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<p>de homeostase do</p><p>organismo, podendo ser provocado por agentes físicos, psicológicos e/ou sociais. O contexto de alto</p><p>rendimento exige muito dos seus atletas, o que aumenta a probabilidade de estresse físico neste meio,</p><p>pois nele existe uma grande pressão e exigência somada à intensidade e ao volume dos treinamentos.</p><p>HOMEOSTASE</p><p>A homeostase (do grego homeo = “mesmo” e stasis = “estático”) indica a condição de estabilidade</p><p>fisiológica necessária que o organismo realize suas funções adequadamente, a fim de manter o</p><p>corpo em equilíbrio.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>De forma geral, pode-se entender o estresse como um desgaste causado por uma tensão, cujas</p><p>características englobam a intolerância, a desadaptação e a falta de habilidades para lidar com as</p><p>exigências psíquicas do dia a dia. Além disso, tem como uma de suas principais consequências a</p><p>javascript:void(0)</p><p>redução do desempenho – algo que, no alto rendimento, é o mais exigido. Dentre as consequências</p><p>observadas, inclui-se o aumento da excitabilidade, irritabilidade, agressividade e sensibilidade.</p><p>Basicamente, o corpo do sujeito fica preparado para que ele esteja sempre na defensiva, pronto para</p><p>enfrentar qualquer possível ameaça.</p><p>Existem dois tipos de manifestação do estresse, conhecidos como eustresse e distresse.</p><p>O eustresse refere-se a uma manifestação positiva do estresse, cujos estímulos acabam por atuar de</p><p>maneira benéfica na vida do indivíduo. Em outras palavras, é o tipo de estresse que está relacionado à</p><p>boa adaptação do sujeito às situações estressantes, em que sentimentos de superação de desafios,</p><p>contentamento e realização se fazem presentes.</p><p></p><p>O distresse, por sua vez, refere-se a uma manifestação negativa do estresse, envolvendo sintomas</p><p>como irritabilidade, medo, tristeza e nervosismo. Apesar de as duas formas de estresse provocarem as</p><p>mesmas reações em nível fisiológico, elas se diferenciam quanto à resposta que ocasionam no atleta.</p><p>Sendo assim, é possível afirmar que há atletas que se adaptam bem ao contexto do alto rendimento e</p><p>há os que encontram certa dificuldade nessa adaptação, devido às altas exigências, pressão e busca</p><p>constante pelo melhor desempenho.</p><p>Outras duas diferenciações quanto ao estresse são pontuadas por Selye (1974): o estresse de</p><p>sobrecarga e o estresse de monotonia. Trazendo para o âmbito esportivo, podemos dizer que o</p><p>estresse de sobrecarga refere-se à quando o atleta sofre uma redução no desempenho ocasionada pela</p><p>exposição prolongada a excessivas exigências psíquicas, com as quais não consegue lidar. O estresse</p><p>de monotonia, por sua vez, refere-se à situação em que o indivíduo é exposto a exigências que estão</p><p>muito abaixo do que sua estrutura psíquica demanda.</p><p>Há, ainda, a diferenciação proposta por Couto (1987) no que tange à duração do estresse. Nesse caso,</p><p>haveria o estresse do tipo agudo e o estresse do tipo crônico. O agudo refere-se a uma breve</p><p>manifestação do estresse, cujos impactos para a saúde do indivíduo são menores. Já o crônico é</p><p>caracterizado pelo estresse que perdura por três ou mais semanas, podendo trazer sérias</p><p>consequências para a saúde do atleta.</p><p>LIDANDO COM A ANSIEDADE E COM O</p><p>ESTRESSE NO ALTO RENDIMENTO</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Uma das demandas que o psicólogo do esporte encontra ao trabalhar no contexto do alto rendimento é</p><p>a de lidar com a ansiedade e o estresse que os atletas sofrem. Dentre as estratégias mais conhecidas</p><p>para tratar essas questões, podemos citar aqui a técnica da respiração diafragmática, a Grounding, a</p><p>imagética, o relaxamento muscular progressivo e a prática do Mindfulness.</p><p>A técnica da respiração diafragmática, quando inserida na rotina do atleta, pode ser muito benéfica para</p><p>amenizar os sintomas da ansiedade. Isso acontece porque, ao levar o ar para a região do abdômen,</p><p>estando com a postura adequada, o ar circula melhor pelo corpo, o que permite a regulação dos</p><p>batimentos cardíacos e promove a sensação de relaxamento.</p><p>Fonte: OpenStax College/Wikimedia commons/ CC 3.0</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>A técnica Grounding, também conhecida como “técnica 5-4-3-2-1”, consiste em fazer o atleta focar no</p><p>momento presente, praticando a atenção plena. Ela utiliza os cinco sentidos do corpo humano (visão,</p><p>audição, tato, olfato e paladar) para levar o atleta a se concentrar no aqui e agora, tirando o foco de</p><p>preocupações com as incertezas futuras e trazendo sua atenção para aquilo que está a sua volta; para o</p><p>que ele pode ver, ouvir e sentir através do tato, do olfato e do paladar.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>A técnica da imagética consiste em fazer o atleta projetar mentalmente as situações que lhe causam</p><p>ansiedade, de maneira a evocar todas as sensações e emoções que essas ocorrências causam, e se</p><p>imaginar lidando eficazmente com cada uma delas. Essa técnica é eficaz para o manejo da ansiedade</p><p>porque permite que o atleta ensaie mentalmente essas situações, de maneira a se preparar para lidar</p><p>com elas quando, de fato, estiver enfrentando-as.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>A técnica do relaxamento muscular progressivo ajuda a amenizar a tensão muscular, que é uma das</p><p>manifestações da ansiedade e do estresse. Essa técnica consiste em fazer com que o atleta, deitado,</p><p>faça exercícios de contração e descontração em cada grupamento muscular.</p><p>Começando pelas pontas dos pés, o atleta deverá progredir, lentamente, no movimento de contração e</p><p>descontração, até que se chegue à região da cabeça. É importante que os músculos faciais também</p><p>estejam inclusos nesse processo de contração e descontração, visto que algumas pessoas acumulam a</p><p>tensão em regiões como a testa, ao lado dos olhos e mesmo na região da mandíbula e do maxilar.</p><p>A prática do Mindfulness tem se mostrado benéfica para a ansiedade por permitir que o atleta tire o foco</p><p>dos pensamentos automáticos, principalmente os que se direcionam para as incertezas e preocupações</p><p>do futuro, fazendo com que foque no momento presente, no aqui e agora. Essa prática está muito</p><p>associada à meditação, porém, é importante destacar que sua prática vai muito além de você se sentar</p><p>na posição de lótus, fechar os olhos e meditar.</p><p>O termo Mindfulness significa atenção plena. Sendo assim, essa prática consiste em você levar sua</p><p>atenção para aquilo que está fazendo no momento presente. Você pode praticá-la quando estiver</p><p>tomando banho, fazendo comida e até mesmo escovando os dentes.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Quando falamos do contexto esportivo, é importante adaptarmos essas práticas de acordo com a rotina</p><p>do atleta. Deste modo, ele pode praticar o Mindfulness quando estiver em qualquer atividade cotidiana e</p><p>até mesmo quando estiver se exercitando na academia. Basta que ele leve sua atenção para cada</p><p>detalhe que envolva a situação na qual se encontra. Por exemplo, se ele estiver correndo, deve-se ater</p><p>às movimentações que o corpo faz, à sincronia dos movimentos e às sensações envolvidas nessa</p><p>atividade.</p><p>É justamente esse manejo do foco atencional que permite que o atleta se concentre no que é realmente</p><p>importante no momento, naquilo que ele está fazendo agora, sem deixar que os pensamentos</p><p>automáticos disfuncionais tomem conta e acabem por interferir negativamente em seu desempenho.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A ANSIEDADE É UM FENÔMENO COMUM A TODOS OS SERES HUMANOS</p><p>QUE, EM NÍVEIS ELEVADOS, PODEM ACABAR INTERFERINDO</p><p>NEGATIVAMENTE NA VIDA DO INDIVÍDUO. PARA EXPLICAR SOBRE O</p><p>SURGIMENTO DA ANSIEDADE, EXISTEM SEIS TEORIAS. ASSINALE A</p><p>ALTERNATIVA QUE CORRESPONDA A QUAIS TEORIAS SÃO ESSAS:</p><p>A) Teoria da Inversão, Teoria do Impulso, Teoria da Catástrofe, Teoria do U Invertido, Teoria da</p><p>Ansiedade Multidimensional e Teoria IZOF</p><p>B) Teoria Pulsional, Teoria da Impulsão, Teoria Catastrófica, Teoria do U Invertido e Teoria IZOF</p><p>C) Teoria IZA, Teoria da Inversão, Teoria do U Invertido, Teoria da Ansiedade Multifacetária, Teoria</p><p>Catastrófica e Teoria Pulsional</p><p>D) Teoria da Impulsão, Teoria IZA, Teoria da Catástrofe, Teoria Invertida, Teoria da Ansiedade</p><p>Dimensional, Teoria do U Invertido</p><p>E) Teoria Invertida, Teoria IZOAF, Teoria da Ansiedade Multimodal, Teoria do U Invertido, Teoria do</p><p>Impulso e Teoria Catastrófica</p><p>2. O ESTRESSE PODE SER ENTENDIDO COMO UM CONJUNTO DE REAÇÕES</p><p>QUE ALTERAM OS NÍVEIS DE HOMEOSTASE DO ORGANISMO. AO LONGO DO</p><p>MÓDULO, VOCÊ VIU QUE EXISTEM ALGUMAS DEFINIÇÕES QUANTO AO</p><p>CONCEITO DE ESTRESSE. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDA</p><p>AOS TIPOS DE ESTRESSE QUE VOCÊ ESTUDOU AO LONGO DESTE MÓDULO:</p><p>A) Eustresse, distresse, estresse de invariabilidade, estresse de acúmulo, eustresse agudo e distresse</p><p>crônico</p><p>B) Estresse de invariabilidade, estresse de acúmulo e endoestresse, exoestresse</p><p>C) Estresse de invariabilidade, estresse de sobrecarga, eustresse agudo e eustresse crônico</p><p>D) Eustresse, distresse, estresse de sobrecarga, estresse de monotonia, estresse agudo e estresse</p><p>crônico</p><p>E) Endoestresse, exoestresse, estresse de sobrecarga e estresse de invariabilidade</p><p>GABARITO</p><p>1. A ansiedade é um fenômeno comum a todos os seres humanos que, em níveis elevados,</p><p>podem acabar interferindo negativamente na vida do indivíduo. Para explicar sobre o surgimento</p><p>da ansiedade, existem seis teorias. Assinale a alternativa que corresponda a quais teorias são</p><p>essas:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>As teorias que buscaram explicar o surgimento da ansiedade, de acordo com o que foi visto ao longo do</p><p>módulo, foram: Teoria da Inversão, Teoria do Impulso, Teoria da Catástrofe, Teoria do U Invertido, Teoria</p><p>da Ansiedade Multidimensional e Teoria IZOF.</p><p>2. O estresse pode ser entendido como um conjunto de reações que alteram os níveis de</p><p>homeostase do organismo. Ao longo do módulo, você viu que existem algumas definições</p><p>quanto ao conceito de estresse. Assinale a alternativa que corresponda aos tipos de estresse que</p><p>você estudou ao longo deste módulo:</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>O estresse apresenta dois tipos de manifestações, denominadas eustresse, distresse. Além disso, pode</p><p>ser diferenciado, segundo Selye (1974), como estresse de sobrecarga ou estresse de monotonia.</p><p>Quanto à duração, de acordo com Couto (1987), podemos classificar o estresse como agudo ou crônico.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Identificar a importância da ansiedade e concentração para o desempenho esportivo</p><p>ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO NO ALTO</p><p>DESEMPENHO</p><p>Certamente, você já deve ter ouvido falar sobre a importância da atenção e da concentração no contexto</p><p>esportivo. Porém, muitas pessoas referem-se a esses termos sem, de fato, entendê-los, ou mesmo</p><p>compreender de que maneira aparecem. Aqui, você entenderá sobre esses conceitos e como eles se</p><p>aplicam no âmbito esportivo. Porém, antes, é importante explicar do que se trata.</p><p>Atenção e concentração referem-se a habilidades cognitivas inerentes a todos os seres humanos.</p><p>Algumas pessoas têm essas habilidades melhor desenvolvidas, enquanto outras, nem tanto. Porém,</p><p>assim como a memória, o controle de impulsos e a velocidade de processamento podem ser</p><p>estimulados, o que traz melhorias para o desempenho, seja ele esportivo, acadêmico ou profissional.</p><p>Interessante, não é? Agora que já está familiarizado com a temática, trabalharemos mais profundamente</p><p>sobre a atenção e a concentração, entendendo melhor essas habilidades e como aparecem no contexto</p><p>esportivo.</p><p>O QUE É A ATENÇÃO?</p><p>A atenção refere-se à habilidade cognitiva que não somente direciona o foco, como seleciona quais</p><p>informações são relevantes de se reter, além de também ter a função de alerta. Em outras palavras, esta</p><p>capacidade é fundamental para que o indivíduo consiga absorver informações relevantes, o que</p><p>facilitará o processo de antecipação de uma resposta eficaz e, consequentemente, favorecerá o</p><p>desempenho.</p><p> EXEMPLO</p><p>No contexto esportivo, especificamente no futebol, podemos tomar como exemplo a posição de zagueiro para</p><p>abordar sobre a atenção e sua eficácia para o desempenho. Para que o zagueiro desempenhe bem sua</p><p>função dentro de campo, além da necessidade de possuir boas capacidades físicas, é necessário que ele</p><p>tenha uma boa leitura de jogo. Entendendo não somente sua própria posição em relação ao jogo, mas</p><p>também a de seus companheiros e, principalmente, o posicionamento dos atletas do time adversário. A partir</p><p>dessa leitura, ele poderá antecipar possíveis movimentos do grupo rival, de modo a se preparar</p><p>antecipadamente para a ação e, assim, obter alguma vantagem sobre o adversário.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Porém, sabemos que, na prática, há muito mais elementos envolvidos. Por exemplo, há os gritos dos</p><p>torcedores, as falas do treinador e de seus colegas de equipe, dentre outros diversos estímulos visuais e</p><p>auditivos que são comuns durante as partidas. Impedir que esses fatores não afetem negativamente o</p><p>desempenho, para muitos, pode não ser uma tarefa tão fácil. Para lidar com esse turbilhão de</p><p>informações, é necessário que o atleta consiga trabalhar bem todos seus tipos de atenção.</p><p>Existem diferentes tipos de atenção, para diferentes demandas. De acordo com o que foi classificado</p><p>por Muriel Lezak (1995), uma conceituada neuropsicóloga, existem quatro tipos de atenção, sendo elas:</p><p>seletiva, sustentada, dividida e alternada. Apesar desta divisão, contudo, é importante ressaltar que</p><p>ela é meramente teórica, pois nossas atividades mentais demandam o desempenho de mais de um dos</p><p>tipos de atenção.</p><p>ATENÇÃO SELETIVA</p><p>A atenção seletiva refere-se à habilidade de um indivíduo de escolher focar em um ou mais de um</p><p>estímulo em detrimento de outros não relevantes, podendo esses estímulos serem internos ou externos.</p><p>A utilização deste tipo pode contemplar diversas situações. Trazendo para o âmbito esportivo de</p><p>competição, o atleta emprega a atenção seletiva quando é orientado a ouvir uma informação e ignorar</p><p>outras, como, por exemplo, focar nas orientações do treinador em vez das indicações dos colegas de</p><p>equipe. Ou quando deve ignorar estímulos auditivos que podem interferir negativamente em sua prática,</p><p>no caso de desconsiderar as vaias da torcida para focar naquilo que precisa realizar. Ou ainda quando</p><p>precisa selecionar um único estímulo dentre outros vários, como se atentar às orientações do treinador,</p><p>inibindo os ruídos de fundo provocados pelas torcidas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>ATENÇÃO SUSTENTADA</p><p>A atenção sustentada, frequentemente, referida como “concentração”, é a habilidade de o indivíduo</p><p>manter o seu foco em um determinado estímulo, durante um período. Sabe quando você precisa manter</p><p>o foco em uma tarefa entediante? Então, você utiliza a atenção sustentada para manter o foco na tarefa</p><p>em questão. No que tange ao contexto esportivo, pensemos nas competições de xadrez, onde o atleta</p><p>precisa sustentar sua atenção no jogo por um longo período.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>ATENÇÃO DIVIDIDA</p><p>A atenção dividida refere-se à habilidade de administrar várias informações simultaneamente. Em outras</p><p>palavras, o indivíduo consegue distribuir seus recursos atencionais para responder a vários estímulos ao</p><p>mesmo tempo. Utilizemos agora o basquete como exemplo. O atleta deve ter atenção no time</p><p>adversário, no seu próprio grupo, no tempo de contato com a bola, nas orientações do treinador, no</p><p>cronômetro, enfim, em muitas coisas ao mesmo tempo. Outro bom exemplo que também podemos</p><p>utilizar aqui é o dos pilotos de Fórmula 1, que além do foco na pista, também precisam estar atentos ao</p><p>que os engenheiros falam pelo comunicador, atender às orientações dadas e manusear os comandos do</p><p>carro. Detalhe: tudo isso a mais de 300 km/h.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>ATENÇÃO ALTERNADA</p><p>Comumente confundida com a atenção dividida, a alternada refere-se à habilidade de mudar</p><p>repetitivamente o foco atencional. Sendo assim, não se trata de dividir a atenção para dar conta de</p><p>diferentes estímulos ao mesmo tempo (como é o caso da atenção dividida), mas sim alternar o foco</p><p>atencional entre um estímulo e outro de maneira repetitiva. Para exemplificar, podemos imaginar a</p><p>situação do treinador puxar um de seus laterais para passar algum tipo de informação, no meio do jogo.</p><p>Nesse caso,</p><p>o atleta precisou alternar a atenção tirando, por um momento, seu foco do jogo para</p><p>absorver as orientações do treinador e, posteriormente, voltar sua atenção para o jogo.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> ATENÇÃO</p><p>Apesar dessas diferenciações quanto aos tipos de atenção, como já mencionado anteriormente, é importante</p><p>frisar que o processamento de informações não se restringe ao uso de apenas uma categoria. Essa divisão,</p><p>como já apontado, é meramente teórica; os tipos atuam de maneira conjunta em todas as nossas atividades</p><p>mentais.</p><p>O QUE É A CONCENTRAÇÃO?</p><p>A concentração refere-se a uma habilidade cognitiva muito relacionada à atenção. Apesar de terem uma</p><p>sutil diferença, ambos os termos estão intimamente relacionados. Isso porque, a concentração envolve</p><p>utilização das atenções seletiva e sustentada. A seletiva, para selecionar o foco atencional, e a</p><p>sustentada, para manter o foco sustentado por tempo suficiente até que a tarefa seja concluída de</p><p>maneira satisfatória.</p><p>No ambiente esportivo, o nível de concentração pode sofrer queda durante uma partida, caso o atleta se</p><p>sinta de alguma maneira ameaçado pelo time adversário – já que este, eventualmente, pode se impor de</p><p>maneira extremamente agressiva em campo – ou pelo próprio treinador – quando se utiliza de falas</p><p>duras, como: “se errar, estará fora da próxima” ou “não admito erros”.</p><p>Há, ainda, o fator interno do sujeito, pois os pensamentos e crenças que o atleta tem acerca de seu</p><p>próprio desempenho, quando disfuncionais, também podem interferir nos níveis de concentração</p><p>quando ele cometer algum tipo de erro, mesmo que esse deslize seja mínimo e que sua quantidade de</p><p>acertos seja superior. A capacidade do atleta de inibir ou, ainda, de lidar corretamente com seus</p><p>pensamentos e crenças disfuncionais, mostra-se importante para a manutenção da concentração em</p><p>seu desempenho esportivo.</p><p>De acordo com Jackson e Csikszentmihalyi (1999), a concentração se configura como uma das</p><p>dimensões básicas do estado de flow. Segundo os autores, isso acontece porque a inibição de</p><p>pensamentos irrelevantes e a imersão na tarefa a ser desempenhada está relacionada a uma mente</p><p>disciplinada. Sendo assim, quanto maior for o nível de disciplina do atleta com relação ao seu grau de</p><p>concentração, melhores as condições para experienciar o flow, o que, consequentemente, irá favorecer</p><p>o desempenho esportivo.</p><p>FLOW</p><p>Estado que compreende o total envolvimento na prática, envolvendo sentimentos de prazer e de</p><p>sucesso na tarefa desempenhada.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>COMO DESENVOLVER HABILIDADES MENTAIS</p><p>NO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO?</p><p>No âmbito do alto rendimento, a intervenção psicológica consiste não somente no trabalho com o</p><p>gerenciamento das emoções, da ansiedade e do estresse, mas também no desenvolvimento de</p><p>habilidades cognitivas que favoreçam o desempenho, dentre os quais estão a atenção e a concentração.</p><p>Certamente, quando se trata dos aspectos psicológicos dos atletas, há necessidade de uma boa</p><p>javascript:void(0)</p><p>avaliação do sujeito e/ou de sua equipe, para compreender quais fatores podem estar interferindo</p><p>negativamente sobre essas questões e, assim, realizar uma intervenção adequada e eficaz.</p><p>Existem diversas técnicas e estratégias para trabalhar a atenção e a concentração dos atletas a fim de</p><p>otimizar o seu desempenho, dentre as quais podemos destacar a técnica da respiração diafragmática</p><p>consciente e a imagética.</p><p>A respiração diafragmática, por si só, já se mostra eficaz para amenizar sintomas de ansiedade.</p><p>Porém, quando falamos da prática consciente, cabe destacar que o processo envolve muito mais do</p><p>que, simplesmente, respirar.</p><p>Nessa técnica, o atleta precisa estar completamente consciente do processo da respiração, levando sua</p><p>atenção para esse percurso desde o momento em que o ar toca o seu nariz, passando pelo caminho</p><p>que percorre, até chegar à região do abdômen e pelo movimento que o corpo faz quando o ar entra e</p><p>sai. Qual a sensação desse ar? Quando tocou seu nariz, sentiu que o ar era frio ou quente? Esse ar</p><p>trouxe consigo algum aroma específico? Quais as sensações percebidas ao longo do seu corpo? A</p><p>atenção deve se voltar para cada uma dessas “etapas” da respiração.</p><p>É importante pontuar com os atletas que, eventualmente, podem surgir pensamentos aleatórios que</p><p>acabam tirando o foco da respiração. Porém, é comum que ideias surjam e, quanto mais concentrado na</p><p>prática o atleta estiver, mais rapidamente esses pensamentos serão identificados e logo poderá voltar</p><p>seu foco para a respiração.</p><p>A técnica da imagética, ou imagem mental, consiste basicamente no atleta projetar, mentalmente, uma</p><p>determinada situação ou movimento para assim treinar mentalmente sua atuação. Estudos como o de</p><p>Koehn e Diaz-Ocejo (2016) já evidenciaram que a imagética se mostra eficaz para auxiliar na</p><p>concentração de objetivos e de aspectos cruciais do desempenho.</p><p> COMENTÁRIO</p><p>Apesar da eficácia destas técnicas e estratégias, é importante levarmos em conta a identificação dos fatores</p><p>que estariam interferindo na performance do atleta, como já mencionado anteriormente. Isso ocorre porque,</p><p>ainda que essas técnicas sejam bem aplicadas e bem assimiladas, existem outros fatores-chave como a fala</p><p>do treinador, a maneira como se dirige aos atletas durante o jogo e os termos que ele utiliza. Estes são</p><p>fatores que podem comprometer a concentração em campo.</p><p>Imagine-se em uma situação parecida. Você está prestes a realizar uma prova, quando seu professor</p><p>diz algo como “espero que tenham estudado bastante, pois não peguei leve”, ou qualquer outro termo</p><p>que faça você questionar, mesmo que, por um breve momento, sua capacidade para realizar bem a</p><p>prova. Algumas pessoas podem não ser afetadas. Porém, há pessoas que são impactadas por falas</p><p>como essa, que podem trazer suas inseguranças à tona. O mesmo pode ser vivido no âmbito esportivo.</p><p>Sendo assim, não podemos ignorar os pensamentos automáticos que surgem e a maneira como eles</p><p>podem interferir na concentração e, consequentemente, no desempenho. A utilização de técnicas</p><p>tradicionais da Terapia Cognitiva Comportamental – como o Registro de Pensamentos Disfuncionais,</p><p>avaliação das evidências a favor e contra o pensamento, dentre outras – também são de grande</p><p>importância, pois ajudarão o atleta a contestar esses pensamentos de maneira que eles não interfiram</p><p>negativamente na sua prática esportiva.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A ATENÇÃO REFERE-SE A UMA HABILIDADE COGNITIVA MUITO DEMANDADA</p><p>NO ESPORTE QUE, APESAR DE AGIREM SIMULTANEAMENTE, PODE SER</p><p>DIVIDIDA EM DIFERENTES TIPOS. ASSINALE A ALTERNATIVA</p><p>CORRESPONDENTE AOS QUATRO TIPOS DE ATENÇÃO:</p><p>A) Atenção seletiva, atenção sustentada, atenção dividida e atenção alternada</p><p>B) Atenção ampla, atenção difusa, atenção dividida e atenção focada</p><p>C) Atenção difusa, atenção sustentada, atenção focada e atenção seletiva</p><p>D) Atenção dividida, atenção focada, atenção ampla e atenção alternada</p><p>E) Atenção focada, atenção difusa, atenção seletiva e atenção alternada</p><p>2. A CONCENTRAÇÃO E A ATENÇÃO SÃO HABILIDADES QUE, APESAR DE</p><p>TEREM UMA DIFERENÇA SUTIL, ESTÃO INTIMAMENTE ASSOCIADAS.</p><p>ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDA AOS TIPOS DE ATENÇÃO</p><p>ENVOLVIDAS NA CONCENTRAÇÃO:</p><p>A) Atenção ampla e atenção focada</p><p>B) Atenção dividida e atenção ficada</p><p>C) Atenção difusa e atenção focada</p><p>D) Atenção focada e atenção alternada</p><p>E) Atenção seletiva e atenção sustentada</p><p>GABARITO</p><p>1. A atenção refere-se a uma habilidade cognitiva muito demandada no esporte que, apesar de</p><p>agirem simultaneamente, pode ser dividida em diferentes tipos. Assinale a alternativa</p><p>correspondente aos quatro tipos de atenção:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>De acordo com Muriel Lezak (1995), os quatro tipos de atenção são: seletiva, sustentada, dividida e</p><p>alternada.</p><p>2. A concentração e a atenção são habilidades que, apesar de terem uma diferença sutil, estão</p><p>intimamente associadas. Assinale a alternativa que corresponda aos tipos de atenção envolvidas</p><p>na concentração:</p><p>A alternativa "E</p><p>" está correta.</p><p>A concentração envolve dois tipos de atenção, a atenção seletiva, que seleciona o foco atencional, e a</p><p>atenção sustentada, que permite a sustentação do foco por tempo suficiente.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Descrever a síndrome do Overtraining no alto desempenho</p><p>OVERTRAINING NO ALTO DESEMPENHO</p><p>Não é novidade a exigência para que os atletas aumentem constantemente o seu desempenho no alto</p><p>rendimento. Para alcançar esse objetivo, muitas vezes, acontece de a intensidade e/ou volume de treino</p><p>ultrapassarem a capacidade de recuperação do atleta.</p><p>O entendimento dessa temática é importante para quem escolhe trabalhar com o alto rendimento, pois</p><p>permite uma compreensão acerca dos fatores que, além de interferirem no desempenho, podem</p><p>também afetar a saúde mental e o bem-estar dos atletas. A seguir, você verá o que é o Overtraining,</p><p>seus tipos, suas consequências e a importância de uma recuperação adequada no contexto do alto</p><p>rendimento.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>OVERTRAINING: CARACTERIZAÇÃO</p><p>O Overtraining, também conhecido por termos como Overfatigue, Overstrain, Sobretreinamento e</p><p>Síndrome do Supertreinamento, pode ser caracterizado como um desequilíbrio psicofisiológico,</p><p>causado por níveis de estresse que ultrapassam a capacidade do atleta de se recuperar</p><p>adequadamente. Em outras palavras, é uma síndrome que envolve estressores, principalmente,</p><p>físicos, mas também psicológicos e sociais que, quando combinados com pouco tempo de</p><p>recuperação, interferem negativamente sobre o desempenho do atleta.</p><p>Dado a grande demanda que existe no contexto do alto rendimento para que o atleta tenha o melhor</p><p>desempenho possível, não é incomum a ocorrência de Overtraining, principalmente, pelo fato de que as</p><p>altas cargas são importantes para o aumento da performance esportiva. Porém, é importante alertarmos</p><p>aos riscos, pois, apesar de os clubes adotarem estratégias de monitoramento de estresse físico e</p><p>mental, a maioria consiste no autorrelato dos próprios atletas que, muitas vezes, mascaram a realidade</p><p>da dor, do estresse e mesmo da qualidade do descanso.</p><p>Com relação às exigências para que o atleta alcance o seu melhor desempenho, é importante pontuar</p><p>que estas nem sempre são feitas somente pelos treinadores. A autocobrança excessiva também pode</p><p>estimular o atleta a treinar em volume e intensidade além do adequado, o que acaba influenciando na</p><p>ocorrência do Overtraining. Essas situações são comuns devido à crença de que, quanto mais se treina,</p><p>melhor será o desempenho. Porém, o que acontece é o contrário: o treino excessivo não otimiza, mas</p><p>causa uma queda no rendimento esportivo.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Algo importante de se destacar é que, apesar de o Overtraining interferir negativamente sobre o desempenho</p><p>do atleta, essa interferência não ocorre somente no âmbito individual. Tratando-se de esporte coletivo, cada</p><p>membro tem uma função para que o objetivo final seja alcançado. Sendo assim, quando um dos membros</p><p>não consegue desempenhar bem sua tarefa, todo o grupo acaba sendo afetado.</p><p>A preocupação com relação à ocorrência dessa síndrome se dá pelo risco de o Overtraining acarretar o</p><p>afastamento tanto das atividades diárias de treinos, quanto das competições, podendo comprometer não</p><p>apenas uma temporada inteira, como abreviar carreiras de atletas com alto potencial de crescimento.</p><p>Isso acontece porque a sobrecarga física na qual o atleta se encontra, somada ao baixo nível de</p><p>recuperação, o torna mais vulnerável a sofrer contusões ou lesões durante sua prática. Essa situação</p><p>ocorre não somente com o treino das habilidades esportivas específicas da modalidade, mas também</p><p>com o treinamento muscular realizado nas academias.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>O Overtraining tem duas classificações: o crônico, caracterizado apenas como Overtraining, e o agudo,</p><p>conhecido como Overreaching. À medida que ocorre o desequilíbrio entre o estresse e a recuperação do</p><p>atleta, o Overreaching surge, durando entre uma e duas semanas. Quando se instala de forma frequente</p><p>é configurado como Overtraining, que pode persistir por meses.</p><p>Além dessas duas classificações, o Overtraining pode ainda ser caracterizado como simpático ou</p><p>parassimpático.</p><p>SIMPÁTICO</p><p>PARASSIMPÁTICO</p><p>Com relação à prevalência do Overtraining do tipo simpático, é mais comum de se observar em</p><p>modalidades esportivas de predominância anaeróbicas, ou seja, aquelas que consistem em atividades</p><p>de alta intensidade e curta duração – que se caracterizam por não utilizarem o oxigênio para a produção</p><p>de energia. Como exemplo, podemos citar as corridas de velocidade, saltos e lançamentos.</p><p>Já o Overtraining do tipo parassimpático ocorre geralmente em modalidades esportivas de</p><p>predominância aeróbica, que englobam atividades que demandam maior consumo de oxigênio,</p><p>estimulando o sistema cardiorrespiratório e vascular. Algumas modalidades que se enquadram nessa</p><p>característica são a corrida, o ciclismo e natação.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>No que se refere aos sintomas, Alves, Costa e Samulski (2006), em seu artigo de revisão, compilaram</p><p>diversos indicadores de Overtraining. Alguns desses indicadores são: alterações na frequência cardíaca,</p><p>frequência respiratória aumentada, fadiga crônica, fadiga mental constante, redução do apetite,</p><p>alterações no sono, instabilidade emocional, sensibilidade muscular, queda no desempenho, redução da</p><p>capacidade máxima de rendimento, perda da coordenação, dificuldade de concentração, entre outros.</p><p>Compreender os indicadores de Overtraining é de demasiada importância, pois quanto mais cedo for</p><p>identificado, menores serão as chances de ocorrência de contusões e/ou de lesões.</p><p>OVERTRAINING E BURNOUT: QUAL A</p><p>DIFERENÇA?</p><p>Por também apresentar sintomas de desgaste físico e mental, o Overtraining pode ser confundido com a</p><p>Síndrome de Burnout. Trata-se, porém, de acometimentos distintos e entender essa diferença é</p><p>importante para que o psicólogo possa traçar a melhor intervenção, auxiliando os atletas a manterem</p><p>sua saúde mental e o seu bem-estar na prática esportiva.</p><p>A Síndrome de Burnout é um acometimento psíquico caracterizado por um alto desgaste emocional e</p><p>cognitivo, que pode se intensificar com o tempo e, por vezes, passa despercebido. Ela é causada pelo</p><p>acúmulo de estresse e tensão por tempo prolongado, que são provocados por condições de trabalho</p><p>físicas, emocionais e psicologicamente exaustivas. Além do surgimento de aspectos como desmotivação</p><p>e frustração em decorrência desse desgaste, o indivíduo sofre também com a queda de desempenho.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Dentre os sintomas da Síndrome de Burnout, podemos destacar o excesso de cansaço físico e mental,</p><p>dificuldade de concentração, irritabilidade, dores de cabeça e dores no corpo, sentimentos de fracasso e</p><p>insegurança. A longo prazo, pode desencadear sintomas de transtornos como depressão e ansiedade. O</p><p>contexto do alto rendimento, por si só, é propício ao desenvolvimento, tanto da Síndrome de Burnout,</p><p>quanto do Overtraining. Mas, então, como diferenciá-los?</p><p>A ocorrência de Burnout, assim como a de Overtraining, se dá quando as demandas excedem a</p><p>capacidade de o indivíduo lidar com elas de maneira adequada, havendo o envolvimento de uma forte</p><p>sensação de cansaço e exaustão. Porém, quando falamos da Síndrome de Burnout, nos referimos a um</p><p>acometimento que tem como principais características o estado de tensão emocional e o estresse</p><p>crônico.</p><p>Já o Overtraining, por sua vez, tem como principal sintoma o estado de intensa exaustão muscular,</p><p>provocado pelo alto volume e alta intensidade dos treinos. Como reflexos, acaba por afetar</p><p>negativamente a saúde mental e o bem-estar emocional e social do atleta.</p><p>Algo interessante de pontuar é que, nos casos de Burnout, a prática de exercícios pode ser uma das</p><p>estratégias para lidar com a síndrome. De modo contrário, para o Overtraining, o descanso é a</p><p>recomendação principal. Porém, é importante destacar que a maneira de se lidar com a Burnout não se</p><p>restringe</p><p>à prática de exercícios. Até mesmo porque existe a ocorrência dessa síndrome no próprio</p><p>contexto esportivo.</p><p>Sendo assim, em síntese, no que se refere à Burnout, podemos dizer que seu surgimento ocorrerá</p><p>quando o atleta estiver passando por um período de grande demanda, tendo como principal</p><p>acometimento o estresse emocional e cognitivo. O Overtraining, por sua vez, ocorrerá quando a</p><p>intensidade e o volume do treino físico exceder o tempo de recuperação do atleta, estando mais</p><p>relacionado, portanto, ao desgaste físico que poderá interferir nas demais esferas da vida do atleta.</p><p>RECUPERAÇÃO NO ALTO RENDIMENTO</p><p>A recuperação dos treinos é de suma importância, principalmente, no alto desempenho. Como já vimos,</p><p>trata-se de um contexto com muitas demandas e uma alta carga de treinamento. Sendo assim, é</p><p>fundamental que haja equilíbrio entre os estressores (volume e intensidade dos treinos) e a</p><p>recuperação, de forma a evitar a ocorrência de Overtraining, possibilitando o alcance do melhor</p><p>desempenho.</p><p>No que tange à recuperação, existem fatores que são de grande importância para esse processo,</p><p>sendo: o restabelecimento do dano muscular, a reposição do estoque energético e a eliminação dos</p><p>metabólitos produzidos pela prática do exercício. Isso ocorre porque, fisiologicamente, a intensidade</p><p>está relacionada a fatores como a depleção de substrato energético, dano muscular mecânico,</p><p>inflamação e fadiga do sistema nervoso central.</p><p>Fonte: Salty View/Shutterstock.com</p><p> Jade Barbosa nas Olímpiadas 2016.</p><p>Para lidar com as consequências da alta intensidade de treino, comum no alto rendimento, muitos</p><p>métodos têm sido adotados, como massagem esportiva, liberação miofascial e crioterapia. Porém,</p><p>existem três pontos que são essenciais para uma boa recuperação:</p><p>Alimentação saudável</p><p></p><p>Repouso adequado</p><p></p><p>Sono reparador</p><p> ATENÇÃO</p><p>Dependendo do nível de Overtraining do atleta, a tentativa de compensar o cansaço com um longo período</p><p>de repouso parece não ser suficiente. Apenas em casos de Overreaching, forma mais atenuada do</p><p>Overtraining, a supercompensação do período de recuperação se mostra, de fato, eficaz.</p><p>Com relação à saúde mental, o processo de recuperação é demasiadamente importante. Dentre as</p><p>consequências de uma reabilitação não adequada, podemos citar: problemas de memória, baixa</p><p>produtividade, ansiedade, estresse e dificuldades de concentração. Uma outra consequência é o</p><p>surgimento de pensamentos automáticos disfuncionais. A falta de descanso adequado pode deixar o</p><p>atleta propício a ter pensamentos automáticos negativos ao longo do dia com relação a si mesmo, ao</p><p>seu desempenho e, até mesmo, a seu relacionamento com os outros. Além disso, é possível</p><p>identificarmos consequências a longo prazo, como insônia, depressão e diabetes.</p><p>Dentre as estratégias que podem ser utilizadas, a fim de otimizar o processo de descanso, temos</p><p>técnicas de relaxamento, como a respiração diafragmática e as práticas meditativas. Além disso,</p><p>técnicas de imagem mental voltadas para o relaxamento também se mostram eficazes. Essas</p><p>estratégias são eficientes, pois ajudam a desacelerar e a relaxar o corpo e a mente, a fim de que o atleta</p><p>consiga se preparar para o momento de dormir, de modo que a função reparadora do sono seja eficaz.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. O OVERTRAINING PODE SER CARACTERIZADO COMO UM DESEQUILÍBRIO</p><p>PSICOFISIOLÓGICO, PROVOCADO POR UM ALTO VOLUME E ALTA</p><p>INTENSIDADE NOS TREINAMENTOS COMBINADOS COM UMA RECUPERAÇÃO</p><p>INSUFICIENTE. SABENDO DAS CONSEQUÊNCIAS DO OVERTRAINING PARA A</p><p>SAÚDE MENTAL DO ATLETA, É IMPORTANTE SABER DO QUE SE TRATA ESSA</p><p>SÍNDROME, QUAIS SÃO AS SUAS CARACTERÍSTICAS, E O QUE POSSIBILITARÁ</p><p>A SUA IDENTIFICAÇÃO E INTERVENÇÃO ADEQUADA. ASSINALE A</p><p>ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A UMA DAS CARACTERÍSTICAS DO</p><p>OVERTRAINING.</p><p>A) Pode ser classificado em Overreaching (sua forma aguda) ou Overtraining (sua forma crônica).</p><p>B) Tem dois tipos: simpático e parassimpático.</p><p>C) Tem como alguns de seus sintomas a fadiga mental constante, instabilidade emocional e dificuldade</p><p>de concentração.</p><p>D) Tem como principais características o estado de tensão emocional e o estresse crônico.</p><p>E) Ocorre quando a intensidade e o volume do treino físico excedem o tempo de recuperação.</p><p>2. VIMOS O QUÃO IMPORTANTE É O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO NO ALTO</p><p>RENDIMENTO. PARA AUXILIAR OS ATLETAS NESSE PROCESSO, EXISTEM</p><p>ALGUMAS TÉCNICAS QUE O PSICÓLOGO DO ESPORTE PODE UTILIZAR.</p><p>ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDA A ALGUMAS DAS TÉCNICAS</p><p>PERTINENTES AO TRABALHO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE PARA A</p><p>RECUPERAÇÃO DOS ATLETAS:</p><p>A) Liberação miofascial, respiração e meditação</p><p>B) Relaxamento e crioterapia</p><p>C) Liberação miofascial e práticas meditativas</p><p>D) Práticas meditativas, crioterapia e respiração</p><p>E) Respiração diafragmática, práticas meditativas e imagem mental</p><p>GABARITO</p><p>1. O Overtraining pode ser caracterizado como um desequilíbrio psicofisiológico, provocado por</p><p>um alto volume e alta intensidade nos treinamentos combinados com uma recuperação</p><p>insuficiente. Sabendo das consequências do Overtraining para a saúde mental do atleta, é</p><p>importante saber do que se trata essa síndrome, quais são as suas características, e o que</p><p>possibilitará a sua identificação e intervenção adequada. Assinale a alternativa que não</p><p>corresponde a uma das características do Overtraining.</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>Apesar de o Overtraining interferir nas esferas psicológicas, emocionais e sociais da vida do atleta, sua</p><p>principal característica é o estado de intensa exaustão muscular. O estado de tensão emocional e o</p><p>estresse crônico foram pontuadas como as principais características da Síndrome de Burnout.</p><p>2. Vimos o quão importante é o processo de recuperação no alto rendimento. Para auxiliar os</p><p>atletas nesse processo, existem algumas técnicas que o psicólogo do esporte pode utilizar.</p><p>Assinale a alternativa que corresponda a algumas das técnicas pertinentes ao trabalho da</p><p>Psicologia do Esporte para a recuperação dos atletas:</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>Dentre as técnicas que cabem ao trabalho do psicólogo do esporte estão incluídas a respiração</p><p>diafragmática, as práticas meditativas e a utilização de imagens mentais voltadas para o relaxamento.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Você aprendeu sobre conceitos de atenção e concentração no contexto do alto rendimento. Conheceu</p><p>também tópicos importantes como Overtraining e recuperação, além de abordagens de aspectos como</p><p>ansiedade e estresse, assim como as estratégias para lidar com tais fatores.</p><p>Pontuamos os tipos de atenção que englobam as categorias seletiva, sustentada, dividida e alternada.</p><p>Com relação à concentração, foi apontado que essa habilidade é, basicamente, uma junção da atenção</p><p>seletiva com a sustentada.</p><p>Ao abordarmos sobre o Overtraining e a recuperação, foi possível identificar o quanto as altas</p><p>exigências, com foco no melhor desempenho, podem ser prejudiciais para a saúde não apenas física,</p><p>mas também mental do atleta. A recuperação é de suma importância na vida de todo ser vivo e, no que</p><p>tange ao contexto esportivo, cujas atividades envolvem uma alta intensidade e volume de treinamento, é</p><p>essencial que os atletas se recuperem de forma adequada. Neste ponto, além de o fator psicológico</p><p>auxiliar na identificação de distorções cognitivas e autocobrança excessiva, para que se possa intervir</p><p>em prol do bem-estar do atleta, vimos que existem estratégias para que o processo de recuperação e</p><p>descanso seja otimizado.</p><p>Por fim, também trabalhamos a temática da ansiedade e do estresse, suas definições e quais</p><p>estratégias os atletas poderiam aderir para lidar com tais aspectos, dado que podem ser</p><p>demasiadamente prejudiciais não somente para o desempenho, mas para a saúde mental e o bem-estar</p><p>do indivíduo.</p><p>FALA MESTRE</p><p>Foco, Dedicação e Determinação</p><p>Sinopse: Zico fala sobre as principais características de um vencedor e relembra o período em que</p><p>treinou com Telê Santana para a seleção brasileira.</p><p>Sinopse: Zico fala sobre as principais</p><p>características de um vencedor e relembra o período em que</p><p>treinou com Telê Santana para a seleção brasileira.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALVES, R. N.; COSTA, L. O. P.; SAMULSKI, D. M. Monitoramento e prevenção do supertreinamento</p><p>em atletas. Niterói: Rev. Bras. Med. Esporte, 2006.</p><p>COUTO, H. A. Stress e qualidade de vida dos executivos. Cop. Rio de Janeiro, 1987</p><p>JACKSON, S.; CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow in Sports: the keys to optimal experiences and</p><p>performances. Champaign, IL: Human Kinetics, 1999.</p><p>KOEHN, S.; DIAZ-OCEJO, J. Imagery intervention to increase flow state: A single-case study with</p><p>middle-distance runners in the state of Qatar. In: International Journal of Sport and Exercise Psychology,</p><p>p. 1-14, 2016.</p><p>LEZAK, M. D. Neuropsychological Assessment. 3. ed. New York: Oxford University Press, 1995.</p><p>SELYE, H. Stress without distress. Filadélfia: Lippincott Williams & Wilkins, 1974.</p><p>SPIELBERGER, C. D.; SMITH, L. H. Anxiety (drive), stress, and serial-position effects in serial-</p><p>verbal learning. In: Journal of Experimental Psychology, 1966.</p><p>WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 6. ed. Trad.</p><p>M. C. G. Monteiro, & R. M. Garcez. Porto Alegre: Artmed, 2017.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema:</p><p>Veja:</p><p>Como Anna Vitória Rodrigues e Ricardo da Costa Padovani abordam a importância do Mindfulness</p><p>para atletas de alto rendimento no artigo: Mindfulness e o esporte competitivo: a importância para</p><p>atletas de alto rendimento.</p><p>Como Marco Túlio de Mello e Sergio Tufik trabalham a questão do estresse e Overtraining no alto</p><p>rendimento no capítulo 9 do livro: Atividade Física, Exercício Físico e Aspectos Psicobiológicos.</p><p>Pesquise:</p><p>Psicologia do Esporte e do Exercício (Modelos Teóricos, Pesquisa e Intervenção), organizado por</p><p>Erick Conde / Alberto Filgueiras, Luciana Angelo / Adriana Pereira e Cristianne Carvalho, e obtenha</p><p>maior aprofundamento na área.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Bruno Barreto Santos</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p>características de um vencedor e relembra o período em que
treinou com Telê Santana para a seleção brasileira.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALVES, R. N.; COSTA, L. O. P.; SAMULSKI, D. M. Monitoramento e prevenção do supertreinamento
em atletas. Niterói: Rev. Bras. Med. Esporte, 2006.
COUTO, H. A. Stress e qualidade de vida dos executivos. Cop. Rio de Janeiro, 1987
JACKSON, S.; CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow in Sports: the keys to optimal experiences and
performances. Champaign, IL: Human Kinetics, 1999.
KOEHN, S.; DIAZ-OCEJO, J. Imagery intervention to increase flow state: A single-case study with
middle-distance runners in the state of Qatar. In: International Journal of Sport and Exercise Psychology,
p. 1-14, 2016.
LEZAK, M. D. Neuropsychological Assessment. 3. ed. New York: Oxford University Press, 1995.
SELYE, H. Stress without distress. Filadélfia: Lippincott Williams & Wilkins, 1974.
SPIELBERGER, C. D.; SMITH, L. H. Anxiety (drive), stress, and serial-position effects in serial-
verbal learning. In: Journal of Experimental Psychology, 1966.
WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 6. ed. Trad.
M. C. G. Monteiro, & R. M. Garcez. Porto Alegre: Artmed, 2017.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema:
Veja:
Como Anna Vitória Rodrigues e Ricardo da Costa Padovani abordam a importância do Mindfulness
para atletas de alto rendimento no artigo: Mindfulness e o esporte competitivo: a importância para
atletas de alto rendimento.
Como Marco Túlio de Mello e Sergio Tufik trabalham a questão do estresse e Overtraining no alto
rendimento no capítulo 9 do livro: Atividade Física, Exercício Físico e Aspectos Psicobiológicos.
Pesquise:
Psicologia do Esporte e do Exercício (Modelos Teóricos, Pesquisa e Intervenção), organizado por
Erick Conde / Alberto Filgueiras, Luciana Angelo / Adriana Pereira e Cristianne Carvalho, e obtenha
maior aprofundamento na área.
CONTEUDISTA
Bruno Barreto Santos
 CURRÍCULO LATTES
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