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A Manufatura Enxuta é uma filosofia de gestão que nasceu com Sistema Toyota de Produção e é inteiramente focada na eficiência dos processos

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PÚBLICA
 Gestão da produção
 Professor(a): Paulo Roberto Feitosa Alves 
 Aluno: Rodrigo da Silva Ferreira
 Matrícula: 00051888
 Operação enxuta
 Duque de Caxias, 19 de outubro de 2024
PÚBLICA
O Just-in-Time (JIT) é uma filosofia de
gerenciamento da produção que tem suas origens no
Japão, particularmente na Toyota Motor Corporation, onde
foi desenvolvido nos anos 1950 sob a liderança de Taiichi
Ohno. O principal objetivo do JIT é reduzir desperdícios
(muda, em japonês) e aumentar a eficiência ao produzir
exatamente o que é necessário, quando é necessário e na
quantidade exata. Essa filosofia revolucionou a maneira
como as empresas, especialmente as do setor
manufatureiro, conduzem seus processos produtivos,
enfatizando a eliminação de estoques desnecessários e a
sincronização precisa entre demanda e produção.
Princípios Fundamentais do JIT
1. Produção por demanda: Diferente dos
sistemas tradicionais de produção, nos quais produtos são
fabricados para estocagem, o JIT baseia-se no conceito de
produção sob demanda. Isso significa que as empresas
produzem somente o que é solicitado pelos clientes,
eliminando a necessidade de manter grandes estoques de
produtos acabados ou matérias-primas.
2. Minimização de estoques: Um dos principais
pilares do JIT é a eliminação de estoques excessivos.
Estoques são vistos como desperdício, pois ocupam
espaço, consomem recursos financeiros e podem resultar
em obsolescência. Ao operar com estoques mínimos, as
empresas reduzem custos associados à armazenagem, ao
mesmo tempo em que aumentam a flexibilidade para
responder rapidamente às mudanças nas demandas dos
consumidores.
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3. Fluxo contínuo: O JIT promove a ideia de que
o fluxo de produção deve ser contínuo e sem interrupções,
evitando gargalos e tempos de espera. Para isso, é
necessário um bom planejamento da produção e uma
coordenação eficiente com os fornecedores. Cada etapa do
processo deve estar bem sincronizada para garantir que os
materiais fluam de uma etapa para outra de forma ágil e
eficiente.
4. Melhoria contínua (kaizen): O JIT está
intimamente ligado ao conceito de kaizen, que significa
melhoria contínua. As empresas que adotam o JIT estão
constantemente buscando maneiras de melhorar seus
processos, reduzir tempos de ciclo, eliminar desperdícios e
aumentar a qualidade dos produtos. Isso é feito por meio
da análise contínua dos processos e do envolvimento de
todos os funcionários na busca por melhorias.
5. Qualidade no processo: No JIT, a qualidade é
responsabilidade de todos, desde os fornecedores até os
operadores de linha. O objetivo é evitar a produção de
peças defeituosas e eliminar a necessidade de retrabalhos
ou correções. A qualidade é construída no próprio
processo de produção, o que significa que problemas são
identificados e corrigidos imediatamente, sem deixar que
produtos defeituosos avancem no fluxo de produção.
Benefícios do JIT
A implementação do JIT pode trazer diversos
benefícios para as empresas, desde redução de custos até
aumento da eficiência e competitividade. Alguns dos
principais benefícios incluem:
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 Redução de custos de estoque: Como o JIT
opera com estoques mínimos, os custos associados à
armazenagem, manutenção e movimentação de estoque
são significativamente reduzidos. Além disso, o capital
que seria imobilizado em estoques pode ser investido em
outras áreas da empresa.
 Melhoria da eficiência operacional: Ao
eliminar desperdícios e sincronizar os processos de
produção, o JIT permite que as empresas operem de
maneira mais eficiente. Isso inclui a redução de tempos de
espera, minimização de movimentações desnecessárias e
aumento da produtividade dos funcionários.
 Maior flexibilidade: O JIT torna a produção
mais flexível, permitindo que as empresas respondam
rapidamente a mudanças na demanda dos consumidores.
Em vez de produzir grandes lotes de produtos e armazená-
los, a produção é feita de acordo com as necessidades do
mercado, permitindo ajustes rápidos quando necessário.
 Melhoria na qualidade: Ao focar na
qualidade no processo e na correção imediata de defeitos,
o JIT ajuda a reduzir a variabilidade na produção e a
melhorar a qualidade dos produtos. Isso, por sua vez,
aumenta a satisfação do cliente e reduz custos com
retrabalhos e garantias.
 Redução de lead time: O tempo de
atravessamento (lead time) de um produto é reduzido no
JIT, pois o processo de produção é mais rápido e eficiente.
Isso significa que as empresas podem atender os pedidos
dos clientes com mais agilidade, aumentando sua
capacidade competitiva no mercado.
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Desafios da Implementação do JIT
Embora o JIT traga muitos benefícios, sua
implementação também apresenta desafios significativos,
que exigem uma estrutura organizacional forte e uma
cadeia de suprimentos eficiente. Alguns dos principais
desafios incluem:
1. Dependência dos fornecedores: O sucesso do
JIT depende de uma relação estreita e confiável com os
fornecedores. Eles precisam ser capazes de entregar
materiais de alta qualidade, na quantidade correta e no
tempo exato. Qualquer atraso nas entregas pode
interromper a produção e causar grandes prejuízos.
Portanto, a empresa precisa ter fornecedores confiáveis e
sistemas de comunicação e logística bem desenvolvidos.
2. Riscos associados à falta de estoque: Embora
a redução de estoques traga muitos benefícios, ela também
pode aumentar os riscos em situações inesperadas, como
falhas na cadeia de suprimentos, greves, desastres naturais
ou crises econômicas. Nesses casos, a falta de estoques
pode paralisar a produção por falta de materiais, tornando
a empresa vulnerável a interrupções.
3. Mudança cultural: A implementação do JIT
exige uma mudança cultural significativa dentro da
empresa. Todos os funcionários, desde os operários de
linha até a alta administração, precisam estar alinhados
com os princípios da produção enxuta e comprometidos
com a melhoria contínua. Além disso, é necessária uma
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gestão eficiente para monitorar e ajustar os processos
constantemente.
4. Custo inicial de implementação:
Implementar o JIT pode exigir um investimento inicial
significativo em treinamento de funcionários, tecnologias
de gerenciamento de estoque e sistemas de comunicação
com fornecedores. Embora os benefícios a longo prazo
sejam consideráveis, o custo inicial pode ser um obstáculo
para algumas empresas.
Exemplos de Aplicação do JIT
Empresas ao redor do mundo adotaram com
sucesso o JIT como parte de suas operações. Além da
Toyota, pioneira na implementação do JIT, outras
empresas como Dell, Harley-Davidson e Hewlett-
Packard também são conhecidas por utilizar o JIT em
suas cadeias de suprimentos e processos de produção.
Na Toyota, o JIT permitiu à empresa reduzir os
custos de produção, melhorar a qualidade de seus veículos
e se tornar uma das maiores montadoras do mundo. O
sistema de produção da Toyota, amplamente conhecido
como Toyota Production System (TPS), é um dos
exemplos mais completos e bem-sucedidos da aplicação
do JIT.
A Dell utiliza o JIT para fabricar seus
computadores sob encomenda. Ao invés de manter
grandes estoques de componentes, a Dell recebe os
pedidos dos clientes e então aciona seus fornecedores para
entregar as peças necessárias para a montagem. Isso
permite que a empresa opere com um estoque reduzido e
ofereça produtos personalizados de acordo com as
necessidades dos clientes
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Questões:1. Como os princípios da filosofia enxuta
contribuem para economizar custos nesses
exemplos?
Nos exemplos de Jungheinrich e Komax, os
princípios da filosofia enxuta, como just-in-time (JIT) e a
eliminação de desperdícios, são essenciais para a redução
de custos. A filosofia enxuta se baseia em maximizar a
eficiência, eliminando processos desnecessários e focando
em valor para o cliente. No caso da Jungheinrich, uma das
maiores fabricantes de empilhadeiras, a adoção de
métodos JIT permitiu que a empresa reduzisse
drasticamente o tempo de montagem de suas
empilhadeiras, de 18 horas para apenas três horas. Isso
significa que a empresa não apenas economiza em custos
de mão-de-obra, mas também otimiza o uso de recursos e
o fluxo de trabalho, sem a necessidade de grandes
estoques de componentes.
Além disso, a Jungheinrich conseguiu aumentar a
produção em 30% entre 1998 e 2000, enquanto reduziu o
número de funcionários em 10%. Isso reflete o princípio
da produção enxuta de fazer mais com menos, o que é
possível através da melhoria contínua e da integração
eficiente da cadeia de suprimentos. A empresa aprimorou
suas relações com os fornecedores, facilitando a entrega
rápida e frequente de materiais, o que é crucial para o JIT.
A redução de estoques e a maior fluidez na produção
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permitiram economias consideráveis, ao mesmo tempo em
que melhoraram a competitividade da empresa.
No caso da Komax, a empresa terceirizou parte
de suas atividades de manufatura e adotou uma política de
entregas JIT, o que permitiu uma grande redução de
estoques e maior rapidez no tempo de produção.
Anteriormente, seus fornecedores entregavam materiais a
cada dois meses, mas com o JIT, as entregas passaram a
ser três vezes por semana. Isso reduziu drasticamente o
estoque em fábrica e acelerou o tempo de atravessamento,
permitindo que a Komax dobrasse suas vendas com menos
funcionários. Esses exemplos demonstram como a
filosofia enxuta, ao focar em fluxos contínuos, melhoria
dos processos e entregas frequentes, contribui diretamente
para a economia de custos.
2. Essa cultura just-in-time também poderia
ser aplicada a uma montadora de
automóveis? Justifique.
Sim, a cultura just-in-time (JIT) pode ser aplicada
a uma montadora de automóveis, e muitos dos princípios
descritos no texto podem ser adaptados para essa indústria.
No exemplo da Jungheinrich, o sucesso do JIT foi baseado
na montagem rápida e eficiente de produtos a partir de
uma variedade limitada de plataformas, o que também é
aplicável às montadoras. A produção de veículos envolve
uma vasta quantidade de componentes que precisam ser
integrados de forma eficiente, e o JIT pode ajudar a
coordenar o fluxo desses componentes para garantir que
eles estejam disponíveis exatamente quando necessários,
sem a necessidade de grandes estoques.
O JIT nas montadoras pode reduzir custos de
estocagem e melhorar a flexibilidade da linha de
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produção. Assim como a Jungheinrich reduziu o tempo de
montagem de empilhadeiras, uma montadora poderia
reduzir o tempo de montagem de veículos ao receber as
peças no momento certo, sem sobrecarregar o espaço com
estoques excessivos. Isso é particularmente relevante em
um setor onde mudanças frequentes de design e inovações
tecnológicas exigem agilidade para ajustar a produção às
novas demandas. A filosofia enxuta, ao permitir uma
produção mais ágil e organizada, também reduz o tempo
ocioso e aumenta a eficiência operacional.
No entanto, para o JIT funcionar em uma
montadora, como o exemplo da Komax mostra, é
necessário que a cadeia de suprimentos seja extremamente
bem coordenada. Os fornecedores devem ser capazes de
entregar componentes com frequência e pontualidade,
caso contrário, qualquer atraso pode interromper a
produção. Assim como a Komax precisou reorganizar seus
fornecedores para entregas mais frequentes, uma
montadora precisaria garantir que seus parceiros de
negócios tivessem a capacidade logística e tecnológica
para apoiar essa filosofia. Portanto, embora a
implementação do JIT em uma montadora exija
planejamento e colaboração intensa com fornecedores, os
benefícios em termos de economia de custos, flexibilidade
e aumento de eficiência tornam a cultura JIT altamente
aplicável ao setor automotivo.
Referencias:
SCHONBERGER, Richard J. Técnicas
Industriais Japonesas: Nove Lições Ocultas Sobre
Simplicidade. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1984. 
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CHASE, Richard B. Administração da produção
para a vantagem competitiva. 10. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006. 
GRAEMI, Alexandre Reis; PEINADO, Jurandir.
Administração da produção: operações industriais e de
serviços. Curitiba: Editora Unicenp, 2007.
LOPES, Alceu de Oliveira. Gestão da produção.
Ijuí: Editora Unijuí, 2010.
MONDEN, Yasuhiro. Sistema Toyota de
Produção: uma abordagem integrada ao just in time. 4ª
edição. Porto Alegre: Editora Bookman. Tradução: Ronald
Saraiva de Menezes, 2015.
NEUMANN, Clóvis. Gestão de sistemas de
produção e operações: produtividade, lucratividade e
competitividade. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2013.

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