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<p>INTRODUÇÃO DO PRINCIPE:</p><p>O que é o Príncipe</p><p>Na sua obra mais famosa, Maquiavel, escreveu sobre a política na prática, como ela é, e não no plano das ideias, na teoria presente nos livros, teve a coragem de colocar no papel aquilo que considerava ser correto e incorreto, ético e condenável, para um político se estabelecer no poder. O senso de moralidade de Maquiavel, no que se referia a política, foi delineado com base no que ele assistia no dia a dia da vida pública em Florença.</p><p>O objetivo maior de Maquiavel ao escrever O Príncipe era demonstrar todo o seu conhecimento político prático para a família Médici, que estava no poder, a fim de conseguir reaver o cargo público que tinha. Depois que o seu protetor Soderini saiu do poder, Maquiavel ficou cada vez mais distante da vida pública de Florença. Através do seu livro, Nicolau Maquiavel queria mostrar que estava por dentro das questões políticas palacianas florentinas e dos principais centros da Europa. O destinatário do seu livro era Lorenzo di Piero de Médici (1492-1519), que governou Florença durante três anos e a quem Maquiavel tentou impressionar.</p><p>Modelo de Governança</p><p>Para Maquiavel, só há duas formas de governo: o Principado (governado por somente uma pessoa), e a República (governado por mais de uma pessoa). Em O Príncipe, Maquiavel discorre sobre o Principado, , no qual também são apresentadas suas subdivisões (principados hereditários ou novos, estes novamente divididos em inteiramente novos ou anexados). A intenção da obra é ensinar aos príncipes como chegar ao poder e não perdê-lo, não perder seus territórios. Maquiavel enfatizou a necessidade de se ter boas armas e boas leis, além de comandar e defender os principados mais fracos que estiverem em torno do território principal. Esta medida é preventiva, pois fortalece a fronteira contra possíveis inimigos.Ele apresenta duas categorias de principados: os hereditários, que são passados de geração em geração, são mais fáceis de governar pois já são vistos como sendo de famílias que têm direito ao poder.</p><p>Os principados novos, conquistados através de força ou sorte. Os principados novos encontram mais dificuldades para se estabelecerem, pois precisarão de apoio para manter o território conquistado.</p><p>· Maquiavel acreditava que a melhor forma de governo seria uma monarquia, onde o governante tem total controle sobre o Estado e seu povo. Ele defendia que o Príncipe deveria ser temido, mas também respeitado, e que deveria evitar ser odiado pelos seus súditos. O autor também abordou a importância do exército e a necessidade de manter um equilíbrio entre ações virtuosas e cruéis para garantir a estabilidade do seu governo.</p><p>Aspectos Políticos</p><p>A obra de Maquiavel, "O Príncipe", foi proibida pela Igreja Católica (no século XVI). Em "O Príncipe", propõe a separação entre a moral religiosa e a ética política e afirmava que ser um bom cristão não era compatível com ser um bom político. Maquiavel, em suas obras, aplicava um racionalismo e realismo que não eram majoritários na época. Além disso, suas defesas não eram do interesse da Igreja, pois ele separava a moral religiosa e a ética política e afastava-se da religião. Maquiavel defendia o Estado Laico, o absolutismo e o uso da força pelo Estado para manter o poder e a ordem civil.</p><p>AUTOR E CONTEXTO HISTORICO:</p><p>Biografia de Maquiavel</p><p>Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um filósofo político, historiador, estadista e escritor italiano, autor da obra-prima "O Príncipe". Foi profundo conhecedor da política da época e a estudou em suas diferentes obras. Viveu durante o governo de Lourenço de Médici. Realista e patriota, definiu os meios para a unificação da Itália. Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, Itália. Sua família de origem Toscana participou dos cargos públicos por mais de três séculos. Interessado pelos problemas de seu tempo, Maquiavel participou ativamente da política de Florença. Com 29 anos tornou-se secretário da Segunda Chancelaria durante o governo de Piero Soderini. Tinha a seu cargo questões militares e de ordem interna. Realizou várias missões diplomáticas envolvendo a França, Alemanha, os Estados papais e diversas cidades italianas, como Milão, Pisa e Veneza. Em 1512 quando os Médici derrubaram a República e retomaram o governo de Florença, perdido em 1494, Maquiavel foi destituído de seu cargo e recolheu-se ao exílio voluntário na propriedade de San Casciano, perto de Florença, onde iniciou sua atividade de escritor político, historiador e literato. Durante o exílio, escreveu também “O Príncipe” (1513) procurando demonstrar a superioridade do dialeto florentino sobre os demais dialetos da Itália. Em 1519, anistiado, Maquiavel voltou para Florença para exercer funções político-militares Em 1520, conseguiu do Cardeal Gíulio de Médici a função remunerada de escrever a “História de Florença”. Nicolau Maquiavel faleceu em Florença, Itália, no dia 22 de julho de 1527. Seu corpo foi sepultado na Igreja da Santa Cruz, em Florença. Morreu sem ver seu sonho realizado, pois a unificação da Itália só se completaria no século XIX.</p><p>Renascimento Italiano</p><p>Durante o Renascimento italiano, o Príncipe também foi influenciado pelas guerras e conflitos políticos que assolaram a região. Para conquistar e se manter no poder, o príncipe deve adotar ações políticas como a manipulação das alianças, o uso estratégico da guerra e a habilidade de se adaptar às circunstâncias. A estabilidade política e a busca do interesse próprio são os principais focos de Maquiavel. Ele defende que o governante deve buscar a estabilidade política em vez de se preocupar com questões religiosas. Isso se deve ao fato de que, para Maquiavel, a religião é apenas um instrumento de controle utilizado pelo príncipe para manter-se no poder. Portanto, a política é vista como a principal ferramenta para garantir a estabilidade e o sucesso do governante</p><p>Reforma e Contrarreforma</p><p>A Reforma e Contrarreforma foram movimentos que impactaram a sociedade europeia no século XVI, buscando reformar e reafirmar as práticas religiosas e a estrutura de poder da Igreja Católica. Esses movimentos trouxeram questionamentos sobre a autoridade religiosa e política, o que pode ter influenciado a abordagem de Maquiavel em seu trabalho, o Príncipe. Além disso, a Reforma e Contrarreforma também provocaram um clima de instabilidade e conflito entre diferentes facções religiosas e governamentais. Essas tensões e disputas pelo poder podem ter sido elementos que Maquiavel considerou em sua obra, já que o livro discute as estratégias e táticas necessárias para manter o poder em um ambiente político volátil. A influência desses movimentos na sociedade europeia da época certamente moldou o contexto em que O Príncipe foi escrito.</p><p>O que o Príncipe Ensina</p><p>Realpolitik</p><p>Ele defendia a ideia de que um governante deve agir de acordo com as circunstâncias e não se apegar a princípios morais. Segundo Maquiavel, a política deve ser baseada em interesses e resultados concretos, em vez de considerações éticas ou religiosas. Em sua obra, ele descreve as estratégias e táticas que um governante deve empregar para alcançar e manter o poder. Para Maquiavel, a política não deveria ser governada pela moral e pela ética, mas sim pelos resultados concretos que o governante precisa alcançar para manter o poder. Ele propôs uma ideia prática e realista, conhecida como Realpolitik, que pressupunha que a política deveria ser vista como uma arte que exige táticas e estratégias para ser bem-sucedida. Em O Príncipe, ele defendeu que o governante deve ser capaz de empregar a força sempre que necessário para manter a estabilidade do Estado.</p><p>Militarismo</p><p>Maquiavel acreditava que o exército é uma das principais ferramentas do Estado, essencial para garantir a segurança, a expansão territorial e a estabilidade interna. Além disso, Maquiavel argumenta que o líder deve ser astuto e inteligente para manter-se no controle, e que a moralidade não deve ser um obstáculo para alcançar esse objetivo. Relação entre príncipe e súditos um príncipe deve manter uma</p><p>relação de respeito e cooperação com seus súditos. Ele também destaca a importância de evitar ser odiado pelo povo, pois isso pode levar a uma rebelião. O Príncipe também argumenta que, se necessário, um líder deve ser capaz de usar estratégias de manipulação e propaganda para influenciar a opinião pública a seu favor. Além disso, Maquiavel considera essencial que o príncipe se mantenha vigilante contra possíveis traições ou conspirações dentro de seu próprio círculo de poder. Ele destaca a importância de identificar e neutralizar qualquer ameaça à sua autoridade. Para isso, Maquiavel sugere que o príncipe estabeleça uma rede de informantes e espiões que possam monitorar a lealdade dos membros próximos e identificar potenciais inimigos. Além disso, ele destaca a importância de recompensar aqueles que demonstram fidelidade e punir aqueles que se mostram traidores, a fim de demonstrar sua autoridade e garantir a estabilidade no reino. Dessa forma, o príncipe estará apto a proteger sua posição de poder e manter o controle sobre seus súditos.</p><p>Riqueza e Poder</p><p>Maquiavel destacou a importância da riqueza e do poder para manter o controle sobre o território. Conquistar e Manter o Poder. Além disso, o autor defendia a ideia de que o príncipe deveria se manter distante dos vícios e hábitos comuns, pois isso poderia enfraquecer sua posição. Ele acreditava que o governante deveria ser astuto e sempre buscar o interesse do Estado acima de tudo, mesmo que isso implicasse em atos cruéis ou impopulares. A estabilidade do Estado também era um aspecto crucial para Maquiavel. Ele acreditava que o príncipe deveria fazer todo o possível para evitar conflitos internos, pois eles enfraqueceriam o seu governante e abririam caminho para a queda do poder. Além disso, o autor enfatizava a importância de manter uma reputação sólida, pois a reputação de um governante afetava diretamente sua capacidade de governar.</p><p>Ideias Centrais do Príncipe:</p><p>Virtu e fortuna: Maquiavel também explora a relação entre virtu (habilidade e talento) e fortuna (sorte e circunstância) no contexto do poder político.Ele argumenta que, embora a fortuna possa influenciar, é a virtu do líder que determina seu sucesso. No entanto, Maquiavel ressalta que a fortuna é volátil e que, mesmo com virtu, um líder não pode controlar todas as circunstâncias externas. O autor também discute o conceito de virtú e fortuna, destacando que a habilidade e talento de um líder são determinantes para o sucesso, embora a sorte e as circunstâncias também desempenhem um papel. Maquiavel reconhece a volatilidade da fortuna e ressalta que, mesmo com virtú, um líder não tem controle total sobre todas as situações externas. No entanto, é através da virtú que o líder tem a capacidade de enfrentar e superar os desafios impostos pela fortuna.</p><p>Ações populares e ações impopulares: Maquiavel discute a distinção entre ações populares e ações impopulares em "O Príncipe". Ele afirma que, em certas circunstâncias, é necessário para um líder realizar ações impopulares para preservar o poder e a estabilidade do Estado. No entanto, ele adverte que essas ações devem ser usadas com sabedoria e moderação, para evitar a alienação do povo. Melhor ainda é se um líder conseguir realizar ações populares que sejam benéficas para o Estado, pois dessa forma ele ganha o apoio e a lealdade do povo. Maquiavel ressalta que o líder deve ter a habilidade de adaptar suas ações de acordo com as circunstâncias e o contexto político, sempre buscando o equilíbrio entre a popularidade e a necessidade de preservar o poder.</p><p>Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: Maquiavel afirma que é preferível um líder ser temido do que amado. Ele argumenta que o medo pode ser mais eficaz em manter o poder e controlar o povo, enquanto o amor pode ser volátil e facilmente perdido. No entanto, ele ressalta que um líder deve evitar ser odiado, pois isso pode levar à sua queda. Para evitar ser odiado e manter o poder, Maquiavel destaca a importância de agir com prudência e sabedoria. Ele argumenta que um líder deve ser capaz de equilibrar o medo e o respeito, demonstrando força quando necessário, mas também mostrando compaixão e benevolência quando apropriado. Ao adotar essa abordagem, é possível manter uma base sólida de apoio e garantir a estabilidade do governo.</p><p>Estado de Natureza</p><p>Maquiavel acreditava que, em seu estado natural, os homens não têm noção de moralidade e só pensam em satisfazer os seus desejos. No entanto, ele argumenta que é necessário um estado soberano para impor ordem e controlar esses instintos humanos. Maquiavel descreve o estado de natureza como caótico e violento, justificando assim a necessidade do poder político. Para Maquiavel, ações impopulares são muitas vezes necessárias para garantir a ordem e a estabilidade do Estado. Ele argumenta que, embora ser amado seja desejável, manter o poder é a prioridade mais importante de um príncipe. Por esta razão, o líder deve optar por ações difíceis e impopulares, se for necessário para manter sua posição.</p><p>Divisão de Poderes</p><p>Maquiavel separava as funções de líderes em conquista e manutenção do poder, conforme as necessidades do momento. Ele defendeu a ideia de que um príncipe deve ter um controle completo sobre suas forças armadas, e incentivou os governantes a estarem preparados para a guerra a qualquer momento. Além disso, Maquiavel acreditava que a divisão de poderes poderia enfraquecer o estado e torná-lo vulnerável a inimigos internos e externos. Portanto, ele enfatizou a importância de um líder centralizado e autoritário, capaz de tomar decisões rápidas e eficazes para garantir a estabilidade do Estado. Maquiavel acreditava que a concentração do poder nas mãos de um único líder era fundamental para evitar a desunião e a fragilidade política que poderiam surgir com a divisão de poderes. Dessa forma, ele defendeu um governo autocrático e centralizado como a melhor forma de garantir a sobrevivência e o sucesso do Estado.</p><p>Cero Toleratione</p><p>Maquiavel defende a ideia da não tolerância à traição, principalmente de nobres e líderes, com penas exemplares. Ele acreditava que a traição minava a autoridade e a estabilidade do Estado, enfraquecendo a capacidade do líder de tomar decisões assertivas. Para evitar isso, Maquiavel argumentou que punições severas deveriam ser aplicadas aos traidores, como forma de dissuadir outros de agirem de maneira semelhante. Essa postura inflexível visava manter a coesão e o poder consolidado nas mãos do líder. Além disso, Maquiavel afirmou que o líder deveria ser temido ao invés de amado, pois o medo seria um grande aliado para manter a ordem e a obediência do povo, enquanto o amor poderia ser volúvel e trazer instabilidade nas relações de poder. Para ele, o governante deveria ser visto como uma figura inquestionável e respeitada pelos cidadãos, como uma forma de manter a estabilidade do Estado. Por fim, Maquiavel defendeu que o Estado deveria buscar a sua própria grandeza sem se preocupar com ideais moralistas ou religiosos, pois a política deveria ser guiada pela razão e não por sentimentos.</p><p>Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar alinhada com o seu pensamento. Porque ele defende a ideia de que os fins justificam os meios na política. Ele argumenta que, em certos casos, é permissível e até necessário usar métodos questionáveis ​​para atingir objetivos políticos importantes. No entanto, ele destaca que essa abordagem deve ser utilizada com cautela e ponderação, levando em consideração as consequências a longo prazo. Além disso, Maquiavel enfatiza a importância do realismo político, afirmando que os líderes devem ser pragmáticos e não se deixar iludir por ilusões ou ideais utópicos. Ele argumenta que é fundamental compreender e lidar com a política como ela realmente é, em vez de como deveria ser idealmente. Isso implica tomar decisões difíceis e muitas vezes impopulares, mas essenciais para a manutenção do poder e da estabilidade.</p><p>Críticas ao Príncipe</p><p>Absolutismo</p><p>O</p><p>Príncipe é criticado por ser muito associado ao absolutismo e ditadura, bem como pela ideia do Fim Justifica os Meios. Entretanto, as críticas ao Príncipe não podem ser totalmente descartadas, especialmente quando se trata da adoção de medidas extremas e antiéticas para atingir determinados fins. Além disso, há também a crítica de que a visão de Maquiavel sobre o poder e a política pode levar a uma falta de consideração pelos direitos e bem-estar dos cidadãos, resultando em possíveis abusos de poder. Apesar das críticas ao Príncipe, é importante destacar que o objetivo central de Maquiavel era oferecer um manual prático para governantes que desejavam se manter no poder, em uma época marcada por conflitos e instabilidade política. Ao descrever os meios extremos e antiéticos, Maquiavel buscava explorar as realidades do exercício do poder, ainda que isso suscite debates sobre a moralidade de suas propostas. É necessário, portanto, analisar as ideias do Príncipe dentro de seu contexto histórico e político.</p><p>Desumanidade</p><p>Muitos consideram que O Príncipe se concentra demasiadamente na estabilidade política, ignorando o bem-estar humano. Essa abordagem focada na estabilidade política pode ser vista como uma forma de desumanidade, já que negligencia a importância dos direitos e do bem-estar dos cidadãos. Ao colocar o poder e a estabilidade acima de tudo, o Príncipe deixa de considerar o impacto dessas políticas sobre as pessoas comuns e seus direitos fundamentais. Isso levanta questões sobre a ética e a responsabilidade dos governantes em relação ao seu povo. Nesse sentido, é válido considerar se a visão apresentada por O Príncipe é moralmente justificável ou se fere princípios éticos fundamentais. A análise das ideias de Maquiavel dentro do contexto histórico e político é essencial para compreender até que ponto a desumanidade é uma característica inerente ao exercício do poder. É necessário refletir sobre os limites e responsabilidades dos governantes no equilíbrio entre estabilidade e bem-estar da sociedade</p><p>Imoralidade</p><p>Críticos acusam O Príncipe de imoralidade, argumentando que Maquiavel promoveu o uso da mentira e da fraude. Essas ações, de acordo com os críticos, são contrárias aos valores éticos e aos direitos fundamentais das pessoas. No entanto, defensores de Maquiavel argumentam que suas ideias eram um reflexo realista da natureza do poder e das circunstâncias políticas da época. Eles afirmam que a imoralidade pode ser justificada em determinadas situações para manter a estabilidade e o bem-estar da sociedade. Apesar de parecer controverso, é importante ter em mente que a moralidade pode ser relativa e mudar conforme o contexto e situação. Muitas vezes, governantes podem se ver em circunstâncias extremas que os forcem a usar táticas que não seriam consideradas éticas em tempos de paz. Entretanto, é importante avaliar caso a caso para que a justificativa da imoralidade não seja utilizada como desculpa para práticas corruptas ou abuso de poder.</p><p>Conclusão e Aplicação Atual</p><p>Práticas Atuais</p><p>O Príncipe é estudado até hoje por políticos e líderes, como uma referência em técnicas de governo, no que se refere ao poder, à segurança, à economia e aos assuntos militares. Muitos princípios discutidos por Maquiavel no livro ainda são considerados relevantes e aplicáveis nos dias de hoje. Ainda há debates sobre o equilíbrio entre a moralidade e a eficiência na tomada de decisões políticas, especialmente em momentos de crise. No entanto, é importante lembrar que a ética e a integridade também desempenham um papel crucial na manutenção da confiança pública e na sustentabilidade de qualquer governo. Além disso, a transparência e a prestação de contas são cada vez mais valorizadas pelos cidadãos, influenciando a forma como os governantes são avaliados. A sociedade atual exige uma abordagem ética e responsável por parte dos líderes, a fim de garantir um ambiente político saudável e livre de corrupção. Assim, embora o "O Príncipe" de Maquiavel ainda seja estudado e debatido, é fundamental adaptar seus princípios à realidade contemporânea, levando em consideração os avanços éticos e as demandas da sociedade atual.</p><p>Linhas de Discussão</p><p>O Príncipe continua gerando discussões sobre ética, moral, manipulação, confiança, poder e liderança. Essas linhas de discussão são essenciais para entender as implicações das estratégias descritas por Maquiavel no contexto político atual. Além disso, é importante avaliar como os líderes contemporâneos estão se adaptando a essas demandas éticas e desenvolvendo abordagens de liderança que sejam mais inclusivas, transparentes e responsáveis. Outra questão importante que surge dessas linhas de discussão é a necessidade de conscientização e participação ativa dos cidadãos na construção de um ambiente político saudável e democrático. Afinal, a responsabilidade pela promoção de valores éticos e pela fiscalização dos governantes não deve ser exclusiva dos líderes, mas também dos indivíduos comuns. Dessa forma, é possível garantir uma sociedade mais justa e livre de corrupção.</p><p>Aplicação Atual</p><p>As ideias do Príncipe continuam sendo aplicadas em muitas áreas, como gestão de empresas e liderança em geral. No entanto, é importante ressaltar que algumas críticas também surgiram em relação à aplicação dessas abordagens de liderança, questionando sua efetividade em promover uma verdadeira transformação ética. Portanto, é fundamental continuarmos analisando e debatendo as implicações dessas práticas e buscar constantemente novas formas de liderança ética e responsável. Além disso, é necessário considerar o contexto atual e os desafios que a sociedade enfrenta, como a rápida evolução tecnológica e as demandas por sustentabilidade. Essas questões trazem novos dilemas éticos que devem ser abordados na busca por uma liderança efetiva. Assim, a aplicação das ideias do Príncipe deve estar sempre em constante adaptação e atualização para lidar com os desafios contemporâneos. Muitos ainda enxergam o livro como um guia de instruções para se manter no poder, mas outros consideram que a obra de Maquiavel pode ser interpretada de diferentes formas, dependendo do contexto histórico e político. É inegável que as ideias do autor ainda influenciam o pensamento político contemporâneo.</p><p>O Príncipe</p><p>O Príncipe é um manual para os governantes sobreviverem no poder. Nesse livro, Maquiavel apontou aquilo que é necessário para que haja a conservação do poder e a consequente conservação do Estado em uma cidade.</p><p>Dentro da obra de Maquiavel, podemos destacar alguns pontos centrais encontrados no livro em questão:</p><p>· Virtu e fortuna: é melhor ter a virtu do que contar apenas com a fortuna, isto é, é melhor ter uma capacidade de provisão, uma força e, em alguma tradução, até a virtude, do que contar apenas com a sorte. Virtu é toda a característica de bom preparo do governante. Ter a boa sorte é bom, mas aquele que tem a boa sorte, e está preparado para a sorte ruim, permanece no poder.</p><p>· Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar alinhada com o seu pensamento. Um bom governante, para manter o governo e a ordem social, precisa tomar medias impopulares e até cruéis às vezes. Em nome da ordem, essas medidas são justificáveis.</p><p>· Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: o temor impede a revolta. O amor é inconstante, e a confiança do amor permite a revolta. Não é de todo ruim ter algum amor do povo, mas é melhor ser temido, pois o que teme não se levanta contra.</p><p>· Ações populares e ações impopulares: as ações populares, aquelas que agradam ao povo, que são boas para o povo, devem ser feitas lentamente. As ações impopulares devem ser feitas de uma vez. Essa tática visa a manter a popularidade do governante. Ele sempre será lembrado como bom, caso venha de tempos em tempos soltando parte do resultado de sua ação popular, e será rechaçado por um tempo (mas logo cairá no ostracismo), se tomar uma medida impopular de uma</p><p>vez.</p><p>ILOSOFIA E EDUCAÇÃO</p><p>Resumo: O Príncipe de Maquiavel</p><p>O Príncipe de Maquiavel é dirigido a um Príncipe que esteja governando um Estado, e o aconselha sobre como manter seu governo da forma mais eficiente possível. Essa eficiência é a ciência política de Maquiavel.</p><p>A presente obra é um livro de orientação prática de algumas ações políticas que o Príncipe deve fazer para conquistar e se manter no poder. O escrito se desdobra em 26 Capítulos.</p><p>Carta Dedicatória</p><p>Maquiavel, Nicolau dedica sua obra a Lorenzo de Medici (Lorenzo II), neto de Lorenzo, o Magnífico; apesar de pouco tempo antes ter sido preso e torturado, sob suspeita de participar de uma conjura contra os Medici, mas teve sua inocência reconhecida.</p><p>Quando Maquiavel foi apresentar Il Principe a Lorenzo II em 1515, este o acolheu com frieza.</p><p>Diz na dedicatória:</p><p>“Embora julgue este trabalho indigno de vossa presença, ainda assim confio que, por vossa humanidade, possa ser aceito, considerando que eu não vos poderia fazer melhor presente que vos dar a faculdade de entender em muito pouco tempo o que aprendi e compreendi em muitos anos, com tantas provações e perigos para mim mesmo.”</p><p>O motivo que levou Maquiavel a dedicar o livro a Lorenzo é mostrado no último capitulo da obra.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 1: Os vários tipos de Estado, e como são instituídos</p><p>Apresenta dois tipos de principados o hereditário e o adquirido, e aponta quais são as duas formas de como o governante chega ao poder uma pela virtude e outra pela fortuna.</p><p>“Os principados ou são hereditários, quando por muitos anos os governantes pertencem à mesma linhagem, ou foram fundados recentemente.”</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 2: As monarquias hereditárias</p><p>Neste Capítulo Maquiavel fala que a dificuldade de se manter um Estado novo é maior do que a de se manter um Estado hereditário, pois quanto a este último, o povo já está acostumado com a soberania de uma família, de uma linhagem.</p><p>“[…] a dificuldade de se manter Estados herdados cujos súditos são habituados a uma família reinante é muito menor do que a oferecida pelas monarquias novas. Basta para isso evitar transgredir os costumes tradicionais e saber adaptar-se a circunstâncias imprevistas.”</p><p>Se um Príncipe conquista determinado Estado e tenta mudar seus costumes, corre o risco de o povo revoltar-se contra ele, o que pode gerar conspirações apoiadas pela grande massa o povo. Deste modo, o Príncipe respeitando a cultura local, se manterá no poder; a menos que, como diz Maquiavel, uma força excepcional o derrube, porém, se tal fato ocorrer, poderá reconquistá-lo na primeira oportunidade oferecida pelo usurpador.</p><p>Maquiavel ainda fala que na medida em que o soberano não ofende seus súditos e não mostra motivos para o povo odiá-lo, estes o quererão bem, e mais:</p><p>“[…] qualquer alteração na ordem das coisas prepara sempre o caminho para outras mudanças, mas num longo reinado os motivos e as lembranças das inovações vão sendo esquecidos.”</p><p>Quando o povo vive do seu modo, com seus costumes e sendo respeitado pelo monarca, este se acomoda de tal forma que as lembranças, os desejos de mudanças vão sendo postos em esquecimento.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 3: As monarquias mistas</p><p>Maquiavel mostra neste Capítulo que o povo tem sempre o desejo de mudança, desejo de melhoria; as pessoas, segundo Maquiavel, mudam com grande facilidade de governantes esperando tal mudança, que, no pensar de Maquiavel, é sempre para pior.</p><p>Para ele, o Príncipe sempre precisará do favor dos habitantes de um território para poder dominá-lo. A imposição do novo governo ou provocações vindas dos soldados do monarca, ou outros motivos, podem gerar injúrias no povo, gerando, assim, inimigos para o Príncipe que são as pessoas ofendidas com a ocupação do seu território.</p><p>“[…] depois de conquistado uma segunda vez, os territórios rebeldes não voltam a ser perdidos com a mesma facilidade. A própria rebelião faz com que o monarca se sinta inclinado a fortalecer sua posição punindo os rebeldes, desmascarando os suspeitos, revigorando seus pontos fracos.”</p><p>Quando se é conquistado um território de mesma região e língua, é mais fácil de dominá-lo do que se não os fosse, ainda mais se este povo não estiver habituado com a liberdade. O novo Príncipe deve extinguir toda a linhagem de seus antigos governantes, mas não pode deixar que haja divergência de costumes; deve também o Príncipe fazer a manutenção das leis e dos tributos.</p><p>Ao se conquistar uma província com língua, leis e costumes diferentes, um dos meios mais seguros, segundo Maquiavel, é que o monarca vá pessoalmente habitá-lo. Estando o soberano presente, os distúrbios serão logo percebidos e rapidamente corrigidos. . Outra forma seria de se estabelecer colônias em um ou dois lugares estratégicos na província, tomando as casas das pessoas que vivem neste local por ser uma pequena parte da população, em nada representarão perigo ao monarca. A grande maioria da população também não fará mal ao Príncipe , ao contrário, se sentirá grata pelo fato de o monarca os deixar em paz e não quererão ofender o soberano.</p><p>Disse Maquiavel: Note-se que é preciso tratar bem os homens ou então aniquilá-los. Eles se vingarão de pequenas injurias, mas não poderão vingar-se de agressões graves; por isso, só podemos injuriar alguém se não temermos sua vingança.</p><p>O Príncipe de um território estrangeiro deve liderar e defender seus vizinhos mais francos e procurar debilitar os mais poderosos. Não há dificuldade para se conquistar um território onde movidos pela inveja dos que tinham o poder os habitantes menos poderosos apoiam o invasor; porém deve-se ter cuidado para que estes não adquiram poder e autoridade em demasia.</p><p>Disse Maquiavel: … as guerras não podem se evitadas e que, quando adiadas, só trazem benefícios para o inimigo. . A guerra é inevitável, então, quando se tem a oportunidade de enfrentar o inimigo, deve-se enfrentá-lo, quanto mais se adia uma batalha, mais o inimigo fica preparado, portanto, adiar uma guerra só traz sempre prejuízos ao monarca.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 4: Por que o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se rebelou contra os sucessores deste, após a sua morte</p><p>Sempre os reinos foram governados de duas formas: por um Príncipe e seus assistentes; ou por umPríncipe e vários barões, esses barões são ligados ao Príncipe por laços de natural afeição. Estes que estão de junto ao Príncipe, são os nobres, os prestigiados; mas dentre esses sempre há quem aspire por inovações. Estes podem abrir caminho para um invasor tomar o poder, facilitando sua vitória, vê-se assim que depois não bastará aniquilar apenas família do Príncipe , mas também os nobres que estarão sempre prontos a liderar novas revoluções.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 5: O modo de governar as cidades ou Estados que antes de conquistados tinham suas próprias leis</p><p>Ao se dominar um Estado acostumado com a liberdade, e com suas próprias leis, Maquiavel mostra três formas e mantê-lo: primeira, arruinando-o; segunda, habitando-o (ver Capítulo III); terceira, permitindo-lhe que viva seguindo suas próprias leis, pondo-lhe tributos e pondo ali um governo de poucas pessoas que sejam mantidas amigas.</p><p>“[…] a cidade habituada à liberdade pode ser dominada mais facilmente por meio dos seus cidadãos do que de qualquer outra, desde se queira preservá-la.”</p><p>Quem se torna o senhor de uma cidade livre, e não aniquila, pode esperar ser destruído por ela, pois sempre haverá motivo para rebelião em nome da liberdade perdida e das suas eventuais tradições, que nem o curso do tempo nem os benefícios conseguem apagar.</p><p>Por isso se diz que é melhor respeitar os costumes do território conquistado, ou então, destruí-lo. Sempre estarão na mente do povo seus antigos costumes, e, mais cedo ou mais tarde estes se revoltarão contra o que está sendo imposto, e não haverá benefício ou tempo, como disse Maquiavel, que os faça esquecer, ainda mais se o povo estiver junto.</p><p>Quando um estado está habituado</p><p>a viver sob o governo de uma linhagem de Príncipes que tenha sido extinta, seu povo não entrará em acordo para a escolha de um soberano; assim é fácil, pois, dominá-los, pois este povo não sabe viver em liberdade.</p><p>“Nas repúblicas, por outro lado, há mais firmeza, brio, maior ódio, e desejo de vingança; não poderão abandonar a memória de sua antiga liberdade. Assim, o meio mais seguro de dominá-las será devastá-las, ou nelas habitar.”</p><p>Esses ensinamentos de Maquiavel nos mostram que o Príncipe , sempre mais que tudo, deve manter o povo, diríamos talvez que, inconsciente , enganados com a situação de que tudo está bem e de que o Príncipe é bom; quando não se pode dar essas impressões ao povo segundo Maquiavel deve-se aniquilá-lo para que o poderio do monarca continue, pois caso o contrário, o povo se revoltará, derrubando o monarca.</p><p>Assim o monarca deve sempre procurar estar bem com o povo, pois este último tendo consciência ou não, é sempre a força maior; apesar de sempre ser a classe inferior. O que seria de um reino sem povo? Quem pagaria os tributos? Quem trabalharia pra sustentar os luxos do Príncipe? Quem seria governado? OPríncipe só é Príncipe quando tem quem governar.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 6: Os novos domínios conquistados com valor e com as próprias armas</p><p>Os homens sempre procuram seguir os caminhos percorridos por outrem, pondo em prática seus atos que deram certo e evitando praticar seus passos que não deram certo. Os que se tornam Príncipes por seu próprio valor e com suas próprias armas, se tornam Príncipes com dificuldade, mas mantêm facilmente seu poder. Segundo Maquiavel, as dificuldades se originam em parte nas inovações que são obrigados a introduzir para organizar seu governo com segurança.</p><p>“Vale lembrar que não há nada mais difícil de executar e perigoso e manejar (e de êxito mais duvidoso) do que a instituição de uma nova ordem de coisas. Quem toma tal iniciativa suscita a inimizade de todos os que são beneficiados pela ordem antiga, e é defendido tibiamente por todos os que seriam beneficiados pela nova ordem alta de calor que se explica em parte pelo medo dos adversários, quem têm as leis do seu lado, e em parte pela incredulidade dos homens.”</p><p>Quanto a isso, Maquiavel diz que a natureza dos povos é lábil: é fácil persuadi-los de uma coisa, mais é difícil que mantenham sua opinião. E que convém ordenar tudo de modo que, quando não mais acreditarem, se lhes possa fazer crer pela força.</p><p>Quem com suas próprias armas consegue algo, valoriza mais do quem conquista com armas alheias.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 7: Os novos domínios conquistados com as armas alheias e boa sorte</p><p>Quem chega ao poder em troca de dinheiro ou pela graça alheia, com muita dificuldade manter-se-á no poder. Só com muito engenho e valor poderá se manter.</p><p>“Além disso, os Estados criados subitamente como tudo o mais que na natureza nasce e cresce com rapidez não podem ter raízes sólidas, profundas e ramificadas, de modo que a primeira tempestade os derruba. A não ser que, conforme já disse, a pessoa que chegou ao poder tenha tanta virtude que saiba conservar o que a sorte lhe concedeu tão de súbito, estabelecendo, em seguida, as bases que os outros precisam erigir antes de se tornarem Príncipes.”</p><p>Chegar ao poder dessa forma, é chegar despreparado, sem raízes; quem não cuidar de procurar se estabilizar, valorizar, tornar-se astuto, perderá o Estado. Ou no caso se é possível prever, se deve suprir essas carências bem antes.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 8: Os que com atos criminosos chegaram ao governo de um Estado</p><p>Maquiavel cita dois exemplos de pessoas que se tornaram Príncipes por meio do crime, o primeiro, o de Agátocles após tantas traições e tão grande crueldade que além de ter obtido êxito na conquista, conseguiu se manter no poder por muito tempo; Maquiavel explica esse fato ao de que Agátocles usou da crueldade apenas uma vez: para chegar ao poder. Chegando ele lá, foi diminuindo sua crueldade de modo a ser querido por seu povo.</p><p>O segundo exemplo é o de Oliverotto de Fermo que com tamanha crueldade chegou ao poder, e lá se manteve cruel, o que fez com que pouco tempo depois, este fosse derrubado do poder e morto por César Borgia, juntamente com seu mestre em virtudes e atrocidades Vitellozzo.</p><p>“Não se pode, contudo, achar meritório o assassínio dos seus compatriotas, a traição dos amigos, a conduta sem fé, piedade e religião; são métodos que podem conduzir ao poder, mas não à glória.”</p><p>“[…] ao tomar um Estado, o conquistador deve definir todas as crueldades que necessitará cometer, e praticá-las todas de uma vê, evitando ter de repeti-las a cada dia; assim tranquilizará o povo, ao não renovar as crueldades, seduzindo-o depois com benefícios. Quem agir diferentemente, […], estará obrigado a estar sempre de arma em punho, e nunca poderá confiar em seus súditos, que devido às contínuas injúrias, não terão confiança no governante.”</p><p>“Os benefícios, por sua vez, devem ser concedidos gradualmente, de forma que sejam mais bem apreciados.”</p><p>O Príncipe deve sempre agir pensando no povo, pois na verdade é o povo quem detêm o poder e a força. Com um monarca cruel, o povo se torna amedrontado e injuriado, acabando por se reunir e destruir seu poderio. Porém quando os benefícios vêm, o povo se sente feliz e quer bem o monarca, o que diminui consideravelmente a possibilidade de conspiração.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 9: O governo civil</p><p>Na visão de Maquiavel, governo civil é governo em que o cidadão se torna soberano pelo favor de seus concidadãos.</p><p>“O governo é instituído pelo povo ou pela aristocracia, conforme haja oportunidade para um ou para a outra. Quando os ricos percebem que não podem resistir à pressão da massa, unem-se, prestigiando um dos seus e fazendo-o Príncipe, de modo a poder perseguir seus propósitos à sombra da autoridade soberana. O povo, por outro lado, quando não pode resistir aos ricos, procura exaltar e criar um Príncipedentre os seus que o proteja com sua autoridade.”</p><p>A dificuldade é maior de manter-se no poder o Príncipe que chegou ao poder através da aristocracia do que o que chegou através do povo, pois a aristocracia se considera igual ao monarca, sendo que o soberano não pode assim dirigi-los ou ordenar em tudo que lhe apraz.</p><p>A aristocracia quer oprimir; e o povo apenas não quer ser oprimido. Quem chegar ao poder deve sempre manter a estima do povo, isso será conseguido o protegendo. O povo é quem está com o Príncipe na adversidade, quem o povo está com ele, é difícil derrubá-lo do poder.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 10: Como avaliar a força dos Estados</p><p>É examinada a situação do Príncipe , se este, em caso de ataque, pode reunir um exército suficiente, e defender-se; ou se não, este não podendo combater, é forçado a refugiar-se no interior de seus muros, ficando na defensiva.</p><p>“Portanto, o Príncipe que é senhor de uma cidade poderosa, e não se faz odiar, não poderá ser atacado; ainda que o fosse, o assaltante não sairia gloriosamente da empreitada.”</p><p>O povo tem enorme influencia para definir o a força de um Estado; se o povo estiver ao lado do Príncipe , mesmo que um dominador consiga tomar o lugar do Príncipe , não se dará bem, pois o povo se levantará contra ele.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 11: Os Estados eclesiásticos</p><p>Estados conquistados com o mérito ou com a sorte, porém estes não são necessários para conservá-lo, pois são sustentados por antigos costumes religiosos.</p><p>“Tão fortes e de tal qualidade são estes que permitem aos Príncipes se manterem no poder qualquer que seja sua conduta e modo de vida. Só esses Príncipes podem ter estados sem defendê-los e súditos sem governá-los; e seus estados, mesmo sem ser defendidos, não lhes são tomados.”</p><p>Mesmo que chegue um dominador e tente colocar tal estado sob seu poder, se o povo se mantiver unido, este não obterá êxito em sua empreitada; os costumes são fortes e mantêm o povo unido.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 12: Os diferentes</p><p>tipos de milícia e de tropas mercenárias</p><p>Na ótica maquiaveliana, a base principal de um Estado são boas leis e bons exércitos. Há três tipos de tropas, são elas, próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. Sendo as mercenárias e as auxiliares prejudiciais e perigosas.</p><p>Os soldados mercenários são covardes, seu único motivo pra lutar é o salário, que nunca é o suficiente para que morram pelo Príncipe numa batalha. São dispostos ao Príncipe em tempos de paz, mas ao chegar à guerra, o abandonam.</p><p>“E a experiência demonstra que só os Príncipes e as republicas armadas obtêm grandes progressos, pois as forças mercenárias só sabem causar danos; e também que uma republica que tenha exercito próprio se submeterá mais dificilmente ao domínio de um dos seus cidadãos do que uma republica com armas mercenárias.”</p><p>Os mercenários pensam em si e no que vão ganhar, não no êxito do monarca. O melhor sempre é usar suas próprias armas. A vitória obtida através da força e armas alheias não é uma vitoria genuína.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 13: Forças auxiliares, mistas e nacionais</p><p>Maquiavel iguala as forças auxiliares com as mercenárias: são inúteis. As tropas auxiliares podem até ser em si mesmas eficazes, mas são sempre perigosas para os que delas se valem se são vencidas, isto representa uma derrota; se vencem, aprisionam quem as utiliza.</p><p>Quanto às tropas mistas, Maquiavel diz sê-las mais eficazes que as compostas inteiramente de mercenários ou auxiliares, mas são muito inferiores que um exército inteiramente nacional.</p><p>“Um Príncipe prudente, por conseguinte, evitará sempre tais milícias, recorrendo a seus próprios soldados; preferirá ser derrotado com suas próprias tropas a vencer com tropas alheias, vitória que não se pode considerar genuína.”</p><p>“Em conclusão, nenhum Príncipe pode ter segurança sem seu próprio exército, pois, sem ele, dependerá inteiramente da sorte, sem meios confiáveis de defesa, quando surgirem dificuldades.”</p><p>Assim como ocorreu com Davi quando Saul o ofereceu sua armadura para que enfrentasse Golias, e Davi preferiu ir com sua funda e um punhal, pois com a armadura de Saul são poderia dar o melhor de si. No entanto as armas alheias nos sobrecarregam e limitam, isso quando não falham. Portanto, o seguro mesmo é ter seu próprio exército e suas próprias armas.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 14: Os deveres do Príncipe para com as milícias</p><p>O Capítulo inicia mostrando o objetivo ou pensamento principal de um Príncipe , que além da guerra, é também as leis e a disciplina. Esta é a única arte que se espera de quem comanda. Quem negligencia a arte da guerra, perde a consideração e o principal, o Estado.</p><p>A caça é indicada por Maquiavel como um ato a ser sempre praticado pelos soldados, para que estes se habituem à natureza das regiões, a posição das montanhas, a abertura dos vales, aos rios, pântanos…</p><p>“A fim se exercitar o espírito, o Príncipe deve estudar a historia e as ações dos grandes homens; ver como se conduziram na guerra, examinar as razões das suas vitorias e derrotas, para imitar as primeiras e evitar as ultimas.”</p><p>Estes são os deveres do Príncipe que nunca deve se acomodar, mesmo nos tempos de paz, mas sempre estar preocupado para que suas tropas estejam em forma quando a sorte mudar, pois como foi dito no Capítulo 3, as guerras não podem ser evitadas.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 15: As razões pelas quais os homens, especialmente osPríncipes, são louvados ou vituperados</p><p>É citado que levando em conta os Príncipes, uns são tidos como liberais, outros por miseráveis; um, generoso, o outro ávido; um, cruel, o outro misericordioso; um, perjuro, o outro fiel; um, efeminado e pusilânime, o outro bravo e corajoso; humanitário ou altaneiro; lascivo ou casto; franco ou astuto; difícil ou fácil; serio ou frívolo; religioso ou incrédulo…</p><p>Maquiavel reconhece que o ser humano não possui a capacidade de ter todas as qualidades acima enumeradas, então, faz-se necessário que o Príncipe tenha a prudência para evitar o escândalo provocado pelos vícios que poderiam abalar seu reinado, evitando os outros se for possível; se não for, poderá praticá-los com menores escrúpulos. Diz ainda Maquiavel:</p><p>“Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o que faz está fadado a sofrer, entre tantos que não são bons. É necessário, portanto, que o Príncipe que deseja manter-se aprenda a agir sem bondade, faculdade que usará ou não, em cada caso, conforme seja necessário.”</p><p>O Príncipe pode até aparentar ter todas as qualidades acima citadas, mas tê-las realmente já poderia tornar-se prejudicial; por isso é necessário que o Príncipe haja de acordo com o momento. Se for necessário usar de bondade, que use; se preciso for a crueldade, que use.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 16: A liberalidade e a parcimônia</p><p>A liberalidade deve ser praticada de modo apropriado, não sendo reconhecida. Um Príncipe liberal gastará todo o seu tesouro, o que o fará impor pesados impostos ao povo, o que o fará ser odiado pelos seus súditos. E ainda pouco estimado por ter se tornado pobre. E se o Príncipe quiser corrigir sua liberalidade será passado imediatamente por miserável.</p><p>“[…] o Príncipe não se deve incomodar de ser tido como miserável, para não ter de onerar demais os súditos, para poder defender-se e para não tornar-se pobre e desprezado,[…]”</p><p>Maquiavel nos mostra neste capitulo que para aquele que já é Príncipe a liberalidade é prejudicial, mas para aquele que está a caminho de ser, ser tido como liberal é necessário. É necessário para o Príncipeque esteja à frente do exército e vive do botim de guerra, do roubo e de resgates, pilhando a riqueza alheia. Esbanjar as riquezas alheias não diminui a reputação do Príncipe , mas sim a ergue; apenas esbanjar os próprios recursos que prejudica. E o mais importante é que o Príncipe não seja odiado ou desprezado; a liberalidade leva a uma dessas condições.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 17: A crueldade e a clemência. Se é preferível ser amado ou temido</p><p>Todos os Príncipe s devem preferir ser considerados clementes, e não cruéis. Porém deve se saber usar essa clemência. Quando o objetivo é manter o povo unido e leal, o Príncipe não deve se importar em ser tido por cruel; os Príncipe s novos no poder não podem fugir da reputação de cruel, pois estes estados são os mais perigosos.</p><p>Seria bom que o Príncipe fosse ao mesmo tempo amada e temido, mas como essa junção é difícil, é preferível que seja temido. Temido de forma que, se não é possível conseguir o amor de seus súditos, se evite o ódio; o que é conseguido não atentando contra as mulheres e os bens dos súditos e cidadãos. Se for necessário que o Príncipe decrete a execução alguém, que este dê um bom motivo.</p><p>“Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.”</p><p>Quando o Príncipe está à frente do exército deve manter a fama de cruel, ou caso o contrario, o monarca não conseguirá comandar com êxito.</p><p>O amar vem de acordo com cada homem, mas o temor lhes é imposto; sendo assim o Príncipe deve fazer o uso do que lhe tem nas mãos, e não no que depende da vontade alheia.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 18: A conduta dos Príncipe s e a boa-fé</p><p>É esperado de um Príncipe que mantenha sua palavra empenhada, e viver com integridade e não com astúcia. Todavia nem sempre o Príncipe pode agir com boa-fé, principalmente quando é necessário para isso ele ir contra os próprios interesses e quando os motivos para que mantenha a palavra não existam mais.</p><p>Pode-se lutar de duas formas: pela lei e pela força. Sendo a primeira própria dos homens; a segunda própria dos animais. Contudo uma não é duradoura sem a outra. Quando se é necessário que oPríncipe aja como um animal, deve saber agir como o leão e a raposa; o leão para afugentar os lobos e a raposa para fugir das armadilhas.</p><p>“[…] é bom ser e parecer piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso; mas é preciso ter a capacidade de se converter aos atributos opostos, em caso de necessidade.”</p><p>De certo que se não consiga ter todas as qualidades acima citadas, é bom aparentar tê-las; nada é mais necessário do que a aparência da religiosidade. Por tanto:</p><p>“Todos veem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos, e estes poucos não ousarão opor-se à maioria que tenha a majestade do Estado a defendê-la.”</p><p>O que importa para um Príncipe é a aparência que passa para os seus subordinados, muitas vezes sendo o contrário do que pensa o povo, mas conseguindo esconder o que se é de verdade.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 19: Como se pode evitar o desprezo e o ódio</p><p>Os Príncipe s devem tomar o cuidado que suas decisões sejam irrevogáveis, e que as sustente de tal forma que a ninguém ocorra enganá-lo ou deslocá-lo.</p><p>Os Príncipe s devem se acautelar contra duas coisas: seus súditos e as potências estrangeiras. Contra as potências estrangeiras lhe servirá boas armas e bons amigos; contra as conspirações dos súditos lhe servirá não ser odiado, visto que o conspirador só executará seu plano se pensar que a morte do soberano satisfará o povo.</p><p>“Em poucas palavras, do lado do conspirador estão o medo, os ciúmes, as suspeitas, o receio do castigo; do lado do Príncipe há a majestade do poder, as leis, a proteção oferecida pelos amigos e pelo Estado. Quando a esses fatores se acrescenta a estima do povo, é impossível que alguém cometa a temeridade de conspirar.”</p><p>Os Príncipe s sábios tentam sempre não aborrecer os grandes e agradar o povo. Pode-se fazer isso deixando reservado aos grandes as tarefas como os julgamentos isso pra eles é estima, todavia o monarca deve ele mesmo fazer os favores. O Príncipe deve sempre tomar cuidado para não injuriar alguém de cujos serviços se utilize.</p><p>Sempre o que conta para o Príncipe é o que seus súditos sentem por ele; se o povo sente ódio ou desprezo, e ainda por cima, não o temem, o Estado será perdido facilmente.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 20: A utilidade de construir fortalezas e de outras medidas que os Príncipe s adotam com frequência</p><p>Quando um Príncipe novo chega ao poder deve armar seus súditos, o que lhes imporá que o Príncipe lhes tem confiança, eles assim se tornam leais e os que já eram leais matem sua lealdade. Se o Príncipe novo desarma seus súditos, lhes imporá que não lhes tem confiança, o que provoca ódio contra o soberano.</p><p>Todavia se um Príncipe adquire um Estado o adicionando ao seu, é necessário que o desarme, com exceção dos habitantes que estiveram do seu lado na conquista; mesmo esses é necessário que lhes seja cortada a ousadia, arranjando as coisas de modo que o poder militar do novo domínio fique nas mãos de soldados que viviam no Estado antigo, junto ao Príncipe .</p><p>Disse Maquiavel: … o Príncipe sábio deve fomentar astuciosamente alguma inimizade, se houver ocasião para tal, de modo a incrementar sua grandeza superando esse obstáculo.</p><p>Quanto às fortalezas, se o Príncipe teme seus súditos mais do que os estrangeiros, deve construí-las; em caso contrário, não. Maquiavel: … a melhor fortaleza é a construída sobre a estima dos súditos, pois as fortificações não salvarão um Príncipe odiado pelo povo.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 21: Como deve agir um Príncipe para ser estimado</p><p>Nada faz com que um Príncipe seja mais estimado do que os grandes empreendimentos e os altos exemplos que dá.</p><p>Em cada ação o Príncipe deve procurar atrair fama de grandeza e excelência. Sendo que quando algum cidadão faz algo extraordinário, bom ou ruim, o Príncipe deve lhe dar um recompensa ou uma punição que seja amplamente comentada pelo povo. Castigos e recompensas devem estar em perfeito equilíbrio; um superior não pode valer-se apenas de um ou de outro.</p><p>É elevada a estima de um Príncipe que age como amigo ou inimigo declarado, não ficando em neutralidade quando dois de seus vizinhos poderosos estão em guerra.</p><p>“O que não é amigo pedirá sempre a neutralidade, e o amigo solicitará uma decisão, e a entrada na guerra. Os Príncipe s inseguros preferem geralmente permanecer neutros, pensando evitar perigos presentes, o que o mais das vezes os arruína.”</p><p>Quando o Estado que o Príncipe apoiou vence, é estabelecido um vinculo forte de amizade e gratidão por parte desse Estado. Contudo quando o Estado apoiado perde, este sempre ajudará e protegerá enquanto puder seu companheiro de uma sorte que poderá mudar.</p><p>O Príncipe não deve nunca aliar-se a alguém poderoso para causar dano a outrem, a não ser quando for necessário, pois se o aliado vence, o Príncipe fica sujeito ao seu poder.</p><p>Os Príncipe s devem honrar os que são ativos, melhorando seu Estado. Deve-se entreter o povo com festas e espetáculos em certas épocas; e também o Príncipe dever estar uma vez ou outra em contato com os membros de subgrupos do Estado, mas sempre mantendo sua dignidade majestosa.</p><p>Com isso o povo terá sempre prazer em ter tal como seu soberano e sempre estará ao seu lado.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 22: Os ministros dos Príncipe s</p><p>Para conhecer um Príncipe , basta tomar conhecimento dos homens que o cercam, eles causam a primeira impressão do monarca. O monarca sábio escolhe bem seus ministros.</p><p>Maquiavel distingue três tipos de mente: um compreende as coisas por si; o segundo compreende as coisas demonstradas por outrem; o terceiro nada consegue discernir, nem só, sem com a ajuda dos outros. O primeiro tipo é o melhor de todo; a segunda também é muito boa, mas a terceira é inútil.</p><p>“Toda vez que o Príncipe tem o discernimento para reconhecer o bem e o mal naquilo que se faz ou diz (mesmo que não apresente originalidade de intelecto), identificará as obras boas ou más do seu ministro, corrigindo algumas e incentivando outras.”</p><p>O ministro que procura sempre em todas as suas ações seu próprio interesse nunca será um bom ministro, não merecendo confiança. Quem é ministro nunca deve pensar em si próprio, mas sim no monarca. Para assegurar a fidelidade do ministro, o Príncipe deve honrá-lo e enriquecê-lo, fazendo lhe favores e atribuindo lhe encargos.</p><p>Podemos dizer que se conhece o superior através de seus subordinados.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 23: De que modo escapar aos aduladores</p><p>O Príncipe deve evitar os aduladores as cortes estão cheias , mostrando que não há ofensa em falar a verdade, todavia quando todos podem falar a verdade a uma pessoa, perdem-lhe o respeito. O Príncipesábio tomará homens sábios como conselheiros, que falarão a verdade ao Príncipe , mas somente quando perguntados e sobre o que perguntados, assim o Príncipe não ouvirá mais ninguém. O Príncipeouvirá seus conselheiros somente quando quiser e as decisões tomará sozinho.</p><p>O Príncipe que não é sábio nunca poderá ser bem aconselhado, pois ele ouvirá os conselheiros e não saberá harmonizá-los. Se a sorte lhe dê um orientador ainda poderá se sobressair, mas mais na frente este orientador lhe tomará o poder.</p><p>“Os conselheiros pensarão todos nos seus próprios interesses, e o Príncipe será incapaz de corrigi-los, ou de reconhecê-los. Não pode ser de outra forma, pois os homens falam sempre com falsidade, a não ser quando a necessidade os obriga a serem verídicos.”</p><p>Os bons conselhos nascem da prudência do Príncipe ; e que esta não nasce dos bons conselhos recebidos. Tudo vem da capacidade do Príncipe , da sua capacidade de escolha. Em suas decisões oPríncipe deve ser claro e objetivo, mantendo, sempre que possível sua palavra. Um Príncipe que muda a todo o tempo de ideia acaba por deixar o povo confuso, o fazendo perder a confiança.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 24: As razões por que os Príncipe s da Itália perderam seus domínios</p><p>Um novo soberano é sempre mais observado do que um soberano de antiga dinastia; quando o soberano novo faz atos virtuosos, estes cativarão mais os súditos do que os de um monarca de antiga dinastia. Deverá o monarca novo não falhar em outras coisas, fortalecendo</p><p>seu Estado com boas leis, boas armas e bons exemplos.</p><p>“Se considerarmos aqueles senhores que perderam seus estados na Itália de hoje, como o rei de Nápoles, o que de Milão e outros, encontraremos neles em primeiro lugar um defeito comum no que se refere às forças armadas, pelos motivos já amplamente examinados. […] alguns ou sofriam a hostilidade do povo ou, se o povo lhes tinha estima, não souberam garantir-se contra os nobres.”</p><p>Quando o Príncipe tem o povo do seu lado, mesmo assim este não pode deixar ser derrubado esperando que o povo venha a reerguê-lo se levantando contra o dominador. Disse Maquiavel: Só são boas, seguras e duráveis aquelas defesas que dependem exclusivamente de nós, e do nosso próprio valor.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo: 25: O poder da sorte sobre o homem e como resistir-lhe</p><p>Na visão de Maquiavel, tudo que acontece conosco é atribuído à sorte, mas metade disso podemos controlar. Para ele a sorte é como um rio, que quando este corre calmamente podemos construir diques e barragens para que quando as águas vierem com fúria, sejam desviadas e seu ímpeto seja menos selvagem e devastador.</p><p>“[…] o Príncipe que baseia seu poder inteiramente na sorte se arruína quando esta muda. Acredito que é prudente quem age de acordo com as circunstancias, e da mesma forma é infeliz quem age apondo-se ao que o seu tempo exige.”</p><p>O tempo vai determinar como que cada Príncipe deve agir, contudo deve-se agir no tempo certo e sempre preparado para quando a sorte variar, assim Maquiavel aconselha ser impetuoso a cauteloso com a sorte.</p><p>O Príncipe , Maquiavel Resumo – Capítulo 26: Exortação à libertação da Itália, dominada pelos bárbaros</p><p>Neste ultimo Capítulo Maquiavel expressa o seu anseio pela libertação de sua pátria, a Itália.</p><p>“[…] agora, quase sem vida, a Itália espera por quem lhe possa curar as feridas e ponha fim à pilhagem na Lombardia, à rapacidade e à extorsão no reino de Nápoles e na Toscana, curando-a das chagas abertas há tanto tempo. Pede a deus que lhe envie alguém capaz de libertá-la dessa insolência, dessa Barbara crueldade. Esta disposta a seguir uma bandeira, desde que alguém a empunhe.”</p><p>Maquiavel deixa explícito neste Capítulo que seu desejo é que Lorenzo de Medici se torne o soberano da Itália daqueles tempos, deixando claro também o principal motivo de ter escrito O Príncipe , um manual para que Lorenzo de Medici reine com êxito na Itália:</p><p>“Não se deve, portanto deixar que se perca esta oportunidade; a Itália, depois de tanto tempo, precisa encontrar seu libertador.”</p><p>“Que vossa ilustre família possa, portanto, assumir esta tarefa com a coragem e as esperanças inspiradas por uma causa justa, de forma que, sob sua bandeira, nossa pátria volte a se levantar […]”</p>

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