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AV1 Resumos Hanseníase: Agente Etiológico: Causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo resistente ao álcool e ao ácido. Tem um longo período de incubação (2-5 anos), e a transmissão ocorre principalmente por contato prolongado com pessoas doentes através de vias aéreas. Aspectos Clínicos: Dermatológicos: Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, pápulas, nódulos, e perda de pelos. Neurológicos: Neurites, perda de sensibilidade e força muscular, especialmente em membros e olhos. Diagnóstico: Clínico, por exame dermato-neurológico e baciloscopia de raspado intradérmico em casos suspeitos. Classificação Operacional: Paucibacilar: Até 5 lesões, com defesa imunológica eficaz. Multibacilar: Mais de 5 lesões, com defesa imunológica ineficaz. Tratamento: Poliquimioterapia (PQT) com rifampicina, dapsona e clofazimina, administrada por 6 meses (PB) ou 12 meses (MB). Tuberculose: Agente Etiológico: Causada pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), transmitida por gotículas de saliva expelidas por indivíduos com TB pulmonar. Patogênese: Quando inalados, os bacilos se instalam nos pulmões, podendo ser controlados pelo sistema imunológico na fase de infecção latente ou desenvolver a doença. Diagnóstico: Laboratorial: Baciloscopia do escarro, cultura para M. tuberculosis, prova tuberculínica. Radiológico: Raio-X de tórax, tomografia e broncoscopia em casos mais complexos. Tratamento: Principalmente com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, supervisionado na estratégia DOTS. Prevenção: Vacinação BCG, investigação de contatos e quimioprofilaxia para casos de infecção latente. AULAS P/ av2 Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) Incidência e Fatores de Risco: As ISTs estão entre as doenças mais comuns globalmente, sendo AIDS, sífilis, gonorreia e clamídia as mais frequentes. A transmissão ocorre principalmente por meio de atividades sexuais, incluindo relações vaginal, anal e oral. "As IST são doenças infecciosas que são transmitidas por atividades sexuais, como a relação sexual vaginal, anal e oral." O risco de contrair uma IST aumenta quando o indivíduo tem múltiplos parceiros sexuais ou quando se relaciona com alguém que possui histórico de múltiplos parceiros. A falta de uso de preservativo também é um fator crucial para o aumento do risco. Sintomas Gerais: Os sintomas das ISTs podem variar amplamente dependendo do agente infeccioso, os sintomas gerais, incluindo: · Coceira e corrimento vaginal; · Corrimento uretral no homem; · Dor durante o sexo, ao urinar ou na região pélvica; · Dor de garganta após sexo oral; · Dor anal após sexo; · Lesões tipo câncer na área genital, ânus, língua e/ou garganta; · Urina escura, micção frequente e fezes mais claras; · Vesículas ou nódulos na área genital que se rompem; · Febre, dor no corpo e aumento dos gânglios linfáticos; · Perda de peso, suores noturnos, cansaço inexplicável e infecções raras; · Verrugas cor da pele na área genital; Principais ISTs: Algumas ISTs específicas: SIDA (AIDS): · Agente infeccioso: Vírus HIV · Sintomas: Fadiga, anemia, febre, perda de peso, alterações imunitárias e desenvolvimento de doenças oportunistas. Os sintomas geralmente aparecem entre 7 a 10 dias após o contágio. · Prevenção: Uso de preservativo e evitar comportamentos de risco. · Tratamento: Medicamentos para controlar o vírus HIV e tratar as doenças oportunistas. · Consequências: A SIDA aumenta a suscetibilidade a infecções como sífilis, herpes, tuberculose e micoses, podendo levar à morte. Hepatite B: · Agente infeccioso: Vírus VHB · Sintomas: Hepatite, sintomas semelhantes aos da gripe e icterícia. · Prevenção: Uso de preservativo, comportamento sexual “saudável” e vacinação. · Tratamento: Não há cura definitiva, o tratamento foca nos sintomas. Corrimento Vaginal: · Principais agentes etiológicos: Tricomoníase, Candidíase (não considerada IST) e Vaginose Bacteriana (não considerada IST). · Sintomas: Variam de acordo com o agente causador, incluindo corrimento de diferentes cores e odores, dor ao urinar e durante o sexo, prurido vaginal e vermelhidão na vagina. Corrimento Cervical e Uretral: · Principais agentes etiológicos: Clamídia e Gonorreia. · Sintomas: Corrimento vaginal, sangramento vaginal, dor abdominal, dor durante o sexo, ardência ao urinar, uretrite e corrimento purulento. Úlceras: · DSTs de origem viral: Herpes. "No início pode haver febre baixa e mal-estar. Ulcerações podem permanecer escondidas no interior da vagina. Em pessoas imunodeprimidas, a evolução para ulcerações extensas nos genitais é rápida." · Outras causas: Cancro Mole e Sífilis. · Sintomas: Variam de acordo com a causa, incluindo lesões vesiculares, lesões múltiplas com fundo sujo e purulento, lesões únicas com base dura e fundo limpo, e lesões planas indolores. Sífilis: · Agente infeccioso: Bactéria Treponema pallidum · Transmissão: Sexo e de mãe para feto. · Sintomas: Lesões nos órgãos genitais externos que não cicatrizam, posteriormente lesões na pele e mucosas. · Prevenção: Uso de preservativo. · Tratamento: Antibioticoterapia. HPV: · Agente infeccioso: Vírus papiloma vírus humano. · Transmissão: Sexo e parto. · Sintomas: Lesões ulcerosas ou verrugas nos órgãos genitais externos, posteriormente lesões na pele e mucosas. · Prevenção: Uso de preservativo e vacinação. · Tratamento: Cauterização, com recorrências frequentes e sem cura definitiva. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ISTs 1. Quais são as ISTs mais comuns e suas causas? As ISTs mais comuns são AIDS, sífilis, gonorreia e clamídia. São doenças infecciosas transmitidas por atividades sexuais, como relação vaginal, anal e oral. 2. Quem corre risco de contrair uma IST? Qualquer pessoa sexualmente ativa corre risco de contrair ISTs. O risco aumenta com múltiplos parceiros sexuais, relações sexuais sem preservativo e se o(s) parceiro(s) teve(tiveram) múltiplos parceiros. 3. Quais são alguns sintomas gerais de ISTs? ● Coceira e corrimento vaginal ● Corrimento uretral em homens ● Dor durante a relação sexual, ao urinar ou na região pélvica ● Dor de garganta após sexo oral ● Dor anal após sexo anal ● Lesões semelhantes a cancro, indolores, na área genital, ânus, língua e/ou garganta ● Urina escura, urinar frequentemente, fezes mais claras ● Vesículas ou nódulos que se rompem na área genital ● Febre, dor no corpo, gânglios linfáticos aumentados ● Perda de peso, suores noturnos, cansaço inexplicável, infecções raras ● Verrugas cor da pele na área genital 4. Quais são as formas de transmissão do HIV e como preveni-lo? O HIV é transmitido por meio de comportamentos de risco, como relações sexuais sem preservativo. A prevenção inclui o uso de preservativos e a evitação de comportamentos de risco. 5. Quais são os sintomas da Hepatite B e como preveni-la? Os sintomas da Hepatite B incluem hepatite, sintomas semelhantes aos da gripe e icterícia. A prevenção inclui o uso de preservativos, comportamento sexual "saudável" e vacinação. 6. Quais são os principais agentes etiológicos do corrimento vaginal? Os principais agentes etiológicos do corrimento vaginal são: ● Tricomoníase ● Candidíase ● Vaginose bacteriana (não considerada IST) 7. Quais são os sintomas da gonorreia em homens e mulheres? Mulheres: Inflamação da uretra e do colo do útero, alterações menstruais e leucorreia. Homens: Inflamação da uretra e secreção amarelada. 8. Como o herpes se manifesta e evolui? O herpes pode iniciar com febre baixa e mal-estar, evoluindo para ulcerações, que podem estar escondidas na vagina. Em pessoas imunodeprimidas, a evolução para ulcerações extensas é rápida. As lesões podem desaparecer em 2 a 3 semanas, mas o vírus permanece no corpo em estado dormente e pode reativar, causando o reaparecimento das lesões. 9. Quais são as principais características da sífilis primária? A sífilis primária manifesta-se por uma lesão única, com base dura, fundo limpo, plana e indolor. 10. Como o HPV se transmite e quais são seus sintomas? OHPV pode ser transmitido por via sexual, durante o parto, e seus sintomas incluem lesões ulcerosas ou verrugas nos genitais externos. Posteriormente, podem surgir lesões na pele e mucosas. 11. Quais são os sintomas mais comuns de gonorreia? A gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae , pode apresentar diferentes sintomas em homens e mulheres: Mulheres: ● Inflamação da uretra e do colo do útero: A infecção pela bactéria Neisseria gonorrhoeae pode causar inflamação na uretra, canal por onde a urina é expelida, e no colo do útero. ● Alterações no padrão menstrual: A gonorreia pode levar a alterações no ciclo menstrual, como irregularidades, sangramento fora do período menstrual e fluxo menstrual mais intenso ou mais leve do que o habitual. ● Leucorreia: A leucorreia, um corrimento vaginal esbranquiçado ou amarelado, é um sintoma comum da gonorreia em mulheres. ● Dor durante a relação sexual: A inflamação causada pela gonorreia pode tornar a relação sexual dolorosa. ● Sangramento vaginal: Sangramento vaginal, especialmente após a relação sexual, pode ser um sintoma de gonorreia. ● Dor abdominal: A infecção pode se espalhar para os órgãos reprodutivos superiores, causando dor na região abdominal. ● Ardência ou dor ao urinar: A inflamação na uretra pode causar dor e ardência durante a micção. Homens: ● Uretrite: A uretrite, inflamação da uretra, é um sintoma comum da gonorreia em homens. ● Corrimento uretral purulento: A gonorreia geralmente causa um corrimento uretral de cor amarelada ou esbranquiçada, com aspecto leitoso, devido à presença de pus. ● Ardência ao urinar: A inflamação na uretra também pode causar ardência e dor durante a micção em homens. Aula Hepatites Descrição Geral As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotrópicos, cada um com suas características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Apesar de sua distribuição universal, observam-se diferenças regionais de acordo com o agente etiológico. A icterícia, popularmente conhecida como "amarelão", é um sintoma comum a várias formas de hepatite. O homem é o principal reservatório para a maioria dos vírus, com exceção da hepatite E, onde estudos indicam suínos, roedores e aves como possíveis reservatórios. Tipos de Hepatite Viral e Transmissão · Hepatite A: Transmissão fecal-oral, principalmente por água e alimentos contaminados. A transmissão sexual, especialmente entre HSH, também é relatada. "Desde a década de 70, surtos dessa doença são relatados entre homens que fazem sexo com homens – HSH, homossexuais ou bissexuais." · Hepatite B: Transmissão por fluidos corporais infectados, principalmente sangue, sêmen e saliva. As vias de transmissão são perinatal, sexual e parenteral/percutânea. "O sangue e o veículo de transmissão mais importante, mas outros fluidos também podem transmitir o HBV, como sêmen e saliva." · Hepatite C: A transmissão ocorre principalmente por exposição percutânea repetida a sangue infectado. Outros fatores de risco incluem hemodiálise, procedimentos estéticos (tatuagens e piercings), tratamentos odontológicos e endoscópicos, além da transmissão vertical e sexual, especialmente em pessoas com HIV e HSH. "A forma mais eficaz de transmissão do vírus da hepatite C – HCV ocorre pela exposição percutânea repetida, ou mediante o recebimento de grandes volumes de sangue infectado." · Hepatite D: Acomete apenas pessoas infectadas com o vírus da hepatite B, sendo transmitida concomitantemente (coinfecção) ou posteriormente (superinfecção). · Hepatite E: Transmissão fecal-oral, relacionada a condições sanitárias precárias. A transmissão vertical durante o parto também é possível. Suscetibilidade, Vulnerabilidade e Imunidade · A imunidade para hepatite A e B pode ser adquirida naturalmente ou pela vacinação. · Para hepatite C, não existe vacina, e a infecção não confere imunidade duradoura. · A vacina contra hepatite B oferece proteção indireta contra a hepatite D. · A hepatite E não confere imunidade duradoura e não possui vacina disponível. Evolução da Doença · Fase Aguda: Caracterizada por sintomas como anorexia, náuseas, vômitos, icterícia, hepatomegalia e fadiga. "Fase ictérica – com o aparecimento da icterícia, em geral, há diminuição dos sintomas prodrômicos. Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia." · Fase Crônica: Ocorre quando o vírus persiste por mais de 6 meses, podendo ser assintomática ou sintomática, com risco de cirrose e carcinoma hepatocelular. "Indivíduos com infecção crônica, que não apresentam manifestações clínicas, com replicação viral baixa ou ausente e que não apresentam evidências de alterações graves à histologia hepática, são considerados portadores assintomáticos." · Hepatite Fulminante: Insuficiência hepática aguda com alta letalidade, caracterizada por icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática. "Termo utilizado para designar a insuficiência hepática aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em um intervalo de até 8 semanas." Diagnóstico e Tratamento O diagnóstico clínico considera histórico do paciente, fatores de risco e exames laboratoriais como aminotransferases e bilirrubinas. "Deve ser realizada avaliando-se a faixa etária, a história pregressa e a presença de fatores de risco, como o compartilhamento de acessórios no uso de drogas injetáveis, inaladas ou prática sexual não segura, convivência intradomiciliar e intrainstitucional com pacientes portadores de hepatite, condições sanitárias, ambientais e de higiene, entre outros." O tratamento da hepatite aguda é sintomático, com exceção da hepatite C, que possui tratamento específico. O tratamento da hepatite crônica visa controlar a replicação viral e prevenir complicações. "Hepatite aguda: Não existe tratamento específico para as formas agudas, exceto para hepatite C." Prognóstico O prognóstico varia de acordo com o tipo de hepatite e a fase da doença. A hepatite A geralmente apresenta bom prognóstico, com recuperação completa na maioria dos casos. A hepatite B pode evoluir para cronicidade em cerca de 10% dos casos. A hepatite C apresenta alta taxa de cronificação, variando entre 60 e 90%. A hepatite D possui prognóstico variável, dependendo se é coinfecção ou superinfecção. A hepatite E raramente evolui para cronicidade. Características Epidemiológicas As hepatites virais são doenças de notificação compulsória no Brasil. Mudanças no perfil epidemiológico das hepatites têm sido observadas nas últimas décadas, principalmente devido a melhorias nas condições de higiene e saneamento, vacinação contra hepatite B e novas técnicas de diagnóstico. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE HEPATITES 01. Descreva as principais vias de transmissão para cada tipo de hepatite viral (A, B, C, D e E). R: Hepatite A: Transmissão fecal-oral, principalmente por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. A transmissão sexual também é possível, especialmente entre HSH. Hepatite B: Transmissão por contato com fluidos corporais infectados, como sangue, sêmen e saliva. As vias de transmissão incluem perinatal, sexual e parenteral/percutânea. A capacidade do vírus de sobreviver fora do corpo por longos períodos facilita a transmissão. Hepatite C: A transmissão ocorre principalmente pela exposição percutânea repetida a sangue infectado, como o compartilhamento de seringas. Outras vias incluem hemodiálise, procedimentos de manicure e pedicure, piercings e tatuagens, tratamentos odontológicos e endoscópicos, transmissão vertical e sexual (menos frequente que HBV). Hepatite D: Só ocorre em pessoas infectadas com hepatite B, e sua transmissão pode ocorrer simultaneamente (coinfecção) ou após a infecção pelo HBV (superinfecção). As vias de transmissão são as mesmas da hepatite B. Hepatite E: Transmissão fecal-oral, relacionada a más condições de saneamento básico, higiene pessoal e qualidade da água e dos alimentos. 02. Explique a importância da testagem para a hepatite C e liste os grupos de indivíduos que devemser testados. R: É crucial para o diagnóstico precoce e o tratamento da infecção, que muitas vezes é silenciosa e assintomática · Os seguintes grupos devem ser testados: · Todas as pessoas com 40 anos ou mais. · Pessoas vivendo com HIV (PVHIV). · Pessoas com múltiplas parcerias sexuais ou múltiplas ISTs. · Pessoas trans. · Trabalhadores do sexo. · Pacientes com diabetes, histórico psiquiátrico, histórico de doença hepática sem diagnóstico, elevações de ALT e/ou AST, histórico de doença renal ou imunossupressão. · Pacientes em regime de diálise. · Pessoas com histórico de transfusão de sangue, hemoderivados ou órgãos antes de 1993. · Pessoas com histórico de uso de drogas ilícitas injetáveis, intranasais ou fumadas. · Pessoas dependentes de álcool. · Pessoas com histórico de tatuagem ou piercing em locais não regulamentados. · Pessoas com histórico de exposição a material biológico contaminado. · População privada de liberdade. · Contato íntimo ou parceiro sexual de pessoas com anti-HCV reagente. · Crianças nascidas de mães que vivem com o HCV. 03. Diferencie as características clínicas da hepatite aguda e da hepatite crônica. R: A principal diferença reside na duração da infecção. Hepatite aguda: Caracterizada por três fases: · Fase prodrômica: Sintomas inespecíficos como anorexia, náuseas, vômitos, fadiga e mal-estar. · Fase ictérica: Aparecimento de icterícia, diminuição dos sintomas prodrômicos, hepatomegalia dolorosa e possível esplenomegalia. · Fase de convalescença: Desaparecimento da icterícia e recuperação gradual, com possível persistência de fraqueza e cansaço. · Hepatite crônica: Persistência do vírus por mais de 6 meses, podendo ser assintomática ou sintomática. Os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática e marcadores sorológicos ou virológicos de replicação viral. 04. Discuta o prognóstico para cada tipo de hepatite viral (A, B, C, D e E). R: Hepatite A: Geralmente, a recuperação ocorre em 3 meses. Não há forma crônica, mas pode haver formas prolongadas e recorrentes. A forma fulminante é rara, mas com prognóstico ruim. Hepatite B: A forma aguda geralmente tem bom prognóstico, com resolução em 90 a 95% dos casos. Menos de 1% evolui para hepatite fulminante e cerca de 10% evoluem para hepatite crônica. Hepatite C: A cura espontânea após a infecção aguda ocorre em 25 a 50% dos casos. Geralmente, é diagnosticada na fase crônica. Hepatite D: A cronicidade é maior na superinfecção (70%) do que na coinfecção (5%). Hepatite E: Não há evolução para a cronicidade ou viremia persistente. Em gestantes, pode ser mais grave e apresentar formas fulminantes. 05. Qual a importância da vacinação no controle das hepatites virais? Quais tipos de hepatite possuem vacina disponível? R: A vacinação é uma ferramenta fundamental para o controle das hepatites virais, prevenindo a infecção e suas complicações. As vacinas disponíveis são para hepatite A e B. A vacina contra hepatite B também confere imunidade indireta contra hepatite D. 06. Descreva as medidas de prevenção para as hepatites virais. R: As medidas de prevenção variam de acordo com o tipo de hepatite, mas algumas medidas gerais incluem: Higiene adequada: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de preparar alimentos. Saneamento básico: Acesso a água potável e tratamento adequado de esgoto. Segurança alimentar: Lavar bem frutas e verduras, cozinhar bem os alimentos e evitar o consumo de água e alimentos de origem duvidosa. Sexo seguro: Usar preservativos em todas as relações sexuais para prevenir a transmissão das hepatites B e C. Não compartilhar objetos pessoais: Agulhas, seringas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que possam entrar em contato com sangue. Vacinação: Vacinar-se contra as hepatites A e B. 07. Explique o papel dos testes rápidos no diagnóstico das hepatites B e C. R: Os testes rápidos são ferramentas importantes para ampliar o diagnóstico das hepatites B e C, permitindo a triagem rápida e acessível da população. Caso o resultado seja reagente, é necessária a confirmação por meio de exames laboratoriais específicos, como a carga viral. 08. Qual o principal meio de transmissão do vírus da hepatite C? R: É pela exposição percutânea repetida a sangue infectado, como o compartilhamento de seringas. Outros fatores de risco importantes para a transmissão do HCV incluem: · Hemodiálise · Procedimentos de manicure e pedicure · Piercings e tatuagens · Tratamentos odontológicos · Procedimentos endoscópicos, caso não sigam as normas de boas práticas de esterilização e desinfecção · Transmissão vertical (de mãe para filho) · Transmissão sexual, principalmente em pessoas vivendo com HIV e HSH (homens que fazem sexo com homens), sendo menos frequente que a transmissão do HBV 09. Cite três exames utilizados para diagnosticar hepatites virais. R: Testes rápidos: Desde 2011, o Ministério da Saúde incluiu os testes rápidos para hepatite B e C no SUS. Esses testes servem como triagem e, se reagentes, precisam ser confirmados por exames mais específicos. Carga viral para hepatite C (HCV-PCR): É um exame que detecta e quantifica o RNA do vírus da hepatite C no sangue, confirmando o diagnóstico e avaliando a resposta ao tratamento. Carga viral para hepatite B (HBV-DNA): Este exame detecta e quantifica o DNA do vírus da hepatite B no sangue, também utilizado para confirmar o diagnóstico e acompanhar a progressão da doença e a eficácia do tratamento. 10.Quais outros marcadores para detectar a patologia: R:Anti-HAV IgG: Indica imunidade adquirida para hepatite A, seja por infecção prévia ou vacinação. HbsAg, anti-HBc, anti-HBs: Utilizados para determinar o estado da infecção pelo vírus da hepatite B. Anti-HCV: Indica infecção pelo vírus da hepatite C, mas não diferencia entre infecção aguda ou crônica. Exames Inespecíficos: Outros exames, embora não específicos para hepatite viral, podem indicar dano hepático e auxiliar no diagnóstico: Aminotransferases (ALT/TGP): São marcadores de agressão hepatocelular, indicando lesão no fígado. Bilirrubinas: Elevam-se após o aumento das aminotransferases e, nas formas agudas, podem alcançar valores muito acima do normal. É importante lembrar que a escolha dos exames depende da suspeita clínica e do tipo de hepatite viral. 11.Quais as complicações possíveis da hepatite B crônica? R:Cirrose Hepática: Com o tempo, a inflamação crônica causada pelo HBV leva à formação de tecido cicatricial no fígado (fibrose). A fibrose avançada é chamada de cirrose, e compromete severamente a função do fígado, levando a diversas complicações . Carcinoma Hepatocelular (CHC): O CHC é o tipo mais comum de câncer de fígado e está fortemente associado à infecção crônica pelo HBV. A cirrose aumenta consideravelmente o risco de desenvolver CHC . Insuficiência Hepática: A cirrose pode progredir a ponto de o fígado não conseguir mais desempenhar suas funções essenciais. A insuficiência hepática é uma condição grave e potencialmente fatal, requerindo transplante de fígado Ascite: Acúmulo de líquido na cavidade abdominal, causado pela pressão elevada nos vasos sanguíneos do fígado cirrótico. Varizes Esofágicas: Veias dilatadas no esôfago, causadas pelo aumento da pressão sanguínea no sistema porta hepático. As varizes esofágicas podem romper e sangrar, sendo uma complicação potencialmente fatal. Encefalopatia Hepática: Disfunção cerebral causada pelo acúmulo de toxinas no sangue que o fígado doente não consegue filtrar. Pode levar a confusão mental, alterações de comportamento e coma. 12. Fatores de risco para complicações: R:Idade de infecção: A infecção em idade precoce (menor de 1 ano) aumenta o risco de cronificação e complicações . Carga viral: Níveis elevados do vírus HBV no sangue estão associados a maior risco de progressão da doença. Coinfecção com outros vírus: A presença de outras hepatites virais, como a hepatite D, aumenta o risco de complicações . Consumode álcool: O álcool agrava a lesão hepática e acelera a progressão da doença. É fundamental realizar o acompanhamento médico regular para monitorar a progressão da hepatite B crônica e detectar precocemente possíveis complicações. O tratamento antiviral pode ajudar a controlar a replicação viral e reduzir o risco de complicações a longo prazo. Leishmaniose: Formas Tegumentar e Visceral Conceito: Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, que afeta pele e mucosas. Agentes Etiológicos: · Leishmania (Leishmania) amazonensis: presente em florestas primárias e secundárias da Amazônia, Nordeste e Sudeste do Brasil. · Leishmania (Viannia) guianenses: restrita ao norte da bacia amazônica. · Leishmania (Viannia) braziliensis: amplamente distribuída do sul do Pará ao Nordeste, atingindo também o centro-sul do país. Reservatórios: · L. (L.) amazonensis: principalmente o roedor "rato-soiá". · L. (V.) guyanensis: preguiça, tamanduá, marsupiais e roedores. · L. (V.) braziliensis: cão (em algumas regiões), equinos, mulas e roedores domésticos. Vetor: Flebotomíneos (mosquito palha, cangalhinha, etc.). Transmissão: Picada de insetos transmissores infectados. Período de Incubação: Em média 2 meses, variando de 2 semanas a 2 anos. Suscetibilidade: Universal. Manifestações Clínicas: Lesões Cutâneas: · Formas localizada e múltipla: úlcera com bordas elevadas, fundo granuloso, com ou sem exsudação. "LESÃO ULCERADA, LOCALIZADA LESÕES ULCERADAS MÚLTIPLAS" · Forma cutânea disseminada: pequenas lesões ulceradas, por vezes acneiformes, distribuídas pelo corpo. "FORMA DISSEMINADA COMPROMETENDO TODA A FACE DO PACIENTE" · Leishmaniose cutânea difusa (LCD): forma rara, com maciço comprometimento dérmico crônico e recorrente. "LESÕES NODULARES E TUBERCULOS NA FACE (PAVILHÃO AURICULAR) E TÓRAX" "LESÕES EM PLACAS INFILTRADAS NOS SEIOS DA FACE. NARIZ – PRESENÇA DE LESÃO VERRUCÓIDE EM CROSTA" Lesões Mucosas: · Geralmente secundárias às lesões cutâneas. · Afetam principalmente cavidades nasais, faringe, laringe e cavidade oral. · Podem apresentar infiltração, ulceração, perfuração do septo nasal, lesões úlcero-vegetantes, úlcero-crostosas ou úlcero-destrutivas. "LESÃO MUCOSA TARDIA COM COMPROMETIMENTO DO NARIZ." "LÁBIO SUPERIOR COM INFILTRAÇÃO E LESÃO ULCERADA ATINGINDO A PELE" "DESTRUIÇÃO DO SEPTO NASAL COM INFILTRAÇÃO LOCAL" Diagnóstico: · Epidemiológico. · Laboratorial: · Parasitológico direto em esfregaço. · Intradermorreação de Montenegro. · ELISA (não isoladamente). Tratamento: · Antimoniato de N-metil-glutamina (Glucantime). · Aplicado por via IM ou IV. · Contraindicado em gestantes e uso restrito em cardiopatas, nefropatas e hepatopatas. "Os efeitos colaterais mais comuns são artralgia, mialgia, náuseas e vômitos, elevação das escórias nitrogenadas e das enzimas hepáticas e alterações eletrocardiográficas." Prevenção e Controle: · Evitar construir casas próximo a matas. · Aplicação de inseticida domiciliar. · Uso de mosquiteiros e telas em janelas. Leishmaniose Visceral (Calazar) Conceito: Doença infecciosa, não contagiosa, crônica e sistêmica, caracterizada por febre prolongada, perda de peso, adinamia e anemia, entre outras manifestações. Agente Etiológico: Leishmania (Leishmania) chagasi. Reservatórios: · Silvestre: raposa. · Urbano: cão. Vetor: Lutzomyia longipalpis (flebotomo, mosquito palha). Período de Incubação: 10 dias a 24 meses (média de 2 a 6 meses) no homem; 3 meses a vários anos (média de 3 a 7 meses) no cão. Transmissibilidade: Animais reservatórios permanecem infectantes enquanto o parasita persistir na pele ou no sangue. Suscetibilidade: Universal. Manifestações Clínicas: · Infecção inaparente: sem sintomas aparentes. · Período Inicial: febre (inferior a 4 semanas), palidez e hepatoesplenomegalia. · Período de Estado: febre irregular, emagrecimento, palidez e aumento da hepatoesplenomegalia. · Período Final: febre contínua, desnutrição, edema, epistaxe, gengivorragia, petéquias, icterícia e ascite. "A letalidade pode chegar a 90% nos casos não tratados." Complicações: Otites, piodermites, afecções pleuropulmonares, infecção urinária, complicações intestinais, hemorragias e anemia aguda (potencialmente fatal). Diagnóstico: · Punção medular (método de escolha). · Sorologia ELISA com Ag rK39 (altamente específico). · PCR para detecção do DNA do parasita. · Teste rápido Kalazar-Detect com rK39. · Exame parasitológico. · Análise laboratorial (hemograma, enzimas hepáticas, etc.). Tratamento: · Antimoniais Penta valentes (Glucantime). · Anfotericina B desoxicolato. · Anfotericina B lipossomal. · Paramomicina. · Miltefosina. · Associação de drogas. Critérios de Cura: · Ganho de peso e melhora do estado geral. · Desaparecimento da febre. · Redução da hepatoesplenomegalia. · Melhora dos parâmetros hematológicos. · Normalização das proteínas séricas. Medidas de Controle: · Eliminação dos reservatórios. · Combate ao vetor. · Educação em saúde. · Tratamento dos casos humanos. Leishmaniose Visceral em Cães: · Evolução lenta e início insidioso. · Classificação: · Assintomáticos: sem sinais clínicos. · Oligo sintomáticos: leve perda de peso e pelo opaco. · Sintomáticos: alterações cutâneas, onicogrifose, emagrecimento, ceratoconjuntivite e paresia dos membros posteriores. Perspectivas: · Vacinação de cães sadios. · Tratamento de cães doentes. Perguntas e respostas sobre Leishmaniose 01.Diferencie a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) da Leishmaniose Visceral (LV) em termos de: R: Agente etiológico: LTA: Protozoários do gênero Leishmania, com diferentes espécies causadoras dependendo da região geográfica. LV: Leishmania (Leishmania) infantum chagasi (no Brasil). Reservatórios: LTA: Variados, incluindo marsupiais, roedores, preguiças, tamanduás, cães, equinos e mulas. LV: Cães (urbano) e raposas (silvestre). Manifestações clínicas: LTA: Lesões cutâneas e mucosas, variando de úlceras localizadas a lesões disseminadas. LV: Febre prolongada, perda de peso, anemia, hepatoesplenomegalia, podendo evoluir para complicações graves e óbito. 02.Descreva o ciclo de transmissão da Leishmaniose Tegumentar Americana, destacando o papel do vetor e as formas de infecção humana. R: Ciclo de transmissão da LTA: O vetor, o flebotomíneo, pica um animal infectado (reservatório), adquirindo o protozoário Leishmania. Ao picar um ser humano, o inseto transmite o parasita, que se multiplica e causa a doença. A infecção humana ocorre pela picada do vetor infectado. 03.Cite e explique as diferentes formas clínicas da Leishmaniose Tegumentar Americana, ilustrando com exemplos de lesões cutâneas e mucosas. R: Forma cutânea localizada e múltipla: Úlceras com bordas elevadas, fundo granuloso, podendo ser únicas ou múltiplas. Exemplos: úlcera localizada, úlceras múltiplas, lesão úlcero-crostosa localizada. Forma cutânea disseminada: Pequenas úlceras espalhadas pelo corpo. Exemplo: lesões acneiformes por todo o corpo. Leishmaniose cutânea difusa (LCD): Forma rara, com grande número de lesões nodulares e tubérculos, principalmente na face. Lesões mucosas: Geralmente secundárias às lesões cutâneas, acometendo principalmente o nariz, a faringe e a boca. Podem causar infiltração, ulceração e perfuração do septo nasal. 04.Quais são os métodos diagnósticos utilizados para a Leishmaniose Tegumentar Americana? Explique a importância de cada um. R: Epidemiológico: Considera-se a residência ou histórico de viagem para áreas endêmicas. Parasitológico direto: Busca do parasita em esfregaço de raspado da lesão. Intradermorreação de Montenegro: Teste que avalia a resposta imune celular ao parasita. ELISA: Detecção de anticorpos contra Leishmania, útil para acompanhamento da resposta ao tratamento. 05.Discuta o tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana, abordando a droga de primeira escolha, sua via de administração e possíveis efeitos colaterais. R:Droga de primeira escolha: Antimoniato de N-metil-glutamina (Glucantime). Via de administração: Intramuscular (IM) ou intravenosa (IV). Efeitoscolaterais: Artralgia, mialgia, náuseas, vômitos, elevação de enzimas hepáticas e alterações eletrocardiográficas. Contraindicado em gestantes e uso restrito em cardiopatas, nefropatas e hepatopatas. 06.A Leishmaniose Visceral é considerada uma doença grave. Justifique essa afirmação, considerando as possíveis complicações e a letalidade da doença em casos não tratados. R: Complicações: Otites, piodermites, infecções urinárias e pulmonares, hemorragias, anemia aguda. Letalidade: Em casos não tratados, pode chegar a 90%. 07.Explique a importância do diagnóstico precoce da Leishmaniose Visceral. Quais são os principais métodos diagnósticos utilizados e quais informações eles fornecem? R: Importante para evitar complicações e óbito. Métodos: Punção medular: Método de escolha, detecta o parasita na medula óssea. Sorologia ELISA com Ag rK39: Alta especificidade, detecta anticorpos. PCR: Detecção do DNA do parasita em tecidos ou sangue. Teste rápido: Kalazar-Detect com rK39: Teste rápido para detecção de anticorpos. Hemograma: Avalia anemia, leucopenia e trombocitopenia. Provas de função hepática: Avaliam o comprometimento do fígado. 08.Com base nas informações sobre a Leishmaniose Visceral em cães, explique a importância do controle da doença nessa espécie animal para a prevenção da Leishmaniose Visceral humana. R: Cães são o principal reservatório da LV no ambiente urbano. Controlar a infecção em cães, através de diagnóstico, tratamento e medidas preventivas, é fundamental para reduzir a transmissão para humanos. 09.Discuta as medidas de prevenção e controle da Leishmaniose Tegumentar Americana e da Leishmaniose Visceral, considerando tanto o âmbito individual quanto o coletivo. R: LTA: Evitar construir casas próximo a matas, aplicar inseticida no domicílio, usar mosquiteiros e telas em janelas. LV: Eliminar os reservatórios caninos, combater o vetor, educar a população sobre a doença e tratar os casos humanos.