Prévia do material em texto
ESTATÍSTICA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Olá! O estudo da probabilidade é de grande importância para a tomada de decisões em nossa sociedade. Conhecemos como probabilidade a área da matemática que estuda a chance de um determinado evento acontecer. A probabilidade conta com conceitos importantes, como experimento aleatório, evento, espaço amostral e eventos equiprováveis. A distribuição de probabilidade é um modelo matemático que relaciona um certo valor da variável em estudo com a sua probabilidade de ocorrência. Nesta aula, você estudará distribuição de probabilidade e suas ramificações. Bons estudos! AULA 5 – ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE 5 DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL A distribuição binomial é uma distribuição de probabilidade discreta que descreve o número de sucessos em uma sequência fixa de experimentos independentes, onde cada experimento tem apenas dois resultados possíveis: sucesso ou fracasso, mas também podem ser interpretados de várias outras maneiras, como "sim" e "não", "1" e "0", etc. Os principais requisitos para que um experimento possa ser modelado usando a distribuição binomial são: 1. Os experimentos devem ser independentes: O resultado de um experimento não deve afetar o resultado dos outros. 2. Cada experimento tem apenas dois resultados possíveis: sucesso ou fracasso. 3. A probabilidade de sucesso é constante: A probabilidade de sucesso em cada experimento é a mesma. De acordo com Spiegel e Stephens (2009), se p é a probabilidade de um evento acontecer em uma tentativa única (probabilidade de um sucesso) e q = 1 - p é a probabilidade de o evento não ocorrer em uma tentativa única (probabilidade de um insucesso), então a probabilidade do evento ocorrer exatamente X vezes em N tentativas (ou seja, de haver X sucessos e N - X insucessos) é dada por: 𝑝 (𝑋) = [ 𝑁 𝑋 ] 𝑝𝑥𝑞𝑁−𝑋 = 𝑁! 𝑋!(𝑁−𝑋)! 𝑝𝑥𝑞𝑁−𝑋 (1) em que 𝑋 = 0, 1, 2. … 𝑁 𝑒 𝑁! = 𝑛(𝑛 − 1 ) … 1; 𝑒 0! = 1, por definição. Exemplo 1 - A probabilidade de obter exatamente 2 caras em 6 lances de uma moeda não-viciada é: ( 6 2 ) ( 1 2 ) 2 ( 1 2 ) 6−2 = 6 2! 4! ( 1 2 ) 6 = 15 64 usando a equação (1) com 𝑁 = 6, 𝑋 = 2 𝑒 𝑝 = 𝑞 = 1 2 . Usando o EXCEL, a avaliação da probabilidade de 2 caras em 6 lances é dada como a seguir: =BINOMDIST (2;6;0;5:0), onde a função BINOMDIST tem 4 parâmetros. O primeiro parâmetro é o número de sucessos, o segundo é o número de tentativas, o terceiro é a probabilidade de sucesso e o quarto é 0 ou 1. Um 0 fornece a probabilidade do número de sucessos e um 1 fornece a probabilidade acumulada (SPIEGEL, 2009). A função =BINOMDIST (2,6,0,5,0) resulta em 0,234375 que é o mesmo que 15/64. Exemplo 2 A probabilidade de obter ao menos 4 caras em 6 lances de uma moeda não- viciada é: ( 6 2 ) ( 1 2 ) 4 ( 1 2 ) 6−2 + ( 6 5 ) ( 1 2 ) 5 ( 1 2 ) 6−5 + ( 6 6 ) ( 1 2 ) 6 ( 1 2 ) 6−6 = 15 64 + 6 64 + 1 64 = 11 32 A distribuição discreta de probabilidade (1) é denominada, frequentemente, distribuição binomial, visto que para 𝑋 = 0, 1, 2, … , 𝑁 correspondem os termos sucessivos da fórmula binomial ou expansão binomial, (𝑞 + 𝑝)𝑁 = 𝑞𝑛 + ( 𝑁 1 ) 𝑞𝑁−1𝑝 + ( 𝑁 2 ) 𝑞𝑁−2𝑝2 + ⋯ + 𝑝𝑁 em que 1, ( 𝑁 1 ) , ( 𝑁 2 ) , …são denominados coeficientes binomiais. Usando o EXCEL, a solução é =1- BINOMDIST (3;6;0,5,1) ou 0,34375 que é o mesmo que 11/32. Visto que Pr{𝑋 ≥ 4} = 1 − Pr{𝑋 ≤ 3} e BINOMDIST (3;6;0,5,1) = Pr{𝑋 ≤ 3} esse cálculo resulta na probabilidade de pelo menos 4 caras (SPIEGEL; STEPHENS, 2009). Exemplo 3 Algumas propriedades da distribuição binomial estão relacionadas na Tabela 1 a seguir: Tabela 1 - Distribuição binomial Fonte: SPIEGEL; STEPHENS, 2009. Exemplo 4 Em 100 lances de uma moeda honesta, a média do números de cara é 𝔲 = 𝑁𝑝 = (100) ( 1 2 ) = 50. Esse é o número esperado de caras em 100 lances da moeda. O desvio padrão é ℴ = √𝑁𝑝𝑞 = √(100) ( 1 2 ) ( 1 2 ) = 5. 5.1 DISTRIBUIÇÃO NORMAL Um dos mais importantes exemplos de uma distribuição contínua de probabilidade é a distribuição ou curva normal, ou a distribuição de Gauss, definida pela equação 𝑌 = 1 ℴ√2𝜋 𝑒−1/2(𝑋−𝔲)2/ℴ2 (3) na qual 𝔲 = média, ℴ = desvio padrão, 𝜋 = 3,14159... e 𝑒 = 2,71828 … A área total limitada pela curva (3) e pelo eixo dos X é igual a 1; portanto, a área sob a curva, compreendida entre as duas coordenadas X=a e X=b, em que 𝑎sala de emergência tem uma distribuição de Poisson e a média é 5. Determine a probabilidade de no máximo 3 admissões por dia e a probabilidade de pelo menos 8 admissões por dia. A probabilidade de no máximo 3 é Pr{𝑋 ≤ 3} = 𝑒−5 − { 50 0! + 51 1! + 52 2! + 53 3! } . Onde, 𝑒−5 = 0,006738 e Pr{𝑋 ≤ 3} = 0,006738 {1 + 5 + 12,5 + 20,8333} = 0,265. Usando o MINITAB, o menu pull-down “Calc⟹Probability distribution ⟹Posison” fornece a caixa de diálogo da distribuição de Poisson, a qual é preenchida conforme mostra a Figura 3. A seguinte saída é obtida: A probabilidade de pelo menos 8 admissões é Pr{𝑋 ≥ 8} = 1 − Pr{𝑋 ≤ 7}. Usando o MINITAB, obtemos: Figura 3 - Caixa de diálogo da distribuição de Poisson no MINITAB. Fonte: Spiegel; Stephens 2009. Algumas propriedades da distribuição de Poisson estão relacionadas na Tabela 3. Tabela 3 - Distribuições de Poisson Fonte: Spiegel; Stephens 2009. 5.4 Relações entre as distribuições binomial e de Poisson Na distribuição binomial (1), se N for grande, enquanto a probabilidade p da ocorrência de um evento for próximo de zero, de forma que q = (1 - p) tende para 1, o evento será́ denominado raro. Na prática, consideramos um evento como raro quando o número de tentativas é, pelo menos, igual a 50 (𝑁 ≥ 50), ao passo que Np é menor do que 5. Nesses casos, a distribuição binomial (1) é muito aproximada da de Poisson (5), com 𝜆 = 𝑁𝑝. Isso é indicado mediante a comparação das Tabelas 1 e 3 porque, fazendo 𝜆 = 𝑁𝑝, 𝑞 ≈ 1 e p≈ 0, na Tabela 1, obtemos os resultados da Tabela 3. Como há́ uma relação entre as distribuições binomial e normal, concluímos que também há́ uma relação entre a de Poisson e a normal. Realmente, podemos demonstrar que a distribuição de Poisson se aproxima de uma normal, com a variável reduzida (X - 𝜆)/ √𝜆 , quando 𝜆 cresce indefinidamente (SPIEGEL; STEPHENS, 2009). 5.5 Funções de distribuição para variáveis aleatórias discretas A função de distribuição para uma variável aleatória discreta X pode ser obtida da sua função de probabilidade, observando que, para todo x em (−∞, ∞), (6) onde a soma é sobre todos os valores u assumidos por X para os quais 𝑢 ≤ 𝑥. Se X assume apenas um número finito de valores 𝑥1, 𝑥2, ..., 𝑥𝑛, então, a função de distribuição é dada por: (7) Exemplo 2.3 Encontre a função de distribuição para a variável aleatória X e (b) obtenha o seu gráfico (SPIEGEL; SCHILLER; SRINIVASAN, 2013) Tabela 4 (a) A função de distribuição é: (b) O gráfico de F(x) é mostrado na Fig. 4. Figura 4 - Gráfico Fonte: Spiegel; Schiller; Srinivasan, 2013. Os seguintes aspectos sobre a função de distribuição acima, que são, em geral, verdadeiros, devem ser observados. 1. As magnitudes dos saltos em 0, 1, 2 são 1 4 , 1 2 , 1 4 , que são precisamente as probabilidades da Tabela 4. Este fato nos permite obter a função de probabilidade da função de distribuição. 2. Em virtude da aparência do gráfico da Figura 4, ele é geralmente chamado de uma função em escada ou função degrau. O valor da função em um inteiro é obtido do degrau mais alto; portanto, o valor em 1 é 3 4 e não 1 4 . Isto é expresso matematicamente declarando que a função de distribuição é contínua à direita em 0, 1, 2. 3. À medida que seguimos da esquerda para a direita (isto é, subimos), a função de distribuição ou permanece a mesma ou aumenta, assumindo valores de 0 a 1. Por causa disto, ela é dita ser uma função monotonicamente crescente. Está claro, das observações acima e das propriedades das funções de distribuição, que a função de probabilidade de uma variável aleatória discreta pode ser obtida da função de distribuição, observando que: 5.6 Variáveis aleatórias contínuas Uma variável aleatória não discreta X é dita ser absolutamente contínua ou simplesmente contínua, se sua função de distribuição pode ser representada como: (8) onde a função f(x) tem as propriedades: Segue, das propriedades acima, que se X é uma variável aleatória contínua, então a probabilidade de que X assuma qualquer valor em particular é zero, enquanto que a probabilidade intervalar de que X está entre dois valores diferentes, digamos, a e b, é dada por: (9) Exemplo 2.4 Se um indivíduo é selecionado ao acaso de um grande grupo de homens adultos, a probabilidade de que sua altura X seja precisamente 68 polegadas (isto é, 68.000... polegadas) seria zero. Entretanto, existe uma probabilidade maior do que zero de que X esteja entre 67.000... polegadas e 68.500... polegadas, por exemplo (SPIEGEL; SCHILLER; SRINIVASAN, 2013). A função f(x) que satisfaz os requisitos acima é chamada de uma função de probabilidade ou distribuição de probabilidade para uma variável aleatória contínua, mas ela é mais frequentemente chamada de uma função densidade de probabilidade ou simplesmente função densidade. Qualquer função f(x) que satisfaz as Propriedades 1 e 2 acima será́ automaticamente uma função densidade, e as probabilidades requeridas podem ser obtidas por (9) (SPIEGEL; SCHILLER; SRINIVASAN, 2013). Exemplo 2.5 (a) Encontre a constante c tal que a função: seja uma função densidade e (b) calcule 𝑃(1