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Técnicas básicas de necropsia Marieli Fumagali Necropsia - Exame macroscópica e microscópica; - Causa da morte; - Doença de base; - Outras doenças concomitantes. Quatro técnicas básicas Para a realização da necropsia. 1. Técnica de Rokitansky 2. Técnica de Ghon 3. Técnica de Virchow 4. Técnica de Letulle Técnica de Rokitansky Carl Von Rokitansky (1804-1878)estabeleceu as bases estruturais das doenças e a técnica de necropsia com o estudo sistemático de cada órgão. Em 1866, já tinha realizado mais de 30 mil necropsias. Na sua técnica, os órgão são examinados “in situ” ou seja, dentro do cadáver, um a um. Técnica de Rokitansky Desta forma, nesta técnica são realizadas vários cortes em todos os órgãos internos, para depois serem retirados , um por um. Para a retirada dos órgãos, é seguido o sentido cefalocaudal. Técnica de Ghon Anton Ghon (1866-1936). Em 1910, se tornou professor de anatomia patológica. Ghon era especialista no campo da bacteriologia e é lembrado por seu trabalho com meningite e tuberculose . Técnica de Ghon Esta técnica foi desenvolvida em 1890 por Anton Ghon, o qual modificou a técnica de Rokitansky. A evisceração do cadáver ocorre por monoblocos de órgãos que são agrupados por semelhanças anatômicas ou funcionais. Nesta técnica o exame interno é realizado na seguinte ordem: •Abertura do Crânio (remoção do cérebro e remoção da hipófise). •Abertura da cavidade toraco-abdominal (com incisão descendente em forma de Y). Técnica de Ghon TÉCNICA DE GHON •1º Monobloco - Estruturas anatômicas que se encontram no mediastino e se estendem aos pulmões e órgãos da boca e pescoço. •2º Monobloco - Sistema Digestivo. •3º Monobloco- Sistema urogenital masculino ou feminino. •4º Monobloco- Segmento terminal do duodeno, jejuno, íleo e cólon. TÉCNICA DE VIRCHOW Rudolf Ludwig Karl Virchow (1821 —1902) Médico e político alemão. É considerado o pai da patologia moderna e da medicina sociaL. Foi ele quem elucidou o mecanismo do tromboembolismo, cujos fatores são conhecidos até hoje como tríade de Virchow. Foi o primeiro a publicar um trabalho científico sobre leucemia, pelo qual todas as formas de lesão orgânica começam com alterações moleculares ou estruturais das células. Foi ele quem disse que as doenças eram uma mudança na célula. TÉCNICA DE VIRCHOW Técnica de Virchow: foi desenvolvida em 1893 por Rudolf Virchow. Todos os orgãos são removidos (individualmente) e examinados cuidadosamente, fora do local anatômico. É importante na patologia forense e requer um conhecimento profundo de anatomia. Realiza- se uma incisão medial, com início na margem inferior do mento até o púbis, descolamento dos tecidos moles e retirada dos órgãos, um por vez. Cada órgão é examinado de forma extremamente detalhado. Técnica de Letulle Maurice Joseph Lucien Eleonor Letulle ,(1853-1929). É um especialista em patologia e professor associado da Faculdade de Medicina de Paris . Ele ocupa a cadeira de anatomia patológica de Paris (1917). Técnica de Letulle Técnica de Letulle: Esta técnica foi desenvolvida em 1900. É realizada uma incisão nas cavidades torácica e abdominal e o conteúdo é retirado em um único bloco. Realiza- se primeiramente a ectoscopia (exame externo), verificando nesta etapa o desenvolvimento do esqueleto, anotando possívei s deformidades e anomalias, estado de nutrição, fenômenos cadavéricos, aspecto da pele (incluindo lesões, cicatrizes e tatuagens) e secreções. Realiza –se o estudo do crânio e medula espinhal, em seguida do pescoço, tórax, abdome e vísceras. A finalização dos procedimentos de necropsia ocorre com a devolução das vísceras ao interior do cadáver, restauração e limpeza do corpo. Abertura da cavidade craniana O objetivo da autópsia neuropatológica é estudar de maneira regulada as possíveis lesões que possam ter ocorrido na sistema nervoso, para estudar uma doença neurológica. Seja qualquer que seja a maneira de adoecer, a necropsia deve ser realizado com os mesmos procedimentos de extração e amostragem do sistema nervoso mesmo, variando apenas a quantidade e a localização das amostras quando se trata de doenças neurológicas primária. Abertura da cavidade craniana Em geral, este estudo deve ser dividido em duas partes: •A) Necropsia craniana (extração e estudo do cérebro); •B) Necropsia da coluna vertebral (extração e estuda da medula espinhal). Abertura da cavidade craniana AUTOPSIA CRANIANA •1. Isso é feito colocando o corpo na mesa de necropsia em decúbito dorsal, com o pescoço e occipital descansando em um descanso cabeças para levantar o crânio da superfície da mesa de maneira a facilitar a manobra de incisão na pele e o corte com a serra. •2. É feita uma incisão coronal no bisturi de um pavilhão auricular para o outro, atingindo em profundidade até o periósteo. Abertura da cavidade craniana •3. A próxima operação a ser realizada será a separação dos planos periódico-cutâneo para a frente e para trás para expor o crânio nu. •4.O crânio é cortado com uma serra circular (de preferência com sucção embutida) começando pela frente, até atingir o mesmo ponto. A profundidade do corte não deve exceder a dura-máter. Abertura toracoabdominal •Primeiramente deve-se idealizar uma incisão adequada para que a cavidade possa ser bem visualizada, o que facilita o trabalho do técnico de necropsia e do médico. •Incisão horizontal bi-acromial e depois vertical desde a fúrcula esternal até a sínfise púbica, contornando a cicatriz umbilical. •Toda alteração ou anormalidade deve ser cuidadosamente anotada e investigada. https://www.youtube.com/watch?v=FO6H2W23A-E&ab_channel=Solab Equipamentosparalaborat%C3%B3rios https://twitter.com/crimesreais/status/1273745166462078978 https://www.youtube.com/watch?v=FO6H2W23A-E&ab_channel=Solab Equipamentosparalaborat%C3%B3rios https://twitter.com/crimesreais/status/1273745166462078978 https://www.youtube.com/watch?v=FO6H2W23A-E&ab_channel=SolabEquipamentosparalaborat%C3%B3rios https://www.youtube.com/watch?v=FO6H2W23A-E&ab_channel=SolabEquipamentosparalaborat%C3%B3rios Necropsia região cervical •Secção da pele do pescoço daquela do tórax e dissecção da mesma até a face interna da mandíbula para penetrar-se na cavidade oral. Liberação do segmento cervical ao nível do palato duro e coluna cervical. A evisceração implica também na abertura e/ou secção das vísceras bem como na retirada de fragmentos de tecido para o exame microscópico. Necropsia da medula espinhal •Incisão longitudinal após linha de processo espinhoso, corte profundamente separando para um lado e outro músculos interespinhais para facilitar o corte de chapas, com serra de rotação cortada de cima, da parte do osso já separada para expor a medula espinhal. Técnicas de sutura e estancamento •Recomposição do cadáver: terminada a evisceração os órgãos normais podem ser colocados nas respectiv as cavidades enquanto que os lesados precisam ficar retidos em bandejas guardadas na câmara frigorífica para eventual estudo anátomo-clínico. A pele, tela subcutânea e músculos da parede seccionados para incisão, são saturados com um fio grosso ou por um barbante com o auxílio de uma agulha. https://www.youtube.com/watch?v=1KXNkgz4zYk&ab_channel=Signu mCursoseConcursosP%C3%BAblicos Técnicas de sutura e estancamento - Com o cadáver aberto, retirar o sangue e aplicar algodão ou pano na cavidade toracoabdominal . - Colocar as vísceras examinadas. - Aplicar serragem, misturar bem a serragem com as vísceras e acrescentar mais serragem após colocar todas as vísceras. - Suturar e lavar o cadáver. - A sutura é feita quando o corpo estiver preenchido. - O esterno é colocado de forma a não mostrar altas sali Técnicas de sutura e estancamento Crânio •Estancar a saída do canal vertebral com algodão e pano. •Envolver um pano com muita serragem e colocar apertadamente preenchendo toda cavidade cranial. •Colocar a calota de forma firme. •Juntarfirmemente o couro cabeludo •Iniciar suturas. Suturas A agulha entra na epiderme e leva a linha transfixando a derme. A agulha sai e entra na derme internamente e sai na epiderme. • Com uma mão manipula-se a agulha • Com outra mão segura-se a pele e puxa a linha, com muito cuidado pra não furar o dedo. • Deve-se tomar cuidado com a saída da agulha • Observar se há saída de vísceras do corpo no ponto. Não pode ocorrer. • Os pontos devem ser dados com um centímetro um do outro.