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<p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 1</p><p>PROJETO ESTAÇÃO LITERÁRIA</p><p>Literatura, abrigo que nos protege das trevas, que alumia nossos</p><p>pensamentos e emoções e nos leva ao desenvolvimento das dimensões</p><p>emocional, social e cognitiva.</p><p>Leitores, professores, menestréis, escritores e/ou trovadores juntem-se a</p><p>nós, pelos caminhos dos contos, dos encantos e das descobertas, para que</p><p>os livros e as histórias circulem em cada canto desse imenso país.</p><p>Sintonize a estação da arte das palavras, da leitura literária, da prosa</p><p>e da poesia e vamos juntos despertar, em todas as crianças e jovens, o prazer</p><p>que reside nas histórias, na contação e na leitura encenada. Convido-os,</p><p>então, ao estudo e ao deleite de como contribuir com a formação do leitor</p><p>literário.</p><p>Regina Shudo</p><p>1. O QUE É O PROJETO ESTAÇÃO LITERÁRIA</p><p>O Projeto Estação Literária foi criado com o objetivo de sensibilizar</p><p>crianças e adultos, para o prazer que pode ser encontrado na brincadeira,</p><p>no jogo e no ato da leitura fruição, também chamada de leitura deleite, que,</p><p>como o próprio termo determina, não é outro senão suscitar prazer e alargar</p><p>o alcance cognitivo das crianças, através de textos e jogos criados com a</p><p>função de encantar, divertir, suscitar sonhos, revisitar sentimentos,</p><p>experimentar sensações, abrir espaços para a reflexão sobre emoções e</p><p>questões relevantes que podem desenvolver a mente humana, para além</p><p>dos conteúdos programáticos que compõem as áreas do conhecimento.</p><p>A literatura na escola está relacionada à formação do professor, tanto</p><p>para atender a indicação de acervos como também para incentivar a</p><p>formação de leitores. Nosso projeto tem intenção de contribuir com a</p><p>formação docente, levando às escolas cursos sobre literatura e contação de</p><p>histórias, bem como a oferta de seleção criteriosa das obras de diferentes</p><p>autores e de diversos estilos e tipologias.</p><p>As sugestões de livros literários e alguns jogos que compõem este</p><p>material poderão ser utilizados tanto pelas crianças da Educação Infantil</p><p>como do Ensino Fundamental I, pois foram idealizados com base nas</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 2</p><p>necessidades de cada fase do desenvolvimento, dependendo sempre da</p><p>experiência leitora de cada turma ou grupo de crianças.</p><p>2. A ESCOLA ESTÁ DANDO ACESSO À LEITURA OU FORMANDO O</p><p>COMPETENTE LEITOR?</p><p>Há inúmeros estudos e pesquisas sobre o impacto da leitura na</p><p>formação humana e de sua inestimável contribuição no que tange a</p><p>ampliação do repertório cultural e estético, sem contar as possibilidades</p><p>para o desenvolvimento da reflexão, do senso de análise crítica, da</p><p>sensibilidade, da capacidade da própria transformação e, por extensão, da</p><p>realidade.</p><p>Apesar de acordarmos com tais assertivas - no discurso, nosso país tem</p><p>atuação considerável - estamos longe de resultados satisfatórios, no quesito,</p><p>população leitora brasileira. De acordo com a 4ª edição da pesquisa</p><p>"Retratos da Leitura no Brasil", desenvolvida em março de 2016, pelo Instituto</p><p>Pró-Livro, 44% da população brasileira não lê; mais da metade se considera</p><p>leitora, porém apenas 4,96 livros são lidos por ano. Deste total, 2,43 tiveram</p><p>sua leitura concluída e 2,53 foram lidos parcialmente.</p><p>Para a pesquisa, é leitor quem leu, na totalidade ou em partes, pelo</p><p>menos 1 livro nos últimos 3 meses. Já o não leitor é aquele que declarou não</p><p>ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que o tenha feito, nos últimos</p><p>12 meses.</p><p>Os estudos mostram que 74% da população brasileira nunca</p><p>compraram um livro e 30% dos entrevistados nunca leram uma obra.</p><p>Apenas um terço dos brasileiros teve influência de alguém na</p><p>formação do seu gosto pela leitura, sendo que a mãe ou responsável do sexo</p><p>feminino e o professor foram as influências mais citadas. A pesquisa indica,</p><p>ainda, que essa influência impacta no fato do indivíduo ser ou não leitor e o</p><p>potencial de influenciar o hábito de leitura dos filhos está correlacionado à</p><p>escolaridade dos pais – filhos de pais analfabetos e sem escolaridade</p><p>tendem menos a ser leitores que filhos de pais com alguma escolaridade. Da</p><p>mesma forma, enquanto 57% dos leitores viam suas mães ou responsáveis do</p><p>sexo feminino lendo sempre, ou às vezes, 64% dos não leitores nunca viam</p><p>essas figuras referenciais, lendo.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 3</p><p>A pesquisa apontou que a casa e a escola são os locais com maiores</p><p>índices de escolha, para a leitura. Esse estudo aponta a urgência de</p><p>reforçarmos e incentivarmos a formação de leitores.</p><p>O Instituto Pró-Livro acredita que a leitura seja a principal ferramenta</p><p>para melhorar a qualidade da educação e para construir um país que</p><p>ocupe os primeiros lugares quando se avalia educação e desenvolvimento</p><p>humanos.</p><p>No entanto, os Indicadores Educacionais e as avaliações, em larga</p><p>escala, apontam ainda que precisamos avançar no quesito leitura, pois</p><p>apenas 30% dos alunos que estão no 9º ano aprenderam o adequado na</p><p>competência de leitura e interpretação de textos, na rede pública de ensino.</p><p>A formação do leitor é função prioritária das escolas, não isentando a</p><p>contribuição da família ou de outras instituições. Inegavelmente, é na</p><p>instituição escolar que devemos oportunizar aos alunos, o acesso às</p><p>bibliotecas, ao bom e rico acervo literário e à mediação de professores</p><p>leitores.</p><p>Pois, o acesso às diversas estratégias de leitura, apreendidas em</p><p>contextos significativos, contribuirá não só para a formação do leitor, como</p><p>também, consecutivamente, para a melhoria do desempenho escolar.</p><p>De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação</p><p>Básica, a escola deve adotar formas de trabalho que proporcionem maior</p><p>mobilidade às crianças na sala de aula, explorando com elas, mais</p><p>intensamente, as diversas linguagens artísticas, a começar pela literatura,</p><p>utilizando, expressivamente, materiais que proporcionem oportunidade de</p><p>raciocinar ao manuseá-los, explorando as suas características e</p><p>propriedades, ao mesmo tempo em que sistematize os conteúdos escolares.</p><p>Segundo a Base Nacional Comum Curricular e as Diretrizes curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Básica, é preciso que as escolas abram novas</p><p>oportunidades para a promoção dos leitores. Pois na Educação Infantil, “a</p><p>imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das</p><p>curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura</p><p>infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças,</p><p>contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à</p><p>imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o</p><p>contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a</p><p>familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 4</p><p>entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas</p><p>corretas de manipulação de livros.” BNCC.</p><p>Quanto ao Ensino Fundamental, a BNCC aponta, entre as</p><p>Competências Específicas de Língua Portuguesa, a importância do</p><p>envolvimento dos alunos em práticas de leitura literária, que lhes possibilite o</p><p>aflorar do senso estético, valorizando a literatura e outras manifestações</p><p>artístico-culturais, como formas de acesso às dimensões lúdicas, ao livre</p><p>trânsito do imaginário e do encantamento, reconhecendo o potencial</p><p>transformador e humanizador da experiência com a literatura.</p><p>A escola tem um papel indispensável de garantir o acesso aos livros,</p><p>desde a primeira infância, permitindo que as crianças se encantem a partir</p><p>do manuseio e da observação das ilustrações, da diagramação, enfim, dos</p><p>recursos gráficos e estilísticos da obra, da trajetória do autor, do contexto, do</p><p>conteúdo literário que podem envolver textos verbais e não verbais. É no</p><p>sejam capazes de compreender</p><p>todo o seu significado.</p><p>e) Percepção melódica</p><p>Ouvir e recitar poemas ajuda na percepção da melodia da linguagem,</p><p>afinal, poesia e música andam juntas. Os recursos sonoros utilizados nas</p><p>poesias remetem a melodias bonitas e divertidas, colaborando não só com</p><p>a memorização, mas também com a percepção melódica da criança</p><p>desde cedo. Algumas canções de compositores brasileiros trabalham com</p><p>processos poéticos extremamente refinados.</p><p>Por isso, apreciar boas canções pode ser um ótimo caminho para aproximar</p><p>os leitores da linguagem poética.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 35</p><p>f) Construção de imagens e metáforas</p><p>Poemas possibilitam a construção de imagens, jogos de associações de</p><p>palavras e metáforas. Eles desenvolvem um olhar curioso sobre o mundo,</p><p>que reflete na maneira como constroem imagens, textos e associam</p><p>diferentes elementos para formar uma unidade.</p><p>g) Percepção de ritmos</p><p>A leitura desses textos obriga o leitor a refletir sobre a melodia, a cadência e</p><p>as pausas na construção de sentido, ajudando-o a dominar ritmos</p><p>fundamentais, como o da respiração, por exemplo. Dominar esse aspecto é</p><p>fundamental para o desenvolvimento da criança como um todo.</p><p>h) Interpretação de formas</p><p>Poemas exploram de maneira muito inteligente a disposição da palavra no</p><p>espaço do papel. Neles, os leitores podem aprender que textos literários vão</p><p>além do conteúdo em si. A forma dos conteúdos, como ficam dispostas as</p><p>palavras e como o espaço é utilizado também têm muito a dizer.</p><p>As poesias permitem que crianças façam associações entre as palavras e a</p><p>forma em que estão dispostas, aumentando sua percepção sensorial e</p><p>interpretação de textos.</p><p>i) Oralidade</p><p>A leitura em voz alta de poemas desenvolve a atenção a aspectos da</p><p>oralidade (entonação, acentuação e ritmo), que são fundamentais nas</p><p>situações de uso da fala em público. Portanto, além de tudo, as poesias</p><p>também colaboram para a oratória das crianças, que aprendem desde de</p><p>cedo a se comunicar com outros e apresentar ideias.</p><p>j) Brincadeira com as palavras</p><p>Por fim, mas não menos importante, ler poemas pode ser uma ótima</p><p>oportunidade de mostrar às crianças que as palavras são como brinquedos.</p><p>E tal qual as peças de um jogo de montar, basta apenas combiná-las de</p><p>diferentes maneiras para que a magia da linguagem aconteça!</p><p>Para explorar os poemas com as crianças, transcreva-o num grande cartaz</p><p>para ler juntamente com elas, trabalhando os sentimentos que podem brotar</p><p>ao ouvir um poema. Após a leitura, pode-se realizar diversas práticas como</p><p>reler, declamar, brincar, falar mais sobre o tema do poema, etc.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 36</p><p>RECEITA DE ESPANTAR A TRISTEZA</p><p>ROSEANA MURRAY</p><p>FAÇA UMA CARETA</p><p>E MANDE A TRISTEZA</p><p>PRA LONGE PRO OUTRO LADO</p><p>DO MAR OU DA LUA</p><p>VÁ PARA O MEIO DA RUA</p><p>E PLANTE BANANEIRA</p><p>FAÇA ALGUMA BESTEIRA</p><p>DEPOIS ESTIQUE OS BRAÇOS</p><p>APANHE A PRIMEIRA ESTRELA</p><p>E PROCURE O MELHOR AMIGO</p><p>PARA UM LONGO E</p><p>APERTADO ABRAÇO</p><p>MURRAY, Roseana. Receitas</p><p>de olhar. São Paulo: FTD, 1999.</p><p>RECEITA DE ACORDAR PALAVRAS</p><p>ROSEANA MURRAY</p><p>PALAVRAS SÃO COMO ESTRELAS</p><p>FACAS OU FLORES</p><p>ELAS TÊM RAÍZES PÉTALAS ESPINHOS</p><p>SÃO LISAS ÁSPERAS LEVES OU DENSAS</p><p>PARA ACORDÁ-LAS BASTA UM SOPRO</p><p>EM SUA ALMA</p><p>E COMO PÁSSAROS</p><p>VÃO ENCONTRAR SEU CAMINHO</p><p>MURRAY, Roseana. Receitas de olhar. São Paulo: FTD,1999.</p><p>AMOR ANTIGO</p><p>SYLVIA ORTHOF</p><p>ALI, NO ESCURO,</p><p>POR CIMA DO MURO,</p><p>NO ALTO DA TORRE,</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 37</p><p>MORAVA A PRINCESA</p><p>DA TRANÇA DE PRATA,</p><p>DA FACE DA LUA.</p><p>ALI, NO CANTEIRO,</p><p>MORAVA A ROSEIRA,</p><p>DA ROSA PRIMEIRA</p><p>DOS CONTOS EM FLOR.</p><p>CHEGANDO DE LONGE,</p><p>DE OUTRO REINADO,</p><p>UM MOÇO MONTADO,</p><p>NO SEU ALAZÃO.</p><p>SUBIU PELA TRANÇA,</p><p>BEIJOU A PRINCESA...</p><p>NO CÉU, UMA ESTRELA</p><p>VIROU CORAÇÃO!</p><p>ORTHOF, Sylvia. A poesia é uma pulga. São Paulo, Atual.</p><p>GAVETAS</p><p>ROSEANA MURRAY</p><p>COM DELICADEZA</p><p>ABRIR AS GAVETAS</p><p>QUE GUARDAM</p><p>AS PALAVRAS DE SEDA.</p><p>DEIXÁ-LAS SEMPRE</p><p>AO ALCANCE</p><p>DE UM SOPRO,</p><p>PRONTAS PARA O VÔO,</p><p>PARA O OUVIDO,</p><p>PARA A BOCA.</p><p>PALAVRAS DE SEDA</p><p>SÃO COMO BORBOLETAS</p><p>DOURADAS</p><p>QUANDO POUSAM</p><p>NO CORAÇÃO DO OUTRO.</p><p>MURRAY, Roseana. Manual da delicadeza de A a Z. São Paulo: FTD, 2001.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 38</p><p>RECEITA DE FELICIDADE</p><p>ROSEANA MURRAY</p><p>PALAVRA TEIA QUE SE TECE</p><p>A CADA CURVA DA VIDA</p><p>COM VENTOS E VELUDOS</p><p>FLORESTAS DE MISTÉRIOS</p><p>INTERMINÁVEL BORDADO</p><p>CADA PONTO É ALADO</p><p>MURRAY, ROSEANA. RECEITAS DE OLHAR. SÃO PAULO: FTD, 1999.</p><p>AMOR</p><p>LALAU E LAURABEATRIZ</p><p>AMOR</p><p>É PARECIDO COM UM</p><p>CAMPO FLORIDO.</p><p>TEM SABOR DE PUDIM</p><p>DE CARAMELO,</p><p>COM CASQUINHA</p><p>DE AÇÚCAR QUEIMADO</p><p>E COBERTURA</p><p>DE MARSHMALLOW,</p><p>PODE SER TAMBÉM</p><p>QUANDO ALGUÉM</p><p>CUIDA DE UM NENÉM.</p><p>OU, TALVEZ,</p><p>QUANDO CONTAM</p><p>UMA HISTÓRIA BONITA</p><p>MAIS DE UMA VEZ.</p><p>TEM CHEIRO DE SABONETE.</p><p>TEM GOSTO DE SORVETE.</p><p>É COMO UM BRINQUEDO.</p><p>É COMO UM SEGREDO.</p><p>TEM QUE</p><p>SER GRANDE,</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 39</p><p>MAIOR QUE</p><p>O MAR.</p><p>TEM QUE</p><p>SER LINDO,</p><p>DE FAZER</p><p>CHORAR.</p><p>Lalau & Laurabeatriz. Girassóis. São Paulo: Cia. das Letrinhas, 1995.</p><p>CHUVA CHATA</p><p>ESTÁ CHOVENDO,</p><p>A TELEVISÃO ESTÁ QUEBRADA,</p><p>E O MEU IRMÃOZINHO</p><p>NÃO SABE JOGAR DOMINÓ.</p><p>ESTÁ CHOVENDO,</p><p>EU ESTOU SÓ.</p><p>NÃO POSSO IR LÁ FORA</p><p>JOGAR BOLA</p><p>NEM PIÃO.</p><p>QUE CHATEAÇÃO!</p><p>ESTÁ CHOVENDO,</p><p>EU JÁ MEU LIVRINHO.</p><p>TINHA UM MENINO</p><p>E UM DINOSSAURINHO.</p><p>ESTÁ CHOVENDO.</p><p>LÁ NO LIVRINHO</p><p>TINHA UM RATINHO</p><p>E FAZIA SOL.</p><p>ESTÁ CHOVENDO.</p><p>VOU LER DE NOVO.</p><p>ACHO QUE A CHUVA</p><p>NÃO JOGA PIÃO</p><p>NEM FUTEBOL.</p><p>PEDRO BANDEIRA</p><p>SONHOS DA MENINA</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 40</p><p>CECÍLIA MEIRELES</p><p>A FLOR COM QUE A MENINA SONHA</p><p>ESTÁ NO SONHO?</p><p>OU NA FRONHA?</p><p>SONHO</p><p>RISONHO:</p><p>O VENTO SOZINHO</p><p>NO SEU CARRINHO.</p><p>DE QUE TAMANHO</p><p>SERIA O REBANHO?</p><p>A VIZINHA</p><p>APANHA</p><p>A SOMBRINHA</p><p>DE TEIA DE ARANHA . . .</p><p>NA LUA HÁ UM NINHO</p><p>DE PASSARINHO.</p><p>A LUA COM QUE A MENINA SONHA</p><p>É O LINHO DO SONHO</p><p>OU A LUA DA FRONHA?</p><p>16. PARA FINALIZAR</p><p>De acordo com Paulo Freire (1986), “a leitura do mundo precede a</p><p>leitura da palavra”. Assim, é de extrema importância - no sentido de ensinar</p><p>e ao mesmo tempo, de mediar todo o aprendizado - que nós, professores(as)</p><p>estejamos atentos(as) aos desejos e anseios de nossos pequenos e jovens</p><p>aprendizes. Eles estão envoltos em tamanha gama de informações, apelos,</p><p>sensações, que, cada vez mais, exige-se de nós, docentes, uma criteriosa</p><p>seleção do quê lhes é verdadeiramente necessário. Temos que ajudá-los a</p><p>“ler o mundo”, “a palavra”, as imagens, os comportamentos, a filtrar de</p><p>forma adequada as informações, eliminando o quê escapa ao “bom senso”</p><p>e, dessa forma, contribuir para sua inserção e integração na sociedade.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 41</p><p>Há que se levar para nossos alunos, material e conteúdo de</p><p>qualidade; textos literários oriundos de fontes confiáveis; expor, incitar o</p><p>debate, a reflexão, porém, sem esquecer o quanto são necessários os</p><p>momentos da leitura deleite, daquela em que o aluno lê, observa, entrega-</p><p>se ou, simplesmente, deixa de lado se não lhe apetecer. Essas ocasiões,</p><p>mescladas com os momentos de “aprender”, constituem um alento, na vida</p><p>escolar, muitas vezes, sobrecarregada de normas e exigências.</p><p>Deixamos, aqui, então, um apelo: ofertar sempre, uma variedade de</p><p>gêneros literários, em que a ludicidade tenha espaço, mas também a</p><p>diversidade e a pluralidade étnica, social e cultural, aspectos que levam à</p><p>ampliação do repertório e à verdadeira função da literatura “e tudo isso da</p><p>forma que só a Arte pode fazer: sem imposições de nenhuma</p><p>espécie, sem</p><p>verdades prontas, sem receitas, podendo ser útil no seu universo, mas não</p><p>utilitária na sua constituição” (Perroti, 1986, p. 153).</p><p>17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ABRAMOVICH, Fanny. Lobato de todos nós, In DANTAS, P. (org.):Vozes do</p><p>tempo de Lobato. SP: Traço, 1982.</p><p>AGUIAR, Vera Teixeira de. (org.) Era uma vez... na escola: formando</p><p>educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.</p><p>ALMEIDA, Fernando José. Folha Explica Paulo Freire. São Paulo: Publifolha.</p><p>ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontros e interação. SP: Parábola,</p><p>2004.</p><p>ASINELLI, Thania. Escola e Literatura In Elementos de Didática da Língua e da</p><p>Literatura em Contexto Pedagógico. Coord. Fernando Azevedo. Braga, PT:</p><p>IE/Universidade do Minho, 2016.</p><p>BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico SP: Loyola, 2004.</p><p>BECKER, Celia Doris. História da literatura infantil brasileira. In: SARAIVA, Juracy</p><p>Assmann (org.). Literatura e Alfabetização, do plano do choro ao plano da</p><p>ação. Porto Alegre, 2001. p.35-41.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 42</p><p>BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. Trad. Arlene Caetano.</p><p>Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.</p><p>BORGES, J. L. Cinco visões pessoais. 4.e. Trad. de Maria Rosinda R. Da Silva.</p><p>Brasília: UNB, 2002.</p><p>BRAGATTO, Paulo Filho. Pela Leitura Literária na Escola de 1.º Grau, São Paulo:</p><p>Ed. Ática, 1995.</p><p>CAGNETI, Sueli; ZOTZ, Werner. Livro que te quero livre. RJ: Nórdica, 1986.</p><p>COSTA, Marta Morais da. Metodologia do ensino da literatura infantil.</p><p>Curitiba: Intersaberes, 2013.</p><p>CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil – Teoria e Prática. São</p><p>Paulo: Ed. Ática, 1991.</p><p>FOUCAMBERT, Jean. (Trad. Lúcia Cherem e Suzete P. Bornatto). Modos de ser</p><p>leitor. Curitiba: UFPR, 2008.</p><p>FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 15. ed. São Paulo: Ed. Cortez,</p><p>1986.</p><p>FUSARI, Maria F. R; FERRAZ, Maria H.C.T. Arte na educação escolar. São Paulo:</p><p>Cortez, 1993. (coleção magistério 2º grau. Série formação geral).</p><p>KLEIMAN, Ângela. Texto & leitor. Campinas: Pontes, 2000.</p><p>LAJOLO, Marisa. Usos e abusos da Literatura na Escola. Rio de Janeiro: Ed.</p><p>Globo, 1982, p. 51.</p><p>LOBATO, Monteiro. O Picapau Amarelo. São Paulo: Brasiliense, 1956.</p><p>MACHADO, Juarez. Emoções. RJ: Agir, 2001.</p><p>MARCUSCHI, L. A. (2002). Gêneros textuais: definição e funcionalidade In</p><p>DIONÍSIO, Â. et al. Gêneros textuais e ensino. RJ: Lucerna.</p><p>MASUR, Jandira. Porquês. SP: Ática, 1999.</p><p>MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. RJ: Nova Fronteira, 1990.</p><p>PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paul: Ática, 1990.</p><p>PENNAC, Daniel. Como um romance. Tradução de Leny Werneck. Rio de</p><p>Janeiro: Rocco, 1998.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 43</p><p>PEREIRA, Maria Teresa Gonçalves. Língua portuguesa e sedução: do binômio</p><p>possível nos textos de literatura infanto-juvenil; in Perspectiva, ano 17, nº 31.</p><p>Florianópolis: UFSC, 1999.</p><p>PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na literatura infantil. São Paulo: Ícone, 1986.</p><p>PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto – Leitura e redação. SP: Ática, 1991.</p><p>ROJO, Roxane (org.). A prática de linguagem em sala de aula: praticando</p><p>os PCN. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.</p><p>YUNES, Eliane e PONDÉ, Glória. Leitura e leituras da Literatura Infantil. São</p><p>Paulo: Ed. FTD, 1988.</p><p>SITES</p><p>http://prolivro.org.br/home/index.php/atuacao/25-projetos/pesquisas/3900-</p><p>pesquisa-retratos-da-leitura-no-brasil-48</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/</p><p>http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/ceale-debate-qual-literatura-</p><p>paracriancasde-ate-6-anos-e-por-que.html</p><p>http://prolivro.org.br/home/index.php/atuacao/25-projetos/pesquisas/3900-</p><p>pesquisa-retratos-da-leitura-no-brasil-48</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/</p><p>http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/ceale-debate-qual-literatura-</p><p>para-criancas-de-ate-6-anose-por-que.html</p><p>https://muse.jhu.edu/article/648142</p><p>https://www.estudopratico.com.br/poema-e-poesia-qual-a-diferenca/</p><p>http://leituraliterarianafae.blogspot.com/2012/06/origem-da-literatura-</p><p>infantil.html</p><p>https://leiturinha.com.br/blog/os-melhores-poemas-de-cecilia-meireles-</p><p>para-criancas</p><p>http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=7</p><p>https://bebeatual.com/historias-a-pequena-sereia_95</p><p>https://www.todamateria.com.br/literatura-de-cordel/</p><p>http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/ceale-debate-qual-literatura-paracriancasde-ate-6-anos-e-por-que.html</p><p>http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/ceale-debate-qual-literatura-paracriancasde-ate-6-anos-e-por-que.html</p><p>http://prolivro.org.br/home/index.php/atuacao/25-projetos/pesquisas/3900-pesquisa-retratos-da-leitura-no-brasil-48</p><p>http://prolivro.org.br/home/index.php/atuacao/25-projetos/pesquisas/3900-pesquisa-retratos-da-leitura-no-brasil-48</p><p>about:blank</p><p>https://muse.jhu.edu/article/648142</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>https://bebeatual.com/historias-a-pequena-sereia_95</p><p>about:blank</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 44</p><p>http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-</p><p>artigos/reportagens/12834-como-trabalhar-tarsila-do-amaral-na-</p><p>educa%C3%A7%C3%A3o-infantiloto: tarsiladoamaral.com.br</p><p>Contato</p><p>Projeto elaborado por Regina Shudo</p><p>Amaná Educacional – www.amanaeducacional.com.br</p><p>041-99161-5070</p><p>http://www.amanaeducacional.com.br/</p><p>contato sistemático, que a criança começa a descobrir o mundo das letras.</p><p>Ler, contar, recontar as histórias desde a mais tenra idade contribui com a</p><p>formação do competente leitor.</p><p>3. O QUE É UM LIVRO?</p><p>Um livro é uma beleza, uma riqueza, uma infinidade de possibilidades.</p><p>Há livros para ver, para cheirar, para tocar, para escrever e, sobretudo, ler.</p><p>Livro você vai defini-lo na medida em que não só passar a admirar a beleza</p><p>da capa ou do formato, mas quando vir o que há dentro dele.</p><p>E só quando abrir e ler é que vai poder dizer se gostou ou não do texto.</p><p>Não há como avaliar uma obra somente pela capa ou pela edição, é</p><p>preciso ser leitor para saber se as palavras, imagens, desenhos, pinturas,</p><p>despertam algo dentro de você.</p><p>Para a pesquisadora Bettina Kümmerling-Meibauer, da Universidade</p><p>Eberhard Karls, na Alemanha, as crianças devem ser introduzidas a livros</p><p>ilustrados e infantis que tragam alta qualidade artística em seus recursos</p><p>visuais e textos o mais cedo possível, a fim de apoiar as suas competências</p><p>literárias. https://muse.jhu.edu/article/648142</p><p>4. O QUE É LITERATURA?</p><p>https://muse.jhu.edu/article/648142</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 5</p><p>A Literatura abrange um conjunto de obras, com características</p><p>próprias, que transita entre diversas classificações, conforme diferentes</p><p>autores.</p><p>A categoria literária (atribuiremos, aqui, essa nomenclatura) ancora-se</p><p>em verso ou prosa e, tanto um quanto outro contêm poesia em seus textos.</p><p>Poesia se caracteriza por recursos que expressam ”a linguagem de forma</p><p>especial” e provoca diferentes sentimentos em quem a lê ou ouve, sugerindo</p><p>imagens, utilizando-se de metáforas.</p><p>Os poemas são também poesias, mas estruturados em versos, que</p><p>podem ou não estar dispostos em estrofes.</p><p>Os textos literários têm características muito particulares. São especiais</p><p>no uso das palavras e expressões, no jogo criativo, estético e lúdico. Contos,</p><p>poemas, crônicas, romances, peças de teatro, entre outros fazem parte do</p><p>universo literário. Como afirma Paulo Bragatto (1995):</p><p>A narrativa literária rompe as fronteiras do real e elabora</p><p>um mundo que transita entre o sonho e a realidade pelo</p><p>exercício lúdico do brincar. (...) O texto literário pressupõe</p><p>diferentes leituras, questionamentos, comparações, voos</p><p>imaginários, descobertas, dúvidas e incertezas. (...) A</p><p>literatura é uma aventura, uma viagem pelo universo das</p><p>palavras, mas que acaba por transcendê-las, indo além</p><p>das próprias palavras! Está aí para nós, o sentido</p><p>eminentemente pedagógico da literatura que é aquele</p><p>de possibilitar ao leitor, desde o início da sua caminhada,</p><p>muito mais do que a aquisição e o domínio da leitura e da</p><p>escrita”.</p><p>Retomando as palavras de Bragatto, a obra literária prescinde da</p><p>exploração gramatical, sob pena de reduzir o texto e afastar o eventual leitor</p><p>de prática fundamental para seu crescimento em diversos âmbitos:</p><p>emocional, criativo, reflexivo e cognitivo.</p><p>Dependendo da forma como o trabalho é conduzido, a literatura</p><p>motiva e desafia, o quê pode levar crianças e jovens a descobertas, a novos</p><p>caminhos e aventuras, além do seu componente cultural e de sua</p><p>importância social. Nesse sentido, Bakhtin (1992) assegura que a literatura</p><p>infantil transforma as pessoas, tornando-as responsáveis por suas</p><p>aprendizagens e levando-as à compreensão de seu contexto de inserção,</p><p>modificando-o conforme sua necessidade.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 6</p><p>4.1. BREVE HISTÓRICO DA CRIAÇÃO LITERÁRIA PARA CRIANÇAS</p><p>A História da Literatura inicia no século XIII, em que a criança passa a</p><p>ser considerada um ser com necessidades e características próprias,</p><p>portanto, diferente do adulto. Perrault e Irmãos Grimm são considerados os</p><p>precursores da literatura destinada às crianças, compilando as histórias</p><p>folclóricas originadas da tradição oral. Foram acompanhados por outros</p><p>autores importantes: Andersen, Carlo Colodi, Lewis Carroll, Mark Twain,</p><p>Charles Dickens.</p><p>O precursor da Literatura Infantil, em nosso país, foi Monteiro Lobato</p><p>que, além de suas criações literárias, adaptou contos de fadas, entre eles,</p><p>Peter Pan e Pinóquio. As obras de Lobato constituem patrimônio literário</p><p>inestimável.</p><p>Ainda grande parte da produção literária para a infância, no Brasil, se</p><p>ressente da excessiva preocupação pedagógica.</p><p>http://leituraliterarianafae.blogspot.com/2012/06/origem-da-literatura-</p><p>infantil.html</p><p>BECKER, Celia Doris. História da literatura infantil brasileira. In: SARAIVA, Juracy</p><p>Assmann (org.). Literatura e Alfabetização, do plano do choro ao plano da</p><p>ação. Porto Alegre, 2001. p.35-41.</p><p>5. A LITERATURA INFANTIL NA ESCOLA</p><p>O trabalho com a literatura é muito mais do que o preenchimento de</p><p>horários vagos, em razão da sua riqueza e das inúmeras possibilidades que</p><p>oferece. Vai além de momentos breves destinados à sua prática, já que a</p><p>escola constitui, para um contingente bastante expressivo, o único espaço</p><p>do convívio com a leitura literária. Eliane Yunes e Glória Pondé são assertivas</p><p>ao afirmarem: “Há um evidente e progressivo desgosto pela leitura a partir</p><p>da escola, que, no Brasil, representa o canal mais constante de relação com</p><p>a leitura” (1988, p. 29). Portanto, ela deve ter, no cotidiano escolar, um</p><p>espaço garantido em que professor e alunos mergulhem no mundo do</p><p>imaginário, da fantasia, da ficção, sem o compromisso de tirar dessas leituras</p><p>ensinamentos referentes aos aspectos gramaticais da língua, como</p><p>mencionado, anteriormente.</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 7</p><p>YUNES, Eliane e PONDÉ, Glória. Leitura e leituras da Literatura Infantil. São</p><p>Paulo: Ed. FTD, 1988.</p><p>E, apesar de exaustiva gama de pesquisas e estudos sobre o tema,</p><p>observa-se, ainda, nas escolas brasileiras o texto literário como alvo de</p><p>“dissecação”, para dele serem retirados e trabalhados os elementos</p><p>gramaticais da Língua. Se usarmos a literatura para esse fim, certamente</p><p>estaremos “mutilando” o texto e cortando na raiz, o desejo e o prazer pela</p><p>leitura. Pois, como afirma Marisa Lajolo: “a Literatura na escola (...)</p><p>consumida com a mesma passividade com que se digerem figuras de</p><p>geometria e regras gramaticais, habitua o aluno a uma atitude sempre</p><p>passiva perante o texto” (1982).</p><p>LAJOLO, Marisa. Usos e abusos da Literatura na Escola. Rio de Janeiro: Ed.</p><p>Globo, 1982, p. 51</p><p>Reside aí a resposta para tamanha resistência de alunos e de muitos</p><p>professores, no que concerne o tão decantado “gosto” pela leitura.</p><p>É preciso criar momentos e ambientes agradáveis para que a criança</p><p>olhe as capas dos livros, folheie, deixe de lado se não interessar, até que</p><p>encontre aquele que exerce sobre ela o fascínio e a atração suficientes para</p><p>se dedicar, sem pressa.</p><p>Assim, afirmamos que “longe de uma compreensão padronizada, a</p><p>relação com textos literários está além do entendimento raso e normatizado,</p><p>como toda a obra de arte. O estético supera a tecnicidade dos meios e dos</p><p>instrumentos, portanto, é hedonista e, ao mesmo tempo, perene. (Thania</p><p>Asinelli, 2016, p. 5).</p><p>6. A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO</p><p>Por que - mesmo contando com a infinidade de pesquisas, estudos,</p><p>incentivos, campanhas - ainda nos deparamos com a insuficiência e, porque</p><p>não dizer, com a animosidade em relação à leitura, no Brasil? Os meios estão</p><p>disponíveis e existem em profusão. Diante disso, só nos resta uma</p><p>constatação: estamos falhando na forma de apelo e de encaminhamento</p><p>rumo ao que, para nós leitores, parece evidente: a descoberta da</p><p>enormidade de sensações e satisfação que boas leituras podem provocar.</p><p>Há uma vasta lista de problemas que afetam a leitura no Brasil, a</p><p>começar pela formação dos leitores nas escolas de ensino fundamental.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 8</p><p>Salientamos o caráter de obrigatoriedade, cuja imposição faz da leitura um</p><p>exercício desagradável revestido de compromisso, de tarefa a cumprir, o</p><p>quê contribui de forma decisiva para afastar os pequenos e os adultos de</p><p>prática tão árdua.</p><p>Fruto de observações e de contatos com professores verifica-se que</p><p>muitos docentes veem, ainda, a literatura como uma atividade de menor</p><p>importância. Alegam a ausência de seu caráter utilitário e, portanto, deve</p><p>servir para preenchimento de horários vagos ou atribuem-lhe um papel de</p><p>coadjuvante. Tal situação confere à leitura literária um papel secundário,</p><p>sem que lhe seja atribuída a importância fundamental que tem.</p><p>E ainda, exigir do leitor (criança ou jovem), a compreensão do que lê,</p><p>nos moldes pré-estabelecidos pelo professor, seguindo regras rígidas,</p><p>certamente, o afastará da leitura. É o prazer do encantamento e das</p><p>descobertas que aproximam o leitor do livro. Trajetórias, acervos, realidades</p><p>de vidas são diversos, portanto, há diferenças significativas nas aquisições e</p><p>na aceitação do objeto livro. Somente, um educador que tenha uma história</p><p>de relação íntima com a literatura é capaz de fazer uma seleção criteriosa</p><p>das obras e provocar, nos pequenos e jovens, os múltiplos prazeres que a</p><p>leitura literária oferece. Na concepção de M. A. Antunes Cunha (1991): “A</p><p>obra literária para crianças é essencialmente a mesma obra de arte para o</p><p>adulto. Difere desta apenas na complexidade de concepção: a obra para</p><p>crianças será mais simples em seus recursos, mas não menos valiosa”.</p><p>É de fundamental importância, oferecer ao aluno uma gama bem</p><p>ampla, incluindo as histórias sem texto escrito, em que a narrativa é feita</p><p>através de ilustrações. O leitor, então, interpretando as imagens, atribuirá</p><p>significados que poderão ir muito além do que está expresso nas gravuras.</p><p>Quanto mais leituras forem ofertadas à criança, maior capacidade de senso</p><p>estético e crítico ela terá, sem contar o desenvolvimento de suas</p><p>competências cognitivas em todas as áreas do conhecimento.</p><p>Nossas crianças e nossos jovens são carentes dos múltiplos prazeres que</p><p>a leitura literária oferece. Carentes, também, da liberdade de manusear, ler</p><p>muitas vezes a mesma obra, ou deixar de lado aquelas que não lhes</p><p>apetecem no momento, para buscá-las em outra ocasião, ou, simplesmente,</p><p>esquecê-las. A relação com a leitura é afetiva. MORAIS (1995) defende a</p><p>ideia de que em tenra idade a criança faz as primeiras descobertas, nos</p><p>textos que ouve: “O primeiro passo é a audição de livros. A audição da leitura</p><p>feita por outros tem uma tripla função: cognitiva, linguística e afetiva.” (1995,</p><p>p. 171).</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 9</p><p>A leitura em voz alta, feita pelo professor e/ou por alguém da família,</p><p>desperta na criança o desejo de aprender a ler para que ela, com seus</p><p>recursos próprios, possa descobrir a enormidade de sensações contidas no</p><p>livro.</p><p>Com muita propriedade, Daniel Pennac (1998) aconselha:</p><p>Excelentíssimas crianças</p><p>Se eu fosse vocês, a primeira coisa que pediria à professora ao entrar em sala</p><p>de aula, pela manhã, seria: "Professora, leia uma história para nós!" Não existe</p><p>melhor maneira de começar um dia de trabalho! E no final do dia, quando</p><p>a noite chega, meu pedido ao adulto mais próximo seria: "Por favor, conte</p><p>uma história para mim!" Não existe melhor maneira para escorregar nos</p><p>lençóis da noite! Mais tarde, quando vocês já forem grandes, lerão para</p><p>outras crianças aquelas mesmas histórias. Desde que o mundo é mundo e</p><p>que as crianças crescem, todas estas histórias escritas e lidas têm um nome</p><p>muito bonito: literatura.</p><p>7. O CONTADOR DE HISTÓRIAS</p><p>A cultura da “contação” de histórias, ganha terreno, no Brasil,</p><p>constituindo uma profissão mais e mais valorizada. Importante, que seja</p><p>assim, pois, esses profissionais trazem nas suas bagagens (em duplo sentido),</p><p>além da performance apropriada, uma profusão de objetos e vestimentas,</p><p>capazes de transpor barreiras e causar impacto irresistível, nas crianças.</p><p>Preparados para essa tarefa, os contadores apresentam a história (lida ou</p><p>contada) de forma atraente, seduzindo as crianças e transportando-as para</p><p>outros espaços e tempos, em que a realidade se mistura à fantasia ou por</p><p>ela é substituída. As sensações se multiplicam, eliminando fronteiras e</p><p>aproximando mundos desconhecidos.</p><p>Convém assinalar, no entanto, que muitas escolas e professores não</p><p>dispõem de tal regalia (um contador de histórias profissional) e, nem por isso,</p><p>devem deixar uma atividade fundamental, como esta, em segundo plano</p><p>ou sua realização relegada a raras ocasiões. É prerrogativa do(a)</p><p>professor(a) ler com fluência, entonação e ritmo adequados, o quê lhe</p><p>confere competência para ler ou contar histórias de forma a encantar e</p><p>seduzir os alunos. As pausas necessárias, expressões, gesticulações, de</p><p>acordo com os momentos de suspense, mistério, susto, surpresa, transportam</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 10</p><p>os ouvintes para o cenário do conto e constituem elementos fundamentais</p><p>para a conquista e a formação do leitor literário.</p><p>8. LITERATURA INFANTIL E A LEITURA DELEITE</p><p>São inenarráveis as sensações que uma leitura prazerosa proporciona.</p><p>Ao ouvir ou ler uma história, por exemplo, as crianças podem se identificar</p><p>com ela, vivenciar lugares nunca antes visitados, experimentar gostos,</p><p>cheiros, fantasias, levar a imaginação a espaços e momentos inalcançáveis</p><p>na “vida real”. Daí a importância de deixar ao alcance dos alunos, uma</p><p>grande variedade de livros, sem antes, porém, de o(a) professor(a) tê-los lido,</p><p>para conhecer o assunto, verificar a adequação à faixa etária.</p><p>Crianças são ávidas de conhecer, de expressar ideias e sentimentos,</p><p>de ousadias e experimentos. O lúdico lhes é inerente, então, elas brincam de</p><p>faz de conta, revestindo-se de alguns personagens, evitando e se</p><p>preservando de outros.</p><p>O processo criativo se desenvolve, o repertório se amplia, a</p><p>sensibilidade se aguça. Quanto mais ouvir e ler histórias, mais sua curiosidade</p><p>é instigada e a sua vontade de leituras dessa natureza aumenta.</p><p>A leitura deleite não é mensurável; o prazer não é passível de</p><p>avaliação, apenas percebem-se as reações, desejos e expressões das</p><p>crianças ao manifestarem seu contentamento ou não, em relação ao que</p><p>leram ou ouviram.</p><p>8.1. O QUÊ TRABALHAR NA LITERATURA INFANTIL?</p><p>Há inúmeras possibilidades de trabalho com a literatura infantil na</p><p>escola, sob a ótica da leitura prazerosa. Ao apresentar um texto literário, seja</p><p>um conto clássico, uma crônica, um poema, por exemplo, além dos</p><p>momentos em que o(a) aluno(a) escolhe um livro espontaneamente, sem o</p><p>compromisso de responder a questionamentos sobre a obra, o(a)</p><p>professor(a), a fim de um bom aproveitamento da leitura pode, por exemplo,</p><p>antecipar o assunto do texto, lançando questões e discorrendo sobre o quê</p><p>será lido, fornecendo “pistas” e desafios, para que as crianças levantem</p><p>hipóteses. Tal procedimento gera interesse e curiosidade, entre os alunos.</p><p>https://leiturinha.com.br/blog/os-melhores-poemas-de-cecilia-meireles-</p><p>para-criancas</p><p>about:blank</p><p>about:blank</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 11</p><p>Sobre o livro, deve-se destacar: autor, ilustrador, editora, local, ano da</p><p>publicação, tipo de capa e de papel, texto escrito, estrutura, ilustrações,</p><p>diagramação, cores, personagens (características). Essa prática, exercida</p><p>desde o início da escolaridade, cria entre os leitores o hábito de atribuir os</p><p>créditos a quem é de direito. Assim,</p><p>Há grande e importante variedade de livros sem texto escrito, cujas</p><p>ilustrações, muitas vezes, dizem mais do que as palavras.</p><p>Entre os gêneros literários, antes mencionados, o cordel merece destaque,</p><p>hoje considerado</p><p>Literatura. Livrinhos escritos em versos, no Nordeste</p><p>brasileiro, pendurados num barbante (daí a origem de Cordel), sobre</p><p>assuntos que vão desde mitos sertanejos às situações sociais, políticas e</p><p>econômicas atuais.</p><p>A Literatura de Cordel é uma manifestação literária tradicional da</p><p>cultura popular brasileira, mais precisamente do interior nordestino.</p><p>Gênero presente há muito tempo, entre nós, as fábulas, que fazem</p><p>parte do tipo narrativo transmitem mensagens relacionadas ao cotidiano. Em</p><p>geral, os personagens são animais que se comportam como seres humanos,</p><p>representando suas qualidades e seus defeitos. A “lição de moral” é um dos</p><p>aspectos, frequentemente, apresentado nas fábulas e deram origem a</p><p>muitos provérbios populares, por exemplo:</p><p>Os poemas servem para divertir, emocionar, fazer pensar. A escolha</p><p>das palavras, com rimas ou não, forma uma tessitura estética, ritmada, plena</p><p>de poesia. O jogo com as palavras atiça a imaginação, a sensibilidade e a</p><p>criação. Daí, a importância da escolha criteriosa de autores comprometidos</p><p>com a qualidade do texto literário. As diagramações podem variar, o que</p><p>quer dizer que nem todos os poemas são distribuídos em estrofes; podem</p><p>estar dispostos em um único bloco.</p><p>Os contos de fadas divertem, provocam diferentes emoções, criam</p><p>surpresa e suspense. Elementos contraditórios como o bem e o mal são</p><p>expostos de forma a mostrar os conflitos de forma fictícia, mas que fazem</p><p>parte, muitas vezes, da existência humana. Suas origens remontam à</p><p>tradição oral e, ao longo do tempo, receberam novos elementos, surgindo</p><p>assim, novas versões. São narrativas em prosa, cujos elementos mágicos</p><p>atuam no imaginário infantil, transportando o ouvinte/leitor para espaços e</p><p>tempos inimagináveis. Bruxas, fadas e ogros exercem grande fascínio sobre</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 12</p><p>o leitor mirim. Os conflitos apresentados nos contos de fadas contribuem para</p><p>o desenvolvimento afetivo, emocional e cognitivo das crianças.</p><p>9. RECURSOS LITERÁRIOS</p><p>9.1. Linguagem</p><p>Texto literário de qualidade pressupõe uma linguagem poética, em</p><p>que as palavras e expressões tenham harmonia, ritmo e cadência. A escolha,</p><p>portanto, deve ser criativa e sugestiva, no sentido de levar o leitor à imersão</p><p>no universo da fantasia e da imaginação, instigando os questionamentos e</p><p>estimulando as descobertas. Nesta perspectiva, um exemplo procedente, na</p><p>literatura infantil, é a obra Porquês de Jandira Masur:</p><p>As narrativas devem ser atraentes, transmitindo a expressão artística do</p><p>autor, que por meio dos personagens seduz e captura o receptor.</p><p>A linguagem das narrativas deve ser atraente, transmitindo a expressão</p><p>artística do autor, que por meio dos personagens seduz e captura o receptor.</p><p>Ressaltamos a importância da linguagem visual presente nos textos</p><p>não verbais que, sem dúvida, é um convite à criação e às descobertas, a</p><p>exemplo da obra Emoções de Juarez Machado.</p><p>O autor desta obra de arte é um renomado artista plástico, que</p><p>agregou à sua trajetória de pintor de telas, a produção de três livros infantis</p><p>produzidos com imagens e sem texto escrito.</p><p>Atualmente, há grande oferta de livros de imagens, cujas ilustrações,</p><p>por vezes, dizem mais do que as palavras. Essa linguagem enriquece as</p><p>narrativas e a obra feita somente com ilustrações requer um olhar crítico; é</p><p>preciso “educar o olhar”. Entre os autores que se destacam nesse quesito,</p><p>citamos: Eva Furnari, Ângela Lago, Ziraldo, entre outros.</p><p>9.2. Recursos simbólicos</p><p>Para a criança, a literatura, a partir de sua simbologia, assume formas</p><p>e sugere ideias fundamentais para seu desenvolvimento emocional, social e</p><p>cognitivo. É vivenciando as histórias ouvidas e lidas, que o leitor infantil</p><p>inventa, cria e recria personagens, transformando-se naqueles que lhe</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 13</p><p>atraem ou com os quais se identifica. Os fatos ocorridos em uma narrativa,</p><p>por exemplo, podem estar associados aos acontecimentos reais ou,</p><p>tornarem-se verdadeiros, conforme a conveniência ou a capacidade</p><p>imaginativa dos pequenos. Corroboramos, assim, a posição de Vera Aguiar:</p><p>Portanto, o uso da fantasia na literatura infantil é mais um</p><p>recurso de adequação do texto ao leitor (...) já que a</p><p>criança compreende a vida pelo viés do imaginário. A</p><p>partir da transfiguração da realidade pela imaginação, o</p><p>livro infantil põe a criança em contato com o mundo e</p><p>com todos os seus desdobramentos, oferecendo-lhe com</p><p>isso a possibilidade de entendê-lo melhor e de a ele</p><p>adaptar-se (AGUIAR, 2001, p.83).</p><p>O exercício lúdico do brincar está estreitamente vinculado à audição</p><p>ou à leitura de uma história, em que os personagens se revestem de</p><p>características as mais insólitas, absurdas, engraçadas, conflituosas ou tristes,</p><p>situações necessárias para que a criança administre seus próprios conflitos e</p><p>situações adversas, por exemplo.</p><p>Bruno Bettelheim, no consagrado livro A psicanálise dos contos de</p><p>fadas faz um tratado acerca da importância dos recursos simbólicos das</p><p>histórias (em particular dos contos clássicos) para o desenvolvimento da</p><p>personalidade infantil e sua consequente maturidade. O trecho que segue</p><p>confirma tal assertiva:</p><p>Para que uma estória realmente prenda a atenção da</p><p>criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas</p><p>para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a</p><p>imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a</p><p>tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas</p><p>ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas</p><p>dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os</p><p>problemas que a perturbam (BETTELHEIM, 2002, p. 13).</p><p>9.3. Recursos estilísticos</p><p>Como o termo indica, os recursos estilísticos usados nos textos literários,</p><p>denotam o estilo de cada autor, sua forma de expor as ideias, o emprego</p><p>de figuras de linguagem como metáforas, substituições de palavras por</p><p>outras, comparações, jogo de palavras, que tornem o texto, esteticamente,</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 14</p><p>mais agradável, com o intuito de seduzir o leitor. Os recursos de estilo variam,</p><p>conforme o autor, mas, também, conforme o gênero textual.</p><p>Nas palavras de PEREIRA (1999, p, 143), José Paulo Paes está entre os autores</p><p>que são “verdadeiros artífices da palavra, trabalhando-a artesanalmente,</p><p>garimpando, na infinita gama de possibilidades linguísticas, aquelas que vão</p><p>instaurar o toque mágico que abrirá corações e mentes”.</p><p>Vejamos exemplos de textos poéticos, desse autor:</p><p>Convite</p><p>Poesia</p><p>é brincar com palavras</p><p>como se brinca</p><p>com bola, papagaio, pião.</p><p>Só que</p><p>bola, papagaio, pião</p><p>de tanto brincar se gastam.</p><p>As palavras não:</p><p>quanto mais se brinca</p><p>com elas</p><p>mais novas ficam.</p><p>Como água do rio</p><p>que é água sempre nova.</p><p>Como cada dia</p><p>que é sempre um novo dia.</p><p>Vamos brincar de poesia?</p><p>9.4. Ilustração e Diagramação</p><p>As imagens têm papel fundamental nas obras literárias dedicadas às</p><p>crianças e há verdadeiras obras de arte no universo da ilustração de livros de</p><p>literatura infantil.</p><p>Já mencionado anteriormente (item 9.1), há livros em que as</p><p>ilustrações prescindem do texto escrito e despertam o interesse e a</p><p>curiosidade dos leitores a partir do apelo visual. A narrativa, a partir das</p><p>imagens, conduz o leitor para universos desconhecidos do mistério, do</p><p>encantamento, do assombro, do silêncio...</p><p>Nos livros do Ziraldo, ele é o autor do texto e da ilustração. No entanto,</p><p>há uma equipe que complementa a produção e a finalização da obra.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 15</p><p>A diagramação é a forma como o texto e as imagens são distribuídos</p><p>nas páginas dos livros. É necessário técnica e arte para que esse trabalho</p><p>seja harmonioso, equilibrado e atraente. Assim, há que se ter um conjunto</p><p>coordenado de profissionais:</p><p>autor, ilustrador, revisor, diretor de arte, gráfica,</p><p>editor. O exemplo que segue é uma obra de Marcelo Xavier, que como autor</p><p>do texto e ilustrador, o faz com cenários e personagens de massa de modelar</p><p>Esses elementos se inserem no campo das artes e conforme Edmir</p><p>Perroti (1986) “o discurso estético se apresenta quando as obras literárias são</p><p>compreendidas como objeto artístico, existindo o compromisso com a arte e</p><p>não com a pedagogia”.</p><p>9.5. Intertextualidade</p><p>Os textos dialogam entre si; há relações entre eles. A produção de um</p><p>gênero textual, um conto, um poema, por exemplo, pode gerar outros</p><p>gêneros, outras leituras e re(criações), transformando-os, como é o caso de</p><p>Chapeuzinho Amarelo de Chico Buarque de Holanda, baseado no clássico</p><p>Chapeuzinho Vermelho de Charles Perrault. Como afirma Julia Kristeva “todo</p><p>texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e</p><p>transformação de um outro texto”.</p><p>Monteiro Lobato, criador do Sítio de Picapau Amarelo, utilizou</p><p>personagens da mitologia grega para compor suas histórias, abrasileirando-</p><p>as, além de outros personagens estrangeiros, como Pinochio, Peterpan,</p><p>Branca de Neve, Cinderela que se misturam aos personagens tipicamente</p><p>rurais, de Lobato. A tradição oral, as fábulas constituem terra fértil para a</p><p>intertextualidade em que outros tempos e outros espaços se incorporam aos</p><p>textos atuais.</p><p>Adaptações diversas foram além dos livros e abriram caminhos para</p><p>mídias, como o cinema e a televisão.</p><p>10. Baú de ideias de projeto para o incentivo da leitura literária</p><p>E o que mais é possível fazer para contribuir com a formação do leitor</p><p>literário?</p><p>A seguir, apresentamos algumas dicas e sugestões para que as escolas</p><p>possam fomentar a leitura.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 16</p><p>1. Feira da troca – As crianças podem coletar junto às famílias, no bairro, em</p><p>campanhas comunitárias, livros usados e, na sequência, organizar uma</p><p>grande feira de troca com livros literários, gibis, livros didáticos, etc. Depois,</p><p>é só escolher um livro e se deleitar.</p><p>2. Leitura para iniciar a aula - Inicie a aula lendo para seu aluno, selecione</p><p>um bom texto ou poema e leia apenas e, tão somente, pelo ato de ler,</p><p>ouvir e sentir. Após a leitura de livros literários pergunte, antes de tudo, o</p><p>que a criança sentiu com a leitura do texto.</p><p>3. Povoando os espaços escolares - Pelas paredes da escola, coloque</p><p>palavras, pensamentos, poemas que façam sentido, promovendo assim</p><p>um ambiente de aprendizagem, de fruição e de incentivo à leitura.</p><p>4. Homenagem aos autores - Com seus alunos e com as outras turmas, criem</p><p>uma lista dos autores preferidos das crianças, aqueles mais conhecidos e</p><p>importantes do universo da literatura e, depois, façam uma votação para</p><p>escolher um nome de autor para cada sala de aula. Será uma</p><p>homenagem para os autores e, para as crianças, um incentivo a fim de</p><p>ampliarem o repertório literário. Criem placas para identificar cada sala</p><p>de aula.</p><p>5. Nome de Turma – O nome mais votado, entre as crianças, do autor</p><p>predileto poderá ser o nome da Biblioteca, afinal, é lá que repousam e se</p><p>concentram as palavras escritas pelos grandes mestres da literatura.</p><p>6. Caixa Poética - Coloque uma caixa na sala de aula contendo pequenos</p><p>versos, poemas, textos, pensamentos para que as crianças possam tirar</p><p>da caixa uma mensagem diariamente. A leitura pode ajudar a afastar os</p><p>pensamentos ruins.</p><p>7. Compartilhando histórias – Promova leitura de livros para outras turmas ou</p><p>grupos de crianças. Os próprios alunos poderiam contar histórias em</p><p>turmas diferentes, por exemplo, as crianças do 2º ano poderiam contar</p><p>histórias para os alunos da Educação Infantil.</p><p>8. Brincando de teatralizar – Muitos textos presentes nos livros infantis</p><p>permitem que as crianças, juntamente com os professores, teatralizem a</p><p>história. A encenação contribui para desenvolver a oralidade, aprender</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 17</p><p>a se expressar corporalmente e experimentar uma nova maneira de</p><p>representação.</p><p>9. Varal de poesia – Confeccione cartazes com poemas trabalhados,</p><p>contendo dados do autor/a para serem afixados na escola. Depois de</p><p>explorar os poemas e transcrevê-los em cartazes, as crianças poderão</p><p>ilustrar, utilizando diversas formas de representação plástica, unindo a arte</p><p>da palavra às artes plásticas.</p><p>10. Pipocando palavras – Escreva e ilustre, com seus alunos, em saquinhos de</p><p>pipoca, de pão, ou em qualquer embalagem de papel, pequenos versos,</p><p>poemas, trovas, letras de músicas para propagar a literatura por todo</p><p>canto. Podem incentivar as padarias próximas às escolas a adotarem a</p><p>impressão de versos poéticos nas suas embalagens. Assim, todos podem</p><p>levar para casa, um pouco de poesia.</p><p>11. Marcador de livros – Confeccione com seus alunos marcadores de livros,</p><p>utilizando cartolina ou papel reaproveitado e peça aos alunos que</p><p>escrevam uma frase ou parte de um texto que tenham gostado, com</p><p>base nos livros já lidos. Os marcadores podem ser distribuídos na biblioteca</p><p>ou em outras turmas.</p><p>12. Comparando narrativas – Promova análise da mesma narrativa escrita,</p><p>por vários autores/as em gêneros diferentes (poema, texto teatral, letra</p><p>de música, rap, como é o caso das diferentes versões da Formiguinha e a</p><p>Neve, Chapeuzinho Vermelho, etc.).</p><p>13. Árvore leitora – Se na sua escola houver árvores, pendure os livros com</p><p>argolas e elásticos, de forma que qualquer criança possa alcançá-los e</p><p>se deleitar com a leitura. Podem ser usadas, também as paredes externas</p><p>à sala de aula, os corredores da escola, assim, qualquer pessoa que</p><p>passar por espaços onde haja livros, poderá dar uma paradinha e</p><p>aproveitar a leitura.</p><p>14. Semanário do livro – Que tal realizar um semanário onde estarão</p><p>evidenciados dados como o título ou o autor mais lido naquela semana?</p><p>15. Seminário do livro – Organize com seus alunos um seminário na escola, em</p><p>que alunos, professores e familiares possam participar para discutir sobre</p><p>a importância da leitura. Professores podem desenvolver uma palestra;</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 18</p><p>alunos podem participar de uma mesa de debate para falar o quanto a</p><p>leitura tem mudado suas vidas. O seminário poderá contar, ainda, com</p><p>apresentações de contação de histórias, leituras, feira da troca, painéis,</p><p>etc.</p><p>16. Circulando os livros – Há por esse país, ônibus, kombis, jegues da leitura.</p><p>Isso mesmo, os diferentes meios de transporte sendo utilizados para levar</p><p>o livro a locais de difícil acesso. Organize com seus colegas da escola,</p><p>ONGs (Organizações Não Governamentais) e a comunidade, um projeto</p><p>de leitura que atinja todas as casas. Poderão colocar estantes feitas de</p><p>sucata, como geladeiras velhas, nas portas dos mercados para que todos</p><p>tenham acesso ao livro.</p><p>17. Estudo sobre o autor – Para que as crianças aprendam sobre a origem dos</p><p>livros, das histórias, faça sempre que possível uma pesquisa sobre o autor.</p><p>Entre tantos autores, há aqueles com quem a criança se identifica, que</p><p>tem preferência pelo texto. Proporcione a leitura de livros do mesmo</p><p>autor.</p><p>18. Visita à bibliotecas – Visite com as crianças a biblioteca municipal ou</p><p>espaços que contenham grandes acervos, assim, a criança poderá</p><p>ampliar seu repertório.</p><p>19. Leitura alínea – As leituras escolhidas para alunos podem ser de textos</p><p>longos e, nesse caso, podem ser narradas em capítulos. Evidenciando,</p><p>que a ausência da ilustração pode ser compensada pela beleza da</p><p>linguagem narrativa. A cada dia, os alunos ficarão ansiosos com a</p><p>sequência da história, com a chegada de mais um capítulo.</p><p>20. Estudo sobre os contos populares – Com seus alunos pesquisem as</p><p>narrativas da tradição oral na comunidade. Os contos acumulativos estão</p><p>registrados no nosso folclore. Câmara</p><p>Cascudo registrou alguns contos,</p><p>que de voz em voz, boca em boca, ficaram na memória de gerações,</p><p>como a Casa do Pedro, A festa no céu, etc. Após a pesquisa, registre num</p><p>caderno todas as narrativas orais, para que as crianças possam continuar</p><p>reproduzindo, brincando, contando e recontado até que cheguem às</p><p>próximas gerações.</p><p>21. Os direitos de ler - Organize com seus alunos os direitos do leitor. Daniel</p><p>Pennac, na sua obra Como um Romance, escreveu Os 10 Direitos do</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 19</p><p>Leitor, mas, agora é a sua vez, elabore com seus alunos os direitos que</p><p>eles acreditam ser adequados, para a sua realidade.</p><p>22. Semana do Conto – Convide familiares e amigos para virem à escola</p><p>contar histórias. As famílias poderão ler um conto ou conta-lo. Prepare a</p><p>escola para receber os convidados, providenciando um espaço</p><p>adequado para recebê-los.</p><p>23. Ciranda poética – Escolha um espaço calmo, numa área livre, distribua</p><p>em papeis, previamente preparados, poemas para seus alunos. Cada</p><p>criança deverá ler em voz alta, compartilhando o texto. Quem chegar</p><p>perto da roda, poderá sentar e apreciar a leitura da arte poética.</p><p>24. Gênero da cultura narrativa - Na cultura literária, temos textos narrativos</p><p>como as fábulas, lendas, contos de fada, narrativas de aventura,</p><p>narrativas ficcionais, contos fantásticos, etc. Gradativamente, apresente</p><p>uma gama de textos narrativos, para que as crianças tenham repertório</p><p>e observem as diferenças nessas narrativas.</p><p>25. Estudo dos autores regionais – Na sua cidade há autores que já</p><p>publicaram um livro de literatura infantil? Faça um levantamento, na</p><p>cidade ou no estado, para que as crianças possam conhecer as obras e,</p><p>caso tenha oportunidade, convide um autor para conversar com os</p><p>alunos e fazer uma seção de autógrafos. É importante valorizar os autores</p><p>da sua cidade!</p><p>26. Clube da leitura – Composto por um grupo de alunos de todos os anos,</p><p>do 1º ao 5º, que se encontram uma vez por semana, na sala de leitura ou</p><p>na biblioteca da escola. O foco do clube é de ler o maior número de livros</p><p>para depois compartilhá-los com outras pessoas, despertando a</p><p>curiosidade, o interesse e a vontade de ler cada vez mais. Com o apoio</p><p>da escola, ajudam a organizar a biblioteca, a indicar os livros para outros</p><p>alunos, criam rodas de conversas sobre as leituras, elaboram painéis,</p><p>indicando gêneros e colocando comentários sobre as obras. Para que o</p><p>clube seja bem organizado, são necessárias regras e metas a serem</p><p>atingidas.</p><p>27. Livros para todos – Para as crianças portadoras de deficiência visual ou</p><p>baixa visão, a escola poderá reproduzir o livro colorido, em tamanho</p><p>ampliado, com a tecnologia adequada, por exemplo, digitalizar e</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 20</p><p>imprimir em tamanho A3. Para os alunos que precisam de livros em braile,</p><p>há editoras que já os publicam e também é possível encaminhar às</p><p>instituições especializadas, para produzir mais obras em braile. Caso a</p><p>criança ainda não saiba ler em braile, os próprios colegas podem ler aos</p><p>que necessitam de ajuda, realizando a leitura e a descrição das cenas.</p><p>11. O QUE LER?</p><p>Sugestões de livros de literatura para leiturização e contação de histórias</p><p>01 A BICICLETA VOADORA JONAS RIBEIRO ELEMENTAR</p><p>02 A BORBOLETA CHIQUE CINTIA ZULLINO</p><p>YUNES</p><p>COMPANHIA</p><p>NACIONAL</p><p>03 A BRUXA DO BATOM</p><p>BORRADO</p><p>ANDERSON</p><p>NOVELLO</p><p>PENSA MAIS</p><p>04 A CASA SONOLENTA AUDREY WOOD ÁTICA</p><p>05 A CIDADE DOS</p><p>CARREGADORES DE</p><p>PEDRA</p><p>SANDRA BRANCO CORTEZ</p><p>06 A FADA EMBURRADA ALESSANDRA</p><p>PONTES</p><p>ELEMENTAR</p><p>07 A HISTÓRIA DO LEÃO</p><p>QUE NÃO SABIA</p><p>ESCREVER</p><p>MARTIN</p><p>BALTSCHEIT</p><p>MARTINS FONTES</p><p>08 A MENINA QUE NÃO</p><p>TINHA MEDO DE NADA</p><p>TÔNIO DE</p><p>CARVALHO</p><p>MELHORAMENTOS</p><p>09 A MOÇA TECELÃ MARINA</p><p>COLASANTI</p><p>GLOBAL</p><p>10 A OUTRA HISTÓRIA DE</p><p>CHAPEUZINHO</p><p>VERMELHO</p><p>JEAN-CLAUDE R.</p><p>ALPHEN</p><p>SALAMANDRA</p><p>11 A PROFESSORA</p><p>ENCANTADORA</p><p>MÁRCIO VASSALO ABACATTE</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 21</p><p>12 A VACA QUE BOTOU UM</p><p>OVO</p><p>ANDY CUTBILL SALAMANDRA</p><p>13 A VELHINHA QUE DAVA</p><p>NOME ÀS COISAS</p><p>CYNTHIA RILANA BRINQUE-BOOK</p><p>14 A VERDADEIRA HISTÓRIA</p><p>DOS TRÊS PORQUINHOS</p><p>JON SCIESZKA COMPANHIA DAS</p><p>LETRINHAS</p><p>15 ATÉ AS PRINCESAS</p><p>SOLTAM PUM</p><p>ILAN BRESSAN BRINQUE-BOOK</p><p>16 BISA BIA, BISA BEL ANA MARIA</p><p>MACHADO</p><p>SALAMANDRA</p><p>17 BOM DIA TODAS AS</p><p>CORES</p><p>RUTH ROCHA SALAMANDRA</p><p>18 BRUXA, BRUXA VENHA À</p><p>MINHA FESTA</p><p>ARDEN DRUCE BRINQUE-BOOK</p><p>19 CHAPEUZINHOS</p><p>COLORIDOS</p><p>JOSÉ ROBERTO</p><p>TORERO</p><p>ALFAGUARA</p><p>20 COMO COMEÇA? SILVANA TAVANO CALLIS</p><p>21 ERNESTO BLANDINA</p><p>FRANCO E JOSÉ</p><p>CARLOS LOLLO</p><p>COMPANHIA DAS</p><p>LETRINHAS</p><p>22 FATO COMO ESSE SÓ SANDRA BOZZA PENSA MAIS</p><p>23 LÚCIA JÁ-VOU-INDO MARIA HELOÍSA</p><p>PENTEADO</p><p>ÁTICA</p><p>24 MARIA VAI COM AS</p><p>OUTRAS</p><p>SYLVIA ORTHOF ÁTICA</p><p>25 MENINA BONITA DO</p><p>LAÇO DE FITA</p><p>ANA MARIA</p><p>MACHADO</p><p>ÁTICA</p><p>26 MINHA PROFESSORA É</p><p>UM MONSTRO</p><p>PETER BROWN INTRÍNSECA</p><p>27 O CARTEIRO CHEGOU JANET & ALLAN</p><p>AHLBERG</p><p>COMPANHIA DAS</p><p>LETRINHAS</p><p>28 O CASO DA LAGARTA</p><p>QUE TOMOU CHÁ-DE-</p><p>SUMIÇO</p><p>MILTOM CÉLIO DE</p><p>OLIVEIRA</p><p>BRINQUE-BOOK</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 22</p><p>29 O COELHO SEM</p><p>ORELHAS</p><p>KLAUS BAUMGART PANDA BOOKS</p><p>30 O COLECIONADOR DE</p><p>SEGREDOS</p><p>MARCIA CRISTINA</p><p>SILVA E ANDRE</p><p>NEVES</p><p>BRINQUE-BOOK</p><p>31 O DISTRAÍDO SABIDO ANA MARIA</p><p>MACHADO</p><p>SALAMANDRA</p><p>32 O FRIO PODE SER</p><p>QUENTE</p><p>JANDIRA MASUR ÁTICA</p><p>13. PROJETO SENTIMENTOS E EMOÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>OPORTUNIZANDO A EXPRESSÃO DOS SENTIMENTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>Trabalhar com sentimentos é possibilitar sua manifestação, favorecer</p><p>uma tomada de consciência de si mesmo, de suas intolerâncias, alegrias,</p><p>mágoas, desejos etc., buscando identificá-los, bem como ter a possibilidade</p><p>de aprender a lidar com eles.</p><p>Ao proporcionarmos momentos em que as crianças possam extravasar</p><p>emoções e, mais profundamente, reconhecer sentimentos em sala de aula,</p><p>em propostas gráficas ou verbais, por exemplo, estamos valorizando esses</p><p>sentimentos e mostrando às crianças, que o que elas sentem é muito</p><p>relevante e tem significado para nós que, de fato, nos importamos com elas.</p><p>Na Educação Infantil podemos desenvolver as habilidades</p><p>socioemocionais promovendo ricas situações de aprendizagem e</p><p>experiências para lidar com as emoções e sentimentos, através de práticas</p><p>envolvendo:</p><p>1. Literatura Infantil e contação de histórias</p><p>2. Poemas e cantigas</p><p>3. Jogos e brincadeiras</p><p>4. Obras de arte</p><p>5. Comunicação não-violenta</p><p>6. Programa de aproximação dos pais e vínculos afetivos</p><p>LITERATURA INFANTIL</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 23</p><p>LIVROS INFANTIS PARA FALAR DE EMOÇÕES COM AS CRIANÇAS DA</p><p>EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>O desenvolvimento de competências socioemocionais no ambiente</p><p>escolar cria espaço para um aprendizado mais completo e tem impacto no</p><p>bem-estar dos alunos. As escolas do século 21 precisam descobrir como</p><p>inspirar os seus alunos enquanto eles aprendem, além de estimulá-los a</p><p>dialogar, refletir e se organizar. E uma das formas de promover esse</p><p>desenvolvimento em aula é por meio de narrativas. Os livros, as histórias,</p><p>fábulas e poesias podem ser disparadores de reflexões não só sobre os</p><p>personagens ou fatos relatados, mas sobre os próprios alunos.</p><p>Trabalhar as competências socioemocionais envolve muito mais uma</p><p>mudança de postura, de crenças, de modo de pensar e fazer o processo</p><p>ensino-aprendizagem do que simplesmente passar novos conteúdos</p><p>programáticos.</p><p>Os resultados dessa mudança são sentidos na própria sala de aula,</p><p>como mostram pesquisas do Instituto Ayrton Senna e estudos da</p><p>Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).</p><p>Por que trabalhar</p><p>socioemocionais?</p><p>Trabalhar competências socioemocionais com crianças é necessário</p><p>porque o ser humano é, fundamentalmente, um ser social e emocional. “Em</p><p>um mundo altamente tecnológico, a falta dessas competências tem</p><p>denotado uma grave crise dos sentidos e das relações humanas”, observa a</p><p>professora e pós-doutora em Artes pela Universidade de Campinas</p><p>(Unicamp), Fernanda Maria Macahiba Massagardi. Ela explica a questão em</p><p>sua tese de doutorado Percursos da Literatura na Educação – Ensinar</p><p>Contando Histórias.</p><p>A literatura permite uma reflexão profunda de questões existenciais.</p><p>Para explorar e desenvolver essas competências, ela sugere falar em terceira</p><p>pessoa, pois isso ajuda as crianças a elaborar conflitos e desafios internos</p><p>que, muitas vezes, não são verbalizados em primeira pessoa. Nesse contexto,</p><p>é recomendável que o professor observe suas turmas de modo a buscar na</p><p>literatura temas que tenham ressonância com a necessidade apresentada.</p><p>Os temas também devem ser adequados para a faixa etária.</p><p>O universo dos livros, quando trabalhado de forma lúdica, coloca a criança</p><p>em narrativas e padrões de acontecimentos que sugerem formas de lidar</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 24</p><p>com problemas e ressignificá-los. As crianças se colocam no lugar do</p><p>personagem muitas vezes, por isso é mais fácil dialogar sobre os sentimentos</p><p>por meio da literatura.</p><p>Como fazer em aula?</p><p>No Ensino Infantil, é recorrente a utilização de livros com "moral da</p><p>história". Muitas dessas fábulas apresentam elementos concretos que</p><p>figurativizam conceitos abstratos. Normalmente, são animais personificados</p><p>as personagens centrais desses textos. A 'moral' não é nada mais do que a</p><p>explicitação do tema do texto. O que os professores precisam verificar é se</p><p>essa moral é compatível com seus objetivos pedagógicos.</p><p>Mesmo as obras que não foram planejadas para trabalhar</p><p>competências socioemocionais podem servir para esse fim. “Nesse</p><p>momento, sempre costumo dizer que ninguém conhece melhor as próprias</p><p>turmas do que os professores. Uma boa obra é aquela que permite que o</p><p>professor discuta o que precisa ser ensinado e que, ao mesmo tempo,</p><p>desperte o interesse e a curiosidade dos alunos”. Assim, o recorte didático</p><p>feito pelo professor é mais importante do que o livro em si. “Recomendamos</p><p>que os professores que já desenvolvem competências socioemocionais</p><p>conversem com os colegas da área de linguagens para tentar aproveitar as</p><p>mesmas leituras. Isso costuma funcionar bem”.</p><p>Os conteúdos socioemocionais devem ser trabalhados em uma espiral,</p><p>que leve em conta as experiências de cada faixa etária.</p><p>Nesse sentido, para desenvolver competências socioemocionais, o</p><p>melhor material é a interação entre professores e alunos. “De nada adianta</p><p>um manual, um livro ou recurso lúdico se os professores não atuam</p><p>assertivamente na relação com seus alunos”, conclui.</p><p>Como adultos, muitas vezes esquecemos de conversar sobre nossos</p><p>sentimentos e como consequência esquecemos a importância que eles têm</p><p>em nossas vidas sociais e em nosso desenvolvimento emocional e pessoal.</p><p>No entanto, para além disso, saber lidar com nossas emoções possibilita que</p><p>possamos ajudar nossas crianças a lidar com as delas, colaborando para o</p><p>desenvolvimento emocional infantil. Habilidade essa fundamental para uma</p><p>vida adulta mais saudável e feliz!</p><p>Certo! Mas qual o papel da literatura diante disso? Bom… A literatura</p><p>nos traz vida, não é? Ao mesmo tempo que nos transporta para vários</p><p>mundos e nos faz ver tudo de formas diferentes, ela também nos ajuda a lidar</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 25</p><p>com a nossa vida real, falando com a gente por muito mais do que apenas</p><p>palavras!</p><p>14. SUGESTÕES DE LIVROS LITERÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS</p><p>INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.</p><p>1. ERNESTO - COMPANHIA DAS LETRINHAS</p><p>Blandina Franco, Ilustrações de José Carlos Lollo, Companhia das Letrinhas.</p><p>Emoções e sentimentos que aparecem na obra: solidão, tolerância com a</p><p>diferença, o efeito das fofocas, preconceito. Dos mesmos autores de Quem</p><p>Soltou o Pum, Ernesto trabalha as diferenças e as possíveis maneiras de se</p><p>lidar com ela, sendo que uma, infelizmente bastante frequente, é a exclusão.</p><p>Com um personagem “esquisito”, isolado por ser diferente, o livro propõe que</p><p>se pense sobre o que é dito sobre outras pessoas e se Ernesto merece mesmo</p><p>toda essa solidão. Leitura essencial para o momento de opiniões polarizadas</p><p>e radicais que vivemos.</p><p>2. TROMBA TROMBA – EDITORA PEQUENA ZAHAR</p><p>Autor David McKee, Pequena Zahar.</p><p>Emoções e sentimentos apresentados na obra: preconceito, tolerância,</p><p>violência, respeito à diversidade. Considerado um clássico da literatura</p><p>infantil Inglesa, Tromba Tromba oferece uma lição sobre preconceito e</p><p>tolerância das diferenças a partir da história de elefantes que se rivalizam na</p><p>selva.</p><p>3. CAIXA DE JÉSSICA – EDITORA FTD</p><p>Peter Carnavas (Autor), Rosana Rios (Tradutor).</p><p>Jéssica está se preparando para seu primeiro dia de aula. Conseguirá fazer</p><p>amigos ou se sentirá sozinha? Depois de muito pensar, experimentou algumas</p><p>maneiras de fazer amizade na escola: levou sua caixa e, de dentro dela, tirou</p><p>seu ursinho, bolinhos para os colegas comerem, sua cachorrinha para brincar</p><p>com eles. Mas nada foi muito eficaz. Até que, de dentro de sua caixa, surgiu</p><p>algo muito especial.</p><p>4. HARVEY – COMO ME TORNEI INVISÍVEL – EDITORA PULO DO GATO</p><p>Hervé Bouchard, Ilustrações de Janice Nadeau.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 26</p><p>Emoções e sentimentos apresentados na obra: perda, saudade, luto e dor.</p><p>O garoto Harvey fica sem chão quando o pai morre e precisa lidar com uma</p><p>série de sentimentos desconhecidos, dolorosos e desoladores. Uma delicada</p><p>narrativa sobre a importância do luto.</p><p>5. MENINA AMARROTADA – EDITORA JUJUBA</p><p>Texto e ilustrações de Aline Abreu, Jujuba.</p><p>Emoções e sentimentos apresentados na obra: amor, perda, saudade, raiva,</p><p>tristeza.</p><p>Com sensibilidade, este livro mostra a história de Aline e o dia em que seu</p><p>pai, acostumado a viajar, se vai. Na medida em que os sentimentos desta</p><p>perda vão surgindo, ela vai ficando amarrotada pelo vento. O que é isso que</p><p>ela sente e que a modifica a cada vez?</p><p>6. DIVERTIDA MENTE – EMOÇÕES NO COMANDO - MELHORAMENTOS</p><p>Disney Melhoramentos.</p><p>Emoções apresentadas: alegria, tristeza, raiva, nojo e medo.</p><p>Baseado no filme homônimo e vencedor do Oscar de Animação, o livro traz</p><p>ilustrações e miniaturas dos personagens que representam emoções</p><p>humanas, como a Alegria, a Tristeza, a Raiva e o Nojinho.</p><p>7. DECLARAÇÃO DE AMOR – EDITORA GALOCHA</p><p>Autor: José Enrique Barreiro; Ilustrações de Jana Glatt. Galocha.</p><p>Emoções e sentimentos apresentados na obra: amor, admiração, gratidão.</p><p>O livro é um delicado poema sobre o afeto, a admiração, o carinho e as</p><p>diversas e particulares formas de se dizer que se gosta de alguém. A obra em</p><p>si é fruto do amor de uma filha pelo pai. Alice Galeffi, diretora da editora que</p><p>publica o livro, encontrou um poema escrito por seu pai muitos anos antes.</p><p>Emocionada, foi em busca de Jana Glatt, que traduziu em imagens a</p><p>sensibilidade paterna.</p><p>8. O MEDO E SEUS DISFARCES - SINOPSYS</p><p>Marina Gusmão Caminha, Ilustrações de Rodrigo Nunes. Sinopsys.</p><p>Emoções e sentimentos que aparecem na obra: medo, solidão,</p><p>compreensão, preservação, ansiedade e medo.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 27</p><p>Pedir que uma criança ignore o medo não faz com que ele desapareça ou</p><p>alivie o transtorno que causa. Neste livro, o medo não é só reconhecido</p><p>como ganha corpo, rosto e voz, ou seja, é validado. Assim como as emoções</p><p>agradáveis, o medo faz parte da vida de todas as pessoas, e as crianças</p><p>podem fazer grandes descobertas sobre si e o mundo a partir dele.</p><p>9. PEDRO VIRA PORCO-ESPINHO – JUJUBA</p><p>Autora, Janaina</p><p>Tokitaka.</p><p>Que tal discutir com as crianças de onde vêm as emoções? Do que se</p><p>alimenta a raiva? Por que estamos calmos e de repente - pum – não estamos</p><p>mais? A autora Janaina Tokitaka conta a história de Pedro, um menino</p><p>comum que vai levando a vida em suas rotinas de criança. Porém, quando</p><p>uma dessas coisas não acontece como ele espera, Pedro vira porco-</p><p>espinho. Com uma metáfora sutil e divertida sobre as transformações do</p><p>humor e as sensações que experimentamos na vida – que muitos pais podem</p><p>chamar de “birra” ou “manha”, o livro convida o pequeno leitor a refletir</p><p>sobre a origem dos sentimentos.</p><p>10. MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA – EDITORA ÁTICA</p><p>Autora: Ana Maria Machado.</p><p>Uma linda menina de fita no cabelo desperta a admiração de um coelho</p><p>branco, que deseja ter uma filha tão pretinha como ela. Mas antes precisa</p><p>descobrir o segredo de como ter aquela cor. Essa obra apresenta reflexões</p><p>sobre as diferenças e o respeito.</p><p>11. GEORGE – EDITORA GALERA JUNIOR/GRUPO EDITORIAL RECORD</p><p>Autor, Alex Gino. Tradução de Regiane Winarski. Galera Junior/Grupo</p><p>Editorial Record.</p><p>Emoções e sentimentos que podemos explorar com o livro: aceitação,</p><p>compreensão, respeito e empatia.</p><p>Quem olha para George pensa ver um menino, mas ela tem a certeza de</p><p>que é uma menina, que nem pensa em namoro ainda e gosta de colecionar</p><p>revistas femininas. E uma narrativa centrada na escola e na casa da</p><p>protagonista, o livro traz questões de gênero para o universo adolescente e</p><p>escolar e mostra a perspectiva de George, que se incomoda ao ser visto</p><p>pelos outros como menino. A reflexão é mais do que atual, considerando as</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 28</p><p>demonstrações de intolerância registradas em nossa sociedade e a pressão</p><p>para que tais questões não sejam abordadas na escola.</p><p>12. A RAIVA – EDITORA PEQUENA ZAHAR</p><p>Autora, Blandina Franco. Ilustrações de José Carlos Lollo. Pequena Zahar.</p><p>Emoções e sentimentos que podemos explorar com a obra: raiva e</p><p>paciência.</p><p>Mais uma vez Blandina Franco e José Carlos Lollo se unem para mostrar às</p><p>crianças o valor dos sentimentos – e como lidar com eles. Como o nome</p><p>sugere, A Raiva traz essa emoção inerente ao ser humano, mas, a questão é</p><p>qual espaço devemos dar a ela em nossa vida, o quanto vamos deixa-la</p><p>crescer em nosso dia a dia e como reagimos diante da raiva.</p><p>13. TEIMOSINHA- EDITORA MELHORAMENTOS</p><p>Autor, Fabrício Carpinejar. Ilustrações de Guto Lins. Melhoramentos.</p><p>Emoções e sentimentos que podemos explorar na obra: tristeza,</p><p>sufocamento, superproteção.</p><p>No livro conhecemos as inusitadas emoções de Lucila, que nos conta por</p><p>que o aniversário é o dia mais triste da vida dela. Em um relato poético,</p><p>descobrimos que ela é superprotegida pelos pais que, de tanto amá-la,</p><p>acabam não deixando que ela faça as próprias escolhas. Será que o</p><p>caminho da educação das nossas crianças é a superproteção? Onde fica a</p><p>autonomia das crianças?</p><p>14. MARI E AS COISAS DA VIDA – EDITORA PULO DO GATO</p><p>Autor, Tine Mortier. Ilustrações, Kaatje Vermeire. Pulo do Gato.</p><p>Emoções e sentimentos que podemos explorar: saudade, perda e</p><p>cumplicidade.</p><p>Mari é uma garota bastante sensível e tem muita cumplicidade com a avó.</p><p>Mas a senhora adoece, perde a capacidade de se mover e de se expressar.</p><p>A garotinha é a única capaz de compreendê-la, e o leitor acompanha essa</p><p>bela história de amor e adaptação à velhice pelos olhos e sentimentos de</p><p>Mari.</p><p>15. AMIGA INVISÍVEL – EDITORA LÊ</p><p>Autoria, Guiomar e Ilustrações de Cláudio Martins.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 29</p><p>Nesta história descontraída e alegre, a fantasia e a inocência infantil são o</p><p>tema principal. Somente uma criança poderia assimilar toda a alegria de sua</p><p>amiga invisível.</p><p>16. A FABULOSA MÁQUINA DE AMIGOS – EDITORA BRINQUE-BOOK</p><p>Texto e ilustrações de Nick Bland, Brinque-book.</p><p>Não se deixe enganar pelo cenário inocente da história, que se passa em</p><p>uma fazenda e tem como personagem principal uma galinha. Não tem</p><p>nada de simplório aqui. Pelo contrário, é uma trama atual e divertida. A</p><p>galinha Pipoca era a mais simpática do pedaço. Mas, um dia, ela encontrou</p><p>um aparelho com uma mensagem na tela brilhante, de onde saíram muitos</p><p>“olás”. Um livro para entender quem são os verdadeiros amigos.</p><p>17. A PRINCESA IMPERFEITA. EDITORA SINOPSYS</p><p>Autores: Gabriela Salim Xavier Moreira, Sebastião Sousa Almeida e Carmem</p><p>Beatriz Neufeld. Ilustrações de Mauro Cézar Freitas. Sinopsys.</p><p>Emoções trabalhadas: autoestima, resiliência, felicidade, bem-estar,</p><p>autoconfiança Voltado para crianças de 6 a 10 anos, A Princesa Imperfeita</p><p>traz uma discussão sobre autoimagem em uma época em que a aparência</p><p>é supervalorizada e a autoestima é bastante afetada pelos padrões estéticos</p><p>empurrados pela cultura. Aline, a protagonista do livro, queria ser a principal</p><p>dançarina do festival de balé, mas é recusada por ser gordinha.</p><p>18. QUANDO SINTO INVEJA – EDITORA CIRANDA CULTURAL</p><p>Trace Moroney. Ciranda Cultural. Emoções trabalhadas: inveja A inveja nos</p><p>leva a pensar que a grama do vizinho é mais verde que a nossa. Um</p><p>coelhinho fofo mostra como lidar com esse sentimento que desperta em nós</p><p>atitudes pouco legais.</p><p>19. ROUPA DE BRINCAR – EDITORA PULO DO GATO</p><p>Eliandro Rocha. Ilustrações de Elma Fonseca. Pulo do Gato. Emoções</p><p>trabalhadas: tristeza, perda, alegria Uma menina passa horas se divertindo</p><p>no guarda-roupas da tia, brincando com as roupas diferentes. Certo dia,</p><p>percebe que a tia está diferente, suas roupas não têm nenhuma graça e seu</p><p>guarda-roupa está quase vazio</p><p>20. A PANQUECA DE NINA. EDITORA BIRUTA</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 30</p><p>Texto e ilustrações de Yin Chien. Biruta. Emoções trabalhadas: admiração,</p><p>autoestima. Em belas ilustrações, Yin Chien traz a história de Nina, uma</p><p>garotinha que tem muita admiração pela irmã mais velha e quer ser</p><p>exatamente como ela. Mas a protagonista percebe que ser igual à irmã não</p><p>é possível e que ela pode ser um sucesso do jeito dela.</p><p>21. TODO MUNDO É MEIO ET – MARTINS FONTES</p><p>Analua, texto e ilustrações de Marilia Pirillo, WMF Martins Fontes. A figura do</p><p>alienígena costuma ser usada toda vez que nos sentimos deslocados. E há</p><p>quem se sinta assim o tempo todo, por ser diferente do padrão. Com essa</p><p>premissa, o livro é construído: uma menina que não gosta de praia, de</p><p>brincar na praça nem tomar sorvete no verão. Ao receber a visita de um</p><p>extraterrestre, a garota resolve perguntar a todos à sua volta se eles já se</p><p>sentiram um ET. As respostas vão trazer conforto para todas as crianças que</p><p>não são como as demais.</p><p>22. O MONSTRO DAS CORES - ALETRIA</p><p>1O Monstro das Cores, texto e ilustrações de Anna Llenas. Um dia o monstro</p><p>acordou confuso e colorido, tudo porque se enrolou nas cores, bagunçando</p><p>todas as emoções. É assim que começa esse livro, que se propõe a separá-</p><p>las e apresentar cada sentimento, ajudando as crianças a lidar com cada</p><p>um deles: o amarelo contagiante da alegria, o azul suave da tristeza, o</p><p>vermelho feroz da raiva...</p><p>23. HOJE – EDITORA JUJUBA</p><p>O livro Hoje, escrito por Eva Montanari, nos questiona: “O que cabe dentro</p><p>de um dia?”. Se olharmos com cuidado, cada sentimento e cada dia tem o</p><p>seu valor e motivo. Em uma página, a personagem Niki está aborrecida. Por</p><p>quê? O que fazer diante disso? Na página seguinte ela está com borboletas</p><p>saindo pela boca! O que as borboletas podem significar? Será que conversar</p><p>sobre o que está sentindo, ajuda a melhorar? O que faz o seu pequeno se</p><p>sentir melhor?</p><p>24. O LIVRO DOS SENTIMENTOS – PANDA BOOKS</p><p>Todd Parr. Às vezes não dá vontade de inventar alguma coisa diferente,</p><p>como... beijar um leão-marinho? Todd Parr fala sobre sentimentos e como</p><p>devemos compartilhar todos eles com quem a gente ama.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 31</p><p>25. TUDO BEM SER DIFERENTE</p><p>– PANDA BOOKS</p><p>Todd Parr (Autor). Este livro trabalha com as diferenças de cada um de</p><p>maneira divertida, simples e completa, alcançado o universo infantil e</p><p>trabalhando com assuntos que deixam os adultos de cabelos em pé, como</p><p>adoção, separação de pais, deficiências físicas, preconceitos raciais, entre</p><p>outros.</p><p>26. EMOCIONÁRIO – EDITORA SEXTANTE</p><p>Emocionário: Diga o que você sente por Cristina Núñez Pereira e Rafael R.</p><p>Valcárcel. Emocionário é um dicionário de emoções que nos ajuda a</p><p>entender melhor o que se passa em nosso coração. Prazer, ódio, entusiasmo,</p><p>insegurança, orgulho e muitos outros sentimentos são representados por</p><p>ilustrações inspiradoras e explicados de forma simples e delicada. Com esse</p><p>livro, crianças de todas as idades vão aprender a reconhecer suas emoções</p><p>e expressar seus sentimentos.</p><p>27. AS DESCOBERTAS DE VAVÁ E POPÓ.</p><p>VAVÁ E POPÓ – COLEÇÃO DE LIVROS SOBRE EMOÇÕES – EDITORA SINOPSYS</p><p>A contemporaneidade não nos ensina a nomear as emoções. Mesmo assim,</p><p>o repertório designado para as emoções negativas é mais extenso quando</p><p>comparado com aquele para as emoções positivas. Somos bombardeados</p><p>por notícias, imagens, situações que nos levam à concepção errônea de que</p><p>só existe negatividade no mundo.</p><p>Este livro infantil (apenas na linguagem, não no conteúdo) tem por objetivo</p><p>apresentar um dos pilares da psicologia positiva - o estudo das emoções</p><p>positivas feito por Barbara Fredrickson, referência mundial no tema - e a</p><p>teoria do construir e ampliar, também de autoria de Barbara. De modo</p><p>lúdico, o leitor poderá conhecer essa teoria e aplicá-la para a construção</p><p>intencional de um humor saudável e uma vida com mais bem-estar.</p><p>Este é o primeiro livro infantil de psicologia positiva publicado no Brasil. Foi</p><p>pensado e ilustrado para as crianças, mas seu teor é aplicável a todos</p><p>aqueles que têm de 4 a 97 anos. Afinal de contas, as emoções positivas</p><p>ampliam e constroem recursos físicos, cognitivos e sociais.</p><p>28. NINGUÉM VAI FICAR BRAVO? - EDIÇÕES SM</p><p>Toon Tellegen. Um elefante tentar subir numa árvore. A partir de metáforas</p><p>sutis, o livro brinca com o “forte” e o “fraco” de cada um, e como eles afetam</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 32</p><p>as emoções. Com as crianças, não seria diferente. Considerando que os</p><p>pequenos estão aprendendo a se entender para depois entender o outro,</p><p>aprender a lidar com essa profusão de emoções que experimentamos em</p><p>um só dia é ainda mais crucial. Em 12 capítulos curtos, vemos diversos animais</p><p>zangados e irritados, em diferentes circunstâncias. Alguns tentam entender</p><p>sua raiva, outros tentam controlá-la, e outros, ainda, deixam-se dominar por</p><p>ela. São histórias engraçadas e incomuns, mas que também propiciam uma</p><p>reflexão profunda sobre a natureza das emoções humanas.</p><p>29. A ÁRVORE VERMELHA - EDIÇÕES SM</p><p>Shaun Tan. O livro conta a história de um dia na vida de todo mundo. Isso</p><p>mesmo: um dia que poderia ser vivido por qualquer ser humano movido a</p><p>emoções e sentimentos. Aqueles em que perdemos a capacidade de</p><p>enxergar além e ficamos esmagados em nosso próprio senso de injustiça.</p><p>Nada de interessante dá as caras no horizonte, tudo vai mal, ninguém</p><p>entende, nada tem sentido. Dias em que “o mundo é uma máquina surda”,</p><p>como diz um trecho da história. Quase não há narração aqui, mas não falta</p><p>história. Um personagem perdido, rumando sozinho pela rua em busca ainda</p><p>não sabe de quê, parecido com qualquer um de nós.</p><p>30. O GRANDE LIVRO DAS EMOÇÕES – EDITORA PAULINAS</p><p>Mary Holfman (Autor), Paulinas (Editor), Ros Asquith (Ilustrador).</p><p>A autora Mary Hoffman por meio dessa leitura desenvolve o senso crítico dos</p><p>pequenos leitores, pois faz com que eles se posicionem diante do sentimento</p><p>que ali é abordado. A cada página surge uma nova reflexão, uma nova</p><p>abordagem, ou seja, uma contribuição maior para o crescimento infantil.</p><p>Cada emoção é tratada no livro individualmente e ainda conta com uma</p><p>ilustração de Ros Asquith.</p><p>15. POEMAS, MÚSICAS E INDICAÇÕES DE CDS</p><p>COLETÂNEA DE POEMAS PARA EXPLORAR A LINGUEGEM, AS EMOÇÕES E</p><p>SENTIMENTOS</p><p>POR QUE LER POEMAS PARA AS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL?</p><p>Ler poesia para criança é uma atividade fundamental para o</p><p>desenvolvimento dos pequenos, contribui para o imaginário, desenvolve a</p><p>linguagem oral e aproxima da linguagem escrita. Além disso, os poemas</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 33</p><p>permitem as crianças um olhar mais sensível sobre a vida, despertando</p><p>emoções e sentimentos.</p><p>Segundo Carlos Drummond de Andrade, as crianças são poetas por</p><p>natureza.</p><p>Desde pequenas, elas brincam com a linguagem, atentando para o som das</p><p>palavras, seus significados e intencionalidades.</p><p>Quando bebês, embora não entendam muitos dos sentidos das palavras que</p><p>lhes são ditas, os pequenos apreciam a melodia da voz de seus pais e,</p><p>frequentemente, “respondem” com balbucios e outros sons graciosos,</p><p>estabelecendo uma deliciosa brincadeira com a sonoridade da</p><p>comunicação humana.</p><p>Assim que aprendem a falar, logo começam a criar suas próprias expressões</p><p>para se comunicar e, com o passar do tempo, descobrem que a linguagem</p><p>é um jogo em que as palavras podem ser inventadas, ordenadas e faladas</p><p>de diversas maneiras, dando origem a muitas interpretações.</p><p>E o que é isso senão poesia?</p><p>Para incentivar esses pequenos poetas, nada melhor que a leitura de</p><p>poemas infantis, que colaboram para diversos aspectos do desenvolvimento</p><p>da criança, desde a formação de seu imaginário até a desenvoltura para</p><p>fala e escrita.</p><p>Professor, selecione diversos poemas para brincar, cantarolar, ler, para as</p><p>crianças. Os poemas não precisam falar sobre um tema específico, como</p><p>por exemplo as emoções, apenas explorar os poemas dos mais diversos</p><p>autores, já serão vivências que contribuirão para o desenvolvimento das</p><p>competências socioemocionais.</p><p>Pensando na importância da leitura de poemas para a formação das</p><p>crianças, listamos alguns motivos pelos quais é fundamental apresentar esses</p><p>textos às crianças desde cedo:</p><p>a) Formação do imaginário</p><p>A poesia contribui para a formação do imaginário, do simbólico e da</p><p>criatividade. Afinal, nos poemas, as palavras sempre dizem mais! As crianças</p><p>conseguem desenvolver um senso exploratório da linguagem literária a partir</p><p>da poesia, buscando por sentidos nas frases poéticas profundas, que dizem</p><p>muito.</p><p>Projeto Estação Literária</p><p>www.amanaeducacional.com.br</p><p>pág. 34</p><p>Esse aspecto é ótimo para que aprendam a brincar com as palavras desde</p><p>cedo e interpretar os fenômenos ao seu redor com mais facilidade.</p><p>b) Beleza</p><p>Poemas expressam a beleza por meio da linguagem literária, portanto, além</p><p>de aprender, as crianças têm uma experiência de leitura prazerosa e</p><p>agradável. Essas sensações servem como incentivo para que a criança</p><p>tenha mais entusiasmo na leitura e curiosidade para aprender mais.</p><p>A poesia mostra que a língua que se lê diz mais coisas quando ela é uma</p><p>língua trabalhada, artesanalmente trabalhada.</p><p>c) Sensibilidade estética</p><p>Os poemas contribuem para o desenvolvimento da sensibilidade estética,</p><p>construindo uma ponte entre a criança, o mundo real e o simbólico. Por meio</p><p>deles é possível perceber que as coisas podem ter diferentes representações</p><p>e significados. Esses atributos são essenciais para que as crianças aprendam</p><p>a atribuir significado às coisas e representá-las através da expressão artística.</p><p>d) Memorização</p><p>Outro motivo essencial para ler a poesia de criança aos pequenos é que ela</p><p>colabora para a memorização e apreciação dos textos. A presença da</p><p>sonoridade nesse tipo de texto, construída por meio da poesia infantil com</p><p>rimas e repetições, por exemplo, torna a recitação de poemas uma</p><p>atividade muito prazerosa para os pequenos.</p><p>Esses recursos linguísticos possibilitam que as crianças memorizem e apreciem</p><p>esses textos, mesmo que – a princípio – não</p>