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1- Explicar a etiologia da leptospirose,
incluindo o agente causador e as principais
vias de transmissão.
Doença infecciosa febril de início abrupto,
variando de processos inaparentes a formas
graves. Prevalência cosmopolita,
principalmente em climas tropicais e
subtropicais. Prevalente no sexo masculino,
entre 30-49 anos, associada a falta de
saneamento básico adequado e a pobreza.
Transmissão: contato direto ou indireto com a
urina de animais infectados (reservatórios). A
penetração do patógeno se dá através da pele
com a presença de lesões, pele íntegra imersa
por longos períodos em água contaminada ou
através de mucosas, como a conjuntiva.
Agente etiológico: uma bactéria helicoidal
(espiroqueta) aeróbica obrigatória, altamente
móvel, com elevada capacidade de
sobrevivência no meio ambiente. Pertence ao
gênero Leptospira, sendo a espécie mais
importante a L. interrogans.
Roedores= principais reservatórios.
Homem = hospedeiro anormal. Período de
incubação pode variar de 3 a 14 dias, com
extremos de 3 a 4 semanas.
2- Descrever os mecanismos fisiopatológicos
da leptospirose.
Mecanismo de virulência: mobilidade da
espiroqueta.
Após penetrarem pela pele e pelas mucosas, as
leptospiras atingem a corrente sanguínea e
rapidamente podem alcançar qualquer
localização do organismo, com destaque para
fígado, rins, coração e pulmão. Pode-se
considerar a leptospirose uma vasculite
multissistêmica. Os mecanismos patogênicos
da Leptospira podem ser divididos naqueles
causados por lesão direta do agente e nos
causados pela resposta imunológica do
hospedeiro. Possibilidade de a própria bactéria
ter ação na cascata de coagulação.
Possui duas fases:
● Na fase leptospirêmica: as bactérias
se multiplicam no sangue e tecidos,
desencadeando uma resposta
inflamatória aguda.
● Na fase imune: o corpo produz
anticorpos específicos contra a
Leptospira, reduzindo a quantidade de
bactérias no sangue, mas elas podem
persistir em tecidos. A deposição de
complexos imunes durante essa fase
pode causar danos aos tecidos e
sintomas mais graves. Pode causar:
Síndrome de Weil, assim como
distúrbios neurológicos e cardíacos.
3- Reconhecer as principais manifestações
clínicas da leptospirose e relacionar com os
do caso.
CASO: febre alta (39-40°C) acompanhada de
calafrios, dor muscular intensa, principalmente
nas panturrilhas, cefaleia frontal severa, náuseas,
vômitos e cansaço extremo. Nos últimos dias,
ele também notou icterícia e urina escura.
Exames laboratoriais demonstraram danos.
Conclusão: Paciente na fase grave.
Fase aguda:
● Súbito de febre, acompanhada de
cefaleia, mialgia na panturrilha e
lombar, anorexia, náuseas e vômitos,
diarreia, artralgia, hiperemia ou
hemorragia conjuntival, fotofobia, dor
ocular e tosse, mialgia em região
lombar e panturrilha.
● Raro: exantema, hepatomegalia,
esplenomegalia e linfadenopatia
Fase Tardia:
● Síndrome de Weil:
○ Icterícia;
○ Hemorragia: principalmente
pulmonar, pode levar a
insuficiência respiratória e a
morte em poucas horas, sinais
de alerta: dispneia, tosse seca,
dor torácica e cianose
○ Insuficiência renal: pode
causar hipocalemia (alta de
potássio no sangue), não
oligúrica, perda contínua do
volume sanguíneo do órgão, o
que pode causar necrose e
diálise precoce do paciente.
● Miocardite, arritmia, distúrbios
neurológicos como: alucinação, delírio
e confusão e meningite asséptica.
4- Descrever os métodos diagnósticos
utilizados para confirmar a leptospirose e
discutir o que foi realizado no caso.
CASO: Leucocitose (16,000/mm³): Reflete a
resposta inflamatória aguda. Trombocitopenia
(90,000/mm³): Baixa contagem de plaquetas,
comum na leptospirose grave. Aumento de
Creatinina (2,1 mg/dL) e Ureia (60 mg/dL):
Indicativo de insuficiência renal aguda.
Elevação de Bilirrubina Total (4,5 mg/dL) e
Direta (2,5 mg/dL): Indicam disfunção
hepática. Aumento das Enzimas Hepáticas (ALT
150 U/L, AST 140 U/L): Reflete hepatite
leptospírica. Urina Escura, Proteínas +++,
Hemoglobina ++: Sugere dano renal com perda
de proteínas e presença de hemoglobina devido à
hemorragia ou destruição muscular.
Diagnóstico é clínico-epidemiológico: casos
suspeitos caracterizados por febre súbita,
mialgias, cefaléia e outros sintomas como
conjuntivite, alterações urinárias, icterícia e
hemorragias. Na Síndrome Febril Aguda, além
dos sintomas, há antecedentes epidemiológicos
sugestivos, como contato com áreas alagadas,
lama ou esgoto nas últimas quatro semanas.
Exames específicos:
Fase precoce: isolamento da bactéria através
de exame direto, cultura para Leptospira em
sangue e detecção do DNA pela técnica da
reação em cadeia da polimerase (PCR).
Fase tardia: são utilizados métodos
sorológicos (a partir do 7⁰ dia do início dos
sintomas) como:
● Ensaio imunoenzimático
(ELISA-IgM).
● Teste de Microaglutinação (MAT):
○ Considerado o padrão ouro
para o diagnóstico da
leptospirose.
○ Detecta a presença de
anticorpos específicos contra
diversos sorovares de
Leptospira.
○ É mais útil durante a fase
imune da doença (a partir da
segunda semana de infecção).
Exames Inespecíficos:
Hemograma:
● Leucocitose com neutrofilia.
● Trombocitopenia é comum em casos
graves.
Função Renal:
● Níveis elevados de creatinina e ureia
indicam disfunção renal.
Função Hepática:
● Elevação das enzimas hepáticas (ALT
e AST).
● Aumento da bilirrubina total e direta.
Urina Tipo I:
● Presença de proteínas, hemoglobina,
leucócitos e eritrócitos.
Ultrassonografia Abdominal:
● Pode ajudar a avaliar danos hepáticos
e renais, embora não seja específica
para leptospirose.
5- Descrever as opções de tratamento para
leptospirose, incluindo o uso de antibióticos
e o manejo das complicações.
Tratamento da leptospirose:
Formas leves e anictéricas:
● Doxiciclina: 100 mg, 2 vezes/dia,
por 7 dias.
Formas graves:
● Penicilina G cristalina: 2 milhões
UI IV a cada 6 horas, por 7 a 10
dias.
Esquemas alternativos:
● Ampicilina: 500 mg a 1 g a cada 6
horas, por 7 a 10 dias.
● Amoxicilina: 500 mg a cada 8
horas, por 7 a 10 dias.
● Cefotaxima: 1 g a cada 6 horas, por
7 a 10 dias.
O tratamento deve contemplar:
● Hospitalização imediata dos casos
com sinais de alerta, visando evitar
complicações e dimi-nuir a letalidade.
● Coleta de amostras para realização de
exames diagnósticos.
● Terapia de suporte precoce:
sintomáticos, reposição volêmica
adequada e cautelosa.
● Antibioticoterapia precoce: indicada
em qualquer fase da doença, porém, é
mais eficaz na primeira semana do
início dos sintomas.
● Monitorização de complicações (IRA,
hemorragia pulmonar).
● Suporte respiratório: ventilação
mecânica protetora nos casos graves
(SARA).
● Reposição hidroeletrolítica.
● Manejo de hemorragias: transfusão de
hemoderivados.
● Suporte renal: diálise precoce na IRA
oligúrica.
6- Identificar e discutir estratégias de
prevenção e controle da leptospirose,
incluindo medidas de saúde pública e
prevenção individual e entender a
importância da notificação e
monitoramento de casos.
● Notificação compulsória no Sistema
de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), portanto, todo
caso suspeito deve ser notificado e
investigado.
● Controle de Roedores: Implementar
programas de desratização e Melhorar
o manejo de resíduos sólidos.
● Saneamento Básico: Melhorar o
saneamento para reduzir a
contaminação da água. Investir em
sistemas de drenagem eficientes.
● Educação em Saúde: Campanhas
sobre riscos e prevenção da
leptospirose e Informar sobre evitar
contato com águas contaminadas.
● Vigilância Epidemiológica:
Implementar sistemas de vigilância
eficazes e Identificar e mapear áreas
de alto risco.
● Vacinação de Animais Domésticos:
Promover a vacinação de cães contra
leptospirose.
● Locais seguros e com condições
dignas em casos de enchentes
graves: promover abrigos que
possuam capacidade e condições
adequadas de higiene, cabe ao governo
ceder produtos de higiene,
mantimentos seguros e condições
dignas aos desabrigados.
Medidas de Prevenção Individual:
● Uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs): usar botas, luvas e
roupas impermeáveisao trabalhar em
áreas sujeitas a enchentes ou ao
manusear animais potencialmente
infectados.
● Higiene pessoal adequada e evitar
contato com águas contaminadas:
não fica com a roupa molhada ou sem
se higienizar ao ter contato com água
de enchente.
● Tratamento adequado da água:
consumir água potável, técnica de
fervura ou filtração.
● Profilaxia antibiótica em situações
de alto risco: com doxiciclina.

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