Prévia do material em texto
Bet� - 93 SÍNTESE DE MACROMOLÉCULAS Do DNA ao RNA A informação genética direciona a síntese de proteínas Transcrição RNA-polimerases de células eucarióticas Início da transcrição em eucariotos: fatores gerais de transcrição Transcrição e processamento do RNA ocorrem simultaneamente no núcleo Processamento do RNAm Sinais para exportação nuclear Tradução: Do RNA à proteína Aminoácidos O Código Genético tRNA Moléculas adaptadoras que conectam aminoácidos aos códons Ligação do tRNA ao seu aminoácido correspondente Ribossomos Síntese proteica: INÍCIO Início da tradução em procariotos Síntese Proteica: Alongamento Síntese Proteica: Termíno Síntese de proteínas em polirribossomos Retículo endoplasmático A microscopia eletrônica tornou possível identificar dois tipos morfologicamente diferentes de retículo: o retículo endoplasmático granular ou rugoso (REG ou RER), que apresenta ribossomos acoplados à face citoplas mática de suas membranas, e o retículo endoplasmático agra nular ou liso (REA ou REL), que não contém ribossomos. Os ribossomos associam se às membranas do retículo na forma de polirribossomos, ou seja, quando estão unidos por meio de uma molécula de mRNA e, portanto, encontram se em plena atividade de síntese proteica. Essa associação sempre ocorre pela subunidade maior do ribossomo, enquanto a subunidade menor liga se ao mRNA. O tipo de retículo e a sua quantidade na célula variam entre os diferentes tipos celulares e de acordo com a atividade de síntese da célula. Além dos polirribossomos, outros aspectos também dife renciam o RER do REL. ● O RER, na maioria das células, é constituído por lâminas achatadas dispostas paralelamente. Suas cavidades podem apresentar- se mais ou menos dilatadas, de acordo com o estado funcional da célula. tipos de retículo, as quais serão abordadas separa damente. Em resumo, o RER está envolvido na síntese, na segregação e no processamento de proteínas constituintes de membranas e proteínas de secreção. ● O REL, por sua vez, mostra -se geralmente na forma de vesículas globulares ou como túbulos contorcidos, que podem ter continuidade com o RER. O REL, par ticipa da síntese de lipídios, de processos de desintoxicação, da degradação de glicogênio (desfosforilação da glicose-6-fosfato) e da regulação do Ca2+ intracelular. Na célula muscular estriada, o REL recebe o nome de retículo sarcoplasmático e é responsável pelo controle na concentração do Ca2+ envolvido na contração muscular. Além disso, realiza a síntese de esteróides nas células pertencentes às gônadas e às glândulas suprarrenais. Visualização do RE O retículo endoplasmático é visível apenas ao microscópio eletrônico, pois a espessura de suas membranas está abaixo do poder de resolução do microscópio óptico (microscópio de luz). Sua presença pode, no entanto, ser evidenciada ao microscópio de luz, desde que as células sejam coradas com corantes básicos. Essas porções coradas foram, inicialmente, denominadas de regiões basófilas do citoplasma e, posterior mente, de ergastoplasma (do grego ergazomai, elaborar). Em neurônios, essas porções basófilas foram denominadas cor púsculos de Nissl. Com o advento da microscopia eletrônica, constatou se que todas essas regiões correspondiam ao retí culo endoplasmático rugoso. Os métodos citoquímicos possibilitam detectar a ativi dade de uma determinada enzima que é específica da orga nela em estudo. No caso do retículo endoplasmático liso, a enzima glicose 6 fosfatase (G 6 Pase) é considerada mar cadora dessa organela, por essa especificidade. Essa enzima participa da obtenção de glicose a partir do glicogênio, na glicogenólise. DISTRIBUIÇÃO DE PROTEÍNAS Proteínas produzidas por polirribossomos Ainda que os polirribossomos possam estar associados à membrana do retículo, também existem polirribossomos dispersos, livres no citoplasma. Estes são res ponsáveis pela síntese das proteínas que devem permanecer no citosol ou serem incorporadas no núcleo, mitocôndrias, cloroplastos ou peroxissomos. Proteínas produzidas pelo RER As proteínas sintetizadas nos polirribos somos aderidos às membranas do retículo endoplasmático são aquelas destinadas a permanecer no próprio retículo, ser transportadas para o complexo de Golgi, formar lisossomos, compor membrana plasmática ou serem secretadas da célula.. Os peroxissomos adquirem parte de suas proteínas de membrana do RE, mas grande parte de suas enzimas entram diretamente a partir do citosol. As diferenças quanto ao local e ao tipo de síntese de proteí nas possibilitam classificar as células em quatro tipos gerais: ● Células que sintetizam ativamente proteínas que permane cem no citosol e não são segregadas nas cisternas do RER: nessas células, as proteínas são sintetizadas em polirribos somos livres no citosol, não presos ao retículo, que ocupam grande parte do citoplasma (Figura 10.3A). São exemplos desses tipos celulares os eritroblastos, as células embrioná rias e as de tumores de crescimento rápido ● Células que sintetizam e segregam proteínas nas cisternas do RER e exportam essas proteínas diretamente, sem acu mulá las em grânulos: nessas células, a síntese proteica é realizada por polirribossomos aderidos à face citoplasmá tica da membrana do RER. Elas apresentam complexo de Golgi desenvolvido, e, nelas, não há grânulos de secreção. São exemplos desse tipo celular os fibroblastos, que secre tam matriz extracelular, e os plasmócitos, que secretam anticorpos. ● Células que sintetizam proteínas que são segregadas nas cis ternas do RER passam para o complexo de Golgi e, depois, são acumuladas em grânulos, que geralmente permanecem nas células para uso posterior: é o caso dos leucócitos eosi nófilos, neutrófilos e monócitos, assim como dos macrófa gos, que apresentam no citoplasma grânulos que contêm proteínas e enzimas com diversas funções. ● Células que sintetizam, segregam e acumulam proteínas em grânulos de secreção, que serão exportados por exocitose: são exemplos as células secretoras exócrinas do pâncreas e da glândula salivar parótida, que produzem enzimas diges tivas empacotadas em vesículas ou grânulos envoltos por membrana que, sob o estímulo apropriado, serão secreta das para digerir os alimentos Formas de distribuição Poros nucleares: As proteínas que se movem do citosol para o núcleo são transportadas pelos poros nucleares que transpassam as membranas nucleares externa e interna. Esses poros funcionam como portões seletivos que transportam ativamente macromoléculas específicas, mas também permitem a difusão livre de moléculas menores. Translocadores: As proteínas que se movem do citosol para o RE, mitocôndrias ou cloroplastos são transportadas pelas membranas das organelas por translocadores proteicos localizados nas membranas. Diferentemente do transporte pelos poros nucleares, a proteína transportada normalmente deve se desdobrar (desenovelar, desnaturar) para atravessar a membrana com auxílio do translocador Transporte vesicular: As proteínas transportadas a partir do RE – e de um compartimento do sistema de endomembranas para outro – são carreadas por um mecanismo que é essencialmente diferente. Essas proteínas são transportadas por vesículas de transporte, que se desprendem da membrana de um compartimento e então se fundem com a membrana de um segundo compartimento. As sequências-sinal direcionam as proteínas para compartimentos corretos A síntese de praticamente todas as proteínas da célula se inicia nos ribossomos no citosol. As exceções são algumas proteínas de mitocôndrias e cloroplastos sintetizadas por ribossomos dentro dessas organelas. A maior parte das proteínas das mitocôndrias e cloroplastos, entretanto, é sintetizada no citosol e, subsequentemente, importada. O destino de uma molécula proteica sintetizada no citosol depende de sua sequência de aminoácidos, a qual pode conter um sinal de distribuição que direciona a proteína para a organela onde é necessária. ➔ O sinal de distribuição típico em uma proteína é um segmento contínuo da sequência de aminoácidos, emgeral com 15 a 60 aminoácidos de comprimento. Essa sequência-sinal é frequentemente (mas não sempre) removida da proteína madura, uma vez que a distribuição tenha sido executada. ➔ As sequências-sinal são, por si só, necessárias e suficientes para direcionar uma proteína para um determinado local. ➔ As sequências-sinal que especificam um mesmo destino podem variar, ainda que possuam a mesma função: propriedades físicas, como a hidrofobicidade ou a posição de aminoácidos carregados, parecem frequentemente ser mais importantes para a função desses sinais do que a sequência exata dos aminoácidos. Destinação de proteínas para mitocôndrias Embora ambas as organelas contenham os seus próprios genomas e sintetizem parte de suas próprias proteínas, a maioria das proteínas mitocondriais e dos cloroplastos é codificada por genes do núcleo e importada do citosol. Essas proteínas normalmente possuem uma sequência-sinal na região N-terminal que lhes permite entrar na sua organela específica. Proteínas destinadas a essas organelas são translocadas simultaneamente por meio de ambas as membranas, externa e interna, em sítios especializados onde as duas membranas estão em contato uma com a outra. Cada proteína é desnaturada à medida que é transportada, e sua sequência-sinal é removida após a translocação ser completada. As proteínas chaperonas dentro das organelas ajudam a transportar a proteína pelas duas membranas e enovelá-las, uma vez que estejam no interior da organela. O crescimento e a manutenção das mitocôndrias e dos cloroplastos não exigem apenas a importação de novas proteínas, mas também de novos lipídios para as membranas da organela. Acredita-se que a maior parte dos seus fosfolipídeos de membrana sejam importados do RE, o qual é o principal local de síntese de lipídios na célula. Proteínas mitocondriais precursoras são desnaturadas durante a importação. (A) A mitocôndria possui uma membrana interna e uma externa, que devem ser atravessadas para que uma proteína mitocondrial precursora entre na organela. (B) Para iniciar o transporte, a sequência-sinal mitocondrial na proteína mitocondrial precursora é reconhecida por um receptor na membrana mitocondrial externa. Esse receptor está associado com um translocador de proteína. O complexo de receptor, proteína precursora e translocador se difunde lateralmente na membrana externa até encontrar um segundo translocador na membrana interna. Os dois translocadores então transportam a proteína através das duas membranas, desnaturando a proteína nesse processo. Por fim, a sequência-sinal é clivada por uma peptidase-sinal na matriz mitocondrial. As proteínas são importadas para os cloroplastos por um mecanismo semelhante. As proteínas chaperonas, que auxiliam o deslocamento das proteínas através das membranas e as ajudam a se enovelar novamente, não estão representadas. Proteínas entram no RER enquanto são sintetizadas Diferentemente das organelas discutidas até agora, ele serve como ponto de entrada para proteínas destinadas a outras organelas, bem como para proteínas destinadas ao próprio RE. As proteínas destinadas ao aparelho de Golgi, endossomos e lisossomos, assim como as proteínas destinadas à superfície celular, são transportadas inicialmente ao RE, a partir do citosol. Uma vez no lúmen do RE, ou embebidas na membrana do RE, as proteínas individuais não retornarão ao citosol durante a sua jornada. Em vez disso, elas serão transportadas por vesículas de transporte, de organela para organela, no sistema de endomembranas, ou para a membrana plasmática. Dois tipos de proteínas são transferidos do citosol para o RE: 1. As proteínas hidrossolúveis são completamente translocadas pela membrana do RE e liberadas no lúmen do RE. As proteínas hidrossolúveis são destinadas para secreção (pela liberação na superfície celular) ou para o lúmen de uma organela do sistema de endomembranas. 2. As futuras proteínas transmembrânicas são translocadas apenas em parte pela membrana do RE e ficam nela embebidas. As proteínas transmembrânicas são destinadas a residir na membrana de uma dessas organelas ou na membrana plasmática. ➔ Todas essas proteínas são inicialmente direcionadas ao RE por uma sequência-sinal de RE, um segmento de oito ou mais aminoácidos hidrofóbicos, o qual também está envolvido no processo de translocação por meio da membrana. ➔ Ao contrário das proteínas que entram no núcleo, nas mitocôndrias, nos cloroplastos ou nos peroxissomos, a maior parte das proteínas que entram no RE iniciam a sua rota por meio da membrana do RE antes que a cadeia polipeptídica esteja completamente sintetizada. Isso exige que os ribossomos que estejam sintetizando as proteínas fiquem presos à membrana do RE. ➔ Há, entretanto, duas populações separadas de ribossomos no citosol. Os ribossomos ligados à membrana estão associados à face citosólica da membrana do RE (e da membrana nuclear externa) e estão produzindo proteínas que serão translocadas ao RE. Os ribossomos livres não estão presos a qualquer membrana e sintetizam todas as demais proteínas codificadas pelo DNA nuclear. ➔ Os ribossomos ligados a membranas e os ribossomos livres são estrutural e funcionalmente idênticos; eles diferem unicamente pelas proteínas que estão sintetizando em um determinado momento. Quando um ribossomo está sintetizando uma proteína com uma sequência-sinal de RE, a sequência-sinal direciona o ribossomo à membrana do RE. Como as proteínas com uma sequência-sinal de RE são translocadas à medida que estão sendo sintetizadas, nenhuma energia adicional é necessária para seu transporte; Proteínas solúveis são liberadas na luz do RE Dois componentes proteicos ajudam a guiar as sequências-sinal de RE para a membrana do RE: 1. Partícula de reconhecimento de sinal (SRP, do inglês signal-recognition particule), presente no citosol, liga-se ao ribossomo e à sequência-sinal de RE quando emerge do ribossomo, e 2. Receptor de SRP integrado à membrana do RE reconhece a SRP. Formação da proteína ➔ A ligação de uma SRP a um ribossomo que apresenta uma sequência-sinal de RE desacelera a síntese proteica daquele ribossomo até que a SRP se ligue ao receptor de SRP no RE. ➔ A SRP (ou PRS) liga se a seu receptor apenas quando uma molécula de GTP liga se a ambos. Quando a PRS interage com o receptor, desliga- se do complexo ribossomo cadeia polipeptídica, e a subunidade maior do ribossomo liga -se a um complexo proteico intrínseco à membrana do RER, prosseguindo a tradução. A hidrólise do GTP (formando GDP) faz com que a PRS dissocie se do seu receptor. ➔ A SRP é liberada, o receptor passa o ribossomo a um translocador de proteína na membrana do RE e a síntese proteica recomeça. O polipeptídeo é então conduzido através da membrana do RE por um canal no translocador. ➔ Dessa forma, a SRP e o receptor de SRP funcionam como acopladores moleculares, unindo ribossomos que estão sintetizando proteínas com uma sequência-sinal de RE e canais de translocação disponíveis na membrana do RE. ➔ Além de direcionar as proteínas para o RE, a sequência-sinal – que para as proteínas solúveis está quase sempre no N-terminal, a primeira extremidade a ser sintetizada – funciona para abrir o canal no translocador de proteína. Essa sequência permanece ligada ao canal, ao passo que o restante da cadeia polipeptídica é introduzido pela membrana como uma grande alça. Ela é removida por uma peptidase-sinal transmembrânica, que possui um sítio ativo voltado para a face luminal da membrana do RE. A sequência-sinal clivada é então liberada do canal de translocação para dentro da bicamada lipídica e rapidamente degradada. Uma vez que o C-terminal de uma proteína solúvel passou pelo canal de translocação, a proteína será liberada no interior do lúmen do RE. Sinais de início e de parada determinam o arranjo de uma proteína transmembrana na bicamada lipídica Nem todas as proteínas produzidas pelos ribossomos ligados ao RE são liberadas no lúmen do RE. Algumas permanecem integradas à membrana do RE, como proteínas transmembrânicas.O processo de translocação para tais proteínas é mais complicado do que para proteínas solúveis, uma vez que algumas partes da cadeia polipeptídica devem ser translocadas completamente através da bicamada lipídica, enquanto outras permanecem ligadas à membrana. No caso mais simples, em uma proteína transmembrânica com apenas um segmento transmembrânico, a sequência-sinal N-terminal inicia a translocação – como o faz para uma proteína solúvel. No entanto, o processo de translocação é interrompido por uma sequência adicional de aminoácidos hidrofóbicos, uma sequência de parada de transferência, mais adiante na cadeia polipeptídica. Neste ponto, o canal de translocação libera a cadeia polipeptídica crescente no interior da bicamada lipídica. A sequência-sinal N-terminal é clivada, enquanto a sequência de parada da transferência permanece na bicamada, onde forma um segmento α-helicoidal transmembrânico que ancora a proteína na membrana. Em consequência, a proteína se torna uma proteína transmembrânica de passagem única inserida na membrana com uma orientação definida – o N-terminal no lado luminal da bicamada lipídica e o C-terminal no lado citosólico. Proteínas com múltiplas passagens usam sequências de início de transferência interna para integrar-se na membrana do RE Em algumas proteínas transmembrânicas, uma sequência-sinal interna, em vez de uma N-terminal, é utilizada para iniciar a transferência da proteína; essa sequência-sinal interna, chamada de sequência de início da transferência, nunca é removida do polipeptídeo. Esse arranjo ocorre em algumas proteínas transmembrânicas nas quais a cadeia polipeptídica atravessa a bicamada lipídica. Nesses casos, acredita-se que as sequências-sinal hidrofóbicas trabalham aos pares: uma sequência interna de início da transferência serve para iniciar a translocação, que continua até que uma sequência de parada da transferência seja alcançada; as duas sequências hidrofóbicas são então liberadas na bicamada, onde permanecem como α-hélices transmembrânicas. Em proteínas complexas de passagem múltipla, nas quais várias α-hélices hidrofóbicas se distribuem na bicamada, outros pares de sequências de início e de parada da transferência entram em ação: uma sequência reinicia a translocação mais adiante na cadeia polipeptídica e outra termina a translocação e determina a liberação do polipeptídeo, e assim por diante para inícios e paradas subsequentes. Portanto, proteínas de passagem múltipla pela membrana são embebidas na bicamada lipídica à medida que são sintetizadas por um mecanismo semelhante ao funcionamento de uma máquina de costura Uma proteína transmembrânica de passagem dupla possui uma sequência-sinal de RE interna. Esta sequência interna (vermelho) não age apenas como um sinal de início da transferência; ela também ajuda a ancorar a proteína madura na membrana. Assim como a sequência-sinal de RE N-terminal, a sequência-sinal interna é reconhecida por uma SRP, que traz o ribossomo para a membrana do RE (não mostrado). Quando uma sequência de parada da transferência (laranja) entra no canal de translocação, este libera ambas as sequências na bicamada lipídica. Nem a sequência de início, nem a de parada da transferência são clivadas, e a cadeia polipeptídica inteira permanece ancorada à membrana como uma proteína transmembrânica de passagem dupla. As proteínas que transpassam mais vezes a membrana contêm outros pares de sequências de início e de parada, e o mesmo processo é repetido para cada par. Glicosilação inicial de proteínas Muitas das proteínas que entram no lúmen do RE ou na membrana do RE são convertidas em glicoproteínas no RE pela adição covalente de cadeias laterais de oligossacarídeos curtos ramificados compostos de múltiplos açúcares. Esse processo de glicosilação é catalisado por enzimas de glicosilação encontradas no RE e ausentes no citosol. . Os oligossacarídeos nas proteínas podem servir para várias funções. Eles podem proteger uma proteína da degradação, retê-la no RE até que seja apropriadamente processada (enovelada) ou auxiliar seu transporte para a organela apropriada, servindo como um sinal de transporte para o empacotamento da proteína em vesículas transportadoras adequadas. - No RE, os açúcares não são individualmente adicionados, um a um, à proteína para criar a cadeia lateral oligossacarídica. Ao contrário, um oligossacarídeo ramificado pré-formado, contendo um total de 14 açúcares, é anexado em bloco a todas as proteínas que possuem um sítio apropriado de glicosilação. O oligossacarídeo é originalmente ligado a um lipídio especializado, chamado dolicol, na membrana do RE; então é transferido para o grupo amino (NH2) de uma cadeia lateral de asparagina da proteína, logo após a imersão de uma asparagina-alvo no lúmen do RE durante a translocação proteica. Muitas proteínas são glicosiladas nas asparaginas no RE. Quando uma asparagina apropriada entra no lúmen do RE, ela é glicosilada pela adição de uma cadeia lateral ramificada de oligossacarídeos. Cada cadeia oligossacarídica é transferida como uma unidade intacta para a asparagina a partir de um lipídio denominado dolicol, em uma reação catalisada pela enzima oligossacaril-transferase. As asparaginas que são glicosiladas estão sempre presentes em uma sequência tri-peptídica asparagina-X-serina ou asparagina-X-treonina, onde X pode ser praticamente qualquer aminoácido. Exportação e degradação de proteínas do RE mal enoveladas A cavidade do RER tem chaperonas hsp70 semelhantes que impedem o dobramento prematuro ou incorreto das proteínas que penetraram na organela. Além disso, reconhecem segmentos incorretamente dobrados, e ajudam na correção dessa conformação. Se as chaperonas fracassarem, as proteínas mal dobradas saírão do RER para o citosol depois de atravessar o mesmo translócon que utilizaram para penetrar no RER. Esse fenômeno é denominado retrotranslocação. No citosol, as proteínas se combinam com ubiquitinas e são degradadas por proteossomas