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<p>EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA __ VARA FEDERAL DE CURITIBA –</p><p>SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ</p><p>Ação Averbação de tempo de serviço especial (médico)</p><p>Assunto principal Revisão do benefício de aposentadoria por tempo de</p><p>contribuição concedido ao autor na via administrativa,</p><p>mediante a majoração/exclusão do fator previdenciário</p><p>aplicado no cálculo da RMI do benefício, ou, sucessivamente, a</p><p>conversão do benefício em aposentadoria especial, sendo</p><p>garantida a revisão em sua forma mais vantajosa ao autor e o</p><p>pagamento das diferenças devidas desde a DER.</p><p>Valor da causa R$ 5.000,00 (cinco mil reais).</p><p>QUALIFICAÇÃO DO SEU CLIENTE, por sua procuradora ora signatária, devidamente</p><p>inscrita na OAB/UF sob n.º XX.XXX, ut anexo instrumento de mandato, com escritório</p><p>profissional ENDEREÇO DO SEU ESCRITÓRIO, onde recebe intimações, notificações e citações,</p><p>vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência propor:</p><p>AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO</p><p>Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal,</p><p>Agência da Previdência Social, com endereço para citação agência do processo administrativo,</p><p>pelos motivos de fato e de direito adiante declinados.</p><p>I. DA SÍNTESE FÁTICA</p><p>A parte autora requereu a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria</p><p>junto ao INSS, em 01/01/2016, conforme demonstra a cópia do processo administrativo (NB</p><p>42/000.000.000-0) em anexo o qual restou deferido pela autarquia reconhecendo apenas 35</p><p>anos e 2 meses de tempo de contribuição.</p><p>O benefício da aposentadoria por tempo de contribuição concedido sob o nº</p><p>000.000.000-0 em 01/10/2015, com efeitos financeiros a partir da DER 01/01/2016.</p><p>Contudo, ainda que o segurado tenha obtido êxito na concessão do benefício</p><p>pleiteado, verifica-se que equivocadamente não foi considerado no momento da elaboração da</p><p>contagem de tempo de contribuição do autor:</p><p>● A especialidade, com aplicação do fator 1,4 dos períodos de 01/06/1976 a</p><p>28/04/1995, 29/04/1995 a 01/01/2016, no qual o autor desenvolveu suas</p><p>atividades laborais na função de Médico.</p><p>De fato, o autor já somava 48 anos, 3 meses e 20 dias como tempo de contribuição,</p><p>tendo, portanto, o direito a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por tempo</p><p>de contribuição, com a aplicação do fator previdenciário de 1,3458.</p><p>Além disso, considerando o tempo serviço especial verifica-se que o autor, no</p><p>momento da DER em 01/01/2016, já somava 32 anos, 10 meses e 1 dia como tempo de</p><p>atividade especial, tendo, portanto, o direito a concessão do benefício previdenciário de</p><p>aposentadoria especial.</p><p>Desta forma, o autor propõe a presente demanda, com o objetivo de ver seu lídimo</p><p>direito reconhecido em sede judicial, para que seja reconhecida a especialidade do período</p><p>pleiteado com a consequente revisão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição</p><p>que lhe fora concedido, sendo garantida a revisão em sua forma mais vantajosa ao autor e o</p><p>pagamento das diferenças devidas desde a DER em 01/01/2016.</p><p>II. DO TEMPO DE SERVIÇO CONTROVERTIDO</p><p>1. DO TEMPO DE SERVIÇO LABORADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS</p><p>Data vênia, não deve prosperar a analise realizada pelo INSS, na via administrativa,</p><p>que deixou de reconhecer a especialidade dos períodos de 01/06/1976 a 01/01/2016, pelas</p><p>razões de fato e de direito que seguem expostas:</p><p>1.1)Da especialidade dos períodos de 01/06/1976 a 28/04/1995:</p><p>Durante os períodos de 01/06/1976 a 28/04/1995 o autor estava exercendo a função</p><p>de médico, conforme faz prova os documentos em anexo:</p><p>[Colar imagem do Alvará de Licença do Consultório]</p><p>[Colar imagem do Certificado de Residência Médica]</p><p>O exercício da profissão de médico enseja o reconhecimento da atividade como</p><p>especial em razão do enquadramento por categoria profissional pelos códigos 1.3.2 do Quadro</p><p>Anexo do Decreto nº 53.831/64 e 1.3.4 do Anexo I do Decreto nº 83.080/79, conforme</p><p>entendimento pacificado do Egrégio Tribunal:</p><p>DIREITO PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. MÉDICO. CATEGORIA</p><p>PROFISSIONAL. RECONHECIMENTO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE</p><p>SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO. VALOR DO BENEFÍCIO. FASE</p><p>DE LIQUIDAÇÃO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI 11.960/2009.</p><p>CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO. DIFERIMENTO PARA A FASE PRÓPRIA</p><p>(EXECUÇÃO). 1. O reconhecimento da atividade especial em razão da</p><p>categoria profissional é possível até 28 de abril de 1995 (Lei</p><p>9.032/1995). 2. Comprovado o tempo de serviço/contribuição</p><p>suficiente e implementada a carência mínima, é devida a</p><p>aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, a contar da data de</p><p>entrada do requerimento administrativo, nos termos dos artigos 54 e</p><p>49, inciso II, da Lei 8.213/1991, bem como efetuar o pagamento das</p><p>parcelas vencidas desde então. 3. O valor do benefício deve estar de</p><p>acordo com o que for apurado oportunamente em liquidação,</p><p>restando afastada a condenação ao valor específico de R$ 3.218,90</p><p>constante da sentença. 4. Deliberação sobre índices de correção</p><p>monetária e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de</p><p>sentença, de modo a racionalizar o andamento do processo, e diante</p><p>da pendência, nos tribunais superiores, de decisão sobre o tema com</p><p>caráter geral e vinculante. Precedentes. (TRF4, REOAC 0005995-</p><p>30.2014.404.9999, SEXTA TURMA, Relatora SALISE MONTEIRO</p><p>SANCHOTENE, D.E. 09/11/2016)</p><p>Portanto, os períodos de 01/06/1976 a 28/04/1995 devem ser reconhecidos como</p><p>especiais por categoria profissional pelos códigos 1.3.2 do Quadro Anexo do Decreto nº</p><p>53.831/64 e 1.3.4 do Anexo I do Decreto nº 83.080/79.</p><p>De forma sucessiva, caso a especialidade dos períodos pleiteados não seja</p><p>reconhecida, requer a designação de audiência de instrução e julgamento a fim de que sejam</p><p>ouvidas testemunhas que comprovam a atividade do autor.</p><p>1.1. Da especialidade dos períodos de 29/04/1995 a 01/01/2016:</p><p>Nos períodos de 29/04/1995 a a 01/01/2016, o autor, como contribuinte individual,</p><p>continuou exercendo a função de médico pediatra, conforme comprovam os seguintes</p><p>documentos em anexo:</p><p>DOCUMENTO ANO DE REFERÊNCIA</p><p>Atestado saúde ocupacional</p><p>para exercício na função de</p><p>médico pediatra</p><p>2002 Em anexo</p><p>Demonstrativos de pagamento</p><p>por convênio médico</p><p>2003 e 2004 Págs. 9 a 19 do P.A.</p><p>160.971.308-4 em anexo</p><p>Relatório de atendimento de</p><p>pacientes em convênio médico</p><p>2008 Em anexo</p><p>É matéria pacificada pela jurisprudência que é possível o reconhecimento da atividade</p><p>especial do contribuinte individual, independentemente da falta de previsão legal para o</p><p>recolhimento:</p><p>PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL.</p><p>AGENTES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.</p><p>FONTE DE CUSTEIO. 1. O reconhecimento da especialidade e o</p><p>enquadramento da atividade exercida sob condições nocivas são</p><p>disciplinados pela lei em vigor à época em que efetivamente exercidos,</p><p>passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do</p><p>trabalhador. 2. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da</p><p>especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes</p><p>nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e</p><p>calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento</p><p>por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a</p><p>agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir</p><p>de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por</p><p>meio de perícia técnica. 3. O tempo de serviço sujeito a condições</p><p>nocivas à saúde, prestado pela parte autora na condição de</p><p>contribuinte individual, deve ser reconhecido como especial, tendo</p><p>em vista que: (a) a Lei de Benefícios da Previdência Social, ao instituir,</p><p>nos artigos 57 e 58, a aposentadoria especial e a conversão de tempo</p><p>especial em comum, não excepcionou o contribuinte individual; (b) o</p><p>Regulamento da Previdência Social, ao não possibilitar o</p><p>reconhecimento, como especial, do tempo de serviço prestado pelo</p><p>segurado contribuinte individual que não seja cooperado, filiado a</p><p>cooperativa de trabalho ou de produção, estabeleceu diferença não</p><p>consignada em lei para o exercício de direito de segurados que se</p><p>encontram em situações</p><p>idênticas, razão pela qual extrapola os</p><p>limites da lei e deve ser considerado nulo nesse tocante; (c) para a</p><p>concessão de aposentadoria especial, prevista nos artigos 57 e 58 da</p><p>Lei de Benefícios, existe específica indicação legislativa de fonte de</p><p>custeio (parágrafo 6º do mesmo art. 57 supracitado, combinado com</p><p>o art. 22, inc. II, da Lei n. 8.212/91); (d) sequer haveria, no caso,</p><p>necessidade de específica indicação legislativa da fonte de custeio,</p><p>uma vez que se trata de benefício previdenciário previsto pela</p><p>própria Constituição Federal (art. 201, § 1º c/c art. 15 da EC n. 20/98),</p><p>hipótese em que sua concessão independe de identificação da fonte</p><p>de custeio, consoante precedentes do STF. 4. Ainda que o profissional</p><p>autônomo tenha o dever de fornecer a si próprio (e utilizar) os</p><p>equipamentos de proteção individual, sua não utilização não elide o</p><p>fato de que esteve, efetivamente, exposto aos agentes nocivos,</p><p>encaixando-se assim na previsão legal dos parágrafos 3º e 4º do art.</p><p>57 da LBPS, suficiente para fazer jus à contagem diferenciada do</p><p>tempo. 5. A exposição a ruídos e agentes químicos, atestada pela</p><p>perícia judicial, enseja o reconhecimento do tempo de serviço como</p><p>especial. 6. Implementados mais de 25 anos de tempo de atividade</p><p>sob condições nocivas e cumprida a carência mínima, é devida a</p><p>concessão do benefício de aposentadoria especial, a contar da data do</p><p>requerimento administrativo, nos termos do § 2º do art. 57 c/c art. 49,</p><p>II, da Lei n. 8.213/91. (TRF4, APELREEX 5000839-12.2011.404.7208,</p><p>SEXTA TURMA, Relator para Acórdão MARCELO MALUCELLI, juntado</p><p>aos autos em 11/05/2015)</p><p>DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. MÉDICO.</p><p>CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. AGENTES BIOLÓGICOS. REQUISITOS</p><p>PREENCHIDOS. 1. O reconhecimento da especialidade por categoria</p><p>profissional ou por sujeição a agentes nocivos é admissível até</p><p>28/04/1995, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído);</p><p>a partir de 29/04/1995 não mais é possível o enquadramento por</p><p>categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a</p><p>agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05/03/1997 e, a partir</p><p>de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por</p><p>meio de perícia técnica. 2. A falta de previsão legal para o autônomo</p><p>recolher um valor correspondente à aposentadoria especial não</p><p>pode obstar-lhe o reconhecimento da especialidade, o que se</p><p>constituiria em ato discriminatório, se ele exerceu a atividade sujeita</p><p>a agentes nocivos previstos na legislação de regência. 3. Considera-se</p><p>especial a atividade onde o segurado esteja exposto a agentes</p><p>biológicos, com previsão nos Códigos 1.3.2 e 2.1.3 do Quadro Anexo</p><p>ao Decreto nº 53.831/64; Códigos 1.3.4 do Anexo I e 2.1.3 do Anexo II</p><p>do Decreto nº 83.080/79; Código 3.0.1 do Anexo IV do Decreto nº</p><p>2.172/97 e Código 3.0.1 do Anexo IV do Decreto nº 3.048/99. 4. A</p><p>exposição a agentes biológicos não precisa ser permanente para</p><p>caracterizar a insalubridade do labor, sendo possível o cômputo do</p><p>tempo de serviço especial diante do risco de contágio sempre</p><p>presente. Não se reclama exposição às condições insalubres durante</p><p>todos os momentos da prática laboral. 5. Os equipamentos de</p><p>proteção individual não são suficientes para descaracterizar a</p><p>especialidade da atividade exercida, porquanto não comprovada a sua</p><p>real efetividade por meio de perícia técnica especializada e não</p><p>demonstrado o uso permanente pelo empregado durante a jornada de</p><p>trabalho. (TRF4 5017746-67.2012.404.7001, QUINTA TURMA, Relator</p><p>(AUXILIO FAVRETO) ANA CARINE BUSATO DAROS, juntado aos autos</p><p>em 16/12/2016)</p><p>É também o entendimento pacificado do STJ:</p><p>PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. SEGURADO</p><p>INDIVIDUAL. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES</p><p>PREJUDICIAIS À SAÚDE OU INTEGRIDADE FÍSICA. POSSIBILIDADE.</p><p>1. O art. 57 da Lei n. 8.213/91, que regula a aposentadoria especial,</p><p>não faz distinção entre os segurados, abrangendo também o segurado</p><p>individual (antigo autônomo), estabelecendo como requisito para a</p><p>concessão do benefício o exercício de atividade sujeita a condições</p><p>que prejudiquem a saúde ou a integridade física do trabalhador.</p><p>2. Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os benefícios</p><p>criados diretamente pela própria Constituição, como é o caso da</p><p>aposentadoria especial (art. 201, § 1º, CF/88), não se submetem ao</p><p>comando do art. 195, § 5º, da CF/88, que veda a criação, majoração ou</p><p>extensão de benefício sem a correspondente fonte de custeio.</p><p>Precedente: RE 151.106 AgR, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Primeira</p><p>Turma, julgado em 28/09/1993, DJ 26-11-1993 PP-25516 EMENTVOL-</p><p>01727-04 PP-00722.</p><p>3. O segurado individual faz jus ao reconhecimento de tempo de</p><p>serviço prestado em condições especiais, desde que seja capaz de</p><p>comprovar o exercício de atividades consideradas prejudiciais à saúde</p><p>ou à integridade física, nos moldes previstos à época em realizado o</p><p>serviço - até a vigência da Lei n. 9.032/95 por enquadramento nos</p><p>Decretos 53.831/1964 e 83.080/1979 e, a partir da inovação</p><p>legislativa, com a comprovação de que a exposição aos agentes</p><p>insalubres se deu de forma habitual e permanente.</p><p>4. Recurso especial a que se nega provimento.</p><p>(REsp 1.473.155/RS, Relator o Ministro SÉRGIO KUKINA, DJU</p><p>3/11/2015)</p><p>Ademais, para os períodos de 29/04/1995 a 30/06/1995, 01/08/1995 a 28/02/1997,</p><p>01/05/1997 a 30/12/2001, 01/01/2002 a 31/03/2003 e de 01/04/2003 a 01/01/2016, em que o</p><p>autor continuou exercendo as atividades como médico pediatra, a especialidade é caracterizada</p><p>pela exposição a agentes biológicos, conforme entendimento jurisprudencial do TRF4:</p><p>PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. AUTÔNOMO/CONTRIBUINTE</p><p>INDIVIDUAL. MÉDICO. AGENTES BIOLÓGICOS. APOSENTADORIA</p><p>ESPECIAL. ART. 57, § 8º, DA LEI DE BENEFÍCIOS.</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA. REQUISITOS CUMPRIDOS.</p><p>CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. FASE DE CUMPRIMENTO</p><p>DE SENTENÇA. DIFERIMENTO. TUTELA ESPECÍFICA DO ART. 497 DO</p><p>CPC/2015. 1. Comprovada a exposição do segurado a agente nocivo,</p><p>na forma exigida pela legislação previdenciária aplicável à espécie,</p><p>possível reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele</p><p>exercida. 2. Em se tratando de agentes biológicos, para caracterização</p><p>da especialidade do labor, a exposição não precisa ocorrer durante</p><p>toda a jornada de trabalho, uma vez que basta o contato de forma</p><p>eventual para que haja risco de contração de doenças. Outrossim,</p><p>ainda que ocorra a utilização de EPI, eles não são capazes de elidir, de</p><p>forma absoluta, o risco proveniente do exercício da atividade com</p><p>exposição a agentes de natureza infecto-contagiosa.</p><p>3. Implementados os requisitos para a concessão da aposentadoria</p><p>especial, é devida a concessão do benefício. 4. Reconhecida a</p><p>inconstitucionalidade do § 8º do art. 57 da LBPS pela Corte Especial</p><p>deste Tribunal (Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade n.</p><p>5001401-77.2012.404.0000, Rel. Des. Federal Ricardo Teixeira do Valle</p><p>Pereira, julgado em 24-05-2012), que determina o afastamento do</p><p>trabalho após a concessão de aposentadoria especial, resta</p><p>assegurada à parte autora a possibilidade de continuar exercendo</p><p>atividades laborais sujeitas a condições nocivas após a implantação do</p><p>benefício, sendo este devido a contar da data do requerimento</p><p>administrativo, nos termos do § 2º do art. 57 c/c art. 49, II, da Lei n.</p><p>8.213/91. 5. Deliberação sobre índices de correção monetária e taxas</p><p>de juros diferida para a fase de cumprimento de sentença, a iniciar-se</p><p>com a observância dos critérios da Lei 11.960/2009, de modo a</p><p>racionalizar o andamento do processo, permitindo-se a expedição de</p><p>precatório pelo valor incontroverso, enquanto pendente, no Supremo</p><p>Tribunal Federal, decisão sobre o tema com caráter geral e vinculante.</p><p>Precedentes do STJ e do TRF da 4ª Região. 6. Determina-se o</p><p>cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação</p><p>de implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia</p><p>mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de</p><p>cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 497 do</p><p>CPC/2015, sem a necessidade de um processo executivo</p><p>autônomo</p><p>(sine intervallo). (TRF4 5003376-61.2014.404.7115, SEXTA TURMA,</p><p>Relator GABRIELA PIETSCH SERAFIN, juntado aos autos em</p><p>24/02/2017)</p><p>Desta feita com o fito de comprovar a especialidade da função de Médico que o autor</p><p>exerceu junto em clínica particular, a parte autora requer que seja acolhido como prova</p><p>emprestada o Laudo pericial, realizado em 2015, em clínica particular e na empresa Hospital de</p><p>NOME DO HOSPÌTAL no qual consta que as atividades exercidas na função de médico estavam</p><p>expostas a agentes biológicos:</p><p>Dessa forma, requer que sejam acolhidos como prova emprestada o laudo pericial</p><p>produzido no trâmite dos autos 5003376-61.2014.404.7115/RS, no qual fora avaliada as</p><p>atividades da função de médico nos períodos de 01/06/1981 a 31/12/1983, 01/01/1990 a</p><p>31/10/1990 e de 01/01/1991 a 31/05/2013 concluindo que no exercício da mesma havia</p><p>exposição a agentes biológicos.</p><p>Ante o exposto, requer seja reconhecida a especialidade, com aplicação do fator 1,40,</p><p>dos períodos de 29/04/1995 a 01/01/2016, em razão da exposição a agentes nocivos biológicos.</p><p>De forma sucessiva, caso a especialidade dos períodos pleiteados não seja</p><p>reconhecida, requer a designação de audiência de instrução e julgamento a fim de que sejam</p><p>ouvidas testemunhas que comprovam a atividade do autor, bem como a realização de perícia</p><p>indireta/direta nos locais de trabalho do autor ou empresas similares, devendo ser oportunizada</p><p>a parte autora a apresentação de quesitos e nomeação de assistente técnico.</p><p>III. DA REVISÃO DO BENEFÍCIO</p><p>Conforme faz prova o conjunto de prova material apresentado ao feito deixou de ser</p><p>computado na contagem de tempo de serviço do autor a especialidade dos períodos de</p><p>01/06/1976 a 01/01/2016, com aplicação do fator 1,4.</p><p>Em razão disso fora concedido ao autor na via judicial aposentadoria por tempo de</p><p>contribuição integral com aplicação do fator previdenciário de 0,9572, conforme deflui-se da</p><p>carta de concessão que segue em anexo.</p><p>Contudo, o segurado faz jus a concessão de benefício previdenciário em sua forma</p><p>mais vantajosa, e para tanto deverá ser reconhecida a especialidade do período pleiteado como</p><p>especial e o computo diferenciado do mesmo, com aplicação do fator 1,4; em sua contagem do</p><p>tempo de contribuição.</p><p>De fato, o autor já somava 48 anos, 3 meses e 20 dias como tempo de contribuição,</p><p>tendo, portanto, o direito a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por tempo</p><p>de contribuição, com a aplicação do fator previdenciário de 1,3458.</p><p>Além disso, considerando o tempo serviço especial verifica-se que o autor, no</p><p>momento da DER em 01/01/2016, já somava 32 anos, 10 meses e 1 dia como tempo de</p><p>atividade especial, tendo, portanto, o direito a concessão do benefício previdenciário de</p><p>aposentadoria especial.</p><p>Cabe salientar que não existe qualquer impedimento para a propositura da presente</p><p>ação revisional, este é inclusive o entendimento assentando no TRF4 conforme deflui-se dos</p><p>julgados que seguem colacionados:</p><p>PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONCESSÃO DE</p><p>APOSENTADORIA MAIS VANTAJOSA. MARCO INICIAL. REQUERIMENTO</p><p>ADMINISTRATIVO DESACOMPANHADO DOS DOCUMENTOS. TUTELA</p><p>ESPECÍFICA. (...) O direito não se confunde com a prova do direito. Se,</p><p>ao requerer o benefício, o segurado já havia cumprido os requisitos</p><p>necessários à sua inativação, o que estava era exercendo um direito</p><p>de que já era titular. A comprovação posterior não compromete a</p><p>existência do direito adquirido, não traz prejuízo algum à</p><p>Previdência, nem confere ao segurado nenhuma vantagem que já</p><p>não estivesse em seu patrimônio jurídico.(...) (TRF4,</p><p>APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5003230-80.2010.404.7108, 6a.</p><p>Turma, Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, POR</p><p>UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 07/06/2013)</p><p>PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE</p><p>SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS PREENCHIDOS. MAJORAÇÃO</p><p>DA RMI COM CÔMPUTO DE TEMPO RURAL E ESPECIAL. (...) 3. No caso</p><p>dos autos, a parte autora tem direito à majoração da renda mensal</p><p>inicial de seu benefício, sendo garantido o cálculo mais vantajoso de</p><p>sua RMI, seja pela DER, seja pelo prévio momento em que obtido o</p><p>direito ao benefício da aposentação - sempre com pagamentos desde</p><p>o requerimento administrativo. (TRF4, APELAÇÃO CÍVEL Nº 0004675-</p><p>13.2012.404.9999, 6ª Turma, Des. Federal NÉFI CORDEIRO, POR</p><p>UNANIMIDADE, D.E. 31/01/2013)</p><p>Porquanto, o autor requer que a presente demanda seja julgada totalmente</p><p>procedente para que seja reconhecida a especialidade do período pleiteado e o computo</p><p>diferenciado do mesmo, com aplicação do fator 1,4; em sua contagem de tempo de serviço, com</p><p>a consequente revisão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição que lhe fora</p><p>concedido na via administrativa, mediante a majoração do fator previdenciário aplicado no</p><p>cálculo da RMI do benefício.</p><p>Urge destacar que deve ser garantida a revisão em sua forma mais vantajosa ao autor</p><p>e o pagamento das diferenças devidas desde a DER.</p><p>IV. DA SEPARAÇÃO DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS</p><p>O direito a separação dos honorários advocatícios contratuais, previsto no artigo 22</p><p>da Lei 8.906/94, determina que estes devem ser pagos diretamente ao advogado constituído,</p><p>deduzindo-os do montante a ser recebido pelo seu cliente, desde que apresentado o contrato</p><p>de honorários com cláusula expressa</p><p>Porquanto, é possível a separação do percentual dos honorários contratuais relativo</p><p>aos valores que a parte autora venha receber, no caso de total ou parcial procedência da</p><p>presente ação, ou qualquer acordo judicial, extrajudicial ou outra espécie de composição ou de</p><p>reconhecimento da pretensão ora requerida pelos órgãos estatais.</p><p>V. DOS PREQUESTIONAMENTOS</p><p>Pelo princípio da eventualidade, o que se admite apenas para fins de argumentação,</p><p>caso superado todo o embasamento traçado para firmar o convencimento judicial sobre o</p><p>direito que assiste à parte autora, impende deixar prequestionadas eventuais violações aos</p><p>dispositivos constitucionais e às legislações infraconstitucionais acima mencionados, com o fito</p><p>único de viabilizar o ingresso à via recursal junto aos tribunais superiores, quais sejam o Colendo</p><p>Superior Tribunal de Justiça e o Egrégio Supremo Tribunal Federal.</p><p>VI. DA COISA JULGADA - SECUNDUM EVENTUM PROBATIONES</p><p>Tendo em vista que o caso em comento trata-se de lide previdenciária, se as provas</p><p>forem insuficientes/deficiente, a parte autora requer que a coisa julgada seja feita segundo o</p><p>resultado da prova, isso é, secundum eventum probationes.</p><p>Desta feita, se no futuro for alcançada nova prova, poderá o autor propor nova ação,</p><p>tratando-se de relação jurídica continuativa, sobrevindo modificação do estado de fato ou de</p><p>direito, conforme entendimento estabelecido nos precedentes que seguem relacionados: RI</p><p>5006812-44.2012.404.7003, Terceira Turma Recursal do PR, Relator p/ Acórdão José Antônio</p><p>Savaris, julgado em 05/06/2013; Pedido de uniformização 0031861-11.2011.403.6301, TNU,</p><p>Relatora Nelinda Duda da Cruz, julgado em 07/05/2015, STJ, REsp 1.352.721-SP, Relator Ministro</p><p>Napoleão Nunes Maia filho, dje 28/04/2016.</p><p>VII. DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, a parte autora requer:</p><p>a) A citação do INSS, em razão do exposto no art.° 239 e seguintes do CPC, na</p><p>pessoa de seu representante legal para, querendo, apresentar defesa e</p><p>acompanhar a presente ação; sob pena dos efeitos da revelia;</p><p>b) A intimação do INSS para que junte aos autos cópia do processo administrativo</p><p>(NB 42/000.000.000-0) na íntegra, CNIS atualizado do segurado e eventuais</p><p>documentos de que disponham e que se prestem para o esclarecimento da</p><p>presente causa; em conformidade com o § 1. ° do art.° 373 do CPC;</p><p>b.1) Caso seja apresentado aos autos documento a qual o autor não teve</p><p>prévio acesso, por exemplo, contagem de tempo de serviço diferente daquela</p><p>que consta no processo administrativo, a parte autora requer que lhe seja</p><p>oportunizada a emenda ou retificação da petição inicial;</p><p>c) A parte autora requer que NÃO seja designada audiência de conciliação nos</p><p>termos do art.° 334 do CPC;</p><p>d) Ao final, com ou sem contestação, a parte autora</p><p>requer que a presente ação</p><p>seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE e que a coisa julgada seja feita segundo</p><p>o resultado da prova, isso é, secundum eventum probationes, e condenando o</p><p>INSS:</p><p>d.1) A reconhecer os períodos laborados em atividade especial de</p><p>01/06/1976 a 01/01/2016, com aplicação do fator 1,40; em razão do</p><p>exercício da função de médico, com enquadramento pelos códigos 1.3.2 do</p><p>Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64 e 1.3.4 do Anexo I do Decreto nº</p><p>83.080/79, bem como pela exposição do segurado a agentes nocivos</p><p>biológicos;</p><p>d.2) De forma sucessiva, caso a especialidade dos períodos pleiteados não</p><p>seja reconhecida, requer a designação de audiência de instrução e</p><p>julgamento a fim de que sejam ouvidas testemunhas que comprovam a</p><p>atividade do autor, bem como a realização de perícia indireta/direta nos</p><p>locais de trabalho do autor ou empresas similares, devendo ser oportunizada</p><p>a parte autora a apresentação de quesitos e nomeação de assistente técnico;</p><p>e) Condenar o Réu a proceder a revisão do benefício de aposentadoria por tempo</p><p>de contribuição que fora concedido ao autor na via administrativa, mediante a</p><p>majoração do fator previdenciário aplicado no cálculo da RMI do benefício, ou</p><p>sucessivamente, a concessão da aposentadoria especial. Urge destacar que</p><p>deve ser garantida a revisão em sua forma mais vantajosa ao autor;</p><p>f) Condenar o réu ao pagamento de todas as diferenças devidas desde a data da</p><p>DER 01/01/2016, bem como ao pagamento das parcelas vincendas, devendo</p><p>todos os valores serem monetariamente corrigidos, inclusive acrescidos dos</p><p>juros moratórios à razão de 1% ao mês a contar da citação, incidentes até a data</p><p>do efetivo pagamento, a ocorrer por meio de RPV/precatório;</p><p>g) Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;</p><p>h) Deferir a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial juntada</p><p>de documentos, produção de prova pericial, depoimento pessoal do autor e</p><p>oitiva de testemunhas e o que mais o deslinde do feito vier a exigir;</p><p>i) Determinar a separação dos honorários contratuais de 30% do montante devido</p><p>ao autor, conforme contrato de prestação de serviço, ao DADOS DO SEU</p><p>ESCRITÓRO; e</p><p>j) Que seja concedida a parte autora os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA,</p><p>assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pelo Código de</p><p>Processo Civil, nos termos do artigo 98 e seguintes, por se tratar a parte autora</p><p>de pessoa pobre na mais lídima acepção jurídica do termo, não possuindo meios</p><p>suficientes para custear eventuais despesas processuais e/ou verbas de</p><p>sucumbência sem o imediato prejuízo do próprio sustento e de seus familiares,</p><p>vide declaração firmada pela parte autora que segue em anexo.</p><p>Dá-se a causa o valor de R$ 54.067,00 (Cinquenta e quatro mil e sessenta e sete reais)</p><p>para fins processuais.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.</p>

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