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LÍNGUA PORTUGUESA TURMA: ALUNO (A) PROF. 7. O ‘diário’ como gênero textual · O diário é um gênero textual que registra acontecimentos e impressões das pessoas sobre fatos ou situações que despertaram interesse na vida delas. · Geralmente, os diários são escritos com a intenção de captar, na escrita, momentos da vida que merecem ser registrados. Nem sempre tais momentos são os mais importantes para outras pessoas. Não importa: a experiência de tais momentos devem ser importantes para quem os registra. · O diário é, portanto, uma espécie de “lembrança viva” de nossas experiências. Quando quisermos relembrá-las, basta abri-lo para que retorne uma importante memória de nós mesmos. · É pela lembrança dos fatos (e pelo registro que se tem deles) que entramos em contato com outro ser humano. É por meio desse contato que descobrimos o quanto de nós há nos outros, e vice-versa. · Geralmente, quem escreve um diário, escreve apenas para si. É por isso que há, inclusive, alguns diários com chave, simbolizando o quão secreto são esses registros. · No entanto, alguns diários se tornam públicos (ou são escritos para o público). Nesse caso, tais textos têm a intenção de preservar para os leitores do presente e do futuro registros de experiências vividas no passado que quem o escreveu. · Sendo um gênero textual presente em todos os tempos e nas mais variadas culturas, é importante não só construirmos o nosso, no qual colocaremos o registro de nossas experiências, mas lermos os de outras pessoas para aprendermos com as experiências delas e assim, nos tornarmos mais integrados com o universo do outro. Disponível em: Acesso em: 25/05/2020 8. Trechos e curiosidades sobre o Diário Disponível em: Acesso em: 25/05/2020 Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim. (Anne Frank, 12 de junho de 1942.) Assim, Anne Frank inicia o seu famoso diário: “A fim de destacar na minha imaginação a figura da amiga por quem esperei tanto tempo, não vou anotar aqui uma série de fatos banais, como faz a maioria. Quero que este diário seja minha amiga e vou chamar esta amiga de Kitty. Mas se eu começasse a escrever a Kitty, assim sem mais nem menos, ninguém entenderia nada. Por isso, mesmo contra minha vontade, vou começar fazendo um breve resumo do que foi minha vida até agora.” Domingo, 14 de junho de 1942 “Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.) Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas. Pouco depois das sete horas, fui ver papai e mamãe e, depois, fui à sala abrir meus presentes, e você foi o primeiro que vi, talvez um dos meus melhores presentes. Depois, em cima da mesa, havia um buquê de rosas, algumas peônias e um vaso de planta. De papai e mamãe ganhei uma blusa azul, um jogo, uma garrafa de suco de uva, que, na minha cabeça, deve ter gosto parecido com o do vinho (afinal de contas, o vinho é feito de uvas), um quebra-cabeça, um pote de creme para o corpo, 2,50 florins e um vale para dois livros. Também ganhei outro livro, Câmera obscura, mas Margot já tem, por isso troquei o meu por outro, um prato de biscoitos caseiros (feitos por mim, claro, já que me tornei especialista em biscoitos), montes de doces e uma torta de morangos, de mamãe. E uma carta da vó, que chegou na hora certa, mas, claro, isso foi só uma coincidência.” (…) Como não tem nenhuma amiga para compartilhar suas intimidades, Anne começa a escrever longas cartas para Kitty. Aos poucos a inocência de suas palavras vão tomando uma proporção cada vez maior no período de Guerra, quando sua família busca abrigo em um sótão do prédio que ficava atrás do escritório de seu pai. Disponível em: Acesso em: 25/05/2020 As cartas escritas a Kitty se multiplicam com rapidez. Durante sua permanência no Anexo Secreto, o diário torna-se muito importante para ela. Serve como um desabafo. Quem escreve um diário, procura anotar seus pensamentos íntimos e reflexões. Anne Frank tenta descrever, o máximo possível, a vida cotidiana da casa de trás e as notícias que chegam de fora. Às vezes acontecem casos emocionantes para relatar, como bombardeios e tentativas de assaltos no meio da noite. Durante a narrativa, Anne consegue comentar de forma acertada as transformações de cada um dos que estão escondidos com ela, com sinceridade e um tanto irreverente em várias ocasiões. Anne Frank descreve as coisas com seu espírito crítico; não somente as alheias, mas também as próprias. Em 16 de março de 1944, Anne anota: “O melhor de tudo é o que penso e sinto, pelo menos posso descrever; senão, me asfixiaria completamente”. Anne preenche folhas e folhas de seu diário, durante os dois anos em que passou na clandestinidade. O fato de que deve manter-se em pé naquelas circunstâncias tão peculiares, faz com que amadureça mais rápido do que os outros jovens de sua idade. O livro é carregado de honestidade e simplicidade com pensamentos e anseios de uma jovem que vive momentos de muita luta e determinação, temendo constantemente o dia de amanhã, ao mesmo tempo em que mergulha fundo nos planos de um futuro um tanto incerto. “Cheguei ao ponto em que nem me importo se vivo ou se morro. O mundo vai continuar girando sem mim, e não posso fazer nada para mudar os acontecimentos. Vou deixar que as coisas sigam o seu rumo e me concentrar no estudo e na esperança de que tudo acabe bem.” Disponível em: Acesso em: 25/05/2020 Disponível em: Acesso em: 25/05/2020 TAREFA: Produção Textual: Página de diário A partir da leitura de trechos do Diário de Anne, das curiosidades, das características do gênero ‘diário’ e com base nos seus conhecimentos, crie uma página de diário relatando um fato marcante que ocorreu em sua vida neste período de isolamento social que estamos vivendo atualmente. Utilize todas as características desse gênero textual:. 1- O texto deve conter o relato em primeira pessoa (eu conto a história); 2- Se quiser, dê um nome ao seu diário, para que você possa dialogar com ele; 3- Dê a seu texto o tom que revestiu esse dia vivido por você: tristeza, alegria, espanto, medo, ou uma mistura dessas sensações; 4- Não esqueça da data e da assinatura; 5- Utilize caneta azul ou preta (se necessário, faça um rascunho a lápis e passe a limpo depois); 6- Seu texto deve ter, no mínimo, 20 linhas, e deve ser escrito à mão (não deve ser digitado). PROPOSTA BASEADA EM: Disponível em: Acesso em: 25/005/2020 DICAS: · Relato em 1ª pessoa (exemplos): · Naquele dia, eu me senti exausto... · Eu não entendi porque meu pai não voltou para casa... · Para ajudar: pense que você está escrevendo em um Blog, Flog, Twitter, Instagram, Facebook ou outro semelhante, contando algo que aconteceu com você durante esse tempo de isolamento social, em casa com quem você mora. · Data: pense numa data atual,desde 18 de março até agora. · Fato: lembre algum dos momentos vividos em casa, depois que você parou de frequentar o colégio, descreva o que aconteceu, como você se sentiu, quem estava com você e porque tal fato o marcou. Seja criativo e bom trabalho! image3.png image11.png image9.png image1.png image15.png image21.png image12.png image16.png image6.png image5.png image20.png image10.png image23.png image2.png image19.png image7.png image4.png image22.png image13.png image14.png image18.png image8.png image17.png