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AV1
Resumos
Hanseníase:
 Agente Etiológico: Causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo resistente ao álcool e ao ácido. Tem um longo período de incubação (2-5 anos), e a transmissão ocorre principalmente por contato prolongado com pessoas doentes através de vias aéreas.
 Aspectos Clínicos:
 Dermatológicos: Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, pápulas, nódulos, e perda de pelos.
 Neurológicos: Neurites, perda de sensibilidade e força muscular, especialmente em membros e olhos.
 Diagnóstico:
 Clínico, por exame dermato-neurológico e baciloscopia de raspado intradérmico em casos suspeitos.
 Classificação Operacional:
 Paucibacilar: Até 5 lesões, com defesa imunológica eficaz.
 Multibacilar: Mais de 5 lesões, com defesa imunológica ineficaz.
 Tratamento: Poliquimioterapia (PQT) com rifampicina, dapsona e clofazimina, administrada por 6 meses (PB) ou 12 meses (MB).
Tuberculose:
 Agente Etiológico: Causada pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), transmitida por gotículas de saliva expelidas por indivíduos com TB pulmonar.
 Patogênese:
 Quando inalados, os bacilos se instalam nos pulmões, podendo ser controlados pelo sistema imunológico na fase de infecção latente ou desenvolver a doença.
 Diagnóstico:
 Laboratorial: Baciloscopia do escarro, cultura para M. tuberculosis, prova tuberculínica.
 Radiológico: Raio-X de tórax, tomografia e broncoscopia em casos mais complexos.
 Tratamento: Principalmente com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, supervisionado na estratégia DOTS.
 Prevenção:
 Vacinação BCG, investigação de contatos e quimioprofilaxia para casos de infecção latente.
AULAS P/ av2
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
Incidência e Fatores de Risco:
As ISTs estão entre as doenças mais comuns globalmente, sendo AIDS, sífilis, gonorreia e clamídia as mais frequentes. A transmissão ocorre principalmente por meio de atividades sexuais, incluindo relações vaginal, anal e oral.
"As IST são doenças infecciosas que são transmitidas por atividades sexuais, como a relação sexual vaginal, anal e oral."
O risco de contrair uma IST aumenta quando o indivíduo tem múltiplos parceiros sexuais ou quando se relaciona com alguém que possui histórico de múltiplos parceiros. A falta de uso de preservativo também é um fator crucial para o aumento do risco.
Sintomas Gerais: Os sintomas das ISTs podem variar amplamente dependendo do agente infeccioso, os sintomas gerais, incluindo:
· Coceira e corrimento vaginal;
· Corrimento uretral no homem;
· Dor durante o sexo, ao urinar ou na região pélvica;
· Dor de garganta após sexo oral;
· Dor anal após sexo;
· Lesões tipo câncer na área genital, ânus, língua e/ou garganta;
· Urina escura, micção frequente e fezes mais claras;
· Vesículas ou nódulos na área genital que se rompem;
· Febre, dor no corpo e aumento dos gânglios linfáticos;
· Perda de peso, suores noturnos, cansaço inexplicável e infecções raras;
· Verrugas cor da pele na área genital;
Principais ISTs:
Algumas ISTs específicas:
SIDA (AIDS):
· Agente infeccioso: Vírus HIV
· Sintomas: Fadiga, anemia, febre, perda de peso, alterações imunitárias e desenvolvimento de doenças oportunistas. Os sintomas geralmente aparecem entre 7 a 10 dias após o contágio.
· Prevenção: Uso de preservativo e evitar comportamentos de risco.
· Tratamento: Medicamentos para controlar o vírus HIV e tratar as doenças oportunistas. 
· Consequências: A SIDA aumenta a suscetibilidade a infecções como sífilis, herpes, tuberculose e micoses, podendo levar à morte.
Hepatite B:
· Agente infeccioso: Vírus VHB
· Sintomas: Hepatite, sintomas semelhantes aos da gripe e icterícia.
· Prevenção: Uso de preservativo, comportamento sexual “saudável” e vacinação.
· Tratamento: Não há cura definitiva, o tratamento foca nos sintomas.
Corrimento Vaginal:
· Principais agentes etiológicos: Tricomoníase, Candidíase (não considerada IST) e Vaginose Bacteriana (não considerada IST).
· Sintomas: Variam de acordo com o agente causador, incluindo corrimento de diferentes cores e odores, dor ao urinar e durante o sexo, prurido vaginal e vermelhidão na vagina.
Corrimento Cervical e Uretral:
· Principais agentes etiológicos: Clamídia e Gonorreia.
· Sintomas: Corrimento vaginal, sangramento vaginal, dor abdominal, dor durante o sexo, ardência ao urinar, uretrite e corrimento purulento.
Úlceras:
· DSTs de origem viral: Herpes.
"No início pode haver febre baixa e mal-estar. Ulcerações podem permanecer escondidas no interior da vagina. Em pessoas imunodeprimidas, a evolução para ulcerações extensas nos genitais é rápida."
· Outras causas: Cancro Mole e Sífilis.
· Sintomas: Variam de acordo com a causa, incluindo lesões vesiculares, lesões múltiplas com fundo sujo e purulento, lesões únicas com base dura e fundo limpo, e lesões planas indolores.
Sífilis:
· Agente infeccioso: Bactéria Treponema pallidum
· Transmissão: Sexo e de mãe para feto.
· Sintomas: Lesões nos órgãos genitais externos que não cicatrizam, posteriormente lesões na pele e mucosas.
· Prevenção: Uso de preservativo.
· Tratamento: Antibioticoterapia.
HPV:
· Agente infeccioso: Vírus papiloma vírus humano.
· Transmissão: Sexo e parto.
· Sintomas: Lesões ulcerosas ou verrugas nos órgãos genitais externos, posteriormente lesões na pele e mucosas.
· Prevenção: Uso de preservativo e vacinação.
· Tratamento: Cauterização, com recorrências frequentes e sem cura definitiva.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ISTs
1. Quais são as ISTs mais comuns e suas causas?
As ISTs mais comuns são AIDS, sífilis, gonorreia e clamídia.
 São doenças infecciosas transmitidas por atividades sexuais, como relação vaginal, anal e oral.
2. Quem corre risco de contrair uma IST?
Qualquer pessoa sexualmente ativa corre risco de contrair ISTs.
 O risco aumenta com múltiplos parceiros sexuais, relações sexuais sem preservativo e se o(s) parceiro(s) teve(tiveram) múltiplos parceiros.
3. Quais são alguns sintomas gerais de ISTs?
● Coceira e corrimento vaginal
● Corrimento uretral em homens
● Dor durante a relação sexual, ao urinar ou na região pélvica
● Dor de garganta após sexo oral
● Dor anal após sexo anal
● Lesões semelhantes a cancro, indolores, na área genital, ânus, língua e/ou garganta
● Urina escura, urinar frequentemente, fezes mais claras
● Vesículas ou nódulos que se rompem na área genital
● Febre, dor no corpo, gânglios linfáticos aumentados
● Perda de peso, suores noturnos, cansaço inexplicável, infecções raras
● Verrugas cor da pele na área genital
4. Quais são as formas de transmissão do HIV e como preveni-lo?
O HIV é transmitido por meio de comportamentos de risco, como relações sexuais sem preservativo.
 A prevenção inclui o uso de preservativos e a evitação de comportamentos de risco.
5. Quais são os sintomas da Hepatite B e como preveni-la?
Os sintomas da Hepatite B incluem hepatite, sintomas semelhantes aos da gripe e icterícia.
 A prevenção inclui o uso de preservativos, comportamento sexual "saudável" e vacinação.
6. Quais são os principais agentes etiológicos do corrimento vaginal?
Os principais agentes etiológicos do corrimento vaginal são:
● Tricomoníase
● Candidíase
● Vaginose bacteriana (não considerada IST)
7. Quais são os sintomas da gonorreia em homens e mulheres?
Mulheres: Inflamação da uretra e do colo do útero, alterações menstruais e leucorreia.
Homens: Inflamação da uretra e secreção amarelada.
8. Como o herpes se manifesta e evolui?
O herpes pode iniciar com febre baixa e mal-estar, evoluindo para ulcerações, que podem estar escondidas na vagina.
 Em pessoas imunodeprimidas, a evolução para ulcerações extensas é rápida.
 As lesões podem desaparecer em 2 a 3 semanas, mas o vírus permanece no corpo em estado dormente e pode reativar, causando o reaparecimento das lesões.
9. Quais são as principais características da sífilis primária?
A sífilis primária manifesta-se por uma lesão única, com base dura, fundo limpo, plana e indolor.
10. Como o HPV se transmite e quais são seus sintomas?
OHPV pode ser transmitido por via sexual, durante o parto, e seus sintomas incluem lesões ulcerosas ou verrugas nos genitais externos.
 Posteriormente, podem surgir lesões na pele e mucosas.
11. Quais são os sintomas mais comuns de gonorreia?
A gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae
, pode apresentar diferentes sintomas em homens e mulheres:
Mulheres:
● Inflamação da uretra e do colo do útero: A infecção pela bactéria Neisseria gonorrhoeae pode causar inflamação na uretra, canal por onde a urina é expelida, e no colo do útero.
● Alterações no padrão menstrual: A gonorreia pode levar a alterações no ciclo menstrual, como irregularidades, sangramento fora do período menstrual e fluxo menstrual mais intenso ou mais leve do que o habitual.
● Leucorreia: A leucorreia, um corrimento vaginal esbranquiçado ou amarelado, é um sintoma comum da gonorreia em mulheres.
● Dor durante a relação sexual: A inflamação causada pela gonorreia pode tornar a relação sexual dolorosa.
● Sangramento vaginal: Sangramento vaginal, especialmente após a relação sexual, pode ser um sintoma de gonorreia.
● Dor abdominal: A infecção pode se espalhar para os órgãos reprodutivos superiores, causando dor na região abdominal.
● Ardência ou dor ao urinar: A inflamação na uretra pode causar dor e ardência durante a micção.
Homens:
● Uretrite: A uretrite, inflamação da uretra, é um sintoma comum da gonorreia em homens.
● Corrimento uretral purulento: A gonorreia geralmente causa um corrimento uretral de cor amarelada ou esbranquiçada, com aspecto leitoso, devido à presença de pus.
● Ardência ao urinar: A inflamação na uretra também pode causar ardência e dor durante a micção em homens.
Aula Hepatites
 Descrição Geral
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotrópicos, cada um com suas características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas.
 Apesar de sua distribuição universal, observam-se diferenças regionais de acordo com o agente etiológico.
 A icterícia, popularmente conhecida como "amarelão", é um sintoma comum a várias formas de hepatite.
 O homem é o principal reservatório para a maioria dos vírus, com exceção da hepatite E, onde estudos indicam suínos, roedores e aves como possíveis reservatórios.
 Tipos de Hepatite Viral e Transmissão
· Hepatite A: Transmissão fecal-oral, principalmente por água e alimentos contaminados. A transmissão sexual, especialmente entre HSH, também é relatada.
"Desde a década de 70, surtos dessa doença são relatados entre homens que fazem sexo com homens – HSH, homossexuais ou bissexuais."
· Hepatite B: Transmissão por fluidos corporais infectados, principalmente sangue, sêmen e saliva. As vias de transmissão são perinatal, sexual e parenteral/percutânea.
"O sangue e o veículo de transmissão mais importante, mas outros fluidos também podem transmitir o HBV, como sêmen e saliva."
· Hepatite C: A transmissão ocorre principalmente por exposição percutânea repetida a sangue infectado. Outros fatores de risco incluem hemodiálise, procedimentos estéticos (tatuagens e piercings), tratamentos odontológicos e endoscópicos, além da transmissão vertical e sexual, especialmente em pessoas com HIV e HSH.
"A forma mais eficaz de transmissão do vírus da hepatite C – HCV ocorre pela exposição percutânea repetida, ou mediante o recebimento de grandes volumes de sangue infectado."
· Hepatite D: Acomete apenas pessoas infectadas com o vírus da hepatite B, sendo transmitida concomitantemente (coinfecção) ou posteriormente (superinfecção).
· Hepatite E: Transmissão fecal-oral, relacionada a condições sanitárias precárias. A transmissão vertical durante o parto também é possível.
 Suscetibilidade, Vulnerabilidade e Imunidade
· A imunidade para hepatite A e B pode ser adquirida naturalmente ou pela vacinação.
· Para hepatite C, não existe vacina, e a infecção não confere imunidade duradoura.
· A vacina contra hepatite B oferece proteção indireta contra a hepatite D.
· A hepatite E não confere imunidade duradoura e não possui vacina disponível.
Evolução da Doença
· Fase Aguda: Caracterizada por sintomas como anorexia, náuseas, vômitos, icterícia, hepatomegalia e fadiga.
"Fase ictérica – com o aparecimento da icterícia, em geral, há diminuição dos sintomas prodrômicos. Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia."
· Fase Crônica: Ocorre quando o vírus persiste por mais de 6 meses, podendo ser assintomática ou sintomática, com risco de cirrose e carcinoma hepatocelular.
"Indivíduos com infecção crônica, que não apresentam manifestações clínicas, com replicação viral baixa ou ausente e que não apresentam evidências de alterações graves à histologia hepática, são considerados portadores assintomáticos."
· Hepatite Fulminante: Insuficiência hepática aguda com alta letalidade, caracterizada por icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática.
"Termo utilizado para designar a insuficiência hepática aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em um intervalo de até 8 semanas."
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico clínico considera histórico do paciente, fatores de risco e exames laboratoriais como aminotransferases e bilirrubinas.
"Deve ser realizada avaliando-se a faixa etária, a história pregressa e a presença de fatores de risco, como o compartilhamento de acessórios no uso de drogas injetáveis, inaladas ou prática sexual não segura, convivência intradomiciliar e intrainstitucional com pacientes portadores de hepatite, condições sanitárias, ambientais e de higiene, entre outros."
O tratamento da hepatite aguda é sintomático, com exceção da hepatite C, que possui tratamento específico.
 O tratamento da hepatite crônica visa controlar a replicação viral e prevenir complicações.
"Hepatite aguda: Não existe tratamento específico para as formas agudas, exceto para hepatite C."
 Prognóstico
O prognóstico varia de acordo com o tipo de hepatite e a fase da doença.
A hepatite A geralmente apresenta bom prognóstico, com recuperação completa na maioria dos casos.
 A hepatite B pode evoluir para cronicidade em cerca de 10% dos casos.
 A hepatite C apresenta alta taxa de cronificação, variando entre 60 e 90%.
 A hepatite D possui prognóstico variável, dependendo se é coinfecção ou superinfecção.
 A hepatite E raramente evolui para cronicidade.
 Características Epidemiológicas
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória no Brasil.
 Mudanças no perfil epidemiológico das hepatites têm sido observadas nas últimas décadas, principalmente devido a melhorias nas condições de higiene e saneamento, vacinação contra hepatite B e novas técnicas de diagnóstico.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE HEPATITES
01. Descreva as principais vias de transmissão para cada tipo de hepatite viral
 (A, B, C, D e E).
R: Hepatite A: Transmissão fecal-oral, principalmente por meio da ingestão de água e alimentos contaminados.
 A transmissão sexual também é possível, especialmente entre HSH.
Hepatite B: Transmissão por contato com fluidos corporais infectados, como sangue, sêmen e saliva.
 As vias de transmissão incluem perinatal, sexual e parenteral/percutânea.
 A capacidade do vírus de sobreviver fora do corpo por longos períodos facilita a transmissão.
Hepatite C: A transmissão ocorre principalmente pela exposição percutânea repetida a sangue infectado, como o compartilhamento de seringas.
 Outras vias incluem hemodiálise, procedimentos de manicure e pedicure, piercings e tatuagens, tratamentos odontológicos e endoscópicos, transmissão vertical e sexual (menos frequente que HBV).
Hepatite D: Só ocorre em pessoas infectadas com hepatite B, e sua transmissão pode ocorrer simultaneamente (coinfecção) ou após a infecção pelo HBV (superinfecção).
As vias de transmissão são as mesmas da hepatite B.
Hepatite E: Transmissão fecal-oral, relacionada a más condições de saneamento básico, higiene pessoal e qualidade da água e dos alimentos.
02. Explique a importância da testagem para a hepatite C e liste os grupos de indivíduos que devemser testados.
R: É crucial para o diagnóstico precoce e o tratamento da infecção, que muitas vezes é silenciosa e assintomática
· Os seguintes grupos devem ser testados:
· Todas as pessoas com 40 anos ou mais.
· Pessoas vivendo com HIV (PVHIV).
· Pessoas com múltiplas parcerias sexuais ou múltiplas ISTs.
· Pessoas trans.
· Trabalhadores do sexo.
· Pacientes com diabetes, histórico psiquiátrico, histórico de doença hepática sem diagnóstico, elevações de ALT e/ou AST, histórico de doença renal ou imunossupressão.
· Pacientes em regime de diálise.
· Pessoas com histórico de transfusão de sangue, hemoderivados ou órgãos antes de 1993.
· Pessoas com histórico de uso de drogas ilícitas injetáveis, intranasais ou fumadas.
· Pessoas dependentes de álcool.
· Pessoas com histórico de tatuagem ou piercing em locais não regulamentados.
· Pessoas com histórico de exposição a material biológico contaminado.
· População privada de liberdade.
· Contato íntimo ou parceiro sexual de pessoas com anti-HCV reagente.
· Crianças nascidas de mães que vivem com o HCV.
03. Diferencie as características clínicas da hepatite aguda e da hepatite crônica.
R: A principal diferença reside na duração da infecção.
Hepatite aguda: Caracterizada por três fases:
· Fase prodrômica: Sintomas inespecíficos como anorexia, náuseas, vômitos, fadiga e mal-estar.
· Fase ictérica: Aparecimento de icterícia, diminuição dos sintomas prodrômicos, hepatomegalia dolorosa e possível esplenomegalia.
· Fase de convalescença: Desaparecimento da icterícia e recuperação gradual, com possível persistência de fraqueza e cansaço.
· Hepatite crônica: Persistência do vírus por mais de 6 meses, podendo ser assintomática ou sintomática.
Os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática e marcadores sorológicos ou virológicos de replicação viral.
04. Discuta o prognóstico para cada tipo de hepatite viral (A, B, C, D e E).
R: Hepatite A: Geralmente, a recuperação ocorre em 3 meses.
 Não há forma crônica, mas pode haver formas prolongadas e recorrentes.
 A forma fulminante é rara, mas com prognóstico ruim.
Hepatite B: A forma aguda geralmente tem bom prognóstico, com resolução em 90 a 95% dos casos.
Menos de 1% evolui para hepatite fulminante e cerca de 10% evoluem para hepatite crônica.
Hepatite C: A cura espontânea após a infecção aguda ocorre em 25 a 50% dos casos. Geralmente, é diagnosticada na fase crônica.
Hepatite D: A cronicidade é maior na superinfecção (70%) do que na coinfecção (5%).
Hepatite E: Não há evolução para a cronicidade ou viremia persistente.
 Em gestantes, pode ser mais grave e apresentar formas fulminantes.
05. Qual a importância da vacinação no controle das hepatites virais? Quais tipos de hepatite possuem vacina disponível?
R: A vacinação é uma ferramenta fundamental para o controle das hepatites virais, prevenindo a infecção e suas complicações. 
As vacinas disponíveis são para hepatite A e B. 
A vacina contra hepatite B também confere imunidade indireta contra hepatite D.
06. Descreva as medidas de prevenção para as hepatites virais.
R: As medidas de prevenção variam de acordo com o tipo de hepatite, mas algumas medidas gerais incluem:
Higiene adequada: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de preparar alimentos.
Saneamento básico: Acesso a água potável e tratamento adequado de esgoto.
Segurança alimentar: Lavar bem frutas e verduras, cozinhar bem os alimentos e evitar o consumo de água e alimentos de origem duvidosa.
Sexo seguro: Usar preservativos em todas as relações sexuais para prevenir a transmissão das hepatites B e C.
Não compartilhar objetos pessoais: Agulhas, seringas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que possam entrar em contato com sangue.
Vacinação: Vacinar-se contra as hepatites A e B.
07. Explique o papel dos testes rápidos no diagnóstico das hepatites B e C.
R: Os testes rápidos são ferramentas importantes para ampliar o diagnóstico das hepatites B e C, permitindo a triagem rápida e acessível da população.
Caso o resultado seja reagente, é necessária a confirmação por meio de exames laboratoriais específicos, como a carga viral.
08. Qual o principal meio de transmissão do vírus da hepatite C?
R: É pela exposição percutânea repetida a sangue infectado, como o compartilhamento de seringas. Outros fatores de risco importantes para a transmissão do HCV incluem:
· Hemodiálise
· Procedimentos de manicure e pedicure
· Piercings e tatuagens
· Tratamentos odontológicos
· Procedimentos endoscópicos, caso não sigam as normas de boas práticas de esterilização e desinfecção
· Transmissão vertical (de mãe para filho)
· Transmissão sexual, principalmente em pessoas vivendo com HIV e HSH (homens que fazem sexo com homens), sendo menos frequente que a transmissão do HBV
09. Cite três exames utilizados para diagnosticar hepatites virais.
R: Testes rápidos:
Desde 2011, o Ministério da Saúde incluiu os testes rápidos para hepatite B e C no SUS. Esses testes servem como triagem e, se reagentes, precisam ser confirmados por exames mais específicos.
Carga viral para hepatite C (HCV-PCR):
É um exame que detecta e quantifica o RNA do vírus da hepatite C no sangue, confirmando o diagnóstico e avaliando a resposta ao tratamento.
Carga viral para hepatite B (HBV-DNA):
Este exame detecta e quantifica o DNA do vírus da hepatite B no sangue, também utilizado para confirmar o diagnóstico e acompanhar a progressão da doença e a eficácia do tratamento.
10.Quais outros marcadores para detectar a patologia:
R:Anti-HAV IgG: Indica imunidade adquirida para hepatite A, seja por infecção prévia ou vacinação.
HbsAg, anti-HBc, anti-HBs: Utilizados para determinar o estado da infecção pelo vírus da hepatite B.
Anti-HCV: Indica infecção pelo vírus da hepatite C, mas não diferencia entre infecção aguda ou crônica.
Exames Inespecíficos:
Outros exames, embora não específicos para hepatite viral, podem indicar dano hepático e auxiliar no diagnóstico:
Aminotransferases (ALT/TGP): São marcadores de agressão hepatocelular, indicando lesão no fígado.
Bilirrubinas: Elevam-se após o aumento das aminotransferases e, nas formas agudas, podem alcançar valores muito acima do normal.
É importante lembrar que a escolha dos exames depende da suspeita clínica e do tipo de hepatite viral.
11.Quais as complicações possíveis da hepatite B crônica?
R:Cirrose Hepática: Com o tempo, a inflamação crônica causada pelo HBV leva à formação de tecido cicatricial no fígado (fibrose).
 A fibrose avançada é chamada de cirrose, e compromete severamente a função do fígado, levando a diversas complicações
.
Carcinoma Hepatocelular (CHC): O CHC é o tipo mais comum de câncer de fígado e está fortemente associado à infecção crônica pelo HBV.
 A cirrose aumenta consideravelmente o risco de desenvolver CHC
.
Insuficiência Hepática: A cirrose pode progredir a ponto de o fígado não conseguir mais desempenhar suas funções essenciais.
 A insuficiência hepática é uma condição grave e potencialmente fatal, requerindo transplante de fígado
Ascite: Acúmulo de líquido na cavidade abdominal, causado pela pressão elevada nos vasos sanguíneos do fígado cirrótico.
Varizes Esofágicas: Veias dilatadas no esôfago, causadas pelo aumento da pressão sanguínea no sistema porta hepático.
 As varizes esofágicas podem romper e sangrar, sendo uma complicação potencialmente fatal.
Encefalopatia Hepática: Disfunção cerebral causada pelo acúmulo de toxinas no sangue que o fígado doente não consegue filtrar.
 Pode levar a confusão mental, alterações de comportamento e coma.
12. Fatores de risco para complicações:
R:Idade de infecção: A infecção em idade precoce (menor de 1 ano) aumenta o risco de cronificação e complicações
.
Carga viral: Níveis elevados do vírus HBV no sangue estão associados a maior risco de progressão da doença.
Coinfecção com outros vírus: A presença de outras hepatites virais, como a hepatite D, aumenta o risco de complicações
.
Consumode álcool: O álcool agrava a lesão hepática e acelera a progressão da doença.
É fundamental realizar o acompanhamento médico regular para monitorar a progressão da hepatite B crônica e detectar precocemente possíveis complicações.
 O tratamento antiviral pode ajudar a controlar a replicação viral e reduzir o risco de complicações a longo prazo.
Leishmaniose: Formas Tegumentar e Visceral
Conceito: Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, que afeta pele e mucosas.
Agentes Etiológicos:
· Leishmania (Leishmania) amazonensis: presente em florestas primárias e secundárias da Amazônia, Nordeste e Sudeste do Brasil.
· Leishmania (Viannia) guianenses: restrita ao norte da bacia amazônica.
· Leishmania (Viannia) braziliensis: amplamente distribuída do sul do Pará ao Nordeste, atingindo também o centro-sul do país.
Reservatórios:
· L. (L.) amazonensis: principalmente o roedor "rato-soiá".
· L. (V.) guyanensis: preguiça, tamanduá, marsupiais e roedores.
· L. (V.) braziliensis: cão (em algumas regiões), equinos, mulas e roedores domésticos.
Vetor: Flebotomíneos (mosquito palha, cangalhinha, etc.).
Transmissão: Picada de insetos transmissores infectados.
Período de Incubação: Em média 2 meses, variando de 2 semanas a 2 anos.
Suscetibilidade: Universal.
Manifestações Clínicas:
Lesões Cutâneas:
· Formas localizada e múltipla: úlcera com bordas elevadas, fundo granuloso, com ou sem exsudação.
"LESÃO ULCERADA, LOCALIZADA LESÕES ULCERADAS MÚLTIPLAS"
· Forma cutânea disseminada: pequenas lesões ulceradas, por vezes acneiformes, distribuídas pelo corpo.
"FORMA DISSEMINADA COMPROMETENDO TODA A FACE DO PACIENTE"
· Leishmaniose cutânea difusa (LCD): forma rara, com maciço comprometimento dérmico crônico e recorrente.
"LESÕES NODULARES E TUBERCULOS NA FACE (PAVILHÃO AURICULAR) E TÓRAX" "LESÕES EM PLACAS INFILTRADAS NOS SEIOS DA FACE. NARIZ – PRESENÇA DE LESÃO VERRUCÓIDE EM CROSTA"
Lesões Mucosas:
· Geralmente secundárias às lesões cutâneas.
· Afetam principalmente cavidades nasais, faringe, laringe e cavidade oral.
· Podem apresentar infiltração, ulceração, perfuração do septo nasal, lesões úlcero-vegetantes, úlcero-crostosas ou úlcero-destrutivas.
"LESÃO MUCOSA TARDIA COM COMPROMETIMENTO DO NARIZ." "LÁBIO SUPERIOR COM INFILTRAÇÃO E LESÃO ULCERADA ATINGINDO A PELE" "DESTRUIÇÃO DO SEPTO NASAL COM INFILTRAÇÃO LOCAL"
Diagnóstico:
· Epidemiológico.
· Laboratorial:
· Parasitológico direto em esfregaço.
· Intradermorreação de Montenegro.
· ELISA (não isoladamente).
Tratamento:
· Antimoniato de N-metil-glutamina (Glucantime).
· Aplicado por via IM ou IV.
· Contraindicado em gestantes e uso restrito em cardiopatas, nefropatas e hepatopatas.
"Os efeitos colaterais mais comuns são artralgia, mialgia, náuseas e vômitos, elevação das escórias nitrogenadas e das enzimas hepáticas e alterações eletrocardiográficas."
Prevenção e Controle:
· Evitar construir casas próximo a matas.
· Aplicação de inseticida domiciliar.
· Uso de mosquiteiros e telas em janelas.
Leishmaniose Visceral (Calazar)
Conceito: Doença infecciosa, não contagiosa, crônica e sistêmica, caracterizada por febre prolongada, perda de peso, adinamia e anemia, entre outras manifestações.
Agente Etiológico: Leishmania (Leishmania) chagasi.
Reservatórios:
· Silvestre: raposa.
· Urbano: cão.
Vetor: Lutzomyia longipalpis (flebotomo, mosquito palha).
Período de Incubação: 10 dias a 24 meses (média de 2 a 6 meses) no homem; 3 meses a vários anos (média de 3 a 7 meses) no cão.
Transmissibilidade: Animais reservatórios permanecem infectantes enquanto o parasita persistir na pele ou no sangue.
Suscetibilidade: Universal.
Manifestações Clínicas:
· Infecção inaparente: sem sintomas aparentes.
· Período Inicial: febre (inferior a 4 semanas), palidez e hepatoesplenomegalia.
· Período de Estado: febre irregular, emagrecimento, palidez e aumento da hepatoesplenomegalia.
· Período Final: febre contínua, desnutrição, edema, epistaxe, gengivorragia, petéquias, icterícia e ascite.
"A letalidade pode chegar a 90% nos casos não tratados."
Complicações: Otites, piodermites, afecções pleuropulmonares, infecção urinária, complicações intestinais, hemorragias e anemia aguda (potencialmente fatal).
Diagnóstico:
· Punção medular (método de escolha).
· Sorologia ELISA com Ag rK39 (altamente específico).
· PCR para detecção do DNA do parasita.
· Teste rápido Kalazar-Detect com rK39.
· Exame parasitológico.
· Análise laboratorial (hemograma, enzimas hepáticas, etc.).
Tratamento:
· Antimoniais Penta valentes (Glucantime).
· Anfotericina B desoxicolato.
· Anfotericina B lipossomal.
· Paramomicina.
· Miltefosina.
· Associação de drogas.
Critérios de Cura:
· Ganho de peso e melhora do estado geral.
· Desaparecimento da febre.
· Redução da hepatoesplenomegalia.
· Melhora dos parâmetros hematológicos.
· Normalização das proteínas séricas.
Medidas de Controle:
· Eliminação dos reservatórios.
· Combate ao vetor.
· Educação em saúde.
· Tratamento dos casos humanos.
Leishmaniose Visceral em Cães:
· Evolução lenta e início insidioso.
· Classificação:
· Assintomáticos: sem sinais clínicos.
· Oligo sintomáticos: leve perda de peso e pelo opaco.
· Sintomáticos: alterações cutâneas, onicogrifose, emagrecimento, ceratoconjuntivite e paresia dos membros posteriores.
Perspectivas:
· Vacinação de cães sadios.
· Tratamento de cães doentes.
Perguntas e respostas sobre Leishmaniose
01.Diferencie a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) da Leishmaniose Visceral (LV) em termos de:
R: Agente etiológico:
LTA: Protozoários do gênero Leishmania, com diferentes espécies causadoras dependendo da região geográfica.
LV: Leishmania (Leishmania) infantum chagasi (no Brasil).
Reservatórios:
LTA: Variados, incluindo marsupiais, roedores, preguiças, tamanduás, cães, equinos e mulas.
LV: Cães (urbano) e raposas (silvestre).
Manifestações clínicas:
LTA: Lesões cutâneas e mucosas, variando de úlceras localizadas a lesões disseminadas.
LV: Febre prolongada, perda de peso, anemia, hepatoesplenomegalia, podendo evoluir para complicações graves e óbito.
02.Descreva o ciclo de transmissão da Leishmaniose Tegumentar Americana, destacando o papel do vetor e as formas de infecção humana.
R: Ciclo de transmissão da LTA: O vetor, o flebotomíneo, pica um animal infectado (reservatório), adquirindo o protozoário Leishmania.
Ao picar um ser humano, o inseto transmite o parasita, que se multiplica e causa a doença.
A infecção humana ocorre pela picada do vetor infectado.
03.Cite e explique as diferentes formas clínicas da Leishmaniose Tegumentar Americana, ilustrando com exemplos de lesões cutâneas e mucosas.
R: Forma cutânea localizada e múltipla: Úlceras com bordas elevadas, fundo granuloso, podendo ser únicas ou múltiplas.
Exemplos: úlcera localizada, úlceras múltiplas, lesão úlcero-crostosa localizada.
Forma cutânea disseminada: Pequenas úlceras espalhadas pelo corpo.
Exemplo: lesões acneiformes por todo o corpo.
Leishmaniose cutânea difusa (LCD): Forma rara, com grande número de lesões nodulares e tubérculos, principalmente na face.
Lesões mucosas: Geralmente secundárias às lesões cutâneas, acometendo principalmente o nariz, a faringe e a boca. Podem causar infiltração, ulceração e perfuração do septo nasal.
04.Quais são os métodos diagnósticos utilizados para a Leishmaniose Tegumentar Americana? Explique a importância de cada um.
R: Epidemiológico: Considera-se a residência ou histórico de viagem para áreas endêmicas.
Parasitológico direto: Busca do parasita em esfregaço de raspado da lesão.
Intradermorreação de Montenegro: Teste que avalia a resposta imune celular ao parasita.
ELISA: Detecção de anticorpos contra Leishmania, útil para acompanhamento da resposta ao tratamento.
05.Discuta o tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana, abordando a droga de primeira escolha, sua via de administração e possíveis efeitos colaterais.
R:Droga de primeira escolha: Antimoniato de N-metil-glutamina (Glucantime).
Via de administração: Intramuscular (IM) ou intravenosa (IV).
Efeitoscolaterais: Artralgia, mialgia, náuseas, vômitos, elevação de enzimas hepáticas e alterações eletrocardiográficas.
Contraindicado em gestantes e uso restrito em cardiopatas, nefropatas e hepatopatas.
06.A Leishmaniose Visceral é considerada uma doença grave. Justifique essa afirmação, considerando as possíveis complicações e a letalidade da doença em casos não tratados.
R: Complicações: Otites, piodermites, infecções urinárias e pulmonares, hemorragias, anemia aguda.
Letalidade: Em casos não tratados, pode chegar a 90%.
07.Explique a importância do diagnóstico precoce da Leishmaniose Visceral. Quais são os principais métodos diagnósticos utilizados e quais informações eles fornecem?
R: Importante para evitar complicações e óbito.
Métodos:
Punção medular: Método de escolha, detecta o parasita na medula óssea.
Sorologia ELISA com Ag rK39: Alta especificidade, detecta anticorpos.
PCR: Detecção do DNA do parasita em tecidos ou sangue.
Teste rápido: Kalazar-Detect com rK39: Teste rápido para detecção de anticorpos.
Hemograma: Avalia anemia, leucopenia e trombocitopenia.
Provas de função hepática: Avaliam o comprometimento do fígado.
08.Com base nas informações sobre a Leishmaniose Visceral em cães, explique a importância do controle da doença nessa espécie animal para a prevenção da Leishmaniose Visceral humana.
R: Cães são o principal reservatório da LV no ambiente urbano.
Controlar a infecção em cães, através de diagnóstico, tratamento e medidas preventivas, é fundamental para reduzir a transmissão para humanos.
09.Discuta as medidas de prevenção e controle da Leishmaniose Tegumentar Americana e da Leishmaniose Visceral, considerando tanto o âmbito individual quanto o coletivo.
R: LTA: Evitar construir casas próximo a matas, aplicar inseticida no domicílio, usar mosquiteiros e telas em janelas.
LV: Eliminar os reservatórios caninos, combater o vetor, educar a população sobre a doença e tratar os casos humanos.

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