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<p>Territórios e fronteiras sociais,</p><p>econômicas e culturais</p><p>Filosofia</p><p>4o bimestre – Aula 11</p><p>Ensino Médio</p><p>● Liberdade de expressão, de crença,</p><p>o direito à propriedade e conflitos;</p><p>● Direitos humanos nas questões de</p><p>território e fronteira.</p><p>● Contextualizar a importância de</p><p>territórios e fronteiras com base</p><p>nos Direitos Humanos.</p><p>● Pontuar na filosofia reflexões que</p><p>se alinham à universalidade dos</p><p>direitos, bem como aquelas que</p><p>tendem ao relativismo.</p><p>• Os direitos humanos se aplicam a</p><p>toda humanidade?</p><p>• Ou eles só fazem sentido para os</p><p>cidadãos que se encontram sob a</p><p>proteção de um Estado?</p><p>A abrangência dos direitos</p><p>humanos</p><p>Para começar</p><p>VIREM E CONVERSEM</p><p>3 MINUTOS</p><p>“Conexões”</p><p>© Pixabay</p><p>As pesquisadoras Maria C. Müller e</p><p>Miriam Giro, em artigo de 2009</p><p>chamado “Os direitos são do homem</p><p>ou do Estado?”, retomam a discussão</p><p>sobre os apátridas (ou os refugiados),</p><p>questão abordada por Hannah</p><p>Arendt, em 1951, no texto “Origens</p><p>do Totalitarismo: Anti-Semitismo,</p><p>Imperialismo, Totalitarismo”. No</p><p>artigo, as autoras se perguntam se os</p><p>direitos humanos são para a</p><p>humanidade toda ou apenas para</p><p>aquelas pessoas que pertencem</p><p>enquanto cidadãos a um Estado.</p><p>Os direitos são do homem ou</p><p>do Estado?</p><p>Imagem: Hannah Arendt (1906-1975) em 1933</p><p>Reprodução – WIKIPEDIA, 2024. Disponível em:</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hannah_Arendt_19</p><p>33.jpg. Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>Foco no conteúdo</p><p>Hannah Arendt, pensadora alemã, de origem</p><p>judaica. Fugiu da perseguição nazista exilando-</p><p>se nos Estados Unidos. Ao longo da vida,</p><p>dedicou-se a estudar e escrever sobre política,</p><p>em especial, sobre as relações totalitárias.</p><p>DESTAQUE</p><p>Fonte: MULLER; GIRO, 2009.</p><p>CONTINUA</p><p>Foco no conteúdo</p><p>Arendt em Origens do Totalitarismo, [...] constata que, no</p><p>momento em que o Homem parece haver adquirido sua</p><p>emancipação e independência de qualquer camada superior,</p><p>assumindo sua dignidade, a individualidade humana foi</p><p>dissolvida novamente, uma vez que essa individualidade só</p><p>desponta quando esse indivíduo é um membro do povo. [...]</p><p>segundo Arendt [...] da perspectiva moderna, se alguma</p><p>comunidade não desfrutasse de direitos humanos, isso se devia</p><p>ao fato de não haver chegado ao patamar da soberania</p><p>nacional, sendo, portanto, oprimida – o que demonstra a tese de</p><p>que direitos humanos, nessa perspectiva, derivam da soberania,</p><p>da existência de um Estado constituído.</p><p>(MULLER; GIRO, 2009)</p><p>“</p><p>Segundo as considerações</p><p>de Hannah Arendt, se os</p><p>direitos humanos dependem</p><p>da existência de um Estado,</p><p>eles poderiam ser</p><p>considerados universais?</p><p>PARA REFLETIR</p><p>Os direitos são do homem ou do Estado?</p><p>Os direitos são do homem</p><p>ou do Estado?</p><p>Foco no conteúdo</p><p>A total implicação da identificação dos direitos</p><p>do homem com os direitos dos povos no</p><p>sistema europeu de Estados-nações só veio</p><p>à luz quando surgiu de repente um número</p><p>inesperado e crescente de pessoas e de</p><p>povos cujos direitos elementares eram tão</p><p>pouco salvaguardados pelo funcionamento</p><p>dos Estados-nações em plena Europa como</p><p>o teriam sido no coração da África. Os</p><p>Direitos do Homem, afinal, haviam sido</p><p>definidos como “inalienáveis” porque se</p><p>supunha serem independentes de todos os</p><p>governos; mas sucedia que, no momento em</p><p>que seres humanos deixavam de ter um</p><p>governo próprio, não restava nenhuma</p><p>autoridade para protegê-los e nenhuma</p><p>instituição disposta a garanti-los.”</p><p>(ARENDT,1997. p. 253)</p><p>“</p><p>Os direitos humanos foram criados para</p><p>proteger os indivíduos de arbitrariedades do</p><p>Estado, porém, apenas quando o indivíduo</p><p>faz parte de um Estado é que esses direitos</p><p>podem ser efetivados.</p><p>A reflexão empreendida por Hannah Arendt</p><p>se apresenta como um desafio ético-político</p><p>acerca da proteção dos direitos humanos</p><p>universais. Como garantir a todos o acesso</p><p>a direitos independentemente da existência</p><p>de um Estado soberano? Como pessoas em</p><p>zonas de guerra ou grupos marginalizados,</p><p>que não estão integrados ao sistema do</p><p>Estado, podem acessar esses direitos?</p><p>CONTINUA</p><p>FALA CARLÃO. Fala Carlão 2500 | Maha Mamo. Disponível em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=u5-U0ECs-j4. Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>Foco no conteúdo</p><p>Link para vídeo</p><p>A condição de apátrida</p><p>Nessa breve entrevista ao canal Fala Carlão</p><p>2500, Maha Mamo, ativista de direitos</p><p>humanos, relata a sua experiência como</p><p>apátrida.</p><p>Antes de assistir ao vídeo</p><p>ao lado, responda:</p><p>como você imagina a vida</p><p>de uma pessoa na</p><p>condição de apátrida, ou</p><p>seja, que não tem a</p><p>nacionalidade</p><p>reconhecida por qualquer</p><p>país?</p><p>PARA REFLETIR</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=u5-U0ECs-j4</p><p>Foco no conteúdo</p><p>Apátridas</p><p>Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), apátridas são pessoas que não</p><p>têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A apatridia ocorre por várias razões,</p><p>como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os</p><p>residentes do país como cidadãos quando este país se torna independente (secessão de</p><p>Estados) e conflitos de leis entre países.</p><p>CONVENÇÃO SOBRE O ESTATUTO DOS APÁTRIDAS</p><p>Aprovada em Nova Iorque, em 28 de Setembro de 1954</p><p>Entrada em vigor: 6 de Junho de 1960, em conformidade com o artigo 39o</p><p>[...]</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Artigo 1o</p><p>Definição do Termo Apátrida</p><p>1 - Para efeitos da presente Convenção, o termo apátrida designará toda a pessoa que não seja</p><p>considerada por qualquer Estado, segundo a sua legislação, como seu nacional.</p><p>Fonte: ACNUR, 1954.</p><p>Pause e responda</p><p>Os apátridas</p><p>Desertores Revolucionários</p><p>Combatentes de guerra</p><p>Apátridas</p><p>3 MINUTOS</p><p>“[..] no momento em que seres humanos deixavam de ter um</p><p>governo próprio, não restava nenhuma autoridade para protegê-</p><p>los e nenhuma instituição disposta a garanti-los.”</p><p>A qual grupo humano se refere a citação?</p><p>Pause e responda</p><p>Combatentes de guerra</p><p>Revolucionários</p><p>Apátridas</p><p>Correção</p><p>Os apátridas</p><p>Desertores</p><p>A qual grupo humano se refere a citação?</p><p>“[..] no momento em que seres humanos deixavam de ter um</p><p>governo próprio, não restava nenhuma autoridade para protegê-</p><p>los e nenhuma instituição disposta a garanti-los.”</p><p>Segundo a ACNUR – Brasil, refugiados são</p><p>pessoas que estão fora de seu país por</p><p>motivo de conflitos armados e de</p><p>perseguição por motivos de raça, religião,</p><p>nacionalidade, grupo social ou opinião</p><p>política.</p><p>Vale destacar, ainda, o descolamento de</p><p>pessoas dentro do território do seu país de</p><p>origem ou mesmo saindo das suas fronteiras</p><p>por conta da degradação ambiental seja ela</p><p>natural, seja ela provocada ou acelerada</p><p>pela ação humana. Os “refugiados</p><p>ambientais” são aqueles que perderam os</p><p>meios de subsistência ou são oriundos de</p><p>lugares que passam por conflito por disputa</p><p>de recursos, como água e terras férteis.</p><p>Refugiados</p><p>Foco no conteúdo</p><p>Imagem: Refugiados</p><p>Fonte: ACNUR, 1954.</p><p>Refugiado</p><p>Em participação na Rádio da</p><p>Universidade de São Paulo, reproduzida</p><p>na matéria “Considerado país acolhedor,</p><p>Brasil recebe apenas 2% dos refugiados</p><p>no mundo”, do Jornal da USP, a</p><p>professora Cynthia Soares Carneiro, da</p><p>Faculdade de Direito de Ribeirão Preto</p><p>(SP), relata como tem sido a experiência</p><p>do Brasil na recepção de refugiados.</p><p>Disponível em: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-</p><p>preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-</p><p>apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/. Acesso em: 25</p><p>ago. 2024.</p><p>© Pixabay</p><p>Ouça o áudio disponível ao lado e</p><p>responda: qual é a diferença entre a</p><p>situação do migrante e a do refugiado?</p><p>PARA REFLETIR</p><p>Fonte: OLIVE, 2024.Link para áudio</p><p>https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/</p><p>https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/</p><p>https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/</p><p>A história da nossa luta finalmente tornou-se conhecida. Perdemos</p><p>a nossa casa o que significa a</p><p>familiaridade da vida quotidiana. Perdemos a nossa ocupação o que significa a confiança de que</p><p>tínhamos algum uso neste mundo. Perdemos a nossa língua o que significa a naturalidade das</p><p>reações, a simplicidade dos gestos, a expressão impassível dos sentimentos. Deixamos os nossos</p><p>familiares nos guetos polacos e os nossos melhores amigos foram mortos em campos de</p><p>concentração e tal significa a ruptura das nossas vidas privadas.”</p><p>Na prática</p><p>Leia o excerto a seguir e responda às questões propostas.</p><p>COM SUAS PALAVRAS</p><p>(ARENDT, 2013)</p><p>“</p><p>1. Quais são as principais perdas enfrentadas pelos indivíduos</p><p>mencionados no excerto?</p><p>2. Como a perda da língua é representada no excerto?</p><p>8 MINUTOS</p><p>CONTINUA</p><p>Correção</p><p>Na prática</p><p>1. Quais são as principais perdas enfrentadas pelos indivíduos mencionados no</p><p>excerto?</p><p>A perda da casa, da ocupação e da língua. Esses prejuízos levam os refugiados,</p><p>em um primeiro momento, à desintegração das suas referências mais básicas</p><p>de vida.</p><p>2. Como a perda da língua é representada no excerto?</p><p>O excerto representa a perda da língua como falta de naturalidade das reações e</p><p>simplicidade dos gestos. Ou seja, a perda de naturalidade para expressar ideias</p><p>e sentimentos. Essa constatação sugere que, ao perder a língua materna e ter</p><p>que se expressar em língua estrangeira, pelo menos em um primeiro momento,</p><p>o refugiado perde a clareza e a autenticidade na expressão.</p><p>● Se você fosse obrigada a ir para um</p><p>país estrangeiro, qual seria a sua maior</p><p>perda? Qual seria a sua maior</p><p>dificuldade?</p><p>● Na sua opinião, a educação pode ser</p><p>um obstáculo ou uma ponte na</p><p>integração dos refugiados em países</p><p>anfitriões?</p><p>Encerramento</p><p>COM SUAS PALAVRAS</p><p>6 MINUTOS</p><p>Para dar início ao podcast é importante, além de</p><p>definir o tema, pensar qual é a melhor abordagem</p><p>para atingir o público-alvo. Uma mesa de</p><p>debates? Entrevista? Outro formato? Pense</p><p>sobre isso e busque, em diferentes canais,</p><p>podcasts com diferentes abordagens sobre um</p><p>mesmo tema. Ouça para se inspirar e refletir qual</p><p>seria o melhor formato para o tema a ser</p><p>abordado.</p><p>Lembre-se de que a escolha do tema deve ter</p><p>relação com as aprendizagens desenvolvidas ao</p><p>longo deste bimestre.</p><p>FICA A DICA</p><p>AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS (ACNUR). Convenção sobre o Estatuto dos</p><p>Apátridas, 28 set. 1954. Disponível em:</p><p>https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_sobre_o_Estatuto</p><p>_dos_Apatridas_de_1954.pdf. Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>ARENDT, H. Nós, os refugiados. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2013. Disponível</p><p>em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5665542/mod_resource/content/1/Arendt%20-</p><p>%20N%C3%B3s%20Refugiados.pdf. Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>ARENDT, H. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 1997.</p><p>LEMOV, D. Aula nota 10: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto</p><p>Alegre: Penso, 2023.</p><p>MULLER, M. C.; GIRO, M. Os direitos são do homem ou do estado? Episteme, Caracas,</p><p>v. 29, n. 2, 2009. p. 41-62. Disponível em:</p><p>http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0798-</p><p>43242009000200003&lng=es&nrm=iso. Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_sobre_o_Estatuto_dos_Apatridas_de_1954.pdf</p><p>https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_sobre_o_Estatuto_dos_Apatridas_de_1954.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5665542/mod_resource/content/1/Arendt%20-%20N%C3%B3s%20Refugiados.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5665542/mod_resource/content/1/Arendt%20-%20N%C3%B3s%20Refugiados.pdf</p><p>http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0798-43242009000200003&lng=es&nrm=iso</p><p>http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0798-43242009000200003&lng=es&nrm=iso</p><p>OLIVE, K. Considerado país acolhedor, Brasil recebe apenas 2% dos refugiados no mundo.</p><p>Jornal da USP, 23 abr. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-</p><p>preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/.</p><p>Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapa Ensino Médio,</p><p>2020. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-</p><p>content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-</p><p>M%C3%A9dio_ISBN.pdf. Acesso em: 4 set. 2024.</p><p>Identidade visual: imagens © Getty Images.</p><p>Imagem de capa: SEDUC.</p><p>https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/</p><p>https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/considerado-pais-acolhedor-brasil-recebe-apenas-2-dos-refugiados-no-mundo/</p><p>https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf</p><p>https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf</p><p>https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf</p><p>Slide 1</p><p>Slide 2</p><p>Slide 3: A abrangência dos direitos humanos</p><p>Slide 4: Os direitos são do homem ou do Estado?</p><p>Slide 5</p><p>Slide 6: Os direitos são do homem ou do Estado?</p><p>Slide 7</p><p>Slide 8</p><p>Slide 9: Os apátridas</p><p>Slide 10: Correção Os apátridas</p><p>Slide 11: Refugiados</p><p>Slide 12</p><p>Slide 13: Leia o excerto a seguir e responda às questões propostas.</p><p>Slide 14: Correção</p><p>Slide 15</p><p>Slide 16</p><p>Slide 17</p><p>Slide 18</p>