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Unidade II
5 OS MATERIAIS E SUAS APLICAÇÕES NAS EDIFICAÇÕES E NAS CIDADES
5.1 Tipos de material
A arquitetura sustentável busca maior moderação no uso dos materiais, da energia e do espaço. Em 
relação aos materiais, a moderação não significa abrir mão de determinado material ou nunca mais 
utilizá-lo, mas sim usá-lo de forma consciente. Como exemplo, temos as madeiras de lei, a sucupira, o 
pau-brasil e o jacarandá-da-baía. Sabemos que as árvores são recursos totalmente renováveis; porém, 
a exploração indiscriminada dessas espécies e a total falta de replantio quase levaram à sua extinção.
Os materiais de construção podem ser simples ou compostos, obtidos diretamente da natureza ou 
como resultado de trabalho industrial. O conhecimento do profissional é que permite a escolha dos mais 
adequados a cada situação. Do seu correto uso dependem, em grande parte, a solidez, a durabilidade, o 
custo e a beleza (acabamento) das obras.
As condições econômicas de um material de construção dizem respeito à facilidade de aquisição, 
dependendo de sua obtenção e do transporte, e a seu emprego, dependendo de sua manipulação e 
conservação.
As condições técnicas (solidez, durabilidade e beleza) são examinadas especialmente quanto à 
trabalhabilidade, durabilidade, higiene e estética. A durabilidade implica a estabilidade e a resistência a 
agentes físicos, químicos e biológicos, oriundos de causas naturais ou artificiais, como luz, calor, umidade, 
insetos, micro-organismos, sais etc. Os requisitos de higiene visam à saúde e ao bem-estar do usuário da 
construção. Observa-se, sob esse ângulo, o poder isolante do calor e do som, o poder impermeabilizante 
e a ausência de emanações de elementos prejudiciais. O fator estético é observado quanto ao aspecto do 
material colocado, de cujo emprego simples ou combinado se pode tirar partido para a beleza da obra.
Os primeiros materiais de construção utilizados pelo homem foram a argila e as argamassas de cinza 
e cal, na antiga Mesopotâmia. No mesmo período, o Egito fabricava seus tijolos utilizando uma mistura 
de argila e palha.
É interessante destacar aqui que as adições, de cinza e palha, por exemplo, eram fundamentais para 
a estabilização e a resistência dos materiais de construção. Isso denota que havia, por parte das pessoas 
da época, uma preocupação tecnológica. Posteriormente, os tijolos passaram a ser queimados em fornos 
para que pudessem ter ganho de resistência.
Cada material apresenta uma tensão limite, ou seja, pode suportar maior ou menor carregamento. 
No caso dos tijolos egípcios feitos com palha e secos ao sol (tipo adobe), sua resistência era muito 
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ArquiteturA sustentável
inferior à dos tijolos queimados, ou seja, para um mesmo carregamento, era necessária uma quantidade 
muito maior do adobe do que do tijolo queimado. Uma vez que se consumiam menos tijolos, o consumo 
da argila também diminuía. Há, porém, algo a se considerar: a queima do tijolo leva à produção de CO2, 
um dos gases do efeito estufa.
A questão da utilização de um ou outro, agora, passa a ser mais abrangente: o que o profissional 
quer? Do que ele precisa? Quais critérios de escolha devem ser levados em consideração?
As questões relacionadas à sustentabilidade vão muito mais além da economia dos recursos naturais, 
uma vez que é impossível não se fazer uso deles, passam também pela tecnologia, pelo conforto, pela 
capacidade de uso, entre outros.
Vamos falar um pouco sobre os diversos tipos de material utilizados na construção civil.
•	 Materiais cerâmicos 
Produtos cerâmicos são materiais de construção obtidos pela moldagem, secagem e cozimento de 
argilas ou misturas de materiais que contêm argilas. Exemplos para a construção: tijolos, telhas, azulejos, 
ladrilhos, lajotas, manilhas, refratárias etc. 
Eles podem ser classificados da seguinte forma: 
— materiais de cerâmica vermelha 
- porosos: tijolos, telhas etc.
- vidrados ou gresificados: ladrilhos, tijolos especiais, manilhas etc. 
— materiais de louça 
- pó de pedra: azulejos, materiais sanitários etc.
- grés: materiais sanitários, pastilhas e ladrilhos etc.
- porcelana: pastilhas e ladrilhos, porcelana elétrica etc. 
— materiais refratários
- tijolos para fornos, chaminés etc.
•	 Madeira 
Um dos mais antigos materiais de construção utilizados pelo homem. É um material de grande beleza 
e de larga utilização nas construções. No entanto, é muitas vezes mal-empregado, de forma intuitiva, 
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ocasionando uma série de problemas. Suas características devem ser bem estudadas, a fim de que não 
sejam nem superestimadas nem subestimadas e seu uso seja mais econômico e com maior garantia de 
qualidade. Atualmente, com a industrialização, surgiram novos produtos de madeira, ampliando seu uso 
na construção civil e em outras indústrias. 
•	 Metal 
Pode ser definido como elemento químico que existe como cristal ou agregado de cristais, no 
estado sólido, caracterizado pelas seguintes propriedades: alta dureza, resistência mecânica, elevada 
plasticidade (grandes deformações sem ruptura) e alta condutibilidade térmica e elétrica. Os metais são 
um dos grupos mais importantes entre os materiais de construção, devido às propriedades que possuem 
(diversos empregos na construção). A utilização de ligas metálicas, melhorando ou comunicando certas 
propriedades, fez ampliar o campo de aplicações desse material. Eles aparecem na natureza em estado 
livre ou compostos, concentrados em jazidas.
•	 Plástico 
No sentido estrito, plástico significa material artificial deformável. Geralmente, é tido como barato 
e inferior aos materiais tradicionais. No entanto, há aplicações importantes e pesquisas melhorando sua 
qualidade, tornando-o um dos mais recomendados para diversas situações, desde que respeitadas suas 
propriedades. A maior parte dos plásticos é usada para fins industriais importantes, como na indústria 
aeronáutica, mecânica, automobilística etc. Somente uma pequena parte é usada para fabricação de 
peças de baixo custo. Na construção, tem aumentado o consumo desse material, tendo destaque junto 
a materiais tradicionalmente empregados. 
•	 Vidro 
É uma substância inorgânica, homogênea e amorfa (sem forma), obtida pelo resfriamento de uma 
massa de fusão; suas principais qualidades são a transparência e a dureza. Distingue-se de outros 
materiais por várias características: não é poroso nem absorvente, é ótimo isolante, possui baixo índice 
de dilatação e condutividade térmica. 
•	 Tintas e vernizes 
A forma mais comum de combater a deterioração dos materiais é proteger as superfícies. Vernizes 
são soluções de gomas ou resinas, naturais ou sintéticas, em um veículo (óleo com a aplicação de 
uma película resistente que impede a ação dos agentes de destruição ou corrosão). Essa película pode 
ser obtida pela aplicação de tintas, vernizes, lacas ou esmaltes. Tinta é a dispersão de um ou mais 
pigmentos em um veículo (resina). Quando aplicada em uma camada adequada, forma um filme opaco 
e aderente no substrato; portanto, é uma composição líquida pigmentada que se converte em película 
sólida quando aplicada. A tinta tem a função básica de proteger e embelezar as superfícies contra a 
ação do sol, da chuva, da maresia e de diversos outros agentes. Atualmente, são fabricados tipos com 
as mais diversas finalidades: luminescentes, que inibem o ataque de fungos, bactérias, algas e outros 
organismos, resistentes ao calor, à prova de fogo etc.
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ArquiteturA sustentável
 Observação
Existem ainda outros materiais que tambémconteúdo trabalhado neste livro-texto de Arquitetura 
sustentável.
Prédio sustentável imita estrutura do DNA
O arquiteto belga Vincent Callebaut projetou uma torre torcida que imita a dupla-hélice da molécula 
do DNA. O prédio unirá a microbiologia e a jardinagem vertical na cidade de Taipei, em Taiwan.
O edifício residencial usará plantas para parecer uma selva viva e deixar a construção sustentável. 
A ideia é que a construção incorpore também pomar, jardim vegetal, espaços e plantas medicinais e 
aromáticas, além de um sistema de captura de adubo e água da chuva.
Outro ponto de destaque da torre é que ela deverá funcionar parcialmente com energia solar. 
Uma chaminé de luz circular levará os raios solares para um sistema que fará uso da energia quando 
necessário. Colheita da água da chuva e compostagem também são itens da lista de tecnologias verdes 
que estará no prédio.
A torre com a forma de uma das estruturas moleculares mais famosas da ciência terá 20 andares, 
com 2 apartamentos por andar. O formato diferente da torre permite que os habitantes tenham uma 
vista pouco convencional. Dependendo de onde a pessoa estiver, a vista mudará e se transformará com 
a própria construção.
Os designers afirmam que a construção será toda feita com materiais reciclados ou recicláveis. O 
projeto está previsto para ficar pronto em 2016. 
Fonte: Daraya (2013).
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 Resumo
Os materiais de construção podem ser simples ou compostos, 
obtidos diretamente da natureza ou como resultado de trabalho 
industrial. É o conhecimento do profissional que permite a escolha 
dos materiais mais adequados a cada situação. Do seu correto uso 
dependem, em grande parte, a solidez, a durabilidade, o custo e a 
beleza (acabamento) das obras.
O fato de a madeira ser o resultado do crescimento de um ser vivo 
implica variações das suas características em função do meio ambiente 
em que a árvore se desenvolve. A essa variabilidade acrescenta-se que a 
madeira é produzida por diferentes espécies de árvores, cada qual com 
características anatômicas, físicas e mecânicas próprias.
A maioria dos problemas ambientais sociais e econômicos que o 
mundo de hoje enfrenta está localizada nas megalópoles, sendo ainda 
pior em países subdesenvolvidos, onde há falta de recursos. No Brasil, 
cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e outras do mesmo porte 
deparam-se com grandes desafios. O padrão de vida dos moradores 
dessas cidades vem decaindo rapidamente, os órgãos públicos são 
praticamente incapazes de agir com eficiência no planejamento, no 
controle e na execução de medidas eficazes para alterar o estado das 
coisas. 
New Songdo é uma tentativa de colocar em prática o conceito de 
Ubiquitous City (U-City), traduzido livremente como cidade ubíqua. Um 
ambiente ubíquo é aquele onde toda tecnologia de informação está 
aplicada e todos os sistemas estão interligados. Essa conexão pode ser feita 
de diferentes maneiras, desde simples redes sem fio até identificação por 
frequência de rádio.
Em outras palavras, um ambiente ubíquo pode ser usado facilmente, 
convenientemente e com segurança por qualquer pessoa, a qualquer hora 
e em qualquer lugar. Um ambiente ubíquo também pode ser chamado 
de onipresente. Casas, hospitais, empresas e outras esferas compartilham 
dados. Computadores e chips estão presentes em residências, ruas e 
escritórios.
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ArquiteturA sustentável
 Exercícios
Questão 1. Das questões a seguir, qual não está relacionada com os problemas das ilhas de calor?
A) O tamanho do terreno.
B) A orientação solar.
C) A forma e a altura da edificação.
D) A orientação e o tamanho das vedações transparentes.
E) As características do entorno da edificação.
Análise
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: apenas o tamanho do terreno em si, sem levar em consideração as demais características, 
não altera o microclima de uma região.
Questão 2. A eficiência energética é geralmente associada a que termo?
A) Menores preços.
B) Taxas mais acessíveis.
C) Maior consumo de energia.
D) Utilização racional de energia.
E) Má utilização de energia.
Análise
D) Alternativa correta.
Justificativa: pressupõe-se a adoção de medidas que permitam uma melhor utilização da energia, 
tanto no setor doméstico como no de serviços e industrial.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
PUT, J. Recycling of C&DW: success factors. In: Reciclagem de resíduos da construção e as normas 
técnicas para sua utilização, Anais. São Paulo, 2001.
Figura 2
LEITE. B. M. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com agregados reciclados 
de resíduos de construção e demolição. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia Civil)– Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.
Figura 3
Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2013.
Figura 6
Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2013.
Figura 7
Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2013.
Figura 8 
Disponível em: Acesso em: 11 abr. 2013.
REFERÊNCIAS
AGOPYAN, V. O desafio da sustentabilidade na construção civil. São Paulo: Blucher, 2011. 
ANGEOLETTO, F. Pelos quintais de Sarandi: ecologia urbana e planejamento ambiental. Minas Gerais: 
Editora PUC Minas, 2011.
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 
BREGATTO,	P.	R.;	D’AVILA,	M.	R.;	FERREIRA,	M.	S.	Coordenação modular e arquitetura: tecnologia, 
inovação e sustentabilidade. Unitau, São Paulo. Disponível em: . 
Acesso em: 14 abr. 2013.
69
BRUNDTLAND, G. H. Our common future: The World Commission on Environment and Development. 
Oxford: Oxford University, 1987. 
ERBER, P. Uma política energética para o desenvolvimento sustentável. Instituto Nacional de Eficiência 
energética, 2011. Disponível em: . Acesso em 11 abr. 2013.
FARIAS, L.; SELLITTO, M. Uso da energia ao longo da história: evolução e perspectivas futuras. 
Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 12, p. 7-16, 2011. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2013.
GOLDEMBERG, J. Energia e Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Blucher, 2010. 
HAYDÉE, L. Conheça os 10 edifícios sustentáveis do Brasil. Exame, São Paulo, 30 jan. 2013. Disponível 
em: . Acesso em: 8 abr. 2013.
HOGAN, D. J.; OJIMA, R.; MARANDOLA JR., E. População e ambiente: desafia a sustentabilidade. São 
Paulo: Blucher, 2010.
JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à metodologia de pesquisa e 
desenvolvimento. Tese (Livre Docência)– USP, São Paulo, 2000. 
LEITE, B. M. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com agregados reciclados 
de resíduos de construção e demolição. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia Civil)– Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.
MADEIRA tratada é opção econômica e sustentável na construção civil. Estado de Minas, Minas 
Gerais, 9 fev. 2011. Disponível em: . Acesso em: 8 abr. 2013.
MARINGONI, H. M. Perfis Gerdau Aço Minas. 2004. v. 4. (Coletâneado uso do aço)
OLMOS, F. Espécies e ecossistemas. São Paulo: Blucher, 2011. 
OS VERDADEIROS impactos da construção civil. AECweb. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2013.
PINTO, T. P. De volta à questão do desperdício. Construção, São Paulo, Ed. Pini, n. 2491, nov. 1995.
PRÉDIO sustentável imita estrutura do DNA. GreenBuilding, São Paulo, 27 mar. 2013. Disponível em: 
. Acesso em: 11 abr. 2013. 
70
TOMAZ, P. Aproveitamento da água da chuva. São Paulo: Navegar, 2003.
ZENID, G. J. Madeiras na construção civil. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de 
São Paulo S.A., [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2013.
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000são usados na construção 
civil, como vidro e isopor.
Agora que já temos uma pequena noção sobre os diversos tipos de material, veremos como a cadeia 
produtiva deles pode interferir no meio ambiente.
Para chegar ao mercado consumidor, todo e qualquer produto industrializado depende da participação 
de uma série de elementos, como matéria-prima, insumos, equipamentos, design, embalagens, que 
chamamos de cadeia produtiva. 
 Lembrete
A cadeia produtiva é o conjunto de diversos segmentos de produção 
e serviços (indústria de insumos, produtores, indústrias processadoras, 
distribuidores etc.) que se inter-relacionam e interagem no ambiente 
institucional em que se inserem.
A sinergia e a interação dos fornecedores desses elementos forma uma cadeia produtiva, cujos elos 
influenciam diretamente na competitividade do produto final.
Sabendo o quão abrangente uma cadeia produtiva pode ser, observaremos impactos que podem 
ocorrer com os materiais ao longo de sua produção.
Os impactos ambientais na produção de materiais para uso na construção civil começam já na sua 
extração, visto que muitas das matérias-primas (como argila, ferro, areia) não são renováveis.
A natureza levou eras geológicas para transformar uma rocha magmática em argilominerais; logo, 
não podemos imaginar que esses recursos são inesgotáveis. A cidade de São Paulo enfrenta problemas 
para a obtenção de areia para concreto, já que as jazidas próximas à capital foram totalmente utilizadas.
Outro impacto que podemos citar é relativo ao transporte dos materiais (matérias-primas para as 
indústrias ou mesmo dos produtos já industrializados para o canteiro de obras). Dependendo do modal 
de transporte adotado, os impactos podem ser maiores ou menores: se a opção for a mais comumente 
utilizada, ou seja, veículos que queimam combustível fóssil, maiores serão os impactos, tanto na emissão 
de poluentes (CO2) como na utilização de uma fonte não renovável de energia.
Uma vez na obra, os materiais são utilizados na fase de execução. Nessa etapa, há também a geração 
de resíduos, muitas vezes relacionada com as técnicas construtivas empregadas. Quanto menos otimizado 
for o processo construtivo, maiores serão as perdas e, consequentemente, a geração de resíduos. 
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Pronta a edificação, durante toda sua vida útil, haverá o consumo de energia, água e a geração de 
resíduos (sanitários, por exemplo). Quando, na fase de projeto, são levados em consideração os consumos 
desses materiais, podem-se desenvolver projetos em que a geração de resíduos é minimizada, bem como 
o consumo de energia elétrica e água.
Grande parte das obras passa por reforma ou mesmo chega ao limite de sua vida útil. Assim, atingimos 
a fase de demolição, na qual grandes volumes de resíduos são gerados.
Um dos materiais mais utilizados na construção civil é o concreto. O cimento portland está no 
centro dos problemas ambientais causados por esse material. Cerca de uma tonelada de dióxido de 
carbono (CO2), o principal responsável pelo efeito estufa, é emitido para cada tonelada de cimento 
produzido. De todos os materiais de construção, o cimento é o que mais emite CO2 na atmosfera durante 
sua produção. Sua fabricação envolve basicamente a queima de pedra calcária e de outros minerais a 
cerca de 1.500°C, criando um produto intermediário chamado clinker; cada tonelada desse material 
produzida na fabricação do cimento corresponde, aproximadamente, a uma tonelada de gás carbônico 
emitida na atmosfera, às custas, inclusive, de ponderável consumo de energia. A referência ao clinker 
justifica-se porque o cimento portland, atualmente, é um produto composto, ou seja, uma mistura 
homogeneizada do cimento portland comum, obtido da moagem do clinker, com aditivos minerais. A 
indústria de cimento mundial, ao produzir 1,6 bilhão de toneladas anuais desse material, é responsável 
pela parcela de 7% do total de dióxido de carbono lançado na atmosfera. O nosso país, com produção 
anual de 40 milhões de toneladas, contribui com 2,5% desse total.
Os concretos produzidos em todo o mundo consomem areia e outros agregados à razão estimada 
de 10 a 11 bilhões de toneladas por ano. A exploração, o processamento e o transporte dessa enorme 
quantidade de matéria-prima para produção de cimento e agregados consomem muita energia e afetam 
desfavoravelmente o meio ambiente. A indústria do concreto utiliza também grande quantidade de 
água potável, cerca de 1 trilhão de litros a cada ano, só como água de amassamento, à qual ainda se 
somam grandes parcelas de água de lavagem das concreteiras e de cura do concreto.
De acordo com Agopyan (2011), apesar da conscientização tardia, a construção civil vem tomando 
ações decisivas para se tornar menos agressiva à natureza, por meio de posturas cada vez mais proativas.
5.2 Aplicações nas edificações
Quando em um projeto especificamos os materiais e equipamentos a serem utilizados naquela 
edificação, estamos determinando não apenas as questões relacionadas à Arquitetura em si (estética, 
conforto, funcionalidade), mas também os impactos ambientais que serão gerados.
Entenda que não há qualquer construção que não gere impactos ao meio ambiente: todas geram. O 
que se deve fazer é mitigá-los. Uma vez entendido isso, cabe ao projetista escolher as melhores técnicas 
construtivas, bem como os materiais mais adequados para a diminuição dos impactos.
Já falamos sobre os impactos causados pela produção de cimento, o que leva qualquer profissional 
da área da construção a querer reduzir o consumo na obra. Para tanto, já existem variedades com 
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ArquiteturA sustentável
adições minerais, ou seja, parte do cimento é substituída por adições de resíduos de outras indústrias, 
como cinza de casca de arroz, resíduos de aciaria, materiais pozolânicos, entre outros.
Essas adições não diminuem a resistência do material, pelo contrário: o uso de cimentos com adição 
de pozolana apresenta maior ganho de resistência ao longo do tempo, além de produzir concretos mais 
impermeáveis; logo, com maior durabilidade.
Outra forma de diminuir o consumo de cimento é por meio do que os engenheiros chamam de 
estudo granulométrico, no qual as dimensões dos agregados são estudadas de tal forma que os espaços 
a serem preenchidos pelo cimento são reduzidos, levando a um menor consumo de concreto.
Quando o projetista opta pela utilização de estruturas metálicas, ele garante o uso de um material 
totalmente reciclável, como é o caso do aço. Além disso, as estruturas metálicas são muito mais leves 
do que as de concreto, o que diminui o peso total do edifício, levando a uma economia das fundações.
De acordo com Maringoni (2004), a relação entre o aço e a sustentabilidade pode ser listada:
•	 é	um	dos	materiais	mais	abundantes	da	Terra;
•	 a	energia	consumida	é	cogerada;	
•	 o	processo	é	controlado	e	não	lança	poluentes	na	atmosfera;
•	 consome	41%	menos	água	no	processo	que	o	concreto;
•	 todos	os	componentes	gerados	pela	produção	são	aproveitados;
•	 a	fabricação	da	estrutura	elimina	os	desperdícios	na	obra,	pois	o	processo	é	industrializado;
•	 o	menor	peso	da	estrutura	requer	fundações	menores,	diminuindo	o	impacto	das	mesmas	no	solo;
•	 a	rapidez	na	montagem	reduz	o	impacto	na	comunidade	local;
•	 permite	grandes	vãos,	fachadas	abertas	e	coberturas	que	facilitam	a	utilização	da	energia	solar;
•	 é	um	dos	componentes	da	construção	industrializada;
•	 sua	sucata	tem	alto	valor	agregado;
•	 o	processo	de	reciclagem	é	simples	e	eficiente;
•	 o	aço	é	100%	reciclável;	
•	 metade	da	produção	anual	de	aço	é	resultado	de	reciclagem.
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Para o biólogo Geraldo José Zenid, da Divisão de ProdutosFlorestais do Instituto de Pesquisas 
Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. (IPT), a madeira possui diversas propriedades que a tornam 
muito atraente em relação a outros materiais. São comumente citados o baixo consumo de energia para 
seu processamento, a alta resistência específica, as boas características de isolamento térmico e elétrico, 
além de ser um material muito fácil de ser trabalhado manualmente ou por máquinas.
O aspecto, no entanto, que distingue a madeira dos demais materiais é a possibilidade de produção 
sustentada nas florestas nativas e plantadas e nas modernas técnicas silviculturais empregadas nos 
reflorestamentos, permitindo alterar a qualidade da matéria-prima de acordo com o uso final desejado.
O fato de a madeira ser o resultado do crescimento de um ser vivo implica variações das suas 
características, em função do meio ambiente em que a árvore se desenvolve. A essa variabilidade 
acrescenta-se que a madeira é produzida por diferentes espécies de árvores, cada qual com características 
anatômicas, físicas e mecânicas próprias.
A madeira é um material higroscópico, sendo que várias de suas propriedades são afetadas pelo 
teor de umidade presente. Sua natureza biológica submete-a aos diversos mecanismos de deterioração 
existentes na natureza. Acrescenta-se às características negativas sua susceptibilidade ao fogo. Suas 
desvantagens podem ser eliminadas ou, ao menos, minimizadas, bastando para tal o emprego de 
tecnologias já disponíveis e de uso consagrado nos países desenvolvidos.
Uma reportagem publicada no jornal Estado de Minas tratou do uso sustentável da madeira na 
construção civil:
Madeira tratada é opção econômica e sustentável na construção civil
A utilização da madeira na construção civil e na decoração é cada vez mais recorrente, 
e quando o assunto é madeira tratada de florestas plantadas as vantagens são incontáveis. 
Além de ser 10% a 20% mais barato que estrutura com madeira nativa serrada barata, esse 
tipo de madeira tem beleza singular, oferece resistência a pragas, dura mais e é uma opção 
sustentável.
No entanto, esse material ainda não é muito utilizado no Brasil. De acordo com o diretor 
da ABPM (Associação Brasileira de Preservadores de Madeira), Flavio Carlos Geraldo, esse 
fator afeta o setor industrial-madeireiro nacional. “No Brasil o alicerce construtivo baseia-
se em construções feitas de alvenaria, bem diferente do que acontece nos Estados Unidos 
e Austrália”, constata.
Segundo ele, a falta de conhecimento interfere diretamente no uso da madeira tratada 
na construção civil. “Muitos arquitetos não conhecem os benefícios do uso desse material, 
que pode oferecer maior empenho nas composições estruturais, pois a robustez aliada ao 
tratamento químico resulta em longevidade, fica de 10% a 20% mais barato que estrutura 
com madeira nativa serrada, oferece boas características técnicas, beleza singular e acima 
de tudo é uma opção sustentável”, destaca Flavio.
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São produzidos por ano, no Brasil, 1,2 milhão de metros cúbicos de madeira tratada, 
considerando que 10% se destinam à construção civil, para os setores elétrico e ferroviário 
15%, os outros 60% ao setor rural, com a elaboração de mourões, esticadores, entre outros. 
Na construção civil como um todo não existe restrição para o uso da madeira tratada. As 
opções de projetos estruturais são várias, entre elas casas, pontes, passarelas, playgrounds, 
coberturas, mirantes, telhados, galpões.
(...) Segundo Flavio Carlos Geraldo, a madeira cultivada tratada na construção emprega 
muitos benefícios, além de ser ecologicamente correta, poupando o planeta e diminuindo a 
pressão sobre matas nativas. Considerado um recurso 100% renovável de ciclo curto, além 
de garantir maior durabilidade para peça final.
Fonte: Madeira... (2011).
6 O USO DA ÁGUA
6.1 A influência da arquitetura e do urbanismo na qualidade ambiental da 
água
A maioria dos problemas ambientais sociais e econômicos que o mundo de hoje enfrenta está 
localizada nas megalópoles, sendo ainda pior em países subdesenvolvidos, onde há falta de recursos. 
No Brasil, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e outras do mesmo porte se deparam com grandes 
desafios. O padrão de vida dos moradores dessas cidades vem decaindo rapidamente, os órgãos públicos 
são praticamente incapazes de agir com eficiência no planejamento, no controle e na execução de 
medidas eficazes para alterar o estado das coisas. 
Particularmente, o saneamento básico das grandes cidades brasileiras encontra-se numa situação 
caótica, principalmente no que diz respeito à coleta e ao tratamento dos esgotos domésticos e à 
drenagem urbana.
A ação do homem tem papel determinante para o estágio deplorável em que se encontra o 
saneamento básico no país. As causas determinantes são:
•	 remoção	 da	 cobertura	 vegetal	 nativa,	 o	 que	 causa	 o	 assoreamento	 de	 rios,	 influenciando	
diretamente no caminho natural percorrido pela água. A erosão, o aquecimento e a nebulosidade 
são fatores que não só estão ligados diretamente à drenagem urbana mas também com o meio 
ambiente;
•	 falta	de	profissionais	qualificados	para	execução	e	planejamento	de	obras	de	grande	e	médio	porte;
•	 impermeabilização,	 já	 que	 os	 terrenos	 antes	 cobertos	 com	 mata,	 hoje,	 com	 os	 aglomerados	
urbanos, são cobertos com asfalto, calçadas etc.;
•	 conscientização	da	população	em	geral	sobre	o	risco	que	pode	haver	ao	ocupar	áreas	de	mananciais	
de forma irregular, além de lixo jogado em via públicas, entupindo os bueiros e as bocas de lobo.
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A drenagem urbana tem sido desenvolvida dentro de premissas estruturais, em que os impactos 
são transferidos de montante para jusante sem nenhum controle de suas fontes. No escoamento, esse 
processo tem provocado aumento da frequência das enchentes, entupimento dos condutos e canais por 
sedimentos e a degradação da qualidade da água.
Dentro desse contexto, o controle da erosão urbana é fundamental tanto na manutenção da 
capacidade de escoamento do sistema de drenagem como na qualidade ambiental. As características 
da produção dos sedimentos em bacias urbanas e de seu controle dentro da experiência internacional 
são descritas. Buscando destacar indicadores que possam ser aplicados às condições de urbanização de 
cidades brasileiras, são apresentadas estimativas de produção de sedimentos para bacias urbanas em 
algumas cidades do país.
O desenvolvimento urbano brasileiro tem produzido aumento significativo na frequência das 
inundações, na produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da água.
À medida que a cidade se urbaniza, em geral, ocorrem os seguintes impactos: aumento das vazões 
máximas, devido ao aumento da capacidade de escoamento pelos condutos e canais e impermeabilização 
das superfícies; aumento da produção de sedimentos, devido à desproteção das superfícies e à produção 
de lixo; deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, ao transporte de material sólido 
e às ligações clandestinas de esgoto.
A partir do momento em que se retira a vegetação nativa, há um aumento significativo no volume do 
escoamento, pois não há mais vegetação para drenar a água. O aumento da velocidade de escoamento 
aumenta a produção de sedimentos, devido à desproteção do solo, tornando-o cada vez menos resistente 
à erosão. Isso ocorre no início do desmatamento para ocupação populacional e, por várias vezes, de 
maneira clandestina, colocando em risco o meio ambiente e a população.
Um exemplo claro de deposição de sedimentos e crescimento desordenados ocorreu com a região 
metropolitana de São Paulo, nas bacias do rio Tietê e Pinheiros. O solo frágil da cabeceira e a topografia 
acidentada resultaram num depósito de todo o material sólido ede frequentes cheias, sendo a dragagem 
desse material indispensável para minimizar os impactos.
Observa-se um sistema inapropriado de ocupação da população ribeirinha, exposta a inundações de 
áreas que antes não eram alagáveis, devido à subtração de espaço nas várzeas. 
Deve-se também lembrar de que a ocupação populacional traz consigo uma demanda excessiva com 
o meio ambiente, que, na maioria das vezes, é reformulada por técnicos e engenheiros; estes acabam por 
alterar o curso natural de rios com a construção de galerias pluviais e a canalização de rios, tudo isso 
para aumentar a área construtiva para moradia populacional.
A impermeabilização do terreno impede que a água pluvial infiltre-se no solo. Dessa forma, não 
há aumento no lençol freático, e sim aumento totalitário no pico da vazão, devido à aceleração do 
escoamento; porém, há uma drástica diminuição da condução de sedimentos.
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No Brasil, institucionalmente, a infraestrutura de microdrenagem é reconhecida como da 
competência dos governos municipais, que devem ter total responsabilidade para definir as ações no 
setor, ampliando-se essa competência em direção aos governos estaduais, na medida em que crescem 
em relevância as questões de macrodrenagem, cuja referência fundamental para o planejamento são 
as bacias hidrográficas. Assim, deve ser de competência da Administração Municipal, a Prefeitura, os 
serviços de infraestrutura urbana básica, relativos à microdrenagem e serviços correlatos, incluindo-
se terraplenagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de contenção de 
encostas, para minimização de risco à ocupação urbana. 
Quanto à extensão, não se dispõe de dados confiáveis em relação à drenagem urbana. Estima-se 
que a cobertura desse serviço, em especial a microdrenagem, atinja patamar superior ao da coleta de 
esgotos sanitários. 
Quanto à macrodrenagem, são conhecidas as situações críticas ocasionadas por cheias urbanas, 
agravadas pelo crescimento desordenado das cidades, em especial, a ocupação de várzeas e fundos de 
vales. De modo geral, nas cidades brasileiras, a infraestrutura pública em relação à drenagem, como em 
outros serviços básicos, apresenta-se insuficiente.
Na situação de bacias urbanizadas, a ocupação das margens, e mesmo da calha do rio, encontra-
se consolidada e, nesses casos, a renaturalização e mesmo uma revalorização ecológica são limitadas, 
restando ao administrador intervir a montante do trecho, buscando reduzir os picos de vazão.
As soluções para minimizar as enchentes devem ser voltadas à infiltração das águas superficiais para 
o solo. A seguir, algumas opções:
•	 pequenos	reservatórios	em	condomínios,	parques,	escolas;
•	 bacia	para	amortecimento	de	cheias;
•	 não	pavimentação	das	ruas;
•	 parques	e	áreas	gramados;
•	 medidas	de	apoio	à	população,	sistema	de	alerta,	de	evacuação	e	de	atendimento	à	comunidade	
atingida;
•	 programa	de	educação	ambiental;
•	 implantação	de	interceptores	de	esgotos,	viabilizando	futuro	tratamento.
6.2 O uso adequado da água
Já tratamos aqui sobre o ciclo da água e vimos que a quantidade dessa substância no planeta 
não se alterou, e nem irá se alterar. Os problemas decorrentes de sua falta se devem ao aumento no 
consumo de água potável, quer seja por parte da população, da indústria ou da agropecuária.
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Uma vez utilizada, ela se torna “suja”, ou seja, precisa voltar ao ciclo para tornar-se novamente 
potável. O que ocorre, no entanto, é que ela está demorando cada vez mais para retornar ao ciclo.
Há água suficiente para todos no planeta, mas algumas razões levam à escassez:
•	 a	não	distribuição	de	modo	uniforme	no	planeta.	Cerca	de	60%	de	toda	a	água	doce	estão	no	
território de menos de dez países. No Brasil, 78% estão nos rios da Amazônia. A região Sudeste, 
onde vivem mais de 40% da população brasileira, tem apenas 6%;
•	 superexploração	das	 reservas	de	água	e	alterações	nos	ecossistemas	que	sustentam	o	ciclo	da	
água, como os desmatamentos;
•	 a	demanda	não	para	de	crescer.	Nos	últimos	sessenta	anos,	a	população	mundial	duplicou	e	o	
consumo de água multiplicou-se por sete. Em vinte anos, a necessidade de água será 40% maior 
do que hoje. Nos países em desenvolvimento, aumentará mais de 50%; 
•	 desperdício	e	mau	uso.	Nas	grandes	cidades,	de	50%	a	70%	da	água	disponível	é	desperdiçada,	
começando nas redes de distribuição, que perdem de 40% a 60% da água que maneja;
•	 poluição	 (torna	a	 água	 imprópria	para	o	 consumo).	No	Brasil,	 80%	dos	 esgotos	domésticos	 e	
70% de efluentes industriais são lançados, sem tratamentos, nas águas de rios e lagos; 64% das 
empresas brasileiras não coletam o esgoto que geram.
A bacia hidrográfica do Alto Tietê, na região metropolitana da capital paulista, tem acesso a um 
volume de água reduzido, em virtude da limitação da captação. Para suprir suas necessidades, a 
alternativa foi trazer água de uma bacia vizinha, a do rio Piracicaba-Jundiaí-Capivari, que abastece a 
metade da metrópole paulistana. Atualmente, 58 municípios compartilham esse manancial.
A solução foi criar o Banco das Águas, um acordo que estabelece cotas de captação para a região 
metropolitana de São Paulo e para o conjunto dos municípios da região de Piracicaba. O sistema tem 
sido capaz de gerenciar o conflito de interesses no uso da água; contudo, não resolve o problema da 
escassez: a oferta continua sendo limitada diante da demanda atual. 
Resultado: entraves para instalação e ampliação de fábricas na região da bacia do rio Piracicaba, em 
virtude da dificuldade de obtenção de novas outorgas de uso de água.
Como agir, então?
Adoção de práticas e utilização de equipamentos que permitam a racionalização (uso mais eficiente), 
redução do desperdício, reúso e tratamento da água, com tecnologias e processos mais limpos e 
econômicos.
Os equipamentos de uso racional são aqueles que promovem uma redução significativa no consumo 
de água sem perder o conforto. Muitos são de fácil instalação, acessíveis, e podem promover reduções 
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em grande escala, chegando a 70% do consumo, dependendo do perfil do projeto e do tipo de aparelho 
empregado.
De nada adianta ter os melhores equipamentos se as atitudes continuarem as mesmas. Muitas vezes, 
a melhor economia está na prática consciente das pessoas, no cuidado diário e na manutenção dos 
equipamentos.
De acordo com a ONU, cada pessoa precisa de 110 l de água por dia para atender suas necessidades de 
higiene e de consumo. No Brasil, o consumo diário chega a ultrapassar 200 l, ou seja, há um desperdício 
considerável.
Para diminuir o consumo e o desperdício, algumas boas práticas para o uso racional da água podem 
ser adotadas, como: não deixar os equipamentos abertos sem necessidade, reduzir o tempo do banho, 
entre outros. Entretanto, estas são medidas individuais. Como medidas com caráter arquitetônico, temos 
a utilização de equipamentos economizadores.
Aliadas ao uso adequado, as tecnologias economizadoras são armas poderosas contra o desperdício. 
Elas podem controlar o volume de água usado, o tempo de uso ou os dois ao mesmo tempo. São elas: 
•	 dual flush: sistema de descarga com válvula que regula a quantidade de água liberada no vaso 
sanitário. No momento da descarga, pode-se optar pelo uso de 3 ou 6 litros;
•	 arejador:	acessório	para	torneiras	e	chuveiros	cuja	função	é	misturar	ar	à	água,	dando	a	sensação	
de maior volume. Torneiras com arejadores podem reduzir o consumo de água em até 75%;
•	 restritor	de	vazão:	instalado	em	torneiras,	regula	a	quantidade	de	água	expelida;	
•	 torneiras	com	fechamento	automático:	funcionampor	meio	de	um	sensor	ou	do	toque	de	um	
botão, que, acionados, liberam água por alguns segundos e voltam a fechá-la.
Já em jardins, podemos lançar mão do sistema de irrigação por gotejamento, que fornece uma vazão 
lenta e permanente de água à lavoura, gerando vários benefícios:
•	 redução	do	consumo	de	água;
•	 maior	qualidade	e	rendimento;
•	 menor	incidência	de	fungos	e	ervas	daninhas.
Na hora de construir uma casa ou um prédio, é preciso lembrar-se de que a água da chuva precisa ser 
drenada pelo solo. Coberto por cimento, ele torna-se impermeável, contribuindo para a ocorrência de 
enchentes. Existem tecnologias que permitem não só escoar a água da chuva como retê-la e reaproveitá-
la. Se aplicadas ao projeto de forma integrada, geram benefícios ambientais, além de economia para o 
empreendimento.
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Telhado verde
Telhado verde (ou teto vivo) é o nome dado para jardins instalados no topo de prédios ou casas. Como 
qualquer jardim, colaboram com a biodiversidade, embelezam a paisagem e retêm a água da chuva, 
evitando enchentes. Ainda, a camada de terra e a vegetação no telhado funcionam como excelente 
isolante térmico, evitando que o calor penetre na construção.
Pavimentos drenantes
Como o nome já diz, são coberturas permeáveis para o solo. Devido a sua permeabilidade, esses 
pavimentos permitem a drenagem da água da chuva, recarregando o lençol freático e a irrigação ativa 
da vegetação local. Podem ser compostos por blocos, placas pré-moldadas e até pavimentos asfálticos 
especiais.
Captação e reúso de água da chuva 
Permitem, ao mesmo tempo, combater enchentes, diminuir a demanda por água encanada e, 
claro, gastar menos. Embora não sirva para beber, a água da chuva pode ser usada em 90% das nossas 
atividades.
Reúso da água de chuveiros, lavatórios e tanques 
Não é só a água da chuva que pode ser reutilizada. Para isso, podem-se instalar pequenas estações 
de tratamento na construção ou mesmo lançar mão de ações simples, como utilizar um balde para 
aproveitar a água do chuveiro, do tanque ou da lavadora para lavar o quintal.
Além da drenagem da água da chuva, há muitos outros cuidados relacionados ao uso racional da 
água para se levar em conta na hora de construir, reformar, ampliar ou manter uma edificação.
•	 Se	captar	água	de	poços,	nascentes	ou	córregos	deve-se	devolvê-la	à	natureza	tão	limpa	quanto	
antes, ou ainda melhor.
•	 Planeje	 o	 paisagismo	 de	 forma	 inteligente.	 Próximos	 à	 construção,	 pequenos	 lagos	 ajudam	 a	
regular a temperatura. Já quando posicionados entre a construção e a direção de maior insolação, 
podem colaborar com a iluminação, refletindo luz natural para o ambiente interno.
•	 Construa	sua	edificação	em	local	seguro,	fora	de	regiões	onde	possa	haver	grande	fluxo	natural	
de água, para evitar ser atingido por enxurradas ou deslizamentos de terra.
•	 Proteja	os	reservatórios	de	água	da	incidência	do	sol	para	evitar	perdas	pela	evaporação.
•	 Use	a	gravidade	a	favor	da	construção.	Em	terrenos	inclinados,	armazene	água	nas	áreas	mais	
elevadas, deixando a distribuição por conta da gravidade.
•	 Crie	conexões	entre	os	elementos	do	projeto.	Por	exemplo:	a	água	dos	chuveiros	do	edifício	A	
pode ser direcionada para a irrigação de árvores que sombreiam o edifício B.
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•	 Evite	água	parada	para	impedir	contaminação.	Se	houver	pequenos	lagos,	onde	a	água	não	circula,	
insira espécies de peixes (de preferência, nativos) que se alimentem de larvas de mosquitos. Esvazie 
ou proteja todos recipientes com água parada.
•	 Para	bombear	água,	prefira	sistemas	que	dispensem	energia	elétrica,	como	rodas	d’água,	carneiros	
hidráulicos, bombas eólicas ou solares.
•	 Evite	 equipamentos	 tecnológicos	 que	 exijam	 manutenção	 dispendiosa,	 complicada	 ou	 muito	
frequente.
Aproveitamento das águas das chuvas
Outra forma de economizar água é fazer o aproveitamento de água da chuva. Para isso, pode-se 
construir e instalar um sistema usando a tecnologia da minicisterna, criada e desenvolvida baseada na 
norma ABNT NBR 15.527:2007: "Água de chuva – aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para 
fins não potáveis".
Os principais objetivos do aproveitamento da água da chuva são:
•	 incentivar	a	população	a	fazer	o	aproveitamento	correto	da	água	da	chuva;
•	 fazer	com	que	toda	casa	urbana	tenha	pelo	menos	um	sistema	simples	de	aproveitamento	da	
água de chuva;
•	 minimizar	o	escoamento	do	alto	volume	de	água	nas	redes	pluviais	durante	as	chuvas	fortes;
•	 usar	a	água	para	irrigações	nos	jardins	e	lavagens	de	pisos	externos.	Assim,	ela	vai	infiltrar	na	terra	
e ir para o lençol freático, preservando seu ciclo natural;
•	 usar	a	água	para	lavagens	de	pisos,	carros,	máquinas	e	nas	descargas	no	vaso	sanitário.
Antes de iniciar a construção de um sistema de aproveitamento da água da chuva, conheça um 
pouco mais sobre as chuvas que caem em sua região, os princípios e componentes básicos de um 
sistema de aproveitamento da água da chuva.
Quando se fala em tratamento de efluentes, o princípio mais importante é devolver a água tão limpa 
ou melhor do que se captou. 
Tratamentos naturais de efluentes 
Não dá para falar em sustentabilidade sem prever o tratamento dos efluentes (esgoto ou água 
residuais), que pode ser feito de forma natural e econômica. Em ambientes com disponibilidade de 
espaço para plantio de árvores ou arbustos frutíferos, a “água cinza” (aquela que sai de lavadoras, pias 
ou chuveiros) pode ser usada para irrigar plantas, com a vantagem de carregar nutrientes.
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Nos últimos anos, a tecnologia aplicada ao tratamento de água de piscinas evoluiu bastante, 
chegando até à eliminação dos produtos químicos industrializados. O mais comum hoje é usar 
geradores de ozônio, lâmpadas ultravioletas e salinizadores, que, além de estarem livres dos efeitos 
adversos dos produtos convencionais, demandam manutenção mais simples e proporcionam bem-
estar aos banhistas. Outra novidade interessante, ainda incomum no Brasil, são as piscinas naturais 
(ou biológicas), que utilizam plantas para fazer o tratamento da água.
 Observação
O Programa de Uso Racional da Água (PURA), criado pela Sabesp, obteve 
resultados expressivos ao ser empregado pela USP nos seus campi: reduziu 
o consumo de água em 36%, baixando o gasto anual de 17,57 para 14,66 
milhões de reais entre 1997 e 2005 (apesar de 96% de aumento de tarifa 
no período). 
 Saiba mais
Saiba mais sobre o PURA acessando:
A água da chuva é uma das formas de ocorrência de água na natureza e faz parte do processo 
de trocas do ciclo hidrológico. As chuvas são fundamentais para a recarga dos rios, dos aquíferos, 
para o desenvolvimento das espécies vegetais e também para carregar partículas de poeira e poluição 
existentes na atmosfera. A qualidade das águas pluviais pode variar em relação ao grau de poluição 
do ambiente. Os requisitos de qualidade e segurança sanitária das águas pluviais estão diretamente 
relacionados com o fim a que se destinam. O aproveitamento da água da chuva caracteriza-se por ser 
um processo milenar, adotado pelas civilizações astecas, maias e incas. Tomaz (2003) relata que um dos 
registros mais antigos do aproveitamento da água da chuva data de 850 a.C., referindo-se às inscrições 
na Pedra Moabita, no Oriente Médio, onde o rei Mesha sugere a construção de reservatórios de água de 
chuva em cada residência. O autor faz referência ainda ao Palácio de Knossos, na Ilha de Creta, onde há 
aproximadamente 2000 a.C. a água da chuva era aproveitada na descarga das bacias sanitárias.
Assim sendo, o aproveitamentoda água da chuva refere-se a um sistema relativamente simples, que 
consiste na captação, na filtragem, no armazenamento e na distribuição da água que cai no telhado da 
edificação. A tecnologia para o uso da água da chuva nas edificações é a soma das seguintes técnicas:
•	 coletar	a	água	que	precipita	no	telhado;
•	 eliminar	a	água	do	início	da	chuva	(descarte	inicial);
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•	 unidades	de	sedimentação,	filtragem,	tratamento	e	melhoria	da	qualidade	da	água;
•	 armazenar	a	água	da	chuva	em	reservatórios;
•	 abastecer	os	locais	de	uso;
•	 drenar	o	excesso	da	água	da	chuva,	em	caso	de	chuvas	intensas;
•	 completar	a	falta	de	água	em	caso	de	estiagem	prolongada.				
Em se tratando de sistemas de aproveitamento da água da chuva, a manutenção e higienização dos 
equipamentos componentes de tal sistema são fundamentais para a preservação da qualidade da água. 
Não obstante, ressalta-se que a superfície de coleta da água da chuva pode influenciar na qualidade 
da mesma, seja pelo material da superfície ou devido a substâncias presentes em tais superfícies, como 
fezes de aves e roedores, artrópodes e outros animais mortos em decomposição, poeira, folhas e galhos 
de árvores, revestimento do telhado, fibras de amianto, resíduos de tintas, entre outros, que ocasionam 
tanto a contaminação por compostos químicos quanto por agentes patogênicos. 
Devemos destacar algumas recomendações de suma importância na implantação de sistemas de 
aproveitamento da água da chuva nas edificações:
•	 a	desinfecção	da	água	da	chuva	armazenada	antecipadamente	ao	uso;
•	 a	higienização	frequente	do	reservatório	de	água	da	chuva;
•	 a	 análise	 da	 concepção	 do	 método	 de	 dimensionamento,	 a	 fim	 de	 subsidiar	 a	 escolha	 mais	
adequada a cada situação, preferencialmente aqueles que contemplem a abordagem holística do 
aproveitamento da água da chuva contextualizada na sustentabilidade hídrica;
•	 a	construção	de	sistemas	independentes	para	água	da	chuva	e	potável	a	fim	de	evitar	o	risco	de	
contaminação.
7 REDUZIR OS IMPACTOS NOS ECOSSISTEMAS 
7.1 Edifícios verdes
A preocupação ambiental tem se tornado cada vez mais frequente no mundo contemporâneo. 
Problemas como aquecimento global, poluição e escassez dos recursos naturais cobram da sociedade 
maior conscientização e adoção de práticas positivas voltadas para o desenvolvimento sustentável, que 
atendam às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras.
Nesse contexto, surge, no setor da construção civil, um novo tipo de imóvel, que está atraindo 
construtoras, incorporadoras e clientes. Trata-se dos green buildings (prédios verdes), construções 
ecologicamente corretas, limpas, sem desperdícios e com pouco impacto ambiental, possibilitando, 
ainda, economia de até 50% no consumo de água e de energia elétrica.
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A ideia principal é minimizar o uso de insumos e, ao mesmo tempo, ampliar a utilização de material 
renovável ou reciclável nas edificações como maneira de compensar a agressão à natureza decorrente 
do processo de crescimento vertical das cidades.
Os green buildings proporcionam grandes benefícios para seus consumidores. Quem não quer ter 
um apartamento claro, termicamente confortável, com ambiente saudável e que gaste menos água e 
energia?
Estudos realizados em prédios comerciais com a Certificação Verde (Leadership in Energy Leed and 
Environmental Design) comprovaram que há uma melhora efetiva no bem-estar de quem trabalha neles. 
Como exemplo, temos o caso da sede da empresa americana de biotecnologia Genzyme, localizada em 
Cambridge, nos Estados Unidos. A vista privilegiada proporcionada pela extensa fachada envidraçada 
e o teto de vidro parecem ter feito muito bem aos funcionários. A produtividade do pessoal que dá 
expediente na nova sede, inaugurada em 2004, aumentou 15%. Além disso, o índice de ausências devido 
a doenças tornou-se 5% menor que o registrado nos demais edifícios da companhia.
O edifício verde, além de beneficiar o meio ambiente, garante o bem-estar de seu usuário: faz bem 
para a saúde, para o bolso e para o planeta. Os green buildings são planejados para que os recursos 
naturais sejam otimizados, o que acaba por refletir na redução também da taxa condominial em até 
30%.
Para obter a Certificação Verde, vale investir em energia solar, sistema de sensores de presença, 
tecnologia para o reúso da água, churrasqueira ecológica (não produz fuligem nem consome carvão 
vegetal), medidores individuais de gás e água, para incentivar o controle dos recursos por apartamento, 
e sistema de ventilação natural.
O custo de construção de um edifício desse porte pode ser maior do que o de projetos convencionais 
(atualmente, cerca de 2% a 5%), mas esse valor extra acaba se pagando pela economia gerada depois 
que o edifício entra em operação (de 30% a 50% de economia dos recursos durante o uso e a ocupação 
do imóvel).
O Poder Público Municipal pode exercer papel importante no desenvolvimento e na implantação 
da construção sustentável das cidades. Por meio de significativas mudanças no Plano Diretor, o 
prédio verde poderá ter o mesmo grau de competitividade em valor que um prédio convencional. 
A prefeitura poderá, por exemplo, como incentivo, conceder mais pavimentos ao prédio verde, 
aumentando o índice de área construída. Poderá, ainda, reduzir o IPTU, implantar projetos de 
coleta seletiva de lixo etc.
Por outro lado, práticas atuais têm demonstrado que a adoção de soluções ambientalmente 
sustentáveis na construção não acarretam aumento de preço, se tomadas durante as fases de concepção 
do projeto. Em alguns casos, podem até reduzir custos.
Esse nicho de mercado é, hoje, um diferencial, mas no futuro se transformará em requisito, pois está 
dentro da necessidade urgente de melhores indicativos de qualidade de vida, que também implicam 
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meio ambiente saudável, tanto natural como artificial. De acordo com o Green Building Council, o Brasil 
ocupa hoje o quarto lugar no ranking de maior número de prédios verdes certificados, perdendo apenas 
para os Estados Unidos, os Emirados Árabes e a China. Ao todo, são 37 edifícios nessa categoria e 367 
em processo de certificação. Um levantamento feito pela organização mostrou que os prédios verdes 
permitem uma diminuição do consumo de energia de até 30% e queda da demanda de água em até 
50%.
Edifícios verdes não custam realmente muito mais do que os convencionais. Na realidade, reduzem 
as contas de energia e também agregam valor ao imóvel.
Materiais reciclados são também muito mais ecológicos do que os demais. Há uma demanda 
crescente por mercadorias que sejam ou possam ser recicladas na construção de casas. A reciclagem 
de materiais causa danos muito menores para o meio ambiente. Assim, estamos também seguindo o 
caminho das construções verdes apenas fazendo uso de produtos ecologicamente corretos.
Os materiais precisam ter um impacto insignificante para o ambiente, especialmente em termos de 
produção de resíduos, energia de emissão e capacidade de se reconstituir, a fim de diminuir os recursos 
retirados da natureza, devido à sua produção. O consumo de energia em edifícios verdes, particularmente 
pelo uso de “produtos verdes”, é considerado mais significativo do que aqueles desviados para longe dos 
aterros pela reciclagem durante a construção.
As iniciativas governamentais crescentes, os subsídios ao consumidor e o aumento do número 
de profissionais e construtores voltados para a indústria de construção de edifícios verdes 
contribuem para que essa tendência chegue a um novo patamar. O que começou com iniciativas 
isoladas em várias cidadesdos EUA aumentou, agora, para abranger toda a comunidade e bairros 
de grandes cidades, como Nova Iorque. Segundo uma pesquisa realizada em 2006, cerca de dois 
terços dos apartamentos construídos na cidade nesse ano teriam o uso de materiais e produtos 
ecologicamente corretos. Edifícios verdes são, com certeza, o nicho principal. Conceitos verdes 
começam a aumentar em todos os lugares, assim como o número de pessoas que querem reformar 
suas casas dentro desse conceito. 
Arquitetos e desenvolvedores estão se especializando cada vez mais para atender essa crescente 
demanda. Edifícios verdes são mais procurados e apreciados do que edifícios convencionais.
Apresentamos a seguir alguns edifícios sustentáveis construídos no Brasil. 
Rio de Janeiro, Porto Brasilis
A Gafisa conta ainda com outro empreendimento com o selo LEED, desta vez no Rio de Janeiro. O 
primeiro edifício comercial de alto padrão fica na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua São Bento 
e tem área total de 18.600 m², distribuídos em 16 pavimentos de escritórios e três de estacionamento. 
Dentre as características sustentáveis, estão o sistema de tratamento e reaproveitamento da água da 
chuva, medição individual do consumo de água e energia, uso de materiais de construção com baixos 
compostos orgânicos voláteis, louças e metais sanitários economizadores de água, reatores e lâmpadas 
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de alta eficiência, separação e armazenamento de lixo reciclável, vagas preferenciais para veículos com 
baixa emissão e recuperadores de energia instalados no sistema de exaustão dos sanitários.
Figura 6 – Porto Brasilis, Rio de Janeiro
São Paulo, JK 1455
O imponente prédio da avenida Presidente Juscelino Kubitschek, em São Paulo, conquistou a 
primeira certificação LEED ouro do país em novembro de 2012. Na realidade, o edifício passou por 
uma adequação para que sua estrutura passasse a ser sustentável, aprimorando várias técnicas para 
a redução do impacto ambiental. Com 13 pavimentos de escritórios, o prédio foi entregue em 2008 
pela Cyrela. Hoje, dentre as soluções verdes, estão estratégias para a redução do consumo de energia 
elétrica, melhor uso da água – já que não tem produtos químicos nas fontes do prédio, reaproveitando 
o líquido para as torres de resfriamento – e maior eficácia na limpeza, pois implementa políticas visando 
à eficiência com mínimo uso de produtos químicos.
Figura 7 – Edifício JK 1455, São Paulo
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Paraíba, Energisa 
Não são apenas os grandes centros que possuem prédios verdes. Prova disso é o conjunto de prédios 
da Energisa, que fica no sertão da Paraíba e tem o selo LEED. Como há escassez de recursos na região, além 
de o clima ser semiárido, a preocupação com a qualidade de vida do usuário foi o que motivou o projeto. 
Assim, o terreno de 10 mil m² recebeu um conjunto de prédios com 1.902 m² de área construída, erguidos 
com materiais renováveis, reutilizáveis e recicláveis, como madeira com certificação de reflorestamento, 
vidros laminados com baixo fator solar, tijolos cerâmico-prensados maciços e cercas de divisas com 
metal reciclado. Foram incorporados, ainda, recursos como telhas de alumínio com preenchimento de 
poliuretano para proteção térmica e acústica do ambiente e instalações com sistema de captação de 
água da chuva.
Figura 8 – Energisa, Pernambuco
Fonte: Haydeé (2013).
7.2 Minimização dos problemas de ilha de calor e impacto no microclima
É imprescindível a compreensão dos fatores climáticos locais (orientação solar, umidade do ar, ventos 
predominantes de cada local) para observar o custo versus os benefícios que podem ser obtidos pela 
utilização de estratégias de projeto que melhoram o conforto térmico de uma construção. Todavia, é 
importante que o custo seja analisado do ponto de vista do usuário final, pois os benefícios se estendem 
por toda a vida útil da edificação. 
Os fatores dinâmicos do clima afetam diretamente o desempenho térmico do edifício. Os ganhos 
e as perdas de calor da edificação também dependem de algumas variáveis arquitetônicas. Podemos 
destacar os seguintes fatores como influências térmicas dos elementos da arquitetura:
•	 as	características	dos	materiais	das	fachadas	externas	(expostas	às	condições	climáticas);
•	 a	cor	utilizada	nas	fachadas	externas;
•	 a	orientação	solar;
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•	 a	forma	e	a	altura	da	edificação;
•	 a	orientação	e	o	tamanho	das	vedações	transparentes;
•	 as	características	do	entorno	da	edificação;
•	 a	orientação	em	relação	a	ventilação;
•	 o	desempenho	das	aberturas,	quanto	às	possibilidades	de	 iluminação	natural,	 bem	como	suas	
devidas proteções à insolação inadequada;
•	 a	localização	estratégica	dos	condicionadores	de	ar	artificiais.
Vale ressaltar que cada região tem estratégias específicas para as soluções arquitetônicas a serem 
adotadas nas edificações, já que as cidades brasileiras apresentam características climáticas bem 
diferenciadas.
 Observação
Nas regiões predominantemente quentes do Brasil, a arquitetura deve 
contribuir para minimizar a diferença entre as temperaturas externas e 
internas do ar.
Um desempenho térmico satisfatório da arquitetura, com a utilização apenas de recursos naturais, 
pode não ser possível em condições climáticas muito rígidas. Mesmo nesses casos, devem-se procurar 
propostas que maximizem o desempenho térmico natural, pois, assim, se pode reduzir a potência 
necessária dos equipamentos de refrigeração ou aquecimento, visto que a quantidade de calor a ser 
retirada ou fornecida ao ambiente resultará menor.
Há também a possibilidade de não ser preciso o uso contínuo desses equipamentos nas épocas do 
ano cujas condições térmicas climáticas não sejam tão severas.
As diferenças quanto à umidade relativa do ar vão requerer partidos arquitetônicos distintos, em 
função da consequente variação da temperatura diária, a qual, basicamente, definirá as vantagens ou 
não da ventilação interna.
Tomando-se como referência a amplitude climática de um clima seco, por exemplo, o da cidade de 
Brasília, onde a mínima (noturna) é de 15,4°C e a máxima (diurna) de 30,7°C, vê-se que, idealmente, a 
arquitetura nos climas secos e quentes deveria possibilitar, durante o dia, temperaturas internas abaixo 
das externas e, durante a noite, acima. A ventilação não seria útil, pois o vento externo estaria, em um 
mesmo instante, ou mais frio ou mais quente que a temperatura do ar interno.
Desse modo, podem-se adotar partidos arquitetônicos que tenham, primordialmente, uma inércia 
elevada, a qual acarretará grande amortecimento do calor recebido e um atraso significativo no número 
de horas que esse calor levará para atravessar os vedos da edificação. Assim, é possível obter-se um 
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desempenho térmico tal do espaço construído, de modo que o calor que atravessa os vedos só atinja 
o interior da edificação à noite, quando a temperatura externa já está em declínio acentuado. Então, 
parte do calor armazenado pelos materiais durante o dia será devolvido para fora, não penetrando na 
edificação.
Outro fator a se considerar no projeto é o tamanho das aberturas. Já que não há conveniência 
de ventilação, pode-se ter pequenas aberturas, o que também facilitará a sua proteção de excessiva 
radiação solar direta.
Quanto à proteção da radiação solar direta, é vantajoso terem-se soluções arquitetônicas onde 
as construções sejam as mais compactas possíveis, para possibilitar que menores superfícies fiquem 
expostas tanto à radiação quanto ao vento, que normalmente, em clima seco,trazem também consigo 
poeira em suspensão.
As edificações no conjunto urbano podem ser pensadas de modo a se adotar em partidos onde 
estejam localizadas de maneira aglutinada, para fazerem sombras umas às outras.
A circulação urbana também pode ser planejada com características mais adequadas aos climas 
locais. Além dos aspectos topográficos do sítio no qual se assenta, a malha urbana pode ser direcionada, 
no caso de clima quente seco, prevendo que as ruas de maior largura sejam aquelas com direção leste-
oeste, pois a inclinação dos raios solares ao longo do ano não atingirá com muito rigor as fachadas 
voltadas para essas ruas.
O uso da água como elemento de alteração de microclimas também pode ser incorporado às 
construções, principalmente se localizadas nos pátios internos. Se as condições desses pátios forem 
tais que permitam que as paredes laterais opostas se autossombreiem em partes do dia, é possível criar 
condições microclimáticas bastante agradáveis nesses espaços, já que a maior umidade do ar resultará 
também em melhores condições térmicas.
7.3 Eficiência energética
No período clássico, Vitrúvio entendia a arquitetura como um espaço habitável que deveria equilibrar 
os aspectos estruturais, funcionais e formais.
Hoje em dia, a arquitetura também deve ser vista como um elemento que precisa ter eficiência 
energética, que pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. 
Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas 
condições ambientais com menor consumo de energia. Assim, o triângulo conceitual clássico de Vitrúvio 
pode ser acrescido de um vértice (o da eficiência energética), transformando-se no conceito ideal da 
arquitetura contemporânea.
Muito se tem ouvido falar sobre economia de energia elétrica em edifícios. Além das campanhas 
contra o desperdício que vêm sendo feitas, surgem cada vez mais equipamentos de baixo consumo e 
maior eficiência energética, como alguns eletrodomésticos. 
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Entretanto, além da utilização dos recursos tecnológicos, a elaboração de projetos que incluam 
estudos sobre o comportamento energético do edifício pode melhorar a eficiência da arquitetura.
O século XX foi particularmente fértil para a arquitetura e, hoje, o panorama arquitetônico é jovem e 
pluralista. Estilos como o pós-modernismo, o high-tech, o construtivismo e o desconstrutivismo mostram 
experiências significativas da preocupação crescente dos arquitetos com a melhoria da qualidade das 
edificações, inclusive considerando aspectos de eficiência energética e de conforto ambiental.
Da energia elétrica consumida no Brasil, 42% é utilizada por edificações residenciais, comerciais 
e públicas. No setor residencial, o consumo chega a 23% do total nacional, sendo que nos setores 
comercial e público chega a 11% e 8%, respectivamente.
Se os arquitetos e engenheiros tivessem mais conhecimento sobre a eficiência energética na 
arquitetura, em nível do projeto ou da especificação de materiais e equipamentos, esses valores poderiam 
ser reduzidos. Além de evitar a necessidade de maior produção de eletricidade no país, isso retornaria 
em forma de benefícios para os usuários, como economia nos custos da obra e no consumo de energia.
O consumo de energia elétrica no setor residencial foi o que mais cresceu nos últimos anos, sendo 
que o consumo total de energia no país quase triplicou nos últimos dezoito anos. Nesse ritmo, o 
potencial elétrico instalado no Brasil se tornará insuficiente em breve, tornando inevitável a construção 
de novas usinas e o consequente impacto ambiental. Também é importante ressaltar que as reservas 
de combustíveis necessários às usinas termelétricas vão diminuindo com o tempo e que não é possível 
construir hidrelétricas indefinidamente, pois são limitados os locais que viabilizam sua implantação. 
O cenário energético atual torna evidente para o mercado futuro de energia elétrica a necessidade de 
conservação.
 Observação
Eficiência energética pode ser definida como o aprimoramento que 
podemos fazer no consumo de energia.
Antes de se transformar em calor, frio, movimento ou luz, a energia sofre um percurso mais ou menos 
longo de transformação, durante o qual uma parte é desperdiçada e a outra, que chega ao consumidor, 
nem sempre é devidamente aproveitada. A eficiência energética pressupõe a implantação de estratégias 
e medidas para combater o desperdício de energia ao longo do processo de transformação desde que a 
energia é transformada e, mais tarde, quando é utilizada.
A eficiência energética acompanha todo o processo de produção, distribuição e utilização da energia.
Assim, têm-se multiplicado as iniciativas para a promoção da eficiência energética. Empresas, 
governos e ONGs por todo o mundo têm investido fortemente na melhoria dos processos e na pesquisa 
de novas tecnologias energéticas mais eficientes e amigas do ambiente, bem como no aproveitamento 
das energias renováveis. 
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A eficiência energética é frequentemente associada ao termo Utilização Racional da Energia (URE), 
que pressupõe a adoção de medidas que permitem uma melhor utilização da energia, tanto no setor 
doméstico como no de serviços e industrial. 
Por meio da escolha, aquisição e utilização adequada dos equipamentos, é possível alcançar 
significativas poupanças de energia, manter o conforto e aumentar a produtividade das atividades 
dependentes de energia, com vantagens do ponto de vista econômico e ambiental.
A eficiência energética não gira em torno apenas da utilização racional da energia, mas também, 
do ponto de vista arquitetônico, de edifícios que sejam projetados de forma a aproveitar/reaproveitar 
melhor os recursos naturais, como a iluminação e a ventilação natural, reaproveitamento da água das 
chuvas, aquecimento solar, entre outras alternativas que deixam o edifício eficiente e diminuem a 
necessidade de utilização de energia elétrica.
8 EXEMPLOS DE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
8.1 O caso da Coreia
New Songdo é uma tentativa de colocar na prática o conceito de Ubiquitous City (U-City), traduzido 
livremente como cidade ubíqua. Um ambiente ubíquo é aquele onde toda tecnologia de informação 
está aplicada e todos os sistemas estão interligados. Essa conexão pode ser feita de diferentes maneiras, 
desde simples redes sem fio até identificação por frequência de rádio.
Em outras palavras, um ambiente ubíquo pode ser usado facilmente, convenientemente e com 
segurança por qualquer pessoa a qualquer hora e em qualquer lugar. Um ambiente ubíquo também 
pode ser chamado de onipresente. Casas, hospitais, empresas e outras esferas compartilham dados: 
computadores e chips estão presentes em residências, ruas e escritórios.
New Songdo é a cidade ubíqua mais avançada do mundo, sendo construída do zero. Não é a primeira 
cidade da Coreia do Sul, no entanto. Dongtan, por exemplo, já oferece diversos serviços interligados de 
um ambiente. Contudo, New Songdo é considerada diferente pela aplicação do U-City em toda cidade 
e pelo aspecto global de negócios, uma vez que a cidade quer atrair companhias do mundo todo para a 
consolidação de um avançado complexo empresarial.
A área de construção ocupa 6 quilômetros quadrados (equivalente a 735 campos de futebol), 
localizada na costa de Incheon, cidade que fica a 65 quilômetros da capital Seul. A localização não é à 
toa, muito menos aleatória. Distante 15 minutos do Aeroporto Internacional de Incheon, New Songdo 
alcança um terço da população mundial em pouco mais de três horas de voo. Mercados regionais como 
Rússia, China e Japão estão muito próximos, o que faz dessa cidade o epicentro comercial asiático.
Na inauguração oficial, New Songdo terá 65 mil habitantes. Candidatosjá estão na fila. O primeiro 
bloco, com 2.600 apartamentos, foi posto à venda em 2006, e a procura foi de oito pessoas para cada 
apartamento. Outros 1.000 apartamentos devem ser colocados à venda, e todos devem ser vendidos 
mesmo em tempos de crise. Além dos habitantes, 300 mil pessoas trabalharão na região.
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Songdo tem o projeto para ser uma das cidades mais verdes do planeta. Um programa de 
comprometimento de sustentabilidade com seis objetivos pretende determinar um novo padrão para 
design ambientalmente responsável para outros projetos de larga escala em todo o mundo. Todos os 
prédios deverão ter certificados de padrões internacionais de design e construção sustentáveis.
O canal do parque central usará água do mar, economizando milhões de litros de água potável 
por dia. O consumo por sistemas de encanamento será reduzido em até 40% dependendo do projeto 
utilizado. A água das chuvas será utilizada ao máximo, devido ao tipo de clima e ao padrão de quantidade 
de chuva da região. Essa água será mais bem aproveitada por telhados especialmente desenvolvidos, os 
quais também amenizarão o efeito estufa.
Uma instalação movida a gás natural vai fornecer energia limpa e água quente para toda a cidade. 
As luzes das ruas serão de LED, mais eficientes. Um sistema centralizado de coleta será instalado para 
coletar lixo seco e molhado, eliminando a necessidade de usar veículos para isso; e 75% do lixo dos 
materiais de construção de Songdo poderá ser reciclado. Materiais reciclados, além dos produzidos ou 
manufaturados localmente, serão utilizados na maior extensão possível.
Cerca de 40% da cidade é de espaço aberto e todas as quadras levam pedestres a esses espaços. 
Todas as instalações terão, em contrato, determinações para utilizar métodos e oferecer produtos com 
nenhuma ou pouca emissão de carbono. Fumar será proibido em áreas públicas e prédios comerciais, 
exceto em áreas especiais para isso.
Segundo os desenvolvedores do projeto, New Songdo terá como objetivo diminuir o uso de veículos 
automotivos, considerado o grande responsável pela emissão de poluentes na Ásia. O transporte pelo 
distrito, incluindo metrô e ônibus, fornecerá acesso para residentes e visitantes. As paradas de ônibus 
estarão localizadas sempre a menos de 500 metros de todos os prédios residenciais ou comerciais. A 
extensão da linha de metrô de Incheon também ficará próxima de todas as áreas residenciais.
Nas ruas, 5% do espaço para estacionamento de cada quadra será destinado a veículos 
econômicos e com menor emissão de poluentes. Quadras comerciais terão mais 5% das vagas 
para carros com carona.
O sistema de estacionamento será subterrâneo ou coberto, para minimizar o efeito de calor urbano 
e deixar mais espaço aberto para pedestres. Garagens terão integração com infraestrutura necessária 
para carregamento de veículos elétricos, com objetivo de facilitar a transição para transportes de pouca 
emissão.
Uma rede de 25 quilômetros de pistas para bicicletas facilitará e incentivará o uso de transportes 
livres de carbono. Pistas para bicicletas serão extensamente disponibilizadas, e será possível até mesmo 
alugar bicicletas públicas. As pistas serão adjacentes a todas as ruas principais.
No canal, táxis aquáticos serão implantados. Talvez não tão românticos quanto os de Veneza, mas 
eficientes ecologicamente.
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ArquiteturA sustentável
 Saiba mais
Veja mais sobre New Songdo em: 
8.2 O Hidroanel
O Hidroanel Metropolitano de São Paulo é uma rede de vias navegáveis, composta pelos rios Tietê 
e Pinheiros, pelas represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando essas represas, 
totalizando 170 quilômetros de hidrovias urbanas.
O projeto, desenvolvido pela FAU/USP, baseia-se no conceito de uso múltiplo das águas, estabelecido 
na Política Nacional de Recursos Hídricos, que considera as águas um bem público e um recurso natural 
limitado, cujo uso deve ser racionalizado e diversificado, de maneira a permitir seu acesso a todos. 
A política prevê o transporte hidroviário na utilização integrada dos recursos hídricos, visando a um 
desenvolvimento urbano sustentável.
Ao transformar os principais rios da cidade em hidrovias, e considerando também suas margens 
como espaço público principal da metrópole, o caráter público das águas de São Paulo é reforçado. 
Dessa forma, os rios urbanos colocam-se como vias para transporte de cargas e passageiros, uso turístico 
e de lazer, além de contribuir para a regularização da macrodrenagem urbana. Criam-se, assim, áreas 
funcionais e lúdicas para a população.
O projeto do hidroanel também está alinhado às diretrizes da Política Nacional de Mobilidade 
Urbana, que tem entre seus objetivos contribuir para o acesso universal à cidade e mitigar custos 
ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e bens. Intimamente relacionados com 
o desenvolvimento urbano e bem-estar social, os bens deslocados na cidade são compreendidos no 
Estudo de Pré-viabilidade do Hidroanel como sendo as cargas públicas e comerciais que transitam no 
meio urbano.
As cargas públicas consideradas nesse estudo são sedimentos de dragagem de canais e lagos; lodo 
de ETEs e ETAs; lixo urbano; entulho; terra, solo e rocha de escavação. Segundo a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, a gestão integrada dessas cargas é de responsabilidade do poder público e devem ser, 
além de coletadas e transportadas, triadas e enviadas aos destinos ambientalmente adequados. Essa 
política é orientada sob os conceitos de logística reversa, instrumento de desenvolvimento econômico 
e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios e destinado a facilitar a coleta 
e a restituição dos resíduos sólidos a empreendimentos de cunho público ou privado. Assim, os resíduos 
podem ser reaproveitados no ciclo de fabricação de novos produtos, na forma de insumos, visando à 
redução e a não geração de rejeitos ou incineração.
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Conceitos norteadores
•	 Reestabelecer	os	 rios	urbanos	 como	principais	 eixos	 estruturadores	das	 cidades,	 com	parques,	
praças e bulevares fluviais às suas margens.
•	 Consolidação	de	um	território	com	qualidade	ambiental	urbana	nas	orlas	fluviais	que	comporte	
infraestrutura, equipamentos públicos e habitação social.
•	 Navegação	fluvial	urbana:	portos	de	origem	e	destino	inseridos	na	área	urbana.
•	 Navegação	 fluvial	 em	 canais	 estreitos	 e	 rasos	 em	 águas	 restritas	 (confinadas	 entre	 barreiras	
artificiais).
•	 Transporte	fluvial	urbano	de	cargas	públicas.
•	 Logística	reversa:	reinserção	no	mercado	dos	resíduos	sólidos	transformados	em	matéria-prima.
Cargas fluviais
•	 Públicas:
— sedimentos de dragagem de canais e lagos (carga pública pioneira);
— lodo das ETEs e ETAs;
— lixo urbano;
— entulho;
— terra: solos e rochas de escavações.
•	 Comerciais
— resíduos sólidos reversíveis comercializáveis, processados nos tri-portos (carga comercial 
pioneira);
— insumos para construção civil;
— hortifrutigranjeiros.
Portos
•	 Origem:	draga-portos,	lodo-portos,	trans-portos	e	eco-portos.
•	 Destino:	tri-portos.
•	 Passageiros:	turismo,	travessias	lacustres	em	represas.
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ArquiteturA sustentável
Números
•	 170	Km	de	extensão
•	 20	eclusas
•	 3	subsistemas
•	 3	tri-portos
•	 14	trans-portos
•	 60	eco-portos
•	 36	Draga-portos
•	 4	lodo-portos
•	 24	portos	passageiros
8.3 Outros exemplos
A seguir, uma reportagem que exemplifica o

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