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‘ UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE–CCBS CURSO DE ENFERMAGEM MIRLEY DOS SANTOS RIBAMAR JUNIOR DE SOUZA JARDIM VALÉRIA SOUSA DAMASCENO ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NOS CUIDADOS COM PÉ DIABÉTICO EM PACIENTE IDOSO: revisão integrativa da literatura BELÉM 2021 MIRLEY DOS SANTOS RIBAMAR JUNIOR DE SOUZA JARDIM VALÉRIA SOUSA DAMASCENO ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NOS CUIDADOS COM PÉ DIABÉTICO EM PACIENTE IDOSO: revisão integrativa da literatura Projeto de pesquisa, apresentado ao Curso de Enfermagem, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, como requisito parcial da 1ª avaliação da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I, orientado pela Profa. Dra. Neyla Arroyo Lara Mourão. BELÉM 2021 MIRLEY DOS SANTOS RIBAMAR JUNIOR DE SOUZA JARDIM VALÉRIA SOUSA DAMASCENO ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NOS CUIDADOS COM PÉ DIABÉTICO EM PACIENTE IDOSO: revisão integrativa da literatura Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Enfermagem do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, como requisito parcial da 1ª avaliação do TCC I. Avaliado por: ______________________________________ Profa. Dra. Neyla Arroyo Lara Mourão UNAMA Data: ____ / ____ / ____ BELÉM 2021 RESUMO Palavras-chave: Assistência, Enfermagem, Idoso, Pé diabético. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6 1.1 TEMA DO ESTUDO ................................................................................................... 6 1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DA PESQUISA ........................................................ 8 1.3 QUESTÕES NORTEADORAS .................................................................................. 9 1.4 OBJETIVOS ............................................................................................................... 9 1.4.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 9 1.4.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 9 2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 10 2.1 DIABETES MELLITUS (DM) .................................................................................... 10 2.2.1 Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) ........................................................................... 11 2.2.2 Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) ........................................................................... 11 2.2.3 Programa HIPERDIA ........................................................................................... 12 2.2.4 Pé diabético em idoso ........................................................................................ 12 2.2 PÉ DIABÉTICO: A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM.................................................. 13 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 15 6 1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA DO ESTUDO O aumento da proporção de idosos na população mundial traz consigo um aumento também da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, já que essas doenças estão relacionadas diretamente com a longevidade. Dentre essas doenças, o diabetes mellitus (DM) se destaca com uma alta taxa de morbimortalidade, principalmente nas faixas etárias mais avançadas (HÜTHER; ARBOIT, 2020). Estima-se que a população mundial com DM. Atualmente. seja de aproximadamente 387 milhões, com expectativa de 471 milhões em 2035, e, associada à rápida transição demográfica, gere uma pirâmide etária com maior peso relativo, principalmente entre adultos e idosos. Estudos mostram que o diabetes acomete 18% dos idoso e que 50% das pessoas com DM tipo 2 apresenta mais d 60 anos de idade, além disso, o diabetes nesta população está relacionado a um maior risco de morte prematura por conta da associação com outras comorbidades e grandes síndromes geriátricas (PEREIRA et al., 2012) Diabetes Mellitus (DM) é uma condição crônica de etiologia diversificada, caracterizada por hiperglicemia relacionada à deficiência de insulina, em se tratando de DM tipo II ou DM tipo I, elevando os riscos de danos micro e macro vasculares nos portadores e causando redução da expectativa e da qualidade de vida. A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) geralmente está associada ao excesso de peso, sedentarismo, tabagismo e histórico familiar da doença (SANTOS et al., 2019). O idoso diabético, quando comparado ao não diabético, está mais sujeito a um maior uso de medicamento e a apresentar perdas funcionais (dificuldade de locomoção, por exemplo), problemas cognitivos, depressão, quedas e fraturas, incontinência urinária e dores crônicas, devendo, portanto, ser tratado de forma individualizada. Entre suas complicações, o pé diabético e a amputação de extremidades são algumas das mais graves e de maior impacto na qualidade de vida e produtividade de um indivíduo. O pé diabético é conceituado como uma infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associados a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores (MARQUES et al., 2019) A síndrome do pé diabético é uma comorbidade clínica, de base neuropática, induzida pela hiperglicemia sustentada. Nela, com ou sem a coexistência de Doença 7 Arterial Periférica (DAP), há alterações biomecânicas que resultam em deformidades e ulceração do pé, em planos cutâneos ou profundos, associadas a traumatismo prévio e infecções desencadeantes (VARGAS et al., 2017) No Brasil, no âmbito das políticas públicas de atenção básica à saúde, o Programa Nacional de Diabetes se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde; a prevenção de agravos; o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Nesse domínio de atenção cabe à equipe multiprofissional o atendimento ao diabético, entretanto o desenvolvimento de atividades educativas e o estabelecimento de estratégias para favorecer adesão ao tratamento são de competência do profissional enfermeiro (MARQUES et al., 2019). A atuação do enfermeiro junto à equipe multiprofissional de saúde é muito importante no sentido de orientar os pacientes diabéticos sobre os cuidados diários com os pés e a prevenção do aparecimento das úlceras como também outras complicações. No entanto grande parte dos casos, devido à procura tardia por tratamentos, os pacientes apresentam lesões já em estágio avançado. Atualmente existem muitas opções para o tratamento das lesões, tais como curativos com vários tipos de cobertura existentes no mercado, desbridamento de tecidos desvitalizados, revascularização, aplicação local de fatores de crescimento e a amputação de extremidades que é uma opção adotada com maior frequência (LIMA; ASSIS; TREVISAN, 2015). O enfermeiro tem como papel realizar uma avaliação sistemática dos pés do paciente diabético, pois é essencial na identificação dos fatores de risco e na redução das chances de ulcerações e amputações. Esta avaliação deverá ser associada a história clínica do paciente, investigando a ocorrência de lesões ou amputações prévias, observação de incapacidade do paciente para realizar o autocuidado com os pés. Ao buscar conhecer as ações de cuidado do enfermeiro com o paciente com pé diabético, evidencia-se queos enfermeiros conhecem os fatores que originam a lesão e os cuidados que devem ser realizados para preveni-las. Entre esses cuidados estão: o controle da glicemia, cuidados com os pés, adesão ao tratamento medicamentoso, alimentação adequada e detecção de alterações de sensibilidade plantar. O pé diabético causa aos pacientes diversos danos como incapacidade, disfunções, dores crônicas, diminuição da autoestima e da qualidade de vida e saúde (HÜTHER; ARBOIT, 2020). 8 1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DA PESQUISA O DM é considerado uma epidemia mundial e um grave problema de saúde pública. É caracterizado como um distúrbio metabólico crônico, com comprometimento do metabolismo da glicose e de outras substâncias produtoras de energia, associado a uma variedade de complicações em órgãos essenciais para a manutenção da vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, até 2020, a principal causa de incapacidades e morte em nível mundial estará intimamente relacionada às doenças crônicas, incluindo o DM (VARGAS et al., 2017) Independentemente do desenvolvimento econômico, político e social de um país, o Diabetes mellitus (DM) é um importante e crescente problema de Saúde Pública. Sua prevalência, em particular a do tipo 2, está aumentando de forma exponencial e é mais encontrada nas faixas etárias avançadas, em face do aumento da expectativa de vida e do crescimento populacional. No entanto, verifica-se ampliação do número de casos na faixa etária de 20 a 45 anos. Outro fato relevante é a associação da doença com a hospitalização de seu portador, causada, na maioria das vezes, pelas complicações da DM (SANTOS et al., 2019). Nesse sentido, a atenção primária tem papel fundamental no processo, pois é a principal porta de entrada ao sistema de saúde, configurando como espaço de coordenação das respostas às necessidades das pessoas, suas famílias e comunidade, articulando-se as bases de promoção, prevenção e recuperação da saúde, concomitantemente à Estratégia de Saúde da Família (ESF), garantindo a integralidade do cuidado (MARQUES et al., 2019) O interesse pelo tema surgiu durante o período das aulas da disciplina “Cuidado ao idoso” referente ao sétimo semestre, quando foram observados problemas relacionados as ações do enfermeiro com o paciente idoso portador do pé diabético e foi destacada a importância das medidas preventivas e da promoção à saúde. Destacou assim, também, que, o profissional enfermeiro, a partir do processo de enfermagem, deve atender de forma integral o idoso, utilizando-se do seu pensamento crítico para organizar, sistematizar e conceituar a assistência de enfermagem. Partindo dos fatos acima, questiona-se: como é a atuação do enfermeiro no cuidado da pessoa idosa com o pé diabético evidenciados na literatura cientifica no período de 2016 a 2020? 9 O estudo é relevante para construção do conhecimento sobre a problemática, contribuindo para a ampliação do debate sobre a ação do enfermeiro para essa população, visto ser o profissional que pauta seu cuidado de forma integrada e humanizada no sentido de auxiliar o cliente para melhorar sua qualidade de vida. Espera-se, portanto, contribuir na construção do conhecimento científico sobre boas práticas na promoção da saúde do idoso e assim, sensibilizar a comunidade profissional de enfermagem para a importância que ela tem e seu diferencial na melhoria contínua da saúde dessa população. 1.3 QUESTÕES NORTEADORAS 1.3.1 Como os enfermeiros promovem o cuidado da pessoa idosa com pé diabético? 1.3.2 Quais as ações que o enfermeiro realiza previstas no programa do Hiperdia? 1.4.2.3 Quais as ações que o enfermeiro realiza para prevenir o pé diabético na pessoa idosa com DM? 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral Descrever como é a atuação do enfermeiro no cuidado da pessoa idosa com o pé diabético evidenciados na literatura cientifica nos últimos cinco anos? 1.4.2 Objetivos Específicos 1.4.2.1 Investigar, na literatura, como os enfermeiros promovem o cuidado a pessoa idosa com pé diabético. 1.4.2.2 Evidenciar, com base na literatura, as ações que o enfermeiro realiza previstas no programa do Hiperdia. 1.4.2.3 Identificar, na literatura, as ações que o enfermeiro realiza para prevenir o pé diabético na pessoa idosa com DM. 10 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 DIABETES MELLITUS (DM) O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica, porém, não é uma enfermidade única, e sim uma junção heterogênea de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, advindos de distorções na ação ou secreção da insulina. É um problema de saúde pública e um dos mais incidentes da atualidade; considerada uma doença com alto índice de morbidade e mortalidade. A prevalência de DM nos países da América Central e do Sul foi estimada em 26,4 milhões de pessoas e que em 2030 serão 40 milhões (BRASIL, 2013). Sua classificação deve ser feita de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Americana de Diabetes (ADA), com base na sua fisiopatologia. Os tipos de diabetes mais frequentes são o Diabetes Tipo 1, que compreende cerca de 10% dos casos, e o Diabetes Tipo 2, que compreende cerca de 90% dos casos, o Diabetes mellitus gestacional (DMG) atualmente a comete em torno de 18% das gestações. Indivíduos com glicemias de jejum alteradas e aqueles com intolerância à glicose são considerados categorias de risco. No Brasil, sua prevalência é de 12,3%, sendo o quarto pais do mundo com maior número de diabéticos: 14 milhões de pessoas tem a doença no Brasil (DATASUS, 2017). Os portadores de DM, em particular os idosos, necessitam de um acompanhamento sistemático por uma equipe multiprofissional de saúde que ofereça as ferramentas necessárias para o manejo da doença com vistas a alcançar níveis normais de glicose sanguínea evitando complicações agudas e crônicas, com uma adequação satisfatória ao estilo de vida (NOGUEIRA et al., 2016). O DM é uma doença progressiva na qual os indivíduos acometidos, especialmente idosos, tendem a deteriorar seu estado de saúde com o passar do tempo, principalmente após os 10 anos de convívio com a doença, quando começam a aparecer as complicações derivadas do mau controle glicêmico, que podem refletir negativamente na sua vida (LIMA et al., 2018). O idoso diabético, quando comparado ao não diabético, está mais sujeito a um maior uso de medicamentos, apresentar perdas funcionais (dificuldade de locomoção, por exemplo), problemas cognitivos, depressão, quedas e fraturas, incontinência urinária e dores crônicas, devendo, portanto, ser tratado de forma individualizada (SBD, 2017) 11 2.2.1 Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) caracteriza-se como uma patologia autoimune causada pela destruição das células beta-pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, esse quadro resulta na dependência, ao longo da vida, da administração do hormônio via exógena para a redução da hiperglicemia. Embora há tempos o DM1 ser conhecido como “diabetes juvenil”, devido ao frequente diagnóstico em crianças e jovens, a maioria dos indivíduos acometidos são adultos (CHIANG et al, 2014). Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença. O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue. O exercício físico é considerado estratégia que apresenta resultados positivosna gestão e tratamento do DM1. Contudo, essa estratégia cria desafios para esses pacientes. Durante o exercício físico, vários hormônios (insulina, glucagon, catecolaminas, hormônio do crescimento e cortisol, principalmente) são responsáveis por controlar absorção da glicose e o metabolismo energético. Equilíbrio entre insulina e hormônios contrarreguladores varia de acordo com tipo, intensidade e duração da atividade (SBD, 2017). 2.2.2 Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) geralmente está associada ao excesso de peso, sedentarismo, tabagismo e histórico familiar da doença. Entre suas complicações, o pé diabético e a amputação de extremidades são algumas das mais graves e de maior impacto na qualidade de vida e produtividade de um indivíduo, é conceituado como uma infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associados a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores (SILVA et al., 2017). Segundo Muro et al. (2018), para prevenir e diminuir a incidência dessa patologia e suas complicações, é necessária uma avaliação detalhada dos aspectos físicos, reconhecimento dos fatores de risco e no desenvolvimento de programas educacionais abrangentes. Destaca-se a importância de uma equipe multidisciplinar 12 no intuito de diagnosticar precocemente o problema e prevenir os agravos, para isso, é importante que os profissionais envolvidos conheçam metodologias adequadas e atualizadas que possam ser utilizadas na prática clínica e estabeleçam uma linha de conduta padronizada a fim de adequar a assistência ao controle apropriado do pé diabético e suas implicações. Estudos comprovam a eficiência de estratégias e programas desenvolvidos na atenção primária à saúde, por profissionais de enfermagem, que envolvem assistência e ensino para o autocuidado na melhoria do controle do DM, redução da prevalência de úlceras nos pés e de amputações em membros inferiores (SILVA et al, 2017). 2.2.3 Programa HIPERDIA Segundo o Ministério da saúde (MS) foi criado uma portaria de nº 371 no dia 04 de março de 2002, com essa portaria o Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes mellitus (HIPERDIA) é destinado ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e diabetes mellitus, são atendidos nas redes ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS) (ALVES, CALIXTO, 2012). Ainda Felipetti, et al. (2016) relatam que o programa HIPERDIA tem a finalidade para permitir e gerar informações para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os cadastrados. O sistema que gera grandes informações e envia todos os dados para o cartão nacional de saúde que vai garantir a identificação única do usuário do sistema único de saúde. A HAS e o DM são DCNTS de grande magnitude e alvo de criteriosa investigação da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) representam importantes fatores de risco para o agravamento das doenças cardiovasculares e uma das principais causas de morbimortalidade na população brasileira (SILVA et al., 2016). 2.2.4 Pé diabético em idoso De acordo com o Manual do Pé Diabético (BRASIL, 2016), 5% dos indivíduos diagnosticados com DM há menos de dez anos e 5,8% daqueles que receberam o diagnóstico há mais de dez anos apresentam feridas nos pés e ainda 0,7% e 2,4% dos mesmos respectivamente sofreram amputação. Este número é bastante significativo em vista do impacto e irreversibilidade de tal procedimento. 13 Para o diagnóstico do pé diabético, devido à sua complexa etiologia necessita- se de um levantamento minucioso do histórico clínico, bem como um exame objetivo rigoroso e detalhado (SOUZA, 2013) Sobre a anamnese, é necessário se atentar para o tempo de DM e controle glicêmico, uma vez que quanto maior for o tempo de doença, maior é o risco de complicações; histórico de complicações micro e macro vasculares, que são indicativos de maior avanço na doença e, portanto maior risco de complicações em pé diabético, outro indicativo de doença avançada é o histórico de ulcerações e/ou amputações já ocorridas; também avalia-se a dor em membros inferiores, a fim de detectar neuropatia; Verifica-se a acuidade visual, que pode implicar numa auto inspeção do pé de má qualidade; e, por fim, verifica-se se o paciente é tabagista, pois o tabagismo é o maior motivo de morte evitável e seu cessamento em indivíduos com DM, é a medida de maior impacto no risco de complicações (BRASIL, 2016). Quanto aos exames físicos, são avaliados os aspectos clínicos, neurológicos e vasculares. A avaliação clínica verifica deformidades no pé e falta de hidratação que são sinais de neuropatia; coloração pálida ou cianótica, temperatura fria dos pés, atrofia de unhas e rarefação de pelos indicam insuficiência arterial; analisa-se a presença de dermatofitose e onomicose, que podem servir de porta de entrada para infecções; também verificam-se as unhas em relação ao seu corte, cujo formato deve ser reto, a fim de evitar unha encravada (BRASIL, 2016). A avaliação neurológica consiste na detecção de neuropatia a partir de testes, como por exemplo, a avaliação tátil com monofilamento e vibratória, para aferição da sensibilidade tátil, dolorosa e vibratória, bem como verificar reflexos tendíneos e função motora. Por sua vez, a avaliação vascular, através de, no mínimo, a apalpação dos pulsos pediosos e tibiais posteriores, diagnostica vasculopatia (BRASIL, 2016). 2.2 PÉ DIABÉTICO: A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO A responsabilidade em identificar e acompanhar os fatores desencadeantes para o pé diabético deve ser reconhecido pelo enfermeiro; um exemplo eficaz de ação em prevenção é a avaliação podológica, que implica no exame dermatológico, sendo um ato importante para a identificação de sinais e sintomas em nível de vascularização, estrutura e sensibilidade do pé, situação da higiene e tipo de calçado utilizado (TEIXEIRA et al., 2011). 14 Acredita-se que o enfermeiro é responsável por colher o histórico do paciente com DM, identificar, durante as consultas, fatores de risco e morbidades, avaliar e realizar exame físico da pele e dos pés de modo a prevenir lesões e o pé diabético. Em todos esses tipos de tratamento a atuação dos enfermeiros é muito importante, já que eles estão em constante contato com o paciente, realizando os curativos, acompanhando a evolução clínica das feridas e, principalmente, dando apoio psicológico. (SANTOS et al., 2019) O profissional enfermeiro, a partir do processo de enfermagem, deve atender de forma integral o idoso, utilizando-se do seu pensamento crítico para organizar, sistematizar e conceituar a assistência de enfermagem (NOGUEIRA et al., 2016). Os cuidados prescritos por enfermeiros são fundamentais para promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos usuários, principalmente dos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2. Devem ser desenvolvidas atividades educativas para aumento do nível de conhecimento dos pacientes e da comunidade, contribuindo para a adesão do paciente ao tratamento, assim como a solicitação de exames determinados pelo Ministério da saúde (VIEIRA et al., 2017). Neste contexto, Silva et al. (2019) descrevem que a educação em saúde como forma de promover a prevenção. Sendo necessário estimular os pacientes a compreender seus problemas e os cuidados a serem adotados. Descreve também a importância da educação permanente para o enfermeiro assistir ao paciente com pé diabético, prestando, assim, uma assistência de maior qualidade. Conforme Fassina et al. (2018), a redução de complicações no pé diabético, depende principalmente das orientações diretas ao paciente e seus familiares sobre os cuidados a serem adotados e também pelas campanhas educativas. Os indivíduos diabéticos devem ser estimulados a incorporar novas atividadesna sua rotina diária para evitar o aumento dos níveis glicêmicos na corrente sanguínea. Ainda, devem ser instruídos sobre a nutrição, a importância de seguir o tratamento medicamentoso e de terem conscientização sobre a valia da atividade física. 15 REFERÊNCIAS ALVES B. A, CARLIXTO AATF. 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