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Questão 1 Leia a passagem elencada sobre o feudalismo e complete a afirmação: "O feudo completo é sempre um complexo de direitos que proporciona ______ e cuja posse pode e deve fundamentar uma existência ______. Em primeiro lugar, ______ territoriais e ______, isto é, direitos senhoriais que proporcionam rendas, são concedidos como dotação dos guerreiros." Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A) Direitos – escravista – direitos senhoriais – poderes políticos custosos. B) Custos – servil – direito à servidão – poderes políticos rendosos. C) Problemas –senhorial – direitos políticos – ausência de poder. D) Rendas – senhorial – direitos senhoriais – poderes políticos rendosos. E) Satisfação – servil – privilégio da servidão – poderes políticos rendosos.Questão 2 "Também na tradição libertária encontra-se a obra de um jovem filósofo francês, La Boétie, escrita no século XVI, depois da derrota popular contra os exércitos e fiscais do rei, que vinham cobrar um novo imposto sobre o sal. La Boétie indaga como é possível que burgos inteiros, cidades inteiras, nações inteiras se submetam à vontade de um só, em geral o mais covarde e temeroso de todos. De onde um só tira o poder para esmagar todos os outros?" (CHAUI, M. Convite à Filosofia. SP: Ática, 2000.) A passagem remete à obra de Étienne de La Boétie, Discurso da servidão voluntária, onde debate sobre o poder no contexto de formação do Estado moderno ainda incipiente. Sobre essa obra e as ideias do autor, analise as afirmativas: I -La Boétie mostra que não é por medo que obedecemos à vontade de um só, mas porque desejamos a tirania. II -Ao trocar o direito à liberdade pelo desejo de posses, aceitamos algo terrível: a servidão voluntária segundo La Boétie. III -Não somos obrigados a obedecer ao tirano e aos seus representantes, mas desejamos voluntariamente servi-los porque deles esperamos bens e a garantia de nossas posses segundo o autor. Pelo contexto apresentado, estão corretas APENAS as que se afirmam em: A) III. B) I, II e III. C) II e III. D) I e II. E) I e III.Questão 3 Sobre a pólis e a vida política na Antiguidade Clássica, analise as afirmativas: I - Foram muitas as pólis surgidas na antiguidade, com características diversas elas se aproximavam por terem "uma organização política e militar própria, eram autônomas e autossuficientes, o que lhes possibilitava serem independentes umas das outras. II - A vida política na pólis grega do período que vai do século V ao IV a.C. é o mesmo das cidades e dos espaços urbanos da nossa sociedade capitalista. A única diferença da antiguidade e da vida política na antiguidade para a era contemporânea é que hoje não temos mais a política de poder. III -Raiz de inúmeros conceitos e palavras, a expressão pólis remete de forma imediata à ideia de cidade, não somente no sentido urbano e espacial, mas sobretudo no sentido de comunidade organizada, de comunidade política, na qual os cidadãos são os personagens centrais. Pelo contexto apresentado, estão corretas APENAS as que se afirmam em: A) I e III. B) I e II. C) III. D) I, II e III. E) II e III.Questão 4 "Estarei fazendo o papel de um sociólogo típico se começar dizendo que; pretendo dividir o conceito de cidadania em três partes. Mas a análise é, neste caso, ditada mais pela história do que pela lógica. Chamarei estas três partes, ou elementos, de civil, política e social". (MARSHALL, T. Cidadania, Classe Social e Status. RJ: Zahar, 1967) A passagem de Thomas Marshall sinaliza sua análise sobre a cidadania moderna. Sobre sua teoria da cidadania, avalie as afirmativas: I - São direitos civis, para Marshall, aqueles direitos que concretizam a liberdade individual, como os direitos à livre movimentação e ao livre pensamento, à celebração de contratos e à aquisição ou a manutenção de propriedade, bem como o direito de acesso aos instrumentos necessários a defesa de todos os direitos anteriores (ou seja, o direito à justiça). II - São direitos sociais, na obra de Thomas Marshall, a garantia do bem-estar irrestrito e indiferente às condições objetivas da sociedade. Todos devem ter acesso às fortunas e bens duráveis amplos e ao máximo de riqueza possível, pois a riqueza é um fator gerado socialmente na acumulação capitalista. III - São direitos políticos, segundo Marshall, aqueles direitos que compõem, no seu conjunto, a prerrogativa de participar do poder político; prerrogativa essa que envolve tanto a possibilidade de alguém se tornar membro do governo (isto é, a elegibilidade) quanto a possibilidade de alguém escolher o governo (pelo exercício do voto). Considerando o contexto apresentado, é correto APENAS o que se afirma em: A) III. B) II e III. C) I, II e III. D) I e II. E) I e III.Questão 5 Sobre a cidadania política na Antiguidade grega, analise as asserções e a relação proposta entre elas. I -O conjunto desses cidadãos era soberano em suas decisões, e a soberania era operacionalizada em um ambiente de igualdade política - da igual repartição da atividade e do poder -, mas também de igualdade perante a lei. PORQUE II - A igualdade ateniense se desdobrava na obtenção de um conjunto de direitos, mas que não eram passivos e sim ativos no sentido de que a participação não era apenas bem-vista, mas também estimulada, encorajada pelas próprias regras da pólis e em como elas eram vivenciadas. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. B) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. D) As asserções I e II são proposições falsas. E) A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.Questão 6 Refletindo sobre a concepção de cidadania, do ponto de vista histórico, analise as afirmativas: I - Os cidadãos atenienses se ocupavam apenas das atividades intelectuais, artísticas e políticas, restando aos escravos as atividades manuais e a manutenção da polis e da vida doméstica. II - O conceito de cidadania teve origem nas cidades-Estados da Grécia antiga, onde o status de "cidadão" era concedido aos que viviam dentro dos limites da cidade. III - A cidadania significa o rol de direitos e obrigações atribuídos ao indivíduo pelo Estado. Por esse motivo, só pode ser exercida no Estado moderno. Considerando o contexto apresentado, é correto APENAS o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II. C) I e III. D) III. E) II e III.Questão 7 "Chamam-se igualmente partidos as facções que dividiam as Repúblicas antigas, os clãs que se agrupavam em torno de um condottiere na Itália da renascença, os clubes onde se reuniam os deputados das assembléias revolucionárias, os comitês que preparavam as eleições censitárias das assembléias revolucionárias, bem como as vastas organizações populares que enquadram a opinião pública nas democracias modernas." (DUVERGER, Maurice. Os partidos políticos. RJ: Zahar, 1970) Sobre os partidos políticos, analise as afirmativas: I - Os partidos cumprem com duas importantes funções nos sistemas políticos contemporâneos: a primeira está relacionada à opinião pública e ao que os cientistas políticos chamam de "questionamento político". A segunda, com disputar uma concorrência eleitoral para se eleito, governar. II - Partidos políticos são a expressão de que o capitalismo é viável e desejável para a classe operária. O capitalismo se torna mais "humano" com a representatividade através da organização política em "partidos", os grandes políticos e capitalistas não visam mais o lucro no regime partidário e pluripartidário. III - Diversos partidos políticos nasceram de agremiações sindicais e operárias, cujas lutas, relacionadas à melhoria das condições de trabalho, de salário etc., levaram à formação de lideranças e grupos interessados em combater a ideologia burguesa. A estrutura desses partidos não advém da luta parlamentar, mas sim das associações e seções da base de trabalhadores que fornece lastro político às iniciativasdo partido, que podem ou não se realizar na disputa eleitoral. Pelo contexto apresentado, estão corretas APENAS as que se afirmam em: A) II e III. B) III. C) I e II. D) I e III. E) I, II e III.Questão 8 "Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu- se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. Caussidière por Danton, Luís Blanc por Robespierre, a Montanha de 1845-1851 pela Montanha de 1793-1795, o sobrinho pelo tio. E a mesma caricatura ocorre nas circunstâncias que acompanham a segunda edição do Dezoito Brumário! Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos." (MARX, Karl. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. SP: Boitempo, 2011) A passagem inicial de "O 18 Brumário de Luis Bonaparte" representa a obra mais conhecida de Karl Marx acerca do debate da categoria; classes sociais. Esse livro é um marco teórico do marxismo ao redor dos temas políticos e da questão do golpe de Estado. Sobre as classes sociais em Marx, analise as afirmativas, a partir do método referente: I -As classes sociais são conjuntos de agentes sociais determinados principalmente, mas não exclusivamente, por seu lugar no processo de produção, isto é, na esfera econômica. II - As classes sociais são agrupamentos políticos de indivíduos com o monopólio legítimo da violência. No capitalismo, para Karl Marx, as classes envolvem o universo dos indivíduos considerados cidadãos. III -Para o marxismo, o econômico assume um papel determinante em um modo de produção e numa formação social: mas o político e o ideológico, enfim a superestrutura, desempenham igualmente um papel muito importante na questão das classes sociais. A partir do contexto apresentado, estão corretas APENAS as que se afirmam em: A) II e III. B) I e II. C) III. D) I e III. E) I, II e III.Questão 9 "A busca pela genealogia do termo sufrágio universal é importante para a questão do sufrágio feminino por explicitar, de forma clara, a exclusão das mulheres da política e do mundo público. Tal exclusão (ou não inclusão) denota com clareza os limites naturais impostos à participação das mulheres. Todavia, para se entender as nuanças da aplicação do termo sufrágio universal, é preciso relembrar as grandes revoluções dos séculos 18 e 19 e a posição das mulheres nesses conflitos." (KARAWEJCZYK, M. As filhas de Eva querem votar. Porto Alegre: ediPUCRS, 2020.) A partir do contexto de participação das mulheres na vida política e do sufrágio universal, analise as afirmativas: I -Durante muito tempo, o direito de votar foi entendido como um privilégio de poucos, e estes poucos sendo exclusivamente do gênero masculino, brancos e possuidores de bens. II - A participação eleitoral é a forma e o exercício do sufrágio muito ligado ao contexto do Estado moderno no mundo contemporâneo e, principalmente, nas democracias contemporâneas. III - A participação das mulheres não foi colocada pelo sufrágio universal no século XIX, pela não participação das mulheres na Revolução Francesa, Inglesa e industrial. Considerando o contexto apresentado, é correto APENAS o que se afirma em: A) I e III. B) II e III. C) I, II e III. D) I e II. E) III.Questão 10 "A principal contribuição que a ciência política aristotélica pode dar para a prática da política reside, portanto, na área da "legislação". É necessário compreender todo o alcance dessa afirmação, pois é de fundamental importância para a compreensão da especificidade da Política de Aristóteles. O termo "legislação" não é usado de modo impreciso apenas como sinônimo de política. Como indicado pela distinção que faz Aristóteles no Livro VI entre prudência "legislativa" e "política", a sabedoria política ou experiência política, naquele que pode ser denominado seu sentido operacional, exige o conhecimento de uma gama de assuntos de relevância política prática. Em uma passagem da Retórica, Aristóteles identifica cinco áreas-chave da deliberação política: receitas e despesas, guerra e paz, defesa nacional, importações e exportações, e legislação. A respeito da última delas, faz a seguinte observação: "é nas leis que está a salvação da cidade. [...] Como a própria Política vai confirmar, de modo amplo, a ciência política aristotélica é, acima de tudo, a ciência dos regimes." (STRAUSS, Leo. História da Filosofia Política. RJ: Forense, 2019.) Pelos traços teóricos levantados na passagem sobre a Ciência Política de Aristóteles, avalie as afirmativas sobre sua teoria: I -Enquanto Platão se preocupa com a educação e a formação do dirigente político – o governante filósofo -, Aristóteles se interessa pela qualidade das instituições políticas (assembléias, tribunais, forma da coleta de impostos e tributos, distribuição da riqueza, organização do exército, etc.). II - Tanto Platão, quanto Aristóteles legam para as teorias políticas subsequentes duas maneiras de conceber a qualidade justa da cidade: platonicamente, essa qualidade depende das virtudes do dirigente; aristotelicamente, das virtudes das instituições. III - Para Aristóteles, determinar o que é justiça, passa por distinguir dois tipos de bens: os partilháveis e os participáveis. Os dois elementos olhados para a vida nas cidades, a justiça na cidade, a ética e o cidadão na cidade. Portanto, dois tipos de justiça política de vida na pólis: a distributiva e a participativa. Considerando o contexto apresentado, é correto APENAS o que se afirma em: A) II e III. B) III. C) I e II. D) I e III. E) I, II e III.Questão 11 "Maquiavel não está preocupado com a forma como os homens vivem apenas com o intuito de descrevê-la; sua intenção é, antes, com base no conhecimento de como os homens vivem, ensinar os príncipes como devem governar e até mesmo como devem viver. Desta maneira, Maquiavel reescreve, por assim dizer, a Ética de Aristóteles. Até certo ponto, admite que é verdadeiro o ensino tradicional: os homens são obrigados a viver de modo virtuoso no sentido aristotélico. Mas nega que a vida virtuosa seja feliz ou leve à felicidade. "A liberalidade, se usada como se a deve usar, prejudica-o; porque, se usada virtuosamente e como se deve usá-la" o príncipe arruinar-se-á a si mesmo e será obrigado a governar seus súditos pela opressão a fim de obter o dinheiro necessário. A avareza, o oposto do liberalismo, é "um dos vícios que permitem a um príncipe governar". Um príncipe deve ser liberal, no entanto, com a propriedade dos outros, pois assim aumenta sua reputação. Considerações semelhantes se aplicam à compaixão e seu oposto, a crueldade. Desta forma, Maquiavel é levado a indagar se é melhor para um príncipe ser amado do que ser temido ou vice-versa." (STRAUSS, Leo. História da Filosofia Política. RJ: Forense, 2019.) Pela passagem levantada fica evidente o caráter da obra de Maquiavel e o sentido dado ao pensamento da Ciência Política moderna. Sobre a teoria de Nicolau Maquiavel e os elementos da Ciência Política, avalie as afirmativas: I -O realismo de Maquiavel aparece em contraposição ao idealismo da política na Antiguidade Clássica, mesmo na essência da realização da Filosofia Política no campo da justiça, da ética e das leis, do poder e da autoridade. II -Desse modo, ao não analisar as questões do Estado por intermédio da moral, Maquiavel termina por conferir ao universo político sua autonomia, analisando-o como uma esfera de atuação – sujeita à sua própria lógica e as suas próprias leis – separada da ética, da religião e do direito. III - Em Maquiavel a política ganha sua dimensão própria quando é separa da moral e da idealização do bom governante e fica sujeita a uma ética muito mais utilitária do poder. Por esse motivo, ao interesse "público", não importa o meio ou caminho de se realizar pelas mãos dogovernante que pode esconder as reais intenções no uso do poder do Estado. Considerando o contexto apresentado, é correto APENAS o que se afirma em: A) I e II. B) I, II e III. C) III. D) II e III. E) I e III.Questão 12 "O ponto de partida é bem simples: trata-se do suposto de que todos os motivos e impulsos humanos decorrem da atração ou repulsão causadas por determinados estímulos externos. Toda conduta deriva do princípio de autoconservação. Como se pode apreciar, o caminho escolhido por Hobbes não é empírico, embora haja certos fatos que contribuam a pôr em evidência a verdade indiscutível dos axiomas; veja- se, por exemplo, a recomendação do autor para o leitor olhar ao seu redor e, com total honestidade, para dentro de si mesmo, para, desse modo, compreender o que é, em definitiva, o estado de natureza. Na seqüência, Hobbes deduz desses axiomas o direito natural e a configuração do estado de natureza. Do direito natural é derivada a lei natural e, finalmente, ele busca, a partir daí, derivar o Estado." (POUSADELA, Inês M. O contratualismo hobbesiano: ou de como para entender do direito é necessário pensar o avesso. In: BORON, Atílio. Filosofia política moderna: de Hobbes a Marx. Buenos Aires: CLACSO, 2006.) A passagem menciona a obra e teoria de Thomas Hobbes, considerado um primeiro contratualista. Sobre a teoria de Hobbes analise as afirmativas: I -Filósofo inglês, Hobbes viveu entre o final do século XVI e um pouco da segunda metade do século XVII (1588-1679) e escreveu uma obra fundamental para entender a formação do Estado Moderno, O Leviatã, publicado em 1651. II - Hobbes afirma que, o direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza. III -O soberanos para Hobbes é uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. Conforme o contexto apresentado, assinale a alternativa que apresenta APENAS a sequência correta. A) III. B) I e II. C) II e III. D) I, II e III. E) I e III.