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AVALIAÇÃO FÍSICA APLICADA AO PERSONAL TRAINER 02 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 3 Ementa 4 Objetivo geral 4 Objetivos específicos 4 Habilidades e competências 4 Organização do Caderno de Estudo 4 1. INTRODUÇÃO E CONCEITOS GERAIS 7 Definição de avaliação física 7 Validade, confiabilidade e objetividade dos testes 8 Testes diretos e indiretos 9 Finalidade da avaliação física 10 Cuidados prévios 11 2. COLETA DE DADOS 15 Avaliação preliminar da saúde e classificação de risco 15 Anamnese 15 Questionário de prontidão para atividade física – PAR-Q 16 Avaliação da composição corporal 16 Flexibilidade 22 Frequência Cardíaca 23 Oximetria 24 Pressão arterial 24 Capacidade cardiorrespiratória 27 Capacidade anaeróbia 28 Força máxima dinâmica e resistência de força dinâmica 31 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36 3 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado(a) estudante, Nesse módulo estudaremos a AVALIAÇÃO FÍSICA e suas aplicabilidades. É necessário saber onde estamos e para onde queremos ir, no contexto da aptidão física a avaliação física é a ferramenta para auxiliar nesta questão. Neste material são esclarecidos termos e definições que contribuirão na sua formação e entendimento da avaliação física. Contém detalhes que você deverá observar na escolha do teste que irá utilizar, quais momentos utilizar e o que fazer com os dados gerados nos testes. Esclarecemos quais as vantagens e desvantagens dos testes mais sofisticados e dos mais simples, cuidados que devem ser tomados antes, durante e após a execução de uma avaliação. Tivemos a cautela de incluir no material assuntos como a avaliação preliminar da saúde e classificação de risco, avaliação da composição corporal, parâmetros cardiorrespiratórios, metabólicos e muscular. Espero que você compreenda todo o conteúdo deste material de forma eficaz e possa utilizar o aprendizado em suas próximas atividades aplicando-o com eficiência. A linguagem adotada é objetiva e de fácil compreensão, porém sem deixar de lado os termos técnicos já padronizados. Para potencializar os estudos, é importante explorar de forma contínua livros, artigos científicos e videoaulas disponíveis na rede mundial de computadores. Lembre-se sempre de verificar a fonte e a base de dados destes materiais, pois se utilizados com sabedoria fundamentam e assessoram o que estudamos. Bons estudos! 4 Ementa Avaliação física. Testes de laboratório e de campo. Coleta de dados. Classificação da aptidão física. Objetivo geral Promover a construção de conhecimentos e habilidades para a formação especializada e eficiente dos profissionais da área, por meio da fundamentação teórica, prática e científica fundamentas na aplicação da avaliação física. Objetivos específicos Aprender o que é avaliação física; Identificar os componentes da aptidão física; Aprimorar a seleção dos testes para realizar a avaliação física; Interpretar os dados gerados pelos testes; Aplicar a avaliação física. Habilidades e competências Estimular a autonomia, a pró-atividade e o gerenciamento do tempo em relação aos estudos e formação profissional; Aplicar a Avaliação física em sua prática profissional; Desenvolver a boa comunicação técnica e científica. Organização do Caderno de Estudo Para facilitar o estudo, o material está organizado em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática e objetiva. Além disso, este conteúdo baseia-se na aula presencial. A temática desenvolvida mediante textos básicos, com a inserção de ícones para estimular a reflexão, organizar as ideias e proporcionar uma leitura mais agradável. 5 No final deste material você encontra as referências bibliográficas utilizadas, fique à vontade para utilizá-las como fonte de consulta para aprofundar seus estudos. A seguir, apresentaremos a breve descrição dos ícones utilizados na organização deste Cadernos de Estudos. 7 1. INTRODUÇÃO E CONCEITOS GERAIS Nesta primeira Unidade o objetivo é compreender conceitos básicos da avaliação física, como por exemplo: a sua definição, os tipos de avaliação, os critérios para seleção dos testes e as vantagens e desvantagens dos testes mais sofisticados. Definição de avaliação física Quando falamos ou ouvimos o termo avaliação física, logo vem à mente ações de testar, medir ou avaliar alguma capacidade biomotora de um determinado indivíduo. Para responder e justificar a resposta da pergunta anterior de forma eficiente vamos deixar claro, dentro do contexto da atividade física, os termos: testar, medir e avaliar. Testar é o menos abrangente dos termos, significa verificar o desempenho mediante situações previamente organizadas e padronizadas por meio de testes (GUEDES; GUEDES, 2006). Os testes são instrumentos científicos para diagnóstico, devem presar pela uniformidade e normas nas condições em que é aplicado. Já medir é descrever os fenômenos do 8 ponto de vista quantitativo, determinar a quantidade, converter as respostas biomotoras em números (GUEDES; GUEDES, 2006). Testar e medir permitem gerar dados, os dados isoladamente sem a devida apreciação não têm valor e nem possibilitam tomada de decisão. Enquanto que, avaliar é interpretar os dados quantitativos e qualitativos para obter parecer, tomar decisões e/ou julgamento com bases previamente definidas (GUEDES; GUEDES, 2006). A avaliação é dividida em três tipos: Diagnóstica: análise do indivíduo ou equipe em relação as referências estabelecidas na literatura, geralmente é utilizada antes do período de intervenção (ex.: treinamento) ou apenas para classificação; Formativa: utilizada para verificar as respostas dos indivíduos frente as intervenções, averiguar a eficiência do método adotado e a necessidade de adequações; Somativa: realizada no final do período de intervenções e apurar a eficiência do método adotado. A avaliação física utiliza técnicas de medidas (testes) da aptidão física, que após a aplicação resultam em dados que serão interpretados e correlacionados com resultados preconcebidos. Os resultados preconcebidos podem ser: de uma referência estabelecida pela literatura; de grupo semelhante ou do próprio avaliado em momentos diferentes. Validade, confiabilidade e objetividade dos testes Para avaliar cuidadosamente o estado de aptidão física de um indivíduo você deve selecionar testes válidos, confiáveis e objetivos (HEYWARD, 2004, p. 47). É fundamental ater-se a estes critérios na seleção dos testes que irá utilizar. A validade de um teste é a capacidade de medir corretamente, com o mínimo de erro estatisticamente aceitável. O teste com o menor erro é chamado de teste padrão-ouro, sempre que possível opte por usar o padrão- ouro. Confiabilidade é a capacidade do teste produzir dados coerentes, fidedignos, consistentes e estáveis em várias aplicações ao longo do tempo. Quando se aplica o mesmo teste, no mesmo indivíduo e na mesma condição, uma, duas ou três vezes, espera-se que o resultado seja o mesmo ou com variação estatisticamente aceitável nas medidas. A objetividade ou 9 confiabilidade entre avaliadores é o grau de concordância com o qual vários avaliadores chegam aos mesmos resultados no teste aplicado, é a ausência da influência do avaliador nos resultados do teste. Ao avaliar um indivíduo, nas mesmas condições de aplicação do teste e seguindo o método proposto no protocolo, diferentes avaliadores devem chegar aos resultados com o mínimo de variação. Independente do avaliador o teste atinge o objetivo. Sempre verifique se o teste selecionado atende os critérios de validade, confiabilidade e objetividade. Existem diversos testesque atendem aos critérios mencionados, alguns são mais sofisticados, como os testes diretos e outros são mais simples e acessíveis, como os testes indiretos. Testes diretos e indiretos Para avaliar os componentes da aptidão física estão disponíveis testes diretos, conhecidos como testes de laboratório ou testes indiretos, conhecidos como testes de campo (HEYWARD, 2004, p. 46). Os testes diretos possuem como vantagens a alta fidedignidade, a mensuração precisa da variável avaliada e melhor conduta experimental. São testes indicados para a área científica e quando a precisão dos resultados é indispensável. Por outro lado, são testes que exigem equipamentos de alto custo financeiro, avaliador altamente habilitado e capacitado, normalmente aplicável em pequenos grupos ou apenas de forma individual. Em muitos casos estas desvantagens tornam os testes diretos inviáveis e inacessíveis. Os testes indiretos são vantajosos por serem de baixo custo e não exigem equipamentos sofisticados, o avaliador não precisa de um período longo de especialização para executá-los e aplicável em grupos grandes. Estas vantagens contrastam com a baixa fidedignidade, medida duvidosa e limita as conclusões. Os testes indiretos, por serem baratos, são mais acessíveis e atendem à demanda em academias, clubes e outros locais quando o objetivo é o acompanhamento do avaliado e a precisão dos dados não é o objetivo principal da atividade profissional. Para selecionar um teste direto ou indireto tenha em mente a disponibilidade de equipamentos, o valor financeiro para iniciar e concluir a avaliação, a habilidade e capacidade do avaliador (não adianta ter em mãos um 10 equipamento sofisticado e não saber como usá-lo), a população avaliada e claro objetivo do teste. Um exemplo clássico de teste direto e indireto ocorre na avaliação da capacidade cardiorrespiratória ou aeróbia. Os testes citados serão detalhados mais a frente, vamos comparar duas situações. 1. Teste de esforço progressivo até a fadiga com a análise dos gases expirados (ergoespirometria). Para este teste é indispensável um ergômetro eficiente (Ex.: esteira), um analisador de gases (VO2000, K4, Cortex, entre outros), um computador com o software compatível com o analisador, um avaliador capacitado para operar todo o sistema e uma sala apropriada para os equipamentos e realização do teste. Apenas um indivíduo pode ser avaliado por vez. 2. Teste de 12 minutos de Cooper. Para este teste é necessário um espaço plano previamente demarcado (pista de atletismo, asfalto, rua plana, entre outros) ou pode usar um GPS, um cronômetro (celular ou relógio) e um avaliador que consiga utilizar o cronômetro e executar o comando de início do teste e verificar a distância percorrida no final. É viável para avaliar vários indivíduos. Nas duas situações é avaliada a capacidade cardiorrespiratória, o teste selecionado vai depender da disponibilidade de equipamentos, pessoal capacitado, público avaliado e o objetivo, finalidade da avaliação. Finalidade da avaliação física Podemos utilizar a avaliação física para vários objetivos como: verificar o estado de saúde e aptidão física, classificação e comparação do indivíduo com a população na qual ele pertence. Na avaliação física pode-se identificar os fatores de risco para o desenvolvimento ou progressão de doenças cardiovasculares e metabólicas. Com a avaliação física será capaz de gerar dados para uma pesquisa acadêmica, dados para um diagnóstico e condição clínica de um paciente, classificação para uma determinada competição, acompanhamento das adaptações provocadas por uma intervenção como o treinamento físico. A avaliação física permite identificar os pontos fortes e fracos dos avaliados e que estabeleça metas realistas para eles, bem como o acompanhamento dos resultados alcançados com o treinamento já proposto. Os dados de testes específicos auxiliam nas prescrições de exercícios de forma eficiente e 11 direcionada para cada indivíduo (HEYWARD, 2004, p. 46). Os objetivos, recursos disponíveis e o público alvo da avaliação física definem os protocolos a serem utilizados e os locais de trabalho do avaliador. Vejamos algumas situações a seguir. Para a avaliação física cardiorrespiratória dos pacientes de um médico cardiologista o local de trabalho ideal será um laboratório com equipamentos (esteira profissional eletrocardiógrafo analisador de gases expirados equipamentos de suporte à vida e emergência) que permitam o acompanhamento criterioso do paciente pelo médico. Em uma escola do ensino fundamental a avaliação poderá contar apenas com uma balança e um fita métrica, e com isso verificar o desenvolvimento dos alunos, se estão dentro da faixa esperada de: estatura, massa e índice de massa corporal. Como critério de seleção para participar de uma competição de alta performance é comum o uso de índices (ex.: índice olímpico), que são os resultados mínimos esperados para competidores em determinada modalidade, para isto são necessárias avaliações constantes do atleta. Para cada objetivo uma determinada variável será avaliada pelos componentes integrantes de uma avaliação física, que são: Anamnese; Avaliação preliminar de saúde; Composição corporal; Flexibilidade; Capacidade cardiorrespiratória ou aeróbia; Força e resistência muscular; Antes de partir para a avaliação dos componentes da aptidão física são necessários alguns cuidados prévios. Cuidados prévios Caso seja realizada uma bateria de testes no mesmo dia é importante definir a ordem dos testes para que a execução de um não interfira no resultado dos outros que serão realizados a seguir. A sequência recomendada para reduzir os efeitos dos testes anteriores sobre os resultados subsequentes é a seguinte (ACSM, 2000; HEYWARD, 2004, p. 46): Questionários; 12 Pressão arterial e frequência cardíaca de repouso; Dados antropométricos; Capacidade cardiorrespiratória; Capacidade muscular; Flexibilidade. Antes de iniciar uma avaliação tome alguns cuidados como avaliador: Organizar previamente o ambiente, documentos, questionários e equipamentos que serão utilizados; Ser pontual nos seus compromissos; Apresentar-se ao cliente (aluno / paciente); Explicar o objetivo da avaliação e todos os procedimentos dos testes; Fornecer instruções ao cliente (aluno / paciente) pelo menos um dia antes dos testes; Usar vestimentas que deixe o cliente (aluno / paciente) confortável; Realizar os testes na presença de mais uma pessoa ou em locais onde outras pessoas consigam ver sua conduta durante os procedimentos; Obter do cliente (aluno / paciente) o termo de consentimento para os procedimentos da avaliação. O termo de consentimento deverá conter todos os detalhes dos procedimentos e o avaliador seguirá fielmente a descrição, estes cuidados minimizam a ocorrência de problemas no futuro. É importante a orientação ao cliente (aluno / paciente) com pelo menos um dia de antecedência para que ele tome algumas providências para o bom aproveitamento da avaliação, como: Usar vestimentas apropriadas; Hidratar-se bem e evitar ingerir bebidas alcoólicas no período de 24h antes do teste; Abster-se de comer, fumar ou cafeína 3h antes; Não praticar atividade física vigorosa 24h antes; Dormir bem na noite que antecede a avaliação. Estas orientações buscam proporcionar ao aluno uma boa 13 avaliação com resultados que reflitam de forma eficiente o estado atual de aptidão física. Antes de iniciar um teste é fundamental que os equipamentos utilizadossejam calibrados conforme as orientações do fabricante, a cada teste o estado dos equipamentos e calibração será verificado. Seguindo estas orientações e tomando os cuidados prévios a avaliação ocorrerá de forma tranquila, programada e sem surpresas desagradáveis. 15 2. COLETA DE DADOS Nesta Unidade o objetivo é conhecer os testes para a coleta de dados, os procedimentos de coleta, a avaliação da aptidão física e conclusões sobre o estado físico do avaliado. Avaliação preliminar da saúde e classificação de risco Como citado anteriormente, a primeira etapa da avaliação conta com a aplicação de questionários, sendo a etapa na qual se conhece o indivíduo a ser avaliado. Quanto mais detalhes conseguir sobre o histórico e a atual situação do avaliado, mais fácil ficará sua conduta. Se realizar esta etapa com eficiência, após os questionários você saberá exatamente quais as peculiaridades do aluno e como se posicionar frente a elas. Anamnese Anamnese significa recordar, por meio de perguntas previamente estabelecidas e organizadas, o avaliado deverá recordar de fatos relevantes ocorridos ou que ocorrem em sua vida que possa influenciar no andamento ou no resultado da avaliação. É aconselhável adicionar, como parte da anamnese, um questionário 16 de histórico médico do avaliado e dos parentes de primeiro grau. Questionário de prontidão para atividade física – PAR-Q O PAR-Q (slide 18 da aula presencial) é um questionário com sete perguntas que auxilia na identificação de indivíduos que devem passar por um médico especializado antes do início de qualquer atividade ou teste físico. Caso o indivíduo responda sim em uma das sete perguntas ele será encaminhado para um médico especializado (cardiologista ou medicina esportiva) para análise mais aprofundada do estado de saúde e de fator de risco coronariano. Avaliação da composição corporal Na avaliação da composição corporal é comum o uso do termo antropometria que abrange as formas, circunferências e densidade corporal. Sem dúvida os dois componentes mais populares da antropometria são massa corporal e estatura. Como citado a massa corporal é medida em uma balança, a simplicidade de medir a massa não isenta de cuidados no procedimento. Lembre-se sempre de utilizar a balança sobre uma superfície plana e com todos os pontos de apoio devidamente posicionados sobre a base utilizada (que normalmente é o solo). É comum quando a base é constituída com peças encaixadas ou unidas por rejunte (piso de cerâmica) ocorrer algum desnível entre as partes, tenha atenção a esse fato. Certifique-se que a balança está calibrada, caso utilize balança mecânica confira se a haste (agulha do braço) e o ponto de referência (fiel) estão alinhados. Sempre espere a estabilização do valor no visor ou da agulha do braço da balança antes de anotá-lo como definitivo. A estatura é conhecida como a altura do indivíduo, é a distância entre o vértice (parte mais alta do crânio) e a planta dos pés na posição ortostática (em pé), a medida pode ser expressa em metros (m) ou centímetros (cm). A estatura pode ser medida por um equipamento específico (estadiômetro) ou com uma fita métrica e trena, desde que tome os devidos cuidados com a posição do avaliado e o ponto de referência ao vértice. Posição de medida: avaliado descalço, posicionado em pé, com os calcanhares, quadril, tronco e 17 cabeça apoiados no estadiômetro, coluna ou parede. Peça para que o indivíduo inspire (assim evita-se uma pequena flexão do tronco que geralmente ocorre), os membros superiores devem permanecer estendidos junto ao tronco. Caso use um estadiômetro, verifique o número no local indicado pelo fabricante. Para usar uma fita métrica ou trena é necessário marcar o ponto de referência ao vértice na estrutura em que o indivíduo ficou posicionado (coluna ou parede). É de se esperar uma alteração na estatura ao longo do dia. Quando comparamos uma medida realizada pela manhã logo após acordar, os discos intervertebrais estão hidratados e ainda não sofreram a ação da gravidade e absorção dos impactos ao caminhar, neste momento a estatura tende a ser maior do que uma medida realizada no final do dia ou a noite, quando os discos intervertebrais estão com menor volume em relação ao período citado. Com a massa corporal e a estatura calcula-se o Índice de Massa Corporal – IMC, que é muito utilizado e recomendado pela facilidade de como é obtido e classificar o avaliado conforme os parâmetros da Organização Mundial da Saúde – OMS e as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2016, p. 16). O IMC não diferencia a massa magra da massa gorda e nem a distribuição de gordura pelo corpo por levar em consideração no seu cálculo apenas a estatura e a massa corporal, conforme a equação a seguir: 𝐼𝑀𝐶 = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐶𝑂𝑅𝑃𝑂𝑅𝐴𝐿 𝐸𝑆𝑇𝐴𝑇𝑈𝑅𝐴2 Você deve usar a massa corporal em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m). Exemplo de como calcular o IMC de um indivíduo com massa corporal de 80 kg e estatura de 1,80 m: 1. Determine o quadrado da estatura: 1,80 x 1,80 = 3,24 2. Dividir a massa corporal pela estatura ao quadrado: 80 ÷ 3,24 = 24,69 Com o resultado do cálculo você pode classificar o avaliado conforme Figura 1 (slide 29 da aula presencial). Com base na estatura do indivíduo podemos estipular a massa corporal (kg) alvo para determinado IMC. Exemplo: Um indivíduo com estatura de 1,77 m, qual sua massa corporal para o IMC de 23? 18 1. Determine o quadrado da estatura: 1,77 x 1,77 = 3,13 2. Multiplique o IMC desejado (23) pelo quadrado da estatura (3,13): 23 x 3,13 = 71,99 (aproximadamente 72 kg). A massa corporal alvo para o indivíduo do exemplo é de 72 kg. Lembre-se que não é levada em consideração a distribuição e a quantidade de gordura do corpo neste método, porém permite avaliar o estado nutricional do indivíduo avaliado. As circunferências mostram a distribuição da gordura e é possibilita predizer a gordura corporal. Com uma trena é possível medir as seguintes circunferências: pescoço, tórax, cintura, abdômen, quadril, coxa, perna, braço, antebraço e punho. Na população sul americana o limite recomendado da circunferência abdominal para a obesidade abdominal é de até 90 cm em homens e de até 80 cm em mulheres (ALBERTI; ECKEL; GRUNDY; ZIMMET et al., 2009). A relação entre as circunferências da cintura e do quadril (slide 35) é utilizada para classificação do risco cardiovascular, confira abaixo as referências conforme a idade e o sexo. 19 O Índice de Adiposidade Corporal – IAC estimativa do percentual de gordura corporal da seguinte forma: 𝐼𝐴𝐶 = ( 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑖𝑙 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑥 √𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 ) O resultado da equação é a estimativa do percentual de gordura utilizando apenas uma trena ou outro equipamento de medida. Outro equipamento utilizado para medir a gordura corporal é a bioimpedância ou biorresistência que mede a capacidade do organismo em resistir a uma corrente elétrica. O analisador mede a passagem de sinais elétricos pela gordura, massa livre de gordura e água. O método de dobras cutâneas (DC) mede indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo e com estes dados estima-se a densidade corporal (Dc) e consequentemente calcular o percentual de gordura corporal (HEYWARD, 2004, p. 149). Existem mais de 100 equações para estimar a densidade corporal, recomenda-se equações que tenham medidas de DC em vários locaisdistribuídos pelo corpo, cada equação destina-se a determinada população. As técnicas para medir as dobras cutâneas são adquiridas com a experiência prática de execução do 20 protocolo, seguir o procedimento padrão reduz a chance de erro e melhora a qualidade técnica do avaliador. Procedimentos padronizados para medições de dobras cutâneas: 1. Faça todas as medidas de DC no lado direito do corpo, quando possível; 2. Identifique, meça e marque de forma cuidadosa o local da DC; 3. Agarre a DC firmemente entre os dedos polegar e indicador de sua mão esquerda. Levante a dobra um centímetro acima do local a ser medido; 4. Levante a dobra colocando seus dedos polegar e indicador em forma de pinça separados aproximadamente oito centímetros um do outro; 5. Mantenha a dobra elevada durante a medição; 6. Coloque as pinças do compasso perpendicular à dobra, aproximadamente um centímetro abaixo dos dedos polegar e indicador, libere as pinças do compasso; 7. Após quatro segundos da liberação do compasso, faça a leitura da medição; 8. Abra as pinças do compasso para retirá-lo do local. Como apresentado no slide 101 da aula presencial as DCs utilizadas para medição são: Subescapular: (slide 106) a medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a 2 cm abaixo do ângulo inferior da escápula; Tríceps: (slide 102) medida na face posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súperolateral do acrômio e o olecrano; Bíceps: (slide 108) medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do vente muscular; Peito: (slide 104) medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres; Axilar: (slide 105) localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária 21 transversal na altura do apêndice xifoide do esterno, a medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida; Supra-ilíaca: (slide 102) obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida; Abdome: (slide 104) medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal; Coxa: (slide 103) medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femoral a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela; Perna: (slide 107) medida no ponto medial da perna no maior perímetro, o avaliado permanecerá sentado durante a medição com a articulação do joelho em flexão 90°, o tornozelo em posição anatômica. A medida das DCs possibilita estimar a densidade corporal aplicando as seguintes equações (JACKSON; POLLOCK, 1978; JACKSON; POLLOCK; WARD, 1980): População: Mulheres negras ou hispânicas, 18-55 anos: ∑7DC: (peito + abdome + coxa + tríceps + subescapular + supra- ilíaca + axilar) Equação: Dc (g/cm3) = 1,0970 – (0,00046971 x ∑7DC) + (0,00000056 x ∑7DC2) – (0,00012828 x idade) População: Homens negros ou homens atletas, 18-61 anos: ∑7DC: (peito + abdome + coxa + tríceps + subescapular + supra- ilíaca + axilar) Equação: Dc (g/cm3) = 1,1120 – (0,00043499 x ∑7DC) + (0,00000055 x ∑7DC2) – (0,00028826 x idade) População: Mulheres brancas ou anoréxicas, 18-55 anos: ∑3DC: (tríceps + supra-ilíaca + coxa) Equação: Dc (g/cm3) = 1,0994921 – (0,0009929 x ∑3DC) + (0,0000023 x ∑3DC2) – (0,0001392 x idade) População: Homens brancos, 18-61 anos: 22 ∑3DC: (peito + abdome + coxa) Equação: Dc (g/cm3) = 1,109380 – (0,0008267 x ∑3DC) + (0,0000016 x ∑3DC2) – (0,0002574 x idade) Para calcular o percentual de gordura utilize a equação a seguir (SIRI, 1961): %GC = {(4,95 ÷ Dc) – 4,5} x 100 Legenda: ∑7DC = somatório de sete dobras cutâneas; ∑3DC = somatório de três dobras cutâneas; Dc = densidade corporal; %GC = percentual de gordura corporal Confira o percentual de gordura indicado para homens e mulheres na Tabela 3, com os dados dos testes e em seu laudo deverá constar o valor encontrado e se está dentro dos valores ideais ou fora deles. Você poderá ainda decidir quais as providências tomar e as intervenções adotadas para manter ou alterar a quantidade de gordura corporal Flexibilidade A flexibilidade descreve a amplitude de movimento de uma determinada articulação, ou grupo de articulações. Níveis adequados de flexibilidade garantem a independência funcional e capacidade de realizar atividades do dia a dia como amarrar o tênis, secar os pés após o banho e outras coisas. A flexibilidade é afetada pelo tipo corporal, idade, sexo e condicionamento físico (HEYWARD, 2004, p. 194). Os métodos diretos para avaliar a flexibilidade determinam o grau de rotação da articulação com auxílio de goniômetro, flexômetro ou inclinômetro. De forma indireta o teste mais comum é o de sentar e alcançar com uma caixa ou banco de Wells e ainda com uma régua ou fita métrica, veja o passo a passo: 1. Fixe uma fita métrica no chão, totalmente desenrolada e em contato com a superfície; 2. Coloque uma fita adesiva com 30 cm de comprimento, perpendicularmente, na marca de 38 cm da fita métrica; 23 3. O avaliado deve sentar-se, com os membros inferiores estendidos e afastados 30 cm um do outro; 4. Os calcanhares devem tocar a fita adesiva na marca de 38 cm; 5. O avaliado deve flexionar o tronco sobre os membros inferiores, lentamente, e alcançar o ponto mais distante da fita métrica; 6. O ponto mais distante alcançado pela ponta dos dedos será o escore do avaliado. Frequência Cardíaca A frequência cardíaca (FC) ou ritmo cardíaco é o número de vezes que o coração contraí (bate) em um minuto e é expresso em batimentos por minuto (bpm). A FC pode ser medida manualmente por apalpação sobre uma determinada artéria: 1. Coloque seus dedos indicador e médio sobre a parte inferior do punho, abaixo da base do polegar; 24 2. Pressione firmemente os dedos planos até sentir o pulso (não use seu polegar para medir o pulso pois há uma artéria nesse dedo que pode mascarar a pulsação); 3. Conte os batimentos cardíacos por seis segundos, multiplique por 10 a quantidade de batimentos. Essa é a frequência cardíaca em repouso. Este método é difícil de utilizar durante um exercício físico, pois há necessidade de parar com os movimentos durante a contagem dos batimentos. Com um frequencímetro a medida da FC fica mais confortável e eficiente, tanto em repouso como em exercício. Para prescrição de zonas para treinamento é comum utilizar a frequência cardíaca de reserva (FCR) calculada pela diferença entre a frequência cardíaca máxima (FCmáx) e a frequência cardíaca de repouso (FCR). Oximetria A oximetria permite avaliar a concentração de oxigênio no sangue arterial, com este dado você pode decidir se a disponibilidade de oxigênio para os tecidos é adequada. Recomenda-se para o início de um teste de esforço ou qualquer exercício físico que a saturação da oxihemoglobina arterial (SaO2) esteja superior a 95% no repouso e pode reduzir em até 2% na intensidade máxima do exercício (WASSERMAN; HANSEN; SUE; CASABURI et al., 2005, p. 161). Pressão arterial A pressão arterial(PA) é a medida da pressão ou força exercida pelo sangue contra a parede das artérias. A pressão arterial sistólica (PAS) é a força exercida pelo sangue na parede das artérias durante a sístole, contração do coração. A pressão arterial diastólica (PAD) é a força exercida pelo sangue na parede das artérias durante a diástole, relaxamento do coração. A PA altera conforme ocorrem mudanças no débito cardíaco e na resistência vascular periférica. O débito cardíaco é a quantidade de sangue ejetado pelo coração a cada sístole, esse valor é o resultado da FC multiplicada pelo volume de ejeção ou volume sistólico (quantidade de sangue que sai do coração em uma única contração). A resistência vascular periférica é influenciada pelo calibre das artérias e a capacidade de modificação desse calibre durante a contração e o relaxamento do coração (complacência arterial ou propriedades elásticas das artérias). 25 Preparo do avaliado segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (MVB; WKSB; FL; CIS et al., 2016): 1. Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de três a cinco minutos em ambiente calmo. Instrua a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas serão esclarecidas antes ou depois do procedimento; 2. Certificar-se de que o paciente NÃO: Está com a bexiga cheia; Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; Fumou nos 30 minutos anteriores. 3. Posicionamento: O paciente sentado, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; O braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. 4. Medir a PA na posição de pé, após três minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada. Para medir a PA com aparelho de pressão digital de pulso você deve enrolar corretamente a fita no pulso deixando uma distância de um a dois centímetros do punho, deixar a palma da mão para cima e os dedos relaxados com o membro superior estável. O aparelho deve ficar na altura do coração e o avaliado em silêncio e totalmente parado durante a medição. Etapas para a medir a PA com aparelho de esfigmomanômetro e estetoscópio segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (MVB; WKSB; FL; CIS et al., 2016): 1. Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olecrano; 2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço; 3. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; 4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 5. Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial; 6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula 26 ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva; 7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação; 8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo); 9. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação; 10. Determinar a PAD no desaparecimento dos sons; 11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa; 12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos sons; 13. Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições adicionais serão realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue adequado, considere a média das medidas; 14. Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como referência; 15. Informar o valor de PA obtido para o paciente; 16. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida. Com os dados de medida da PA podemos classificar o avaliado conforme a tabela abaixo. 27 Considere como hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mm Hg e PADou glicolítica. A via fosfogência é diretamente relacionada a ações musculares de altíssima intensidade 29 e curtíssima duração (até 15 segundos) e a glicolítica com ações musculares de alta intensidade com duração de 15 a 180 segundos (DANTAS, 2003, p. 135). Existem vários testes para medir a capacidade anaeróbia, os testes de Wingate e RAST (Running Anaerobic Sprint Test) informam a potência pico (PAnPico), potência média (PAnMédia) e potência mínima (PAnMínima) além do índice de fadiga (IF). Ambos são testes exaustivos e direcionados somente aos indivíduos saudáveis acostumados com exercícios extenuantes e vigorosos. Procedimentos para o teste de Wigante: a resistência clássica utilizada no teste de Wigante (em kiloponds; kp) é determinada multiplicando a massa corporal do avaliado em kg pela constante 0,10 kp/kg para homens e 0,05 kp/kg para mulheres. Ex.: um homem de 80 kg (80 x 0,10 = 8) irá pedalar contra uma resistência de 8 kp (BROWN; WEIR, 2001). Durante o teste de Wingate, solicite ao avaliado para pedalar contra a resistência imposta no cicloergômetro na maior velocidade possível por 30 s. Um cicloergômetro mecânico é mais recomendado para o Wingate. O ergômetro deve ser equipado com um kit de hardware e software específico que conta as rotações do volante do ergômetro. Resumidamente, consiste em um sensor óptico, conectado ao quadro do ergômetro, que observa a passagem de marcadores refletivos no volante do ergômetro para cálculo da potência. A potência é informada em watts por quilograma (W/kg-1) (BROWN; WEIR, 2001). O aquecimento inclui 2 a 3 minutos em 1 a 2 kp. A resistência pré-estabelecida do teste é imposta no final do período de aquecimento, o avaliado deve pedalar contra a resistência crescente (aumentada gradual e lentamente). Quando alcançada a resistência correta do teste, o avaliado para de pedalar. O teste começa com um arranque em roda livre, sem resistência, à medida que os pedais giram o mais rápido a resistência é então imposta instantaneamente. O avaliado será informado sobre o tempo decorrido em 10, 15, 20, 25 e 30 s, sendo 30 s seguidos imediatamente pelo comando "PARE". Recomenda-se incentivo verbal durante o teste. Após o comando "PARE", a resistência deve diminuir e o avaliado diminui a cadência do pedal para volta a calma (BROWN; WEIR, 2001). A potência pico, maior ponto de potência imposta pelo avaliado nos 30 pedais está relacionada a capacidade anaeróbia alática, geralmente ocorre nos primeiros cinco segundos de teste. A potência média do período está relacionada a capacidade anaeróbia lática. Com estes dois dados você pode classificar o avaliado conforme os dados da tabela abaixo. O RAST (Running Anaerobic Sprint Test) consiste em seis tiros de 35 metros na maior velocidade possível com intervalo de 10 segundos entre os tiros (ZAGATTO; BECK; GOBATTO, 2009, p. 1821). No aquecimento (10 minutos) o avaliado poderá realizar pequenos trotes de baixa velocidade e duração e tiros curtos de três a cinco segundos no final do aquecimento. Recomenda-se uma pausa de três a cinco minutos antes de iniciar o teste, após a execução dos seis tiros o avaliado deverá recuperar o estresse caminhado por um ou dois minutos. Com base no tempo (em segundos) de corrida dos seis tiros de 35 metros e na massa corporal do avaliado calcula-se a potência anaeróbia e o índice de fadiga. Potência de cada tiro: Potência (W) = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑙 (𝑘𝑔) 𝑥 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎2 (𝑚2) 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜3 (𝑠3) Realize o cálculo para os seis tiros, a potência do tiro mais rápido será a potência pico (PAnPico) e a potência do tiro mais lento será a potência mínima (PAnMínima). Some a potência dos seis tiros e faça a divisão do resultado por seis para 31 encontrar a média, esse resultado será a potência média (PAnMédia). O índice de fadiga (IF) é calculado utilizando a PAnPico e potência mínima (PAnMínima) que é o menor valor de potência registrado no teste, veja na equação abaixo: 𝐼𝐹(%) = 𝑃𝐴𝑛𝑃𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝐴𝑛𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑃𝐴𝑛𝑃𝑖𝑐𝑜 𝑥 100 Quanto maior o índice de fadiga menor a capacidade do avaliado em manter sua potência anaeróbia e de recuperação entre os tiros. Exemplo: você realizou a avaliação de uma equipe de futsal com dez jogadores, no final os dados permitirão classificar estes jogadores por ordem de PAnPico, PAnMédia e IF. Com os dados do teste de RAST em mãos poderá montar uma estratégia de escalação e de substituições durante o jogo e determinar quais jogadores são os ideais em determinada situação da partida ou jogo, veja: Os jogadores de maior PAnPico são aqueles com capacidade de chegarem primeiro nos lances do jogo; Os jogadores de maior PAnMédia são aqueles com maior capacidade de participarem ativamente do jogo; Os jogadores de menor IF são ideais para jogos de transição, onde o deslocamento em quadra é rápido e sem intervalos entre os lances. No exemplo utilizamos o futsal, mas poderia ser qualquer modalidade que exija potência e resistência muscular em sua execução. Os testes para capacidade anaeróbia alática têm como característica utilizar ações musculares rápidas e em altíssima intensidade como: saltos e levantamento de peso que também são utilizados para medir a força máxima de membros superiores e inferiores. Força máxima dinâmica e resistência de força dinâmica A força máxima dinâmica é a capacidade de um grupo muscular de desenvolver força contrátil máxima contra uma resistência em um único movimento executado de forma correta (HEYWARD, 2004, p. 107). A resistência de força dinâmica é a capacidade de um grupo muscular exercer força submáxima por períodos prolongados (HEYWARD, 2004, p. 107). 32 Os testes musculares isométricos poderão contar com auxílio de dinamômetros que medem força e resistência estáticas dos músculos de preensão das mãos, dos músculos das pernas, costas e escápula, a força aplicada no dinamômetro geralmente é expressa em quilogramas. A força máxima dinâmica normalmente medida com uma repetição máxima (1-RM), que é o peso máximo deslocado em um único movimento completo e correto do exercício em questão. Os seguintes passos são recomendados para teste 1-RM: 1. O avaliado deve realizar um aquecimento geral de três a cinco minutos de atividade leve acionando o(s) músculo(s) a ser testado; 2. Após o aquecimento geral, o avaliado executará exercício específico do teste como aquecimento com uma série de oito repetições a aproximadamente 50% da 1-RM estimada, seguido por uma série de três repetições em 70% da estimativa de 1-RM; 3. Aumente o peso para tentar o levantamento de 1-RM, oriente ao avaliado para realizar duas repetições. Se o levantamento for executado de forma correta nas duas repetições significa que o peso utilizado está menor que o de 1-RM, realize um repouso de três a cinco minutos antes da próxima tentativa; 4. Aumente o peso para nova tentativa, repita o procedimento até que o avaliado realize apenas uma repetição e não consiga iniciar a segunda, este será o peso referente a 1-RM. O limite de cinco tentativas consecutivas por exercício deve ser respeitado. Caso o teste de 1-RM seja para referência na programação de treinamento de musculação, com vários exercícios na sessão, os testes deverão ocorrer de forma alternada por segmento com dois minutos de intervalo entre os exercícios e de três minutos entre as tentativas (CAMPANHOLI NETO; CEDIN; DATO; BERTUCCI et al., 2015). Os testes de resistência de força dinâmica resumem em o avaliado realizar quantas repetições forem possíveis usando um determinadopeso que represente um percentual de sua massa corporal ou de 1-RM. Recomenda-se utilizar 70% da massa corporal ou de 1-RM, muitas vezes estes testes são chamados de teste de fadiga (HEYWARD, 2004, p. 111; POLLOCK, 1978). Para avaliar a resistência de força dinâmica na parte superior do corpo é recomendado o teste de 33 apoio (flexão) no solo. Se o avaliado for homem este de assumir a posição de apoio com as costas retas, a cabeça alinhada com o tronco, mãos afastadas na largura dos ombros e apoiado sobre os pés. O avaliado baixar o corpo flexionando os membros superiores até que o queixo toque o solo (o abdome não deve tocar), voltar a posição inicial estendendo os membros superiores. Se o avaliado for mulher a posição será alterada apoiando os joelhos. Tanto homens quanto mulheres devem realizar o número máximo de repetições e com o auxílio das tabelas a seguir classificá-los na população pertencente (HEYWARD, 2004, p. 115). A classificação por percentil das Tabela 8 e Tabela 9 funcionam da seguinte maneira: 90 = bem acima da média; 70 = acima da média; 50 = média 30 = abaixo da média 10 = bem abaixo da média. 34 Lembre-se que nem sempre o objetivo da avaliação física é classificar o avaliado, muitas vezes busca verificar a evolução, ou não, como resposta de alguma intervenção. Se este for o caso é fundamental manter o método escolhido e equipamentos em todas as ocasiões de avaliação, procure realizar os testes no mesmo horário, instruir o avaliado a utilizar as mesmas vestimentas e calçados. Quanto mais próximas as condições de avaliação e reavaliação melhor será o aproveitamento e conclusões. 36 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABESO. Diretrizes brasileiras de obesidade 2016. São Paulo, SP 2016. http://www.abeso.org.br/uploads/ downloads/92/57fccc403e5da.pdf ACSM, A. C. o. S. M. ACSM's Guidelines for Excercise Testing and Prescription. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer Health, 2000. 9781496339065. 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