>Resposta:	“A”.</p><p>QUESTÃO	129</p><p>Tensoativos	 são	 compostos	 orgânicos	 que	 possuem	 comportamento</p><p>anfifílico.	Isto	é,	possuem	duas	regiões,	uma	hidrofóbica	e	outra	hidrofílica.</p><p>O	 principal	 tensoativo	 aniônico	 sintético	 surgiu	 na	 década	 de	 1940	 e	 teve</p><p>grande	 aceitação	 no	 mercado	 de	 detergentes	 em	 razão	 do	 melhor</p><p>desempenho	 comparado	 ao	 do	 sabão.	 No	 entanto,	 o	 uso	 desse	 produto</p><p>provocou	 grandes	 problemas	 ambientais,	 dentre	 eles	 a	 resistência	 ã</p><p>degradação	biológica,	por	causa	dos	diversos	carbonos	terciários	na	cadela</p><p>que	compõe	a	porção	hidrofóbica	desse	tensoativo	aniônico.	As	ramificações</p><p>na	 cadela	 dificultam	 sua	 degradação,	 levando	 ã	 persistência	 no	 melo</p><p>ambiente	por	longos	períodos.	Isso	levou	a	sua	substituição	na	maioria	dos</p><p>países	 por	 tensoativos	 biodegradáveis,	 ou	 seja,	 com	 cadeias	 alquílicas</p><p>lineares.</p><p>PENTEADO,	J.	C.	P.;	EL	SEOUD,	O.	A.;	CARVALHO,	L.	R.	F.	[…]:	uma	abordagem	ambiental	e	analítica.	Química</p><p>Nova,	n.	5,	2006	(adaptado).</p><p>Qual	 a	 fórmula	 estrutural	 do	 tensoativo	 persistente	 no	 ambiente</p><p>mencionado	no	texto?</p><p>Uma	 segunda	 questão	 sobre	 substâncias	 anfipáticas,	 mas	 nesta	 aqui	 eles</p><p>foram	mais	diretos.	Descreveram	uma	molécula	e	pediram	para	identificá-la.	O</p><p>enunciado	diz	que	a	molécula	 tem	muitos	carbonos	 terciários	 e	ramificações</p><p>na	cadeia.	Carbonos	 terciários	 são	aqueles	que	 se	 ligam	a	3	outros	 átomos	de</p><p>carbono,	 o	 que	 nos	 deixa	 com	 as	 opções	 “B”	 e	 “E”.	 Mas	 “E”	 não	 tem</p><p>ramificações	tão	grandes	quanto	as	de	“B”,	então	a	resposta	é	“B”.</p><p>QUESTÃO	130</p><p>Considere,	em	um	fragmento	ambiental,	uma	árvore	matriz	com	frutos</p><p>(M)	e	outras	cinco	que	produziram	 flores	 e	 são	apenas	doadoras	de	pólen</p><p>(DP1,	DP2,	DP3,	DP4	e	DP5).	Foi	excluída	a	capacidade	de	autopolinização</p><p>das	árvores.	Os	genótipos	da	matriz,	da	semente	(S1)	e	das	prováveis	fontes</p><p>de	 pólen	 foram	 obtidos	 pela	 análise	 de	 dois	 locos	 (loco	 A	 e	 loco	 B)	 de</p><p>marcadores	de	DNA,	conforme	a	figura.</p><p>A	progênie	S1	recebeu	o	pólen	de	qual	doadora?</p><p>a)					DP1</p><p>b)				DP2</p><p>c)					DP3</p><p>d)				DP4</p><p>e)					DP5</p><p>Pergunta	 bem	 confusa,	 mas	 em	 outras	 palavras:	 S1	 é	 oriunda	 da</p><p>combinação	 de	 M	 com	 qual	 DP?	 Porque	 as	 DPs	 doam	 o	 pólen	 que	 vai</p><p>polinizar	a	árvore	matriz,	e	a	semente	é	fruto	dessa	polinização.</p><p>Precisamos	 encontrar	 uma	 DP	 cujas	 bandas	 (retângulos	 pretos/brancos)</p><p>sejam	compatíveis	com	a	semente.	Primeiro	vamos	olhar	para	o	loco	A:</p><p>Se	a	 semente	 tem	os	alelos	1	e	2,	 esses	alelos	 têm	que	 ter	vindo	de	algum</p><p>lugar,	então	das	duas,	uma:</p><p>1.	 M	e	DP	têm	esses	alelos;</p><p>2.	 Só	M	ou	só	DP	tem	esses	alelos.</p><p>Se	a	semente	não	tem	os	alelos	3	e	4,	então	das	duas,	uma:</p><p>1.	 Só	M	ou	só	DP	tem	esses	alelos;</p><p>2.	 Nem	M</p><p>Se	você	domina	 isso,	 acerta	no	mínimo	30,	35	questões.	Sério.	E	com	esse</p><p>número	de	acertos	você	 facilmente	 tira	mais	de	800,	850	 (a	depender	de	quais</p><p>você	acerta,	claro...	vide	capítulo	sobre	TRI).</p><p>Não,	não	é	utópico.	Acertar	30	em	Linguagens,	Humanas	e	Natureza	até	que</p><p>pode	 ser	 um	 pouco	 mais	 difícil.	 Mas	 em	 Matemática	 é	 muito,	 muito,	 muito</p><p>possível.</p><p>Dito	isso,	vamos	lá...</p><p>Por	que	as	pessoas	têm	tanta	dificuldade	com	Matemática?	Em	parte	porque</p><p>os	professores	não	dedicam	tempo	suficiente	para	ensinar	raciocínio	lógico,	e	a</p><p>Matemática	vira	um	aglomerado	de	símbolos	incongruentes.</p><p>Mas	 tem	um	segundo	motivo:	porque	ela	 é	uma	pirâmide.	E,	 se	 a	base	de</p><p>uma	pirâmide	for	mal	construída,	o	que	acontece?</p><p>Ploft.	Ela	desmorona.</p><p>(Isso	aí:	ploft).</p><p>E	 é	 exatamente	 isso	 que	 acontece	 com	 quem	 tenta	 aprender	 logaritmos	 e</p><p>funções	sem	entender	bem	das	quatro	operações	básicas,	regra	de	três,	equações</p><p>do	primeiro	e	segundo	grau,	etc.</p><p>Então	 seguinte:	 se	 você	 tem	 dificuldades	 com	Matemática,	 eu	 aposto	 com</p><p>você	que	com	99%	de	certeza	o	seu	problema	está	na	base.	Onde	da	base?	Não</p><p>sei.	Mas	está	na	base.</p><p>Se	 você	 tiver	 a	 humildade	 de	 refazer	 o	 caminho	 da	Matemática	Básica	 até</p><p>voltar	 ao	 ponto	 em	 que	 está	 hoje,	 não	 há	 dúvida	 de	 que	 seu	 desempenho	 vai</p><p>melhorar	e	muito.</p><p>O	 problema	 é	 que	 demanda	 tempo.	 E	 exige	 dedicação	 e	 humildade	 para</p><p>reaprender	conteúdos	considerados	“simples”.	Tem	gente	que	sente	vergonha	de</p><p>precisar	rever	esses	assuntos.	Mas,	sinceramente,	quem	deveria	sentir	vergonha	é</p><p>quem	insiste	no	erro	e	se	recusa	a	progredir.</p><p>Quem	tem	a	humildade	de	corrigir	os	próprios	erros	deveria	ser	aplaudido	de</p><p>pé.</p><p>PS:	em	novembro	de	2018,	fui	contratado	por	uma	plataforma	da	Índia	para</p><p>gravar	50	vídeos	de	Matemática	Básica.	Deu	super	trabalho	para	fazer	tudo	em</p><p>um	mês,	mas	sobrevivi!	Grande	parte	dos	conteúdos	da	pirâmide	está	neste	link</p><p>abaixo.	São	videoaulas	gratuitas,	então,	caso	tenha	interesse,	aí	vai	o	link:</p><p>https://unacademy.com/user/umbertomaz-5505</p><p>(Só	não	me	pergunte	por	que	uma	plataforma	da	Índia	está	fazendo	aulas	para</p><p>o	ENEM...	até	hoje	eu	não	entendo).</p><p>Dito	 isso,	 vamos	 à	 pirâmide	 de	 assuntos	 da	Matemática.	 Você	 pode	 diluir</p><p>esses	assuntos	ao	longo	das	semanas	para	ir	estudando	em	paralelo	com	as	outras</p><p>disciplinas.</p><p>Não	tenho	uma	ideia	concreta	de	quanto	tempo	levaria	para	revisar	tudo	isso,</p><p>mas	chuto	que	com	umas	2,	3	horas	ao	dia	levaria	uns	3	meses	para	dar	uma	boa</p><p>revisada.	O	pessoal	que	viu	os	50	vídeos	de	Matemática	Básica	 conseguiu	 em</p><p>menos	de	1	mês,	mas	foi	um	ritmo	alucinante	que	eu	não	desejaria	nem	para	o</p><p>meu	pior	inimigo	(imagina	a	trabalheira	que	foi	gravar	tudo	aquilo).</p><p>1)	Conjuntos	e	subconjuntos</p><p>2)	Números	N,	Z,	Q,	I	e	R	(saber	o	que	são,	a	posição	na	reta	real,	entender	a</p><p>lógica	de	“maior	que”,	“menor	que”)</p><p>3)	As	4	operações	básicas	e	suas	propriedades:	adição,	subtração,</p><p>multiplicação	e	divisão	(comutativa,	associativa	e	distributiva)</p><p>4)	Expressões	numéricas</p><p>https://unacademy.com/user/umbertomaz-5505</p><p>5)	Truques	para	multiplicar	mais	rápido	de	cabeça</p><p>(https://www.youtube.com/watch?v=t9lTx8edMqk)</p><p>6)	Números	primos	e	fatoração</p><p>7)	Múltiplos	e	divisores</p><p>8)	Como	colocar	em	evidência</p><p>9)	MMC	e	MDC	(https://www.youtube.com/watch?v=YgkK4NpnBi8)</p><p>10)	Frações:	frações	mistas,	equivalência	de	frações,	operações	com	frações,</p><p>comparação	de	frações</p><p>11)	Produto	cruzado	(propriedade	das	proporções)</p><p>***	A	partir	deste	ponto	em	que	você	já	entendeu	bem	a	lógica	básica	dos</p><p>números	reais,	já	pode	começar	a	intercalar	com	geometria	(a	seguir)</p><p>12)	Números	decimais	e	conversão	para	fração</p><p>13)	Sistemas	métricos:	unidades	de	medida	(m,	m²	e	m³)	e	conversão	de</p><p>unidades	(https://www.youtube.com/watch?v=Ppd8AKqqMFU)</p><p>14)	Conversão	de	unidades	de	tempo</p><p>14)	Escala	(https://www.youtube.com/watch?v=ceou0-DyG2w)</p><p>15)	Dízimas	periódicas</p><p>16)	Porcentagem</p><p>17)	RAZÃO	E	PROPORÇÃO:	grandezas	diretamente	e	inversamente</p><p>proporcionais	(https://www.youtube.com/watch?v=eu0ihQo7Nso)</p><p>18)	Mais	2	operações:	potenciação	e	radiciação.	Propriedades	e	operações</p><p>19)	Notação	científica</p><p>20)	Média	aritmética	e	média	ponderada</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=t9lTx8edMqk</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=YgkK4NpnBi8</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Ppd8AKqqMFU</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=ceou0-DyG2w</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=eu0ihQo7Nso</p><p>21)	Matrizes	e	determinantes</p><p>23)	Logaritmo	(o	que	é	e	propriedades,	mas	sem	se	importar	em	resolver</p><p>expressões;	só	com	números	mesmo)</p><p>***	Tendo	aprendido	o	básico,	dividimos	agora	em	duas	frentes	(você	pode</p><p>ir	intercalando	álgebra	e	geometria):</p><p>ÁLGEBRA:</p><p>24)	Regra	de	3	e	suas	aplicações</p><p>25)	Produtos	notáveis</p><p>26)	PA	e	PG</p><p>27)	Juros	simples	e	compostos</p><p>28)	Equação	do	1º	grau</p><p>29)	Equação	do	2º	grau</p><p>30)	Equação	exponencial	e	logarítmica</p><p>31)	Análise	combinatória	–	Princípio	Fundamental	da	Contagem,	Arranjo,</p><p>Permutação	e	Combinação</p><p>32)	Estatística	(média,	mediana,	desvio	padrão,	etc.)</p><p>34)	Função	do	1º	grau,	2º	grau,	módulo,	exponencial,	logarítmica,	seno	e</p><p>cosseno</p><p>35)	Gráfico	de	funções	e	formato	das	curvas</p><p>36)	Zero	da	função	(raiz	da	função)</p><p>37)	Sistemas	de	equação</p><p>38)	Inequações	de	1º	e	2º	grau	(são	a	mesma	coisa	que	equações,	mas	com</p><p>sinais	de	“maior	que”	e	“menor	que”;	e	você	precisa	saber	traçar	os	gráficos	para</p><p>saber	quando	é	maior	e	quando	é	menor)</p><p>GEOMETRIA:</p><p>39)	Noções	de	ponto,	reta,	plano,	segmento	de	reta,	ângulo	(graus	e</p><p>radianos),	etc.</p><p>40)	Retas	paralelas	interceptadas	por	uma	transversal	(alternos	internos,</p><p>externos,	colaterais,	etc.)</p><p>41)	Tipos	de	triângulos	(equilátero,	isósceles	e	escaleno)</p><p>42)	Propriedades	dos	triângulos	(ângulos	internos	e	externos)</p><p>43)	Semelhança	de	triângulos	(ideia	de	PROPORÇÃO	e	produto	cruzado)</p><p>44)	Teorema	de	Tales</p><p>45)	Altura,	mediana,	mediatriz	e	bissetriz</p><p>46)	Relações	métricas	no	triângulo	retângulo</p><p>47)	Teorema	de	Pitágoras,	triângulo	pitagórico</p><p>48)	TRIGONOMETRIA:	seno,	cosseno	e	tangente	dos	ângulos	de	30º,	45º,</p><p>60º	e	90º,	relação	fundamental	(sen²x+cos²x=1)</p><p>49)	Área	dos	triângulos,	altura	do	triângulo	equilátero</p><p>50)	Lei	dos	senos	e	lei	dos	cossenos</p><p>51)	Noções	básicas	de	ciclo	trigonométrico</p><p>52)	Círculo	e	circunferência</p><p>53)	Área,	perímetro	e	fórmulas	importantes:	quadrado,	retângulo,	triângulo,</p><p>trapézio,	paralelogramo,	losango,	etc.</p><p>54)	Cubo,	paralelepípedo,	prisma,	cilindro,	cone	e	pirâmide	(e	fórmulas	de</p><p>área	e	volume)</p><p>55)	Tronco	de	cone	e	tronco	de	pirâmide</p><p>56)	Esfera</p><p>Repare	 que	 começamos	 com	 assuntos	 sem	 incógnitas.	 Até	 o	 item	 23,</p><p>tivemos	só	números	e	nenhuma	incógnita.	Isso	foi	para	você	primeiro	entender</p><p>bem	a	lógica	das	operações	básicas	sem	a	necessidade	de	“encontrar	x”.</p><p>Quando	partimos	para	regra	de	três,	você	já	está	preparado	para	inserir	uma</p><p>incógnita,	 para	 ter	 a	 capacidade	 de	 abstração	 que	 ela	 exige.	 Afinal,	 uma</p><p>incógnita	não	passa	de	um	número	que	a	gente	ainda	não	conhece.	Mas,	se	você</p><p>não	 entende	 a	 relação	 entre	 os	 números,	 como	 vai	 dominar	 a	 relação	 quando</p><p>entra	uma	letra	na	história?</p><p>E	 é	 só	 bem	mais	 para	 frente,	 no	 item	 34,	 que	 entram	 as	 funções.	 Funções</p><p>exigem	uma	grande	capacidade	de	abstração	porque	envolvem	a	relação	de	duas</p><p>incógnitas!	Uma	está	em	função	da	outra,	e	não	existem	valores	definidos	para</p><p>elas,	 mas	 infinitos	 pares	 ordenados	 que	 resolvem	 a	 igualdade.	 Inequações,</p><p>então...	são	ainda	mais	complexas!</p><p>Percebeu	por	que	precisa	de	uma	ordem?	Senão	tudo	desmorona.</p><p>Além	dos	 50	 vídeos	 de	Matemática	Básica,	 eu	 fiz	 3	 vídeos	 de	 1	 hora	 com</p><p>uma	grande	revisão	desses	assuntos.	Aí	vão	os	links:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=rX1GZZXhXAc</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=k7Z0uw4LrvY</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=NsGpDI53HqA</p><p>E	 é	 basicamente	 isso	 de	Matemática	Básica.	 Em	 resumo:	 pratique	 bastante</p><p>interpretação	 de	 texto,	 exercite	 seu	 raciocínio	 lógico	 e	 tenha	 a	 humildade	 de</p><p>rever	com	atenção	a	base.</p><p>Tirar	mais	 de	 800	 é	 super	 possível	 se	 você	 trabalhar	 bem	 essas	 frentes	 ao</p><p>longo	do	ano.	Talvez	até	mais</p><p>de	900.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=rX1GZZXhXAc</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=k7Z0uw4LrvY</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=NsGpDI53HqA</p><p>A	Matemática	no	dia	a	dia</p><p>(também	conhecido	como	o	capítulo	em	que	o	Umberto	dá	uma	viajada</p><p>legal)</p><p>Uma	forma	ótima	de	desmistificar	a	Matemática	é	procurar	a	Matemática	no</p><p>dia	 a	 dia.	 Permita-me	 um	momento	 de	 esquisitice	 reflexão	 (e	 eu	 juro	 que	 vai</p><p>fazer	sentido	no	final,	então	paciência...	vamos	usar	isso	que	eu	vou	falar	até	em</p><p>uma	questão	de	Humanas	no	capítulo	de	resolução):</p><p>Galileu	 Galilei	 (1564-1642),	 físico,	 astrônomo,	 matemático	 e	 filósofo	 dos</p><p>séculos	XVI-XVII,	 tem	 uma	 célebre	 frase	 que	 diz:	 “A	Matemática	 é	 a	 língua</p><p>com	que	Deus	escreveu	o	universo”.</p><p>Bonito,	né?	Pomposo.	Mas	o	que	será	que	ele	quis	dizer	com	isso?</p><p>Bem...</p><p>Ao	longo	de	toda	a	história	da	Filosofia,	um	dos	temas	mais	presentes	foi	a</p><p>dicotomia	mythos	x	logos.	Em	outras	palavras:	crenças	vs.	razão.	Ora	a	balança</p><p>pendia	para	um	lado,	ora	para	o	outro.</p><p>Na	época	de	Galileu,	a	razão	veio	com	força	total!	O	advento	da	luneta	fez	os</p><p>seres	humanos	perceberem	que	a	Terra	não	era	o	centro	do	universo,	que	éramos</p><p>só	mais	um	planeta	qualquer.	Não	éramos	mais	o	centro	de	toda	a	criação	divina,</p><p>e	aquilo	foi	um	choque	muito	grande	na	época.</p><p>A	matematização	da	realidade	“pôs	as	rédeas”	nos	fenômenos	que	antes	eram</p><p>inexplicáveis.	Para	você	ter	uma	ideia,	até	essa	época	se	acreditava	piamente	nos</p><p>escritos	 de	 Ptolomeu,	 do	 século	 II,	 que	 defendia	 que	 a	 Terra	 era	 o	 centro	 do</p><p>universo.	Os	movimentos	aparentemente	aleatórios	dos	corpos	celestes	à	nossa</p><p>volta	 não	 eram	 explicados	 de	 maneira	 científica,	 mas	 como	 sendo	 uma	 mera</p><p>manifestação	do	“humor”	do	universo.</p><p>Aí	veio	Galileu	com	a	luneta	e	mostrou	que	a	Terra	não	era	centro	de	nada.	E</p><p>que	as	manifestações	divinas	que	a	Igreja	pregava	podiam	ser	reduzidas	a	uma</p><p>série	de	equações	matemáticas,	a	movimentos	“matematizáveis”	dos	planetas	e</p><p>estrelas.</p><p>A	razão	começou	a	imperar	sobre	as	crenças	no	divino.</p><p>Daí	 a	 origem	 da	 frase	 de	 Galileu.	 Apesar	 de	 mencionar	 “Deus”,	 é	 uma</p><p>posição	muito	mais	cética	que	devota.	Ele	quis	dizer	que	o	universo	(Deus)	era</p><p>puramente	 racional	 e	 “decifrável”.	Que	 nós	 humanos,	 por	meio	 da	 razão	 e	 da</p><p>Matemática,	já	éramos	capazes	de	compreender	a	lógica	divina.</p><p>E	 até	 que	 faz	 sentido,	 não	 faz?	 Com	 o	 avanço	 das	 tecnologias,	 hoje	 nós</p><p>conseguimos	enviar	um	satélite	a	Plutão,	fazer	ele	dar	algumas	voltas	ao	redor	de</p><p>Júpiter,	rodopiar	nos	anéis	de	Saturno	e	ainda	voltar	são	e	salvo	para	casa	para	a</p><p>hora	do	chá.	Nós	entendemos	as	 leis	da	gravitação	universal,	 sobre	queima	de</p><p>combustível,	 a	 relação	 entre	 massa	 e	 volume	 do	 foguete...	 basicamente</p><p>entendemos	as	“leis	universais”.</p><p>Parece	até	que	todo	o	universo	obedece	a	essas	leis,	né?</p><p>Mas	aí	vem	o	problema...</p><p>Nós	somos	humanos.	Nós	enxergamos	0,00...00001%	de	todo	o	espectro	de</p><p>energia	eletromagnética.	Nós	só	conseguimos	escutar	sons	entre	20	e	20000	Hz.</p><p>E	 nossa	 mente	 só	 consegue	 conceber	 até	 3	 dimensões	 (largura,	 altura	 e</p><p>comprimento).	 É	 humanamente	 impossível	 conceber	 uma	 quarta	 dimensão,</p><p>quinta	dimensão...</p><p>Nós	não	conhecemos	absolutamente	nada	do	universo.	Nem	de	nós	mesmos.</p><p>Conhecemos	0,00000...1%</p><p>Na	minha	opinião,	é	meio	petulante	demais	achar	que	o	universo	obedece	às</p><p>regras	que	nós,	simples	humanos,	inventamos.</p><p>Acho	 muito	 mais	 certo	 falar	 que	 a	 razão	 humana	 foi	 responsável	 por</p><p>descobrir	 a	 Matemática,	 e	 que	 a	 Matemática	 é	 um	 instrumento	 humano	 para</p><p>tentar	compreender	e	decifrar	a	infinita	complexidade	do	universo.</p><p>O	 universo	 não	 precisa	 seguir	 uma	 regra.	 As	 coisas	 simplesmente...</p><p>acontecem.	Mas	nós	precisamos	observar	o	que	está	acontecendo	e	tentar	colocar</p><p>ordem	 no	 caos.	 E	 como	 fazemos	 isso?	 Por	meio	 da	Matemática.	 Foi	 a	 forma</p><p>como	nós	conseguimos	explicar	os	fenômenos	lá	fora.</p><p>Mas	isso	não	quer	dizer	que	o	universo	obedece	à	Matemática.</p><p>“A	Matemática	é	a	linguagem	que	nós,	humanos,	inventamos	para	decifrar	o</p><p>universo”.	Talvez	essa	seja	uma	frase	melhor.</p><p>E	por	que	eu	estou	falando	isso?	Em	primeiro	lugar	porque	o	livro	é	meu,	e</p><p>eu	 falo	o	que	eu	quiser.	Em	segundo	 lugar	porque	é	 legal.	E	em	terceiro	 lugar</p><p>para	fazer	você	refletir	sobre	a	Matemática.</p><p>Ela	 não	 passa	 de	 um	 instrumento	 humano.	 E	 o	 nosso	 cérebro	 é</p><p>geneticamente	programado	para	pensar	de	maneira	lógica!	Nós	já	nascemos	com</p><p>essa	capacidade.	Basta	desenvolver.</p><p>Se	você	diz	que	não	é	capaz	de	pensar	de	maneira	matemática,	você	deve	ser</p><p>uma	 água-viva.	 Porque	 os	 humanos	 estão	 programados	 para	 enxergar	 dessa</p><p>forma.	Então	sem	desculpas!</p><p>Dito	isso,	fica	aqui	a	sugestão	de	um	desenho	curtinho	sobre	a	Matemática	no</p><p>mundo	 real.	Ver	 que	 ela	 está	 no	 dia	 a	 dia	 vai	 fazer	 você	 perceber	 que	 é	 algo</p><p>muito	mais	interessante	e	apaixonante	que	só	fórmulas	vazias.</p><p>Você	vai	começar	a	enxergar	a	Matemática	nas	coisas	mais	simples	do	dia	a</p><p>dia.	E,	ao	perceber	que	ela	está	em	tudo,	você	vai	ver	que	não	tem	mistério.	Que</p><p>você	praticamente	“já	sabia”	tudo	aquilo.</p><p>Como	eu	disse	no	capítulo	anterior,	é	só	uma	forma	diferente	de	enxergar	a</p><p>realidade.	E,	se	isso	não	é	lindo,	eu	não	sei	o	que	é.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=wbftu093Yqk</p><p>É	um	desenho	do	Donald.	Você	já	deve	ter	visto	alguma	cena	dele	porque	é</p><p>bem	famoso.	Eu	tenho	em	VHS	(sim,	sou	idoso).</p><p>A	 propósito,	 sobre	 isso	 de	 ver	 a	Matemática	 com	 outros	 olhos...	 olha	 que</p><p>lindo	esse	depoimento	que	recebi	no	Instagram:</p><p>Muito	fofa,	né?	Adorei	mesmo.	Feliz	Ano	Novo	pra	todos	nós	:)</p><p>Então,	para	resumir,	o	que	eu	quis	dizer	com	toda	essa	história	de	Galileu	e</p><p>Donald	 é:	 quer	 melhorar	 em	 Matemática?	 Apaixone-se	 por	 ela!	 Esqueça	 as</p><p>experiências	com	os	professores	chatos	de	Matemática	que	você	teve	na	escola.</p><p>Ela	 é	 muito	 mais	 do	 que	 fórmulas,	 e,	 quando	 você	 percebe	 isso,	 supera	 esse</p><p>bloqueio	e	todo	o	aprendizado	fica	mais	fácil	e	divertido.</p><p>Ah,	sabe	quem	foi	um	dos	primeiros	filósofos	a	questionar	a	crença	absoluta</p><p>na	razão?	Foi	nosso	querido	Nietzsche	(das	sugestões	de	livros	lá	em	cima).	Ele</p><p>pôs	o	dedo	na	ferida	e	mostrou	que	os	filósofos	da	razão,	ao	criticar	o	dogma	do</p><p>“mythos”,	transformaram	a	razão	em	outro	dogma.	Tudo	isso	de	“bom	vs.	mau”,</p><p>“certo	vs.	errado”	(ou	seja,	a	moral),	era	fruto	de	uma	pseudo-racionalidade.	Nós</p><p>matamos	 os	 deuses	 e	 criamos	 outros.	 Lá	 em	 “Gaia	 Ciência”	 (e	 em	 “Além	 do</p><p>Bem	 e	 do	 Mal”)	 ele	 fala	 bastante	 disso	 caso	 você	 tenha	 interesse	 em	 se</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=wbftu093Yqk</p><p>aprofundar.</p><p>Ok,	 agora	 acabamos	 a	 parte	 em	 que	 o	Umberto	 viaja.	Vamos	 à	 parte	mais</p><p>prática	e	mergulhar	nas	estratégias	para	o	ENEM.</p><p>A	matriz	de	referência	do	ENEM</p><p>A	matriz	de	 referência	 é	 aquele	documento	que	você	precisa	 ler	 ao	menos</p><p>uma	vez	na	vida.	Como	eu	falei	antes,	cada	vestibular	tem	um	estilo	diferente,	e</p><p>ao	ler	esse	documento	fica	muito	claro	que	habilidades	o	ENEM	vai	cobrar	de</p><p>você.</p><p>A	matriz	de	referência	não	é	o	edital.	Ela	é	ainda	mais	importante,	porque	te</p><p>diz	exatamente	o	que	esperam	do	aluno.	Acesse	a	matriz	por	estes	links:</p><p>http://portal.inep.gov.br/matriz-de-referencia</p><p>http://portal.inep.gov.br/educacao-basica/encceja/matrizes-de-referencia</p><p>Eu	disse	que	o	ENEM	é	mais	interpretativo,	não	disse?	Pois	só	a	quantidade</p><p>de	 vezes	 que	 a	 matriz	 de	 referência	 menciona	 habilidades	 de	 interpretação</p><p>mostra	que	ele	é	uma	prova	que	valoriza	a	capacidade	do	aluno	de	relacionar</p><p>diferentes	conhecimentos,	de	 interpretar	e	aplicar	o	que	ele	aprendeu	na	sala</p><p>de	aula	e	na	vida.</p><p>É	claro	que	o	conteúdo	em	si	é	importante.	Mas	de	nada	adianta	decorar	1000</p><p>nomes	 se	 você	 não	 tem	 essa	 habilidade	 de	 fazer	 uma	 conexão	 de	 ideias	 para</p><p>chegar	à	resposta.</p><p>Pense	no	 tecido	conjuntivo	do	corpo	humano:	uma	das	principais	 funções	é</p><p>de	sustentar	todos	os	outros	tecidos.	Ele	mantém	todo	mundo	no	lugar	para	que</p><p>os	outros	órgãos	e	sistemas	possam	trabalhar	direito.</p><p>Nessa	analogia,	os	conhecimentos	que</p><p>você	aprende	em	sala	de	aula	são	os</p><p>órgãos.	Mas	eles	precisam	estar	disponíveis,	no	lugar	certo	e	na	hora	certa,	para</p><p>você	conseguir	acessá-los	e	encontrar	a	resposta.	E	quem	vai	garantir	isso	é	a	sua</p><p>habilidade	 de	 pensar	 fora	 da	 caixa	 e	 conectar	 todas	 essas	 ideias.	 A	matriz	 de</p><p>referência	deixa	claro	isso	nos	eixos	cognitivos	II	e	III:</p><p>II.	 Compreender	 fenômenos	 (CF):	 construir	 e	 aplicar	 conceitos	 das	 várias</p><p>áreas	do	conhecimento	para	a	compreensão	de	fenômenos	naturais,	de	processos</p><p>histórico-geográficos,	da	produção	tecnológica	e	das	manifestações	artísticas.</p><p>III.	 Enfrentar	 situações-problema	 (SP):	 selecionar,	 organizar,	 relacionar,</p><p>interpretar	dados	e	 informações	 representados	de	diferentes	 formas,	para	 tomar</p><p>decisões	e	enfrentar	situações-problema.</p><p>Esses	 são	 só	 dois	 dos	 vários	momentos	 em	que	 a	matriz	 deixa	 claro	 que	 o</p><p>ENEM	 vai	 cobrar	 não	 só	 conteúdos	 de	 sala	 de	 aula,	 mas	 a	 habilidade	 de</p><p>relacioná-los	com	situações	do	dia	a	dia.</p><p>Se	você	já	fez	provas	anteriores,	sabe	bem	do	que	eu	estou	falando:	não	tem</p><p>questão	 completamente	 teórica.	 Tudo,	 absolutamente	 tudo,	 é	 contextualizado.</p><p>http://portal.inep.gov.br/matriz-de-referencia</p><p>http://portal.inep.gov.br/educacao-basica/encceja/matrizes-de-referencia</p><p>Vão	 te	 dar	 o	 nome	 de	 um	 autor,	 uma	 corrente	 filosófica,	 um	 experimento</p><p>científico...	coisas	da	vida	real.</p><p>E,	 se	 você	 já	 ouviu	 falar	 daquele	 autor,	 corrente	 filosófica	 ou	 experimento</p><p>científico	antes,	nem	que	tenha	sido	por	alto,	já	sai	à	frente:	vai	precisar	de	muito</p><p>menos	esforço	para	relacionar	as	ideias	e	encontrar	a	resposta.</p><p>Uma	questão	do	ENEM	2017	 trazia	 um	 texto	 de	 José	Saramago	 (sim,	 esse</p><p>mesmo	que	eu	sugeri	no	capítulo	anterior).	Se	você	já	tivesse	lido	alguma	coisa</p><p>de	Saramago,	batia	o	olho	no	texto	e	já	sabia	que	era	dele.	E	aí	nem	precisava	ler</p><p>o	texto	inteiro	para	entender	o	que	o	enunciado	pedia.</p><p>Resultado:	 você	 ganhava	 tempo	 para	 aplicar	 nas	 questões	 que	 realmente</p><p>exigiam	mais	dedicação.</p><p>Mas	de	volta	à	matriz	de	referência.	Ela	é	dividida	em	5	eixos	cognitivos.	São</p><p>essas	 as	 habilidades	 que	 o	 ENEM	 vai	 exigir	 de	 você	 em	 todas	 as	 áreas	 do</p><p>conhecimento.</p><p>Nas	matérias	 específicas	 (Linguagens,	Matemática,	 Ciências	 da	Natureza	 e</p><p>Ciências	 Humanas),	 temos	 uma	 série	 de	 competências	 que	 o	 aluno	 deve	 ser</p><p>capaz	de	desenvolver,	divididas	em	tabelas.</p><p>Lembrando	que	a	matriz	tem	textos	bem	gerais,	então	não	dá	para	você	guiar</p><p>os	 seus	 estudos	 apenas	 por	 ela.	Mas	 ler	 esse	 documento	 ao	menos	 uma	 vez	 é</p><p>super	 importante	 para	 garantir	 que	 você	 e	 o	 ENEM	 estão	 na	 mesma	 página.</p><p>Essas	 competências	 e	 eixos	 cognitivos	vão	 ficar	 lá	 no	 fundo	da	 sua	 cabeça,	 e,</p><p>conforme	 você	 for	 estudando	 ao	 longo	 do	 ano,	 vai	 conseguir	 relacionar	 os</p><p>conteúdos	que	aprender	com	as	exigências	da	matriz.</p><p>Mas	 agora	 vem	 a	 mágica!	 A	 matriz	 de	 referência	 não	 tem	 só	 essas</p><p>informações	genéricas.	Ela	tem	um	espaço	incrivelmente	mágico	chamado:</p><p>ANEXO</p><p>O	anexo	 é	 incrível.	 Se	você	 está	 querendo	 saber	 se	 o	 seu	plano	de	 estudos</p><p>aborda	tudo	que	o	ENEM	potencialmente	pode	cobrar,	este	espaço	é	para	você!</p><p>Tem	 tudo	 no	 anexo.	 Todos	 os	 conhecimentos	 práticos	 que	 o	 ENEM	 pode</p><p>cobrar	nas	questões.	Será	que	falta	estudar	alguma	coisa	de	Física?	De	Química?</p><p>Sociologia?	Dá	uma	lida	no	anexo	que	você	vai	encontrar	tudo!</p><p>É	claro	que,	se	você	estiver	com	um	prazo	apertado,	não	vai	dar	para	revisar</p><p>tudo,	 porque	 é	 muita	 coisa	 mesmo.	 Nesse	 caso,	 é	 melhor	 estudar	 aquilo	 que</p><p>definitivamente	mais	 caiu	 nas	 provas	 anteriores	 para	 evitar	 perder	 tempo	 com</p><p>assuntos	pouco	cobrados.</p><p>Mas	o	que	mais	cai	no	ENEM?	O	portal	Guia	do	Estudante	tem	uma	análise</p><p>detalhada	em	porcentagem	do	que	mais	caiu	nos	exames	de	2009	a	2017:</p><p>https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/veja-os-conteudos-mais-</p><p>cobrados-no-enem-nos-ultimos-8-anos/</p><p>https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/veja-os-conteudos-mais-cobrados-no-enem-nos-ultimos-8-anos/</p><p>RESUMINDO:</p><p>A	matriz	de	referência	 tem	todas	as	regras	do	 jogo.	Ela	diz	que	habilidades</p><p>são	 esperadas	 do	 aluno,	 e	 já	 dá	 o	 tom	das	 questões	 que	 serão	 cobradas.	 Todo</p><p>aluno	deve	ser	o	documento	 inteiro	ao	menos	uma	vez	para	entender	o	 tipo	de</p><p>prova	com	que	ele	está	lidando.</p><p>A	matriz	é	dividida	em	competências	e	habilidades.	Cada	área	(Matemática,</p><p>Linguagens,	Humanas	e	Ciências	da	Natureza)	possuem	habilidades	específicas</p><p>referentes	a	cada	uma.</p><p>No	anexo	da	matriz	de	referência,	constam	todos	os	conteúdos	que	o	ENEM</p><p>pode	cobrar	na	prova.	É	uma	boa	forma	de	avaliar	o	que	você	já	estudou	e	o	que</p><p>ainda	falta	estudar.</p><p>O	ENEM	está	mais	conteudista?</p><p>É	 uma	 tendência:	 parece	 que	 o	 ENEM	 está	 cobrando	 dos	 alunos	 cada	 vez</p><p>mais	 conteúdos	 específicos.	 Menos	 e	 menos	 questões	 podem	 ser	 respondidas</p><p>somente	com	interpretação	de	texto.</p><p>Mas	será	mesmo?</p><p>Bem...	em	parte	isso	é	verdade.	Se	você	olhar	uma	prova	do	ENEM	2010	e</p><p>compará-la	com	a	do	ENEM	2018,	vai	ver	que	no	último	ano	 teve	muito	mais</p><p>questões	que	exigiam	um	conhecimento	aprofundado	do	aluno.	Hibridização	do</p><p>carbono,	por	exemplo,	é	conteúdo	específico	demais.	Ou	o	aluno	sabe	ou	ele	não</p><p>sabe.	Não	tem	meio-termo.</p><p>Mas	a	boa	notícia	é	que	essas	questões	ainda	são	minoria.	Vamos	torcer	para</p><p>continuar	 assim,	 senão	 em	 2019	 ou	 2020	 o	 ENEM	 vai	 realmente	 virar	 um</p><p>vestibular	tradicional.</p><p>É	como	eu	falei	antes:	podem	até	estar	cobrando	mais	conteúdos	específicos</p><p>(e	estão,	sim),	mas	na	maioria	das	vezes	pode	ser	a	sua	capacidade	de	relacioná-</p><p>los	 entre	 si	 que	 garante	 o	 seu	 acerto.	 Eu	mesmo	 acertei	 várias	 de	Humanas	 e</p><p>Ciências	 da	 Natureza	 sem	 saber	 o	 conteúdo	 do	 jeito	 “certo”.	 Vou	 falar	 isso</p><p>melhor	no	capítulo	analisando	a	prova	de	2018.</p><p>E	aqui	entra	a	palavra	chave	para	você	que	quer	fazer	o	ENEM:	repertório.</p><p>Quando	 digo	 repertório,	 quero	 dizer	 tudo.	 Absolutamente	 tudo	 que	 você</p><p>aprendeu	 na	 vida	 vai	 ser	 útil	 para	 selecionar,	 organizar,	 relacionar,	 interpretar</p><p>(exatamente	o	que	consta	na	matriz	de	referência).</p><p>Viu	um	documentário	sobre	a	Segunda	Guerra	Mundial?	Ele	pode	ser	útil	em</p><p>uma	questão	sobre	Getúlio	Vargas.</p><p>Viu	aquele	vídeo	do	VSauce	que	te	faz	pensar	se	o	vermelho	que	eu	vejo	é</p><p>igual	ao	vermelho	que	você	vê	(esse	vídeo	é	ótimo,	a	propósito)?	Vai	te	ajudar</p><p>em	uma	questão	sobre	células	receptoras	nos	olhos.</p><p>Aprendeu	 sobre	 fotografia	 em	 uma	 palestra	 aleatória	 que	 o	 YouTube	 te</p><p>recomendou?	Vai	ser	útil	em	uma	questão	sobre	teoria	das	cores.</p><p>Leu	sobre	distúrbios	do	sono	numa	revista?	Pode	te	ajudar	em	uma	questão</p><p>sobre	regulação	hormonal.</p><p>E	 assim	 vai.	 É	 surpreendente	 como	 assuntos	 aparentemente	 desconexos</p><p>podem	 te	 ajudar	 em	 uma	 situação	 prática.	 Ainda	 mais	 em	 uma	 prova	 que</p><p>valoriza	essa	associação	de	ideias.</p><p>E	 sabe	 por	 quê?	 Porque,	 diferentemente	 de	 alguns	 vestibulares,	 o	 ENEM</p><p>valoriza	o	conhecimento	aplicado	na	vida	real.	E	tudo	que	você	aprende	fora	do</p><p>ambiente	tradicional	de	cursinho,	de	uma	forma	ou	de	outra,	é	o	conhecimento</p><p>da	vida	real!</p><p>É	 claro	 que	 nem	 sempre	 é	 tão	 direto	 assim.	 “Estudar”	 dessa	 forma	 que	 eu</p><p>estou	 te	 propondo	 é	 algo	 bem	 mais	 subjetivo,	 bem	 menos	 “exato”.	 Então	 é</p><p>natural	 que	 você	 se	 sinta	 meio	 perdido	 caso	 venha	 uma	 questão	 sobre	 um</p><p>conteúdo	que	 você	 não	 estudou	do	 jeito	 “tradicional”.	A	primeira	 impressão	 é</p><p>você	achar	que	está	perdido,	que	não	sabe	responder.	Mas	quer	saber?	Se	você</p><p>tem	um	repertório	variado,	sempre	dá	para	ter	uma	mínima	noção,	por	mais	vaga</p><p>que	 ela	 seja.	E	 tem	 alguma	 coisinha	 bem	 lá	 no	 fundo	 da	 sua	mente	 te	 diz:	 “a</p><p>resposta	certa	é	‘B’”.	E	muitas	vezes	é	mesmo.</p><p>Sinceramente...	 se	 eu	 fosse	 te	 contar	 exatamente	 o	 que	 se	 passa	 dentro	 da</p><p>minha	cabeça	enquanto	eu	estou	fazendo	as	questões	do	ENEM,	você	iria	ficar</p><p>muito	 decepcionado	 comigo.	Algumas	 das	 associações	 que	 eu	 faço	 são	muito,</p><p>muito,	muito	 ridículas:	 “Ah,	 talvez</p><p>seja	 isso	 porque	 eu	me	 lembro	 de	 que	 em</p><p>algum	momento	da	minha	vida	eu	vi	que	A	se	relacionava	com	B,	então	J	deve</p><p>ter	relação	com	Y,	logo	a	resposta	é	‘C’”.</p><p>É	bem	absurdo,	mas	funciona.</p><p>Eu	evito	falar	dessas	associações	nos	vídeos	do	meu	canal	por	dois	motivos</p><p>principais:</p><p>1.	 Eu	 não	 consigo	 reproduzir	 em	 palavras	 as	 coisas	 que	 se	 passam	 na</p><p>minha	cabeça.	São	meio	doidas	demais.</p><p>2.	 Caso	eu	conseguisse	colocar	em	palavras,	quem	me	assistisse	teria	um</p><p>sentimento	negativo	a	meu	 respeito:	 “Ah,	 ele	 acertou	a	questão	no	chute!</p><p>Ele	não	sabia	realmente	a	matéria!	Foi	sorte!”</p><p>E	 sim...	 muitas	 das	 questões	 que	 eu	 acerto	 não	 são	 por	 ter	 estudado</p><p>especificamente	 a	 matéria.	 Faz	 4	 anos	 que	 eu	 não	 estudo	 especificamente	 a</p><p>matéria.	Mas,	se	eu	consegui	manter	um	nível	alto	de	acertos	em	2016,	2017	e</p><p>2018,	tem	alguma	coisa	aí	que	funciona,	não	é	mesmo?</p><p>Como	 eu	 estou	 sempre	 lendo,	 aprendendo	 e	 me	 informando,	 isso	 é	 uma</p><p>constante	 prática	 de	 interpretação	 de	 texto	 e	 ampliação	 de	 repertório.	 E</p><p>repertório	é	mais	da	metade	do	caminho	andado.</p><p>Minha	dica	para	você	que	quer	 estudar	para	o	ENEM:	 seja	 curioso.	Queira</p><p>aprender.	 Não	 importa	 se	 parece	 um	 assunto	 aleatório,	 mas	 nunca	 deixe	 de</p><p>querer	aprender.</p><p>E	isso	não	vale	só	para	o	ENEM.	É	para	a	vida.	Responda	com	sinceridade:</p><p>com	quem	você	vai	querer	sair	para	conversar	num	sábado	à	noite?	Com	alguém</p><p>que	só	sabe	falar	de	futebol,	futebol	e	futebol	ou	com	alguém	que	conhece	um</p><p>pouquinho	de	 tudo?	Que	vai	 te	 fazer	 pensar,	 que	 vai	 te	 contar	 algo	 novo,	 que</p><p>realmente	se	interessa	por	aquilo	que	você	tem	a	dizer.</p><p>Qual	conversa	vai	ser	mais	significativa?</p><p>A	 não	 ser	 que	 você	 seja	 absolutamente	 fanático	 por	 futebol,	 a	 resposta</p><p>provavelmente	vai	ser	a	segunda	pessoa.</p><p>Porque	aprender	coisas	novas,	acredite	você	ou	não,	é	divertido.	O	problema</p><p>é	que	nós	associamos	a	palavra	“estudo”	ao	ambiente	de	sala	de	aula.	E	quantos</p><p>de	 nós	 tivemos	 uma	 experiência	 super	 incrível	 em	 sala	 de	 aula?	 Acho	 difícil</p><p>achar	alguém...</p><p>Sobre	isso,	 tem	uma	palestra	do	TED	muito	interessante	sobre	como	vai	 ter</p><p>que	ser	o	profissional	do	futuro.	Vou	deixar	o	 link	caso	você	queira	dar	uma</p><p>olhada:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=9G5mS_OKT0A</p><p>Vai	ser	cada	vez	mais	exigida	uma	visão	holística	dos	profissionais.	Não	vai</p><p>poder	 mais	 haver	 “caixinhas”	 de	 Exatas	 e	 Humanas.	 O	 mundo	 atual	 (e	 o</p><p>mercado)	valoriza	cada	vez	mais	os	profissionais	que	não	só	entendem	da	área</p><p>em	que	se	 formaram,	mas	 também	sabem	como	ela	se	 relaciona	com	as	outras</p><p>áreas.	Que	pensam	além.</p><p>Como	 dito	 na	 palestra,	 vão	 ser	 valorizadas	 habilidades	 comportamentais,	 e</p><p>não	mais	técnicas.	Habilidades	inerentes	a	quem	tem	a	curiosidade	de	aprender,</p><p>de	 inovar.	 A	 quem	 tem	 flexibilidade	 para	 trabalhar	 em	 equipe,	 a	 quem	 está</p><p>aberto	a	novos	olhares,	a	novos	pontos	de	vista.	A	quem	não	tem	medo	de	errar.</p><p>E	 esse	mindset	 (você	 vai	 ouvir	 essa	 palavra	 bastante)	 vai	 ser	 o	 diferencial</p><p>entre	o	profissional	bem-sucedido	e	o	mediano.</p><p>Cabe	a	você	decidir	qual	quer	ser.</p><p>Então	esse	“novo”	método	de	estudo	que	eu	estou	te	propondo	não	é	só	para</p><p>passar	no	ENEM	e	entrar	na	faculdade.	É	muito	mais	que	 isso.	É	para	você	se</p><p>dar	bem	no	curso,	para	aproveitar	ao	máximo	o	que	ele	tem	a	te	oferecer.	É	para</p><p>te	estimular	a	nunca	ficar	parado,	a	não	se	contentar	com	o	que	é	ensinado	em</p><p>sala	de	aula.	Para	que,	depois	de	formado,	você	seja	um	profissional	competitivo</p><p>no	mercado	e	conquiste	os	seus	sonhos.</p><p>Só...	não	fique	parado,	ok?	Continue	a	nadar,	continue	a	nadar.</p><p>Segue	 abaixo	 uma	 lista	 de	 canais	 do	YouTube	 que	 eu	 acompanho.	Alguns</p><p>não	têm	conteúdos	diretamente	relacionados	ao	ENEM,	mas	pode	ter	certeza	de</p><p>que	ao	menos	alguma	coisa	nova	você	vai	aprender.</p><p>E,	mesmo	 que	 você	 não	 chegue	 a	 usar	 no	 ENEM,	 e	mesmo	 que	 ganhe	 na</p><p>loteria	 e	 nunca	 mais	 precise	 trabalhar,	 ao	 menos	 você	 vai	 ter	 assunto	 para	 a</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=9G5mS_OKT0A</p><p>próxima	 reunião	 de	 família.	 Quando	 a	 sua	 tia	 perguntar	 sobre</p><p>namoradinhas/namoradinhos,	mude	de	 assunto	 e	 conte	 o	 que	 acontece	 se	 você</p><p>soltar	um	elefante	de	um	arranha-céu:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=f7KSfjv4Oq0</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=f7KSfjv4Oq0</p><p>Canais	para	ampliar	o	repertório:</p><p>►	Quadro	em	Branco:	https://www.youtube.com/quadroembranco</p><p>►	Nerdologia:	https://www.youtube.com/user/nerdologia</p><p>►	Canal	Nostalgia:	https://www.youtube.com/user/fecastanhari</p><p>►	Manual	do	Mundo:</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCKHhA5hN2UohhFDfNXB_cvQ</p><p>►	Antídoto:</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCMlX_MlK7s53AjQdI7uSiyQ</p><p>►	Mimimidias:</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCg0CfiR_iKjBOYgeHps17BA</p><p>►	Veritasium:	https://www.youtube.com/user/1veritasium</p><p>►	VSauce	(os	vídeos	antigos):	https://www.youtube.com/user/Vsauce</p><p>►	SciShow:	https://www.youtube.com/user/scishow</p><p>►	Smarter	Everyday:	https://www.youtube.com/user/destinws2</p><p>►	Periodic	Videos:	https://www.youtube.com/user/periodicvideos</p><p>►	Numberphile:	https://www.youtube.com/user/numberphile</p><p>►	Fuse	School:	https://www.youtube.com/user/virtualschooluk</p><p>►	Kurzgesagt	:	https://www.youtube.com/user/Kurzgesagt</p><p>E	 é	 claro	 que	 existem	 outros	milhares	 de	 canais	 sobre	 outros	milhares	 de</p><p>temas.	O	importante	aqui	é	nunca	deixar	de	aprender,	seja	o	que	for!</p><p>RESUMINDO:</p><p>https://www.youtube.com/quadroembranco</p><p>https://www.youtube.com/user/nerdologia</p><p>https://www.youtube.com/user/fecastanhari</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCKHhA5hN2UohhFDfNXB_cvQ</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCMlX_MlK7s53AjQdI7uSiyQ</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCg0CfiR_iKjBOYgeHps17BA</p><p>https://www.youtube.com/user/1veritasium</p><p>https://www.youtube.com/user/Vsauce</p><p>https://www.youtube.com/user/scishow</p><p>https://www.youtube.com/user/destinws2</p><p>https://www.youtube.com/user/periodicvideos</p><p>https://www.youtube.com/user/numberphile</p><p>https://www.youtube.com/user/virtualschooluk</p><p>https://www.youtube.com/user/Kurzgesagt</p><p>O	ENEM	está	 ficando	mais	 difícil	 a	 cada	 ano,	mas	 ainda	 é	 essencialmente</p><p>uma	prova	bem	menos	conteudista	que	os	vestibulares	 tradicionais.	Muitas	das</p><p>questões	ainda	podem	ser	resolvidas	por	interpretação	de	texto	ou	com	base	em</p><p>um	repertório	amplo	e	diferenciado.</p><p>Os	 raciocínios	 exigidos	 pelo	 ENEM	 tornaram-se	 mais	 complexos.	 É</p><p>necessário	 agora	 pensar	 mais	 para	 chegar	 na	 resposta.	 Quanto	 mais</p><p>conhecimentos	diversos	você	tiver,	maiores	as	chances	de	pensar	fora	da	caixa	e</p><p>encontrar	a	resposta	mais	rápido	que	os	outros.</p><p>Tudo	 é	 repertório.	 Da	 próxima	 vez	 que	 vir	 um	 filme,	 lembre-se	 de	 que	 o</p><p>mínimo	detalhe	em	uma	cena	pode	ser	útil	na	hora	da	prova.	Então	não	se	culpe</p><p>demais	por	estar	“perdendo	tempo”.	Nada	é	perda	de	tempo.	Relaxe	e	aproveite</p><p>o	filme.</p><p>Um	breve	comentário	sobre	o	ENEM	2018</p><p>Na	prova	de	Exatas	 (Matemática	e	Ciências	da	Natureza)	de	2018,	 tivemos</p><p>questões	de	um	nível	de	dificuldade	nunca	antes	visto.	Houve	até	gente	dizendo</p><p>que	algumas	envolveram	assuntos	de	Ensino	Superior.	E	é	verdade!	Teve	uma</p><p>de	Química	(substituição	nucleofílica)	que	era	de	um	nível	absurdo	para	alunos</p><p>do	Ensino	Médio.</p><p>Mas	 sabe	 o	 que	 é	 pior?	A	maioria	 das	 questões	 difíceis	 foi	 difícil	na	dose</p><p>certa	para	que	a	gente	não	pudesse	reclamar.</p><p>Explico:	 as	 questões	 foram	 incrivelmente	 difíceis,	 sim.	 Exigiram	 linhas	 de</p><p>raciocínio	 muito	 complexas,	 quase	 impossíveis	 de	 serem	 feitas	 em	 3	 minutos</p><p>(daí	 a	 importância	 do	 repertório	 para	 acelerar	 o	 processo).	 Mas	 todos	 os</p><p>elementos	necessários	para	resolvê-las	eram	de	Ensino	Médio.</p><p>Vamos	 ver	 uma	 questão	 de	 Biologia	 (sobre	 fotossíntese)	 que,	 apesar	 de	 o</p><p>texto	base	ser	de	nível	superior,	exigia	conhecimentos	de	conversão	de	energia,</p><p>ciclo	 do	 carbono	 e	 fotossíntese.	 Tudo	 que	 supostamente	 é	 visto	 no	 Ensino</p><p>Médio.</p><p>Era	 uma	 questão	 assustadoramente	 difícil,	 mas	 que	 infelizmente	 tinha	 o</p><p>direito	de	estar	ali,	no	Exame	Nacional	do	Ensino	Médio.	Não	vamos	entrar	no</p><p>mérito	 de	 o	 ENEM</p>

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