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1. Compreender a morfologia, fisiopatologia e epidemiologia da SA. MICROBIOLOGIA ● Streptococcus é um gênero de bactérias Gram-positivas esféricas que podem ocorrer isoladas ou em grupos. ● Podem permanecer unidas, formando arranjos em cadeias longas, curtas ou em pares. ● São nutricionalmente exigentes e crescem bem em meios de cultura enriquecidos com sangue. ● Dependendo do tipo de hemólise observada em meios de cultura contendo sangue, os estreptococos são classificados como β-hemolíticos (lise total das hemácias), α-hemolíticos (lise parcial das hemácias) ou γ ou não-hemolíticos. STREPTOCOCCUS AGALACTIAE ● Streptococcus é encontrada na pele, boca, intestino, trato respiratório superior e região genital. São ovóides ou esféricos de 0,5 a 2 microns de diâmetro que se dispõem aos pares ou cadeias. ● Streptococcus agalactiae, parte do grupo B, é responsável por meningites e septicemias em neonatos de mães infectadas, afetando cerca de 4 em cada 1000 nascidos. ● S. agalactiae é comumente encontrada na região vaginal ou retal de uma em cada três mulheres grávidas. ● Não é uma doença sexualmente transmissível; a colonização geralmente ocorre a partir do próprio intestino ou da região retal. ● Gestantes colonizadas geralmente são assintomáticas, mas 2% a 4% podem ter infecção urinária. ● A presença da bactéria pode complicar a gestação, levando a abortos, prematuridade e endometrite puerperal. EPIDEMIOLOGIA ● A prevalência de colonização no trato genital em mulheres grávidas varia de 10 a 30% . ● A transmissão vertical ocorre entre 30 e 70% dos neonatos cujas mães são colonizadas pelo EGB na gestação. ● Prevalência relacionada com: idade, paridade, localização geográfica, métodos de cultura e nível socioeconômico. ● Estado civil, frequência do intercurso sexual e número de parceiros sexuais não influenciam na prevalência da colonização genital e não há como correlacionar DST a colonização pelo EGB. FISIOPATOLOGIA ● Durante a gravidez, a infecção por Streptococcus agalactiae (SGB) representa uma preocupação devido à sua capacidade de afetar tanto a mãe quanto o feto. O SGB coloniza o trato geniturinário, ascendendo para o útero e o líquido amniótico, causando infecções intra-amnióticas e corioamnionite na mãe. Durante o parto vaginal, o bebê pode ser infectado, resultando em infecção neonatal por SGB. A virulência do SGB é mediada por fatores como adesinas e toxinas, que facilitam a colonização e causam inflamação local e sistêmica. A patogênese envolve uma interação complexa entre os fatores de virulência bacterianos e a resposta imune do hospedeiro. Esta infecção neonatal pode se manifestar como sepse, pneumonia, meningite ou outras complicações graves, dependendo do local de colonização e da resposta imunológica do bebê. 2. Pesquisar mecanismos de transmissão, profilaxia e sintomatologia da infecção. TRANSMISSÃO Transmissão Vertical (Tipo: Mãe para Filho): ● Durante o parto vaginal, da mãe para o recém-nascido. ● Por meio da ingestão ou inalação de secreções vaginais contaminadas durante o parto. Transmissão Horizontal: ● Contato direto com secreções corporais infectadas, como saliva ou líquido amniótico. SINTOMATOLOGIA ● Maioria assintomática. ● A sintomatologia da gestante com Streptococcus agalactiae pode incluir bacteriúria (dor ao urinar, polaciúria), corioamnionite (febre alta, dor abdominal), endometrite (febre, leucorreia anormal) e bacteremia febril (febre alta, mal-estar generalizado). PROFILAXIA/ ANTIBIOTICOTERAPIA ● Antissepsia do canal de parto. Indicações de antibioticoprofilaxia intraparto: Screening de cultura pré-natal para Streptococcus do grupo B (EGB) em gestantes entre 35 e 37 semanas de gestação. A coleta de material é realizada do terço distal da vagina e reto, utilizando um "swab" e inoculado em meio de cultura seletiva. Após incubação por 48 a 72 horas, são realizados testes específicos para identificação do estreptococo. O resultado negativo ou positivo é obtido nesse período, permitindo intervenções adequadas para evitar complicações neonatais. Indicações de antibioticoprofilaxia intraparto: ● Cultura de secreção vaginal positiva para EGB - Antibioticoprofilaxia. ● EGB isolados na urina, em qualquer concentração, durante o decorrer da gestação. ● Antecedente de recém-nascido acometido por doença causada pelo EGB em parto prévio, mesmo com cultura de secreção vaginal negativa para EGB. Cultura para EGB não realizada ou desconhecida Recomenda-se antibioticoprofilaxia quando existirem os seguintes fatores de risco: ● Trabalho de parto com menos de 37 semanas. ● Ruptura das membranas ovulares há 18 horas ou mais. ● Temperatura materna intraparto maior ou igual a 38ºC. Definição de antibioticoprofilaxia: prevenção de complicações infecciosas pela administração de um agente antimicrobiano efetivo antes da exposição à contaminação durante a cirurgia. ● O parto cesárea não previne a transmissão materno-fetal do EGB em pacientes colonizadas, já que a bactéria pode penetrar através das membranas íntegras. ● Recomenda-se que a gestante chegue ao hospital 2 horas anttes do horário da administração da primeira dose prescrita pelo médico-assistente. ● A Ampicilina é segunda opção devido à seleção de resistência bacteriana na microbiota da gestante. 3. Descrever o manejo clínico da etapas do atendimento. (Imagem final) 4. Destrinchar as condutas educacionais visando a promoção da saúde. ATENÇÃO PRIMÁRIA ● Na primeira avaliação do pré-natal, é essencial integrar avaliação clínica e exames complementares para identificar fatores de risco. O acompanhamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes comunitários de saúde. Durante a consulta, são abordados aspectos como saúde prévia, histórico obstétrico, estilo de vida e sinais de alerta. Além disso, é garantido à gestante o direito de levar um acompanhante de sua escolha. O ambiente deve oferecer privacidade e acolhimento, contribuindo para uma experiência positiva e segura. Papel do Agente Comunitário de Saúde (ACS) no cuidado da saúde da gestante: ● O agente comunitário de saúde desempenha um papel vital na promoção da saúde, realizando a captação e orientação para o pré-natal, buscando gestantes faltosas e encaminhando casos de emergência. Além disso, ele realiza visitas puerperais para acompanhar o aleitamento materno e oferecer orientações sobre planejamento familiar, garantindo cuidados abrangentes para mães e bebês. Grávidas em situação de risco, necessitam de uma vigilância mais ativa de ACS. Estratificação do Risco: Periodicidade: ATENÇÃO SECUNDÁRIA ● Os profissionais de atenção primária devem realizar o pré-natal de baixo risco, provendo cuidado contínuo no decorrer da gravidez. Serviços de atenção secundária e/ou terciária devem ser envolvidos apenas quando se faz necessário cuidado adicional, e a gestante deve permanecer em acompanhamento pela APS, responsável pela coordenação do cuidado. 5. Estudar as complicações decorrentes da infecção em neonatos e riscos materno-fetais. Doença Neonatal de início precoce: ● Geralmente ocorre por transmissão vertical da bactéria Streptococcus agalactiae da mãe para o feto durante o parto. Mais de 80% dos recém-nascidos apresentam sintomas pulmonares, podendo progredir para pneumonia e septicemia, enquanto 5 a 10% desenvolvem meningite. A prematuridade aumenta significativamente o risco. A sépsis neonatal por Streptococcus agalactiae é predominantemente resultado da transmissão vertical do trato genital da mãe. Doença Neonatal Tardia: ● 7 dias e 3 meses de idade, com idade média de um mês. Pode ser transmitida horizontalmente, verticalmente ou nosocomialmente. Crianças afetadas frequentemente desenvolvem meningite, septicemia e infecções osteoarticulares. O envolvimento pulmonar é menos comum do que na doença neonatal de início precoce. As sequelas neurológicas, como perda auditiva, atraso mental e convulsões, afetam mais de 20% dos sobreviventes de meningitepor Streptococcus do grupo B (SGB). Infecções Maternas: ● A infecção por Streptococcus agalactiae pode ser assintomática na maioria das gestantes, mas pode levar a complicações graves, como corioamnionite, endometrite e bacteremia febril. A colonização por SGB está associada ao trabalho de parto prolongado, ruptura prematura de membranas e parto prematuro. Embora não haja uma relação causa-efeito definitiva, estudos sugerem que a colonização por SGB pode contribuir para ocorrência de óbitos intrauterinos, abortos e baixo peso ao nascer. Terapias pré-natais para colonização por SGB são ineficazes devido à sua natureza transitória. Por outro lado, a presença de anticorpos maternos específicos pode proteger contra a doença neonatal, reduzindo o risco de complicações para o recém-nascido. Manejo