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Noções Introdutórias

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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1 – Introdução
O Direito Romano é grande divisor entre os Direitos Antigos, sagrados, 
consuetudinários, de conhecimento exclusivo dos anciões e sacerdotes e o Direito 
Ciência, completamente separado da Religião e da Moral. Os romanos no seu 
processo evolutivo ascendente só adquiriram a supremacia no campo do Direito, por 
haver criado uma ciência e uma arte do direito.
A história do Direito Romano é uma história de mais de vinte e dois séculos, do séc. 
VII a.C. até o séc. XV. No Ocidente, a ciência jurídica romana teve a partir do século 
XII um renascimento que influenciou todos os sistemas romanistas de Direito da 
Europa medieval e moderna, deixando até os nossos dias uma presença marcante, 
sobretudo no campo do Direito Privado, pois foi neste campo que o Direito Romano 
atingiu o nível mais elevado e influenciou e ainda influencia os sistemas jurídicos que 
seguiram os seus ensinamentos.
Roma, cuja fundação é de origem lendária, atribuída a Rômulo e Remo, cuja 
existência Moreira Alves atribui à simbologia da representação dos dois grupos 
etruscos rivais, que disputavam o poder naquela área. Muitos historiadores sustentam 
que no meado do século VIII a.C, os etruscos, fundaram a cidade de Roma em duas 
etapas: na primeira secaram os pântanos entre as colinas para o desenvolvimento da 
agricultura; na segunda etapa criaram a primeira organização política da cidade.
As fases históricas da Civilização Romana e de suas instituições correspondem a 
quatro etapas cronológicas inteiramente delimitadas, que são: Período de Realeza 
(vai das origens de Roma à queda da realeza em 510 a.C.); Período Republicano (de 
510 a 27 a.C; Período do Principado (de 27 a.C. a 285 d.C.) e Período do Dominato 
(de 285 d.c a 565 d.C.).
2) O que é DIREITO ROMANO: 
“É o conjunto de regras jurídicas que vigoraram no império romano durante 22 
séculos”.
Seria, para os reducionistas, o CORPUS JURIS CIVILIS. (Justiniano Séc. VI.)
Código de Justiniano
Imperador Justiniano I.
Pouco depois de assumir o poder, Justiniano percebeu a importância de salvaguardar a 
herança representada pelo direito romano e, em 528, um ano após ter-se tornado imperador, 
nomeou uma comissão de dez membros para compilar as constituições imperiais vigentes 
(leis emanadas dos imperadores desde o governo do imperador Adriano). O encarregado 
dessa comissão foi Triboniano, ministro da justiça do imperador, professor de direito da 
escola de Constantinopla e jurisconsulto de grande mérito. Triboniano podia nomear uma 
comissão para ajudá-lo e cercou-se de juristas, advogados e quatro professores, sendo dois 
de Constantinopla e dois de Berito (Beirute), com os quais inicia enorme trabalho de 
compilação. Foi eficazmente auxiliado nessa missão por Teófilo, professor da escola de 
Constantinopla.
A missão dos compiladores completou-se em dois anos. O Código era destinado a substituir 
o Gregoriano, o Hermogeniano, as constituições particulares e o Código Teodosiano de 438. Em 
7 de abril de 529, com a constituição Summa rei publicae, o imperador publica o código, 
intitulado Nouus Iustinianus Codex (Código Novo de Justiniano), e estabelece que entraria 
em vigor em 16 de abril daquele ano. Essa primeira obra não chegou até nós pois foi 
substituída por outra, já em 534. Assim, ficou conhecido por Código Velho, em 
contraposição ao de 534, chamado, este sim, de Código Novo.
3) Utilidade prática do Estudo:
Já se disse e é verdade, “ onde há sociedade há direito”. 
Lembremos que os povos da antiguidade (Mesopotâmicos, egípcios, hebreus, 
chineses e etc) possuem seu sistema jurídico. A pergunta é porque temos uma cadeira 
SÓ DE DIREITO ROMANO?
São três, no mínimo as razões:
1) Em virtude da completude dos estudos regramentos realizados pelos romanos.
2) Muitos institutos romanos ainda existem. Apenas para ilustrar, contratos de 
depósito, penhor hipoteca, mútuo e etc. São já do longínquo direito romano.
3) Houve um renascimento do Direito Romano após o Séc. XII com importantes 
estudos na Europa. (pandectismo). Influenciou o Código Civil Francês (1804) e o 
Código Civil Alemão (1900). 
4) Fases do direito romano:
Existem várias classificações e em todas elas existe um certo grau de arbitrariedade.
Nós adotaremos a divisão de Luiz Antonio Rolim:
1) Realeza: Direito Romano Arcaico – Jus Civile.
2) República: Direito Romano Pré-clássico – Direito Pretoriano e Direito das Gentes
3) Império: Direito Romano Clássico – Direito Jurisprudencial
4) Direito Codificado (Antes e Depois de Justiniano)
5) Direito Romano Pós-Clássico (476-1453 d.c)
5) Direito? 
Os antigos não conheciam a palavra direito. Conheciam, todavia a palavra, “directus” 
- aquilo que é conforme a linha reta.
O VOCÁBULO do nosso “direito” é o JUS. (ORDENADO, CONSAGRADO)
O direito é o complexo de normas obrigatórias de conduta impostas pelo estado para 
assegurar a convivência dos cidadãos.
6) Direito e Moral:
O direito representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a 
sociedade possa sobreviver. Como nem todos podem ou querem realizar de maneira 
espontânea as obrigações morais, é indispensável armar de força certos preceitos 
éticos, para que a sociedade não soçobre.” Miguel Reale – Lições preliminares de 
direito. 
Existem, é claro, assunto que dizem respeito tão somente ao direito e não a moral. Ex. 
Formalidades do títulos de crédito. 
7) Direito e Religião: 
JUS – é o que a cidade permite que se faça. Regula relação dos homens sob a sanção 
do Estado.
FAS – é aquilo que a religião permite. Direito conforme a vontade dos deuses. 
(Têmis)
8) Divisão do Direito Privado: (costumes, leis e doutrina)
Jus Civile (Jus Quiritium): é o direito dos cidadãos romanos. Mais antigo, mais 
restrito, mais rídigo.
Jus Gentium: Mais amplo, comum a todos os povos (gentes), ante as dominações 
após a expansão de roma. 
NÃO SE ENQUADRA EM DIREITO DIREITO PRIVADO OU PÚBLICO.
**** Jus Naturale: O direito natural é aquele comum a todos os homens, segundo sua 
natureza, oriundo da razão como uma providência divina.
9) “Jus Scriptum” e o “Jus nom Scriptum” 
Havia fontes de direito Escritos: ( Jus Scriptum) como as leis, plebicitos, 
senatoconsultos, constituições imperiais, editos dos magistrados e tc.
E havia o direito não escrito: ( Jus nom Scriptum) que era o Costume. 
10) Jus Civile e Jus Honorarium 
Jus Civile : criado por legislação ou doutrina, formalista, antigo, conservador, frio, 
estrito)
Jus Honorarium: criado por julgados, mais novo, plástico, liberal, humano e menos 
formalista.
 
O direito honorário ou pretoriano (criado pelos MAGISTRADOS), na ideia de suprir 
lacunas do jus civile.
	Código de Justiniano

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