lista-de-exercicios-economia-e-sociedade-do-ouro-354790 (2)

Prévia do material em texto

<p>Questão 01 - (UNICAMP SP)</p><p>Tanto que se viu a abundância do ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo</p><p>o que lá ia, logo se fizeram estalagens e logo começaram os mercadores a mandar às</p><p>Minas Gerais o melhor que chega nos navios do Reino e de outras partes. De todas as</p><p>partes do Brasil, se começou a enviar tudo o que dá a terra, com lucro não somente</p><p>grande, mas excessivo. Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas Gerais as boiadas de</p><p>Paranaguá, e às do rio das Velhas, as boiadas dos campos da Bahia, e tudo o mais que os</p><p>moradores imaginaram poderia apetecer-se de qualquer gênero de cousas naturais e</p><p>industriais, adventícias e próprias.</p><p>(Adaptado de André Antonil, Cultura</p><p>e Opulência do Brasil. Belo Horizon-</p><p>te: Itatiaia-Edusp, 1982, p. 169-171.)</p><p>Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazidas de metais e pedras preciosas no</p><p>interior da América portuguesa na formação histórica do centro-sul do Brasil, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>a) A demanda do mercado consumidor criado na zona mineradora permitiu a conexão</p><p>entre diferentes partes da Colônia que até então eram pouco integradas.</p><p>b) A partir da criação de rotas de comércio entre os campos do sul da Colônia e a região</p><p>mineradora, Sorocaba e suas feiras perderam a relevância econômica adquirida no</p><p>século XVII.</p><p>c) O desenvolvimento socioeconômico da região das minas e do centro-sul levou a</p><p>Coroa a deslocar a capital da Colônia de Salvador para Ouro Preto em 1763.</p><p>d) Como o solo da região mineradora era infértil, durante todo o século XVIII sua</p><p>população importava os produtos alimentares de Portugal ou de outras capitanias.</p><p>Questão 02 - (UFGD MS)</p><p>Muitos historiadores explicam os processos de ocupação do território, expansão</p><p>populacional e organização político-econômica do Brasil colonial e imperial por meio da</p><p>dinâmica dos chamados ciclos econômicos do Brasil. Assinale a alternativa correta que</p><p>indica o ciclo caracterizado pelo auge da economia colonial, com aumento considerável da</p><p>população brasileira, exploração de jazidas com trabalho escravo nas regiões de Goiás,</p><p>Mato Grosso e, sobretudo, de Minas Gerais, nos séculos XVII e XVIII, cujo boom</p><p>econômico com exigência de envio da maior parte das riquezas para a metrópole resultou</p><p>na Inconfidência Mineira, como tentativa de emancipação da colônia em 1792.</p><p>a) Ciclo da Borracha.</p><p>b) Ciclo do Ouro.</p><p>c) Ciclo da Cana-de-Açúcar.</p><p>d) Ciclo do Café.</p><p>e) Ciclo do Pau-Brasil.</p><p>Questão 03 - (UECE)</p><p>Segundo nos informa Darcy Ribeiro (1995, p.194), em fins do século XVI, a colônia possuía</p><p>3 cidades, a maior delas, Salvador, então sede do Governo Geral, contava com</p><p>aproximadamente 15 mil habitantes; no final do século XVII, salvador tinha em torno de</p><p>30 mil habitantes e Recife tinha 20 mil. Ao final do século XVIII, enquanto cidades</p><p>centenárias como Salvador e Recife tinham por volta de 40 mil e 25 mil habitantes,</p><p>respectivamente, a jovem cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, elevada à categoria de Vila</p><p>somente em 1711, já possuía cerca de 30 mil habitantes.</p><p>RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 1995, p. 194. O fenômeno demográfico do rápido crescimento</p><p>populacional de Vila rica (Ouro Preto) no século XVIII é atribuído</p><p>a) ao processo de interiorização da colonização portuguesa no Brasil a partir da</p><p>expansão da atividade pecuarista, por meio das correntes do sertão de dentro,</p><p>oriunda da Bahia, e do sertão de fora originária de Pernambuco.</p><p>b) à grande migração de colonos e de pessoas oriundas de Portugal para a região que</p><p>hoje é Minas Gerais, em função das descobertas de jazidas de ouro e pedras</p><p>preciosas, o que fez surgirem vários centros urbanos na área.</p><p>c) ao estímulo ao desenvolvimento da colônia, promovido por Sebastião José de</p><p>Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, secretário de Estado do Reino, sob o reinado</p><p>de D. José I, que incentivou a indústria e a educação no Brasil.</p><p>d) à ocupação de vastos espaços do território da colônia por colonos espanhóis das</p><p>regiões do Potosi e do Rio da Prata, quando ocorreu a União Ibérica (1580-1640),</p><p>época em que reis hispânicos governaram o reino de Portugal.</p><p>TEXTO: 1 - Comum à questão: 4</p><p>Em vez de se falar com reservas de manifestações tardias do Barroco, pode-se afirmar</p><p>abertamente a ocorrência de uma idade barroca mineira, identificável tanto na escultura</p><p>de Antonio Francisco Lisboa quanto na pintura de Ataíde, na música de José Emerico Lobo</p><p>de Mesquita ou mesmo na poesia de Cláudio Manuel da Costa.</p><p>(Adaptado de: ÁVILA, Affonso. O lúdico e as projeções do mundo barroco. p. 110. Apud</p><p>CAMPOS, Flávio de. Oficina de História: história do Brasil. São Paulo: Moderna, 1999, p.</p><p>119)</p><p>Questão 04 - (PUCCamp SP)</p><p>Uma das características do barroco mineiro, em termos artísticos e arquitetônicos, é a rica</p><p>ornamentação das igrejas. A riqueza propiciada pela extração de minérios nessa região,</p><p>no século XVIII, além desse emprego,</p><p>a) foi usada fundamentalmente na fundação de povoados, na urbanização e</p><p>atendimento à população das principais cidades mineiras e em obras públicas</p><p>executadas pelo governo de Dom João VI, ali e no Rio de Janeiro, para o combate às</p><p>condições insalubres de vida e moradia.</p><p>b) acabou sendo lentamente apropriada pelos bandeirantes paulistas, por meio de sua</p><p>atuação em diversas rotas de contrabando, e usada para financiamento do plantio do</p><p>café, em todo o Sudeste.</p><p>c) sofreu recorrentes confiscos por parte da Coroa Portuguesa, que, por meio de</p><p>apreensões, cobranças de impostos e de estratégias como a “derrama”, se apoderou</p><p>dessas riquezas e as usou para promover a instalação da Família Real no Brasil.</p><p>d) foi desviada ilegalmente para a Inglaterra, por meio da atuação de comerciantes</p><p>ingleses que se fixaram na capital do reino e fizeram acordos escusos com</p><p>contratadores e grandes proprietários de minas de ouro e diamantes.</p><p>e) foi absorvida principalmente pela burocracia e pela nobreza portuguesa instalada no</p><p>Rio de Janeiro, significou o enriquecimento da elite local e financiou o Estado</p><p>português até o declínio dessa atividade, ainda naquele século.</p><p>Questão 05 - (FUVEST SP)</p><p>A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, é correto</p><p>afirmar:</p><p>a) A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às demandas de transporte da</p><p>economia mineradora.</p><p>b) A produção açucareira estimulou a formação de uma rede urbana mais ampla do que</p><p>a atividade aurífera.</p><p>c) O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a interiorização da</p><p>colonização portuguesa.</p><p>d) A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na exploração do ouro do que</p><p>na produção de açúcar.</p><p>e) Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a formação de um mercado</p><p>interno colonial.</p><p>Questão 06 - (UNIFOR CE)</p><p>(Modo como se extrai o ouro do Rio das Velhas e nas mais partes dos Rios, 1780, autor</p><p>desconhecido)</p><p>“A descoberta do ouro no fim do século XVII foi fruto das inúmeras bandeiras que partiam</p><p>da vila de São Paulo de Piratininga para o interior do país. As Minas passaram, então, a</p><p>representar o sonho do enriquecimento fácil: estradas, vilas e fazendas surgiram em ritmo</p><p>vertiginoso com a chegada de cada vez mais colonos e europeus. A organização social e</p><p>econômica que se estabeleceu era inédita na colônia, e os mapas começavam a demarcar</p><p>com cuidado a rica região.” (SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloísa. Brasil: uma biografia.</p><p>São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 128-129).</p><p>A respeito deste momento histórico no Brasil, avalie as assertivas abaixo.</p><p>I. No auge da exploração aurífera, os contrabandistas encontraram artifícios para</p><p>escapar da vigilância da Coroa portuguesa. Desse modo, utilizaram, por exemplo, a</p><p>técnica do “santo do pau oco”, figuras religiosas para esconder e transportar ouro,</p><p>driblando o controle</p><p>do fisco. Apesar da ilegalidade da conduta, tal contrabando</p><p>contribuiu para o requinte e o rebuscamento do estilo Barroco mineiro.</p><p>II. A maior parte do trabalho, na época, era realizada por escravos advindos,</p><p>principalmente, da África, que trouxeram inúmeras tradições e crenças religiosas que</p><p>não se misturaram com o catolicismo dos brancos.</p><p>III. A violência, na época, era recorrente não só nas relações entre senhores e escravos.</p><p>Houve revolta dos colonos em relação à distância e ao isolamento e em relação aos</p><p>desmandos da elite, que agia com ampla liberdade diante da displicência da Coroa</p><p>em legislar e controlar a colônia.</p><p>É correto apenas o que se afirma em</p><p>a) I e III.</p><p>b) I, II e III.</p><p>c) II e III.</p><p>d) I.</p><p>e) III.</p><p>Questão 07 - (IFGO)</p><p>No começo do século XIX, os bandeirantes foram considerados, pelos pensadores ligados</p><p>às elites paulistas, uma espécie de heróis nacionais que representavam modelos de</p><p>conduta, de moralidade, de abnegação e de luta contra as adversidades.</p><p>No século XVIII, bandeirante e o bandeirantismo estão associados</p><p>a) à necessidade de encontrar outras regiões que oferecessem o pau-brasil que, no</p><p>século XVIII, teve sua demanda aumentada na Europa.</p><p>b) à ampliação das áreas de comercialização no interior da colônia portuguesa como</p><p>claro objetivo de criar um mercado interno desenvolvido.</p><p>c) ao processo de interiorização da ocupação da colônia portuguesa na América e à</p><p>busca por metais preciosos.</p><p>d) à busca por regiões que pudesse oferecer melhores condições de plantio para a</p><p>cultura de café que se expandia em São Paulo.</p><p>Questão 08 - (UEFS BA)</p><p>Integralmente devotada à mineração, pelo menos em seus primórdios, a economia</p><p>aurífera introduziu dois fenômenos novos e profundamente renovadores no quadro</p><p>colonial.</p><p>(Antônio Barros de Castro. “Sete ensaios sobre a economia brasileira”,</p><p>1971. Apud Dea Ribeiro Fenelon (org). 50 textos de história do Brasil, 1986.)</p><p>Os “dois fenômenos” mencionados no texto foram:</p><p>a) a autonomia plena perante a metrópole e o desenvolvimento de uma agricultura de</p><p>subsistência.</p><p>b) o equilíbrio social entre os grupos presentes na região e o estímulo ao</p><p>desenvolvimento de novas formas de expressão artística.</p><p>c) a vida econômica voltada para o mercado e a população predominantemente</p><p>distribuída por centros urbanos.</p><p>d) o predomínio da mão de obra assalariada sobre a escrava e a fácil obtenção de</p><p>alforria pelos escravizados.</p><p>e) a comunicação fácil com as demais regiões da colônia e o surgimento de uma</p><p>economia monetarizada.</p><p>Questão 09 - (ESPM SP)</p><p>O ouro saiu com fartura da terra até por volta de 1750. Durante esse tempo, o trânsito</p><p>de pessoas e mercadorias foi intenso no caminho novo. Por ele chegavam a Vila Rica</p><p>açúcar, cachaça, gado, pólvora, fumo, azeites, arroz, sal do reino, marmelada e vinhos.</p><p>Com a multiplicação das vilas e dos arraiais, as minas, passaram a ser abastecidas de toda</p><p>a sorte de bugigangas: vidro, espelhos, arma de fogo, facas flamengas, louças, chumbo,</p><p>veludos, fivelas, pelúcia, calções de damasco carmesim, chapéus com fitas debruadas de</p><p>fios de ouro e prata, botinas de couro amarradas por cordões, casacos forrados de seda ou</p><p>de lã felpuda.</p><p>(Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Brasil: uma biografia)</p><p>A partir do texto é possível concluir que uma das consequências da mineração foi:</p><p>a) a ruralização, pois a população buscava oportunidades de sobrevivência em áreas</p><p>afastadas de núcleos urbanos;</p><p>b) um desenvolvimento comercial associado ao surgimento de uma urbanização e a</p><p>maiores oportunidades no mercado interno;</p><p>c) uma retração dos movimentos culturais e intelectuais locais em razão da influência</p><p>cada vez maior da cultura estrangeira;</p><p>d) um decréscimo demográfico em função da emigração produzida pela falta de</p><p>oportunidades, na colônia;</p><p>e) um deslocamento do centro de gravidade econômica da região central para o</p><p>nordeste do Brasil.</p><p>Questão 10 - (UNESP SP)</p><p>Em meados do século o negócio dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem</p><p>menos, da população. O grosso dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta,</p><p>oficiais dos mais variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taberneiros,</p><p>advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, mestres-escolas,</p><p>tropeiros, soldados da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo total, segundo os</p><p>documentos da época, ascendia a mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda</p><p>essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria lavoura ganhava alento</p><p>novo.</p><p>(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”.</p><p>História geral da civilização brasileira, vol 2, 1960. Adaptado.)</p><p>De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de metais preciosos em Minas</p><p>Gerais no século XVIII</p><p>a) impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de extração e favoreceu a</p><p>independência colonial.</p><p>b) bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e forçou a alta dos preços dos</p><p>instrumentos de mineração.</p><p>c) provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da</p><p>mineração.</p><p>d) extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a população litorânea</p><p>economicamente ativa.</p><p>e) restringiu a divisão da sociedade em senhores e escravos e limitou a diversidade</p><p>cultural da colônia.</p><p>Questão 11 - (FAMEMA SP)</p><p>No Brasil Colonial, uma determinada atividade gerou maior articulação entre regiões</p><p>distantes, ampliou a intervenção regulamentadora da metrópole e deu origem a uma</p><p>sociedade diferenciada, caracterizada pela vida urbana, pelo aumento da mestiçagem e</p><p>do número de alforrias e por uma notável produção cultural. Trata-se</p><p>a) da pecuária no sertão nordestino.</p><p>b) das plantations de tabaco e algodão no Nordeste.</p><p>c) da coleta de drogas do sertão na região amazônica.</p><p>d) das missões jesuíticas no Sul.</p><p>e) da extração de ouro nas Minas Gerais.</p><p>Questão 12 - (PUC RS)</p><p>Sobre o processo de exploração colonial do Brasil por Portugal, é correto afirmar:</p><p>a) Foi dividido em três ciclos de exploração econômica: produção açucareira, no litoral</p><p>da região Nordeste; mineração, no Sudeste e Centro- Oeste; e extrativismo da</p><p>borracha, no Norte.</p><p>b) Caracterizou-se por relativa estabilidade política, na medida em que, durante a</p><p>colonização, não ocorreram movimentos revolucionários de contestação ao Pacto</p><p>Colonial.</p><p>c) Levou ao desenvolvimento das manufaturas locais, como consequência da</p><p>exploração de ouro durante o período da mineração (século XVIII), o que permitiu o</p><p>acúmulo de capital e a criação de um mercado interno na colônia.</p><p>d) Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, em decorrência da</p><p>descoberta de ouro e do início da extração aurífera na região de Minas Gerais.</p><p>e) Teve como base do trabalho a mão de obra escrava, que era trazida da África, tendo</p><p>em vista que, por receio de rebelião das populações originais da colônia, não houve</p><p>escravidão indígena.</p><p>Questão 13 - (UNIFOR CE)</p><p>Em fins do século XVII e ao longo do século XVIII, desenvolveu-se, nas regiões sudeste e</p><p>centro oeste do Brasil, a mineração. O ouro e os diamantes promoveram vasta</p><p>transformação no cenário social e econômico da colônia. Sobre este período da história</p><p>econômica do Brasil pode-se afirmar que:</p><p>a) Do ponto de vista demográfico, a economia mineira pouco contribuiu para a</p><p>transformação da colônia, por causa da alta taxa de mortalidade.</p><p>b) O sucesso da empresa mineradora se deu, dentre outros aspectos, pelo</p><p>conhecimento técnico dos portugueses e do conhecimento que os “paulistas”</p><p>possuíam da região.</p><p>c) O grau de investimento era bastante elevado na empresa mineradora, o que limitou</p><p>a atividade aos grandes mineradores com recursos suficientes para comprar muitos</p><p>escravos.</p><p>d) O auge da economia mineira manteve-se até meados do século XIX, quando</p><p>enfrentou a concorrência da corrida do ouro na Califórnia.</p><p>e) Devido a uma geografia de fácil acesso e a fortes divergências políticas, a economia</p><p>mineira não criou relações comerciais com o sul do Brasil.</p><p>Questão 14 - (PUC GO)</p><p>É com certa sabedoria que se diz: pelos olhos se conhece uma pessoa. Bem, há olhares</p><p>de todos os tipos — dos dissimulados aos da cobiça, seja pelo vil metal ou pelo sexo.</p><p>Garimpeiro se conhece pelos olhos. Olhos de febre, que flamejam e reluzem. Há, em</p><p>suas pupilas, o ouro. O brilho dourado tatua a íris. Trata-se apenas de um reflexo de sua</p><p>alma e daquilo que corre em suas veias. É um vírus. A princípio, um sonho distante, mas,</p><p>ao correr dos dias, torna-se uma angustiante busca. Na primeira vez que o ouro fagulha</p><p>na sua frente, na bateia, toda a alma se contamina e o vírus se transforma em doença</p><p>incurável.</p><p>Todos, no garimpo, têm histórias semelhantes. Têm família, filhos, empregos em suas</p><p>cidades, nos distantes estados, mas, de repente, espalha-se a notícia do ouro. Então,</p><p>largam tudo, vendem a roupa do corpo e lá se vão. Caçar o rastro do ouro é a sina. Nos</p><p>olhos, a febre — um brilho dourado doentio. Sim, é fácil conhecer um garimpeiro.</p><p>Todos sabem que, no garimpo, não é lugar para se viver. Mas ninguém abandona o seu</p><p>posto. Suor, lama, pedregulhos, pepitas douradas, cansaço — é a vida que até o diabo</p><p>rejeita.</p><p>Por onde passam, o rastro da destruição. A Amazônia é nossa. Tratores e</p><p>retroescavadeiras derrubam e limpam a floresta; as dragas chegam, os rios se</p><p>contaminam rapidamente de mercúrio. Quem pode mais chora menos. Na trilha do brilho</p><p>dourado, nada se preserva. Ai daqueles que levantarem alguma voz... No dia seguinte, o</p><p>corpo é encontrado no meio da selva, um bom prato aos bichos.</p><p>(GONÇALVES, David. Sangue verde.</p><p>Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 5-6. Adaptado.)</p><p>O texto faz menção a garimpos. Durante o século XVIII, o território goiano</p><p>experimentou uma notável ascensão econômica em decorrência do encontro e da</p><p>extração de ouro. Acerca dos condicionantes da ocorrência de ouro em Goiás, bem como</p><p>de seus desdobramentos, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I. Ao longo do Século XVIII, os locais de maior probabilidade de se encontrar ouro eram</p><p>as áreas de nascentes dos principais rios.</p><p>II. A historiografia de Goiás registra que muitos dos aglomerados urbanos surgiram</p><p>próximos aos rios, em decorrência da associação com o ouro.</p><p>III. Após o declínio na produção de ouro, a tendência observada foi o surgimento de</p><p>aglomerados urbanos nas margens das rodovias que passavam por Goiás.</p><p>IV. As cidades que surgiram em decorrência da economia aurífera experimentam franca</p><p>ascensão até os dias atuais.</p><p>Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos</p><p>corretos:</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e IV.</p><p>c) II e III.</p><p>d) II e IV.</p><p>TEXTO: 2 - Comum à questão: 15</p><p>Em 1499 retornavam a Lisboa, em momentos diferentes, as duas naus restantes da</p><p>armada que, dois anos antes, partira rumo ao Índico em viagem de descoberta do</p><p>caminho que levasse à Índia, local desejado por Portugal há quase meio século. (...)</p><p>Definitivamente, as coisas nunca mais foram as mesmas, tanto para aquele pequeno reino</p><p>português, na franja atlântica da Europa, quanto, em outras medidas, para o resto do</p><p>continente europeu. Desta viagem, mas sobretudo do que se esperou dela e do que</p><p>efetivamente se encontrou, restaram-nos alguns documentos epistolares, mas restou-nos</p><p>também o Roteiro de uma viagem que levou os sonhos portugueses por “mares nunca</p><p>dantes navegados”, e complementando o poeta Camões, “por terras nunca dantes</p><p>palmilhadas”.</p><p>(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem. Expectativas, projeções e descobertas</p><p>portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume, 2010. p. 27)</p><p>Questão 15 - (PUCCamp SP)</p><p>Dentre os sonhos portugueses relacionados à descoberta de novas terras, certamente</p><p>figurava o desejo de encontrar ouro em abundância. Ao longo da colonização do território</p><p>brasileiro, o período em que Portugal mais lucrou com a exploração de minérios</p><p>a) foi o século XVII, quando da descoberta de metais preciosos na região de Minas</p><p>Gerais e da criação da Estrada Real para o controle do escoamento da produção pelo</p><p>Porto de Paraty.</p><p>b) estendeu-se por cerca de um século entre 1710 e 1810, fase em que vigorou o</p><p>Sistema da Real Extração, por meio do qual a coroa portuguesa se apossou das minas</p><p>e controlava integralmente a extração, a fundição e a exportação aurífera.</p><p>c) limitou-se aos dez anos de intensa exploração do Arraial do Tijuco (atual Diamantina),</p><p>área que foi isolada como Distrito e mantida sob o controle da Intendência dos</p><p>Diamantes, no final do século XVII.</p><p>d) iniciou-se com a descoberta de esmeraldas pelo bandeirante Fernão Dias Paes, em</p><p>1681, e se encerrou com a execução da derrama, por falta da arrecadação mínima de</p><p>minérios, em 1776.</p><p>e) ocorreu ao longo do século XVIII, principalmente após a instituição de impostos como</p><p>o quinto, perdurando até o declínio da extração do ouro de aluvião, nas últimas</p><p>décadas desse mesmo século.</p><p>Questão 16 - (UniRV GO)</p><p>Ao final do domínio espanhol (1640), Portugal estava mergulhado em grave crise</p><p>econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional, devido,</p><p>sobretudo, à concorrência do açúcar antilhano. O governo português buscava</p><p>exaustivamente novas fontes de riqueza, revigorando o antigo sonho de encontrar ouro</p><p>no Brasil. Levando em consideração a História do Brasil, em especial, o Período</p><p>Minerador, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) Foi somente no final do século XVIII que os bandeirantes encontraram as primeiras</p><p>jazidas em Minas Gerais. A data e o local exato dos primeiros achados não são</p><p>conhecidos, mas se sabe que a descoberta do ouro de aluvião nos vales dos rios</p><p>Araguaia e Cuiabá ocorreu entre os anos de 1693 e 1695.</p><p>b) Com a descoberta das jazidas, muitos portugueses, vindos da metrópole ou da</p><p>própria colônia, correram para Minas Gerais, provocando violentas disputas entre</p><p>paulistas e portugueses. Esses conflitos ficaram conhecidos como Guerra dos Balaios,</p><p>desfavorável aos portugueses, que foram obrigados a procurar novas jazidas no</p><p>interior do Brasil, como no Paraná e Mato Grosso do Sul.</p><p>c) Todas as minas pertenciam a Portugal, que concedia lotes (datas) aos mineradores</p><p>que explorassem o ouro. O trabalho, entretanto, era realizado por escravos negros,</p><p>em locais denominados lavras. O principal órgão do esquema administrativo</p><p>português era a Intendência das Minas, criado em 1702.</p><p>d) O imposto cobrado pela exploração das jazidas correspondia a um quinto de</p><p>qualquer quantidade de metal extraído. Cobrar o quinto era a principal função da</p><p>Intendência das Minas. Diversos mineiros revoltaram-se contra a criação das Casas</p><p>de Fundição, que dificultavam o comércio do ouro dentro da capitania, facilitando</p><p>apenas a cobrança de impostos. Assim, em 1720, eclodiu a Revolta de Vila Rica.</p><p>Questão 17 - (UNITAU SP)</p><p>“A sede insaciável do ouro estimulou a tantos deixarem suas terras e a meterem-se por</p><p>caminhos tão ásperos como são os das minas, que dificultosamente se poderá dar conta</p><p>do número das pessoas que atualmente lá estão. Contudo, os que assistiram nela nestes</p><p>últimos anos por largo tempo, e as correram todas, dizem que mais de trinta mil almas se</p><p>ocupam, umas a catar, e outras a mandar catar nos ribeiros do ouro, e outras a negociar,</p><p>vendendo e comprando o que se há mister não só para a vida, mas para o regalo [...]”.</p><p>ANTONIL, André João, 1711, Cultura e opulência do Brasil</p><p>por suas drogas e minas. Lisboa: CNCDP, 2001, p. 242.</p><p>Sobre o impacto da descoberta das minas no Brasil colonial, é INCORRETO afirmar:</p><p>a) Permitiu o desenvolvimento do comércio de outras regiões da colônia, devido à</p><p>necessidade de abastecimento das minas.</p><p>b) Desencadeou uma grande onda migratória de portugueses e de pessoas de outras</p><p>regiões da colônia que, junto dos escravos, formariam uma nova composição social.</p><p>c) Desenvolveu um novo sistema de fiscalização, especialmente para a atividade</p><p>mineradora, que começava com a distribuição das terras na forma de datas para</p><p>exploração.</p><p>d) Na região aurífera, a liberdade esteve muito mais acessível às escravas, mas também</p><p>aos escravos de ganho, do que nas regiões açucareiras.</p><p>e) Apesar de suas características distintas, a região mineradora desenvolveu um modelo</p><p>de sociedade semelhante à do Nordeste agrário, em que predominou a imobilidade</p><p>social.</p><p>Questão 18 - (FGV)</p><p>Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973.</p><p>Nassau</p><p>Como Governador-Geral do Pernambuco, a minha maior preocupação é fazer felizes os</p><p>seus moradores. Mesmo porque eles são mais da metade da população do Brasil, e esta</p><p>região, com a concentração dos seus quase 350 engenhos de açúcar, domina a produção</p><p>mundial de açúcar. Além do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e Espanha,</p><p>quero provar que a colonização holandesa é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los</p><p>felizes… sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos ou pobres, protestantes ou</p><p>católicos romanos e até mesmo judeus.</p><p>Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que financiou a campanha das Américas,</p><p>fecha agora o balanço dos últimos quinze anos com um saldo devedor aos seus acionistas</p><p>da ordem de dezoito milhões de florins.</p><p>Moradores</p><p>Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva!</p><p>(Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da traição, 1976. Adaptado)</p><p>Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz referência, é correto afirmar que</p><p>a) as bases religiosas da colonização holandesa no nordeste brasileiro produziram uma</p><p>organização administrativa que privilegiava a elite luso-brasileira, ao oferecer</p><p>financiamento com juros subsidiados e parcelas importantes do poder político aos</p><p>grandes proprietários católicos.</p><p>b) a grande distância entre as promessas de tolerância religiosa e a realidade presente</p><p>no cotidiano dos moradores da capitania de Pernambuco deu-se porque os dirigentes</p><p>da companhia holandesa impuseram o calvinismo como religião oficial e perseguiram</p><p>as demais religiões.</p><p>c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais no nordeste da América portuguesa</p><p>trouxe benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como o financiamento da</p><p>produção, mas reproduziu a lógica do colonialismo, ao concentrar a riqueza no setor</p><p>mercantil e não no produtivo.</p><p>d) a felicidade prometida pelos invasores holandeses não pôde ser efetivada em função</p><p>da lógica diplomática presente na relação entre Portugal e Holanda, pois se tratava</p><p>de nações inimigas desde o século XV, em virtude da disputa pelo comércio oriental.</p><p>e) as promessas dos invasores holandeses se confirmaram, e a elite ligada à produção</p><p>açucareira e ao comércio colonial foi amplamente beneficiada, principal mente pelo</p><p>livre comércio, o que explica a resistência desses setores sociais ao interesse</p><p>português em retomar a região invadida pela Holanda.</p><p>Questão 19 - (UNIFOR CE)</p><p>A Economia Mineira no Brasil, no século XVIII, desenvolveu-se a partir da descoberta de</p><p>ouro e diamantes nas Gerais. Os homens do Piratininga foram essenciais pelo</p><p>conhecimento do território e Portugal providenciou ajuda técnica.</p><p>Sobre este período da História do Brasil, podemos afirmar que</p><p>a) a descoberta de Ouro no Brasil não provocou processo de imigração de Portugal para</p><p>o Brasil, pois a quantidade de ouro não era significativa.</p><p>b) o trabalho escravo não foi importante nesta etapa da economia brasileira, pela</p><p>natureza da mineração.</p><p>c) a organização da Economia mineira estava baseada na incerteza, mobilidade da</p><p>empresa, alta lucratividade e especialização.</p><p>d) o abastecimento de alimentos e outros foi facilitado pelo transporte fluvial e pela</p><p>geografia da Região das Minas.</p><p>e) o declínio da produção de ouro e a consequente estagnação da economia se deu na</p><p>segunda metade do século XIX.</p><p>TEXTO: 3 - Comum à questão: 20</p><p>Também no Brasil o século XVIII é momento da maior importância, fase de transição e</p><p>preparação para a Independência. Demarcada, povoada, defendida, dilatada a terra, o</p><p>século vai lhe dar prosperidade econômica, organização política e administrativa,</p><p>ambiente para a vida cultural, terreno fecundo para a semente da liberdade. (...) A</p><p>literatura produzida nos fins do século XVIII reflete, de modo geral, esse espírito, podendo-</p><p>se apontar a obra de Tomás Antônio Gonzaga como a sua expressão máxima.</p><p>(COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil.</p><p>Rio de Janeiro: EDLE, 1972, 7. Ed. p. 127 e p. 138)</p><p>Questão 20 - (PUCCamp SP)</p><p>É correto afirmar que, no século a que o texto de Afrânio Coutinho se refere, a mineração,</p><p>ao atuar como polo de atração econômica,</p><p>a) foi responsável pela entrada no país de uma grande quantidade de produtos</p><p>sofisticados que incentivou a criação de uma estrutura para o desenvolvimento da</p><p>indústria nacional.</p><p>b) reforçou os laços de dependência e monopólio do sistema colonial ao garantir aos</p><p>comerciantes portugueses o comércio de importação e exportação e impedir a</p><p>concorrência nacional.</p><p>c) promoveu a descentralização administrativa colonial para facilitar o controle da</p><p>produção pela metrópole e fez surgir o movimento de interiorização conhecido como</p><p>bandeirismo de contrato.</p><p>d) iniciou o processo de integração das várias regiões até então dispersas e</p><p>desarticuladas e fez surgir um fenômeno antes desconhecido na colônia: a formação</p><p>de um mercado interno.</p><p>e) alterou qualitativamente o sistema social pois, ao estimular a entrada de imigrantes,</p><p>promoveu a transformação dos antigos senhores de terras e minas em capitães de</p><p>indústria brasileira.</p><p>GABARITO:</p><p>1) Gab: A</p><p>2) Gab: B</p><p>3) Gab: B</p><p>4) Gab: E</p><p>5) Gab: C</p><p>6) Gab: A</p><p>7) Gab: C</p><p>8) Gab: C</p><p>9) Gab: B</p><p>10) Gab: C</p><p>11) Gab: E</p><p>12) Gab: D</p><p>13) Gab: B</p><p>14) Gab: C</p><p>15) Gab: E</p><p>16) Gab: FFVV</p><p>17) Gab: E</p><p>18) Gab: C</p><p>19) Gab: C</p><p>20) Gab: D</p>