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TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO 177 Aprendizagem é muito mais do que a memória. Para que os alunos realmente entendam e sejam capazes de aplicar o conhecimento, eles devem trabalhar para resolver problemas, descobrir coisas por si mesmos, trabalhar com ideias. O professor Daniel poderia ter dito a seus alunos que a fórmula para o volume de um cilindro é πr2h. Com a prática, eles seriam capazes de inserir números nessa fórmula e obter respostas corretas. Quanto isso significaria para eles e quão bem eles poderiam ter aplicado as ideias por trás da fórmula a outros problemas? A tarefa da educação não é despejar informações na cabeça dos alunos, mas envolver as mentes dos alunos com conceitos poderosos e úteis. O foco deste tópico é examinar maneiras de fazer isso. 2 QUAL É A VISÃO CONSTRUTIVISTA DE APRENDIZAGEM? Um dos princípios mais importantes da psicologia educacional e da aprendizagem é que os professores não podem simplesmente dar conhecimento aos alunos. Os alunos devem construir conhecimento em suas próprias mentes. Você pode facilitar esse processo ensinando de maneiras que tornem as informações significativas e relevantes para os alunos, dando a eles oportunidades de descobrir ou aplicar ideias por conta própria e ensinando os alunos a conhecer e usar conscientemente suas próprias estratégias de aprendizagem. Você pode dar aos alunos escadas que levam a uma compreensão mais elevada, mas os próprios alunos devem escalar essas escadas (MCCOMBS, 2010). As teorias de aprendizagem baseadas nessas ideias são chamadas de teorias construtivistas de aprendizagem. A essência da teoria construtivista é a ideia de que os alunos devem descobrir e transformar individualmente informações complexas se quiserem torná-las suas (SLAVICH; ZIMBARDO, 2012). A teoria construtivista vê os alunos constantemente verificando novas informações em relação às regras antigas e, então, revisando as regras quando elas não funcionam mais. Essa visão tem implicações profundas para o ensino porque sugere um papel muito mais ativo para os alunos em sua própria aprendizagem do que é típico em muitas salas de aula. Por causa da ênfase nos alunos como aprendizes ativos, as estratégias construtivistas são frequentemente chamadas de ensino centrado no aluno (BARNES, 2013b). Em uma sala de aula centrada no aluno, o professor se torna o "guia ao lado" em vez do "sábio no palco", ajudando os alunos a descobrir seu próprio significado em vez de dar aulas e controlar todas as atividades da sala de aula. 2.1 RAÍZES HISTÓRICAS DO CONSTRUTIVISMO A revolução construtivista tem raízes profundas na história da educação. Baseia-se fortemente no trabalho de Piaget e Vygotsky (lembre-se do Tópico 2 da Unidade 1), que enfatizaram que a mudança cognitiva ocorre apenas quando as concepções anteriores passam por um processo de desequilíbrio à luz de