Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

CONFLITOS TRABALHISTAS E MEIOS DE RESOLUÇÃO
Prof: ESP. JOAO STEIN
Faculdade Anhanguera
Curso de Direito
Conflitos trabalhistas
Conflitos individuais 
Divergências de interesses entre o empregado e o empregador, acerca de condições de trabalho individuais do empregado
Envolvem a execução do contrato individual de trabalho (direitos e deveres de ambas as partes) - interesses concretos e particulares
Controvérsia, dissídio individual, reclamação trabalhista
Conflitos trabalhistas
Conflitos coletivos 
Divergências de interesses entre os trabalhadores, coletivamente considerados, e os respectivos empregadores ou grupos de empregadores, acerca de condições de trabalho
Não é pelo critério quantitativo que se verifica um conflito coletivo, mas sim qualitativo: pretensão resistida + presença de uma entidade sindical
Conflitos coletivos de trabalho
 Natureza econômica: visam a melhoria das condições de trabalho, com a criação de normas jurídicas que incidirão sobre os contratos individuais de trabalho (questões salariais e remuneratórias em geral)
Natureza jurídica: visam o cumprimento ou a interpretação de norma pré-existente
Formas de composição dos
 conflitos coletivos de trabalho
Autodefesa: solução direta pelos próprios litigantes, com a imposição da vontade de uma parte sobre a da outra
Autocomposição: solução também é direta, mas não pela imposição e sim pelo acordo
Heterocomposição: a solução é imposta por uma fonte suprapartes
Formas de composição dos
 conflitos coletivos de trabalho
Autotutela: solução direta pelos próprios litigantes, com a imposição da vontade de uma parte sobre a da outra
Autocomposição: solução também é direta, mas não pela imposição e sim pelo acordo
Heterocomposição: a solução é imposta por uma fonte suprapartes
Autotutela: a Greve
Eduardo J. Couture: a greve é um meio de autotutela à disposição do operariado para suprir a lacuna da proteção social ou da proteção legal.
Lei de Greve (Lei 7.783/89), art. 2º:
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Autotutela: a Greve
Podemos entender a greve como: a suspensão temporária da prestação de serviços, com o fim de pressionar o empregador a ceder diante de reivindicações profissionais.
Natureza jurídica da Greve
Valoração pelo Direito
Negativa: um ato ilicíto
Indiferente: uma liberdade
Positiva: um direito
Nos Estados democráticos modernos: a greve é considerada um direito do trabalhador
Natureza Jurídica da Greve
CF, Art. 9º: É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Lei de Greve (Lei 7.783/89), Art. 3º: Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho. 
Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação.
Titularidade da Greve
Direito individual do trabalhador, mas que é exercido de forma coletiva, mediante declaração do sindicato
Art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços. 
§ 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quorum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve.
Serviços essenciais na Greve
São necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população
O art. 10 lista as atividades consideradas essenciais.
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Garantias dos grevistas
Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:
I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;
II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.
§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
§ 2º É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento.
§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
Efeitos da Greve no contrato de trabalho
Art. 7º A participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho
SUSPENSÃO: SEM TRABALHO, SEM SALÁRIO SEM CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO
INTERRUPÇÃO: SEM TRABALHO, COM SALÁRIO, COM CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO
É POSSÍVEL CONVERTER A SUSPENSÃO EM INTERRUPÇÃO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Requisitos da Greve
Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.
Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação.
Art. 13 Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
Lockout
Lockout: o empregador impede que os seus empregados, total ou parcialmente, adentrem nos recintos do estabelecimento empresarial para laborar. 
O objetivo é desestabilizar emocionalmente seus empregados para que desistam de pleitear maiores salários, etc, pois, em regra, no período do lockout aquele não paga a remuneração de seus funcionários, causando temor entre estes. 
É prática vedada no Brasil
Lei 7.783/89 (Lei da Greve):
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout).
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação.
Autocomposição
Negociação coletiva: acordo coletivo ou convenção coletiva
Conciliação (art. 764)
Mediação extrajudicial (Decreto 10.854/2021) ou pré-processual (Ato n. 168/TST.GP, de 4 de abril de 2016)
Conciliação
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório.
Conciliação
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
§ 1º Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Mediação
A mediação pode ser extrajudicial, quando realizada pelo Ministério do Trabalho e Previdência ou pelo Ministério Público do Trabalho, também se concebendoa mediação judicial, quando realizada pelas autoridades da própria Justiça do Trabalho, quando já instaurado o dissídio coletivo ou na fase pré-processual.
Mediação extrajudicial
Art. 33.  A mediação de conflitos coletivos de natureza trabalhista, quando exercida no âmbito do Ministério do Trabalho e Previdência, observará o disposto neste Capítulo.
Art. 34.  Os trabalhadores, por intermédio de entidades sindicais representantes, e os empregadores, por si ou por intermédio de entidades sindicais representantes, poderão solicitar à Secretaria de Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência a realização de mediação, com vistas à composição de conflito coletivo.
Art. 35.  A designação de mediador de que trata o art. 34 será sem ônus para as partes e recairá sobre servidor público em exercício no Ministério do Trabalho e Previdência, inclusive integrantes da carreira de Auditor-Fiscal do Trabalho.
Art. 36.  Na hipótese de haver consenso entre as partes, o mediador deverá lavrar a ata de mediação, que tem natureza de título executivo extrajudicial, nos termos do disposto no inciso II, in fine, do caput do art. 784 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.
Parágrafo único.  Na hipótese de não entendimento entre as partes, o mediador deverá:
I - encerrar o processo administrativo de mediação; e
II - lavrar a ata de mediação.
Heterocomposição
Arbitragem
CF, art. 114, § 1º: “Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros”
Litígios direitos patrimoniais disponíveis (Lei 9.307/96)
Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
Sentença arbitral terá força de sentença judicial e poderá ser executada judicialmente em caso de descumprimento por uma das partes, Lei 9.307/96)
Heterocomposição
Jurisdição
CF, art. 114, § 2º: “Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente” 
Dissídio coletivo e “poder normativo” da Justiça do Trabalho (com tentativa de conciliação obrigatória)
A questão do “comum acordo”
Heterocomposição
Jurisdição
CF, art. 114, § 3º: “Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito” 
Lei de Greve: 7.788/89
Heterocomposição
Jurisdição
CF, art. 114, § 3º: “Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito” 
Lei de Greve: 7.788/89
Dissídio Coletivo
É uma ação judicial que tem como objetivo resolver um conflito coletivo.
Conflito pode ser de natureza jurídica (normas pré-existentes), econômica (criação de novas normas) ou de greve.
Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica
Aquele em que o objetivo das partes é a (re)interpretação de cláusulas previstas em instrumentos normativos coletivos já existentes diante de uma determinada categoria para uma aplicação mais justa junto às partes envolvidas.
Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica
(OJ) nº 7 da Seção de Dissídios Coletivos (SDC): 07. DISSÍDIO COLETIVO. NATUREZA JURÍDICA. INTERPRETAÇÃO DE NORMA DE CARÁTER GENÉRICO. INVIABILIDADE. (inserida em 27.03.1998) Não se presta o dissídio coletivo de natureza jurídica à interpretação de normas de caráter genérico, a teor do disposto no art. 313, II, do RITST.
Segundo tal entendimento, o litígio há que ser particularizado e restrito ao âmbito do suscitante.
Dissídio Coletivo de Natureza Econômica
São aqueles que criam, alteram ou extinguem normas relativas ao trabalho, ou seja, criam-se condições de trabalho que refletem na esfera econômica.
Dissídio Coletivo de Greve
Representa um misto de interesses coletivos (= econômico e jurídico). Isso porque, primeiro há uma análise da situação para dizer se a greve é abusiva ou não (interesse de natureza jurídica) e, em segundo lugar, há uma criação de normas jurídicas para regular a relação entre as partes envolvidas (natureza econômica). Logo, assume dupla característica.
Dissídio Coletivo de Greve
Representa um misto de interesses coletivos (= econômico e jurídico). Isso porque, primeiro há uma análise da situação para dizer se a greve é abusiva ou não (interesse de natureza jurídica) e, em segundo lugar, há uma criação de normas jurídicas para regular a relação entre as partes envolvidas (natureza econômica). Logo, assume dupla característica.
Req	uisitos do Dissídio Coletivo
Os requisitos para instaurar o dissídio coletivo, conforme a legislação trabalhista são:
i. negociação prévia (ver art. 616, §4º da CLT e art. 114 da Constituição Federal de 1988) 
ii. aprovação em assembleia da categoria profissional (art. 859, CLT).
Competência do Dissídio Coletivo
O dissídio coletivo é ajuizado diretamente no Tribunal Regional do Trabalho; se a discussão se estender por mais de um TRT, a competência será do Tribunal Superior do Trabalho (TST). → Um dissídio coletivo não será julgado em uma Vara do Trabalho
Competência do Dissídio Coletivo
Os empregados de uma empresa com filiais em São Paulo e Rio de Janeiro estão tentando negociar com a empresa, mas as tentativas não deram certo. Eles decidem ajuizar dissidio coletivo. De quem será a competência?
Sentença Normativa
A decisão do dissídio criará uma norma jurídica eficaz para empregadores e trabalhadores/empregados e tem o nome de sentença normativa.
CORPO DE SENTENÇA E ALMA DE LEI
Prazo de validade: ATÉ 04 anos (art. 868, paragrafo único, CLT)
Legitimidade no Dissídio Coletivo
Art. 857 - A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais
Art. 859 - A representação dos sindicatos para instauração da instância fica subordinada à aprovação de assembléia, da qual participem os associados interessados na solução do dissídio coletivo
Legitimidade no Dissídio Coletivo
Art. 857 - A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais
Art. 859 - A representação dos sindicatos para instauração da instância fica subordinada à aprovação de assembléia, da qual participem os associados interessados na solução do dissídio coletivo
image1.jpeg

Mais conteúdos dessa disciplina