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Estruturas de Concreto Armado I Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado • Introdução; • Pré-Dimensionamento das Estruturas de Concreto; • Cargas Atuantes nas Estruturas; • Elaboração das Plantas de Formas. • Apresentar o pré-dimensionamento das estruturas de concreto: serão apresentados os pré-dimensionamentos de lajes, vigas e pilares de concreto armado; • Apresentar as cargas atuantes nas estruturas e, por fi m, é apresentada a elaboração de plantas de formas. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado Introdução O pré-dimensionamento das estruturas de concreto é uma etapa importante para o cálculo estrutural. É nessa etapa que ocorre o arranjo dos elementos do Projeto de Arquitetura com os elementos constituintes das estruturas de concreto armado. A compatibilização da estrutura de concreto armado com o Projeto de Arquite- tura passa por cuidados como, por exemplo: • Espessuras de lajes que sejam compatíveis com suas finalidades; • Aberturas nas lajes que sejam compatíveis com sua estabilidade; • Alinhamento das espessuras das vigas com a posição e espessuras das paredes dos pavimentos; • Altura de vigas que não atrapalhem a circulação de pessoas e de veículos; • Posicionamento de pilares em posições em que existam paredes nos andares e nas quais não existam vagas de veículos nos subsolos. Pré-Dimensionamento das Estruturas de Concreto Na realização do pré-dimensionamento de uma estrutura, estão envolvidos fato- res como (Figura 1): • Interação da estrutura com o Projeto de Arquitetura; • Concepção do Projeto Estrutural; • Identificação dos elementos estruturais e suas características; • Aspectos construtivos; • Aspectos normativos. FATORES INTERVENIENTES NO PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS ASPECTOS CONSTRUTIVOS CONCEPÇÃO DO PROJETO ESTRUTURAL ASPECTOS NORMATIVOS IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS INTERAÇÃO DA ESTRUTURA COM O PROJETO DE ARQUITETURA Figura 1 – Fatores Intervenientes no Pré-dimensionamento de Estruturas Fonte: Acervo do conteudista 8 9 As estruturas são compostas por um conjunto de elementos que são interligados entre si e ao meio exterior, de modo a formar um conjunto estável às ações que poderão atuar durante sua vida útil. O pré-dimensionamento estrutural tem início com base no Projeto de Arquitetu- ra e consiste na concepção da estrutura. Essa etapa tem a intenção de determinar as dimensões iniciais das peças estru- turais (Figura 2): PRÉ-DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL PROJETO DE ARQUITETURA DIMENSÕES INICIAS DAS PEÇAS ESTRUTURAIS Figura 2 – Etapa de Pré-dimensionamento Estrutural Fonte: Acervo do conteudista É muito importante a interação entre a estrutura e os elementos que constituem o Projeto de Arquitetura. Deve haver estruturas que representem as melhores solu- ções para uma obra. Um pré-dimensionamento estrutural torna-se fundamental para o lançamento inicial dos componentes estruturais, observando-se as restrições e as possibilidades dos espaços. Uma das principais cargas a que as estruturas são submetidas é o seu próprio peso. Assim, é imprescindível que ele seja conhecido para que se possam ser di- mensionadas as diversas partes componentes das edificações. No início de um Projeto Estrutural, ainda não se conhece as dimensões das dife- rentes peças que compõem a estrutura. Assim, não se conhece seu peso próprio. Dessa maneira, tem-se um paradoxo: para saber o peso das peças estruturas é necessário saber as suas dimensões, mas para saber as dimensões, é preciso saber o peso. Para resolver esse paradoxo, foram desenvolvidos processos expeditos de pré- -dimensionamento das estruturas que, se não apresentam resultados exatos, apre- sentam resultados muito satisfatórios. As dimensões finais serão obtidas posterior- mente, com a realização dos cálculos estruturais. Assim, o pré-dimensionamento é um ponto de partida para que o Projeto Estru- tural seja realizado. Pré-dimensionamento de Lajes As lajes são os elementos estruturais que recebem e sustentam as cargas verti- cais acidentais que ocorrem nas edificações. Elas são estruturas planas e, geralmente, são retangulares, possuindo espes- suras pequenas. 9 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado Segundo a norma técnica ABNT NBR6118:2014 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento, as espessuras mínimas das lajes são: • 5cm: Lajes de cobertura não em balanço; • 7cm: Lajes de piso ou de cobertura em balanço; • 12cm: Lajes que suportem veículos de peso total maior que 30kN; • 15cm: Lajes com protensão apoiadas em vigas, (L/42) para lajes de piso bia- poiadas e (L/50) para lajes de piso contínuas; • 16cm: Lajes lisas (lajes apoiadas diretamente em pilar sem capitel) e 14cm para lajes-cogumelo (lajes apoiadas diretamente em pilares com capitéis). O pré-dimensionamento de lajes consiste na estimativa de sua espessura (h) (Figura 3), onde (L0) e o vão entre as faces internas das vigas e as espessuras das vigas são (t1) e (t2). LO L h t2/2t1/2 t2t1 Figura 3 – Vão da Laje de Concreto Fonte: Acervo do conteudista Os vãos de cada laje (L1) e (L2) são determinados pelas vigas que, normalmente, definem o seu perímetro. A única dimensão da laje que não se conhece é sua es- pessura (h). O vão da laje a ser utilizado no cálculo estrutural é denominado comprimento efetivo do vão (Lef), dado pela Expressão (1): L L a a a t e t ... a t ef 1 2 2 0� � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � 1 2 1 1 1 2 0 3 2 2 ... , �� �� � � � e t ...0 3 3 2 , 10 11 Onde: L0: Vão entre as faces internas das vigas. Para ter uma primeira alternativa de altura de uma laje maciça, onde (Lmenor) é o menor dos comprimentos efetivos da laje, tem-se: • Lajes sem balanço: h L min menor� � � 40 4... • Lajes em balanço: h L min menor� � � 15 5... • Lajes escada: h L min menor� � � 30 6... Pré-dimensionamentode Vigas Nas vigas, o que se conhece inicialmente é o seu vão. No caso de vigas biapoia- das, por exemplo, o vão é (L) e a espessura dos pilares na direção da viga (a1) e (a2) (Figura 4): L0 L a2/2a1/2 a2a1 h Figura 4 – Viga biapoiada Fonte: Acervo do conteudista Nas vigas contínuas, por exemplo, os vãos são (L1) e (L2) e as espessuras dos pilares na direção da viga (a1), (a2) e (a3) (Figura 5): 11 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado L01 L1 L02 L2 a2/2a1/2 a2 a3/2 a3a1 h1 h2 Figura 5 – Viga contínua Fonte: Acervo do conteudista Nas e vigas em balanço, por exemplo, o comprimento do balanço é (Lb) e a es- pessura dos pilares na direção da viga (a) (Figura 6): L0b Lb a2/2 a h Figura 6 – Viga em balanço Fonte: Acervo do conteudista A largura de uma viga (bw) deve ser sempre igual ou maior que 12cm e altura (h) mínima das vigas deve ser de 25cm (Figura 7): bw h Figura 7 – Seção Transversal de viga retangular Fonte: Acervo do conteudista 12 13 Para ter uma primeira alternativa de altura de uma viga, tem-se: • Vigas biapoiadas e sem balanços em suas extremidades: h L � � � 10 7... Onde: L: Comprimento do vão. • Vigas contínuas: h L m� � � 12 8... Onde: Lm: Comprimento do maior vão. • Vigas em balanço: h L b� � � 5 9... Onde: Lb: Comprimento do balanço. Os resultados obtidos nas expressões (7), (8) ou (9) devem ser arredondados para o múltiplo de 5 superior. Pré-dimensionamento de Pilares No pré-dimensionamento dos pilares, conhece-se apenas a sua altura, sendo necessário determinar qual a área de sua seção transversal (a x b). A Norma Técnica ABNT NBR6118:2014 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento, recomenda que as dimensões a e b sejam iguais ou maiores que 19cm, porém, em casos especiais, admitem que uma das dimensões seja de até 12cm, desde que a área da seção seja maior ou igual a 360cm2. Recomenda-se que a maior dimensão da seção transversal não seja muito supe- rior ao dobro da menor dimensão: b ≤ 2a. O carregamento de um pilar se altera em cada pavimento e pode ser estimado pelo método das áreas de influência, que é determinada a partir da metade da dis- tância entre os pilares vizinhos. Considera-se que cada (m2) de área de influência de cada laje contribuirá com 10kN de carga para o pilar, incluídos o peso próprio da laje, o peso das paredes e 13 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado os revestimentos e as cargas acidentais. Admite-se a contribuição da primeira laje, que está em contato com o solo, e da última laje, a mais superior, seja de apenas 5 kN/m2. A carga atuante nos pilares irá se acumulando de cima para baixo. Assim, quan- to mais baixo for o pilar, maior deverá ser a área de sua seção transversal. Ela depende da carga que ele está suportando no seu topo e da tensão admissível do concreto utilizado, não sendo levada em conta uma possível e provável flambagem ou flexo-compressão. Para efeito de pré-dimensionamento, adota-se um concreto de baixa resistência no cálculo da área inicial do pilar, com tensão admissível de cálculo, já considerando o coeficiente de segurança, igual a 10MPa ou 100kgf/cm2 (não permitido por nor- ma técnica), mas está a favor da segurança por resultar em pilares mais robustos. Assim, cada pilar deverá ser calculado individualmente. Cargas Atuantes nas Estruturas Ações são as causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas. Essas ações podem ser indiretas (deformações impostas) ou diretas (forças ou momentos). A estrutura deve resistir a todas as ações durante a sua vida útil, que é o período de tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais. As ações atuantes nas estruturas são permanentes, variáveis e excepcionais. Ações Permanentes São as ações que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida da construção. Também são consideradas permanentes as ações que crescem com o tempo, tendendo a um valor limite constante. Ações permanentes diretas • Peso próprio da estrutura; • Pesos dos elementos construtivos fixos; • Pesos de instalações permanentes; • Empuxo de terra quando não removíveis. 14 15 Ações permanentes indiretas • Retração do concreto; • Fluência do concreto; • Deslocamento de apoio; • Imperfeições geométricas; • Protensão. Ações Variáveis São as ações que ocorrem com valores que representam variações significativas em torno de sua vida média, durante a vida da construção. Ações variáveis diretas • Cargas acidentais previstas para o uso da construção – Cargas verticais de uso da construção, cargas móveis, considerando o impacto vertical, impacto late- ral, força longitudinal de frenação ou aceleração, força centrífuga; • Ação do vento; • Ação da água; • Ações variáveis durante a construção. Ações variáveis indiretas • Variações uniformes de temperatura; • Variações não uniformes de temperatura; • Ações dinâmicas. Ações Excepcionais No Projeto de Estruturas sujeitas a situações excepcionais de carregamento, cujos efeitos não possam ser controlados por outros meios, devem ser consideradas ações excepcionais com os valores definidos, em cada caso particular. O peso específico dos materiais é dado na Tabela 1. Tabela 1 – Peso Específi co dos Materiais Material γ (kN/m3) Rochas Naturais Ardósia 28 Granito, sienito, pórfiro 27 a 30 (28,5) Mármore e calcário 28 15 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado Material γ (kN/m3) Blocos Artificiais e Pisos Blocos vazados de concreto 14 Blocos cerâmicos furados 13 Blocos cerâmicos maciços 18 Blocos de concreto celular auto clavado 6,5 Blocos de vidro 9 Lajotas cerâmicas 18 Porcelanato 25 Argamassas e Concreto Argamassa de cal, cimento e areia 19 Argamassa e cal 12 a 18 (15) Argamassa de cimento e areia 19 a 23 (21) Argamassa de gesso 12 a 18 (15) Argamassa autonivelante 24 Concreto simples 24 Concreto armado 25 Metais Aço 77 a 78,5 (77,8) Alumínio e ligas 28 Bronze 83 a 85 (84) Chumbo 112 a 114 (113) Cobre 87 a 89 (88) Ferro fundido 71 a 72,5 (71,8) Latão 83 a 85 (84) Zinco 71 a 72 (71,5) Madeiras Cedro 5 Louro, Imbuia, Pau Óleo 6,5 Angico, Cabriúva 10 Champanhe, Ipê, Jatobá, Sucupira 11 Fonte: Adaptado da Norma ABNR NBR6120:2000 - Ações para cálculo de estruturas de edificações As cargas variáveis são apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 – Cargas Variáveis Local Carga Uniformemente Distribuída (kN/m2) Aeroportos Áreas de acesso público, circulações, sanitários 5 Lojas, duty free 5 Arquibancadas e tribunas Com assentos fixos 4 Com assentos móveis 5 Áreas técnicas Barrilete 1,5 As cargas devem ser validadas caso a caso, porém com os mínimos indicados nesta tabela Áreas técnicas em geral (fora da projeção dos equipamentos), exceto barrilete 3 CPD (centro de processamento de dados) 5 16 17 Local Carga Uniformemente Distribuída (kN/m2) Balcões, sacadas, varandas e terraços Residencial 2,5 Comercial, corporativos e escritórios 3 Com acesso público (hotéis, hospitais, escolas, teatros etc.) 4 Clubes Salão de esportes 5 Sanitário, vestiários 2 Quadras esportivas 5 Edifícios residenciais Dormitórios 1,5 Sala, copa, cozinha 1,5 Despensa, área de serviço, lavanderia 2 Salão de festas, salão de jogos 3 Academia 3 Quadras esportivas 5 Fonte: Adaptado da norma ABNR NBR6120:2000 - Ações para cálculo de estruturas de edificações Cargas em Balcões e Sacadas Conforme na Norma Técnica ABNT NBR6120:2000 – Ações para cálculo de estruturas de edificações, no caso de balcões e sacadas com acesso público, deve ser prevista a mesma ação uniforme distribuída atuante no ambiente com o qual se comunicam a ainda: • Ação horizontal na altura de 1,1m acima do piso acabado e perpendiculares ao eixo longitudinalda barreira (Tabela 3); • Ação vertical mínima de 2kN/m, além do peso próprio do guarda-corpo T. Tabela 3 – Forças horizontais em guarda-corpos e outras barreiras destinadas à proteção de pessoas Localização da Barreira Força Horizontal (kN/m) Passarelas acessíveis apenas para inspeção e manutenção . 0,4 Áreas privativas de unidades residenciais, escritórios, quartos de hotéis, quartos e enfermarias de hospitais Coberturas, terraços, passarelas etc. sem acesso público . 1,0 Escadas privativas ou sem acesso público, escadas de emergência em edifícios . 1,0 Escadas panorâmicas . 2,0 Áreas com acesso público (exceto os casos descritos nos itens a seguir) . 1,0(b) Zonas de fluxo de pessoas(a) em áreas de acesso público, barreiras paralelas à direção do tráfego das pessoas . 2,0(b) Zonas de fluxo de pessoas(a) em áreas de acesso público, barreiras perpendiculares à direção do tráfego das pessoas . 3,0(b) Áreas de possível acolhimento de multidões, galerias e shopping centers (exceto dentro das lojas), plataformas de passageiros . 3,0(b) 17 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado Localização da Barreira Força Horizontal (kN/m) Arquibancadas, escadas, rampas e passarelas em locais de eventos esportivos (Observação: por se tratar de projeto especial, deve-se consultar normas específicas). 2,0 Áreas de estoque (incluindo livros e documentos) e atividades industriais. 2,0 Fonte: Adaptado da norma ABNR NBR6120:2000 - Ações para cálculo de estruturas de edificações a) Compreende todas as áreas com acesso público e delimitadas por bar- reiras destinadas ao tráfego de pessoas num fluxo direcionado, incluin- do rampas, passarelas e escadas; b) Para barreiras sujeitas a eventos extremos (tais como superlotação, ma- nifestações, tumultos etc.), recomenda-se considerar uma força horizon- tal mínima de 5,0 kN/m. Onde houver pontos de ancoragem de cadeira suspensa (balancim individual) ou cabos de segurança para o uso de proteção individual a serem utilizados nos servi- ços de limpeza, manutenção e restauração de fachadas, a estrutura deve resistir a uma força concentrada de 15kN atuando em qualquer direção, em cada ponto de ancoragem, conforme a NR18 (2013) do Ministério do Trabalho. Essa força não precisa atuar concomitante às forças da Tabela 3. Ver a Norma Técnica ABNT NBR14718:2019 – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio (Figura 8). 19 cm 1 cm 110 cm 130 cm Enchimento Força horizontal (kN/m) Balcão ou Sacada Piso 2 kN/m Gmuro Figura 8 – Cargas Específicas em Balcões e Sacadas Fonte: Acervo do conteudista 18 19 • Exemplo 1 : Calcular o peso próprio de alvenaria revestida. Dados: • Bloco Cerâmico: largura → 90 mm; altura → 190 mm; comprimento → 190 mm γtijolo= 13 kN/m3 • Revestimento: argamassa mista → cimento, cal e areia γrev.= 19 kN/m3; espessura → 20 mm • Assentamento: argamassa mista → cimento, cal e areia γrev. = 19 kN/m3; espessura → 10 mm Solução : A Figura (9) apresenta o bloco cerâmico do Exemplo (1): 19 cm 9 cm 19 cm Bloco Cerâmico Figura 9 – Bloco Cerâmico do Exemplo (1) Fonte: Acervo do conteudista A Figura (10) apresenta um corte da parede de alvenaria do Exemplo (1): 2 cm 2 cm9 cm 13 cm Bloco CerâmicoRevestimento Revestimento Figura 10 – Corte da Parede de Alvenaria do Exemplo (1) Fonte: Acervo do conteudista 19 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado A Figura (11) apresenta uma vista da parede de alvenaria do Exemplo (1). [1] 100 cm 100 cm 1 cm 1 cm 19 cm [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] [9] [10] [11] [12] [13] [14] [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22] [23] [24] [25] 1 cm1 cm 19 cm Figura 11 – Vista da Parede de Alvenaria do Exemplo (1) Fonte: Acervo do conteudista Para construir 1 m2 são necessários 25 blocos cerâmicos que pesam: P kN blocos � � � �� �� �25 0 19 0 19 0 09 13 1 06, , , , Para a argamassa de assentamento: P arg.ass � � � �� �� � � � �� �� �5 0 09 0 01 1 00 19 5 0 09 0 01 1 00 19 0 17, , , , , , , kkN Para o revestimento em ambas as faces da parede: P kN P revestimento total � � � �� �� � � � 2 0 02 1 00 1 00 19 0 76 1 06 0 1 , , , , , , 77 0 76 1 99� �, , kN Portanto, o peso de 1m2 de alvenaria de bloco cerâmico, revestida com 2cm de argamassa em cada face é: q P kN/m total total� � � � 1 0 1 0 1 99 1 1 99 2 , , , , • Exemplo 2: Calcular a caga por metro quadrado da laje da Figura (12). Dados: • Espessura da laje → h = 10cm; Piso Angico; regularização → argamassa de cimento e areia; revestimento → argamassa e cal, cimento e areia. 20 21 Piso Camada de Regularização Laje Revestimento 2,0 cm 2,5 cm hLaje 1,5 cm Figura 12 – Corte da Laje do Exemplo (2) Fonte: Acervo do conteudista Solução: Laje → hlaje x γconcreto armado = 0,10 x 25 = 2,500 kN/m2 Piso → hpiso x γangico = 0,02 x 10 = 0,200 kN/m2 Regularização → hreg x γarg.reg. = 0,025 x 21 = 0,525 kN/m2 Revestimento → hrevestimento x γarg.revestimento = 0,015 x 19 = 0,285 kN/m2 qtotal = 3,510 kN/m2 Elaboração das Plantas de Formas As plantas de formas são elaboradas com a intenção de fornecer as medidas das formas dos elementos estruturais de concreto armado e devem ser elaboradas de forma clara, contendo as informações necessárias para a execução da obra de forma correta. As plantas de formas contêm as cotas para o posicionamento correto dos ele- mentos no pavimento e para a representação de suas dimensões, indicações de rebaixos (no caso de lajes e vigas), da continuidade de pilares e demais detalhes que forem necessários. Essas indicações têm o intuito de simplificar a interpretação da concepção. As informações contidas nas plantas de formas são representadas a partir dos seguintes elementos (Figura 13): • Textos: Eles devem ser posicionados em planta de forma adequada, de modo que possam ser facilmente lidos e associados aos elementos a que se referem, evitando dúvidas durante a execução; 21 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado • Cotas: Elas definem as dimensões dos elementos estruturais e a sua locali- zação no pavimento, além de serem utilizadas como referência para a confe- rência da obra executada. Por isso, as cotas devem ser incluídas no desenho sempre que necessário e adequadamente associadas à medida que se referem, evitando imprecisões; • Hachuras: São muito importantes para a correta execução do pavimento. A identificação das elevações de cada elemento estrutural, que pode ser reali- zada com textos e também com hachuras. A definição de hachuras para lajes com rebaixos e elevações, por exemplo, vigas invertidas e pilares que “mor- rem” e que “nascem”, tornam bastante clara a identificação de cada situação de projeto, evitando erros. Além disso, quando definidas de forma adequada, agregam muito mais clareza às plantas, elevam o nível de acabamento do desenho e causam uma ótima impressão ao cliente, o que tende a tomá-las indicador de qualidade do projeto; • Padrões de Impressão: A impressão da planta de forma, também, é fator importante para efetuar entregas de qualidade. O desenho impresso corres- ponde ao produto final do Projeto propriamente dito e é este que será, de fato, utilizado para a execução do pavimento. Impressões coloridas, com cores har- moniosas entre si e espessuras de linha adequadas, normalmente, são fatores que caracterizam uma impressão de qualidade. ELEMENTOS QUE REPRESENTAM INFORMAÇÕES NAS PLANTAS DE FORMAS HACHURAS COTAS PADRÕES DE IMPRESSÃO TEXTOS Figura 13 – Elementos que representam informações nas Plantas de Formas Fonte: Acervo do conteudista Assim, a planta de forma deve conter os seguintes elementos (Figura 14): • Cotas de todas as dimensões necessárias à execução da estrutura; • Numeração de todos os elementos estruturais; • Indicação da seção transversal das vigas e dos pilares; • Quando houver mudança de seção transversaldo pilar em determinado pa- vimento, deverão ser indicadas as duas seções junto ao nome do pilar: a que morre e a que continua; • Indicação de aberturas e rebaixos de lajes; 22 23 • Indicação de vigas invertidas; • Indicação de valor e localização de contra flecha em vigas e lajes; • Notas explicativas. Notas explicativas Indicação de contra �echas em vigas e lajes Indicação de vigas invertidas Indicação de aberturas e rebaixos de lajes Indicação da mudança de seção transversal de pilar Indicação da seção transversal das vigas e pilares Numeração de todos os elementos estruturais Cotas de todas as dimensões ELEMENTOS DAS PLANTAS DE FORMAS Figura 14 – Elementos das Plantas de Formas Fonte: Acervo do conteudista As notas explicativas das plantas de formas devem ter as seguintes informações mínimas (Figura 15): • Unidade das medidas utilizadas nos desenhos; • Classe do concreto (C-20, C-25 etc.); • Cobrimento da armadura; • Indicar as sobrecargas utilizadas no cálculo; • Outras informações necessárias à total compreensão do projeto; • Convenção de pilares indicando os pilares que nascem, continuam e morrem nos pavimentos. Convenção de pilares que nascem, continuam e morrem nos pavimentos Outras informações relevantes Sobrecargas utilizadas no cálculo Classe do concreto Cobrimento da armadura Unidades de medidas utilizadas NOTAS EXPLICATIVAS EM PLANTAS DE FORMAS Figura 15 – Notas Explicativas das Plantas de Formas Fonte: Acervo do conteudista No caso de lajes pré-fabricadas, treliçadas ou nervuradas, deve ser indicado: • O sentido da armação das nervuras ou vigotas; • A altura da laje; • A largura da laje; • A distância entre eixos da laje; 23 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado • A espessura da capa de concreto; • As características do elemento de enchimento; • Para as lajes treliçadas, a especificação da armação treliçada. Para as lajes cogumelo ou plana, deverão ser indicadas a posição e as dimensões dos capitéis. Nas plantas de formas, devem ser indicados os cortes, no mínimo nas duas di- reções principais da planta baixa e em regiões específicas (escadas, caixas d’água). Os cortes podem contemplar todos os pavimentos da estrutura em um mesmo desenho ou ser apresentados separadamente por pavimento, junto à respectiva planta de forma. 24 25 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Concreto Armado Eu te Amo Vai para Obra BOTELHO, M. H. C.; FERRAZ, N. N. Concreto Armado Eu te Amo Vai para Obra. 8.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015 (E-Book) v. 1. Introdução à Engenharia de Estruturas de Concreto FUSCO, P. B.; ONISHI, M. Introdução à engenharia de estruturas de concreto. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2017 (E-Book). Caderno de Receitas de Concreto Armado PILOTTO NETO, E. Caderno de Receitas de Concreto Armado. Rio de Janeiro: LTC, 2017 (E-Book). v. 1 – Vigas. Caderno de Receitas de Concreto Armado PILOTTO NETO, E. Caderno de Receitas de Concreto Armado. Rio de Janeiro: LTC, 2017 (E-Book) v. 3 – Lages. Curso Básico de Concreto Armado PORTO. T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso Básico de Concreto Armado. São Paulo: Oficina de Textos, 2014 (E-Book). 25 UNIDADE Pré-Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado Referências BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto Armado Eu te Amo. 8.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015 v. 1. (E-Book) ________.; ________. Concreto Armado Eu te Amo. 4.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015 v. 2. (e-book) FUSCO, P. B. Técnica de armar as estruturas de concreto. 2.ed.rev.ampl. São Paulo: Pini, 2013. 26